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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
TOXICOLOGIA...................................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
AGENTE TÓXICO, TOXICIDADE E INTOXICAÇÃO....................................................................... 15
CAPÍTULO 2
TOXICIDADE CRÔNICA: CARCINOGÊNESE, TERATOGÊNESE E MUTAGÊNESE............................. 23
CAPÍTULO 3
TOXICOCINÉTICA E TOXICODINÂMICA.................................................................................... 28
CAPÍTULO 4
DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS............................................................................... 38
UNIDADE II
MICOTOXINAS...................................................................................................................................... 42
CAPÍTULO 1
PRINCIPAIS MICOTOXINAS EM ALIMENTOS................................................................................ 45
CAPÍTULO 2
FUNGOS PRODUTORES DE MICOTOXINAS................................................................................ 58
CAPÍTULO 3
CONTAMINAÇÃO NA CADEIA PRODUTIVA DE ALIMENTOS........................................................ 62
CAPÍTULO 4
IMPACTO DAS MICOTOXINAS NO CAMPO............................................................................... 66
CAPÍTULO 5
CONTROLE DE MICOTOXINAS ................................................................................................ 72
CAPÍTULO 6
MÉTODOS DE DETECÇÃO DE MICOTOXINAS NOS ALIMENTOS................................................. 75
UNIDADE III
TOXINAS NOS ALIMENTOS..................................................................................................................... 80
CAPÍTULO 1
GERAÇÃO DE COMPOSTOS TÓXICOS NOS ALIMENTOS........................................................... 83
CAPÍTULO 2
TOXINAS NATURALMENTE PRESENTES NOS ALIMENTOS.............................................................. 90
CAPÍTULO 3
COMPOSTOS TÓXICOS FORMADOS DURANTE O PROCESSAMENTO DOS ALIMENTOS............... 93
UNIDADE IV
AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS.......................................................................................................... 98
CAPÍTULO 1
IMPACTO DA UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICOS NO AMBIENTE .................................................. 100
CAPÍTULO 2
INTOXICAÇÃO ALIMENTAR POR AGROTÓXICOS..................................................................... 104
CAPÍTULO 3
PROGRAMA DE ANÁLISE DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS EM ALIMENTOS (PARA).................. 107
UNIDADE V
TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA...................................................................................................... 111
CAPÍTULO 1
O IMPACTO DAS MICOTOXINAS E DOS AGROTÓXICOS NA SAÚDE PÚBLICA............................ 113
CAPÍTULO 2
MECANISMOS DE TOXICIDADE DAS MICOTOXINAS E DOS AGROTÓXICOS............................. 119
CAPÍTULO 3
REGULAMENTAÇÃO DE MICOTOXINAS E DO USO DE AGROTÓXICOS NO BRASIL................... 127
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 132
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
As células dos organismos funcionam totalmente focadas na produção de proteínas.
Para isso, temos uma alta fidelidade dos processos de replicação, transcrição, bem
como tradução. As proteínas são utilizadas pelos organismos para exercerem muitas
funções que permeiam entre a sua própria integridade ou fisiologia. Toda a informação
necessária para a síntese proteica está armazenada em um arquivo genético, que
conhecemos como DNA. Todas as etapas do processo de síntese proteica possuem uma
altíssima precisão, evitando, até mesmo nos momentos de atividade celular intensa, a
produção de proteínas distintas daquelas que estão sendo requisitadas pela célula.
Nesse sentido, a relação dos sistemas biológicos com os mais diversos elementos
químicos está presente na evolução humana, e tem impulsionado os estudos dos
efeitos tóxicos das substâncias químicas desde então. Nós sabemos que, na natureza,
existem inúmeros elementos químicos produzidos por micro-organismos que estão
naturalmente presente nos ambientes ou são sintetizados pelo homem, como os
agrotóxicos, e consequentemente, estes elementos, quando ingeridos ou inalados pelos
organismos vivos causam danos à saúde. Existe um mecanismo indireto de dano,
relacionado ao impacto ambiental negativo que estas substâncias geram no ambiente,
incluindo a contaminação dos corpos d’àgua, rios, solo, atmosfera, flora e fauna.
Todos estes aspectos e parâmetros geraram estudos, pesquisas e ciência, criando a
Toxicologia de alimentos. Nesta apostila, nós discutiremos intrinsecamente os aspectos
relacionados aos agentes tóxicos naturalmente presente nos alimentos, formados
durante o processamento de alimentos, bem como as toxinas produzidas por fungos e
bactérias, e a utilização dos agrotóxicos nos alimentos. Muitas substâncias, discutidas
nesta apostila, podem ser absorvidas, biotransformadas em substâncias químicas mais
potentes, ou menos potentes, acumulados em concentrações elevadas, ou excretadas
pelos diferentes organismos. Assim, os efeitos nocivos causados pelas substâncias
químicas serão elucidados, bem como o impacto destas substâncias no meio ambiente.
8
e fertilizantes químicos. Na última década observamos um aumento gigantesco
no consumo de pesticidas. Esse aumento exorbitante levou o Brasil a ser o maior
consumidor mundial de agrotóxicos. Mas, ao longo do tempo, estamos percebendo
que existe uma ineficiência nesse modelo de produção, uma vez que, mesmo com o
uso intensivo de diferentes agrotóxicos nas plantações agrícolas, as pragas conseguem
desenvolver mecanismos de resistência e permanecem nas lavouras.
Objetivos
» Introduzir conceitos fundamentais acerca das toxinas, micotoxinas e
agrotóxicos em alimentos.
9
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TOXICOLOGIA UNIDADE I
As informações contidas nesta unidade foram baseadas nos seguintes livros: “Toxicology:
The Basic Science of Poisons”, de Casarett e Doull’s, 1996; “Farmacologia básica e
clínica”, de Katzung, 2003; “Toxicologia”, de Larini, 1997; “Toxicologia Ocupacional”,
de Michel, 2000; e “Fundamentos de Toxicologia”, de OGA, 2002.
» toxicocinética e toxicodinâmica;
Toxicologia clínica
Pesquisa as características da exposição humana aos diferentes agentes tóxicos
existentes, bem como os mecanismos de ação no organismo e suas manifestações
clínicas, entendendo a metodologia para o seu diagnóstico, sua prevenção e seu
tratamento, considerando, especificamente, cada ramo da toxicologia.
Toxicologia do trabalho
I. prevenção;
II. controle;
Toxicologia ocupacional
Aqui, nós temos uma área que atua em parceria com a toxicologia do trabalho, uma vez
que a toxicologia ocupacional tanto identifica quanto quantifica as substâncias químicas
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TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
presentes no ambiente de trabalho, abordando, ainda, os riscos que elas oferecem aos
indivíduos expostos. Dessa forma, estuda:
» Características físico-químicas.
» As vias de introdução.
» A toxicidade.
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14
CAPÍTULO 1
Agente tóxico, toxicidade e intoxicação
Xenobiótico
São substâncias químicas estranhas ao organismo como o chumbo, mercúrio e poluentes
da atmosfera.
Veneno
Substância química, ou um compilado de substâncias químicas, que são capazes de
gerar intoxicação ou morte mesmo em pequenas doses. Geralmente, estão presentes
naturalmente em alguns organismos e neles possuem importância evolutiva, bem como
genética, de autodefesa ou predação.
Toxicidade
A toxicidade é caracterizada como a capacidade inerente e potencial de o agente
tóxico gerar efeitos nocivos em todos os organismos vivos existentes. O efeito tóxico é
primordialmente proporcional à concentração do agente tóxico levando em consideração
o tecido-alvo.
15
UNIDADE I │ TOXICOLOGIA
» idade;
» gênero;
» dieta;
» sistema imunológico.
Risco e toxicidade
Toxicante
Entrega
Disfunção celular e
lesão
Toxicidade
Reparo inapropriado
e adaptação
16
TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
» Efeito aditivo: quando o efeito final é igual à soma dos efeitos de cada
um dos agentes envolvidos.
» Efeito sinérgico: quando o efeito final é maior que a soma dos efeitos
de cada agente separadamente.
Figura 2. Toxicidade.
Toxicidade Risco
Capacidade de
Probabilidade
gerar efeito
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UNIDADE I │ TOXICOLOGIA
» Reação alérgica: é uma reação adversa que ocorre após uma prévia
sensibilização do organismo a uma substância tóxica. Na primeira
exposição, o organismo produz anticorpos, que permanecem disponíveis
sempre que houver uma nova exposição àquela substância tóxica,
provocando novas reações alérgicas.
