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AMBIENTE
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
CONCEITOS.............................................................................................................................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL.................................................................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
HISTÓRIA E POLÍTICA AMBIENTAL............................................................................................................................................................... 31
CAPÍTULO 3
CONCEITO DE ECODESIGN................................................................................................................................................. 37
UNIDADE II
SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE.................................................................................................................................................................................... 44
CAPÍTULO 1
EVOLUÇÃO PERCEPTIVA SOBRE NATUREZA E MEIO AMBIENTE.................................................................................................. 44
CAPÍTULO 2
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL................................................................................................................................................................. 50
CAPÍTULO 3
SOCIEDADE DE CONSUMO, GLOBALIZAÇÃO E RECURSOS NATURAIS...................................................................................... 59
UNIDADE III
GESTÃO AMBIENTAL.......................................................................................................................................................................................................... 63
CAPÍTULO 1
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL................................................................................................................................................. 63
CAPÍTULO 2
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS SUSTENTÁVEIS......................................................................................................................... 70
CAPÍTULO 3
NORMAS AMBIENTAIS...................................................................................................................................................................................... 87
UNIDADE IV
ESTUDO DE CASO................................................................................................................................................................................................................ 98
CAPÍTULO 1
ANÁLISE DE SITUAÇÕES DE PROJETO E DESENVOLVIMENTO...................................................................................................... 98
CAPÍTULO 2
ATUALIZAÇÕES E TENDÊNCIAS PARA A GESTÃO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS........................................... 124
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................................................... 130
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
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ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
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INTRODUÇÃO
A relação entre o ser humano e o meio em que ele vive tem se tornado cada vez mais
uma questão recorrente nos debates das mais variadas esferas no mundo. Sob o viés
ambiental, o pensamento que envolve sustentabilidade tem sido pauta relevante no
cenário contemporâneo por influenciar diversas atividades socioeconômicas. Assim,
é importante entender o contexto histórico do ecodesign, bem como alguns conceitos
relacionados a essa área, na medida em que geram reflexão e proporcionam ações
positivas e efetivas em busca de um mundo mais saudável e equilibrado.
Já na área acadêmica, podemos citar que conceitos, como ecodesign e análise do ciclo de
vida (ACV), têm gerado uma releitura nas técnicas de concepção, projeto e produção
industrial de bens, produzindo a fundamentação teórica para diretivas de aplicação
em projeto de produto.
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O presente estudo aborda os aspectos que envolvem o design sustentável, suas definições
e aplicações, bem como o desenvolvimento de produtos que visam à preservação da
natureza, do meio ambiente e da qualidade de vida. Expõe ainda a gestão ambiental e
a responsabilidade social por meio de alguns estudos de caso.
Objetivos
» Entender os principais conceitos sobre meio ambiente e sustentabilidade.
CAPÍTULO 1
Sustentabilidade Ambiental
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Unidade I | Conceitos
Economia Solidária
A economia solidária é uma maneira autônoma de gerenciar os recursos humanos
e naturais de forma que as desigualdades sociais sejam reduzidas a médio e longo
prazo. A vantagem da economia solidária é que ela repensa a relação com o lucro,
transformando todo o trabalho produzido em benefício para a sociedade como um
todo, e não apenas para uma parte dela.
Para que se tornasse possível termos uma sociedade em que predominasse a igualdade
entre todos os membros, seria necessário que a economia fosse solidária no lugar de
competitiva. Isso representa que os participantes da atividade econômica deveriam
cooperar entre si em vez de competir.
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Conceitos | Unidade I
são responsáveis perante eles. Não existe perdedor ou vencedor entre os sócios e, se
a cooperativa progredir e somar capital, todos ganham por igual.
Na proposta de empresa solidária, os sócios não recebem salário, e sim fazem uma
retirada, que se modifica com base na receita gerada. Os sócios decidem coletivamente
em assembleia se as retiradas devem ser iguais ou diferenciadas. Muitas empresas
solidárias mantêm limites entre a menor e a maior retirada. Contudo, existe uma
tendência de as empresas solidárias pagarem mais por trabalho mental do que para
trabalho manual para não perderem a colaboração de trabalhadores mais qualificados.
Parte-se da ideia de que pagar melhor técnicos e administradores permite à cooperativa
alcançar ganhos maiores que beneficiam o conjunto dos sócios, inclusive os que têm
retiradas menores.
Aparentemente, não parece fazer muita diferença trabalhar em uma empresa solidária
ou em uma capitalista por causa da diferença de retiradas (ganhos). Porém, a diferença
principal é a forma de lidar com o lucro.
Nas cooperativas, as sobras têm seu destino resolvido pela assembleia de sócios. Uma
parte delas é direcionada num fundo de educação, sendo dos próprios sócios ou de
pessoas que podem vir a formar cooperativas. A outra é direcionada para fundos de
investimento, que podem ser divisíveis (repartíveis entre os sócios) ou indivisíveis
(não repartíveis entre os sócios), e o restante é distribuído em dinheiro aos sócios
por algum critério aprovado pela maioria: por igual, pelo tamanho da retirada, pela
contribuição dada à cooperativa, entre outros.
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Unidade I | Conceitos
Economia Circular
O sistema de economia circular agregou vários conceitos gerados no último século,
como: design regenerativo, economia de performance, cradle to cradle (do berço ao berço),
ecologia industrial, biomimética, blue economy e biologia sintética para a obtenção de
um modelo estrutural para a melhor construção da sociedade.
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Conceitos | Unidade I
Levando essa proposta para a indústria de produtos, a cadeia produtiva seria dimensionada
para que peças de eletrodomésticos utilizadas, por exemplo, viessem a ser reprocessadas
e reintegradas à cadeia de produção como componentes ou materiais para a produção
de outros produtos eletrônicos.
A economia circular é a ciência que repensa as práticas econômicas, indo além daqueles
conhecidos três “Rs” (que significam: reduzir, reutilizar e reciclar), pois ela realiza a
união, pelo menos na teoria, do modelo sustentável com o ritmo tecnológico e comercial
do mundo moderno, que não pode ser ignorado.
Nos dias atuais, nosso sistema produtivo é realizado de forma linear, o que não é
sustentável por causa da exploração excessiva de recursos naturais e do enorme
acúmulo de resíduos. Nós exploramos a matéria-prima, produzimos bens e depois os
descartamos. A redução da vida útil programada gera resíduos que não recebem novas
utilizações e se acumulam exponencialmente. Comparando com os países da América
Latina, o Brasil é o campeão de geração de lixo, produzindo cerca de 541 mil toneladas
por dia, segundo dados da Organização das Nações Unidas.
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Unidade I | Conceitos
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Conceitos | Unidade I
Com isso, espera-se que seja possível indicar as iniciativas que convergem para a
proteção e regeneração do meio ambiente; da mesma forma, espera-se não incentivar
negócios que são empacotados com greenwashing e marketing ecológico, mas que não
são comprometidos de fato com um futuro sustentável. Serão considerados sustentáveis
15
Unidade I | Conceitos
empresas e projetos que contribuam com ao menos um dos seis objetivos ambientais
contidos na classificação, como:
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Conceitos | Unidade I
» diminuir o lixo;
Leitura do artigo: “Google quer inserir economia circular no dia a dia da empresa
para chegar ao lixo zero.” Disponível em: https://www.ecycle.com.br/google-quer-
inserir-economia-circular-no-dia-a-dia-da-empresa-para-chegar-ao-lixo-zero/.
Economia Criativa
A economia criativa é uma maneira nova de economia em crescimento no mundo
de atual. Como o nome já representa, ela diz respeito à geração de valor por meio
da criatividade. São bens e serviços baseados no capital intelectual e cultural e que
procuram melhorar, inovar ou resolver problemas.
Leitura do artigo: “Economia Criativa: você sabe o que é?” Disponível em: https://
www.politize.com.br/economia-criativa/.
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Unidade I | Conceitos
O setor do varejo é o que tem elevado destaque e potencial na área, pois tem mais
liberdade para gerar diferentes soluções para cada tipo de público. A liberdade
é um dos pré-requisitos para que a criatividade se manifeste, viabilizando o
desenvolvimento de novos produtos em resposta a demandas ou interesses
específicos, com um maior cuidado e atenção aos recursos ambientais.
» consumo;
» mídias;
» cultura;
» tecnologia.
São negócios nas mais variadas áreas que estão agrupadas nessas categorias e que se
identificam com os movimentos e tendências da inovação e da criatividade. Podemos
citar como exemplos: grupos culturais, empresas de desenvolvimento de software e
videogames, artistas plásticos, escritórios de design, produtores de artesanato, restaurantes
e agências de turismo cultural.
Desde o ano de 2008, a ONU publica alguns relatórios sobre essa temática. O Relatório
de Economia Criativa 2010, produzido pela UNCTAD (Conferência das Nações Unidas
sobre Comércio e Desenvolvimento) em parceria com o PNUD, destaca que a economia
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Conceitos | Unidade I
O relatório destaca, ainda, que o setor foi um dos menos atingidos pela crise econômica
mundial, pois tem como base novos fundamentos, adota relações de trabalho mais
igualitárias e políticas de consumo mais justas, sustentáveis e inclusivas. Alguns
conceitos, como valorização da identidade local, direta do produtor para o consumidor,
produção sob demanda e consumo de bens personalizados, são propósitos que fortalecem
o mercado criativo.
As médias e pequenas empresas são a maioria nesse setor, no entanto algumas grandes
companhias já seguem práticas, como liberar uma porcentagem do tempo do trabalhador
para ser voltada a projetos de inovação. Os bens e serviços comercializados, em
geral, têm um valor intangível, com base na venda de experiências, o que propõe aos
consumidores uma nova relação com os produtos. O objetivo é consumir menos para
consumir melhor, seja conhecendo as pessoas de quem você compra ou incentivando
negócios sustentáveis e com preocupação ambiental.
O Sebrae está presente em todos os estados e, mesmo que ele não tenha projeto
específico no seu estado, existem ações voltadas para o atendimento de empresários
da economia criativa.
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Unidade I | Conceitos
Economia Regenerativa
A economia regenerativa pode ser definida como um agrupamento econômico que
valoriza o Sol e a Terra, considerados “bem de capital original”. Nessa linha de raciocínio,
diferentemente do que ocorre na economia padrão, a economia regenerativa reconhece
o valor real do meio ambiente, o sistema de suporte da vida humana.
Relacionamento
A teoria da economia regenerativa pressupõe que a humanidade é parte integrante de
uma teia interligada de vida em que não existe separação real entre “nós” e “eles”. De
acordo com essa teoria, a economia humana está completamente alojada na biosfera, onde
todos estão unidos uns aos outros e a todos os locais em nível global. Assim, problemas
causados a qualquer parte refletirão e prejudicarão as outras partes, manifestando-se
como uma onda.
