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Ambiental Internacional
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AQUECIMENTO GLOBAL................................................................... 9
CAPÍTULO 1
A TEORIA DE GAIA E O AQUECIMENTO GLOBAL........................................................................ 9
CAPÍTULO 2
DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL E CONSCIENTIZAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DO MEIO
AMBIENTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO............................................................................. 14
UNIDADE II
A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO.................................. 18
CAPÍTULO 1
ECONOMIA, ECOLOGIA E AQUECIMENTO GLOBAL................................................................. 18
CAPÍTULO 2
O AQUECIMENTO GLOBAL E PROTOCOLO DE KYOTO.............................................................. 21
CAPÍTULO 3
ANÁLISE DO PROTOCOLO DE KYOTO...................................................................................... 29
CAPÍTULO 4
RESULTADOS DA CONFERÊNCIA DE COPENHAGUE (COP-15)................................................... 36
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 39
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
6
Introdução
Os países em desenvolvimento, de acordo com a Convenção do Clima da Organização das Nações
Unidas (ONU), não são obrigados a adotarem metas. Porém, as nações industrializadas pressionam
os emergentes, grandes emissores de gases-estufa, para que, também apresentem objetivos
concretos. Segundo cientistas, um aumento de mais de 2°C na temperatura do Planeta será
desastroso – haverá mais temporal e maior desertificação. Por isso, é preciso reduzir as emissões de
gases-estufa – o principal deles é o CO2 – provocados pelas atividades humanas.
O Brasil, dando um bom exemplo de solidariedade global, levou para a Conferência do Clima de
Copenhague (COP15), realizada em dezembro de 2009, o compromisso de reduzir suas emissões de
gases que provocam o aquecimento global entre 36,1% e 38,9% em relação ao que o País emitiria
em 2020, se nada fosse feito.
A iniciativa brasileira surge do fato de que todas as nações sofreram os efeitos do aquecimento
global. Assim, os países em desenvolvimento como o Brasil, a China e a Índia devem assumir
compromissos concretos com a proteção da qualidade de vida no Planeta.
Para atingir o objetivo, o Governo Federal pretende reduzir o desmatamento da Amazônia em 80%
e, pela primeira vez, falou em cortar o desmate no Cerrado em 40%. Há medidas ainda na área de
agropecuária, energia e siderurgia.
Objetivos
»» Compreender os princípios do Direito Ambiental Internacional.
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DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL E UNIDADE I
AQUECIMENTO
GLOBAL
CAPÍTULO 1
A teoria de gaia e o aquecimento
global
Gaia, nas mitologias grega e romana, personifica o poder criador. Nascida imediatamente após o
Caos Primordial, ela deu origem, sozinha, a Urano (o Céu). Depois, unindo-se a Urano, Gaia gerou
os deuses propriamente ditos, dentre eles, ZEUS (KURY, 1999, p. 159).
Eliade (1967, p. 141), na obra sobre a universalidade do fenômeno religioso, ao tratar da sacralidade
da Natureza, destaca a figura da mãe-terra presente na noção mitológica de Gaia:
A Teoria de Gaia foi apresentada em 1972 pelo químico inglês Lovelock e propunha que, assim como
nosso corpo é autorregulador para compensar as mudanças nas nossas atividades e no ambiente,
também o “corpo” da Terra regula-se por meio dos organismos vivos que controlam a atmosfera, os
oceanos e a crosta. A evolução das formas de vida e do meio ambiente físico da Terra, portanto, não
é série de processos independentes, mas parte da evolução de Gaia como um todo.
Tal ideia foi oriunda, conforme assinala o próprio Lovelock (1990, p. 77-81), de trabalho de
pesquisa sobre a existência de vida em Marte, patrocinado pela National Aeronautics and Space
Administration (NASA).
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AQUECIMENTO GLOBAL
Lovelock (1990, pp. 79-80) destaca que, nesse trabalho de análise da vida no Planeta Vermelho,
vislumbrou a necessidade de projetar modelo mais abrangente para a detecção de vida, modelo que
pudesse reconhecer a vida em qualquer de suas formas prováveis, pois:
Parecia que todas as experiências tinham sido projetadas para procurar aquele
tipo de vida que cada investigador conhecia em seu próprio laboratório. Eles
estavam procurando vida do tipo terrestre, em um planeta em nada semelhante
à Terra. Dian e eu tínhamos a impressão de ser os convidados de uma expedição
para procurar camelos na calota polar da Groenlândia, ou para apanhar os
peixes que nadavam nas dunas de areia do Saara.
A ideia por trás disso era que, se o planeta possuísse vida, essa vida seria
obrigada a utilizar a atmosfera como fonte de depósito de matérias-primas e
também como um conveniente meio de transporte para seus produtos.
Assim, ao analisar a atmosfera terrestre e a composição química, Lovelock criou modelo que
permitia dar indício à existência de vida em Marte, a partir do meio que une todos os seres vivos da
Terra: a biosfera.
Após chegar à conclusão de que Marte, provavelmente, não tinha vida, a notícia não foi, segundo
Lovelock, bem recebida pelo patrocinador da pesquisa, a NASA.
[...] como é que a Terra mantém uma composição atmosférica tão constante
se esta é composta de gases altamente reativos? [...] Foi então que comecei
a imaginar que talvez o ar não fosse apenas um meio ambiente para a vida,
mas também uma parte da própria vida. Em outras palavras, parecia que a
interação entre a vida e o ambiente, da qual o ar é uma parte, era tão intensa
que o ar poderia ser considerado como uma pele de gato ou o revestimento de
um ninho de vespas: sem vida, mas feitos por seres vivos para suportar um
dado ambiente.
Uma entidade que abranja todo um planeta, e que tenha a poderosa capacidade
de regular o seu clima e sua composição química, precisa de um nome que lhe
faça jus. Tive a felicidade de ter como vizinho, naquela época, o romancista
William Golding. Quando discuti esse assunto com ele, durante um passeio a
pé pelo nosso bairro, ele sugeriu o termo Gaia – que os gregos empregavam
para denominar a Terra.
