Tecido Epitelial
- Tecido Epitelial de Transição: o formato das células muda
Características
- Apresentam células justapostas, bem unidas, com
substância intercelular escassa ou ausente.
- São avascularizados, ou seja, não há contato direto de suas
células com as paredes dos vasos sanguíneos.
- Nutrição por difusão a partir de capilares sanguíneos
existentes no tecido conjuntivo subjacente (camada: lâmina
própria).
Essa camada é vascularizada e, assim, por difusão,
os nutrientes passam da lâmina própria para o
epitélio, que está logo acima.
Separando epitélio da lâmina própria, existe uma
camada acelular denominada lâmina basal,
constituída principalmente de proteínas e
glicoproteínas sintetizadas pelas células epiteliais.
- Os epitélios são inervados, ou seja, recebem terminações
nervosas livres, que, às vezes formam uma rica rede
intraepitelial.
- Possuem uma constante renovação de células feita por uma
atividade mitótica contínua. Assim, as células epiteliais são
consideradas células lábeis.
- Pode ter origem dos três folhetos embrionários.
Tecido Epitelial de Revestimento
- Recobrem e protegem toda a superfície externa do corpo,
bem como as cavidades do organismo.
- Tecido Epitelial Simples: apresenta uma única camada de
células apoiadas sobre a lâmina basal.
Ideal para funções relacionadas à absorção.
- Tecido Epitelial Estratificado: é constituído por várias
camadas de células apoiadas sobre a lâmina basal.
Ideal para funções relacionadas à proteção.
- Tecido Epitelial Pseudoestratificado: apresenta uma
camada com células de diferentes alturas.
de acordo com o grau de distensão ao qual o epitélio está
sendo submetido. É encontrado no revestimento interno da
bexiga.
Tecido Epitelial Secretor ou Glandular
- É formado por células epiteliais especializadas em produzir
secreções.
- Glândulas: estruturas que se originam de células epiteliais
de revestimento que se proliferam e invadem o tecido
conjuntivo adjacente e depois se diferenciam.
Merócrinas: são aquelas cujas células eliminam os produtos
secretados sem perda de nenhuma parte do citoplasma
celular. Ex: glândulas lacrimais e salivares.
Apócrinas: são aquelas cujas células eliminam a secreção
juntamente com uma parte do seu citoplasma. A parte do
citoplasma perdida regenera-se logo em seguida. Ex:
glândulas mamárias e sudoríparas.
Holócrinas: são aquelas cujas células morrem e se
fragmentam com a produção da secreção, restando, no final,
a secreção e os restos celulares que juntos são eliminados em
um determinado local do corpo.
Exócrinas: glândulas que eliminam suas secreções na
superfície externa do corpo ou no interior de uma cavidade
externa do organismo.
Endócrinas: são aquelas que não possuem dutos excretores e
eliminam suas secreções na corrente sanguínea. Suas
secreções geralmente são hormônios e exercem ação
reguladora em nosso organismo.
Anfícrinas: glândulas que são exócrinas e endócrinas ao
mesmo tempo.
Pele
- Epiderme:
Origem: ectodérmica.
Camadas: basal (renovação), espinhosa, granular,
lúcida e córnea (morta, possui alta concentração de
queratina).
É avascular.
- Derme:
É a matriz de suporte da epiderme.
Origem: mesodérmica.
Constituída de tecido conjuntivo
Contém vasos sanguíneos e linfáticos.
 Tecido Conjuntivo
Originado a partir do mesoderma e apresenta diversos tipos de
células, separadas por abundante substância intercelular ou
matriz. Além disso, é vascularizado (com exceção do tecido
cartilaginoso).
Principais Células
- Fibroblastos: são células volumosas, de contornos
irregulares, mostram-se com aspecto estrelado e, às vezes,
com expansões ramificadas do citoplasma. Além disso, são
responsáveis pela produção da substância intercelular e
apresentam o REG e o complexo golgiense bastante
desenvolvidos para a grande atividade de síntese proteica.
