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Obesidade e Emagrecimento
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÃO FÍSICA.................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO EM TREINAMENTO PERSONALIZADO NA OBESIDADE..................... 9
CAPÍTULO 2
TESTES, MEDIDAS E AVALIAÇÃO.............................................................................................. 12
UNIDADE II
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS..................................... 19
CAPÍTULO 1
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA.............................................................................................. 19
UNIDADE III
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA.......................................................................... 40
CAPÍTULO 1
PRESSÃO ARTERIAL................................................................................................................. 42
CAPÍTULO 2
FREQUÊNCIA CARDÍACA........................................................................................................ 45
CAPÍTULO 3
CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO........................................................................................ 48
UNIDADE IV
AVALIAÇÃO DE FORÇA....................................................................................................................... 57
CAPÍTULO 1
TIPOS DE AÇÃO MUSCULAR................................................................................................... 59
CAPÍTULO 2
CÁLCULO DA FORÇA RELATIVA.............................................................................................. 66
UNIDADE V
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA MUSCULAR.............................................................................................. 70
CAPÍTULO 1
TESTE DE SUPINO.................................................................................................................... 72
UNIDADE VI
AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA............................................................................................. 78
CAPÍTULO 1
AVALIAÇÃO DA SAÚDE E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL................................................................. 79
UNIDADE VII
PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIO PARA PREVENÇÃO DA OBESIDADE E EMAGRECIMENTO..... 90
CAPÍTULO 1
PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS CARDIORRESPIRATÓRIOS............................. 90
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 95
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
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Introdução
A avaliação física é ferramenta fundamental no processo de treinamento, especialmente no
treinamento personalizado para a obesidade. A premissa desta abordagem de treinamento é o
princípio da individualidade biológica, que diz que cada indivíduo é único em suas características,
portanto, o seu treinamento ideal seria diferente daquele de qualquer outra pessoa. Sendo assim,
para que você possa conhecer o seu cliente, paciente ou aluno, e elaborar o melhor programa de
treino possível, é necessário conhecê-lo por meio de uma avaliação inicial. Em seguida, outras
avaliações serão realizadas para que você possa demonstrar o progresso de seu cliente, e assim a
sua competência profissional.
Objetivos
»» Demonstrar a importância da avaliação no treinamento personalizado.
»» Apresentar os princípios das medidas e avaliação que devem ser seguidos para uma
avaliação adequada.
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INTRODUÇÃO
ÀS MEDIDAS E UNIDADE I
AVALIAÇÃO FÍSICA
CAPÍTULO 1
Importância da avaliação em
treinamento personalizado
na obesidade
Aplicações da avaliação
Diagnóstico: a avaliação inicial que você realiza com o seu cliente demonstra quem ele é e fornece
as informações necessárias para que você possa iniciar o delineamento inicial do programa de
treinamento personalizado. A partir do diagnóstico inicial, este indivíduo deve ser classificado dentro
dos parâmetros relativos ao que fora avaliado. Por exemplo, será que seus níveis de flexibilidade ou
força são satisfatórios? Como está a sua aptidão cardiorrespiratória? A partir destes parâmetros e
classificações, juntamente de seu cliente vocês podem estabelecer quais serão os reais objetivos do
programa de treinamento, e seu trabalho de prescrição será voltado a estes objetivos.
Motivar: para que um trabalho de longo prazo possa ser realizado, o cliente deve estar sempre
motivado. Este é um dos princípios científicos do treinamento desportivo, e demonstra que quando
uma pessoa está motivada, ela canaliza as suas expectativas para os objetivos do treinamento, e
com isso consegue alcançar maiores resultados (BOMPA, 2002). Quando o cliente se depara com
resultados positivos de avaliação, ele percebe que todo aquele esforço do treinamento é válido, e fica
motivado a prosseguir com o seu programa de treinamento personalizado.
Manter padrões esperados: o programa de treinamento personalizado que você elabora a uma
pessoa possui objetivos claros. A avaliação periódica demonstra se durante determinados períodos de
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÃO FÍSICA
Conhecimento do avaliado: este conhecimento é muito importante para que você possa elaborar
um bom programa de treinamento e até mesmo para que tenha um bom relacionamento profissional
com seu cliente. Para que este programa seja realmente individualizado, é necessário responder a
algumas perguntas propostas por Kraemer e Ratamess (2004):
A partir do momento em que estas questões a respeito do seu cliente foram respondidas, o seu
programa de treinamento ganhou diretrizes para a sua elaboração, e serve como uma ferramenta
que irá direcionar o treinamento de seu cliente para os benefícios que ele terá enquanto não
estiver treinando.
Diretrizes para a pesquisa e ciência: inicialmente, pode parecer que pesquisa e ciência são
distante da realidade do trabalho personalizado, mas vejamos qual a definição de ciência no dicionário:
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INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÃO FÍSICA │ UNIDADE I
Quanto maior for o seu banco de dados, melhor será o seu trabalho!
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CAPÍTULO 2
Testes, medidas e avaliação
Para iniciarmos o conhecimento mais específico sobre o processo de avaliação do seu cliente,
primeiro será necessário conhecer as definições de teste, medida e avaliação:
Teste
Instrumento, procedimento ou técnica usado para se obter uma informação (MARINS; GIANNICHI,
2003).
Instrumento ou procedimento que traz à tona uma resposta observável a fim de fornecer informações
sobre um atributo específico de uma ou mais pessoas (TRITSCHLER, 2003).
Medida
Processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste, atribuindo um valor numérico aos
resultados (MARINS; GIANNICHI, 2003).
Avaliação
Determinar a importância ou o valor da informação coletada e tomar uma decisão a respeito, sempre
com os objetivos do programa em mente (MARINS; GIANNICHI, 2003).
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INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÃO FÍSICA │ UNIDADE I
A partir das definições apresentadas, é possível perceber que teste, medidas e avaliações são partes
distintas de um processo. Portanto, resumidamente, aplicamos um teste para obtermos uma medida,
e em seguida temos que interpretar esta medida e tomar uma decisão a partir dela, o que é o processo
de avaliação.
A medida sempre será apresentada em uma unidade que a caracteriza. Ex.: medida, em centímetros,
da estatura do testado. Para entendermos a importância da unidade em medidas, vejamos as
definições do dicionário.
Unidade [do lat. unitate] S. f. 1. Quantidade que se toma arbitrariamente para termo
de comparação de grandezas da mesma espécie. 2. O número um. 3. Princípio
da numeração. 4. Qualidade do que é um ou único ou uniforme. 5. Qualidade
daquilo que não pode ser dividido: a unidade política ou territorial de um país. 6.
Homogeneidade; igualdade, identidade, uniformidade: unidade de movimentos,
de idéias. 7. Coordenação ou harmonia das partes de uma obra literária, artística,
científica, etc. 8. Ação coletiva voltada para um mesmo fim; coesão, união. 9. Aquilo
que, num conjunto, numa espécie, etc., forma um todo completo: as unidades de uma
federação; a unidade cirúrgica de um hospital; um edifício de apartamentos com 20
unidades. 10. Tropas de soldados destinados a manobrar juntos. 11. Cada navio, na
marinha de guerra. 12. Ecles. Profissão da mesma fé e respeito aos mesmos chefes. 13.
Filos. Caráter do ser que é um em qualquer acepção. 14. Filos. Caráter do ser que é uno.
De acordo com Marins e Giannichi, a avaliação tem um papel ainda mais amplo do que testar e
atribuir graus, ou medidas. Esta avaliação ainda pode ser dividida em três tipos diagnóstica,
formativa ou somativa. Todos estes são importantes para o profissional, e serão discutidos a seguir.
Avaliação diagnóstica
Nada mais é do que a análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo em relação a uma determinada
característica (MARINS e GIANNICHI, 2003). É aquela realizada no início do período de treinamento
e que vai permitir que você conheça o seu cliente.
Características e aplicações:
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÃO FÍSICA
Avaliação formativa
Este tipo de avaliação informa sobre o progresso dos indivíduos no decorrer do programa de
treinamento, dando informações tanto para o profissional quanto para o cliente. Para o profissional,
se ele está elaborando um bom programa de treinamento, se os resultados estão sendo obtidos no
tempo certo (MARINS; GIANNICHI, 2003). É aquela realizada durante o período de intervenção.
A partir desta avaliação você será capaz de verificar se as adaptações do seu cliente estão dentro do
esperado ou se será necessário realizar ajustes no programa de treinamento.
Características e aplicações:
Avaliação somativa
É a soma de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do treinamento, com um objetivo
de se obter um quadro geral da evolução do indivíduo (MARINS; GIANNICHI, 2003). É aquela que
encerra um ciclo de treinamento. Pode-se fazer uma avaliação somativa, por exemplo, no final do
ano, antes que se entre férias, para determinar qual foi a melhora total do ano.
Características e aplicações:
Com que periodicidade devo avaliar o meu cliente? Quais são as melhores épocas
para se fazer as avaliações?
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INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÃO FÍSICA │ UNIDADE I
Como acabamos de ver, a avaliação somativa irá dizer a você qual foi a melhora
do seu cliente em um período determinado de tempo. Mas como será possível
quantificar esta melhora de maneira mais precisa?
Para isso, é necessário que você calcule o percentual de mudança que foi obtido entre a avaliação
diagnóstica e a somativa. E a obtenção deste cálculo é simples de ser realizada, além de prover
informações muito valiosas, que valorizam o seu trabalho e fidelizam o seu cliente.
Existem duas situações específicas para este cálculo: uma delas é para o cálculo do percentual de
redução, e outra para o cálculo de aumento.
Cálculo de redução:
Este cálculo será utilizado sempre que entre o momento das avaliações ocorrer uma redução na
característica que foi medida. Por exemplo, se um cliente emagrecer, sua massa corporal, que é a
característica em questão, sofreu uma redução. Para tanto, o cálculo é realizado da seguinte maneira:
Onde:
Cálculo de aumento:
Este cálculo será utilizado sempre que entre o momento das avaliações ocorrer um aumento na
característica que foi medida. Por exemplo, se um cliente se torna mais forte com o seu treinamento,
a quantidade em quilos de peso que ele levanta nos exercícios, que é a característica em questão,
sofreu um aumento. Para tanto, o cálculo é realizado da seguinte maneira:
Onde:
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÃO FÍSICA
reduzida para 75kg. Qual foi o percentual de mudança no seu peso no período de
treinamento? Siga os seguintes passos:
% redução = 5 X 100
80
% redução = 0,0625 X 100
% redução = 6,25%
<aprovadonovestibular.com/como-calcular-porcentagem-matematica.html>.
Quando se realiza um teste com um cliente, deve-se ao máximo evitar erros, para
que este teste lhe forneça as melhores informações no direcionamento do seu
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INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÃO FÍSICA │ UNIDADE I
»» Validade do teste:
Indica com que precisão o teste mede aquilo que se deve ou pretende medir
(MACHADO, 2010). Além de procurar o teste que será mais adequado ao seu
cliente, você deverá se preocupar com a precisão que este teste lhe fornece.
»» Fidedignidade:
»» Objetividade:
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÃO FÍSICA
»» Aplicar testes específicos em tudo que pode ser medido (fatores sociais, emocionais
e físicos).
»» Realizar de re-testes.
Ao aplicar estes princípios na avaliação de seu cliente, o processo avaliativo torna-se mais confiável
e a avaliação periódica se transforma em mais uma ferramenta para o seu trabalho. Nos capítulos
a seguir, aplicaremos os conhecimentos adquiridos para diferentes tipos de avaliação que você
irá realizar.
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO
E PLANEJAMENTO UNIDADE II
DE PROGRAMAS DE
EXERCÍCIOS
CAPÍTULO 1
Avaliação antropométrica
A importância e a aplicação da
avaliação antropométrica
Neste capítulo iremos entender a importância da avaliação antropométrica, que lhe permitirá
conhecer um pouco mais sobre o seu cliente e iniciar a determinar objetivos. De acordo com Marins
e Giannichi (2003), a antropometria representa um importante recurso de assessoramento para
uma análise completa de um indivíduo, seja ele atleta ou não, pois oferece informações ligadas ao
crescimento, desenvolvimento e envelhecimento, sendo por isso crucial na avaliação do estado físico
e no controle das diversas variáveis que estão envolvidas durante uma prescrição de treinamento.
