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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
MEDICINA RESPIRATÓRIA........................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
TÓRAX.................................................................................................................................... 10
CAPÍTULO 2
TRATO RESPIRATÓRIO............................................................................................................... 17
UNIDADE II
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL...................................................................... 46
CAPÍTULO 1
SISTEMA DIGESTÓRIO.............................................................................................................. 52
CAPÍTULO 2
FÍGADO.................................................................................................................................. 90
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 120
ANEXOS......................................................................................................................................... 126
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
O organismo animal é uma máquina de reações químicas maravilhosa, sobre o
qual, pouco nos damos conta, mas o estudo anatômico e fisiológico das espécies nos
relembra dessa sensacional atividade.
7
Os processos de digestão, absorção e eliminação são altamente complexos, envolvendo
a regulação coordenada de degradação mecânica e química de alimentos, do
processamento enzimático, da absorção de mucosa, do transporte de nutrientes e
da regulação do fluxo eletrolítico e fluxo hídrico. O funcionamento correto do trato
gastrointestinal depende da presença e da função de outros órgãos como o fígado e
pâncreas.
Dentro dos sistemas estudados, abordaremos também algumas doenças que são de
certa forma corriqueiras na rotina da clínica médica de felinos. Essas doenças, além
de serem diagnosticadas e tratadas, servem para que o clínico possa ter um olhar mais
apurado para alguns sinais peculiares apresentados pelos felinos, pois, pelo fato de
serem predadores naturais, eles acabam por mascarar muitas doenças, já sendo tarde
quando seus tutores as notam.
Objetivos
»» Diferenciar respiração interna e externa.
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MEDICINA UNIDADE I
RESPIRATÓRIA
O sistema respiratório tem como função primordial levar o oxigênio (O2) para
o interior da estrutura respiratória e retirar o gás carbônico (CO2) da mesma.
É necessário que a troca gasosa seja constante para que ocorra a homeostase do
organismo. Assim, o oxigênio permite queimar os nutrientes e produzir energia,
sendo o resíduo originário de tais reações excretado após o término do ciclo.
Esse ciclo se inicia pela respiração que ocorre de modo contínuo: respiração
externa e interna. A respiração externa transcorre no pulmão e a respiração
interna ocorre por todo o organismo, consistindo na troca gasosa entre o sangue
nos capilares e células do organismo.
Além de realizar seu intuito primário de troca gasosa, o sistema respiratório tem
outras atividades secundárias como: regulação do pH, termorregulação, olfato e
a fonação. A regulação do equilíbrio acidobásico é de extrema importância para a
homeostase do organismo; e, para que as reações químicas ocorram normalmente,
a alcalinidade e acidez relativa no ambiente devem ser rigorosamente controladas.
O pH corporal vária de 0 e 14, sendo que, quanto menor o valor de pH mais ácido
será o meio, quanto maior mais alcalino é o ambiente, sendo 7 o pH neutro. Logo,
quando o pH do sangue se encontra menor ou maior de 7,35 - 7,45 significa risco
para a homeostase do animal.
Para que o sistema respiratório mantenha esse equilíbrio, ele auxilia no processo
de regulação acidobásico, pois é fator de influência no valor sérico de CO 2
sanguíneo, no ato de inspirar e expirar. De acordo com a velocidade da respiração,
o sistema regula a medida do CO 2 presente no organismo do animal, promovendo
a homeostase.
A fonação é um processo que tem início na laringe, local onde estão presentes
duas tiras de conjunto fibroso conhecidas como pregas vocais. Estas se distendem
pelo lúmen da laringe e vibram quando ocorre a passagem de ar, originando o som
da voz do animal.
CAPÍTULO 1
Tórax
Seguindo a anatomia topográfica, cada espaço entre cada uma das costelas
denomina-se espaço intercostal, nesse espaço temos feixes vasculho-nervosos
juntamente com os músculos intercostais.
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
O diafragma é uma camada fina de músculo esquelético que forma o limite caudal
do tórax e age como um importante músculo respiratório. Em estado relaxado,
o diafragma assume uma forma de cúpula com sua superfície convexa voltada
cranialmente.
A maioria das hérnias diafragmáticas que acometem tanto gatos como cães são
adquiridas, consequente, de traumas, principalmente automobilísticos. Os órgãos
abdominais que passam para a cavidade torácica e se encarceram possuem graus
variáveis de congestão venosa, e isso podem gerar as complicações patológicas. Não
existe nenhuma raça com predisposição à ocorrência desse tipo de hérnia, todas
podem ser acometidas, já que é consequência de acidentes traumáticos.
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
Nos felinos, existem três forames no diafragma: o hiato aórtico, que se localiza
dorsalmente, permitindo assim a passagem da aorta, da veia áziga e do ducto
torácico; o hiato esofágico está situado ao lado direito, conduzindo o esôfago,
troncos vagais dorsal e ventral e seus vasos associados; e o forame da veia cava,
que está situado mais ventralmente (PERRY et al., 2010).
Os nervos frênicos se dividem em ramos direito e esquerdo, que são envolvidos pela
prega da veia cava e pelo mediastino. Depois, se ramificam ainda em três estruturas
que irão inervar os três músculos do diafragma, sendo os únicos nervos motores
responsáveis pela inervação diafragmática (EVANS, 1993).
A lesão pode ocorrer de forma direta ou indireta. As lesões diretas por golpe
toracoabdominal e feridas por arma de fogo raramente são encontradas nos animais.
A lesão iatrogênica do diafragma pode ocorrer durante a toracocentese, com drenos
torácicos posicionados de forma inadequada ou devido à extensão da incisão de
celiotomia na linha média mais rostral do que o processo xifoide (FOSSUM, 2005).
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
vômito, diarreia, perda de peso e/ou dor após ingestão de alimentos (FOSSUM,
2005).
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
O exame hematológico não fornece evidências desse trauma. Com isso, serão
observadas alterações decorrentes de uma possível lesão no sistema cardiovascular,
ou mesmo hemoconcentração devido à anorexia (ARAGÃO et al., 2010).
O animal que se encontrar com quadro de dispneia deverá receber oxigênio por
meio de máscara facial, insuflação nasal ou tenda de oxigênio, a fim de aliviar
o quadro do paciente. Se ocorrer derrame pleural moderado ou intenso, deve-
se realizar uma toracocentese. Se o animal se encontrar em choque, dever-se-á
administrar fluidoterapia e antibióticos (FOSSUM, 2005).
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
Caso Clínico
»» ATENDIMENTO: 20/10/2016.
»» ESPÉCIE: Felina.
»» IDADE: 3 anos.
»» PESO: 4 Kg.
Histórico:
O tratamento cirúrgico foi oferecido , porém a tutora decidiu por não fazê-lo,
devido seu valor monetário, e assumiu o risco de levar o animal para casa da
forma que estava. Não tendo dado notícias posteriores do mesmo.
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CAPÍTULO 2
Trato respiratório
»» Narinas.
»» Passagens nasais.
»» Faringe.
»» Laringe.
»» Glote.
»» Epiglote.
»» Traqueia.
»» Brônquio.
»» Bronquíolos.
»» Ductos alveolares.
»» Alvéolos.
Tanto o sistema respiratório superior quanto o inferior dos felinos podem ser
acometidos por doenças frequentemente encontradas na rotina clínica. Essas
doenças podem variar de leves a gravíssimas, podendo haver tanto doenças
primariamente respiratórias quanto aquelas que não são de origem respiratória,
mas se manifestam também nesse sistema.
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
A enfermidade afeta gatos de todas as faixas etárias, mas possui elevada mortalidade
em gatos adultos, pois provoca uma resposta inflamatória sistêmica grave pelo fato de
ser altamente virulento.
O sistema imune da maioria dos gatos infectados normalmente elimina o vírus em cerca
de setenta e cinco dias. Porém, a reinfecção com novas cepas é comum.
