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MICROBIOLOGIA

Leticia Costa Leite


SÃO CAMILO  Grupo G
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Sumário

Informações sobre presença nas aulas:....................4


Leitura recomendada:..............................................4
Aula 1: introdução à virologia – propriedades gerais do vírus 4
O que são os vírus?..................................................4
A estrutura dos vírus:...............................................5
Partícula viral completa = vírion.............................6
AULA 2: continuação da introdução à virologia.........7
 Resistência dos vírus envelopados e não envelopados no meio ambiente: 7
 Mecanismos extra de brotamento de membranas internas 7
Propriedades do envelope dos vírus encapsulados:..7
 Espículas:.....................................................7
Distinção de vírus e vírion.......................................8
Características do não metabolismo do vírus...........8
Estrutura do vírus....................................................9
Simetrias:.............................................................9
Classificação dos vírus..........................................10
Tipos de infecções:................................................10
A classificação de Baltimore:................................11
Aula 3: estratégias de replicação:..............................12
2 principais formas de replicação:.........................12
Ciclo lítico:............................................................12
Ciclo lisogênico:....................................................13
Aula 4: micologia médica..........................................14
introdução:.............................................................14
Estrutura fúngica:..................................................14
Nutrição, crescimento e metabolismo:...................15
 Nutrição:....................................................15
 Morfologia dos fungos:..............................15
Sistema reprodutivo: esporos.................................16
Estruturas de resistência:.......................................17
Leveduras:.............................................................18
 Reprodução:...............................................18
 Fungos dimórficos:....................................19
Por que é interessante médico saber sobre fungos?19
Aula 5: classificação das enfermidades causadas por fungos 22
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1. Micose superficial..........................................22
2. Micoses profundas:........................................23
Aula 6: BACTÉRIAS..................................................0
Características estruturais e morfológicas de microrganismos:0
Árvore da vida 1977:...............................................0
Classificação:...........................................................1
Procariotos vs. Eucariotos.......................................1
A célula procariota..................................................2
Arqueobatérias:.......................................................2
Aula 7: Eubactérias:....................................................3
Características celulares:.........................................3
Morfologia das bactérias:........................................3
A importância de se conhecer a forma da bactéria:..4
Caso:....................................................................4
Dicas na identificação de estruturas ao microscópio: 4
Amostra de líquor:...............................................5
Amostra de sangue:.............................................5
Arranjos bacterianos:...............................................5
Cada morfologia e seus arranjos:.........................6
Hora de treinar o olho..............................................6
Estrutura da célula procariota:.................................7
o Classificação de acordo com a posição do flagelo: 8
Exercício da coloração de Gram:.........................9
Aula 8: Continuação: parede celular das bactérias – aula presencial 10
Introdução:............................................................10
Características celulares:.......................................11
 Diferenciando a parede celular da bactéria GRAM negativa da positiva: 11
Características da parede celular – comparação entre a positiva e negativa a partir da análise de imagens. 12
Espessura entre bactérias gram negativas e positivas: 12
Camada interna da membrana plasmática não faz parte da parede celular de uma bactéria: 12
A membrana externa das bactérias – e + e os PAMPs: 12
Estrutura dos peptídeos glicanos e suas ligações químicas: 12
Conformação das bactérias:...............................13
Outro tipo de parede celular: Bacilos álcool ácido resistentes (BAAR) 14
Lâminas das micobactérias na coloração de gram:15
Coloração de Ziehl Neelsen das micobactérias:.15
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CASOS DE EXEMPLO:.......................................16
Membrana plasmática bacteriana:..............................16
Citoplasma:................................................................16
 Ribossomos:..................................................17
 Inclusões citoplasmáticas:..............................17
 Endósporo:.....................................................17
Informações importantes sobre a genética bacteriana:18
Principal mecanismo de variabilidade genética bacteriana: 18
Mecanismos de recombinação genética:................19
Aula 9: mecanismos de ação de antimicrobianos.......20
Introdução:............................................................20
Antibiótico vs. Antimicrobiano:............................20
 Caso:..........................................................21
Bactericida vs. Bacteriostático:..............................21
 Caso:..........................................................22
 Caso 2:.......................................................22
Espectro de ação dos antimicrobianos:..................22
Toxicidade seletiva:...............................................23
1. Antibióticos que atuam na parede celular:. 23
 Penicilina:..................................................23
 Cefalosporina:............................................24
Grupo dos medicamentos lactâmicos e os não beta lactâmicos: 25
Evolução dos beta-lactâmicos e Beta-lactamases:. 25
 Glicopeptídicos:.........................................25
 Polipeptídico:.............................................25
Medicamentos que atuam na membrana plasmática:25
Mecanismos que afetam a síntese proteica:...........26
Medicamentos que inibem a síntese dos ácidos nucleicos: 27
 Quilononas:................................................27
 Inibidoras das RNA polimerases:...............27
Medicamentos que atuam na síntese de compostos essenciais:27
EXTRA: Bacilos Gram-negativos fermentadores de glicose 28
Características dos fermentadores de glicose:........28
Importância clínica:...............................................28
EXTRA: Bacilos gram-negativos não fermentadores de glicose: 28
Aula 10: o que significa uma bactéria resistente e seus fenótipos – MECANISMOS DE RESISTÊNCIA:29
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Introdução:............................................................29
Mecanismos de resistência bacteriana aos antimicrobianos: 29
1. Alteração dos alvos:...................................29
2. Alterações na permeabilidade da membrana plasmática: 30
3. Inativação da droga:...................................30
4. Mecanismos de resistência às sulfas (alteração da via metabólica de ácido fólico): 31
5. Bombeamento para o meio ou sistema de efluxo: 31
Aula 11: bacteriologia clínica....................................31
Antibiograma:........................................................31
Cultura de vigilância:.............................................32
 Como identificar pacientes colonizados por patógenos resistentes: 32
Bactérias de interesse médico:...............................32
1- Cocos gram-positivos:...............................32
Aula 12: continuação das enterobactérias..................42
Salmonella:............................................................42
Patogênese da Salmonella:.................................43
Salmonella enteritidis:.......................................43
Salmonella spp. Que causam gastroenterites:....43
Aula 13: não fermentadores de glicose......................44
Introdução:............................................................44
Família pseudomonadaceae:..............................44
Aula: Doenças clínicas..............................................46
1. Família Neisseriaceae:...............................47
1- Neisseria meningitidis:..................................47
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS MENINGITES: 49
Prevenção e tratamento por N. meningitidis:.....49
2- N. gonorrhoeae:.............................................49
Patogenicidade:..................................................50
Aula: Gênero Bordetella:...........................................50
Introdução:............................................................50
Características:......................................................50
Algumas espécies:.................................................50
Fatores de virulência:.............................................51
Coqueluche:...........................................................51
 Transmissão:..............................................51
 Patologia:...................................................51
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 Manifestações clínicas...............................51
 Surto em 2010 - 2014:...............................52
 Em 2020:...................................................52
 Diagnóstico clínico:...................................52
 Tratamento:................................................52
 Prevenção:.................................................52
Aula prática: antibiograma........................................53
BrCAST e diretrizes:.............................................53
Material de laboratório:.........................................53
Passo a passo:........................................................53
Análise da turma A:...............................................54
Aula teorica: bactéria e sua resistência no antibiograma 54
Categorização dos isolados bacteriana:..............54
Teste de disco-difusão (DD):.............................54
Aula: micobactérias...................................................55
Características:......................................................55
MNT = Micobactérias não tuberculosis:................55
Diagnóstico das micobactérias:.............................59
Tratamento:...........................................................60
Perfil de resistência da M. tuberculosis:................60
Estratégias contra infecções:..................................60

Informações sobre presença nas aulas:


Chamada no início da aula + lista de presença do
Teams.

Leitura recomendada:
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Aula 1: introdução à virologia – Clínica: Os quadros/sintomas comuns, como


diarreia, dor de barriga, coriza, geralmente estão
propriedades gerais do vírus associados às viroses e na maioria dos casos você
Dia 03/08/2021 trata os sintomas e não o agente causador dos
sintomas.
O que são os vírus?
O conceito de vírus ainda é algo a ser definido porque
várias dúvidas são levantadas, como por exemplo, se
eles são ou não seres vivos devido às suas
características estruturais e funcionais. De uma forma
geral, a definição dele está mais associado com o
conceito de partícula do que com o conceito de micro-
organismo. Esse ponto de vista pode ser defendido a
partir do conceito de quem nem tudo que apresenta
material genético pode ser considerado um ser vivo,
como por exemplo o fio de cabelo. Mas vale lembrar
que a estrutura viral é muito simples.

Os vírus são incapazes de se reproduzirem fora de uma


célula, ou seja, eles são parasitas obrigatórios, tendo
seu ciclo de replicação exclusivamente intracelular.
A maioria dos vírus não podem ser vistos no
microscópio ótico, pois estão na casa dos
nanômetros. Porém, atualmente, descobriram vírus
visíveis no microscópio ótico, conhecidos como vírus
gigantes que infectam protozoários (amebas) e não
infectam o ser humano.

Depois que descobriram essa nova classificação, eles


descobriram também os virófagos – vírus que se
alimenta de outro vírus – denominados vírus satélites,
que são replicados a partir dos vírus gigantes.
SANTOS. N. S. O. virologia humana. 2ª edição,
disponível em Minha Biblioteca: Virologia Humana, 3ª
edição.

Observação: Os príons são proteínas que podem


afetar tanto os animais quanto os humanos, tendo a
capacidade de se reproduzir, sem material genético.
O contágio da doença priônica afeta sobretudo o
sistema nervoso, causando a diminuição da
aprendizagem, confusão, entre outros sintomas
semelhantes a doenças mentais associadas ao
envelhecimento. São várias, ainda que raras, as
doenças priônicas que afetam o ser humano, como a
doença de Kuru.

O tamanho da partícula viral é de cerca de 10nm,


sendo considerado menor que uma célula vermelha e
que um linfócito, que variam de 6 a 9 micrômetros.
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A estrutura dos vírus:

Os vírus são acelulares porque não possuem


estrutura de células e não porque não possui célula.

