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BIOMEDICINA
autora
VIVECA ANTONIA GIOGO GALVÃO DA SILVA
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2019
Conselho editorial roberto paes e gisele lima
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2019.
2. Os alicerces da Biomedicina 29
Os alicerces da Biomedicina 31
Diretrizes curriculares 54
Biomedicina hoje 68
Habilitações da Biomedicina 69
Patologia Clínica (Análises Clínicas) 69
Hematologia e/ou banco de sangue 72
Acupuntura 73
Análise Ambiental 75
Análises bromatológicas 77
Microbiologia de Alimentos 78
Imagenologia, Radiologia e Biofísica 79
Informática em Saúde 81
Auditor 81
Biologia Molecular 82
Prezados(as) alunos(as),
A Biomedicina surgiu como uma nova proposta de curso de graduação para dar
apoio na formação principalmente de médicos. Os objetivos principais na década
de 1960, período embrionário da nossa profissão, foram a formação de docentes e
pesquisadores das disciplinas básicas, requisitos faltantes na época da expansão das
universidades públicas estaduais e federais. Com uma formação de base diferencia-
da, esses profissionais ocuparam inicialmente os postos projetados para essa profis-
são. Entretanto, e talvez pelo aumento da procura desse curso, rapidamente as vagas
em universidades ficaram saturadas, fazendo os novos profissionais migrarem para o
mercado privado, especialmente de análises clínicas. E nesse momento, começamos
a entender a verdadeira luta pelo reconhecimento da profissão de Biomedicina.
Desde o seu início, o profissional biomédico destacou-se pela grande aderên-
cia aos diagnósticos laboratoriais, aos estudos de caso envolvendo raciocínio lógico
e crítico para solução de problemas. No entanto, a ocupação compartilhada em
laboratórios de análises clínicas com médicos e farmacêuticos resultou em uma
demora considerável do nosso reconhecimento como profissão da área da saúde.
Isso foi há mais de 30 anos, e desde então novas conquistas foram agregadas
ao nosso perfil profissional. Somos reconhecidos pela nossa formação humanista,
crítica e reflexiva em relação aos principais problemas de saúde, sempre
respondendo com propostas de soluções de forma a agir coletivamente na melhoria
das condições de vida da população humana.
Percebemos nos últimos anos um grande reconhecimento da população, e
assim seguimos cada vez mais especializados, e hoje temos mais de 35 habilitações
disponíveis para o aluno/profissional. Todas estão pautadas nos princípios éticos/
bioéticos e com a enorme responsabilidade de quem sabe como foi difícil chegar
até aqui. Como afirmou o presidente do Conselho Federal, Dr. Silvio Cecchi,
“não somos de status, somos de trabalho”. Sim, somos de trabalho, de inovações
tecnológicas, de pesquisas científicas, enfim, trabalhamos pela saúde, sempre.
Hoje habilitações como Acupuntura, Perfusão Extracorpórea, Reprodução
Assistida, Genética, Biomedicina Estética e Biotecnologia, entre outras, representam
tão bem a nova biomedicina que você vai começar a entender agora, e tenho certeza,
também sentirá o mesmo orgulho que nós. Bem-vindos, biomédicos!
Bons estudos!
7
1
A construção da
Biomedicina e o seu
papel na saúde no
Brasil
A construção da Biomedicina e o seu papel
na saúde no Brasil
capítulo 1 • 10
OBJETIVOS
• Conhecer a história da Biomedicina e os desafios enfrentados para a sua regulamentação;
• Definir o ato profissional do biomédico e a visão geral das habilitações;
• Conhecer o sistema de saúde do Brasil;
• Definir os requisitos necessários para a formação de um profissional de saúde;
• Compreender o papel atualizado do biomédico na rede de atenção à saúde da
população brasileira.
capítulo 1 • 11
como a Histologia, Fisiologia, Microbiologia etc. Essa situação delicada desper-
ta, em alguns professores, liderados pelo Professor Doutor Leal Prado, da Escola
Paulista de Medicina, mudanças urgentes, e em 1966 esse grupo sugere a cria-
ção de um curso denominado de “Biologia Médica” ou “Ciências Biológicas da
Modalidade Médica”.
O embrião dessas mudanças aconteceu ainda em 1950. Durante um simpó-
sio sobre seleção e treinamento de técnicos, na Segunda Reunião da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o Dr. Leal Prado explicou sobre
a importância de um curso superior de graduação e pós-graduação para esse fim.
capítulo 1 • 12
Figura 1.2 – Integrantes da Escola Paulista de Medicina/Unifesp que contribuíram
para a formação do profissional biomédico. Entre outros se destacam os
professores A. C. M. Paiva, Eline Prado, J. Ribeiro do Valle e J. Leal Prado (primeira
fileira); Catharina Brandi e Zuleika P. Ribeiro do Valle (segunda fileira).
capítulo 1 • 13
entusiasmo, principalmente pelos laboratórios particulares dominados por
farmacêuticos bioquímicos e patologistas clínicos. Receosos com a possível perda
do seu campo de trabalho, eles começaram a impedir a participação de biomédicos,
inclusive em editais de concursos.
Como resultado, inúmeras campanhas pela regulamentação foram lançadas por
todo Brasil, fazendo com que, em 1979, a lei n. 6.684 (3/9/1979) regulamentasse
as profissões de Biólogo e de Biomédico, com a criação dos Conselhos Federais
e Conselhos Regionais de Biologia e Biomedicina, os Órgãos de Fiscalização e o
perfil do Exercício Profissional. Mesmo assim, algumas interpretações errôneas
de outras profissões fizeram surgir algumas ações que impediam a atuação
biomédica, exigindo muito dos nossos representantes, ou seja, a árdua tarefa
de discussões e conscientizações junto ao Ministério da Educação e por vários
gabinetes de deputados estaduais, federais e senadores, por todo o país. Essas
campanhas resultaram na lei n. 6.686, de 11 de setembro de 1979, que permitiu
aos portadores de diploma da então Biomedicina, denominada de Ciências
Biológicas, a modalidade médica, a realização de análises clínico-laboratoriais,
assinando os respectivos laudos.
Em 1982, a Biomedicina é desmembrada da Biologia por meio da lei n. 7.017
de 30 de agosto e no ano seguinte, sob o Decreto n. 88.439, de 28 de junho
de 1983, ficou regulamentado que o exercício da profissão do biomédico seria
dado somente aos portadores de carteira de identidade profissional expedida pelo
Conselho Regional de Biomedicina da juridisção.5 Somente em 1985, o exercício
das atividades do biomédico, incluindo o exercício pleno em análises clínicas, foi
finalmente reconhecido pelo Acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) em
face da Representação n 1.256-5/DF, de 20 de novembro de 1985 – que por essa
razão é comemorado o Dia do Biomédico. O projeto de lei foi apresentado pelo
biomédico e deputado federal Lobbe Neto.
Em 2007, o Conselho Federal de Biomedicina, pela Resolução n. 145
(30/8/07) definiu o Ato Profissional do Biomédico como:
capítulo 1 • 14
Atualizando a definição de saúde
capítulo 1 • 15
de pragas, sendo a higiene considerada até um sinal de virtude entre os romanos.
Entretanto, foi durante a Idade Média, influenciada pelos novos conceitos
religiosos e pelo apoio bíblico, que o cuidado ao corpo foi substituído pela atenção
espiritual, e o conceito de saúde/doença/transmissões ganhou novo enfoque. Isso,
em parte, explica a forte associação da suposta cólera de Deus a grandes epidemias
que seguiram nos séculos seguintes. Desde punições até o aparecimento de um
cometa, em 1664, poderiam justificar o aparecimento da peste.
Atualmente, com os avanços tecnológicos para identificação de agentes causa-
dores de doenças e as novas abordagens da relação hospedeiro-parasito, certamen-
te o aparecimento de uma nova epidemia não ultrapassaria semanas para que ações
globais de controle fossem tomadas, como vimos no empenho mundial durante a
epidemia de Zika em 2016.
No século XXI, o conceito de saúde está amplo e real. Cada vez mais a saúde
está vinculada ao acesso de todas as pessoas a todos os fatores que podem, de
forma direta ou indireta, contribuir para o bem-estar. Chama-se Saúde Universal
pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial de
Saúde (OMS). Veja na íntegra um texto sobre a Saúde Universal:
capítulo 1 • 16
“[...] garantir que todas as pessoas e comunidades tenham acesso aos serviços de saúde
sem qualquer tipo de discriminação e sem sofrerem dificuldades financeiras. Abrange
toda a gama de serviços de saúde, incluindo promoção da saúde, prevenção de doenças,
tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, que devem ser de qualidade, integrais,
seguros, eficazes e acessíveis a todos.”
capítulo 1 • 17
A OMS é responsável por uma série de programas cujas atividades incluem
saneamento em áreas de risco, a capacitação de profissionais de saúde, o fortaleci-
mento dos serviços médicos e nas políticas de medicamentos, além de incentivar
as pesquisas biomédicas. Talvez um dos programas mais fáceis de lembrar é o
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (UNAIDS), que a OMS
participa desde 1986. É desse programa que são financiadas as ações que irão for-
necer as tomadas de decisões para o controle da aids.
E estamos diretamente envolvidos nisso? Para UNAIDS, o Brasil tem me-
recido destaque nas ações de promoção de saúde, pois os serviços de saúde,
os medicamentos antirretrovirais, os preservativos, a testagem e a genotipa-
gem são oferecidos sem qualquer custo aos pacientes pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). No seu último relatório, a OMS elogia as ações do Ministério
da Saúde do Brasil na negociação da redução de 40% do medicamento antirre-
troviral Dolutegravir, e também a implementação, em parceria com a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de um questionário eletrônico para
monitoramento da toxicidade (efeitos colaterais) ao medicamento, permitin-
do o monitoramento para respostas imediatas de controle da enfermidade.
Não podemos deixar de lembrar que isso envolve certamente a dedicação
de muitos profissionais da saúde, incluindo biomédicos para que essas ações
tenham êxito.
capítulo 1 • 18
atenção à saúde e qualidade de vida. É um dos maiores sistemas públicos de
saúde do mundo, tendo como base o acesso integral, universal e gratuito para
toda a população do país. Ou seja, segue os princípios da universalização – a
saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar o
acesso a estas ações e serviços, independentemente de sexo, raça ou ocupação; da
equidade – as pessoas possuem necessidades distintas e deve ser investido onde
a carência é maior e da integralidade – toda pessoa deve receber atendimento a
todas as suas necessidades.
Assim, é necessária a integração das ações de saúde com as políticas
públicas para que o ser humano possa ser contemplado em todos os aspectos
da sua saúde e qualidade de vida. Ela engloba a atenção básica, média e de
alta complexidade, os serviços de urgência e emergência, a atenção hospitalar,
as ações e os serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e
assistência farmacêutica.
capítulo 1 • 19
Órgãos Colegiados
Ministro da Saúde • Conselho Nacional de Saúde
• Conselho de Saúde Suplementar
Departamento Nacional
Consultoria Jurídica
de Auditoria do SUS
Autarquias
Sociedades de
Fundações Públicas • Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Economia Mista
• Agência Nacional de Saúde Suplementar
capítulo 1 • 20
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre o SUS, acesse o e-book intera-
tivo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) através do site, disponível em: <http://
www.livrosinterativoseditora.fiocruz.br/sus/>. Acesso em: jul. 2019.
capítulo 1 • 21
especializados no diagnóstico laboratorial permaneciam associados a organizações
privadas, evidenciando a ausência de qualquer vínculo com aplicação para a saúde
da população. Como se a importância do biomédico fosse atrás de bancadas e não
em tempo real e na tomada de decisões.