Riqueza holística
A economia regenerativa considera que a verdadeira riqueza não é apenas o dinheiro
guardado no banco. Ela parte da ideia de que a riqueza é o bem-estar do conjunto, que
deve ser atingido por meio da harmonização de múltiplos tipos de riqueza ou capital,
inclusive culturais, sociais, vivos e experiencial. A riqueza deve ser estabelecida por
uma prosperidade amplamente compartilhada em todas as variadas formas de capital.
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Conceitos | Unidade I
Participação
A teoria da economia regenerativa relata que, em um sistema interdependente, todas
as partes devem se relacionar com o todo, seja em se tratando das suas próprias
necessidades, mas também realizando contribuição para a saúde e o bem-estar dos
conjuntos maiores em que estão incorporadas.
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Unidade I | Conceitos
Equilíbrio
A economia regenerativa descreve que geralmente se deve atingir o equilíbrio entre:
diversidade e coerência, eficiência e resiliência, colaboração e competição, pequenas,
médias, grandes instituições e necessidades.
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Conceitos | Unidade I
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Unidade I | Conceitos
A equipe considerou que suas descobertas pudessem ser um ponto de partida para a
exploração e a discussão em torno do conceito. Desde questões sobre como as cidades
multiespécies devem ser até as implicações de um conceito de saúde pública que leve
em conta todas as espécies, muitas áreas poderão sofrer alterações fundamentais,
e para melhor, caso seja realizada uma abordagem multiespécies para a questão da
sustentabilidade.
Muito provavelmente, a transição para esse novo modelo sustentável não acontecerá
tão rápido. Como mencionado anteriormente, foram anos de história até a formação
do sistema atual, o que provocou em nossa sociedade arraigados maus hábitos. Mas
não é preciso haver pessimismo: há quem diga que a adaptação gradual já está em
andamento.
Sustentabilidade Ambiental
Ao se falar sobre sustentabilidade, entende-se a relação direta que existe com o meio
ambiente. Para nos aprofundarmos nos estudos acerca do tema sustentabilidade,
alguns conceitos precisam estar definidos de acordo com autores relevantes na área.
Embora alguns termos ainda sejam um tanto controversos, tentaremos defini-los a
fim de buscarmos um direcionamento no entendimento do tema.
Conforme afirmam Bursztyn et al. (2012, p. 43) “a abordagem do meio ambiente requer
conhecimento interdisciplinar”. Entretanto, “os estudos disciplinares formam uma
base necessária, ainda que não suficiente ao tratamento do tema”.
Em termos amplos, o meio ambiente agrega e transcende os elementos
do mundo natural, como a fauna, a flora, a atmosfera, o solo e os recursos
hídricos. Acrescenta, também, as relações entre as pessoas e o meio onde
vivem. Portanto, tratar a questão ambiental demanda conhecimentos sobre
os meios físico e biótico e a dimensão socioeconômica e cultural, tudo isso
agregado a um dado contexto político-institucional, onde aqueles aspectos
interagem (BURSZTYN et al., 2012, p. 42).
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Unidade I | Conceitos
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/natureza-terra-sustentabilidade-3289812/.
Portanto, os autores entendem que, para se estudar o meio ambiente, vários aspectos
deverão ser levados em conta, e não apenas os aspectos naturais, mas também os sociais
e culturais que englobam e influenciam o meio natural.
Bursztyn et al. (2012) reforçam a ideia de que o conceito de meio ambiente pode ser
analisado sob três enfoques. O primeiro deles seria objetivo e biocêntrico, ou seja, um
conjunto de objetos naturais (espécies, meios, ecossistemas etc.) em interação, e sua
conservação deve ser assegurada. O segundo enfoque é subjetivo e antropocêntrico,
a partir das relações dos humanos com o meio natural e com o meio construído por
eles. Já o terceiro se baseia no enfoque tecnocrático, no qual se consideram todas as
interações entre humanos e natureza.
Para o termo “sustentabilidade”, Bursztyn et al. (2012) entendem que existem três
esferas que constituem a sua base: biosfera (meio ambiente), sociosfera (impacto
social) e econosfera (economia). Já em relação ao desenvolvimento sustentável, eles
entendem que o conceito se dá na junção entre economia e ecologia, o que estimula
a interlocução entre ambas as áreas.
Para Veiga (2010), o termo “sustentabilidade” ainda não é preciso, uma vez que é
recente sua consolidação. Seu surgimento aconteceu em 1948, na Declaração Universal
dos Direitos Humanos pela Organização das Nações Unidas e, desde então, tem sido
debatido e analisado sob diversos ângulos. O autor reitera que, “Como dizia o pessimista
Schopenhauer, toda verdade passa por três estados: primeiro é ridicularizada, depois
violentamente combatida, e finalmente aceita como evidente. Com a sustentabilidade,
um ciclo semelhante completou-se em três décadas (2010, p. 13).
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Conceitos | Unidade I
De acordo com o Instituto Akatu (organização não governamental sem fins lucrativos
que atua na sociedade para o consumo consciente), para que o mundo sofra menos
com os impactos causados pela ação humana, as pessoas precisam colocar em
prática os oito Rs da sustentabilidade: Refletir, Reutilizar, Reciclar, Respeitar,
Reparar, Responsabilizar-se e Repassar (RIESEMBERG, 2014).
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Unidade I | Conceitos
Nesse sentido, percebe-se que a busca pelo bem-estar da sociedade afeta diretamente
o meio natural, o que pode ser considerado contraditório ao termo “sustentabilidade”.
Assim, pensar em desenvolvimento sustentável é um contrassenso, “já que, para ser
desenvolvimento, não poderá ser sustentável” (BURSZTYN et al., p. 49). Os autores
afirmam que esse debate se desdobra em “sustentabilidade forte” e “sustentabilidade
fraca”.
biosfera
sociosfera
econosfera
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Conceitos | Unidade I
Assim,
A proposta de sustentabilidade forte tem como prenúncio a afirmação
científica de que qualquer ação humana existe no âmbito dos limites do
planeta, ou da biosfera, onde a humanidade se localiza. Nisto estando incluso
a vida social em geral e as atividades econômicas em particular (ADAMS,
2006 apud BURSZTYN et al., 2012, p. 51).
social
equidade
tolerável
susten-
tável
ambiental econômica
Portanto,
o princípio de sustentabilidade fraca trata-se do equilíbrio entre as esferas,
econômica, social e ecológica. Pressupõe a possibilidade de compatibilizar
a dinâmica das atividades econômicas com a justiça social e o respeito às
condições do mundo natural, de modo a que estas se mantenham no longo
prazo (BURSZTYN et al., 2012, p. 52).
ambiental
social
econômica
Desse modo, faz-se necessário realizar a reflexão acerca do conceito geral sobre
desenvolvimento sustentável, uma vez que se entende que a humanidade se diferencia
das outras espécies do planeta pois não consome apenas o necessário para a sua
sobrevivência. Visto isso, “o passo seguinte é estabelecer os limites até onde é possível
usar, sem abusar da biosfera” (BURSZTYN et al., p. 53).
A sustentabilidade se constrói com a combinação de diferentes processos.
Educação molda mentalidades. Ciência, tecnologia e inovação ajudam
a produzir novos conhecimentos, a ética serve para orientar condutas
individuais, incutindo valores e princípios a serem seguidos mesmo quando
não se está sob o foco dos mecanismos formais de comando e controle.
Os saberes das populações tradicionais, resultantes de longos períodos de
convivência com o ambiente natural, podem ser inspiradores para práticas
ambientalmente mais apropriada (BURSZTYN et al., 2012, p. 64).
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CAPÍTULO 2
História e Política Ambiental
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/evolu%C3%A7%C3%A3o-planeta-ecologia-natureza-2305142/.
Para o contexto sustentável, os autores (BURSZTYN et al., 2012, p. 55) afirmam que o
século XX foi o período na história da humanidade que mais expandiu as atividades “da
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Unidade I | Conceitos
O Programa Bioeconômico Mínimo apresentava oito recomendações que deveriam orientar a sociedade humana na boa
direção:
1. O impedimento total da produção de armas, que passaria a liberar forças produtivas para propósitos mais
construtivos.
2. O auxílio rápido aos países subdesenvolvidos.
3. A gradual diminuição da população, para um nível que pudesse ser garantido apenas pela agricultura orgânica.
4. Evitar e, se possível, determinar restrições rigorosas ao desperdício de energia.
5. Desistir do vínculo ao consumismo extravagante.
6. Ausentar-se da moda.
7. Gerar bens mais duráveis e reparáveis.
8. Livrar-nos dos hábitos workaholic pela redistribuição do tempo gasto em trabalho e lazer, uma modificação que se
tornará evidente, na medida em que as demais mudanças se façam sentir.
Fonte: Bursztyn et al., 2012.
Conforme visto, a tarefa não era tão simples quanto sugeria o programa bioeconômico.
Percebeu-se que relação entre o desenvolvimento da economia e o aumento da degradação
do meio ambiente estavam relacionados ao poder aquisitivo de alguns grupos ou países
mais abastados. Para tanto, os autores (BURSZTYN et al., 2012) afirmam ter surgido
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Conceitos | Unidade I
Política Ambiental
Por definição, Bursztyn et al. (2012, p. 145) declaram que “política, do grego polis (cidade,
ou cidade-estado), diz respeito aos espaços coletivos e aos modos de regulação das
relações que se dão em tais contextos”. Dessa forma, entende-se que o termo “política”
refere-se à ação de administrar a sociedade como um todo e em amplo sentido. Para
o entendimento de políticas públicas, os autores (idem) afirmam ser
[...] um conceito mais contemporâneo, associado ao Estado moderno, em
que o poder público é entendido como instância sob cuja responsabilidade
são tomadas decisões em consonância com os princípios da democracia.
Trata-se se um conceito interdisciplinar, que reúne elementos de diversos
campos científicos, como a ciência política, a sociologia, o direito, a economia
e a psicologia social (BURSZTYN et al., 2012, p. 146).
