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Núcleo de Estudo e Pesquisa Ana Carolina Puga – NEPUGA- Pós Graduação em

Biomedicina Estética

LISIANA DOMINGUES FREITAS

UTILIZAÇÃO DE PEELINGS QUÍMICOS NO TRATAMENTO E


REJUVENESCIMENTO FACIAL: ESTUDO DE REVISÃO

Monografia apresentada ao NEPUGA para obtenção do título de especialista em


Biomedicina Estética.

Porto Alegre, 2017.


NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISA ANA CAROLINA PUGA – NEPUGA – PÓS
GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA ESTÉTICA

LISIANA DOMINGUES FREITAS

UTILIZAÇÃO DE PEELINGS QUÍMICOS NO TRATAMENTO E


REJUVENESCIMENTO FACIAL: ESTUDO DE REVISÃO

Monografia apresentada ao NEPUGA para obtenção do título de especialista em


Biomedicina estética.

Porto Alegre, 2017.


SUMÁRIO

RESUMO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................1

2. OBJETIVOS.............................................................................................................3

2.1. Objetivo geral.............................................................................................3

2.2. Objetivos específicos.................................................................................3

3. REVISÃO DA LITERATURA...................................................................................4

3.1. Envelhecimento da pele............................................................................4

3.2. Fatores do envelhecimento cutâneo facial................................................6

3.3. Peeling químico.........................................................................................6

3.3.1. Mecanismo de ação dos peelings químicos................................9

3.3.2. Principais princípios ativos para peelings químicos...................10

3.3.2.1. Alfa-hidroxiácidos.........................................................10

3.3.2.2. Beta-hidroxiácidos........................................................13

3.3.2.3. Poli-hidroxiácidos.........................................................13

3.3.2.4. Ácido tricloroacético (TCA)...........................................14

3.3.2.5. Solução de Jessner......................................................15

3.3.2.6. Ácido kójico..................................................................15

3.3.2.7. Ácido retinóico..............................................................17

4. METODOLOGIA...................................................................................................18

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................19

6. CONCLUSÃO........................................................................................................21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................22
RESUMO

O envelhecimento cutâneo é um processo progressivo e irreversível, influenciado


por diversos fatores que geram alterações severas em termos estéticos e funcionais,
afetando principalmente a face humana. Estão envolvidos nesse processo o
envelhecimento intrínseco ou cronológico, e o envelhecimento extrínseco, causado
por fatores ambientais, entre os quais destaca-se o fotoenvelhecimento. Os
principais sinais do envelhecimento cutâneo são rugas, manchas, pele seca, perda
de luminosidade e flacidez.

Um dos principais recursos utilizados para deter o envelhecimento da pele ou


melhorar a qualidade da pele são os tratamentos utilizados e definidos por feeling
químicos, onde se usam produtos químicos como alfa-hidroxiácidos, beta-
hidroxiácidos, poli-hidroxiácidos, acido retinóico, ácido tricloroacético, solução de
Jessner, ácido kójico, entre outros que proporcionam a esfoliação cutânea e
posterior renovação celular. Dependendo da concentração e do valor de pH em que
são empregados nas formulações, desencadeiam o peeling superficial, médio e
profundo.

Atuando no tratamento de manchas, envelhecimento cutâneo, melasma, acne,


evitando formação de cravos e também melhorando as cicatrizes, pois renova as
células, melhora a flacidez e rugas, os peelings bem executados promovem
resultados excepcionais.

O tratamento visa o bem-estar, qualidade de vida e saúde. O envelhecimento da


pele e um processo inevitável e progressivo, pelo qual todas as pessoas passam
devido o estilo de vida de cada um.

Este trabalho tem como objetivo fazer uma abordagem sobre o processo de
envelhecimento da pele e sobre a utilização dos peelings químicos no processo de
rejuvenescimento e tratamento facial.

PALAVRAS-CHAVE: Rejuvenescimento facial, peelings químicos, envelhecimento.


1. INTODUÇÃO

A busca por tratamentos estéticos vem crescendo a cada dia, e o objetivo


principal é melhorar, preservar e restaurar a beleza e a juventude, proporcionando
melhorias na qualidade de vida tanto na parte física como mental.

O conceito de beleza atualmente em vigor e procurado pela grande maioria


das pessoas é o da pele jovem, sem manchas ou rugas. Entretanto, com o avanço
da idade, a pele começa a sofrer alterações que modificarão seu aspecto
gradativamente, caracterizando o envelhecimento cutâneo.

Com a idade a pele transforma-se dando origem ao surgimento do aspecto


de pele sem viço. O motivo de tal transformação são as alterações decorrentes do
envelhecimento intrínseco e extrínseco da pele.

A pele, manto que reveste todo organismo, representa uma barreira


protetora, sendo o principal órgão de comunicação com o meio externo. É composta
por uma estrutura complexa de tecidos de naturezas diversificadas. Esta barreira
biológica é composta de três camadas: a epiderme, a derme e a tela subcutânea. A
função da pele é basicamente proteção e defesa contra agentes externos, com o
objetivo de manter o equilíbrio da superfície do corpo, livrando-o de danos físicos,
químicos e biológicos.

O rejuvenescimento da pele, segundo O que é o peeling (2008), é um


processo que preocupa muitas pessoas. As técnicas de rejuvenescimento vêm a
cada dia sendo aperfeiçoadas, não apenas pelos avanços tecnológicos, mas
também pela preocupação da população com sua saúde, aparência física e
longevidade.