A nomenclatura e definições podem ser encontradas


em: SANTOS. N. S. O. virologia humana. 2ª edição,
disponível em Minha Biblioteca: Virologia Humana, 3ª
edição. Página 27

O material genético de cada vírus pode ser tanto o


RNA quanto o DNA.
Monômeros
proteicos=
capsômeros

Diferenças entre o vírus e a célula eucariota:

Sem carioteca Com carioteca

Apresenta menos Apresentam mais


organelas celulares organelas celulares

Apresenta o capsídeo, A membrana plasmática


estrutura proteica é lipoproteica com O capsídeo dos vírus são formados por capsômeros
importante para a bicamada lipídica em (monômeros proteicos), sendo assim errado chamar
estruturação e mosaico fluido, com esse envoltório de cápsula. Ele apresenta uma estrutura
organização do vírus seleção ativa das organizada sendo comandada pela forma que as
substâncias proteínas se organizam. Eles são obrigatoriamente
formados por proteína a fim de proteger o material
Apesar de não apresentar carioteca, assim como as genético (genoma) que se encontra ao seu interior.
células procariotas, a estrutura viral não é
desorganizada.
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Além disso ele também é um produto que pode ser não necessariamente, mas também possível, por um
feito através da produção de material genético. envoltório) é de carrear o genoma viral para dentro da
célula a fim de que seja replicado e amplificado.
Quanto maior o genoma, maior a quantidade de (SANTOS. N. S. O. virologia humana. 2ª edição,
proteínas codificadas por ela. SANTOS. N. S. O. disponível em Minha Biblioteca: Virologia Humana, 3ª
virologia humana. 2ª edição, disponível em Minha edição.
Biblioteca: Virologia Humana, 3ª edição.
Mas por que será que eles tiram as proteínas da
O material genético será transcrito em caso do DNA e célula parasitada e inserem suas próprias
traduzido no caso do RNA para a formação de proteínas?
proteína.
PRÓXIMA AULA
Observação: nem todos os vírus apresentam o Palpite: talvez ele já tenha uma estrutura proteica que
envelope. O envelope é lipoproteico, sendo a proteína provavelmente esteja despercebida pelo sistema
sintetizada pela célula a partir de uma informação que imunológico do organismo, evitando sua dizimação.
estava contida no vírus na própria membrana
plasmática da célula (visto na imagem em 1) e o
conteúdo lipídico provém da célula parasitada.
AULA 2: continuação da introdução
à virologia
10 de agosto de 2021

Mas por que será que eles tiram as proteínas da


célula parasitada e inserem suas próprias proteínas
no envelope (nos vírus envelopados) e nos capsídeos
(vírus não envelopados)?

Essas proteínas virais do envelope são de extrema


importância, uma vez que eles são responsáveis para
identificar os receptores nas próximas células – a
associação feita é de que os receptores da próxima
célula hospedeira são as fechaduras, e as proteínas
virais são as chaves.
O vírus é montado conforme a figura acima.
Se o sistema imune for mais rápido em identificar
essas células, dificilmente o indivíduo ficará doente.
Partícula viral completa = vírion
Porém, caso o vírus consiga se alastrar, a doença
poderá se manifestar.

A camuflagem dos vírus nunca deve ser comparada


entre os vírus envelopados e os não envelopados, e
sim pela variabilidade dos vírus entre os vírus
encapsulados e entre os não encapsulados e não
entre essas duas categorias entre si.

A função básica do vírion (composta por uma


molécula de ácido nucleico circundado pelo capsídeo e
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 Espículas:
São glicoproteínas ligantes a receptores das
 Resistência dos vírus envelopados e células do hospedeiro. Exemplo: a proteína S
não envelopados no meio ambiente: do SARS-COV é utilizada nas vacinas porque
Os vírus não envelopados são muito mais ela é uma espícula que desencadeia uma
resistentes no ambiente do que os envelopados. O resposta imunológica ativa de memória.
SARS-COV é um vírus envelopado, permanecendo
num período muito menor do que os vírus não
envelopados. O mesmo exemplo pode ser utilizado de
tal forma que os envelopados são mais frágeis porque
o rompimento da estrutura lipídica do envelope é mais
fácil pelo uso de álcool e sabonete.

 Mecanismos extra de brotamento de


membranas internas
Vale ressaltar que um mecanismo
desenvolvido pelos vírus é o brotamento Distinção de vírus e vírion
dentro de membranas internas, como do
complexo do golgiense. Assim, ele consegue
se camuflar de uma forma mais efetiva.

Propriedades do envelope dos vírus


encapsulados:

Devido à progênese viral, alguns se tornam partículas


que não são capazes de infectar outras células.
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Características do não metabolismo do vírus


O processo em que o DNA dá origem a outro DNA é
replicação.

Esse processo era conhecido como dogma porque tinha


que qualquer serviço era capaz de fazer esse
processamento. Porém, os vírus quebraram esse
dogma porque eles há vírus que quebram essa
sequência. Um exemplo é que o HIV consegue fazer
o DNA a partir do RNA através da transcriptase
reversa.

Vale, portanto, ressaltarmos que o vírus não


apresenta um sistema enzimático próprio, mas
utilizam do metabolismo da célula para a síntese Estrutura do vírus
dela. Vale ressaltar algumas exceções: vírus que
apresentam transcriptase reversa pronta no
capsídeo porque ele precisa dessa enzima para a
sua propagação – HIV. Outro exemplo são os vírus
que conseguem produzir RNA a partir de outro
RNA – SARS-COV2. O mesmo exemplo pode ser
utilizado para a explicação dessa frase, uma vez que o
vírus da HIV por possuir a enzima transcriptase
reversa. Vale lembrar que algumas enzimas devem ser
levadas para a próxima célula para que o processo se
instale. Simetrias:

O vírus também é capaz de sintetizar o RNA a partir


de outro RNA (RNA polimerases).

Vírus do ebola e do mosaico do tabaco apresentam


disposição helicoidal, sendo que a estrutura do
capsídeo do último se assemelha bastante a um tubo.

Os vírus helicoidais não conseguem fazer partículas


vazias.
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Partículas vazias: são as estruturas virais (somente o


capsídeo ou somente o envelope) que não possuem
material genético dentro. O objetivo dessa produção
de estruturas virais sem o genoma é de confundir o
sistema imunológico, de tal forma que ele camufla,
desvia a atenção do SI da replicação do vírus na
célula e o SI vai atrás das partículas vazias, dessa
forma, os vírions conseguem se multiplicar
tranquilamente. Ela não apresenta capacidade
Nessa simetria, não há a presença de nenhuma das
infecciosa. Os vírus da hepatite B produz mais
formas anteriores uniformemente.
partícula vazia do que cheia.

Simetria icosaédria ou cúbica:

Classificação dos vírus


 De acordo com o hospedeiro

 De acordo com o tipo do ácido nucleico

 Se tem ou não envelope

 Polaridade do RNA:

o Positiva: quando seu RNA é colocado dentro


É o tipo de simetria mais comum. Exemplo: a vacina
da célula, esse RNA já está no sentido próprio
do COVID apresenta um vírus com essa estruturação.
de leitura, ou seja, o 5’3’ já será traduzido de
tal forma que o ribossomo já consegue
acoplar e fazer a tradução para a proteína.

o Negativa: o RNA está no sentido inverso de


leitura, uma vez que o ribossomo não
consegue fazer a tradução. Por isso, o vírus
tem que entrar na célula carregando a
transcriptase viral pronta, cuja finalidade é
inverter a fita de RNA, para que o ribossomo
consiga traduzir a proteína.

Devemos lembrar, dessa forma, que os vírus são


Simetria complexa: indivíduos diversos!!!
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Infecção persistente latente: O reaparecimento dos


sinais e sintomas se dão quando geralmente há uma
alteração no sistema imunológico, de tal forma que há
a morte de células e o hospedeiro sempre apresentará o
vírus, mas nem sempre apresentará os sintomas.
Exemplo: herpes. Por outro lado, há organismos cujo
SI consegue fazer o clearence viral e se livrar da
partícula viral.

A classificação de Baltimore:
Tipos de infecções:
É a classificação que se dá a partir do tipo de
replicação do vírus. Geralmente os de RNA acontece
o citoplasma e geralmente os de DNA acontecem no
núcleo. Atentar-se que a síntese proteica acontece
unicamente no citoplasma, pois é onde estão
localizados os ribossomos.

Infecção aguda: geralmente quando o hospedeiro


desenvolve resistência (memória imunológica) ao O modo como o vírus chega ao RNA, o classifica no
agente etiológico após a infecção. sistema de Baltimore.
Infecção persistente crônica: o hospedeiro continua Os vírus que contém DNA têm a tendência de
contaminado após a infecção. seguirem ao núcleo pois lá tem as enzimas tanto para a
tradução quanto para a replicação.
Infecção persistente lenta: a progressão da infecção
acontece inicialmente de forma rápida, mas Classe I: vírus de DNA dupla fita que vai ao núcleo.
posteriormente de forma lenta e gradual. Seu material se integra no material genético. Ele só
replicado quando a célula entra em mitose, mas só gera
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progênese quando o sistema imunológico diminui sua


atividade. Exemplo: Herpes. O vírus da varíola é o
único dessa classificação que se replica no
citoplasma.

Classe IV: se trata de um RNA fita simples de


polaridade positiva, o qual serve de molde para uma
fita negativa
completar, que será transcrita novamente em RNA
genômico por meio da polimerase viral. Ele não
carrega a transcriptase viral, portanto, já começa a
fazer a sua replicação.

Classe V: RNA fita simples de polaridade negativa,


dessa forma, carrega pronta a enzima transcriptase
viral.
imagem: liberação doo envelope na membrana celular
Classe VI: é um RNA de fita simples e polaridade
e liberação do material genético no núcleo – o que é
positiva, com o HIV, semelhante a um de classe IV.
característico, mas não único, do vírus dos herpes.
Porém, sua funcionalidade não o mecanismo de classe
As infecções agudas se dão pelos vírus que infecta o 4. Então, ele é de fita simples e polaridade positiva e
organismo de uma forma muito, mas os indivíduos ao invés de ter uma transcriptase viral tem uma
conseguem se livrar dele e desenvolver uma transcriptase reversa fazendo a cópia de DNA a
resistência, se mantendo a resposta imunológica. partir da fita de RNA. Dessa forma, ele vira DNA
dupla fita, segue para o núcleo.
Classe II: possuem apenas uma fita de DNA cujo
objetivo é garantir a enzima DNA polimerase para Classe VII: exemplo: vírus da hepatite B. São vírus
fazer a fita DNA complementar. Dessa forma, segue ao DNA dupla fita que carregam uma transcriptase
núcleo devido ao perigo do mecanismo de destruição reversa. Eles vão produzindo RNA como se fosse uma
da célula quando há material genético no citoplasma, célula normal. Esse RNA formado será traduzido para
passando a ser um vírus de DNA dupla, sendo um a do fazer proteína. Porém, o mesmo que pode ser
vírus e a outra sintetizada. traduzido, ele pode ser invertido em DNA.

Classe III: são os vírus RNA dupla fita. Uma de suas


fitas está no sentido 3’5’ e o outro 5’3’. O material
genético de polaridade positiva e negativa são
expostos, os quais começam a replicar o mais rápido
possível no citoplasma, uma vez que há facilidade de
ser RNA, porque ele já irá ser reconhecido pelo
ribossomo. A de polaridade positiva pode ser
automaticamente traduzida – segue para ser traduzida
pelo ribossomo. Porém, o vírus leva a enzima pronta
para reverter o RNA negativo para o positivo na sua Aula 3: estratégias de replicação:
forma complementar. Essa enzima transcriptase viral Relembrando aulas anteriores...
pronta ainda inverte a fita positiva fazendo seu molde
O ácido nucleico pode ser sintetizado no núcleo ou no
negativo, para se tornar o molde da fita positiva. Dessa
citoplasma da célula infectada.
forma, ela consegue fazer um monte de cópia a fim de
fazer a progênese - Há dois tipos de vírus quanto ao tipo de genoma:
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Vírus de DNA: cujo objetivo é alcançar o núcleo da O vírus envelopado também pode entrar por
hospedeira, pois é onde endocitose, formando o endossomo, o qual
seria reconhecido para ser degradado pelo
Vírus RNA: tem objetivo de se multiplicar no lisossomo. O lisossomo libera as enzimas
citoplasma. digestivas dentro da vesícula que ele formou
com o vírus. Há dessa forma a mudança do
Em ambos os tipos de vírus, a síntese proteica é
pH, de tal forma que a membrana do
sempre no citoplasma e da célula infectada.
endossomo se funde com a membrana do
Dose infectante: A doença só acontece quando você lisossomo e o capsídeo acaba por entrar no
entra em contato com uma quantidade suficiente para citoplasma. (3) pode acontecer a translocação
ativar a doença. do material genético, ou seja, não há a entrada
do capsídeo, mas do material genético no
2 principais formas de replicação: citoplasma. (4) há a entrada do vírus não
envelopado.