- Macrófagos: células grandes, móveis, que se deslocam por
movimentos ameboides. Sua função é limpar o tecido,
fagocitando agentes infecciosos que penetram no corpo e,
também, restos de células mortas.
- Adipócitos: são células volumosas, arredondadas, que
armazenam grande quantidade de gordura no citoplasma.
- Mastócitos: são células grandes, globosas, de citoplasma
granuloso. Essas granulações são acúmulos de heparina e
histamina. Além disso, são encontrados, especialmente, junto
aos vasos sanguíneos.
- Plasmócitos: são células pequenas, ovaladas, com um RER
muito desenvolvido. São células de defesa, uma vez que
produzem anticorpos contra substâncias e contra micro-
organismos estranhos. Se originam dos linfócitos B.
Fibras
- São filamentos proteicos encontrados dispersos na
substância amorfa (substância que preenche os espaços
entre as células e as fibras do conjuntivo).
- Fibras Colágenas: são as mais grossas, são flexíveis,
brancas, possuem grande resistência e são constituídas por
colágeno.
- Fibras Elásticas: são as mais finas, de coloração amarela e
são constituídas por elastina.
- Fibras Reticulares: são as mais delgadas e se entrelaçam de
forma a constituir um retículo. São constituídas por colágeno
associado a glicídios.
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito
- Características:
Diversidade celular.
Matriz extracelular abundante.
Rico em fibras.
Vascularizado.
TCPD Frouxo: tecido onde não há predomínio acentuado de
nenhum elemento. Suas fibras estão dispostas sem qualquer
orientação. Além disso, é de consistência delicada, flexível e
pouco resistente à tração. Esse tecido forma a lâmina
própria, que apoia e nutre o tecido epitelial.
TCPD Denso: há predomínio de fibras colágenas em relação
às células e é muito resistente.
Denso modelado: fibras dispostas paralelamente.
Denso não modelo: fibras dispostas
desordenadamente.
Tecido Conjuntivo Adiposo
- Características:
Pouco material extracelular.
Células: adiposas (adipócitos); ricas em lipídios.
Vascularizado e inervado.
Em suas células, há inclusões de gorduras.
- Funções:
Reserva energética.
Isolamento térmico e geração de calor.
Amortecimento.
Dimorfismo sexual.
- As células adiposas se originam no embrião, a partir dos
lipoblastos, derivados das células mesenquimatosas
indiferenciadas. Após o nascimento, as células adiposas não
se dividem mais, e o crescimento do tecido ocorre devido ao
acúmulo de lipídios nos adipócitos.
Tecido Adiposo Unilocular: suas células são grandes e
possuem o citoplasma preenchido por uma volumosa gota de
gordura, cuja quebra libera energia para o metabolismo.
A coloração desse tecido varia graças ao acúmulo
de carotenoides dissolvidos nas gorduras.
Lipólise: ocorre em momentos em que é necessário
possuir grande quantidade de energia. Ocorre
graças à ação da noradrenalina.
Lipogênese: ocorre em resposta ao hormônio
insulina.
Tecido Adiposo Multilocular: possui células menores do que as
do tecido unilocular, têm forma poligonal e apresentam em
seu citoplasma várias gotículas de gordura e numerosas
mitocôndrias. Sua coloração parda deve-se à vascularização
abundante e às numerosas mitocôndrias presentes em suas
células.
Graças à grande quantidade de mitocôndrias, esse
tecido age na produção de calor e é muito frequente
em animais que hibernam.
 Ocorre predominantemente em fetos e recém-
nascidos, protegendo-os contra o frio excessivo.
Tecido Conjuntivo Hematopoiético
- Características:
É formado por fibras reticulares em íntima
associação com células reticulares primitivas, que
são, na realidade, fibroblastos especializados na
produção de fibras reticulares.
Tecido Mioeloide: encontrado no interior dos ossos, formando
a medula óssea vermelha ou hematógena, é responsável pela
produção de hemácias, plaquetas e leucócitos.
Tecido Linfoide: encontrado espalhado pelo corpo,
principalmente no timo, no baço e nos gânglios linfáticos
(linfonodos). Nesse tecido ocorre a maturação de linfócitos.
