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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM
GERENCIAMENTO DE PROJETOS.......................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
ANTECEDENTES HISTÓRICOS................................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
COMO NASCEM OS PROJETOS.............................................................................................. 15
CAPÍTULO 3
O QUE É UM PROJETO........................................................................................................... 17
CAPÍTULO 4
MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS................................................................... 19
UNIDADE II
GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO
E CAPITAL HUMANO............................................................................................................................ 25
CAPÍTULO 1
GERENCIAMENTO (GESTÃO) DE PROJETOS.............................................................................. 25
CAPÍTULO 2
PMBOK E O GERENCIAMENTO DE PROJETOS NO SETOR PÚBLICO ........................................... 29
CAPÍTULO 3
GERENCIAMENTO DE PROJETOS E O CAPITAL HUMANO.......................................................... 32
CAPÍTULO 4
O GERENTE DE PROJETOS...................................................................................................... 34
UNIDADE III
GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA
DOS PROJETOS................................................................................................................................... 39
CAPÍTULO 1
A GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL E O PARADIGMA DA MUDANÇA....................................... 39
CAPÍTULO 2
DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO DE PROJETOS................................................................. 41
CAPÍTULO 3
CICLO DE VIDA DO PROJETO................................................................................................. 44
CAPÍTULO 4
ÁREAS DE CONHECIMENTO DA GESTÃO DE PROJETOS............................................................ 49
CAPÍTULO 5
GERENCIAMENTO DE PORTFOLIOS......................................................................................... 55
CAPÍTULO 6
ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS..................................................................... 57
CAPÍTULO 7
FERRAMENTAS PERT/COM, GRÁFICO DE GANTT E SOFTWARE DE GERENCIAMENTO
DE PROJETOS........................................................................................................................ 65
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 71
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
6
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
7
Introdução
Projetos vêm sendo realizados desde os primórdios da civilização. A construção das
Pirâmides do
Egito, depois de 2780 a.C., por exemplo, foi um grande projeto. Projetos têm sido
planejados e executados pelas organizações para criar novos produtos/serviços e
introduzir mudanças e inovações em seus processos. No entanto, para que um projeto
seja realizado de forma eficaz, é necessária a organização do trabalho demandado.
CAPÍTULO 1
Antecedentes históricos
Nos EUA, a primeira grande organização a praticar tais conceitos foi a Central Pacific
Railroad, que começou suas atividades no início da década de 1870, com a construção da
11
UNIDADE I │ ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Frederick Taylor (1856-1915), no início do século XX, iniciou seus estudos de forma
detalhada sobre trabalho. Ele aplicou raciocínio científico para mostrar que o trabalho
pode ser analisado e melhorado focando em suas partes elementares. Ele aplicou sua
teoria às atividades encontradas na indústria de aço (por exemplo, carregar areia,
levantar areia) (SISK, 1998).
Antes de Taylor, a única maneira de melhorar a produtividade era exigir dos trabalhadores
mais horas de dedicação ao trabalho. Taylor ocupa um lugar importante na história
da gerência de projetos e de acordo com a escritura em seu túmulo ele é “o pai do
gerenciamento científico” (SISK, 1998).
Os diagramas de Gantt provaram ser uma ferramenta analítica tão poderosa para
gerentes que se mantiveram virtualmente inalterados por quase cem anos. Não foi
realizada alteração até antes dos anos 1990, no qual linhas de ligação foram adicionadas
às barras de tarefa que descrevem dependências mais precisas entre as tarefas. Taylor
e Gantt, e outros estudiosos ajudaram a desenvolver o processo de gerência como uma
função distinta de negócio que requer estudo e disciplina (SISK, 1998).
Em pouco tempo, essas técnicas espalharam-se para todos os tipos de indústria. Logo,
líderes de projeto procuraram novas estratégias e ferramentas para gerenciar seu
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ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE I
No início dos anos 1960, o gerenciamento de projetos foi formalizado como ciência
(PRADO, 2000). Os negócios e outras organizações começaram a enxergar o benefício
do trabalho organizado em torno dos projetos e a entender a necessidade crítica para
comunicar e integrar o trabalho por meio de múltiplos departamentos e profissões
(SISK, 1998).
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UNIDADE I │ ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
mas também às inovadoras e avançadas. Ele é um material genérico que serve para
todas as áreas de conhecimento, ou seja, tanto para construção de edifício ou processo
de fabricação industrial como para a produção de software. Um outro objetivo do
PMBOK é a padronização de termos utilizados em gerência de projetos.