Além das doenças do trato respiratório superior, o FCV pode causar sinais clínicos
diferentes e variáveis, tais como febre alta, edema facial e de membros; dispneia,
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
Contudo, medidas de prevenção devem ser feitas quando um surto ocorrer, sendo
de suma importância isolar os gatos doentes dos saudáveis. Devem-se manipular os
animais com luvas descartáveis, aventais e limpar qualquer objeto que teve contato
com os infectados com uma solução de hipoclorito de sódio a 5% na diluição 1:3 ou
peroximonosulfato.
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
Os felinos que foram expostos ao vírus devem permanecer isolados por três
meses para sair da comunidade, pela capacidade de atuarem como portadores
assintomáticos e espalharem o vírus (SCHORR-EVANS et al., 2003; FOLEY
et al., 2006) .
As vacinas atuais contra calicivírus não protegem contra todas as cepas de FCV,
porque são usadas cepas antigas. Em cada surto relatado observou-se que os
gatos vacinados sucumbiram à infecção, sugerindo que as vacinas disponíveis não
protegem contra as formas mais virulentas da doença, pois todas as cepas, até
agora, têm sido diferentes, sendo mais difícil fazer a atualização e aumentar a
eficácia dessas vacinas.
Apesar de afetar todas as faixas etárias, o FCV provoca uma elevada taxa de
mortalidade principalmente em gatos adultos, o que torna o prognóstico normalmente
desfavorável (PALMEIRO, 2014; COYNE et al., 2013; CARRACEDO et al., 2007)
Caso Clínico
»» ESPÉCIE: Felina.
»» IDADE: 6 meses.
Histórico:
O animal foi levado até a clínica com histórico de corrimento nasal e ocular,
inchaço em articulações e anorexia há alguns dias. Animal proveniente de
abrigo.
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
Exame clínico:
Suspeitas:
Exames realizados:
2. Ultrassom Abdominal.
Resultados:
Tratamento:
Nariz
O nariz é a parte mais externa do sistema respiratório e sua primeira estrutura. Está
localizado nos ossos da face, sendo a principal via do fluxo de ar, que entra pelas
narinas revestidas por mucosas respiratórias que o aquecem ou resfriam, de acordo
com a necessidade do animal, seguindo para dentro e fora dos pulmões.
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
Sua principal função é filtrar todo o ar que está adentrando o sistema respiratório,
retendo assim partículas maiores, como germes e esporos, através de seus cílios e
pelos, presentes ainda nas narinas e partículas menores, barradas pelo muco que as
reveste.
Contudo, o nariz do gato oferece ainda uma função importante em sua característica
de predador, sendo sobreposto somente pela visão e audição, o olfato.
As passagens nasais estão localizadas nas narinas e faringe, separadas pelo septo
nasal, que divide a narina esquerda e direita, além dos palatos mole e duro.
São revestidas por voltas, denominadas conchas nasais, que são ossos finos e
constituídos de epitélio nasal. Por fim temos os seios paranasais, estes são passagens
nasais que se encontram em espaços localizados nos ossos do crânio.
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
A disseminação do vírus pode ser alta nos períodos de ativação viral, resultando em
infecção a outros gatos. Conjuntivite recorrente, ceratite, espirro e secreção nasal são
manifestações clínicas comuns nos animais que apresentaram reativação viral.
Uma proteção menos efetiva poderá ser observada em alguns indivíduos vacinados
em circunstâncias particulares, como animais imunodeprimidos ou submetidos a
desafio intenso.
Recomenda-se vacinar com a primeira dose aos sessenta dias de idade, seguida de
uma segunda dose quatro semanas após a primeira, com doses de reforço realizadas
anualmente, principalmente naqueles animais com acesso ao meio exterior e em
contato com outros gatos, situação considerada de alto risco. Para animais que
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
vivem sem contato com outros animais ou com o meio externo, a vacinação pode ser
realizada num intervalo de três anos.
Na presença de descarga nasal, pode ser utilizada solução salina 0,9% para
limpeza, a qual deverá ser feita várias vezes ao dia, conforme a gravidade do caso,
podendo também fazer uso da nebulização com descongestionantes nasais.
Diversos fármacos antivirais estão sendo testados em gatos com FHV-1, dentre eles
o ganciclovir e o cidofovir parecem apresentar eficácia, porém ainda sem estudos
confirmatórios. Outra medicação, mas com poucos estudos clínicos, é o interferon
felino, que se mostrou útil no controle das infecções respiratórias e lesões oculares.
A grande dificuldade para a utilização do interferon felino é que ele não se encontra a
venda no Brasil.
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
Muitos casos desta enfermidade são idiopáticos. O paroxismo dura poucos segundos
e não interfere significativamente na oxigenação. Embora esses animais geralmente
apresentem esses sintomas durante toda a vida, raramente ocorre a progressão e a
piora do quadro.
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
vicioso. Como resultado, alguns animais podem apresentar-se com obstrução das
vias aéreas superiores que ameaça a vida do paciente e requer terapia de emergência
imediata. Sinais gastrointestinais concomitantes são relatados com frequência.
O tratamento deve ser delineado para melhora da passagem de ar através das vias
aéreas superiores e minimizar os fatores que exacerbam os sinais clínicos. A correção
cirúrgica dos defeitos anatômicos é o tratamento de escolha.
O palato mole deve ser avaliado ao mesmo tempo e corrigido se estiver alongado. Tal
alívio precoce da obstrução pode diminuir a pressão negativa aplicada nas estruturas
da faringe e da laringe durante a inspiração, e deve diminuir a progressão da doença.
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
Caso Clínico
»» ESPÉCIE: Felina.
»» RAÇA: Persa.
»» IDADE: 4 anos.
»» PESO: 4 Kg.
Histórico:
O felino chegou até a clínica com histórico de esforço para respirar (silvando na
expiração), com som de “ronqueira” e língua arroxeada. Apresentava também
cansaço após ser estimulado ao esforço físico.
Exame clínico:
Suspeitas:
1. Estenose de narinas.
Exames realizados:
Tratamento:
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
Faringe
A faringe é um órgão de via comum, tanto para o sistema respiratório quanto para
o digestório. Ela está divida pelo palato mole em orofaringe (sistema digestivo
ventral) e nasofaringe (sistema respiratório dorsal), sendo nos mamíferos o ponto
de encontro entre os dois sistemas. Na região nasofaringe há uma abertura de
comunicação com o óstio faríngico.
É uma cavidade dorsal ao palato mole que conecta a cavidade nasal à laringe, epitélio
colunar pseudo estratificado ciliado com células caliciformes. Lâmina própria,
submucosa típica possuindo tonsilas e tecido linfático difuso. Possui glândulas
tubuloalveolares ramificadas e camada muscular composta de músculo esquelético
em várias direções.
Várias são as doenças que podem atingir a faringe, devido à sua posição anatômica.
Uma delas, contudo, pode apresentar, além de lesões na parede da estrutura
faringeana, circundando as criptas tonsilares, lesões em região oral e dentária, sendo
denominada gengivo-estomatite faringeana, bastante frequente na clínica de felinos.
Laringe
Órgão de tubo curto, irregular, na qual conecta a faringe com a traqueia. A laringe se
constitui por várias cartilagens e está apoiada no osso hioide. As cartilagens hialinas
encontradas são cartilagem tireoidiana, cricóide e a maior parte das aritenóides.
Já a epiglote e demais, são do tipo elástico. A laringe tem como função a fonação,
respiração, regulação da pressão intratorácica, retração do lúmen da traqueia no ato
de deglutição.
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
Epiglote
Cartilagem
Corniculada Entalhe Interaritenóideo
Fonte: <https://www.portalped.com.br/wp-content/uploads/2017/05/anatomia-epiglote.png>.
Além disso, a laringe é o órgão responsável pela fonação. Tubo muscular esquelético,
reforçado por cartilagem hialina e elástica. Tecido pavimentoso estratificado (cordas
vocais e epiglote) ou respiratório.
Sua mucosa é formada por dois pares de pregas. As primeiras denominadas cordas (ou
pregas) vocais falsas ou vestibulares, e o segundo par são as cordas vocais verdadeiras.
