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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO................................................. 13
CAPÍTULO 1
SISTEMA DE CONTROLE DE PROCESSO.................................................................................... 15
CAPÍTULO 2
VARIABILIDADE: CAUSAS COMUNS E ESPECIAIS........................................................................ 18
CAPÍTULO 3
DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADE............................................................................................ 22
CAPÍTULO 4
ORIGENS HISTÓRICAS DAS CARTAS DE CONTROLE E DEFINIÇÃO............................................. 26
UNIDADE II
CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS............................................................................. 32
CAPÍTULO 1
CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS................................................................................... 32
CAPÍTULO 2
CARTAS DE CONTROLE PARA ATRIBUTOS.................................................................................. 42
UNIDADE III
ANÁLISE DE PROCESSOS...................................................................................................................... 48
CAPÍTULO 1
ESTABILIDADE E CAPACIDADE DE PROCESSO........................................................................... 48
UNIDADE IV
IMPLANTAÇÃO..................................................................................................................................... 54
CAPÍTULO 1
PROCEDIMENTO ITERATIVO DE MELHORIA E AS VANTAGENS DO CEP ...................................... 54
CAPÍTULO 2
PLANEJAMENTO DO CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO.................................................... 58
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 77
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
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Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
Controle da qualidade é um conjunto de ações ou medidas desenvolvidas com o objetivo
de assegurar que os serviços ou produtos gerados atendam aos requisitos segundo os
quais foram especificados. Segundo a ISO 8402, Controle da Qualidade é definido
como sendo o conjunto de “técnicas e atividades operacionais usadas para atender os
requisitos para a qualidade”.
Não se pode precisar no tempo quando foi que o controle da qualidade começou a
ser utilizado, de forma sistemática, de modo a assegurar que os resultados das ações
empreendidas viessem a atender aos requisitos dos projetos, na forma como foram
concebidos. Entretanto, a perfeição das obras remanescentes das civilizações grega,
romana, egípcia, chinesa, e outras, sob a forma de templos, termas, pirâmides, muralhas
etc., nos permite assegurar que alguma forma de controle devia ser por eles empregada.
Os registros históricos nos mostram que até o final do século XVIII, antes do início
da Era Industrial, os empreendimentos eram, na sua maioria, de natureza individual
ou familiar e cada um definia e controlava a qualidade dos produtos ou serviços que
gerava. Curiosamente, esta é uma postura muito atual. No que se refere à “garantia da
qualidade”, “cada um é responsável pela qualidade do que faz”. A diferença entre um
profissional do final do século XVIII e o seu colega dos anos 1990 está na forma segundo
a qual aquele entendia e este entende a função “qualidade”. Para o profissional do século
XVIII a “qualidade” estava relacionada ao atendimento as especificações do produto,
especificações estas quase sempre ditadas por ele mesmo. Ele definia o que deveria
ser “qualidade”, produzia e, eventualmente, quase sempre sem uma programação
específica definida, inspecionava o produto para verificar se estava conforme as suas
especificações. Hoje, a “qualidade” é definida pelo cliente.
Cabe, também, ao profissional dos nos 1990 produzir e controlar a qualidade do que ele
produz. Entretanto, o controle da qualidade por ele exercido é feito de forma sistematizada;
é planejado de forma a cobrir todas as fases do processo e tem por objetivo assegurar
que as necessidades do seu cliente vão ser atendidas. Não se trata mais apenas de uma
inspeção final para verificar se o produto tem ou não defeitos de fabricação.
Entretanto, não se pode dizer que a sociedade, até o início do século XIX, encontrava-
se totalmente sem estruturas organizacionais orientadas para o controle da qualidade.
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Registra-se, no decorrer da idade média, intensas atividades de associações de
artesões, estabelecendo padrões que visavam proteger ganhos econômicos e sociais de
seus associados e regular a economia. Para alcançar esses objetivos essas associações
desenvolveram intensos e importantes trabalhos estabelecendo salários, condições de
trabalho e especificações para matérias-primas e produtos acabados.
Entre 1900 e 1930, com o advento da era industrial, pressionados pela crescente
concorrência e pela complexidade dos processos, iniciou-se uma nova fase para o
controle da qualidade. Essa foi a Era da Inspeção. No início, as inspeções eram feitas
no produto acabado e tinha por objetivo evitar que itens defeituosos chegassem ao
consumidor. Nenhuma técnica estatística era usada. No final dos anos 1920, como
decorrência da crescente complexidade dos processos e da maior concorrência do
mercado, iniciou-se a utilização de técnicas estatísticas para o controle dos produtos.
Em 1924, foi criado o Inspection Engineering Departament of Western Electric’s Bell
Telephone Laboratories, do qual foram membros personalidades como R. B. Miller,
G. D. Peterson, H. F. Dodge, G. D. Edwards, P. S. Olmstead, M. N. Torrey e outros,
aos quais devemos importantes trabalhos pioneiros de desenvolvimento de teorias e
métodos de controle da qualidade, incluindo critérios para seleção e amostragem. A
primeira carta de controle da qual se tem registro foi desenvolvida por Shewhart em
1924 e ficou conhecida como “Carta de Controle de Shewhart”.
Entre 1930 e 1940, o uso da estatística como ferramenta para o controle da qualidade se
consolidou como técnica. Destaca-se nesse período os trabalhos do Joint Committee for
the Development of Statistical Aplications in Egineering and Manufacturing, presidido
por Shewhart e apoiado pela American Society for Testing Materials (ASTM), American
Society of Mechanical Engineers (ASME), American Mathematical Society (AMS),
American Statistical Association (ASA), Institute of Mathematical Statistics (IMS) e o
American Institute of Electrical Engineers (AIEE).