»» Anthropo = homem
»» Metry = medida
Antropometria pode ser definida como a parte da antropologia que estuda as proporções e medidas
do corpo humano (MICHELS, 2000).
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS
A avaliação antropométrica não é complicada e pode ser feita rapidamente com o seu cliente sem que
tome o tempo total de uma aula de 60 minutos. Para fazer este acompanhamento com seu cliente,
iremos agora colocar em prática os conhecimentos que foram adquiridos no capítulo anterior, pois
agora você irá conhecer não apenas os testes e as medidas que fornecem, mas sim realizar uma
avaliação e saber qual a sua aplicação.
A literatura conta com diferentes tipos de testes e até mesmo para um determinado teste é possível
que se encontre algumas variações no momento de sua aplicação ou interpretação. Por isso, é muito
importante que se respeite entre as avaliações o mesmo protocolo de teste e o mesmo parâmetro para
a sua interpretação, independente da maneira que o seu teste seja aplicado. Lembre-se também de que
ela deve respeitar os princípios da validade, fidedignidade e objetividade discutidos anteriormente.
O profissional deve ter a consciência de que a avaliação antropométrica não seve apenas para
questões estéticas, mas sim ligadas à saúde, e com esta avaliação é possível demonstrar ao seu
cliente que é necessário mudar o seu estilo de vida para que ele possa ser mais saudável.
Para que você realize a avaliação antropométrica de seu cliente, ela será aqui dividida em dois
tópicos, e cada uma será apresentada em um capítulo desta unidade:
Neste capítulo você será capacitado a realizar as medidas de massa corporal, estatura e o cálculo do
IMC. Também iremos verificar qual a aplicação e possíveis limitações destas medidas.
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS │ UNIDADE II
Apesar da simplicidade deste teste, de acordo com Marins e Giannichi (2003), alguns cuidados
devem ser tomados para que ele seja realmente confiável. São eles:
»» Aferição da calibração da balança, que poderá ser feita por meio de anilhas com
padrão definido ou mesmo utilizando um recurso da própria balança chamado tara.
»» O avaliado deverá estar vestido com o mínimo de roupas possível, de forma a não
afetar o resultado.
»» Um cuidado especial inclui o horário da pesagem, que deverá ser sempre o mesmo.
Estatura
A estatura é a distância da planta dos pés ao vértex. Para que seja realizada a medição da estatura,
é necessário um estadiômetro. Ele pode ser encontrado na maioria das balanças ou então pode ser
confeccionado por meio da fixação de uma fita métrica em uma parede sem desnível, sendo que sua
precisão deve ser de 0,1cm (MARINS; GIANNICHI, 2003).
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS
»» O indivíduo deve estar descalço com os pés unidos e de costas para o estadiômetro.
Estes dois parâmetros estão intimamente relacionados. Se dois indivíduos possuem a mesma massa
corporal, mas diferem em sua estatura, isto quer dizer que um deles possui uma maior relação de
massa corporal para cada centímetro de seu corpo. Ou então se dois indivíduos possuem a mesma
estatura e diferem em sua massa corporal, isto quer dizer que aquele que possui menor massa
corporal também possui a menor relação entre massa e estatura. Para que possa ser mensurada e
quantificada esta relação, foi desenvolvido o índice de massa corporal (IMC).
O IMC é calculado pela fórmula peso corporal (em kg) dividido pelo quadrado da altura (em metros).
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS │ UNIDADE II
Este índice tem seu uso praticamente consensual na avaliação nutricional de adultos, cujos limites
inferior e superior da normalidade são baseados em critérios estatísticos que correlacionam uma
maior morbi-mortalidade em pessoas com IMC acima ou abaixo deste intervalo. O quadro 2
demonstra a classificação internacional do baixo peso, sobrepeso e obesidade de acordo com o IMC.
Resultado do cálculo
Classificação
IMC (kg/m2)
Baixo peso <18,50
Magreza severa <16,00
Magreza moderada 16,00 – 16,99
Magreza leve 17,00 – 18,49
Peso normal 18,50 – 24,99
Sobrepeso >25,00
Pré-obesidade 25,00 – 29,99
Obesidade >30,00
Obesidade classe I 30,00 – 34,99
Obesidade classe II (severa) 35,00 – 39,99
Obesidade classe III (mórbida) >40,00
No entanto, o cálculo do IMC apresenta algumas limitações que devem ser conhecidas por todos os
profissionais da área da saúde. Veja a lista abaixo com as principais limitações do IMC. Reveja as
limitações do IMC na Apostila “Aspectos Gerais da Obesidade e Emagrecimento”.
Apesar das suas limitações, o IMC é uma boa ferramenta na predição de riscos à saúde de um
indivíduo. A figura a seguir demonstra que um IMC abaixo do normal leva a riscos de saúde, e
principalmente, que quando o IMC está acima do normal, este risco aumenta exponencialmente.
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS
Para saber mais sobre o índice de massa corporal e riscos à saúde, acesse o site da
Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e Síndrome Metabólica:
<http://www.abeso.org.br/>.
IMC = 82/3,0625
Podemos ir além com a interpretação destes dados. Lembre-se de que a avaliação, sendo uma
tomada de decisões, deve servir para gerar recomendações ao seu cliente. No caso deste indivíduo
que foi classificado com sobrepeso a partir do seu IMC, torna-se possível calcular qual deve ser o
seu peso para que fique na faixa de normalidade. Para isto, devemos aplicar a mesma fórmula de
cálculo de IMC, mas com o valor de 24,9, que representa o maior valor de normalidade do IMC, e a
incógnita da equação é a massa corporal.
Assim, você determina qual deve ser a massa corporal máxima do seu cliente para que ele entre
na faixa de normalidade do IMC. Ele deve emagrecer, passando de 82kg para 76,25kg. Aproveite
também para aplicar a fórmula de percentual para determinar qual deve ser o percentual de redução
na massa corporal do seu cliente, e estabeleça um objetivo com o seu programa de treinamento.
Escolha alguns indivíduos e complete a tabela a seguir com estatura, massa corporal,
IMC e sua devida classificação. No caso de pessoas com sobrepeso ou obesidade,
calcule qual deve ser seu peso máximo para entrar em normalidade e qual o
percentual de redução que deverá ser atingido.
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS │ UNIDADE II
1
2
3
4
5
Será que as pessoas sabem qual a massa corporal ideal para sua estatura?
Será que as pessoas possuem noção dos riscos à saúde em relação à sua massa
corporal?
Antes mesmo de iniciar os estudos a respeito destas técnicas, é necessário ressaltar que para estas
medidas também existem variações entre os métodos, e por isso é necessário repetir um protocolo
para que se tenha condições de comparação em uma reavaliação. Os dados obtidos nestas avaliações
servem como parâmetro de análise das etapas do seu programa de treinamento. (DOMINGUES
FILHO, L. A Obesidade e atividade física. Jundiaí: Fontoura, 2000.)
Perimetria corporal
O objetivo desta avaliação é determinar o perímetro de diversos segmentos corporais. Sendo assim,
vejamos a definição de perímetro.
Perímetro, [Do gr. perímetros, pelo lat. perímetros.] S. m. 1. Geom. Contorno de uma
figura delimitada por segmentos de curvas. 2. Geom. Medida do contorno de uma
figura. 3. Linha que delimita uma determinada área ou região: perímetro urbano.
Quando falamos de perimetria corporal, estamos nos referindo ao contorno que delimita uma
determinada área ou região (MACHADO, 2010). Estas medidas são capazes de demonstrar
resultados específicos do programa de treinamento, em relação a diversos segmentos corporais.
Mais adiante, veremos como podem ser aplicadas para determinar riscos à saúde.
Para a mensuração dos perímetros é necessária uma fita métrica, que contenha as seguintes
especificações (MARINS; GIANNICHI, 2003):
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS
»» Rebubinação automática.
Figura 5. Fita métrica com rebubinação automática para realização de perimetria corporal.
»» Usar apenas a fita metálica, pois esta mantém suas marcações após a higienização
com álcool.
A seguir serão apresentadas algumas das perimetrias utilizadas em avaliação física, descritas por
Machado (2010). Note que, para algumas existem diferenças em relação a homens e mulheres, ao
passo que quando estas não forem apresentadas, a medida é a mesma.
Perimetria do tórax
Homem: será realizada no plano horizontal a
aproximadamente a 2,5cm acima da linha mamilar,
ao final da expiração normal.
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS │ UNIDADE II
Perimetria do braço
Realizada com o cotovelo flexionado a 90 graus e com
a mão fechada. A fita será posicionada ao redor da
maior circunferência do braço (geralmente próximo
ao ponto médio do segmento) e com a musculatura
do braço totalmente contraída.
Fonte: <www.ceap.br/artigos/ART28042010214302.ppt
Perimetria do antebraço
O avaliado deverá estar com o braço ao longo do
corpo. A fita deverá ser posicionada no ponto de
maior circunferência do segmento.
Fonte: <www.ceap.br/artigos/ART28042010214302.ppt>.
Figura 9. Perimetria da cintura.
Perimetria da cintura
Efetuada transversalmente no ponto de menor
circunferência do abdômen, geralmente o ponto
médio entre o arco costal e a crista ilíaca.
Fonte: <www.ceap.br/artigos/ART28042010214302.ppt>.
Figura 10. Perimetria abdominal.
Perimetria abdominal
Medida transversal. Pode ser realizada na linha da
cicatriz umbilical ou logo abaixo desta. Lembrar de
manter o parâmetro entre avaliações.
Fonte: <www.ceap.br/artigos/ART28042010214302.ppt>.
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS
Perimetria do quadril
Realizada transversalmente no ponto de maior
circunferência aparente dos glúteos.
Fonte: <www.ceap.br/artigos/ART28042010214302.ppt>.
Fonte: <www.ceap.br/artigos/ART28042010214302.ppt>.
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS │ UNIDADE II
Perimetria da perna
O avaliado deve manter as pernas levemente afastadas
e distribuir o peso entre elas. A medida é feita
transversalmente no ponto de maior circunferência
da perna.
Fonte: <www.ceap.br/artigos/ART28042010214302.ppt>.
Na tabela 1 estão os valores de RCQ e o respectivo risco de saúde em diferentes faixas etárias para
homens e na tabela 2, os valores para mulheres:
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS
Composição corporal
O acompanhamento da composição corporal do seu cliente será muito importante na demonstração
dos resultados do seu programa de treinamento. Esta técnica tem evoluído e ficado cada vez mais
precisa e aplicável.
Até meados da década de 1940, um indivíduo era considerado obeso apenas pela sua massa
corporal e estatura, utilizando-se o IMC, descrito no capítulo anterior. O cálculo da composição
corporal permite que diversos profissionais da saúde o interpretem de maneira diferente, segundo
seus objetivos. Heyward e Stolarczyk (2000) indicaram algumas aplicações práticas a este cálculo,
citadas a seguir:
A partir do calculo da composição corporal, será possível que você determine 4 parâmetros de seu
cliente (MACHADO, 2010):
30
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS │ UNIDADE II
Para que esta técnica seja realizada, também é necessário seguir algumas recomendações:
»» A leitura no compasso deverá ser realizada dentro de 3 segundos, pois a gordura vai
sendo compactada pela pressão do compasso, e quanto maior o tempo da leitura,
maior a alteração da medida.
»» Deve-se fazer 3 medidas não consecutivas, o que significa realizar a medida de todos
os pontos anatômicos, para então se repetir esta mensuração mais duas vezes.
»» Sempre deve ser adotada a média entre as 3 medições (soma-se o valor das médias
e depois o divide por 3).
»» Para que seja aceita a mensuração de um ponto, não pode haver variação maior de
10% entre as 3 medidas.
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS
Fonte: <http://www.personalsoccer.moogo.com/49>.
Coxa
O avaliado deve realizar pequena flexão do joelho direito e deslocar todo o seu peso para a perna
esquerda. A dobra é realizada paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o músculo reto femoral
na porção média entre o ligamento inguinal e a borda superior da patela. Pode ser determinado
também a um terço da distancia entre o ligamento inguinal e a borda superior da patela. Neste caso,
lembre-se de manter o parâmetro entre as avaliações.
Fonte: <http://www.personalsoccer.moogo.com/49>.
Abdominal
Realizada paralelamente ao eixo longitudinal aproximadamente dois centímetros da cicatriz umbilical.
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS │ UNIDADE II
Fonte: <http://www.personalsoccer.moogo.com/49>.