Os biomédicos podem e devem participar de laboratórios de saúde pública,
fazendo parte de uma rede de programas de vigilância em saúde. Cabe ao
biomédico, por meio do seu trabalho, alertar as autoridades, como coordenador
e supervisor de laboratórios públicos. Hoje, o Ministério da Saúde tem ampliado
o incentivo aos laboratórios nacionais para produção de vacinas e medicamentos,
além de formação tecnológica.
Outro avanço importante são as parcerias denominadas Parcerias para o
Desenvolvimento Produtivo (PDPs) que ocorrem entre os laboratórios públicos
e privados. Essas ações incluem medicamentos, vacinas, insumos e incentivo à
pesquisa em desenvolvimento, contribuindo para uma economia e independência
considerável para o nosso país.
Quando se fala em profilaxia, o Brasil é referência em imunizações. Além
de participar da Cooperação Tripartite Haiti-Brasil-Canadá, para contribuir no
programa de imunizações do Haiti, o Brasil participa de várias cooperações e ações
estratégicas em países como a Palestina e Cisjordânia, além de ter cooperação
técnica com países como China, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e Argentina,
entre outros. Nesse sentido, a Fiocruz, Instituto Adolfo Lutz, Instituto Butantã,
Vital Brazil também são protagonistas nos intercâmbios de saúde global,
participando de conselhos da ONU e OMS.
Diante de tantos exemplos de qualidade, podemos afirmar que a concepção de
saúde para o profissional biomédico tem como foco a prevenção, o monitoramento,
a estratégia no cuidado da população brasileira.
capítulo 1 • 22
equipe, aliás muito comum, tem se mostrado ineficiente, e a causa disso é a falta de
novas abordagens em saúde e educação, ou seja, na formação humana.
Talvez a educação interprofissional (EPI) seja um campo novo para você, mas
essa prática tem se mostrado essencial para o futuro profissional. Especialmente
nos Estados Unidos e na Europa, essa prática, nos últimos trinta anos, tem apri-
morado o cuidado em saúde em todas as suas esferas.
A EIP se compromete com o trabalho de equipe e a discussão de papéis
profissionais para a solução de problemas e por isso é inovadora, evalorizando
a história de diferentes áreas profissionais. Parece simples, mas as formações
profissionais de hoje não estimulam as trocas de experiências.
Atualmente, essa metodologia é considerada urgente segundo organizações
de saúde, como a OPAS/OMS que lançou um marco para EPI, “Aprendendo
juntos a trabalhar juntos por uma saúde melhor”, afirmando que doenças como
aids, tuberculose e malária dependem da colaboração de todos os tipos de pro-
fissionais para adaptar a resposta aos programas e gerenciar as doenças, educar
e conscientizar.
Para que funcione, a educação deve ser ativa, com a participação do aluno em
diálogos críticos para a solução de problemas. São formadas situações interativas
com o professor, que passa a ser coadjuvante neste processo. O aluno assume o
controle da sua educação, e o professor é um participante tutor.
Acredito que já esteja reconhecendo alguma semelhança com a sua formação.
Sim, estamos falando das metodologias ativas, nas quais o aluno é convidado a re-
solver alguns conceitos, como observamos na Estácio. Cada atividade extraclasse
permite que você amplie a sua lógica de raciocínio e desperte a curiosidade por
novos conhecimentos, e na prática da sala de aula, novas abordagens surgirão com
os outros alunos. Essa nova metodologia de ensino busca justamente esse diferencial
para a sua formação. Uma base crítica e dinâmica para o profissional em saúde.
E quanto à nova abordagem em saúde, voltamos ao conceito amplo e real de
antes. Essa nova saúde aposta na concepção social-cultural, ou seja, abrangendo
o cuidado por todos os aspectos, a própria integralidade do cuidado. Com essa
integração, a troca de experiências substitui as visões mais estereotipadas das pro-
fissões e o conhecimento é coletivo e produtivo. Não devemos confundir com
multiprofissional, em que não existe necessariamente interação e sim conheci-
mentos paralelos.
capítulo 1 • 23
A educação interprofissional inverte a lógica da formação em saúde, com
cada profissão voltada para seus próprios objetivos.19,20 Todas aprendem em
conjunto as especificidades de cada profissão para o bem do paciente. Outro ponto
interessante nas experiências com educação interprofissional é o aparecimento de
turmas mistas, com todos os alunos dos cursos da saúde. Essa interação dinâmica
é fundamental para a primeira pergunta: “Afinal, o que é importante para um
profissional de saúde aprender?”.
Egresso, enquanto adjetivo, significa alguém que não pertence mais a uma
sociedade. No caso do egresso biomédico ou profissional, segundo o Ministério da
Educação, é definido pela sua formação profissional generalista, humanista, crítica
e reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor
científico e intelectual, dentro dos mais altos padrões de qualidade e dos princípios
da ética/bioética.
O Ministério da Educação – MEC, amparado no Parecer do Conselho
Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior (CNE/CES 104), em 18
de fevereiro de 2003 instituiu as diretrizes curriculares do curso e são documentos
importantes que definem o perfil técnico-profissional e gerencial desejado dos
egressos de Biomedicina. Diante desses documentos, o Conselho Federal de
Biomedicina (CFBM) passou a sistematizar as habilitações (especialidades ou
áreas de atuação) do biomédico, definindo suas nomenclaturas.
Habilitação, especialidade, área ou campo de atuação ou competência são
usadas como palavras sinônimas. É importante lembrar que para exercer uma
área de atuação, por exemplo, a área de Biomedicina Estética, o profissional deve
possuir habilitação em Estética.
Um ponto importante é a possibilidade de o biomédico poder acumular
habilitações. Para isso, ele deverá comprovar no currículo, além de estágio com
duração mínima de 500 horas realizada em instituições (oficial ou particular)
reconhecidas por órgão competente do Ministério da Educação; ou em laboratório
conveniado com instituições de nível superior; ou ter sido aprovado em cursos de
pós-graduação reconhecidos pelo MEC.
Depois da graduação, o biomédico pode ampliar suas competências realizan-
do cursos de especialização, mestrado ou doutorado cuja grade curricular tenha o
perfil de determinada habilitação. Para atuar em certa área, o decreto n. 88.439
capítulo 1 • 24
de 28 de junho de 1983, no artigo 1º cita: “Art. 1º. O exercício da profissão
de biomédico somente será permitido ao portador de Carteira de Identidade
Profissional, expedida pelo Conselho Regional de Biomedicina da respectiva ju-
risdição”, portanto, a inscrição profissional é obrigatória para o exercício legal da
Biomedicina.22
capítulo 1 • 25
Biomédicos residentes no exterior atuam principalmente em áreas de pesquisa
básica e clínica, mas muitos já estão inseridos em empresas de diagnóstico e bio-
tecnologia, demonstrando a sólida formação científica.
ATIVIDADES
01. Dentre as 35 habilitações possíveis para o exercício da profissão de biomédico,
algumas têm em comum o campo da pesquisa científica. Cite quais habilitações contribuem
diretamente para inovações e tecnologias que promovem a saúde humana.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Lei º. 6.684, de 3 de setembro de 1979. Regulamentação da profissão de Biomédico. Disponível
em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-6684-3-setembro-1979-377756-
normaatualizada-pl.pdf>. Acesso em: jul. 2019.
Lei nº 6.686, de 11 de setembro de 1979. Dispõe sobre o exercício da análise clínico-
laboratorial. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei-6686-11-setembro-1979-
365846-normatualizada-pl.pdf>. Acesso em: jul. 2019.
Lei n. 7.017, de 30 de agosto de 1982. Dispõe sobre o desmembramento dos Conselhos
Federal e Regionais de Biomedicina e de Biologia.,Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L7017.htm>. Acesso em: jul. 2019.
Decreto º. 88.439/1983. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da profissão de
Biomédico, de acordo com a Lei º. 6.684, de03 de setembro de 1979 e de conformidade com a
alteração estabelecida pela Lei nº 7.017, de 30 de agosto de 1982. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D88439.htm>. Acesso em: jul. 2019.
Artigo único da Resolução número 86 do senado federal, de 24 de junho de 1986. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Congresso/RSF/ResSF86-1986.htm>. Acesso
em: jul. 2019.
ASHENBURG, K. 2008. Passando a Limpo – O banho da Roma antiga até hoje. Editora Larousse,
302 g.
capítulo 1 • 26
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capítulo 1 • 27
capítulo 1 • 28
2
Os alicerces da
Biomedicina
Os alicerces da Biomedicina
Neste capítulo, conheceremos o papel do Conselho Federal e seus conselhos
regionais para garantir ao profissional biomédico o suporte para o exercício legal da
profissão. Distribuídos por todo o país, é importante para o aluno de Biomedicina
conhecer como esses órgãos orientam e dão suporte para todas as habilitações da
nossa profissão e, principalmente, as condições que são exigidas para o registro do
egresso na sua habilitação.
É também importante conhecer as competências da Associação Brasileira de
Biomedicina. Apoiada pelo Conselho Federal de Biomedicina, em concordância com
o princípio da educação continuada, ela assume papel fundamental na divulgação
da nossa profissão. Diante do novo perfil biomédico no mercado de trabalho, a
associação também é responsável pelo suporte para o biomédico empreendedor.
Há também o sindicato, que será apresentado nesse capítulo como representante
para discutir as questões laborais, como a insalubridade, ou seja, as condições de
exposição a fatores que possam afetar o bem-estar do profissional biomédico.
No capítulo 1, discutimos extensivamente o papel do biomédico na qualidade
da saúde humana e reconhecemos também o seu perfil histórico associado a
pesquisas científicas que resultam em melhorias no diagnóstico, nas vacinas e nos
tratamentos. Nesses campos, o comprometimento do biomédico com as questões
éticas e a bioética é prioritário, por isso mesmo é necessário que os eixos que
definem o código de ética profissional sejam conhecidos por todos, inclusive seus
direitos e deveres no exercício da profissão.
OBJETIVOS
• Conhecer as competências do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), dos Conselhos
Regionais de Biomedicina (CRBM), da Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM) e do
Sindicato dos Biomédicos;
• Reconhecer as atribuições específicas do Conselho Federal de Biomedicina e dos Con-
selhos Regionais;
• Conhecer o Código de Ética do Biomédico;
• Identificar quais são os deveres e os direitos do profissional biomédico.
capítulo 2 • 30
Os alicerces da Biomedicina
capítulo 2 • 31
CRBm-4
CRBm-2
CRBm-3
CRBm-1
CRBm-6
N
capítulo 2 • 32
CONEXÃO
Para mais informações, acesse: <http://www.fenabio.com.br/historia.html>. Acesso em:
jul. 2019.