Tecido Cartilaginoso
- Características:
É um tecido avascular.
Possui uma matriz rica em colágeno e elastina.
Os nutrientes provêm, por difusão, dos vasos
sanguíneos existentes no pericôndrio. As
substâncias se difundem lentamente do pericôndrio
para a matriz cartilaginosa, o que explica o baixo
metabolismo da cartilagem e a dificuldade dos
processos de regeneração desse tecido.
Não possui sensibilidade.
- Células:
Condroblastos: células cartilaginosas jovens, com
intensa atividade metabólica, responsáveis pela
fabricação da matriz cartilaginosa.
Condrócitos: células cartilaginosas adultas,
originárias dos condroblastos.
- Tipos de cartilagem:
Cartilagem hialina: se caracteriza por possuir uma
quantidade moderada de fibras colágenas e não ter
fibras elásticas. Forma o primeiro esqueleto do
embrião.
Traqueia, brônquios, meniscos (recobrem os ossos) ...
Cartilagem elástica: além de fibras colágenas,
também possui fibras elásticas entrelaçadas, o que
lhe confere maior elasticidade. Menos sujeita a
processos degenerativos.
Pavilhão auditivo e epiglote.
Cartilagem fibrosa (fibrocartilagem): sua matriz é
constituída quase que exclusivamente de fibras
colágenas dispostas em espessos feixes. É a
cartilagem mais resistente que existe no organismo.
Discos intervertebrais e sínfise pubiana.
Tecido Ósseo
- Características:
É formado pela substância intercelular, denominada
matriz óssea.
Possui uma parte orgânica (fibras colágenas) e uma
parte inorgânica (mineral, formada por cristais de
fosfato de cálcio. Enquanto os minerais conferem
dureza, o colágeno dá flexibilidade e resistência ao
tecido ósseo.
Ao remover:
Cálcio: o osso fica muito flexível.
Colágeno: o osso fica quebradiço.
- Células ósseas:
Osteoblastos: células jovens que são muito ativas e
atuam diretamente na manutenção da matriz óssea.
Osteócitos: células adultas pouco ativas que
sintetizam a parte orgânica da matriz.
Osteoclastos: células que decompõem a matriz
óssea, retirando cálcio do osso para mandar para o
sangue ou músculos.
Tecido Ósseo Primário (imaturo): é o primeiro tecido ósseo
formado em um determinado local. Nele, as fibras colágenas
formam feixes dispostos irregularmente e a matriz apresenta
menor quantidade de minerais.
Tecido Ósseo Secundário (maduro, lamelar): possui
osteoplastos dispostos em camadas concêntricas em torno de
canais, os canais centrais (canais de Havers). Cada canal
central contém vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo
frouxo.
- Processo de formação dos ossos: ossificação ou
osteogênese.
Ossificação intramembronosa ou conjuntiva: é feita
a partir de uma membrana de tecido conjuntivo
embrionário. O tecido começa a se formar às custas
de osteoblastos resultantes da diferenciação de
células mesenquimatosas. É o processo formador dos
ossos chatos do organismo, como os do crânio.
Ossificação endocondral ou intracartilaginosa: é
feita a partir de um molde de cartilagem hialina,
cuja morfologia é semelhante à do nosso osso que
vai se formar, porém de tamanho menor. O tecido
cartilaginoso vai sendo gradualmente substituído
pelo tecido ósseo. Esse processo é responsável pelo
crescimento em comprimento dos ossos longos,
contribuindo também para a formação dos ossos
curtos.
- Fratura: ao quebrar um osso, há a ação dos osteoclastos
para promover a regeneração.
Tecido Sanguíneo
- É constituído de uma substância intracelular líquida,
denominada plasma, e de elementos celulares (elementos
figurados), representados pelas células sanguíneas e por
fragmentos de células denominados plaquetas.
- Plasma sanguíneo: é constituído de cerca de 90% de água
e de 10% de substâncias orgânicas diversas e íons minerais.