Suprailíaca
Efetuada obliquamente em relação ao eixo longitudinal na metade da distância entre o último arco
costal e a crista ilíaca no sentido da linha axilar média. O avaliado deve afastar ou elevar o braço
para facilitar a execução da medida.
Fonte: <http://www.personalsoccer.moogo.com/49>.
Axilar média
Realizada obliquamente com o braço do avaliado deslocado para trás, no ponto de intersecção entre
a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifoide do esterno. No
momento da mensuração, o braço do avaliado deve ser deslocado para trás.
Fonte: <http://www.personalsoccer.moogo.com/49>.
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UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS
Torácica
Realizada obliquamente ao eixo longitudinal, na porção média entre o mamilo e a axila para os
homens e no primeiro terço superior para mulheres.
Fonte: <http://www.personalsoccer.moogo.com/49>.
Fonte: <http://www.personalsoccer.moogo.com/49>.
Biciptal
Medida na face anterior do braço, no sentido do eixo longitudinal, no ponto de maior circunferência
aparente do ventre muscular do bíceps.
Fonte: <http://www.personalsoccer.moogo.com/49>.
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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS │ UNIDADE II
Triciptal
Medida na face posterior do braço, sobre a porção média entre o acrômio e o olecrano, paralelamente
ao eixo longitudinal.
Fonte: <http://www.personalsoccer.moogo.com/49>.
Subescapular
Efetuada obliquamente ao eixo longitudinal, na porção imediatamente abaixo da borda inferior da
escápula (em média dois centímetros) para encontrar a região subescapular com facilidade, solicitar
ao avaliado que faca uma leve extensão do ombro com flexão dos braços.
Fonte: <http://www.personalsoccer.moogo.com/49>.
%G = (495/DC) – 450
35
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS
Onde:
%G = percentual de gordura
DC = densidade corporal
Para calcular o percentual de gordura, será necessário primeiro calcular a densidade corporal. Para
isso, existe uma fórmula para os homens e uma para as mulheres, envolvendo três dobras cutâneas,
descrita por Jackson e Pollock (1978; MACHADO, 2010).
Onde:
I = idade em anos
Onde:
I = idade em anos
Após a realização do cálculo da densidade corporal, deve-se substituir o valor encontrado na fórmula.
Os parâmetros de percentual de gordura para homens e mulheres são encontrados nos quadros a
seguir (POLLOCK; WILMORE, 1993):
36
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS │ UNIDADE II
A quantidade de gordura corporal também pode ser expressa em quilogramas (kg), o que se chama
massa gorda (MG). Para tanto, deve-se aplicar a seguinte fórmula:
MG = MC x (%G/100)
Onde:
%G = percentual de gordura
A partir destes valores, também é possível calcular o percentual de massa corporal magra (%MCM)
do seu cliente. A massa magra é o restante do corpo, portanto calculada pela seguinte fórmula:
%MCM = 100 – %G
Para a determinação da massa óssea, deve-se utilizar a seguinte fórmula (MACHADO, 2010):
Onde:
H = altura (m)
A seguir, vejamos a técnica para medida dos diâmetros utilizados na fórmula. Em primeiro lugar, os
pontos anatômicos devem ser identificados, em seguida são medidos com o uso de um paquímetro.
As extremidades devem ser colocadas sobre os pontos determinados e a leitura é realizada.
37
UNIDADE II │ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS
38
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS │ UNIDADE II
Homens: PR = PT x (24,1/100)
Mulheres: PR = PT x (20,9/100)
Onde:
PM = PT – (PG + PO + PR)
Onde:
39
AVALIAÇÃO DA
CAPACIDADE UNIDADE III
CARDIORRESPIRATÓRIA
O sistema cardiovascular integra o corpo como uma unidade e proporciona aos músculos ativos
um suprimento adequado de nutrientes e oxigênio, permitindo um alto nível de transferência de
energia. Além disso, esse sistema é fundamental para a remoção de co-produtos do metabolismo
local de liberação de energia (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
De forma simplificada o sistema cardiovascular é composto por uma série de tubos (vasos
sanguíneos) preenchidos por fluido (sangue) e conectados a uma bomba (coração). A contração do
músculo cardíaco proporciona o impulso para o fluxo sanguíneo (SILVERTHORN, 2003).
Sabe-se hoje que fisiologicamente, é possível considerar o coração como duas bombas distintas:
a bomba direita (coração direito) recebe o sangue que retorna de todas as partes do corpo, pobre
em oxigênio, e o bombeia para os pulmões a fim de captar oxigênio; a bomba esquerda (coração
esquerdo) recebe o sangue rico em oxigênio proveniente dos pulmões e o bombeia para os tecidos
novamente (Figura 29).
Figura 29. Coração direito, pobre em oxigênio e coração esquerdo, rico em oxigênio
40
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA │ UNIDADE III
As artérias compõem os tubos de alta pressão que impulsionam o sangue abastado em oxigênio para
os tecidos. O sangue bombeado para fora do ventrículo esquerdo entra na maior artéria, chamada
aorta. Esta se ramifica, originando arteríolas cada vez menores que finalmente originam a rede de
capilares. Os capilares são minúsculos vasos de paredes finas onde ocorre a troca de material entre
o sangue e os tecidos (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
41
CAPÍTULO 1
Pressão arterial
A pressão arterial representa a força (pressão) exercida pelo sangue contra a superfície interna das
arteriais durante um ciclo cardíaco. No instante em que o coração ejeta seu conteúdo na artéria
aorta, a energia é máxima, gerando força máxima e assim pressão máxima. Em média essa pressão
fica em torno de 120mm Hg, podendo variar sensivelmente entre indivíduos. Esta fase do ciclo
cardíaco chama-se sístole, e a pressão neste instante é chamada de pressão arterial sistólica.
Imediatamente antes do próximo ciclo cardíaco, a energia é mínima, com a menor força exercida
sobre as artérias em todo o ciclo, gerando, conseqüentemente a menor pressão arterial do ciclo
cardíaco (70 ou 80mm Hg, em média). Esta fase é chamada de diástole, sendo que a pressão neste
instante é chamada de pressão arterial diastólica (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
(BLOCH, K. V.; RODRIGUES, C. S.; FISZMAN, R. Epidemiologia dos fatores de risco para hipertensão
arterial – uma revisão crítica da literatura brasileira. Ver. Bras. Hipertensão, V. 13, n. 2, p. 134-143,
2006.
42
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA │ UNIDADE III
manguito para pressão arterial e um calibrador de pressão tipo aneroide ou colona de mercúrio
(Figura 30).
Figura 30. Calibrador de pressão aneroide e estetoscópio (A); colona de mercúrio (B).
2. Localizar a artéria braquial no lado interno do braço, cerca de 2,5 centímetros acima
da dobra do cotovelo.
6. Insuflar o manguito com bombadas rápidas e uniformes até 180 a 200mm Hg.
Existem alguns detalhes essenciais para a obtenção de resultados fidedignos de pressão arterial.
Em repouso, no momento da mensuração, é fundamental que o avaliado esteja calmo, relaxado
43
UNIDADE III │ AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA
O quadro 3 reflete as categorias de pressão arterial definida pela American Heart Association.
Disponível em <http://www.heart.org/HEARTORG/Conditions/HighBloodPressure/AboutHighBloodPressure/Understanding-Blood-
Pressure readings_UCM_301764_Article.jsp >. Acesso em: 25 jan. 2011
Você já se questionou sobre qual valor é mais importante para a saúde, o da pressão
arterial sistólica ou o da diastólica? Normalmente, mais atenção é dada ao valor mais
alto (pressão arterial sistólica) como um fator de risco para doenças cardiovasculares
em pessoas com mais de 50 anos. Na maioria das pessoas, a pressão arterial sistólica
aumenta progressivamente com a idade devido ao aumento da rigidez das grandes
artérias, o acúmulo de placa bacteriana, aumentando assim a incidência de doenças
cardíacas e vasculares.
44
CAPÍTULO 2
Frequência cardíaca
Diferentemente de outros tecidos o coração mantém a sua própria cadência. Se não existisse
controle externo desse ritmo o músculo cardíaco bateria cerca de 100 vezes por minuto. Isso se deve
ao fato, do coração possuir uma pequena massa de tecido muscular especializado chamado nódulo
sinoatrial que se despolariza e repolariza espontaneamente culminado no estímulo “auto rítmico”
da ação cardíaca (SILVERTHORN, 2003).
Entretanto, funcionalmente o coração sofre forte influência do sistema nervoso autônomo. Quando
os nervos vagos são estimulados (sistema nervoso parassimpático), principalmente, quando o
individuo está em repouso, é possível notar uma frequência cardíaca mais lenta (bradicardia). Já
quando ocorre a estimulação dos nervos simpáticos, ocorre a liberação de catecolaminas (adrenalina
e noradrenalina) que aceleram a despolarização do nódulo sinoatrial, causando o aumento da
frequência cardíaca (taquicardia) (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
Segundo Guedes & Guedes (2006) a ação do sistema nervoso simpático é bem visível durante um
exercício crescente, quanto maior a intensidade do exercício, maior a ação dos nervos simpáticos e
consequentemente, o número de batimentos por minutos é maior, em outras palavras, existe uma
alta correlação entre intensidade do exercício e frequência cardíaca.
Para medir a frequência cardíaca existe a possibilidade de se recorrer a recursos sofisticados como
os traçados eletrocardiográficos ou recursos simples como a palpitação das artérias periféricas.
Obviamente a primeira opção oferece resultados mais precisos. Contudo, talvez o método mais
utilizado nos dias atuais para monitoração da frequência cardíaca é o sistema de telemetria portátil.
O mesmo consiste em um transmissor com dois eletrodos, fixado ao tronco (logo abaixo dos
músculos peitorais) e um receptor apto a realizar os registros, além de apresentar os sinais emitidos
pelos batimentos cardíacos (GUEDES; GUEDES, 2006).
45
UNIDADE III │ AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA
Até pouco tempo atrás o método mais utilizado para se verificar a freqüência cardíaca máxima era
a expressão matemática “220 – idade”. Porém, essa fórmula foi construída arbitrariamente e sem
bases científicas sólidas. Estudos recentes mostraram que essa fórmula superestima a frequência
cardíaca máxima em sujeitos mais jovens, apresenta valores condizentes em indivíduos na faixa
de 40 anos, e subestima-a progressivamente com o avanço da idade. Sendo assim, novas fórmulas
matemáticas foram propostas para melhor estimar a frequência cardíaca máxima (GUEDES;
GUEDES, 2006).
Outro método para identificar o % da frequência cárdica máxima foi proposto por Swain (2006) que
utiliza a frequência cardíaca de repouso com parte da expressão matemática:
É importante lembrar que o cálculo da FCMax pode ser realizado através da fórmula FCMax =
208 – (0,7 x idade). Além disso, para mensuração da frequência cardíaca de repouso, o ideal é a
realização da mesma em três dias distintos, de manhã, ao acordar (sem despertador). Se isso não
for possível deixar o indivíduo deitado em repouso durante 15 minutos antes de realizar a medida.
Utilize três indivíduos com idades distintas para realizar o calculo da FCMax.
Utilizando as diferentes metodologias apresentadas acima. Compare-as com a
fórmula tradicional (220 – idade).
Individuo 1: 20 anos
Indivíduo 2: 40 anos
Indivíduo 3: 60 anos
Em seguida calcule qual seria a FC desses mesmos indivíduos quando sua intensidade
alvo for 75% da frequência cardíaca máxima.
Duplo produto
Quando o avaliador estiver em mãos os resultados de pressão arterial e frequência cardíaca recomenda-
se a utilização do duplo produto (DP) a fim de verificar o consumo de oxigênio do miocárdio e assim
inferir um eventual risco cardiovascular na realização de esforço físico. O cálculo do duplo produto é
simples e resultante da multiplicação da pressão arterial sistólica (mmHg) pela frequência cardíaca
(bpm). O resultado pode ser dividido por 100 para facilitar o manuseio dos valores:
46
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA │ UNIDADE III
DP = FC x PAS
100
Recentemente, foi proposto na literatura o cálculo do duplo produto previsto em relação à idade,
com o intuito de indicar valores de referência do duplo produto:
Fazendo a comparação do duplo produto previsto para a idade com o duplo produto
do esforço, em determinada intensidade de exercício é possível estimar ou inferir os
riscos cardiovasculares para aquele indivíduo, naquele momento.