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CAPÍTULO 2
Como nascem os projetos
»» Por necessidades
›› Pressões do mercado
›› Problemas recorrentes
›› Redução de custos
›› Novos produtos
›› Campanhas de vendas
»» Por Oportunidades
»» Por Riscos
O projeto é temporário, ou seja, possui início e final definido. Ser temporário não
significa que tenha curta duração, pois pode durar até anos, e sim que sua duração é
finita. O final do projeto ocorre quando os objetivos definidos forem atingidos, quando
se tornar evidente que os objetivos não serão ou não poderão ser atingidos ou quando a
necessidade do projeto deixar de existir e o mesmo for encerrado.
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UNIDADE I │ ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Ressalta-se que temporário é o projeto, pois o produto, serviço ou resultado criado pelo
projeto normalmente é duradouro, assim como seus impactos econômicos, social e
ambiental podem ter duração bem maior que a do projeto.
»» Necessidade organizacional
»» Demanda de mercado
»» Solicitação de um cliente
»» Avanço tecnológico
»» Requisito legal
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CAPÍTULO 3
O que é um projeto
b. objetivos determinados;
c. escopo definido;
d. prazo delimitado;
e. recursos específicos.
Além disso, um projeto é caracterizado por criar algo novo, algo que não havia sido
feito antes da mesma maneira.
A definição de objetivos deve ser a mais óbvia para qualquer projeto. Na prática,
porém, pode-se observar que muitas vezes os objetivos, que devem orientar as ações do
projeto, não são claros porque carecem de foco, não são realistas ou não consideram os
recursos disponíveis para concretizá-los.
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UNIDADE I │ ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
O prazo delimitado é uma característica básica e essencial do projeto. O fato de ele ter
início e fim definidos facilita enormemente o seu planejamento, que deve ser realista.
O quadro a seguir serve para esclarecer a diferença entre projeto e operações, dentro de
uma Organização:
Trabalho nas Organizações.
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CAPÍTULO 4
Maturidade em gerenciamento
de projetos
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UNIDADE I │ ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
50%
40%
30%
20%
10%
0%
AL O DO O DO
CI ID
IZA AD IZA
-I NI HE
C
N NCI I M
1 RO E T
ON ER 5-O
2-C AD
3-P 4-G
TIPO DE ORGANIZAÇÃO
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
PRIVADAS 2,51
GOV. ADM.
2,28
INDIRETA
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ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE I
Os resultados permitem concluir que, para 62% (níveis 1 e 2) das organizações participantes
desta pesquisa, o gerenciamento de projetos ainda não possibilita trazer resultados aos
seus negócios tal como seria desejado (níveis 4 e 5). Apenas 10% das organizações estão
em níveis que permitem domínio e otimização do trabalho (níveis 4 e 5). Ou seja, ainda
se tem muito a fazer em Gerenciamento de Projetos para que as organizações brasileiras
estejam em um patamar realmente competitivo em gerenciamento de projetos.
»» Descontinuidade administrativa
»» Mudança de prioridades
›› metodologia;
›› instrumentos de gestão;
Após uma rápida reflexão e análise torna-se fácil identificar como o conhecimento e a
conscientização dos servidores públicos, no que tange a gestão de projetos, torna-se
relevante para um melhor uso do recurso público.
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UNIDADE I │ ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
Figura 4: resultado da pesquisa sobre maturidade por tipos de organizações – ano 2010.
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ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ ANTECEDENTES HISTÓRICOS, DEFINIÇÃO DE PROJETO E MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS
»» Oportunidades
Leia mais sobre este assunto acessando a Análise dos Resultados 2014,
disponível em: <http://www.maturityresearch.com/novosite/index_br.html>.
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GERENCIAMENTO DE
PROJETOS: DEFINIÇÕES, UNIDADE II
APLICAÇÃO NO SETOR
PÚBLICO E CAPITAL HUMANO
CAPÍTULO 1
Gerenciamento (gestão) de projetos
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UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO
algum dos três fatores mudar, pelo menos um do outros dois fatores provavelmente será
afetado. Os gerentes de projetos também gerenciam projetos em resposta a incertezas.
Um risco do projeto é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, terá um efeito
positivo ou negativo em pelo menos um objetivo do projeto.
Gestão de projetos, de acordo com Kerzner (2002), um dos grandes autores da disciplina,
representa o planejamento, a programação e o controle de uma série de tarefas integradas
de forma a atingir seu objetivo com êxito, para benefício dos participantes do projeto.
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GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO
»» Escopo controlado.
»» Apoio ao gerenciamento.
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CAPÍTULO 2
Pmbok e o gerenciamento de projetos
no setor público
Hoje, o gerenciamento de projetos é utilizado por organizações dos mais diversos ramos
de atividade, inclusive na área pública, e tem sido de fundamental importância para
transformar o planejamento em resultados, otimizar a alocação de recursos, diminuir
as surpresas, trazendo maior eficiência à gestão de projetos.
