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Minerárias
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
FUNDAMENTO JURÍDICO...................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
O ESTATUTO DE ROMA............................................................................................................. 11
CAPÍTULO 2
O DEVER DE UM MEIO AMBIENTE SAUDÁVEL – GARANTIA CONSTITUCIONAL............................. 20
CAPÍTULO 3
AÇÃO POPULAR O ALCANCE (AUTOR/RÉU).............................................................................. 27
UNIDADE II
DIREITO PENAL AMBIENTAL.................................................................................................................... 53
CAPÍTULO 1
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. DOGMÁTICA PENAL AMBIENTAL. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
DO DIREITO PENAL DO AMBIENTE. O BEM JURÍDICO AMBIENTE E O DIREITO COMPARADO.
DELITOS AMBIENTAIS................................................................................................................ 53
CAPÍTULO 2
BIOSSEGURANÇA E DIREITO PENAL. PEDAGOGIA DO DIREITO PENAL EM MATÉRIA AMBIENTAL.
PROCESSUALÍSTICA EM MATÉRIA AMBIENTAL............................................................................ 62
CAPÍTULO 3
CRISES AMBIENTAIS E DIREITO AMBIENTAL: PAPEL DO ESTADO E DOS EMPREENDEDORES
NA BUSCA POR SOLUÇÕES..................................................................................................... 67
UNIDADE III
TUTELA JUDICIAL I................................................................................................................................. 85
CAPÍTULO 1
A TUTELA PROCESSUAL DIFERENCIADA EM SEDE AMBIENTAL E O DIREITO AO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL........................................................................................................................... 85
CAPÍTULO 2
AS RELAÇÕES ENTRE O PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, EM TODAS AS SUAS
DIMENSÕES, E AS TEORIAS PROCESSUAIS................................................................................. 92
CAPÍTULO 3
CORRELAÇÃO ENTRE OS PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL E OS DO
DIREITO PROCESSUAL.............................................................................................................. 96
UNIDADE IV
TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS.................................................................................................... 105
CAPÍTULO 1
TUTELA JURISDICIONAL COLETIVA E CONDIÇÕES DE AÇÃO NO PROCESSO COLETIVO.......... 105
CAPÍTULO 2
ÔNUS DE PROVA EM PROCESSOS AMBIENTAIS E O DILEMA DO “ESTADO DA CIÊNCIA”........... 109
CAPÍTULO 3
LIQUIDAÇÃO DO DANO AMBIENTAL, A EXECUÇÃO DOS TÍTULOS AMBIENTAIS
E A COISA JULGADA AMBIENTAL............................................................................................ 113
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 124
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
A primeira grande ação protagonizada pela ONU foi a Conferência das Nações
Unidas sobre o ambiente humano na cidade de Estocolmo, cujo objetivo principal
foi discutir o impacto da poluição no planeta e a conscientização dos Estados
sobre a necessidade da conservação dos recursos naturais. Apesar disso, é na
década de 1980 que há uma mudança significativa da visão política, econômica
e, sobretudo, no direito dos Estados em relação à proteção ambiental.
Não menos importante, outro exemplo a ser citado é a Lei da Terra, de 1850, a
reparação de danos ecológicos, o artigo 34, inciso XXIX da Constituição Federal
de 1891, que gizava a competência da União para legislar sobre as minas e terras
brasileiras. Por fim, cumpre salientar a competência concorrente entre União e
8
Estados na preservação e proteção das belezas naturais, Decreto no 23.793/1934 do
Governo Vargas.
Objetivos
» Compreender a tutela judicial das questões ambientais e minerárias
na legislação brasileira.
9
10
FUNDAMENTO UNIDADE I
JURÍDICO
CAPÍTULO 1
O Estatuto de Roma
11
UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
Com base nessa declaração, é possível dizer que os crimes bélicos, ao destruirem
o meio ambiente, constituem ameaça à paz, à segurança e ao bem-estar da
humanidade. Conclui-se que é necessária a intervenção do TPI nos casos dos
crimes ambientais.
» o princípio da complementaridade;
12
FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Insta salientar que o TPI não é obrigatório para todos os Estados, pois como
regra, no direito internacional, os Estados se vinculam a um tratado. Atualmente,
123 (cento e vinte e três) países são signatários e ratificaram o Tribunal Penal
Internacional, com relação a esses Estados, o referido Tribunal pode exercer a
sua jurisdição.
O Brasil é um dos membros participantes do TPI junto com outros 122 Estados.
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi promulgado na
legislação brasileira por meio do Decreto n o 4.388, de 25 setembro de 2002.
Para explicar melhor como é a atuação do Tribunal Penal Internacional (TPI), não
vamos nos ater a explicações técnicas e jurídicas. Para obter explicações técnicas e
jurídicas mais detalhadas de como se dá a atuação do TPI, recomenda-se a leitura
dos trabalhos dos seguintes autores: Bechara (2004), Lewandoviski (2002) e
Nazareth (2019).
Como a disciplina que estamos estudando versa sobre a tutela ambiental, vamos
nos ater a estudar aos casos em que ocorreram crimes ambientais e que houve
a atuação do TPI para resolver os crimes ambientais ocorridos. Vamos, então,
estudar alguns casos de crimes ambientais que ocorreram e a ação da TPI.
Existem muitos crimes ambientais causados por conflitos de guerra e que são muito
comuns na história da humanidade. O autor Freeland (2005, pp. 125-128) realça a
importância da legislação ambiental existente na proteção do ambiente durante os
conflitos bélicos.
Em 1991, o presidente Sadam Hussein esmagou uma rebelião dos povos árabes
do pântano, habitantes da região dos grandes pântanos dos rios Tigre e Eufrates,
que haviam se rebelado contra ele. Além de deter a rebelião, Sadam ordenou
a construção de canais para drenar a água do rio Eufrates e secar os pântanos,
conforme nos relata uma reportagem da Folha, de 2003.
Isso serve para nos mostrar que nem mesmo as ações dos países membros do
TPI devem ficar impunes ou serem dispensadas de julgamento, mesmo que estas
ações ou crimes ambientais tenham sido cometidas com o intuito de dar fim aos
conflitos bélicos. Visto que nada justifica o cometimento de crimes ambientais,
independente do objetivo pelo qual esse crime foi cometido.
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Caso esse país não tenha julgado esse indivíduo ou que o julgamento não tenha
sido valoroso, mediante análise dos critérios objetivos para estabelecer essa
classificação, o TPI poderá avocar para si a investigação desse crime internacional.
» crime de genocídio;
» crimes de gerra;
» crimes de agressão.
Sendo que o crime de agressão não foi definido mediante a criação do Estatuto
de Roma, mas passou a ter uma definição na primeira revisão do TPI, no ano de
2010. Ainda assim, é importante frisar o que é a agressão, que na realidade é a
violação da Carta das Nações Unidas, quando é utilizada a força para invadir ou
ocupar um outro território.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
Essas são as quatro categorias dos crimes internacionais que o TPI pode
investigar, julgar e processar. Mas quando e quem poderá iniciar essas
investigações?