Sendo que, a formação do som é feito por elas, quando da passagem de ar por essa
estrutura.
Membrana
Tíreo-hióidea
Cartilagem Tireoide
Músculo Cricotireóideo
Ligamento
cricoideano
Cartilagem Cricoide
Traqueia
Fonte: <https://i.ytimg.com/vi/qmKnHcQW2PM/maxresdefault.jpg>.
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
O ronronar do gato
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
Essa alteração pode ocorrer em gatos de qualquer idade, contudo observa-se maior
frequência entre os gatos de meia idade, por volta de 10 anos. Não existe predileção
por raça ou sexo, embora estudos apontem as raças Himalaia e Siamês como sendo
menos pré-dispostas.
Apesar da sua patogenia não estar bem elucidada, pressupõe-se que fatores
circulatórios (imunoglobulinas), nutricionais (iodo na dieta) e ambientais (toxinas
bociogênicas) possam influenciar em sua patogênese.
Alguns estudos apontam que gatos que se alimentam de ração enlatada e aqueles
que usam granulado sanitário têm um aumento significativo nas afecções de tireoide
(EDINBORO et al., 2004).
Suas alterações são progressivas e mais da metade dos felinos apresentam essas
alterações por meses ou até anos, antes que seus tutores busquem ajuda profissional.
Essa demora em procurar ajuda se dá, principalmente, pela apresentação clínica
inicial, que gera aumento de apetite e hiperatividade, o que leva a ser confundida
com um estado saudável. Contudo, essa fase é seguida de um cansaço extremo.
A maioria dos sinais clínicos ocorre devido a taxa metabólica basal acelerada,
com aumento do consumo de oxigênio pelos tecidos, e elevada sensibilidade
às catecolaminas pelo aumento do número e da afinidade aos receptores beta
adrenérgicos na superfície celular.
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
O aumento da pressão arterial sistólica ocorre em 87% dos casos e as prováveis causas
dessa manifestação são as combinações do estado hiperdinâmico do coração; a retenção
de sódio; os baixos níveis de vasodilatadores renais; a perda de autorregulação da
pressão sanguínea glomerular e a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona
(OLSON, 2001).
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
A astenia muscular, que ocorre em alguns dos casos, pode ocorrer devido à
hipocalemia ou à deficiência de tiamina (vitamina B1).
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
Corno VM ATM
rostral
Epiglote
Corno caudal
Cartilagem cricóide
ADM
Osso
tiroioideo
Osso
ceratoioide
Cartilagem TM CLM
CM
tireoide
Legenda:
VM: músculo ventricular.
ATM: músculo aritenóideo transverso.
TM: músculo tireoaritenóideo.
CLM: músculo cricoaritenóideo lateral.
CM: músculo cricoaritenóideo.
ADM: músculo aritenóideo dorsal.
Fonte: <https://www.sciencedirect.com/topics/veterinary-science-and-veterinary-medicine/larynx>.
Traqueia
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
Localiza-se da laringe até o tórax e se bifurca em dois brônquios que adentram o pulmão,
essa bifurcação se localiza próximo à base do coração.
É constituída por anéis de cartilagem hialina, que são formados por tecido fibroso e
músculo liso.
Fonte: <https://pt.depositphotos.com/180037880/stock-photo-trachea.html>.
Esse sistema, também chamado de vias aéreas inferiores, tem início nos brônquios
e finaliza nos alvéolos pulmonares. Juntamente com o trato respiratório superior é
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
responsável por manter a permeabilidade das trocas gasosas que ocorrem a nível
pulmonar.
Árvore brônquica
Segundo Melo (2010), os brônquios têm o epitélio muco-ciliar que adere poeira e
bactérias presentes na suspensão do ar inalado que são “varridas para fora’’, expelidas
e engolidas pelo epitélio.
Laringe
Traqueia
Brônquio Primário
Brônquio Primário Esquerdo
Direito
Brônquios Secundários
Brônquios
Terciários
Bronquíolos
Fonte: <https://1.bp.blogspot.com/-2X3rGfob5RI/Vyik6XGUkeI/AAAAAAAAOfs/ybyMM8L1WJsit12LZYjxRYWbGTEKbnnnACLcB/s1600/
bronchial.jpeg>.
As vias aéreas dos gatos são muito mais reativas e tendem a apresentar maior
broncoconstrição, assim a bronquite felina idiopática é uma enfermidade rotineira na
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
É importante que o fluído seja enviado para cultura bacteriana, para elucidar
possível infecção causada por agentes bacterianos.
O prognóstico é bom para a maioria dos gatos, contudo, não existem relatos de cura
completa, sendo que, a maior parte dos gatos requer medicação contínua.
Gatos que apresentam crises asmáticas agudas e graves estão mais propensos a
entrar em óbito súbito. Gatos com inflamação persistente e não tratada das vias
aéreas podem desenvolver alterações crônicas da bronquite e enfisema.
Caso Clínico
»» ESPÉCIE: Felina.
»» PESO: 10 Kg.
Histórico:
Tratamento:
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
Também houve a orientação de se fazer inalação com Clenil® A QUID por 10 dias,
e que fosse retornado para nova avaliação após esse período.
Alvéolos
Nos alvéolos ocorre a respiração externa, aqui o oxigênio e o dióxido de carbono são
trocados da respiração para o sangue e do sangue para o ar. Nos alvéolos também temos
a pressão alveolar, isto é, a pressão do ar dentro dos alvéolos.
Bronquíolo Terminal
Fibra
Muscular
Lisa
Arteríola Pulmonar
Vênulas Pulmonares
Ducto
Alveolar Capilares
Saco
Alveolar
Alvéolos
Fonte: Colville et al. Anatomia e Fisiologia Clínica para Medicina Veterinária, 2. ed. 2010.
Pulmão
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
Intestino delgado
Coração
Vesícula
biliar
Pulmão Fígado
Diafragma
Fonte: <http://anatomycorner.com/main/virtual-cat-dissection/cat-virtual-dissection-organs/>.
Uma enfermidade comum no trato respiratório dos felinos é a asma felina. A asma
é uma doença crônica dos pulmões, na qual as vias respiratórias se estreitam e a
respiração se torna mais difícil.
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
Os felinos podem ser asmáticos, e estudos mostram que eles podem ser ainda mais
suscetíveis às crises de asma que os próprios seres humanos.
Os gatilhos mais comuns para os animais costumam ser a grama, poeira, pólen
de flores, fumaça do escapamento do carro, poluição do ar, fungos, mofo, cigarro,
sprays domésticos e soluções químicas, tais como: sprays de cabelo, desodorantes,
fragrâncias de material de limpeza, odorizadores de ambiente e sprays para pulgas.
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
Conforme FEREZ (2012), o pulmão direito apresenta três lóbulos sendo lóbulo
superior, médio e inferior, já o esquerdo apresenta apenas dois, superiores e
inferiores.
Figura 11. Ilustração anatômica das divisões dos lobos pulmonares do gato.
PULMÕES DO GATO
2. Lóbulo médio.
4. Lóbulo acessório.
De acordo com COLVILLE et al. (2010), cada lobo pulmonar possui uma área
definida chamada hilo, esse local aloja nervos, linfo, sangue e ar. O suprimento
sanguíneo que entra e sai dos pulmões é chamada circulação pulmonar.
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
Os hilos pulmonares são locais onde ocorre a inserção dos brônquios principais,
artérias pulmonares, veias pulmonares, artérias e veias bronquiais, e vasos
linfáticos. Existe uma diferença entre o pulmão esquerdo e o direito dos animais,
sendo que a fissura cardíaca do pulmão esquerdo é mais profunda que do pulmão
direito.
O parênquima pulmonar é o local onde ocorrem as trocas gasosas, sendo que ele
compreende os bronquíolos e seus ramos e os alvéolos terminais. Cada divisão
dos brônquios dentro dos pulmões é dicotômica ou tricotômica, ou seja, vão
reduzindo o seu diâmetro, formando a árvore brônquica.