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novas teorias de controle, na implementação de programas de controle da qualidade
e, principalmente, no estabelecimento de padrões.
De 1950 a 1960, as forças armadas dos países aliados, principalmente devido à Guerra
Fria, que demandava contínuos e intensos programas de desenvolvimentos na área da
indústria bélica, continuaram sendo os principais impulsionadores do desenvolvimento
da área de controle da qualidade. Os principais esforços dos anos 1950 foram orientados
para os estabelecimentos de novos padrões. Nessa década, o controle da qualidade
deixou de enfocar o produto e passou a orientar-se para o processo, o que, do ponto de
vista estratégico, representou um passo importantíssimo. Na verdade, o responsável
pelos itens defeituosos é o processo. Se o processo é “capaz” e se está sendo devidamente
controlado deve, portanto, gerar produtos sem defeitos.
Na década de 1950, o Japão iniciou sua jornada rumo à industrialização. Deming, que
havia participado ativamente, na década de 1940, dos programas de mobilização para
a qualidade, nos Estados Unidos, foi para o Japão e, juntamente com Juran e Ishikawa,
tornou-se o principal responsável pela disseminação dos conceitos de controle da
qualidade naquele país.
Nos anos de 1960, o uso prático da estatística como ferramenta para o controle de processo
se consolidou e foram lançadas as bases para a implantação dos conceitos de Total
Quality Control – TQC, desenvolvidos por Feigenbaum. O parque industrial japonês,
ainda infante, serviu de palco para a implementação destes conceitos, na década seguinte.
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Na década de 1970, a sociedade, preocupada com os nossos recursos naturais, evoluiu,
incorporando conceitos de racionalização de insumos nos processos produtivos. O
vertiginoso crescimento das atividades industriais, ocorrido nesse último quarto do
século X, despertou, principalmente nas comunidades mais esclarecidas, uma forte
conscientização de que a natureza não é infinita em sua capacidade de absorver os
resultados de todas as atividades humanas, no ritmo em que estas vêm ocorrendo,
sem que sejam alteradas as condições ambientais globais. Como resultado, seis anos
após a realização da ECO-92, foi assinado, no início de 1998, o protocolo de Kyoto
que estabelece critérios sobre emissão de CO2 e outros gases que exercem efeito estufa
e prioriza o desenvolvimento e a utilização de tecnologias amigáveis com relação a
mudanças climáticas.
A função qualidade pode, também, ser analisada pelo objeto do seu foco. Até a década
de 1940 o produto era o ponto de aglutinação de todos os esforços orientados no
sentido de lhe agregar qualidade. Essa foi a Era da Inspeção, do controle da qualidade
e a estatística foi a principal ferramenta utilizada.
Nas décadas de 1950, 1960 e 1970, o processo passou a ser o ponto principal das
atenções, sem que, contudo, o produto tenha saído de cena. Controlar o processo para
que os produtos por ele gerados atendam as especificações, certamente é uma forma
mais econômica de assegurar qualidade. Nesse período, as inspeções continuaram
sendo atividades importantes, mas apenas para registrar a qualidade da produção e a
estatística consolidou sua posição como ferramenta indispensável para os processos
de controle.
Nas décadas de 1980 e 1990 cresceu no meio empresarial a consciência de que tão ou
mais importante do que produzir com qualidade, é oferecer ao cliente o que ele deseja,
é atender as suas necessidades. Assim, o cliente, como o “parceiro” mais importante
do negócio, passa a ser o foco das atenções. Atender às expectativas do cliente e, se
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possível, superar essas expectativas, passa a ser a política dos negócios de sucesso. As
características de uma empresa orientada para o atendimento ao cliente são:
Para essa empresa, o cliente no sentido lato (a sociedade) aparece no cenário com
importância crescente e vai se tornando tão importante quanto o cliente que adquire
seus produtos ou serviços (cliente no sentido stricto).
O controle de processo, para estar de acordo com o enfoque filosófico da era em que
estamos vivendo, deve ser dinâmico, deve estar orientado para as necessidades dos
clientes (interno e externo, stricto e lato senso) e ser capaz de acompanhar as mudanças
das suas necessidades. Dentro deste contexto, a estatística é apenas uma ferramenta,
importantíssima sem dúvidas, mas apenas uma ferramenta.
Esta disciplina é dividida nas seguintes unidades tendo como base que o Controle
Estatístico da Qualidade é baseado no controle do processo.
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Objetivos
»» Promover o entendimento dos conceitos básicos a respeito do Controle
Estatístico do Processo que á base do Controle Estatístico da Qualidade.
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DEFINIÇÃO E
CONCEITOS DO UNIDADE I
CONTROLE ESTATÍSTICO
DO PROCESSO
Todo processo produtivo em grande escala, como a fabricação de peças para a indústria
automobilística, indústria de borracha e pneus, tintas, cosméticos e fabricação de
alimentos diversos, necessita controlar o seu processo com objetivo de garantir a
qualidade do produto final bem como evitar que o produto tenha que ser novamente
fabricado, gerando custos desnecessários a empresa.
Prevendo este potencial risco da perda do controle do processo é que foram criadas
ferramentas de auxílio para o controle do processo por amostragem que represente de
forma representativa todo o processo produtivo, garantindo a qualidade do produto final.
