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Industrializados e In Natura
Brasília-DF.
Elaboração
Rodrigo Alfani
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS............................ 15
CAPÍTULO 1
TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS...................................................................... 18
CAPÍTULO 2
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E SENSORIAIS DOS ALIMENTOS..................................................... 54
UNIDADE II
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS................................................................................... 76
CAPÍTULO 1
TÉCNICAS DE FABRICAÇÃO.................................................................................................... 78
CAPÍTULO 2
VIDA DE PRATELEIRA................................................................................................................ 88
UNIDADE III
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS............................................................................................... 123
CAPÍTULO 1
GRÃOS E CEREAIS................................................................................................................ 123
CAPÍTULO 2
FOLHOSOS, LEGUMES E FRUTAS............................................................................................ 135
UNIDADE IV
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL.............................................................................. 148
CAPÍTULO 1
PRODUTOS DE ORIGEM BOVINA............................................................................................ 148
CAPÍTULO 2
PRODUTOS DE ORIGEM AVÍCOLA.......................................................................................... 160
CAPÍTULO 3
PESCADOS E FRUTOS DO MAR............................................................................................... 168
UNIDADE V
AVANÇOS TECNOLÓGICOS............................................................................................................... 176
CAPÍTULO 1
ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS.................................................................... 176
CAPÍTULO 2
ENRIQUECIMENTO DE NUTRIENTES......................................................................................... 181
CAPÍTULO 3
BIODISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES...................................................................................... 187
CAPÍTULO 4
ALIMENTOS FUNCIONAIS PARA FINS ESPECIAIS....................................................................... 192
CAPÍTULO 5
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL............................................................................................... 195
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 201
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
6
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
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Introdução
Que animais dispõem de inteligência e mãos hábeis para elaborar e manipular
utensílios, inclusive aqueles que favoreçam seu próprio ato de se alimentar? A pesquisa
com alimentos é tão antiga quanto o homem e provém dos tempos pré-históricos no
momento em que, por razões desconhecidas, os pré-hominídeos deslocaram-se
das árvores das florestas para as savanas, substituindo sua dieta essencialmente
vegetariana pela forma onívora, causando profundo impacto na evolução, tanto do
ponto de vista biológico como cultural.
Mas é no período Neolítico (9000 a 3500 a.C.) que surge a agricultura rudimentar à base de
cultivos sazonais, em que o homem também domestica os animais para auxiliá-lo no trabalho
e também como alimento, aumentado a diversidade de seus alimentos (especialmente
leite e produtos lácteos – leites fermentados e queijos, que se formavam por fermentação
espontânea). A partir de então (Idade do Bronze em 3500 a.C.), iniciou o processo de
irrigação dos seus cultivos, razão apontada como uma das causas do enorme crescimento
da população da Mesopotâmia, praticando o comércio local e cultivando frutas, legumes e
grãos, tâmaras, uvas etc.
Mas foi na Idade do Ferro (1500 anos a.C.) que surge o comércio em grande escala, por
mar e por terra melhoram-se as ferramentas na lavoura e novos alimentos passaram a
ser inclusos na dieta: diversas frutas, molhos e especiarias.
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Somente no período dos gregos e dos romanos é que a agricultura atinge sua plenitude,
pela rotação de cultivos, técnicas de avaliação do solo e uso dos fertilizantes, e com o
surgimento de técnicas de fermentação em maior escal. No código de Hamurabi (1728
a 1638 a.C.), também se dá atenção especial à cerveja, e proíbe-se a venda do produto
com baixo conteúdo alcoólico a preço elevado, prevenindo-se, assim, a diluição em água,
o que exemplifica a intervenção do governo na indústria alimentícia.
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A destilação começou a ser utilizada na Itália por volta do ano 1100 de nossa era, e sua
prática era normal na Europa do século XIV. O açúcar da cana foi outro produto surgido
no Egito e no Oriente Médio no último período da Idade Média.
Com a descoberta da América, a partir do século XV, a dieta do homem europeu sofreu
importante mudança: o tomate, o milho e a batata, principalmente, e com frequentes
viagens à Índia e intensificação do comércio entre os povos, surgiu o uso intenso das
especiarias e seus poderes de conservação e qualidades sensoriais.
A esterilização das latas, em 1860, era feita a 100ºC por cinco ou seis horas em
água fervente. Em 1874, conseguiu-se aumentar a temperatura reduzindo-se o tempo
de esterilização com a introdução da autoclave, que ainda hoje é utilizado de
forma mais automatizada. Atualmente, graças ao desenvolvimento das técnicas
de acondicionamento asséptico, é possível esterilizar os alimentos líquidos a
temperaturas muito elevadas, reduzindo os efeitos prejudiciais do aquecimento sobre
as propriedades nutritivas e sensoriais dos alimentos e sobre os esporos formados por
alguns microrganismos.
No século XIX, desenvolveram-se outros processos de interesse. Cabe citar, por exemplo,
o que produziu a margarina. Napoleão III, no século XIX, ofereceu um prêmio a quem
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encontrasse um substituto para a manteiga, surgindo, então, a margarina, idealizada
pelo vencedor Mege-Mouries, que patenteou seu procedimento em 1869.
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Considera-se que o nascimento oficial dessa ciência ocorreu simultaneamente nos
Estados Unidos e na Grã-Bretanha, em 1931, quando, nesse mesmo ano, a Universidade
de Oregon empregou o termo Tecnologia de Alimentos quando introduziu um novo
curso sobre o tema. Também nesse mesmo ano, o conselho da Society of Chemical
Industries (SCI) da Inglaterra criou um novo grupo, com o nome de Society of Food
Industry, ao qual seriam incorporados os membros da sociedade original interessados
no problema dos alimentos.
Em 1937, no Canadá, a seção da SCI naquele país criou uma subdivisão dedicada ao
estudo dos alimentos, denominada Food and Nutrition Group, e nos Estados
Unidos, nesse mesmo ano, outros movimentos similares surgiram quando foi realizada
a primeira reunião sobre problemas relacionados à conservação dos alimentos; na
segunda, ocorrida em 1939, no Massachussets Institute of Technology, foi fundado o
Institute of Food Technologists.
Objetivos
»» Identificar as mudanças ocorridas na alimentação do ser humano, desde
os tempos primitivos até a atualidade, compreendendo o progresso dos
diferentes métodos de conservação utilizados.
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»» Promover os conhecimentos sobre as propriedades químicas, físicas
e biológicas dos alimentos a partir do emprego dos processamentos
tecnológicos deles, avaliando suas vantagens e desvantagens.
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TECNOLOGIA APLICADA
AO CONTROLE E UNIDADE I
GARANTIA DA QUALIDADE
DE ALIMENTOS
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
Diante desse contexto, são muitas as definições para Ciência e Tecnologia de Alimentos,
algumas mais simples, como a ciência que se ocupa do estudo dos alimentos que,
porém, embora por si mesma possa delimitar seu objeto, ou seja, os alimentos, não
oferece um conceito claro da riqueza dessa ciência e tampouco é suficiente para que se
possa compreender o significado dessa disciplina ou das disciplinas que existem dentro
dela.
Hawthorn (1983) afirmou que “em seu sentido mais autêntico, começa no campo
e termina na mesa do consumidor” e que “os progressos tecnológicos dos alimentos
penetraram no campo para exercer sua influência sobre a própria agricultura”,
abrangendo de forma ampla todas as atividades relacionadas com os alimentos. Essa
opinião é justificada mediante situações de necessidades que envolvem, por exemplo,
a otimização e a preservação das características sensoriais, microbiológicas, nutritivas
e comerciais dos alimentos. Por exemplo, para que as ervilhas congeladas mantenham
seu viço, cor e textura, é necessário escolher a variedade, preparar a terra para esse fim,
colhê-las e transportá-las em condições ótimas.
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
para entender as alterações que a matéria-prima sofre desde a produção agrícola até as
necessidades do consumidor.
Nos capítulos seguintes também serão apresentadas as análises físicas e químicas dos
alimentos, as quais permitem sua avaliação quanto às suas características estruturais,
composição química e valor nutricional, assim como a determinação das ações das
substâncias indesejáveis e a existência de perigos físicos nas matérias-primas e produtos
acabados.
As análises microbiológicas dos alimentos são utilizadas para avaliar riscos à saúde do
consumidor e o desempenho do controle higiênico-sanitário na elaboração dos produtos
alimentícios. Para complementar os estudos sobre a composição e as características
físicas dos alimentos, são apresentadas as técnicas de análise sensorial, que permitem
qualificar aroma, sabor, textura e cor dos produtos em diversas situações, como avaliação
de matérias-primas e processos, desenvolvimento de novos produtos e aceitação pelo
consumidor.
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CAPÍTULO 1
Técnicas de conservação dos alimentos
Essa é uma finalidade muito considerada pela indústria alimentícia moderna, pois
muitos dos processos aplicados aos alimentos são idealizados apenas para atingir esse
objetivo, por exemplo, o desenvolvimento da ampla variedade de leites fermentados,
especialmente o iogurte, que pode ser encontrado no mercado sob diversas formas
de apresentação e palatabilidade (iogurte de frutas, com adoçantes, aromatizantes,
iogurte líquido etc.).
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
que se conheça o resultado de suas ações sobre os princípios nutritivos, ou que reações
sensoriais serão produzidas.
Nesse sentido é a Bioquímica (ou a Química) dos Alimentos, que está inserida nas
Ciências dos Alimentos, que permite o controle de todos esses fenômenos, possibilitando
o profundo conhecimento dos aspectos que são anteriores aos processos tecnológicos.
Nos países desenvolvidos, estima-se que mais da metade dos alimentos consumidos
são processados de alguma forma, e processos industriais nessa escala não podem
basear-se em métodos inspirados na arte e no empirismo, mas requerem métodos
seguros que proporcionem alimentos estáveis, agradáveis e de qualidade uniforme.
Por último, uma das missões da Tecnologia de Alimentos é fazer chegar ao consumidor
alimentos seguros, isentos de agentes nocivos, tanto bióticos como abióticos, e com
composição e valor nutritivo determinado. Para atingir essa meta, é necessário que os
alimentos sejam produzidos com a máxima higiene e limpeza, que se utilizem boas
práticas de fabricação e que se façam ajustes a certas normas. A responsabilidade por
todas essas questões, sua inspeção e toda legislação referente cabem à disciplina Higiene
e Inspeção dos Alimentos (HAWTHORN, 1983).