Lobo
Cranial
Diafragma
Lobo Caudal
Coração
Diafragma
Lobo Cranial
Lobo Caudal
Lobo Médio
Coração
Fonte: (COLVILLE et al., ANATOMIA E FISIOLOGIA CLÍNICA PARA MEDICINA VETERINÁRIA, 2. ed. 2010).
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UNIDADE I │ MEDICINA RESPIRATÓRIA
O gato não possui capacidade de suar, sendo assim, ele participa ativamente na
eliminação do calor sob a forma de vapor de água, trocando calor com o ambiente.
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MEDICINA RESPIRATÓRIA │ UNIDADE I
A pneumonia por aspiração pode ocorrer quando o gato inala líquidos ou materiais
particulados. Geralmente, está associada a causas já pré-existentes, como fenda
palatina (que pode ser congênita ou adquirida por trauma), megaesôfago (raro
em felinos) ou vômitos. A alimentação forçada ou administração de medicação
líquida também pode ser um fator predisponente, principalmente em filhotes. Seu
tratamento inclui corticoterapia e antibioticoterapia.
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SISTEMA DIGESTÓRIO,
FÍGADO E CAVIDADE UNIDADE II
ABDOMINAL
A anatomia desse sistema vária de acordo com a espécie animal, conforme sua
alimentação. Isso ocorre por termos na cadeia alimentar os animais onívoros
como os suínos e humanos, carnívoros, os herbívoros como os bovinos, ovinos
e caprinos, e os carnívoros, como caninos e felinos, sendo estes os únicos
essencialmente carnívoros.
O fígado entra nesse processo como o órgão que realiza a filtração dos nutrientes
absorvidos, por meio do sistema porta hepático, e também secretando o suco biliar,
que auxilia no processo de digestão.
Cavidade
Nasal Ânus
Cavidade Testículo
Bucal
Traqueia
Esôfago
Vesícula
Biliar Bexiga Uretra
Fonte: <https://www.petlifebh.com.br/lipidose-hepatica-em-gatos/>.
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Uma das explicações mais aceitas se deve à disposição anatômica do ducto biliar
e dos ductos pancreáticos que, no gato, diferente das outras espécies, sofrem
anastomose ao se aproximarem da parede duodenal, favorecendo a manifestação
clínica da tríade felina.
Não há predileção por raça, sexo ou idade, e os sinais clínicos são inespecíficos,
podendo ser intermitentes, como diarreia crônica, anorexia, letargia, êmese e perda
de peso.
47
UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Caso Clínico
»» ATENDIMENTO: 3/1/2017.
»» ESPÉCIE: Felina.
»» PESO: 6 Kg.
Histórico:
Suspeita:
»» Gastrite.
»» Pancreatite.
»» DIIF.
»» Giardíase.
50
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Exames:
Tratamento:
51
CAPÍTULO 1
Sistema digestório
Esôfago
Lúmen do Esôfago A
Estômago B
Intestino
Delgado
C
Camadas Teciduais do Esôfago
A – Camada mucosa.
D
B – Camada submucosa.
C – Camada muscular.
D – Camada adventício/serosa.
Fonte: <http://www.foa.unesp.br/#!/departamentos/ciencias_basicas/histologia/atlas-de-histologia-geral/sistema-digestorio-i-
tubo-digestorio/>.
Cavidade oral
A cavidade oral é a primeira parte do tubo digestivo e onde se inicia o processo
digestivo, é constituído por uma membrana mucosa com epitélio estratificado não
queratinizado, curta e larga, aspecto sempre rosado.
As estruturas que constituem essa cavidade são: o lábio superior, com grandes
vibrissas, e lábio inferior com contorno desenhado.
A língua curta e larga, sem sulco mediano, constituída com papilas fortes e de
formato cônico e calosos, dando ao toque um aspecto de lixa e sendo utilizada
também para a higiene do gato. Dentes, com caninos bem desenvolvidos e incisivos
reduzidos, com molares e pré-molares trituradores. Glândulas salivares, palato
duro e palato mole e orofaringe.
52
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Figura 15. Ilustração da localização das glândulas salivas do cão (A) e do gato (B).
2. Paró�ca;
3. Mandibular;
4. Sublingual;
5. Zigomá�ca.
1. Paró�ca.
2. Mandibular.
3. Sublingual.
4. Zigomá�ca.
5. Molar.
Fonte: <http://biologiapontal.blogspot.com/2015/11/sistema-digestorio-caes-x-gatos.html>.
53
UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
54
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Outro fator que desfavorece o ato cirúrgico por causar fibrose é a irrigação
interna da mucocele com tintura de iodo após a drenagem salivar. No
tratamento cirúrgico indica-se a ressecção da glândula salivar comprometida
(sialoadenectomia), além de obliteração do ducto salivar, ou realizar o acesso
cirúrgico intraoral, porém, é mais difícil quando comparado com o extraoral.
As neoplasias da cavidade oral em felinos são raras, porém quando ocorrem são de
extrema malignidade, geralmente são carcinomas de células escamosas. Os gatos
são diferentes dos cães pelo fato de também possuírem o carcinoma de células
escamosas e granulomas eosinofílicos. Os gatos mimetizam o carcinoma, porém
com prognóstico muito melhor. Os sinais clínicos incluem, halitose, disfagia,
anorexia, sangramentos.
Caso Clínico
»» ESPÉCIE: Felina.
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
»» IDADE: 2 anos.
»» PESO: 4 Kg.
Histórico:
Exame clínico:
Tratamento:
»» Água à vontade.
Dentes
Os dentes tem como função a dilaceração do alimento para fácil deglutição e
digestão. O dente é composto pela dentina, coberto pelo esmalte e cimento na
porção radicular. O dente está aportado no alvéolo dentário da mandíbula e
maxila, cercado por tecido conjuntivo denso chamado ligamento periodontal
(KOWALESKY, 2008).
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
O cemento de dente possui tecido avascular, como o osso, tem menor quantidade
de cálcio comparado ao esmalte e a dentina, possui um acumulo ao longo da vida do
animal também, o cemento possui capacidade de se regenerar e se reabsorver.
Fonte: (COLVILLE et al., ANATOMIA E FISIOLOGIA CLÍNICA PARA MEDICINA VETERINÁRIA, 2. ed. 2010).
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Figura 17. Visão rostral da arcada dentária de felino exibindo todos os tipos de dente.
.
Fonte: <https://es.slideshare.net/laurislau1/sistema-digestivo-en-felino>.
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
A dentição permanente leva até 5 meses para estar completa, sendo que de 3 a 5
meses devem erupcionar os incisivos, em torno de 5 meses os caninos e a maioria dos
pré-molares, e em torno de 5 a 6 meses apresentam-se os molares.
Maturação de um dente canino permanente após sua erupção. A formação do esmalte encontra-se
completa no momento da erupção, enquanto a produção de dentina e o desenvolvimento da raiz
(crescimento em extensão e formação do ápice radicular) estão no início. O forame apical de um dente
imaturo ou jovem é único e amplo. Com o envelhecimento, ocorre fechamento do ápice (apexogênse) por
constante deposição de dentina e cemento até, no dente adulto, o ápice radicular apresentar inúmeras
pequenas aberturas ou foraminas, permitindo a passagem de vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. De
Gorrel (2004): Veterinary Dentistry for the General Practitioner, com a permissão da Elsevier.
Apesar de não haver predisposição de raça, sexo ou idade, acredita-se que certas
raças como o Siamês, Abissínio, Persa, Himalaia e Birmanês apresentem formas mais
severas da afecção, o que pode ser indicativo de uma possível tendência genética.
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
A biópsia é o único meio que, por si só, permite estabelecer um diagnóstico definitivo.
É importante realizar exames para eliminação de outras causas de gengivo-estomatite,
como tumores, afecções autoimunes, queimaduras por agentes cáusticos, granuloma
eosinofílico.
