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Construções Sustentáveis:

Materiais e Técnicas

Brasília-DF.
Elaboração

Priscila Pereira de Campos

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

Apresentação.................................................................................................................................. 4

Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa..................................................................... 5

Introdução.................................................................................................................................... 7

Unidade I
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL.................................................................................................... 9

Capítulo 1
Introdução e aspectos históricos.................................................................................... 9

capítulo 2
Agenda 21 e construções sustentáveis........................................................................... 14

capítulo 3
Conforto e sustentabilidade............................................................................................. 19

capítulo 4
Eficiência energética e sustentabilidade.......................................................................... 29

Unidade II
PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS.................................................................................................. 42

capítulo 1
Fundações rasas................................................................................................................ 42

capítulo 2
Materiais de construção: características, tipologia e adequação ao ambiente..... 45

capítulo 3
Sistemas construtivos tradicionais e sistemas inovadores........................................... 56

capítulo 4
Análise de desempenho das práticas sustentáveis na arquitetura ............................... 65
Unidade III
FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA............................................................................... 67

capítulo 1
Projeto arquitetônico ..................................................................................................... 67

capítulo 2
Alvenaria e instalações...................................................................................................... 70

capítulo 3
Elementos das coberturas................................................................................................ 74

capítulo 4
Muros e alvenaria de vedação......................................................................................... 80

Referências................................................................................................................................... 83
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao
profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução
científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

6
Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
A história do mundo mostra que a Construção Civil sempre existiu, para atender as
necessidades básicas e imediatas do homem, sem preocupação com a técnica aprimorada,
em um primeiro momento. A construção, o reparo, a manutenção, a demolição e até
mesmo o uso diário consomem recursos e geram resíduos em escala que muito supera
a maioria das outras atividades econômicas do país.

Este caderno trata de questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável no que se


refere à construção de edificações e espaços urbanos. O setor de construção tem grande
importância no atendimento das metas de desenvolvimento sustentável estabelecidas
para qualquer país. E essa indústria, que é a Construção Civil, representa a atividade
com maior impacto sobre o meio ambiente.

Objetivos
»» Promover algumas discussões sobre os problemas ambientais causados
pelo modelo das edificações e cidades.

»» Analisar o histórico sobre o conceito de sustentabilidade e sua atuação na


Construção Civil.

»» Compreender que não é possível desenvolver a sustentabilidade de um


país sem que haja construção sustentável.

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INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS Unidade I
NO BRASIL

Capítulo 1
Introdução e aspectos históricos

Introdução
Em meados da década de 1960, alguns fenômenos naturais inéditos começaram a surgir.
Esses acontecimentos resultaram no surgimento de grupos contrários ao consumo
altíssimo de recursos naturais. Com o passar dos anos, esses grupos se multiplicaram
e, agora, mais organizados, passam a defender, com mais intensidade, a preservação do
meio ambiente.

O tema sustentabilidade foi iniciado na década de 1980, com o Relatório de Brundtland


(1987), e tinha como definição geral: “suprir as necessidades da geração presente sem
afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”. A partir daí, várias pesquisas
e vários estudos no mundo todo levariam a temas relevantes para que se tenha uma
construção sustentável, levando-se em conta as questões ambientais.

Um fator determinante para que isso seja possível é o papel das empresas no
desenvolvimento sustentável, pois devem evoluir em ritmo acelerado, inovando em seus
produtos, processos e serviços, realizando uma gestão ambientalmente correta de seus
impactos simultaneamente.

O Tripé da Sustentabilidade, conceito já aplicado por diversas empresas em todo o Planeta,


apresenta os resultados de uma organização medidos em termos sociais, ambientais e
econômicos. Segundo o consultor John Elkington, criador desse conceito, as empresas
devem buscar qualidade ambiental e justiça social, e não apenas resultados financeiros.

Aspectos históricos
Modelo anterior
O mundo era dividido, segundo visões financeiras, em norte e sul. O norte era tecnicista
e muito desenvolvido, com tecnologias e conhecimento de diversas áreas. Assim, tinha

9
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

maior vantagem em imposição de preços, pois ele era quem determinava a quem
forneceria a tecnologia das máquinas, já aperfeiçoadas.

O sul, dominado pelo norte, fornecia a mão de obra, muito barata, e a matéria prima,
mantendo, assim, o norte cada vez mais forte e, consequentemente, aprimorando-se
mais na era tecnológica.

Em 1950, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe questionou a divisão


econômica tão desigual, não se esquecendo das questões sociais internas, no mundo
em geral.

Após a guerra de 1945, todos passaram por uma crise de desenvolvimento, por conta da
obsolescência programada, que força a reposição constante de produtos; da imposição
tecnológica dos setores dominantes; e do crescimento populacional desequilibrado, que
deu origem à criação de novas necessidades de consumo, para ficar na moda. Assim, o
conhecimento era detido somente por analistas específicos de cada setor.

Novo modelo

Na década de 1980, o conceito de Desenvolvimento Sustentável é apresentado, pela


primeira vez, aos temas relacionados aos sistemas que envolvem a Construção Civil,
por meio do Relatório Brundtland. A partir daí, é feita uma reflexão sobre os conceitos
de sustentabilidade na Construção Civil.

A declaração do Rio sobre o meio ambiente (1992) é o resultado de grandes discussões


na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que
ocorreu, em junho, no Rio de Janeiro, na ECO-92.

O documento produzido na ECO-92 define onde está presente o direito ao desenvolvimento


sustentável, atendendo as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das
gerações presentes e futuras, além de recomendar, aos Estados, a tarefa de erradicar
a pobreza.

A Agenda 21 é mais um resultado das discussões da ECO-92, pois se trata de um


documento acordado entre os países, resgatando o termo “Agenda” no seu sentido
de desígnio, intenções, desejo de mudanças para um modelo de civilização em que
predominasse o equilíbrio ambiental e a justiça social entre as nações. A Agenda 21 não
era simplesmente uma Agenda Ambiental e sim uma Agenda para o Desenvolvimento
Sustentável, em que a primeira ordem é a consideração ao meio ambiente.

A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável,


realizada em Johannesburg, afirma que o Desenvolvimento Sustentável é construído
10
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

sobre “três pilares interdependentes e mutuamente sustentadores”: econômico, social


e ambiental.

Sustentabilidade

A ONG Clube de Roma, na década de 1960, debatia questões ambientalistas e, ao


mesmo tempo, alguns estudiosos, em várias partes do planeta, concebiam os primeiros
comentários sobre questões que envolviam o tema. Em seu primeiro relatório, impactou
a comunidade científica ao mostrar os cenários catastróficos sobre o futuro do planeta
caso o padrão desenvolvimentista existente permanecesse sem mudanças.

A partir daí, outros relatórios foram elaborados, todos com o mesmo fundamento:
preservar o meio ambiente. Podemos, então, citar alguns que são referência como
Desenvolvimento Sustentável.

»» Relatório do Clube de Roma: Limites do Crescimento (1968)

»» Declaração de Estocolmo (1972)

»» Relatório de Bruntland: Nosso Futuro Comum (1987)

»» Declaração do Rio (1992)

»» Agenda 21 (1992)

A Declaração de Estocolmo elaborou vinte e seis “princípios comuns que ofereçam aos
povos do mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio ambiente humano”.
A relação entre desenvolvimento e preservação ambiental ficou bastante ambígua,
conforme pode ser observado no Princípio 11, que diz: “As políticas ambientais de todos
os Estados deveriam estar encaminhadas para aumentar o potencial de crescimento atual
ou futuro dos países em desenvolvimento e não deveriam restringir esse potencial, nem
colocar obstáculos à conquista de melhores condições de vida para todos. Os Estados e as
organizações internacionais deveriam tomar disposições pertinentes, com vistas a chegar
a um acordo para poder enfrentar as consequências econômicas que poderiam resultar
da aplicação de medidas ambientais nos planos nacionais e internacionais”.

Relatório de Bruntland

Em 1987, nos debates ambientais na Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e


Desenvolvimento, em que a primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland foi
nomeada pela ONU para coordenação, surgiu um documento chamado Nosso Futuro
Comum ou Relatório de Brundtland.

11
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

Nesse documento, a proposta do desenvolvimento sustentável era definido por “aquele


que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações
futuras atenderem às suas necessidades”.

Nessa nova visão da relação homem e meio ambiente, fica claro que, além do limite
mínimo para o bem-estar da sociedade, existe, também, um limite máximo para o uso
dos recursos naturais, de forma que sejam preservados e perpetuados.

Segundo o Relatório da Comissão Brundtland, uma série de medidas deve ser adotada
pelos países, para promover o desenvolvimento sustentável. Algumas delas são as
seguintes.

»» Limitação do crescimento populacional.

»» Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) em longo prazo.

»» Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas.

»» Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias


com uso de fontes energéticas renováveis.

»» Aumento da produção industrial nos países não industrializados com


base em tecnologias ecologicamente adaptadas.

»» Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades


menores.

»» Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).

Em âmbito internacional, as metas propostas são as seguintes.

»» Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas Organizações de


Desenvolvimento (órgãos e instituições internacionais de financiamento).

»» Proteção dos ecossistemas supranacionais, como a Antártica, os oceanos


etc., pela comunidade internacional.

»» Banimento das guerras.

»» Implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela


Organização das Nações Unidas (ONU).

Outras medidas para a implantação de um programa adequado de desenvolvimento


sustentável são as seguintes.

»» Uso de novos materiais na construção.

12
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

»» Reestruturação da distribuição de zonas residenciais e industriais.

»» Aproveitamento e consumo de fontes alternativas de energia, como a


solar, a eólica e a geotérmica.

»» Reciclagem de materiais reaproveitáveis.

»» Consumo racional de água e de alimentos.

»» Redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção


de alimentos.

Conferência das nações unidas sobre meio


ambiente e desenvolvimento ECO-92

A ECO-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento)


foi realizada, no Rio de Janeiro, em junho de 1992. Reuniu representantes de 175
países e de Organizações Não Governamentais. É considerado o evento ambiental mais
importante do século XX.

Os compromissos específicos adotados pela ECO-92 incluem três convenções: uma


Declaração sobre Florestas, Mudança do Clima, e Biodiversidade. A Conferência
também aprovou documentos com objetivos mais abrangentes e de natureza mais
política: a Declaração do Rio e a Agenda 21. Ambos com o conceito fundamental de
desenvolvimento sustentável, que combina o progresso econômico e material com a
necessidade de uma consciência ecológica.

As relações entre países ricos e pobres, desde a Conferência, têm sido conduzidas por
um novo conjunto de princípios inovadores, como os de “responsabilidades comuns,
mas diferenciadas entre os países”, de “o poluidor paga” e de “padrões sustentáveis
de produção e consumo”. Com a adoção da Agenda 21, a Conferência estabeleceu
objetivos concretos de sustentabilidade em diversas áreas, explicitando a necessidade
de se buscar novos recursos financeiros para a complementação, em nível global, do
desenvolvimento sustentável.

Convenção da biodiversidade

Durante a ECO-92, foi aprovado um acordo por 156 Estados e uma organização de
integração econômica regional, “A Convenção da Biodiversidade”, que foi ratificada pelo
Congresso Nacional e entrou em vigor no final de dezembro de 1993. Os objetivos da
Convenção são: a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes
e a divisão igual e justa dos benefícios gerados com a utilização de recursos genéticos.

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capítulo 2
Agenda 21 e construções sustentáveis

Agenda 21
O “Agenda 21”, principal documento produzido na ECO-92, é um programa e ação
que viabiliza o novo padrão de desenvolvimento ambientalmente racional, concilia
métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Esse documento
está estruturado em quatro seções, subdivididas num total de 40 capítulos temáticos.
Eles tratam dos seguintes temas.

»» Dimensões econômicas e sociais – enfocam as políticas internacionais


que podem ajudar o desenvolvimento sustentável nos países em
desenvolvimento, as estratégias de combate à pobreza e à miséria, as
mudanças necessárias a serem introduzidas nos padrões de consumo,
as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica demográfica, as
propostas para a promoção da saúde pública e a melhoria da qualidade
dos assentamentos humanos.

»» Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento – apresenta


os diferentes enfoques para a proteção da atmosfera e para a viabilização
da transição energética, a importância do manejo integrado do solo, da
proteção dos recursos do mar e da gestão eco-compatível dos recursos de
água doce; a relevância do combate ao desmatamento, a desertificação
e a proteção aos frágeis ecossistemas de montanhas; as interfaces entre
diversidade biológica e sustentabilidade; a necessidade de uma gestão
ecologicamente racional para a biotecnologia e, finalmente, a prioridade
que os países devem conferir à gestão, ao manejo e à disposição
ambientalmente racional dos resíduos sólidos, dos perigosos em geral,
dos tóxicos e radioativos.

»» Medidas requeridas para a proteção e promoção de alguns dos segmentos


sociais mais relevantes – analisa as ações que objetivam a melhoria dos
níveis de educação da mulher, bem como sua participação, em condições
de igualdade, em todas as atividades relativas ao desenvolvimento
e à gestão ambiental. Adicionalmente, são discutidas as medidas de
proteção e promoção à juventude e aos povos indígenas, às ONG’s, aos
trabalhadores e sindicatos, à comunidade científica e tecnológica, aos
agricultores, ao comércio e à indústria.

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INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

»» Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações


propostas – discute os mecanismos financeiros e os instrumentos e
mecanismos jurídicos internacionais; a produção e oferta de tecnologias
ecos-consistentes e de atividade científica, enquanto suportes essenciais à
gestão da sustentabilidade; a educação e o treinamento como instrumentos
da construção de uma consciência ambiental e da capacitação de quadros
para o desenvolvimento sustentável; o fortalecimento das instituições e
a melhoria das capacidades nacionais de coleta, processamento e análise
dos dados relevantes para a gestão da sustentabilidade.

Na Construção Civil, as interpretações da Agenda 21 mais relevantes são: a Agenda


Habitat II (Istambul 1996), a CIB5 Agenda 21 (1999), que contempla medidas para
redução de impactos por meio de alterações na forma como os edifícios são projetados,
construídos e gerenciados ao longo do tempo, e a CIB/UNEP6 Agenda 21. (CIB/UNEP-
IETC, 2002)

Figura 1. Reinterpretações da Agenda 21 relacionadas ao setor de construção

(CIB/UNEP-IETC, 2002).

Construção sustentável no Brasil


O Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de construções sustentáveis, mas as
construções ainda consomem cerca de 50% de todos os recursos naturais, além da grande
produção de resíduos e lixos. O principal desafio para o Brasil é a participação ativa de
construtores envolvidos e a diminuição da grande quantidade de madeira extraída da
mata nativa.