Além disso, é importante falar sobre o papel do procurador do TPI, que irá
avaliar o juízo de admissibilidade de cada caso, verificando, então, se um
Estado está julgando, não está julgando ou está realizando o julgamento de
modo equivocado, para, então, avocar essa demanda para o TPI.
16
FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
No que tange à diferença desse tribunal e outros é que no TPI julgam-se pessoas
maiores de 18 (dezoito) anos, que tenham cometido crimes internacionais, os
crimes mais graves.
Por outro lado, a Corte Internacional de Justiça, que também possui sede em
Haia, é o órgão judiciário das Nações Unidas e tem como competência apreciar
as divergências de um Estado com relação a outro, não a pessoas, a nível criminal
(MIGALHAS, 2010).
17
UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
Além disso, pode-se notar que o Estatuto de Roma dispõe de impactos mais
rígidos em relação ao descumprimento legal, incluindo, também, a viabilidade
da aplicação de multas, supressão de produtos, bens ou haveres frutos de atos
criminosos.
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
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CAPÍTULO 2
O dever de um meio ambiente
saudável – garantia constitucional
20
FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
No caput do artigo 225 da CF, traz que “todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado”, a palavra ‘todos’ corresponde a todos e se reporta
a todos os seres humanos. Trazendo assim, duas teorias em relação aos seres
humanos:
» a ecocêntrica e
» a antropocêntrica.
Ainda nesse caput, é trazida a frase “bem de uso comum do povo”, que traz
que o meio ambiente é de responsabilidade social. Dessa forma, ainda que o
indivíduo tenha uma propriedade e essa seja particular, é necessário que exista
a reponsabilidade social dele para com esse bem, tendo em vista que se aquela
propriedade estiver equilibrada, ela estará fornecendo serviços ambientais para
o planeta e toda humanidade.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão
ser instaladas (art. 225, § 6 o); para fins do disposto na parte final do inciso
VII do § 1 o deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que
utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1 o do
art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial
integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por
lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos (art. 225, § 7 o).
Esses instrumentos são a forma que a legislação ambiental encontrou para estudar
os impactos ambientais causados pelas atividades econômicas com potencial
poluidor. Além disso, esses instrumentos deixam por escrito uma espécie de
inventário ambiental para as gerações futuras. As gerações futuras têm o direito de
saber como as atividades econômicas estão impactando o meio ambiente em que
vivem.
Uma última consideração a ser feita aqui é sobre as penas previstas no legislação
ambiental brasileira. Trata-se de penas muito brandas, na maior parte dos crimes
ambientais são aplicadas penas menores que 2 anos e o crimonoso ambiental se vê
encorajado a cometer os crimes várias vezes, pois muitas vezes pode recorrer das
penas ou pagar multas ambientais.
A igualdade ambiental
A igualdade ambiental é permitir que todos os indivíduos possam ter um bom
convivío com a natureza, sem privilégios. Significa que, independe da cor da pele,
da classe social, status ou religião.
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Utilizando o exemplo urbano, quando se tem uma parte da população que vive
ao lado de um “lixão”, esses indivíduos acabam sendo mais impactados do que os
indivíduos que estão mais afastados dessa região. O dano ambiental é distribuído
de maneira diferente nos espaços, restando como injustiça ambiental essa
disparidade.
23
UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
Fonte: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/desastre-ambiental-em-mariana/noticia/processos-e-acordos-marcam-30-
meses-do-desastre-da-barragem-de-mariana.ghtml.
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Faz-se imprescindível que as pessoas compreendam que são parte desse espaço,
que compõe integralmente o meio ambiente. Assim, além da preservação, que é o
primeiro ato que todos os cidadãos devem executar, apresenta-se como proposta
principalmente em comunidades periféricas e bairros com pouca arborização, a
plantação de árvores frutíferas, desde que permitadas pela prefeitura local.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
» Preserve as árvores.
» Economize água.
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CAPÍTULO 3
Ação popular o alcance (autor/réu)
27
UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
O leitor deve ter em mente que o meio ambiente lesado não se restringe
ao natural, podendo haver a propositura de ação popular na defesa do meio
ambiente artificial (cidades), digital (invasão de espaço virtual sem autorização),
paisagístico e histórico.
A referida ação foi proposta por um cidadão do Estado de Minas Gerais, que
tinha o objeto de reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de
mineração no município da Brumadinho/MG, perpetrado pela Vale S/A.
O pedido não fica restrito apenas a uma tutela repressiva, mas também, é
possível a busca de uma solução judicial para impedir que o ato aconteça
(tutela preventiva). O cidadão não ficará restrito aos atos comissivos do agente
poluidor do meio ambiental, podendo impugnar atos omissivos, como ocorreu
no julgamento do Recurso Especial n o 889.766/SP, em 4 de outubro de 2007:
28
FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Perceba que a ação popular tinha por objeto um ato lesivo omissivo do Estado
de São Paulo e a indenização pelos danos causados. A referida ação foi julgada
procedente, sendo mantida essa condição até os tribunais superiores.
Naquele processo, a tutela judicial ambiental está sendo exercida por um particular
contra a municipalidade de Teresópolis, na defesa de direitos transindividuais.
Diferentemente da ação pública que possui um número restrito de legitimados,
aqui, qualquer cidadão é parte legítima ativa, sendo desnecessário demonstrar
interesse direto.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
O autor juntou uma certidão emitida pela Justiça Eleitoral, com a finalidade de
comprovar a regularidade dos seus direitos políticos, nos termos da parte final do
§ 3o do art. 1o da LAP:
Fonte: http://www4.tjrj.jus.br/consultaProcessoWebV2/consultaMov.do?v=2&numProcesso=2019.061.007358-7&acessoIP=intern
et&tipoUsuario=.
Inclui-se na legitimação passiva a autoridade que não aprovou, mas ratificou o ato
de outra autoridade, assim como quem deu oportunidade à lesão, ainda que por
omissão.
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
» a moralidade administrativa;
» o meio ambiente;
» entre outros.
São considerados cidadãos, para esses fins, todos os indivíduos que estão
na plenitude dos seus direitos políticos, devendo ser comprovado com
documentos mediante a petição inicial. Assim, a comprovação é realizada
mediante juntada do título eleitoral, bem como comprovante de votação
das últimas eleições.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Segundo o seu artigo 1o, o objeto de tutela é o meio ambiente, direitos e bens de
valor artístico, histórico, estético e paisagístico, consumidor, infração da ordem
econômica, infração da ordem urbanística, patrimônio público e social, honra e
dignidade de grupos religiosos, raciais e qualquer outro direito difuso ou coletivo.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
Como exemplo, quando o operador de direito verificar que se trata de uma tutela
ambiental do patrimônio histórico-cultural, como o Pelourinho, na cidade de
Salvador/BA, deverá fundamentar a sua petição inicial com os incisos III e VIII
do art. 1 o da Lei n o 7.347/1985.