Aumento da Volemia = Aumento da Pressão Arterial
- Elementos celulares:
Glóbulos vermelhos (eritrócitos, hemácias): são produzidos na
medula óssea vermelha, a partir de células denominadas
eritroblastos, e constituem as células sanguíneas mais
numerosas. Além disso, são responsáveis pelo transporte de
O2, CO2, H+ e CO.
Anemia: situações em que a taxa de hemácias
diminui no sangue ou, então, o número de hemácias
pode ser normal, mas cada uma delas pode conter
pouca hemoglobina e, consequentemente, o O2.
Hiperglobulia compensatória ou Policitemia:
aumento do número de hemácias em regiões de
grande altitude, onde a disponibilidade de O2 no ar
atmosférico é baixa. Os rins produzem o hormônio
eritropoetina que, por sua vez, estimula a produção
de hemácias (eritropoiese). As baixas tensões de O2
nas grandes altitudes estimulam a maior produção
dessas células e a entrada de um maior número
delas na circulação.
Hemocaterese: por serem continuamente renovadas,
tornam-se necessárias a remoção e a consequente
destruição das hemácias envelhecidas, o que é feito,
principalmente pelo baço e também pelo fígado. As
células de Kuppfer do fígado têm como função
fagocitar hemácias velhas e liberar o ferro contido
nas moléculas de hemoglobina.
As hemácias circulantes dos mamíferos são
anucleadas. Nos demais vertebrados, são nucleadas.
Em virtude de não possuírem núcleo e nem
organelas, as hemácias não se reproduzem, não
sintetizam proteínas, têm um metabolismo
relativamente baixo e sua vida é curta.
Glóbulos brancos (leucócitos): são formados na medula óssea
vermelha, são as maiores células sanguíneas, sendo que
alguns sofrem maturação nos chamados órgãos linfoides.
Leucocitose: aumento do número de leucócitos em
decorrência de uma infecção.
Leucopenia: queda do número de leucócitos, o que
compromete as defesas naturais do organismo
contra os agentes invasores.
Os leucócitos são células nucleadas que têm uma
vida média curta e possuem a capacidade de
realizar diapedese, ou seja, podem atravessar as
paredes dos vasos sanguíneos, penetrar outros
tecidos e, assim, combater corpos estranhos ou
invasores que não estejam na corrente sanguínea.
Leucócitos granulócitos: possuem o citoplasma
repleto de granulações compostas por lisossomos e
outras composições químicas.
Neutrófilos: no adulto, são os leucócitos mais abundantes
e, em geral, têm núcleo tribulado (com três lóbulos). São
muito ativos na fagocitose de elementos estranhos ao
organismo. Englobam e digerem micro-organismos
invasores. Os neutrófilos mortos, em decomposição, são
denominados piócitos. O acúmulo desses restos de
neutrófilos com bactérias e toxinas caracteriza o pus.
Eosinófilos: em doenças alérgicas ou provocadas por
parasitas intestinais, há um aumento do número dessas
células.
Basófilos: são os menos numerosos, apresentam núcleo
volumoso morfologicamente irregular. Fazem fagocitose,
embora não sejam muito ativos nessa função. Eles se
destacam mais na produção de heparina (substância
anticoagulante) e de histamina (substância
vasodilatadora).
Leucócitos agranulócitos: não possuem granulações
no citoplasma.
Monócitos: podem sair do sangue e alojar-se em outros
tecidos, dando origem a diferentes tipos de células, que
têm em comum a grande capacidade de fagocitose. Os
monócitos e todas as células a que eles dão origem
formam o chamado sistema mononuclear fagocitário.
Atacam qualquer invasor que esteja marcado
imunitariamente.
Linfócitos: apresentam um núcleo volumoso e não
possuem granulações no citoplasma e estão relacionados
com a produção de anticorpos. Certos linfócitos são
capazes de atravessar as paredes dos vasos sanguíneos
e penetrar no conjuntivo propriamente dito, onde
transformam-se em plasmócitos.