A deterioração dos alimentos de origem animal e vegetal, em sua maioria, começa partir
do abate do animal ou da colheita do vegetal, e a técnica empírica para a preservação
dos alimentos sempre foi utilizada no decorrer dos séculos sendo, em parte, utilizada
ainda nos dias de hoje: o emprego do sal, a secagem, a defumação, bem como o uso do
vinagre e do álcool.
As técnicas de preservação têm por objetivo manter, durante o maior tempo possível,
as qualidades sanitárias do alimento reforçando os efeitos pelo tratamento empregado.
As principais medidas são: higiene, manipulação, agentes físicos, químicos ou
microbiológicos, tipos de embalagem, armazenamento, transporte.
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
1. Calor.
2. Frio.
3. Fermentações.
4. Açúcar.
5. Aditivos.
6. Irradiação.
7. Métodos recentes.
Os alimentos diferem entre si, portanto as exigências para seu processamento também
o são. O binômio tempo x temperatura é comumente utilizado como processo
de conservação, e a determinação de cada um deles depende do efeito que o calor
seja capaz de exercer sobre o alimento, e que outros métodos de conservação serão
utilizados conjuntamente. O objetivo do tratamento térmico é destruir todos os micro-
organismos, ou destruir aqueles mais prejudiciais e retardar ou prevenir o crescimento
dos sobreviventes.
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Branqueamento
»» amolecimento da casca;
Pasteurização
É o processo térmico criado por Pasteur, em 1864, que tem por objetivo a eliminação total
dos micro- organismos patogênicos e parcial dos micro-organismos deteriorantes. A
temperatura máxima é 100ºC, em pressão atmosférica normal, proveniente de vapor,
radiações ionizantes, água aquecida, micro-ondas etc. (POLLONIO, 1993).
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
Tipos
Processamento
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Por esse motivo, Bender (1982) define a apertização como o “termo aplicado pelos
franceses ao processo de destruição de microrganismos de significado alimentar”,
desenvolvido por Nicolas Appert, confeiteiro parisiense premiado por Napoleão
Bonaparte por descobrir o novo processo de conservação dos alimentos. O termo
é também conhecido como esterilidade comercial, pois alguns micro-organismos
permanecem vivos, mas não se multiplicam.
No caso das alterações das latas, as mais comuns são o estufamento: a atividade
microbiana ou a corrosão da lata levam à formação de gases no compartimento interno
da lata (gás carbônico, hidrogênio, e, até mesmo, gás sulfídrico e gás carbônico, entre
outros) aumenta a pressão interna, e os extremos da lata, antes ligeiramente côncavos
devido ao vácuo, passam a ser ligeiramente convexos.
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
Processamento térmico
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
O tempo necessário para a destruição dos esporos nos alimentos com pH favorável
(maior que 4,5) chega a várias horas a 100ºC, o que prejudica as características dos
alimentos apertizados, tornando-os inaceitáveis. Por esse motivo, o tratamento térmico
a ser efetuado em alimentos de baixa acidez ocorre em temperaturas entre 115ºC e
125ºC em autoclave de pressão a vapor, sem prejudicar deleteriamente a qualidade
dos produtos, cujo tempo de tratamento varia em função do pH e da temperatura
empregada, conforme pode ser observado na Quadro 1.
121 25
121 12
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
No caso dos alimentos não ácidos (água de coco, leite, bebidas à base de soja etc.),
o processamento asséptico pode ocorrer por meio do aquecimento do produto a
temperaturas ultraelevadas ou altas (UAT ou UHT), entre 130ºC e 150ºC, por dois a quatro
segundos, por meio de processamento térmico contínuo e, logo após, imediatamente
resfriado a uma temperatura inferior a 32ºC. Em seguida, os alimentos são envasados
em condições assépticas em embalagens estéreis e fechadas hermeticamente. Para o caso
do leite UHT ou UAT, a Portaria Mapa no 370/1997 aprova o Padrão de Identidade e
Qualidade (PIQ) para o leite submetido a esse processo.
(<http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.
do?operacao=visualizar&id=1252> Acesso em: 5/11/2012).
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Corrosão da lata
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
Inspeção da recravação
Após o tratamento térmico, o fechamento hermético das latas deve ser rigorosamente
inspecionado. A qualidade desta etapa de processamento pode ser comprometida devido
às más condições do equipamento (recravadeira), ao material da lata (por exemplo,
variações na espessura da chapa), e tamanho da lata (comprometendo a eficiência do
processo automático e mecanizado).
Secagem
A atividade de água (Aw ou Aa) é o fator que melhor representa a água disponível no
alimento, e sua redução é capaz de prolongar a vida útil do alimento, mas, apesar de
reduzir o crescimento microbiano e a atividade enzimática, não provoca sua inativação,
fazendo com que qualquer aumento do teor de umidade durante a estocagem resulte
em deterioração; por exemplo, caso a embalagem seja defeituosa.
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Alimentos submetidos ao processo de secagem são muitos, por exemplo: frutas secas,
hortaliças, chás, nozes, café, leite, charque, pescados, frutos do mar, massas alimentícias,
farinhas, ovos, condimentos, e vários outros. Todos os processos podem ser classificados
em dois grupos: secagem natural ou ao sol, e secagem artificial (desidratação).
Secagem natural
Regiões como Grécia, Espanha, Mendoza (Argentina), Ásia, Chile, entre outras,
apresentam condições climáticas favoráveis à secagem natural.
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
O local de secagem deve ser distante de vias de acesso devido aos problemas com a
poeira. É recomendável que o processo de secagem ocorra em duas fases: a primeira,
para a redução de até 70% da umidade, deverá ser feita ao sol, e a segunda, à sombra,
evitando o ressecamento dos produtos e as perdas de sabor e aroma. Caso a secagem
seja feita totalmente ao sol, no caso das frutas, estas escurecem.
Desidratação
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
»» a cor das frutas secas pelo processo natural pode ser mais apresentável
que na desidratação, pois o desenvolvimento da cor em certas frutas
imaturas continua lentamente durante a secagem natural, o que não
acontece na desidratação;
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
Existem diversos tipos de desidratadores, patenteados ou não, cujo tipo a ser utilizado
é determinado pelo tipo do alimento a ser desidratado, pelas condições econômicas
e de operação: secadores de cabine, de túnel, fornos secadores, secador de tambor,
desidratadores a vácuo, entre outros.
»» Secadores adiabáticos:
›› Secador de cabina.
›› Secador de túnel.
»» Secadores de transferência:
»» Secador de tambor.
Métodos de secagem
Razão de evaporação
»» a porosidade do alimento;
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
»» a temperatura do ar;
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
As perdas mais comuns são de vitamina C (ácido ascórbico), já que esta é a vitamina
mais sensível de todas por ser hidrossolúvel e facilmente destruída pelo calor e pela
oxidação, cujas perdas durante o processo podem variar de 10% a 50%, dependendo da
atividade de água (Aw) do alimento, do processo de preparo e das condições utilizadas
(GAVA, 2008).
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
temperaturas por tempo prolongado poderão afetar o valor biológico das estruturas
proteicas, em relação ao produto inicial. Da mesma forma, a rancidez é mais incidente
às altas temperaturas, razão pela qual é importante a utilização de antioxidantes para
proteger a degradação das gorduras.
O teor de carboidratos nas frutas é significativo, razão pela qual as alterações destes
devem ser controladas com a utilização de antioxidantes e dióxido de enxofre, visando
prevenir as alterações de escurecimento provocadas por enzimas ou reações químicas.
Instantaneização
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
Leite em pó, café solúvel, farinhas, sopas e sobremesas desidratadas e outros produtos
são obtidos por meio do processo de instantaneização. O produto final deverá apresentar
algumas propriedades especiais que lhe confere a qualidade desejada, ou seja:
Liofilização
Por ser um processo mais caro, entre cinco a dez vezes mais dispendioso quando
comparado aos processos convencionais, a liofilização é utilizada no processamento de
alimentos mais caros também (frutos do mar, café, cogumelos de espécies exóticas).
Inicialmente, a liofilização começou a ser utilizada pela indústria farmacêutica, aqui
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Existem três origens do sal: o solar ou marinho, de minas profundas (extraídas com
água) e de minas superficiais. O primeiro apresenta maior contaminação por micro-
organismos (105) e os outros apresentam uma contagem em torno de 103. Os principais
gêneros que se desenvolvem no sal são bacillus e micrococcus (70%), que crescem a 20º
e 37oC. Halobacterium cutirubrum é uma bactéria que sobrevive a altas concentrações
de sal, e desenvolve uma cor vermelha ou rosa na superfície de alimentos salgados. Só
é destruída na presença de bacitracina.
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
A salga não é muito recomendada para alimentos gordurosos porque pode favorecer a
rancificação do produto, alterando suas características sensoriais.
O sal apresenta várias vantagens, tais como intensificar o paladar e o sabor dos
alimentos, ajudar na digestão, controlar a intensidade da fermentação de produtos
submetidos a esse processo, fixar a água para formar a estrutura do pão, branquear
massas em que entra farinha, entre outras.
O açúcar é um bom agente conservante para produtos derivados de frutas, pois cria
condições desfavoráveis para o crescimento microbiano, promovendo aumento da pressão
osmótica (diminuição da atividade de água). Só os microrganismos osmofílicos são
capazes de desenvolverem-se neste meio. Por isso, esses produtos são complementados
com tratamento térmico.
Os produtos defumados podem ser definidos como aqueles que, após o processo de salga
e cura, são submetidos à defumação, para conferir-lhe aroma e sabor característicos,
além de vida de prateleira, pela desidratação parcial.
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Composição da fumaça
»» aldeídos e cetaldeídos;
»» cetonas;
»» cresóis;
»» fenóis;
»» formaldeídos;
»» compostos aromáticos;
»» alcatrão.
Tipos de defumação
»» a frio;
»» a quente;
»» líquida;
»» deposição.
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
O frio tem sido reconhecido desde longa data como excelente método de preservação
de alimentos. Temperaturas mais baixas são utilizadas para retardar as reações
e a atividade enzimática, bem como para inibir o crescimento e a atividade dos
microorganismos nos alimentos, e, quanto mais baixa for a temperatura, menores
serão essas consequências.