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AQUECIMENTO GLOBAL │ UNIDADE I
O apoio ao aspecto bioquímico da teoria veio das pesquisas de bactérias e microrganismos, feitas pela
bióloga americana Lynn Margulis. Os micróbios, numericamente e em massa agregada, a principal
forma de vida, realizam incontáveis processos orgânicos, da digestão dos animais à conversão do
nitrogênio nas plantas e, por conseguinte, talvez sejam os principais agentes reguladores da biosfera.
Na opinião de Lovelock (1990, p. 88), os danos ambientais, infligidos pelos seres humanos,
desequilibraram o sistema que, assim como o corpo, tem capacidade impressionante de
autocorreção. Entretanto, essa autocorreção pode ser prejudicial para a espécie humana, in verbis:
Parece bastante improvável que qualquer coisa que façamos possa ameaçar
Gaia. Mas, se conseguirmos alterar o ambiente de forma sensível como pode
acontecer no caso da concentração de dióxido de carbono na atmosfera – então
uma nova adaptação pode se processar. E, provavelmente, não será em nosso
benefício.
Os críticos da hipótese Gaia destacam que, em longo prazo, a Terra não tem sido estável, mas sujeita
a imensas alterações climáticas e geológicas.
Não obstante possa ser vista como um símbolo, mesmo entre os pesquisadores que duvidam do
status científico de Gaia, o conceito de planeta com sistema intradependente tem tido aspectos
pragmáticos extremamente relevantes. Estimula-se a cooperação e a intercomunicação entre
disciplinas geralmente isoladas, como a teoria evolucionista, a física atmosférica, a microbiologia e
as geociências1.
Nesse sentido, em nascimento está a chamada Análise Sistêmica da Terra (“Earth System Analysis
– ESA”). Steffen Reiche, ex-Ministro da Ciência, na Alemanha, na abertura de simpósio sobre a
nova ciência de análise sistêmica da Terra, afirma:
“Os conhecimentos geológicos adquiridos nas décadas de 1960 e 1970 – superiores aos obtidos nos 200 anos anteriores da
1
história das ciências geológicas –, confirmam a teoria da Terra como um sistema dinâmico. Segundo essa teoria, a crosta
terrestre ou litosfera é formada por um mosaico de placas rochosas de diferentes tamanhos, as quais estão em movimento
permanente, umas em relação às outras. Tectônica de Placas é o termo usado para designar os movimentos e deformações
dessas placas” (REBOUÇAS, 1999, p. 2).
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AQUECIMENTO GLOBAL
Earth System Analysis (ESA) é ciência “in statu nascendi”. É uma ciência no
sentido que possui:
A análise sistêmica da Terra (Earth System Analysis – ESA) utiliza-se, pois, do conceito de sistema
de Bertalanffy. Por volta da década dos cinquenta, Bertalanffy (1975, p. 83-84) propôs a “Teoria
Geral dos Sistemas”, desenvolvendo método que partia do sistema como “complexo de elementos
em interação”, explicando que:
O significado da expressão um tanto mística “o todo é mais que a soma das partes” consiste
simplesmente em que as características constitutivas não são explicáveis a partir das características
das partes isoladas. As características do complexo, portanto, comparadas às dos elementos, parecem
“novas” ou “emergentes”. Se, porém, conhecermos o total das partes contidas em um sistema e as
relações entre elas o comportamento do sistema pode ser derivado do comportamento das partes.
Nesse aspecto, Schellnhuber e Wenzel (1998) assinalam a origem do termo Análise Sistêmica
da Terra (ESA) como amálgama dos termos “Sistema Terra” e “Análise de Sistemas”, refletindo,
consequentemente, as essências desses dois ingredientes.
Por outro lado, esses autores tedescos, utilizando-se da filosofia do progresso da ciência de Kuhn2,
destacam como paradigmas predominantes do surgimento da EAS, os seguintes:
1. a corrida para a Lua, que permitiu a observação do Planeta Terra do espaço como
algo finito e aberto ao espaço;
2 O termo paradigma utilizado por Thomas Kuhn associa-se a sua teoria do progresso científico no livro “A estrutura das revoluções
científicas (1962)”. Nele Kuhn (1994) refuta o conceito tradicional de conhecimento científico, interpreta o conhecimento
científico como aquele fundamentado em paradigmas predominantes – teorias aceitas que expressam e confirmam certas
opiniões estabelecidas. Kuhn nos dá um exemplo do paradigma de Ptolomeu do Universo, com a Terra no centro, circundada
pelo Sol, pelos planetas e pelas estrelas, que prevaleceu durante séculos, até ser refutado por observações astronômicas e pela
teoria heliocêntrica Copernicana do sistema solar. O progresso científico, segundo Kuhn, não é incremental, mas
progride em saltos, por meio da mudança de paradigma, quando um paradigma é superado e substituído por
outro. Assim, quando uma teoria se depara com inúmeras anomalias, as teorias concorrentes ganham estatura e a superam, o
que promove o progresso científico porque proporciona uma plataforma para novos métodos de pesquisa.
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AQUECIMENTO GLOBAL │ UNIDADE I
Assim, a Teoria de Gaia fornece aparato teórico, de cunho filosófico e científico, para a solidariedade
dos entes bióticos e abióticos do meio ambiente. A teoria apresenta benefícios no contexto do
mundo globalizado, por induzir preocupação internacional com o meio ambiente. A geografia
política fica em segundo plano, em face da geografia natural. Propicia-se a criação, com essa teoria,
de solidariedade internacional ambiental como novo paradigma científico.
Portanto, para Lovelock, a Terra pode ser considerada como se fosse um único organismo vivo. Gaia
está viva porque é “autopoética”, isto é, autorrenovável; pode reparar o próprio “corpo” e crescer,
processando os “nutrientes”.
<http://www.bolsasfemininas.info/2009/09/16/conferencia-climatica-de-
copenhagen-2009/>
<http://www.olhardireto.com.br/artigos/exibir.asp?artigo=Copenhagen_2009&
id=1097>
<http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://en.cop15.
dk/&ei=Gy_0S_WpDsaHuAeGyaTMDQ&sa=X&oi=translate&ct=result&resnum=4&v
ed=0CCkQ7gEwAzgK&prev=/search%3Fq%3Dconferencia%2Bde%2Bcopenhague
%26start%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26prmd%3Dn>
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CAPÍTULO 2
Direito Ambiental Internacional e
Conscientização da Degradação
do Meio Ambiente no Mundo
Contemporâneo
A história recente da humanidade é marcada por avanços jamais vistos no domínio das técnicas e dos
processos de produção de bens materiais. Hoje, não só somos capazes de produzir em quantidades
maiores e com melhor qualidade tudo o que nossos antepassados produziam, como temos, também,
acesso a produtos que, há vinte anos, não seriam sequer imagináveis. Todo esse avanço, todavia,
não terá o seu preço?