Não existe, até ao momento, nenhum tratamento eficaz para a GEC. É uma doença
crônica, com reagudizações frequentes. As respostas ao tratamento são muito variáveis
e os sucessos terapêuticos revelam-se normalmente incompletos, transitórios e de
duração imprevisível.
A abordagem do paciente com GEC deve ser iniciada pelo tratamento periodontal
completo, realizando extração dos dentes com sinais de reabsorção odontoclástica
ou com outro tipo de lesões, de forma a minimizar o contato com antigênicos
bacterianos. Junto ao procedimento deve sempre se associara antibioterapia, em
razão do provável envolvimento bacteriano na etiologia da GEC.
Caso Clínico
»» ATENDIMENTO: 7/2/2018.
»» ESPÉCIE: Felina.
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
»» IDADE: 4 anos.
»» PESO: 6 Kg.
Histórico:
Animal já testado para FIV e FeLV, sendo negativo e vacinado com vacina
quíntupla anualmente, pois é doador de sangue.
O animal não tem acesso à rua, recebe alimentação super premium e tem mais
cinco contactantes, todos testados, vacinados e sem acesso à rua.
Suspeita:
Tratamento:
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
São afetadas com maior frequência as superfícies bucais dos dentes molares e
pré-molares ou primeiros molares inferiores na margem gengival, no colo do
dente. Os dentes caninos também podem ser afetados, com as lesões ocorrendo
caracteristicamente nas raízes, habitualmente em um dente com coroa e margem
gengival que parecem normais. Essas lesões podem acometer qualquer lugar na
superfície da raiz e parecem ocasionalmente serem limitadas à coroa dentária.
63
UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Língua
A língua é um órgão muscular que tem a função de movimentar o alimento na
cavidade oral, trituração do alimento e deslocar o mesmo ao esôfago. Na língua
também estão presentes as papilas gustativas, as quais são responsáveis por sentir o
sabor do alimento classificando-o como palatável ou não.
A língua é dividida em três partes, são elas: Ápice – compreende a parte rostral
da língua, os felinos tem essa estrutura arredondada, na mesma estrutura em
sua parte ventral há uma prega fixada ao assoalho da cavidade oral denominada
frênulo lingual; Corpo da língua – é a parte média do interior da cavidade oral
propriamente dita; A raiz da língua – quase totalmente voltada para a faringe, ela
é fixada ao osso hioide e a mandíbula.
De acordo com Konig et al. (2011), as papilas são classificadas como: Papilas
mecânicas; Papilas cônicas; Papilas marginais; Papilas fungiformes; Papilas
circunvaladas; Papilas folhadas.
As papilas dos gatos são chamadas papilas cônicas queratinizadas, possuem formato
de “espinhos’’, estes executam diversas funções, como retirar a carne dos ossos de suas
presas, lavar e pentear sua pelugem, ajudar a secar os pelos molhados.
Vale lembrar que essas papilas não são gustativas, ou seja, não proporcionam ao
felino saborear o gosto de seu alimento. As papilas que se localizam na lateral
superior da língua é quem tem essa função organoléptica, porém, como são
encontradas em pequena quantidade, faz com que, consequentemente o gato
tenha o paladar mais sensível aos alimentos.
LÍNGUA DO GATO
4. Amigdala palatina.
6. Papilas foliadas.
7. Papilas circunvaladas.
14. Papilas cônicas.
16. Papilas foliformes.
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Esôfago
De acordo com SILVA et al. (2009), o esôfago é um órgão tubular, oco, que tem
como função deslocar o alimento da faringe até o estômago. É divido em três partes:
cervical, torácica e abdominal. Além disso, possui três camadas: mucosa, submucosa
e muscular.
Luz Epitélio
Adventícia
Mucosa
muscular
Fonte: <https://slideplayer.es/slide/133849/2/images/30/Corte+Transversal+del+Es%C3%B3fago.jpg>.
65
UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
O diagnóstico é feito através dos sinais clínicos, exame físico, radiografia simples,
endoscopia e biópsia.
Estômago
Existem conexões interneurais entre os gânglios de cada plexo, sendo bem mais
extensas e complexas no plexo mioentérico, e neurônios individuais que conectam
os dois plexos entre si, bem como esses a estruturas na parede do trato.
FUNDO
Esôfago
Cárdia
Piloro
CORPO
Duodeno
Canal
Pilórico
Antro
Pilórico
Fonte: <https://docplayer.com.br/docs-images/40/10868944/images/page_2.jpg>.
submucosa, que são formadas por plexos entre pequenas artérias e também
entre os capilares formando interconexões (DYCE, 1990).
A mucosa gástrica nos gatos é dividida em duas áreas: glândulas, onde se localiza
maior número de glândulas gástricas e aglandular onde se tem menor número de
glândulas gástricas (MASKELL et al.,1993).
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
SEGMENTO RECEPTOR
CONTRAÇÃO
O BOLO SE
SEGUNDOS DEPOIS MOVE PARA
ADIANTE
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-7AWHnX4wqcU/VkIIG2TQdCI/AAAAAAAAFgI/5R7X0Mk-XNc/s1600/Contra%25C3%25A7%25C3
%25B5es%2Bperist%25C3%25A1lticas%2Be%2Bsegmentares.png>.
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Os dois plexos existentes, apesar das extensas ligações entre si, têm também
funções distintas, à semelhança do sistema autônomo. O plexo mioentérico
concentra-se, principalmente, nos movimentos peristálticos, mas a função
secretória, o movimento da mucosa e a regulação da circulação sanguínea são
levados a cabo pelo plexo submucoso.
70
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Ainda nessa porção, no colo das glândulas, existem as células mucosas que
secretam um muco mais fino e, além da função secretória, são chamadas de
células progenitoras da mucosa, por serem as únicas capazes de divisão. Essas
células, quando se dividem, migram e diferenciam-se de qualquer uma das células
maduras das superfícies e glândulas gástricas.
Além da secreção de muco, a barreira mucosa gástrica ainda conta com a secreção
de bicarbonato, que alcaliniza o gel mucoso viscoelástico e constitui a primeira
linha de defesa contra o ácido luminal.
71
UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Esse reparo ocorre por meio de células epiteliais saudáveis ao redor da lesão, que
se expandem e recobrem a área atingida, impedindo o agravamento da mesma, até
a ocorrência de um novo ciclo de renovação epitelial. A mucosa recebe cerca de
70% do fluxo de sangue para manter as barreiras protetoras e funções digestivas
do estômago, e esse fluxo é suportado pelas prostaglandinas, elas aumentam a
produção de muco e bicarbonato.
As gastrites agudas são muito comuns na rotina clínica, e é a causa mais comum
de vômito, gerando inflamação e lesão da mucosa em resposta à agressão. Ela
é definida como uma síndrome clínica, não como doença específica, e pode ser
multifatorial, normalmente relacionada a intolerâncias e indiscrições alimentares,
ingestão de corpos estranhos e uso de antibióticos e anti-inflamatórios.
O sinal clínico mais comum é o vômito, que pode ter ou não presença de pequena
quantidade de sangue. Os animais mostram desinteresse por alimento e podem
manifestar mal-estar, sendo raras manifestações de febre e dor abdominal.
Gatos são muito susceptíveis aos efeitos dos AINEs, devido sua alta taxa de
absorção gastrintestinal, ao extenso ciclo entero-hepático e aumento da meia vida
das drogas, quando comparado a outras espécies.
72
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
As úlceras gástricas são erosões, são lesões superficiais que atingem a mucosa
gástrica. Quando a lesão atinge a camada muscular da mucosa, e/ou camadas mais
internas é chamada de úlcera.
A úlcera gástrica pode acometer animais jovens e adultos, mas uma alta
porcentagem é identificada em animais idosos, segundo estudos endoscópicos.
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Intestino
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Fibras hidrossolúveis e ácidos graxos de cadeia curta e média também auxiliam para
uma menor interface dos alimentos com a mucosa intestinal. Mas, normalmente,
o controle efetivo é realizado através do sinergismo das ações medicamentosas e
alimentares. Os felinos, por apresentarem grande tolerância aos efeitos colaterais
dos corticoides, normalmente respondem bem ao tratamento instituído.