»» O alimento deve ser sadio, pois o frio não restitui a qualidade perdida;
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
»» A aplicação do frio deve ser feita o mais cedo possível para interromper
os processos enzimáticos, oxidativos, metabólicos e microbianos, e
evitar qualquer alteração do alimento;
É um processo bastante caro (5 a 6 vezes mais caro que o calor), em função da cadeia
de frio. Essa cadeia deve ser mantida porque o frio não mata o micro-organismo e nem
destrói as enzimas, apenas diminui ou paralisa suas funções (EVANGELISTA, 1992).
Os mecanismos do frio são classificados de acordo com o método para remover calor,
ou seja, o frio pode ser obtido natural ou artificialmente. O frio artificial pode ser
obtido por:
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
»» de fácil detecção;
»» de baixo custo.
»» dióxido de carbono;
»» amônia;
»» dióxido de enxofre;
»» cloreto de metila;
»» nitrogênio líquido
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Refrigeração
Mas nem todos os alimentos podem ser refrigerados, pois podem ter seu metabolismo
modificado, por exemplo, o tomate verde, o abacate e a banana, que sofrem a chamada
chilling injury (lesão pelo frio): escurecimento da casca, lentidão do amadurecimento
normal e estímulos à atividade imprópria de certas enzimas (GAVA, 2008).
O Quadro 3 apresenta o tempo de vida útil para alguns produtos alimentícios, conforme
as temperaturas às quais serão submetidos para armazenamento.
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
Métodos de refrigeração
»» Resfriamento a água.
»» conservação temporária;
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Congelamento
Métodos de congelamento
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
A utilização do gás carbônico tem alto custo devido à necessidade de gelo seco, o que tem
inviabilizado este sistema (GAVA, 2008).
Neste sistema, o alimento pode ser colocado em contato direto sobre uma placa
supergelada (de alumínio ou inox), ou colocado em embalagens a serem aspergidas por
liquido refrigerante ou, ainda, em embalagens a serem dispostas sobre placas resfriadas.
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Quando esse processo ocorre nos equipamentos que se utilizam de esteiras, com os
alimentos dispostos separadamente sobre elas, ocorre o congelamento individualizado
de cada partícula ou porção disposta em questão de minutos, sendo este processo, então,
conhecido por Individual Quick Freezing (IQF) – congelamento rápido individual.
»» Resseca o ambiente.
Supergelamento
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
As principais fontes de radiação são cobalto 60 e césio 137. As doses de radiação são
bem controladas e usadas doses pequenas. São utilizadas as radiações gama com
características ionizantes. A unidade é o RAD. O megarad equivale a duas (2) calorias.
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Tipos de fermentação
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CAPÍTULO 2
Análises físico-químicas e sensoriais dos
alimentos
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
»» avaliação estatística.
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
›› controle de qualidade;
Métodos de análises
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
Preparo de amostras
Por sua vez, amostragem é a sequência das etapas operacionais especificadas para
assegurar que a amostra seja obtida com a necessária condição de representatividade.
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
Os resultados de uma análise quantitativa somente poderão ter valor que dela se espera
na medida em que a porção submetida ao processo analítico representar, com suficiente
exatidão, a composição média do material em estudo.
A amostra deverá ser obtida por meio de incrementos recolhidos segundo critérios
adequados. A reunião desses incrementos forma a amostra bruta.
Alimentos semissólidos (queijos duros e chocolates, entre outros) devem ser ralados.
Para os alimentos úmidos (carnes, peixes e vegetais), a amostra deverá ser picada,
moída e misturada, e depois mantida sob refrigeração.
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
As frutas grandes devem ser cortadas ao meio, nos sentidos longitudinal e transversal, de
modo a serem repartidas em quatro partes. Duas partes opostas, de hemisférios distintos,
deverão ser descartadas, e as outras duas partes deverão ser trituradas juntas, misturadas
no liquidificador para análise.
Dessa forma, deve-se conhecer bem a composição do alimento a ser analisado, assim
como suas possíveis alterações, para garantir uma boa amostragem e que as análises
físico-químicas alcancem resultados seguros e confiáveis. <www.senai.fieb.org.br/>
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UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
complexas. A verificação de suas habilidades deverá ser feita por meio de exame
intralaboratorial e interlaboratorial de uma mesma amostra.
Com relação aos instrumentos, estes devem ser revisados, pois tendem a se deteriorar
com o tempo. A revisão e checagem incluem a calibração e frequentes padronizações, a
fim de monitorar esse desgaste.
›› acidez total;
›› alcalinidade de bicarbonatos;
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TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
›› alcalinidade de carbonatos;
›› alcalinidade de hidróxidos;
›› alcalinidade total;
›› cálcio;
›› cianeto;
›› cloretos;
›› cloro combinado;
›› cor;
›› cromo;
›› determinação de metais;
›› DQO / DBO;
›› dureza de Ca;
›› dureza de carbonatos;
›› dureza de Mg;
›› dureza total;
›› ferro;
›› fluoreto;
›› magnésio;
›› manganês;
›› nitratos;
›› nitritos;
›› nitrogênio albuminoide;
61
UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
›› nitrogênio amoniacal;
›› óleos e graxas;
›› oxigênio dissolvido;
›› pH;
›› sólidos em suspensão;
›› sulfatos;
›› sulfetos;
›› surfactantes amônicos;
›› turbidez.
»» Análises cromatográficas
›› 10-HDA;
›› ácido benzoico;
›› ácido fenólico;
›› ácido fólico;
›› ácido sórbico;
›› antibióticos;
›› cafeína;
›› CMP em leite;
›› colesterol;
›› flavonoides;
›› frutose;
›› glicose;
62
TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
›› lactose;
›› perfil de gordura;
›› sacarose;
›› sorbitol;
›› vitamina A;
›› vitamina C;
›› vitaminas do complexo B;
›› vitamina E.
›› corantes artificiais;
›› formaldeído;
›› gás sulfídrico;
›› glicídios;
›› acidez;
›› amido;
›› índice de peróxidos;
63
UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
›› lipídios;
›› metais pesados;
›› nitrito e nitrato;
›› umidade e voláteis.
›› amido;
›› cinzas;
›› lipídios;
›› metais pesados;
›› proteínas;
›› rancidez;
›› resíduo seco;
›› umidade.
›› adoçantes;
›› atividade antioxidante;
64
TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
›› metais pesados;
›› resíduo de antibióticos;
›› resíduo de pesticidas;
›› vitaminas;
›› micotoxinas.
›› amido;
›› cinzas;
›› lipídios;
›› proteínas;
›› metais pesados;
›› umidade e voláteis.
›› Mel
›› açúcares redutores;
›› alcalinidade da cinza;
›› amido;
›› antibióticos;
›› atividade diastásica;
65
UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
›› cinza total;
›› cor;
›› espectro de absorção;
›› hidroximetilfurfural (HMF);
›› metais pesados;
›› pH;
›› prova de Fiehe;
›› prova de Lugol;
›› prova de Lund;
›› resíduos de pesticidas;
›› sacarose aparente;
›› umidade;
›› vitaminas.
›› Arteppilin-c;
›› cera;
›› espectro de absorção;
›› extinção;
›› índice de oxidação;
›› massa mecânicas;
›› metais pesados;
›› pH;
66
TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
›› resíduos de antibióticos;
›› resíduos de pesticidas;
›› resíduos secos;
›› teor alcoólico;
›› Umidade.
»» Pólen apícola
›› acidez total;
›› açúcares totais;
›› alcalinidade da cinza;
›› cinza total;
›› fibra bruta;
›› lipídios;
›› metais pesados;
›› pH;
›› proteínas;
›› resíduos de antibióticos;
›› resíduos de pesticidas;
67
UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
›› umidade;
›› vitaminas.
»» Geleia real
›› 10-HDA;
›› acidez;
›› açúcar total;
›› alcalinidade da cinza;
›› cinza total;
›› fibras brutas;
›› lipídios;
›› metais pesados;
›› pH;
›› proteínas;
›› resíduos antibióticos;
›› resíduo pesticida;
›› umidade;
›› vitaminas.
»» Análises genéricas
68
TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
›› alcalinidade da cinza;
›› amido;
›› atividade de água;
›› brix;
›› bromato;
›› cafeína;
›› carboidratos;
›› cinza total;
›› colesterol;
›› densidade;
›› dureza
›› extrato seco;
›› extrato alcoólico;
›› extrato aquoso
›› índice de hidroxila;
›› índice de peróxidos;
›› índice de refração;
69
UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
›› índice de saponificação;
›› nitrogênio total;
›› pH;
›› proteína;
›› sólidos solúveis;
›› tempo de desintegração;
›› teor alcoólico;
›› umidade;
›› viscosidade.
»» Análises organolépticas
›› aspecto;
›› cor;
›› odor;
›› sabor.
›› carboidratos;
›› gordura total;
›› gordura saturada;
›› gordura trans;
›› proteínas;
›› sódio;
›› valor energético.
70
TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
»» Composição centesimal
›› alcalinidade da cinza;
›› carboidratos;
›› gordura total;
›› minerais;
›› proteínas;
›› sólidos totais;
›› umidade e voláteis;
»» Minerais
›› cálcio;
›› cobre;
›› cromo;
›› ferro;
›› fósforo;
›› magnésio;
›› manganês;
›› potássio;
›› selênio;
›› sódio;
›› zinco.
71
UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
Análises sensoriais
O consumidor tende a se tornar mais seletivo e exigente na hora de optar pelas marcas à
sua disposição. Em virtude disso, as indústrias precisam inovar ou desenvolver produtos
que antecipem essas necessidades para surpreender o consumidor e ganhar mercado
na frente da concorrência (POLLONIO, 1993).
A análise sensorial é efetuada de maneira científica por meio de testes sensoriais que são
aplicados para atingir o consumidor. A qualidade sensorial não é uma característica
própria do alimento, mas, sim, o resultado da interação desse alimento e do
homem. É uma resposta individual, que varia de pessoa para pessoa, em função das
experiências, de expectativas, do grupo étnico e de preferências individuais.
72
TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
(<http://www.signuseditora.com.br/ba/pdf/18/18%20-%20Desenvolvimento.pdf>
Acesso em: 18/11/2012).