A preocupação com temas ambientais vem se tornando mais intensa com a entrada no século XXI.
Na Carta de São Francisco, que criou a Organização das Nações Unidas, o tema não se apresentava
com o destaque contemporâneo. Em três de Abril de 2000, o Secretário-Geral da ONU, Kofi A.
Annan, apresentou à Assembleia-Geral o relatório do milênio. Nesse relatório, são identificados
desafios ambientais e apresentadas soluções, no Capítulo V, intitulado “Sustaining on Future”.
Para solucionar essa problemática, Annan (2000, p. 29-30) sugere a construção de uma nova ética
global, baseada em quatro objetivos:
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AQUECIMENTO GLOBAL │ UNIDADE I
Verifica-se, pois, que todos os quatro objetivos elencados vinculam a questão ambiental à econômica,
o primeiro objetivo, ao tratar da relação entre os bens e os reflexos ambientais de seu consumo. O
segundo, com a colocação do tema ambiental nas políticas públicas, inclusive com a realização de
uma contabilidade pública que leve em conta os custos e benefícios ambientais. O terceiro objetivo,
com a intervenção estatal sobre o mercado. O quarto, com o financiamento de um sistema de
informação ambiental universal (ANNAN, 2000, pp. 29-30).
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, mais acentuadamente a partir dos anos sessenta, a
comunidade científica passou a preocupar-se com os danos ambientais – resultantes do modelo de
desenvolvimento tecnológico e econômico adotado – e suas consequências para a sobrevivência de
todas as espécies de vida neste planeta (DIAS, 1997, p. 11).
Em 1968, grupo de estudiosos publicou ensaio intitulado Limites do Crescimento, no qual sugerem
resposta a essa pergunta: o ritmo de crescimento da economia mundial só se sustenta graças à
exploração crescente e insustentável dos recursos naturais e ao comprometimento das condições
do meio ambiente humano. Esse estudo teve grande repercussão e gerou uma série de previsões
catastróficas quanto ao futuro da Terra. Dizia-se, por exemplo, que, até o ano 2000, ter-se-iam,
praticamente, esgotado as reservas de combustíveis fósseis (petróleo e carvão), o que tornaria
insustentável a continuidade das economias modernas (FAUCHEUX; NÖEL, 1995, p. 17).
Esse relatório foi encomendado pelo Clube de Roma3 e elaborado por grupo de pesquisadores
coordenados por Dennis Meadows (que deu o nome ao relatório). Nesse documento, foram
apresentadas algumas conclusões básicas. Dentre estas, destacam-se as seguintes:
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UNIDADE I │ DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AQUECIMENTO GLOBAL
Alguns meses depois da bombástica divulgação do Relatório Meadows, foi realizada a Conferência
Mundial sobre o “Meio Ambiente Humano”, em junho de 1972, cujo tema central se dirigia às
relações entre o homem, o meio ambiente e a “poluição” urbana. No âmbito dessa Conferência,
foram estabelecidos vinte e três princípios com objetivo de orientar a humanidade para a preservação
e melhoria do ambiente humano. Com a criação da Comissão Brundtland pela ONU em 1983,
novos princípios, em escala evolutiva crescente, são contemplados: a necessidade de preservação
dos recursos naturais da Terra para as atuais e futuras gerações; a manutenção, restauração ou
melhoria da capacidade da Terra de produzir recursos renováveis vitais; o reconhecimento do
desenvolvimento econômico e social como indispensável para assegurar ao homem ambiente
de vida e trabalho favorável; e, ainda, a necessidade de promover o desenvolvimento acelerado
dos países subdesenvolvidos, com a transferência maciça de recursos financeiros e tecnológicos
(comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento, 1991, p. 388-391).4
Paralelamente a esses debates, a sociedade civil americana e europeia, organizou-se para protestar,
publicamente, contra a destruição do meio ambiente. Manifestações ambientalistas cresceram,
de forma exponencial, na década de 1980, à medida em que foram acontecendo vários desastres
ecológicos, que afetaram a vida de milhares de pessoas, em diferentes partes do mundo.5
Tais movimentos representaram a tomada de consciência, pelos cidadãos comuns, de que os altos
níveis de poluição do ar, da água, do solo, a destruição das florestas e os demais desastres ecológicos
teriam suas raízes no modelo de desenvolvimento tecnológico e industrial adotado. Nesse sentido,
Deléage (1995a, p. 44) afirma:
16
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E AQUECIMENTO GLOBAL │ UNIDADE I
Nesse aspecto, na evolução da consciência mundial sobre a proteção do meio ambiente, deve
ser destacado o conceito de desenvolvimento sustentado, inicialmente delineado no Relatório
BRUNDTLAND6, implementado na ECO 927 e já objeto de controle na RIO +10, realizada em
Johannesburgo (África do Sul) em 2002.8
Apesar de literatura mais recente, Lomborg (2002), demonstrar que em determinadas áreas houve
melhora das condições ambientais do mundo, a preocupação com o meio ambiente é assunto
vinculado a própria existência do homem no século XXI. Nesse aspecto, Gorbachev (2003, p.21-26)
destaca que junto com a paz e a luta contra a pobreza, a proteção do meio ambiente encontra-se
entre os desafios contemporâneos.
SOBRE ECO - 92
<http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/ecologia/eco92.html>
SOBRE O RIO + 10
<http://www.worldwatch.org.br/edm2002.htm>
<http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/91>
<http://www.natureba.com.br/aquecimento-global.htm>
17
A CONVEÇÃO-QUADRO
DE MUDANÇA CLIMÁTICA UNIDADE II
E O PROTOCOLO DE
KYOTO
CAPÍTULO 1
Economia, Ecologia e Aquecimento
Global
A “Ecologia” e a “Economia” dirigem-se ao mesmo objeto no plano teórico, não obstante com
diferentes finalidades.