15
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

Mas existem outros desafios, como diminuir os números de recursos naturais


utilizados, conscientizar a sociedade e baixar custos nas construções, pois o custo
de uma construção sustentável é de 2 a 7% mais caro que o custo de uma construção
convencional.

O Brasil segue em busca de produtos que tenham foco em sustentabilidade, agregando


a eles melhor custo-benefício, eficiência térmica/energética e reciclabilidade. Como
exemplo, o EPS (poliestireno expandido, popularmente conhecido como isopor).

Atualmente, o mercado de EPS está em pleno crescimento no Brasil. O consumo


aparente do produto no país, em 2012, foi de 96 mil ton/ano e a estimativa para 2013 é
que tenha chegado a 101 mil ton/ano.

O EPS pode ser utilizado de várias formas, para enchimento de lajes, telhas, concreto
leve, forros, sistemas construtivos, estabilização de solos etc. A Construção Civil
destaca-se por ser um dos principais mercados do EPS, sendo estimado que 50% da
produção brasileira é destinada a esse setor.

Diferente de outros países, o Brasil não possui uma obrigatoriedade de isolamento


térmico ou acústico nas construções, em que o EPS poderia ser usado. Em outros países,
como no Chile, onde há legislação que diz que as construções devam ter isolamento, foi
consumido 1,21 kg de EPS por habitante em 2012; na Alemanha, a proporção sobe para
3,70 kg/habitante. Ou seja, o Brasil, que consome cerca de 0,49 kg por habitante, tem
espaço para crescer.

A aplicação do EPS em projetos construtivos e arquitetônicos permite uma economia


de energia que pode chegar a 30%. Além da baixa condutividade térmica, baixo peso,
resistência ao envelhecimento, absorção de choques, resistência à compressão e absorção
de água, é um material versátil e de fácil manuseio, o que garante uma economia de
cerca de 20% no prazo de construção, além de apresentar uma redução de 6% a 8% no
custo total do projeto.

O Brasil tem potencial, principalmente em tempos de grandes construções, de avançar


ainda mais sua posição entre os países que investem na sustentabilidade de suas
construções, buscando o melhor custo-benefício à população, além da preservação do
meio ambiente, com tecnologias eficientes e sustentáveis. (Fonte: Brasil Econômico,
24/2/14)

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INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

Alguns exemplos de construções sustentáveis no Brasil e no mundo.

Figura 2. Vancouver Convention Centre, no Canadá – foi o primeiro centro de convenção do mundo a receber o
selo LEED de platina

Figura adaptada e disponível em: <http://www.canadaplace.ca/At_Canada_Place/Services/Vancouver_Convention_Centre.


Acessado em: julho/2014>.

Figura 3. Qatar Convention Center, nos Emirados Árabes, tem 3.700 m² de placas para captação de energia solar

Figura adaptada e disponível em: <http://www.thorntontomasetti.com/projects>. Acessada em: julho/2014.

Figura 4. O Complexo Comercial Rochaverá, em São Paulo, é autossuficiente em energia

Figura adaptada e disponível em: <http://www.skyscrapercity.com>. Acessada em: julho/2014.

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UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

Figura 5. Torre Vargas, no Rio de Janeiro, ganhou um medidor de consumo energético individual, que possibilita a
rápida identificação de eventuais desvios

Figura adaptada e disponível em: <http://www.torrevargas914.com.br>. Acessada em: julho/2014.

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capítulo 3
Conforto e sustentabilidade

O conforto ambiental tem por objetivo proporcionar aos assentamentos humanos as


condições necessárias de habitabilidade, utilizando com racionalidade os recursos
disponíveis. Fazer com que a construção corresponda, conceitual e fisicamente, às
necessidades e condicionantes do meio ambiente natural, além do social, cultural e
econômico de cada sociedade.

Compreende o estudo das condições acústicas, térmicas, energéticas e luminosas


e os fenômenos físicos a elas associados como um dos condicionantes da forma e da
organização do espaço.

Todo arquiteto deve ser capaz de projetar pensando as especificidades climáticas do


local, a luz natural, o conforto ambiental e a eficiência energética como parâmetros
de projeto arquitetônico, salientando o desenvolvimento bioclimático sustentável. É
fundamental conhecer as condições ambientais e visitar o local do projeto para se ter
uma noção correta de todas as particularidades, como percurso do sol, ruídos acústicos,
percepção dos ventos e vegetação, por exemplo. Em seguida, com as simulações feitas
em softwares, a partir dos dados obtidos no local, é possível ter uma visão bem próxima
da realidade, podendo ser feitos os ajustes necessários antes que a obra seja executada.

Quando planejado na fase de projeto, o conforto ambiental torna-se mais eficiente e


mais barato. Em alguns casos, projetos pensados em conforto ambiental e Eficiência
Energética podem gerar até 70% de economia de energia.

Conforto térmico
O conforto térmico é a condição psicológica de um indivíduo que expressa  satisfação 
com relação às condições térmicas do ambiente em que este se encontra. Conforto é 
um processo cognitivo envolvendo muitos parâmetros influenciados por processos
físicos, fisiológicos, psicológicos. É muito importante em relação a fatores relacionados
ao trabalho, pois pode afetar os níveis de distração dos trabalhadores, afetando seu
desempenho e sua produtividade.

Alguns fatores que determinam o conforto térmico.

»» Fatores pessoais (de saúde, psicologia, sociologia, e fatores situacionais)

»» Temperatura do ar
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UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

»» Radiação térmica

»» Vento

»» Roupas

»» Nível de atividade

Conforto lumínico (luz)


A luz pode ser definida como qualquer radiação capaz de causar uma sensação visual. A
fonte natural de radiação eletromagnética é o sol, as artificiais comuns são as lâmpadas.

A visão é responsável por, aproximadamente, 80% das informações que percebemos


pelos sentidos. Isso a transforma num dos mais importantes sentidos. E pela
capacidade da visão de adaptar-se às condições insuficientes de luz, nem sempre se
cuida adequadamente das condições de iluminação.

Cosmo Palasio de Morais Junior, autor do artigo on-line “Considerações sobre


Iluminação e Trabalho”, consegue descrever, em poucas linhas e palavras, a
situação e a importância da qualidade de Iluminação em ambientes: “[...] o
processo da visão é bastante complexo e implica em uma série de fatores.
Por isso mesmo é de grande importância, tanto para a segurança das pessoas
quanto para a qualidade do produto, que a iluminação do posto de trabalho seja
adequada às exigências da tarefa. Iluminação insuficiente implica diretamente
na perda de desempenho e no aumento do número de acidentes.”

Portanto, um bom sistema de iluminação deve assegurar níveis de iluminação que


mantenham o conforto visual, garantindo o contraste adequado à tarefa a ser realizada
e o controle dos ofuscamentos. Uma inadequação desse sistema poderá acarretar em
danos à saúde visual das pessoas no ambiente e uma piora para os que apresentam
problemas de visão.

Tipos de iluminação
Existem dois tipos de iluminação: a natural e a artificial. A iluminação natural pode
ser entendida como sendo a radiação luminosa visível proveniente do sol sob duas
formas; a direta (luz solar) e a indireta (reflexão da luz solar pela abóbada celeste e pelas
superfícies e pelos elementos tridimensionais naturais ou criados). Já a iluminação
artificial é aquela obtida por meio de fontes artificiais que convertem energia elétrica
em luz.

20
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

A grande vantagem da iluminação artificial é permitir o desenvolvimento dos trabalhos


sem a limitação de horário. Utilizam-se, basicamente, quatro sistemas de iluminação
artificial: geral, direcional, localizada e local.

De acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), cada


ambiente requer um determinado nível de iluminância ideal, estabelecido de acordo
com as atividades a serem ali desenvolvidas. No Quadro 1, são apresentados alguns
níveis de iluminamento recomendados pela Norma Brasileira Registrada (NBR)
no 5.413/1991 para as diferentes classes de tarefas visuais comuns. Os valores maiores
são recomendados para melhor desempenho visual.

Quadro 1 . Iluminância (em lux) para cada grupo de tarefas visuais

Fonte: Adaptado da NBR – 5413.

Conhecido o nível de iluminância, pode-se fazer o cálculo luminotécnico, para


determinação do número de luminárias necessário para a iluminação do ambiente.
Inicialmente, é preciso identificar as características do ambiente (pé-direito,
comprimento, largura e altura do plano de trabalho), além dos tipos de materiais
e cores empregados na construção, já que cada um apresenta um grau de reflexão
(parte do fluxo luminoso que retorna ao ambiente) diferente, e que também deverão
ser considerados.

Hoje em dia, além dos softwares que ajudam nesses cálculos luminotécnicos, existem,
também, os sites das empresas de luminárias que já dispõem calculadoras online, para
facilitar ao arquiteto.

Conforto acústico
O conforto acústico é uma condição importante a se procurar para alcançar bem-estar. A
ausência de conforto acústico condiciona fortemente nossa saúde e nossa produtividade.

21
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

Condições acústicas desfavoráveis acarretam problemas como: dificuldade de


comunicação, irritabilidade e efeitos nocivos à audição e saúde. O tratamento acústico
visa a atenuar o nível de energia sonora, por meio de isolamento atenuador, tratamento
absorvente ou os dois combinados.

A acústica estuda os fenômenos do som e sua interação com nossos sentidos, para
minimizar as condições desfavoráveis, como ruídos, buscando o que vem descrito
a seguir.

»» Eliminar/reduzir, ao máximo, os ruídos que podem comprometer a


audição.

»» “Controlar” os sons, evitando interferências excessivas (ecos, reverberações


etc.), garantindo entendimento perfeito entre ouvinte e locutor.

Som é uma onda mecânica e depende de quatro fatores.

»» Fonte – excitação mecânica da superfície (inicia a perturbação).

»» Superfície – quando excitada pela fonte, produz vibrações.

»» Meio de propagação – caminho físico do som (líquido, sólido ou gasoso).

»» Receptor – o de maior interesse, na acústica, é o homem.

O som propaga-se por movimentos oscilatórios (molécula oscila em seu ponto original)
e causa regiões de condensação e rarefação (a pressão varia). A perturbação da
superfície (fonte primária) desencadeia movimentos oscilatórios sucessivos no meio
(fonte secundária), até chegar ao receptor.

Facilitando o estudo do comportamento de ondas sonoras, convenciona-se o seguinte.

»» Frente de onda – “linha” que une pontos de mesma fase (rarefação ou


compressão); esférica próxima à fonte e plana quando afastada.

»» Raio sonoro – consiste em uma linha imaginária perpendicular à frente


de onda que determina a direção da frente de onda.

O som mais grave que o ouvido humano consegue detectar é de, aproximadamente, 20
Hz, e o mais agudo está na faixa de 20.000 Hz. Para definir a intensidade da sensação
auditiva humana, adotou-se uma função logarítmica, resultando no nível sonoro de
intensidade ou no nível sonoro de pressão, medidos em decibel (dB). 1 bel corresponde
a 10 decibéis.

22
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

Figura 6. Medidor de pressão sonora (“Decibelímetro”)

Fonte: <http://www.testbrasil.com.br/produto/403503/Decibelimetro>. Acessado em: julho/2014.

Tratamento acústico

O tratamento acústico pode ter a finalidade de absorver os sons,  reduzindo sua


reflexão,  para tornar os ambientes mais confortáveis, além de, também, poder
proporcionar o isolamento sonoro, a fim de garantir, por exemplo, a privacidade entre
salas contíguas ou eliminar a interferência de barulhos externos.

A especificação dos materiais leva em conta o uso e a dimensão da área, além do nível


de absorção e de isolamento sonoros desejado. Os materiais com maior capacidade de
absorção acústica são os que oferecem menores níveis de isolamento, como o forro de
fibra mineral comum, pois absorve os sons, mas não impede que eles vazem para outro
ambiente. O forro executado com gesso, evita o vazamento do som, mas não sua reflexão
(ou reverberação). Existem forros de fibra mineral que conciliam as duas características.

A seguir, os locais em que o isolamento acústico pode ser aplicado.

»» Dutos de ar condicionado

»» Tubulações

»» Equipamentos

»» Coberturas

»» Sobre forros

»» Dutos de exaustão para cozinhas industriais e restaurantes

Materiais convencionais

São os materiais de vedação de uso comum dentro da Construção Civil. Possuem uma
série de vantagens e uma delas é o isolamento acústico. Como exemplos desses tipos de
23
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

materiais, temos blocos cerâmicos, bloco de concreto/concreto celular, bloco de silico


calcário, madeira, vidro etc.

Materiais não convencionais (inovações)

São materiais desenvolvidos especialmente para isolar acusticamente diferentes ambientes.


Esses materiais possuem algumas vantagens térmicas. A seguir, alguns exemplos.

»» Lã de vidro – é mundialmente reconhecida como um dos melhores isolantes


térmicos. É um componente formado a partir de sílica e sódio aglomerados
por resinas sintéticas em alto forno. Devido ao ótimo coeficiente de absorção
sonora, em função da porosidade da lã, a onda entra em contato com a lã e
é rapidamente absorvida. Suas principais vantagens as seguintes.

›› Leve e de fácil manipulação.

›› Incombustível, ou seja, não propaga chamas.

›› Não deteriora.

›› Não favorece a proliferação de fungos ou bactérias.

›› Não tem desempenho comprometido quando exposto à maresia.

›› Não é atacada nem destruída pela ação de roedores.

O mercado oferece em forma de manta, do tipo manta ensacada com


polietileno, manta aluminizada, manta revestida com feltro para construções
metálicas e manta de fibro-cerâmica para tubulações e equipamentos com
temperaturas elevadas.

Figura 7. Lã de vidro

Fonte: <http://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/isolamento-acustico/3/>. Acessado em julho/2014.

»» Lã de rocha – é composta de fibras originadas de basalto aglomerado


com resina sintética. As principais características desse material são as
seguintes.

24
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

›› Isolante acústico

›› Isolamento térmico

›› Incomburente

›› Antiparasita, pH neutro, não corrosivo e imputrescível

›› Não nocivo à saúde, mas manuseio e aplicação com vestuário e luvas


adequadas

›› Não poluente

›› Favorável custo/benefício

A lã de rocha pode ser aplicada em forros, divisórias, em dutos de ar


condicionados, em tubulações com baixas, médias e altas temperaturas
de 50°C a 750°C.

O Brasil oferece a lã de rocha em forma de painéis e mantas revestidas ou


não com plástico autoextinguível, de manta com “Kraft aluminizado”, de
calhas e mantas com tela metálica, para proporcionar maior resistência
mecânica ao material.