Intoxicação
A intoxicação é a manifestação do efeito tóxico, causada por substâncias endógenas
ou exógenas, correspondente ao conjunto de sinais e sintomas que revelam a
falta de homeostase celular, caracterizado por desequilíbrio fisiológico, gerando,
consequentemente, alterações bioquímicas no organismo.
Intoxicação aguda
A intoxicação aguda pode ocorrer de duas formas: (1) apenas um contato com a substância
tóxica ou (2) múltiplos contatos, causando um efeito cumulativo da substância tóxica,
em um período de 24 horas. Os efeitos surgem imediatamente ou em até alguns dias,
permeando o máximo de duas semanas.
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TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
Intoxicação crônica
Aqui nós temos um efeito tóxico após uma exposição prolongada, geralmente em doses
diárias ou cumulativas das substâncias tóxicas, em um longo período.
Leve
As intoxicações leves são rapidamente reversíveis e desaparecem com o fim da exposição
à substância tóxica.
Moderada
Quando os distúrbios são reversíveis e não são suficientes para provocar danos ao
organismo, nós temos uma intoxicação moderada.
Severa
Quando ocorrem mudanças irreversíveis e consideradas severas ao organismo, podendo
gerar lesões graves ou morte, temos uma intoxicação severa.
Sítio de exposição
Pele, sistema digestório, sistema
respiratório,
Local da injeção/mordida, placenta.
Toxicante
L
Eliminação pré-
Absorção I
sistemática
B
Distribuição em E Distribuição para
direção ao alvo R fora do alvo
A
Reabsorção Ç Excreção
Ã
Intoxicação O Detoxificação
Toxicante
final
Molécula-alvo (proteínas,
lipídios, ácido nucleico
complexo macromolecular).
Sítio-alvo
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UNIDADE I │ TOXICOLOGIA
Local aguda
Aqui nós temos um efeito tóxico do tipo dermal, geralmente acometendo a pele, membranas
mucosas e olhos após uma exposição que pode variar entre segundos e até mesmo horas.
Sistêmica aguda
A intoxicação sistêmica aguda pode gerar efeitos nocivos em vários órgãos e tecidos
após absorção de substâncias tóxicas por inúmeras vias diferentes.
Local crônica
Aqui, o efeito dermal ocorre sobre a pele, mas também pode acometer os olhos após
repetidas exposições de longas durações.
Sistêmica crônica
Por longo período, intoxicações prolongadas nos tecidos e órgãos.
Desconhecida
Quando os dados toxicológicos sobre a substância são insuficientes pra determinar se
ela é aguda ou crônica, sistêmica ou local.
Imediata
Ocorre rapidamente após única exposição à substância tóxica.
Retardada
Ocorre após longos períodos de latência.
1 2 3 4
Exposição Toxicocinética Toxicodinâmica Clínica
Processo de
transporte:
Vias de - Absorção Natureza
introdução - Distribuição da ação
- Eliminação
- Biotransformação
20
TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
Fases da intoxicação
Fase de exposição
É a fase em que as superfícies tanto externas (dermal, por exemplo) quanto internas
(órgãos) do organismo entram em contato com a substância tóxica. Lembre-se de que
aqui precisamos levar em consideração vários fatores, incluindo:
II. a frequência;
Fase de toxicocinética
I. absorção;
II. distribuição;
III. armazenamento;
IV. biotransformação;
Fase de toxicodinâmica
21
UNIDADE I │ TOXICOLOGIA
Fase clínica
22
CAPÍTULO 2
Toxicidade crônica: carcinogênese,
teratogênese e mutagênese
Toxicidade crônica
A toxicidade crônica é utilizada para determinar o efeito tóxico após exposições prolongadas
a doses cumulativas, uma vez que a cronicidade dessa toxicidade pode gerar:
» neurotoxicidade;
» imunotoxicidade;
» teratogenicidade;
» mutação;
» câncer.
Exemplos:
3. Alterações patológicas.
4. Morte.
Quando ocorrem estas alterações, o organismo tenta retornar ao seu estado normal,
processo conhecido como homeostase. Quando isso não é possível, há o efeito tóxico ou
a morte celular.
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UNIDADE I │ TOXICOLOGIA
Relação dose-resposta
50 50
24
TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
Mutagênese
A mutagênese é um processo em que as informações genéticas de um organismo
são alteradas, resultando em uma mutação. Essa mutação pode acontecer de forma
espontânea ou resultante da exposição da célula a agentes mutagênicos, ocasionando:
Existem alguns testes para avaliar o efeito mutagênico de uma substância tóxica.
Teste in vitro:
Teste in vivo:
Carcinogênese
É importante identificar os agentes tóxicos capazes de provocar modificações no
material genético que será herdado pelas novas células durante a divisão genética.
Os testes são utilizados para prever o desenvolvimento de tumores nas células, mas
geralmente, estes ensaios avaliam apenas a manifestação do tumor por meios de
mecanismos genotóxicos. Existem substâncias capazes de causar tumores, que não
estão relacionados aos mecanismos genotóxicos.
Teste de carcinogênese:
» Grupo 2B: o agente pode se tornar carcinogênico para humanos. Neste caso,
entende-se que existem evidências inadequadas de carcinogenicidade
em humanos, mas suficiente em animais, ou evidências limitadas em
humanos e insuficientes em animais.
Teratogênese
Os efeitos teratogênicos acometem essencialmente as células embrionárias, uma vez
que durante as fases do desenvolvimento embrionário, o fígado é pouco desenvolvido
e, dessa forma, apresenta uma pequena capacidade de metabolização de substâncias
exógenas, facilitando, assim, o acúmulo de substâncias tóxicas nas células.
No caso de teratogênia não existe alteração do material genético. Ou seja, não existe
nenhuma possibilidade de a substância causadora da teratogênia ser transmitida aos
descendentes.
26
TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
» morte celular;
» inibição da biossíntese;
Na teratogênese, temos:
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CAPÍTULO 3
Toxicocinética e toxicodinâmica
Toxicocinética
A toxicocinética estuda:
Assim, temos como resultado uma quantidade de toxicante disponível para interagir
com o sítio alvo exercendo a ação tóxica.
Biotransformação
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TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
Absorção
A absorção ocorre quando o agente tóxico passa de um meio externo para um meio
interno, ou seja, entra no organismo se direcionando para a circulação sistêmica.
A absorção da substância tóxica depende de fatores que estejam ligados tanto à substância
tóxica quanto à membrana celular e pode ocorrer por diferentes vias, incluindo as vias
respiratórias, via dérmica, via oral ou pelo trato gastrointestinal.
Célula
Agente
tóxico
Carboidratos
Glicoproteínas
Proteínas
Glicolipídios
Lipídios
29
UNIDADE I │ TOXICOLOGIA
Grande parte das intoxicações ocorrem por meio das vias respiratórias, uma vez muitas
substâncias tóxicas são gasosas. O fluxo de sangue contínuo presente nos indivíduos
exerce uma excelente ação de dissolução e, sendo assim, inúmeras substâncias
tóxicas podem ser absorvidas rapidamente a partir dos pulmões. Os gases, vapores e
aerodispersoides constituem-se das principais substâncias que podem ser absorvidas
tanto pelas vias aéreas superiores, quanto pelos alvéolos pulmonares.
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TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
Epiglote
Laringe
Esôfago
Traqueia
Brônquio
principal
Brônquio
Pulmão
direto Pulmão
esquerdo
Distribuição
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UNIDADE I │ TOXICOLOGIA
» Integridade do órgão.
Redistribuição
O término do efeito tóxico de uma substância geralmente ocorre com sua biotransformação
ou excreção, geralmente, pois existem algumas exceções em que a biotransformação
potencializa o efeito tóxico da substância ou modifica-o. Entretanto, em alguns casos,
pode existir uma redistribuição da substância tóxica do seu local de ação para outros
tecidos, mas, nesses casos, ela ainda estará armazenada nos locais alvos na forma ativa
e sua saída definitiva dependerá, exclusivamente, de sua biotransformação seguida de
excreção. Se existir, consequentemente, saturação do local de armazenamento com a
dose inicial, uma dose subsequente produzirá um efeito prolongado.