A etiologia da DIIF ainda não foi totalmente elucidada. Sua origem é complexa e não
compreendida, mas acredita-se que seja uma resposta apropriada a um estímulo
anormal e persistente, devido a uma alteração estrutural do intestino ou causado por
agente específico dentro do lúmen ou, ainda, uma resposta imunológica exacerbada e
prolongada a um estímulo normal.
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Animais de meia idade e geriátricos são mais predispostos à doença, não tendo
relatos com relação à predisposição racial, embora possam estar sujeitos a
maiores riscos as raças de gatos Siamês, Persa e Himalaio. Vômito, diarreia e
perda de peso, com aumento ou diminuição do apetite, são sinais que podem
ocorrer isolados ou associados. A perda de peso sem vômito e diarreia merece
uma atenção especial como manifestação clínica, não só porque não há muitos
estudos que demonstram que este é o sinal mais comum para DII, mas porque
muitos veterinários não consideram doença intestinal primária sem a presença
de vômitos ou diarreia.
A DIIF não tem diagnósticos específicos. Ela representa uma doença com
características crônicas de inflamação intestinal sem causa conhecida. É necessário
realizar o diagnóstico de exclusão eliminando as causas conhecidas de gastroenterite
crônica em gatos, como hipertireoidismo, diabetes mellitus e doença renal.
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Animais jovens, com idade inferior a cinco anos, requerem menor tempo de
tratamento, já os pacientes mais velhos tendem a apresentar quadros de maior
cronicidade.
O acúmulo pode ser causado pelo aumento de ingestão do pelo ou pela incapacidade
do movimento propulsivo intestinal de levá-lo em direção aboral. Conforme o
tricobezoar permanece em estase no trato gastrintestinal ocorrerá mineralização e
consequente obstrução da passagem Como a língua do gato é áspera (coberta por
papilas córneas), ele ingere grande quantidade de pelos mortos quando se lambe,
principalmente as raças de pelo longo, Persas e Himalaias.
Na maioria das vezes, os pelos ingeridos são eliminados pelas fezes, mas em
alguns casos eles podem se aglomerar no estômago, formando bolas que ocasiona
problemas digestivos.
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Intestino delgado
Esse órgão é responsável pela absorção da maioria dos nutrientes, que são
direcionados para a corrente sanguínea. É dividido em três segmentos: duodeno,
jejuno e íleo. O limite entre esses três segmentos não são muito evidentes, o
primeiro é curto e sai do estômago, é o duodeno; em seguida o segmento de maior
comprimento o jejuno e, por fim, o íleo, que entra no cólon e é separado pelo
esfíncter ileocecal, totalizando 1 a 1,7 metros de órgão (COLVILLE et al., 2010).
Vilosidades (Microscópio)
Intestino Delgado
Vilosidades
Fonte: <https://2.bp.blogspot.com/-C5mwhVsgQwE/VuYvw4TiTbI/AAAAAAAAAO4/2HzQxxHONp8Kzdtt-u8UJZjxoQb3hcL8w/s1600/
Intestino%2BDelgado.png>.
80
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
81
UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
82
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
CEL é contraindicada, uma vez que pode resultar em laceração total da mucosa
gastrointestinal, ruptura intestinal completa, ruptura esofágica e formação
de estenoses cicatriciais. O procedimento cirúrgico é indicado na maioria dos
casos. O CEL pode ser removido por meio de gastrotomia ou enterotomias, e se a
viabilidade intestinal estiver duvidosa realiza-se enterectomias.
Caso Clínico
»» ESPÉCIE: Felina.
»» IDADE: 2 anos.
Histórico:
Suspeitas:
»» Gastrite.
»» FIV/FeLV.
Exame clínico:
Exames realizados:
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Foi tentado retirar o corpo estranho pela boca, sem sucesso. Decidiu-se então
tentar retirar o mesmo pelo intestino, através de enterotomia, a qual foi realizada
com sucesso.
Tratamento:
O animal ficou sem dieta alimentar e hídrica por 24 horas, iniciando-se dieta
líquida por mais 24 horas e pastosa após esse período.
Tratamento.
O tutor relatou que dois dias após o retorno para casa, em um descuido, sua
esposa deixou que o animal comesse um pouco da ração da outra gata, e o
paciente precisou retornar por apresentar piora no quadro geral. Tentou-se
estabilizá-lo, mas infelizmente sem sucesso, o animal veio a óbito.
Giárdia é um protozoário que possui duas formas, uma forma cística, que é
eliminada nas fezes, que pode sobreviver durante meses no ambiente e é
84
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
infecciosa para outros animais. Esses cistos são arredondados, com dois ou
quatro núcleos, quatro corpos parabasais, quatro axonemas e com parede celular
grossa e imóvel. A forma de trofozoíta se desenvolve no intestino delgado, a
partir de cistos ingeridos e causa sinais clínicos.
De acordo com Neves et al. (2005), como medida de controle recomenda-se não
deixar fezes expostas ao ambiente, lavar o local onde o animal defecou com água
e desinfetante, e evitar que o local fique úmido, pois o cisto da giárdia sobrevive
bem em lugares assim.
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Existem alguns medicamentos para eliminar a giárdia, mas como sua total
eliminação é difícil, recomenda-se sempre repetir o exame de fezes a cada 15 dias,
para ter certeza de que o tratamento foi eficaz.
Caso clínico
DATA DE ATENDIMENTO: 30/10/2018.
»» ESPÉCIE: Felina.
»» RAÇA: Bengal.
»» IDADE: 5 meses.
»» PESO: 2 kg.
Histórico:
Suspeitas:
»» FIV/FeLV.
»» Giárdia.
»» Isóspora.
Exame clínico:
Observou-se, no exame físico, dor abdominal, cauda suja com fezes amolecidas
e região perianal bastante avermelhada e suja.
Exames realizados:
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Tratamento:
Intestino grosso
Jejuno
Jejuno
Duodeno
Íleo
Ceco
Fonte: <https://2.bp.blogspot.com/-F_z90Y4XxTQ/VtzyouEnLjI/AAAAAAAAACk/vLXo0pKCWxg/s1600/Sem%2Bt%25C3%25ADtulo21.
png>.
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Figura 26. Megacólon. Observem o comprimento do colón normal comparado ao megacólon (>1,5 x
comprimento da L7).
Fonte: <https://slideplayer.com/slide/8768076/>.
88
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
89
CAPÍTULO 2
Fígado
Sua principal secreção é a bile, essencial para a digestão das gorduras, ela é
sintetizada a partir do momento que o organismo percebe o bolo alimentar no
duodeno, a bile também é armazenada na vesícula biliar.
FÍGADO
ARTÉRIAS
HEPÁTICAS
DIREITA E
ESQUERDA
VESÍCULA BILIAR
Fonte: <http://www.jornalfolhadosul.com.br/admin/imagem_galeria/2013/12/gg/1385984493.jpg>.
90
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
O fígado também tem uma função antitóxica, ele transforma grande parte de
substâncias externas que podem penetrar no organismo, incluindo medicamentos,
permitindo a sua eliminação. No gato essa função é menos eficaz que nas outras
espécies. Às vezes, os medicamentos são transformados em certos subprodutos,
metabólitos, que não são encontrados em outras espécies. Por exemplo, o
paracetamol é metabolizado no gato e revertido em compostos tóxicos, um único
comprimido dosado em 500 mg pode levar o gato a óbito.
Caso Clínico
»» ESPÉCIE: Felina.
»» IDADE: 1 e 4 meses.
Histórico:
A felina chegou até a clínica quatro dias após parir, tendo dado à luz a 8 filhotes
vivos, aparentemente ativos e mamando. Estava extremamente ictérica, com
secreção vaginal purulenta e fétida, sem alimentar-se desde o dia que teve
filhotes, sem infestação por pulgas, com acesso à rua e 10 contactantes felinos.
Exame clínico:
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Suspeitas:
»» FeLV / FIV.