Do Conselho Federal
capítulo 2 • 33
Art. 12. Compete ao Conselho Federal:
I. eleger, dentre os seus membros, por maioria absoluta, o seu Presidente e
o Vice-Presidente, cabendo ao primeiro, além do voto comum, o de qualidade;
II. indicar, dentre os seus membros, o Secretário e o Tesoureiro, a serem no-
meados pelo Presidente;
III. exercer função normativa, baixar atos necessários à interpretação e a exe-
cução do disposto neste Regulamento e a fiscalização do exercício profissional,
adotando providências indispensáveis à realização dos objetivos institucionais;
IV. supervisionar a fiscalização do exercício profissional em todo territó-
rio nacional;
V. organizar, propor instalação, orientar e inspecionar os Conselhos Regionais,
fixar-lhes jurisdição e examinar suas prestações de contas, neles intervindo desde
que indispensável ao restabelecimento da normalidade administrativa e financeira
ou à garantia da efetividade ou princípio da hierarquia institucional;
VI. elaborar e aprovar seu Regimento, ad referendum do ministro do trabalho;
VII. examinar e aprovar os Regimentos dos Conselhos Regionais, modifican-
do o que se fizer necessário para assegurar unidade de orientação e uniformidade
de ação;
VIII. conhecer e dirimir dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais e pres-
tar-lhes assistência técnica permanente;
IX. apreciar e julgar os recursos de penalidade imposta pelos
Conselhos Regionais;
X. fixar o valor das anuidades, taxas, multas e emolumentos devidos pelos
profissionais e empresas aos Conselhos Regionais a que estejam jurisdicionados;
XI. aprovar sua proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos adi-
cionais, bem como operações referentes a mutações, patrimoniais;
XII. dispor, com a participação de todos os Conselhos Regionais, so-
bre o Código de Ética Profissional, funcionando como Conselho Superior de
Ética Profissional;
XIII. estimular a exação no exercício da profissão, zelando pelo prestígio e
bom nome dos que a exercem;
XIV. instituir o modelo das carteiras e cartões de identidade profissional;
XV. autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis, obser-
vada a lei n. 6.994, de 26 de maio de 1982;
XVI. emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas a que esteja obrigado;
capítulo 2 • 34
XVII. publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais,
os balanços, a execução orçamentária, e o relatório de suas atividades;
XVIII. definir o limite de competência no exercício profissional, conforme os
currículos efetivamente realizados;
XIX. funcionar como órgão consultivo em matéria de Biomedicina;
XX. propor, por intermédio do Ministério do Trabalho, alterações da legisla-
ção relativa ao exercício da profissão de Biomédico;
XXI. fixar critérios para a elaboração das propostas orçamentárias;
XXII. elaborar sua prestação de contas e examinar as prestações de contas dos
Conselhos Regionais, encaminhando-as ao Tribunal de Contas;
XXIII. promover a realização de congressos e conferências sobre o ensino, a
profissão e a prática da Biomedicina;
XXIV. deliberar sobre os casos omissos.
Art. 13. O Conselho Federal deverá reunir-se pelo menos, uma vez por mês.
capítulo 2 • 35
Art. 16. Os Conselhos Regionais de Biomedicina serão constituídos de 10
(dez) membros efetivos e igual número de suplentes.
Parágrafo único. O mandato dos membros dos Conselhos Regionais será de
4 (quatro) anos.
Art. 17. Compete aos Conselhos Regionais:
I. eleger, dentre os seus membros, por maioria absoluta, o seu Presidente e o
seu Vice-Presidente;
II. indicar, dentre os seus membros, o Secretário e o Tesoureiro, a serem no-
meados pelo Presidente;
III. elaborar a proposta de seu Regimento, bem como as alterações, subme-
tendo à aprovação do Conselho Federal;
IV. julgar e decidir, em grau de recurso, os processos de infração ao presente
Regulamento e ao Código de Ética;
V. agir, com a colaboração das Sociedades de Classe e das Escolas ou
Faculdades de Ciências Biológicas – modalidade médica, nos assuntos relaciona-
dos com o presente Regulamento;
VI. deliberar sobre assuntos de interesse geral e administrativos;
VII. expedir a Carteira de Identidade Profissional e o Cartão de Identificação
aos profissionais registrados, de acordo com o currículo efetivamente realizado;
VIII. organizar, disciplinar e manter atualizado o registro dos profissionais e
das pessoas jurídicas que, nos termos deste Regulamento, se inscrevam para exer-
cer atividades de Biomedicina na região;
IX. publicar relatórios de seus trabalhos e suas relações das firmas e dos pro-
fissionais registrados;
X. estimular a exação no exercício da profissão, zelando pelo prestígio e bom
conceito dos que a exercem;
XI. fiscalizar o exercício profissional na área da sua jurisdição, representando,
inclusive, às autoridades competentes, sobre os fatos que apurar e cuja solução ou
repressão não seja de sua alçada;
XII. cumprir e fazer cumprir as disposições deste Regulamento, das resolu-
ções e demais normas baixadas pelo Conselho Federal;
XIII. funcionar como Conselhos Regionais de Ética, conhecendo, processan-
do e decidindo os casos que lhes forem submetidos;
XIV. julgar as infrações e aplicar as penalidades previstas neste Regulamento
e em normas complementares do Conselho Federal;
capítulo 2 • 36
XV. propor ao Conselho Federal as medidas necessárias ao aprimoramento
dos serviços e do sistema de fiscalização do exercício profissional;
XVI. aprovar a proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos adi-
cionais e as operações referentes a mutações patrimoniais;
XVII. autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis, ob-
servada a lei n. 6.994/82;
XVIII. arrecadar anuidades, multas, taxas e emolumentos e adotar todas
as medidas destinadas à efetivação de sua receita, destacando e entregando ao
Conselho Federal as importâncias referentes à sua participação legal;
XIX. promover, perante o juízo competente, a cobrança das importâncias
correspondentes às anuidades, taxas, emolumentos e multas, esgotados os meios
de cobrança amigável;
XX. emitir parecer conclusivo, sobre prestação de contas a que esteja obrigado;
XXI. publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais,
os balanços, a execução orçamentária e o relatório de suas atividades;
XXII. aprovar proposta orçamentária anual;
XXIII. elaborar prestação de contas e encaminhá-la ao Conselho Federal;
XXIV. zelar pela fiel observância dos princípios deontológicos e dos funda-
mentos de disciplina da classe;
XXV. impor sanções previstas neste Regulamento.
O que entendemos por ética? Será que a ética e a moral tem o mesmo significado?
A expressão “se colocar no lugar do outro” resume muito bem as qualida-
des em relação à consciência, à solidariedade e à responsabilidade que exercemos
quando em sociedade. Assim, a moral define as leis e as normas adquiridas pela
família, pela educação e pela própria sociedade.
capítulo 2 • 37
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No entanto, perceba que não estão dissociadas, pois sabemos que as normas
estão sujeitas a valores éticos, e por essa razão que geralmente se misturam na
discussão de comportamentos.
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A partir daí podemos entender a ética profissional? Sim, cada vez mais a ética
profissional é um diferencial a ser observado no mercado de trabalho. Ela corres-
ponde a valores e condutas que definem o comportamento profissional.
capítulo 2 • 38
Entendemos que a ética profissional permite garantir um ambiente de traba-
lho produtivo com profissionais motivados e satisfeitos, pois todos estão compro-
metidos com as ações do coletivo, do grupo em prol da sociedade, para a saúde e
para o ambiente.
Ética profissional significa credibilidade e confiança do profissional. Para
ela, o objetivo é fundamentar responsabilidade e atitudes frente a riscos e ao
ambiente, exercendo papel questionador das funções da profissão na sociedade.
Em profissões da área da saúde, como a Biomedicina, é obrigatória a contribuição,
a fim de garantir as condições para a qualidade da saúde humana em geral, e as
ações dirigidas à sociedade.
O Conselho Federal de Biomedicina, por meio do seu código de ética,
determina as normas a serem seguidas pelos profissionais no exercício da profissão,
independentemente do cargo ou da função que ocupem. Dividido em exercício
profissional da biomedicina, direitos do biomédico, divulgação e propaganda da
atividade biomédica, relacionamentos com colegas de profissão e relações com o
Conselho Federal e Conselhos Regionais de Biomedicina, o código abrange todas
as condutas da nossa profissão.
O Código Ético apresentado a seguir segue a Resolução do Conselho Federal
de Biomedicina n. 198 de 21/2/2011, denominado Novo Código de Ética do
Profissional Biomédico, e pode ser acessado na íntegra através do site do Conselho
Federal de Biomedicina.
Para início, podemos conhecer os deveres profissionais do biomédico expostos
no artigo 4º, pois essas orientações de conduta determinam o perfil ético do
biomédico. São eles:
I. Zelar pela existência, pelos fins e pelo prestígio dos Conselhos de
Biomedicina, dos mandatos e encargos que lhe forem confiados e cooperar com
os que forem investidos de tais mandatos e encargos;
II. Manifestar, quando de sua inscrição no Conselho, a existência de qual-
quer impedimento para o exercício da profissão e comunicar, no prazo de trinta
dias, a superveniência de incompatibilidade ou impedimento;
III. Respeitar as leis e as normas estabelecidas para o exercício da profissão;
IV. Guardar sigilo profissional;
V. Exercer a profissão com zelo e probidade, observando as prescrições legais;
VI. Zelar pela própria reputação, mesmo fora do exercício profissional;
VII. Representar ao poder competente contra autoridade e funcionário por
falta de exação no cumprimento do dever;
capítulo 2 • 39
VIII. Pagar em dia as contribuições devidas ao Conselho;
IX. Observar os ditames da ciência e da técnica, bem como as boas práticas
no exercício da profissão;
X. Respeitar a atividade dos colegas e de outros profissionais;
XI. Zelar pelo perfeito desempenho ético da Biomedicina e pelo prestígio e
pelo bom conceito da profissão;
XII. Comunicar às autoridades sanitárias e profissionais, com discrição e fun-
damento, fatos que caracterizem infração a este Código e às normas que regulam
o exercício das atividades biomédicas.
XIII. Comunicar ao Conselho Regional de Biomedicina e às autoridades
sanitárias a recusa ou a demissão de cargo, função ou emprego, motivada pela
necessidade de preservar os legítimos interesses da profissão, da sociedade ou da
saúde pública;
XIV. Denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de poluição,
deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, prejudiciais à saú-
de e à vida;
XV. Prenunciar por escrito ao CRBM todos os vínculos profissionais, com
dados completos da empresa (razão social, nome dos sócios, CNPJ, endereço,
horário de funcionamento e, se tiver, informar a responsabilidade técnica), manter
atualizado o endereço residencial, telefones e e-mail;
XVI. Anunciar por escrito, com antecedência mínima de 10 (dez) dias ao
CRBM que estiver inscrito sobre o seu afastamento provisório e/ou definitivo dos
locais onde exercer a Responsabilidade Técnica.
XVII. Confirmar por escrito ao CRBM que estiver inscrito sobre a sua inativida-
de ou transferência de Jurisdição, com antecedência mínima de 10 (dez) dias;
XVIII. Confirmar por escrito ao CRBM sobre o aprimoramento profissional
adquirido para que lhe seja conferida a respectiva habilitação.
Dessa forma, entendemos que todo o profissional biomédico tem papel ativo
na representação da biomedicina para a sociedade, e por isso deve zelar pelo seu
reconhecimento e respeito na sociedade.