Linfócitos B: por movimentação ameboide, penetram
nos capilares sanguíneos e são levados pelo sangue
para órgãos linfáticos, onde proliferam quando
ativados por antígenos e se diferenciam em
plasmócitos produtores de anticorpos
Linfócitos T: seus precursores originam-se na medula
óssea, penetram no sangue, são retidos no Timo,
onde proliferam e se diferenciam em linfócitos T que,
novamente sangue, vão ocupar áreas definidas nos
outros órgãos linfáticos. Assim, reconhecem e
sinalizam a presença de invasores.
Plaquetas (trombócitos): são fragmentos celulares sem
núcleo, liberados por projeções citoplasmáticas de
megacariócitos, que penetram nos capilares na medula. São
menores do que as hemácias e possuem microvesículas
contendo tromboplastina, enzima que tem importante papel
no mecanismo da coagulação sanguínea.
Dengue hemorrágica: atinge a medula óssea
vermelha, destruindo os megacariócitos e, assim,
diminuindo a produção de plaquetas.
Trombocitose: aumento do número de plaquetas.
Trombocitopenia: diminuição do número de plaquetas.

Coagulação Sanguínea:
1° Quando há lesão de um vaso sanguíneo, as plaquetas
aderem às fibras colágenas das paredes do vaso lesado e,
juntamente com os tecidos danificados, liberam uma enzima
denominada tromboplastina ou tromboquinase.
2° Na região liberada, a tromboplastina inativa a heparina
e, juntamente com íons de Ca++, catalisa a transformação da
protrombina em trombina.
3° A protrombina é uma das proteínas do plasma sanguíneo.
É produzida pelo fígado e lançada na corrente sanguínea. É
uma proteína inativa e sua produção no fígado é catalisada
pela vitamina K.
4° A trombina (proteína ativa), uma vez formada, converte
o fibrinogênio em fibrina.
5° O fibrinogênio (proteína inativa) também é produzido no
fígado e lançado na corrente sanguínea, onde passa a fazer
parte do plasma.
6° A fibrina é uma proteína insolúvel, fibrosa, cujos
filamentos entrelaçados formam uma rede de malhas muito
finas, a rede de fibrina.
7° Os elementos figurados do sangue ficam, então,
aprisionados nas malgas dessa rede, e o acúmulo deles
forma o coágulo, estancando a hemorragia.
 Tecido Muscular
É formado por células alongadas, fusiformes ou cilíndricas,
denominadas miócitos ou fibras musculares, altamente
especializadas em realizar contração, proporcionando,
assim, os movimentos corporais.
Miócitos
- São células altamente diferenciadas.
Membrana plasmática: sarcolema.
Citoplasma: sarcoplasma
Retículo endoplasmático: retículo sarcoplasmático.
Mitocôndrias: sarcossomos.
- A célula muscular tem em seu citoplasma filamentos
proteicos, denominados miofibrilas, constituídos
principalmente de duas variedades de proteínas contráteis:
actina e miosina.
Entre as miofibrilas de actina e miosina, encontram-
se o retículo sarcoplasmático e as mitocôndrias.
- No citoplasma da célula muscular, podemos encontrar
também uma proteína, de estrutura e propriedades
semelhantes às da hemoglobina, denominada mioglobina.
Essa proteína contém ferro e dá uma coloração
avermelhada ao tecido. Além disso, é capaz de se
ligar ao gás oxigênio, funcionando, portanto, como
um reservatório de O2 para a atividade muscular.
- O glicogênio, depositado sob a forma de grânulos, é
abundante no sarcoplasma dessas células. Esse glicogênio
funciona como depósito de energia, que é mobilizada durante
a contração muscular.
Tecido Muscular Estriado Esquelético
- É formado por células cilíndricas muito longas,
multinucleadas e com núcleos periféricos.
- A fibra muscular estriada esquelética surge da reunião de
várias células mononucleares durante a formação
embrionária. Por isso é considerada um sincício. Entretanto,
durante o desenvolvimento do indivíduo, com o seu
crescimento, as fibras musculares estriadas esqueléticas
alongam-se. E, para suprir funcionalmente o longo
sarcoplasma que se distende, os núcleos se dividem e novos
núcleos se formam acompanhando o alongamento da fibra.