Um dos recursos utilizados para melhorar a qualidade da pele são os


peelings químicos, também chamados de resurfacing químico, quimioesfoliação ou
quimiocirúrgia, que consiste na aplicação de agentes cáusticos a pele, produzindo a
destruição controlada da epiderme ou reepitalização. Dependendo da concentração
e valor do pH desses agentes cáusticos quando empregados nas formulações,
podem desencadear funções de peeling superficial, médio ou profundo. Os peelings
são capazes de corrigir marcas, manchas, alterações de envelhecimento, bem como
outras alterações da pele1.

1
Justifica-se assim, a importância deste trabalho, ao realizar um levantamento
bibliográfico sobre a utilização, nos tratamentos estéticos, de peelings químicos para
rejuvenescimento facial.

2
2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Fazer uma abordagem sobre o processo de envelhecimento da pele e sobre a


utilização dos peelings químicos no processo de rejuvenescimento e tratamento
facial.

2.2. Objetivos específicos

- Abordar sobre os principais fatores que levam ao envelhecimento cutâneo facial;

- Descrever sobre os principais agentes químicos utilizados nos peelings para


promoção do rejuvenescimento e tratamento facial.

3
3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Envelhecimento da pele

A busca pela saúde e estética sempre foi o grande objetivo do homem desde
a antiguidade na Grécia Antiga, sempre associando o nome saúde a higiene, uma
vez que a palavra higiene deriva de Higieria, a Deusa da saúde 2.

Como a estética é também uma questão cultural, ela está direcionada através
dos padrões de beleza de cada cultura, é impulsionada pela mídia, e padrões
globais.

O conceito de beleza atualmente em vigor e procurado pela grande maioria


das pessoas é o da pele jovem, sem manchas ou rugas. Entretanto, com o avanço
da idade, a pele começa a sofrer alterações que modificarão seu aspecto
gradativamente, caracterizando o envelhecimento cutâneo.

Envelhecer é um processo natural que ocorre desde que nascemos, porém,


fica mais evidente após a terceira idade. A “qualidade do envelhecimento está
relacionada diretamente com o ritmo de vida à qual o organismo foi submetido” 3.

A pele humana é formada por três camadas, a epiderme, a derme e a


hipoderme onde se encontra o tecido adiposo 4.

A epiderme é uma camada com profundidade diferente conforme a região do


corpo. Apresenta várias camadas. A origem da multiplicação celular é a camada
basal. Todas as outras são constituídas com células cada vez mais diferenciadas
que com o crescimento basal vão ficando cada vez mais periféricas, acabando por
descamar e cair5.

A derme é um tecido conjuntivo de sustentação da epiderme. É constituído


por (fibrilas de colágeno e elastina com numerosos fibrócitos que fabricam estas
proteínas e sustentam o tecido). Tem duas camadas, a camada papilar de contato
com a epiderme e a camada reticular mais densa. É na derme que se localizam os
vasos sanguíneos e linfáticos, que vascularizam a epiderme e também os nervos e
os órgãos sensoriais a eles associados6.

4
A derme vai perdendo seu suporte estrutural com o passar da idade,
tornando-se assim menos elástica, mais fina e menos resistente a alterações
mecânicas e a epiderme tende a se tornar seca, flácida e muito fina 7.

A pele, diferentemente dos outros órgãos, não envelhece harmoniosamente,


pois a exposição solar torna o processo de envelhecimento mais rápido e em maior
expressividade nas áreas mais expostas, levando assim, o chamado envelhecimento
precoce8.

O envelhecimento constitui o conjunto de modificações fisiológicas


irreversíveis e inevitáveis acompanhadas de uma mudança do nível de
homeostasia9. Os tecidos, como a pele, gradualmente passam por mudanças de
acordo com a idade, sendo estas alterações mais facilmente reconhecidas,
caracterizando-se por atrofia, enrugamento, diminuição da elasticidade, ptose e
lassidão, resultantes de uma pele senil10.

No processo do envelhecimento, podemos encontrar tanto causas genéticas,


hormonais e de estilo de vida, entrando neste conjunto fatores ambientais, tais como
luz do sol, patologias dermatológicas, dietas alimentares, vícios de bebida e tabaco,
entre outros, contribuindo desta forma para uma modificação desfavorável da pele 11.
No processo de envelhecimento ocorrem diversas alterações na pele, como:

- Estreitamento da junção-epidérmica, variação no tamanho e forma das células


basais, menor número de melanócitos e de celular de Langerhans na epiderme;

- Menor espessura, degeneração das fibras de elastina e diminuição de células e de


vascularização na derme;

- Menor número e estrutura alterada das glândulas sudoríparas e perda dos


melanócitos do bulbo capilar no anexos12.

A pele que foi exposta a fatores externos por muito tempo mostra alterações
mais graves do que aquelas que sofreram apenas o envelhecimento 12. Na pele
jovem e saudável, as camadas são espessas e a camada córnea da epiderme é
homogênea; enquanto que ao envelhecermos, as camadas da pele vão se tornando
mais finas, e a epiderme torna-se áspera13.

5
3.2. Fatores do envelhecimento cutâneo facial

O envelhecimento da pele participa das alterações involutivas que ocorrem


em diversos setores do organismo. Podemos considerar dois tipos distintos: o
envelhecimento intrínseco, ou verdadeiro, ou cronológico e o extrínseco ou
fotoenvelhecimento9.