»» Platinosomose.
»» Lipidose hepática.
»» PIF.
Exames realizados:
Ficou internada por 4 dias e após, recebeu alta com medicação para casa.
Tratamento (24/10/2018).
Tratamento (28/10/2018):
92
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
A causa e a fisiopatologia dessa doença ainda não são bem esclarecidas, mesmo
que possa ocorrer secundariamente por outras afecções como hipertireoidismo,
diabetes mellitus, neoplasias e pancreatite, em geral, é idiopática. Os gatos
afetados comumente são obesos e sofreram eventos estressantes há pouco tempo,
em decorrência do qual se tornaram anoréxicos e perderam peso com rapidez,
sendo assim a hepatomegalia um achado comum.
IV. O ducto pancreático maior se junta com o ducto biliar comum antes
de sua entrada no duodeno (fato que pode explicar a coexistência de
frequente pancreopatias e doenças no trato biliar dos gatos).
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Por seu hábito de predador e caçador, o gato pode ingerir algum desses pequenos
invertebrados portadores do parasito, que deve estar encistado em seu fígado na
forma de metacercárias. Ao adentrar no gato, seu hospedeiro definitivo, o parasito
migrará para os ductos biliares, aonde irá se desenvolver.
Dentre os vários sinais clínicos que podem ser apresentados estão: diarreia com
muco; inapetência; perda de peso; anorexia; vômito; icterícia; hepatomegalia;
anemia; ascite e aumento da vesícula biliar, a ponto de ser possível palpá-la.
Caso Clínico
»» ATENDIMENTO: 18/1/2016.
»» ESPÉCIE: Felina.
94
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Histórico:
1. Leucopenia (Leucócitos).
2. Trombocitose (Plaquetas).
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UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
A doença hepática adquirida tem a sua importância clínica em gatos e tende ser
mais biliar devido: à relação anatômica incomum entre o ducto biliar e o ducto
pancreático principal no felino; o supercrescimento de bactérias no duodeno ou a
liberação de enzimas digestivas de um pâncreas subclinicamente inflamado. Esses
são os motivos que os incriminam, sendo a razão de a colangite ser mais comum
na espécie felina.
96
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
97
UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Lipidose hepática felina (LHF) é uma doença hepatobiliar muito comum, que se
manifesta maioritariamente em gatos obesos e/ou debilitados, podendo ou não
coexistir com doença hepática intrínseca. É caracterizada pela acumulação lipídica
nos hepatócitos, podendo conduzir a disfunção hepática grave ou morte.
A maioria dos gatos que desenvolve LHF apresenta excesso de peso e sofreu um
período de anorexia prévio ao aparecimento da LHF, existindo ainda fatores
primários, como uma doença aguda ou alterações ambientais, suficientes para
desencadear a doença.
Em animais saudáveis existe uma troca contínua de ácidos gordos entre o fígado
e o tecido adiposo, ocorrendo deposição de gordura a nível hepático, em caso de
desequilíbrio. O equilíbrio pode ser desajustado de duas formas: por aumento da
concentração sanguínea de ácidos gordos, que regula a entrada de ácidos gordos
no fígado; ou por alteração da libertação dos produtos de oxidação dos ácidos
gordos, que pode ocorrer no interior de mitocôndrias ou de peroxissomas ou por
reesterificação a triglicérides.
98
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Entendendo que as reservas corporais de gordura em gatos com LHF parecem ser
pouco utilizadas, considerando o período prolongado de anorexia e que raramente se
observa cetonúria (sendo as cetonas um produto da oxidação hepática de gordura),
é lógico concluir que possivelmente os depósitos de gordura não serão utilizados
corretamente como fonte de energia. Se assim for, é compreensível a perda de massa
muscular observada nos gatos afetados.
99
UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
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SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Caso clínico
»» ESPÉCIE: Felina.
»» IDADE: 10 anos.
»» PESO: 10 kg.
Histórico:
Não tem acesso à rua, contudo desfruta de espaço seguro para praticar exercícios
e brincar.
101
UNIDADE II │ SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL
Exame clínico:
Suspeitas:
Exames realizados:
Tratamento:
A LHF traduz-se como uma síndrome associada a anorexia, perda de peso, atrofia
muscular, icterícia, atividade elevada das enzimas hepáticas e acumulação grave
de lipídeos no fígado. Ainda que possa afetar gatos de todas as idades, a LHF
manifesta-se mais em gatos de meia-idade, obesos ou anteriormente obesos,
ainda que, inicialmente, o excesso de peso não seja evidente, limitando-se a zonas
localizadas, como a região abdominal.
Estão ainda associados sinais clínicos relacionados com a doença primária, caso
se verifique (Center, 2005). Na ausência de sinais indicadores da existência
102
SISTEMA DIGESTÓRIO, FÍGADO E CAVIDADE ABDOMINAL │ UNIDADE II
Gatos com ventroflexão têm tolerância limitada ao stress, pelo que podem
tornar-se dispneicos por fraqueza dos músculos responsáveis pela ventilação,
podendo mesmo colapsar durante o exame clínico ou perante situações de stress
(Center, 2005).
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Um estudo realizado por Center (2005) conclui que, em doentes com LHF,
registra-se um aumento da atividade das enzimas hepáticas (FAS aumentada
em mais de 80% dos casos, ALT aumentada em mais de 89% dos casos), valores
subnormais de ureia sanguínea (58% dos casos), apesar da desidratação
inicial.
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Lembrando que a perda de peso não deve exceder a 5% de perda por semana, a
recuperação leva cerca de 2 semanas.
Cavidade abdominal
A parede abdominal é composta por uma série de camadas sendo elas de pele,
lâminas de tecido conjuntivo, gordura e músculos. O abdome é dividido em três
regiões primárias, são elas: região de xifoide, umbilical e púbica.
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O abdômen, em si, só começa após a última costela, entretanto, ele adentra ao tórax, em
virtude do formato côncavo do diafragma, ou seja, o diafragma é o limite mais cranial
entre abdômen e tórax. Tratando-se de limite cranial externo, têm-se como referências
as últimas costelas, e ao falar em limite cranial interno do abdômen é o diafragma.
O abdômen, numa vista ventral, pode ser dividido em nove quadrantes não
uniformes, em cada quadrante sempre haverá os mesmos órgãos nas diferentes
espécies.
Essa divisão ocorre pelas linhas que cruzam desde a região mais medial do corpo
do íleo em linha reta até a cartilagem costocondral e a mesma coisa do lado oposto.
Caudal à costela traça-se uma linha transversal ao corpo; da mesma forma na asa do
íleo traça-se mais uma linha transversal.
A primeira parte que fica próxima à região do xifoide, o quadrante, fica abaixo
das cartilagens costais são regiões hipocondrais, direito e esquerdo, no lado
direito dessa região é possível palpar rins e fígado e no lado esquerdo pode-
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O Abdômen é formado por quatro músculos que formam a cavidade abdominal e que
protegem os órgãos e estruturas abdominais. A primeira musculatura mais externa e
superficial de todas é o músculo oblíquo abdominal externo, que se origina da região
do corpo da quarta costela até aproximadamente a décima terceira costela. Além disso,
as últimas fibras podem ter inserção numa estrutura chamada fáscia toracolombar, e
ainda uma porção dessas fibras se inserem na bainha do músculo reto abdominal.
O músculo reto é circulado por uma bainha, essa bainha é formada pela inserção das
bainhas do músculo oblíquo abdominal externo e interno e transverso abdominal.
Nessa região de bainha passa a veia umbilical, no caso de neonatos que posteriormente
torna-se o ligamento umbilical, nessa região pode acontecer uma hérnia por conta de
má formação ou fechamento desse local após o nascimento.
Em quadros mais graves podem acontecer casos conhecidos como eventrações, nessa
patologia o animal nasce e as alças intestinais ficam expostas, por não ter acontecido a
fusão da bainha do músculo reto abdominal.