Foi publicada, em 2006, a Extensão para Governo do Guia PMBOK – Terceira Edição
que define os princípios norteadores para projetos de governo e fornece uma estrutura
para garantir a eficácia, eficiência e responsabilidade. Esse novo padrão oferece uma
visão geral dos principais processos utilizados na maioria dos setores públicos, define
termos-chave, descreve de que forma os projetos governamentais operam, assim como
a forma como governo vê ciclos do programa.
As extensões de área de aplicação do Guia PMBOK são necessárias quando, para uma
determinada área, existem conhecimentos e práticas comuns que não se aplicam a
todas as categorias de projetos. É importante ressaltar que a extensão aplica-se somente
a projetos governamentais conduzidos por governos eleitos, e custeados por taxas e
impostos de natureza compulsória.
Essa extensão ao Guia PMBOK apresenta uma visão geral dos fundamentos da gestão
de projetos aplicáveis à maioria das organizações de governo e que são normalmente
reconhecidos como boas práticas. Não deve ser entendido como substituto do Guia
PMBOK, mas uma extensão que indica como transportar e adaptar os conceitos desse
guia para o cenário dos projetos de governo. É importante esclarecer que não deve ser
lido isoladamente, bem como não introduz conceitos novos ou de uso geral em seu texto.
Entende-se que sua maior utilidade é permitir o mapeamento entre o Guia PMBOK
e as práticas aplicáveis aos projetos de governo, sendo que muitos dos mapeamentos
são efetuados simplesmente referenciando algum item específico do citado guia e sua
alteração aplicável.
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UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO
»» São pautados pelo ciclo anual do orçamento, o que constitui uma restrição
significativa no gerenciamento de projetos de governo. Os orçamentos são
tipicamente alocados para um ano fiscal, obrigando a divisão de projetos
e programas em módulos de um ano. Atrasos em projetos podem fazer
com que recursos sejam perdidos, caso o trabalho seja prolongado de um
ano para o seguinte.
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GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II
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CAPÍTULO 3
Gerenciamento de projetos e o
capital humano
1 O diagrama de Gantt é um gráfico usado para ilustrar o avanço das diferentes etapas de um projeto
2 (project evaluation and review technique) ou técnica de avaliação e revisão do projeto.
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GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II
Todo projeto representa uma mudança. Os projetos sempre trazem situações novas e,
como tal, interferem na vida das pessoas. Por isso, são necessários cuidados especiais
com os aspectos humanos tanto na elaboração quanto na implantação de projetos.
Vargas (2003) ressalta que os projetos podem ser aplicados em praticamente todas as
áreas do conhecimento humano, incluindo os trabalhos administrativos, estratégicos
e operacionais, bem como a vida pessoal de cada um. Por isso, durante a execução do
projeto o gerente estará atuando com pessoas, e o grande desafio será manter todos
integrados e focados no objetivo do projeto e consequentemente no seu sucesso.
Apesar de dificilmente ser colocada em primeiro lugar, a atenção aos aspectos humanos
é fundamental para o desenvolvimento de um bom trabalho em qualquer assunto que
envolva pessoas. Assim, não é diferente no gerenciamento de projetos. Muitas vezes
as dificuldades em projetos são causadas por omissão, problemas na comunicação,
incompetência, erros no gerenciamento, planejamento deficiente, estimativas ruins
e equipes mal montadas. Muitos destes problemas têm origem no comportamento
humano e a sua solução deverá estar, portanto, nas próprias pessoas.
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CAPÍTULO 4
O gerente de projetos
Para Cleland e Ireland (2002), os gerentes de projeto devem tanto liderar como gerenciar
um projeto. Para desempenhar tais papéis, deve-se ter as seguintes competências:
Kerzner (2002) cita um provérbio que diz: “quando um pesquisador fala com um
pesquisador, o entendimento é de 100 por cento. Quando um pesquisador conversa
com a produção, o entendimento é de 50 por cento. Quando o pesquisador fala com o
pessoal de vendas, o entendimento é zero. O gerente de projetos, no entanto, se entende
com todos eles”.
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GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO
A principal precaução que o gerente de projetos deve tomar é providenciar para que
a adequada atenção seja dada a todos os elementos do sistema do projeto. Muitos
elementos do projeto podem ter pouco relacionamento direto com o sistema que está
sendo trabalhado, porém podem ser críticos para o seu sucesso do projeto. A maioria
dos projetos envolve um número diferente de unidades organizacionais, sendo elas
vinculadas a serviços ou suporte de capacitação, e um grande número de pessoas pode
estar interessado em vários aspectos do projeto (STUCKENBRUCK, 1978).
Em seu papel dentro da organização, existe uma série de princípios entendidos como
regras fundamentais que os gerentes de projetos devem seguir: liderança e motivação,
autoridade, conhecimentos técnicos, habilidade de comunicação, resolução de conflitos
e trabalho em equipe.