Nesse sentido, pode-se considerar que política ambiental é um conjunto de práticas que
administram o meio ambiente a fim de se manter a preservação deste e o desenvolvimento
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Unidade I | Conceitos
sustentável. Tais práticas levam em conta princípios e valores que valorizam o meio
natural, o planeta, e, com isso, consideram a sustentabilidade como principal agente
norteador. A importância dessas políticas se dá no sentido de minimizar os impactos e a
degradação ambiental por meio de mecanismos regulatórios. Porém, cabe ressaltar que:
Em uma sociedade com a nossa, no século XXI, cada um dos três setores
(governo, sociedade civil e empresas) tem função regulatória sobre os demais:
o Estado regula o mercado por meio de mecanismos do tipo comando e
controle, incentivos e outras maneiras de persuasão, e regula a sociedade
civil, por meio de leis; o mercado regula o Estado e a sociedade, estabelecendo
condutas ou demandando ações; e a sociedade civil regula o mercado e o
Estado, como opinião pública, consumidora e eleitora (BURSZTYN et al.,
2012, p. 144).
Dessa forma, entende-se que o interesse público e os bens coletivos nem sempre são
os mesmos. Quando se trata do meio ambiente, tais interesses se tornam ainda mais
complexos, uma vez que certas situações de conflitos podem surgir à medida que se
fragmentam os interesses e vontades individuais de grupos em prol do interesse público
geral. Os autores (idem) reiteram que:
[...] nem sempre o interesse de todos (a adição dos indivíduos de uma
comunidade) corresponde ao interesse público (o bem-estar geral da
sociedade). Essa é uma questão de extrema importância para a ciência política
e em particular para as políticas ambientais (BURSZTYN et al., 2012, p. 147).
Para tanto, quando há situações complexas envolvendo outras variáveis, Clark (2002
apud BURSZTYN et al., 2012, p. 147) propõe o “interesse especial”, pois “se refere a
situações em que apenas uma parte da comunidade se beneficia de alguma iniciativa,
em detrimento de outra parte”.
Desse modo,
compreende-se por política ambiental o conjunto de atitudes
governamentais coordenadas, agregando diferentes organismos e setores
de intervenção pública, em articulação com atores não governamentais e
produtivos, voltadas à proteção, conservação, uso sustentável e recomposição
dos recursos ambientais. O foco é não apenas o ambiente biofísico, assim
como a forma em como as populações e as atividades produtivas se relacionam
com os diferentes ecossistemas. O ambiente construído, que agrega cidades e
infraestruturas em geral, também faz parte do escopo das políticas ambientais
(BURSZTYN et al., 2012, p. 182).
34
Conceitos | Unidade I
Os autores (idem) reiteram que, ainda que possuam caráter público, tais políticas
ambientais, sejam elas nacionais ou internacionais, englobam diversos setores da
sociedade, e assim precisam atuar em diferentes atividades governamentais, como em
leis e regulações, na educação e em parcerias não governamentais, para que possam ter
seus objetivos atingidos de modo satisfatório, respeitando suas variações e demandas
em cada país. Apresenta-se a seguir, de modo esquemático, o encadeamento das fases
das políticas públicas em geral, que vale também para as políticas ambientais.
demandas/
problemas
inclusão na
critérios
agenda política
processo de
decisão
implementação
instituições
consolidadas
impactos/
avaliação
Fonte: Bursztyn et al., 2012.
35
Unidade I | Conceitos
Por definição,
[...] governança é o conjunto das várias maneiras com base nas quais
os indivíduos e instituições, públicas e privadas, administram seus
assuntos comuns. É um processo contínuo, pelo qual interesses
conflitantes ou diversos podem ser acomodados e a ação cooperativa
pode ser efetivada. Inclui instituições formais e regimes com poderes
para fazer cumprir, bem como arranjos informais que as pessoas e
instituições tenham acordado ou entendem ser de seu interesse
(COMMISSION ON GLOBAL GOVERNANCE, 1995 apud BURSZTYN
et al., 2012, p. 159).
Assim,
A governança ambiental é um conjunto de práticas que agrega instituições
e interfaces de atores e interesses, focados para a conservação da qualidade
do ambiente natural e construído, em sintonia com os princípios da
sustentabilidade. Envolve regras estabelecidas (escritas ou não) e esferas
políticas mais amplas do que as estruturas de governo. Em sociedades
complexas, governança engloba, normalmente, um complexo jogo de pressões
e representações, onde os governos são (ou devem ser) parte ativa, mas outras
forças se manifestam, como os movimentos sociais, lobbies organizados,
setores econômicos, opinião pública, etc. (BURSZTYN et al., 2012, p. 166).
Conforme visto, o poder público tem o dever de atuar com políticas ambientais de forma
a exercer uma governança ambiental que proteja o meio ambiente de sua degradação,
previna danos futuros, preserve e restaure processos ecológicos essenciais para o
planeta. Com isso, reduzem-se os riscos de acidentes ambientais como também se passa
a utilizar melhor os recursos naturais, de maneira mais comprometida e responsável.
36
CAPÍTULO 3
Conceito de Ecodesign
A Origem do Termo
Uma vez que Bursztyn et al. (2012, p. 153) declaram que “a proteção da natureza, a
preocupação com o meio ambiente e com a qualidade de vida da sociedade, de um modo
geral, são traços marcantes ao final do século XX”, a palavra ecodesign surge inspirada
pelas ideias de desenvolvimento sustentável no mesmo período. Entretanto, há algumas
pequenas diferenças sobre o conceito entre os autores. A seguir, apresentaremos alguns
desses conceitos de maneira a sustentar uma ideia ampla sobre o termo “ecodesign”.
De acordo com Naime et al. (2012, p. 1515), o termo ecodesign se amplia para o ciclo
de vida do produto e “passa a ganhar força e reconhecimento como uma atividade
imprescindível para a sustentabilidade do planeta”. Os autores (idem) reiteram que, a
grosso modo, a ideia de ecodesign ainda está associada ao reaproveitamento de materiais,
à utilização de resíduos e sobras e à reciclagem de materiais, o que não deixa de ser
uma das vertentes.
O termo ecodesign, apesar de subentender os elementos que o formam
(ecologia e design) dando ideia do seu significado, assim como o design,
está longe de apresentar uma definição precisa entre diversos autores. A
imprecisão e amplitude do termo nascem justamente da indeterminação dos
seus elementos formadores, o design e a ecologia (MARTIRANI, 2006). De
forma genérica e simplificada, define-se o ecodesign, ou design ecológico, como
um projeto relacionado para as questões ecológicas e de sustentabilidade
(NAIME et al., 2012, p. 1515).
Se for o caso, que existam noções de “ecodesign” dentro do processo, ou seja, deve
haver a possibilidade de que a utilização otimizada de matérias, da maneira que sejam
recicláveis, seja hegemônica.
37
Unidade I | Conceitos
Em situações nas quais seja necessário realizar tratamento de efluentes líquidos industriais,
gestão de resíduos sólidos e monitoramento ambiental de emissões atmosféricas, que
estes sejam executados dentro dos melhores conceitos e padrões técnicos, atingindo
níveis de elevada eficiência e eficácia.
Autores como Ryn e Cowan (2007 apud NAIME et al., 2012, p. 1515) definem design
ecológico como qualquer maneira de design que reduza os impactos destrutivos do meio
ambiente por meio da sua integração com o processo de viver e complementam ainda
que o design ecológico é uma área do design guiada pela integração e responsabilidade
ecológica.
Para Pêgo (2021, p. 146), “o Ecodesign tem como objetivo reduzir os impactos ambientais
negativos, advindos do ciclo de vida dos produtos, por meio da inserção de parâmetros
ambientais, mediante ferramentas específicas”. Nesse sentido, Saldanha e Rosa (2017)
entendem que o ecodesign é uma resposta possível para tentar equilibrar o meio ambiente
perante as produções de bens de consumo.
No ecodesign, a concepção, produção e comercialização dos produtos é pensada
e executada com a intenção de reduzir os impactos ambientais de todo ciclo
de vida do produto e preocupada com as fontes de energia, recursos naturais,
resíduos, descartes e emissões (SALDANHA; ROSA, 2017, online).
Para complementar a ideia, a figura apresentada pelas autoras (idem) ressalta o termo
ecodesign sob quatro pontos principais: reaproveitamento, escolha de materiais, eficiência
energética e durabilidade.
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Conceitos | Unidade I
ENTENDA O ECODESIGN
Novos produtos podem ser feitos a partir do Materiais que tenham baixo impacto ambiental
reaproveitamento de outros produtos com compostos menos poluentes, durabilidade
ou biodegradáveis
Fonte: http://centralsul.org/jornaleco/?p=452/.
Azevedo (2020, online) entende que “o ecodesign é uma ferramenta de gestão ambiental
centrada na fase de concepção dos produtos e dos seus respectivos processos de
produção, distribuição e utilização”. A autora define ainda como sendo todo o ciclo de
vida do produto, que, de alguma maneira, irá minimizar o impacto ambiental durante
seu transcurso. A fim de resumir tais conceitos, Azevedo destaca os princípios básicos
do ecodesign, conforme ilustra o quadro.
39
Unidade I | Conceitos
De modo geral, os autores entendem o termo “ecodesign” como um design que pensa
no ciclo de vida do produto como um todo, e não apenas no produto em si. Ponderar
questões como energia gasta para se fazer e desfazer o produto é bastante relevante
no ciclo do ecodesign, bem como a escolha de materiais que minimizem o impacto
ambiental, tanto na exploração da matéria-prima como também no descarte dos
resíduos no meio ambiente.
Vale ressaltar que esse conceito ainda está sendo discutido e que ainda poderá sofrer
mudanças em sua concepção no futuro, mas, via de regra, o olhar sobre o meio ambiente
não deixará de ser o ponto principal.
40
Conceitos | Unidade I
Usos e Aplicações
A aplicação dos conceitos em ecodesign para os produtos ainda não é satisfatório em
termos de desenvolvimento sustentável. Entretanto, Saldanha e Rosa (2017, online)
afirmam que, “ainda que muitas marcas utilizem o rótulo de sustentabilidade como
marketing verde, o ecodesign é uma tendência visível nas mais diversas áreas de produtos,
com projetos de viés sustentável”.
O “ecodesign” executa enorme investimento do marketing institucional
decorrente desta postura, em uma sociedade cada vez mais apta à inclusão
de responsabilidades ambientais na sua pauta de consumo e na sua própria
seleção de produtos responsáveis e comprometidos. Pelos quais está disposta
a oferecer maior remuneração na medida que atribui novos e relevantes
valores de comprometimento socioambiental (NAIME et al., 2012, p. 1512).
Além dos benefícios que o ecodesign proporciona ao meio ambiente, ele também gera
inúmeros outros, como citado por Azevedo (n.d., online):
41
Unidade I | Conceitos
Entretanto, Azevedo (n.d., online) reitera que, atualmente, é possível destacar algumas
dessas aplicações do ecodesign na arquitetura e no design de interiores por meio da
fabricação de objetos ecologicamente otimizados e integrados a sistemas de automação
de ambientes. Já na engenharia e na construção civil, a aplicação do ecodesign caminha
rumo à escolha da matéria-prima, reutilização de recursos como a água, eficiência e
alternativas de energia e pós-uso.