Em atenção especial está o Capitulo IX, artigo 15o que trata das infrações
disciplinares. São consideradas infrações disciplinares:
I. Transgredir preceito do Código de Ética Profissional;
II. Exercer a profissão quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer
meio, o seu exercício aos não inscritos ou impedidos;
capítulo 2 • 40
III. Manter sociedade profissional fora das normas e dos preceitos estabeleci-
dos na legislação em vigor;
IV. Valer-se de agenciador, mediante participação nos honorários a receber;
V. Violar sem justa causa sigilo profissional;
VI. Prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário
a lei ou destinado a fraudá-la;
VII. Praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei define como
crime ou contravenção;
VIII. Não cumprir no prazo estabelecido determinação emanada de órgão
de fiscalização profissional, em matéria de competência, dos Conselhos, depois de
regularmente notificado;
IX. Faltar a qualquer dever profissional;
X. Obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias
ou profissionais;
XI. Injuriar, difamar/caluniar qualquer profissional de maneira incivil, bem
como, a atividade de classe à qual pertence;
XII. Assentar dúvidas através de qualquer meio de comunicação as atividades
dos Presidentes do Conselho Federal e Regionais;
XIII. Revelar informações obtidas em função do cargo que ocupa e/
ou ocupou, sem autorização o do Presidente do Conselho Federal e Regional
de Biomedicina;
XIV. Insinuar-se através de reportagens e/ou fazer declarações públicas
por qualquer meio de divulgação a respeito do Conselho Federal e Regional de
Biomedicina, sem a prévia autorização do Presidente do respectivo Conselho;
XV. Considera-se falta grave as declarações/informações mediantes remessa
de correspondência e/ou mesmo por qualquer outro meio a uma coletividade,
salvo para comunicar a clientes e colegas a instalação ou mudança de endereço, a
indicação expressa de seu nome e de sua atividade laborial;
XVI. Exercer a profissão biomédica quando estiver sob sanção disciplinar
de suspensão;
XVII. Delegar a outros profissionais atos ou atribuições da profissão
biomédica.
capítulo 2 • 41
Conselheiros e membros de Comissões (segundo o Art. 17º do Capítulo X) as
seguintes ações:
I. Instaurar, de ofício, o processo competente sobre ato ou matéria que con-
sidere passível de configurar, em tese, infração ao princípio ou norma de ética
profissional;
a) O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação
dos interessados, que não pode ser anônima;
b) O relator do processo ético pode propor ao Presidente do Conselho
Federal e Regional o arquivamento de representação, quando estiver desconstituída
dos pressupostos de admissibilidade, após parecer jurídico;
II. Organizar, promover e desenvolver cursos, palestras, seminários e discus-
sões a respeito de ética profissional, em parceria com o Departamento Jurídico.
capítulo 2 • 42
VI. Ter respeitada, em nome da liberdade de profissão e do sigilo profissional,
a inviolabilidade de seu laboratório, ou local de trabalho, de seus arquivos e dados,
de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins,
salvo caso de requisição judicial;
VII. Requerer desagravo público ao Conselho Regional de Biomedicina
quando atingido no exercício de sua profissão;
VIII. Usar os símbolos privativos da profissão de Biomédico;
IX. Reclamar, por escrito, perante qualquer juízo ou autoridade, contra a
inobservância deste código e da legislação pertinente à profissão de biomédico;
X. Dispor de boas condições de trabalho e receber justa remuneração por
seu desempenho;
XI. Não se deixar explorar por terceiros seja com objetivo de lucro, finalidade
política ou religiosa;
XII. O sigilo profissional é inerente à profissão, impondo-se o seu respeito,
salvo grave ameaça ao direito à vida, à honra, ou quando o biomédico se veja
afrontado pelo próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar segredo,
porém sempre restrito ao interesse da justiça.
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capítulo 2 • 45
III. Tendo conhecimento do ato ou fato irregular, o infrator deixar de tomar
as providências de sua alçada, tendentes a evitá-lo ou saná-lo;
IV. O infrator coagir outrem para a execução material da infração;
V. A premeditação;
VI. A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais sejam cometidas no
mesmo momento;
VII. Os antecedentes do infrator em relação às normas profissionais de regu-
lação da biomedicina;
VIII. O conluio ou concussão com outras pessoas;
IX. Ter a infração consequências para a atividade profissional, a pessoa huma-
na, saúde coletiva ou a categoria profissional biomédica;
X. a reincidência.
capítulo 2 • 46
Para o código de ética do biomédico, são consideradas infrações éticas e dis-
ciplinares a falta de comunicação as autoridades biomédicas, com discrição e fun-
damento de fatos de seu conhecimento que caracterizem infração ao Código de
Ética da Profissão Biomédica e às normas que regulam as atividades biomédicas,
ocasionando a pena de advertência. Se o profissional violar o sigilo profissional
de fatos que tenha tomado conhecimento no exercício da profissão, com exceção
daqueles presentes em lei que exigem comunicação, denúncia ou relato a quem de
direito, estará sujeito à suspensão de 3 (três) meses.
Segundo o CFBM, o profissional biomédico será advertido se exercer a
profissão biomédica sem condições dignas de trabalho e remuneração. Se aceitar
participar de qualquer tipo de experiência em seres humanos com fins bélicos,
raciais, eugênicos ou em que se observe desrespeito aos direitos humanos, sofrerá
multa e/ou cancelamento do seu registro.
Ao praticar ato profissional que cause danos físico, moral ou material, com-
provados mediante decisão judicial com trânsito em julgado, ao usuário do servi-
ço, caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência, será suspenso por
até 3 (três) anos do exercício profissional ou será cancelado o seu registro.
No caso de permitir a utilização de seu nome por qualquer estabelecimento
ou instituição onde não exerça pessoal e efetivamente sua função, ou não prestar
assistência técnica ao estabelecimento com o qual mantenha vínculo profissional,
o biomédico estará sujeito à multa e/ou suspensão de até 6 (seis) meses do exercício
profissional. O mesmo ocorrerá se efetivar ou participar de fraudes em relação à
profissão biomédica em todos os campos de conhecimento e técnica biomédica.
Um dos pontos importantes discutidos no código é sobre a compreensão da
grande responsabilidade que o ato de emitir laudos técnicos e realizar perícias
técnico-legais exige. O Conselho Federal determina que se tal fato ocorrer sem
observância ou obediência à legislação vigente, será aplicada uma pena de multa
e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses.
Em contrapartida, se na visita dos fiscais do CRBM, e, portanto, se durante o
exercício da fiscalização for detectado que o profissional dificulta a própria ação, a
pena é de repreensão e/ou multa.
As penas de multa e/ou suspensão de três a doze meses do exercício profissio-
nal serão atribuídas nos casos de participação em quaisquer formas de poluição,
deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, prejudiciais à saú-
de e à vida, como também omitir das autoridades competentes. Esse tipo de
penalidade também é atribuído no caso de o profissional aceitar remuneração
capítulo 2 • 47
inferior ao piso salarial estabelecido por acordos ou dissídios da categoria, para
exercício profissional, assunção de direção e responsabilidade técnica, como tam-
bém delegar a outras pessoas atos ou atribuições da profissão biomédica ou exercer
a atividade profissional incompatível com a habilitação conferida pelo CRBM. O
mesmo acontece no caso de omitir-se e/ou acumpliciar-se com os que exercem
ilegalmente a profissão biomédica ou com os profissionais ou instituições que
pratiquem atos ilícitos.
Sabemos que a qualidade do exercício profissional é o resultado de um inves-
timento pessoal na formação especializada e educação permanente. Nesse sentido,
o Conselho Federal também assinala que o profissional que, ao declarar possuir
títulos que não possam ser comprovados, será multado ou repreendido. D a
mesma forma, a publicação de um trabalho científico em seu nome quando não
tenha participado ou atribuir-se autoria exclusiva, quando houver participação de
subordinados ou outros profissionais biomédicos ou não.
Ainda no âmbito de influências profissionais, se um biomédico for identificado
agindo no intuito de pleitear, de forma desleal, para si ou terceiros emprego, cargo
ou função que esteja sendo exercido por outro biomédico, assim como praticar
atos de concorrência desleal, o mesmo será punido com multa e/ou suspensão de
3 (três) a 12 (doze) meses.
De acordo com as condutas exigidas pelo código de ética, o oferecimento
de denúncia sem possuir elementos comprobatórios, capazes de justificá-la, será
passível de penalidade de multa e/ou suspensão de 6 (seis) a 12 (doze) meses.
Sabemos da responsabilidade adquirida em relação à veiculação de informações
a respeito do exercício profissional, da Legislação Biomédica e das atividades e
atuação dos CRBM e CFBM. Por essa razão, o CFBM compreende que a ausência
de fidelidade na transmissão de quaisquer pontos anteriores acarretará em pena de
multa e/ou suspensão de 3 (três) a 12 (doze) meses
Todas as situações anteriores não representam todas as situações passíveis
de análise, e, se for o caso ações disciplinares por parte do CFBM. Assim, em
um parágrafo único, o CFBM afirma que “Os tipos descritos acima são apenas
enumerativos, não restringindo ao órgão de fiscalização ética a apuração, o
processamento e a aplicação de penas aqui não discriminadas, devendo para
tanto, observar a legislação vigente, bem como as normativas e resoluções do
Conselho Federal.”
Com o objetivo de ilustrar a discussão sobre o código de ética do biomédico,
vale também ressaltar que o artigo 35 descreve a responsabilidade do profissional
capítulo 2 • 48
biomédico no aprimoramento da Biomedicina e das instituições que a ela se
encontram interligadas. E cabe ao Conselho Federal de Biomedicina e aos
Conselhos Regionais cumprir e fiscalizar as normas emanadas do Governo Federal
pertinentes a sua área de atuação (artigo 39), e ouvidos pelos os Conselhos
Regionais de Biomedicina, a revisão e a atualização do presente Código, quando
forem necessárias, serão promovidas.
Por fim, o artigo 41 trata das omissões deste Código que serão sanadas pelo
Conselho Federal de Biomedicina.
O conhecimento do código de ética, acima das infrações associadas aos desvios
do exercício profissional, é um exercício sobre orientações das condutas exigidas
na nossa profissão, devendo ser estudado desde o início da formação profissional.
No próximo capítulo, trataremos das diretrizes curriculares do curso de
Biomedicina e o papel regulatório do MEC na manutenção da formação acadê-
mica para o exercício da Biomedicina.
ATIVIDADES
01. Sabemos que a qualidade do exercício profissional está relacionada ao investimento em
cursos que possam atualizar e promover a especialização profissional. No entanto, se não
houver a comprovação dos títulos dessas especializações, o profissional compromete a sua
credibilidade. Nesse sentido, existiria alguma ação do conselho federal de biomedicina, por
meio do código de ética do biomédico, capaz de inibir esse tipo de comportamento?
02. O código de ética classifica as infrações em leves, graves ou gravíssimas que serão
submetidas a penas variáveis de acordo com cada caso estudado em ações do conselho
federal. Assinale duas situações que são consideradas agravantes nesses casos.
03. O código de ética enumera os pontos críticos das relações do biomédico com a coletivi-
dade. Assinale a opção que representa um exemplo dessas condições.:
a) Não pagamento da anuidade ao conselho regional da sua jurisdição.
b) Delatar a atuação profissional de um colega de trabalho sem provas comprobatórias.
c) Prestar serviço profissional ou colaboração a entidade ou à empresa onde sejam desres-
peitados princípios éticos ou inexistam condições que assegurem adequada assistência.
d) Organizar, promover e desenvolver cursos, palestras, seminários e discussões a respeito
de ética profissional, em parceria com o Departamento Jurídico.
e) Respeitar a atividade de seus colegas e outros profissionais.
capítulo 2 • 49
04. A criação do Conselho Federal de Biomedicina, em 3 de setembro de 1979, garantiu
aos biomédicos o apoio legal para o exercício da biomedicina. Discorra sobre as principais
ações dessa autarquia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Conselho Federal de Biomedicina. Disponível em: <http://cfbm.gov.br/>. Acesso em: jul. 2019.
Conselhos Regionais de Biomedicina.
1ª região. Disponível em: <https://crbm1.gov.br/>. Acesso em: jul. 2019. 2ª região. Disponível em:
http://crbm2.gov.br/website/>. Acesso em: jul. 2019.;
3ª região. Disponível em: <http://www.crbm3.gov.br/>. Acesso em: jul. 2019.
4ª região. Disponível em: <http://portal.crbm4.org.br/index.php/>. Acesso em: jul. 2019.
5a região. Disponível em: <http://crbm5.gov.br/site/>. Acesso em: jul. 2019.
6a região. Disponível em: <https://crbm6.gov.br/>. Acesso em: jul. 2019.
Associação Brasileira de Biomedicina. Disponível em: <http://www.abbm.org.br/>. Acesso em: jul.
2019.