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GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO │ UNIDADE II
A gestão de projetos é descrita pelo PMBOK como constituída por nove áreas de
conhecimento: integração, escopo, tempo, custo, qualidade, recursos humanos,
comunicações, riscos e aquisições/contratos. As áreas de tempo, custo, qualidade e
escopo são as mais visíveis e controladas no projeto; São o que se pode chamar de
“ponta do iceberg”. As áreas de comunicações e riscos são as que vêm recebendo maior
atenção ultimamente, por estarem, cada vez mais, intimamente ligadas ao sucesso dos
projetos.
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UNIDADE II │ GERENCIAMENTO DE PROJETOS: DEFINIÇÕES, APLICAÇÃO NO SETOR PÚBLICO E CAPITAL HUMANO
Modernamente, percebeu-se que a gestão de projetos é útil, não somente nos projetos
de grande porte, mas para gerenciar todo o conjunto de projetos de uma organização,
seja de P&D, marketing, logística, tecnologia da informação, instalações em campo etc.
Assim, surge a moderna gestão de projetos e a gestão de projetos corporativos aplicados
nas mais diversas áreas da organização.
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GESTÃO DE PROJETOS
NO BRASIL, DESAFIOS E
BENEFÍCIOS DA GESTÃO E UNIDADE III
CICLO DE VIDA
DOS PROJETOS
A Terceira Unidade tem por propósito descrever o paradigma da mudança, bem como
os desafios e benefícios dos projetos e o ciclo de vida dos mesmos.
CAPÍTULO 1
A gestão de projetos no Brasil e o
paradigma da mudança
No Brasil, o período entre 1950 e 1992, ficou conhecido como o período da substituição
das importações pela produção interna. Várias leis protecionistas permitiram o
crescimento do Brasil em algumas áreas, porém, em outras aconteceram retrocessos,
devido à fraca competição, como nos setores da siderurgia, construção pesada,
automobilismo, computação, telecomunicações etc. A partir da abertura de mercado
em 1992, as empresas brasileiras tiveram que se movimentar rapidamente em direção a
novos padrões de produtividade e qualidade. A competição e o ambiente mais dinâmico
estão exigindo das empresas brasileiras uma maior atuação frente às mudanças mais
frequentes e profundas. Assim, a partir de 1997, as empresas brasileiras passaram a
demonstrar maior sensibilidade para a gestão de projetos para a sua sobrevivência e
progresso (PRADO, 2003).
Para ilustrar a questão da mudança, Handy (2003) cita David Grayson, do Britain´s
Business in the Community, que fez um ótimo resumo do ritmo das mudanças. O
equivalente a todas as transações comerciais ocorridas no mundo em 1949 acontece,
hoje, num único dia; todas as operações de câmbio efetuadas em 1979 acontecem, hoje,
num único dia; da mesma forma todas as ligações telefônicas feitas ao redor do mundo
em 1984 acontecem, hoje, também, em um único dia. Às vezes, a sensação é exatamente
essa: que um ano acontece em um dia. A mudança já vem sendo evidenciada há muito
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UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS
tempo. Heráclito, há cerca de 2.500 anos, já dizia que “nada existe de permanente a não
ser a mudança” e também “É mudando que as coisas permanecem as mesmas”, o que
parece bastante atual. Também na filosofia budista, já se falava em “impermanência”,
outro nome para mudança, há também cerca de 2.500 anos atrás. O fato é que a
mudança existe desde o início dos tempos, porém a grande diferença dos dias atuais é
a percepção da mudança. A globalização e a revolução nas comunicações fizeram com
que a percepção da mudança se torne muita mais aguçada e impactante no dia a dia.
A gestão de projetos fornece os conceitos, ferramentas e técnicas para lidar com tais
mudanças por meio de projetos. E o agente destas mudanças é o chamado gerente de
projetos.
Textos:
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CAPÍTULO 2
Desafios e benefícios da gestão
de projetos
a. Pessoal
b. Estimativa
c. Orçamento
d. Autoridades
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UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS
e. Comunicações
Kerzner (2001) faz, também, um paralelismo entre a visão antiga e a moderna, no que
tange aos benefícios da implantação da gestão de projetos nas organizações em geral,
conforme descrito na tabela a seguir:
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GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS │ UNIDADE III
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CAPÍTULO 3
Ciclo de vida do projeto
Dessa forma, como os projetos possuem um caráter único, a eles está associado certo
grau de incerteza. As organizações que desenvolvem projetos usualmente dividem-nos
em várias fases, visando um melhor controle gerencial e uma ligação mais aceitável de
cada projeto aos seus processos operacionais contínuos.