De uma forma geral, o Controle Estatístico do Processo (CEP) fornece uma radiografia
geral do processo, identificando inclusive onde e em qual momento estão ocorrendo as
falhas no processo produtivo, ou seja, a variabilidade do processo.
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UNIDADE I │ DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
14
CAPÍTULO 1
Sistema de controle de processo
a) b)
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UNIDADE I │ DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
O desempenho do processo varia de acordo como ele foi projetado a partir da estratégia
da organização e como é realizada a sua operação e os controles utilizados para a sua
verificação e validação.
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DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO │ UNIDADE I
17
CAPÍTULO 2
Variabilidade: causas comuns
e especiais
Utilizando um exemplo de Arnold et al. (2008), supondo que uma máquina de usinagem
usina 100 engrenagens cilíndricas com um diâmetro nominal de 1 polegada. Se medir
as engrenagens, vai se encontrar medições um pouco maiores ou pouco menores que 1
polegada. Se traçarmos um gráfico (histograma) sobre estas medições vamos encontrar
as seguintes medidas de acordo com a figura a seguir:
Figura 4. Histograma.
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DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO │ UNIDADE I
Dividir todas as possíveis variações em seis grandes categorias de causas comuns pode
tornar fácil a identificação das fontes de variação que ocorrem durante o processo. Se a
conexão que podem ser encontradas entre estas categorias de variações em um produto
ou serviço decorrer de umas destas seis causas comuns, então é possível melhorar a
qualidade do produto ou serviço.
A variável inerente não é a única causa da variação. Uma troca de ferramenta, uma
movimentação da porta-ferramenta, um engano do operador, uma máquina falhar
o programa. Há uma específica razão para as causas destas variações, neste caso
podemos chamar esta situação de variável controlável a qual decorre de uma causa
especial.
Tão logo a variável inerente decorrente de causas comuns exista, o sistema tem que ser
controlado estatisticamente. Se há uma causa especial atuando, o processo não está
sob controle e gerará produtos com defeito. O controle estatístico serve para detectar a
presença de causas especiais. O controle estático tem dois objetivos:
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UNIDADE I │ DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
Padrões de variabilidade
A saída de cada processo tem um único padrão que pode ser descrito pela curva, centro
e amplitude.
A representação desta saída do processo é feita de acordo com a sua distribuição. Por
exemplo, temos a distribuição normal conforme a seguinte figura:
Para validar um processo em uma distribuição normal, deve-se conhecer o valor do seu
centro como também a amplitude da variação. Em um controle estatístico de processo
há dois métodos para a medição da variação. Uma delas é chamada de range e outro de
desvio padrão.
»» Range: ela é a diferença entre o maior e menor valor de uma amostra. Ela
é uma medida de amplitude da distribuição.
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CAPÍTULO 3
Distribuição de probabilidade
Por exemplo, um produto manufaturado pode ser classificado como bom ou defeituoso,
uma moeda pode ser cara ou coroa, entre outros. Até mesmo variáveis contínuas podem
ser divididas em duas categorias, como por exemplo, o limite de velocidade de um
veículo automotor pode ser categorizado como dentro ou fora do limite legal.
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DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO │ UNIDADE I
µ = np
σ2 = np(1-p)
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UNIDADE I │ DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
µ = 1/ λ
σ= 1/ λ
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DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO │ UNIDADE I
<http://www.eecis.udel.edu/~portnoi/classroom/prob_estatistica/2006_2/
lecture_slides/aula14.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2015.
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CAPÍTULO 4
Origens históricas das cartas de
controle e definição
A origem do CEP advém da origem das cartas de controle. A partir do texto de Ribeiro
e Caten (2012) tem-se a evolução histórica destas cartas.
Ele propôs o uso das cartas de controle para a análise dos dados
provenientes de amostragem, substituindo a mera detecção e correção
de produtos defeituosos pelo estudo e prevenção dos problemas
relacionados à qualidade, visando impedir que produtos defeituosos
fossem produzidos.
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DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO │ UNIDADE I
Variáveis Atributo
Média (µ) e Amplitude (R) Proporção Não-Conforme (p)
Média (µ) e Desvio Padrão (σ) Número de Itens Não-Conformes (Np)
Mediana ( ) e Amplitude (R) Não-Conformidades (c, u).
Valores Móveis Individuais e Amplitude Móvel (X – AM)
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DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO │ UNIDADE I
1. comece planejando como e onde você adquirirá seus dados (escreva uma
Definição Operacional);
6. interprete o gráfico.
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UNIDADE I │ DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO
3. Limites de controle são limites além dos quais não queremos ir.
Os limites de controle não têm nada a ver com nosso desejo. Os limites
apenas definem as regiões para causas comuns de variação. Com frequência
queremos que um processo saia do controle, se, esta saída resultar em um maior
faturamento ou menos erros nas ordens de compra.
4. Limites de controle são limites dentro dos quais o processo pode variar
ao acaso.
Uma formulação melhor seria dizer que os limites de controles são limites no
processo dentro dos quais os resultados de amostras podem variar devido
a causas comuns, quando o processo não muda. Esse conceito errado é uma
boa razão para não ligar os pontos plotados em um gráfico de controle. A linha
ligando os pontos implica em uma “mudança” para alguns observadores.