47
CAPÍTULO 3
Consumo máximo de oxigênio
Existem dois métodos de teste de esforço físico para determinar o consumo máximo de oxigênio:
cargas contínuas ou cargas descontínuas. Quando não há intervalo entre uma carga e outra o teste
é de carga contínua. Já quando existem pequenos intervalos entre as cargas o teste é de carga
descontínua (GUEDES; GUEDES, 2006).
Os testes de carga contínua são mais utilizados e devem começar com cargas de trabalho relativamente
baixa. Os mesmos são caracterizados por estágios com duração de 2 a 3 minutos, em média, com
incrementos progressivos da carga de trabalho ao final de cada um deles. Recentemente o teste em
rampa, ou seja, com incrementos de carga a cada minuto de teste tem se tornado muito conhecido,
principalmente por obter medidas de VO2máx de forma mais rápida. Entretanto, somente pessoas
bem treinadas devem realizar esse tipo de teste (TRITSCHLER, 2003).
Medida direta
Para determinar o VO2máx existes protocolos de medida direta e recursos que envolvem valores
estimados. Os protocolos de avaliação direta utilizam as trocas gasosas respiratórias (determinação
dos volumes de oxigênio e de dióxido de carbono) para determinar a capacidade aeróbia máxima do
indivíduo. Sendo assim, torna-se necessário a utilização de equipamentos de ergoespirometria modernos
e caros (GUEDES; GUEDES, 2006)
A medida do consumo máximo de oxigênio pode ser obtida por qualquer ergômetro. Entretanto,
alguns fatores são fundamentais para alcançar um bom resultado:
48
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA │ UNIDADE III
Além disso, segundo Guedes & Guedes (2006) quando não ocorrer o platô no final do teste é possível
utilizar a expressão consumo de oxigênio pico (VO2pico). Por definição o VO2pico representa o maior
consumo de oxigênio alcançado durante a realização de um teste ou esforço físico até a exaustão, veja
na figura abaixo.
49
UNIDADE III │ AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA
Valores preditos
Na maioria dos casos o profissional da área de saúde ou técnicos esportivos não tem acesso a um
aparelho de ergoespirometria, não sendo possível mensurar o consumo máximo de oxigênio por
meio do método direto, ou seja, análise de trocas gasosas respiratórias. Como alternativa existem
modelos matemáticos que estimam seus valores através de sua relação com a frequência cardíaca,
percepção de esforço ou intensidade do exercício (Quadro 4).
Quadro 4 Relação do VO2máx com a frequência cardíaca, percepção de esforço ou intensidade do exercício
É importante ressaltar que mesmo com a utilização cuidadosa e criteriosa das equações de regressão,
os erros de determinação do VO2máx podem chegar a 7% quando comparados ao método direto
(GUEDES; GUEDES, 2006).
Na literatura, são encontrados diversos testes de avaliação máximos ou submáximos que estimam
o consumo máximo de oxigênio. Esses testes, mesmo com os erros inerentes, são ferramentas
extremamente interessantes para avaliação da capacidade aeróbia e prescrição de exercício, uma
vez que são baratos e geralmente fáceis de aplicar.
Testes máximos
Antes do início de um teste máximo é preciso tomar precauções importantes:
»» O avaliado deve passar por uma avaliação clínica para saber se está apto a realizar
um teste máximo.
»» O avaliado deve ser informado que o teste máximo será encerrado apenas quando
o mesmo informar, voluntariamente, através de sinais manuais previamente
combinados.
50
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA │ UNIDADE III
A escolha do tipo de ergômetro e do protocolo do teste também é crucial para a obtenção de melhores
resultados e garantir segurança ao avaliado. As principais opções de ergômetro são esteira, banco
e cicloergômetro, sendo que antes de tomar a decisão por um ou por outro, deve-se levar em conta
qual tipo de movimento é mais específico para os objetivos daquele indivíduo ou ainda com qual
movimento o avaliado está mais familiarizado. Com relação aos protocolos, a diferença básica
dentre os que são encontrados na literatura é a duração de cada estágio, ou seja, a velocidade mais
alta ou mais baixa de incrementos de carga. Protocolos em rampa, que tem como característica alta
velocidade de incremento de carga são indicados para jovens, indivíduos condicionados e atletas,
enquanto que os protocolos com estágios mais longos para cada carga são recomendados para
sedentários, idosos e obesos.
Nesse teste, cada estágio tem duração de 3 minutos. No início do teste, a inclinação é de 7% e a
velocidade é 3,2 km/h. Nos três primeiros estágios, aumenta-se a inclinação enquanto a velocidade
se mantém constante. Nos estágios quatro e cinco eleva-se a velocidade e reduz-se a inclinação.
A partir do sexto estágio a velocidade volta a ser constante e a inclinação é elevada (Tabela 9).
Esse protocolo foi desenvolvido com o intuito de ser utilizado para a avaliação de indivíduos com
menores níveis de condicionamento físico. Para estimar o VO2máx a partir desse teste recomenda-
se o seguinte modelo matemático:
Duração do teste: duração total do teste expresso em minutos e segundos. Exemplo: 12 minutos e
35 segundos = 12,35.
A carga de trabalho desse protocolo é preconizada a partir de subidas e descidas em um banco com
alturas variáveis (cargas múltiplas). A altura mínima é 4,5 cm, sendo que a cada estágio com dois
51
UNIDADE III │ AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA
minutos de duração, eleva-se a altura do banco em 4,5 cm. O ritmo das subidas e decidas deve ser
constante, sendo escolhido arbitrariamente de acordo com o condicionamento físico do avaliado,
dentre as seguintes opções: 18, 24, 30 ou 40 passadas por minuto (Tabela 10). Para estimar o
VO2máx a partir desse teste os autores recomendam a seguinte formula:
X: custo energético para trabalho horizontal. Para calculá-lo é preciso achar o produto de um
décimo do número de passadas por minuto e do consumo de oxigênio em repouso (3,5 mL(kg/
min)-1). Exemplo: se o número de passadas for 40, X = 40/20 * 3,5 mL(kg/min)-1 = 14 mL
(kg/min)-1;
Estágio 1 2 4,5
Estágio 2 4 9,0
Estágio 3 6 13,5
Estágio 4 8 18,0
Estágio 5 10 22,5
Estágio 6 12 27,0
Estágio 7 14 31,5
Estágio 8 16 36,0
Estágio 9 18 40,5
Estágio 10 20 45,0
Realizado a partir de uma carga de trabalho de 35 watts, sendo que cada estágio tem duração de 3
minutos. Ao final de cada estágio adiciona-se uma carga de 25 watts até que o individuo não consiga
mais realizar o teste (Tabela 11). Para estimar o VO2máx a partir desse teste o Colégio Americano de
Ciências do Esporte recomenda a seguinte formula:
Carga: carga de trabalho no estágio final do teste concluído pelo avaliado, em watts; peso corporal:
expresso em kg.
52
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA │ UNIDADE III
Uma alternativa aos testes máximos são os protocolos submáximos que, embora tenham um
erro maior, podem ser muito úteis na estimativa do consumo máximo de oxigênio. Esse tipo de
teste pode ser usado principalmente quando o avaliado é sedentário, idoso, obeso ou apresenta
alguma limitação importante, uma vez que fornecem dados suficientes para indicar a capacidade
funcional do avaliado bem como estabelecer classificações e acompanhar as evoluções promovidas
pelo programa de exercício. Além disso, os protocolos de avaliação submáximos não necessitam
de equipamentos ou ergômetros sofisticados, já que o avaliado não será testado nos limites de seu
condicionamento físico (GUEDES; GUEDES, 2006).
Os testes submáximos partem do pressuposto que a frequência cardíaca tem uma relação linear com
o consumo máximo de oxigênio. Vários protocolos submáximos são encontrados na literatura. A
seguir alguns serão apresentados.
Este é um teste que não exige muito do condicionamento físico do avaliado. O tamanho do banco (41
cm para ambos os sexos) e o tempo do teste (3 minutos) são constantes. O ritmo de subidas deve ser
de 24 passadas por minuto para os homens e 22 passadas para as mulheres. A frequência cardíaca
é registrada ao final dos três minutos e utilizada na fórmula matemática para estimar o VO2máx:
53
UNIDADE III │ AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA
Esse protocolo possibilita a escolha da carga de trabalho. Existem três opções, sendo que para
escolher uma delas é preciso levar em conta a massa corporal e a prática recente de atividade física.
Todos os testes apresentam quatro estágios de 2 minutos de duração:
2. Avaliados com peso corporal entre 74 e 90kg e bem condicionados ou avaliados com
mais de 91kg e sedentários. Nesse caso, inicia-se com uma carga de 25watts e nos
estágios subsquentes cargas de 50, 100 e 150watts.
A frequência cardíaca é registrada ao final de cada estágio e o teste deve ser encerrado ao final da etapa
em que esse parâmetro fisiológico atingir valores entre 65% e 70% da frequência cardíaca máxima
prevista para a idade do indivíduo. A expressão matemática utilizada para estimar o VO2máx é
a seguinte:
FCesforço: valor médio da frequência cardíaca registrada no quinto e no sexto minutos de teste;
VO2carga: consumo de oxigênio, em L.min-1, necessário para pedalar a carga calculada pela realação:
0,129 + 0,014 * carga de trabalho (watts).
Quando o avaliado apresentar idade superior a 25 anos é interessante fazer uma correção ao avanço
da idade da seguinte forma:
Qual tipo de teste você utilizaria para avaliar o VO2máx de um cliente obeso? Não
esqueça que os testes máximos apresentam resultados mais confiáveis.
Testes de campo
Os testes de campo são muito difundidos pelos profissionais da área de saúde, principalmente os
da Educação Física. Isso se deve ao fato desse tipo de teste não necessitar de um laboratório ou de
54
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA │ UNIDADE III
equipamentos sofisticados, apresentarem baixo custo, não depender de muita experiência prática
por parte dos avaliadores, além de serem realizados em um curto período de tempo.
Segundo Tritschler (2003) os protocolos que apresentam maior sensibilidade para estimar o consumo
máximo de oxigênio são preconizados pelo registro do tempo despendido para correr e/ou caminhar
distâncias previamente determinadas ou da distância percorrida em um tempo previamente estipulado.
»» O terreno deve ser firme, sem buracos ou obstáculos. Pistas de atletismo são lugares
propícios.
»» Quando o avaliador for repetir o teste deve fazê-lo de preferência no mesmo local
do primeiro.
O teste consiste em percorrer doze minutos, de preferência mantendo um mesmo ritmo de exercício
o tempo todo. Porém, o próprio autor admite que para muitos avaliados seja impossível manter a
velocidade constante durante todo o teste. Sendo assim, o avaliado pode alternar o ritmo fazendo o
uso de caminhadas durante o teste. Esse protocolo pode ser utilizado por pessoas de ambos os sexos
com idade entre 10 e 70 anos.
Desenvolvido para indivíduos com baixo condicionamento físico que apresentam limitações na
realização de testes ou esforços físicos mais severos. Pode ser utilizado por pessoas de ambos os
sexos com idade entre 30 e 69 anos. A ideia do protocolo é caminhar 1.600 metros, sendo que
ao final do teste o tempo gasto pra realizar o percurso deve ser anotado bem como a frequência
cardíaca (FCesforço) deve ser determinada. A expressão matemática a seguir estima o VO2máx:
VO2máx ml(kg/min)-1 = 132,853 – (massa corporal * 0,169) – (idade * 0,388) – (tempo * 3,265) –
(FCesforço * 0,157) + (sexo x 6,315).
Tempo: total gasto para percorrer a distância, expressa em minutos e centésimos de minuto.
Exemplo 12 minutos e 30 segundos = 12,5, sendo 0,5 equivalente a meio minuto ou 30 segundos.
55
UNIDADE III │ AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA
Para se aplicar um teste vários cuidados devem ser tomados a fim de minimizar os erros
e consequentemente aumentar a fidedignidade dos resultados. Assim, é fundamental
que o avaliador pratique exaustivamente até se tornar experiente. Não perca tempo,
utilize os matérias que você tem a disposição e comece imediatamente.
Foram apresentadas aqui diversas formas de mensurar e predizer o consumo máximo de oxigênio.