Por sua vez, na moda, o ecodesign se dá em movimentos como o slow fashion, que, em
oposição ao fast fashion (ou moda rápida, de fabricação em massa), prioriza a artesania
das peças, e por isso, seu tempo de confecção é mais demorado. Azevedo (n.d., online), afirma que:
[...] esse movimento valoriza a diversidade; prioriza o local em relação ao
global; estabelece consciência socioambiental; contribui para a confiança
entre produtores e consumidores; pratica preços reais que agregam custos
sociais e ecológicos; e mantém sua produção entre pequena e média escalas
(AZEVEDO, n.d., online).
Berlim (2012) reitera que tal proposta aborda outro tipo de relação com o consumo –
o prazer vai para as esferas do criar, inventar e inovar ligados à consciência de quem
consome. O termo “slow fashion” teria “nascido do movimento ‘slow food’, criado em
1986 por Carlo Petrini, na Itália” (idem, 2012, p. 54).
42
Conceitos | Unidade I
CONTRAFORTE PALMILHA
& COURAÇA Sobras e resíduos da
produção reciclados em
Plástico reciclável formato de colmeia
CABEDAL
Tecido de garrafa PET
reciclada, algodão SOLA
reciclado, reúso e Borracha reciclada
roupas de brechó excedente da indústria
calçadista
Fonte: https://insectashoes.com/pages/sobre-nos/.
Contudo, cabe ressaltar os impactos positivos desse tipo de prática por meio de dados
numéricos a fim de se reforçar o exemplo aplicável na indústria da moda. Como afirma
o Relatório Socioambiental da marca (2019), a fabricação de cada sapato recicla cerca
de cinco garrafas PET. O relatório ainda afirma que, durante seis anos de existência, a
marca reciclou mais de 21.000 garrafas plásticas, quase uma tonelada de algodão, mais
de 6.800 quilos de borracha e mais de 1.600 quilos de caixa de papelão. Além disso,
ela reaproveitou mais de 2.000 metros de tecidos, e nenhum animal foi explorado
durante esse tempo.
Além disso, “desde 2014, mais de 600 sapatos já retornaram para o fechamento do
ciclo. Eles foram reciclados da forma certa. A sola se transformou em novas placas de
solado reciclado. O restante, em novas palmilhas” (INSECTA SHOES, 2019).
43
SOCIEDADE E MEIO
AMBIENTE UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Evolução Perceptiva sobre Natureza e
Meio Ambiente
Breve História
Conforme visto anteriormente, a consciência humana em relação aos problemas que
suas ações causam no meio ambiente começam a ser percebida com mais atenção a
partir da segunda metade do século XX. Entretanto,
Alguns autores vêm se dedicando ao aprofundamento do conhecimento a
respeito dos primórdios da ação degradadora da humanidade sobre o seu
ambiente. Alguns se atêm principalmente a visões temáticas, como a saúde,
as tecnologias, as migrações. Se prestarmos atenção no ocorrido no passado,
veremos que os elementos que atualmente ocupam o debate ambiental
estavam presentes na vida cotidiana e no legado das antigas civilizações
(BURSZTYN et al., 2012, p. 65).
44
Sociedade e Meio Ambiente | Unidade II
de 10.000 a.C., a ação dos homens sobre o meio natural se intensifica por
meio da criação de animais, irrigação, plantio e armazenamento, e com
isso, os povos que antes eram nômades se estabelecem, e o sedentarismo
se torna viável. A humanidade começa a execer um poder sobre a natureza,
na medida em que utiliza de seus recursos naturais em prol da produção
de excedentes.
45
Unidade II | Sociedade e Meio Ambiente
Fonte: https://brasilturis.com.br/parcerias-entre-destinos-turisticos/cooperation-1301790_1280/.
Para tanto, “a conferência científica das Nações Unidas sobre Conservação e Utilização
de Recursos Naturais [...] realizada em 1948, é considerada a primeira grande reunião
de caráter ambiental em escala internacional” (BURSZTYN et al., 2012, p. 75). A partir
disso, as preocupações acerca do tema cresceram e mobilizaram propostas e acordos
que se multiplicaram por meio de conferências internacionais.
Dentre elas, destacam-se a Conferência Mundial sobre os Parques Nacionais, em
1962, a criação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
em 1965, a Conferência sobre a Biosfera, em 1968, a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano e a criação do Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (PNUMA), ambos em 1972, a Primeira Conferência das Nações
Unidas sobre Assentamentos Humanos, em 1976, a Conferência das Nações Unidas
sobre a Água, em 1977, a Conferência Mundial da Indústria sobre Gestão Ambiental,
em 1984, a Conferênia sobre o Clima Mundial, em 1988, e a Conferência sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992.
Muitos relatórios, documentos e publicações foram estabelecidos a partir dessas
reuniões entre os países a fim de se sugerir propostas e iniciativas em prol do meio
ambiente. Destacam-se a seguir, duas importantes publicações rumo ao desenvolvimento
sustentável para a sociedade mundial – o Relatório de Brundtland e a Carta da Terra.
46
Sociedade e Meio Ambiente | Unidade II
Relatório de Brundtland
Em 1987, foi criada a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
composta por políticos de diferentes países e presidida por Gro Harlem Brundtland,
primeira ministra da Noruega da época. Com três objetivos a serem atingidos – elaborar
um diagnóstico dos problemas ambientais e de desenvolvimento, propor modalidades
de abrangência internacional e incentivar uma atuação mais efetiva da comunidade
internacional – surgiu o relatório intitulado por Common Future, ou Relatório Brundtland.
O Relatório Brundtland propõe uma série de medidas a serem tomadas pelos países. Entre elas:
1. restrição do crescimento populacional;
2. preservação de recursos básicos no longo prazo;
3. manutenção da biodiversidade e dos ecossistemas;
4. redução do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias que admitem a utilização de fontes energéticas
renováveis;
5. acréscimo da produção industrial nos países sem industrialização baseadas em tecnologias ecologicamente
adaptadas;
6. domínio da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores;
7. assistência às necessidades básicas (saúde, escola, moradia).
Em âmbito internacional, os objetivos propostos são:
1. utilização da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de desenvolvimento (órgãos e instituições
internacionais de financiamento);
2. conservação de ecossistemas supranacionais, como a Antártica e os oceanos, pela comunidade internacional;
3. banimento das guerras;
4. aplicação de um programa de desenvolvimento sustentável pela ONU.
Fonte: Bursztyn et al., 2012.
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Unidade II | Sociedade e Meio Ambiente
Carta da Terra
De acordo com Magalhães (n.d., online), “a Carta da Terra foi primeiramente idealizada
pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas,
em 1987”. Essa mesma comissão desenvolveu o Relatório de Brundtland. Entretanto,
foi só mais tarde, em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD) realizada no Rio de Janeiro, também
conhecida por Rio 92 ou Eco-92, que foi elaborada a primeira versão da carta.
Conforme afirma a autora (idem), ainda que a carta tenha sido apresentada nesse evento,
ela só foi legitimada pela Unesco anos mais tarde, em 2000, com a adesão de mais de
4.500 organizações do mundo, incluindo o Brasil. Além de ser uma inspiração para a
busca de uma sociedade mais igualitária e justa, preza também pelo bem-estar mundial
ao tratar de temas éticos de suma importância para todos os cidadãos do século XXI.
A seguir, a Carta da Terra será exposta na íntegra, conforme o site da organização
(CARTA DA TERRA BRASIL, n. d., online) .
O caminho adiante
Como jamais visto na História, o destino comum nos conclama a buscar um novo
começo. Tal renovação é a promessa destes princípios da Carta da Terra. Para executar
esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos
da Carta.
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Sociedade e Meio Ambiente | Unidade II
A vida muitas vezes contém tensões entre valores importantes. Isto pode significar
escolhas difíceis. No entanto, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a
diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos
de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e
comunidade tem um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as
instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não
governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A
união entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade
efetiva.
Para criar uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem manter
seu compromisso com as Nações Unidas, exercer suas obrigações respeitando os
acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta
da Terra como um instrumento internacionalmente legalizado e contratual sobre o
ambiente e o desenvolvimento. Que o nosso tempo seja lembrado pelo acordar de uma
nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de atingir a sustentabilidade, a
intensificação dos esforços pela justiça e pela paz e a alegre celebração da vida.
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CAPÍTULO 2
Conscientização Ambiental
Fonte: http://caapuaete.com.br/programa-de-educacao-ambiental/.
Conforme abordado anteriormente, a Carta da Terra é uma das iniciativas que apresenta
alguns princípios básicos sobre a preservação do meio ambiente, da sociedade e da
cultura como um todo. Assim, a carta traz ensinamentos de cunho global aos países a
fim de que a humanidade construa valores universais. Nesse sentido, Gadotti (2012,
p. 11) ressalta a ideia de que, “se não tivermos nada em comum, o que nos restará será
a guerra”, e portanto, faz-se necessário “realçar o que temos em comum como seres
humanos”.
A Carta da Terra tem um grande potencial educativo ainda que não
suficientemente explorado, tanto na educação formal, quanto na educação
não formal. Por meio de sua proposta de diálogo intertranscultural, pode
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Sociedade e Meio Ambiente | Unidade II
Por esse viés, a ideia de que a educação é um meio pelo qual as sociedades globais
possam introduzir conhecimentos inovadores em seus sistemas surge como uma das
soluções viáveis por seu potencial transformador. Desse modo, constrói-se o conceito
de ecopedagogia “como pedagogia apropriada à Carta da Terra, à educação ambiental
e à educação para o desenvolvimento sustentável (EDS)” (idem, p. 14)
A ecopedagogia é uma pedagogia concentrada na vida: considera as pessoas, as
culturas, os modos de viver, o respeito à identidade e à diversidade. Estabelece
que o ser humano em movimento, como ser “incompleto e inacabado”, como
diz Paulo Freire (1997), em permanente formação, interagindo com os outros
e com o mundo. A pedagogia dominante objetiva-se na tradição, no que está
congelado, no que produz humilhação para o aprendente pela forma como
o aluno é avaliado. Na ecopedagogia, o educador deve acolher o aluno. A
acolhida, o cuidado, é a base da educação para a sustentabilidade promovida
desde 2002, pelas Nações Unidas, com a criação de uma “Década” dedicada a
ela. A ecopedagogia tem referência com a educação para a sustentabilidade
(GADOTTI, 2012, p. 16).