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DEFINIÇÃO E CONCEITOS DO CONTROLE ESTATÍSTICO DO PROCESSO │ UNIDADE I
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CARTAS DE CONTROLE
PARA VARIÁVEIS E UNIDADE II
ATRIBUTOS
Quando a gestão decide utilizar as cartas de controle, o primeiro passo é realizar uma
coleta de dados que seja suficiente para análise. Esta coleta é feita dentro de certa
frequência e tamanho de amostra definidos de acordo com a característica do processo
a ser estudado.
Por exemplo, uma coleta de dados de uma cota dimensional crítica de um produto
usinado por um torno CNC. Esta coleta é feita de hora em hora com uma quantidade
mínima de 15 amostras.
CAPÍTULO 1
Cartas de controle para variáveis
Existem três gráficos que podem ser usados no controle de variáveis; da média, do
desvio padrão (σ) e da amplitude (R). Todos os três tipos estão baseados no limite de ±
3σ (3 desvios padrões), com isto a probabilidade de um ponto caia fora dos limites de
controle é de três em cada mil pontos.
Segundo Ribeiro e Caten (2012), variáveis são características de qualidade que são
mensuráveis, ou seja, são medidas contínuas, como, por exemplo: o diâmetro de um
rolamento, uma resistência elétrica, o tempo de atendimento de um pedido etc. Muitos
processos têm características mensuráveis, assim há um amplo espaço para o uso das
cartas para variáveis.
Com isso, aplicando o Teorema Central do Limite para esta amostra aleatória, quando
o tamanho da amostra aumenta, a distribuição amostral da média se aproxima de
uma distribuição Normal com média μ (também conhecido como ) e desvio padrão
, ou seja, se o tamanho amostral é suficientemente grande, podemos assumir
que a média amostral tem uma distribuição normal. Consequentemente, o intervalo de
confiança da média é dado por:
Fonte: <http://www.portalaction.com.br/controle-estatistico-do-processo/41-graficos-media-e-
amplitude>. Acesso: 2 abr. 2015.
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UNIDADE II │ CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS
Suponhamos que temos disponível m amostras, com cada uma contendo n observações
sobre a característica da qualidade. Nas aplicações, o número de observações n é
pequeno e geralmente resultam a partir da construção de subgrupos racionais, em que
os custos de amostragem e de inspeções associadas com as medições das variáveis são
altos. Para o gráfico da média X, tomamos as médias de cada amostra,
temos que o melhor estimador de µ para o processo da média é dada por:
Para estimar o desvio padrão, para isto, é necessário estimar a amplitude . Assim,
para uma amostra aleatória X1, X2, ... , Xn de tamanho n, temos que a amplitude é
dada por:
LC = X ± 3σ /√n
Onde a variabilidade dos valores individuais é estimada a partir da média das amplitudes
dos subgrupos usando σ = R/d2 e d2 é uma constante que depende do tamanho da
amostra, cujos valores encontram-se na Tabela 1.
n 2 3 4 5 6 7 8 9 10 15 20
D4 3,27 2,57 2,28 2,11 2,00 1,92 1,86 1,82 1,78 1,65 1,59
D3 0 0 0 0 0 0,08 0,14 0,18 0,22 0,35 0,42
d2 1,13 1,69 2,06 2,33 2,53 2,70 2,85 2,97 3,08 3.47 3.74
A2 1,88 1,02 0,73 0,58 0,48 0,42 0,37 0,34 0,31 0,22 0,18
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CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS │ UNIDADE II
LC = X ± 3 R/√nd2
LCI = X - A2R
Onde A2 é uma constante que depende do tamanho da amostra, cujos valores são
apresentados na Tabela 1.
LC = R ± 3σR
Onde:
σR = d3σ = d3 R/d2
LCS = + 3 d3 R/d2
LCI = - 3 d3 R/d2
LCS = d4* R
LCI = d3* R
Onde D4 e D3 são constantes que dependem do tamanho da amostra, cujos valores são
apresentados na Tabela 1.
Hora 1 2 3 4 5 6 7 8
Medida 1 17 19 23 18 20 17 23 21
Medida 2 18 20 18 18 21 18 22 20
Medida 3 24 20 21 19 21 19 24 20
Medida 4 22 21 19 18 20 16 21 21
Medida 5 23 20 22 19 22 17 22 19
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UNIDADE II │ CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS
No caso de média e desvio padrão, o desvio padrão pode ser um indicador mais eficiente
da variabilidade, principalmente para amostras grandes. Segundo Ribeiro e Caten
(2012), recomenda-se o uso da carta desvio padrão quando:
� � � � � �
s = √∑ ������) = √∑ �������) = √�� ��� ���������
��� ��� ���
LCS = X + A3 s
LCI = X - A3 s
n 2 3 4 5 6 8 9 10 15 20 25
B4 3,27 2,57 2,27 2,09 1,97 1,82 1.716 1,72 1,57 1,49 1,43
B3 0 0 0 0 0,03 0,19 0.239 0,28 0,43 0,51 0,57
A3 2,66 1,95 1,63 1,43 1,29 1,10 1.032 0,98 0,79 0,68 0,61
LCS = B4 s
LCI = B3 s
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CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS │ UNIDADE II
Trabalhando agora com as cartas de controle para a mediana e amplitude, pode-se dizer
que a mediana tem algumas vantagens em relação à média que são:
A mediana pode ser utilizada como uma medida de localização quando a distribuição
é desviada, quando os valores finais não são conhecidos, ou quando se exige reduzida
importância para ser anexado a outliers, por exemplo, uma vez que podem existir erros
de medição.