Após ler e entender um pouco mais sobre as avaliações cardiorrespiratórias, uma pergunta parece
inevitável: qual a importância de melhorar a capacidade aeróbia de um indivíduo obeso ou com
sobrepeso? Estudos mostram que a aptidão cardiorrespiratória é fundamental para qualquer
indivíduo, esteja ele almejando melhorar seu desempenho em alguma atividade física específica
ou simplesmente pensando em saúde e qualidade de vida. Para termos uma ideia existe uma alta
correlação entre elevados níveis de aptidão cardiorrespiratória e um risco reduzido de morte por
problemas cardiovasculares.
56
AVALIAÇÃO DE UNIDADE IV
FORÇA
O indivíduo que consegue manter bons níveis de força e de resistência muscular é capaz de realizar
tarefas com menor gasto fisiológico, e consequentemente, prevenir lesões, doenças neuromusculares
e musculoesqueléticas (TRITSCHLER, 2003).
A força e a resistência muscular podem ser verificadas a partir das contrações musculares, sendo
elas dinâmicas ou estáticas. No entanto, assim como em outras capacidades, como, por exemplo,
a flexibilidade, a força e a resistência são específicas para um ângulo articular, velocidade e tipo de
contração, grupo muscular ou para um músculo. Portanto, é praticamente impossível determinar
valores fixos de força e resistência muscular para grupos musculares e articulações isoladas. Apesar
disso, as avaliações, permitem que indicadores de atividade física sejam mensurados, além de
determinar um ponto que pode ser usado como referência para o planejamento do treinamento e
futuras avaliações (WILMORE; COSTILL; KENNY, 2010).
Os testes que permitem avaliar força e resistência geralmente incluem exercícios com aparelhos
como dinamômetros e tensiometros para exercícios estáticos, exercícios dinâmicos como flexões e
extensões de braço, abdominais e levantamentos de peso.
Força muscular
Podemos entender a Força Muscular como a força máxima que pode ser gerada por um músculo ou
grupamento muscular, ou ainda, o maior peso que um indivíduo é capaz de levantar (WILMORE;
COSTILL; KENNY, 2010).
Músculos fortes contribuem para uma maior estabilidade articular, reduzindo o desgaste e a
ruptura dos tecidos que compõem as articulações. Atualmente muitos estudos têm mostrado a
importância do treinamento de força na melhoria da qualidade de vida e saúde de indivíduos,
contribuindo em vários pontos como melhora no equilíbrio postural, diminuição de lesões
e quedas, melhora na capacidade de gerar força, melhora da capacidade de realizar as tarefas
diárias, aumento do gasto energético, melhora do perfil lipídico e controle glicêmico, além de ser
muito importante para diversas modalidades esportivas. Um exemplo simples de como a fraqueza
muscular é prejudicial, é o caso onde os músculos da região glútea e abdominais, associados ao
encurtamento dos flexores de quadril, podem levar a inclinação da pelve, aumentando a lordose
lombar (GUEDES; GUEDES, 2006).
57
UNIDADE IV │ AVALIAÇÃO DE FORÇA
58
CAPÍTULO 1
Tipos de ação muscular
Existem três tipos de ação muscular: Isométrica, Concêntrica e Excêntrica. Existem situações
em que os três tipos podem ocorrer como em um salto ou até mesmo em uma corrida (FLECK;
KRAEMER, 2006).
Quando não há movimento, mas o músculo gera força, o músculo não altera seu comprimento e não
há movimento articular. Essa ação é chamada de Isométrica. Nesse caso, a resistência é maior que
a força de contração. Exemplos: empurrar uma parede; segurar um objeto pesado com os cotovelos
flexionados; tentar levantar algo mais pesado do que a força capaz de ser gerada. Internamente,
ocorrem a formação e a reciclagem das pontes cruzadas de miosina, produzindo contração e
gerando força. No entanto, a força externa é muito grande, e então os filamentos finos não podem ser
deslocados. Quando um número de fibras recrutadas for suficiente para gerar uma força superior à
carga, a ação isométrica poderá se transformar em uma ação Dinâmica (FLECK; KRAEMER, 2006).
A ação onde os músculos estão gerando movimento articular é chamada de Dinâmica e podem ser
dividida em ações Concêntricas e Excêntricas. Quando o músculo se encurta, os filamentos finos
são tracionados ao centro do sarcômero e ocorre movimento articular. Essa é a ação Concêntrica.
Exemplos: Trazer uma colher de encontro à boca ou o movimento de rosca direta, quando o peso é
puxado – movimento concêntrico do bíceps; empurrar algo, arremessar uma bola em linha reta que
está encostada no peito ou o movimento de subida no exercício de supino – movimento concêntrico
do peitoral.
Quando os músculos exercem força e se alongam, ocorre uma ação Excêntrica. Nessa situação,
os filamentos finos são tracionados ainda mais em relação ao centro do sarcômero, ocorrendo o
alongamento do músculo. Exemplos: levar uma colher que estava na boca de encontro à mesa
ou o movimento de volta do peso em um exercício de rosca direta – movimento excêntrico do
bíceps; movimento de descida no exercício de supino – movimento excêntrico do peitoral (FLECK;
KRAEMER, 2006).
Existe ainda a ação Isocinética que se refere a um movimento contra uma resistência que se
move em uma velocidade constante por toda a amplitude de movimento da articulação, ou seja,
o músculo produz uma contração máxima a cada ângulo da articulação, diferente das ações
concêntricas e excêntricas onde geralmente o movimento é mais lento no início e a força gerada
varia de acordo com o ângulo do movimento. A ação isocinética é capaz de aumentar a força
uniformemente, por toda extensão do movimento. No entanto, essa ação é possível somente em
equipamentos especiais, que detectam quando o músculo está acelerando, e aumenta a carga para
desacelerá-lo (TRITSCHLER, 2003).
CORVINO, R. B.; CAPUTO, F.; de OLIVERIA, A. C.; GRECO, C. A.; DENADAI, B. S. Taxa de
Desenvolvimento de Força em Diferentes Velocidades de Contrações Musculares. Rev
Bras Med Esporte, v. 15, n. 6, p. 482-431, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/rbme/v15n6/a05v15n6.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2011.
59
UNIDADE IV │ AVALIAÇÃO DE FORÇA
No caso de avaliações em sujeitos sedentários ou idosos, deve-se ter um cuidado especial ao encorajar
o esforço máximo, pois pode acontecer de o limite desse indivíduo ter sido ultrapassado (MARINS;
GIANNICHI, 2003).
Nos testes de força, é comum que a pessoa prenda a respiração na execução da sua força máxima. Essa
pausa na respiração é conhecida como Manobra de Valsalva, e deve ser desencorajada pelo avaliador.
O padrão de respiração, tanto no teste, quanto nas sessões de treinamento deve ser: expirar na fase
ativa e inspirar na fase de retorno. A manobra de Valsalva é associada ao risco de ataque cardíaco, pois
quando a respiração é presa no momento da força, a pressão intratorácica aumenta, diminuindo o
retorno venoso para o coração, aumentando a pressão (TRITSCHLER, 2003).
Manobra de Valsalva:
Testes de força
Os testes de carga máxima são muito precisos, apesar de representarem a maior força de apenas um
grupo muscular ou região corporal. Devida à precisão do teste, o treinamento de força é prescrito
de acordo com a avaliação das cargas máximas e utiliza percentuais dessas cargas, direcionando
o treinamento para os objetivos do indivíduo, como por exemplo, força, hipertrofia ou resistência
muscular. Além disso, existem ainda os testes submáximos, que também podem ser usados para
prescrição do treino baseando-se também no número de repetições. Para isso são necessárias
fórmulas para extrapolar a força máxima (TRITSCHLER, 2003).
60
AVALIAÇÃO DE FORÇA │ UNIDADE IV
Equipamentos e cuidados:
É recomendada a utilização de banco apropriado e estofado, uma barra e um suporte para ela e
as anilhas.
O teste pode ser realizado pela maioria dos adultos de ambos os sexos. No entanto, não é recomendado
para pré-púberes.
O ideal é que o indivíduo seja familiarizado com o exercício, realizando alguns levantamentos com
cargas leves, de 2 a 3 dias antes do teste. Caso não esteja familiarizado, o teste pode subestimar
sua força.
Procedimentos:
61
UNIDADE IV │ AVALIAÇÃO DE FORÇA
e ativos fica em torno de 70% a 80% do seu peso corporal. Para mulheres, as cargas
podem ser iniciadas com 50% a 60% do peso corporal.
»» O indivíduo deve deitar-se sobre o banco, com os pés ao lado do banco, no chão.
As mãos devem ficar aproximadamente na largura dos ombros, e os polegares
alinhados com a axila.
»» Uma pessoa pode ajudar a retirar a barra do suporte, e auxiliar, guiando a barra
até o peito. O indivíduo avaliado deve inspirar uma vez enquanto desce a barra, e
expirar enquanto empurra a barra em linha reta até os braços ficarem estendidos
e colocá-la no suporte. O ajudante pode auxiliar a recolocar a barra no suporte. O
ideal é que o indivíduo tente realizar o máximo de repetições até a exaustão, quando
a barra não possa ser mais movida. Caso após a primeira repetição seja possível
continuar, o indivíduo deve ser encorajado.
Apesar de o teste de força ser específico para os grupos musculares recrutados, o teste de supino
é utilizado para predizer a força dos membros superiores, enquanto o leg press para os membros
inferiores.
Supino Plano:
Como dito anteriormente, existe o risco para o público destreinado, inexperiente, idoso e pré-
pubere na realização do teste máximo. Um dos motivos é a possibilidade de ocorrer uma lesão,
principalmente porque a tensão exercida na estrutura anatômica é muito grande. Dessa forma
foram criadas maneiras de predizer a carga de 1RM a partir de repetições com um peso submáximo
(GUEDES; GUEDES, 2006).
Da mesma forma, o ideal é que o indivíduo seja familiarizado com o exercício, realizando alguns
levantamentos com cargas leves, de 3 a 2 dias antes do teste.
62
AVALIAÇÃO DE FORÇA │ UNIDADE IV
Procedimentos
»» Deve-se então escolher um peso que não pode ser erguido por mais de dez vezes.
»» O indivíduo deve deitar-se sobre o banco, com os pés ao lado do banco, no chão.
As mãos devem ficar aproximadamente na largura dos ombros, e os polegares
alinhados com a axila.
»» Uma pessoa pode ajudar a retirar a barra do suporte, e auxiliar, guiando a barra
até o peito. O indivíduo avaliado deve inspirar uma vez enquanto desce a barra, e
expirar enquanto empurra a barra em linha reta até os braços ficarem estendidos
e colocá-la no suporte. O ajudante pode auxiliar a recolocar a barra no suporte. O
indivíduo tem que realizar o máximo de repetições até a exaustão, quando a barra
não possa ser mais movida.
»» Caso sejam realizadas mais de dez repetições o teste deve ser parado e repetido com
mais carga, após o período de descanso.
Ou
1,0278 - X=Y
1 RM = peso utilizado Y
1 RM=75,5
Ou
0,0278 * 6 = 0,1668
63
UNIDADE IV │ AVALIAÇÃO DE FORÇA
2 95%
3 93%
4 90%
5 87%
6 85%
7 83%
8 80%
9 77%
10 75%
11 70%
12 67%
15 65%
Ex.:
64
AVALIAÇÃO DE FORÇA │ UNIDADE IV
Valor na Escala % de RM
0–2 40%
2–3 50%
4–5 60%
5–7 70%
7–8 80%
8–10 90% – 100%
65
CAPÍTULO 2
Cálculo da força relativa
A força muscular total tem relação com a massa muscular do indivíduo. Dessa forma, os resultados
podem ser mais bem entendidos mediante força relativa, encontrada por meio do seguinte cálculo,
e classificado de acordo com a idade nos quadros 8 e 9
Exemplo: Indivíduo de 22 anos, pesando 85kg no teste de 1RM no supino com carga de 100kg.