Assim, a fibra passa a ser considerada como um plasmódio.
- Fibra muscular estriada esquelética:
Possui um sarcolema que sofre invaginações,
formando uma complexa estrutura de túbulos
(sistema T) que envolvem as miofibrilas. Esses
túbulos participam ativamente da troca de íons de
cálcio com o hialoplasma durante o mecanismo da
contração muscular.
Mostra uma intercalação de faixas claras e escuras,
conferindo à célula um aspecto estriado. Tais faixas
são resultantes da organização dos feixes das
miofibrilas de actina e miosina que formam as
chamadas estrias transversais.
- Tipos de fibras:
Fibras lentas: possuem muitas moléculas de mioglobina,
muitas mitocôndrias e são bem supridas de vasos sanguíneos.
Têm coloração vermelho-escura e são altamente resistentes
à fadiga. Além disso, suas mitocôndrias são abundantes e
podem manter uma produção constante e prolongada de ATP,
se o oxigênio estiver disponível. Assim, obtêm energia para
contração principalmente por meio da respiração aerovia,
oxidando carboidratos e ácidos graxos. Dessa forma, os
músculos que têm elevadas proporções desse tipo de fibra
são bons para o trabalho aeróbico de longa duração.
Fibras rápidas: possuem pouca mioglobina, poucas
mitocôndrias e poucos vasos sanguíneos. Têm cor vermelho-
clara e obtêm energia para a contração quase que
exclusivamente por fermentação, a partir da glicose e do
glicogênio. Por isso, tornam-se fatigadas rapidamente. São
adaptadas para contrações rápidas e descontínuas e são
especialmente boas para um trabalho de curta duração que
requer força máxima.
A herança genética é o principal fator determinante de proporção
de fibras de contração rápida e contração lente. Entretanto,
podemos alterar as propriedades das fibras musculares
esqueléticas com o treinamento aeróbico que, por sua vez, pode
melhorar a capacidade oxidativa das fibras de contração rápida.
- É o tecido que ocupa maior volume no corpo e,
popularmente, é conhecido por carne.
- Um músculo esquelético é um conjunto de feixes musculares.
Um feixe muscular, por sua vez, é um conjunto de fibras
musculares.
Tecido Muscular Estriado Cardíaco
- É formado por células alongadas, cilíndricas, cujas
extremidades se encaixam, o que faz parecer que uma dá
continuidade à outra. Além disso, muitas dessas células se
anastomosam irregularmente, isto é, ligam-se uma à outra
por meio de ramificações.
- Suas células geralmente são mononucledas com os núcleos
ocupando posição central. Entre uma fibra e outra, verifica-
se a presença dos discos intercalares, que são regiões das
membranas plasmáticas que determinam o limite entre as
células.
 Essas áreas são especializadas em manter coesão
(união) entre as células musculares cardíacas.
- As fibras cardíacas apresentam estrias transversais,
resultantes da organização dos feixes miofibrilas, de actina
e miosina. Apresentam coloração vermelha e têm contração
rápida e involuntária.
- Forma o miocárdio, músculo que independe do sistema
nervoso central para sua contração, uma vez que ele mesmo
gera estímulos de natureza elétrica para sua contração.
Tecido Muscular Liso
- Formado por células fusiformes, mononucleadas, cujos
núcleos ocupam posição central.
As células são pobres em mitocôndrias e em
glicogênio, não possuem sistema T e o retículo
endoplasmático é reduzido.
Suas miofibrilas de miosina e actina são muito
delgadas, o que explica o fato de serem pouco
visíveis. Tais miofibrilas não se dispõem em feixes
transversais, o que, por sua vez, explica a ausência
de estrias transversais nessas células.
Apresentam coloração esbranquiçada (pouca ou
nenhuma mioglobina) e contração lenta e
involuntária. Assim, a sua contração está sob o
comando do SNA.
- Suas células se reúnem, dispostas paralelamente, formando
feixes. Esses feixes constituem os chamados músculos lisos ou
musculatura lisa.