Um alimento, além de seu valor nutritivo, deve produzir satisfação e ser agradável ao
consumidor, isto é, resultante do equilíbrio de diferentes parâmetros de qualidade
sensorial. Em um desenvolvimento de um novo produto é imprescindível otimizar
parâmetros, como forma, cor, aparência, odor, sabor, textura, consistência e a interação
dos diferentes componentes, com a finalidade de alcançar um equilíbrio integral que
se traduza em uma qualidade excelente e que seja de boa aceitabilidade (SILVA, 2000).
A NBR 12806 define análise sensorial como uma disciplina científica usada para
evocar, medir, analisar e interpretar reações das características dos alimentos e
materiais como são percebidas pelos sentidos da visão, olfato, gosto, tato e audição
(ABNT, 1993a). As percepções sensoriais dos alimentos são interações complexas que
envolvem estes cinco sentidos.
São testes muito usados para seleção e monitoramento de equipe de julgadores, para
determinar se existe diferença devido à substituição de matéria-prima, alterações de
processo devido à embalagem ou ao tempo de armazenamento.
73
UNIDADE I │ TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS
O perfil de características é um teste que avalia aparência, cor, odor, sabor e textura de
um produto produtos, para estabelecer a natureza das diferenças entre amostras ou
produtos, em controle da qualidade (GULARTE, 2009).
Os testes afetivos são uma importante ferramenta, pois acessam diretamente a opinião
do consumidor já estabelecido ou potencial de um produto, sobre características
específicas do produto ou ideias sobre ele, por isso são também chamados de testes de
consumidor. As principais aplicações dos testes afetivos são a manutenção da qualidade
do produto, a otimização de produtos e/ou processos e desenvolvimento de novos
produtos.
74
TECNOLOGIA APLICADA AO CONTROLE E GARANTIA DA QUALIDADE DE ALIMENTOS │ UNIDADE I
O teste de ordenação é um teste no qual uma série de três ou mais amostras são
apresentadas simultaneamente. Ao provador é solicitado que ordene as amostras de
acordo com a intensidade ou grau de atributo específico.
O laboratório de análise sensorial deve conter: cabines individuais para aplicação dos
testes, deve ser limpo, livre de ruídos e odores e apresentar área com boa ventilação e
iluminação (GULARTE, 2009). O sucesso da análise sensorial depende do profissional
especializado na área, bem como da gerência da empresa e de um programa de motivação
para participação de julgadores na equipe sensorial.
75
TECNOLOGIA
DE ALIMENTOS UNIDADE II
INDUSTRIALIZADOS
Por exemplo, o macarrão instantâneo fica pronto só com a adição de água fervente. O
baixo custo e a praticidade fazem dele a opção favorita entre aqueles que não sabem ou
não têm tempo para cozinhar. Em contrapartida, alguns desses produtos contêm, no
geral, mais gorduras em sua composição, o que acrescenta calorias e aumenta o teor de
gorduras totais. Além disso, aquele temperinho que acompanha a massa está carregado
de sódio.
76
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
(<http://aengenhariadosalimentos.wordpress.com/2012/07/31/alimentos-
industrializadosvantagens-x-riscos/> Acesso em: 18/11/2012).
77
CAPÍTULO 1
Técnicas de fabricação
(<http://aengenhariadosalimentos.wordpress.com/2012/07/31/alimentos-
industrializados- vantagens-x-riscos/> Acesso em: 18/11/2012).
Por outro lado, o próprio ambiente fabril pode constituir-se em importante fonte de
contaminação, somada à carga microbiana já existente no alimento. As causas dessa
78
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
contaminação continuam sendo o ar, o solo, a água, além dos equipamentos, utensílios
e do pessoal. E na indústria, a água continua sendo uma das principais fontes de
contaminação.
(<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfHhQAC/apostila-tecnologia-alimentos-
origem-animal- pdf> Acesso em: 18/11/2012).
»» modificação do pH;
»» modificação da temperatura;
»» uso de embalagem.
79
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
»» Pré-tratamento
80
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
»» Estabilização (conservação)
81
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
82
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
83
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
»» Restrição de uso dos aditivos → o uso dos aditivos deve ser limitado
a alimentos específicos, em condições específicas e ao menor nível para
alcançar o efeito desejado.
84
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
85
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
Categoria alimentos
1. Leite.
2. Óleos e gorduras.
3. Gelados comestíveis.
4. Frutas e hortaliças.
86
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
16. Bebidas.
23. Outros.
(Disponível em <http://www.portaldoeletrodomestico.com.br/redesocial/wp-
content/uploads/ group-documents/11/1323531428-APOSTILA-TECNOLOGIA-DOS-
ALIMENTOS-refrigeracao.pdf> Acesso em: 18/11/2012).
87
CAPÍTULO 2
Vida de prateleira
Shelf life, ou vida útil, é o tempo que um alimento preparado permanece fresco,
saudável, ou seja, é o período de tempo que alimentos, bebidas e outros produtos
perecíveis possuem antes de serem considerados inadequados para o consumo.
Conforme já comentado, os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto à elevada
qualidade dos alimentos, e têm a expectativa de que tal qualidade será também mantida
em nível elevado durante o período entre a compra e o consumo. Essas expectativas
são uma consequência não apenas da exigência de que o alimento deve permanecer
seguro, mas, também, da necessidade de minimizar as alterações indesejadas em suas
qualidades sensoriais.
Assim, os fabricantes devem ter os meios disponíveis para prever a data final da vida
de armazenamento, sob determinado conjunto de condições. Os critérios com base
nos números medidos de deterioração e microrganismos patogênicos e seu padrão de
crescimento, são capazes de oferecer uma definição relativamente clara.
Critérios não microbiológicos são mais difíceis de definir, embora critérios bem definidos
de composição química, tais como conteúdo de vitaminas, possam ser úteis. A definição
das características sensoriais desejadas é uma área especificamente problemática para
muitas empresas, mesmo quando se trata de produtos frescos; a definição seguida das
características sensoriais de armazenamento é ainda mais difícil. As características
sensoriais de muitos alimentos deterioram-se durante o armazenamento (com exceções
importantes, como vinho e queijo) e, mesmo assim, desde que permaneçam seguros,
uma grande variação ainda é evidentemente tolerável para os consumidores.
alterações no armazenamento e utilizar esses dados para ajudar a definir o shelf life (vida
útil, ou data de validade, em português).
»» permanece seguro;
Essa definição identifica os principais fatores que devem ser considerados quando
se avalia o shelf life, contudo, mais uma vez, deixa a interpretação das palavras
características desejáveis altamente ambígua. Essa ambiguidade reflete uma
consideração importante. Exceto em situações em que a segurança microbiológica está
em questão, a definição de shelf life está relacionada ao posicionamento do produto no
mercado em termos de qualidade e percepção do cliente com relação a essa qualidade.
Por exemplo, um produto econômico que, após a sua fabricação, tem um índice menor
de qualidade do que um produto premium, não tem necessariamente um shelf life
mais curto, mesmo que a taxa de deterioração seja a mesma.
O abuso térmico na cadeia de distribuição é comum, mas se torna quase uma rotina em
um ambiente doméstico. As condições de temperatura ambiente em cozinhas variam
enormemente, e o controle de temperatura em geladeiras e congeladores domésticos é
frequentemente pobre. Por isso, é importante para o fabricante de alimentos entender
perfeitamente as características de armazenamento do produto em uma ampla gama de
89
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
Muitos fatores podem influenciar o shelf life, sendo classificados, pelo IFST, em fatores
intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos são as propriedades do produto final,
matéria-prima ou alimento, e incluem:
»» oxigênio disponível;
»» nutrientes;
Os fatores intrínsecos, no produto final, são influenciados por variáveis, como o tipo
de matéria-prima e qualidade, e pela formulação do produto e estrutura. Já os fatores
extrínsecos são aqueles nos quais o produto final encontra à medida que ele se move por
meio da cadeia alimentar, incluindo:
90
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
»» manuseio do consumidor.
Todos esses fatores podem operar de forma interativa e, muitas vezes, imprevisível,
assim, a possibilidade de interação deve ser investigada. Um tipo particularmente útil
de interação ocorre quando fatores como a temperatura reduzida, tratamento térmico
brando, ação antioxidante e atmosfera controlada de empacotamento, operam em
conjunto para restringir o crescimento microbiano, chamado de teoria das barreiras.
Alterações microbiológicas
91
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
Alterações físicas nos materiais das embalagem, às vezes, junto com reações químicas
posteriores, também podem limitar o shelf life sensorial. Por exemplo, as alterações de
92
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
Em alimentos que contêm gorduras, a gordura mais sólida torna-se líquida e age como
um solvente para as reações em fase de óleo; além disso, podem ocorrer mudanças
na cristalinidade da gordura. O aumento da temperatura também pode alterar
as características de cristalização dos alimentos que contêm xarope de açúcar. A
desestabilização de sistemas de emulsão também pode ocorrer sob condições de
temperatura flutuante ou agitação mecânica. As temperaturas flutuantes podem causar
a formação de cristais de gelo em alimentos congelados, como sorvetes.
Tipos de deterioração
93
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
94
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
Sem sabor
Vinhos Oxidação
Alterações na cor
PRODUTOS LÁCTEOS
Migração de umidade Formação de cristais de gelo
Sorvete
Oxidação Rancidez
Oxidação
Leite fluido Reações hidrolíticas Rancidez e outros sabores
Crescimento microbiano
Absorção de umidade Aglutinação
Leite em pó
Oxidação Alterações no sabor, rancidez
95
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
»» ambiente de processamento;
»» embalagem;
»» armazenamento e distribuição;
»» manuseio do consumidor.
Apesar de todos esses pontos serem importantes, duas das áreas mais dinâmicas de
pesquisa estão concentradas nos novos métodos de processamento e nas técnicas de
embalagem.
Influência do processamento
O shelf life dos produtos pode ser prorrogado pelo uso de tratamentos que matam os
microrganismos (por exemplo, calor e radiação) ou por meio do controle do crescimento
microbiano pelo controle da temperatura (refrigeração e congelamento), reduzindo a
atividade de água, e pela adição de conservantes.
Processo a vácuo
97
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
Processamento em micro-ondas
O processamento por alta pressão envolve a aplicação de pressão de até 6.000 atmosferas
para pasteurização e de 10.000 a 12.000 ATM (com 60ºC a 80ºC) para a esterilização.