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Dessa forma, o meio ambiente não fica restrito à esfera natural, podendo a proteção
constitucional se estender para o ambiente artificial, cultural, histórico, paisagístico,
meio ambiente do trabalho e até mesmo o meio ambiente virtual.
Legitimação ativa
Pois bem, ultrapassada essa questão do objeto da ação civil pública, torna-se
importante o leitor saber quais seriam os legitimados para o ajuizamento dessa
respectiva ação. O rol do art. 5o da Lei no 7.347/1985 possui 5 (cinco) diferente
categorias de detentores do poder de propositura.
Dessa forma:
I – o Ministério Público;
II – a Defensoria Pública;
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Para que uma associação possa propor uma ação civil pública tutelando o meio
ambiente, essa deve ter sido criada há pelo menos 1 (um) ano, assim como deve
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
Por exemplo, para que a população de Brumadinho/MG possa propor uma ação
civil pública tutelando direitos coletivos relacionados ao meio ambiente, deve
ter em seu ato de constituição que uma das finalidades daquela associação é
a tutela do meio ambiente e contra danos causados pela mineração na região,
assim como tenha pelo menos 1 (um) ano da sua constituição.
Realizando-se uma análise do artigo 5o, percebe-se que a legitimação ativa para a
propositura da ação civil pública é concorrente e disjuntiva. Concorrente porque
admite que diversas autoridades ajuizem tal instrumento de tutela ambiental,
enquanto a característica disjuntiva se deve ao fato de não haver a necessidade dos
legitimados estarem no polo ativo de forma conjunta.
40
FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Art. 5o [...]
Portanto, mesmo que determinado indivíduo não tenha a legitimação para a tutela
ambiental coletiva em sentido amplo, poderá provocar os órgãos públicos, a fim de
obter uma provocação do Poder Judiciário.
Legitimidade passiva
Para o estudo da legitimação passiva, o aluno deve ter em mente o regramento do
sujeito responsável pelo dano causado, que pode ser uma pessoa física, jurídica,
pública ou privada, desde que possua a responsabilidade pelo evento danoso.
Essa análise deve partir de uma cognição sistemática, pois a Lei n o 7.347/1985
não informa de forma expressa e aprofundada quais seriam essas pessoas. Toda
a pesquisa deve partir das leis especiais que tratam pontualmente do dano ao
meio ambiente enfrentado pelo operador de direito.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
Art. 4o [...]
A análise sempre deve partir dos fatos e do direito material, para verificar quem
possui a obrigação civil de reparar o dano. Afirma-se isso, pois, em diversos casos
de poluição, não só a pessoa jurídica privada que executa a atividade poluidora é a
única responsável.
Observe-se que não só pessoas físicas e jurídicas foram inclusas no polo passivo,
mas também a municipalidade local e depois houve a inclusão da própria União,
em razão da sua responsabilidade de fiscalização do bem tratado.
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Competência
O artigo 2o da Lei no 7.347/1985 estabelece a regra da competência do orgão
jurisdicional que irá processar e julgar a demanda proposta, nos seguintes termos:
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
O conceito de propositura vem determinado pelo art. 312 do CPC, que estabelece
que a proposição de uma ação ocorre quando a petição inicial for protocolada, na
forma do art. 240 do CPC.
É importante que o aluno saiba que a ocorrência do dano regional ou nacional atrai
a incidência da norma contida no inciso II do art. 93 da Lei no 8.078/1990, que
determina a competência do foro da capital, nesses casos:
[...]
A Segunda Turma do STJ já enfrentou uma questão levada pela via recursal,
em que houvera a criação de um parque nacional envolvendo dois estados e
nove municípios. A ação civil pública originária da primeira instência teria sido
proposta em um dos municípios envolvidos no dano causado.
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Por conseguinte, como esses alunos futuros eram indivíduos não conhecidos ou
não individualizados, a tutela se tratou da defesa de um direito difuso, pois não
45
UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
A referida relação desse grupo/categoria também pode ser com a parte contrária.
Como exemplo, quando um dano ambiental ocorrido em uma região de mangue na
praia de Carneiros/PE, por determinada empresa de transporte de combustível,
em que torna a atividade de pesca local impraticável.
Art. 5o [...]
V - [...]
A relação entre os pescadores está ligada por uma situação jurídica básica (a pesca
em Carneiros). Portanto, a poluição do local da pesca por agente de transporte de
combustível prejudicará as suas atividades de forma indivisível.
Por fim, o direito individual homogêneo está previsto no inciso III do art. 81 da
Lei no 8.078/1990, sendo definido pelo legislador como: “interesses ou direitos
individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum”.
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Logo, decorre de um bem jurídico que foi lesado e titularizado por um grupo
determinável ou detemrinado, tendo a característica de coletivo apenas formal
para fins de proteção e tutela no ordenamento jurídico brasileiro.
Pode ser que determinado evento possua as três espécies ao mesmo tempo.
Para saber isso, basta observar uma situação que comprometa as atividades
desenvolvidas por um grupo e, ao mesmo tempo, a geração futura (indeterminada).
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Por diversas vezes, o operador de direito se depara com uma norma legal vigente
que está em desacordo com a Constituição Federal. Quando isso ocorre, é
importante que haja a percepção antes do ajuizamento da ação, a fim de que
na petição inicial da ação civil pública seja elaborada de forma a impugnar a
constitucionalidade da norma em questão.
De acordo com o art. 4o da LAcp, poderá o pedido ser preventivo, com a finalidade
de obstar o risco iminente da ocorrência do dano ambiental e minerário. Por
exemplo, se o Ministério Público for provocado por um determinado cidadão
que trabalha em empresa de mineração. Se o referido empregado demonstrar
de forma concreta que ocorrerá um derramamento de dejeitos (dejetos +
rejeitos) da mineração que atingirá determinado município das redondezas, o
49
UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
Ministério Público poderá ajuizar uma ação civil pública com pedido de tutela
antecipada, com base no risco iminente da ocorrência de um dano irreversível.
I – ao meio-ambiente;
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FUNDAMENTO JURÍDICO │ UNIDADE I
Vale ressaltar que a Ação Civil Pública não pode ser utilizada para: interesses
disponíveis; direitos disponíveis e interesses propriamente privados.
» Defensoria Pública;
» entes federativos;
» autarquias;
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UNIDADE I │ FUNDAMENTO JURÍDICO
» fundações;
» empresas públicas;
Ainda, a Lei de no 7.347/1985 abrange esse rol para associações com mais
de um ano que possuam entre as suas finalidades os mesmos propósitos
dispostos na referida, como, por exemplo:
» entre outros.
52
DIREITO PENAL UNIDADE II
AMBIENTAL
CAPÍTULO 1
Desenvolvimento sustentável.