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GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS
O ciclo de vida do projeto serve para definir o início e o fim de um projeto. Quando uma
organização identifica uma oportunidade dentro de sua linha de atuação, normalmente,
ela solicita um estudo de viabilidade para decidir se deve criar um projeto. O ciclo de
vida do projeto determina se o estudo de viabilidade constituirá a primeira fase do
projeto ou se deve ser tratado como um projeto à parte. A definição do ciclo de vida
do projeto também determina se os procedimentos de transição para o ambiente de
operação serão incluídos ao final do projeto, distinguindo-os dos que não serão. Desta
forma, o ciclo de vida do projeto pode ser usado para ligar o projeto as operações
contínuas da organização executora.
46
GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS │ UNIDADE III
O ciclo de vida do projeto é o conjunto de fases que ligam o início ao fim do projeto.
Normalmente, a mudança de uma fase para outra dentro do ciclo de vida de um
projeto é definida por transferência técnica ou entrega. Antes do início do trabalho
na próxima fase, geralmente, as entregas da fase anterior são revisadas, visando à
garantia de que estejam exatas e completas. Porém, caso os riscos da não verificação
e aprovação das entregas da fase anterior sejam considerados aceitáveis, a nova
fase pode ser iniciada antes da aprovação. Esta prática de sobreposição de fases é
denominada paralelismo.
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UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS
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CAPÍTULO 4
Áreas de conhecimento da gestão de
projetos
Em cada etapa do ciclo de vida do projeto ocorrem processos que podem abranger até
nove áreas de conhecimento. Essas áreas descrevem o gerenciamento de projeto em
termos de seus processos componentes. Cada uma delas possui detalhamento específico
e abrangência própria e, ao mesmo tempo, integram-se com as atividades das demais
áreas, formando um todo único e organizado.
Na gestão de projetos existe uma característica forte de interação. Uma ação, ou a falta
de ação em determinada área, geralmente afeta também outras áreas e essas interações
exigem frequentemente balanceamento entre os objetivos do projeto.
A não execução de processos de uma área afeta negativamente o projeto, pois o projeto
é um esforço integrado. Por exemplo, uma mudança de escopo quase sempre afeta o
custo do projeto. Entretanto, ela pode ou não afetar a moral da equipe e a qualidade do
produto.
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UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS
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GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS │ UNIDADE III
51
UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS
A Gestão dos Riscos do Projeto descreve os processos que dizem respeito à identificação,
análise e resposta aos riscos do projeto. Segundo Gates (1999), “grandes vitórias
demandam grandes riscos”. A prática desta gestão não é ainda muito comum na maioria
das organizações e alguns autores citam que gerenciar projetos é gerenciar riscos.
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GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS
por resultados, o Governo Federal faz uso do sistema Comprasnet e têm obtido maior
agilidade nas aquisições, principalmente, com o advento dos Pregões, tanto presenciais
quanto eletrônicos. Diferentemente do setor privado, que possui maior agilidade para
aquisições, o gestor público precisa conhecer as limitações temporais e orçamentárias
para inseri-las no grupo de processos de planejamento.
54
CAPÍTULO 5
Gerenciamento de portfolios
As organizações gerenciam seus portfolios com base em metas específicas. Uma meta
do gerenciamento de portfolios é maximizar o valor do portfolio através do exame
cuidadoso dos projetos e programas candidatos para inclusão no portfolio e da exclusão
oportuna de projetos que não atendam aos objetivos estratégicos do portfolio. Outras
metas são equilibrar o portfolio entre investimentos incrementais e radicais e para o
uso eficiente dos recursos. Os diretores e equipes de gerenciamento da diretoria, como
Escritórios de Gerenciamento de Projetos, normalmente assumem a responsabilidade
de gerenciar os portfolios de uma organização.
Programa é conceituado pelo PMI, citado por Prado (2009), como um grupo de projetos
inter-relacionados, eventualmente com outras ações do tipo não--projeto (operações
rotineiras), gerenciados de forma coordenada para obter os benefícios e controles
não disponíveis caso fossem gerenciados individualmente. O IPMA (2006) diz que
um programa está configurado para alcançar um objetivo estratégico. Um programa
consiste em um conjunto de projetos que se relacionam e mudanças organizacionais
necessárias para alcançar um objetivo estratégico e para alcançar os benefícios definidos
do negócio.
Já Portfolio, segundo o PMI, citado por Prado (2009), é uma coleção de programas
e/ou projetos, eventualmente com outras ações do tipo não projeto (operações
rotineiras), agrupados para facilitar o efetivo gerenciamento daquele trabalho para
atingir objetivos estratégicos. Os programas e projetos de um portfólio não necessitam
ser interdependentes ou inter-relacionados. Na visão do IPMA (2006), Portfolio é como
um conjunto de projetos ou programas e outros trabalhos agrupados para facilitar
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UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS
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CAPÍTULO 6
Escritório de gerenciamento de projetos
O PMO pode ser definido com uma entidade organizacional estabelecida para auxiliar
os gerentes de projeto e os times da organização na implementação dos princípios,
práticas, metodologias, ferramentas e técnicas do gerenciamento de projetos. Ele se
apresenta como a estrutura mais robusta para a condução das atividades de um projeto.