O envelhecimento intrínseco (interno) é o envelhecimento que ocorre com a


passagem do tempo. Na pele envelhecida intrinsecamente, de destaca-se a
diminuição das fibras elásticas e alterações em componentes celulares, moleculares
e genéticos. Nesta, nota-se a perda da elasticidade, da turgescência, atrofia
cutânea, surgimento de rugas e flacidez 14. O envelhecimento extrínseco se dá
devido à exposição ao sol, ou “fotoenvelhecimento”, este por sua vez conduz a
degeneração das fibras elásticas e colágenas, leva o aparecimento de manchas
pigmentadas e a ocorrência de lesões pré-malignas ou malignas. A radiação UV
propicia a formação dos radicais livres, com isso, eleva o número de lesões
responsáveis pelo envelhecimento precoce, elevando assim o aparecimento de
câncer cutâneo15.

3.3. Peeling químico

O termo peeling é originado do verbo inglês “to peel”, que significa descamar,
esfolar, desprender. Também é conhecido como quimioesfoliação, quimiocirurgia ou
dermopeeling2.

Peeling é um procedimento que visa acelerar o processo de esfoliação


cutânea, promovendo a renovação celular, pelo uso de substâncias químicas. Dessa
forma, a pele adquire aspecto mais jovial e renovado 16. São procedimentos capazes
de corrigir as marcas, manchas, alterações causadas pelo envelhecimento cutâneo,
melhorando a aparência e a qualidade da pele, através da destruição química das
células epidérmicas. O peeling cutâneo proporciona uma melhora formidável da
pele, utilizando para isso, vários agentes químicos diferentes em variadas
concentrações e veículos, podendo utilizar-se de uma ou mais substâncias químicas
numa mesma formulação2.

Como resultado do peeling é a descamação, a pele torna-se renovada a partir


das camadas mais profundas, obtendo aspecto mais jovem, melhorando manchas e

6
rugas além da pele apresentar melhor capacidade e qualidade da elasticidade 17.
Essas alterações na pele ocorrem por meio de três mecanismos. O primeiro é a
estimulação do crescimento epidérmico mediante a remoção do estrato córneo.
Segundo por provocar a destruição de camadas específicas da pele lesada. Ao
destruir as camadas e substituí-las por tecido mais normalizado, obtém-se um
melhor resultado estético. Terceiro por induzir no tecido uma reação inflamatória
mais profunda que a necrose produzida pelo agente esfoliante. A ativação de
mediadores da inflamação pode induzir a produção de colágeno novo e de
substância fundamental na derme9.

Os peelings químicos tornaram-se tão populares na atualidade que já fazem


parte da rotina de vida de muitos pacientes. Diferentes agentes de peelings químicos
estão sendo combinados em novas formulações e isto tem permitido obter-se
melhores resultados e com um mínimo de efeitos colaterais indesejáveis 18.

São indicados para fotoenvelhecimento cutâneo em peles apresentando


rugas finas leves e moderadas; ceratoses seborreicas, acnéicas e liquenóides;
discromias, efélides; lentigos; melasmas epidérmicos e dérmicos; pigmentação pós-
inflamatórias. Também é indicado para cicatrizes superficiais como em pós-traumas,
pós-cirurgias e pós-acne. Por fim, adjuvante no tratamento da acne vulgar e de
Rosácea. Os peelings químicos são contraindicados nos casos de gravidez, devido
falta de estudos quanto à segurança. Antecedentes de cicatrizes hipertróficas e
queloides deve-se evitar peelings médios e profundos. Pacientes em uso de
isotretinoína devem aguardar ao menos um ano após o término da medicação, já
que esta causa reepitelização da pele. Radioterapia promove redução da
reepitelização. Procedimento cirúrgico prévios aguardar no mínimo três meses para
realização do peeling (laser e eletrólise). Pessoas com lesões ativas de acne,
herpes, processos inflamatórios ativos, verrugas planas, dermatite seborreica e
atópica, rosácea, doenças imunossupressoras não devem ser submetidos a essa
modalidade de peeling2.

O peeling químico é classificado em três tipos: superficial, médio e profundo,


assim descritos19.

Superficial: produzem necrose de parte ou de toda epiderme em qualquer


parte do estrato granuloso até a camada de células basais 20. As descamações

7
devem ser repetidas, para que alcancem melhores resultados. Essas descamações
superficiais das camadas da pele ativam os mecanismos biológicos que estimulam a
renovação e crescimento celular, o que deixará a aparência da pele mais saudável e
bonita. Dependendo da concentração e tempo de permanência do ativo na pele,
acarretará no aumento da espessura da epiderme e no aumento da produção das
fibras colágenas. Age corrigindo alterações superficiais da pele, como acne,
envelhecimento leve, melasma e rugas finas, utiliza-se como substância ativa os
alfa-hidroxiácidos (AHAs), beta-hidroxiácidos (ácido salicílico), ácido tricloroacético
(TCA), resorcinol, ácido azelaico, solução de Jessner, dióxido de carbono sólido e
tretinoína21. É ideal para quem tem pele clara, como loiras naturais ou orientais e
morenas claras. Deve ser evitado pelas mulheres negras, ou bronzeadas
artificialmente ou pelo sol, caso contrário podem aparecer manchas escuras 17.

Médio: produzem necrose da epiderme e de parte ou toda a derme papilar 20.