Figura 8. Lã de Rocha

Fonte: <http://www.isar.com.br/produtos/isolamento-termico/la-de-rocha/>. Acessado em julho/2014.

»» Vermiculita – é um mineral da família das micas (aluminosilicato


hidratado de ferro e de magnésio), constituído pela superposição de finas
lamínulas que, ao se submeter a altas temperaturas (cerca de 1000°C),
expande-se até vinte vezes do seu volume original, deixando um grande
vazio em seu interior.

As principais características desse tipo de material são as seguintes.

›› Baixa densidade, que varia de 80 até 120 kg/m³

25
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

›› Baixa condutibilidade

›› Incomburente

›› Insolúvel em água

›› Não tóxico

›› Não abrasivo

›› Inodoro

›› Não se decompõe, deteriora ou apodrece

A vermiculita, na Construção Civil, pode ser aplicada para: enchimento


de pisos; isolamento térmico e acústico em divisórias, forros, lajes e
paredes; corta fogo; câmaras a prova de som; câmaras a prova de fogo;
rebocos isolantes etc.

Deve-se destacar, ainda, que o mercado oferece a vermiculita em forma de


placas e blocos ou em forma de concreto leve de vermiculita expandida;
recomendado para contrapiso, rebocos acústicos e como enchimento de
excelente qualidade.

Figura 9. Vermiculita

Fonte: <http://flores.culturamix.com/jardim/os-minerais-vermiculita-e-perlita>. Acessado em: julho/2014.

»» Espuma elastomérica – esse material é uma espuma do poliuretano


poliéster, autoextinguível, que possui as seguintes propriedades.

›› Tratadas com retardante de chamas, para melhorar sua propriedade


quanto à segurança ao fogo.
26
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

›› Estão protegidas contra mofos, fungos e bactérias.

A espuma elastomérica é indicada para acústicas em escritórios, auditórios,


salas de treinamento, salas de som. Esse tipo de material é oferecido no
mercado em forma de placas de diversas espessuras e dimensões.

Figura 10. Espuma Elastomérica

Fonte: <http://www.isar.com.br/produtos/isolamento-termico/espuma-elastomerica/>. Acessado em: julho/2014.

»» Fibra de coco (Corkoco) – misturada ao aglomerado de cortiça expandido,


apresenta excelentes resultados na absorção de ondas de baixa frequência,
dificilmente alcançados por outros materiais. A fibra de coco apresenta
resistência e durabilidade, cumprindo com necessidades técnicas exigidas
pelo mercado. Além de ser um material versátil e indicado para isolamento
térmico e acústico, utiliza uma matéria-prima natural e renovável.

Figura 11. Corkoco

Fonte: <http://www.rolite.eu/en/corkoco/>. Acessado em: julho/2014.

Técnicas e processos

A técnica de dry-wall ou gesso acartonado é aplicada em grande escala no Brasil e uma


das técnicas mais utilizadas em todo mundo. As placas são fixadas a uma leve estrutura
27
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

metálica, podendo ser utilizadas para acabamento sobre a alvenaria ou para estruturar
paredes e forros com espessuras menores. O ganho de espaço pode chegar a até 4%.

As principais vantagens do uso das placas de gesso acartonado com relação à alvenaria
são as seguintes.

»» Elevada produtividade

»» Revestimento de pequena espessura

»» Retirada da relação vertical do caminho crítico da obra

»» Não depende da habilidade do trabalhador

»» Menor peso

»» Desmontabilidade

»» Precisão dimensional

»» Permite que as instalações elétricas sejam embutidas

Já as principais desvantagens do dry-wall são as seguintes.

»» Baixa resistência mecânica a cargas potenciais superiores a 35 kg

»» Baixa resistência à umidade

O dry-wall é utilizado para separar ambientes, sendo mais indicado trabalhar com uma
parede dupla, com montantes de 48 ou 70 mm e material acústico entre as placas.
O tratamento acústico é fundamental, pois trata apenas de duas placas de gesso. A
lã de vidro é muito empregada, podendo ter espessura entre 45 e 50 mm, com uma
densidade média de 16kg/m³. O número exagerado de juntas ou a existência de muitos
pontos elétricos pode prejudicar o desempenho da parede.

Figura 12. Parede de acartonado revestida com lã de vidro

Fonte: <http://www.wallcenter.com.br/produtos/isolantes/la-de-vidro/wall-felt-2>. Acessado em: julho/2014.

28
capítulo 4
Eficiência energética e sustentabilidade

Dadas as projeções de crescente consumo de energia em âmbito nacional, medidas de


conservação de energia apresentam-se como uma necessidade presente. Na década de
1990, o aumento da demanda por energia elétrica, apenas no setor comercial, foi de
9,8%, enquanto a geração por meio de hidrelétricas foi acrescida em 5,8% (BRASIL,
2000). Essa diferença aponta para a urgência do uso racional de energia em edifícios,
entre outras medidas.

Os projetos de arquitetura que apresentam soluções para lidar com as condições


ambientais locais, envolvendo temperatura do ar, temperatura superficial, radiação solar,
umidade, ventos, ruído e, ainda, qualidade do ar, aliadas a um bom aproveitamento da
luz natural, estão contribuindo para a realização de uma arquitetura de menor impacto
a ambiental, com relação à questão da energia.

Os maiores gastos de energia numa edificação se dão em função de trocas de calor não
desejadas com o meio, seja ele excessivamente quente ou frio, ou no impedimento
dessas trocas quando elas são necessárias, levando em consideração ventos, iluminação
visando ao maior conforto possível do ambiente.

Outro gasto expressivo se dá na necessidade do aquecimento de grandes quantidades de


água, buscando o conforto, e no gasto excessivo de água em determinados equipamentos.
Tornar uma casa eficientemente energética consiste em minimizar esses gastos com a
implementação de técnicas ou utilização de certos equipamentos que nos dão suporte.

Painéis fotovoltaicos
O Sol é a origem de todas as formas de energia que o homem vem utilizando durante
sua história e pode ser a resposta para a questão do abastecimento energético no futuro.

Portanto, seria errado não buscar, por todos os meios tecnicamente possíveis, aproveitar
essa fonte de energia limpa, inesgotável e gratuita. A partir deste ponto, discutiremos a
disponibilidade da energia proveniente do Sol, os métodos de captação dessa energia e
possíveis usos e aplicações.

Aproximadamente 30% da radiação entrante refletem-se sem mudança na amplitude de


onda. Apenas 47% são absorvidas pela atmosfera e pela superfície terrestre, provocam
aumento de temperatura e, em seguida, irradiam-se, novamente, para o espaço. Apenas
29
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

os 23% restantes penetram no sistema terrestre e passam a ser a força motriz de ventos,
correntes, ondas, modela nosso clima e proporciona o ciclo da água. Em última instância,
também será reirradiado ao espaço. O processo geral empregado é o de efeito estufa.

Figura 13. Painel fotovoltaico

Fonte: <http://www.portal-energia.com>. Acessado em: julho/2014.

Figura 14. Painel fotovoltaico instalado

Fonte: <http://www.ecocasa.com.br/energia-fotovoltaica.asp>. Acessado em: julho/2014

30
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

Os métodos de conversão térmica da energia solar fundamentam-se na absorção da


energia radiante por uma superfície negra. Este pode ser um processo complexo, que
varia segundo o tipo de material absorvente. Envolve difusão, absorção de fótons,
aceleração de elétrons, múltiplas colisões, mas o efeito final é o aquecimento, ou seja,
a energia radiante de todas as qualidades (todas as amplitudes de onda) transforma-se
em calor. As moléculas das superfícies excitam-se, ocorrendo um incremento na
temperatura. O coeficiente de absorção de vários tipos de absorventes negros varia
entre 0,8 e 0,98 (os 0,2 ou 0,02 restantes se refletem).

As aplicações domésticas dos captadores mostram-se presentes em aquecimento


de água sanitária, aquecimento de piscinas e de ambientes. O aquecimento de água
sanitária é bem simples, geralmente constituído por tubos, por onde a água passa
próximos ao coletor.

Suas aplicações envolvem setores ilimitados prontos ou em construção: clubes,


residências, indústrias, hotéis, hospitais, escolas etc.

Mas quais as vantagens de um aquecedor solar?

»» Sistemas de energia solar não agridem o meio ambiente, sendo umas das
melhores opções para preservação ambiental.

»» O Brasil é um dos países com maior incidência de irradiação solar.

»» A economia na conta de energia mensal pode chegar até 40%.

»» Rápido retorno do seu investimento.

»» Você pode ter água quente em todos os pontos de água, banheiro, cozinha,
lavanderia, piscina, clubes etc.

»» É um sistema de alta durabilidade e eficiência.

Qual é a durabilidade de um aquecedor solar?

»» Os aquecedores solares de boa qualidade usam materiais nobres, como


alumínio e cobre, garantindo alta durabilidade. Em condições normais
de uso, poderão durar de 15 a 20 anos.

Em épocas frias e de geadas o aquecedor funciona?

»» Podem diminuir sua eficiência em dias em que a incidência solar é


menor, quando o calor absorvido não é suficiente para aquecer a água,
uma resistência elétrica será acionada.
31
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

Captação de água da chuva


A captação da água da chuva para as mais diversas finalidades é um processo que se
torna cada vez mais procurado, pois desenvolver técnicas de captação e armazenamento
de água é um fator determinante na qualidade de vida e no desenvolvimento de uma
comunidade.

Estudos realizados indicam que o uso de água potável para atividades em que essa
qualidade não é requerida varia de 30 a 50% (SABESP 2004) nas residências. Nesse
caso, poderiam ser substituídas por águas de qualidade inferior. Há diversas maneiras
de obter captação e armazenamento de água das chuvas, entre essas está a obtenção por
garrafas PET e a obtenção por meio de calhas no telhado.

O projeto “Rain Drops” é um sistema simples e barato de captação de água da chuva


que utiliza garrafas pet como reservatórios de água. É interessante porque promove a
reutilização das garrafas e armazena água da chuva para qualquer finalidade.

Figura 15. Processo captação água da chuva (Rain Drops)

Fonte:< http://www.yankodesign.com/2008/10/30/design-for-poverty-winners/>. Acessado em: julho/2014.

Figura 16. Processo captação água da chuva (Rain Drops)

Fonte: <http://www.yankodesign.com/2008/10/30/design-for-poverty-winners/>. Acessado em: julho/2014.

32
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

O projeto promove a preservação do meio ambiente utilizando as embalagens


plásticas, evitando que estas sejam descartadas em aterros ou lixões. Utiliza, também,
o calor e os raios UV, com o consequente aumento da temperatura da água nesses
recipientes, para fazer um controle bacteriano. É uma proposta, sem dúvida, com
múltiplos efeitos positivos.

Outra maneira de captação das águas da chuva é feita por meio de calhas no telhado, no
Projeto Casa Autônoma. As águas são armazenadas em reservatórios, após passarem
por um filtro especial para águas da chuva modelo VF1 da 3Ptechnik. Os reservatórios
têm capacidade para cerca de 15.000 litros, o que proporciona uma autonomia, quando
totalmente cheios, de 75 dias.

Figura 17. Processo captação água da chuva por meio de calha

Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfBoYAK/8projeto-agua-das-chuvas>. Acessado em: julho/2014.

As águas utilizadas em alguns sistemas do Projeto são esterilizadas por meio de


um processo que utiliza lâmpadas ultravioletas como bactericida. Essas lâmpadas,
utilizadas com o comprimento de onda adequado, têm a propriedade de destruir o
material genético das bactérias, impedindo que se reproduzam e formem colônias.
Nesse processo, é utilizado um equipamento especial desenvolvido pelo LabCau,
que consiste em uma câmara por onde circula a água que entra em contato com a
lâmpada ultravioleta. Um controlador de vazão regula a intensidade da saída da água,
proporcionando, assim, a possibilidade de regulagem do tempo de exposição da lâmina
d’água aos raios esterilizadores.

Aquecedor solar de baixo custo: aquecedor


com caixas de leite e garrafas PET
O aquecedor solar caseiro foi inventado no Brasil, mais precisamente na cidade de
Santa Catarina, onde ganhou visibilidade nacional.

33
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

Aquecedores solares de baixo custo requerem, para sua fabricação, utilização de


materiais recicláveis e manuseio artesanal, que gera emprego e renda, além de diminuir
em até 60% a conta de luz.

Figura 18. Aquecedor de garrafa PET

Fonte: <http://www.procaveblog.com.br/empreendimentos/aquecedor-solar-projeto-feito-com-garrafas-pet/>.
Acessado em: julho/2014.

Figura 19. Aquecedor de garrafa PET

Fonte: <http://www.pensamentoverde.com.br/dicas/aquecedor-solar-caseiro-garrafa-pet/>. Acessado em: julho/2014.

Teto verde
O teto verde é um importante aliado na tentativa de obter eficiência energética numa
edificação, pois ajuda bastante na manutenção da temperatura interna, seja na intenção
de deixá-la mais quente ou mais fria. A camada de vegetação quebra a radiação solar,
e a espessura da camada de teto verde age como uma grande manta térmica, deixando
o ambiente não exposto diretamente ao calor. Já no inverno, a camada de teto verde
continua atuando como isolante, não deixando o frio de fora entrar no ambiente.

34
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

Figura 20. Telhado verde

Fonte: <http://www.reciclandoideias.com.br/teto-verde-o-que-e-como-fazer-e-seus-beneficios>. Acessado em: julho/2014.

Figura 21. Corte esquemático do telhado verde

Fonte: <http://www.reciclandoideias.com.br/teto-verde-o-que-e-como-fazer-e-seus-beneficios>. Acessado em: julho/2014.

Tetos verdes aumentam as áreas verdes urbanas e promovem a biodiversidade local,


além de reterem a água pluvial, limpando-a antes que escorra para a rua.

Não é preciso fazer nenhum reforço na construção, pois o peso da estrutura toda
instalada é bem menor do que uma laje deve suportar, segundo as regras brasileiras. A
manutenção é idêntica à de um jardim, corta-se a grama, tiram-se as ervas daninhas e
nem precisa se preocupar muito com irrigação, pois o telhado acumula água.

Quais as vantagens do telhado verde?

»» Criação de novas áreas verdes, principalmente em regiões de alta


urbanização.

»» Diminuição da poluição ambiental.

»» Ampliação do conforto acústico no edifício que recebe o telhado verde.

»» Melhorias nas condições térmicas internas do edifício.


35
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

»» Aumento da umidade relativa do ar nas áreas próximas ao telhado verde.