Os limites de controle são calculados usando-se o valor médio das medianas () conforme
informação a seguir:
LCS = ࢞ ෪ ܴത
+ ʹܣ
LCI = ࢞ ෪ ܴത
- ʹܣ
෪ é uma constante que depende do tamanho da amostra, conforme Tabela 4. Já
Onde ʹܣ
a amplitude é calculada como:
LCS = D4 R
LCI = D3 R
37
UNIDADE II │ CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS
n 2 3 4 5 6 7 8 9 10
෪
ʹܣ 1,88 1,19 0,80 0,69 0,55 0,51 0,43 0,41 0,36
O tipo de monitoramento deste tipo de carta de controle segue o mesmo padrão das
anteriores.
As cartas dos valores individuais não se beneficiam do teorema do limite central que
garante que as médias seguem à distribuição Normal, logo deve-se ter alguns cuidados
com a sua aplicação:
Para contornar esse último aspecto, em geral, se usa uma amplitude móvel calculada
como a diferença entre cada par de leituras sucessivas. Dessa forma, o tamanho de
amostra é considerado n=2.
Os limites da carta de valores individuais são calculados como segue para amplitude:
38
CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS │ UNIDADE II
LCS = D4 R
LCI = D3 R
Os limites da carta de valores individuais são calculados como segue para valores
individuais:
LCS = X + E2 R
LCI = X - E2 R
Onde E2 é uma constante que depende do tamanho da amostra, cujos valores são
apresentados na Tabela 5.
n 2 3 4 5 6
E2 2,66 1,77 1,46 1,29 1,18
Por fim, as cartas de médias móveis, segundo Ribeiro e Caten (2012) são usadas para
situações:
A média móvel é a média de certa quantidade de dados. Ela é dita móvel porque,
a cada novo tempo, consideramos um novo dado e abandonamos o mais antigo.
A quantidade de dados é sempre constante o que nos faz abandonar sempre o
primeiro dado da série.
39
UNIDADE II │ CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS
Para evitar ao máximo os pontos falsos, dados pelas médias móveis, utilizam-
se filtros; tomando como referência o fechamento sempre do lado correto da
média, ou considerando certa porcentagem acima ou abaixo da média móvel,
conforme for o caso.
Podemos também plotar mais de uma média móvel e obter daí pontos de
compra e venda. Escolhe-se o parâmetro da primeira média para acompanhar
mais estreitamente o gráfico de barras. Essa média suaviza os movimentos mais
ou menos erráticos dos preços. A segunda, tem um parâmetro maior.
Outra maneira de se operar com duas médias é comprar quando as barras ficam
acima das duas médias. Se os preços voltam e caem na zona delimitada pelas
duas médias, a posição é zerada. Quando o fechamento se situa abaixo da média
menor, abre-se uma posição de venda que é fechada se os preços voltam e se
situam entre as médias.
Assim, os limites de controle para a média móvel para períodos onde t ≥ w serão:
࣌
LCS = ࢞
ന+
ξ࢝
࣌
LCS = ࢞
ന–
ξ࢝
Ou:
ന + A2ܴത
LCS = ࢞
ന - A2ܴത
LCI = ࢞
40
CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS │ UNIDADE II
A escolha da carta de controle de variáveis mais indicada pode ser vista a partir do
fluxograma da Figura 9:
41
CAPÍTULO 2
Cartas de controle para atributos
»» quando as medidas são passíveis, mas não são tomadas por questões
econômicas, de tempo, ou de necessidades. Em outras palavras, quando
o diâmetro de um furo pode ser medido com um micrômetro interno,
mas utiliza-se um calibre passa/não passa para determinar a sua
conformidade com as especificações.
Inicialmente, será falado das cartas de controle da fração defeituosas (Carta p).
O gráfico de controle p é muito versátil, podendo ser usado para controlar uma
característica de qualidade, um grupo de características de qualidade de mesmo tipo
ou o produto todo.
Esse gráfico possui uma grande faixa de utilização e as vantagens de poder ser usado para
uma grande diversidade de problemas, disponibilizar a informação normalmente sem
custo adicional da coleta, e de forma a ser rapidamente correlacionada com os custos,
proporcionar maior facilidade de entendimento por parte de pessoas não familiarizadas
com outros gráficos, além de ser mais facilmente implantado que os demais.
p = np/n
42
CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS │ UNIDADE II
Onde:
p = fração defeituosa;
Onde:
43
UNIDADE II │ CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS
Onde:
5. Calcular np:
A principal diferença com relação ao gráfico p, é que este último se utiliza da contagem
de unidades defeituosas, não se preocupando com a quantidade de defeitos.
Uma ideia desta diferença é dada pela Figura 10. Considerando cada quadro como uma
unidade, e cada ponto em destaque como um defeito, nota-se que há na amostra da
esquerda quatro unidades defeituosas, e um total de sete defeitos.
1. coletar os dados;
45
UNIDADE II │ CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS
Por fim, temos a carta de controle do número de Não Conformidades por Unidade (u).
Este gráfico mede o número de não conformidades, ou defeitos, por unidade. Pode
ser uma alternativa ao gráfico c, quando as amostras não têm o mesmo tamanho.
Também pode ser usado quando a amostra é constituída de apenas uma unidade, mas
que possuem muitos componentes que devem ser inspecionados, como um motor,
por exemplo.