3. Desnudamento:
Proteases: são
realizado pelas proteases. enzimas presentes
no citoplasma que
4. Síntese do ácido tem por objetivo
“digerir” proteínas
nucleico e das proteínas – mecanismo de
proteção.
5. Montagem: há a
organização do material
viral. As proteínas do

6. Liberação: etapa do brotamento – guia vai ser


guiado no local da membrana que
Ciclo lítico: de “lise”, é o processo em que há o posteriormente houve o direcionamento das
rompimento da célula e liberação das replicações do espículas na membrana plasmática. O processo
vírus. Nesse tipo de processo, pela liberação dos vírus, de maturação acontece em alguns vírus, com o
há expressão dos sinais e sintomas das doenças. objetivo de clivar algumas proteínas e/ou
melhora nelas, a fim de que eles sejam capazes
Ciclo lisogênico: processo em que há a multiplicação
de infectar as demais células.
da célula e assim há a replicação do vírus. Nesse tipo
de processo de replicação é improvável a expressão
dos sinais e sintomas.

Ciclo lítico:
1. Adsorção: etapa em que o vírus está
adsorvido nos receptores celulares. A célula
susceptível é aquela que tem o receptor que o
vírus se liga. Essa é a fase que mais se indica
para evitar uma infecção. Exemplo: o
maraviroc (PA=celcentre) é um medicamento
No final desses processos, há a lise da célula, uma
que inibe a adsorção de um tipo de vírus
vez que a célula não suporta mais a qtde de vírus.
antirretroviral do HIV.

2. Penetração: ela pode acontecer de três formas


diferentes. (1) O vírus envelopado pode entrar
na célula por um processo chamado de fusão
do envelope com a membrana plasmática. (2)
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Ciclo lisogênico: A micologia médica focará no reino fungi (estudo dos


fungos macro e microscópicos).

O vírus de classe VI realizam tal ciclo. introdução:


Por que um fungo não é classificado como uma
As etapas que não acontecem no ciclo lisogênico: bactéria?
absorção e montagem.
O tamanho dos fungos, comparados às bactérias, são
Toda infecção persistente, subdivididas em 3, trata- dez vezes maiores do que elas.
se de um vírus que realiza ciclo lisogênico.
Eles são eucariotos, ou seja, possuem núcleos
individualizados separados pela carioteca,
diferentemente das bactérias.

Além disso, ele apresenta parede celular rica em


quitina, que também não vemos nas bactérias.

fungo

Bactéria
O vírus pode induzir do ciclo lisogênico ao ciclo lítico,
o que pode causar o aparecimento de sintomas, como Por que eles não são classificados juntos com as
nas infecções persistentes acima. plantas?
Célula permissiva: é a célula que tem tudo que o vírus Eles são aclorofilados, apresentam uma parede
precisa para completar seu ciclo de replicação. celular não de glicose, mas de quitina e armazenam
energia em forma de glicogênio e não amido.

Estrutura fúngica:
 Eucariotas

 Podem possuir apenas um núcleo: leveduras


Aula 4: micologia médica
Dia 17/08/2021 e 24/08/2021
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 Podem conter mais de um núcleo uma temperatura aproximadamente de 30°C


(multinucleados): fungos filamentosos (mesófilos).
Anemófilos: são
 Membrana celular: semelhante às demais células fungos
eucariotas – possui permeabilidade seletiva etc. filamentosos que
importante: apresenta ergosterol, o qual é a estão presentes no
estrutura alvo de muitos antifúngicos. Exemplo: ambiente
anfotericina B, drogas azoicas.
Para que ele
 Parede celular: é rígida, formada por açúcares, ela possa assimilar seus nutrientes, ele precisa de:
ajuda a manter a pressão osmótica. A conformação
dessa parede pode alterar conforme as espécies 1. Enzimas que quebram polímeros e liberam
fúngicas. monômeros, sendo estes absorvidos para o
Fungo demácio é aquele que apresenta melanina seu interior.
na sua parede, facilitando nossa identificação
2. Álcool e ácidos
microscópica.
Fungo hialino: é o que será mais visualizado na 3. Micotoxinas: é um produto de metabolismo
prática clínica. secundário (nem sempre produzido) do
fungo, muito importante para a clínica
 Cápsula polissacarídica: presente em alguns
médica. Eles servem como uma proteção do
fungos.
fungo, agindo como um fator agravante para
Rotina de líquor: solicitação de vários exames na o homem.
clínica com urgência uma vez que o tratamento
 Morfologia dos fungos:
deve ser utilizado imediatamente. Exemplo:
suspeita de meningite. É utilizado o microscópio
ótico para visualizar a estrutura fúngica.

1. Mofos ou fungos filamentosos ou bolor

2. Leveduras

3. Cogumelos

Nutrição, crescimento e metabolismo: 1. Mofos ou fungos filamentosos ou bolores


 Nutrição:
Eles são heterotróficos. Obtém energia pela
ruptura de moléculas orgânicas a partir de
oligoelementos. Eles são aeróbico obrigatórios
ou anaeróbicos facultativos.

O seu habitat é um local com água, luz, pH


entre 1,5 e 11, com o melhor entre 5 e 7, em
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É a maioria dos fungos. Eles formam as hifas. O Eles ainda podem ser divididos em hifas septadas e
conjunto de hifas se chama micélio. O fungo precisa de não septadas, segundo a divisão ou não da parede
um substrato para se desenvolver. A hifa vegetativa em celular:
conjunto formam o micélio vegetativo, que se projeta
para a superfície, formando as hifas aéreas. As últimas
crescem mais, podendo elas se diferenciarem em corpo
de frutificação (micélio reprodutivo).

A maioria das micoses apresentam hifa septada.

Sistema reprodutivo: esporos

A estrutura do fungo é resistente,


lembrando que ela também serve para a
reprodução.

endósporo bacteriano: estrutura de


resistência do sistema reprodutivo dos fungos.

Esporo fúngico: estrutura de reprodução


sexuada ou assexuada = propago e conídio.
Cada fungo apresenta sua morfologia, de tal
A parede celular pode ou não dividir a hifa. forma que cada um tem a sua estrutura de
reprodução, podendo estar fora e dentro. O
impacto de se ter esses conídios já nos
possibilita pensar em alguns gêneros de
fungos. Exemplo: bastoconídios são clássicos
das leveduras.
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Os ascósporos são também estruturas que


Dica: _sporos: são os endógenos, ou seja, que
estão dentro das Hifas.
estão dentro das hifas.
Artroconídio: é uma hifa que se modifica e forma
Exemplo: Hifa septada filamentoso que se
estruturas retangulares, que se desgrudam da hifa e dão
diferenciou em conídio (estrutura que está
origem a outros fungos. Eles são encontrados em
“livre, leve e solta”.
fungos filamentosos e em algumas leveduras. Junto
com eles, pode-se encontrar outras estruturas juntos.
Tipos de fungos filamentosos – associados a maior
parte dos fungos que fazem parte da maioria dos
grupos responsáveis pelos casos clínicos.

O que importa para o médico é saber o que


vem escrito no laudo.

Exemplo 2: hifa hialina cinocítica com presença de


esporangiósporos.
Estruturas de resistência:

O material clínico pode vir pobre, porque


apresenta pouco fungo, mas apresenta extrema As vezes encontramos essas estruturas de resistência
importância. (clamidoconídios e clamidósporos) na amostra clínica.
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Clamidoconídio: espessamento da estrutura


arredondada de parede espessa, com reserva de
glicogênio e normalmente com coloração. A
resistência depende da sua reserva de glicogênio e da
disponibilidade de alimento do meio.

Em meios de cultura há a demora do crescimento, por


exemplo, porque o meio de cultura perda potência,
podendo observar uma estrutura de resistência, como
uma forma de adequação à diminuição do alimento
disponível a ele.

 Reprodução:
São três formas de reprodução assexuada das
leveduras:

Leveduras:

 Divisão binária ou cissiparidade

 Brotamento: evaginação em qualquer ponto da


membrana celular, o núcleo se duplica seguindo
As leveduras são unicelulares, células estas que para a parte segmentada, podendo não ser igual a
cumprem funções vegetativas e reprodutivas. Ele mãe.
apresenta um aspecto cremoso quando analisado.
 Brotamento fissão: ocorre o mesmo processo do
Isolamento de levedura: brotamento, mas a célula originada é idêntica a
mãe.

Observação:

As pseudohifas ou pseudomicélios (conjunto de


pseudohifas) são estruturas que se assemelham às
hifas ou aos micélios, mas na verdade, são frutos
de brotamento que não se desligam das células
mães (leveduras). Isso está relacionado à
Crescimento da levedura:
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patogenicidade das leveduras, uma vez que ele


possibilita a disseminação do próprio indivíduo.

Por que é interessante médico saber sobre


fungos?
1- Porque eles causam doenças.

2- Porque ele curam doenças.

3- Eles produzem alimentos que consumimos.

4- Micorrizas são responsáveis pela vida das


plantas no solo e com alta reprodutividade

Observação 2: as candida albicans são as únicas 5- Eles decompõem a madeira e a matéria


leveduras que conseguem produzir hifas orgânica
verdadeiras.

 Fungos dimórficos: Micotoxinas, aumento do potencial carcinogênico


São fungos que saem de uma forma e vão para etc.
outra. Ele pode sair de micélio (fungo
filamentoso) e vai para levedura.

Essa característica está relacionada à mudança  Micotoxicoses:


de fatores, como mudança de temperatura.
É a intoxicação por toxinas exógenas (secretadas dos
Os paracoccidioides brasiliensis, responsáveis fungos). Em geral acontece pela ingestão de alimentos
por causar um quadro sistêmico, é um exemplo contaminados ou pelo contato.
disso.
 Micetismo:

É a intoxicação por toxinas endógenas dos fungos


(solúveis em água). Você ingere a estrutura inteira do
fungo e com ele as toxinas que ele produziu. Isso se dá
em geral pela ingestão de cogumelos ou chá de
cogumelos.

Potencial carcinogênica: qualquer substância,


combinação ou mistura de substâncias,que causam um
aumento da incidência de neoplasiasbenignas ou
malignas.

Exemplos:
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A investigação por casos de bactérias e vírus devem


acontecer de forma minuciosa. A microscopia ótica é
uma ferramenta importante para a identificação do
agente etiológico (fungo, bactéria e protozoário).

Cândida sp. É um gênero que ocorre naturalmente em


regiões úmidas e quentes do corpo humano (boca,
vagina) e podem se desenvolver em excesso. Esse
gênero é responsável pelo pé de atleta e pela
candidíase oral e por outros quadros clínicos muito
comuns.

 A cândida albicans é uma levedura (tipo de


fungo) que faz parte da nossa microbiota
(mucosa vaginal, intestinal, epitelial),
tratando-se de um fungo endógeno. Por
esse motivo, os quadros clínicos desses
gêneros são mais comuns. O pH ácido
favorece a proliferação.