O prefixo grego “eco”, existente em ambas, provém do radical “oikos” (casa). Dahl (1999, p. 13)
afirma:
No plano prático, entretanto, há sérias divergências nas concepções econômicas e ecológicas. Este
abismo entre a Economia e a Ecologia constitui-se em sintoma de disfunção da sociedade moderna,
que ameaça o próprio futuro da humanidade.
[...] Contudo, na prática, cada disciplina vive num mundo bastante separado,
falando uma linguagem diferente, aplicando diferentes princípios, começando
por leis subjacentes muito diferentes e refletindo muitas vezes paradigmas em
conflito.
No âmbito da Economia, de forma prática e simples, Dahl (1999, p. 13-14) ressalta que as crises
econômicas atuais demonstram a imperfeição da nossa compreensão e administração dos sistemas
18
A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO │ UNIDADE II
A Ecologia, para enfrentar os problemas globais, por outro lado, segundo Dahl (1999, p. 14),
especifica outro conjunto de questões por meio do movimento ambiental e do trabalho científico,
expondo problemas tais como os efeitos da poluição na saúde, dano da camada de ozônio e o efeito
estufa que ameaçam provocar um aquecimento global.
A chamada “Era de Ouro”9 da economia do século XX, do historiador Hobsbawm (1995, p. 257),
época do crescimento da economia mundial a uma taxa explosiva (décadas de 1950 e 1960) foi,
também, a era das trevas para os ecossistemas ambientais:
9 Cf. HOBSBAWM, (1995, pp. 29-219, 223-390, 393-562), respectivamente tratando de “A era da catástrofe”; “A era de ouro” e
“O desmoronamento”.
Para Hobsbawm (1995), a história do século XX poderia ser dividida em três eras. A primeira, a da catástrofe, marcada
pelas duas grandes guerras, pelo crescimento do socialismo e pela crise econômica de 1929. A segunda, referida na citação,
relaciona-se à era de ouro, décadas de 1950 e 1960 que, viram a viabilização e a estabilização do capitalismo, responsável pela
promoção de uma extraordinária expansão econômica e de profundas transformações sociais. A última era, denominada do
“desmoronamento’, vincula-se à queda das instituições que previnem o barbarismo contemporâneo.
19
UNIDADE II │ A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO
Soros (1998, p. 85), economista húngaro, dono de imensa fortuna obtida no mercado de capitais do
mercado globalizado, afirma sobre a metodologia da Economia que:
Nesse sentido, observa-se como um valor para a Economia (exploração dos recursos naturais), pode
ser um desvalor para a Ecologia. A exploração dos recursos naturais possui valor positivo para a
Economia e, simultaneamente, valor negativo para a Ecologia.
É nesse aspecto que deve ser analisada a questão do aquecimento global, tema relacionado
diretamente com o desenvolvimento (um dos valores supremos da Economia) e com a preservação
ambiental (um dos valores supremos da Ecologia).
<http://www.natureba.com.br/efeito-estufa.htm>
20
CAPÍTULO 2
O Aquecimento Global e Protocolo de
Kyoto
A radiação solar compreende radiações luminosas (luz) e radiações caloríficas (calor). Nestas,
sobressaem as radiações infravermelhas. As radiações luminosas são de pequeno comprimento de
onda e atravessam facilmente a atmosfera. Ao contrário, as radiações infravermelhas (radiações
caloríficas) são de grande comprimento de onda e têm mais dificuldades em atravessar a atmosfera.
O efeito estufa constitui-se em termo aplicável ao papel que desempenham certos gases como o
vapor da água, o dióxido de carbono, o metano, o óxido nitroso, os clorofluorcarbonetos e o ozônio,
presentes na atmosfera, no aquecimento da superfície terrestre. Esses gases formam camada que
impede a dispersão no espaço das radiações solares refletidas pela Terra, em efeito semelhante ao
que produz o vidro das estufas destinadas ao cultivo de plantas, razão pela qual o fenômeno, na
língua inglesa, é denominado de greenhouse effect.
A atmosfera, tal como o vidro da estufa, sendo pouco permeável a essas radiações, constitui barreira,
dificultando a propagação para grandes altitudes. Parte das radiações solares é por ela absorvida e
outra é reenviada, por reflexão (contrarradiação), para as camadas mais baixas, onde se acumula e
faz elevar a temperatura.
O vapor da água, o dióxido de carbono, os óxidos de azoto, o metano e o as partículas sólidas e líquidas
constituem os elementos fundamentais dessa barreira, já que são eles os principais responsáveis
pela absorção e reflexão da radiação terrestre.
Conforme afirma Paterson (1996, p. 9), o efeito estufa é um fenômeno natural, no qual certos gases
na atmosfera mantêm a temperatura da Terra significativamente mais alta do que seria sem eles.
Os principais gases envolvidos em tal processo são o vapor da água, o dióxido de carbono (CO2), os
clorofluorcarbonetos (CFCs), o metano (CH4) e o óxido de nitrogênio (N2O). Esses gases permitem
que a radiação solar ultrapasse a atmosfera, mas eles absorvem os raios de baixa frequência e longo
comprimento de onda oriundos da superfície da Terra.
A chamada “Era de Ouro” da economia do século XX, do historiador Hobsbawm (1995, p. 257), foi
uma época de energia fóssil barata, causadora do efeito estufa devido à liberação do gás carbônico:
21
UNIDADE II │ A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO
quase triplicaram entre 1950 e 1973, quer dizer, a concentração desse gás na
atmosfera aumentou quase 1% ao ano [...] A produção de clorofluorcarbonos,
produtos químicos que afetam a camada de ozônio, subiu quase verticalmente.
No fim da guerra, mal eram usados, mas em 1974 mais de 300 mil toneladas
de um composto e mais de 400 mil de outro eram liberadas na atmosfera todo
ano [...] Os países ricos do Ocidente naturalmente eram responsáveis pela
parte do leão nessa poluição, embora a industrialização extraordinariamente
suja da URSS produzisse quase a mesma quantidade de dióxido de carbono
que os EUA.
O aumento do percentual desses gases acarretou mudança no clima do planeta. Assim, tem havido
aumento da temperatura média anual, o que afeta todo o planeta e todos os seres componentes da
biosfera.