Código de Ética do Profissional Biomédico. Disponível em: <http://cfbm.gov.br/legislacao/codigo-de-
etica-da-profissao-de-biomedico/>. Acesso em: jul. 2019.
capítulo 2 • 50
3
Habilidades do
profissional
biomédico
Habilidades do profissional biomédico
Conhecer as diretrizes nacionais curriculares nos permite entender quais
são os pré-requisitos mínimos exigidos pelo Ministério da Educação (MEC)
para a formação do profissional biomédico. Pautado nos princípios da saúde,
atenção à população no sistema único de saúde, o biomédico cada vez mais está
inserido em equipes de trabalho multiprofissionais em transdisciplinaridade
e interdisciplinaridade.
Para isso, reconhecemos os quatro blocos de ciências que fundamentam o
currículo mínimo da Biomedicina e o aprendizado prático em estágios.
Os estágios são atividades práticas orientadas por biomédicos e o aluno deve
ser estimulado para a busca ativa de um local que possa apresentar a realidade
profissional. Geralmente, essa experiência tem início a partir do terceiro período,
mas muitos centros de pesquisa preferem alunos ainda no ciclo básico para orientar.
Por fim, a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso é um momento
muito importante. Além de apresentar o resultado, na forma de monografias
ou artigo a uma banca avaliadora, o aluno egresso realiza a prova do Enade e se
despede da instituição, levando para o Conselho Regional os documentos exigidos
para a obtenção da sua primeira habilitação. E daqui desejamos boa sorte!
OBJETIVOS
• Conhecer as orientações do MEC quanto às diretrizes nacionais curriculares para o curso
de Biomedicina;
• Identificar as habilidades gerais e especificas do biomédico;
• Reconhecer os quatro grupos de ciências que formam o perfil do biomédico;
• Identificar as vantagens dos estágios curriculares e não curriculares;
• Listar as etapas obrigatórias para se tornar um aluno formando egresso de Biomedicina.
capítulo 3 • 52
No entanto, tão importante quanto a aquisição de conhecimentos específicos é a
comunicação entre as disciplinas. O termo conhecido como interdisciplinaridade
teve origem na França e Itália, na década de 1960. Com o intuito de controlar
a crescente superespecialização profissional e o distanciamento dos elos para a
educação, esses países realizaram uma reforma na educação.
No Brasil, os modelos dinâmicos da interdisciplinaridade são encontrados
com mais facilidade no ensino fundamental e médio, mas são poucos os aplicados
no ensino superior.
A Estácio, por meio das práticas integradoras em seminários, participa desta
construção, e especialmente para o aluno de Biomedicina esta metodologia é
fundamental para o desenvolvimento de raciocínios lógicos e críticos na solução
de problemas.
capítulo 3 • 53
Para entendermos um pouco mais essa prática, vamos utilizar a figura a seguir
que representa algumas disciplinas do ciclo básico: Microbiologia, Genética e
Biologia Molecular.
Microbiologia Biologia
molecular
Gené�ca
Diretrizes curriculares
capítulo 3 • 54
as instituições possam planejar os seus currículos, respeitando, no entanto, a
flexibilidade de cada instituição.
Assim, em 11/4/2002 foi publicado o documento final, que define as diretrizes
nacionais obrigatórias para os cursos de graduação em saúde no Brasil, incluindo
a Biomedicina.
capítulo 3 • 55
Durante muito tempo, o mercado de trabalho privilegiava os profissionais
especializados, com domínio em um único assunto, mas hoje o profissional que
possui mais chances de se destacar é o generalista-especialista. Isso significa, em
termos práticos, ter uma base sólida de conhecimentos adquiridos na especialização.
Na Biomedicina, essa especialização parte de uma formação abrangente para que
ele possa atuar em todos os níveis de atenção à saúde.
A formação humanista, crítica e reflexiva significa que hoje não temos mais
exclusividade de disciplinas puramente técnicas. Devem ser destacadas as humanas,
que ampliem o seu entendimento sobre a nossa atuação como biomédicos, de
forma que esteja inserido no contexto da saúde brasileira e a sua participação no
cuidado à saúde humana.
Com certeza, as disciplinas de Organizações de Políticas da Saúde e Ética na
Saúde foram construídas para essa nova abordagem, mas isso é apenas o início
de uma nova metodologia dinâmica que pretende aproximar as discussões reais
das atuações profissionais. Podemos afirmar categoricamente que elas são um
grande diferencial, independentemente de qual área de atuação você escolher, pois
permite que atue em todos os níveis de atenção à saúde, sempre com base no rigor
científico e intelectual.
Ao orientar e também acompanhar as resoluções em relação ao perfil do egres-
so/profissional, o MEC afirma que o biomédico estará “capacitado ao exercício de
atividades referentes às análises clínicas, citologia oncótica, análises hematológicas,
análises moleculares, produção e análise de bioderivados, análises bromatológicas,
análises ambientais, bioengenharia e análise por imagem, pautado em princípios
éticos e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, di-
rigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade.”
capítulo 3 • 56
problemas da sociedade. Além disso, a execução das atividades deve ser realizada
no mais alto nível de qualidade, sempre respeitando os princípios éticos/bioéticos.
Outra competência geral definida pelo MEC para os profissionais da saúde
é a tomada de decisões. Isso significa que esse profissional deverá ter habilidades
para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, com base em
evidências científicas, na tomada de decisões para procedimentos, técnicas,
equipamentos ou quaisquer práticas visando à eficácia e ao custo efetivo.
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capítulo 3 • 57
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capítulo 3 • 58
treinamento ou por estágios das futuras gerações de profissionais, proporcionando
trocas dinâmicas entre as gerações de profissionais, promovendo a formação e a
cooperação por meio de redes nacionais e internacionais.
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capítulo 3 • 59
Segundo o MEC, isso só é possível se a sua atuação estiver inserida em um contexto
social, pois é uma forma de participação e contribuição social.
Cabe ao biomédico a competência de emitir laudos, pareceres, atestados e
relatórios, além de conhecer métodos e técnicas de investigação e elaboração de
trabalhos acadêmicos e científicos.
Estará apto a realizar procedimentos relacionados à coleta de material para
fins de análises laboratoriais e toxicológicas, como também realizar, interpretar,
emitir laudos e pareceres e se responsabilizar tecnicamente por análises clínico-
laboratoriais, incluindo os exames hematológicos, citológicos, citopatológicos e
histoquímicos, biologia molecular, bem como análises toxicológicas, dentro dos
padrões de qualidade e das normas de segurança.
Deve exercer atenção individual e coletiva na área das análises clínicas e
toxicológicas, como gerenciar laboratórios de análises clínicas e toxicológicas.
Em relação ao meio ambiente, o biomédico deverá estar apto a realizar aná-
lises físico-químicas e microbiológicas de interesse para o saneamento do meio
ambiente, incluídas as análises de água, ar e esgoto.
Em serviços de hemoterapia, caberá ao biomédico a realização, a interpretação
de exames e a responsabilidade técnica, podendo inclusive atuar na pesquisa
e no desenvolvimento, na seleção, na produção e no controle de qualidade de
hemocomponentes e hemoderivados.
Na área de biotecnologia, o biomédico deverá estar apto, ao fim da sua
formação, para atuar na pesquisa e no desenvolvimento, na seleção, na produção
e no controle de qualidade dos produtos obtidos. Deverá ter competência
específica para atuar na seleção, no desenvolvimento e no controle de qualidade
de metodologias, de reativos, de reagentes e de equipamentos; assimilando as
evoluções tecnológicas e conceituais da ciência.
Para o MEC, o biomédico deve avaliar e responder com senso crítico
as informações que estão sendo oferecidas durante a graduação e no exercício
profissional, e dessa forma estar apto para o desenvolvimento de um raciocínio
dinâmico, rápido e preciso na solução de problemas específicos de cada uma de
suas habilitações específicas.
Por fim, caberá também ao biomédico o papel de educador, gerando e
transmitindo novos conhecimentos para a formação de novos profissionais e para
a sociedade como um todo.
capítulo 3 • 60
Currículo comum para a Biomedicina
capítulo 3 • 61
O grupo de disciplinas consideradas específicas para as Ciências da
Biomedicina são: Biologia Molecular, Biotecnologia, Microbiologia aplicada à
Biomedicina, entre outras que formam a base para a profissão dentro do currículo,
que normalmente tornam-se mais presentes a partir do 4º período.
Figura 3.8 – O estágio não deve ser procurado somente na última etapa
da graduação, com o risco de escolher precipitadamente a primeira.
capítulo 3 • 62
ou federal, como a Fundação de Amparo ao Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e
o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq). É
importante que o seu orientador seja mestre ou doutor. Nesse estágio, o aluno
também deve estar presente nos seminários e nas reuniões de apresentação de
resultados. Normalmente, ele tem remuneração e deve preparar um relatório
periódico para concorrer à renovação da bolsa IC.
Os estágios curriculares são definidos pelo MEC com carga horária mínima
de 500 horas ou 20% da carga horária total do curso, e é importante que se tenha
carga horária mínima de 4 horas por dia.
Quando o aluno está no último ano do curso, ele estará inscrito na disciplina
de estágio supervisionado I e em seguida estágio II. Como já foi abordado, essa
experiência prática supervisionada resultará em um trabalho escrito e orientado
pelo responsável-técnico, pesquisador ou docente orientador. É importante que a
orientação seja de um profissional biomédico capacitado e legalmente habilitado
para essas funções.
O estágio é de livre escolha do aluno e, por essas razões, tem grande importância
para o seu futuro profissional. Dependendo da região no Brasil, muitos alunos
optam por Análises Clínicas, outros por Imagenologia, Análises Moleculares, ou
por disciplinas específicas (ex.: Imunologia).
Algumas instituições fazem convênios com empresas de produtos biológicos
(bioempresas) e oferecem estágio para área de produção de material laboratorial
ou hospitalar. A escolha do Estágio de Conclusão de Curso depende, portanto, da
afinidade do aluno por uma área de atuação.
Como pré-requisito para a formação, o aluno participa do Exame Nacional
de Desempenho (Enade), realizado com alunos de graduação do último ano.
Com essa ferramenta, que não é eliminatória e sim classificatória, o MEC avalia a
instituição quanto ao investimento na formação do corpo discente. O Enade não
avalia diretamente o aluno, mas a instituição superior. No entanto, não participar
do exame do Enade compromete os indicadores de qualidade da sua instituição e
isso afetará indiretamente a você, diplomado por essa IES.
capítulo 3 • 63
ATIVIDADES
01. O perfil profissional é a identidade no mercado de trabalho. Como podemos identificar o
perfil do egresso formando/profissional biomédico?
04. Qual a diferença entre o estágio de aprendizagem (não curricular) e o estágio curricular?
05. Qual a importância da prova do Exame Nacional de Desempenho (Enade) para o aluno
egresso formando?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FAZENDA, I. C. A.; VARELLA, A. M. R. S. e ALEMIDA, T. T. O. (2013) Interdisciplinaridade:
tempos, espaços, proposições. Revista e-Curriculum. São Paulo: n. 11 v. 3.
NAOUM, P. C. Biomedicina – Guia para Estudantes e Recém-graduados em cursos de
Biomedicina. Edição da Academia de Ciência e Tecnologia de São José do Rio Preto-SP, 2005.
Diretrizes Curriculares – Cursos de Graduação. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/
observatorio-da-educacao/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-82187207/12991-
diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao>. Acesso em: jul. 2019.
capítulo 3 • 64
4
Mercado de
trabalho e
habilitações
Mercado de trabalho e habilitações
Conhecer o mercado de trabalho para qualquer profissão é a melhor escolha
para o sucesso profissional. Diante de tantas habilitações, o profissional biomédico
naturalmente apresenta algumas vantagens em relação aos campos de atuação na
área da saúde, porém alguns pré-requisitos devem ser seguidos e, sem dúvida a
capacitação e a formação especializada não podem ser ignoradas.