Dogmática penal ambiental. Princípios
fundamentais do direito penal do
ambiente. O bem jurídico ambiente e o
direito comparado. Delitos ambientais.
Desenvolvimento sustentável
A intervenção do Estado sobre o domínio econômico em prol da sustentabilidade
e do desenvolvimento sustentável é estabelecido pelo artigo 174. Com base
nesse último artigo, o governo deverá ser um agente normativo, fiscalizador,
incentivador e executor do planejamento para garantir o desenvolvimento
sustentável.
53
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
Fonte: http://www.institutopuruna.com.br/ods-onu/.
Aqui não serão abordados o tópicos do Direito Ambiental. Para que você aprenda
mais sobre esse tema, há uma vasta literatura a ser consultada. A legislação
ambiental mais recente em vigor pode ser estudada nos trabalhos dos autores
Thomé (2019) e Mekhitarian (2019).
Vamos nos ater às normas que criam o Sistema de Gestão Ambiental nas
empresas brasileiras, pois as essas são produto da pressão e rigidez que o
Direito Ambiental Brasileiro exerce sobre as empresas por meio das legislações
municipais, estaduais e federais.
54
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
Aqui abordaremos brevemente a família de normas ISO 14000, que são as normas
que permitem a implementação de um sistema de gestão ambiental pelas empresas
brasileiras. Essas normas são internacionalmente aceitas e muito utilizadas no
Brasil. Veja o quadro abaixo sobre as famílias de normas ISO 14000.
Norma Especificação
ISO 14000 Contexto histórico do desevolvimento da norma ISO. Início da família de normas.
Sistema de Gestão Ambiental. Contém especificações para implantação e guia para o estabelecimento,
ISO 14001
manutenção e avaliação de um sistema de gestão ambiental.
ISO 14004 Sistema de Gestão. Diretrizes gerais.
ISO 14010 Execução de auditorias. Diretrizes gerais.
ISO 14011 Auditorias. Procedimentos para planejamento e execução.
ISO 14012 Auditores. Critérios de qualificação desses executores de auditoriais.
ISO 14020 Rótulos e declarações ambientais. Princípios básicos.
ISO 14021 Autodeclarações ambientais. Termos e definições (rotulagem ambiental).
ISO 14022 Determinação da simbologia para rótulos.
ISO 14023 Rotulagem ambiental. Testes e metodologias de verificações.
ISO 14024 Guias para análises multicriteriais.
ISO 14031 Diretrizes para avaliação de performance ou desemplenho ambiental.
ISO 14032 Avaliação do desempenho ambiental.
ISO 14040 Princípios gerais e requisitos para esclarecer a avaliação do ciclo de vida.
ISO 14041 Inventário para demonstração e análise do ciclo de vida.
ISO 14042 Análise de impactos ambientais.
ISO 14043 Migração dos impactos ambientais, com avaliação do ciclo de vida.
Fonte: Neumann, 2010, p. 43.
55
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
O Estado faz isso por meio do Poder de Polícia do Direito Ambiental. Segundo
as autoras Oliveira e Fernandes (2018, p. 1), é o elemento realizador do direito
fundamental ao ambiente ecologicamente equilibrado. Sobre o Poder de Polícia do
Direito Ambiental, as autoras ainda nos dão a seguinte explicação:
O Direito Ambiental tem o papel de polícia para poder fazer com que todas
as pessoas usufruam do direito de viver em um ambiente ecologicamente
equilibrado. Por meio da ação do poder de polícia, os órgãos fiscalizadores do
Direito Ambiental fazem com as empresas possam cumprir com todas as suas
obrigações ambientais e também as penalidades para os crimes ambientais.
56
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
Ainda nesse caput, é trazida a frase “bem de uso comum do povo”, que traz
que o meio ambiente é de responsabilidade social. Dessa forma, ainda que o
indivíduo tenha uma propriedade e essa seja particular, é necessário que exista a
reponsabilidade social desse indivíduo para com esse bem, tendo em vista que se
aquela propriedade estiver equilibrada ela estará fornecendo serviços ambientais
para o planeta e toda humanidade.
Delitos ambientais
Os crimes ambientais, inclusive os causados pela mineração, são descritos pelo
Direito Ambiental. A lei sobre crimes ambientais é a conhecida Lei no 9.605, de 12
de fevereiro de 1998. Vejamos abaixo os crimes e suas classificações.
O ato de pescar é definido pelo art. 36. O art. 37 é incumbido de definir o que
não é considerado como sendo crime de abate animal pela referida lei. Para esses
crimes citados anteriormente, a pena prevista em lei é de 1 a 3 anos, e multa.
57
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
O art. 53 versa sobre os casos onde deverá haver o aumento da pena nos delitos
contra a flora. É interessante mencionar que o rol de crimes contra a flora é muito
maior do que os crimes ambientais contra a fauna, que estudamos no capítulo
anterior.
Esse artigo explica os casos em que os crimes ambientais cometidos contra a flora
terão a sua pena aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço). As explicações
detalhadas sobre cada caso em que o crime ambiental contra a flora terá a sua
pena aumentada podem ser vistas no trabalho dos seguintes autores: Steigleder
(2013, pp. 220-224) e Gomes e Maciel (2015, pp. 232-237). Recomenda-se que
você estude as explicações sobre cada item para que possa inteirar-se sobre o
assunto.
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DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
(art. 55), contaminar o meio ambiente por meio de uso de substância tóxica
(art. 56), instalação de estabelecimentos poluidores (art. 60), disseminação de
doenças ou pragas (art. 61), causar a destruição de bem protegido por lei (art. 62)
e alterar a estrutura de edificação protegida por lei (art. 63).
O art. 58 versa sobre os casos onde deverá haver o aumento da pena nos crimes
de poluição.
Recomenda-se que você estude as explicações sobre cada item para que possa
inteirar-se sobre o assunto.
Crimes de mineração
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UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
Cumpre salientar que, para cada um dos três tipos de crimes ambientais estudados
anteriormente, a mineração pode estar cometendo um ou mais crimes ambientais
dentro da classe de crime ambiental descrita na lei.
44 Extrair espécies minerais das florestas. Pena de detenção de seis meses a um ano
45 Corte de madeiras e comercialização ilegal. A pena é de 1 a 2 anos de reclusão, e multa.
48 Atentar contra a vegetação. 6 meses a 1 ano de detenção, e multa.
49 Atentar contra plantas de ornamentação. 3 meses a 1 ano de detenção, ou multa.
50 Atentar contra vegetação a ser objeto de preservação.. Detenção de 3 meses a um ano, e aplicação de multa.
60
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
» reciclagem;
» reutilização de produtos;
» entre outros.
61
CAPÍTULO 2
Biossegurança e direito penal.
Pedagogia do direito penal em matéria
ambiental. Processualística em matéria
ambiental.
A biossegurança
A biossegurança relaciona-se com o meio ambiente, bem como a prevenção e
proteção deste sobre os impactos das atividades humanas. O ponto de partida para
discussão desse assunto é o entendimento de que o indivíduo é parte integrante da
natureza, significa que toda pessoa necessita de um ambiente saudável para sua
sobrevivência.