»» Melhora o aspecto visual, por meio do paisagismo, da edificação.

Quais as desvantagens do telhado verde?

»» Custo de implantação do sistema e sua devida manutenção.

»» Caso o sistema não seja aplicado de forma correta, pode gerar infiltração
de água e umidade dentro do edifício.

Ventilação e iluminação natural


Uma parte significativa do uso de energia em edificações está associada ao condicionamento
de ar e à iluminação artificial. Com o clima ameno existente em grande parte do território
nacional, a construção de edificações adequadas ao clima local pode resultar em um
consumo de energia substancialmente menor.

Ventilação natural
Para ventilar bem o espaço, as posições de portas e janelas têm papel fundamental. As
aberturas que estiverem na direção do vento predominante farão com que a ventilação
seja muito mais eficiente. A ventilação cruzada acontece quando o ar entra no cômodo
e sai por outra abertura. Conseguimos perceber a ventilação cruzada facilmente, ela
forma uma corrente de ar constante.

Figura 22. Corte esquemático da ventilação cruzada

Fonte: <http://movimentoterras.blogspot.com.br/>. Acessado em: julho/2014.

Uma maneira eficiente de evitar o calor no interior da casa é fazer aberturas no teto ou
na parte superior das paredes. Isso funciona porque o ar quente tende a subir e quando
encontra uma abertura ele é expulso do ambiente, funciona da mesma forma que
uma chaminé.
36
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

Figura 23. Corte esquemático do efeito chaminé

Fonte: <http://imoveis.sempreantenados.com/dicas/ventilacao-natural>. Acessado em: julho/2014.

Iluminação natural
Está comprovado que o sol, em doses moderadas, faz muito bem à saúde. E utilizar a
iluminação natural num projeto traz grandes vantagens ao nosso bem-estar, assim como
ao bolso e ao planeta, economizando eletricidade e seguindo princípios sustentáveis.
Além disso, recursos, como peles de vidro, janelas de mansarda, bay windows, entre
outros, dão charme e sofisticação ao lar. 

Pele de vidro
São grandes paredes de vidro que têm amplos usos nos edifícios comerciais envidraçados.
Nesses prédios, alguns vidros podem ser janelas, aproveitando, também, para ventilação.

Os vidros temperados ou laminados possuem proteção que filtram os raios solares e


conferem maior resistência, filtram o calor e ajudam a evitar danos aos móveis e estofados.
Podem ser transparentes, fumê, azul ou verde e, ainda, os espelhados, que durante o dia
conferem maior discrição, já que não permitem visibilidade de fora para dentro.

Figura 24. Exemplo de iluminação natural

Fonte: <http://44arquitetura.com.br/index.php/como-calcular-o-quadro-de-iluminacao-e-ventilacao/>. Acessado em: julho/2014.

37
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

Brises

Brise-soleil, na tradução literal do francês, seria quebra-sol, mas, no Brasil, é chamado


apenas brise. Esse elemento é utilizado na parte exterior da construção e permite o
controle da incidência de luz solar. Mais encontrado em forma de laminas de alumínio,
que podem ser móveis ou não, o brise pode ser, também, de ferro, madeira ou concreto.
Seu uso reduz a necessidade e potência do ar condicionado, controlando o consumo de
energia, além de conferir uma estética diferenciada.

Figura 25. Exemplo de residência com brise na fachada

Fonte: <http://inovacon.com/?page_id=19>. Acessado em: julho/2014.

Figura 26. Corte esquemático de alternativas de montagem

Fonte: <http://www.aecweb.com.br/emp/cont/m/sistema-brise-linear-lc100_6322_906>. Acessado em: julho/2014.

38
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

Tijolo de vidro

A grande vantagem do tijolo de vidro é que, além de permitir a iluminação, ele dá


segurança. É feito de um vidro laminado e temperado, material que revela a sinuosidade
dos objetos, mas não dá transparência. Pode ser usado em interior e exterior.

Figura 27. Exemplo tijolo de vidro utilizado para iluminar naturalmente um banheiro

Fonte: <http://www.peixotoplanejados.com.br/2013/02/15/tijolos-de-vidro-luminosidade-com-privacidade/>. Acessado em: julho/2014.

Porta balcão

É a porta de correr, esquadrias de aço, alumínio ou madeira. Normalmente, possuem


venezianas e são instaladas em cômodos com acesso a varandas, sacadas ou jardins.

Figura 28. Exemplo casa com porta balcão (iluminação natural no interior)

Fonte: <http://www.hagah.com.br/especial/rs/decoracao-rs/19,0,3026796,Iluminacao-natural-em-casa-traz-sofisticacao-e-economia.
html>. Acessado em: julho/2014.

Janelas de mansarda

São utilizadas para aproveitar o espaço do telhado para um sótão. Além de dar charme
e toque europeu à construção trazem iluminação e ventilação natural ao ambiente.
39
UNIDADE I │ INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL

Figura 29. Exemplo casa com janela de mansarda (iluminação natural no interior)

Fonte: <http://festaviva.uol.com.br/escc/Edicoes/36/artigo98005-3.asp> Acessado em: julho/2014.

Bay Windows

São janelas salientes, projetadas para fora da construção, inspiradas na arquitetura


vitoriana. Nos espaços onde são instaladas, criam a ilusão de amplitude, por aumentar
a entrada de luz natural.

Figura 30. Exemplo casa com bay window (iluminação natural no interior)

Fonte: <http://lovehomeuk.com/2014/07/kitchen/window-treatment-ideas-for-kitchen-bay-windows.html>.
Acessado em: julho/2014.

Iluminação zenital
A iluminação zenital são espaços criados na cobertura das edificações que geram a
entrada de luz através de vãos com fechamento por materiais translúcidos. Alguns
ambientes acabam por receber menos luz natural, muitas vezes devido à sua área ser
grande e não comportar a quantidade ou o tamanho de janelas adequadas para uma
iluminação perfeita. Essa é a hora de entrar com projetos de iluminação

40
INSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE I

Há vários tipos de iluminação zenital. Os mais usados em residências (para último piso)
ou apartamentos (exclusividade das coberturas) são teto solar, claraboias e poços de luz.

Figura 31. Exemplo casa com iluminação zenital

Fonte: <http://clickobra.com/construcao-reforma/claraboia-alternativa-para-iluminar-e-ventilar-ambientes>. Acessado em: julho/2014.

Jardim Interno
Alternativa muito interessante para casas que não possuam um recuo lateral ou que
sejam muito compridas. Cria-se um ambiente externo dentro da casa, com plantas,
o que facilita a captação de luz. A intenção é não cobrir o local para favorecer a
ventilação e o abastecimento natural para a vegetação. Portas de vidro fecham esse
ambiente verticalmente.

Figura 32. Exemplo jardim interno

Fonte: <http://www.decoracaoedicas.com.br/decoracao-para-jardim-de-inverno/>. Acessado em: julho/2014.

41
PRÁTICAS E TÉCNICAS Unidade II
CONSTRUTIVAS

capítulo 1
Fundações rasas

Fundação é um termo utilizado na engenharia para designar as estruturas responsáveis


por transmitir as solicitações das construções ao solo. Existem diversos tipos de fundações,
que são projetadas levando em consideração a carga que recebem e as características
geotécnicas dos solos que as suportarão.

Fundações superficiais (rasas ou diretas) são elementos de fundação em que a carga é


transmitida ao terreno, predominantemente, pelas pressões distribuídas sob à base da
fundação, e em que a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente é
inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Incluem-se nesse tipo de fundação
os blocos, as sapatas (isoladas, corridas, associadas, alavancadas e vigas de fundação) e
os radiers, conforme NBR 6122. (ABNT, 2010)

Radier
O radier é um tipo de fundação rasa de concreto armado em contato direto com o solo
que capta as cargas dos pilares e das paredes e descarrega sobre uma grande área do
solo. Possui, aproximadamente, 10 cm de espessura e é utilizada em obras de pequeno
porte, limitando-se a casas térreas. Para fazer um radier para uma casa assobradada,
este seria inviabilizado pelo aumento da espessura, uma vez que uma grande vantagem
da fundação rasa (direta ou superficial) utilizando o método construtivo do radier é o
baixo custo e a rápida execução.

Quais as vantagens do radier?

»» Economia: redução de custos que chegam a 30%, em comparação aos


outros sistemas de fundação.

»» Agilidade: maior velocidade na execução.

42
PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS │ UNIDADE II

»» Praticidade: redução na mão de obra.

»» Satisfação: posicionamento das paredes a critério do cliente.

»» Elimina escavação;

»» Elimina baldrame.

»» Elimina contrapiso.

Sobre o radier são colocadas chapas de aço, para a fixação da estrutura metálica, e
onde são marcadas as posições dos perfis para a construção do sistema em “steel frame”

Figura 33. Radier

Fonte: <http://portalvirtuhab.paginas.ufsc.br/radier/>. Acessado em julho/2014.

Steel Framing
O Light Steel Framing surgiu na América do Norte, durante o século XIX, e
disseminou-se rapidamente pelo mundo todo. Atualmente, é o mais moderno e confiável
sistema construtivo utilizado mundialmente, em países como Estados Unidos, Austrália,
Nova Zelândia, Canadá e Japão, chegando a 90% das casas construídas nesses países.

O Light Steel Framing utiliza alta tecnologia, projetos inteligentes e materiais de


alta qualidade, como aço leve galvanizado e painéis estruturais em OSB Home, para
tornar as construções residenciais e comerciais mais eficientes, resistentes, rápidas
e seguras.

Além disso, o Sistema é sustentável, pois utiliza matéria-prima reciclável, não utiliza
água durante a obra e evita desperdícios de energia e materiais.
43
UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Quais as vantagens do Steel Frame?

»» Utiliza aço: material 100% reciclável.

»» Emprego de materiais industrializados e ecológicos, produzidos sem


agredir o meio ambiente.

»» Construção seca: não utiliza água durante a obra.

»» Baixo consumo de energia: o desempenho térmico reduz o consumo de


energia para aparelhos de ar-condicionado e aquecedores.

Figura 34. Steel Frame

Fonte: <http://www.kofar.com.br/perfil_steel_frame.php?pg=construcao_civil>. Acessado em: julho/2014.

44
capítulo 2
Materiais de construção:
características, tipologia e
adequação ao ambiente

O número de prédios brasileiros que obtiveram certificação verde cresceu 412% entre os
anos de 2009 e 2012. Já somos o quarto país com mais empreendimentos certificados
pelo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). 

Mas o que são materiais ecológicos?


São todos artigos de origem industrial ou artesanal, que não são poluentes, atóxicos,
benéficos ao meio ambiente e à saúde dos seres vivos, contribuindo para o desenvolvimento
sustentável.

»» E como saber se o material/tecnologia é sustentável ou menos impactante?

»» Matéria-prima é virgem ou reciclada? Como é extraída? É um recurso


renovável?

»» Qual o processo produtivo? Apresenta baixo consumo de energia? E


água? O processo é poluente (ar, água, terra, som)? Gera algum tipo
de resíduo?

»» O produto é poluente?

»» Sua instalação, manutenção gera resíduos?

»» Como é a logística de distribuição do produto? Consume muita energia,


combustível?

»» E a embalagem, possui potencial de reciclagem ou reuso?

»» Possui algum tipo de certificação ou selo?

Atualmente, existem muitos materiais e produtos ecologicamente corretos. Nesta


apostila você conhecerá alguns.

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UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Novos materiais: seleção, aplicações


e sustentabilidade

Economia de água e energia

LED

LED (Light Emitting Diode) é um componente semicondutor. Possui a mesma tecnologia


utilizada em produtos de microeletrônica, que tem a propriedade de transformar energia
elétrica em luz.

Tal transformação é diferente das encontradas nas lâmpadas convencionais, que


utilizam filamentos metálicos, radiação ultravioleta e descarga de gases. Nos LED’s,
a transformação de energia elétrica em luz é feita na matéria, sendo chamada de
estado sólido.

Diante de seu baixo consumo e rendimento, o LED está se tornando um produto ideal
para empresas e lugares que buscam economia e têm como tônica o conceito ecológico
e a sustentabilidade. A iluminação sustentável compreende aspectos relacionados à
utilização racional dos recursos energéticos.

Quais as vantagens do LED?

»» Longa vida útil.

»» Redução dos custos de manutenção.

»» Alta eficiência energética.

»» Não emite infravermelho e ultravioleta no facho de luz, o que não desbota


roupas ou obras de arte.

»» Com o uso de lentes, o facho pode ser direcionado, aumentando a


eficiência.

»» Dimerização sem variação de cores.

»» Controle de cores é dinâmico.

»» Graças ao seu tamanho, o LED gera novos conceitos de iluminação.

»» Resistente a vibrações e impactos.

»» Não tem materiais pesados, como mercúrio, não poluindo o meio


ambiente no descarte.

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PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS │ UNIDADE II

»» Baixa tensão o torna mais seguro em algumas aplicações.

»» Alta eficiência em ambiente frio.

»» Baixa emissão de calor, reduzindo o consumo de ar condicionado.

»» Pode ser desligado e ligado sem alterar a sua vida útil.

O LED é altamente eficiente, pois converte mais de 80% da energia em luz. Por essa
razão, é, hoje, uma excelente opção para a troca da maioria das lâmpadas existentes.

Por outro lado, o LED tem um custo alto e, por isso, antes de qualquer troca, é necessário
fazer uma análise de viabilidade econômica, para selecionar onde se terá um retorno
mais rápido.

A economia com o uso de LED’s pode ser de até 95% da potência e, por esse motivo,
quanto mais horas à lâmpada ficar ligada, mais rápido será o retorno do investimento.

A lâmpada a LED tem vida útil muito superior às demais lâmpadas, além de ser resistente
a impactos (não quebra). Dessa forma, reduz-se, consideravelmente, as trocas periódicas
de lâmpadas.

Exemplo

LED (7ª geração) tem mais de 70.000 horas de vida útil, superior a outras opções.

»» Incandescente tem 1.000 horas de vida útil.

»» Fluorescente compacta tem 10.000 horas de vida útil.

»» Fluorescente tubular tem 7.000 horas de vida útil.

»» Dicroica tem 3.000 horas de vida útil.

A seguir, informações com relação ao consumo.

»» 01 Lâmpada incandescente 60 W pode ser substituída por 01 lâmpada a


LED de 4,5 W, com economia de 55,5 W/hora.

»» 01 Lâmpada fluorescente tubular de 40 W pode ser substituída por 01


luminária LED de 12 W, com economia de 28 W/hora.