O peeling médio tem ação na derme papilar e utiliza como substâncias ativas
combinações de TCA com CO2, TCA com solução de Jessner, TCA com ácido
glicólico ou somente o TCA e resorcina 19. São mais agressivos e efetivos que os
peeligs superficiais, e retiram manchas e rugas de média profundidade 17. Os
peelings médios provocam descamação mais espeça e escura, de cuidados maiores
no pós peeling22. São indicados para rugas, hiperpigmentação (manchas escuras,
mais acentuadas), pele fotoenvelhecida (com excesso de exposição solar) e
cicatrizes1.

Profundo: produz necrose da epiderme e da derme papilar que se estende até


a derme reticular20. Sua ação se da nas camadas mais profundas da derme, a derma
reticular, agindo sobre as lesões mais profundas como rugas, flacidez, manchas,
cicatrizes, discromias actínicas, melasmas, lentigos, bem como atenuação de
sulcos. É definido, como sendo o peeling mais profundo o qual já se consegue
atingir. Utiliza-se como substâncias ativas o TCA a 50% e Fenol. É estabelecido
como um peeling extremamente agressivo, sendo indicado para as peles que
necessitam de renovação celular da camada mais profunda da derme, como as
peles muito envelhecidas. Neste peeling, se ocorrer lesões na camada basal, devido
sua ação, podem ocorre cicatrizes23.

Os critérios utilizados para indicação de cada tipo de peeling compreendem


idade, fototipo, área a tratar, grau de fotoenvelhecimento, objetivos a alcançar e
8
habilitação do médico aplicador, além dos fatores inerentes a cada paciente em
particular24.

3.3.1 Mecanismo de ação dos peelings

Partindo-se da estrutura física da pele, a mesma é formada por duas


camadas principais, a epiderme e a derme. A epiderme é subdividida em cinco
camadas mais finas, extratos corneum, lucidum, granulosum, spinosum e basal, e a
derme em duas camadas mais espessas a papilar e reticular 1.

Os peelings químicos irão interagir com as células epiteliais do sistema


tegumentar, que exibe a camada córnea com características específicas importantes
para a função barreira como a coesão entre as células, pouca ou ausência de líquido
intersticial. Abaixo da camada córnea encontra-se camadas diferenciadas como a
camada lúcida, granulosa, espinhosa e basal. Essas camadas se assentam sobre
um tecido de sustentação fibrilar chamado derme, constituído por um tecido
conjuntivo. A derme por sua vez repousa sobre a camada adiposa também
conhecida como tecido subcutâneo ou hipoderme 25,26,3.

O peeling causa alterações na pele por meio de três mecanismos. O primeiro


é a estimulação do crescimento epidérmico mediante a remoção do estrato córneo.
Segundo por provocar a destruição de camadas especificas da pele lesada. Ao
destruir as camadas e substituí-las por tecido mais normalizado, obtém-se uma mais
profunda que a necrose produzida pelo agente esfoliante.

Utilizam-se vários tipos de ácidos para realizar um peeling, de forma isolada


ou associações. O objetivo é que essa substância penetre na pele não apresentando
toxidade ao organismo e, conforme a profundidade atingida seja capaz de conseguir
benefícios nos tratamentos estéticos. Dependendo da alteração clínica a ser tratada
a escolha das substâncias devem ser compatíveis com o grau de penetração que se
deseja, podendo o esteticista utiliza-lo superficialmente 17.

Os peelings químicos causam alterações na pele por meio de mecanismos de


estimulação do crescimento epidérmico mediante a remoção do estrato córneo
destruição de camadas especificas da pele lesada, substituindo-as por um novo
tecido e a indução de uma reação inflamatória mais profunda que a agente
esfoliante9.

9
Com o passar do tempo a pele entra em acomodação e não responde mais
ao tratamento com ácidos e dessa maneira a renovação celular diminui, mas ocorre
o aumento do efeito do cosmético dos ácidos sobre a pele, melhorando a hidratação
e plasticidade. Todos esses benefícios justificam a utilização dos ácidos nos
procedimentos estéticos que buscam a correção inestética da superfície cutânea,
sendo fundamental o conhecimento do profissional para que ele tenha controle e
segurança na utilização da terapia17.

3.3.2. Principais princípios ativos para peeling químico

Entre as substancias ativas mais utilizadas nos peelings destacam-se os alfa-


hidroxiácidos (ácido glicólico, ácido mandélico, ácido lático,...), os beta-hidroxiácidos
(ácido salicílico), os poli-hidroxiácidos (gluconoloactona), o ácido tricloroacético
(TCA), solução de jessner, ácido kójico, ácido retinóico.

3.3.2.1 Alfa-hidroxiácidos (AHA)

O termo alfa-hidroxiácido foi introduzido no mercado dermatológico no ano de


1974, sendo utilizado para o tratamento tópico de ictiose. Atualmente, muitos
produtos tópicos que estão no mercado contêm um ou mais alfa-hidroxiácidos como
componentes primários da formulação. Os alfa-hidroxiácidos, são ácidos de
natureza, logo, quando utilizados nas formulações, as mesmas necessitam ser
neutralizadas para que alcancem uma faixa de pH entre 3 e 5, com objetivo de se
aproximar ao pH da superfície da pele que varia de 4,2 a 5,6, pois, acredita-se que a
eficácia tópica da formulação esta diretamente relacionada ao seu pH desejado 27.
Para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, pH é um importante elemento de
segurança, uma vez que podem estar evitando sequelas como cicatrizes,
discromias, hipercromias e infecções que em determinados casos podem ser
irreversíveis1.