O problema do “efeito estufa” ou do “aquecimento global” tem tantas implicações sociopolíticas que
se tornou tema frequente em nível da imprensa mundial, bem como assunto de negociação política
à escala planetária.10
O Barão Jean Baptiste Joseph Fourier foi reconhecido como a primeira pessoa a argumentar sobre
o efeito estufa e a sugerir que a atmosfera era de fundamental importância na determinação da
temperatura da Terra. Conforme assinala Paterson (1996, p. 17), tal assertiva foi feita em 1827, no
estudo de termodinâmica desenvolvido por ele.
10 “Global warming emerged as a significant global political issue in 1988. NASA scientist James Hansen’s statement to the US
Congress that ‘it is time to stop waffling so much’. We should say that the evidence is pretty strong that the greenhouse effect
is here” (PATERSON, 1996, p. 1). “Sobre a resposta a essa crise ecológica que se aproxima, só três coisas podem ser ditas com
razoável certeza. Primeiro, que deve ser mais global que local, embora claramente se ganhasse mais tempo se se cobrasse
à maior fonte de poluição global, os 4% da população do mundo que habitam os EUA, um preço realista pelo petróleo que
consomem” (HOBSBAWM, 1995, p. 548).
22
A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO │ UNIDADE II
Nos anos imediatamente anteriores à Segunda Guerra Mundial, dois avanços tecnológicos
contribuiram enormemente para o aumento da cooperação metereológica a nível internacional: a
aviação civil e o desenvolvimento de satélites (PATERSON, 1996, p. 21).
Em 1975, cento e trinta dos cento e trinta e cinco países membros das Nações Unidas participavam
de um sistema mundial de medição meteorológica. Esses desenvolvimentos culminaram com a
organização da primeira conferência mundial sobre o clima em Genebra. Essa Conferência elaborou
uma Declaração da qual consta que: “Todas as nações deveriam preocupar-se com as possíveis
consequências da ação humana sobre o clima” (PATERSON, 1996, p. 28).
De acordo com Denis–Lempereur (1995, p. 125), a ação antropogênica causadora do efeito estufa
bem se caracteriza na atividade industrial, in verbis:
Portanto, a indústria e o seu largo desenvolvimento, ao longo da segunda metade do século XX,
é o principal fator relacionado ao efeito estufa, o que permite a correlação entre o crescimento
econômico (economia) e o efeito deletério do efeito estufa dela decorrente para os ecossistemas
terrestres.
Becker (1999, p. 10), Diretor da ONG Sierra Club, assinala, de forma contundente que:
23
UNIDADE II │ A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO
Enfatizando os fundamentos científicos de tal preocupação, esse autor destaca que mais de dois
mil e quinhentos cientistas, participando do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
– “Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC”, concluíram que há evidente influência
nociva do homem no clima mundial e que o aquecimento global, ocasionado pelo homem está
ocorrendo muito mais rápido do que em qualquer outro período da história (BECKER, 1999, p. 10).
Entretanto, com pressupostos otimistas, uma absoluta limitação do crescimento pode ser
declarada (se não, para o tempo próximo, precisamente determinado): a saber o limite da
habilidade ambiental de absorver calor do consumo de energia. Se o crescimento econômico
é necessariamente acoplado ao crescente consumo de energia, e se toda energia natural é
transformada em energia economicamente útil, por última instância, liberada com calor (isso se
aplica ao conteúdo total de energia e não apenas à porção perdida na produção e transformação),
então o crescente consumo de energia precisa resultar, em longo prazo, num crescimento de
temperatura global.
»» Ondas de calor tão grandes ou maiores que as ocorridas em 1995 no verão americano;
»» Elevação dos mares com o derretimento das calotas polares e com a expansão da
forma líquida da água existente no planeta (as formas gasosas (vapor da água) e
sólidas (gelo) da água tendem a se converterem na forma líquida).
Para enfrentar esse problema, as soluções apresentadas para preservação do equilíbrio atual
dos ecossistemas, devem enfatizar a melhoria da eficiência energética com o menor consumo
de combustíveis fósseis, o que, para Becker (1999, p. 13-14), não acarretaria, necessariamente,
a redução da atividade econômica, mas, sim, a racionalização com o uso de tecnologias menos
poluentes.
24
A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO │ UNIDADE II
Destacando que a tecnologia da própria era industrial está imune à questão climática e lembrando-
se somente do seu país, afirma:
25
UNIDADE II │ A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO
Assim, George Bush (apud PATERSON, 1996, p. 72), na Conferência Mundial do Meio Ambiente,
no Rio de Janeiro, em 1992 (ECO92), afirmou:
Bush Junior (2002), em Silver Spring, Maryland, durante discurso proferido no National
Oceanic and Atmospheric Administration, ratifica a preocupação americana com o crescimento,
já externada por seu pai, há dez anos, colocando-o em primeiro plano em relação à proteção
ambiental, afirmando que:
No mesmo evento, afirma que apesar de não apoiar o Protocolo de Kyoto irá estabelecer metas
próprias para redução dos gases do efeito estufa em 18% nos próximos dez anos:
Nós promoveremos uma renovação das fontes de energia e uma tecnologia de uso de combustíveis
fósseis limpa, bem como o uso de energia nuclear, que não produz emissões de gases do efeito
estufa. Nós, também, iremos trabalhar para melhorar a economia de combustível de nossos carros
e nossos caminhões. De forma global, meu orçamento destinará $4,5 bilhões para a proteção da
mudança climática, mais do que qualquer outra nação no mundo (BUSH JR., 2002).
11 Paterson (1996, p. 73) assinala que o maior conflito nas políticas por detrás das negociações da limitação da emissão dos gases
do efeito estufa vincula-se à posição norte-americana do que ele chama de “Intra-North conflict”. A União Europeia e o Japão
concordaram com a necessidade de limitação da atividade industrial para a redução da produção do dióxido de carbono.
26
A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO │ UNIDADE II
Assim, os Estados Unidos da América, maior potência mundial econômica e o maior produtor de
gases que ocasionam o efeito estufa, posiciona-se, claramente, em sua política internacional, na
consideração de que o crescimento econômico constitui um valor maior do que a conservação de
recursos naturais.