Essa musculatura é encontrada nas paredes dos
vasos sanguíneos, no tubo digestório, na bexiga, etc.
Os movimentos peristálticos do tubo digestório e
das tubas uterinas, bem como a contração da
bexiga e do útero, decorrem da atividade da
musculatura lisa existente nesses órgãos.
Contração Muscular
- O mecanismo de contração é realizado simultaneamente por
diversas unidades de contração, chamadas de miômeros
(sarcômeros).
Faixas I: regiões de superposição de segmentos dos
filamentos de actina.
Faixas A: regiões de superposição de segmentos dos
filamentos de actina e de filamentos de miosina.
Zona H: região formada apenas pela superposição
de segmentos dos filamentos de miosina.
Linhas Z: filamentos constituídos principalmente
pela proteína tropomiosina e nelas se prendem os
filamentos de actina.
Sarcômero: espaço entre duas linhas Z consecutivas.
Quando o sarcômero se contrai, os filamentos de
actina deslizam sobre os de miosina. Com isso, as
linhas Z se aproximam mais uma da outra, as faixas
I diminuem, a faixa A permanece com a mesma
espessura e a zona H diminui.
A contração de todos os miômeros de uma fibra ao
mesmo tempo, evidentemente, determinará a
contração de toda a fibra muscular.
- Tônus muscular: estado de contração parcial ou
semicontração do músculo esquelético que tem como função
manter a firmeza dos músculos e a manutenção da postural
corporal.
- A energia para a contração muscular é fornecida
diretamente pelas moléculas de ATP, quando ocorre o
desdobramento em ADP+P.
- As reações da contração muscular são desencadeadas
quando a musculatura recebe um estímulo. A menor
intensidade de estímulo capaz de promover a contração é
chamada de limiar de excitação.
Acima do limiar, os estímulos sempre vão dar uma
mesma amplitude de contração. Ou seja, um estímulo
ou é ineficaz ou provoca um grau máximo de
contração da fibra, independentemente de sua
intensidade.
O grau de contração de um músculo depende da
quantidade de fibras estimuladas e da intensidade
e da duração do estímulo.
1° Quando recebem o estímulo para a contração, o retículo
sarcoplasmático e o sistema T das fibras estriadas
liberam íons de Ca++ para o hialoplasma. Nas fibras
lisas, os íons de cálcio ficam armazenados em vesículas
no sarcoplasma, sendo liberados frente ao recebimento
do estímulo.
2° Em presença desses íons, a miosina adquire uma
propriedade ATPásica, desdobrando o ATP em ADP+P e
liberando energia.
3° A energia liberada é utilizada no ciclo da contração em
que há o encurtamento da fibra muscular. Durante a
contração, os filamentos de actina e de miosina
conservam seus comprimentos originais, havendo,
porém, o deslizamento dos filamentos mais finos (actina)
sobre os mais grossos (miosina).
 Tecido Nervoso
É especializado na condução dos impulsos nervosos e é
altamente vascularizado, pois possui um metabolismo muito
ativo.
Neurônios
- São as células do tecido nervosos especializadas na
condução de impulsos nervosos.
- Propriedades:
Excitabilidade: geram impulsos nervosos.
Condutibilidade: conduzem impulsos nervosos.
- Estrutura:
Corpo celular: é a região onde se localizamos núcleo e os
organoides comuns às células animais. As mitocôndrias são
numerosas, e o ergastoplasma, é bem desenvolvido.
Dendritos: são prolongamentos citoplasmáticos que
apresentam numerosas ramificações especializadas na
recepção de estímulos.
Axônio: é o maior prolongamento da célula nervosa e
apresenta diâmetro constante, ao contrário dos dendritos
que se tornam mais finos à medida que se afastam do corpo
celular.
Pode estar ou não envolvido por um invólucro de
natureza lipoproteica, denominado bainha de
mielina.
- Cada neurônio tem apenas um axônio que, em sua parte
final, se ramifica em prolongamentos mais finos (telodendro).
Células da Glia
- São células menores que os neurônios, mas muito mais
numerosas.