Os aspergillus sp. São um gênero encontrado


facilmente em folhas mortas e cereais. Ele é
importante porque muitas pessoas são alérgicas. Ele é
perigoso porque pode se desenvolver nos pulmões.
Ele, portanto, pode acarretar pneumonia e levar o
indivíduo à morte.
A candidíase pseudomembranosa ou “sapinho” se dá
na contaminação por esse fungo, pode-se formar a
nos recém-nascidos uma vez que há a colonização por
“bola fúngica” a qual pode acarretar maiores
cândida.
complicações.

Clínica:
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disseminação. A coinfecção existe e os indivíduos


devem ser isolados.

O COVID-19 culminou na facilidade da proliferação


desse gênero, o que coloca em alerta as autoridades e
governos mundiais.
A vulvovaginite irritante apresenta prurido, ardor,
secreção constante, uma vez que os fungos apresentam A cândida Kruseu é resistente às drogas azólicas.
facilidade na proliferação em meio ácido.
Os fungos não apenas causam doenças, mas
também às curam:

A baolonopostite é a infecção por fungos na glande do


pênis que podem se espalhar até o escroto.

Cuidado!

Ambiente hospitalar favorece e proliferação de todos


os fungos, assim como os do gênero cândida sp.

Lembrar da importância dos pseudomicélios para a


invasão tecidual.

Artigo:

Estudo de caso da Candida auris – apresentam difícil


tratamento porque têm alta resistência ao
antifúngico. Ela coloniza rapidamente, diminuindo o
tempo de exposição e assim sendo de rápida
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Elas são facilmente diagnosticadas e tratadas. Elas


também cosméticas e geralmente não causam
desconforto ao hospedeiro.

o Propriamente dita: aquelas localizadas na


epiderme, camada bem externa da pele. O
organismo não apresenta resposta
inflamatória, se acontecer é bem sutil.
Infecções fúngicas da camada córnea ou
cutícula do pelo, em que a resposta imune
celular do hospedeiro é mínima,
imperceptível. Exemplo: Tinea negra, piedra
negra (ectotrix e endotrix), piedra branca,
malassezia furfur (doença da mortadela –
nome dado pela semelhança)

Referênicas e leitura:

Microbiologia. Página 321, disponível na biblioteca.

Aula 5: classificação das


enfermidades causadas por fungos
Dia 24/08/2021

É uma classificação didática recomendada pela o Micoses superficiais cutâneas: conhecidas


ISHAM (Sociedade de Micologia Humana e Animal), como dermatomicoses. fica bem na base da
de acordo com os órgãos e tecidos atingidos. epiderme, ainda considerada superficial. Elas
acometem pele, pelos e unhas. Apresenta
1. Micose superficial respostas inflamatórias. Elas podem ser
As micoses superficiais estão relacionadas as Tineas transmitidas por material contaminado,
(latim do verme ou larva), termo utilizado para animais etc. além de outros locais
relacionar as micoses que geram a micose superficial. reservatórios + favorecimento do próprio
organismo dos fatores. As micoses
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superficiais são causadas por fungos 2. Micoses profundas:


filamentosos dermatófitos, fungos o Subcutânea: estão abaixo da epiderme,
filamentosos não dermatófitos chegando na derme. Elas estão presentes no
hialinos,fungos filamentosos não solo, vegetais e animais de vida livre. Nesse
dermatófitos demáceos e leveduras. tipo, o paciente sempre relata um
traumatismo, havendo a inoculação do
fungo nas regiões do corpo mais expostos
(como na falta do uso de EPI por
trabalhadores rurais).

O diagnóstico é feito pelo microscópio


direto de pus, com a presença de leveduras
esféricas ou ovoides ou com forma de
charuto.

o Sistêmicas: se dão por fungos patogênicos e


por fungos oportunistas. Os primeiros são
responsáveis por causar doenças invade o
corpo com o objetivo de atingir os órgãos e
tecidos, não apenas pacientes com
imunocomprometidos e imunocompetentes,
mas também em pessoas saudáveis.
O tratamento geral para as micoses superficiais
o segundo fungo são aqueles que dependem
cutâneas são:
da oportunidade.

A maioria (95%) dos fungos patogênicos


são fungos dimórficos. Exceção do tipo de
relação entre as duas formas que a
saprófita é a filamentosa e a levedura é o
parastia: malacésia fica em levedura na
microbiota e o micélio se transforma na forma
Demais doenças estão presentes nas tabelas saprófita → o normal é a forma leveduriforme
ser a parasita e a filamentosa ser a saprófita.
As piedras são caracterizadas pela presença de
Os fungos patogênicos estão sempre ligadas
nódulos irregulares, aderentes ao pelo e, geralmente,
à infecção com porta de entrada pulmonar,
visíveis a olho nu.
na grande maioria dos casos. Os
patogênicos são endêmicos, então devemos
se o paciente fez alguma viagem ou tem
contato com esses organismos na sua
ocupação etc.

Portanto, esses fungos patogênicos e


oportunistas não ficam na microbiota, mas
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circulam se conseguem chegar no vaso


sanguíneo.

Os fungos oportunistas

Alguns agentes etiológicos/doenças micose


profunda sistêmica importantes: Demais doenças estão presentes nas tabelas abaixo
(ver e completar também a tabela para estudos
 Paracoccidioidomicose resumida e organizada).

 Histoplasmosa

 Coccidioidomicose

 Aspergilose

 fusariose

Fim da aula: artigo.

Classificação Doenças

Micose 1. Pitríase versicolor – é dimórfico (presente em levedura na microbiota – comensal - e


superficial em micélio – parasita. Sinônimos: tinea versicolor, pano branco, micose de praia,
impingem de praia.
Propriamente
dita Característica diagnóstica: Sinal de Zileri (descamação) e Sinal de furfur (ao microscópio
parece uma “garrafinha”. Diagnóstico microbiológico: células de espaguetes com almondegas
– na coloração simples com azul de algodão ou com metileno e numa clarificação com KOH 10-
40%, se identificam:

Esse fungo depende de lipídeos para sobreviver.


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Eles já fazem parte da microbiota normal (97% dos indivíduos normais são portadores do fungo
no couro cabeludo). O favorecimento do fungo acontece devido ao fator do meio ambiente,
como aumento de temperatura, mudança de pH etc. Ela é assintomática, com exceção das
formas eritematosas (pruriginosas).
As lesões podem acontecem tanto hipopigmentadas quanto hiper pigmentadas. Elas podem estar
em diversas localidades, como no ´tórax, pescoço, abdome, face, podendo ir para outros lugares
e aumentar e diminuir de tamanho. Ela apresenta uma leve descamação.

Tratamento: amidazólicos via oral, azóis tópicos (creme e xampoos), sulfeto de selênio 5%
para reduzir a população de Malassezia sp. Do couro cabeludo, profilaxia após a cura duas
vezes por semana.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----------

2. Tínea negra: causada pela Hortaea werneckii. É uma doença causada por um agente
presente no ambiente amplamente presente na natureza (geofílico). Trata-se de um
fungo filamentoso demácio (com melanina), em zonas tropicais e temperadas (américas
do Sul, Norte, África e Ásia. O indivíduo é assintomático.
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3. Piedra branca: agente etiológico Trichosporum beigelii. Ele é dimórfico. Ele se encontra
nos pelos e os indivíduos são assintomáticos – infecção fúngica crônica e
assintomática da cutícula do pelo. Eles vêm aparecendo um pouco mais na micose de
unha (*não se trata de uma superficila propriamente dita). São benígnas mas
dificilmente transmissível.

Pegar slide

4. Piedra negra: é uma infecção fúngica crônica e assintomática da cutícula do pelo. É


endêmico da Amazônia. Ele é filamentoso e demácio. São benigmas mas facilmente
transmissíveis, contagiosas. Ele acontece majoritariamente nos cabelos e não em
qualquer pelo.

Micoses Causada por dermatofitófitos (um tipo de fungo filamentoso queratinofílicos, hialinos, septados,
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superficiais passíveis de colonizar e causar lesões clínicas). Eles são um grupo de fungos, filogeneticamente
cutâneas relacionados entre si, capazes de degradar a queratina (queratinofílicos).

(dermatomicoses) Epidemiologicamente são divididos em 3 grupos conforme seu habitat: geofílicos, zoofílicos
e antropofílicos.

→ os que estão adaptados no organismo humano


acabam sendo reconhecidos tardiamente pelo SI.
Além disso, a interrupção inadequada do
antifúngico é um dos fatores que possibilita a
melhor adaptabilidade do fungo para sua
sobrevivência no organismo.

→ os demais fungos, como não estão adaptados no


organismo humano, acabam muitas vezes tendo
curas espontâneas e/ou uma resposta positiva ao toratament.

A resposta inespecífica (mediada por células) é a mais expressiva. A humoral é a


menos expressiva, mas ambas tentam bloquear a infecção por dermatófitos.

INESPECÍFICA: a descamação epidérmica é um dos fatores. Além disso, os fatores


séricos também têm o mesmo objetivo. DESCAMAÇÃO: transferrina insaturada ligada
ao ferro inibe o crescimento do dermatófito e a alfa-2-macroglobulina que inibe a
queratinase. Isso impede que o fundo adentre mais afundo na epiderme.

Apresenta cerca de 45 espécies, agrupadas em três gêneros:

 Trichopyton spp: pele, pelo e unhas. Trata-se da maior parte da


dermatomicoses.

 Epidermophyton spp: pele e unhas

 Microsporum spp: pele e pelos. Muito comum no coro cabeludo das crianças.

5. Tínea capitis: ela pode ser uma lesão única (microspórica) ou múltipla (tricofítica). Ela é
transmitida por fômites, como escovas, travesseiros, brinquedos e telefones, os quais
podem ser reservatórios

Quérion: é um tipo de de tínea capitis. São quando fungos não adaptados ao hospedeiro geram
uma resposta imunológica intensa. Iss pode ocorrer a partir de uma infecção secundária por
bactérias.
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6. Tinea unguium ou onicomicoses: apresentam afinidade seletiva pela queratina.

ela opta na borda ungueal proximal, podendo se


estender na camada subungueal.

7. Tinea pedis: responsável pelas vesiculosas.

8. Tinea corporis e tinea barbae: Ela pode chegar em camadas mais profundas, como a

base da derme. .

9. Tinea inguinocrural: muito comum em criança, a partir de uma dermatite que favorece a
proliferação da tinea inguinocrural
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10. Outras espécies:

Micoses 11. Esporotricose:


profundas
subcutâneas

12. Esporotricose cutânea:

13. Esporotricose linfocutânea:


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14. Outros:

Micose profunda Malasseziose: doença sistêmica causada por Malassezia


sistêmica sp. É uma fungemia e septicemia em crianças de baixo
peso ou adultos imunossuprimidos.

Geralmente estão associadas ao uso de cateteres para


alimentação parental lipídica. Isso acontece porque os
cateteres com substrato lipídico (aumento nutritivo para o
fungo) podem culminar na proliferação do vírus. Ele
adentra pelo cateter e atinge a corrente sanguínea.

Agravantes e preocupações: no recém-nascido, como o exame de microscopia de sangue


demoram cerca de 5 dias, há demora na identificação do organismo.