Pode-se observar que, assim como no caso do calor, quanto maior a pressão, maior
será a eficácia do processo na inativação microbiana.
Irradiação
O tratamento por irradiação envolve a exposição dos alimentos embalados a raios gama,
feixes de elétrons ou raios-X. Uma vez que este é um processo a frio, os alimentos
não se tornam cozidos. A radiação ideal varia de acordo com o tipo de produto e
aplicação. Existem restrições legislativas à utilização deste processo em diferentes
países. Como o processo de irradiação pode alterar as características de certos filmes
para embalagens, o FDA elaborou uma lista de materiais para embalagem aprovados
que podem ser usados nos processos de irradiação.
98
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
Embalagens
Para manter a qualidade e melhorar o shelf life dos produtos alimentícios, as pesquisas
têm garantido muitos avanços nos materiais utilizados e nas técnicas adotadas para o
processamento das embalagens, aumentando as opções disponíveis a serem definidas
para cada tipo de produto (GAVA, 2008).
»» facilidade de abertura;
99
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
»» transparência;
»» baixo preço.
Tipos de embalagens
»» plásticos flexíveis;
»» papéis flexíveis;
»» laminados e multifoliados;
»» cartonados assépticos;
»» outros materiais.
Devido à sua maior importância, serão abordadas a lata, o vidro e a utilização das
embalagens flexíveis para os alimentos.
100
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
É constituída por três partes: corpo, tampa e fundo, que são unidas pela recravadeira
industrial para formar a unidade completa, juntamente com um composto vedante à
base de borracha, nos canais de recravação das extremidades, proporcionando uma
vedação permanente, que evita vazamentos e previne contaminações.
Outro material utilizado também é o alumínio, com o qual é produzida a lata de duas
peças, uma vez que o corpo e o fundo formam uma peça única estrutural sem emendas.
No Brasil, a produção dessas latas foi iniciada em 1989, principalmente para o segmento
de bebidas.
Folhas de flandres ou alumínio também são utilizadas para alimentos que são dispersos
em latas tipo aerossol (cremes, óleos, queijos etc.).
O fechamento geralmente é feito por solda térmica, podendo também ser por torção ou
grampos ou outros métodos. Existem também materiais que se amoldam ao produto ou
a outras embalagens: filmes encolhíveis (shrink) e filmes esticáveis (stretch).
101
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
Para a escolha dos materiais a serem utilizados, muitas considerações devem ser feitas
em relação às propriedades de cada material, garantindo a proteção devida ao alimento a
ser embalado: permeabilidade aos vapores de água e aos gases (principalmente oxigeno
e gás carbônico), resistência, claridade, aparência, encolhimento, termossoldabilidade,
resistência química, decoração, toxicidade, odor, temperaturas de trabalho,
disponibilidade, compatibilidade e custo.
102
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
103
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
O fabricante de alimentos possui uma gama cada vez maior de opções disponíveis em
termos de processamento de embalagem para melhorar a qualidade e o shelf life dos
produtos. É importante que os fabricantes considerem as questões relativas à segurança
alimentar e à aceitação do consumidor na escolha feita dos seus produtos.
Rotulagem de alimentos
<http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/vigilancia%20sanitaria/MANUAL_ ROTULAGEM_
104
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
105
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
›› O que é.
›› A composição.
›› Qual a quantidade.
›› Qual a origem.
›› Como consumir.
›› Como conservar.
›› O prazo de validade.
›› A informação nutricional.
Foi alterada pela Resolução RDC no 123/2004 e complementada pela Resolução RDC
no 163/2006.
106
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
›› Nome da empresa.
›› Prazo de validade.
›› Lote.
107
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
Regras básicas
Quando a rotulagem não estiver redigida no idioma do país de destino deve ser colocada
etiqueta complementar, contendo a informação obrigatória no idioma correspondente
108
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
com caracteres de tamanho, realce e visibilidade adequados. Essa etiqueta pode ser
colocada tanto na origem quanto no destino.
Rotulagem facultativa
Lei no 10.674/2003
109
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
›› bebidas alcoólicas;
›› especiarias;
›› vinagres;
›› café, erva mate, chá e outras ervas sem adição de outros ingredientes;
Essas exceções não se aplicam aos alimentos para fins especiais ou que apresentem
declarações de propriedades nutricionais.
110
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
›› Valor energético.
›› Carboidratos.
›› Proteínas.
›› Gorduras totais.
›› Gorduras saturadas.
›› Gorduras trans.
›› Fibra alimentar.
›› Sódio.
111
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
(< http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/vigilancia%20sanitaria/MANUAL_
ROTULAGEM_abri08.pdf> Acesso em: 20/11/2012).
Compreendendo os rótulos
Exemplos:
»» Achocolatado em pó:
»» Salsichas:
112
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
3. Estabilizante: Politosfato.
3. É obrigatória para:
Definição
113
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
114
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
115
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
Definição
Designação
Classificação
116
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
d. fórmulas infantis;
117
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
Quadro 5. Classificação de alimentos para fins especiais, de acordo com a portaria svs/ms no 29/1998
118
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
119
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
Rotulagem
120
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS │ UNIDADE II
Considerações gerais
121
UNIDADE II │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
122
TECNOLOGIA
DE ALIMENTOS UNIDADE III
VEGETAIS
CAPÍTULO 1
Grãos e cereais
Uma noção sobre estrutura, composição e propriedades físicas dos grãos, e também,
indicadores de qualidade dos grãos, teor de água, umidade de equilíbrio dos grãos e
psicrometria do ar deve ser pré-requisito para o estudo das operações que se realizam
durante o pré-processamento.
Pericarpo
123
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
transforma-se no farelo, rico em proteínas, tendo em vista que é reforçado em sua parte
interna por uma camada chamada proteica.
Endosperma
Germe
Elementos principais
Protídeos
O teor em protídeos dos cereais varia segundo as espécies ou variedades (12% para
o trigo, 1% para a cevada e 9% para o milho), e são distribuídos diferentemente
no grão, principalmente no germe, o escutelo e a camada proteica, possuindo o
endosperma quantidades pequenas. Os aminoácidos são classificados essenciais, tais
como a lisina, que nos cereais não está presente ou está em pequenas quantidades.
Lipídios
Elementos secundários
125
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
Água
A água está sempre presente nos grãos. Do ponto de vista químico e físico, sua ação
solvente favorece as reações enzimáticas e os ataques microbianos, quando o teor de
água ultrapassa certo limite.
126
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS │ UNIDADE III
Os fluxos que o grão pode seguir dentro de uma UBG, de acordo com a sua condição de
recebimento são recepção, limpeza, secagem, armazenamento e expedição:
127
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
Para secar ou umedecer o grão, o fluxo de água, em forma de vapor, deve passar
necessariamente pelas várias camadas dos diferentes tecidos celulares que constituem
os grãos, e dependendo da composição química dessas camadas, o produto pode
apresentar diferentes características quanto ao equilíbrio higroscópico com o ambiente
em que estiver armazenado.
Forma, tamanho, densidade e outras características físicas dos grãos podem afetar o
desempenho das máquinas de limpeza, secagem e beneficiamento, enquanto a
proporcionalidade relativa entre os componentes químicos dos grãos pode afetar as
características indispensáveis à industrialização.
A obtenção da qualidade nos grãos somente será obtida se forem tomadas medidas
sérias, por meio de normas corretas de procedimento e treinamento de pessoal em todas
as áreas do ciclo produtivo, desde os cuidados com a lavoura, com a forma da colheita
com o mínimo dano mecânico e com a mínima perda, observada, para isto, a umidade
ideal de colheita, indicada para cada grão. Isto porque, enquanto a umidade vai caindo,
a infestação vai aumentando, acompanhada de perda de matéria seca.
Os países importadores estabelecem normas com níveis de exigência cada vez maiores
em termos de sanidade. Cereais e seus derivados e carnes exportadas por frigoríficos
128
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS │ UNIDADE III
nacionais, estão passando por controles de qualidade cada vez mais rigorosos. E a
qualidade final do produto depende da qualidade da ração, que depende da qualidade
dos grãos. Mesmo o consumidor local se mostra a cada dia mais exigente, buscando
alimentos de boa procedência, qualidade, e, quando possível, naturais.
Os grãos são seres vivos e, como tal, mesmo desligados biologicamente da planta desde
o momento de sua maturação, respiram, liberam gás carbônico (CO2), água (H2O) e
calor. Em função da umidade, esse processo ocorre de forma mais ou menos intensa,
podendo ser o calor liberado determinado e quantificado em laboratório. Está provado
que quanto maior a umidade dos grãos, maior será a liberação de calor. A temperatura,
embora tenha importância, não tem, entretanto, a mesma influência da umidade sobre
a aceleração do aquecimento dos grãos, nem como o ataque dos insetos e fungos.
(<http://www.esalq.usp.br/departamentos/lan/pdf/Armazenamentodegraos.pdf> acesso
em: 20/11/2012).
Temperatura
Os grãos têm a sua qualidade comprometida pelo ataque dos insetos e dos fungos,
que em uma massa com excesso de umidade e calor, encontram ambiente ideal para
a proliferação e consequente deterioração quantitativa e qualitativa. Os componentes
orgânicos dos grãos, como os carboidratos, proteínas, vitaminas, enzimas etc., pelo
processo de oxidação, reagem com o oxigênio (O) do ar e liberam gás carbônico (CO2 ).
Estas reações oxidam os carboidratos e as gorduras produzindo, além do gás carbônico
(CO2 ), água (H2 O), e liberam calor, sendo que a característica porosa dos grãos facilita
o processo.
129
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
Umidade
130
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS │ UNIDADE III
Excesso de umidade nos grãos significa gastos extras em energia para a secagem,
deterioração dos equipamentos, além de, em alguns casos, perda em qualidade do
produto. Por outro lado, colheitas com umidades muito baixas resultam em grãos mais
quebrados e com mais defeitos.
Os grãos mais ricos em óleo apresentam teor de equilíbrio de umidade mais baixo que
os de menor conteúdo em óleo, para as mesmas condições de ar ambiente.
Percentual de quebrados
(Disponível em <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA7qgAH/processamento-
graos> Acesso em: 20/11/2012).