Assim, Patrick Nunn, professor de Geografia da Universidade do Pacífico do Sul, morador de ilha
marítima que sofre, cotidianamente, os efeitos deletérios da elevação do mar e da temperatura
oriunda do efeito estufa, possui diferentes argumentos para o trato desta questão mundial com
efeitos locais.
Conforme assinala, mais de vinte e nove por cento das pessoas das Ilhas do Pacífico do Sul vivem
ao longo das costas marítimas, bem como a sua atividade econômica se desenvolve nesta área.
Exemplifica que em Fiji, a cultura da cana-de-açúcar, a terceira maior da Ilha, só se desenvolve ao
longo da costa e nos deltas dos rios que deságuam no mar. Nos últimos cinquenta anos, entretanto,
o aumento do nível do mar e a consequente penetração deste nos aquíferos costeiros com o aumento
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UNIDADE II │ A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO
A noção dos diferentes posicionamentos das nações, no debate mundial do efeito estufa, põe em
relevo a hierarquia valorativa estabelecida por cada Nação entre qual valor lhe é mais relevante
dentre o crescimento econômico e as consequências do efeito estufa.
Entretanto, as decisões tomadas em nível local, oriundas das diferentes valorações, como a
exemplificada pelo Estados Unidos da América, terão efeitos diversos em diferentes locais do
Planeta (como no caso das Ilhas do Pacífico do Sul).
<http://www.natureba.com.br/efeito-estufa.htm>
<http://www.biodieselbr.com/efeito-estufa/co2/efeito-estufa-dioxido.htm>
28
CAPÍTULO 3
Análise do Protocolo de Kyoto
Quando adotaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em 1992,
os governos reconheceram que ela poderia ser a propulsora de ações mais enérgicas no futuro. Ao
estabelecer um processo permanente de revisão, discussão e troca de informações, a Convenção
possibilita a adoção de compromissos adicionais em resposta a mudanças no conhecimento
científico e nas disposições políticas.
A primeira revisão da adequação dos compromissos dos países desenvolvidos foi conduzida, como
previsto, na primeira sessão da Conferência das Partes (COP-1), que ocorreu em Berlim, em 1995.
As partes decidiram que, o compromisso dos países desenvolvidos de voltar suas emissões para
os níveis de 1990, até o ano de 2000, era inadequado para se atingir o objetivo de longo prazo
da Convenção, que consiste em impedir “uma interferência antrópica (produzida pelo homem)
perigosa no sistema climático”.
Ministros e outras autoridades responderam com a adoção do “Mandato de Berlim” e com o início
de uma nova fase de discussões sobre o fortalecimento dos compromissos dos países desenvolvidos.
O grupo Ad Hoc sobre o Mandato de Berlim (AGBM) foi então formado para elaborar o esboço de
um acordo que, após oito sessões, foi encaminhado à COP-3 para negociação final.
Cerca de 10.000 delegados, observadores e jornalistas participaram desse evento de alto nível
realizado em Kyoto, Japão, em dezembro de 1997. A conferência culminou na decisão, por
consenso (1/CP.3), de adotar um Protocolo, segundo o qual os países industrializados reduziriam
suas emissões combinadas de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de
1990 até o período entre 2008 e 2012. Esse compromisso, com vinculação legal, promete produzir
uma reversão da tendência histórica de crescimento das emissões iniciadas nesses países há cerca
de 150 anos.
O Protocolo de Kyoto foi aberto para assinatura em 16 de março de 1998. Entrou em vigor noventa
dias após a sua ratificação por pelo menos ciquenta e cinco Partes da Convenção, incluindo os países
desenvolvidos, que contabilizaram pelo menos 55% das emissões totais de dióxido de carbono em
1990 desse grupo de países industrializados.
Em dezembro de 1997, durante a Convenção-Quadro das Nações Unidas, realizada no Japão, foi
assinado o Protocolo de Kyoto, um dos tratados internacionais mais importantes sobre as alterações
climáticas. Tal instrumento tem como principal objetivo a redução das emissões combinadas de
gases de efeito estufa (GEE) em pelo menos 5% (cinco por cento)12 abaixo dos níveis de 1990, no
período de compromisso de 2008 a 2012, conforme a dicção do art. 3o:
12 Note-se que 5% (cinco por cento) é o percentual mínimo, o qual pode aumentar de acordo com a proporção em que o país
contribui para a emissão dos GEE.
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UNIDADE II │ A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO
ARTIGO 3o
Os GEE que são considerados no Protocolo são o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido
nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6), e as famílias dos perfluorcarbonos (compostos
completamente fluorados, em especial perfluormetano CF4 e perfluoretano C2F6) e hidrofluorcarbonos
(HFCs).
30
A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO │ UNIDADE II
No caso dos países da ex-URSS, como as emissões efetivas em 1997, data da Conferência de kyoto,
já eram menores que 70% das emissões de CO2 em 1990, as metas de estabilização representam, em
realidade, uma autorização para crescerem significativamente suas emissões.
Em julho de 1997, o Senado norte-americano aprovou uma resolução que definiu que “Os Estados
Unidos não devem ser signatários de qualquer protocolo... que imponha novos compromissos de
limitar ou reduzir emissões de GEE para as Partes do Anexo 1”, a não ser que “o protocolo imponha
novos compromissos específicos de limitação ou redução de emissões de gases de efeito estufa para
as Partes, países em desenvolvimento, incluindo a China, o México, a Índia, o Brasil e a Coreia do
Sul, dentro do mesmo período de cumprimento”.
Como as emissões de CO2 dos países do Anexo I em 1997 já estavam acima dos níveis de 1990, a
meta de redução de 5% em relação aos níveis de 1990 constitui um grande esforço econômico dos
países. Segundo a própria projeção dos países desenvolvidos, por volta de 2010 esses países, em
conjunto, poderão ter emissões cerca de 15% acima das emissões de 1990, o que representará um
esforço equivalente à redução de uma quinta parte das emissões.
A redução de emissões não implica o combate ao aquecimento global, como pode ser, entendido,
erroneamente, uma vez que as concentrações desses gases continuarão a crescer e a temperatura
continuará a aumentar.