Nesse sentido, pode-se afirmar que qualquer dano causado ao meio ambiente
provoca necessariamente danos à saúde pública, razão pela qual, todos os seres
humanos devem desenvolver e realizar as suas atividades cumprindo legalmente
as normas estabelecidas e respeitando o meio ambiente.
Dessa forma, a biossegurança surge como uma aliança das novas tecnologias e
o princípio ambiental da precaução, já que diante da iminência de riscos à saúde
humana ou ao meio ambiente, ainda que não comprovados, deve-se tomar medidas
acautelatórias.
A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei no 12.305/2010, foi criada com
o objetivo de fornecer instrumentos ao enfrentamento dos principais problemas
ambientais decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos, que porventura
podem contaminar os solos, rios e transmitir doenças.
62
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
Essa lei tem como proposta a prática de atos de consumo sustentável que possam
propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização de resíduos sólidos, bem como
a manipulação adequada dos rejeitos que devem ser destinados, vez que podem ser
considerados resíduos sólidos, mas não podem ser reciclados ou reutilizados.
Dessa forma, deve-se reiterar três pontos essenciais para construção de cidadãos
conscientes, sendo esses:
63
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
Dessa forma, são estabelecidas as espécies nesse sentido, de modo que podem ser:
difusa, coletiva stricto sensu ou individual homogêneo.
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DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
O bem ambiental, embora difuso, poderá ser requerido das três formas
apresentadas no processo coletivo – difuso, coletivo e individual homogêneo –,
não impedindo que esse bem ambiental seja protegido das três formas, podendo
ser dado de um mesmo fato e mesmo dano ambiental. Viabilizando, assim, a
proteção do meio ambiente por meio de um dos três interesses.
65
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
Vale ressaltar que você estudará de modo mais amplo sobre princípios no
Capítulo 3 da Unidade III, então, inicialmente, permita-se refletir sobre as
informações aqui relacionadas.
66
CAPÍTULO 3
Crises ambientais e direito
ambiental: papel do estado e dos
empreendedores na busca por
soluções
Crises ambientais
67
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
Além disso, nos últimos anos, o Brasil se tornou palco de grandes desastres
ambientais por inobservância Estatal e a ganância das grandes empresas e
mineradoras, tendo como consequência a morte de inúmeros indivíduos.
O tema abordado aqui será o poder de polícia do Direito Ambiental, para poder
entender do que ele se trata. Segundo Da Costa (2010, p. 13), deve-se partir de três
aspectos:
68
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
Retomando ao que aprendemos nos capítulos anteriores, vimos que o artigo 225
da Constituição Federal diz que temos o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado por meio dos seguintes dizeres – todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (art. 225).
As polícias ambientais foram criadas para garantir que o cidadão possa usufruir do
direito a um ambiente ecologicamente saudável, como previsto na lei, conforme
enfatizado por Da Costa (2010, p.13) e Victor e Costa (2018, p. 4).
Victor e Costa (2018, p. 5) ainda nos exemplificam quais medidas que os policiais
ambientais podem tomar no execício de suas funções:
» Destruir produtos.
» Entre outros.
Mas é do conhecimento geral que existem três tipos de polícia no Brasil: a Polícia
Militar, a Polícia Civil e a Polícia Federal. Também se sabe que a legislação
ambiental abrange as esferas municipal, estadual e federal. Então, como se dá a
atuação da polícia nessas esferas? Qual é o papel de cada um dos três tipos de
polícias existentes?
Vamos começar pela Polícia Militar. Segundo Leal e Pietrafesa (2008, p. 887),
a Polícia Militar (PM) exerce o papel de polícia administrativa. Para isso, a PM
impõe multas aos infratores, usando os dispositivos que estão previstos nas
legislações ou constituições estaduais.
O que seria esse conceito de poder de polícia? Para quem não é da área do Direito
é algo meio abstrato de se compreender. Então, vamos dar uma breve definição
para que quem é leigo possa compreender esse conceito.
70
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
Então, com base no conceito acima, podemos dizer que as Polícias Militar, Civil
e Federal atuam com o intuito de disciplinar ou limitar os direitos individuais do
cidadão e também disciplinar a produção das empresas e a atuação do mercado,
simplesmente com o intuito de se fazer cumprir a legislação ambiental. As
atividades da polícia ambiental visam à garantia da tranquilidade pública, à
permissão de que as empresas realizem suas atividades em conformidade com a
concessão ou autorização do poder público.
É claro que as polícias trabalham em conjunto para que seja viável a implatanção
da legislação ambiental. Leal e Pietrafesa (2007, p. 11) elucidam que são cada vez
mais comuns as operações conjuntas programadas com a Polícia Civil, a Polícia
Miltar e os órgãos do meio ambiente, como, por exemplo, o Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).
71
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
Matos e De Oliveira (2019, p. 8) esclarecem que a polícia militar goiana faz uso de
ferramentas tecnológicas avançadas para o combate ao crime de tráfico de animais.
Essas ferramentas são: ferramentas de análise criminal, georreferenciamento,
monitoramento de ações operacionais e sociais integradas e de inteligência e de
integração de um banco de dados.
Vê-se que há uma integração entre as Polícias Militar e Civil para combater de
forma eficaz a criminalidade ambiental em Goiás.
Veja a seguir o exemplo da atuação da Polícia Militar goiana que nos é dado por
Matos e De Oliveira (2019, p. 9):
72
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
Não nos estenderemos mais com exemplos, apesar desse assunto ser interessante
de ser estudado. O objetivo deste capítulo é explicar a importância da atuação da
polícia no Direito Ambiental de forma a garantir o equílibrio do meio ambiente
como direito fundamental a todo cidadão brasileiro.
Cabe a você estudar mais sobre os casos de sucesso ou até mesmo os casos de
insucesso da polícia no cumprimento das leis ambientais brasileiras. Trata-se de
um assunto importante e com vasta literatura científica publicada sobre ele.
Por meio do artigo 1o dessa lei, foi criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente
(Sisnama) e foi instituído o Cadastro de Defesa Ambiental. O artigo 2o dessa lei
criou o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
II – o zoneamento ambiental;
73
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
» zoneamento ambiental;
» licenciamento ambiental.
74
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
Além disso, o autor acrescenta que a atividade da empresa pode ter interferência
na estrutura do meio ambiente, por isso, essa atividade empreendedora deverá
ser realizado em conformidade com os objetivos que se encontram na Política
Nacional do Meio Ambiente, definidos pela Lei n o 6938, de 31 de agosto de 1981.
75
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
76
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
apresentar o EIA. O artigo 2 o dessa resolução, por meio do seu item IX, define
que a atividade de extração de minério deverá apresentar o EIA.