51
Unidade II | Sociedade e Meio Ambiente
4. determinar estreita ligação com outras iniciativas e décadas da ONU, tais como:
Década da Alfabetização, Educação para Todos, HIV/Aids e os Objetivos do
Milênio;
O autor (2012) afirma, ainda, que algumas dessas estratégias já foram estabelecidas e
atreladas a outras, como a Carta da Terra. “A Unesco, em sua Conferência Geral de
2003, reconheceu a Carta da Terra como um quadro de referência importante para o
desenvolvimento sustentável e, agora para a EDS” (GADOTTI, 2012, p. 20).
52
Sociedade e Meio Ambiente | Unidade II
» ofertar aos países novas oportunidades para agregar a EDS nos seus esforços
de reforma educacional.
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Unidade II | Sociedade e Meio Ambiente
Fonte: https://blog.facens.br/tag/futuro-sustentavel/.
Nesse sentido, Gadotti (2012) afirma que é necessário suspender o paradigma educacional
que reafirma princípios insustentáveis pautados na economia. “A EDS precisa aproveitar-
se das contradições existentes no interior dos sistemas educativos e fazer avançar a
educação sustentável, [...] educar os sistemas para e pela educação” (GADOTTI, 2012,
p. 88).
Assim, entende-se que precisamos de uma proposta altermundista do
desenvolvimento sustentável, uma visão que não separa o econômico do
político e do social e da procura de uma existência sustentável. Dessa maneira,
educar para o desenvolvimento sustentável é educar para um estilo de vida
sustentável, muito mais do que educar para um molde de desenvolvimento
nos modelos capitalistas (GADOTTI, 2012, p. 92).
Portanto, Gadotti (2012) entende que é necessário que a Década seja incorporada
na vida das pessoas como um estilo e filosofia de vida, para que de fato faça parte
da mudança do planeta, em pequenos problemas vivenciados diariamente. Como
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Sociedade e Meio Ambiente | Unidade II
perspectivas para o futuro, o autor (idem, p. 97) apresenta os desafios para se alcançar
os objetivos da Década:
Além disso, Braungart e McDounough (2013, apud PÊGO, 2021) oferecem novos
caminhos a serem percorridos pelo design contemporâneo no que tange ao seu “ciclo
de vida”. Em contraposição a “um sistema produtivo linear ‘do berço ao túmulo’, os
autores propõem um sistema produtivo circular ‘do berço ao berço’, no qual todos os
resíduos são considerados como ‘nutrientes’ de um novo ciclo” (PÊGO, 2021, p. 147).
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Unidade II | Sociedade e Meio Ambiente
Entrada
Atividade
Saída
Produto
comercial
Resíduos
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Sociedade e Meio Ambiente | Unidade II
Entrada
Saída Atividade
Produto
comercial
Recursos
Fonte: Pêgo, 2021.
Dessa forma, cabe ao designer aplicar o design sistêmico (idem) de maneira a pensar o
contexto ao qual o produto ou serviço estarão inseridos. Sob essa ótica,
[...] o produto é o último dos valores a ser levado em consideração, pois a
produção de um objeto perde totalmente o sentido se não atende o que é
realmente necessário para a existência dos atores envolvidos, e se não for
levado em consideração, antecipadamente, os valores que são importantes
para a vida humana. Isto fornece estimulo aos valores correlatos ao ‘ser’,
e não ao ‘ter’, invertendo a prioridade das relações, além de favorecer o
atendimento das demandas sociais e produtivas (PÊGO, 2021, p. 152).
Dentre os objetivos do design sistêmico, Pêgo (2021, p. 153) afirma que é “promover
o reequilíbrio entre produção, ambiente e sociedade, por meio do desenvolvimento
de produtos, sistemas, serviços ou processos que tendem à emissão zero”. Para um
melhor entendimento, a metodologia foi dividida em quatro etapas:
57
Unidade II | Sociedade e Meio Ambiente
58
CAPÍTULO 3
Sociedade de Consumo, Globalização e
Recursos Naturais
Consumo e Sociedade
Consumo, por definição de Bezerra (n. d., online) “é o ato de utilizar um produto
ou serviço para satisfazer uma necessidade pessoal ou de um grupo”. Nesse sentido,
entende-se o termo como amplo, e se aplica nos atos de comer e vestir, por exemplo.
A autora (idem) classifica os tipos de consumo de acordo com as necessidades:
» Consumo coletivo: envolve os serviços que são utilizados por todos, como
saúde, educação e transportes.
» Consumo final: quando alguém adquire uma roupa já pronta, por exemplo,
essa pessoa será o consumidor final.
Assim,
[...] se reduzido à maneira arquetípica do ciclo metabólico de ingestão,
digestão e excreção, o consumo é uma condição, e um aspecto, permanente e
irremovível, sem limites temporais ou históricos; um elemento indispensável
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Unidade II | Sociedade e Meio Ambiente
Fonte: https://educezimbra.wordpress.com/2018/01/04/educacao-para-o-consumismo/.
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Sociedade e Meio Ambiente | Unidade II
Globalização econômica
Ao se falar de globalização econômica, é importante entender o que significa a palavra
globalização. Pena (n.d., online) a entende como sendo um termo oriundo da década
de 1980 que descreve a integração político-econômica entre os países. Tal integração
se deve ao fato de terem ocorrido avanços tecnológicos nos meios de comunicação e
transporte de massa. Entretanto, alguns autores consideram o início dessa interrelação
mundial a partir das grandes navegações e expansões coloniais que ocorreram no final
do século XV e início do século XVI.
Ainda que a globalização contenha equívocos que precisam ser repensados, em termos
de cidadania (idem), ela vem sendo constituída num importante elemento de construção
da noção de pertencimento à humanidade no planeta Terra. Dessa forma, “qualquer
pedagogia, pensada fora da nova globalização e do movimento ecológico mundial, tem
hoje sérios problemas de contextualização” (GADOTTI, 2012, p. 30)
A visão de cidadania planetária (mundial) sustenta-se na proposta unificadora
do planeta e de uma sociedade mundial. Ela se estabelece em diferentes
expressões: “nossa humanidade comum”, “unidade na diversidade”, “nosso
futuro comum”, “nossa pátria comum”. Cidadania planetária é um termo
adotado para expressar um conjunto de princípios, valores, atitudes e
comportamentos que demonstram uma nova percepção da Terra como uma
única comunidade. Geralmente associada ao “desenvolvimento sustentável”,
ela é muito mais ampla do que essa relação com a economia. Refere-se de um
ponto de referência ético indissociável da civilização planetária e da ecologia.
A Terra é “Gaia”, um superorganismo vivo e em evolução. O que for feio a
ela repercutirá em todos os seus filhos (GADOTTI, 2012, pp. 30-31).
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Unidade II | Sociedade e Meio Ambiente
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/crian%C3%A7as-fam%C3%ADlia-rede-juntos-4685126/.
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GESTÃO AMBIENTAL UNIDADE III
CAPÍTULO 1
Responsabilidade Socioambiental
Por causa das enormes modificações globais que afetam o cotidiano das pessoas
começaram a surgir certos paradigmas, como a preocupação com a questão ambiental,
que se deve ao crescimento desenfreado das cidades e das indústrias.
Esses paradigmas fazem com que as pessoas modifiquem sua forma de agir e de pensar
– e não só as pessoas, como as empresas e principalmente o governo, que estão sendo
pressionados por novas condutas. A sociedade está reconhecendo a falta dos recursos
naturais, o que obriga as empresas a adotarem atitudes ambientais e mais com relação
à saúde e segurança de seus colaboradores, assumindo uma posição de responsável
socialmente e ética perante a sua comunidade.
A questão ambiental atualmente é cada vez mais visualizada como um fator primordial
no processo de gestão. Ao longo das décadas, seu conceito e aplicação foram expandindo-
se e aumentando a preocupação para o nível estratégico das empresas, que são apenas
questionadas pelo que fazem, mas especialmente pelo que deixam de fazer, como a
falta de participação, o descaso com problemas da sociedade, a pouca qualidade os
produtos e serviços. Em um passado pouco distante, as empresas eram encaradas
como fonte de progresso e riqueza, mas atualmente são analisadas pelo custo social
do desenvolvimento.
As práticas ambientais devem ser, nos próximos anos, a ajuda que faltava para as
empresas evoluírem. Como os consumidores estão com objetivo de comprar produtos
que não prejudiquem o meio ambiente, as empresas que não estiverem cuidando do
meio ambiente perderão espaço e dificilmente serão competitivas.
Esse tipo de investimento sugere uma nova forma de trabalho. As atividades exercidas
pelas empresas são revistas, procurando identificar os impactos que possam provocar
63
Unidade III | Gestão Ambiental
ao meio ambiente e como estes podem ser diminuídos ou, até mesmo, eliminados.
Não é só o meio ambiente que sai ganhado: as organizações também se beneficiam
com essa prática.
Com base nisso, este capítulo terá o foco no entendimento do que é responsabilidade
socioambiental e a sua importância para as empresas.
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Gestão Ambiental | Unidade III
Dessa forma, os funcionários da empresa também são estimulados, pois existe certo
prazer pessoal em trabalhar em uma organização que preza pela conservação do meio
ambiente e pelo bem-estar da sociedade.
Uma boa opção é conservar o apoio de uma consultoria especializada, para que se
visualizem oportunidades de ação socioambiental, somando para a eficiência do trabalho
responsável. Tudo isso objetivando sempre a saúde do meio ambiente e da sociedade,
bem como o sucesso dos negócios da organização.
Responsabilidade social
A responsabilidade social pode ser compreendida como o relacionamento ético da
empresa com todos os grupos de interesse que influenciam ou são impactados pelos
stakeholders (acionistas). Esse relacionamento das empresas com os stakeholders e o meio
ambiente deve estar relacionado com suas políticas, seus valores, cultura e estratégias.
Na medida em que a empresa está incorporada na sociedade, pode-se observar uma
relação de interdependência entre ambas, uma sinergia que pode ser qualificada como
responsabilidade social da empresa.
65
Unidade III | Gestão Ambiental
Isso se manteve até a metade dos anos 1960, quando os problemas ambientais começaram
a ser questionados internacionalmente. A partir dos anos 1980, com a globalização, as
modificações econômicas e socioculturais começaram a afetar a maneira de agir das
pessoas que estavam habituadas a se preocupar apenas com os lucros e não tinham de
prestar contas à sociedade.
A responsabilidade social praticada pelas empresas faz com que elas vejam os interesses
das partes, dos acionistas aos seus colaboradores, o meio ambiente e o governo,
incorporando-os às suas atividades e procurando atendê-los.