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UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS
Entretanto, deve-se tomar cuidado para não transformamos o PMO de uma empresa
em um departamento meramente burocrático. Um PMO não deve se transformar em
um mero e degradante acumulador e distribuidor de papéis.
Existem muitos aspectos que deveriam ser analisados depois que a decisão de
implementação do PMO for tomada. Alguns destes aspectos são: o envolvimento da
alta gerência, dos gerentes funcionais e dos gerentes de projeto da organização, o
compromisso da organização com a metodologia de gerenciamento de projetos e os
benefícios que a nova estrutura irá trazer à organização.
Quando uma organização executa um grande número de projetos para uma finalidade
estratégica, o PMO está diretamente ligado à alta administração da mesma. Nesse
caso, o coordenador do PMO deve ser um profissional com visão gerencial compatível
com os profissionais com os quais estará se relacionando (Diretores, Secretários
de Governo). Este modelo é adequado para organizações que executam os projetos
oriundos do planejamento estratégico corporativo. É conveniente também para
órgãos do governo, nos quais existem dificuldades em se formalizar a carreira de
gerente de projeto.
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GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS │ UNIDADE III
Estrutura matricial
Na estrutura por projeto, o PMO se localiza logo abaixo do gerente do projeto Nesse caso,
geralmente o gerente do projeto está tocando um único projeto, grande e complexo. A
função do PMO aqui é assessorar esse gerente de projeto.
Dependendo do porte do PMO, cada uma das funções abaixo pode ser exercida por uma
única ou por diversas pessoas.
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UNIDADE III │ GESTÃO DE PROJETOS NO BRASIL, DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA GESTÃO E CICLO DE VIDA DOS PROJETOS
Esse profissional tem a tarefa de acompanhar e avaliar a execução dos projetos, emitir
relatórios, criar regulamentos (padronizar), avaliar propostas, efetuar a garantia da
qualidade dos projetos, dentre outros. Preferencialmente deve ser um profissional
sênior, pois deve interagir com gerentes de projetos de igual para igual. Deve ser um
conhecedor dos negócios da organização (construção de refinarias, desenvolvimento de
softwares, montagem de equipamentos, manutenção de embarcações etc).
Especialista em software
Outros membros
Atribuições do PMO
Assessoria à alta administração
Conforme já explicitado, as informações sobre o andamento dos projetos são fornecidas
à alta administração (Presidência, Secretaria-Executiva, Diretoria, Gerente etc.) pelo
Coordenador do PMO. Assim, as principais atividades são:
Auditoria
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O PMO pode se envolver com outros setores da organização, tanto para obter serviços
(por exemplo, com o setor de tecnologia da informação, ao solicitar o desenvolvimento
ou aquisição de softwares para gerenciamento de projetos) como para influenciar no
sentido de agilizar ou resolver conflitos que afetam os projetos (por exemplo, com o
setor de suprimentos, para agilizar a compra de equipamentos, para um determinado
projeto).
O coordenador do PMO pode ser também, o líder das reuniões do comitê diretivo.
»» Escolher ferramentas.
Treinamento
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Para organizações que executam projetos para clientes externos, a elaboração de uma
boa proposta tem ligação direta com vitória em uma licitação, com a garantia do lucro,
com a imagem da organização, minimização de riscos etc. Assim, o PMO participa como
assessor (criando regulamentos) e como auditor na documentação final.
Emissão de relatórios
»» desdobramento de metas;
»» projeções e tendências;
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Gerência do PMO
A gerência do PMO é praticada para mostrar graficamente a evolução dos projetos.
Os gráficos confeccionados conforme padrões preestabelecidos são exibidos em
paredes. Cada gráfico funciona como um placar de um jogo de futebol para mostrar
se a organização está “ganhando ou perdendo o jogo”. A gerência do PMO deve ser
praticada na sala do PMO (war room) e nos setores que tocam os projetos.
Comunicações
O gerenciamento de comunicações pode ser efetuado pelo PMO. Essa função permite
enviar a todos os interessados as informações adequadas assim como verificar se as
informações distribuídas estão atingindo seu objetivo. Além da geração e emissão de
relatórios e a gerência à vista, já apresentados, ela envolve a distribuição de atas de
reuniões, de memorandos, confecção de relatórios anuais, informativos etc.
<http://pmkb.com.br/artigo/aplicacao-da-mapa-de-comunicacao-em-
gerenciamento-de-projetos/>.
<https://escritoriodeprojetos.com.br/gerenciamento-das-
comunicacoes-do-projeto>.