77
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
Bem, finalizamos este capítulo por aqui e recomendo que você estude os seguintes
relatórios de EIA-Rima:
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DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
De acordo com a referida lei, para que pessoas jurídicas sejam resposabilizadas
por crime ambiental, é necessário que se observe o preenchimento de dois
requisitos de forma cumulativa: é preciso que a infração penal tenha sido
cometida pelo representante legal, ou contratual, ou também por decisão do
colegiado da pessoa jurídica; e que a infração penal seja cometida no interesse
ou benefício da entidade.
Nesse sentido, o Ministério Público não poderia oferecer a denúncia apenas contra a
pessoa jurídica, devendo identificar obrigatoriamente as pessoas físicas que tenham
participado do delito.
É isso que defende a teoria da dupla imputação, assim, é condição necessária que
exista a denúncia e condenação para ambos, pessoa física e pessoa jurídica.
Vale ressaltar que o STJ, durante muito tempo, adotou a teoria da dupla imputação,
mesmo no ano de 2013, o STF tendo se manifestado pelo tema, não acatando o
entendimento do STJ. Para saber mais sobre o entendimento do STF, estude o RE
548.181/PR.
» fortalecimento do comprometimento;
80
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
Compliance ambiental
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UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
» operadores logísticos;
» fábricas;
» empresas;
» diversos fornecedores;
» entre outros.
Assim, torna-se cada vez mais viável a gestão de uma plataforma que une geradores e
seus diversos fornecedores, sejam esses transpotadores, gerenciadores de resíduos
e os destinatários finais, bem como:
» todas as licenças;
» certificados finais;
82
DIREITO PENAL AMBIENTAL │ UNIDADE II
Desse modo, como forma de exemplificar o que foi dito acima, os frigoríficos
brasileiros precisam garantir para os seus compradores do exterior que as fazendas
que repassaram o produto seguem a compliance. Os bancos devem certificar que
estão financiando produtores que estão seguindo a compliance.
Fonte: https://jonyrio.jusbrasil.com.br/artigos/514454399/compliance-ambiental-como-metodo-prolifico-para-a-
sustentabilidade-empresarial.
83
UNIDADE II │ DIREITO PENAL AMBIENTAL
84
TUTELA JUDICIAL I UNIDADE III
CAPÍTULO 1
A tutela processual diferenciada
em sede ambiental e o direito ao
desenvolvimento sustentável
Compensação ambiental
A compensação ambiental é um dos mais importantes instrumentos utilizados
para defesa e preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações,
sendo gizada no artigo 36 da Lei n o 9.985/2000.
85
UNIDADE III │ TUTELA JUDICIAL I
86
TUTELA JUDICIAL I │ UNIDADE III
Os danos ambientais que deverão ser ressarcidos pelo particular, por meio da
recuperação do meio ambiente ou do pagamento de alguma indenização, se
fundamenta no princípio do poluidor pagador.
Insta salientar que o STF entendeu inconstitucional a parte do texto legal que diz
que o percentual não pode ser inferior à ½% (meio por cento) dos custos totais para
implementação do empreendimento ou da atividade.
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UNIDADE III │ TUTELA JUDICIAL I
Hoje, usar a expressão ‘desenvolvimento sustentável’ está na moda, mas ela não
é atual como se pensa. Na década de 1990, Baroni (1992, p. 16) já chamava
atenção para o modismo de se usar a expressão ‘desenvovimento sustentável’
sem ao menos compreender o que ela significa.
Essa definição é extremamente vaga e abstrata. Montibeller Filho (1993, p. 135) nos
fornece a seguinte definição de desenvolvimento sustentável:
A definição dada pelo Montibeller Filho (1993, p. 135) é mais clara e concisa do que
a definição dada por Baroni (1992, p. 16), mas devemos considerar que o contexto
histórico e econômico, há quase 30 anos, era completamente diferente do contexto
histórico-econômico atual.
88
TUTELA JUDICIAL I │ UNIDADE III
Essa definição de Chipondo (2018) foi a definição menos técnica e mais concreta
que se pode encontrar na literatura sobre o desenvolvimento sustentável. Essa
definição levou em conta a desigualdade social entre países pobres e ricos. E
também levou em consideração a grande desigualdade social existente nos países.
Uma interessante coloção é feita por Molina (2019, p. 85), segundo a autora, o
desenvolvimento sustentável é essencial à continuidade da vida humana, e a sua
abrangência nas esferas social, política, ambiental e econômica, fez emergir a
necessidade de elaboração de indicadores que são capazes de mensurar quanto os
países estão sendo sustentáveis, e por meio da análises desses índices, é possível
implementar políticas com o objetivo de manter a sustentabilidade.
89
UNIDADE III │ TUTELA JUDICIAL I
Além disso, esses instrumentos deixam por escrito uma espécie de inventário
ambiental para as gerações futuras. As gerações futuras têm o direito de saber como
as atividades econômicas estão impactando o meio ambiente em que vivem.
Terminamos esse capítulo por aqui, e deixamos para que você reflita sobre o
que foi aprendido, com base nos estudos mais aprofundados sobre a legislação
ambiental e sobre os crimes minerários mais recorrentes, e propor as soluções
para que desastres ambientais possam sempre ser evitados e que se garanta a
sobrevivência de uma atividade econômica tão importante, quanto é a mineração,
para o desenvolvimento econômico sustentável da economia brasileira.
De que forma ele se dá e como se tornou usual com o passar dos anos?
90
TUTELA JUDICIAL I │ UNIDADE III
» a proteção ambiental;
» a responsabilidade social;
» objetivos econômicos.
91
CAPÍTULO 2
As relações entre o princípio do
desenvolvimento sustentável, em
todas as suas dimensões, e as teorias
processuais
Assim, o ser humano está inserido em um ecossistema, o qual também deve ser
assegurado. Diante à necessidade de sobrevivência e grande exploração para
obtenção de lucros, os indivíduos exploram o ecossistema e suas ações reverberam
em ações negativas para as presentes e futuras gerações.
Ademais, cumpre salientar que não foi apenas no ano de 1972 que a ONU começou
a se preocupar em fixar uma espécie de política universal de proteção ao meio
ambiente, tendo em vista que no ano de 1987, por meio do Relatório Brundtland,
houve a necessidade da fixação do que seria ideal para um desenvolvimento
sustentável.
Insta salientar que as mudanças climáticas cada vez mais afetam o dia a dia de todos
os indivíduos, com reflexos que podem ofender a dignidade da pessoa humana.
É nesse cenário de proteção ao meio ambiente que o ano de 2015 ganha relevo
no cenário internacional, como um ano que fixou duas oportunidades, metas e
objetivos a serem seguidos por países, almejando a proteção do meio ambiente.
» o meio ambiente;
» a economia;
» o desenvolvimento.