A sociedade atual procura uma redefinição do papel social da empresa, pois evoluiu a
conscientização de que não basta favorecer empregos, gerar produtos, oferecer benefícios
à sociedade, uma vez que as companhias também produzem resultados indesejáveis,
como poluição, degradação do meio ambiente, ou seja, problemas produzidos pela
empresa a terceiros (pessoas ou comunidade). Enfim, a empresa tem de demonstrar
sua utilidade social e sua contribuição para amenizar esses problemas, buscando o
bem comum.
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Gestão Ambiental | Unidade III
É garantido que, para muitas empresas, o bem-estar ainda não é preponderante, contudo,
há procura por melhores negócios e lucratividade. Na responsabilidade social, existe
o lucro, é uma relação em que todos saem ganhando.
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Unidade III | Gestão Ambiental
Existe uma enorme discussão sobre responsabilidade social pelo mundo; no Brasil, já se
tem acompanhado bons resultados dessa nova conscientização, como a regulamentação
de uma norma ISO de responsabilidades sociais. Mas foi a partir dos anos 1990 que a
responsabilidade social teve grande significado pelo surgimento de movimentos para
adesão da responsabilidade social, das criações das organizações não governamentais e
discrepâncias sociais providas do crescimento econômico desenfreado dos anos 1980.
Questão ambiental
A preocupação com a proteção do meio ambiente está em crescimento no debate
mundial, traduzindo-se com inúmeros movimentos sociais, uma modificação de
cultura, que caracteriza uma nova postura do setor privado no lançamento de produtos
ou serviços e na sua revisão nos processos de produção com a fabricação de produtos
que não façam mal à natureza e não se tornem uma ameaça para as gerações futuras.
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Gestão Ambiental | Unidade III
69
CAPÍTULO 2
Desenvolvimento de Produtos
Sustentáveis
Em um mundo no qual quase estamos chegando aos oito bilhões de habitantes, o antigo
padrão de comprar, usar e descartar da economia linear ficou ultrapassado e nos faz
caminhar para um futuro incerto. Nesse sentido é que surge o ecodesign, produtos
sustentáveis que incluem critérios ecológicos em todas as suas fases: concepção,
desenvolvimento, transporte e reciclagem.
70
Gestão Ambiental | Unidade III
71
Unidade III | Gestão Ambiental
Temos de realizar melhor a produção e com mais eficácia por uma razão evidente: as
matérias-primas e os recursos naturais não são infinitos e podem se esgotar se não
cuidarmos deles. Alguns deles, como a água, são primordiais para a vida, enquanto setores
fundamentais da economia, como, por exemplo, a indústria tecnológica, dependem
dos minerais. As coisas pioram para o planeta se a esses problemas adicionamos as
emissões de CO2 e o gasto energético dos centros de produção.
72
Gestão Ambiental | Unidade III
Por isso, o DPS tende a acontecer em adhocracias, que são organizações orgânicas
e flexíveis, voltadas para a exploração de oportunidades contextuais emergentes, tal
como a dimensão ambiental.
73
Unidade III | Gestão Ambiental
Apesar da enorme vantagem que o DPS apresenta para as empresas e para a sociedade
como um todo, a exploração desse segmento encontra-se bastante limitada. Em termos
práticos a realidade norte-americana mostra que o surgimento de novos produtos
ambientalmente sustentáveis comparados com seus similares tradicionais passou de
uma proporção de 1,1% em 1986 para quase 15% no início da década de 1990, patamar
que é tido como insuficiente ante os desafios ambientais atuais.
Disponível: https://www.iberdrola.com/wcorp/gc/prod/pt_BR/comunicacion/docs/
Infografico_beneficios_ecodesign.pdf.
Não obstante, pouco se conhece sobre como as empresas estão agregando as questões
relacionadas à sustentabilidade ambiental em seu processo de desenvolvimento de
produto e quais fatores determinam a edificação de um DPS efetivo.
Nesse vazio, percebe-se que grande parte dos obstáculos que atrapalham a expansão
qualitativa e quantitativa de desenvolvimento de produtos sustentáveis é concedida
aos fatores de recursos humanos e às características da gestão de pessoas da empresa.
Por isso, o próximo capítulo relata as possíveis contribuições da gestão de pessoas
para o DPS.
74
Gestão Ambiental | Unidade III
75
Unidade III | Gestão Ambiental
Esses quatro incentivos de recursos humanos para a gestão ambiental são as melhores
práticas dessa interação (environmental human resource management best practices). Com
eles, a gestão efetiva possui reais contribuições ao desenvolvimento de produtos
sustentáveis.
Destaca-se que tentativas de gestão ambiental, e assim de DPS, tendem a ser não
verdadeiras sem o real engajamento da área de recursos humanos. Por isso, os
pressupostos da sustentabilidade ambiental tendem a se transformar em paradigmas
da gestão de pessoas nas empresas do futuro.
Além dessas quatro melhores formas de interação da gestão de pessoas com o processo
de desenvolvimento de produtos sustentáveis, também se propõe a participação da
administração de recursos humanos em: gestão da cultura organizacional ambiental;
interação de equipes ambientais para a participação no DPS; e apoio à aprendizagem
organizacional direcionado às questões ambientais.
76
Gestão Ambiental | Unidade III
As empresas que visam inserir e manter um DPS devem possuir uma aprendizagem
organizacional efetiva. O conhecimento que os funcionários adquirem sobre gestão
ambiental e sua incorporação na geração de novos produtos está diretamente relacionado
às práticas de recursos humanos e pode ser explorado por meio de:
77
Unidade III | Gestão Ambiental
Essa seleção de projetos deve, também, ser levada ao pé da letra com base na estratégia
tecnológica, mercadológica e da empresa. A avaliação desse critério leva à seleção de
um projeto de DPS, que, ao mesmo tempo, confira a sustentabilidade econômica da
empresa e a ambiental para o planeta. Por fim, as lições aprendidas no processo de
DPS são difundidas, por meio de incentivos concernentes à gestão de pessoas.
No entanto, a revisão bibliográfica relatada neste capítulo evidencia que a interação entre
a gestão de pessoas e a gestão ambiental na empresa se mostra como um relacionamento
carente, tanto em termos práticos quanto teóricos. Essa carência se expõe como ainda
mais acentuada quando a perspectiva concerne às contribuições da gestão de recursos
humanos para o desenvolvimento de produtos sustentáveis (DPS).
78
Gestão Ambiental | Unidade III
Essa nova forma de pensar gera produtos sustentáveis do começo ao fim, em que a
produção, a distribuição e o consumo devem adquirir critérios ecológicos.
O design com materiais sustentáveis favorece que os bens da economia circular finalizem
sua vida útil em condições de terem novas funções, sendo bastante diferente da economia
linear, que se fundamenta no princípio de comprar/usar/descartar.
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Unidade III | Gestão Ambiental
» ISO 14001: essa norma faz com que as empresas certifiquem seu compromisso
com a defesa do meio ambiente com a gestão dos riscos ecológicos próprios
da atividade que realizam.
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Gestão Ambiental | Unidade III
Acredita-se que uma enorme parcela dos problemas ambientais foi gerada pelo design
convencional e pela indústria, pois eles não se importaram com os riscos e os impactos
ambientais durante a produção de bens e serviços.
Sintetizar produtos e serviços de qualidade, que consumam cada vez menos insumos e
matérias-primas, não é um desafio recente para as empresas. Ele existe há, pelo menos,
duas décadas. Algumas das principais organizações vêm buscando a ecoeficiência, a
fim de atender mercados.
Um exemplo de ecoeficiência foi praticado pela empresa alemã Basf, que criou uma
ferramenta de avaliação, a ACV (Avaliação de Ciclo de Vida), usada para analisar os
produtos a partir de 20 de duas referenciais e propor ecossoluções.
No caso da Basf, uma das consequências da aplicação da ACV foi a alteração das
embalagens cartonadas ou de vidro por embalagens plásticas. O vidro obteve a pior
avaliação, pelo fato de que sua produção exige exploração maior do solo e mais espaço
de armazenamento, além de oferecer maior risco de acidente. A embalagem cartonada
perdeu pontos por causa do alto custo do seu processo de reciclagem.
A ACV, utilizada na Alemanha desde 1996, e nos Estados Unidos, desde 2002, foi
disponibilizada no Brasil desde 2005. A partir dessa data, ocorreu o surgimento
de iniciativas para reciclar materiais e estender a vida útil de matérias-primas não
renováveis.
Em paralelo, a indústria nacional vem produzindo produtos cada vez mais eficientes
e está deixando de lado matérias-primas antes utilizadas em larga escala, mas que
poluíam demais o meio ambiente.
Como exemplo de produtos cada vez mais eficientes da indústria nacional, pode-se
citar a criação de uma lavadora de roupas semiautomática. Para diminuir o custo do
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Unidade III | Gestão Ambiental
transporte, a máquina pesa apenas 6,8 quilos e é desmontável, o que facilita que uma
de suas partes seja encaixada na outra. Ou seja, ela ocupa 50% do espaço necessário
para acomodar lavadoras convencionais em veículos e áreas de estoque.
Além disso, demanda metade do plástico usado em sua fabricação e, quando em operação,
consome um terço do volume de água usado nos outros modelos existentes. Acrescente-
se que todas as peças dessa máquina são identificadas com a simbologia internacional
da matéria-prima aplicada, facilitando dessa forma o processo de reciclagem.
Existe também um software que fornece jeans sob medida, o que permite eliminar o
desperdício de tecidos, e também chuveiros que reduzem o consumo de água, mas
mantendo o jato forte; torneiras que lançam água misturada com ar para poupar o
insumo, preservando a sensação de frescor, e bacias e válvulas sanitárias que demandam
o mínimo de água por descarga.
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Gestão Ambiental | Unidade III
Insecta Shoes
Uma iniciativa surgida na cidade de Porto Alegre apresentou ao mercado criações
bastante sustentáveis. É a Insecta Shoes, marca de sapatos veganos, que não faz uso
de nenhuma matéria-prima de origem animal. São produtos ecológicos, produzidos
com peças de roupas usadas e garrafas plásticas (PET) recicladas.
Zerezes
Uma outra empresa de destaque é a Zerezes, conhecida por ter inserido no mercado
carioca os óculos feitos de madeira. A marca cria óculos de sol com madeiras redescobertas,
ou seja, madeiras que foram descartadas em obras e encontradas em entulhos, caçambas
e marcenarias em geral. A produção também se dá a partir de lâminas de madeira
documentadas pelo Ibama.