Glândula parótida
Boca
Glândula sublingual Faringe
Glândula submaxilar
Esôfago
Estômago
Fígado
Pâncreas
Vesícula biliar
Cólon transverso
Cólon ascendente
Cólon sigmoide
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TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
Biotransformação
Inalação Absorção
Ingestão
dérmica
PCBs
Cd
Bile
Rins Tecidos Ossos
Paraquat
Glândulas
Pulmões Bexiga
secretoras
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UNIDADE I │ TOXICOLOGIA
» espécie;
» idade;
» gênero;
» variabilidade genética;
» condição nutricional;
» condição patológica;
Xenobiótico
Intermediários Desintoxicação
reativos
Reparo
Necrose Carcinogênese Hipersensibilidade
teratogênese
Excreção
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TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
Os fatores que atuam sobre a velocidade bem como a via de excreção são:
Toxicodinâmica
A toxicodinâmica estuda a relação entre a dose que entra no organismo e a resposta
medida. O pico máximo de uma resposta tóxica, geralmente, está relacionado com
a concentração do agente tóxico, ou produtos da sua biotransformação no seu local
específico de ação, que, ao interagir com as moléculas orgânicas presentes nas células,
produzem algumas ou muitas alterações, como: bioquímicas, morfológicas e funcionais
caracterizando o processo de intoxicação. Nessa etapa podem ocorrer uma série de
interações entre as substâncias tóxicas, que podem aumentar ou diminuir os seus
efeitos tóxicos, destacando-se:
» adição;
» sinergismo;
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UNIDADE I │ TOXICOLOGIA
» potenciação;
» antagonismo.
Substâncias Biotransformação
potencialmente tóxicas
Reações em
Toxicante
receptores
específicos
Absorção Circulação
Adição
Quando o efeito induzido por 2 ou mais substâncias tóxicas é igual à soma dos efeitos
de cada substância isoladamente.
Sinergismo
O efeito induzido por 2 ou mais substâncias tóxicas juntas é maior do que a soma dos
efeitos de cada substância tóxica separadamente.
Potenciação
Antagonismo
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TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
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CAPÍTULO 4
Doenças transmitidas por alimentos
A maioria são infecções causadas por bactérias, bem como suas toxinas, assim como
vírus e parasitos. Entretanto, possuímos também um aumento nas doenças por
envenenamentos causados por toxinas naturais ou por produtos químicos prejudiciais
que contaminaram o alimento, como os agrotóxicos.
Como estudamos, nem todas as intoxicações que geram DTAs são causadas por
micro-organismos, como é o caso das intoxicações por metais pesados, agrotóxicos,
fungos silvestres, plantas e animais tóxicos. Os mecanismos fisiopatológicos são
38
TOXICOLOGIA │ UNIDADE I
variáveis e envolvem desde uma ação química direta da própria substância sobre
os tecidos ou órgãos específicos quanto a ação de aminas biogênicas presentes no
alimento tóxico.
1. Originar surtos:
Figura 15. Proporção de sinais e sintomas em surtos de DTA. Brasil, 2007 a 2017.
Diarreia Vômitos Náuseas Dor abdominal
Cefaleia Febre Outros Neurológico
0%
30%
7%
8% 30%
19%
17%
16%
39
UNIDADE I │ TOXICOLOGIA
Figura 16. Proporção de agentes etiológicos identificados nos surtos de DTA. Brasil, 2007 a 2017.
Rotavírus (n = 65)
Norovírus (n= 57)
Agentes químicos e Vírus hepatite A (= 33)
outros 1,8 %
N = 7,170 surtos
Protozoários 1,2 %
dos casos corre entre 24 a 48 horas. Por esse motivo, grande parte das DTA não é
diagnosticada e os surtos não são notificados.
41
MICOTOXINAS UNIDADE II
que, para a produção da micotoxina existem inúmeros fatores que permeiam a sua
existência, que vão desde as condições de temperatura e umidade do solo, armazenamento,
até a genética fúngica. Segundo Rosmaninho, Oliveira e Bittencourt (2001), existem
várias micotoxinas de interesse à saúde pública, entretanto, as mais toxigênicas são as
aflatoxinas, ocratoxinas, fumonisinas, patulinas e zearalonas, produzidas por espécies
fúngicas do gênero Aspergillus spp., Penicillum spp. e Fusarium spp.
Micotoxicoses
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UNIDADE II │ MICOTOXINAS
De acordo com a Food and Agriculture Organization (FAO), estima-se que cerca de
25% dos alimentos no mundo esteja contaminado com algum tipo de micotoxina e os
produtos que geralmente veiculam micotoxinas para o homem ou animais são agrícolas,
como: cereais, sementes oleaginosas, frutos, vegetais.
Nesta lista, aparecem alguns alimentos extremamente processados, como é o caso dos:
44
CAPÍTULO 1
Principais micotoxinas em alimentos
1. aflatoxinas;
2. patulina;
3. zearalenona;
4. fumonisinas;
5. tricotecenos;
6. ocratoxinas.
Aflatoxinas
Entre as micotoxinas, as aflatoxinas são as mais frequentes toxinas fúngicas
encontradas em grãos e cereais e uma das micotoxinas mais fiscalizadas pelos órgãos
competentes. As aflatoxinas são produzidas pelo metabolismo secundário dos fungos
Aspergillus flavus, Aspergillus parasiticus e, eventualmente, pelo Aspergillus nomius
e Aspergillus pseudotamarii.
» As letras referem-se à cor que emitem sob luz ultravioleta utilizando 365
nanômetros: As aflatoxinas B1 e B2 emitem fluorescência azul (blue), e as
aflatoxinas G1 e G2 apresentam fluorescência verde (green).
B1 (C17H12O6) e B2 (C17H14O6),
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UNIDADE II │ MICOTOXINAS
Aflatoxina B1 Aflatoxina B2
Aflatoxina G1 Aflatoxina G2
Fonte: Adaptado de: Micotoxinas. Embrapa Agroindústria Tropical (2007).
O conjunto de efeitos tóxicos tanto na saúde humana quanto na saúde animal produzido
pela ingestão de aflatoxinas corresponde a alterações patológicas no organismo, e
de acordo com Midio; Martins, (2000), caso o consumo de alimento contaminado
com alfatoxinas for prolongado, o efeito crônico no organismo poderá favorecer o
aparecimento de carcinomas.
46
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
Segundo estudos realizados por Silva et al. (2007), a ligação da AFB1-epóxido com o
DNA é capaz de:
Epóxido Reativo
Intermediário AFB2 AFM1 AFQ1 AFP1
Excretado na
Bile e Urina
Ligação Covalente com
Ácidos Nucleicos
Inibição de
Enzimas
Excretado pelo
Mutagênese Leite
Teratogênese
Carcinogênese Redução da
Síntese Proteica
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UNIDADE II │ MICOTOXINAS
Patulina
A patulina é outro tipo de toxina produzida por fungos. A patulina foi inicialmente
isolada em 1940, a partir do fungo, hoje denominado Penicillium griseofulvum.
48
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
Hoje sabemos que a patulina pode ser produzida por outros fungos, como: Penicillium
expansum; Aspergillus clavatus, Aspergillus giganteus, Aspergillus terréus e
Byssochlamys spp.
OH
O
O
O
Fonte: Adaptado de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Patulina.
Zearalenona
49
UNIDADE II │ MICOTOXINAS
O
ZEA
HO
O
Fonte: Adaptado de: https://mycotoxinsite.com/micotoxinas-cuales-son-y-que-tipo-de-micotoxinas-existe/.
No Brasil, a zearalenona está presente principalmente nos grãos, como milho, cereais e
aveia em flocos (OLIVEIRA et al., 2002).
Fumonisinas
Inicialmente descritas e caracterizadas em 1988, as fumonisinas são produzidas por
diversas espécies do gênero Fusarium spp., incluindo: Fusarium verticillioides, F.
proliferatum, F. nygamai, F. anthophilum, F. dlamini, F. napiforme, F. subglutinans,
F. polyphialidicum e F. oxysporum além da Alternaria alternata f. sp. Lycopersici.
50
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
O COOH
O COOH
OH OH
OH NH2
O COOH
O COOH
FUMONISINA B1
O OH
O O
FUMONISINA B2
OH OH OH
NH2
O OH
O O
O OH
O caráter carcinogênico das fumonisinas pode não envolver uma interação com o
DNA, entretanto, devido a sua semelhança com a esfingosina, acreditamos que haja
uma intervenção na biossíntese de esfingolipídios acarretando enormes problemas à
atividade celular, uma vez que essas substâncias são essenciais para a composição da
membrana, comunicação célula a célula, interação intracelular e a matriz celular, e
fatores de crescimento (MERRILL et al., 1993).
51
UNIDADE II │ MICOTOXINAS
MILHO
Tricotecenos
Os tricotecenos constituem um grupo de, aproximadamente 150 metabólitos
produzidos por fungos dos gêneros Fusarium spp., Myrothecium spp., Phomopsis spp.,
Stachybotrys spp., Trichoderma spp., Trichotecium spp., e Verticimonosporium spp.