- Embora não façam condução de impulsos nervosos, são
células que auxiliam e dão suporte ao funcionamento do
tecido nervoso.
- São capazes de multiplicação mitótica, mesmo no indivíduo
adulto.
- Tipos:
Astrócitos: são as maiores células da neuroglia e também
apresentam um grande número de ramificações. Contribuem
para uma melhor difusão de nutrientes entre o sangue e os
neurônios. Além disso, também participam dos processos de
cicatrização do tecido nervoso, visto que, quando ocorre
destruição de neurônios em algum ponto desse tecido, os
astrócitos preenchem o espaço resultante.
Oligodendrócitos: são células com poucas ramificações. São
responsáveis pela formação da bainha de mielina que
envolve os axônios dos neurônios localizados no SNC. No SNP,
a formação da bainha de mielina deve-se a um tipo especial
de oligodendrócito, denominado célula de Schwann.
Células de micróglia: são células macrofágicas especializadas
em fagocitar detritos e restos celulares presentes no tecido
nervoso. A micróglia origina-se de células do sangue da
linhagem monócito-macrófago.
Células ependimárias: revestem as cavidades internas do
encéfalo e da medula espinhal e estão em contato direto com
o líquido cefalorraquidiano encontrado nessas cavidades.
Sinapses Nervosas
- Sinapse interneural: é feita entre neurônios e, normalmente,
ocorre entre o axônio de um neurônio e os dendritos de outro
neurônio. As ramificações finais do axônio (telodendro) de um
neurônio fazem conexão com dendritos de um outro neurônio.
Na membrana dos dendritos, existem enzimas que
promovem a imediata degradação do
neurotransmissor, eliminando, assim, a passagem
contínua do impulso.
- Sinapse neuromuscular: é feita entre as terminações do
axônio deum neurônio e uma fibra muscular estriada. Nessas
sinapses, as extremidades do axônio formam terminações
achatadas, denominadas placas terminais neuromusculares,
que liberam o mediador químico que estimula a atividade da
célula muscular.
- Sinapse neuroglandular: é feita entre as terminações do
axônio de um neurônio e uma célula glandular. A liberação
do mediador estimula a atividade da glândula.
Impulso Nervoso
- É uma onda de inversão de polaridade que percorre a
membrana plasmática do neurônio, obedecendo, sempre, ao
seguinte sentido de propagação:
Dendritos Corpo Celular Axônio
- Neurônio em repouso (polarizado):
Face externa: positiva,
com maior concentração
de Na+.
Face interna: negativa,
com maior concentração
de K+.
- Potencial de repouso: é a diferença de potencial elétrico
entre as faces externa e interna da membrana de um
neurônio em repouso.

1° Quando o neurônio recebe um estímulo em uma

determinada região de sua membrana, ocorre, nessa
região, uma alteração na sua permeabilidade.
2° A membrana torna-se muito permeável ao Na+ que,
então, por difusão, começa a atravessá-la, ou seja,
os íons de Na+ passam do meio externo, onde estão
em maior concentração, para o meio interno.
3° Há uma despolarização da membrana nesse local: a
face interna fica positiva e a externa, negativa.
4° A alteração rápida de potencial elétrico que ocorre
durante a despolarização tem uma amplitude da
ordem de 105mV e denomina-se potencial de ação.
5° Essa mesma região da membrana torna-se mais
permeável ao K+ que, então, começa a passar do
meio interno para o meio externo, fazendo com que
a membrana, nessa região, volte a ter sua face
externa positiva e a interna negativa, ou seja, a
saída dos íons K+ promove a repolarização nessa
região membrana.
6° A despolarização que se inicia em determinado
ponto da membrana, propaga-se pela membrana do
neurônio no sentido do impulso.
Assim, à medida que o impulso nervoso se
propaga pela membrana ocorre sucessivas
despolarizações seguidas de sucessivas
repolarizações.
O impulso nervoso propaga-se pela
membrana do neurônio até chegar às
terminações finais do axônio, onde estimula
a liberação do neurotransmissor.