São ácidos carboxílicos que tem um grupo hidroxil alcóolico na posição alfa.
São derivados de cana-de-açúcar, leite e frutas cítricas e incluem-se os ácidos
glicólico, lático, málico, cítrico, tartárico28.

A eficácia tópica de uma formulação que contém um alfa-hidroxiácido,


depende de dois fatores principais: a concentração biodisponível, que é a fração da
droga não alterada que chega a circulação sistêmica, e o veículo utilizado. O veículo

10
é muito importante na eficácia tópica de um alfa-hidroxiácido, tanto para uso
cosmético como para indicações dermatológicas. Alguns alfa-hidroxiácidos como:
ácido glicólico, ácido lático, ácido tartárico, ácido málico e ácido cítrico, são
altamente solúveis em água, cremes e ou loções feitos de emulsões óleo-em-água,
outros são mais solúveis em lipídios, que é o caso do ácido mandélico e ácido
benzílico, que são altamente solúveis em ungüentos ou em emulsões tipo água-em-
óleo27.

Os AHAs, em contato com a pele, têm a capacidade de diminuir a


concentração dos corneócitos na camada córnea da epiderme, facilitando a
renovação celular e tornando-a mais fina e mais permeável a outros ativos. Por esse
motivo são muito utilizados como coadjuvante de tratamentos de
antienvelhecimento, pois permitem a melhor absorção de ativos como vitaminas e
antioxidantes29.

Os alfa-hidroxiácidos são produtos de utilização em peelings superficiais,


indicados para rugas finas, lesões actínicas, melasma, efélides, acne, discromias,
peles rugosas, hiperpigmentação pós inflamatória, hiperqueratinizção,
fotoenvelhecimento e queratoses30. Exercem grande capacidade de umectância
aumentando sensivelmente a retenção de água no extrato córneo e
consequentemente a hidratação31.

Entre os AHAs destaca-se o ácido glicólico, derivado da cana de açúcar,


hidrossolúvel, conhecida como ácido hidroxiacético, ou ácido 2-hidroxietanóico 32. O
peeling por ácido glicólico é pouco irritante e pouco foto sensibilizante, ou seja, é
caracterizado por não ter efeito tóxico a nível sistêmico. Entretanto, deve-se sempre
observar a quantidade de concentração do ácido a ser usado, visando sempre o
nível superficial33.

O ácido glicólico é o mais comumente utilizado em peeling químicos em


consultórios de dermatologia e por esteticistas. É popularmente conhecido como
“peeling da hora do almoço”, porque pode ser feito durante a hora do almoço do
paciente e ele pode retornar a seu trabalho sem nenhum sinal indicador 34. Os alfa-
hidróxiacidos diferenciam-se pelo tamanho da molécula, sendo o ácido glicólico de
menor cadeia carbônica e, portanto, com maior poder de penetração na pele 35. Suas
indicações de uso principal são para acnes e rugas 36.

11
O ácido glicólico também aumenta a hidratação da pele, além da capacidade
de regular a queratinização e diminuir as ligações entre os corneócitos, aumenta e
elasticidade epidérmica35. O ácido glicólico, é utilizado na concentração de 40 a 70%
com efeito epidermolítico. Seu tempo de uso é variável, entretanto, deve-se
permanecer na face em média por 5 minutos. Após esse tempo neutraliza-se com
água ou substância como bicarbonato de sódio 37.

No grupo dos AHA temos o ácido mandélico obtido do extrato de amêndoas


amargas. É considerado um dos AHA de maior peso molecular que significa que a
pele absorve lentamente favorecendo um efeito uniforme e minimizando os
transtornos comuns na aplicação de ácidos 17. Tem sido largamente utilizado em
tratamento de pele como fotoenvelhecimento, hiperpigmentação (inclusive para
peles mais morenas) e acne. Tem sido usado há muitos anos devido ao poder
antisséptico isto atesta sua atividade antibacteriana quando usado topicamente. É
uma substância atóxica. Por ser menos irritativo que os outros ácidos e,
principalmente, por não reagir ao sol o ácido mandélico é uma excelente opção para
quem precisa tratar a pele durante todo o ano, principalmente no verão. Além disso,
os efeitos são percebidos rapidamente e duram bastante tempo 38.

Combate também os agentes inflamatórios e infecciosos responsáveis pela


acne e por outras infecções cutâneas. Além disso, também diminui os cravos, é
utilizado também para preparar as peles para o peeling a laser e para auxiliar na
recuperação da pele após a cirurgia a laser. Sua formulação em gel fluído, promove
um peeling que atua de maneira homogênea e superficial. É usado em conjunção
com peeling abrasivo, de ação química e mecânica que possui base cremosa
abrasiva que ao ser massageada produz um polimento, removendo parte do extrato
córneo38.

Na acne, o Ácido mandélico age durante o processo infeccioso, combatendo


as bactérias e prevenindo a formação de novas, além de trabalhar na cicatrização,
colaborando com o tratamento de eventuais sequelas 38.

No caso da hiperpigmentação, o produto atua na inibição da síntese da


melanina e na melanina já depositada na superfície da epiderme, ajudando a
promover uma eficaz remoção dos pigmentos hipercrômicos. Usado para estimular o
turn over celular e na remoção da capa córnea fotoenvelhecida 38.