Todos os tricotecenos conhecidos até hoje caracterizam-se por possuírem um esqueleto
tetracíclico 12,13-epoxitricoteno.
» Desoxinivalenol (DON);
» Nivalenol (NIV);
» Toxina T2;
» Toxina HT2;
» Diacetoxiscirpenol (DAS).
DAS
TOXINA T2 DON
52
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
DON e a toxina T2 têm sido detectadas, no Brasil, associadas a grãos de milho, a farelo
de trigo e a produtos de panificação. Quando ingerido em doses elevadas por animais,
ambas micotoxinas podem causar náuseas, vômitos e diarreia.
No campo, quando ingerida por suínos, bovinos e ovinos, a DON pode provocar
perda de peso, vômitos, náuseas, e recusa de alimentos, caso a ingestão tenha sido em
pequena quantidade.
Ocratoxinas
A ocratoxina A foi descoberta em 1965 como um metabólito secundário do fungo
Aspergillus ochraceus durante estudos que tinham como objetivo descobrir novas
micotoxinas. A ocratoxina A, principal molécula toxigênica dentre as ocratoxinas,
apresenta uma estrutura química extremamente semelhante à estrutura química das
aflatoxinas, sendo representada por uma isocumarina substituída, ligada a um grupo
L- fenilalanina.
53
UNIDADE II │ MICOTOXINAS
HO O
O OH O
N
H O
OCRATOXINA A
Cl
Fonte: Adaptado de: https://mycotoxinsite.com/micotoxinas-cuales-son-y-que-tipo-de-micotoxinas-existe/.
Ocratoxina A pode ser encontrada em: aveia, arroz, feijão, milho, amendoim, cevada,
centeio, trigo, grãos de café, uvas, vinhos, carne, queijo e leite.
CAFÉ QUEIJO
54
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
Outras micotoxinas
Conforme discutido ao longo dessa unidade, existem cerca de 400 micotoxinas isoladas,
categorizadas e caracterizadas, quimicamente, ao longo dos últimos anos. Mas, os
estudos aprofundados concentram-se nas micotoxinas que causam surtos frequentes
e estão na classificação da IARC. Aqui iremos conceituar algumas micotoxinas que
também possuem impacto negativo na saúde humana e animal, mesmo que esse
impacto seja menor quando comparado às seis micotoxinas discutidas detalhadamente
anteriormente.
Esterigmatocistina
Rugulosina
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UNIDADE II │ MICOTOXINAS
Luteosquirina
Ácido penicílico
O ácido penicílico pode ser produzido por algumas espécies de Penicillium spp., e pelo
fungo Aspergillus ochraceus, e tem sido considerado uma micotoxina potencialmente
cancerígena.
Ácido tenuazônico
Fomopsinas
Citrinina
A citrinina foi isolada de Penicillium citrinum mas, outros fungos, como Penicillium
expansum, Penicillium viridicatum, Aspergillus niveus e Aspergillus terréus, também
são capazes de produzir a citrinina. Alguns isolados de Penicillium camemberti,
utilizados na produção de queijo, Aspergillus oryzae, utilizados na produção de alimentos
asiáticos, como o sakê, o missô e o molho de soja, e Monoascus ruber e Monoascus
purpureus, espécies industrialmente utilizadas para a produção de pigmentos
vermelhos, eventualmente podem produzir a citrinina. A citrinina também tem sido
responsabilizada pela nefropatia suína. Essa micotoxina aparece frequentemente
em grãos de aveia, centeio, cevada, milho, trigo e salsichas fermentadas. A citrinina
apresenta uma estrutura de poliquetídio.
Alcaloides ergóticos
de ergotismo, essa intoxicação ocorre após a ingestão grãos de centeio e seus derivados
contaminados com a micotoxina. O ergotismo apresenta duas formas clássicas: a
gangrenosa, que afeta o suprimento de sangue para as extremidades do corpo, e a
convulsiva, que age diretamente sobre o sistema nervoso central. Hoje, os surtos
estão controlados uma vez que os alcaloides ergóticos são termolábeis, e, portanto,
podem ser destruídos no processo de panificação, por exemplo. Mas, os animais, como
ovinos, suínos, bovinos e aves, ainda sofrem bastante com a contaminação dos grãos.
Sintomatologicamente, esses animais podem apresentar: gangrena, aborto, convulsões,
supressão da lactação, hipersensibilidade e ataxia.
57
CAPÍTULO 2
Fungos produtores de micotoxinas
A maioria dos fungos que são capazes de produzir algum tipo de micotoxina estão
geralmente envolvidos na contaminação de produtos agrícolas, principalmente os grãos.
Os produtos agrícolas são susceptíveis à invasão dos fungos micotoxigênicos durante os
estágios de produção, processamento, transporte e armazenamento. Inúmeros fatores
influenciam a contaminação dos grãos, entre eles podemos destacar o clima tropical, os
períodos de chuva ou seca, a disponibilidade de nutrientes, o tempo, a temperatura e a
umidade no armazenamento.
» Aspergillus spp.
» Fusarium spp.
» Penicillium spp.
Aspergillus spp.
O fungo filamentoso da espécie Aspergillus spp. pode ser encontrado ao longo de toda
a cadeia produtiva dos grãos, uma vez que como a maioria dos fungos micotoxigênicos,
58
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
seu habitat natural é o solo, local onde os grãos são plantados. Os fatores climáticos
auxiliam muito nas etapas de contaminação dos grãos, e esta influência vai desde a
produção da micotoxina como metabólito secundário fúngico até a sua lise e liberação
da micotoxina no alimento. Lembre-se: a chuva e o vento facilitam a dispersão do
inóculo e o tempo seco aumenta a lise celular com consequente liberação da micotoxina
no meio.
CONÍDIA
VESÍCULA
FIÁLIDES
METULAE
ESTIPE
Lembre-se uma mesma micotoxina pode ser produzida por espécies diferentes de
fungos, como por exemplo a ocratoxina A, que pode ser produzida pelo metabólito
secundário tanto do fungo Aspergillus spp., quanto do fungo Penicillium spp., e um
mesmo fungo pode produzir mais de uma micotoxina, como por exemplo o Aspergillus
spp. Pode produzir tanto a aflatoxina quanto a ocratoxina. Lembre-se também que nem
todas as cepas de uma espécie específica, por exemplo Aspergillus flavus, são capazes de
produzir micotoxinas, uma vez que é necessário que o fungo possua o gene para codificar
a micotoxina, uma cepa pode conter esse gene e uma outra cepa da mesma espécie
ter esse gene silenciado, ou seja, a presença do fungo não implica necessariamente na
presença da micotoxina.
59
UNIDADE II │ MICOTOXINAS
e com temperaturas elevadas, como termófilos, alguns Aspergillus spp. são capazes de
crescer em temperaturas de até 55ºC. Os Aspergillus spp. aparecem frequentemente
em climas tropicais e em climas temperados e contaminam essencialmente os cereais,
amendoins, milho, trigo, cacau e café.
Penicillium spp.
CONÍDIA
FIÁLIDES
METULAE
RAMI
ESTIPE
A maioria das espécies de Penicillium spp. possuem como habitat natural o solo, assim
como as espécies do gênero Aspergillus spp. Dessa forma, as micotoxinas produzidas
pelo Penicillium spp. podem ser encontradas em grãos, como milho, amendoim, trigo
e frutas. A maioria das espécies são saprófitas, psicrófilas, capazes de crescer em
temperaturas abaixo de 0 ºC, mas algumas espécies são capazes de crescer até 40 ºC.
Fusarium spp.
60
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
como saprófitos no solo, água e plantas, podendo ocasionar doenças em plantas, seres
humanos e animais domésticos. O Fusarium spp. se desenvolve em temperaturas de
25-30ºC, e compreende aproximadamente 200 espécies agrupadas em complexos
de espécies filogenéticas, que podem apresentar pouca ou nenhuma diferença
morfológica entre si.
A B C
D E
61
CAPÍTULO 3
Contaminação na cadeia produtiva
de alimentos
A invasão de micro-organismos nos grãos pode ocorrer tanto no solo quanto durante o:
» colheita;
» fases de secagem;
» beneficiamento;
» armazenamento;
» processamento.
62
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
Como não podemos eliminar as micotoxinas dos produtos agrícolas, uma vez que os
fungos estão naturalmente presentes no solo, existem algumas práticas agrícolas que
ajudam a diminuir a incidência das micotoxinas nos grãos, entre elas podemos destacar:
» Rotação de cultura.
» Os danos aos grãos provocados por insetos facilitam a entrada dos fungos
à planta.