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CARTAS DE CONTROLE PARA VARIÁVEIS E ATRIBUTOS │ UNIDADE II
A escolha da carta de controle de atributos mais indicada pode ser vista a partir do
fluxograma da Figura 11:
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ANÁLISE DE UNIDADE III
PROCESSOS
CAPÍTULO 1
Estabilidade e capacidade de processo
Para facilitar a explicação será analisado o caso dos gráficos de variáveis contínuas. Para
a verificação da estabilidade de um processo devem ser elaboradas cartas de controle
relacionadas aos aspectos de assertividade do resultado e da variabilidade resultante de
cada característica de controle.
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ANÁLISE DE PROCESSOS │ UNIDADE III
»» nenhum ponto cai fora dos limites de controle (pois a sua probabilidade
é de apenas 0,27%);
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UNIDADE III │ ANÁLISE DE PROCESSOS
Capacidade de processo
Com a implantação das cartas de controle, será possível a eliminação de todas as
causas especiais, o processo estará funcionando em controle estatístico. Um processo
em controle estatístico ou estável é aquele que possui variabilidade associada apenas
às causas comuns, ou seja, ele segue certo padrão previsível ao longo do tempo. No
entanto, esse padrão estável do processo pode ou não ser capaz de produzir peças que
atendam às especificações de clientes ou de projeto.
Como pode-se visualizar na Figura 13, se a variabilidade devida às causas comuns for
excessiva, ou seja, maior do que a amplitude das especificações, o processo é dito não
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ANÁLISE DE PROCESSOS │ UNIDADE III
capaz e a gerência deve atuar sobre o sistema. Se a variabilidade inerente do processo for
menor do que a amplitude de especificações, o processo é dito capaz. Nesse caso, as ações
devem ser tomadas apenas quando o processo apresentar eventuais causas especiais.
Essa comparação só pode ser realizada quando o processo estiver sob controle. É possível
calcular também a probabilidade de se ter no processo uma fração de defeituosos
maiores do que a especificada, obtendo-se assim mais informações sobre a capacidade
do processo. Por exemplo Prob.(P > P especificado).
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UNIDADE III │ ANÁLISE DE PROCESSOS
No caso das variáveis, os parâmetros serão calculados com base em variáveis contínuas.
O desvio padrão natural de um processo é a unidade de referência para a determinação
do que pode ser chamada de tolerância natural de um processo ou os limites naturais de
tolerância de um processo. O cálculo dessa tolerância não é uma constante em função
do tempo, mas em um universo estático, ela pode ser calculada com facilidade, segundo
Toledo e Alliprandini (2004), por meio de duas maneiras discutidas a seguir.
௧ௗ௦
Cp =
௦
Assim, um processo será considerado capaz quando o Cp for maior que 1, ou seja, quando
a variabilidade natural do processo (6σ) for menor que a tolerância admissível da
especificação. Como é utilizado o σR (desvio padrão calculado a partir das amplitudes),
alguns autores consideram a necessidade de que o Cp seja maior que 1,33. O Quadro 2
mostra uma orientação para a interpretação da capacidade do processo.
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ANÁLISE DE PROCESSOS │ UNIDADE III
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IMPLANTAÇÃO UNIDADE IV
CAPÍTULO 1
Procedimento iterativo de melhoria e as
vantagens do CEP
Primeiro, coleta-se dados para calcular os limites de controle. Uma vez calculados os
limites de controle, faz-se a análise da estabilidade do processo usando as cartas de
controle para detectar a presença de causas especiais. Se o processo não for estável,
os gestores devem agir no foco da causa raiz no sentido de corrigir as eventuais
causas especiais.
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IMPLANTAÇÃO │ UNIDADE IV
Como pode ser visto, o procedimento de melhoria da qualidade por meio do CEP
acontece em duas etapas principais, segundo Ribeiro e Caten (2012):
A sequência deve sempre começar nas causas especiais que desestabilizam bastante o
processo e são relativamente fáceis de resolver e, apenas quando necessário, atua-se
nas causas comuns de variabilidade, que mobilizam maiores recursos.
Inspeção da qualidade
A inspeção da qualidade tem como objetivo determinar se há ou não conformidade
de um produto, ou lote, já produzido, em relação às especificações de projeto e gerar
informações que permitam tomar ações corretivas sobre o lote ou processo.
Segundo Toledo e Alliprandini (2004), existem diversos pontos de inspeção dentro das
seguintes fases da produção:
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UNIDADE IV │ IMPLANTAÇÃO
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IMPLANTAÇÃO │ UNIDADE IV
Além disso, de nada adiantaria identificar, logo no primeiro dia, um grande número de
causas especiais, pois faltariam recursos para a investigação dessas causas.
O CEP opera numa escala de tempo mais longa, pois as causas especiais vão sendo
identificadas e eliminadas aos poucos, ao longo do tempo, com uma boa gestão. O
CEP atinge um processo livre de unidades defeituosas, que atende amplamente às
especificações e cujo desempenho independe das atividades de inspeção.
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CAPÍTULO 2
Planejamento do controle estatístico
de processo
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IMPLANTAÇÃO │ UNIDADE IV
»» associar o CEP à uma estratégia de ação; coletar dados e não agir implica
em desperdício de tempo e recursos.
Para auxiliar na definição dos itens descritos acima, uma sequência de etapas é
recomendada por Ribeiro e Caten (2012), o que veremos nos próximos tópicos.