»» 01 Lâmpada dicroica 50 W pode ser substituída por 01 luminária LED de


3 W, com economia de 47 W/hora.

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UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Automação
Automação é a aplicação de técnicas computadorizadas ou mecânicas para diminuir
o uso de mão de obra em qualquer processo, diminuindo os custos e aumentando a
velocidade da produção, tornando-o mais eficiente, ou seja, maximizando a produção
com menor consumo de energia, menor emissão de resíduos e melhores condições de
segurança, tanto humana e material quanto das informações inerentes ao processo.

Pode ser dividida em alguns ramos principais.

»» Automação industrial 

»» Automação comercial

»» Automação residencial

Atualmente, a automação está presente em diferentes níveis de atividades do homem,


desde residências; trânsito, por meio de sistemas de controle de tráfego e sinalização;
edifícios comerciais; processo de compra venda e transporte de bens; processos
industriais primários e secundários; e até nas jornadas espaciais.

Válvula de descarga com fluxo duplo


A válvula de descarga com dispositivo de fluxo duplo possui dois botões de acionamento.
O menor despeja 3 litros de água e é usado para o escoamento dos líquidos. E o maior,
apenas para escoar os sólidos, despeja 6 litros de água. Podendo ser colocadas na parede
ou nas caixas acopladas, possibilitando controle de fluxo com economia. Na descarga
tradicional, são utilizados 20 litros de água.

Figura 35. Exemplo de descarga com fluxo duplo

Fonte: <http://www.aecweb.com.br/emp/p/montana_10411_1>. Acessado em: julho/2014.

Ecomosaico
Material reciclado que utiliza o resíduo eliminado pelas máquinas de corte de
marmorarias: uma mistura de água e pó de pedra. Essa água residual é tratada e volta
para a área de produção, para ser reutilizada. Pode ser utilizado em piso e parede.
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PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS │ UNIDADE II

Figura 36. Revestimento (Ecomosaico)

Fonte: <http://www.solanda.com.br/ambientes/>. Acessado em: julho/2014.

Torneira e válvula economizadora com sensor


de presença

Recomendado para uso público, os dispositivos com sensor de presença garantem, além
de conforto e higiene, o controle e a diminuição do consumo de água. Gastam metade
do volume das torneiras tradicionais e funcionam com baixo consumo de energia.

Conforto termoacústico

Vidros – vedação, portas, janelas, divisórias

Garantem a iluminação natural e podem ser reutilizados várias vezes para a mesma
finalidade.

Película opaca para privacidade

Para tratamento de vidros para arquitetura, visa à melhora do desempenho em controle


solar, segurança e decoração. Rejeitam até 79% da energia solar incidente no vidro,
melhorando o conforto térmico do ambiente. Bloqueiam, também, 99% dos raios
ultravioleta, minimizando o desbotamento de objetos expostos ao sol.

Tecidos GreenScreen

Aplicado em persianas e cortinas para proteção solar. Tecido para proteção solar, isento
de PVC e COVs, reduzem a entrada de calor e evitam a luminosidade excessiva. São mais
seguros, pois, em caso de incêndio, não há emissão de fumaça densa, nem quantidades
mensuráveis de gás ácido hidroclorídrico, que é nocivo ao sistema respiratório.

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UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Forro e painéis de Ecoplaca


Placas planas impermeáveis, fabricadas com matérias-primas nobres, como alumínio,
plástico e papel cartão, com alto poder de isolamento térmico e acústico. As placas são
obtidas a partir do reprocessamento de resíduos industriais selecionados, gerados no
pré e pós-consumo. Atualmente, suas matérias-primas provêm de inúmeras empresas
do setor de embalagens.

Tijolos de solocimento
Tijolo composto de solo, cimento e água, produzido sem o processo da queima. Evita o
desmatamento e, consequentemente, a poluição do ar. Elimina a quebra de paredes e o
desperdício com materiais.

Pode ser utilizado como alvenaria estrutural. Os elementos que desempenham a função
estrutural são os próprios tijolos auxiliados por pequenos pilares e vigas, executadas a
partir do preenchimento de furos e canaletas, com vergalhões, conforme especificado
no projeto de estruturas.

Pilares e vigas são desnecessários, pois as paredes distribuem a carga uniformemente


ao longo da fundação. Na alvenaria estrutural de blocos de concreto, existe uma
simplificação do processo construtivo, reduzindo etapas e mão de obra, com consequente
redução do tempo de execução e dos custos.

Figura 37. Tijolo solocimento

Fonte: <http://ecodomusbrasil.wordpress.com/about/>. Acessado em: julho/2014.

Figura 38. Visão geral das paredes levantadas

Fonte: <http://www.bioestrutura.com.br/2011-10-16-12-37-59/alvenaria-estrutural-tijolos-de-solo-cimento>. Acessado em: julho/2014.

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PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS │ UNIDADE II

Figura 39. Residência construída com tijolo solocimento em alvenaria estrutural

Fonte: <http://ecodomusbrasil.wordpress.com/about/>. Acessado em: julho/2014.

Quais as principais vantagens da alvenaria estrutural?

»» Execução simplificadas que proporcionam maior rapidez à construção.

»» Não necessita de formas para vigas e pilares.

»» Redução de mão de obra e tipos de materiais.

»» Facilidade de projeto, detalhamento e supervisão da obra.

»» Técnica de execução simplificada.

»» Eliminação de rasgos para embutir instalações.

»» Redução do resserviço e do retorno ao imóvel para corrigir falhas.

»» Redução de espessuras de revestimentos.

»» Resistência ao fogo, bom isolamento térmico e acústico.

»» Durável, exige pouca manutenção.

»» Racionalização da execução das obras e maior velocidade.

»» Redução de quebras, desperdícios e entulho na obra.

Quais as principais desvantagens da alvenaria estrutural?

»» Exige controle de qualidade eficiente tanto dos materiais empregados


quanto do componente alvenaria.

»» Mão de obra qualificada e bem treinada e uma constante fiscalização são


imprescindíveis.

»» O usuário não tem a mesma flexibilidade para remover paredes, a fim de


se aumentar um determinado ambiente, como no caso de uma estrutura
convencional.

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UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Placas de Cortiça Reciclada

Essa cortiça é um tecido vegetal composto de 30% de cortiça extraída da casca do


sobreiro e 70% reciclada de rolhas, utilizada para revestimento de paredes, pois possui
um bom desempenho térmico-acústico

Qualidade interna do ar

Resina Ecopiso

As resinas Ecopiso atendem com eficiência e qualidade as diversas situações que pedem
por produtos para proteção, conservação e embelezamento de superfícies. Possuem
elevado desempenho e são atóxicas e sem cheiro, de fácil manipulação, sem exigência
de mão de obra especializada, o que traz economia na hora da aplicação.

As resinas Ecopiso são elaboradas com mais de 70% de matérias-primas naturais


renováveis, sem liberar gases tóxicos durante ou após a aplicação, o que a torna
recomendável para locais fechados. É um aliado fundamental para a construção
sustentável e ecológica, por seu desempenho ambiental. 

Tinta mineral natural

Revestimento natural cujo principal componente é a terra crua. Sua utilização


possibilita o uso de recursos do local, economia de materiais e combustíveis, saúde para
os habitantes, tecnologia simples e tradicional, entre outros.

São à base de água e não impermeabilizam a parede, permitindo que a parede respire e
mantenha um controle de umidade na casa, promovendo um ambiente saudável e livre
de eliminação de gases organo-clorados dos fungos e do mofo. Possui alta resistência
ao tempo que aceita infiltração, lavagem e não desbota, uma vez que seu pigmento é
natural e sua manutenção é feita a cada 6 ou 10 anos apenas.

As jazidas de extração são certificadas e, na transformação em produto final, não há


emissões tóxicas. Usa-se processo físico sem auxílio de meio químico, com baixo uso de
energia. O resíduo produzido não polui o meio ambiente e completa seu ciclo de vida
retornando à terra em curto prazo.

Quais as vantagens da tinta mineral natural?

»» Cores intensas e únicas, provindas, exclusivamente, da natureza.

»» Durável interna e externamente.

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PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS │ UNIDADE II

»» Não descasca com a umidade.

»» Permite a manutenção da umidade relativa do ar e troca de calor.

»» Não agride o meio ambiente nem a saúde, isento de COVs, sem biocida,
estabilizante e corante.

»» Não é higroscópico, não tira umidade do ar e esta não interfere na cor.

»» Embalagens facilmente reutilizáveis ou recicláveis.

Figura 40. Tinta mineral natural marca Prima Colore

Fonte: <http://casaclaudia.abril.com.br/profiles/blog/list?month=05&year=2012>. Acessado em: julho/2014.

Selador verniz e stain à base de água

Utilizado para proteger a madeira, não tem odor, isento de COVs (compostos orgânicos
voláteis),  substitui os similares convencionais à base de solventes voláteis, não agride
a camada de ozônio e garante a boa qualidade interna do ar.

Tinta Colaza Eco-Paint Clarus

Para pintura de paredes e forros, é um produto ecológico, biodegradável, aquoso, com


alto poder de recobrimento e alta durabilidade. Sua secagem é rápida e livre de COVs,
portanto, não possui os odores desagradáveis das tintas convencionais e garante a
boa qualidade do ar interior.

Chapas de gesso Cleaneo

São chapas com propriedades acústicas e capacidade de melhorar, continuamente, a


qualidade do ar nos ambientes em que estão instaladas. O forro de chapas Cleaneo
transforma partículas nocivas e odores em substâncias inofensivas. Acústico, promove
a absorção sonora e contribui para o conforto acústico dos ambientes.
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UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Tecidos e Fibras Sustentáveis

»» Biofuton

»» Tecido Locomotiva Eco Juta

»» Sedas artesanais

»» Rolinhos e almofadas em fibra de bananeira

»» Manta e puff com fibra de bambu

»» Toalhas

»» Tapete Broinha

Outras alternativas sustentáveis

Linha Fulget da Braston

Placas cimentícias que unem a rusticidade das granilhas à resistência do concreto.


E ainda que possua cimento em sua composição, o produto é menos impactante,
pois é produzido em fôrmas que secam naturalmente, dispensando fornos. Assim,
torna-se uma boa opção na substituição das pedras convencionalmente utilizadas na
Construção Civil.

Piso Tecnocimento

Material cimentício aplicado com uma espessura de 2 mm sobre o substrato. Não


necessita de juntas de dilatação e não apresenta nenhum tipo de trinca ou fissura. Ainda
que possua cimento em sua composição, o produto é menos impactante, pois pode ser
aplicado sobre pisos pré-existentes, como cerâmicas, placas de cimento, mármores e
pastilhas, evitando, assim, os resíduos habituais de reformas.

Acessórios em aço inoxidável

O aço inoxidável é, basicamente, uma liga de ferro e cromo que apresenta propriedades
físico-químicas superiores aos aços comuns, sendo a alta resistência à oxidação
atmosférica sua principal característica. Ainda que possua alta energia incorporada, o
inox é a opção mais sustentável entre os metais para substituir metais cromados, que
geram um dos mais perigosos rejeitos conhecidos, ainda sem qualquer possibilidade de
reuso.

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PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS │ UNIDADE II

Ecovative

Material isolante à base de fungos que substitui a utilização de espumas plásticas.

Bellwether Materials

Outra opção de isolante feito com lã de ovelha, que utiliza pouca energia na produção
e é seguro para pessoas, ambiente e animais. A lã ainda absorve poluentes do ar e é de
difícil combustão, em caso de incêndio.

Painéis StormWall

Sistema de paredes, piso e forro estruturais que substituem o uso de drywall. Absorvem
mais de três vezes a quantidade de CO2 emitida em sua cadeia de produção. 

Cobertura GR Green

Restos de pedra calcária e plástico reciclado (garrafas de leite e sacolinhas plásticas)


compõem o produto que custa menos que os concorrentes, tem longa duração (pelo
menos 50 anos) e pode ser reciclado.

Biobrick

Bactérias produzem materiais de uma espécie de cimento natural, que possuem custo e
desempenho semelhantes à alvenaria tradicional.

Ecococon
Painéis de palha para construções pré-fabricadas de custo acessível e bom isolamento.

HaploBuilt

Materiais biodegradáveis ou recicláveis também utilizados em construções pré-


montadas. Dispensam o uso de água e podem ser desmontados e reutilizados em uma
nova construção.

Painéis Ecor

Feitos de fibra de celulose, são fabricados em um ciclo que reutiliza 99,5% da água
necessária para a produção.

Dutch Design Initiative

Painel reforçado de cimento, madeira e lã são resistentes ao fogo, à água, a insetos, não
apodrecem e, ainda por cima, são isolantes térmicos e acústicos.
55
capítulo 3
Sistemas construtivos tradicionais e
sistemas inovadores

Fundações
As fundações são de dois tipos: diretas e indiretas. Na área do casco antigo, encontram-se
construções com fundações diretas, constituídas pelo ensoleiramento feito a pedra de
granito, assente em rocha. Algumas das casas aproveitam os resquícios da muralha
primitiva.

Nessa mesma área e na sua envolvente, as fundações indiretas variam entre estacaria e
arcos, em terrenos menos firmes (área de Mousinho da Silveira) a sapatas e ensoleiramentos
a pedra de granito.

Elevações
As construções no Centro Histórico apresentam-se realizadas a pedra, pedra e madeira
e, mais raras, a madeira.

Construções em pedra

As construções em pedra apresentam-se baixas e largas (casa nobre ou enobrecida)


ou altas e estreitas. As primeiras acompanham o passar dos séculos, respondendo
às necessidades sociais de uma classe mais rica, enquanto as segundas são fruto
do desenvolvimento técnico-construtivo e do domínio das alvenarias em pedra,
associado às necessidades socioeconômicas do desenvolvimento urbano da época da
industrialização. A parede em pedra apresenta uma relação diretamente proporcional
entre a redução da sua espessura, o aumento da sua altura e o tipo de aparelho
que apresenta.

As diversas construções mantêm as paredes portantes em pedra e as secundárias


realizadas em frontal e tabique, nas mais antigas, e em tabique, nas mais contemporâneas.
Os sobrados têm em constante a manutenção do vigamento e soalhos em madeira
com tetos estucados. Os telhados apresentam em comum a estrutura em madeira e os
últimos pisos, aproveitamentos das águas furtadas ou pisos recuados, são realizados
em tabique.

56
PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS │ UNIDADE II

Singelas, austeras e raras, enquanto Casa Torre (séc. XIV/XV), mais decoradas e
destacadas, enquanto elemento urbano da burguesia enobrecida (séc. XVI-XIX),
comuns e de arquitetura mais tipificada para o burguês trabalhador (séc. XIX-XX)
ou como edifício institucional do século XX, a casa em pedra acompanha as diversas
épocas construtivas.