Subprodutos de grãos
131
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
ou até que uma mesma planta industrial irá sempre gerar um subproduto com
características nutricionais constantes. A análise rotineira de amostras de todos os
insumos obtidos no processamento dos grãos é recomendada. Em alguns casos, a
determinação da digestibilidade da fração proteica e do amido deve ser garantida pela
indústria.
Milho
O milho pode ser fermentado para a obtenção de álcool, produzindo como subproduto
grãos destilados de milho. A quantidade de substâncias solúveis neste subproduto varia
bastante e causa grande impacto na sua composição nutricional. Mais substâncias
solúveis geralmente causam o incremento no valor nutricional do material.
132
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS │ UNIDADE III
Cevada
Trigo
Soja
Casquinhas de soja são obtidas como resíduos após o processamento dos grãos de soja.
Primariamente, este subproduto alimenta os animais como fonte de energia e fibra
digestível nas rações para gado leiteiro. Elas são muito palatáveis e contêm alguma
133
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
(Disponível em <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA7qgAH/processamento-
graos> acesso em: 20/11/2012).
134
CAPÍTULO 2
Folhosos, legumes e frutas
Devido ao alto rendimento por área de plantio, o cultivo de hortaliças no Brasil sempre
despertou o interesse de agricultores de vários portes em se tratando de volume de
produção. Mas a sazonalidade e os fatores climáticos restringem a lucratividade e os
efeitos da globalização prejudicaram a cadeia de comercialização envolvendo colheita,
acondicionamento, transporte e distribuição dos produtos (OETTERER, 2006).
Para as frutas e hortaliças, sabor, tamanho, aparência e textura são fatores fundamentais
para a aceitação do produto por parte do consumidor, que atribui qualidade aos
produtos que apresentam propriedades sensoriais, valores nutritivos e constituintes
químicos. Nesses aspectos, os processos de deterioração em frutas exercem influência
135
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
direta, são variados, mas podem ser classificados como aqueles resultantes dos
processos fisiológicos, das doenças pós-colheitas e dos efeitos físicos de manuseio.
Tipos de respiração
Climatéricas
Muitos frutos, quando atingem estádio adequado de desenvolvimento, mas ainda não
estão prontos para o consumo (maturidade fisiológica), podem ser colhidos e
deixados a amadurecer fora da planta-mãe. Num estádio inicial do desenvolvimento da
tecnologia pós-colheita, descobriu-se que maçãs e outros frutos desse tipo apresentavam,
após a colheita, acentuado aumento em suas taxas de respiração até que atingissem um
ponto máximo, quando, então, começavam a decrescer novamente. Este ápice das taxas
de respiração correspondia ao estádio de maturidade comercial dessas frutas. Este
tipo de comportamento respiratório denomina-se respiração climatérica.
136
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS │ UNIDADE III
Não climatéricas
Temperatura
Disponibilidade de oxigênio
Uma vez que o oxigênio do ar é o componente mais importante para que se realize a
respiração aeróbica, deve estar disponível em quantidade adequada. Se acidentalmente
ou propositadamente restringir o acesso das frutas ao oxigênio ocorrerá a fermentação,
que é acompanhada da produção de odores e sabores desagradáveis. A redução
adequada na concentração de oxigênio é uma técnica muito útil para controlar a taxa
de respiração das frutas.
Gás carbônico
137
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
Etileno (C H4)
A ação do etileno:
»» degrada a clorofila;
»» aumenta a respiração;
Transpiração
É o termo biológico aplicado à evaporação da água dos tecidos vegetais por meio
das estruturas anatômicas das células. A grande maioria dos produtos perecíveis
possui 75% a 95% de água e a umidade relativa dos espaços intercelulares é muito
próxima de 100%, portanto, a tendência é quase sempre o vapor da água escapar
dos tecidos, uma vez que a umidade relativa do ambiente é usualmente menos
que 100%. A transpiração está em função da diferença de pressão de vapor entre os
espaços intracelulares e o meio ambiente, isto é, quanto maior a diferença maior é a
transpiração (OETTERER, 2006).
138
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS │ UNIDADE III
Aspectos da transpiração
Fatores ambientais:
139
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
»» Pigmentos
Durante a colheita, observar fatores que possam prejudicar a qualidade dos produtos
vegetais: evitar a colheita após chuvas pesadas; colher no período mais fresco do
140
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS │ UNIDADE III
141
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
Embalagens
142
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS │ UNIDADE III
Cuidados
»» Resfriamento rápido.
»» Sinais de perigo.
143
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
Quantidades certas do produto devem ser usadas para manter a uniformidade de peso,
e consistência. O espaço vazio não deve ser muito grande porque pode provocar a
corrosão das latas e deterioração do produto e espaço pequeno pode derramar o produto
na hora de abrir o recipiente. Observar a quantidade adequada do líquido de cobertura.
O liquido de cobertura (calda e salmoura) é adicionado às frutas e hortaliças para dar
melhor sabor, preencher o espaço entre as unidades do produto e ajudar a transmissão
de calor durante o processo industrial.
145
UNIDADE III │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS
146
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS VEGETAIS │ UNIDADE III
147
TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS DE UNIDADE IV
ORIGEM ANIMAL
CAPÍTULO 1
Produtos de origem bovina
Carne bovina
A bovinocultura de corte tem se destacado na economia nacional e vem assumindo posição
de liderança no mercado mundial de carnes. O Brasil possui, hoje, o maior rebanho
comercial do mundo; é o segundo maior produtor mundial de carne bovina e, a partir
de 2003, passou a ser o maior exportador mundial, com destaque tanto no comércio de
carnes frescas como industrializadas (VALLE, 2011).
Se o animal passar por estresse na fase ante mortem irá interferir diretamente na
qualidade da carne. Depois de abatido vários cuidados devem ser tomados, pois
qualquer dano na qualidade da carne é irreversível. Contaminações por agentes de
ordem física ou química, mas principalmente aqueles de origem biológica, durante o
148
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
A utilização correta do frio durante todas as fases, desde o resfriamento da carcaça até
a comercialização, incluindo ainda a fase anterior ao consumo, quando o produto já se
encontra em poder do consumidor, pois a cadeia de frio é de extrema importância na
manutenção da qualidade, tem de ser enfatizada ao extremo.
A idade de abate do animal interfere no sabor, textura e maciez, sendo que esta última
também depende do corte. O bovino de corte permite 21 cortes, divididos entre corte de
primeira e segunda, ambos possuem o mesmo valor nutricional, sendo alterado apenas
a maciez. A chamada carne de primeira é retirada de uma parte do animal que é menos
exercitada, assim como a de segunda, mais rija, provém das mais exercitadas, tendo uma
textura mais desenvolvida; mais forte, portanto, a menos delicada. No momento de
comprar a carne, é importante observar os seguintes fatores (PARDI, 1996):
»» Cor vermelho-brilhante.
Cada corte tem uma finalidade na cozinha, podendo ser identificados na Figura 2.
Servem para fritar, assar, ensopar, ou seja:
»» Aba do boi: carne mais rija, precisa de cozimento mais longo. Própria
para ensopados, picadinhos e para moer.
149
UNIDADE IV │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
»» Coxão duro: fibras duras exige cozimento lento, ideal para assados de
panela.
»» Maminha: parte mais macia da alcatra, boa para bifes, contendo mais
gordura.
»» Filé mignon: é o corte mais macio da carne de boi. Embora não seja tão
saboroso quanto à alcatra e o contrafilé, é ideal para bifes, como Tournedos,
Escalopes e Rosbifes.
150
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
Processamento
Depois da realização dos cortes as carnes podem ser resfriadas ou congeladas, sendo
necessário a manutenção da temperatura durante toda a cadeia da carne, até mesmo
durante o transporte, pois assim assegura-se, mantendo a temperatura do produto, a
qualidade final que chegará à mesa do consumidor.
Carne de sol
153
UNIDADE IV │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
Segundo Valle (2011), a bovinocultura de corte brasileira tem uma parte significativa de
sua estrutura calcada em modelos produtivos antigos, com caracterização exploratória
do ambiente natural. E, ao longo desta última década, a pecuária de corte transformou-se
num acelerado conceito de negócio, que como tal precisa viabilizar-se economicamente.
Essa mudança é devido a fatores que relacionados às novas relações econômicas e sociais
baseadas nos campos da tecnologia e ambiente, mercados e marcas, conhecimento
científico e empresarial está se modificando diariamente, gerando, de imediato, uma
maior profissionalização do pecuarista brasileiro e de todo o setor de beneficiamento
e insumos. Verifica-se neste contexto a coexistência entre os modelos de negócio
da bovinocultura e o sistema produtivo tradicional com ramificações em pontos do
154
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
Conhecer a pecuária de corte, suas opções, métodos que auxiliem sua melhoria e seu
crescimento sustentável, passou a ser uma obrigação de cada participante dessa maior
fatia do agronegócio brasileiro (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS
EXPORTADORAS DE CARNE, 2011).
Leite
Definição
155
UNIDADE IV │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
O leite homogeneizado é obtido por meio da redução dos glóbulos de gordura, e este
processo aumenta a estabilidade do leite e, ao mesmo tempo, evita a separação da gordura
(formação da nata).
Classificação
156
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
Derivados do leite
Muitos são os processos tecnológicos pelos quais o leite pode ser submetido, o que
permite a elaboração de queijos, doces, iogurtes e muitos outros produtos.
157
UNIDADE IV │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
›› Queijos de soro.
›› Isolamento de riboflavina.
158
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
159
CAPÍTULO 2
Produtos de origem avícola
A avicultura industrial é baseada em uma exploração racional das aves como negócio
com o objetivo de obter delas os adequados rendimentos. Especializada atualmente
nas várias modalidades de produção de carne, postura de ovos ou reprodução, são
utilizadas as espécies de aves mais adequadas à obtenção da qualidade do produto final,
alimentadas com rações equilibradas, e cuidadas e manuseadas com técnicas embasadas
cientificamente, visando à otimização do rendimento esperado.
160
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
O processamento moderno de aves está voltado à alta taxa de produção. É comum uma
capacidade de abate de mais de 6.000 aves por hora, e isso só pode ser feito em linhas
altamente mecanizadas e automatizadas e, dependendo do grau de automação, as
etapas individuais do processamento podem ou não envolver o trabalho humano.