Paracoccidioidomicose, causado por paracoccidioides brasiliensis.


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O complexo primário pulmonar é quando há a primeira multiplicação e produção do foco


primário.

Após disso, ele se dissemina, formando-se em outros locais, podendo ou não ser combatido pelo
sistema imunológico, apresentando no final uma cicatriz (problema resolvido). Mas se houver,
portanto, a progressao da doença pulmonar ele se torna multissistêmico.

Criptococcus neoformans e criptococcus gatti. Se trata de uma levedura encapsulada.


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Candidíase sistêmica
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Aula 6: BACTÉRIAS
Microbiologia. Página 288.

Características estruturais e morfológicas de


microrganismos:
As bactérias serão estudadas até o final do curso.

As bactérias, pelo uso exacerbado de antibióticos,


sofrem seleção natural e se formam as resistentes.
Árvore da vida 1977:
Proposta pelo Carl Woese – análise do RNA
ribossomal 16s/18s**

A classificação dos seres vivos devem seguir


comparações genéticas entre os seres vivos, e não
morfológicas.

Ele sugeriu que o gene fosse conservado, ou seja,


aquele que há uma taxa que não pode sofrer mutação, e
assim identificar os organismos que apresentem
semelhança genética. Esse gene é aquele que codifica
o RNA ribossomal. Isso se dá porque todos os
organismos precisam obrigatoriamente ter o
ribossomo para a tradução do RNA em
Conseguimos ver os microrganismos a olho nu? proteínas**.

Sim, quando eles estão em proliferação, como o Com essa classificação, temos 3 domínios:
conjunto de unidades – colônia. Vemos fungos e algas
filamentosas, assim como bactérias ambientais que são  Eukarya
grandes. Exemplo: o bolor no queijo.
 Arqueobactéria
Por que então estudamos microrganismos que
podem até ser vistos no olho nu (maiores que 1 mm  Eubactéria
de diâmetros)?

Porque a unidade dos fungos não são vistas à olho nu.

Quanto às bactérias, elas são vistas à olho nu?

Não. Existem bactérias maiores, como as ambientais, e


as demais geralmente são menores. O que podemos
perceber dessas bactérias ambientais, como a
Thiomargarita namibiensis e a Epulopiscium
fishelsoni que podemos notar os pontinhos no
microscópio.
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Classificação: Procariotos vs. Eucariotos


 Nome binominal = Gênero + espécie

 Latim = língua morta (não sofre mais alterações)

 Com destaque: ou itálico ou sublinhado

 Abreviação do nome já citado no texto: abreviar o


primeiro nome e colocar o nome inteiro primeiro
(exemplo: T. ramiliemsis).

 Quando não é identificado a espécie: colocar após


o gênero “sp” sem estar em destaque. Exemplo:
Eucariota Procariota
Proteus  sp.
Apresenta Não há
 Quando apresenta mais de uma espécie, as quais
compartimentação de compartimentação das
não são identificadas: Proteus  spp.
suas atividades suas atividades – suas
atividades acontecem no
Envoltório nuclear citoplasma
Grande volume Menor volume
(tamanho)
Nucleoide: o local onde
Núcleo: envolto por fica o material genético
envoltório nuclear da célula
(carioteca)
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Célula eucariota: tudo que acontece dentro dela é


compartimentalizado.

A célula procariota

O que é o microbioma? | Artigos | La Roche-Posay

Arqueobatérias:

Qual a importância de sabermos o conceito de


microbioma?

Porque, diferente da microbiota, a microbioma é uma


característica tão singular quanto a nossa impressão
digital. Por causa disso, até a medicina forense a utiliza
Genoma das bactérias é cerca de 3 vezes maior do que
como ferramenta de identificação.
das arqueobactérias. Dessa forma, elas carregam
menos genes do que as eubactérias. Isso é explicado Além disso, ela é diferente porque a expressão e o
porque elas têm que ter um mecanismo de replicação silenciamento dos genes são diferentes entre os demais
direto e objetivo porque vivem justamente nesse indivíduos.
ambiente mais hostil.
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Logo, a relação de espécies entre as microbiotas dos


indivíduos são semelhantes, mas a ação delas vão
variar de indivíduo a indivíduo.

Importante ressaltar que as arqueobactérias foram


encontradas na microbiota.

Aula 7: Eubactérias:
14/09/2021 BACILOS: É uma bactéria alongada. Uma das mais
importantes e frequentes reconhecidas clinicamente.
É importante saber que a grande maioria não nos causa
doenças, inclusive, muitas delas vivem em simbiose COCOS: elas são as principais relacionadas às
conosco. bactérias de importância clínica.
Algumas delas são oportunistas e algumas delas são ESPIRILOS: há presença de ondulações na estrutura.
patogênicas, as últimas geralmente presentes no Trata-se de uma forma espiral, conhecida como
ambiente. espirilo.

Características celulares: ESPIROQUETA: é também uma espiral, em 3D,


Ausência da membrana envolvendo núcleo = não como um fio de telefone.
possuem carioteca. Pode ter o nucleoide, mas não se
trata de uma membrana que envolve o núcleo (vide VIBRIONS: São bactérias que apresentam uma
aula passada). “voltinha”. (Vide caso a seguir). Elas pertencem aos
gêneros Vibrio.
Não apresentam organelas celulares = Elas são as
únicas que podem estar presentes são os ribossomos Microscopia ótica:
(organela que faz parte da síntese de proteína).
CURIOSIDADE: os grânulos de fusão são encontrados
em algumas bactérias, mas vale lembrar que sua
membrana não o considera uma organela celular.

Possuem um cromossomo circular = é um único e


circular. Existem exceções, as quais um determinado
gênero pode ter 2 cromossomos. Essa característica faz
muita diferença porque as mutações se expressam
automaticamente, e dessa forma, sua mutação
consiste/resulta consequentemente e o fenótipo se
Espiroqueta / cocos / bacilo
expressa muito mais fácil após a mutação acontecida.
Vide o esquema de lembrar dessa morfologia:
Parede celular constituída por
PEPTIDEOGLICANO = algumas podem não
apresentar essas características, mas são exceções.

Elas se reproduzem por fissão binária = as células


mães vão dar origem a células filhas idênticas.

Morfologia das bactérias:


Elas são classificadas devida a suas formas:
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A importância de se conhecer a forma da Hemocultura: é uma forma de laboratorialmente,


bactéria: deixar as bactérias crescerem in vitro para fazer a
É importante conhecermos o formato da bactéria, análise do resultado.
porque é possível sua identificação na microscopia Observações: a bactéria não tem o objetivo de
ótica. permanecer apenas no sangue, porque ela tem
Caso: dificuldade de dividir e de se alimentar nesse local.
Dessa forma, as bactérias estão no sangue porque essa
infecção bacteriana deve apresentar um foco primário
em outro órgão.

Dicas na identificação de estruturas ao microscópio:


É importante também desenvolvermos o olhar crítico
quanto à diferenciação da estrutura da bactéria,
comparada ao tamanho e estrutura da própria célula do
paciente.

Sempre rodar a lâmina, e procurar identificar estruturas


iguais, como no caso das estruturas arredondadas e
Resultado da hemocultura, corado na coloração de azuis, que são sujeiras e não bactérias cocos, como
GRAM: muitos confundem.

Identificação de bactérias em cocos na imagem direita.


São vibriões e não bacilos porque percebe-se em
algumas que elas fazem uma “voltinha” e não
apresentam sua estrutura “retinha”. As espirais não
formam arranjos, então na lâmina o que está
acontecendo é a sobreposição de algumas estruturas ou
encerrando a fissão binária.

Nesse caso, a bactéria é a Vibrio coleri. Ela não é a


bactéria comum, sobretudo no sangue. Mas nesse caso,
ela estaria vindo principalmente a própria microbiota O tamanho da bactéria é cerca de 10 vezes menor que
da paciente. O que pode ter acontecido foi que os a célula eucariota do paciente.
medicamentos que ela estava tomando causaram lesões
no trato gastrointestinal, permitindo a entrada dessas O importante no exemplo do slide anterior para a
bactérias para o sangue. importância da identificação da estrutura é a
diferenciação entre dois casos de bacteremia, mas
Palavras desconhecidas e desenvolvimento de diferentes características morfológicas e
raciocínio: consequentemente, diagnósticas e de tratamento.
Neutropenia: diminuição do número de neutrófilos
devido ao sufixo -penia.

Foco primário: é o local principal onde estão


localizados as bactérias, uma vez que elas não tem
facilidade de estar no sangue, e se elas estão, elas
indicam uma gravidade da infecção bacteriana em Amostra de líquor:
outros tecidos. (Vide último slide)

Cateter: é a porta de passagem entre o meio interno e É importante porque a presença de bactéria do líquor,
externo, que nesse caso, pode ser a fonte primária. Se que é um líquido estéril. Então, a identificação de
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qualquer bactéria indica um risco grave para o o Acinetobacter baumanni:


paciente. É um cocobacilo.

Encontra-se neutrófilos, fagocitando as bactérias. É uma bactéria grã-negativa,


extremamente oportunista, altamente
resistente a antibióticos porque
apresenta diversos mecanismos de
resistência a eles. Ela é vista com
muita frequência pelos profissionais
de saúde. Ela também pode causar
meningite, assim como o
meningococo.

seta: indica as bactérias cocos.

Quadro de meningite, causado por meningococo!!

Antibiótico não precisa ser tão “forte”.

Amostra de sangue:
(Vide último slide)
Em microscopia, seu meio é mais
No sangue, não deve ser identificado bactéria!! Assim claro, devido à sua estrutura anterior,
que for identificado, o paciente está com bacteremia e por isso pode haver confusão quanto à
deve ser devidamente tratado. sua morfologia (ressaltando que se
trata de uma cocobacilo).
O aumento de neutrófilos (neutrofilia) e desvio à
esquerda (aumento de bastonetes na corrente Arranjos bacterianos:
sanguínea, comandado pela medula óssea) evidencia Após a divisão, as bactérias filhas podem ficar ligadas
que está havendo um intenso combate às bactérias ou permanecer ligadas, formando os arranjos
presentes no sangue. bacterianos.

Bastonetes = neutrófilos jovens. Os arranjos são:

Na imagem, há presença não apenas de hemácia.  Diplo: células ao se dividirem permanecem unidas
em 2.

 Estrepto: células permanecem unidas em cadeias.

 Estafilo: células permanecem formando cachos.

 Tétrade: a divisão acontece em dois planos, células


permanecem unidas em grupos de 4.

 Sacina: a divisão acontece em 3 planos, células


permanecem unidas em grupos cúbicos de 8
indivíduos.

Seta: bactérias cocobacilos,


causada por Acinetobacter baumanni.
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Hora de treinar o olho...

Palpite: estreptococos, porque na imagem da direita há


uma leve divisão entre as unidades. Errata: trata-se, na
verdade de bacilos arranjados em paliçada!!

Observações: no swab, não é estranho observar células


da mucosa oral do paciente. Na imagem esquerda,
conseguimos ver 2 núcleos e o citoplasma delas.

Nesse caso, necessitaríamos iniciar o tratamento do


paciente?

Não, porque, não há células fagocitárias. Além disso,


na boca há presença de inúmeras bactérias, Então,
nesses tipos de amostras são normais encontrarem
bactérias.