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Unidade III | Gestão Ambiental
Revoada
Uma outra empresa do Rio Grande do Sul é a Revoada, que é um ótimo exemplo de
marca que pensa no ecodesign, pois utiliza materiais que, geralmente, são pouco ou nada
reaproveitados e vão para o lixo. Câmaras de pneu e náilon de guarda-chuva ganham
nova vida como matéria-prima para bolsas, mochilas e carteiras.
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Gestão Ambiental | Unidade III
DaTribu
Falando agora um pouco da empresa DaTribu, eles possuem um projeto que incentiva
não só o reaproveitamento de materiais com longos períodos de decomposição, como
também o trabalho em comunidades de reciclagem, que realizam a triagem e o preparo
dos materiais. A empresa já reinventou oito toneladas de câmaras de pneu e 10 mil
unidades de guarda-chuva. O processo de logística reversa também é executado,
tornando o fim de cada processo um novo recomeço.
A DaTribu é uma iniciativa familiar que faz a produção de seus produtos de forma
artesanal – colares, pulseiras, anéis, brincos e outros itens. Suas coleções fazem passeios
que vão do crochê ao papel, do tecido ao látex. Desde a sua criação, o projeto mostra
que existe um caminho possível e palpável nas novas maneiras de organização, com
base na sociabilidade e no coletivo.
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Unidade III | Gestão Ambiental
Com sua produção slow fashion, foi possível construir parcerias sustentáveis na cadeia
produtiva aberta e horizontal, gerando, de forma coletiva, acessórios com formas
orgânicas, livres e com cores pulsantes.
Papel Semente
Criada em 2009, a empresa Papel Semente fabrica papel artesanal e ecológico que
recebe sementes de flores ou temperos durante seu processo de fabricação.
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CAPÍTULO 3
Normas Ambientais
A legislação ambiental brasileira é uma das melhores do mundo, contudo não funciona
de forma correta pela ausência de ética e de profissionalismo quando é necessário
aplicá-la.
a. Lei da Ação Civil Pública (Lei n. 7.347/1985): com base nessa, deve ser
responsabilizado quem prejudicar o meio ambiente, o consumidor e o
patrimônio artístico, turístico e paisagístico.
b. Lei dos Agrotóxicos (Lei n. 7.802/1989): essa lei dispõe sobre desde a pesquisa
e fabricação do produto até a comercialização, a aplicação, o controle, a
fiscalização e o destino da embalagem.
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Unidade III | Gestão Ambiental
e. Lei dos Crimes Ambientais (Lei n. 9.605/1998): essa lei trata das infrações
e punições derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. A
punição pode ser extinta caso seja comprovada a recuperação do dano, e as
multas variam de R$ 50,00 a R$ 50.000.000,00.
i. Lei das Florestas (Lei n. 12.651/2012): protege florestas nativas e define como
área de preservação permanente uma faixa de 30 a 500 metros das margens
dos rios, lagos e reservatórios, topos de morros e encostas. Com a aplicação
dessa lei, exige-se das propriedades rurais da região sudeste a preservação
de 20% da área arbórea, e isso deve estar registrada em cartório de imóveis.
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Gestão Ambiental | Unidade III
O IBGE, em maio de 2005, realizou uma pesquisa com a qual verificou que há secretarias
de meio ambiente em 6% dos municípios, que 32% dessas localidades não têm nenhum
órgão para o meio ambiente e apenas 1,1% atua na área ambiental.
Protocolo de Kyoto
Uma das causas do efeito estufa é o aumento da temperatura do planeta, causadora de
alterações climáticas que afetam o mundo todo, que vem da excessiva concentração de
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Unidade III | Gestão Ambiental
A responsabilidade histórica desse acúmulo de gases vem dos países mais desenvolvidos;
em contrapartida, os países menos desenvolvidos em relação à indústria possuem
vegetação que absorve esses gases. O debate sobre o aquecimento global surgiu após o
depoimento do físico James Edward Hansen, da NASA, em 1988, ao congresso norte-
americano. Nesse depoimento, Hansen apontava evidências de que o ser humano
estava interferindo no clima global. Essa narrativa favoreceu bastante a evolução
de estudos e conferências sobre o tema e estimulou a criação da Conferência das
Partes, que determinou metas e objetivos para redução de gases. No entanto, pouco
aconteceu depois disso, e somente após a terceira conferência, realizada em Kyoto,
no Japão, em 1997, é que foi criado o Protocolo de Kyoto, assinado por 84 países que
se comprometeram em diminuir a emissão de gases de efeito estufa.
O maior país em emissão de gases poluentes são os Estados Unidos, que abriu mão
do acordo em 2001, alegando que colocá-lo em prática causaria queda no crescimento
econômico da nação por exigir altos investimentos ou a redução das atividades industriais.
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c. autonormalização industrial;
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Gestão Ambiental | Unidade III
Como fatores que influenciam a implementação do ecodesign, pode-se relatar que existem
influências econômicas internas, uma pressão externa de requisitos legais, percepção
e valorização do consumidor, assim como disponibilidade de novas tecnologias. O
uso de práticas do ecodesign pode auxiliar a estratégia de manufatura ao incorporar,
na gestão, aspectos relativos ao controle ambiental.
Seguindo essa ideia, cita-se, como exemplo, a estratégia de manufatura com base nos
princípios do Sistema Toyota de Produção, que favorece a preservação de recursos, uma
vez que visa acabar com as perdas dos processos produtivos e diminuir significativamente
todas as atividades que não agregam valor sob o ponto de vista do cliente.
Essa mesma NBR se aplica aos aspectos ambientais interligados ao produto que a
organização pode controlar e aos que ela pode influenciar. Não estabelece por si
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Gestão Ambiental | Unidade III
um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), então a pessoa responsável pelo SGA precisa
ter conhecimento sobre o que é esse processo e como será administrado e controlado.
A NBR ISO 14001 interliga a gestão dos processos de uma organização aos impactos
ambientais, mas não inclui processos da gestão do projeto. A ABNT NBR ISO 9001 cobre
o processo da gestão do projeto, mas não engloba explicitamente impactos ambientais.
A ABNT ISO/TR 14062 e a NBR IEC 62430 ajudam na incorporação da avaliação de
aspectos e de impactos ambientais no processo de projeto e desenvolvimento, porém,
como tal, não explicam inteiramente as atividades envolvidas dentro de uma estrutura
de gestão ambiental e de negócio, como aquelas descritas na NBR ISO 14001.
A relação entre as normas brasileiras acima comentadas possui seu escopo de conhecimento
e sua relação com essa norma, que interliga todas as três áreas e documentos relacionados.
Essa norma agrega a informação necessária das outras normas brasileiras, de maneira
que os devidos processos e os procedimentos possam ser adequados para implementar
um ecodesign estruturado e gerenciado com o apoio de um SGA. Fazendo uso dessa
norma, as organizações podem construir em seus processos e competências da gestão
existentes sem ter de, necessariamente, implementar ou utilizar cada uma das normas
brasileiras relacionadas.
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Unidade III | Gestão Ambiental
Ela contém três seções principais que oferecem orientação à pessoa responsável pelo
SGA. A Seção 4 trata do papel da alta direção; possui a explicação dos benefícios
potenciais do ecodesign e discute as questões estratégicas relevantes para o negócio e
para a gestão.
A Seção 5 da norma relata como um processo de ecodesign pode ser inserido e gerenciado
em um SGA. Fornece diretrizes para tratar o ecodesign como parte de um SGA
alinhado com a estrutura da NBR ISO 14001. Os requisitos da NBR ISO 14001:2004
são apresentados em caixas de texto e, para cada subseção, é dada uma orientação
específica sobre como ela se relaciona ao processo de ecodesign. As atividades de projeto
e desenvolvimento de produto de uma organização são o foco dos itens 5.4.6, que insere
o método descrito na NBR ISO 9001:2008, 7.3 (no qual os requisitos são apresentados
em caixas de texto), complementados pela orientação específica relativa ao ecodesign.
Da mesma maneira, ela pode ser útil para outras organizações que não têm um SGA ou
um SGQ formalizado, mas que estão interessadas em diminuir os impactos ambientais
discordantes de seus produtos.
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Gestão Ambiental | Unidade III
de seus ciclos de vida. No esforço para alcançar esse objetivo, os benefícios múltiplos
podem ser atingidos para a organização, seus clientes e outras partes interessadas.
As vantagens potenciais podem incluir: vantagens econômicas (por exemplo, por meio do
acréscimo da competitividade, da diminuição de custo, da atratividade de financiamento
e dos investimentos); promoção da inovação e da criatividade, e identificação de novos
modelos de negócios; diminuição na responsabilidade legal, por meio da redução dos
impactos ambientais e da melhora do conhecimento produto; aperfeiçoamento da
imagem pública (tanto para a imagem quanto para a marca da organização); reforço
na motivação do empregado.
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ESTUDO DE CASO UNIDADE IV
CAPÍTULO 1
Análise de Situações de Projeto e
Desenvolvimento
O ser humano necessita de recursos naturais para a sua sobrevivência. Alguns desses
recursos são renováveis, contudo precisam das condições ideais para que seu ciclo não
se finalize. O problema é que o modelo de produção que temos hoje não contribui
com essa renovação.
Isso nos leva a comentar novamente sobre o ecodesign, um conceito que atualmente não
é mais utilizado apenas na concepção de produtos, mas também serve para caracterizar
alternativas verdes para o planejamento de cidades.
Existem lugares que estão integrando o design das cidades e subúrbios com a
sustentabilidade ambiental, que estão se gerenciando em relação ao aquecimento global,
equilibrando o transporte, realizando melhorias no design e gerenciando o crescimento
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Estudo de Caso | Unidade IV
O ecodesign, contudo, não tem como foco apenas o meio ambiente. Com ele, busca-se
utilizar melhor os recursos, com eficiência energética, mas também originar cidades
atrativas, boas de morar, com qualidade de vida.
Não faltam, pelo mundo, bons exemplos de iniciativas que fizeram uso dos conceitos
do ecodesign para tornar as cidades mais sustentáveis e agradáveis. Vamos conferir, a
seguir, alguns deles.
Nos dias atuais, Bogotá realiza o planejamento de seu novo plano diretor, para os
próximos 12 anos, com o objetivo de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em
32% nas novas construções. Um projeto de ecodesign interessante em desenvolvimento
são os prédios do complexo Elementos, produzidos com material reciclado, painéis
solares e telhados verdes.
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Unidade IV | Estudo de Caso
Contudo, existem iniciativas ainda sem muito destaque que, embora não façam parte
de um plano maior de disseminação da sustentabilidade, devem ser mencionadas,
como os edifícios com telhados verdes e jardins verticais.