Idade (anos)
Classificação < 20 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 +60
Superior ≥ 1,34 ≥ 1,32 ≥ 1,12 ≥ 1,00 ≥ 0,90 ≥ 0,82
Excelente 1,20 – 1,33 1,15 – 1,31 0,99 – 1,11 0,89 – 0,99 0,80 – 0,89 0,72 – 0,81
Homens
Boa 1,07 – 1,19 1,00 – 1,14 0,89 – 0,98 0,81 – 0,88 0,72 – 0,79 0,67 – 0,71
Média 0,90 – 1,06 0,89 – 0,99 0,79 – 0,88 0,73 – 0,80 0,64 – 0,71 0,58 – 0,66
Fraca ≤ 89 ≤ 0,88 ≤ 0,78 ≤ 0,72 ≤ 0,63 ≤ 0,57
Superior ≥ 0,78 ≥ 0,81 ≥ 0,71 ≥ 0,63 ≥ 0,56 ≥ 0,55
Excelente 0,66 – 0,77 0,71 – 0,80 0,61 – 0,70 0,55 – 0,62 0,49 – 0,55 0,48 – 0,54
Mulheres
Boa 0,59 – 0,65 0,60 – 0,70 0,54 – 0,60 0,51 – 0,54 0,44 – 0,48 0,43 – 0,47
Média 0,54 – 0,58 0,52 – 0,59 0,48 – 0,53 0,44 – 0,50 0,40 – 0,43 0,39 – 0,42
Fraca ≤ 0,53 ≤ 51 ≤ 0,47 ≤ 0,43 ≤ 0,39 ≤ 0,38
Idade (anos)
Classificação < 20 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 +60
Superior ≥ 2,28 ≥ 2,13 ≥ 1,93 ≥ 1,82 ≥ 1,71 ≥ 1,62
Excelente 2,05 – 2,27 1,98 – 2,12 1,78 – 1,92 1,69 – 1,81 1,59 – 1,70 1,50 – 1,61
Homens
Boa 1,91 – 2,04 1,84 – 1,97 1,66 – 1,77 1,58 – 1,68 1,47 – 1,58 1,39 – 1,49
Média 1,71 – 1,90 1,64 – 1,83 1,53 – 1,65 1,45 – 1,57 1,33 – 1,46 1,26 – 1,38
Fraca ≤ 1,70 ≤ 1,63 ≤ 1,52 ≤ 1,44 ≤ 1,32 ≤ 1,25
Superior ≥ 0,78 ≥ 0,81 ≥ 0,71 ≥ 0,63 ≥ 0,56 ≥ 0,55
Excelente 0,66 – 0,77 0,71 – 0,80 0,61 – 0,70 0,55 – 0,62 0,49 – 0,55 0,48 – 0,54
Mulheres
Boa 0,59 – 0,65 0,60 – 0,70 0,54 – 0,60 0,51 – 0,54 0,44 – 0,48 0,43 – 0,47
Média 0,54 – 0,58 0,52 – 0,59 0,48 – 0,53 0,44 – 0,50 0,40 – 0,43 0,39 – 0,42
Fraca ≤ 0,53 ≤ 51 ≤ 0,47 ≤ 0,43 ≤ 0,39 ≤ 0,38
66
AVALIAÇÃO DE FORÇA │ UNIDADE IV
Utilizando a força relativa, existe uma bateria de testes onde seis exercícios são realizados com
pesos livres e máquinas, avaliando a força dinâmica global para homens e mulheres. Para cada
teste, uma quantidade de pontos é adicionada, representando a força relativa de cada teste de 1RM.
A força dinâmica global representa a soma dos resultados dos seis testes.
Exemplo: Indivíduo de 22 anos, pesando 85kg no teste de 1RM no supino com carga de 100kg.
Pontos Supino = 7
Pontos Rosca Direta = 7
Pontos Puxada pela Frente = 8
Pontos Leg Press = 6
Pontos Extensão de Joelhos = 8
Pontos Flexão de Joelhos = 4
Somatória = 37
67
UNIDADE IV │ AVALIAÇÃO DE FORÇA
48-60 Excelente
37-47 Boa
25-36 Média
13-24 Satisfatória
0-12 Fraca
(Adaptada de: SANTOS, 2002. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd49/dinam.htm>. Acesso em: 27 mar. 2011).
Musculatura Dorsal
68
AVALIAÇÃO DE FORÇA │ UNIDADE IV
O aparelho deve ser ajustado de acordo com o tipo de mão do indivíduo. O teste é realizado com a
mão dominante, que deve estar ao longo do corpo com o braço em extensão. O resultado é a máxima
preensão exercida que será lida no aparelho. O melhor resultado de duas tentativas é armazenado.
Uma variação do teste é a realização com o indivíduo sentado, com o braço que será avaliado
flexionado em um ângulo de 90o, com o antebraço encostado no tronco e o punho em linha reta com
o antebraço.
Dinamometria Manual:
69
AVALIAÇÃO DA
RESISTÊNCIA UNIDADE V
MUSCULAR
Existem muitas atividades esportivas que precisam que o músculo gere força máxima ou submáxima
de forma repetida. A essa capacidade damos o nome de Resistência Muscular.
»» Socos e chutes.
»» Exercícios de abdominais.
»» Flexões de braço.
A resistência pode aumentar por meio do ganho de força e por mudanças metabólicas e circulatórias.
É importante não confundir resistência muscular com resistência cardiorrespiratória. Como dito
acima, a resistência muscular refere-se à capacidade que o músculo possui de manter um exercício
com alta intensidade, sendo ele dinâmico ou estático. Ou seja, a fadiga fica restrita aos grupos
musculares ativos, além da atividade não ultrapassar 1 ou 2 minutos. Está diretamente relacionada
com a resistência de força e ao desenvolvimento da potencia anaeróbia.
»» ciclistas;
»» corredores;
»» nadadores;
Os testes de resistência muscular podem ser utilizados como forma de indicação de aptidão física,
demonstrando o nível de atividade física diária do indivíduo. Para prescrição de treinamento com o
objetivo de melhorar a força, devem ser usados os testes de força máxima.
Existem três formas principais que permitem avaliar a resistência muscular. Cada uma deve ser
analisada para somente ser empregada na melhor situação possível. Devemos sempre levar em
conta o objetivo do teste e qual grupo muscular que está sendo avaliado. As três formas são:
70
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA MUSCULAR │ UNIDADE V
71
CAPÍTULO 1
Teste de supino
Este teste visa avaliar a resistência dinâmica dos músculos tríceps, peitoral e deltóides. Pode ser
usado para adultos de ambos os sexos, requerendo um banco padrão, um haltere de 36kg para
homens e 16kg para mulheres e um metrônomo. Esse teste não fornece nenhuma consideração
sobre o peso corporal ou a força máxima. Dessa forma, ele é mais indicado para exames de seleção
em empregos que exijam a resistência com pesos.
Procedimentos:
»» O indivíduo deve deitar-se na posição supina no banco, com os pés no chão, ao lado
do banco;
»» Devem ser computadas cada repetição completada para cima. Quando não for mais
possível estender os braços, o teste é interrompido.
% da Acima de
Avaliação 18-25 26-35 36-45 46-55 56-65
Classificação 65
Homens
Excelente 95 42 40 34 28 24 20
Bom 80 32 29 25 21 18 12
Acima da média 65 26 24 21 16 12 10
Na média 50 22 20 17 12 8 6
Abaixo da média 35 17 14 13 9 6 4
Fraco 20 12 10 9 5 2 2
Muito Fraco 5 2 2 2 1 0 0
Mulheres
Excelente 95 42 40 32 30 30 22
Bom 80 29 26 22 21 18 13
Acima da média 65 24 21 18 14 14 10
Na média 50 20 17 13 11 9 6
Abaixo da média 35 14 13 10 8 6 3
Fraco 20 9 8 6 4 2 1
Muito Fraco 5 2 1 1 0 0 0
(Adaptada de GOLDING; MYERS; SINNING, 1989).
72
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA MUSCULAR │ UNIDADE V
Sugere-se que praticantes de atividade física por lazer ou saúde, devam conseguir realizar de 12-15
repetições. Atletas devem realizar de 20-25 repetições para cada grupo muscular. O teste pode ser
aplicado em ambos os sexos, em adolescentes e adultos.
Este teste pode ser o mesmo utilizado para predizer o valor de 1RM (já mencionado anteriormente).
No entanto, como o nome do teste diz, é necessário primeiramente conhecer o valor de 1RM do
indivíduo no exercício a ser realizado.
Procedimentos:
Procedimentos:
Quadro 12. Série de exercícios para avaliação da resistência muscular de acordo com o percentual do peso corporal.
73
UNIDADE V │ AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA MUSCULAR
Classificação
Repetições Obtidas
Condição Física
(Somatória dos 5 exercícios)
76-90 Excelente
62-75 Muito Boa
48-61 Boa
34-47 Razoável
20-33 Fraca
<20 Muito Fraca
Os testes que utilizam percentuais do peso corporal são aconselhados para obesos
e sedentários?
Quem trabalha com atividade física encontra uma variabilidade muito grande, portanto, com pesos
corporais diferentes e níveis de treinamento diferentes.
Imagine o caso de um indivíduo obeso sedentário. Um teste como o descrito acima, para avaliar a
resistência muscular utilizando cargas relativas ao seu peso poderiam colocar esse indivíduo em
uma situação de risco, como por exemplo, em um supino com 66% de seu peso.
»» Exercício: Supino;
»» Carga: 72kg.
Nestes testes o peso corporal pode representar uma carga alta, e o resultado, nesse caso,
representará uma maior contribuição da força do indivíduo. No caso onde o peso represente uma
carga submáxima, a resistência muscular é enfatizada. Dessa forma, é importante assumir que as
duas capacidades influenciam nos resultados do teste.
74
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA MUSCULAR │ UNIDADE V
Procedimentos:
»» O corpo deve ficar totalmente alinhado. O rosto pode ficar voltado para o chão ou
para frente.
»» Para homens, o teste deve ser realizado com as pontas dos pés e as mãos sustentando
o corpo. Já para mulheres, os joelhos e as mãos sustentam o corpo.
»» Um tecido dobrado ou algum objeto com espessura de 6-8 centímetros deve ser
colocado abaixo do tórax, servindo como indicador do movimento completo.
»» O indivíduo deve então flexionar os cotovelos e abaixar o corpo até tocar o objeto
no chão. Depois, volta o corpo para cima, até a posição inicial. Uma repetição é
computada a cada movimento completo, realizado corretamente.
Idades
Avaliação 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69
Homens
Excelente ≥ 39 ≥ 36 ≥ 30 ≥ 22 ≥ 21 ≥ 18
Acima da média 29-38 29-35 22-29 17-21 13-20 11-17
Na média 23-28 22-28 17-21 13-16 10-12 08-10
Abaixo da média 18-22 17-21 12-16 10-12 07-09 05-07
Ruim ≤ 17 ≤ 16 ≤ 11 ≤ 09 ≤ 06 ≤ 04
Mulheres
Excelente ≥ 33 ≥ 30 ≥ 27 ≥ 24 ≥ 21 ≥ 17
Acima da média 25-32 21-29 20-26 15-23 11-20 12-16
Na média 18-24 15-20 13-19 11-14 07-10 05-11
Abaixo da média 12-17 10-14 08-12 05-10 02-06 02-04
Ruim ≤ 11 ≤ 09 ≤ 07 ≤ 04 ≤ 01 ≤ 01
(Adaptada de POLLOCK & WILMORE, 1993).
75
UNIDADE V │ AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA MUSCULAR
Para conhecer mais sobre o assunto pesquisado lei o texto Flexão de braços:
<http://www.youtube.com/watch?v=KJgBotMpj9c>
Procedimentos:
»» O auxiliar pode ajudar o indivíduo avaliado a subir na barra. Este deve segurar com
as mãos pronadas e afastadas até a largura dos ombros;
»» O cronômetro deve ser disparado imediatamente ao início do teste e deve ser parado
quando o queixo não ultrapassar a barra.
<http://www.youtube.com/watch?v=qfwkCcGDvyU>
Existem muitas variações (posição das pernas, dos joelhos, das mãos, amplitude de movimento, e
outros), que permitem avaliar a capacidade desta musculatura através dos exercícios. Dessa forma,
muitos testes foram criados. No entanto, para facilitar, aqui vamos focar somente em um teste.