63
UNIDADE II │ MICOTOXINAS
Armazenamento
e Transporte
Processamento
Consumo Animal
Consumo
Humano
Durante a safra das águas, que compreende os meses de outubro a maio, os índices
pluviométricos podem chegar a 200mm por mês e a temperatura varia entre 25-29ºC.
Todavia, são nos meses com menor índice pluviométrico que encontramos os maiores
valores de contaminação dos alimentos agropecuários, como o amendoim e o milho,
por micotoxinas.
I. Provenientes da matéria-prima.
65
CAPÍTULO 4
Impacto das micotoxinas no campo
Alguns autores tem feito uma correlação entre o clima seco e a maior concentração de
micotoxinas encontrada nos grãos, assim como a sua impactação no campo, na época
de colheita (IMAMURA; TONI; GIANONNI, 2015). Interessantemente, quando há
66
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
Apesar dos avanços em métodos de detecção, aliados as BPAs, bem como novas
pesquisas no campo, acerca da diminuição da incidência de micotoxinas nos alimentos
agrícolas, nos últimos anos, a detecção de toxinas em alimentos, especialmente
aflatoxinas e ocratoxinas, vem apresentando frequências relativamente altas, mesmo
não existindo estimativas reais, sobre o grau de exposição da população brasileira pela
ingestão de alimentos contaminados com algum tipo de micotoxina, essa exposição
vem aumentando com o passar dos anos.
Para tanto, existem alguns pré-requisitos ditos essenciais para a produção de micotoxinas
antes da colheita entre eles, podemos destacar:
Não podemos nos esquecer de que o impacto imediato das doenças foliares nas culturas
agrícolas estão entrelaçados à capacidade do patógeno em produzir a micotoxinas, mas
também em colonizar grandes áreas dos tecidos foliares das plantas causando morte
67
UNIDADE II │ MICOTOXINAS
prematura destes tecidos. Nem todas as cepas presentes na mesma espécie são capazes
de produzir micotoxinas, já sabemos disso, ok? Mas, mesmo as cepas não toxigênicas
podem causar impactos negativos o campo, uma vez que causam doenças às plantas.
A distribuição mundial e a incidência das espécies fúngicas que são toxigênicas varia
de acordo com fatores bioclimáticos e com o tipo de alimento, bem como com as
características genéticas das cepas. Regiões agrícolas diferentes não possuem a mesma
micoflora, mesmo em localidades próximas, ainda assim, essa microflora é constituída
por espécies que apresentam perigos micotoxigênicos distintos, e que se modificam
com o passar do tempo devido as mutações microbianas. Dessa forma, é interessante
conhecer a micoflora daquela região, assim as Boas Práticas Agrícolas podem atuar
especificamente naquele solo, bem como naquela cultivar.
Cepas
toxigênicas
Fatores Micotoxina
ambientais
Cultura
suceptível
Para produzir micotoxinas em uma cultura agrícola, além do fungo ser micotoxigênico,
este precisa:
Existem fungos micotoxigênicos que são patogénicos para plantas, como é o caso do
Fusarium spp., entretanto, a maioria dos fungos micotoxigênicos são saprófitos ou
parasitas oportunistas, como o Aspergillus spp. e o Penicillium spp., sendo capazes de
infectar as culturas apenas por meio de danos e injúrias físicas.
Ao longo do seu ciclo de vida, a planta apresenta susceptibilidade diferente aos fungos.
Por isso, fatores relacionados com a colheita são essenciais no estabelecimento da
infecção fúngica, como sabemos, quanto mais tarde for realizada a colheita, mais tempo
existe para que o fungo se estabeleça na cultura produzindo micotoxinas.
Mas além dos danos físicos que comentamos anteriormente, outros aspectos, como
o estresse da planta de cultivo, auxiliam para a susceptibilidade a infecções fúngicas.
O estresse hídrico em alguns momentos críticos do ciclo de vida da planta pode ser
determinante para o aumento da infeção com consequente aumento da síntese de
micotoxinas pelos fungos.
Uma vez que a cultura foi infectada em campo, o crescimento fúngico pode
continuar nos estados pós-colheita e armazenamento do produto agrícola.
Além das culturas agrícolas, no campo, nós também temos os animais de corte. Assim como
nós, humanos, os animais de corte, incluindo as aves, os bovinos e os suínos, podem
ser contaminados com micotoxinas. No campo, os surtos de micotoxicoses nos animais
são bem mais frequentes e visíveis. Essa contaminação gera enormes prejuízos para o
agronegócio, pois os animais contaminados não conseguem sobreviver.
69
UNIDADE II │ MICOTOXINAS
Desta forma, correlacionar e associar surtos de campo com uma micotoxina é muito
difícil, pois:
» Problemas crônicos de saúde com risco de morte, como necroses dos rins
e fígado.
70
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
71
CAPÍTULO 5
Controle de micotoxinas
7. Rotação de cultura.
72
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
Umidade relativa
elevada entre os
24ºC e 28ºC
73
UNIDADE II │ MICOTOXINAS
Umidade
Colheita
A época de colheita é essencial, uma vez que, como já estudamos, culturas tardias
preconizam maiores probabilidades de formação de micotoxinas, uma vez que existe
mais tempo de o fungo se estabelecer na planta e produzir a micotoxina. Quando falamos
em cereais, grãos, frutos e sementes oleaginosas, após colheita, as culturas devem ser
secadas imediatamente e vagarosamente, atingindo a umidade de 8%.
Detecção de micotoxinas
74
CAPÍTULO 6
Métodos de detecção de micotoxinas
nos alimentos
Técnicas físico-químicas
» Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE).
Técnicas biológicas
» Imunoensaios, como o teste de ELISA.
» Ensaios de imunoafinidade.
1. preparar a amostra;
2. extrair a micotoxina;
3. remover os interferentes;
4. detectar e quantificar;
5. confirmar.
Cromatografia – HPLC/CCD
A cromatografia líquida de alta eficiência é o método oficial de análise de micotoxinas
determinado pela Anvisa, uma vez que este método precede uma quantificação mais
exata, por possuir limites de detecção muito baixos
75
UNIDADE II │ MICOTOXINAS
O princípio deste método é a separação dos compostos em uma amostra por meio da
afinidade relativa em uma fase estacionária (coluna) e uma fase móvel. O resultado
da análise é um cromatograma com diversos picos, identificados pelo seu tempo de
retenção, ou seja, pelo tempo que o composto leva para ser eluído. É importante lembrar
que aqui nós conseguimos obter dados quantitativos.
Mas, é uma técnica pouco utilizada nas rotinas industriais, uma vez que o equipamento
exige alto investimento inicial, bem como técnicos capacitados.
B1
B2
G1
G2
1 2 3
76
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
Elisa
» simplicidade;
» alta sensibilidade;
» facilidade;
» rapidez.
Micotoxinas-enzima conjugada
Micotoxinas
Anti-Micotoxinas anticorpo
Substrato
A B C
S S S Parada
D E F
Fonte: Adaptado de: https://www.researchgate.net/figure/Figura-01-Principio-do-ELISA-competitivo-direto-para-analises-de-micotoxinas-
Fonte_fig1_305775152.
Imunoafinidade – flúorímetria
5’
45’
2. Incubação
2h
3h
1h S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7
3. Completo
Substrato
10’ 10’
Parada da solução
Passo de lavagem
Diluição Padrão
S1 S7
78
MICOTOXINAS │ UNIDADE II
79
TOXINAS NOS UNIDADE III
ALIMENTOS
Uma vez que, como discutimos anteriormente, a toxicologia é a ciência que estuda os
efeitos tóxicos provenientes da interação entre uma substância tóxica e um sistema
biológico, a toxicologia de alimentos estuda como os alimentos podem ser ingeridos,
sem causar danos ao organismo, podendo considerar as seguintes fontes:
» natural;
» intencional;
» acidental;
Em alguns casos, o agente tóxico pode pertencer a mais de uma categoria. Para tanto,
discutiremos detalhadamente nos próximos capítulos:
Os alimentos são substâncias químicas complexas que podem ser ser consumidas in
natura ou processadas constituídas de complexos:
80
TOXINAS NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Toxicologia em
Alimentos
- Promotores de crescimento
É óbvio que as substâncias não nutritivas não apresentam importância nutricional, mas,
elas são essências ao metabolismo da planta e conferem as qualidades organolépticas
tão inerentes ao fruto, como é o caso do café. Identificamos mais de 600 substâncias
não nutrientes no café, essenciais, no entanto, para a sobrevivência, maturação e
crescimento dos frutos. Dentro destas substâncias não nutritivas, podem existir
substâncias que apresentem caráter tóxicos aos seres vivos.