Construções em madeira e pedra

Sobre as fundações em pedra, que ora terminam a pouca altura do solo ora
acompanham o primeiro piso, surgem paredes realizadas em esqueleto de madeira.
Essas estruturas, denominadas frontais e preenchidas a alvenaria de pedra ou tijolo,
elevam-se dois a quatro pisos, sendo acompanhadas por paredes secundárias em
tabique e sobrados em madeira. São de fachada lisa ou com ressalto, rebocadas e
apresentam, tradicionalmente, cores vivas diretamente relacionadas com os pigmentos
comercializados à época. Apresentam-se, também, revestidas a soletos de ardósia ou
azulejo. São casas altas e esguias, apertadas em arruamentos feitos sobre caminhos
antigos. A sua arquitetura promove certa adaptabilidade na maior ligeireza com que se
redesenha um compartimento interior ou se abre e fecha uma janela ou porta exteriores.
Os telhados assentam sobre uma estrutura em madeira, resumindo a decoração aos
caibros expostos no beiral.

Algumas casas apresentam a varanda “nobre” em cantaria de pedra, com varandas,


cachorros e guarnições restantes em madeira trabalhada, evidenciando alguma
notabilidade social do proprietário.

Construções em madeira

Mantendo o mesmo tipo de alicerce, as construções em madeira seriam inteiramente


realizadas com esqueleto, tabiques e sobrados em madeira. Conhece-se a sua existência
por meio dos relatos dos danos provocados pelos incêndios em alguns dos arruamentos
da Sé.

Essas construções não seriam muito diferentes dos edifícios da Rua dos Mercadores,
78-80, de fachada lisa e rebocada, sobre frontal forrado. Esse frontal, por não ser
preenchido, permite maior leveza e economia na construção.

O interior é estruturado com sobrado e divisórias em tabique, sendo a estrutura do


telhado em madeira.

57
UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Sistemas construtivos inovadores

Painéis cerâmicos

Inovador, o sistema construtivo de painéis cerâmicos proporciona simplicidade de


execução, agilidade na montagem e racionalidade administrativa no canteiro de obras,
com redução substancial em relação à construção tradicional. Alia, ainda, as vantagens
da construção pré-moldada (agilidade e custos baixos) ao conforto ambiental e à
flexibilidade das construções em alvenaria convencional.

Todos esses benefícios são conseguidos, pois o sistema construtivo de painéis cerâmicos
utiliza os mesmos materiais do sistema convencional, combinando-os de forma industrial,
original e criativa, tornando-o mais eficiente, mais resistente e mais confortável.

Trata-se de um sistema moderno que procura equacionar os maiores problemas


do mercado da Construção Civil no Brasil: viabilidade econômica, preços finais
competitivos, com redução de custo de até 30% em relação a obras tradicionais e
racionalidade ambiental, tornando-se um dos primeiros sistemas ambientalmente
sustentáveis desenvolvidos no país.

Quais os benefícios dos painéis cerâmicos?

»» Rapidez (uma casa montada em apenas 4 horas) com resultados


espetaculares, como em obra no Piauí, onde um conjunto habitacional
de 2698 unidades foi fabricado e montado em 8 meses, tendo sua
prontificação em 12 meses. Essa velocidade vai se dar pela necessidade
do empreendimento, podendo-se reduzir o tempo de uma obra em mais
de 50% do tempo em relação as obras tradicionais.

»» Resistência estrutural (paredes resistentes, suportando cargas de até 80


toneladas).

»» Economia (menor custo x benefício, aumentando, substancialmente, as


margens, por meio da racionalização da produção, e a possibilidade de
implantação de uma eficiente administração de custos).

»» Redução substancial de mão de obra (principalmente da mão de obra


especializada, que chega até 70% com o nosso sistema, pois temos uma
produtividade muito maior por funcionário, além de utilizar mão de obra
treinada – serventes sem necessidade de especialização – mais barata e
com maior disponibilidade no mercado).

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PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS │ UNIDADE II

»» Ecologicamente correto. O sistema construtivo de painéis cerâmicos


traz uma redução substancial na geração de resíduos de obra (até 85%
menos em relação às obras convencionais), minimizando os custos de
acondicionamento e alocação de entulho, reduzindo, portanto, o custo
final da obra.

»» Controle de processos (simplifica o gerenciamento, eliminando tarefas


e controles pela eliminação de atividades, concentrando-as na fase de
fabricação e montagem, tornando o processo mais uniforme e evitando
erros).

»» Melhoria de qualidade do produto (a produção industrial favorece a


eliminação de erros individuais, focando a atenção gerencial para o
acabamento da unidade).

»» Confiabilidade (sistema aprovado em todos os testes exigidos pelo IPT/


USP/SP, com desempenhos e resultados muito superiores aos dos
métodos tradicionais).

»» Flexibilidade construtiva (não há limitação de projeto, pois qualquer


projeto é passível de ser executado).

»» Garantia de financiamento (sistema aprovado pelo SINAT, obtendo o


DATec no 9/2012, do PBQP-h, do Ministério das Cidades, garantindo
financiamento dos empreendimentos pelas agências de financiamento
oficiais – Caixa, BNDES, BB etc.).

»» Ao cliente final, o usuário do imóvel passa a ter uma satisfação maior,


por ter um produto confiável, robusto, garantido pelos órgãos oficiais de
financiamento, com conforto térmico e acústico nos padrões da alvenaria
convencional, a custos mais baixos.

Painéis alveolares
Os painéis alveolares são utilizados como paredes e podem ser dispostos tanto na
horizontal quanto na vertical. A sua face externa poderá ser revestida com granilha e
as juntas são calafetadas com silicone. É solidarizado por meio de elementos metálicos
galvanizados a fogo. As dimensões máximas admissíveis dos painéis são de 10,00 m
de comprimento para espessura de 15 cm e 12,00 m de comprimento para espessura
de 20cm.

Os painéis alveolares são produzidos em concreto protendido pelo método de extrusão.


Devido à existência dos alvéolos, esse fechamento propicia um melhor conforto térmico.

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UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

A utilização do painel alveolar conjugado com alvenaria permite ventilação por meio do
desalinhamento entre as paredes.

Quais as principais vantagens dos painéis alveolares?

»» Baixo peso próprio

»» Autoportantes

»» Rápida montagem

»» Economia de mão de obra de execução

»» Bom isolamento térmico

»» Qualidade controlada

»» Ótimo acabamento da face inferior (que pode ser complementada com


uma simples pintura)

Tilt-up

O Tilt-up é o sistema construtivo mais amplamente utilizado entre os pré-moldados


na América do Norte, chegando a 15 % do total das obras industriais. Esse sistema
de pré-moldado é feito, a partir de concreto, no local da obra. Após nivelar o piso a
laser, são moldadas as paredes em concreto, em formas horizontais, com qualquer
desenho de estrutura ou texturas. Podem ser incorporados vãos para portas e janelas
e ainda é possível adicionar detalhes técnicos de acabamento. Quando atingem a
resistência necessária, as estruturas são içadas por guindastes e colocadas nos blocos
das fundações.

No Brasil, essa tecnologia foi importada pela construtora Walter Torres Jr., no ano de
1993, diretamente dos EUA. Essa técnica ainda precisa ser mais bem difundida para ser
empregada em escala industrial e, atualmente, apenas cinco construtoras empregam
esse método de construção. O sistema apresenta muitas vantagens, entre elas está a
grande economia de materiais e mão de obra, além do tempo reduzido de construção.

Esse método de construção surgiu, em 1906, nos EUA. Seu nome tem origem na palavra
inclinar, que, em inglês, é “tilt”. Ao levantar as paredes pré-moldadas, em  concreto
armado, é necessário içá-las com a ajuda de guindastes, que, a partir da base da
construção (piso), levam as paredes pré-moldadas até o seu local definitivo no canteiro
de obras. Esse processo todo que é chamado de Tilt-up. A fase de concretagem até o
levantamento das paredes tem, em média, a duração de quatro a cinco semanas.

60
PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS │ UNIDADE II

As construções em Tilt-up são racionalizadas e proporcionam mais qualidade e


agilidade às edificações. Nesse sistema, as paredes são pré-moldadas in loco, a partir
de uma base de concreto sobre um piso industrial, que é polido e nivelado a laser.
Depois de atingir a resistência necessária, os painéis Tilt-up são alçados até sua
posição e escorados.

Após a conclusão da montagem da estrutura, é feito o travamento da porção superior


dos painéis. Com isso, são removidas as escoras da fase de montagem.

Esse sistema é totalmente executado no canteiro de obras e emprega a mão de obra


local. Daí, não há a incidência de ICMS, IPI ou quaisquer outros custos envolvidos,
como, por exemplo, transporte. Isso torna o sistema Tilt-up bastante competitivo, ao
ser comparado a outros sistemas pré-fabricados.

Quais as vantagens do Tilt-up?

»» Baixo custo

»» Baixa manutenção

»» Durabilidade

»» Segurança

»» Baixo custo dos seguros

»» Velocidade na construção

Figura 41. Sistema Tilt-up

Fonte: <http://tilt-up.com.mx/>. Acessado em: agosto/2014.

61
UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Figura 42. Levantamento de parede em Tilt-up

Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfQ9MAA/sistemas-construtivos-inovadores>. Acessado em: agosto/2014.

Sistema misto

O  benefício da construção mista industrializada está na combinação de materiais que


permitem a compensação entre um material e outro. Esse tipo de construção pode prover
economia, rapidez, flexibilidade, alta qualidade e uma estética agradável, com uma obra
mais diversificada.

A construção em sistema misto é competitiva para estruturas de vãos médios a elevados,


grandes balanços, locais de difícil acesso e solos de baixa capacidade resistentes,
caracterizando-se pela rapidez de execução e pela significativa redução do peso total da
estrutura, quando comparado aos sistemas convencionais de concreto armado.

Na Europa, por exemplo, podem ser encontrados mais de 75% dos novos edifícios com
sistemas construtivos mistos.

Por não existir um sistema construtivo que seja adequado para todas as situações
construtivas, a escolha adequada a partir das combinações de diferentes materiais e
processos depende das necessidades específicas constatadas para a obra.

Quais as vantagens oferecidas pelos sistemas


construtivos mistos?

»» Redução na concretagem local

»» Redução de formas

»» Redução de armadura passiva (lajes protendidas)

»» Redução de proteção contra incêndio

»» Maior velocidade construtiva


62
PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS │ UNIDADE II

As combinações mais usuais nesse tipo de sistema são as seguintes.

»» Elementos de laje pré-fabricadas (em concreto armado ou protendido)


apoiados em vigas de aço

»» Vigas pré-moldadas, apoiando pavimentos mistos com forma incorporada


do tipo “steel deck”

»» Paredes pré-moldadas usadas para contraventar estruturas metálicas


reticuladas

»» Pilares pré-moldados apoiando coberturas metálicas

»» Painéis de fachada em concreto pré-moldado para fechamento de


estruturas metálicas para galpões e edifícios

Casa de container

A utilização de container para criação de casas, comércio e apartamentos está sendo


muito difundida em várias países pelo mundo, pois os custos com aquisição do
container e a transformação em uma habitação são relativamente baixos. Mas a maior
interferência para sua aplicabilidade em nosso país, geralmente, é relacionada com a
cultura construtiva, sendo baseada na alvenaria comum.

Atualmente, empresas estão desenvolvendo módulos pré-fabricados para moradias


e comércio, como forma de agilizar a construção em um tempo recorde. No Brasil,
sua principal aplicação são em pequenos escritórios, comércios e pequenas moradias
para empresas que estão situadas em locais remotos, pois os custos que envolvem a
construção de casa de container são muito inferiores aos da alvenaria comum. Além
disso, permitem o transporte para outras localidades.

Os projetos arquitetônicos desenvolvidos para casas de container têm aspecto


extremamente minimalista e contemporâneo, pois os módulos são em formato retangular
e com medidas padrão, dando às edificações aquele ar de requinte e sofisticação. Podemos
listar algumas possibilidades da utilização do container.

»» Escritórios

»» Lanchonetes

»» Hotéis

»» Pousadas

63
UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

»» Sorveterias

»» Comércio, em geral

Hoje em dia, existem empresas comerciais que aplicam essa metodologia construtiva
em suas lojas, como a franquia Container de roupas e acessórios, que tem por padrão,
em toda sua rede de lojas, a aplicação desse sistema construtivo.

Figura 43. Casa container

Fonte: <http://www.campograndenews.com.br/lado-b/arquitetura-23-08-2011-08/casa-por-rs-80-mil-entregue-em-45-dias-usa-
estrutura-de-container>. Acessado em: agosto/2014.

Figura 44. Loja container

Fonte: <http://www.consumocolaborativo.blog.br/sustentavel/container-ecology-store/>. Acessado em: agosto/2014.

64
capítulo 4
Análise de desempenho das práticas
sustentáveis na arquitetura

Dentro do tema Arquitetura Sustentável, destaca-se a crescente importância que se tem


dado às questões ambientais globais que têm motivado o uso de soluções tecnológicas
diferenciadas, testadas e aplicadas para proporcionar uma maior qualidade ambiental
e o menor impacto para as edificações.

Nessa fase em que novos questionamentos e novas transformações para a arquitetura


estão surgindo, o processo de projeto tem sido afetado diretamente. Os chamados
indicadores de sustentabilidade estão introduzindo mudanças metodológicas e práticas,
integrando diversas disciplinas interdependentes que estão atreladas na concepção e
na operação dos edifícios.

A Europa, os Estados Unidos, o Canadá e alguns países da Ásia vêm trabalhando e


investindo em suas legislações, tanto no que se refere ao consumo de energia, materiais
e impacto ambiental de edificações quanto ao uso da certificação de projetos e edifícios
embasada nos critérios de desempenho. A certificação constitui-se em um sistema de
avaliação no qual é quantificado o grau de sustentabilidade de um projeto de acordo com
determinados critérios de desempenho, que podem englobar desde consumo de energia
até tópicos como o impacto ambiental gerado pelo transporte dos materiais até a obra,
por exemplo.

Inicialmente, as edificações são analisadas por meio de checklists e/ou softwares


específicos para a obtenção de informações gerais da edificação, tais como: projeto,
local, orientação e configuração, energia e atmosfera, materiais e recursos, fachadas
dos edifícios, ventilação, água, iluminação, sistemas mecânicos, qualidade ambiental
interna, entre outras. Após o tratamento e a sistematização dos dados, o edifício obtém
uma classificação final.