12
O ácido lático, outro AHA, é extraído do leite azedo, por meio de fermentação
bacteriana, responsável por promover a hidratação da pele. Em altas concentrações
promove a esfoliação e renovação da pele, sempre mantendo seu pH de
estabilidade de 3,5 a 4,5 com máxima concentração de 10% 29

3.3.2.2 Beta–hidoxiácidos (BHA)

Os beta-hidroxiácidos possuem um grupo hidroxil na posição beta, possui


como membro o ácido salicílico. O ácido salicílico é extraído do Salix Alba (salgueiro
branco), usado em concentração de no máximo 20% 17. Foi sintetizado quimicamente
em 1860 e tem sido utilizado extensamente no tratamento dermatológico como
agente ceratolítico, para tratamento de acne. Trata-se de um pó branco solúvel em
álcool, e levemente solúvel em água. Sua ação ceratolítica se da pela sua
capacidade de solubilização das proteínas da superfície celular, resultando na
descamação dos resíduos ceratolíticos da pele. Deve ser utilizado em
concentrações de 3,0 a 6,0%, pois acima desta concentração pode ser destrutivo
para a pele2.

3.3.2.3 Poli-hidroxiácidos (PHA)

Os poli-hidroxiácidos (PHAs) são ácidos carboxílicos que possuem


grupamento hidroxila, sendo os representante mais comuns o ácido glucônico e o
ácido lactobiônico.

Esta classe apresenta moléculas maiores, o que reduz os efeitos adversos


causados pelos alfa-hidroxiácidos, pois penetram mais lentamente na pele. Além
disso, são umectantes e antioxidantes, auxiliando na prevenção do
fotoenvelhecimento, na redução o acúmulo de escamas, pois são capazes de
normalizar a reposição celular e a esfoliação, podendo estimular a produção de
ceramidas para reforçar a função de barreira 39.

O efeito antioxidante dos PHAs pode ser um possível mecanismo de


resistência à irritação, sendo indicados para pessoas de pele sensível, já que são
moléculas altamente hidratantes para as quais foram descritas atividades
antioxidantes. Fazem parte do grupo dos poli-hidroxiácidos a gluconolactona que é
um delta-lactona do ácido glutâmico obtido pela oxidação da glicose do milho 31.

13
A gluconolactona proporciona proteção contra os danos causados por radicais
livres produzidos pela exposição solar e pela inflamação crônica da pele prejudicada
pelo sol40. Tem ação umectante e hidratante por reestruturar a epiderme, renovador
celular e antioxidante. É indicado para fotoenvelhcimento, acne e rosácea, incluindo
linhas de expressão, rugas, hiperpigmentação e aumento de firmeza 30.

Outro ativo é o ácido lactobiônico que é um ácido orgânico conhecido como


mácido galactoglucônico, obtido pela oxidação química ou microbina da lactose,
promove efeito rejuvenescedor, revitalizante, cicatrizante, hidratante e combate os
radicais livres. Concentração de 2% a 10% e pH entre 3,0 e 5,0 31.

O ácido lactobiônico é comumente encontrado no leite, tendo amplo uso


comercial, devido a sua forte atividade antioxidante 30.

3.3.2.4 Ácido tricloroacético (TCA)

O ácido tricloroacético é um pó cristalino, altamente solúvel em água. Quando


utilizado para fins de rejuvenescimento são excelente no tratamento de pele
acnéicas danificadas, bem como para cicatrizações e rugas profundas 41. É um
peeling amplamente utilizado pelos médicos, devido sua ausência de toxicidade
sistêmica, sendo solicitados nas formulações cuja concentração varia entre 10 a
80%42.

TCA tornou-se o ácido preferido para os peelings químicos de profundidade


superficial e média, apesar de que pode ser utilizado nos peelings mais profundos,
mas existe um consenso de que nesta ultima situação, é, geralmente um
procedimento mais arriscado do que o peeling profundo de fenol. O peeling de TCA
pode ser considerado de superficial e média profundidade se usado a 50 %. Esta
indicada na ocorrência das seguintes situações: melasmas, efélides, cicatrizes de
acne, queratose actinicas, rugas finas, hiperpigmentação pós-inflamatória,
fotoenvelhecimento. Remove a camada superficial da pele ou até a própria derme,
(dependendo da concentração), fazendo emergir um novo tecido. Estimula a
produção de fibras colágenas substancias que garantem a elasticidade e a firmeza
da pele43.

14
3.3.2.5 Solução de Jessner

A solução desenvolvida por Max Jessner é composta por ácido salicílico 14%,
ácido lático 14% e resorcina 14% em álcool 95. O ácido salicílico é fotossensível, e o
ácido láctico absorve a água existente no ar, portanto a solução é sensível à luz e ao
ar. É peeling indicado para acne comedoniana, hiperpigmentação pós-inflamatória,
melasma e fotoenvelhecimento leve. Seu mecanismo de ação baseia-se na
propriedade queratolítica do ácido salicílico e da resorcina e na ação de
epidermólise do ácido lático. A penetração depende do número de camadas,
podendo-se chegar a peelings médios. Provoca ardência e pode ou não ser retirado
com água. Pode ser feito na face e no corpo (pescoço, dorso), porém para evitar
risco de salicismo, deve ser feito em uma área a cada sessão. As complicações
estão relacionadas à toxicidade sistêmica da resorcina e do ácido salicílico, e se
baseiam na quantidade dessas substâncias absorvidas, que varia com a extensão
da área tratada e o número de camadas aplicadas. A intoxicação por resorcina
provoca tremores, colapso circulatório, hematúria, meta-hemoglobulinemia,
metaglobinúria e hipotireoidismo. Podem também ocorrer tonturas ou síncopes
provocadas pela vasodilatação consequente ao uso da resorcina. A prevenção é
feita realizando-se o procedimento preferencialmente com o paciente deitado e com
a orientação de que se levante lentamente ao final do procedimento 44.