Cada morfologia e seus arranjos: Onde não devem ser encontrados bactérias?
Cocos: eles podem formar todos os tipos de arranjos. Tanto no sangue, quanto no líquor.
Bacilos: podem formar o arranjo diplo ou o estrepto.
Os demais não são possíveis.

Espirais: não formam arranjo, ficando livres.

Lâmina de fezes e
exemplo de Sarcina.

Aula parte 2
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Estrutura da célula procariota: presente no nosso corpo, mas aquelas que apresentam
um certo tipo de enzima que inativa muitos
medicamentos. A Colistina era pouco usado, molécula
de carga positiva, mas que ocasionava a lise osmótica
da bactéria. Mas, essa bactéria começou a alterar a
polaridade de sua cápsula para carga positiva, como
mecanismo de defesa contra tal medicamento.

 Capsula

 Camada viscosa ou limosa

 Flagelo Camada viscosa ou limosa = nem todas têm. Ela é


mais fluida que a composição da cápsula.
 Fímbrias e pelos

 Parede celular

Cápsula = é a parte mais externa da bactéria. Comum


aos fungos, ela é amorfa, ou seja, não tem forma fixa.
Ela é formada ou de açúcar ou de proteína (variação na
composição). É uma estrutura que não está presente
em todas as bactérias. Essa estrutura é uma proteção
contra a fagocitose (pois dificulta o reconhecimento do
antígeno), proteção contra a desidratação, promove a
concentração de nutrientes na superfície da célula
(polianiônica), ajuda à aderir às superfícies, a outras 1- Cápsula
células e às superfícies das mucosas. A sua superfície
apresentam carga negativa, capazes de atrair cátions. 2- Camada viscosa ou limosa

Exemplo 1: Analogia: cápsula / camada viscosa

Legenda: Streptococos mutans. Elas estão mais


envolvidas em casos de cáries. Elas ficam mais
aderentes devido a essa cápsula que permite sua
melhor adesão. Flagelo = algumas bactérias têm. São apêndices
filamentosos, longos, que se originou na membrana
Exemplo 2: Klebsiella pneumoniase (KPC – plasmática. É responsável pelo movimento celular:
superbactérias). Ela é sempre clemosa, porque sua taxia, a qual pode ser positiva, fator a favor de um
cápsula dá essa característica mais cremosa. Ela está
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

determinado movimento, ou negativa, contra um


movimento.

Exemplo: fototaxia = a luz é um fator que atrai a


bactéria.

o Classificação de acordo com a posição


do flagelo:
Tríquio = flagelo Fímbrias e pelos= são filamentos mais curtos e em
maior quantidade ao longo da superfície que os
1. Atríquias: aquelas sem flagelo, as flagelos. Ela sustenta uma importante proteína para a
que não se movem bactéria, que é a adesina, cuja função é de aderir.
Exemplo: gonococo não apresenta capsula, mas
2. Monotríquia: apenas 1 flagelo fímbrias e sua ligação é muito forte à superfície devido
3. Lototríquia: um “tufo” de flagelos a essa estrutura.

4. Anfitríquio: um flagelo em cada Existem fímbrias modificadas, que a estrutura é


polo da célula compota por outra proteína: a pilina. Ela é conhecida
como fimbria pillus ou fíbria sexual. Apesar do último
5. Peritríquio: o flagelo sai de toda a nome, ela não está relacionada à reprodução sexuada,
superfície da bactéria. mas ao processo de conjugação, que é a troca de
material genético entre bactérias.

O que é endoflagelo? (imagem da conjugação entre duas células)


É um flagelo interno, o qual permite que a bactéria Plasmídeo = é o material genético capaz de replicação
“perfure” o tecido mais superficial para o mais independente do cromossomo bacteriano. Eles podem
profundo, fazendo com que esses filamentos realizem ser transferidos por conjugação. Eles carregam genes
um movimento em saca-rolha. acessórios às bactérias, ou seja, não são essenciais,
mas de adaptação, sobretudo ligado aos fatores de
Exemplo: bactéria da sífilis.
virulência e à resistência aos antimicrobianos. Eles
podem estar integrados ao cromossomo (epissomo) ou
livres no citoplasma. Eles, portanto, estão
relacionados ao aumento da patogenicidade da
doença. Quando o gene da resistência está no
plasmídeo, ele pode ser passado até entre espécies
diferentes de bactérias. É importante saber, também,
que as bactérias doadoras não perdem tal informação
genética.
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

 Solvente lipídico, como álcool e cetona: algumas


bactérias perderam a coloração roxa (Gram
negativas)

 Fuxina ou Safranina: corante vermelho-róseo,


com a finalidade de corar a bactéria que estava
transparente.

Saber toda a sequência para a vida!!

Parede celular = é uma estrutura complexa, semi-


rígida, responsável pela forma da célula bacteriana. Ela
mantém a pressão osmótica, atuando como barreira
física contra o ambiente externo. Ela ancora estrutura
como flagelos.

O tipo da parede celular influencia tanto na sua


caracterização, quando na determinação do
medicamento que deve ser utilizado contra ela.

Além disso, a bactéria é classificada em:


Exercício da coloração de Gram:
 Gram positivas – coradas em roxo, porque Responder para cada foto:
reteram a coloração da violeta genciana devido a
1. Classificação da bactéria segundo sua
conjugação com o cristal violeta
morfologia e arranjos
 Gram negativas – coradas em rosa avermelhado
2. Você trataria o paciente conforma a
porque durante a adição do solvente lipídico, elas
classificação das bactérias encontradas em
perderam o corante de violeta genciana.
seus respectivos locais?
Qual a importância da coloração de Gram?

Criada pelo Christian Gram, ela possibilita a


identificação de bactérias e sua diferenciação entre as
Gram positivas e as negativas:

(lâmina de pele)

Respostas:

1- Bactérias diplococos gram-negativos


 Violeta genciana: todas as bactérias são coradas
em roxo. 2- Não deve ser tratado porque, pela lâmina, há
presença de células fagocitárias (neutrófilos).
 lugol: conjuga-se ao cristal violeta – Gram
Também podemos dizer que as bactérias fazem da
positivas
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

microbiota da pele – é alta a probabilidade dela ser


uma bactéria comensal.

Importante para rever!!!

 como os neutrófilos são no microscópio??

Aula 8: Continuação: parede celular


1- Bactérias gram-positivas, estafilococos das bactérias – aula presencial
Microbiologia. Página 102. Composição e
2- Deve-se tratar porque há a presença de células características da parede celular.
fagocitárias, mesmo que seja num lugar que
seria normal a presença dessa bactéria. Introdução:
Relembrando... COLORAÇÃO DE GRAM

1. Violeta genciana

2. Lugol
= neutrófilo
3. Álcool/acetona
(lesão de pele)
4. Fucsina/Safranina → coloração vermelha

Características celulares:
Alguns conceitos comuns:

Espaço periplasmático= é o espaço entre a parede


celular e a membrana plasmática de uma bactéria.

Periplasma= é o líquido contido no espaço


periplasmático que apresenta diferenças entre as
bactérias gram positivas e negativas.

Peptideoglicano= Peptideoglicano é uma molécula


(lâmina de líquor)
que apresenta uma porção de aminoácido e uma porção
1- Bactérias gram-positivas (diplococo) de açúcar. Sua estrutura é vista nesse capítulo a seguir.
encapsulada (tem capacidade maior de causar
 Diferenciando a parede celular da bactéria
doença porque sua virulência é maior)
GRAM negativa da positiva:
2- Há inúmeros neutrófilos, que evidenciam uma 1- GRAM NEGATIVA:
infecção. O paciente deve ser tratado porque o Qual a estrutura da parede celular de uma bactéria
líquor é liquido nobre. gram negativa?

A partir do que vimos da coloração de Gram, quais 1) Membrana externa da membrana plasmática =
serias as bactérias gram-positivas e quais as negativas composta por lipolissacarídeos, conhecidos como
conforme sua estrutura a seguir? Por quê? LPS, e lipídeo A, um potente antígeno (PAMP). A
membrana externa da parede celular está em
contato com o meio externo.
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corresponde a mesma estrutura (vermelha) do


esquema da esquerda.

2) Peptideoglicano e tudo que está acima dele=


possui menos quantidade do peptideoglicano que
as bactérias gram positivas. Isso caracteriza uma
camada menos espessa de peptideoglicano, mas
não interfere na espessura da parede celular.

3) Periplasma= nas bactérias gram negativas


apresentam alta concentração de enzimas de
degradação e proteínas de transporte. Nele é onde
são encontradas as camadas de peptideoglicano.
O LPS é uma estrutura fundamental, isto é, consiste
em uma molécula grande e complexa que contém Demais características:
lipídeos e carboidratos e que é dividida em três
componentes: 1. As paredes celulares da G- não apresentam ácidos
teicoico
1- Lipídeo A (porção lipídica do LPS): é uma
importante endotoxina bacteriana. Esta quando 2. Página 103. Microbiologia
está dentro da bactéria não tem nenhum prejuízo
ao organismo, mas quando esta toxina é liberada
(isso ocorre durante a multiplicação bacteriana e
quando as bactérias gram-negativas morrem e
suas paredes celulares sofrem lise) pode levar a 2- GRAM POSITIVA:
uma piora imediata dos sintomas (a condição do Qual a estrutura da parece celular das bactérias
paciente normalmente melhora à medida que a gram positivas?
endotoxina vai sendo degradada).
Peptideoglicano e tudo que está acima dele= possui
As LPS exercem seu efeito pelo mais quantidade do peptideoglicano que as bactérias
estímulo de macrófagos, os quais, por gram negativas, ou seja, essa parte é mais espessa, mas
sua vez, liberam citocinas em não altera a espessura da parede celular. Na bactéria
concentrações bastante elevadas GRAM positiva nos temos uma ponte chamada de
(ficando toxicas) podendo causar pentapeptideo (bolinha amarela), esta liga as ligações
calafrios, febre, fraqueza, dores cruzadas umas nas outras
generalizadas e, em alguns casos,
choque e até mesmo morte  evento Espaço periplasmático
chamado de tempestade de citocina Peptideoglicano= inserida nele, encontramos o ácido
CORE: porção central. Ela é responsável pela teoico. Nesse mesmo componente, encontramos o
regularidade na sequência de açucares; a sequência ácido lipoteicoico, que funciona como ancoragem para
mais ou menos comum entre as bactérias; confere o peptídeoglicano, que permanece ancorado a
estabilidade a estrutura. membrana plasmática da bactéria.

2- Antígeno O: é a variação enorme nas a. Ácidos teicoico da parede: é uma


moléculas de açúcar; Ele funciona como classe dos ácidos teicoico que está
antígeno, sendo útil para diferenciar espécies de ligado apenas à membrana plasmática.
bactérias gram-negativas, cuja finalidade é b. Ácido lipoteicoico: é uma classe dos
evitar a identificação pelo sistema imune; ácidos teicoico, que atravessa a camada
apresenta variação gênica; Essa cauda vermelha de peptideoglicano e está ligado à
proteína plasmática. tem uma porção
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lipídica (ligada a membrana por um A membrana externa das bactérias – e + e os PAMPs:


radical lipídico) e uma pequena porção Bactérias gram negativas: Na membrana externa de
lipídica, somente na região onde ele bactérias GRAM negativas é onde está o
adentra a membrana plasmática. lipopolissacarídeo (LPS).