Durante o processamento, vários estágios são críticos no controle da contaminação
bacteriana dos produtos e dos equipamentos, como a apanha, o transporte e a espera
dos animais antes do abate, e essas condições têm influência significativa sobre a
contaminação fecal das penas e da pele das aves. A limpeza e a desinfecção das caixas
de transporte depois de cada viagem são, portanto, necessárias e devem ser otimizadas
em termos de uso de água, detergentes, energia e mão de obra.
161
UNIDADE IV │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
Os principais atributos avaliados na carne para determinar sua qualidade são a cor, a
capacidade de retenção de água e a textura. A cor é um dos fatores mais importantes
na percepção do consumidor quanto à qualidade da carne, pois é uma característica
que influencia tanto na escolha inicial do produto como na aceitação no momento do
consumo.
162
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
A inspeção inclui todas as medidas necessárias para estabelecer que os frangos vivos
e os seus produtos não apresentem nenhum sinal de que a carne seja inadequada
para o consumo humano. Todas as aves enviadas para o abatedouro são inspecionadas,
inclusive as mortas durante o transporte ou que morreram pouco antes do abate. O
objetivo primário do protocolo de inspeção é facilitar a interpretação de achados e
garantir a uniformidade de aplicação de qualquer ação necessária.
Um frango atinge o peso de 2.300 gramas com 40 dias de idade. Isso é fruto de um
intenso trabalho de seleção e melhoramento genético realizado nos últimos anos, bem
como do manejo e da nutrição balanceada. Essa velocidade de crescimento não tem
nada a ver com a utilização de hormônios, como pensam muitas pessoas. Além de ser
proibido no Brasil, o uso de hormônios é totalmente inviável, pois não há tempo hábil
para que haja efeito nas aves, devido ao seu ciclo de vida curto.
Todos os sistemas usados para a produção de alimentos de origem animal, incluindo todos
os aspectos da produção de aves vivas, coleta e manipulação de ovos e processamento
de carcaças, podem ser cobertos pelo conceito HACCP. Os Pontos Críticos de Controle
(PCCs) podem ser verificados em vários estágios do ciclo de produção. Neste caso, a
abordagem HACCP envolve uma combinação de fatores de Boas Práticas de Higiene
(SSOP) e Boas Práticas de Fabricação (GMP), incluindo as seguintes etapas:
163
UNIDADE IV │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
Esses avanços questionam os limites que devem ser aceitos em termos de qualidade
microbiológica das carcaças em diferentes PCCs, mesmo diante das dificuldades
decorrentes do monitoramento e do controle do sistema HACCP.
164
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
Processamento de ovos
Existem diversos produtos obtidos a partir do ovo, dos seus diferentes componentes,
clara ou gema, depois de serem retiradas a casca e as membranas e que são destinados
ao consumo humano. Podem estar complementados com outros produtos alimentares
ou aditivos. Os ovos processados podem ser encontrados em pó ou líquido e são
classificados como:
21/2/1990) e o
»» Ovo fresco: entende-se como o ovo em casca que não foi conservado por
qualquer processo e se enquadre na classificação estabelecida. Este ovo
perderá sua denominação de fresco se for submetido intencionalmente
a temperaturas inferiores a 8ºC, visto que a temperatura recomendada
165
UNIDADE IV │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
para armazenamento do ovo fresco está entre 8ºC e 15ºC com umidade
relativa do ar entre 70%-90%.
»» Ovo integral:
›› pasteurizado resfriado;
›› pasteurizado congelado;
›› desidratado;
›› desidratado liofilizado.
›› pasteurizada resfriada;
›› pasteurizada congelada;
166
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
›› desidratada;
›› desidratada liofilizada.
›› pasteurizada resfriada;
›› pasteurizada congelada;
›› desidratada;
›› desidratada liofilizada.
167
CAPÍTULO 3
Pescados e frutos do mar
A pesca é uma atividade econômica de bases muito simples, tanto no que se refere aos
seus métodos, quanto nos recursos exigidos. Em virtude disso, é praticada pelo
homem desde a antiguidade, com lanças, flechas, peneiras, redes, anzóis e linhas,
evoluindo, com o tempo, para ferramentas e processos mais sofisticados, com o objetivo
de aumentar a escala de produção.
Até hoje, a maior parte de todo o volume de peixe consumido no mundo ainda depende
do estoque produzido pela natureza, isto é, depende da existência de um ecossistema
equilibrado, onde a reprodução das espécies ocorre naturalmente. O peixe é a mais
recente proteína animal consumida em grande escala pelo homem, que ainda depende
do extrativismo.
168
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
Dados do relatório da FAO, The State of World Fisheries and Aquaculture 2008,
informam que, em 2006, a Pesca e a Aquicultura empregaram diretamente 43,5
milhões de pessoas no mundo, trabalhando em tempo integral ou parcial, somente na
produção primária, e mais de quatro milhões de forma indireta. No Brasil, estima-se
que atualmente mais de 800 mil pessoas são empregadas diretamente pela atividade
da pesca.
(<http://www.walmartbrasil.com.br/sustentabilidade/_pdf/relatorios/walmart-relatorio-
pescados. pdf> Acesso em: 23/11/ 2012).
(<http://tuna.seap.gov.br/seap/Jonathan/manual%20de%20procedimentos.pdf> Acesso
em: 23/11/2012).
Para a venda do peixe in natura, é necessário que ele esteja fresco. Este é o peixe
recém-capturado, conservado no gelo e que mostra suas qualidades originais
inalteradas. Mas, geralmente, o que se compra nos grandes centros é o peixe
recém-descongelado.
Um peixe fresco tem suas características bem definidas que vão se transformando
conforme vai passando o tempo pós-captura. Assim, nota-se que a superfície do peixe
que inicialmente é brilhante, de tonalidade viva e coberta por um muco transparente,
vai se tornando pálida, sem brilho. A carne firme e elástica, dificilmente separável dos
ossos e que não elimina líquido quando pressionada vai ficando de aparência leitosa,
170
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
As ostras, ao serem compradas, devem estar vivas e a concha não deve abrir-se com
facilidade. A quantidade de líquido dentro da concha deve ser de no máximo 10%. Os
caranguejos e lagostas devem ser comprados vivos, ou seja, quando as patas estão se
movendo (GAVA, 2008).
Ao sair da água, o peixe viaja várias horas até a comercialização. O único meio de
atrasar a deterioração é usar um agente que freie as reações enzimáticas e iniba a ação
bacteriana, mesmo que temporariamente. O frio é esse agente. Na forma de gelo, a
temperatura diminui, mas não se mantém constante. Há flutuações e a temperatura vai
se elevando conforme o gelo vai derretendo. Na feira, se o pescado não é vendido, vai
para o refrigerador (onde apenas se tornam mais lentos os efeitos de enzimas e micro-
organismos) e volta à banca no dia seguinte já bem mais vulnerável à ação microbiana
e enzimática.
171
UNIDADE IV │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
O pescado, uma vez descongelado, não pode ser novamente recolhido à câmara
frigorífica.
Gelo e refrigeração
Os peixes que tenham boa comercialização in natura ou no estado fresco devem ser
colocados no gelo imediatamente após a captura para vencer o tempo necessário para
a conservação. Essa refrigeração poderá manter o peixe por um tempo limitado de no
máximo 8 dias; no entanto, a deterioração segue lentamente. À temperatura de 4,5º
C, de um refrigerador comum, por exemplo, em 12 a 24 horas, as bactérias presentes
podem multiplicar-se duas vezes.
A refrigeração no gelo deve ser feita utilizando cubos de um centímetro cúbico, que
refrigeram 1,5 kg de peixes, de 20ºC para 1ºC, em uma hora e meia. Não deve haver
espaços entre os peixes e o gelo porque o ar é mal condutor de temperatura. A
proporção deve ser 1:1, gelo: peixe. Pedaços de tamanho maior podem durar mais,
mas não devem ser usados, pois podem ferir os peixes.
Congelamento
172
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
Tem-se que utilizar temperaturas de congelamento bem baixas (-35º C a -40º C) que
permitem que a passagem de -1ºC a -5º C na carne do peixe seja feita em duas horas,
o que caracteriza o congelamento rápido industrial. Só assim o pescado não sofrerá
danos físicos que prejudicarão a textura da carne pela formação de cristais grandes de
gelo. A maior parte da água da carne do pescado é solidificada na faixa de -1ºC a -5º C,
porém o pescado a estas temperaturas não pode ser considerado congelado, uma vez
que ainda restará água na carne o suficiente para o crescimento microbiano e para a
autólise ocorrer (OETTERER, 1983).
Alguns países congelam o peixe ainda no mar imediatamente após a pesca. Isso requer
instalações completas e eficientes nos barcos, mas o peixe chega em ótimas condições
no mercado.
O pescado pode ser congelado inteiro por algum tempo ou pode ser eviscerado, filetado
e colocado em embalagens adequadas para congelamento. O congelamento deve então
ser feito em câmaras a -35º C, -40º C e a estocagem sequencial a pelo menos -15º C ou
-18º C.
173
UNIDADE IV │ TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
magros, a estocagem por quatro a cinco meses não apresenta problemas. Outro fator
de alteração da qualidade do produto é a oscilação da temperatura durante as etapas de
congelamento, estocagem e distribuição para consumo.
»» Congelamento.
»» Enlatamento.
»» Defumação.
»» Salga e secagem.
»» Fermentação (anchovagem).
3. Congelamento criogênico.
A atmosfera modificada para pescados é uma técnica bastante eficiente para retardar a
deterioração causada por microrganismos e a oxidação dos produtos. A utilização do
174
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL │ UNIDADE IV
175
AVANÇOS UNIDADE V
TECNOLÓGICOS
CAPÍTULO 1
Organismos geneticamente
modificados
Uma das finalidades dessas culturas é direcioná-las para maior nível de proteção das
plantações por meio da introdução de códigos genéticos resistentes a doenças causadas
por insetos ou vírus, ou por aumento da tolerância aos herbicidas. A esta categoria,
exceção deve ser feita às culturas resultantes de técnicas que impliquem a introdução
direta, em um organismo, de material hereditário, desde que não envolvam a utilização
de moléculas de ADN/ARN recombinante, inclusive fecundação in vitro, conjugação,
transdução, transformação, indução poliplóide e qualquer outro processo natural.