< h t t p : / / w w w. s c i e l o . b r / s c i e l o . p h p ? s c r i p t = s c i _ a r t t e x t & p i d
=S0103-65132005000300010>.
< h t t p : / / w w w. a b e p r o . o r g . b r / b i b l i o t e c a / e n e g e p 2 0 1 2 _ t n _
sto_164_957_19708.pdf>.
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CAPÍTULO 7
Ferramentas PERT/COM, gráfico de
Gantt e software de gerenciamento
de projetos
PERT/CPM
PERT – Program Evaluation and Review Technique – Programa de Avaliação e Técnica
de Revisão CPM – Critical Path Method – Método do Caminho Crítico.
Esses métodos não podem evitar atrasos, mas irão revelar e até mesmo prevenir contra
tais ocorrências: o que fazer, onde e como atuar, quando agir e com que recursos.
Uma tarefa crítica é uma tarefa que não pode demorar mais tempo do que o estimado
para não atrasar o projeto inteiro. Um trajeto crítico é uma sequência de tarefas críticas.
Note que um projeto tem sempre ao menos um trajeto crítico, mas pode ter mais de
um. O tempo máximo é a quantidade de tempo que uma tarefa que não é critica pode
exceder sua estimativa da duração sem atrasar o projeto ao todo. Um gráfico PERT
pode ser usado para estimar o tempo total do projeto, encontrar as tarefas críticas, os
trajetos críticos e para computar o tempo máximo para cada tarefa que não seja crítica.
Os métodos PERT e CPM são bastante semelhantes, poderíamos dizer que possuem a
mesma “alma” ou ideia. Essas técnicas foram desenvolvidas independentemente nos
anos 1950 para ajudar controlar projetos grandes e complexos. Desde então, têm sido
combinadas e usadas extensivamente para o planejamento de projetos e o controle dos
mesmos.
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sucessoras desta maneira, o que dá a forma de uma rede de nós e linhas conectadas. O
gráfico está completo quando todas as tarefas finais terminam no nó de conclusão ou
final. Quando existe um tempo entre o fim de uma tarefa e o começo de outra, o método
deve desenhar uma linha pontilhada entre o fim da primeira tarefa e o começo da tarefa
dependente seguinte.
Um gráfico PERT pode ter pontos de revisão, ou seja, nós que são pontos de parada
do projeto para a análise e revisão do projeto. Além disso, é necessário incluir tarefas
de revisão, remodelagem do projeto e documentação. Essas tarefas, que geralmente
não produz material diretamente para o projeto, consomem tempo e são de suma
importância para a conclusão do projeto. É interessante desenhar diversos gráficos
contendo pequenas partes do projeto, para que, se alguma modificação vier a acontecer,
seja mais fácil redesenhar um módulo do projeto. Para quebrar o projeto em blocos,
pode-se utilizar os pontos de revisão, ou seja, desenhar gráficos que estejam contidos
entre dois pontos de revisão.
Os gráficos CPM são similares aos gráficos PERT e, às vezes, chamados de gráficos
PERT/CPM. Em um gráfico CPM, o trajeto crítico é indicado. Um trajeto crítico
consiste no conjunto de tarefas das quais depende o prazo do projeto. Embora não seja
feito normalmente, um gráfico CPM pode definir múltiplos trajetos igualmente críticos.
As tarefas que caem no trajeto crítico devem ser destacadas de alguma maneira, de
modo que possa ser dada a atenção especial às mesmas. Uma maneira de destacar essas
tarefas do trajeto crítico é desenhá-las com uma linha mais grossa que as demais linhas
do gráfico ou usar outra cor. As tarefas que caem no trajeto crítico devem receber a
atenção especial do gerente do projeto e pelo pessoal atribuído a ele. Um atraso no
trajeto crítico pode atrasar todas as outras tarefas e adiar o término do projeto.
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Os Gráficos de Gantt representam somente parte das três restrições dos projetos
(escopo, tempo e custo), pois focam primeiramente o gerenciamento da programação.
Além disso, os Gráficos de Gantt não representam o tamanho de um projeto ou o
tamanho relativo dos pacotes de trabalho, consequentemente o impacto de atraso
de um projeto não é identificado por intermédio de um Gráfico de Gantt. Se dois
projetos tiverem o mesmo número dos dias em atraso, o projeto maior tem um
impacto maior na utilização do recurso, contudo o Gantt não representa esta diferença.
Embora os softwares de gerenciamento de projetos possam mostrar as dependências
entre atividades no formato de linhas, mostrar um grande número de atividades e
dependências pode resultar em um Gráfico de Gantt ilegível.
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Esta ferramenta dispensa cálculos manuais de tempo das tarefas, como as fórmulas
complexas da Rede PERT, o software calcula automaticamente.