3.3.2.6 Ácido kójico

Ácido kójico é uma substância produzida por um cogumelo japonês chamado


kojico, utilizado também na fermentação do arroz para produção de saque. O ácido
kójico não causa irritação nem fotossensibilização no usuário, possibilitando seu uso
até mesmo durante o dia. Além disso, o ácido kójico não oxida como muitos
clareadores cutâneos e pode ser associado ao ácido glicólico.

Propriedades: as hiperpigmentações são, em geral, distúrbios caracterizados


pelo aumento de melanina e outros pigmentantes na pele. Os principais
desencadeadores são as radiações solares, os hormônios sexuais e agentes
externos, fontes de radicais livres. O ácido kójico é um dos despigmentantes
naturais mais eficientes do mercado, por isso tem sido muito usado com excelentes
resultados; tem ocupado posição de destaque entre as substâncias usadas para o
clareamento de vários tipos de hipercromias cutâneas.

15
Indicações: Além do seu efeito despigmentante, o ácido kójico também atua
como antiséptico impedindo a proliferação de fungos e bactérias na pele. Ele
também tem ação antioxidante ajudando na prevenção do envelhecimento cutâneo e
pode ser usada em formulações junto com ácido glicólico, vitamina C, entre outros
ativos.

Mecanismo de ação: ácido kójico age inibindo a formação da melanina. Ele


quela os íons cobre e bloqueia a ação da tirosinase, acabando com as manchas. O
efeito do ácido kójico ocorrerá após 2 a 4 semanas de uso contínuo. Algumas
pessoas podem demorar um pouco mais, especialmente aquelas com pele oleosa
ou muito espessa. Os resultados vão melhorando à medida que se continua a
aplicação por até 6 meses.

Vantagens: a vantagem desse produto está na suavidade de ação sobre


apele. O ácido kójico não causa irritação nem fotossensibilização no usuário,
possibilitando seu uso até mesmo durante o dia. Além disso, o ácido kójico não
oxida como muitos clareadores cutâneos e pode ser associado ao ácido glicólico 45.

Ácido kójico é um potente despigmentante natural. Ele inibe a ação da


tirosinase como quelante de íons, promovendo a diminuição da formação de
melanina, acabando com as manchas, principalmente as faciais, não são estéticas e
causam alguns transtornos que dificultam o bem-estar do indivíduo no âmbito
psicossocial. Nota-se que todas as partes do corpo não exibem a mesma cor. A
espessura da pele, os vasos sanguíneos superficiais (dependendo do número e
estado de sua dilatação, bem como a sua aproximação com a superfície da pele) e
pigmentos como carotenóides afetam a percepção da cor, a quantidade de melanina
produzida pelos melanócitos determina a cor.

As hiperpigmentações são, em geral, distúrbios caracterizados pelo aumento


de melanina e outros pigmentantes na pele. Os principais desencadeadores são as
radiações solares, os hormônios sexuais e agentes externos, fontes de radicais
livres. Por esta razão, pesquisas para o desenvolvimento de produtos clareadores
focam, principalmente, a redução da produção de melanina nos melanócitos. São
utilizados em concentrações compreendidas entre 0,005 e 4% em cremes e loções
não iônicas, géis, géis-creme e loções aquosas clareadoras.

16
Como o ácido kójico é menos irritante, mais suave e não causa
fotossensibilização no usuário possibilita seu uso até mesmo durante o dia, além
disso, o ácido kójico não oxida, podendo ser associados com outros agentes
despigmentantes como o ácido glicólico46.

3.3.2.7 Ácido retinóico

Também denominado de Vitamina A ácida, seu uso é justificado por promover


a compactação da camada córnea, espessamento epidérmico e aumentar a síntese
do colágeno. Responsável por estimula os queratinócitos, por melhorar a distribuição
dos melanócitos e por produzir uma normalização epidérmica; elimina os
queratinócitos atípicos e impede a formação de queratoses, sendo indicado para o
tratamento do fotoenvelhecimento, portanto atua em patologias onde há
hiperqueratinização e é também associado a agentes despigmentantes nos
tratamentos de hipertrofias, também é muito utilizado no tratamento da acne por ter
ação comedolítica e esfoliante47. O ácido retinóico faz com que os queratinócitos no
poro percam a coesão e soltem-se uns dos outros à medida que atingem a camada
córnea. Aumentando o fluxo sanguíneo nas áreas onde é aplicado, aumentado o
aporte de glóbulos brancos (leucócitos) para o local 48. É largamente utilizado no pré
peeling químico e a laser, como preventivo da hiperpigmentação pós-inflamatória 47.

O ácido retinóico pode ser utilizado no rosto, mãos, colo, pescoço, dorso e
braços, além de está disponível em várias concentrações 0,01% a 0,1% em cremes
ou gel para uso pelo próprio paciente e em concentrações mais elevadas (1 a 5%)
para uso em consultório, sob supervisão médica.