Hoje, algumas habilitações se destacam na representação do biomédico
no mercado de trabalho, entre elas a Acupuntura, Biomedicina Estética,
Citopatologia e Imaginologia, mas todas igualmente estão em crescente evolução
científica e tecnológica. A patologia clínica, considerada a habilitação chefe para a
biomedicina, tem demonstrado, ao longo dos anos, que os processos automatizados
ou semiautomatizados são imprescindíveis para a rotina laboratorial. Ao contrário
do que já foi veiculado, a automação não substitui o profissional biomédico,
pois a manutenção do controle de qualidade nos testes diagnósticos, como dos
equipamentos, são atividades inerentes do biomédico qualificado.
Nesse capítulo, começaremos a entender as atribuições do biomédico nas
habilitações, e as condições ideais para que possa exercê-las em prol da saúde
humana e do bem-estar.
OBJETIVOS
• Conhecer as atualizações em relação ao mercado de trabalho para o biomédico;
• Conhecer o perfil de responsável técnico do biomédico;
• Conhecer as competências das habilitações em análises clínicas, hematologia/banco de
sangue, Acupuntura, Análise Ambiental, Microbiologia de Alimentos, Bromatologia, Imagino-
logia, do biomédico;
• Identificar competências que são vedadas ao biomédico.
capítulo 4 • 66
das doenças humanas com objetivo de identificar as suas causar e combatê-las, a
ações de bem-estar, como a Biomedicina Estética, há mais de 35 habilitações que
podem ser encontradas em todo o país.
Existem mais de 100 mil biomédicos e estamos cada vez mais crescendo
em número, em competência e reconhecimento por todas as atividades que
contribuem para a qualidade de vida do brasileiro. Vale lembrar também que
estamos espalhados em mais de 20 países com merecido destaque, mas o diploma
deve ser validado no consulado de interesse. No exterior, encontramos biomédicos
trabalhando principalmente em laboratórios de pesquisa molecular, laboratórios
de pesquisa clínica, farmácia de manipulação e hospitais.
Outro avanço importante é o crescente aumento de vagas para biomédicos
em concursos. Muitos biomédicos desejam trabalhar no setor público pela maior
estabilidade financeira. Fato é que estamos há 35 anos contribuindo unicamente
para os serviços de saúde e, portanto, devemos ser reconhecidos a partir do nosso
perfil profissional específico. Nos últimos anos, a adição de vagas para graduados
em Biomedicina, especialmente para o perfil em análises clínicas, aumentou a
chance para biomédicos. Vagas anteriormente destinadas a farmacêuticos agora
estão contempladas para a Biomedicina como ocorrido no concurso do 9o Distrito
Naval em Manaus.
Os concursos públicos são realizados para provimento de vagas em hospitais,
universidades e laboratórios de pesquisa.
Até agora estamos aprendendo sobre as possibilidades de mercado para
o bacharel em Biomedicina, mas você sabe a diferença entre bacharelado e
licenciatura em um curso de graduação?
Bacharelado é a formação universitária para atuação ampla no mercado,
enquanto a licenciatura em Biomedicina é indicada para ser professor na educação
básica e profissional em Biomedicina. As duas têm a mesma base de formação
curricular, mas na licenciatura são acrescentadas disciplinas ligadas à Didática,
Pedagogia e Psicologia.
A Resolução n. 126, de 16 de junho de 2006, do Conselho Federal de
Biomedicina, considerando o artigo 3o do Conselho Nacional de Educação/
Câmara de Educação Superior (CNE/CES) definiu as capacitações do profissional
biomédico em licenciatura da seguinte forma:
Art. 1º. O profissional biomédico, com licenciatura em Biomedicina,
está capacitado para atuar na educação básica e na educação profissional em
Biomedicina, nos termos do Art. 4o da Resolução CNE/ CES n. 02/2003.
capítulo 4 • 67
Art. 2º. A formação dos professores por meio da licenciatura plena deve
assegurar a articulação da graduação em Biomedicina com a Licenciatura em
Biomedicina, seguindo pareceres e resoluções da Câmara de Educação Superior e
do Pleno do Conselho Nacional de Educação, conforme estabelecido no Art. 13
c/c inciso IX do Art. 14 da Resolução CNE/ CES n. 02/2003.
Art. 3º. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.
Biomedicina hoje
capítulo 4 • 68
A biomedicina permite que o profissional possa ter mais de uma habilitação,
e isso é muito animador para o ingresso no mercado de trabalho. A primeira
habilitação é na graduação, com estágio que deve cumprir minimamente 500
horas de atividades. Esse estágio é supervisionado e dará a primeira especialidade.
Uma orientação é que se pesquise muito sobre as habilitações e os estágios, pois
a realização somente para cumprimento de mais uma etapa para a sua graduação é
frustrante. Um exemplo disso é a oferta de bolsas remuneradas. Devem existir como
um incentivo e auxílio, mas muitas vezes tornam-se um atrativo e o aluno segue
no estágio curricular sem muita motivação pelo conhecimento. A escolha deve ser
feita por afinidade, e a sua primeira habilitação é a porta de entrada no mercado.
Fazê-la com consciência permite que você se estabeleça mais rapidamente. Algumas
instituições permitem que o aluno possa estagiar em mais de uma habilitação, mas
cada estágio deve respeitar as quinhentas horas de formação técnica.
O exercício da profissão depende do registro profissional, por isso os documentos
obtidos em uma instituição de ensino credenciada pelo Ministério da Educação,
o histórico escolar e o diploma devem ser encaminhados ao Conselho Regional
de Biomedicina para a confecção da sua carteira de identidade profissional. Nela
constará o seu campo de atuação do exercício profissional e o decreto n. 88.439 de
28 de junho de 1983, no artigo 1o afirma que a inscrição profissional é obrigatória.
A não inscrição é considerada ilícita do ponto de vista ético, disciplinar e penal.
O infrator sofrerá as sanções previstas no código de ética da profissão e no código
penal depois do devido processo administrativo e/ou penal.
Com o mercado competitivo das últimas décadas, é um caminho natural
ao biomédico ingressar em cursos de especialização, ou na formação acadêmica
através de mestrado e doutorado para uma nova habilitação. Outra possibilidade é
a realização e aprovação no exame de título de especialista da Associação Brasileira
de Biomedicina, assim como o certificado de aprimoramento profissional e a
residência multiprofissional em instituições de ensino superior reconhecidas pelo
Ministério da Educação.
Habilitações da Biomedicina
capítulo 4 • 69
7.135, de 26 de outubro de 1983, artigo 2o que ficou garantido o exercício de
análises clínico-laboratoriais aos diplomados em Ciências Biológicas, modalidade
médica, que tenham ingressado nesse curso após julho de 1983. Além disso, outras
resoluções garantiram que somente o Conselho Federal de Biomedicina seria a
única autarquia capaz de monitorar as atividades dos profissionais biomédicos
nessa habilitação, e não o Conselho Federal de Biologia.
O profissional habilitado em análises clínicas é o responsável técnico que
assina os respectivos laudos das áreas de análise em hematologia, microbiologia,
bioquímica, parasitologia e imunologia. É uma área dinâmica com constantes
inovações tecnológicas que dependem de profissionais cada vez mais especializados.
O biomédico pode também assumir chefias técnicas, assessorias e direção
dessas atividades. Entretanto, para que o profissional biomédico possa exercer
regularmente a responsabilidade técnica, a empresa deve estar registrada no
Conselho Regional de Biomedicina e a área de atuação da empresa deve ser
compatível com a habilitação do profissional. É possível também ao biomédico
assumir até duas RT (responsabilidade técnica), sendo que os locais devem estar
obrigatoriamente em municípios limítrofes.
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capítulo 4 • 70
É competência do biomédico em análises clínicas (patologia clínica):
• Coleta1, armazenamento e transporte de amostras biológicas para a
realização de exames, exceto a coleta de materiais para biópsia, coleta de líquido
céfalo-raquidiano (líquor) ou punção para obtenção de líquidos cavitários.
• Executar o processamento de sangue e realizar as sorologias.PFirmar os
respectivos laudos em hematologia, microbiologia, bioquímica, parasitologia
e imunologia.
• Assumir a responsabilidade técnica, assessoria, chefia ou direção de
laboratório de análises clínicas.
Um ramo que tem crescido muito, principalmente pela demanda por serviços
pet é a Análises Clínicas Veterinárias. A Resolução do CFBm º. 154, de 4 de
abril de 2008 permite ao profissional Biomédico:
• Elaborar exames laboratoriais e diagnósticos realizados em animais de
pequeno e grande porte, assinando os respectivos laudos.
CONEXÃO
Curioso sobre a atuação nas análises clínicas veterinárias? Então assista a entrevista
com a biomédica Cinthya Rodrigues, especialista em Análises Clínicas Veterinárias no
endereço, disponível em: <https://www.biomedicinapadrao.com.br/2018/08/entrevistei-
uma-biomedica-especialista.html>. Acesso em: jul. 2019. Essa entrevista foi concedida a
Brunno Câmara, biomédico criador e administrador do blog Biomedicina Padrão, disponível
em: (www.biomedicinapadrao.com.br>. Acesso em: jul. 2019
CONEXÃO
Para conhecer mais sobre essa habilitação, acesse o site da Sociedade Brasileira de
Análises Clinicas, disponível em: <http://www.sbac.org.br>, com acesso em: jul. 2019, no
quae você também terá acesso a Revista Brasileira de Análises Clínicas, disponível em:
<http://www.rbac.org.br>. Acesso em: jul. 2019.
1 De acordo com o Art. ºo da Res. nº 78 de 2904/2002, o profissional Biomédico está apto a realizar toda e
qualquer coleta de amostras biológicas, como a coleta arterial. Existem exceções que estão relacionadas no Art. 2º,
§ ºo da Res. nº 83 de 2904/2002.
capítulo 4 • 71
Hematologia e/ou banco de sangue
capítulo 4 • 72
No entanto, a responsabilidade técnica é exclusiva do profissional médico,
especialista em hemoterapia ou hematologia, ou qualificado por órgão competente
devidamente.
Em relação aos serviços de diálise, o biomédico deve ser supervisionado por
um médico nefrologista, de acordo com a Resolução CFBM n. 190, de 10 de
dezembro de 2010. Ao biomédico cabe, portanto, controlar, monitorar e garantir
a qualidade do tratamento de água e do dialisado.
O biomédico também pode atuar na elaboração de rotinas padronizadas; na
análise e na avaliação de resultados laboratoriais discrepantes junto ao médico
nefrologista; treinar e supervisionar a equipe de coleta de material biológico e
participar ativamente do programa de controle e prevenção de infecção e de
eventos adversos.
Acupuntura
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capítulo 4 • 73
Algumas datas importantes marcam o novo olhar sobre a acupuntura e
medicina integrada. Em 1996, a Organização Mundial de Saúde definiu as
“Diretrizes para o Treinamento Básico e Segurança em Acupuntura”, e no Brasil o
Ministério da Saúde, em 2006, aprovou as práticas integrativas e complementares
no Sistema Único de Saúde, fatos que aproximaram a população das práticas
complementares na assistência à saúde. Mas o que faz o biomédico acupunturista?
Primeiro vamos definir, em linhas gerais, a acupuntura.
A acupuntura é um tipo de tratamento da medicina chinesa no que agulhas
finas são inseridas na pele em pontos específicos ou pontos energéticos, estimulan-
do os nervos sensoriais sob a pele e os músculos. Essa ação provoca a liberação de
substâncias como opioides endógenos que provocam alivio da dor e relaxamento.
Por essa razão, a acupuntura é utilizada para tratamento de dores musculares,
esqueléticas, tensão emocional, dores viscerais como asma, gastrite. Ela também é
utilizada em patologias psíquicas, como insônia, estresse e outros sintomas neuro-
lógicos, como enxaqueca.