93
UNIDADE III │ TUTELA JUDICIAL I
Dessa forma, o Brasil noticiou que faria a política de fiscalização para que no ano
de 2030 seja atingida a taxa 0 de desmatamento da Amazônia Legal. De acordo
com Elton Alisson (2019), outro objetivo proposto pelo país no cenário nacional
e internacional é o reflorestamento de 12.000.000 (doze milhões) de hectares das
florestas brasileiras que se somam aos esforços de atingir 45% (quarenta e cinco
por cento) da matriz energética brasileira com energia renovável e limpa.
Destarte, diante esses três objetivos apresentados pelo Brasil, almeja-se no ano de
2030 atingir a redução de até 43% (quarenta e três por cento) a emissão de gases
de efeito estufa, gases que promovem a alterção climática do nosso planeta.
94
TUTELA JUDICIAL I │ UNIDADE III
» econômica;
» social;
» ambiental;
» cultural.
95
CAPÍTULO 3
Correlação entre os princípios do
Direito Ambiental e os do Direito
Processual
O indivíduo só pode ter uma qualidade de vida sadia quando se tem um ambiente
ecologicamente equilibrado, salubre, devidamente propício ao convívio da natureza e
os seres vivos. Esse princípio é a matriz do Direito Ambiental, a partir dele é possível
interpretar os demais princípios.
96
TUTELA JUDICIAL I │ UNIDADE III
» não polua;
» não degrade;
» entre outros.
Princípio da prevenção
De modo que, o princípio da prevenção lida com um risco conhecido, um dano que
já ocorreu anteriormente, como uma atividade de garimpo, atividade minerária,
que implica em degradação ambiental, risco já conhecido por essas atividades
causarem significativos impactos negativos na natureza.
98
TUTELA JUDICIAL I │ UNIDADE III
Princípio da precaução
O princípio do poluidor pagador pode ser definido por uma frase que é a
“internalização das externalidades negativas” (RODRIGUES, 2005). Quando se é
utilizada a palavra internalização, refere-se aos processos produtivos, em relação
à palavra externalidade, coloca-se aquilo que está fora do processo produtivo,
vejamos:
99
UNIDADE III │ TUTELA JUDICIAL I
Exemplificando, existe uma fábrica que causou danos diretos à uma cidade por
se preocupar exclusivamente com o seu processo produtivo, emitindo gases na
atmosfera, resíduos sólidos ou ainda influentes no rio que passa naquela cidade.
Dessa forma, o princípio do poluidor pagador determina que aquele indivíduo que
desempenhar atividade econômica deve, dentro do seu custo de produção interno,
quantificar tudo que é denominado como externalidade negativa.
Colocando assim, dentro dos seus custos, os filtros para reduzir a emissão dos
gases, descartar corretamente os resíduos, tratar os influentes para que os outros
cidadãos e a natureza não arquem com os custos da atividade econômica desse
empreendedor ou empresa.
Diante nossos estudos, torna-se mais fácil identificar que existe sim uma
correlação entre o aquecimento global e os princípios do Direito Ambiental,
principalmente com os princípios da prevenção e da responsabilidade
intergeracional.
100
TUTELA JUDICIAL I │ UNIDADE III
A discussão sobre a proteção do meio ambiente aparece cada vez mais dentro da
perspectiva da sociedade global com considerável importância. Sendo necessário
então analisar os principais aspectos e dados da sociedade ao meio ambiente, tendo
em vista que o meio ambiente abarca toda a noção da vida e os seus fundamentos.
Dessa forma, o estudo e análise dos fundamentos do meio ambiente não têm
enfatiza apenas as ciências biológicas, sendo necessário o envolvimento das
ciências jurídicas no que diz respeito às questões relacionadas às estruturas
legais e formas de aplicação da preservação do meio ambiente.
É a partir disso que surge o Direito Ambiental, tomando forma e com objetivo da
maior preservação do meio ambiente e a melhoria da vida dos seres pertencentes a
esse meio.
Dessa forma, o Direito Ambiental compõe um ramo do direito que tem como
principal propósito regular e proteger o meio ambiente por meio de novos
mecanismos de adequação do Direito.
101
UNIDADE III │ TUTELA JUDICIAL I
Tutela de urgência
102
TUTELA JUDICIAL I │ UNIDADE III
Com base no artigo 300 do CPC, a tutela de urgência pode ser concedida
quando tiver elementos que indiquem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou risco ao resultado útil do processo.
Vale ressaltar o artigo 304 do CPC, que prevê a estabilização da tutela antecipada
caso a parte contrária não recorra. Para rever essa estabilização, a parte tem a
possibilidade de entrar com uma ação própria no prazo de dois anos.
Além disso, a tutela de evidência está prevista no artigo 311 do CPC. Nesse caso,
não é necessário demonstrar o perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo. Como o próprio nome da tutela aborda, a plausibilidade do direito é
evidente, podendo ser concedida em quatro hipóteses:
» Sendo bem específica, essa hipótese tem a ver com o pedido fundado
em prova documental que está relacionada a um contrato de depósito.
» Por fim, apresenta-se o caso da petição inicial que contém uma série
de documentos que atestam os fatos alegados pelo autor e que o réu
não conseguiu opor alguma prova que fosse capaz de gerar uma dúvida
razoável.
103
UNIDADE III │ TUTELA JUDICIAL I
Significa que, apesar das tutelas judiciais ambientais serem reconhecidas por
atuarem diretamente na reparação dos danos ambientais, é primazia garantir
a inexistência desses danos, impedindo que elas ocorram e destruam o meio
ambiente.
Dessa forma, a reparação deve garantir e ser feita para que o meio ambiente esteja
in natura, não sendo possível, o individuo pagar ao poder público para que seja
realizada a devida compensação. A compensação se faz quando não é possível
restabelecer o estado ambiental anterior, sendo, então, uma indenização pelos
danos causados (GENEROSO, 2006).
104
TUTELA JUDICIAL – UNIDADE IV
PRERROGATIVAS
CAPÍTULO 1
Tutela jurisdicional coletiva e condições
de ação no processo coletivo
A proteção desses direitos não pode ser estabelecida apenas para um indivíduo,
tendo em vista que esse buscará a resolução e proteção a uma lesão de modo
individual, nem somente ao ente público, porque não estaria garantindo a
efetividade dessa proteção.
Assim, pode-se afirmar que a discussão desses direitos precede a discussão dos
direitos ambientais. Dessa forma, o direito comparado propõe:
105
UNIDADE IV │ TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS
Condições da ação
No Brasil, a primeira lei que revoluciona de alguma maneira a ação judiciária
voltada para uma perspectiva individual liberal, que foi a Lei da Ação Popular,
Lei n o 4.717, de 29 de junho de 1965.
106
TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS │ UNIDADE IV
Depois da Lei da Ação Popular, foi gizada a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981,
que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências.
I – ao meio-ambiente;
II – ao consumidor;
VI – à ordem urbanística;
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular
pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de
natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente
determinados.