76
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA MUSCULAR │ UNIDADE V
»» O tronco do indivíduo deverá ser elevado até encostar os antebraços nas coxas, com
o queixo encostado no peito. No retorno, a metade anterior da escápula deverá ser
encostada no colchonete. O indivíduo podre descansar, no entanto o cronômetro
não dever ser parado.
idades
Classificação
15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69
H M H M H M H M H M H M
Excelente ≥ 48 ≥ 42 ≥ 43 ≥ 36 ≥ 36 ≥ 29 ≥31 ≥25 ≥26 ≥ 19 ≥ 23 ≥ 16
Acima da média 42-47 36-41 47-42 31-35 31-35 24-28 26-30 20-24 22-25 12-18 17-22 12-15
Na Média 38-41 32-35 33-36 25-30 27-30 20-23 22-25 15-19 18-21 05-11 12-16 04-11
Abaixo da Média 33-37 27-31 29-32 21-24 22-26 15-19 17-21 07-14 13-17 03-04 07-11 02-03
Ruim ≤32 ≤26 ≤28 ≤20 ≤21 ≤14 ≤16 ≤06 ≤12 ≤02 ≤06 ≤01
77
AVALIAÇÃO DA
SAÚDE E APTIDÃO UNIDADE VI
FÍSICA
Saúde e aptidão física
Atualmente os padrões de vida levam o ser humano a um cotidiano cada vez mais sedentário. Nós
sabemos que o corpo humano foi desenvolvido para mover-se com equilíbrio, agilidade, coordenação
velocidade e potência. Essas características foram muito bem desenvolvidas, pois os humanos
precisavam sobreviver, na época das cavernas. Fisiologicamente, o ser humano não se adapta bem
ao sedentarismo. Portanto, um estilo de vida ativo contribui muito para a saúde.
Graças ao avanço na medicina, hoje é possível viver sem que essas habilidades estejam desenvolvidas
ao máximo. No entanto, quanto mais elas forem trabalhadas, melhor será o dia a dia das pessoas,
com segurança contra quedas e lesões, além de melhorias na saúde amplamente divulgadas e
conhecidas e a capacidade de participar de atividades que levam ao prazer e satisfação (WILMORE;
COSTILL; KENNY, 2010).
78
CAPÍTULO 1
Avaliação da saúde e
avaliação nutricional
Avaliação da saúde
As pesquisas dizem que pessoas que mantém um programa regular de atividades, com maior
duração ou intensidade mais vigorosa provavelmente terão melhoras na saúde.
Nesse sentido, um fator importante para iniciar um programa de atividades físicas é uma autorização
médica, que dependerá de uma avaliação clínica a fim de determinar qual a situação da saúde desse
indivíduo. Talvez essa avaliação seja tão importante para o sedentário quanto para uma pessoa que
deseja iniciar uma atividade física. O sedentário possui maiores fatores de risco. Existem ainda casos
de pessoas que só podem ingressar em um programa de atividades físicas com acompanhamento
médico durante as sessões
A avaliação clínica pode auxiliar na formulação do programa de exercícios, além de poderem ser
usadas como incentivo para a entrada em um programa.
Mesmo para pessoas saudáveis a avaliação clínica tem importância, pois pode servir de parâmetro
para possíveis mudanças nos fatores relacionados à saúde.
79
UNIDADE VI │ AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA
Neste teste, geralmente incrementa-se a carga a cada 1-3 minutos, até o máximo do indivíduo. Este
é o chamado teste de esforço incremental.
Durante este teste, realizado somente em clínicas especializadas, sempre com a presença de um
médico, o eletrocardiograma de esforço é monitorado, assim como a pressão arterial.
Já a pressão arterial tem o objetivo de verificar se ocorre um aumento na pressão arterial sistólica e
pouca ou quase nenhuma mudança na pressão arterial diastólica.
Durante o teste, outras observações são feitas. Por exemplo, verificar se ocorrem sintomas durante
ou logo após o teste, como falta de ar, tontura, resposta alterada da frequência cardíaca e angina
(dor no peito) (WILMORE; COSTILL; KENNY, 2010).
Avaliação nutricional
Se alimentar de maneira adequada é fundamental para uma vida saudável. Estudos mostram que
tanto a falta quanto o excesso de alimentos pode favorecer o desenvolvimento de doenças e em casos
extremos pode levar a morte.
As doenças infecciosas são comuns em pessoas com desnutrição, uma vez que a falta de alimentos
provoca imunossupressão, facilitando o aparecimento desse tipo de doença. Por outro lado, nos
dias atuais, o grande vilão da saúde pública parece ser a ingestão excessiva de alimentos, mesmo em
países em desenvolvimento (DÂMASO, 2009).
A alta ingestão calórica associada à diminuição da atividade física diária leva ao desenvolvimento
da obesidade e, na maioria dos casos, das doenças crônico-degenerativas associadas. Além da
quantidade de alimentos, outro fator fundamental envolvido em uma boa nutrição é a qualidade
dos mesmos. O mundo moderno trouxe inúmeras inovações e facilidades para o cotidiano das
pessoas, dentre elas estão os alimentos industrializados e os fast foods. O grande problema é
que ao mesmo tempo em que esses tipos de alimentos são práticos e saborosos, possuem como
características básicas: alto teor calórico, gorduras saturadas e/ou trans, altos teores de sódio,
estabilizantes, corantes, etc. associadas a baixas quantidades de vitaminas e/ou minerais,
tornando-se extremamente prejudiciais a saúde.
80
AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA │ UNIDADE VI
Com bases nesses fatos, fica claro que a avaliação nutricional é muito importante para auxiliar os
profissionais da área da saúde a identificar qual é o quadro atual do avaliado, bem como apontar
quais são as necessidades de mudança em suas dietas.
A avaliação nutricional é um instrumento diagnóstico, que tem como objetivo medir, de diferentes
formas, o estado nutricional, que é resultante do balanço entre a ingestão e a perda de nutrientes.
Assim, antes de realizar uma avaliação, como esta, é preciso conhecer os macros e os micronutrientes
de uma dieta (GUEDES; GUEDES, 2006).
Os nutrientes são substâncias que constituem ou integram os alimentos, responsáveis por três funções
vitais: 1. Manutenção e construção dos tecidos corporais; 2. Regulação dos sistemas metabólicos; 3.
Produção de energia para o funcionamento orgânico (WILMORE; COSTILL; KENNY, 2010).
As vitaminas, os minerais e a água têm papel importante na regulação dos processos metabólicos
do organismo. Pequenas quantidades de vitaminas e minerais têm papeis altamente específicos,
facilitando a transferência de energia e a síntese dos tecidos, em outras palavras, quando existe
déficit nas quantidades dos micronutrientes, os macronutrientes não conseguem exercer suas
funções de forma adequada (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
SIZER, F.; WHITNEY. E. Nutrição – Conceitos e Controvérsias. São Paulo: Manole, 2003,
800p. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=5SAsxSpZ5gIC&print
sec=frontcover&dq=nutricao&hl=ptbr&ei=jwSMTbOCK2C0QHF8bGvCw&sa=X&oi=
book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CEIQ6AEwAQ#v=onepage&q=nutricao&f
=false>. Acesso em: 22 fev. 2011.
Necessidades calóricas
Provocação: Como determinar as minhas necessidades calóricas? Essa parece uma questão simples,
porém a maioria das pessoas não sabe como responder. O resultado, nós podemos ver no aumento
absurdo da prevalência da obesidade no mundo. É preciso medidas rápidas para alterar esse quadro.
Assim, cabe aos profissionais da área de saúde conscientizar as pessoas e mostrar a importância de
uma alimentação adequada e saudável.
A ingestão calórica diária é um fator chave para o ganho, manutenção ou perda de peso como mostra
a figura a seguir.
81
UNIDADE VI │ AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA
Quais são os métodos existentes na literatura para calcular a taxa metabólica basal
e o gasto energético total?
Para o cálculo da TMB utilizaremos, nesse Caderno, as expressões matemáticas propostas por Wiliams
(2002), que levam em conta o gênero e a idade do indivíduo e são apresentadas nos quadros a seguir:
82
AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA │ UNIDADE VI
O que é o dispêndio energético total ou gasto calórico total? Mais uma vez, recorra a
Disciplina “Aspectos Gerais da Obesidade e Emagrecimento” para encontrar a resposta
e consolidar este conhecimento.
Para a prescrição de uma dieta adequada, é muito importante conhecer gasto calórico total de um
indivíduo, pois como foi visto, se a ingestão calórica diária for maior que o gasto enérgico total
diário o indivíduo aumentará sua massa corporal. Por outro lado, se a ingestão calórica diária for
menor que o gasto enérgico total diário o indivíduo diminuirá sua massa corporal (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2003).
É possível encontrar na literatura diversas formas de calcular o dispêndio energético total diário. A
seguir serão apresentadas três expressões matemáticas: uma que utiliza a TMB, outra que utiliza a
massa corporal e a do Colégio Americano de Ciências do Esporte.
83
UNIDADE VI │ AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA
4–6 90 90
7 – 10 70 70
11 – 14 47 55
15-18 40 45
19 – 24 38 40
25 – 50 36 37
> 51 30 30
Calcule a sua taxa metabólica basal e o seu gasto calórico total de utilizando as diferentes
metodologias. Compare os resultados. Existe diferença significativa entre elas?
Quantidade de Macronutrientes
Quando pensamos em uma dieta equilibrada e balanceada, além da quantidade total de calorias
ingeridas diariamente, deve-se pensar também na distribuição dos três macronutrientes:
carboidratos, gorduras e proteínas. Segundo as melhores referências a distribuição ideal seria a
seguinte: 50 a 60% de carboidratos do total de kcal, 25 a 30% de gordura e 10 a 15 % de proteínas
(TRITSCHLER, 2003). A Figura 38 mostra um exemplo de metas de dieta dos americanos para
uma alimentação saudável, que além das quantidades dos macronutrientes indica as quantidades
recomendadas do tipo de cada um deles:
84
AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA │ UNIDADE VI
Figura 38. Metas de dieta dos americanos para uma alimentação saudável
As metas podem ser utilizadas para avaliar a dieta ingerida. Elas são uma referência para as
quantidades ideais de cada macronutriente. Para calcular o percentual de cada um deles podem-se
utilizar as seguintes expressões matemáticas:
Outra forma muito utilizada para visualizar a qualidade e a proporção em que os macronutrientes
devem ser ingeridos são as pirâmides alimentares. Elas nos dão categorizam os alimentos de acordo
com o conteúdo dos nutrientes, sendo que na base estão os alimentos que devem constituir a também
o alicerce da alimentação, enquanto que no topo estão os alimentos que devemos consumir em poucas
quantidades. A figura 39, a apresentada, a seguir, é referente à pirâmide alimentar da Universidade
de Harvard (USA) que tem uma diferença essencial quando comparada a outras, o exercício físico
como base da pirâmide. Essa inovação se deve ao fato de inúmeros estudos mostrarem que conciliar
uma dieta equilibrada e balanceada com a prática regular de atividade física é fundamental para
uma vida saudável.
85
UNIDADE VI │ AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA
Existem diferentes métodos para avaliar o estado nutricional: desde técnicas simples e subjetivas
até métodos sofisticados e diretos. Como escolher a melhor ferramenta de avaliação? Deve-se optar
por aquela que melhor atende aos objetivos, levando em conta alguns aspectos fundamentais:
financeiros, nível de habilidade específica do avaliador requerida para o teste, o tempo despendido
para sua aplicação e a receptividade por parte do avaliado (GUEDES; GUEDES, 2006).
Registro de alimentos
O objetivo dessa avaliação é estimar a quantidade calórica ingerida através de um registro de
alimentos. Tal avaliação define-se como o registro detalhado de todos os alimentos e bebidas
consumidas durante um dia ou mais. O número de dias depende da precisão com que o avaliador
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AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA │ UNIDADE VI
deseja estimar o total de calorias ingeridas pelo avaliado, ou seja, quanto mais dias maior a exatidão
dos resultados.
Um dos modelos mais a utilizados é o registro em três dias distintos, sendo dois dias durante a
semana e um dia do final de semana. Vale ressaltar que, independentemente do número de dias
escolhidos, é importante que aquele registro represente os hábitos do avaliado. Dessa forma, não é
conveniente fazer essa avaliação em dias como feriados, viagens etc.
Esse tipo de teste é muito útil e tem boa precisão para avaliar o estado nutricional, porém alguns
cuidados devem ser tomados, tais como:
»» Anotar todos os dados possíveis com relação às refeições realizadas fora de casa,
inclusive sobre o modo de preparo.
Alimento/bebida
Local Hora Preparação Quantidade
consumida
Café Fervido 1 xícara
Açúcar 1 colher de chá
Casa 6:30
Queijo branco 1 fatia peq.