Mas sabe-se que o esforço econômico que será necessário para o cumprimento das metas
estabelecidas no Protocolo resultará em custos altos para a economia de cada país. Em virtude
disso, foram estabelecidos três mecanismos para auxiliar os países a cumprir suas metas de redução
de emissões. Dois deles são de exclusiva aplicação entre países desenvolvidos: a implementação
conjunta de projetos e o comércio de emissões; e o outro mecanismo, o de desenvolvimento limpo,
envolve países desenvolvidos e em desenvolvimento.
31
UNIDADE II │ A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO
emissões e a posterior venda dos certificados para serem utilizados pelos países desenvolvidos como
modo suplementar para cumprirem suas metas. O CDM é uma oportunidade para as companhias
brasileiras desenvolverem projetos de redução, principalmente de energias renováveis, e de aumento
de eficiência energética. Na implementação dos projetos, há a possibilidade de transferência de
tecnologia e de recursos externos de empresas de países do Anexo I interessadas no certificados de
redução.
A Quarta Conferência das Partes da Convenção, em 1998, Buenos Aires (Argentina), estabeleceu
um processo que visa regulamentar os três mecanismos até o final do ano, na Sexta Conferência
das Partes. Estão previstas duas reuniões de negociação, culminando na Sexta Conferência, a ser
realizada na Haia, Holanda. Essa reunião será decisiva, pois definirá o futuro do Protocolo de Kyoto.
O conceito de RCEs surgiu, pois, da entrada em vigor do Protocolo, o qual foi celebrado por nações
desenvolvidas e subdesenvolvidas, estabelecendo compromissos mais rígidos para a redução da
emissão dos gases que provocam o efeito estufa. O Protocolo foi discutido e negociado em 1997,
vindo a ser ratificado em março de 1999. No entanto, só entrou em vigor a partir de fevereiro de
2005, quando foi então ratificado pela Rússia, podendo-se, então, cumprir o requisito formal para
sua vigência, quais sejam, ter sido ratificado por cinquenta e cinco nações. Ficou acordado que
os países industrializados deveriam reduzir suas emissões combinadas de gases de efeito estufa
em pelo menos 5,2% em relação aos níveis de 1990, no período compreendido entre 2008 e 2012
(GODOY e PAMPLONA, 2007).
Assim, o Protocolo de Kyoto surgiu a partir da consolidação de um documento que reflete o consenso
da comunidade internacional sobre os princípios e mecanismos para a mitigação do efeito estufa,
o que foi realizado na Conferência das Partes signatárias da Convenção-Quadro sobre Mudanças
Climáticas (COPs) em Kyoto, Japão, em dezembro de 1997. De acordo com Gabriel Sister:
Sua concepção teve como principal objetivo buscar reverter a tendência histórica
de crescimento das emissões iniciadas nos países desenvolvidos e, desse
32
A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO │ UNIDADE II
modo, evitar os efeitos decorrentes das mudanças climáticas que já podem ser
observados nos dias atuais. Assim, na consecução de tais objetivos, o Protocolo
de Kyoto conferiu aos países relacionados no Anexo I13 da Convenção-Quadro
metas de redução de emissões individuais” (GABRIEL SISTER, 2007).
Assim que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, assinada pelo Brasil
na Rio-92, disciplinou o problema do efeito estufa e das mudanças climáticas operadas no globo, por
conta das emissões de gases nocivos à atmosfera. Nesse cenário surgiu o Protocolo, sendo celebrado
na terceira COP.
Para que se possa comercializar créditos de carbono, a empresa necessita inicialmente submeter
projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL para certificação de organismos
competentes e que cumpram com requisitos objetivos estabelecidos pela COP no 7 – COP-7. O
MDL é um15 dos instrumentos desenvolvidos para permitir a flexibilização do alcance das metas de
13 Os países integrantes do Anexo I do Protocolo de Kyoto são: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, Canadá, Dinamarca,
Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Letônia,
Liechtenstein, Luxemburgo, Mônaco, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República
Tcheca, Romênia, Rússia, Suécia e Suíça (SISTER, 2007).
14 Cabe esclarecer que, somente a partir da promulgação do texto do Protocolo de Kyoto, em 2005, passou a ter ele vigência no
território brasileiro, obrigando o Poder Público e todos os cidadãos.
15 As três alternativas introduzidas pelo Protocolo de Kyoto para tentar reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa
são: 1. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL; 2. Implementação Conjunta – IC; e 3. Comércio Internacional de
Emissões – CIE (SISTER, 2007).
33
UNIDADE II │ A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO
redução da emissão de gases poluentes pelos países do Anexo I, por não terem as mesmas condições
de promover a redução de gases causadores do efeito estufa. Conforme lição de Priscila Faria: “... a
participação em um projeto de MDL deve ser voluntária. Ou seja, não são aceitos projetos induzidos
ou desenvolvidos em decorrência de legislação governamental que retire a natureza espontânea do
empreendimento” (2007).
Como primeiro passo para que o interessado possa adquirir créditos de carbono, deve o mesmo
elaborar projeto de MDL que deverá conter uma descrição do empreendimento, a metodologia a
ser utilizada e a maneira como será monitorado o projeto (FARIA, 2007). Tanto entidades públicas
quanto privadas podem atuar, desde que devidamente autorizadas pelos países envolvidos (GODOY
e PAMPLONA, 2007).
Em seguida, o projeto elaborado deve ser validado por uma Entidade Operacional Designada – EOD,
inscrita na Organização das Nações Unidas – ONU e de caráter privado. No Brasil, a única EOD
credenciada é o Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR. Após o cumprimento da exigência,
receberá o projeto a chamada “carta de aprovação” a ser deferida pelo país em que se encontrar o
projeto, por meio da EOD. Uma vez deferida a carta, o projeto deverá ser remetido à ONU para fins
de registro no Conselho Executivo do MDL (FARIA, 2007).