107
UNIDADE IV │ TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS
Na ocasião, ainda no ano de 1985, essa Lei sofreu um veto presidencial. Inicialmente
ela vem com o texto assegurando o meio ambiente, o consumidor, o patrimônio
histórico cultural e gizava um dispositivo que dizia “e qualquer outro interesse
difuso e coletivo”.
A intenção do legislador era informar que não seriam apenas os diretos ali
taxados que estariam garantidos, mas qualquer direito entendido como difuso
ou coletivo, mas sofreu veto e o campo de atuação da Ação Civil Pública, em
1985, ficou restrito aos direitos estabelecidos no artigo 1 o.
Dessa forma, é garantido o direito de ação sempre que algum direito seja lesado
ou ameaçado. E qual direito a CF aborda? O direito individual e coletivo. Assim, a
própria Constituição reconhece a existência dessas novas garantias.
108
CAPÍTULO 2
Ônus de prova em processos
ambientais e o dilema do “estado da
ciência”
Significa que, caso as provas apresentadas nos processos coletivos não forem
suficientes não se opera a coisa julgada. Assim, nova ação poderá ser ingressada
com o mesmo fundamento, valendo-se de novas provas.
Ônus da prova
Em uma relação processual é muito comum que surjam vários fatos controvertidos
que necessitem de provas para o juiz estar apto a julgar o processo. No Código
de Processo Civil, em seu artigo 373, é gizado o que se chama de distribuição
estática do ônus da prova.
Além disso,
109
UNIDADE IV │ TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS
Assim, o próprio CPC diz que cabe ao próprio autor da ação comprovar os fatos
constitutivos do seu direito, e ao réu a comprovação dos fatos modificativos,
extintivos ou impeditivos do direito do autor.
Dessa forma, pode-se afirmar que é findada a alegação de que o Ministério Público,
ao propor uma representação coletiva mediante ação judicial, deve antecipar os
honorários periciais. Vale ressaltar que a alegação apresentada vigorou por muito
tempo nas decisões do Superior Tribunal de Justiça, perdendo força por volta do
ano de 2016.
Além disso, no ano de 2018, mediante a Súmula n o 618, o STJ entendeu que a
inversão do ônus da prova aplica-se às ações de degradação ambiental, tendo
como referência a Súmula 618, CORTE ESPECIAL, julgada em 24/10/2018,
DJe 30/10/2018.
Em sua maioria, o polo passivo das ações ambientais são empresas de direito
privado, podendo ser pública e até mesmo pessoa física, identificada nesses
processos como poluidor direto.
O poluidor direto é aquele que causa danos por suas ações, já o poluidor indireto
é, na maioria das vezes, o poder público que não fiscalizou como deveria ter feito,
não realizando adequadamente a sua função de garantir a preservação do meio
ambiente.
111
UNIDADE IV │ TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS
112
CAPÍTULO 3
Liquidação do dano ambiental, a
execução dos títulos ambientais e a
coisa julgada ambiental
Para saber ainda mais, leia o RESP 578.797-RS, disponível em: https://stj.
jusbrasil.com.br/jurisprudencia/19374652/recurso-especial-resp-578797-
rs-2003-0162662-0/inteiro-teor-19374653?ref=juris-tabs.
Insta salientar, que a responsabilidade civil por dano ambiental é solidária, então,
diante uma ação coletiva, não existe obrigatoriedade de formação do litisconsórcio.
Assim, qualquer um dos possíveis autores de determinada ação coletiva na seara do
Direito Ambiental pode demandar os poluidores isoladamente ou em conjunto.
114
TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS │ UNIDADE IV
O referido termo, por motivos óbvios, não irá transacionar o direito material, até
porque a discussão estabelecida nessa unidade não se refere ao direito privado,
gizado nos moldes tradicionais.
A transação aqui referida irá exigir daquele indivíduo que pode poluir o meio
ambiente os seus devidos ajustes às exigências legais. Pode-se perceber que
essa transação está limitada aos interesses da coletividade, não sendo permitido
dispor essa exigência no Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental.
Coisa julgada
A Lei no 4.717/65 prevê em seu artigo 18 sobre a coisa julgada, de modo que
A coisa julgada será colocada para fora do processo, terá efeito erga omnes, que
tem efeito ou vale para todos os indivíduos. Ademais, a coisa julgada não terá
somente esse efeito, mas será um evento segundo probatione.
115
UNIDADE IV │ TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites
da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido
for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em
que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova.
116
TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS │ UNIDADE IV
Não deixe de absorver mais conhecimento sobre esse estudo. Boa reflexão!
A normatização constitucional
117
UNIDADE IV │ TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS
essencial para manutenção de uma sociedade com vida sadia, indispensável para
que os indivíduos tenham uma condição de existência favorável. Além de ser
responsabilidade do poder público e de toda sociedade.
Vejamos, a letra de lei não direciona de modo exclusivo para o poder público ou para
sociedade, mas de modo conjunto e coletivo. Ademais, é dever conjunto do poder
público e da sociedade defender e preservar o meio ambiente para a presente e para as
futuras gerações.
Podendo ser citado como exemplo o artigo 144, que trata sobre a segurança
pública, não como uma responsabilidade apenas da sociedade, mas um dever do
Estado e de responsabilidade de todos, da mesma forma que é instituída a relação
constitucional com o meio ambiente.
118
TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS │ UNIDADE IV
que versa sobre a educação como um direito de todos e dever do Estado, mas
também uma convocação dos cidadãos como um incentivo à participação da
sociedade de garantir o desenvolvimento da pessoa.
Ademais, o artigo 216 em seu §1o, concebe sobre a proteção do patrimônio cultural
brasileiro mediante uma colaboração da sociedade. Dessa forma, com alguns
exemplos ficou mais fácil evidenciar a relação dos deveres fundamentais.
Tendo em vista que cabe a toda coletividade a defesa e proteção do meio ambiente,
mas não tão somente à atual geração, mas também às gerações futuras, o que
reflete na modalidade de solidariedade intergeracional.
119
UNIDADE IV │ TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS
120
TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS │ UNIDADE IV
» a Mata Atlântica;
» a Serra do Mar;
» o Pantanal Mato-Grossense;
121
UNIDADE IV │ TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS
Nesse momento oportuno para mais uma reflexão, iremos resgatar o que
estudamos no Capítulo 2 da Unidade I, assim, já é superado o entendimento
de que é dever de todos os indivíduos garantir um meio ambiente saudável,
relembrando que isso independe da nossa vontade, é uma garantia
constitucional.
122
TUTELA JUDICIAL – PRERROGATIVAS │ UNIDADE IV
» Não jogue lixo pelas janelas dos carros, ônibus, ou até mesmo
quando você está andando pelas ruas. As bitucas de cigarros
jogadas acessas no chão podem provocar incêndios, que além de
perigosos, emitem muito carbono.
123
Referências
124
REFERÊNCIAS
125
REFERÊNCIAS
126
REFERÊNCIAS
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Editora, 2014. 507p. Disponível em http://www.editoraclassica.com.br/novo/
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