Todos os indicadores de sustentabilidade não possuem um caráter obrigatório,


apesar de terem sua aplicação incentivada por órgãos públicos. Todavia, o interesse
por parte de muitas entidades privadas de grande e médio porte é crescente, pela
influência que exercem na imagem ecológica de um empreendimento, na medida em
que são instrumentos de valorização da atitude de projeto em benefício de um menor
impacto ambiental.

65
UNIDADE II │ PRÁTICAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Método de LEED
Os conceitos que permeiam a Certificação LEED (Leadership in Energy and
Environmental) Design dizem respeito a questões que demonstram o quanto uma
construção sustentável está buscando para colaborar com a preservação dos recursos
naturais e evitar impactos ambientais.

Nesse contexto, os empreendimentos que pretendem se engajar nessa causa sustentável


apresentam características próprias, evidenciando tudo aquilo que engloba os requisitos
para se obter a Certificação. Requisitos tais como a reutilização e reciclagem de materiais,
redução do desperdício, métodos e procedimentos construtivos econômicos e que evitam
a poluição e os impactos ambientais podem ser adotados nesses empreendimentos.

Figura 45. Critérios de desempenho LEED

Fonte: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/arquitetura/artigos/metodos_de_avaliacao_do_desempenho_ambiental_de_
edificacoes.html>. Acessado em: agosto/2014.

Figura 46. Níveis de classificação LEED

Fonte: http: <//ambientes.ambientebrasil.com.br/arquitetura/artigos/metodos_de_avaliacao_do_desempenho_ambiental_de_


edificacoes.html>. Acessado em: agosto/2014.

66
FUNDAMENTOS PARA O Unidade III
PROEJTO DE ARQUITETURA

capítulo 1
Projeto arquitetônico

Considerando o desempenho ambiental da arquitetura vinculado à eficiência energética


e ao conforto dentro do conceito da sustentabilidade, partindo da fase conceitual e
da definição do partido arquitetônico de um edifício, o projeto deve incluir o estudo
das características, condicionantes ambientais (vegetação, corpos d’água, ruído
etc.) e tratamento do entorno imediato; a orientação solar e aos ventos; os arranjos
espaciais, a forma arquitetônica, geometria dos espaços internos e o zoneamento dos
usos internos do edifício; o tratamento das fachadas e coberturas, de acordo com
a necessidade de proteção solar; os materiais da estrutura, das vedações internas
e externas, considerando desempenho térmico e cores; as áreas envidraçadas e de
abertura, considerando a proporção quanto à área de envoltória, o posicionamento
na fachada e o tipo do fechamento, seja ele vazado, transparente ou translúcido; o
detalhamento das proteções solares considerando tipo e dimensionamento; e o
detalhamento das esquadrias.

Se todos os aspectos do projeto que vimos acima estiverem em conjunto, exercerão um


grande impacto no desempenho térmico do edifício, por terem um papel determinante
no uso das estratégias de ventilação natural, da reflexão da radiação solar direta, do
sombreamento, do resfriamento evaporativo, do isolamento térmico, da inércia térmica
e do aquecimento passivo.

O aproveitamento da iluminação natural também é decisivo a muitos desses aspectos


de projeto, tais como a orientação solar, a geometria dos espaços internos, as cores, o
projeto das aberturas e as proteções solares.

É importante lembrar que, somado a esses fatores, são os usos e as exigências humanas,
além das condições urbanas locais, climáticas e das possibilidades construtivas, que
vão determinar o grau de autonomia de um edifício em relação aos sistemas ativos de
climatização. Problemas de poluição e ruído urbano podem impedir, por exemplo, o
uso de estratégias passivas em um projeto, mesmo que o partido arquitetônico, o clima
67
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA

e o uso sejam favoráveis a elas. Por esse motivo, num caso assim, a iluminação natural
é resolvida mais facilmente no projeto do que a ventilação natural.

A Arquitetura de Baixo Impacto Humano Ambiental (ABIHA) não implica num estilo
ou em um movimento arquitetônico. Podemos encontrá-la tanto na arquitetura mais
recente, rotulada como high-tech ou eco-tech, quanto na arquitetura vernacular das
mais variadas culturas, como em muitos exemplos do modernismo. Independente
da vertente tecnológica, as soluções de projeto para conforto ambiental e eficiência
energética estão relacionadas com os conhecimentos da física aplicada (física
ondulatória, ótica, transferência de calor e mecânica dos fluidos), com a tecnologia e os
recursos locais apropriados.

Contudo, fazendo uma abordagem mais ampla da arquitetura sustentável, veremos


que ela é muito mais do que tratar de conforto ambiental e energia. Pode-se enumerar
uma série de outros fatores ambientais, econômicos, sociais e até mesmo urbanos e
de infraestrutura. Portanto, as premissas para a sustentabilidade da arquitetura são
extraídas do problema ou do programa que é colocado para a proposição do projeto
ou do contexto em questão. Dessa maneira, pode-se assegurar que a sustentabilidade
de um projeto arquitetônico tem como ponto de partida a leitura e o entendimento do
contexto ao qual o edifício está inserido e, também, nas primeiras decisões de projeto.

É extremamente importante que o profissional tenha em mente que


todas as soluções encontradas não são perfeitas, sendo apenas uma
tentativa de busca em direção a uma arquitetura mais sustentável. Com
o avanço tecnológico, sempre surgirão novas soluções mais eficientes.
(YEANG,1999)

Além do desempenho ambiental, faz-se necessário conhecer o desempenho estrutural, de


segurança contra o fogo e todos os demais itens especificados na ISO 6241. Se o material
não responder a tais exigências, sua utilização deixa de ser viável. Quando se trata de
materiais e sistemas construtivos, o desperdício, a agilidade no canteiro de obras, a
qualidade de execução e a segurança estão na base da discussão sobre sustentabilidade.

E tratando-se de recursos tecnológicos envolvendo os sistemas prediais, são muitas


as opções para minimizar o impacto ambiental dos edifícios, como o uso de painéis
fotovoltaicos, painéis solares para aquecimento de água, turbinas eólicas para geração
de energia, sistemas de reaproveitamento de águas cinzas e outros.

Quando apropriados, esses adventos da tecnologia devem fazer parte das primeiras
etapas de concepção do desenvolvimento do projeto do edifício, e não serem inseridos
como “complemento” ou “acessórios”, para que possam contribuir efetivamente com o
melhor desempenho do conjunto e um bom resultado arquitetônico.
68
FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA │ UNIDADE III

O benefício versus as avaliações de custo, nas quais o valor da qualidade ambiental


é agregado ao valor total do edifício, definem a realização da reabilitação tecnológica
contra a construção de edifícios novos. Existem muitos edifícios com mais de
quarenta ou cinquenta anos nas cidades modernas, como é o caso de São Paulo. As
reabilitações tecnológicas em edifícios subaproveitados e degradados resultariam em
ganhos econômicos e ambientais para o edifício, como, também, contribuiriam para a
revitalização de áreas urbanas.

Atualmente, o maior projeto de Retrofit encontra-se na Europa. É o complexo habitacional


Park Hill, em Sheffield, o maior do Reino Unido, construído de acordo com os princípios
do modernismo, após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1960. É intenção dessa
iniciativa, que agrega recursos públicos e privados, melhorar o seu desempenho ambiental,
restaurar a integridade física do conjunto e, com isso, promover uma maior diversidade
social, valorizando o empreendimento e a área urbana.

Figura 47. Park Hill (perspectiva)

Fonte: <http://www.bbc.co.uk/southyorkshire/content/articles/2007/05/29/park_hill_future_feature.shtml>. Acessado em: agosto/2014.

O produto final da arquitetura para a sustentabilidade ambiental é a junção entre


conceitos arquitetônicos, fundamentos das técnicas construtivas e de operação predial,
do conforto ambiental e a esperada eficiência energética, seja em um novo projeto de
edifício, seja na reabilitação tecnológica de um edifício existente. Todavia, o sucesso do
desempenho ambiental e energético do edifício não pode ser garantido em nenhuma
das etapas de projeto. Apesar de termos, hoje, estudos detalhados de simulação
das condições ambientais, são as expectativas e os comportamentos dos usuários, o
gerenciamento dos sistemas prediais, juntamente com o cumprimento dos padrões de
ocupação previamente definidos, que responderão pelo desempenho final do edifício.

69
capítulo 2
Alvenaria e instalações

A alvenaria ecológica é uma forma de alvenaria desenvolvida pelo meio técnico da


Construção Civil, em busca de uma alternativa ecológica para as vedações verticais
tradicionais existentes para as edificações.

O princípio básico desse sistema é a utilização de materiais que são descartados em


outros processos, sendo possível dar outra finalidade a esses resíduos, evitando que
sejam lançados no ambiente e possibilitando o aproveitamento de suas propriedades,
com seu reuso na mistura para a construção de um bloco ecológico.

O setor das rochas ornamentais e de revestimento tem apresentado um alto


desenvolvimento nos últimos anos, tendo o Brasil ocupado o quarto lugar mundial na
exportação do material bruto. O lançamento do resíduo produzido no corte das rochas
no ambiente pode ser prejudicial à saúde, em virtude das partículas de pó fino existentes
nesses resíduos secos.

No caso do lançamento da lama diretamente nos rios, o assoreamento destes é inevitável,


poluindo suas águas e gerando impactos, como o comprometimento da sobrevivência
animal e vegetal no ambiente. 

Dessa forma, a reutilização desse resíduo é de grande importância, principalmente para


os empresários do setor de rochas. Uma das alternativas é o bloco ecológico, que é de fácil
montagem e tem um custo baixo. Eles são fabricados a partir do pó do mármore e não
vão ao forno para serem queimados, o que torna sua produção ecologicamente correta. 

O processo de fabricação consiste em realizar uma mistura de pó de mármore e cimento,


sendo prensados um a um em uma prensa manual. Em seguida, são curados, com
aspersão de água, por cinco dias, e descansam, por mais cinco dias, para sua estabilização
natural até a liberação para uso em edificações. Após esse pequeno período de cura, o
bloco ecológico possui quase o dobro de resistência que os tijolos comuns. 

O processo de execução da alvenaria acontece por meio de um sistema de encaixe dos


tijolos, sendo possível atingir boa produtividade no trabalho. Os blocos ecológicos
reduzem o peso da obra, por serem mais leves que os comuns, facilitando a passagem
de instalações hidráulicas e elétricas. 

Além disso, formam câmaras termoacústicas, controlando a temperatura no interior


da casa (nos dias quentes, a temperatura do interior da casa é fresca e, à noite, fica
aquecida) e diminuindo a poluição sonora.

70
FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA │ UNIDADE III

Quais as vantagens dos blocos ecológicos?

»» Custo final da obra pode ser reduzido em até 20%

»» Redução de cerca de 50% no tempo de execução em comparação ao


sistema convencional

»» Não necessita de argamassa de assentamento

»» Redução do desperdício de material, em especial concreto e argamassa

»» Possível assentamento de azulejo diretamente sobre os blocos ecológicos

»» Possível aplicação de pintura, gesso e grafiato diretamente sobre os blocos

Em comparação com outros tipos de blocos de alvenaria, como tijolos e blocos cerâmicos,
o solo-cimento proporcionava uma economia entre 20 e 40% no auge de sua utilização,
no final dos anos 1970.

O solo-cimento emprega solo encontrado na região da edificação. Mas a escolha do


material mais adequado é difícil, pois não pode conter substâncias que prejudiquem o
desempenho do sistema, como cloretos e sulfatos.

Normas
As normas técnicas da ABNT que determinam características, como forma, dimensões,
resistência à compressão e à absorção de água de blocos e tijolos de solo-cimento,
desconsideram a aplicação das peças em alvenarias estruturais. Apesar disso, há um
consenso entre os profissionais da área sobre a possibilidade de execução de paredes
estruturais feitas de blocos de solo-cimento.

Uma alvenaria feita com blocos de solo-cimento, de acordo com a resistência à


compressão determinada pela ABNT para as peças (2 MPa), suporta o peso de elementos
como lajes moldadas ou pré-moldadas e coberturas convencionais, como a de telha
cerâmica, por exemplo. O mesmo aplica-se às paredes monolíticas.

As construções requerem, sobre portas e janelas, a execução de vergas de bloco do tipo


canaleta, que deverão ser preenchidas com concreto. A presença da viga conformada pelo
bloco do tipo canaleta também é necessária entre a parede e a cobertura da construção.

Apesar de dispensarem argamassa de assentamento, sistemas que fazem uso de blocos


modulares e encaixáveis requerem vedação de juntas por meio de aplicação de cola à
base de PVC. Blocos de solo-cimento são mais ecológicos do que tijolos cerâmicos ou de
barro cozido, por dispensarem a queima de madeira ou óleo combustível.

71
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA

Para a fabricação de mil tijolos cerâmicos de 20 cm x 20 cm x 10 cm, é necessária a


queima de cinco árvores de porte médio ou 120 kg de óleo combustível.

O tijolo solo-cimento tem baixo impacto ambiental por várias razões.

O tijolo é composto por terra, água e cimento e é produzido por meio de prensagem.
Diferentemente do tijolo convencional, não precisa ser cozido em fornos, eliminando,
assim, a utilização de lenha e a derrubada de árvores. Sem lenha também não há fumaça
e, por consequência, não há emissão de gases de efeito estufa.

Figura 48. Composição do tijolo ecológico

Fonte: <http://tellus.arq.br/blog/casa-sustentavel-tijolo-solo-cimento>. Acessado em: agosto/2014.

Esse tipo de alvenaria gera menos resíduos na obra, já que o sistema é modular e cada
fiada é definida no projeto, iniciando e terminando em tijolos inteiros, não havendo
necessidade de quebras. Além disso, por possuir furos, toda parte elétrica e hidráulica
pode ser conduzida sem necessidade de quebras nas paredes.

Figura 49. Modulação do tijolo solo-cimento

Fonte: <http://tellus.arq.br/blog/casa-sustentavel-tijolo-solo-cimento>. Acessado em: agosto/2014.

Figura 50. Exemplos de passagens hidráulicas

Fonte: <http://tellus.arq.br/blog/casa-sustentavel-tijolo-solo-cimento>. Acessado em: agosto/2014.

72
FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA │ UNIDADE III

»» Não há necessidade do uso excessivo de massa no assentamento, usa-se


apenas pequena quantidade de massa fina ou cola branca para “colar”
os tijolos.

»» O tempo de construção pode ser reduzido em até 50%, otimizando os


custos e gastos energéticos.