Na porção mais caudal do músculo reto do abdômen, a bainha que envolve o músculo
nas porções ventrais e dorsais passa a existir apenas na porção mais externa da
musculatura.
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Essas estruturas se estendem desde o anel inguinal interno até o anel inguinal
externo, e permite a passagem de grandes vasos e nervos gênito femorais. No caso
dos machos, a passagem das gônadas, camada mais superficial do músculo oblíquo
interno, forma a porção dorsal e cranial, e na remoção do oblíquo abdominal externo
fica visível na porção mais profunda formando tanto a porção mais cranial quanto na
porção lateral desse forame.
Ao abrir o abdômen pela linha reta ou Alba, seccionar as paredes e ter acesso às
vísceras, observa-se uma estrutura amarelada esbranquiçada recobrindo todas as
vísceras com exceção do fígado e baço, essa estrutura é chamada omento. O omento
não recobre esses órgãos, por ser originado da curvatura maior do estômago, se
reverter e inserir na porção ventral desses órgãos lateralmente a veia cava.
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Omento maior
Região abdominal-
Cranial
Região Xifóidea
Arco Costal
Baço
Região abdominal-
Lateral Pâncreas
Linha Alba
Região Inguinal
Região Púbica
Regiões da parede abdominal ventral de um gato, de König, Cavidade abdominal de um gato, de König, Anatomia do
Anatomia do gato, 1992. gato, 1992.
Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-gNJUYk25u_g/UgEMaocTlmI/AAAAAAAAAZA/VolRhaFlBbA/s1600/imagem+4+%25C3%25B3rg
%25C3%25A3os+e+v%25C3%25ADsceras.jpg>.
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Os sinais clínicos estão relacionados aos órgãos afetados, os sinais mais comuns são
inapetência, perda de peso, vasculite, anisocoria, febre refratária, icterícia, mucosas
pálidas, distensão abdominal, dispneia.
Figura 29. Mudança da coloração da íris de paciente com Peritonite Infecciosa Felina.
A PIF não é uma doença fatal, sem tratamento eficaz e sem nenhum diagnóstico
definitivo até o presente momento que seja rápido e confiável.
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O hemograma dos gatos com PIF apresenta alterações, mas nenhuma é um sinal
patognomônico da enfermidade.
Entretanto, o gato com PIF também pode apresentar a perda de proteína, essa
perda é causada pela glomerulopatia secundária por imunocomplexos, pela perda
de proteína por enteropatia exsudativa ou pelo extravasamento de fluído rico em
proteínas durante a vasculite. É determinado por estudos um valor de corte em 0,8
para a razão albumina/globulina. Sendo que valores acima de 0,8 são considerados
excludentes de PIF, valores entre 0,8 a 0,5 inconclusivos e abaixo de 0,5 são sugestivos
da presença da doença.
Outra proteína que tem se mostrado comum em gatos com PIF é a AGP
(glocoproteína ácida α1), esta se super expressa e sofre diversas modificações no
conteúdo ácido siálico. Assim os altos níveis séricos da AGP (> 3 mg/L) podem
suportar o diagnóstico de PIF.
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Além desses, temos outros meios para auxílio de diagnóstico, como exame de
líquor em gatos com sinais neurológicos, para revelar o conteúdo proteico elevado
e pleocitose; Reação em cadeia pela polimerase com transcriptase reversa (RT-
PCR); Detecção do complexo antígeno-anticorpo, por se tratar de uma doença
imunomediada; Imunocoloração do antígeno FCoV em macrófagos, considerado o
teste mais confiável para a detecção do coronavírus mutante, atualmente.
Não existe tratamento específico para a PIF, sendo que todo o gato com a
enfermidade virá a óbito. Sendo assim, o prognóstico desta doença é de desfavorável
a péssimo, pois após ser confirmada a PIF, a sobrevida do gato varia de uma
semana a poucos meses.
Como a PIF é causada por respostas inflamatórias, o tratamento suporte tem como
objetivo diminuir a reação imunológica exagerada utilizando-se de corticosteroides
em doses imunossupressoras. Recomenda-se o uso de fármacos como a prednisolona
(2-4 mg/kg VO a cada 24 horas) ou a ciclofosfamida (2-4 mg/kg VO a cada 48 horas).
Para gatos com efusão realiza-se a paracentese para remoção do fluído e aplicação
de dexametasona na cavidade abdominal ou torácica (1 mg/kg a cada 24 horas até
resolução da efusão).
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Uma discussão atual é que o vírus que causa a PIF é excretado pelas fezes e demais
fluidos corporais e, como consequência, pode ser transmitida entre os gatos
contactantes, bem como pode recombinar com outras cepas de coronavírus e levar
o gato ao desenvolvimento da doença. Mas, de acordo com o conhecimento atual,
demostra-se ser seguro o tutor manter o gato doente com seus contactantes que já
tinham estado com ele, tendo assim contato com a cepa em questão, pois segundo
estudos eles terão certa imunidade à cepa específica, porém não se recomenda
permitir o contato de qualquer gato novo ou não infectado.
Existe ainda o conhecimento de que, após a doença se manifestar, o gato doente não
excreta mais vírus infectante, sendo seguro que outros felinos tenham contato com o
mesmo.
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doença são: coloração amarelo palha ou citrino, rico em fibrina, densidade (1017-
1047), com proteína (5 – 8 g/dl) e pelo exame citológico encontra-se macrófagos e
leucócitos (neutrófilos íntegros). A relação albumina/globulina ‹ 0,81 é sugestivo
de PIF, enquanto › 0,81 exclui PIF, porém gatos com colangite e colangiohepatite,
lipidose hepática também podem apresentar a relação ‹ 0,81.
Caso Clínico
»» ESPÉCIE: Felina.
»» SEXO: Fêmea.
»» IDADE: 2 anos.
Histórico:
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Exame clínico:
Suspeitas:
Exames realizados:
»» Ultrassom Abdominal.
Resultados:
»» RESULTADOS:
Tratamento:
Necropsia:
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Na maioria dos casos, as hérnias são causadas por traumatismos contusos tais
como: quedas, pancadas e acidentes automobilísticos. As áreas com maior
incidência para formação de hérnia por traumatismo contuso situam-se nas
regiões paracostal, ventrolateral caudal e pré-púbica, embora muitos outros
fatores possam influenciar, inclusive, a direção da força traumática e as mudanças
de pressão intra-abdominal. O aumento na pressão intra-abdominal pode causar
ruptura na área mais frágil da parede do abdome (READ; BELLENGER, 1998).
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Referências
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FOSSUM, T. W. Cirurgia de pequenos animais. 2. Ed. São Paulo: Roca. Cap. 20,
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
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Anexos
Listas de figuras
Figura 1: Ilustração anatômica da cavidade nasal do gato. Data de Acesso: 2 de novembro
de 2018.
Figura 10: Órgãos contidos na cavidade torácica do gato. Data de Acesso: 8 de janeiro
de 2019.
Figura 11: Ilustração anatômica das divisões dos lobos pulmonares do gato. Data de
Acesso: 17 de novembro de 2018.
Figura 12: Ilustração anatômica das vísceras da cavidade torácica. Data de Acesso: 17
de novembro de 2018.
126
ANEXOS
Figura 15: Ilustração da localização das glândulas salivas do cão (A) e do gato (B).
Data de Acesso: 17 de novembro de 2018.
Figura 17: Visão rostral da arcada dentária de felino exibindo todos os tipos de dente.
Data de Acesso: 22 de novembro de 2018.
Figura 18: Maturação do dente do felino dos decíduos até os permanentes. Data de
Acesso: 27 de novembro de 2018.
Figura 28: Ilustração anatômica das regiões abdominais do gato. Data de acesso: 27 de
dezembro de 2018.
127
ANEXOS
Figura 29: Mudança da coloração da íris de paciente com Peritonite Infecciosa Felina.
Data de acesso: 28 de novembro de 2018.
CCH: Colangiohepatite.
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ANEXOS
IM: Intramuscular.
IV: Intravenoso.
SC: Subcutâneo.
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