Ambos os ácidos atuam como importante adesinas Bactérias gram positivas: Um exemplo de PAMP são
para as bactérias, são excelentes indutores de febre. os ácidos teicoico e lipoteicoico.
Quando a bactéria se multiplica nos tecidos e assim,
rompe sua parede celular, ocorre a liberação desses Estrutura dos peptídeos glicanos e suas ligações
ácidos e com isso, as células do sistema imunológico químicas:
tem receptores (PRRs) que os reconhecem (PAMPs). Definição: Peptideoglicano é uma molécula que
Quando esses ácidos são fagocitados pelas células, isso apresenta uma porção de aminoácido e uma porção de
atua como aviso, e assim o SI começa a liberar carboidrato. Ele tem dois tipos, os quais se dispõem
citocinas (inclusive citocinas indutoras de febre). lado a lado, alternando-se entre si:
Conclui-se que, esses ácidos são importantes pirógenos a. NAG: N-acetilglicosamina. As
e quando caem na corrente sanguínea, induzindo à ligações glicosídicas os ligam aos
febre.
NAM.

Pirógenos = bons b. NAM: Nacetilmurâmico. São os que


indutores
c. da resposta estão responsáveis pela ligação
inflamatória, sobretudo cruzada. As ligações glicosídicas aos
febre
Características da
parede celular – NAG.
comparação entre a positiva e negativa a partir
da análise de imagens.
Espessura entre bactérias gram negativas e positivas:
Não existe uma diferença significante na espessura da
parede celular das bactérias gram positivas e negativas.
Porém, a camada de peptideoglicano é mais espessa na
bactéria gram positiva do que na negativa.
LIGAÇÃO GLICOSÍDICA: A sua estabilidade
Mas, por que é importante conhecer a estrutura da inicial é garantida pela ligação glicosídica do tipo beta
parede celular? -1-4 (entre dois açúcares).

Precisa saber a estrutura da parede celular para saber LIGAÇÃO CRUZADA: mantém a estabilidade final
receitar medicamento. da ligação glicosídica. Os aminoácidos são
responsáveis por ligar duas cadeias de açúcar.
Quais medicamentos afetam as bactérias Gram
positivas? o Tetrapeptídeos curtos, constituídos de cadeias
que contêm aminoácidos incomuns como o
Quando te indicam benzetacil ou penicilina por conta ácido meso-diaminopimélico (meso-DAP).
de uma infecção na garganta, elas agem inibindo a Os tetrapeptideos podem conter aminoácidos
síntese de proteoglicanos, logo a bactéria GRAM incomuns.
positiva é mais afetada → indicada para infecções
causadas por bactérias GRAM positivas

Camada interna da membrana plasmática não faz parte


da parede celular de uma bactéria:
A camada interna da membrana externa apresenta uma
constituição semelhante a membrana plasmática e não
faz parte da parede celular.
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vancomicina é muito grande ela não consegue chegar


ao peptideoglicano.

Penicilina:

É uma molécula menor que vai ser usada para


bactérias gram-negativas, porque conseguem
As bolinhas coloridas são os peptídeos (são 4 ultrapassar a membrana externa.
peptídeos = tetrapeptideos).

Conformação das bactérias:


Bactéria pode ter aminoácidos em conformação D e L,
mas na espécie humana esses aminoácidos estão na
conformação D. Isso interessa na administração de
antibiótico. 3- Os pentapeptídeos:
BACTÉRIAS RESISTENTES E VANCOMICINA:

(1)A vamcomicina é muito grande relacionada à


penicilina.

O antibiótico vancomicina que é utilizado para tratar


bactéria de resistência. Esse medicamento vai
entremear em meio ao peptideoglicano e se liga à D
alanina. Então ela se instala entre dois D alanina(s) e aí
a parede da bactéria fica frouxa, perdendo o controle
osmótico e com isso a bactéria morre.

molécula da
vancomicina

(2) Além do tamanho, ela desestabiliza todas as


Gram positivas Gram negativas
ligações peptídicas das bactérias gram-positivas.
 Têm  Não têm
BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS E
pentapeptideos= pentapetideos
VANCOMICINA:
ligações entre as
cadeias cruzadas  Parede celular mais
Jamais usar esse medicamento para tratar bactéria
complexa
GRAM negativa, pois a membrana externa impede
 Parece celular mais
dela atuar no peptideoglicano. Como a molécula de  Camada
simples
peptidioglicana
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 Camada menos espessa (ácidos micólicos), formada majoritariamente por


peptidioglicana mais lipídeos especiais, os chamados ácidos micólicos
espessa (ácidos graxos de cadeia longa) – são bactérias
bastantes hidrofóbicas, não sendo corada na
 coloração de Gram.
Ver esquema comparativo entre elas duas na página Os peptideoglicano delas tem um composição
104 do livro de Microbiologia. (“tijolinho” ou os peptideoglicano) diferente, ou seja, é
um ácido Nacetilgicolil muramico:

I. A porção amarela é basicamente de


Outro tipo de parede celular: Bacilos álcool lipídeos.
ácido resistentes (BAAR)
Bactérias gram-positivas dos seguintes gêneros: Mas, qual o problema de ter esses lipídeos?
Mycobacterium, Nocardia e Corynebacterium.
Eles impedem o reconhecimento e são hidrofóbicas
Existe um grupo de bactérias C30, C50, C90. (repelem a água – apresentem certa resistência.

Circulado em vermelho temos a parede celular da Há algumas que são menos hidrofóbicas e outras que
bactéria: são muito hidrofóbicas. Isso ocorre porque QUANTO
MAIOR A CADEIA, MAIOR A
HIDROFOBICIDADE:

1. Corynebacterium: O C30 (30 carbonos) tem o


ácido micólico na parede, mas não é tão
hidrofóbico, pois a quantidade de C que
compõem esses micólicos é menor do que as
outras. Elas conseguem ser coradas no gram
normal por serem menos hidrofóbicas. Exemplo:
difteria

2. Nocardia :A C50 (50 carbonos) é um outro


gênero de bactéria e tem os ácidos micólicos na
parede, mas é mais hidrofóbica que a C30 mas
consegue ainda ser corada por uma coloração
Em azul: camadas de peptideoglicano, ligadas simples, pois tem mais carbonos na parede.
transversalmente por aminoácidos.
3. Mycobacterium O C90 (90 carbonos) é muito
O que as diferenciam das demais é que ao invés do hidrofóbico, pois o ácido micólico tem cerca de
NAM, têm N-acetilglicorilmurâmico. 50 carbonos. Exemplo: micobacterium
tuberculosis e M. lepre
Elas não tem a membrana externa.
O que diferencia essas três classificações anteriores
Acima da camada de peptideoglicano, achamos é o tamanho de seus ácidos graxos.
carboidratos, proteínas e grande quantidade de lipídios.
A porção de lipídeos é bem maior do que a de Lâminas das micobactérias na coloração de gram:
açúcares. Não é a mais adequada

Esses 3 gêneros são GRAM positivas, mas a parede


celular delas é diferente da parede das bactérias
classificadas anteriormente. Essas bactérias têm na sua
parede uma camada espessa de ácidos graxos grandes
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4.Contracorar com azul de metileno: cora tudo o que


tinha ficado transparente.

5.Lâmina pronta → Examinar ao microscópio.

Qualquer bactéria que esteja na amostra depois que é


colocado fogo, fica corado de vermelho. Para
diferenciar a mycobacteia eu adiciono um descorante
(ácido clorídrico): a mycobacteria não vai sofrer a
descoloração por álcool ácido, mas qualquer outra
descolara. Coloca-se um contra corante para observar
Roxo= núcleo quem ficou transparente. Mycobacteria vai estar
corada em vermelha e as bactérias não mycobateria
Bolinhas transparentes = são as vesículas dos vão estar corados em azul.
macrófagos
CASOS DE EXEMPLO:
Estruturas roxas e bacilares: elas não estão coradas,
mas o corante ficam apenas na sua superfície.

Importância clínica

Um desses tipos/gêneros de bactéria tem espécies


importante na saúde pública, pois matam a nossa
espécie, são eles: o C90 (tuberculose e lepra).

Observação
Positivo (precisa sair com receita de antibiótico).
Quando eu faço coloração de BAAR nesses tipos de
bactérias eu estou pesquisando Microbactérias.

Coloração de Ziehl Neelsen das micobactérias:

Positivo (precisa tomar remédio endovenoso ou ser


hospitalizado)
1.Fixação do esfregaço pelo calor

2.Cobrir a lâmina com fuscina fenicada no fogo: fogo Membrana plasmática bacteriana:
liquefaz os lipídios facilitando a coloração. Além Qualquer membrana celular é uma bicamada de
disso, há o aumento do diâmetro da porina e a fuscina fosfolípideos.
entre na bactéria. + água
O modelo mosaico fluido constitui num modelo
3.Descorar com álcool-ácido clorídrico + água: dinâmico, com proteínas e fosfolípideos inseridos nela:
bactérias micólicas não permitem que esse alto poder
corrisivo haja uma arrebentação de suas paredes
celulares. O restante das bactérias (bactérias normais),
têm suas estruturas rompidas.
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consequentemente o aumento da área de reprodução de


energia. Mas, há divergências na literatura quanto a
isso.

 Ribossomos:
Organela não membranosa, composto
por duas subunidades, uma maior e
Ela apresenta permeabilidade seletiva. Ela permite o uma menor. Quando eles não estão
transporte de substâncias de forma seletiva! realizando o processo de tradução, as
Sua outra função na bactéria é a produção de energia duas subunidades ficam livres.
a partir do potencial energético na membrana
plasmática, uma vez que elas não apresentam
mitocôndrias.

Na teoria endo simbiótica diz que a mitocôndria há


muitos anos surgiu como o englobamento de uma
célula procariota por outra eucariota e a partir disso
elas desenvolveram uma simbiose.

Citoplasma: Tanto o ribossomo eucarioto, quanto o


É o líquido que preenche o interior das células. No procarioto, apresentam ambas as
procarioto, não há presença de organelas envoltas por subunidades. Porém, eles não são
membranas. exatamente iguais.
O citoplasma apresenta intensa atividade metabólica. Ribossomo 70 s: são os ribossomos das
bactérias. Ele é o 50 + 30 – 10 (perda
Nele, estão os ribossomos e o material genético
de água), que totaliza no 70.
(nucleoide).
Ribossomo 80s: são ribossomos de
Os plasmídeos são encontrados em determinadas
células eucariotas de 40 + 60 – 20
espécies.
(perda de água).
As bactérias podem inclusões citoplasmáticas ou
CURIOSIDADE: O S é a inicial do
grânulos de inclusão, mas eles não são considerados
cientista que descobriu a técnica para
organelas membranosas.
medição de coisas muito pequenas.

Qual a importância desse


conhecimento?

Para o desenvolvimento de
medicamentos que atacassem a síntese
proteica no ribossomo 70s, ou em pelo
menos em uma de suas subunidades, e
assim, evitar reações adversas drásticas
no ser humano.

A granulação na imagem anterior são os ribossomos.

O mesossomo pode ser um defeito de técnica, mas


pode ser uma invaginação da membrana plasmática
devido ao aumento da área de membrana e
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 Inclusões citoplasmáticas: Eles podem ficar nesse processo por dias,


Ela não é envolta por membranas e nem meses ou anos. Nosso foco vai ser nas
é encontrada em células normalmente. bactérias patogênicas.