176
AVANÇOS TECNOLÓGICOS │ UNIDADE V
De modo geral, a inclusão de genes num novo organismo pretende conferir características
relacionadas à capacidade de resistir a doenças e pragas, bem como à melhoria do estado
nutricional, e nesta década a biotecnologia apresenta-se como o futuro do sistema
agroalimentar (GERMANO, 2001).
Porém, o potencial desses organismos para causar efeitos adversos, bem como a
falta de experiência com os organismos geneticamente modificados estranhos aos
genomas modificados, necessitam da aplicação de estratégias preventivas como
regulamentação das bases de biossegurança. Por ser uma ciência relativamente
nova, ainda não é possível prever seus impactos em longo prazo ao meio ambiente
e à saúde, e o reconhecimento de riscos ainda é limitado. Nesse sentido, a Lei no
11.105/2005 estabelece normas de segurança para os OGM e seus derivados, e cria o
Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), entre outras providências.
Glossário
177
UNIDADE V │ AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Aplicações da biotecnologia
Medicina
178
AVANÇOS TECNOLÓGICOS │ UNIDADE V
Agricultura
Outras áreas
179
UNIDADE V │ AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Riscos
180
CAPÍTULO 2
Enriquecimento de nutrientes
Os nutrientes podem também ser adicionados com outros objetivos, como, por exemplo
as vitaminas C e E são utilizadas como antioxidantes, e o betacaroteno como corante
são alguns desses exemplos. Resumindo, os nutrientes são adicionados aos alimentos
para enriquecê-los ou fortificá-los, porém esses aditivos não tornam os alimentos
necessariamente nutritivos, apenas ricos nas vitaminas, minerais ou substâncias das
quais foram adicionados (SIZER; WHITNEY, 2003).
181
UNIDADE V │ AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Por sua vez, os nutrientes correspondem aos elementos usualmente consumidos por
ocasião da ingestão do alimento, fazendo parte de sua constituição, fornecendo energia;
sendo necessário para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde, e/ou
para o funcionamento bioquímico e fisiológico normal do organismo.
Classificação
Composição e requisitos
Composição
Ingredientes
›› Cálcio.
›› Cobre.
›› Ferro.
›› Fósforo.
›› Iodo.
›› Zinco.
182
AVANÇOS TECNOLÓGICOS │ UNIDADE V
›› Selênio;
›› Molibdênio;
›› Cromo;
›› Flúor;
›› Manganês;
›› Magnésio;
›› Vitamina D.
›› Vitamina K.
183
UNIDADE V │ AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Requisitos e considerações
184
AVANÇOS TECNOLÓGICOS │ UNIDADE V
185
UNIDADE V │ AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Rotulagem
186
CAPÍTULO 3
Biodisponibilidade de nutrientes
Medicação
187
UNIDADE V │ AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Interações nutricionais
Estado fisiológico
Exemplo: diarreia e febre, que interferem nas quantidades de sódio e potássio. Esses
fatores também estão relacionados com a capacidade digestória, ou seja, integralidade da
mucosa, eficiência metabólica, integridade renal. Variam com a idade e a presença de
desnutrição e/ou patologias. A má-absorção pode acontecer na presença de desordens
gastrintestinais ou outras doenças específicas.
Estado nutricional
Ciclo vital
188
AVANÇOS TECNOLÓGICOS │ UNIDADE V
189
UNIDADE V │ AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Interações multielementos
No lúmen intestinal, a presença de certos elementos como fitatos, taninos, ácido oxálico,
inibidores de proteases, proteínas, lipídeos, cálcio, vitaminas (principalmente as
vitaminas A, C e D, e do complexo B) interferem decisivamente na biodisponibilidade
(COZZOLINO, 2005), conforme demonstrado sucintamente na Quadro 6.
190
AVANÇOS TECNOLÓGICOS │ UNIDADE V
191
CAPÍTULO 4
Alimentos funcionais para fins especiais
Alimentos funcionais são definidos por Sizer & Whitney (2003) como um termo
que reflete uma tentativa de definir como um grupo os alimentos que possuem
nutrientes e não nutrientes, os quais poderiam dar proteção contra as doenças.
“No entanto, todos os alimentos são capazes de promover a saúde de algumas
maneiras.”. O termo nutracêutico também é aplicado aos alimentos funcionais
para se referir a alimentos, nutrientes ou suplementos dietéticos que apresentam
características medicinais. Muitas vezes é utilizado o termo nutracêutico associado à
venda de suplementos, os quais nem sempre são desnecessários ou têm sua eficiência
não comprovada.
No Brasil, a legislação do Ministério da Saúde deve ser seguida pela indústria, também
no referente à produção e disponibilização dos alimentos funcionais para a venda,
incluindo sua propaganda e as divulgações por meio da mídia. A Agência Nacional
de Vigilância Sanitária estabelece normas e procedimentos para registro de alimentos
e/ou ingredientes funcionais. Para se obter o registro de um alimento com alegação de
propriedades funcionais e/ou de saúde, deve ser formulado um relatório técnico-científico
bastante detalhado, comprovando os benefícios e a segurança de uso do alimento.
192
AVANÇOS TECNOLÓGICOS │ UNIDADE V
Isto por estarem os consumidores cada vez mais conscientes da ligação entre saúde e
nutrição, ou seja: a preferência à prevenção e não à cura de doenças.
»» Além disso, é importante que todos saibam que esses alimentos somente
funcionam quando fazem parte de uma dieta equilibrada, balanceada.
Isso quer dizer que se a pessoa estiver utilizando um alimento para o
controle do colesterol, ela somente terá resultados positivos se a ingestão
deste estiver associada a uma dieta pobre em gordura saturada e colesterol.
193
UNIDADE V │ AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Nutrientes e outras substâncias, como no caso das fibras e dos antioxidantes (vitaminas
E e C, betacaroteno) presentes em frutas, verduras, legumes e cereais integrais são os
constituintes normais dos alimentos que atribuem s eles as propriedades relacionadas
à saúde.
194
CAPÍTULO 5
Sustentabilidade ambiental
Segundo Sizer & Whitney (2003), há muitas maneiras pelas quais os consumidores
podem tratar com carinho a terra, por meio de suas escolhas diárias, por exemplo,
visando economizar dinheiro e preservar o meio ambiente:
195
UNIDADE V │ AVANÇOS TECNOLÓGICOS
196
AVANÇOS TECNOLÓGICOS │ UNIDADE V
Agronegócio
Atividades agrícolas em escala maciça praticadas por grandes corporações que detêm
a posse de extensas áreas de terra e empregam recursos com alto dispêndio de energia,
tecnologia, combustíveis e substâncias químicas.
Subsídio
Inegavelmente, os custos com a produção de alimentos não sustentáveis são bem altos,
exercendo impactos sobre a terra e a água, o esgotamento do solo, as perdas das
espécies, o alto dispêndio e consumo energético, os problemas com a criação do
gado e pesca, além de todos os impostos e tributos decorrentes das práticas vigentes
em larga escala dentro do agronegócio. Algumas das soluções propostas (SIZER &
WHITNEY, 2003):
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UNIDADE V │ AVANÇOS TECNOLÓGICOS
diminui, mas os custos por trecho de terra também caem, fazendo com que o lucro final
por acre de terra possa ser maior que anteriormente.
Agricultura de precisão
Por exemplo, áreas secas próximas às áreas úmidas, determinadas pelas diferenças de
nível do solo, podem ter ajustadas as águas de irrigação para satisfazer, de modo preciso,
as várias necessidades de cada área do campo. O mesmo pode ocorrer para casos como
a fertilização necessária às diversas áreas da fazenda, com diferentes componentes,
quando o agricultor pode programar o computador para aplicar exatamente o tipo
e a quantidade certa de fertilizante em cada área, o mesmo sendo possível para os
pesticidas, promovendo um enorme controle sobre as substâncias poluentes.
Biotecnologia agrícola
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AVANÇOS TECNOLÓGICOS │ UNIDADE V
Como a grande parte do gado é alimentada com grãos e rações, ao invés das pastagens,
a necessidade energética média para a produção de carnes é alta, consumindo mais
combustível e água ao final da cadeia produtiva.
Algumas pessoas estão se tornando veganas, ou seja, mudando para dietas sem carne e
tornando-se totalmente vegetarianas e outras estão diminuindo as porções de carne ou
comendo somente carnes de gado criado em pastos.
Pode-se concluir, assim, que embora muitos dos problemas sejam globais em
sua abrangência, as ações individuais encontram-se no centro de suas soluções.
Aprendendo isto, as pessoas podem assumir atitudes perfeccionistas em prol das
causas sustentáveis. Uma atitude positiva sempre provoca uma melhoria e decorre em
um progresso que, certamente, em muito contribuirá para a sustentabilidade.
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Para (não) Finalizar
Neste sentido, a ciência da nutrição tem fortes influências, juntamente com o avanço no
tratamento médico das doenças, e também ao aperfeiçoamento da educação relacionada
às consequências das escolhas das pessoas em sua vida diária, especialmente no
referente ao bem-estar.
São tantas as novas tecnologias que surgem a cada dia, voltadas à área de alimentos, sem
ao menos haver tempo de se estabelecer critérios e definições relacionados às técnicas já
existentes, envolvidas em tantas controvérsias, e detentoras de imensos investimentos
em pesquisa.
Portanto, é necessário que o profissional da área de Alimentos explore além das fronteiras
seguras do conhecimento estabelecido nas ciências envolvidas e já sedimentadas, com
o objetivo de se aprofundar nos atuais tópicos científicos e nas antagônicas correntes
emergentes. A avaliação das novas tecnologias dos alimentos certamente inspirará a
visão futurista para as inovações que ainda estão por vir.
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Referências
201
REFERÊNCIAS
202
REFERÊNCIAS
203
REFERÊNCIAS
REVISTA FOOD INGREDENTS BRASIL. Shelf life: uma pequena introdução. São
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RIEDEL, G. Controle sanitário dos alimentos. 2a ed., São Paulo: Atheneu, 1992.
SILVA, J.A. Tópicos da tecnologia de alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 2000.
SIZER, F. e WHITNEY, E. Nutrição: conceitos e controvérsias. Barueri, SP: Manole,
2003.
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Sites
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<http://www.signuseditora.com.br/ba/pdf/18/18%20-%20Desenvolvimento.pdf>
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<http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/vigilancia%20sanitaria/MANUAL_
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REFERÊNCIAS
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