Desdobramento da qualidade
Na etapa do desdobramento da qualidade e na etapa posterior de desdobramento
do processo recomenda-se a utilização da metodologia do QFD (Quality Function
Deployment), ou Desdobramento da Função Qualidade. O QFD permite estabelecer
relações entre a qualidade demandada pelo cliente e os processos responsáveis pelo
atendimento desta demanda.
O QFD (Quality Function Deployment) é uma técnica para a tomada de decisão usada
em desenvolvimento de novos produtos ou na melhoria de produtos existentes. Ele
ajuda a definir o que a empresa deseja, necessita, a entender as expectativas do cliente
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UNIDADE IV │ IMPLANTAÇÃO
Segundo Arnold et al. (2008), O QDF foi originalmente desenvolvido na década de 1960
do século passado pelo Dr. Yoji Akao e Dr. Sigeru Mizuno e foi adotado por grandes
manufaturas norte-americanas como GM, Ford, DaimlerChrysler, IBM, Boeign,
Lockheed Martin, entre outras.
Veja pela Figura 16 que existem dentro da Casa da Qualidade diversas fontes de entradas
como os requisitos do cliente, informações da concorrência, requisitos do produto.
Todos esses dados são cruzados e analisados na parte central da figura que é a Matriz de
Relações que mostra as correlações que são mais fortes entre o que atende os requisitos
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IMPLANTAÇÃO │ UNIDADE IV
dos clientes, já consta nas especificações do produto e que pode igualar ou superar os
requisitos da concorrência.
A primeira fase de um estudo de QFD é feita por meio de uma pesquisa de mercado visando
o entendimento dos desejos dos clientes. Com esta pesquisa, tem-se um conhecimento
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UNIDADE IV │ IMPLANTAÇÃO
Conforme Ribeiro e Caten (2012), o QFD tem início com o levantamento da demanda de
qualidade do usuário (voz do cliente) através de pesquisa de mercado. Os resultados da
pesquisa devem permitir uma priorização dos itens da demanda da qualidade através do
estabelecimento de um peso de importância para cada item; o peso de importância do
iésimo item de demanda é designado por IDi. Na sequência, listam-se as características
de qualidade potencialmente relacionadas com os itens de demanda identificados pelos
usuários; no contexto do QFD, assim como no do CEP, características de qualidade são
aspectos mensuráveis da demanda da qualidade.
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IMPLANTAÇÃO │ UNIDADE IV
Relação Pontuação
Muito importante 9
Moderada 3
Pouco importante 1
Nenhuma 0
Onde:
A matriz dos processos, exemplificada pelo esquema na Figura 20, é constituída pelos
seguintes elementos:
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IMPLANTAÇÃO │ UNIDADE IV
Com a ajuda dos especialistas, questiona-se, a partir do uso do índice CPk, a capacidade
de cada parâmetro e característica do processo, estimada a partir do percentual
de observações fora de especificação, conforme o Quadro 5 . A seguir, questiona-se
o conhecimento dos especialistas a respeito do processo. Os especialistas devem
determinar o ajuste ótimo dos parâmetros, as características de qualidade do processo
e o efeito desses parâmetros sobre diversos aspectos que determinam a qualidade do
produto final. Para mensurar o conhecimento técnico, utiliza-se a escala no Quadro 6,
onde o grau de conhecimento vem designado pela letra C.
Quadro 5. Escala para a avaliação da capacidade das etapas dos processos produtivos.
Quadro 6. Escala para a avaliação do conhecimento associado às etapas dos processos produtivos.
Conhecimento C
Muito pouco 0,2
Pouco 0,4
Moderado 0,6
Grande 0,8
Total 1,0
Segundo Ribeiro e Caten (2012), o índice de priorização IPPk para o késimo parâmetro
do processo combina valores de IQP, Cpk e C, estabelecendo os parâmetros críticos
na composição da qualidade percebida pelos clientes. Serão considerados críticos
parâmetros fortemente relacionados às características de qualidade demandadas pelos
usuários do produto em estudo, oriundos de processos com baixa capacidade, acerca
dos quais se detém pequeno conhecimento técnico. A medida de criticidade é baseada
na seguinte equação:
����
���� =
��� � �
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IMPLANTAÇÃO │ UNIDADE IV
Onde:
»» treinamento;
»» desenvolvimento de fornecedores;
»» projeto de experimentos;
»» estudos ergonômicos;
»» aquisição de equipamentos;
»» definição de procedimentos;
»» automatização.
Relação Pontuação
Muito efetiva 9
Moderada 3
Pouco efetiva 1
Nenhuma efetividade 0
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UNIDADE IV │ IMPLANTAÇÃO
Figura 21. Identificação dos postos de controle e alocação das características de qualidade em cada posto.
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IMPLANTAÇÃO │ UNIDADE IV
Figura 22. Desenho esquemático das primeiras quatro etapas do planejamento da implantação do controle
estatístico de processos.
Definições e avaliações
Inicialmente é importante nesta etapa definir os critérios de classificação a serem
utilizados posteriormente na análise das cartas de controle. Os critérios de classificação
são informações, segundo Ribeiro e Caten (2012) como, por exemplo, tipo de produto,
turno, máquina, operador, encarregado de turno, fornecedor, matérias-primas etc., a
serem registradas conjuntamente com os dados de qualidade. Com estes critérios é
possível recuperar as informações dos dados de qualidade de acordo com a escolha
do critério. Por exemplo, podem-se recuperar (e agrupar) todos os dados sobre a
característica de qualidade coletados por operador; ou seja, dados da qualidade podem
ser “filtrados” relativamente a esse critério de classificação.