Para o tratamento da acupuntura, são utilizados vários procedimentos
diferentes como moxabustão, eletroestimulação, auriculoterapia, fitoterapia,
magnetoterapia, hidroterapia, essências vibracionais, feng shui e quiroacupuntura.
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capítulo 4 • 74
• Atuar em equipes de saúde, no nível tecnológico, especialmente nas
atividades complementares de diagnóstico e da política nacional de práticas
integrativas e complementares (SUS).
• Atuar como docente em cursos de especialização e nas universidades
(pós-graduação).
CONEXÃO
Para você conhecer um pouco mais sobre acupuntura, acesse o site da Associação
Biomédica de Acupuntura no endereço disponível em: <www.abiomac.org.br>. Acesso em:
jul. 2019.
LEITURA
Um exemplo da eficácia da acupuntura está no tratamento da ansiedade, para saber mais,
acesse o artigo “Efeitos da acupuntura no tratamento da ansiedade: revisão integrativ.”, dispo-
nível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v69n3/0034-7167-reben-69-03-0602.pdf>, com
acesso em: jul. 201) e descubra porque a acupuntura está entre os tratamentos mais procu-
rados desse século.
Análise Ambiental
capítulo 4 • 75
• Coordenar inspeções ambientais.
• Controlar e atualizar a licença ambiental junto a órgãos de fiscalização
ambiental e vigilância sanitária.
• Desenvolver e implantar projetos que visam à diminuição do impacto sobre
o meio ambiente.
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Figura 4.5 – O analista ambiental coleta amostras de água, esgoto e do ar com objetivo
de verificar alterações que comprometam o ecossistema e a população humana.
capítulo 4 • 76
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Análises bromatológicas
capítulo 4 • 77
Compete ao biomédico bromatologista:
• Responsabilidade técnica para análises físico-químicas e toxicológicas para
aferição da qualidade e contaminação de alimentos, detectando fraudes.
• Elaboração de relatórios técnicos para laudos; perícias e consultoria.
Microbiologia de alimentos
capítulo 4 • 78
Nessa habilitação, portanto, o biomédico exerce as seguintes funções:
• Realiza análises microbiológicas para a indústria alimentícia, restaurantes,
cozinhas industriais.
• Assume as atividades de responsabilidade técnica, realizando os relatórios
técnicos, as perícias, as consultorias
• Assina os laudos.
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capítulo 4 • 79
Em relação ao radiodiagnóstico, está associado à operação de equipamentos
e sistemas de diagnóstico por imagem, como as tomografias computadorizadas,
ressonância magnética, mamografia, ultrassonografia, etc. Para a radioterapia,
está associado à operação de equipamentos que utilizam radiações ionizantes para
tratamento, assim como gerenciar os serviços de radiodiagnóstico.
Espera-se do biomédico atuante, o desenvolvimento de protocolos de estudo e
exames, assim como novas técnicas, a coordenação de colaboradores, a administração
e gestão de conteúdo, além de atuar na indústria de equipamentos e serviços.
Deve ser capacitado para atuar na Informática Médica, ou seja, na gestão
de conteúdo de dados ou armazenamento das imagens adquiridas e para isso
demonstrar habilidade sobre os sistemas HIS (Hospital Information System), RIS
(Radiology Information System) e PACS (Picture Archiving in Communication System).
Na Imaginologia, as atribuições do biomédico são nas atividades de Tomografia
Computadorizada, Ressonância Magnética, Ultrassonografia, Radiologia Geral e
especializada, Densitometria Óssea, Dosimetria e Radioterapia, além de atividades
de ensino técnico profissionalizante e em pós- graduação.
O biomédico especializado em Radiologia Geral e Especializada deverá operar
equipamentos de radiografias convencionais, computadorizadas e digitais. Sua for-
mação permitirá a definição de protocolos de exames e administrar meios de con-
traste, e com isso atuar no pós-processamento de imagens e na informática médica.
O biomédico na medicina nuclear, segundo a Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC) da Anvisa de n. 38 (4/6/2008), além de atuar em estudos de
pesquisa científica utilizando radiação ionizante, pode operar equipamentos PET/
CT e PET/RM, auxiliar o médico nos procedimentos terapêuticos, solicitar e
controlar os reagentes liofilizados, identificar, rotular e rastrear os radiofármacos
e radioisótopos, preparar as doses individuais, realizar a administração dos radio-
fármacos seguindo os protocolos estabelecidos para cada exame e a orientação do
médico nuclear.
LEITURA
Nessas habilitações, existem ainda muitas dúvidas quanto as competências do biomédico
e dos profissionais técnicos, dessa forma, acesse as especificações no site disponível em:
<http://www.sinbiesp-biomedicina.com.br/tire-suas-duvidas/habilitacoes/imagenologia.html>.
Acesso em: jul. 2019.
capítulo 4 • 80
CONEXÃO
E para entender a diferença entre os biomédicos e os técnicos em radiologia acesse o
vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mjt3XKF7c-M>. Acesso em: jul.
2019.
Informática em Saúde
Auditor
capítulo 4 • 81
• Gerenciamento de Custo
• Hospitais dirigidos por entidades federais, estaduais, municipais e particulare
CONEXÃO
Acesse os sites a seguio para acompanhar a ementa dos cursos de auditor na Estácio e
no Hospital Albert Einstein, disponíveis em
<http://www.posestacio.com.br/pos-graduacao/auditoria-de-sistemas-de-
saude/3171/81> e <https://www.einstein.br/ensino/pos_graduacao/auditoria_em_
servicos_de_saude_rj>. Acessos em: jul. 2019.
Biologia Molecular
capítulo 4 • 82
ATIVIDADES
01. Como toda habilitação, a escolha envolve afinidades por determinados conhecimento,
e a necessária dedicação a estudos em algumas disciplinas. No caso da Biologia Molecular,
quais são as bases para a formação desse profissional?
02. Qual a condição prioritária para que o biomédico possa ser responsável técnico em uma
empresa? .
04. Para a habilitação em Imaginologia, o biomédico deve estar familiarizado com a aquisi-
ção e o armazenamento de imagens, atuando dessa forma na área de informática médica.
Quais seriam os exemplos de sistemas de obtenção e compartilhamento de imagens que a
informática médica pode dispor?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Biomedicina. guia para estudantes e recém graduados em biomedicina. Disponível em: <http://
siaibib01.univali.br/pdf/Paulo%20Cesar%20Naoum-Biomedicina%20e-book.pdf>. Acesso em: jul.
2019.
capítulo 4 • 83
Licenciatura em Biomedicina. Disponível em: <https://crbm1.gov.br/bio72/r72_caderno5.asp>.
Acesso em: jul. 2019.
Manual do Biomédico. Disponível em: <https://crbm1.gov.br/site/wp-content/uploads/2016/04/
Manual-do-Biomedico-Edicao-digital-2017.pdf>. Acesso em: jul. 2019.
Atuações do profissional biomédico. Disponível em: <https://crbm1.gov.br/atuacao-do-
biomedico/>. Acesso em: jul. 2019
Habilitação em Acupuntura. Disponível em: <http://cfbm.gov.br/wp-content/uploads/2018/08/
RESOLU%C3%87%C3%83O-N%C2%BA-292.2018.pdf>. Acesso em: jul. 2019.
capítulo 4 • 84
5
Habilitações e
inovações da
Biomedicina
Habilitações e inovações da Biomedicina
Apesar dos seus 35 anos de existência, a Biomedicina demonstrou nos últimos
doze anos um perfil de atuação altamente inovador e competitivo, trazendo para a
sociedade o conhecimento real da nossa profissão.
Sem dúvida, um divisor de águas foi provocado pela Biomedicina Estética
pela voz da Dra. Ana Carolina Puga, defensora da capacidade do biomédico de
atuar em técnicas antigamente restritas a médicos dermatologistas. Entre defesas e
ações do Conselho Federal de Biomedicina, temos agora gerações de biomédicos
esteticistas altamente especializados para tratamentos visando ao bem-estar. Essa
habilitação também fez surgir o papel do biomédico empreendedor, provocando
uma nova ordem na organização do perfil biomédico. Não estamos somente nas
universidades, nos laboratórios e nos centros de pesquisa, podemos gerir a nossa
própria empresa.
Outro exemplo de novas habilitações é a de circulação (perfusão) extracorpórea,
uma área de atuação em equipe multiprofissional destinada a cirurgias cardíacas.
Nela, o biomédico é o responsável por manter os níveis de perfusão tecidual,
trazendo ao biomédico cada vez mais respeito e admiração.
Importante também é a apresentação do biomédico atuante na Bioindústria
e na Bioempresa, além das suas ações no meio ambiente, segurança no trabalho,
saúde ocupacional e responsabilidade social
Essas e outras mudanças serão apresentadas nesse último capítulo, sem,
no entanto, também definir as competências das habilitações do biomédico
pesquisador. Afinal sem ciência não há saúde, tampouco inovações tecnológicas!
OBJETIVOS
• Conhecer as competências das habilitações na Biomedicina Estética; Perfusão Extracor-
pórea; Citologia Oncótica; Histotecnologia Clínica; Anatomia Patológica; Virologia; Imunolo-
gia; Microbiologia; Parasitologia; Fisiologia; Psicobiologia; Farmacologia, Toxicologia; Repro-
dução Assistida; Embriologia; Genética; Sanitarista e Saúde Pública;
• Reconhecer as habilidades necessárias para exercer a função de perito criminal;
• Aprender quais são as atividades do biomédico na Bioindústria e Bioempresa; além de
ações no meio ambiente, segurança do trabalho, saúde ocupacional e responsabilidade social.
• Definir o objetivo da residência multiprofissional para o biomédico.
capítulo 5 • 86
Inovações nas habilitações da Biomedicina
Biomedicina estética
capítulo 5 • 87
Na eletroterapia, está apto para aplicação de correntes elétricas (todas);
radiofrequência; ultracavitação e ultrassom dissipado e focalizado – HIFU.
Além disso, esse profissional é preparado para a realização de anamnese corporal
e facial; análise das disfunções estéticas (dermatofisiológicas); classificação da pele;
classificação da síndrome de desarmonia corporal, com isso, definindo a estratégia
do tratamento estético a ser realizado.
Para compor a avaliação, o biomédico esteticista pode realizar exames rápidos
para realização de triagem e de análises clínicas metabólicas.
É de sua competência a de prescrição e receita de substâncias e medicamentos
de fins estéticos e a responsabilidade estabelecimentos que executam atividades
de fins estéticos, como exemplo o treinamento estético e a supervisão do
treinamento estético.
Para conhecer melhor as atividades do biomédico esteticista, acesse a Sociedade
Brasileira de Biomedicina Estética.
Perfusão
Nos últimos anos, o interesse pela perfusão tem crescido muito, pelo
dinamismo dessa atividade nas equipes multiprofissionais e o crescente respeito ao
biomédico. Para conhecer mais sobre a habilitação, acesse a Sociedade Brasileira
de Circulação Extracorpórea.
capítulo 5 • 88
Figura 5.2 – O biomédico perfusionista opera máquinas que devem mimetizar
a circulação e o papel do coração durante as cirurgias cardíacas.
Citologia oncótica
Histotecnologia clínica
capítulo 5 • 89
a regulamentação. É dele a responsabilidade de preparar as amostras (fragmento
de tecido humano na biópsia); realizar a análise macroscópica.
Também nessa habilitação, é de sua competência o conhecimento das técnicas
imuno-histoquímica, citoquímica e molecular para análise histológica e preparação
do respectivo laudo. A resolução que serve de base para essa habilitação é a de n.
239, de 29 de maio de 2014.