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Para (não) Finalizar
Efetue a leitura do Artigo extraído do Jornal O Estado de São Paulo e, após a leitura
de todo o Guia de Estudos, emita seu juízo pessoal sobre a Gestão de Projetos no Setor
Público, na atualidade brasileira.
Exemplos de gestão
Disponível em: O Estado de São Paulo.
Acessado: 12 Jun.2012
Este é o contraste que se verifica entre a Ferronorte, controlada pela América Latina
Logística (ALL), e a estatal Valec, encarregada da Estrada de Ferro Norte-Sul. No
último dia 2, a Ferronorte entregou os primeiros 120 km da ligação entre Alto Araguaia
e Rondonópolis (MT), no trecho que chega até Itaqueri (MT), prevendo a direção da
empresa a ligação de mais de 140 km até Rondonópolis, até o fim do ano, facilitando o
transporte de grãos até o Porto de Santos.
Já na Ferrovia Norte-Sul, entre Palmas (TO) e Anápolis (GO), a cargo da Valec, as obras
estão completamente paralisadas porque venceram os contratos com as empreiteiras,
devendo ser realizada uma nova licitação ou uma contratação de emergência para a sua
conclusão. O ex-presidente Lula disse duas vezes que pretendia inaugurar esse trecho
de 855 km, que constitui o grande elo que permitiria à Norte-Sul, partindo de Palmas,
entroncar-se com a Estrada de Ferro Carajás em Açailândia (MA), indo daí até o Porto
do Itaqui, no Maranhão. A presidente Dilma Rousseff chegou a anunciar que a obra
ficaria pronta em julho, mas vai ter que esperar até 2013, pelo menos.
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PARA NÃO FINALIZAR
Convém notar que ambos os projetos estão incluídos no PAC, mas foram tocados por
processos bem diversos. Contando com financiamento do BNDES como parte de um
investimento total de R$ 700 milhões, a Ferronorte atrai clientes, oferecendo um
frete para transportes de grãos 30% mais barato que o transporte por caminhões.
Segundo Eduardo Pelleissone, que assumirá a presidência da empresa em 1o de julho,
a ALL pretende obter maiores ganhos de produtividade nas linhas de sua concessão
(Estado, 3/6).
Os mesmos objetivos poderiam ser alcançados com a conclusão pela Valec do trecho
de Palmas a Anápolis, dando aos produtores a opção de usar o Porto do Itaqui, no
Maranhão. Com a não conclusão desse trecho vital, “continuaremos pagando R$ 2 a
mais por saca de soja para levar o produto de caminhão até Anápolis para de lá ir para
o Sul”, disse o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Uruaçu (GO), Alarico
Júnior. “De trem até o Maranhão seria 40% mais barato”, segundo ele, e o trajeto até
os mercados asiáticos seria mais curto. A Confederação Nacional da Agricultura calcula
que o custo do frete do País para a Ásia acaba sendo 300% maior que o de produtos
originários dos EUA e da Argentina.
Os prejuízos ao longo das rotas hoje usadas são também consideráveis. Sabe-se, por
exemplo, que o transporte por caminhões em estradas péssimas, como a Belém-Brasília
(BR-80), ocasionam perdas de até 12% das cargas. Estudo da própria Valec estima que,
sem a Norte-Sul em pleno funcionamento, o País perde R$ 12 bilhões por ano entre
cargas não transportadas, tributos não arrecadados, perdas ao longo do caminho com
o uso de caminhões etc.
O fato é que, com a crise no Ministério dos Transportes, no ano passado, quando
foram substituídos o titular da pasta e a direção do Dnit e da Valec, foi interrompido
o fluxo de investimentos. Isso teve naturalmente influência, mas, mesmo que o trecho
Palmas-Anápolis tivesse sido concluído, ficariam faltando quatro pátios para embarque
de carga, que nem sequer foram iniciados. Esta situação também contrasta com a da
Ferronorte, que se antecipou à demanda e já está instalando complexo intermodal de
transporte em Rondonópolis.
A Ferrovia Norte-Sul é mais uma evidência clara das deficiências da gestão pública.
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Referências
ARCHIBALD, R. Managing High Technology Programs and Projects, 3rd
Edition, New York, John Wiley & Sons, 2003. 396p.
DISMORE, P.C. How grown-up is your organization? PM Network ,12 {6}, 24 – 26.
apud JUGDEV, K., THOMAS, J. Project management maturity models: The silver
bullets of competitive advantage. Project Management Journal, v. 33. no 4, 2002.
GADDIS, P. O. The project manager. Harvard Business Review, New York, v. 37, no 3,
pp. 89-97, Mai./Jun. 1959.
HELDMAN, KIM. Gerência de projetos: guia para o exame oficial do PMI; tradução
de Luciana do Amaral Teixeira – Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
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