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UNIDADE IV │ IMPLANTAÇÃO
Para cada variável (ou atributo) a ser monitorada no CEP, é necessário definir:
»» unidade de medição;
»» o tamanho da amostra;
»» a frequência de amostragem;
Após definido o sistema de medição, é necessário avaliar a sua capacidade. Para que a
avaliação da capacidade seja feita definem-se os responsáveis pela coleta dos dados e
registro na planilha, digitação dos dados (no caso de armazenamento digital de dados),
monitoramento das cartas de controle, cálculo dos limites de controle e estudos de
estabilidade e capacidade.
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IMPLANTAÇÃO │ UNIDADE IV
Outro ponto importante no projeto são a elaboração das planilhas de coleta de dados a
serem utilizadas em cada posto de controle, e as de ocorrência de causas especiais.
<http://pt.softwaresea.com/software-download/statistical-process-control>.
Acesso em: 30 abr. 2015.
Para Ribeiro e Caten (2012), é importante que as causas especiais sejam registradas
quanto a sua data e hora de ocorrência, provável origem (matéria-prima, mão de obra,
máquinas etc.), ação tomada para a solução do problema e seu responsável, e tempo
observado de parada na produção.
Treinamento e implantação
O treinamento é um processo de aprendizado que auxilia o profissional a atingir a
eficiência exigida no seu trabalho (presente e futuro) mediante o desenvolvimento
da capacidade de interpretar os dados coletados no CEP. O treinamento serve como
preparação para implantação do CEP e durante o processo de implantação deve ser
usado para corrigir deficiências. Ela deve ser ministrada para diferentes níveis e funções
na empresa.
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UNIDADE IV │ IMPLANTAÇÃO
»» início do monitoramento;
Após a coleta de certa quantidade de dados, é possível o cálculo dos limites de controle.
O início desta etapa pode levar alguns dias, dependendo da frequência de amostragem
adotada para as variáveis monitoradas. Uma vez feito o cálculo dos limites de controle
do processo, estes devem ser acrescidos às cartas de controle, permitindo sua utilização
plena. No caso de aparecimento de causas especiais, os limites de controle devem ser
recalculados, após a identificação e eliminação das causas de anomalia no processo.
Limites de controle obtidos a partir de um processo sob controle estatístico, sobre o
qual apenas causas comuns de variabilidade incidem, são utilizados no monitoramento
futuro dos processos.
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IMPLANTAÇÃO │ UNIDADE IV
Foi usada alguma ferramenta de gestão para preparação do CEP? Se sim, qual?
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Para (não) finalizar
Pelo contrário, ISO aceita fichas em papel depositadas em arquivos metálicos se for o
caso, mas é claro que uma rede de microcomputadores tem um potencial de organização
muito maior. Além do mais, ISO 9000 é caracterizado por um viés na direção de
quantificação do conhecimento, refletindo a filosofia de que os fatos numéricos, além
de exigir detalhamento e definição mais apurados, abre o caminho para estudos e
análises mais objetivos e científicos (menos papo furado). O modelo de gerenciamento
favorecido pelas normas e descrito logo no início de ISO 9000 é o famoso PDCA do
Deming e antecedentes (Shewhart etc.), baseado na metodologia científica. P (planning =
planejamento) é para levantar e definir o problema e as metas, D (do = fazer) é testar em
situações reais da empresa procedimentos que corrigem a situação, C (check = analisar)
é estudar se os procedimentos realmente funcionam, e A (act = implementar) é colocar
em prática ações específicas e contínuas para prevenir falhas e melhorar a qualidade. Os
autores mencionados em cima fizeram grandes contribuições na área de estatística e a sua
aplicação em procedimentos concretos, e certamente pensavam nessas metodologias para
o ciclo PDCA. Explicitamente, entre outras coisas, a ISO 9000 discute no seu capítulo 8,
Mensuração, Análise e Melhoria, a mensuração da satisfação do cliente e como o cliente
pode influenciar na tomada de decisões até mesmo na linha de produção. Nosso objetivo
aqui é ilustrar rapidamente quais requisitos de ISO 9000 abordam assuntos quantitativos
e como estes assuntos são potencialmente tratados com metodologias estatísticas.
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PARA (NÃO) FINALIZAR
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PARA (NÃO) FINALIZAR
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Referências
Sites
<www.datalyzer.com.br>
<http://leg.ufpr.br/~silvia/CE003/node30.html>
<http://www.blogdaqualidade.com.br/diagrama-de-ishikawa/>
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAGoQAF/cep-controle-estatistico-
processo>
<http://www.infoescola.com/administracao_/desdobramento-da-funcao-qualidade-
qfd/>
<http://www.intecq.com.br/files/artigos/conceitos_basicos_de_controle_
estatistico_de_processos.pdf>
<http://www.datalyzer.com.br/site/suporte/administrador/info/arquivos/info52/
fig1.gif>
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REFERÊNCIAS
<http://www.escolaedti.com.br/dez-erros-grafico-de-controle/>
<http://www.portalaction.com.br/controle-estatistico-do-processo/41-graficos-
media-e-amplitude>
<http://www.portaldeconhecimentos.org.br/index.php/por/content/view/
full/10294#mat_dl>
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Teorema_central_do_limite>
<3.bp.blogspot.com/-13eGRgho3FM/TfftQDgREYI/AAAAAAAAAP4/GpqOTLk3YPs/
s1600/cartacontrole.jpg>
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