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Muito procurada nos últimos anos, costumamos dizer que essa habilitação
não se assemelha em nada a séries na televisão. Com muito trabalho árduo,
fazendo parte de um grande quebra-cabeça, o biomédico que atua na perícia
criminal deve ser um estudioso das disciplinas de Biologia Molecular, Genética e
Toxicologia Forense. Muitos cursos livres podem ser encontrados, mas somente
com a pós-graduação você poderá comprovar a sua especialidade no concurso
público
Dessa forma, o biomédico perito criminal utiliza técnicas específicas para dar
veracidade aos fatos, como a reação em cadeia da polimerase e sequenciamento de
genes. Além de biomédico criminal, o biomédico perito pode ser ambiental.
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Figura 5.4 – Na perícia técnica de ampliação de DNA, para verificar a correlação entre o
suspeito e a vítima, as análises são realizadas em aparelhos denominados termocicladores.
Toxicologia
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Reprodução humana
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Na resolução de n. 78, de 29 de abril de 2002, ficaram definidas pelo CFBM
as atribuições do biomédico na reprodução humana assistida. São elas:
• Diagnóstico genético pré-implantatório (DGPI)
• Identificação e classificação oocitária
• Processamento seminal
• Espermograma
• Criopreservação seminal
• Criopreservação embrionária
• Biópsia embrionária
CONEXÃO
Ao biomédico, é permitido realizar a técnica de Hatching para auxílio na fertilização.
Para acompanhar, acesse o vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-
g2L4udh4Qgw>. Acesso em: jul. 2019.
Genética
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CONEXÃO
Hoje, os estudos com terapia gênica e a edição de genes utilizando o sistema CRISPR
Cas 9 têm revolucionado o conceito de diagnóstico. Para saber mais assista ao vídeo
legendado, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4YKFw2KZA5>. Acesso
em: jul. 2019.
Sanitarista
capítulo 5 • 94
Saúde pública
Fisiologia
Bioquímica
capítulo 5 • 95
Na parte prática o biomédico deve:
• Realizar exames laboratoriais relacionados à área e emitir os laudos.
Virologia
CONEXÃO
Para conhecer um pouco mais sobre os vírus e quais são as doenças emergen-
tes provocadas pelos vírus, acesse o site da Sociedade Brasileira de Virologia. - <ht-
tps://sbv.org.br/sbv/>
capítulo 5 • 96
Imunologia
CONEXÃO
Veja as áreas e pesquisas dentro da imunologia disponível em: <http://sbi.org.br/>.
Acesso em: jul. 2019.
Microbiologia
capítulo 5 • 97
Microbiologia é o estudo de eucariontes unicelulares e procariontes, como as
bactérias, os fungos e os vírus. Especialmente em relação às bactérias percebemos
cada vez mais o avanço do número de espécies resistentes aos principais antibió-
ticos. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde lançou uma lista com 12
bactérias mais perigosas para a saúde, muitas presentes no ambiente hospitalar e
que necessitam urgentemente de novos antibióticos6.
O profissional habilitado em Microbiologia utiliza métodos de Bioquímica e
Genética, além de uma base sólida em Patologia.
Compete ao biomédico:
• Atuar na identificação, na classificação e no cultivo de micro-organismos.
• Atuar no desenvolvimento de novas metodologias técnico-científicas;
• Realizar exames laboratoriais específicos e emitir os laudos
CONEXÃO
Conheça um pouco mais sobre a Microbiologia do site disponível em:
<http://sbmicrobiologia.org.br/>. Acesso em: jul. 2019. sobre as superbactérias.
Parasitologia
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Para a Parasitologia, é necessária uma boa formação em técnicas em Biologia
Celular, Bioinformática, Bioquímica, Biologia Molecular, Imunologia, Genética,
Evolução e Ecologia.
Compete ao biomédico:
• Realizar exames laboratoriais específicos e emitir laudos.
• Atuar em programas de educação em saúde e saneamento.
• Atuar em estudos epidemiológicos, pesquisa de novas terapias e vacinas.
CONEXÃO
Veja nos sites a seguio quais são as doenças negligenciadas do Brasil, disponíveis em:
<http://www.parasitologia.org.br/> e <http://memorias.ioc.fiocruz.br/>. Acesso em: jul.
2019.
Psicobiologia
CONEXÃO
Conheça um pouco mais sobre a biomedicina nesse site disponível em:
<http://www.biomedicinabrasil.com/2015/05/biomedicina-e-psicobiologia.html>.
Acesso em: jul. 2019.
Veja também os programas de pós-graduação em psicobiologia na Unifesp e também
na USP.
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Farmacologia
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Gerencia projetos, coordena equipes e participa de auditorias e capacita comuni-
dades e trabalhadores por meio de programas.
Por último, terminamos essa apresentação da Biomedicina com a Residência
Multiprofissional – lei n. 11.129 de 2005. Orientadas pelos princípios e
diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), essas residências espalhadas em
hospitais estaduais e federais pelo Brasil, atuam de acordo com as necessidades e as
realidades locais e regionais, e isso é muito importante para atender as necessidades
socioepidemiológicas da população brasileira. De grande valor é a participação do
biomédico nessas demandas multiprofissionais.
A residência confere um valor de custo ao aluno e o curso tem dois anos com
carga horária de 5.760 horas. O aluno participará de 80% da carga horária com
atividades práticas e 20% com atividades teóricas
Pós-graduação
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De acordo com a classificação das notas de provas, o aluno tem mais chance de
conseguir uma bolsa de estudos financiada pela CAPES ou CNPq e deve-se dedicar
integralmente a ela. Tanto no mestrado como no doutorado, o aluno deve cursar as
disciplinas oferecidas pela pós-graduação e assim realizar uma prova de qualificação
(doutorado) para iniciar a escrita do seu trabalho. Tanto a dissertação de mestrado
como a tese de doutorado são avaliadas por uma banca de doutores para obtenção
do título de mestre ou doutor na área escolhida. Existe ainda a possibilidade de um
estágio de pós-doutoramento no Brasil ou no exterior, permitindo ao profissional a
possibilidade de se dedicar a algum projeto científico com colaboradores.
O mestrado profissionalizante é um dos tipos de pós-graduação “strictu sensu”
que fornece aplicação ao mestrado, geralmente cursado por profissionais da área
que desejam aprofundar os seus conhecimentos, mas as condições são praticamen-
te as mesmas: frequentar aulas que somam um valor de créditos de horas/aula e
apresentar uma dissertação em forma de projeto com aplicabilidade profissional.
ATIVIDADES
01. Como toda habilitação, a escolha envolve afinidades por determinados conhecimento,
e a necessária dedicação a estudos em algumas disciplinas. No caso da Biologia Molecular,
quais são as bases para a formação desse profissional?
02. Qual a condição prioritária para que o biomédico possa ser responsável técnico em uma
empresa?
04. Para a habilitação em Imaginologia, o biomédico deve estar familiarizado com a aquisição
e o armazenamento de imagens, atuando dessa forma na área de informática médica.
Quais seriam os exemplos de sistemas de obtenção e compartilhamento de imagens que a
informática médica pode dispor?
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06. O biomédico pode realizar transfusão de sangue?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Sociedade Brasileira de Biomedicina Estética, disponível em: <https://sbbme.org.br/biomedico-
esteta/>. Acesso em: jul. 2019.
Sociedade Brasileira de Circulação Extracorpórea, disponível em: <http://www.sbcec.com.br>.
Acesso em: jul. 2019
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro,,disponível
em: <http://www.biof.ufrj.br/>. Acesso em: jul. 2019.
Departamento de Fisiologia da Universidade São Paulo, disponível em: <https://fisiologia.icb.
usp.br/>. Acesso em: jul. 2019.
Sociedade Brasileira de Virologia, disponível em: <www.sbv.org.br>. Acesso em: jul. 2019.
Organização Mundial de Saúde lista superbactérias, disponível em: <https://www.paho.org/bra/
index.php?option=com_content&view=article&id=5357:oms-publica-lista-de-bacterias-para-as-quais-se-
necessitam-novos-antibioticos-urgentemente&Itemid=812>. Acesso em: jul. 2019.
Universidade Federal do Estado de São Paulo (UnifesP), disponível em: <http://www.
psicobiologia.sites.unifesp.br/pt-br/disciplinas/psico-disci-ofer>. Acesso em: jul. 2019.
Universidade do Estado de São Paulo (USP), disponível e : <http://sites.usp.br/pgpsicobiologia/pb/>.
Acesso em: jul. 2019.
GABARITO
Capítulo 1
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Dessa maneira, são áreas de atuação especializadas no desenvolvimento tecnológico e nas
inovações, para melhorias no diagnóstico, no tratamento e nas vacinas que visam, no futuro,
a melhorias na saúde humana.
Capítulo 2
01. Sim, o Conselho Federal determina que o profissional que declarar possuir títulos que
não possam ser comprovados será multado ou repreendido pelo CFBM.
02. Ter a infração consequências para a atividade profissional, a pessoa humana, a saúde
coletiva ou a categoria profissional biomédica e a acumulação de infrações, sempre que duas
ou mais sejam cometidas no mesmo momento.
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Capítulo 3
02. Atenção à saúde, tomada de decisões com base em evidências científicas, capacidade
de comunicação, liderança, administração e gerenciamento e educação permanente.
04. O estágio não curricular pode, e deve agregar conhecimentos ao aluno durante a sua
graduação, sendo preferencialmente realizado após a conclusão de disciplinas básicas do
curso. O estágio curricular é uma etapa para a conclusão do curso, realizado em um local
que ofereça condições práticas na habilitação de interesse do aluno. O estágio curricular
deve ter no mínimo 500 horas de atividades práticas e resultará na produção do Trabalho de
Conclusão do Curso (TCC).
05. A prova do Enade avalia a instituição a partir da aplicação de uma prova, contendo os
conhecimentos exigidos para o recém-profissional ingressar no mercado de trabalho. Ao
realizar uma boa prova, o aluno egresso contribui para a avaliação positiva da instituição, dessa
forma, endossa a qualidade de sua formação e da instituição responsável pela formação.
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06. Ciências Exatas: Química, Física e Estatística. Biológicas e da Saúde: células, tecidos,
órgãos e sistemas. Humanas e Sociais: dimensões da relação indivíduo e sociedade. Biome-
dicina: saúde, doença e meio ambiente.
Capítulo 4
02. Para ser responsável técnico em uma empresa, a mesma deve estar registrada no
Conselho Regional de Biomedicina. Além disso, deve haver a compatibilidade da atuação
profissional do biomédico e a área de atuação da empresa.
04. O biomédico deve apresentar habilidade para entender os sistemas HIS (Hospital
Information System) ou Sistema de Informação Hospitalar, RIS (Radiology Information
System) ou Sistema de Informação Radiológica e PACS (Picture Archiving in Communication
System) ou Sistema de Arquivos de Imagens.
07. Bromatologia
08. O biomédico pode realizar a punção arterial, no entanto, é proibida a coleta de materiais
para biópsia, coleta de líquido céfalo-raquidiano (líquor) ou punção para obtenção de
líquidos cavitários.
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Capítulo 5
02. Para ser responsável técnico em uma empresa, a mesma deve estar registrada no
Conselho Regional de Biomedicina. Além disso, deve haver a compatibilidade da atuação
profissional do biomédico e a área de atuação da empresa.
04. O biomédico deve apresentar habilidade para entender os sistemas HIS (Hospital
Information System) ou Sistema de Informação Hospitalar, RIS (Radiology Information
System) ou Sistema de Informação Radiológica e PACS (Picture Archiving in Communication
System) ou Sistema de Arquivos de Imagens.
07. Bromatologia
08. O biomédico pode realizar a punção arterial, no entanto, é proibida a coleta de materiais
para biópsia, coleta de líquido céfalo-raquidiano (líquor) ou punção para obtenção de
líquidos cavitários.
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