Dentro deste panorama, sempre precisamos nos lembrar de que a gravidade do quadro
de intoxicação depende de inúmeros fatores, entre eles:
81
UNIDADE III │ TOXINAS NOS ALIMENTOS
82
CAPÍTULO 1
Geração de compostos tóxicos
nos alimentos
» Salmonella spp.;
» Campylobacter spp.;
» Listeria spp.;
83
UNIDADE III │ TOXINAS NOS ALIMENTOS
» Escherichia coli;
» Yersinia spp.;
» Shigella spp.;
» Enterobacter spp.;
» Citrobacter spp.
Exotoxinas
As exotoxinas são toxinas produzidas internamente pelas bactérias, mas liberadas ao
meio externo. As exotoxinas são agrupadas em três grupos:
» citotoxinas;
» neurotoxinas;
» enterotoxinas.
Citotoxinas
Neurotoxinas
Enterotoxinas
84
TOXINAS NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Endotoxinas
» aflatoxina;
» ocratoxinas;
» fumonisinas
» patulina;
» tricotecenos;
» zearalenonas.
85
UNIDADE III │ TOXINAS NOS ALIMENTOS
Tanto nos alimentos quanto nos organismo, as substâncias N-nitrosas são denominadas
a partir de reações químicas conhecidas como nitrosação. A nitrosação envolve alguns
grupamentos, principalmente aminas, amidas, aminoácidos, proteínas.
Mas, lembre-se de que, para que a nitrosação ocorra, precisamos ter também
a presença de um agente nitrosante, como o NxOy, que pode ser formado no
ambiente ou a partir de nitritos que estejam presentes nos alimentos.
Agente nitrosante
» Arsênio;
» Cadmo;
» Mercúrio;
» Chumbo.
86
TOXINAS NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
A excrepância nos limites determinados para cada de adiitvo não GRAS configura uma
contaminação direta.
Contaminação indireta
A contaminação indireta ocorre principalmente pelas técnicas empregadas na obtenção
da matéria-prima, essencialmente, se está for de origem vegetal. Incluimos aqui:
» promotores de crescimento;
» quimoterapêuticos veterinários;
» praguicidas.
87
UNIDADE III │ TOXINAS NOS ALIMENTOS
Promotores de crescimento
Quimoterapêuticas
Praguicidas
» herbicidas;
» fungicidas;
» inseticidas;
» raticidas.
A ocorrência de níveis residuais pode afetar a saúde do consumidor. Uma vez que a maoria
dos praguicidas registrados no Brasil possuem os organofosforados, ou piretroides
como princípio ativos, e estas substâncias possuem a capacidade de bloqueiar a troca
de impulsos elétricos entre as células nervosas, ocasionando paralisação das atividades
metabólicas do organismo. Este é o mecanismo de ação em insetos, mas os resíduos
destas substâncias podem ter efeitos culmulativos nos humanos.
» pH;
» presença de óleo;
88
TOXINAS NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
» teor alcoólico;
» teor de lipídios;
» tempo de estocagem;
» temperatura e umidade.
89
CAPÍTULO 2
Toxinas naturalmente presentes
nos alimentos
As toxinas naturalmente presentes nos alimentos são produtos dos processos metabólicos
dos animais, plantas e micro-organismos.
Os glicosídeos são compostos orgânicos constituídos por açúcar e uma porção “não
glicosinolada”, que chamamos de aglicona. Primordialmente, os glicosídeos são
formados por uma ligação semiacetal entre os grupos reduzidos do açúcar e a hidroxila
alcoólica ou fenólica da aglicona, como indica a figura a seguir:
CH3 O β Glc
Glicosídeo
Cianogênicos Mandioca
(linamarina)
CH3 C N
S C6H11O5
R C Glicosinolato Repolho, couve,
NOSO3- brócolis
90
TOXINAS NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
Os glicosídeos estão naturalmente presente nos alimentos, pois são produtos secundários
do metabolismo das plantas e são parte do sistema de defesa contra herbívoros, insetos
e moluscos.
Mas, lembre-se de que o glicosídeo cianogênico também pode ser encontrado nas
raízes, caule e folhas das plantas, enquanto os glicosinolatos estão presentes somente
na semente das frutas.
91
UNIDADE III │ TOXINAS NOS ALIMENTOS
› dor de cabeça;
› ataxia;
› salivação;
› sudação forte;
› taquicardia;
› bradicardia;
› paralisia respiratória.
Processamento
93
UNIDADE III │ TOXINAS NOS ALIMENTOS
Oxidação Lipídica
Hidrogenação Substâncias tóxicas
Pirólise
Defumação
Neoplasias
» presença de metais;
» antioxidantes;
» luz;
» pH;
» temperatura;
» oxigênio;
» peróxidos.
94
TOXINAS NOS ALIMENTOS │ UNIDADE III
O óleo de soja possui menor estabilidade, quando comparado à gordura de coco, uma
vez que possui maior número de ligações, facilitando a sua oxidação. Mas, durante
o processo de fritura, o óleo de soja produz menos componentes tóxicos quando
comparado ao óleo de canola, por exemplo.
Os peróxidos são formados pela ação da enzima lipoxigenase sobre os ácidos graxos
poli-insaturados tanto linoleico quanto linolênico. A lipoxigenase é encontrada em
frutas, hortaliças, grãos, principalmente soja, ervilha e algumas variedades de feijão, e
em alimentos de origem animal.
» Temperaturas de 180ºC.
95
UNIDADE III │ TOXINAS NOS ALIMENTOS
uma vez que este processo diminuiu o contato com o oxigênio presente na
atmosfera.
Aminas heterocíclicas
» Materiais de embalagens.
97
AGROTÓXICOS NOS UNIDADE IV
ALIMENTOS
» organofosforados;
» clorofosforados;
» piretroides;
98
AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS │ UNIDADE IV
» organoclorados;
» carbomatos.
Efeito agudo
Quando ocorre exposição de curto prazo, ou seja, por horas ou poucos dias. Este efeito
agudo promove o surgimento rápido e claro de sintomas e sinais de intoxicação
condizente com o agrotóxico, bem como seu efeito adverso, incluindo as lesões de pele,
irritação das mucosas dos olhos, nariz e garganta, dor de estômago.
Efeito crônico
Ocorre quando há exposição prolongada, especialmente maiores que 1 ano, com efeitos
adversos e irreversíveis.
Infelizmente, ainda hoje, o processo produtivo agrícola brasileiro está cada vez mais
dependente dos agrotóxicos e fertilizantes químicos. Na última década, observamos
um aumento gigantesco no consumo de pesticidas. Esse aumento exorbitante levou
o Brasil a ser o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Mas, ao longo do tempo,
estamos percebendo que existe uma ineficiência nesse modelo de produção, uma vez
que, mesmo com o uso intensivo de diferentes agrotóxicos nas plantações agrícolas, as
pragas conseguem desenvolver mecanismos de resistência e permanecem nas lavouras.
A lei dos agrotóxicos (BRASIL, 1989) e o decreto que regulamenta esta lei (BRASIL,
2002) definem os agrotóxicos como:
99
CAPÍTULO 1
Impacto da utilização de agrotóxicos
no ambiente
Nós sabemos que os agrotóxicos utilizados nas lavouras param nos alimentos de
origem vegetal e estes alimentam centenas e milhares de pessoas. Claramente, isto
tem um impacto direto na saúde dos consumidores. Mas, qual é o impacto antecessor?
O impacto da utilização de agrotóxicos no ambiente? Desta forma, neste capítulo,
elucidaremos este assunto, antes de emergir nas intoxicações alimentares ocasionadas
por agrotóxicos.
100
AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS │ UNIDADE IV
Estudos indicam que menos de 10% dos agrotóxicos que são aplicados por pulverização
conseguem atingir o seu alvo com sucesso, e mesmo aqueles aplicados diretamente nas
plantas possuem como destino final: o solo.
Até mesmo os lençóis freáticos subterrâneos podem ser contaminados por agrotóxicos
por meio da lixiviação da água e da erosão dos solos.
» O agrotóxico deve ser registrado tanto para a cultura quanto para a praga
alvo.
101
UNIDADE IV │ AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS
102
AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS │ UNIDADE IV
103
CAPÍTULO 2
Intoxicação alimentar por agrotóxicos
Os diagnósticos relacionados aos surtos, bem como as intoxicações crônicas, são difíceis
de serem estabelecidos, principalmente quando falamos na associação causa/efeito,
uma vez que, em muitos casos, existe uma exposição a múltiplos agrotóxicos
(SOLOMON, 2000).