Pão francês 1 unidade
Trabalho 10:00 Barra de Cereais 1 unidade
Macarrão Cozido 2 escumadeiras
Molho de tomate 4 colheres de sopa
Restaurante 12:00 Alface 1 folha
Cenoura Cozida 2 colheres de sopa
Filé de frango Grelhado 1 unidade
Uma possível limitação dessa avaliação é o fato de sua aplicação necessitar da cooperação do avaliado.
Assim, existe a possibilidade de ocorrer alguns problemas que podem prejudicar o resultado final,
entre eles é possível citar: a incapacidade do avaliado em recordar de forma precisa quais foram
os alimentos ingeridos e em quais quantidades, registro de cardápio de um dia atípico, além da
tendência de subestimar os registros de altas ingestões alimentares.
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UNIDADE VI │ AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA
Para estimar qual o total de calorias ingeridas e a distribuição dos nutrientes da dieta do avaliado
utiliza-se a tabelas de equivalência nutricional.
Mesmo tendo em vista suas limitações, o registro alimentar parece ser uma ferramenta interessante
para avaliar a dieta ingerida e o estado nutricional do avaliado.
Histórico de dieta
Esse método de avaliação foi desenvolvido por Burke e apresenta diferenças significativas com
relação ao registro alimentar, principalmente no que diz respeito ao período de ingestão. Enquanto
o registro alimentar estima a ingestão total da dieta a partir da análise de um período curto de
ingestão, um, três, cinco ou sete dias, o histórico da dieta avalia a mesma por um período longo,
meses ou até um ano.
O histórico da dieta é uma avaliação muito completa, apresentando muitas vantagens sobre outros
métodos. Seu principal mérito talvez seja o fato de dar uma ideia geral dos hábitos do avaliado e
não apenas uma estimativa dos últimos dias. E ainda, fornece informações sobre a influência da
rotina do avaliado nos seus hábitos alimentares. Entretanto, o método não é perfeito e apresenta
limitações, tais como excesso de dados e, consequentemente, dificuldade de análise dos mesmos,
demora para coleta dos dados, necessidade de um avaliador experiente.
88
AVALIAÇÃO DA SAÚDE E APTIDÃO FÍSICA │ UNIDADE VI
muito severas e restritivas. As razões para essas evidências são que dietas com
pequeno déficit calórico são eficazes (perda de 2 a 4kg/mês), bem toleradas, além de
apresentarem maior manutenção da perda ponderal quando comparadas a dietas
muito restritivas.
Outro aspecto importante da dieta para um indivíduo obeso é uma boa distribuição
dos macronutrientes. Dietas que excluem ou diminuem em excesso as quantidades
de carboidratos e/ou gorduras são ineficazes, principalmente em longo prazo, uma
vez que esses nutrientes exercem funções específicas no organismo e a falta dos
mesmos inevitavelmente causa prejuízos à saúde. Sendo assim, a ingestão calórica
adequada associada a uma boa distribuição dos macronutrientes parece ser uma
ferramenta indispensável em qualquer programa de intervenção para indivíduos
obesos. Para tanto, existe a necessidade de uma boa estratégia de avaliação para
estimar o estado nutricional do indivíduo e a partir disso ter ferramentas suficientes
para prescrever um novo hábito alimentar de forma adequada e criteriosa.
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PLANEJAMENTO DE
PROGRAMAS DE EXERCÍCIO
PARA PREVENÇÃO UNIDADE VII
DA OBESIDADE E
EMAGRECIMENTO
CAPÍTULO 1
Planejamento de programas de
exercícios cardiorrespiratórios
Em uma revisão de literatura Hannibal et al. (2010) apresentaram diversos trabalhos clínicos com
indivíduos obesos (IMC > 30kg/m2). Os resultados dos mesmos sugerem que o exercício aeróbio
é a melhor ferramenta para aumentar o VO2máx., independentemente da intensidade do exercício.
Além disso, esse tipo de exercício promove outras adaptações benéficas ao indivíduo obeso, tais
como: a atividade das enzimas oxidativas, os estoques de glicogênio muscular, a densidade e
capacidade mitocondrial muscular, melhora a capacidade de difusão pulmonar, débito cardíaco,
densidade capilar, além do controle da saturação da hemoglobina.
Não existe consenso sobre qual modalidade de exercício aeróbio é melhor no que diz respeito à melhora
da aptidão cardiorrespiratória. Entretanto, sabe-se que em função do excesso de peso os indivíduos
obesos sobrecarregam demasiadamente seus tendões e ligamentos das articulações de membros
inferiores, além das vértebras lombares. Dessa forma, talvez seja prudente escolher exercícios com
baixo ou nenhum impacto, como natação, elíptico e bicicleta, principalmente para iniciantes.
Um aspecto adicional a ser destacado com relação ao exercício físico para indivíduos obesos com
objetivo de melhorar a aptidão cardiorrespiratória é a utilização de treinamento intermitente ou
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PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIO PARA PREVENÇÃO DA OBESIDADE E EMAGRECIMENTO │ UNIDADE VII
contínuo. Nesse sentido, um estudo com quarenta mulheres obesas diabéticas ou não diabéticas
conduzido por Coquart e colaboradores comparou o exercício intermitente com o exercício contínuo.
Nesse trabalho, as mulheres foram divididas em quatro grupos: (a) diabéticas sedentárias, (b) não
diabéticas sedentárias, (c) diabéticas treinadas e (d) não diabéticas treinadas. O programa consistiu
de trinta e dois minutos de atividade contínua (sessão única) ou intermitente (múltiplas sessões),
três vezes por semana, durante dez semanas de exercício. Após a intervenção, os resultados
apontaram efeitos benéficos do treinamento intermitente no diabetes tipo II e na obesidade, entre
eles o aumento do VO2máx.
Qual exercício você indicaria para um obeso sedentário, trinta minutos contínuos
ou três sessões de 10 minutos diárias? Estudos amostram que o treinamento
intermitente pode ser útil na redução da massa corporal e aumento da capacidade
aeróbia tanto quanto o contínuo, porém o primeiro leva uma importante vantagem,
apresenta maior aderência ao exercício por parte dos participantes.
Dessa forma, já foi demonstrado que o treinamento de força contribui com o tratamento da
obesidade aumentando o gasto calórico, a massa muscular a taxa metabólica de repouso, além do
maior consumo de oxigênio pós-exercício, e, consequentemente, causa diminuição no percentual de
gordura corporal como mostra a Figura 41.
Entretanto, Hansen et al. (2007) em uma revisão de literatura mostraram que existem poucos
estudos de intervenção utilizando o treinamento de força como estratégia de combate a obesidade,
91
UNIDADE VII │ PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIO PARA PREVENÇÃO DA OBESIDADE E EMAGRECIMENTO
sendo que esses poucos achados apontam que esse tipo de exercício pouco contribui para uma perda
de peso significativa.
Com base no que foi discutido neste capítulo até agora, você acredita que a inclusão
do treinamento de força em um programa de intervenção para indivíduos obesos?
Realmente, parece que o treinamento de força não trás benefícios diretos na perda de peso, porém
o mesmo pode contribuir de indiretamente devido a dois fatores fundamentais:
»» Como já foi discutido anteriormente, sabe-se que para que ocorra perda de peso é
preciso estar em balanço energético negativo, ou seja, gasto calórico diário maior que o
consumo. Sendo assim, na maioria das vezes se torna necessário a adoção de uma dieta
hipocalórica. A perda de peso e gordura se torna eminente, porém, concomitantemente
o indivíduo corre o risco de perder massa muscular. O treinamento de força se torna
indispensável a fim de preservar a massa magra, e a taxa metabólica de repouso.
Como foi mencionado o treinamento de força pode melhorar a força, a potência a resistência
muscular, bem como aumentar a massa magra do indivíduo obeso, desde que o treinamento seja
planejado e executado com o volume e intensidade adequados. Para tanto a avaliação de força se
torna indispensável.
92
PLANEJAMENTO DE PROGRAMAS DE EXERCÍCIO PARA PREVENÇÃO DA OBESIDADE E EMAGRECIMENTO │ UNIDADE VII
energético total diário. Além disso, o exercício tem efeitos benéficos adicionais como melhora da
sensibilidade à insulina, quadros de hiperglicemia, dislipidemias e pressão arterial, atenuando a
morbimortalidade em indivíduos com sobrepeso e obesos
Entretanto, segundo as últimas publicações, o exercício isoladamente não contribui a perda de peso
de forma significativa. Para atingir tal objetivo de forma efetiva faz-se necessário que o gasto total
de energia diário supere o consumo, condição chamada de balanço energético negativo, ocorrendo
assim, a diminuição da massa adiposa. Nesse sentido, a combinação entre exercício e uma dieta
discretamente hipocalórica (500-1000kcal/dia) parece ser a estratégia mais interessante na redução
do peso corporal, e mais, na manutenção ponderal do peso perdido.
Jakicic et al. (2003) realizaram um estudo 200 mulheres sedentárias e com excesso de peso. As
voluntárias foram divididas em quatro grupos: (i) alta intensidade e longa duração; (ii) intensidade
moderada e longa duração; (iii) alta intensidade e moderada duração; ou (iv) moderada intensidade
e moderada duração. Vale ressaltar que o trabalho teve duração de doze meses. Os resultados
mostraram que todos os grupos tiveram redução significativa da massa corporal (8 a 10%). E mais,
os grupos de alta intensidade não apresentaram valores significativamente maiores na redução de
peso. Sendo assim, os autores concluíram que a intensidade do exercício não parece ser um fator
determinante para o emagrecimento.
93
PARA (NÃO) FINALIZAR
A avaliação física inicial é fundamental para averiguar as condições do aluno, suas necessidades,
potencialidades e limitações. Somente com base nesses resultados um programa de exercícios sério
e efetivo poderá ser planejado. Sem a avaliação inicial, torna-se impossível definir objetivos, metas e
traçar estratégias para alcançá-los. Sem a avaliação inicial, também não há como definir parâmetros
chave de qualquer treinamento, como tipo predominante de atividade prescrita, volume, intensidade e
sua periodização. De maneira semelhante, as reavaliações periódicas são imprescindíveis para que seja
possível verificar se o treino prescrito está sendo efetivo e se os objetivos estão sendo alcançados. Assim,
tem-se uma base concreta para que eventuais mudanças nas variáveis do treino sejam realizadas.
A avaliação física deve ser cuidadosamente planejada e executada. Os cuidados devem envolver
desde a escolha do espaço (sala razoavelmente ampla, silenciosa e climatizada), até os equipamentos
(boa qualidade, equipamentos testados e validados na literatura científica, manutenção correta) e o
treinamento dos avaliadores (devem saber realizar as medidas, interpretá-las e explicá-las aos alunos).
É claro que a avaliação física pode ser uma fonte geradora de recursos, mas não se pode esquecer que
a principal função dela é fornecer base científica para o trabalho dos professores, além de permitir
ao próprio aluno avaliar se os serviços que ele está contratando estão sendo realmente efetivos.
Portanto, vale a pena investir mais na avaliação física para que ela possa melhorar a qualidade dos
serviços prestados pelos profissionais de educação física, garantir maior satisfação aos alunos e
retorno financeiro.
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REFERÊNCIAS
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for Weight Loss and Prevention of Weight Regain for Adults. Medicine & science in sports
& exercise. v. 41, n. 7, p. 459-471, 2009.
BARBANTI, V. J. Treinamento físico: bases científicas. São Paulo: CLR Balieiro, 1996.
COOPER K. The Aerobics Program for Total Well-being: Exercise, Diet, Emotional Balance
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_____. Manual do Personal Trainer brasileiro. 3. ed. São Paulo: Ícone, 2006.
HANNIBAL, et al. Exercício físico e obesidade: o impacto das diferentes modalidades. Revista
Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 4. n. 20, p. 219-229, 2010.
HANSEN, D., et al. The effects of exercise training on fat-mass loss in obese patients
during energy intake restriction. Sports Medicine. V. 37, N. 1, p. 31-46, 2007.
95
REFERÊNCIAS
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana – uma abordagem integrada. Porto Alegre. Artmed, 2003.
SIRI, W. E. Body composition from fluid space and density. Brozek & Hanschel, A. (Eds,),
Tequiniques for measuring body composition (p. 223-224) Washington, D. C. National Academy of
Science, 1961
VELHO, N. M.; LOUREIRO, M. B. S.; PERES L. S.; PIRES NETO, C. S. Antropometria: Uma
revisão histórica do período antigo ao contemporâneo. Comunicação. Movimento e Mídia na
Educação Física, 1993.
96