17
4. METODOLOGIA

O trabalho desenvolvido seguiu os preceitos de uma análise bibliográfica,


acerca dos temas ligados à pesquisa, buscando fundamentar este estudo quanto às
possibilidades e potencialidades da utilização de peelings químicos no
rejuvenescimento facial, utilizando para isso os descritores de peelings químicos, os
principais ácidos e os tipos de pele a ser aplicados. Para isso, foram coletados
dados através de livros referentes ao tema, artigos científicos, periódicos, sites
relacionados à área da saúde fazendo uma abordagem sobre o tema que vai de
1991 a 2013.

18
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O aspecto da pele é cada vez mais importante para um maior número de


pessoas, uma vez que sua função principal é a proteção do organismo contra
ameaças físicas externas, pois se trata do maior órgão do corpo humano.
Juntamente com a melhoria das condições de saúde, a população vem buscando
um aumento na expectativa de vida, culminando com o envelhecimento
populacional, o que passou a exigir maiores cuidados para atenuar e prevenir alguns
dos processos de envelhecimento da pele2.

O envelhecimento constitui o conjunto de modificações fisiológicas


irreversíveis e inevitáveis acompanhadas de uma mudança do nível de homeostasia.
Podem-se considerar dois tipos de envelhecimento distintos: o envelhecimento
intrínseco, verdadeiro ou cronológico, que é o que ocorrem naturalmente com o
passar do tempo de vida e, o envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento que
surge nas áreas expostas ao sol, devido ao efeito repetitivo da ação dos raios
ultravioleta, as modificações surgem em longo prazo e se superpõe ao
envelhecimento intrínseco, onde a pele mostra-se precocemente alterada. O
envelhecimento intrínseco pode ser distinguido do envelhecimento extrínseco de
acordo com o conjunto de características apresentadas pelo tecido cutâneo
envelhecido9.

O peeling químico, também conhecido como quimioesfoliação ou dermo


peeling, consiste na aplicação de um ou mais agentes esfoliantes na pele,
resultando na destruição de partes na epiderme e/ou derme, seguida de
regeneração dos tecidos epidérmicos e dérmicos 1.

Os ácidos são todas as substâncias que possuem seu Ph inferior ao da pele,


transformando-a em uma região ácida, proporcionando um peeling químico
(esfoliação) que poderá ser muito, superficial, médio ou profundo dependendo de
sua porcentagem e seu Ph 1. O peeling superficial tem ação na epiderme e utilizam-
se como principais substâncias ativas os alfa-hidroxiácidos (AHAs), beta-
hidroxiácidos (ácido salicílico), poli-hidroxiácidos, ácido tricloroacético (TCA), ácido
mandélico, solução de jessner, ácido kójico, ácido retinóico. O peeling médio tem
ação na derme papilar e o peeling profundo tem ação na derme reticular 43

Basicamente o peeling atinge três profundidades, isto varia dependendo do


resultado que se quer atingir e do motivo para o qual esta sendo realizado o
peeling15. Tal substância química induz a uma acelerada esfoliação e renovação
celular, que se for manuseada por um profissional habilitado com produtos e local
adequados, é um procedimento confiável e seguro 20.

Os principais motivos estéticos para a utilização do peeling facial são:


clareamento da pele, envelhecimento da pele (rugas) por fatores extrínsecos ou
intrínsecos, hiperpigmentação ou pigmentação heterogênea, tratamento da acne,
cicatrizes, lentigos actínicos, queratoses solares, seborréicas, psoríase. Sendo que

19
cada pele e cada caso necessitam de um tratamento específico, em grau e em
produto, para cada indivíduo15, 31.

Por tanto, o peeling químico é uma técnica usada para melhorar a aparência
da pele. Uma solução química conhecida como resurfacing é aplicada na pele,
provocando a sua separação, descamação e o surgimento de uma nova pele mais
lisa e menos enrugada. Os peelings químicos estão entre as mais antigas formas de
rejuvenescimento da pele e constituem um grupo específico de tratamentos.

Seu principal benefício é a regeneração dos tecidos epidérmicos e dérmicos


através de um ou mais agentes esfoliantes na pele 36.

Reduz significativamente a velocidade do processo de envelhecimento e


outros agravos através do processo de esfoliação-abrasão-descamação de células
superficiais da pele, trazendo melhorias na sua textura, aparência mais luminosa,
tirando manchas de acne, marcas superficiais, além de garantir mais elasticidade.

20
6. CONCLUSÃO

Envelhecer faz parte da nossa história, porém alternativas para minimizar os


efeitos do tempo são atualmente muito desejadas, tanto pelos homens quanto pelas
mulheres. Uma pele saudável e viçosa garante ao indivíduo um convívio mais
tolerante e aceitável com a idade.

Baseado no fato da população estar mais preocupada com a saúde da pele


os peelings se tornaram um tratamento muito bem aceito, desde que aplicados com
profissionais aptos para tal.

Desta forma, peelings nada mais são do que preparações utilizadas para
esfoliar e descamar a pele. Tem como objetivo a remoção das camadas da pele de
modo controlado com finalidade de obter uma renovação dos tecidos epidérmicos e
dérmicos, sendo que para cada peeling existe um tipo de indicação. Por tanto, ao se
falar de prevenção ou tratamento do cutâneo, podemos citar a aplicação de peelings
químicos para o rejuvenescimento facial e tratamento de rugas, melanoses,
queratoses actínicas, melasma, hiperpigmentação, acnes e suas sequelas, cicatrizes
atróficas, clareamento da pele.

21
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