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Estudo de Caso | Unidade IV
Tempos atrás, Hammarby Sjöstad era uma área industrial. Contudo, passou a ser
reconstruída como bairro sustentável em 1993 e, atualmente, é praticamente uma
ecocidade. O plano integrado da localidade tem regras para novas construções, coleta
de lixo, esgoto, uso da água e transporte. A meta da localidade é diminuir em 50% o
consumo de eletricidade.
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Unidade IV | Estudo de Caso
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Estudo de Caso | Unidade IV
Com as moradias das zonas urbanas cada vez maiores e por causa do crescimento
descontrolado dessas regiões, cada vez mais se conferem zonas impermeabilizadas e
preenchidas de edificado e áreas verdes quase inexistentes na cidade.
Com isso, buscam-se alternativas, como as coberturas ajardinadas, para quando o espaço
ao nível do solo não é suficiente. Essas superfícies são uma tentativa de colmatar essas
falhas e fazem com que ocorra um aumento de espaços verdes e uma maior eficiência dos
edifícios. Entretanto, elas não podem ser visualizadas como uma forma de substituição
dos espaços abertos permeáveis, mas sim como um complemento quando já não é
possível que os espaços verdes sejam projetados em solo natural.
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Unidade IV | Estudo de Caso
II. melhora a utilização dos recursos não renováveis, tais como água, ar, energia
e território;
III. não armazena resíduos que o ecossistema não seja possível de reabsorver; e
IV. faz com que indivíduos e comunidades das sociedades ricas se mantenham
nos limites de seu espaço ambiental e que indivíduos e comunidades das
sociedades pobres possam efetivamente usufruir do espaço ambiental ao
qual potencialmente têm direito.
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Estudo de Caso | Unidade IV
É importante destacar que as normas do setor impedem que itens de segurança que
falharam possam ser retrabalhados ou recuperados. Entretanto, é possível alterar o
projeto, de forma que itens que apresentaram falhas possam ser facilmente desmontados,
e as suas partes, recicladas.
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Unidade IV | Estudo de Caso
As estratégias de ecodesign específicas do produto estão classificadas com base nas fases
do ciclo de vida que se pretende atender. As estratégias a serem tomadas durante a
seleção dos materiais estão estreitamente interligadas com estratégias a serem aplicadas
em outras etapas do ciclo de vida.
Os produtos verdes necessitam de sistemas também verdes. Sob essa ótica, pode-
se observar que várias empresas líderes mundiais na fabricação de móveis aplicam
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Estudo de Caso | Unidade IV
Como estratégias principais para lidar com esses impactos, há duas sugestões: a primeira
estratégia seria projetar o mobiliário de escritório de forma a torná-lo mais apropriado
para a reciclagem dos materiais; a segunda estratégia seria diminuir o consumo de
mobiliário de escritório, por exemplo, prolongando o ciclo de vida dele.
A tática de prolongar o ciclo de vida dos móveis pode ser executada de várias maneiras,
por exemplo: projetar o mobiliário para que este seja mais durável, oferecer serviços
de manutenção, reutilizar partes dos móveis, remanufaturar mobiliário utilizado e
alugar ou arrendar os móveis (oferecendo um sistema produto-serviço por parte do
produtor).
Executar o projeto dos móveis para que sejam mais duráveis (design para durabilidade)
significa, por exemplo, utilizar medidas para elevar a resistência desse mobiliário,
medida que, de certa maneira, não combina com a constante renovação mobiliária
verificada nas empresas corporativas.
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Unidade IV | Estudo de Caso
Para colocar essa ideia em prática, o fabricante deve elaborar um contrato com o cliente,
no qual haja a garantia de serviços de manutenção e reparo assim como a liberação de
partes utilizadas pelo cliente para a efetiva recolha destes.
Esse problema se firma em que fabricar móveis com um ciclo de vida mais longo
contraria o objetivo geral de toda empresa com fins lucrativos: vender a maior quantidade
de produtos possível; em efeito, aumentar a fase de uso dos móveis significaria uma
redução na quantidade de produtos vendidos.
Uma sugestão seria que o fabricante de móveis de escritório alugasse seus produtos em
vez de vendê-los. Com isso, o serviço incluiria manutenção, reparo e melhoramentos.
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Estudo de Caso | Unidade IV
Os móveis bem conservados podem ser revendidos, doados, leiloados etc. A durabilidade
e os serviços de manutenção dos móveis executariam uma função bastante importante
nesse sentido.
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Unidade IV | Estudo de Caso
Diante desse cenário, as organizações estão sendo visualizadas como agentes que
dispõem de recursos tecnológicos, financeiros e organizacionais para uma ação mais
decisiva e direta em busca da solução para os danos ambientais e sociais. Nessa situação,
as organizações e a sociedade começam a se preocupar cada vez mais com a extração
dos recursos naturais não renováveis.
Entre esses sistemas, há um bastante aplicado nas organizações, que é o “Produção mais
Limpa”, também conhecido como PmaisL, que se refere a análises e ações ambientais
preventivas, promovendo a economia de água, de energia e de matéria-prima. Ele
também está envolvido com a melhoria do desempenho econômico das organizações,
ao mesmo tempo em que busca diminuir impactos negativos sobre o meio ambiente.
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Estudo de Caso | Unidade IV
Adiante, nós nos aprofundaremos um pouco mais sobre a produção mais limpa e
exemplos de empresas que a praticam.
Também no Brasil, surgiu a Rede Brasileira de Produção mais Limpa, que possibilita
o conceito de ecoeficiência e a metodologia de PmaisL como meio para acrescer a
competitividade, a inovação e a responsabilidade ambiental no setor produtivo brasileiro.
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Unidade IV | Estudo de Caso
Com isso, a PmaisL pode ir além de uma prática de gestão ambiental, maximização da
utilização de recursos e minimização de resíduos. Nos dias atuais, a PmaisL configura-
se também como uma prática de gestão econômica, pois os resíduos são considerados
produtos com valor negativo para empresa.
Resumindo, com base no aspecto ambiental, a PmaisL ocasiona uma redução significativa
dos impactos ambientais, um maior conhecimento dos riscos da empresa em relação
à natureza, além de condições favoráveis à saúde dos trabalhadores e da população.
Porém, no aspecto produtivo, a PmaisL pode ser considerada como uma forma de
produzir melhor, menos custosa, apesar de algumas ações exigirem investimentos
financeiros, mas que certamente ocasionarão retorno significativo.
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Estudo de Caso | Unidade IV
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Unidade IV | Estudo de Caso
causar dependência nos trabalhadores que inalam seu vapor, por outro de menor
impacto para a saúde das pessoas e para o meio ambiente.
Pela iniciativa, a empresa recebeu, em 2009, o selo Sustentax, que certifica produtos
sustentáveis. Com o passar do tempo, num esforço de engenharia de materiais, a empresa
também modificou a fórmula de outros de seus produtos, como os estabilizantes, que
deixaram de levar chumbo em sua composição, reduzindo riscos de intoxicação pelo
metal entre os funcionários.
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Unidade IV | Estudo de Caso
A ação resultou na conservação de mais de três mil palmeiras das quais o óleo é extraído.
Desde o lançamento da sua linha de produtos Ekos, há 10 anos, a Natura mantém uma
rede de fornecedores constituída por 26 comunidades em todo o Brasil. Só em 2009,
os negócios com o grupo, que engloba o pagamento pela matéria-prima e uma espécie
de royalty pelo conhecimento local sobre plantas, alcançaram 5,5 milhões de reais.
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Esses são exemplos de algumas empresas brasileiras que têm compromisso com a
sustentabilidade.
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CAPÍTULO 2
Atualizações e Tendências para
a Gestão de Desenvolvimento de
Produtos
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Estudo de Caso | Unidade IV
Essas medidas estruturam em práticas de gestão específicas, tais como: adoção de modelos
de referência para estruturação e gestão do PDP; adoção da estrutura organizacional
de times multifuncionais de projeto; desenvolvimento conjunto com os clientes e
fornecedores; uso de métodos e técnicas (CAD, FMEA, DOE, DFMA etc.); utilização
de stage gates como marcos de avaliação técnica e econômica do desenvolvimento do
projeto; aplicação de indicadores de desempenho para avaliação do processo e de suas
atividades; e atividades de auditoria e reflexão pós-projeto para registro das lições
compreendidas durante o processo de desenvolvimento.
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Unidade IV | Estudo de Caso
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Estudo de Caso | Unidade IV
estão contemplando cada vez mais a associação com valores vinculados a causas sociais
e ambientais.
Com base nisso, dentre estratégias genéricas, selecionam aquela que pode ser usada
pela empresa. A força dessa abordagem está no entendimento do ambiente competitivo
no qual a empresa opera.
Além disso, essa temática não considera as implicações do tamanho da empresa nas
estratégias tecnológicas, a influência da natureza do produto e de seus consumidores
na seleção entre custo/diferenciação dos produtos/serviços e os possíveis benefícios
das relações adversas entre compradores e fornecedores.
No entanto, essas duas abordagens não são excludentes, e sim, complementares, visto
que refletem fatores distintos que influenciam a dimensão da estratégia de inovação.
Portanto, é necessário não só analisar o ambiente competitivo que cerca a empresa,
mas também buscar conhecimentos sobre como gerenciar recursos e a capacidade da
empresa para a inovação no contexto de estratégias com esse objetivo. Esses fatores
caracterizam essa realidade ao identificarem que a inovação é resultado da interação
entre as oportunidades de mercado e a base de conhecimentos e capacitações da empresa.
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Unidade IV | Estudo de Caso
of the Firm. Não obstante, estudos mais atuais demonstram a importância dos recursos
e capacidades na condução de boas performances das empresas. Em todos os estudos
mencionados, os recursos e as capacidades internas da empresa são elementos-chave
para gerar competências tecnológicas e inovar com sucesso.
Os recursos são todos os ativos e funções disponíveis para uma empresa, englobando:
pesquisa e desenvolvimento, fábricas e instalações, ativos financeiros, recursos humanos,
redes às quais as empresas pertencem e rotinas seguidas por estas por meio de sua
atuação e práticas organizacionais.
» os raros (um número bem pequeno de empresas contém esse tipo de ativo
para que aconteça uma efetiva competição na indústria);
Vale destacar que o gerenciamento dos recursos e das capacidades para a inovação
que induzem a competências competitivas é de complicada repetição e transferência,
por serem estabelecidos nos arranjos e complementaridades dos processos e rotinas
organizacionais das empresas, com forte natureza tácita e de difícil replicação.
» previsão e avaliação;
» busca e seleção;
» aquisição e proteção;
» implementação;
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Estudo de Caso | Unidade IV
» coordenação e integração;
» alinhamento.
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Referências
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Referências
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