»» É possível utilizar apenas um impermeabilizante como acabamento


(externa e internamente), não havendo necessidade de chapisco, reboco,
emboço, cal fino e pintura.

»» O tijolo solo-cimento oferece ótima solução de conforto térmico, mantendo


as temperaturas internas da edificação agradáveis no calor e no frio.

»» A durabilidade é maior do que qualquer outro tipo de alvenaria.

73
capítulo 3
Elementos das coberturas

Telhas ecológicas
Um grande desafio da Construção Civil é aliar os aspectos funcionais ao estético e ao
sustentável. Uma das soluções que vem sendo cada vez mais utilizada são as telhas
ecológicas, as quais são produzidas a partir de fibras naturais ou materiais reciclados. Seu
uso ajuda a proteger o meio ambiente e traz vantagens para o consumidor. Esse material
sustentável pode ser encontrado em várias lojas de materiais de construção.

Quais as vantagens das telhas ecológicas?

»» Fácil manuseio e instalação – seu estoque e transporte são fáceis (telha


é flexível) e reduzem o número de quebras e perda de material (mão de
obra especializada).

»» Economia de tempo e material – é mais leve que a telha tradicional,


reduzindo os custos da construção (a estrutura é mais leve e o serviço
é realizado rapidamente). É importante destacar que o planejamento
é essencial para a redução dos custos, ou seja, o desenvolvimento de
um bom projeto arquitetônico e estrutural é essencial, decidindo quais
materiais e acabamentos serão utilizados antes mesmo de iniciar
a obra.

»» Material resistente – são resistentes e flexíveis, resistindo a chuvas de


granizo (para maiores detalhes, sempre leia o manual de cada produto, o
qual pode indicar características diferentes das descritas aqui).

»» Não propaga chamas.

»» Impermeáveis – absorvem muito menos água do que as telhas convencionais


e, geralmente, seu acabamento evita a proliferação de limo.

»» Conforto térmico – alguns tipos ajudam a criar um ambiente interno


mais confortável (menos quente).

»» Design – é possível encontrá-las em vários formatos e cores (inclusive


pigmentada dos dois lados, permitindo ser instalada sem forro). Além
disso, é possível pintá-las com tintas à base de água.

74
FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA │ UNIDADE III

»» Sustentáveis –  geralmente, produzidas com fibras e resinas, materiais


reciclados (como papel) e não contêm amianto (o qual é tóxico).

»» Valor – é possível perceber, por meio de calculadoras on-line, que o custo


das telhas ecológicas é muito semelhante ao das convencionais (alguns
indicam que seu cisto gira em torno de 10% a mais), mas, considerando o
conjunto (estrutura e tempo de mão de obra), seu valor é inferior.

Fibras

Nessas telhas, produzidas com resíduos de fibras vegetais, são usadas fibras de madeiras,
como pinho e eucalipto, e de não madeiras, como sisal, bananeira e coco, empregadas
no reforço dos materiais cimentícios. Exige maior estrutura  de sustentação  para ser
instalada, já que se trata de um material mais flexível e pesado.

Figura 51. Telha feita de fibra

Fonte: <http://www.hagah.com.br/especial/sc/decoracao-sc/19,1267,3729894,Saiba-quais-sao-as-caracteristicas-das-telhas-
ecologicas-e-onde-encontra-las-em-Santa-Catarina.html>. Acessado em: agosto/2014.

Papel, asfalto e resina

Outras são feitas de uma combinação de papel reciclado, asfalto e resina. Essa resina
oferece proteção contra os raios UV, preservando a cor do produto,  impedindo a
escamação da superfície, tão comum nas telhas multicamadas. Suportam melhor cargas
dinâmicas, como uma chuva de granizo, por exemplo.
75
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA

Figura 52. Telha feita de papel, asfalto e resina

Fonte: <http://www.hagah.com.br/especial/sc/decoracao-sc/19,1267,3729894,Saiba-quais-sao-as-caracteristicas-das-telhas-
ecologicas-e-onde-encontra-las-em-Santa-Catarina.html>. Acessado em: agosto/2014.

Tubo de pasta de dente

No mercado, já há uma alternativa interessante de reaproveitar os tubos de paste de


dente: usá-los para fabricar telhas. Feitas apenas de material reciclado, compostas
por 25% de alumínio e 75% de plástico, essas telhas, além de serem ambientalmente
corretas, apresentam outras vantagens, como deixar o interior do ambiente mais fresco
em cerca de 20%. Outro benefício é que as peças são mais leves, pesam em torno de
6,5kg o medro quadrado, o que dispensa uma estrutura de sustentação pesada. 

Figura 53. Telha feita de tubo de pasta de dente

Fonte: <http://www.hagah.com.br/especial/sc/decoracao-sc/19,1267,3729894,Saiba-quais-sao-as-caracteristicas-das-telhas-
ecologicas-e-onde-encontra-las-em-Santa-Catarina.html>. Acessado em: agosto/2014.

Telhado verde
Além de bonito, eficiente no conforto térmico da casa e bom para o planeta, ele é simples
de fazer e custa pouco.

A cobertura verde é uma solução para o plantio no fechamento superior das edificações
(lajes e telhados). Essa solução é extremamente benéfica aos grandes centros urbanos,

76
FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA │ UNIDADE III

que enfrentam os problemas das ilhas de calor, poluição ambiental e enchentes causadas
pelo ineficiente escoamento das águas pluviais. Para a instalação de coberturas verdes,
duas tecnologias principais estão disponíveis.

Quais as vantagens do telhado verde?

»» Ameniza a incidência das ilhas de calor no meio urbano, devido às


propriedades ambientais da vegetação, tais como: a retenção de umidade
e o sequestro de CO2.

»» Retarda e cria uma reserva de água da chuva para o aproveitamento.

»» Reduz a quantidade e velocidade das águas liberadas nas calçadas,


reduzindo as enchentes.

»» É um excelente recurso para a climatização natural dos edifícios.

»» É uma alternativa para a produção de alimentos no ambiente urbano.

Existem dois tipos de telhados ecológicos.

»» Intensivos – são, basicamente, parques elevados. Conseguem sustentar


arbustos, árvores, passagens e bancos, com suas camadas, para suporte
estrutural complexo, irrigação, drenagem e proteção das raízes. Existem
apenas por seus benefícios ambientais e não funcionam como jardins
de cobertura acessíveis. A média de crescimento de 0,31 m, ou mais, é
necessária para um telhado ecológico intensivo. Cria um peso de 36 a 68
kg por 0,09 m².

»» Extensivos – são relativamente leves, com o peso de 7 a 23 kg por 0,09 m².


Sustentam uma cobertura de solo nativo forte que exige pouca manutenção.

Não é novidade que a cada dia as cidades ficam mais quentes. O planeta passa por um
aquecimento. Mudanças climáticas, arquitetura e impermeabilização do solo causam
a ICU (Ilha de Calor Urbana). O fenômeno cria uma ilha térmica onde a temperatura
pode variar até 10 graus Celsius. Nas cidades de clima frio, esse fenômeno se torna
benéfico, pois as ilhas de calor se formam a noite, reduzindo a necessidade de sistemas
de aquecimento. Entretanto, em regiões tropicais, a ICU forma-se durante o dia, o
que não é bom, pois aumenta muito a necessidade de ar-condicionado nas casas ou
nos prédios.

A instalação de um telhado ecológico começa em $90,00/m², infelizmente bem superior


aos $13,00/m² do telhado convencional, mas deixando de lado os fatores econômicos,
os benefícios são enormes.
77
UNIDADE III │ FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA

Os telhados ecológicos são uma ótima solução para reduzir a temperatura interna. Um
telhado convencional pode ter, em sua superfície, 32 graus Celsius acima da temperatura
do ar, ao passo que os telhados ecológicos podem ficar até mais frios. Depois de preparar
o telhado ou a laje, são fixados os módulos que necessitam de irrigação manual ou as
lâminas que garantem um suprimento de água ao telhado.

Os benefícios dos telhados ecológicos estão encorajando proprietários de imóveis,


comércios e cidades preocupadas com o meio ambiente a construírem coberturas
ecológicas. Esses telhados evitam que a água escoe e que o esgoto transborde. A vegetação
e o solo agem como esponjas, absorvendo e filtrando a água que, normalmente, formaria
goteiras e encheria ruas poluídas e sistemas de esgoto sobrecarregados. As plantas do
telhado ecológico removem as partículas do ar, produzem oxigênio e oferecem sombra.
Usam energia calorífica durante a evapotranspiração, processo natural que resfria o
ar à medida que a água evapora das folhas da planta. A evapotranspiração e a sombra
produzidas pelas plantas ajudam a eliminar o efeito da Ilha de Calor Urbana, criado
pelo excesso de superfícies reflexivas e impermeáveis nas cidades e nos subúrbios. Se
os telhados ecológicos se tornarem uma iniciativa comum nas construções, as cidades
podem reduzir os efeitos incômodos das Ilhas de Calor Urbanas.

Uma das coberturas ecológicas mais famosas dos EUA, City Hall de Chicago, ajuda
a resfriar o prédio e a minimizar o escoamento de água. Reúne sistemas extensivos,
intensivos e intermediários semi-intensivos em um telhado reformado. Complementa
a vegetação tradicional sem atrapalhar a infraestrutura urbana, pois pega um espaço
abandonado e o torna útil. O programa piloto City Hall do Departamento de Meio
Ambiente da cidade de Chicago promoveu o esforço da cidade inteira para apoiar os
sistemas de cobertura ecológica, com incentivos e doações.

Figura 54. City Hall (Chicago)

Fonte: <http://raleigh.weedmanusa.com/green-rooftop-chicago.html>. Acessado em: agosto/2014.

78
FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA │ UNIDADE III

Figura 55. Projeto básico de um telhado verde

Fonte: <http://www.guiadacarreira.com.br/artigos/atualidades/engenharia-civil-construcoes-sustentaveis/>. Acessado em: agosto/2014.

Infelizmente, não é uma prática aplicada com frequência no Brasil, mas seria muito
bom se adotássemos essa prática.

Espécies de plantas são ideais para cobertura no Brasil.

»» Grama-esmeralda (Zoysia japonica) 

»» Grama-amendoim (Arachis repens) 

»» Carpete-dourado (Sedum acre) 

»» Echevéria (Echeveria glauca) 

»» Cacto-margarida (Lampranthus productus) 

79
capítulo 4
Muros e alvenaria de vedação

Biomassa para assentamento de blocos


A biomassa para assentamento de blocos é um produto inovador que atende a todos os
requisitos relativos à resistência à compressão e tração para assentamento de blocos
cerâmicos e de concreto em alvenaria de vedação. Um dos diferenciais da biomassa
para assentamento de blocos é que ela já vem pronta para uso, ou seja, não é necessária
a adição de água, cal, areia ou cimento. Basta abrir a embalagem e aplicar.

Quais as vantagens da biomassa para assentamento


de blocos?

»» Reduz os desperdícios em obras e reformas.

»» Permite alvenaria de vedação.

»» Possibilita aplicação em blocos cerâmico, concreto e ecológico.

»» Pronta para uso direto da embalagem.

»» Rendimento 18x superior.

»» Obra Limpa e sem perdas.

»» Fácil e rápida aplicação.

»» Ótima para trabalhar.

»» Secagem mais rápida.

»» Facilita a logística em grandes obras.

»» Reduz a emissão de gases na atmosfera.

»» Reduz a mão de obra.

É indicada para ambientes internos e externos e apresenta resultados técnicos e


econômicos superiores à argamassa convencional. Maior resistência à tração, compressão
e flexão. Menores custos de mão de obra, tempo e materiais. Maior rendimento, menor
custo logístico e facilidade de inventário. Facilidade de aplicação e velocidade de
secagem, além de menor peso estrutural na obra. A biomassa para assentamento de
blocos oferece vantagens nos aspectos rendimento, qualidade e produtividade.

80
FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA │ UNIDADE III

O rendimento na aplicação é muito superior ao do cimento, areia e cal misturados.


Enquanto no método tradicional a mistura está sendo feita, o pedreiro já está finalizando
o primeiro metro quadrado de muro assentado com a biomassa para assentamento de
blocos. Em média, cada embalagem de 3,0 kg faz 2,0 m² de alvenaria. O rendimento
é até 18 vezes superior, devido a sua inovadora forma de aplicação e por se tratar de
uma argamassa realmente pronta para uso. A aderência junto ao substrato se dá por
meio de dois filetes aplicados sobre os blocos que já são suficientes para garantir a
resistência necessária. Não é necessário comprar um aplicador. A própria embalagem
da Biomassa já é prática para aplicar. Basta cortar a ponta no local indicado e já se
tem a espessura dos filetes na quantidade necessária. Como a embalagem é o próprio
aplicador, não existem perdas na transposição do produto. Alto rendimento e maior
controle no canteiro.

A velocidade na aplicação é até 4 vezes superior. A redução de custo chega a mais de 50%,
em função da otimização do tempo e da mão de obra. Isso sem contar a facilidade de
gerenciamento, a redução do frete e outros materiais que não precisarão ser comprados:
carros para carregar areia, pás, betoneira, energia elétrica e consumo de água.

Muros ecológicos
Os muros ecológicos vieram em resposta às necessidades da Construção Civil que busca
um produto de qualidade e custos acessíveis para todos os seus clientes. É perceptível a
eficácia da utilização dos muros ecológicos, além da segurança oferecida por esse estilo
de divisórias de espaços.

Sem dúvida os muros ecológicos são a melhor alternativa e podem ser encontrados em


modelos diferenciados, adaptando-se, facilmente, a qualquer espaço.

Principais características dos muros ecológicos as seguintes.

»» Auxilia no conforto ambiental.

»» Apresentam baixo custo.

»» Possuem resistência e durabilidade.

»» Não poluem no seu processo de fabricação.

»» Não agridem o meio ambiente com materiais utilizados em sua fabricação.

São inúmeras as vantagens dos  muros ecológicos. Sua fabricação é composta por
técnicas e materiais modernos e são apontados como uma das grandes tendências do
mercado atual.

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UNIDADE III │ FUNDAMENTOS PARA O PROEJTO DE ARQUITETURA

Simplesmente inovadores e criativos, os muros ecológicos conseguem aliar inúmeras


características em um único produto. De grande beleza e praticidade, os muros
ecológicos proporcionam charme a qualquer obra.

Apresentam grande versatilidade e trazem soluções que deixam ambientes internos e


externos com as mesmas características de beleza e modernidade.

Figura 56. Residência com muro ecológico

Fonte: <http://catalogodearquitetura.com.br/muro-ecologico-59-me-neo-rex.html>. Acessado em: agosto/2014.

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