A comercialização de créditos de carbono é feita nas bolsas de valores mundiais, podendo-se destacar
a Bolsa do Clima de Chicago (Chicago Climate Exchange – CCE), que é uma bolsa autorregulável
regulamentada sob as leis norte-americanas. A CCE foi a primeira bolsa do mundo a negociar as
reduções certificadas de emissão no chamado mercado voluntário, tendo iniciado suas operações no
ano de 2003. Outro importante centro financeiro para a comercialização de créditos de carbono é a
Bolsa de Londres, que centraliza as trocas comerciais desse ativo no mercado europeu. Com relação
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A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO │ UNIDADE II
ao Brasil, as comercializações são feitas, via de regra, entre empresas, em função de não contar
ainda com mercados acionários próprios para a venda de tais certificados.16
Apesar da elevada burocracia, o Brasil foi o primeiro país a emitir uma redução Certificada de
Emissão, entretanto, ficou atrás somente da China e da Índia em apresentação de projetos a serem
analisados para a obtenção da RCE. Em termos de projeção para o primeiro período de obtenção
de créditos, o Brasil é responsável pela redução de 322.005.702 de toneladas de CO2 (6% do total
mundial), enquanto a China ocupa o primeiro lugar com 2.305.463.522 toneladas de CO2 a serem
reduzidas (46%), seguida pela Índia com 1.199.910.512 de toneladas de CO2 (24%).17
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_carbono>
<http://www.onu-brasil.org.br/doc_quioto.php>
<http://www.greenpeace.org.br/clima/pdf/protocolo_kyoto.pdf>
16
No cenário internacional: “Os países da União Europeia fizeram um acordo para diminuir emissões de GEE no período
entre 2002 e 2007, ou seja, além da diminuição de emissões de GEE entre 2008 e 2012 do Protocolo de Kyoto, esses países
desenvolveram outras metas para o período anterior ao Protocolo de Kyoto. As permissões de emissões das diferentes indústrias
podem ser negociadas entre elas. Créditos obtidos a partir de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)
também podem ser usados para diminuir partes das emissões. Já grupos e setores que não precisam diminuir suas emissões de
acordo com o Protocolo de Kyoto ou empresas localizadas em países não signatários do Protocolo de Kyoto (como as empresas
estadounidenses), tem a alternativa de comercializar reduções de emissões nos chamados mercados voluntários. Um exemplo
de mercado voluntário é o Chicago Climate Exchange (Bolsa do Clima de Chicago).” (Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/
wiki/Cr%C3%A9ditos_de_carbono>. Pesquisado em: 8 outubro 2009)
17
Disponível no site www.mct.gov.br/clima. Acesso em 2 de fevereiro de 2010.
35
CAPÍTULO 4
Resultados da Conferência de
Copenhague (COP-15)
A 15a Conferência sobre o Clima (COP – 15) das Nações Unidas, realizada em Copenhague, no mês
de dezembro de 2009, terminou sem um consenso em torno de um programa que estabeleça metas
para a redução dos gases que provocam o efeito estufa ou sem um documento aprovado pelas 192
nações participantes.
Mas se, por um lado, o encontro mostrou os interesses de grupos de dirigentes de países como a
China e Estados Unidos, que não cederam em suas pretensões de manter tudo como está por mais
um bom tempo, na outra ponta uma multidão invisível, porém muito atuante, mostrou que tem voz
e que alguma coisa pode ser feita para salvar o Planeta.
Do início ao fim, a COP-15 foi um caos total. Um ensaio, por assim dizer, do que seria o resultado do
aquecimento global fora do controle. Programada para atender 15 mil participantes, a Conferência
acabou aceitando 45 mil inscrições. Colocar todo esse pessoal no Bella Centre, sede dos debates,
seria impossível e o resultado não poderia ser pior. Todos os dias havia tumulto na entrada, com
longas filas de espera para entrar.
Não bastasse isso, não havia um documento, uma pauta, em que se pudessem basear os dirigentes
para estabelecer uma discussão. O que apareceu no início do encontro, apresentado pela anfitriã,
gerou calorosos protestos, especialmente da delegação africana, que ameaçou inclusive se retirar do
encontro.
Um acordo político costurado entre Estados Unidos, China, Índia, Brasil e África do Sul e levado ao
plenário encontrou resistências até da União Europeia, que se considerou excluída do processo. A
Grã-Bretanha, por exemplo, acusou a China e os governos latinos de não avançarem nas negociações.
O acordo, que acabou sendo rejeitado, apenas indicativa que, neste século, a temperatura do planeta
não deveria aumentar mais do que 2°C. Só que não havia indicativo algum de como isso poderia ser
feito.
Na verdade, ninguém sabe ainda qual será o próximo passo, além do compromisso de todos os
países entregarem, até 31 de janeiro de 2010, as metas para redução dos gases do efeito estufa. Não
houve, também, uma decisão fechada sobre montante de recursos que deverão financiar a barreira
do aquecimento global. Estabeleceu-se apenas que nos próximos três anos os países industrializados
vão desembolsar 30 bilhões de dólares e, depois disso, uma média anual de 100 bilhões de dólares
até 2020.
<http://www.youtube.com/watch?v=D7Pz-5YbrB4>
36
A CONVEÇÃO-QUADRO DE MUDANÇA CLIMÁTICA E O PROTOCOLO DE KYOTO │ UNIDADE II
“Um soldado da antiga Bassora, na Mesopotânia, cheio de medo, foi ao rei e lhe
disse: “Meu Senhor, salva-me, ajuda-me a fugir daqui; estava na praça do mercado
e encontrei a Morte vestida toda de preto que me mirou com um olhar mortal;
empresta-me seu cavalo real para que possa correr depressa para Samarra que fica
longe daqui; temo por minha vida se ficar na cidade”. O rei fez-lhe a vontade. Mais
tarde o rei encontrou a Morte na rua e lhe disse: “O meu soldado estava apavorado;
contou-me que te encontrou e que tu o olhavas de forma estranhíssima”. “Oh não”,
respondeu a Morte, “o meu olhar era apenas de estupefação, pois me perguntava
como esse homem iria chegar a Samarra que fica tão longe daqui, porque o esperava
esta noite lá”.
37
Para (não) Finalizar
O aquecimento global, no entanto, só pode ser enfrentado com a conscientização de todos! Esse foi
o grande papel do filme “Uma Verdade Inconveniente” do ex-Vice-Presidente americano Al Gore.
No mundo atual, é importante que pessoas de destaque levantem a bandeira para salvar o planeta.
Entretanto, é no dia a dia de cada cidadão comum que se combate o aquecimento global.
Assim, aluno, participe da luta contra o aquecimento global, com posição crítica e concreta para a
defesa do planeta.
38
Referências
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REFERÊNCIAS
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