Apesar dos 366 ingredientes ativos de agrotóxicos autorizados no Brasil para uso
agrícola pertencerem a mais de 200 grupos químicos, nós possuímos poucos métodos
acessíveis para diagnosticar a intoxicação por agrotóxicos, principalmente no Sistema
Único de Saúde (SUS). No SUS, os responsáveis pelo diagnóstico utilizam uma
dosagem da acetilcolinesterase, para detectar resíduos de agrotóxicos no organismo do
paciente, entretanto, este método aplica-se apenas aos agrotóxicos organofosforados e
carbamatos. Ainda, este método só é capaz de detectar a contaminação se for realizado
até 7 dias após o contato com o químico, após este período não conseguimos mais
detectar o químico no organismo.
104
AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS │ UNIDADE IV
» imunológicos;
» hematológicos;
» hepáticos;
» neurológicos;
» malformações congênitas;
» tumores;
105
UNIDADE IV │ AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS
» Pimentão (91,8%).
» Morango (63,4%).
» Pepino (57,4%).
» Alface (54,2%).
» Cenoura (49,6%).
» Abacaxi (32,8%).
» Beterraba (32,6%).
» Mamão (30,4%).
106
CAPÍTULO 3
Programa de análise de resíduos de
agrotóxicos em alimentos (PARA)
Objetivos
107
UNIDADE IV │ AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS
COORDENAÇÃO
GERAL GGTOX
Lacen - PR
Responsável Regional - N
Lacen - GO
VISAs ESTADUAIS e DF Responsável Regional - NE
Lacen - RS
Responsável Regional - S
Lacen - AL
GT
GT Rastreabilidade
Fiscal
Lacen - PA Responsável Regional - SE
IAL - SP
109
UNIDADE IV │ AGROTÓXICOS NOS ALIMENTOS
Para que o PARA funcione adequadamente, muitos órgãos públicos estão envolvidos.
As coletas dos alimentos são realizadas pelas VISAs de acordo com os parâmetros
estabelecidos pelo Codex Alimentarius. O Codex Alimentarius recomenda que a coleta
seja feita semanalmente e no lugar em que a população adquire os alimentos, como o
mercado varejista.
A escolha dos alimentos monitorados pelo PARA baseia-se nos dados de consumo
obtidos populacionais, bem como na disponibilidade dos alimentos nos supermercados
das diferentes unidades federativas e na utilização de agrotóxicos nas culturas agrícolas.
Figura 51. Distribuição das amostras analisadas de acordo com a presença ou ausência de resíduos de
agrotóxicos.
42%
Amostras
sem resíduos
detectados 16,7%
19,7% Não 1,33%
Amostras autorizado > LMR
insatisfatórias para a
cultura
1,68%
38,3% > LMR e não
Amostras autorizado para
com resíduos a cultura
s LMR
110
TOXICOLOGIA NA UNIDADE V
SAÚDE PÚBLICA
» Leucemias.
» Alterações neurológicas.
» Alergias.
» Alterações hormonais.
» Depressão.
111
UNIDADE V │ TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA
Figura 52. Exposição humana a substâncias químicas ao longo de seu ciclo de vida e programas relevantes para
a sua prevenção.
Segurança
Manufatura ocupacional,
e transporte química e do
transporte
Segurança
Uso e
ocupacional, dos
descarte
alimentos e da
água
Produtos da
Resíduos e Gestão dos
Transporte e combustão
(poluentes do ar em subprodutos resíduos,
saúde, qualidade (resíduos eletrônicos,
do ar ambientes fechados e segurança dos
ar livre) poluentes orgânicos). alimentos e água.
» Até 2020, elevar o manejo saudável dos produtos químicos, bem como
os seus resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida destas substâncias,
reduzindo a sua liberação no ar, água e solo, minimizando os seus
impactos negativos sobre a saúde humana.
112
CAPÍTULO 1
O impacto das micotoxinas e dos
agrotóxicos na saúde pública
Além dos casos de intoxicações agudas, muito frequentes e bem visíveis nos animais no
campo, começou-se os estudos em relação aos efeitos crônicos, dado a ingestão à longo
prazo, das micotoxinas.
Hoje, estima-se que cerca de 35% dos casos de câncer humano estejam diretamente
relacionados ao consumo de alimentos. Em média, 10% destes casos estão relacionados
com a ingestão de toxinas, dentre elas, destacam-se as micotoxinas. Nesse sentido,
compreendemos que a presença de micotoxinas nos alimentos destinados ao consumo
humano e animal é considerada um fator de risco, relacionados à indução de neoplasia
hepática, principalmente em países tropicais.
113
UNIDADE V │ TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA
114
TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE V
Algumas dessas substâncias tóxicas são incluídas na medicina veterinária para o controle
de carrapatos, miíase, mosca-dos-chifres e pediculoses, bem como na eliminação e
controle de vetores transmissores de doenças endêmicas.
Muitos grupos estão expostos aos agrotóxicos, assim, uma imensidade de pessoas pode
sofrer danos à saúde em muitos aspectos.
Os trabalhadores do setor agropecuário são, com certeza, o grupo mais sujeito aos
efeitos drásticos dos agrotóxicos. Aplicadores, preparadores da calda, almoxarifes,
capinadores, roçadores, desbastes e colheitadores geralmente se expõe aos agrotóxicos
de maneira intensa, apresentando efeitos agudos e de longo prazo ao longo do tempo.
» Inseticidas organofosforados.
» Inseticidas carbamatos.
115
UNIDADE V │ TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA
» Piretroides.
» Organoclorados.
» Fungicidas ditiocarbamatos.
» Glifosato.
» Paraquat.
Agora, vamos falar um pouco mais detalhadamente dos principais impactos dos
agrotóxicos na saúde pública, dividindo-os por tipo, para facilitar a compressão.
Figura 53. Representação esquemática das principais vias responsáveis pelo impacto da contaminação humana
por agrotóxicos.
Aplicação da
legislação
Homem
116
TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE V
Inseticidas organoclorados
117
UNIDADE V │ TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA
Herbicidas
118
CAPÍTULO 2
Mecanismos de toxicidade das
micotoxinas e dos agrotóxicos
1. Aguda;
2. Crônica;
3. Mutagênica;
4. Teratogênica.
119
UNIDADE V │ TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA
Após a sua ligação ao DNA, caso não existam reparos, há geração de mutações pontuais
bem como de mutações que podem alterar a sequência do DNA induzindo a formação
de células tumorígenas.
Micotoxinas
Sistema porta-hepático
Fígado Bile
Rim
Urina
120
TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE V
Mecanismo da aflatoxina B1
Utilizaremos como exemplo de mecanismos de toxicidade a aflatoxina B1, uma vez que
ela é a micotoxina mais perigosa do ponto de vista químico e bioquímico, e reconhecida
pela IARC como potencialmente cancerígena.
Para que a aflatoxina B1 consiga agir como carcinógêno, esta precisa sofrer uma pré-
ativação metabólica, responsável por gerar a forma Aflatoxina B1-epóxido (8,9-óxido).
Este composto gerado é extremamente eletrofílico e capaz de reagir de forma
rápida, por meio de ligações covalentes, com sítios nucleofílicos de macromoléculas,
como o DNA, RNA e as proteínas. A sua ligação com o DNA modifica sua estrutura
e, consequentemente, sua atividade biológica dando origem aos mecanismos que
promovem os efeitos mutagênicos e carcinogênicos da AFB1.
121
UNIDADE V │ TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA
O O
P450
Reação espontânea
O O OCH3 O O OCH3 com DNA
GSH
mGSTA3-3
O O
O
HO
GS O O OCH3
Aflatoxina B1 – SG
MRP
A fase de iniciação é resultante de alterações mutagênicas nas células, bem como a fase
de promoção está relacionada com a expressão fenotípica das modificações geradas
na fase inicial de desenvolvimento do câncer. Dessa forma, as mutações determinadas
pela aflatoxina B1 representa alterações genéticas permanentes nas células afetadas,
possibilitando a primeira fase da promoção cancerígena: a iniciação.
Os principais adutos de proteínas são formados com albumina, durante a sua síntese
nos hepatócitos.
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TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE V
» Herbicidas;
» Fungicidas;
» Acaricidas;
» Algicidas;
» Larvicidas;
» Inseticidas.
Glifosato
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UNIDADE V │ TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA
Benzenaminas
Organofosforados e carbamatos
» trato intestinal;
» pele;
» inalação.
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TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE V
Piretrinas/Piretroides
Os piretroides e eventaulamnte as piretrinas são moléculas consideradas neurotóxicas,
que atuam sobre os gânglios basais do sistema nervoso central, diminuindo a velocidade
125
UNIDADE V │ TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA
126
CAPÍTULO 3
Regulamentação de micotoxinas
e do uso de agrotóxicos no Brasil
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UNIDADE V │ TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA
IDA (mg/kg peso corporal, pc, do homem) = NOEL (mg/kg pc do animal) x Fator de
segurança (convencionalmente 100 ou >)
Quadro 1. Limites Máximos Tolerados (LMT) para micotoxinas – Aplicação em janeiro de 2012.
LMT
Micotoxinas Alimento
(µg/kg)
Leite fluído. 0,5
Aflatoxina M1 Leite em pó. 5
Queijos. 2,5
Cereais e produtos de cereais, exceto milho e derivados, incluindo cevada malteada. 5
Feijão. 5
Alimentos à base de cereais para alimentação infantil (lactentes e crianças de primeira infância). 1
Fórmulas infantis para lactentes e fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira
1
infância.
Amêndoas de cacau. 10
Produtos de cacau e chocolate. 5
128
TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE V
LMT
Micotoxinas Alimento
(µg/kg)
Especiarias: Capsicum spp. (o fruto seco, inteiro ou triturado, incluindo pimentas, pimenta em pó, pimenta
de caiena e pimentão-doce); Piper spp. (o fruto, incluindo a pimenta branca e a pimenta preta); Myristica
20
fragrans (noz-moscada); Zingiber officinale (gengibre); Curcuma longa (curcuma). Misturas de especiarias
Aflatoxinas
que contenham uma ou mais das especiarias acima indicadas.
B1, B2, G1, G2
Amendoim (com casca), (descascado, cru ou tostado), pasta de amendoim ou manteiga de amendoim. 20
Milho, milho em grão (inteiro, partido, amassado, moído), farinhas ou sêmolas de milho. 20
Cereais e produtos de cereais, incluindo cevada malteada. 10
Feijão. 10
Café torrado (moído ou em grão) e café solúvel. 10
Vinho e seus derivados. 2
Suco de uva e polpa de uva. 2
Especiarias: Capsicum spp. (o fruto seco, inteiro ou triturado, incluindo pimentas, pimenta em pó, pimenta
Ocratoxina A de caiena e pimentão-doce); Piper spp. (o fruto, incluindo a pimenta branca e a pimenta preta); Myristica
30
fragrans (noz-moscada;) Zingiber officinale (gengibre); Curcuma longa (curcuma) Misturas de especiarias que
contenham uma ou mais das especiarias acima indicadas.
Alimentos a base de cereais para alimentação infantil (lactentes e crianças de primeira infância). 2
Produtos de cacau e chocolate. 5,0
Amêndoa de cacau. 10
Frutas secas e desidratadas. 10
Quadro 2. Limites Máximos Tolerados (LMT) para micotoxinas – aplicação em janeiro de 2014.
LMT
Micotoxinas Alimento
(µg/kg)
Trigo integral, trigo para quibe, farinha de trigo integral, farelo de trigo, farelo de arroz, grão de cevada. 2000
Desoxinivalenol
(DON) Farinha de trigo, massas, crackers, biscoitos de água e sal, e produtos de panificação, cereais e
1750
produtos de cereais exceto trigo e incluindo cevada malteada.
Fumonisinas (B1 Farinha de milho, creme de milho, fubá, flocos, canjica, canjiquinha. 2500
+ B2) Amido de milho e outros produtos à base de milho. 2000
Farinha de trigo, massas, crackers e produtos de panificação, cereais e produtos de cereais exceto trigo
200
e incluindo cevada malteada.
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UNIDADE V │ TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA
LMT
Micotoxinas Alimento
(µg/kg)
Milho de pipoca, canjiquinha, canjica, produtos e subprodutos à base de milho. 300
Zearalenona
Trigo integral, farinha de trigo integral, farelo de trigo. 400
Quadro 3. Limites Máximos Tolerados (LMT) para micotoxinas – aplicação em janeiro de 2016.
LMT
Micotoxinas Alimento
(µg/kg)
Ocratoxina A Cereais para posterior processamento, incluindo grão de cevada. 20
Trigo e milho em grãos para posterior processamento. 3000
Desoxinivalenol Trigo integral, trigo para quibe, farinha de trigo integral, farelo de trigo, farelo de arroz, grão de cevada. 1500
(DON)
Farinha de trigo, massas, crackers, biscoitos de água e sal, e produtos de panificação, cereais e produtos
1250
de cereais exceto trigo e incluindo cevada malteada.
Fumonisinas (B1
Milho em grão para posterior processamento. 5000
+ B2)
Zearalenona Milho em grão e trigo para posterior processamento. 400
Quadro 4. Limites Máximos Tolerados (LMT) para micotoxinas – aplicação em janeiro de 2016.
LMT
Micotoxinas Alimento
(µg/kg)
Trigo integral, trigo para quibe, farinha de trigo integral, farelo de trigo, farelo de arroz, grão de cevada. 1000
Desoxinivalenol
(DON) Farinha de trigo, massas, crackers, biscoitos de água e sal, e produtos de panificação, cereais e produtos
750
de cereais exceto trigo e incluindo cevada malteada.
Fumonisinas (B1 Farinha de milho, creme de milho, fubá, flocos, canjica, canjiquinha. 1500
+ B2) Amido de milho e outros produtos a base de milho. 1000
Farinha de trigo, massas, crackers e produtos de panificação, cereais e produtos de cereais exceto trigo
100
e incluindo cevada malteada.
A legislação acerca da utilização dos agrotóxicos é bem aberta, o que garante o registro
de novos agrotóxicos na Anvisa, sempre. Mesmo que nos últimos anos tenha existido
um maior rigor para a concessão dos registros, preocupando-se com os possíveis efeitos
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TOXICOLOGIA NA SAÚDE PÚBLICA │ UNIDADE V
nocivos dos agrotóxicos sobre o meio ambiente e a saúde humana, este rigor ainda não é
suficiente. Hoje, a lei no 7.802/1989, o PL no 3.200/2015 é a regulamentação máxima da
utilização de agrotóxicos no Brasil. O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos
na saúde pulica, o PARA, tem regulamentado as diretrizes para o estabelecimento de
registros para novos agrotóxicos, como discutimos detalhadamente na unidade 4.
131
Referências
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2005.
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Artmed 512p, 2005.
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TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. 6. ed. Porto Alegre:
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Fontes imagens
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Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/maio/29/
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Figura 16. Proporção de agentes etiológicos identificados nos surtos de DTA. Brasil,
2007 a 2017. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/
maio/29/Apresentacao-Surtos-DTA-2017.pdf. Acesso em: 3 de jan. 2020.
Figura 19. Principais produtos acometidos pelas Aflatoxinas. Disponível em: https://
mycotoxinsite.com/micotoxinas-cuales-son-y-que-tipo-de-micotoxinas-existe/.
Acesso em: 3 de jan. 2020.
Figura 21. Principais produtos acometidos pela Patulia. Disponível em: https://
mycotoxinsite.com/micotoxinas-cuales-son-y-que-tipo-de-micotoxinas-existe/.
Acesso em: 3 de jan. 2020.
Figura 24. Fórmula química das principais Fumonisinas. Disponível em: https://
mycotoxinsite.com/micotoxinas-cuales-son-y-que-tipo-de-micotoxinas-existe/.
Acesso em: 3 de jan. 2020.
Figura 25. Principal grão acometido pela micotoxina Fumonisina. Disponível em:
https://mycotoxinsite.com/micotoxinas-cuales-son-y-que-tipo-de-micotoxinas-
existe/. Acesso em: 3 de jan. 2020.
Figura 26. Fórmula química dos principais Tricotecenos. Disponível em: https://
mycotoxinsite.com/micotoxinas-cuales-son-y-que-tipo-de-micotoxinas-existe/.
Acesso em: 3 de jan. 2020.
Figura 29. Principais alimentos acometidos pelas Ocratoxinas. Disponível em: https://
mycotoxinsite.com/micotoxinas-cuales-son-y-que-tipo-de-micotoxinas-existe/.
Acesso em: 3 de jan. 2020.
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
Figura 52. Exposição humana a substâncias químicas ao longo de seu ciclo de vida e
programas relevantes para a sua prevenção. Adaptado de: http://iris.paho.org/xmlui/
bitstream/handle/123456789/49122/OPASBRA180022-por.pdf?ua=1. Acesso em: 6
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