Essas estruturas são estruturas de É como se fosse um estado de latência, ou


reservas e são envoltas por membranas seja, seu metabolismo é extremamente
proteicas (vesículas gasosas) e por lento, sem divisão celular,
fosfolípideos, proteínas e glicoproteínas aproximadamente à zero.
(ferro), e não por uma bicamada de
Esporulação: O endósporo é formado pelo
fosfolípideos.
processo de esporulação.

Germinação: A germinação é o retorno de


um endósporo ao seu estado vegetativo.

Bactérias patogênicas: são dois os


principais gêneros os CLOSTRIDIUM e o
BACILLUS. Essas estruturas são
responsáveis por dificultar a eliminação
delas pelo organismo. Além disso, em casos
Ela pode armazenar: relacionados com as armas biológicas, eles
não precisam de cuidados rigorosos para
serem cultivados e permanecem por muito
tempo no meio ambiente, podendo
contaminar indivíduos suscetíveis.

Exemplos: toxinas botulínicas envolvidas


Exemplo: bactéria difteri na intoxicação alimentar e na estética.
Bacilos antrhacis (bactéria do solo) tem alto
potencial como arma biológica, a qual é
uma doença que apresenta alta
variabilidade de doenças devido a liberação
de uma toxina letal. O porquê dos bebês
não poderem comer mel natural é porque
pode haver o clostridium botulinum
(bactéria dos solos, plantas) + microbiota
ainda não completa da criança.
Trabalho com plástico biodegradável:

 Endósporo:
É uma estrutura bacteriana de muita
resistência, formada por alguns bacilos
gram-positivos para a sobrevivência
durante condições adversas o ambiente.
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faz sentido ela ser resistente pois ela gastará energia


para replicar genes que ela não vai usar.

Tempo de geração: o tempo de geração da bactéria é


menor que o nosso. O tempo de geração do ser
humano, por exemplo, seria de 15 anos para gerar uma
nova geração. Para algumas bactérias esse tempo seria
de 15 minutos.

Uso indiscriminado e inadequado de antibióticos:


Usar o antibiótico de modo inadequado no paciente é
ruim, pois haverá a seleção das bactérias resistentes na
microbiota do paciente, dando espaço para as bactérias
resistentes se multiplicarem. O uso indiscriminado de
bacteriolíticos colabora para que as bactérias agreguem
material genético e adquiram características que elas
Quando o bebê contrai o botulismo, ele não tinham antes. Nenhum antibiótico faz a bactéria
apresenta a síndrome do bebê largado, ficar resistente!! A bactéria já está resistente!!
porque as toxinas botulínicas são Portanto, o antibiótico só faz a seleção, matando as
paralisantes dos músculos. sensíveis e dá espaço às bactérias resistentes e dessa
forma elas geram descentes.
Informações importantes sobre a Porque as bactérias resistentes causam casos
genética bacteriana: clínicos mais fortes e mais rápidos que o comum:
apresentam uma capacidade de multiplicação maior,
Principal mecanismo de variabilidade genética
ela tem mais estratégia para conseguir invadir tecidos e
bacteriana: causar doenças. Esta bactéria tem estratégias para
Mutação: é a principal fonte de variabilidade driblar as ações do sistema imune, como a cápsula. A
genética. Ela não acontece facilmente. Pelo fato de as bactéria encapsulada tem mais capacidade de causar
gerações mudarem tão rápido, é mais provável de doenças do que a não-capsulada, pois ela tem mais
haver mutação. A maioria das mutações não dão certo. chances de se esconder do sistema imunológico. Além
Existem também mutações silenciosas que não afetam disso, após sofrer alteração,
a bactéria. De forma geral, ela é bastante baixa, devido
à ação da DNA polimerase! DNA polimerase: enzima Virulência bacteriana: Uma bactéria mais patogênica
que vai multiplicar o material genético, tem não é a que tem mais genes de resistência
mecanismos que consertam os erro. Tem genes que antimicrobianos, mas sim as que tem maior capacidade
não podem sofrer mutação alguma, porque senão a de virulência.
espécie morre. Por isso, esse mecanismo de correção é
tão importante. Além disso, devemos lembrar que o BACTÉRIAS KPC: A bactéria KPC produz a enzima
código genético é degenerado, ou seja, várias trincas que cliva o medicamento, mas isso não significa que
ou códons podem codificar o mesmo aminoácido. ela tem mais chance de causar a doença, e sim mais
Radiação: O que estimula a mutação. chance de driblar o sistema imune.
Adaptação bacteriana: As bactérias podem se adaptar
A bactéria não faz crossing over.
ao ambiente - por exemplo, se adaptar a um
antibiótico. Elas se adaptam por seleção natural. Nem Mecanismos de recombinação genética:
todos os genes resistentes são favoráveis: Um Apenas o mecanismo de mutação não são
exemplo de situação em que a bactéria ter o gene de responsáveis pelo tamanho da diversidade!!
resistência não é favorável é na microbiota. Se ela está
em um ambiente onde não há o antimicrobiano, não A reprodução das bactérias acontece por divisão
binária, que é um tipo de reprodução assexuada.
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Recombinação: Algumas bactérias expressam na começar a produzir uma progênese (muitos


superfície proteínas que reconhecem DNA livre no vírus).
meio. Estas proteínas capturam os fragmentos de
DNA, o internalizam e, a partir da recombinação, Uma partícula da bactéria que foi montada
integra este DNA no genoma bacteriano. O fragmento em um vírus. O vírus vai carregar o material
de DNA pode, por exemplo, sofrer transformação para genético da bactéria, o qual pode ser
criar uma cápsula e se tornar capsulada. As bactérias, a liberado na contaminação do novo vírus
partir deste processo, fazem hoje insulina humana por quando infectar outra célula bacteriana.
ter adquirido genes para este fim.Esta troca de material  Conjugação: é a transferência entre duas
genético acontece por intermédio de um vírus que bactérias: uma doadora e outra receptora.
carrega um pedaço de material genético de uma
bactéria para outra. Isto é chamado de transdução. Bactéria doadora: apresentam pili ou os
pelos sexuais, sendo assim, capazes de se
Troca de material genético: As bactérias não fazem conectar a outras bactérias e assim transferir
reprodução sexuada. A bactéria ganha novos genes de os plasmídeos. Muitos desses plasmídeos
outros indivíduos, porém não se trata de reprodução apresentam características que são benéficos
assexuada, e sim de mecanismos que permitem que as
a elas.
bactérias ganhem novos genes. Um destes mecanismos
é a conjugação. Uma bactéria doa uma cópia do Toxi-infecção: toxina liberada nos tecidos.
plasmídeo para outra. A bactéria que recebeu o
plasmídeo pode transmitir isso verticalmente ou Linhagem bacteriana: elas podem ser da mesma
horizontalmente. As filhas podem receber cópias dos espécie, mas podem ter características diferente
plasmídeos ou ela pode conjugar com outras bactérias. relacionadas à sua virulência.

Na recombinação genética em bactérias, portanto, Lição de casa: verifica o que o termo transposon
há a geração de novos indivíduos a partir da significa e o que ele está relacionado com a
mistura do material genético – não se trata de uma recombinação gênica.
reprodução sexuada.
Aula 9: mecanismos de ação de
 Transformação: Outro mecanismo de
variabilidade genética que permite a troca de antimicrobianos
material genético - transformação. É quando Introdução:
uma bactéria absorve uma molécula ou Tarefa de casa do dia passado:
fragmentos de uma bactérias mortas ou
decompostas. Esse fragmento pode ou não Vídeo disponibilizado em “bacteriologia básica”, dia
ser incorporado no DNA do nucleoide, 28/09
sendo que vai acontecer apenas se a parte
adsorvida for semelhante à estrutura. “O que são os transposons?”

Exemplo: os genes da insulina foram Após visualização do vídeo, trazer dúvidas para a
incorporadas a plasmídios de algumas professora.
bactérias, e assim, a partir de um momento
Os tronsposons são sequências de DNA móveis que
essas bactérias produzem insulina.
podem se autorreplicar em um determinado genoma.
 Transdução: ocorre uma transferência entre Ele favorece o aparecimento de novas características,
as bactérias a partir de um vetor (vírus devido a essa alteração gênica. Isso vai gerando
bacteriófagos de ciclo lísogênico). mudanças, até mesmo a novas espécies.

Um bacteriófago lítico vai infectar uma Há dois tipos de transposons:


bactéria, adsolver, penetrar, desnudar,
liberar material genético dentro da bactéria e
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ou de origem tanto microbiana quanto sintética


(antimicrobiano).

= todo antibiótico é um antimicrobiano, mas nem


todo antimicrobiano é um antibiótico!!

 Caso:
Um paciente, jovem, apresenta dor de garganta
e febre. Já se percebeu que a dor de garganta é
causada por bactéria.
Material extra: TRANSPOSONS (ufmg.br)
Há duas escolhas para medicamento:
Importante saber: antibiótico ou antimicrobiano. Qual seria o
melhor para ser usado?
A cultura e anti-biograma são necessários serem
feitos, porque uma mesma espécie pode apresentar Resposta: se o antibiótico foi produzido por
respostas diferentes a um mesmo anti-microbiano: uma microrganismos, os microrganismos já tiveram
mesma espécie pode apresentar variabilidade genética contato com essa substância. Portanto, se
e assim, ser mais resistente ou suscetível a um mesmo considerarmos que, nesse caso, a chance de
medicamento. resistência das bactérias é menor para
antimicrobianos sintetizados a partir do
Bactérias que passam a expressar determinados laboratório, podemos optar por prescrevê-los.
fenótipos após mudanças genéticas, podem passar a ser O problema é quando esses antimicrobiano é
resistentes! utilizado de forma exacerbada pela população,
e dessa forma acaba realmente causando
seletividade de bactérias resistentes a eles
mesmos.

Antibiótico vs. Antimicrobiano:


Antimicrobiano: é um conceito mais geral. São
substâncias produzidas naturalmente por
microrganismos ou sintetizados em laboratórios, ativa
contra microrganismos.

Antibiótico = “anti” “vida”. Não serve apenas para


matar bactérias! Exemplo: penicilina (no experimento
inicial, o fungo é o responsável por produzir
micotoxina e matar a bactéria)

São substâncias e derivados, produzidas por um


microrganismo, a qual, em baixas concentrações, mata
Anfoterecina B: antibiótico para matar fungo, cujo
ou inibe o crescimento de outros microrganismos.
alvo é o ergosterol.
Nesse conceito, ele pode ser utilizado para matar
As bactérias podem produzir substâncias antibióticas
bactérias, vírus, parasitas etc. Dessa forma, o que o
para mantar fungos, e o contrário também é possível!
caracteriza como antibiótico é a sua origem: substância
produzida por um microrganismo.
Bactericida vs. Bacteriostático:
O que diferencia ambos os termos é a sua origem, Os antibióticos podem ter duas vertentes:
sendo de origem microbiana apenas (antibióticos)
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 Com sufixo -cida: a substância mata o bacteriostático precisa da ajuda do sistema


microrganismo. Ele não necessariamente mata por imunológico, a população bacteriana irá se
lise. manter até a retirada desse medicamento e
ela volta a crescer conforme mostrado no
 Observação: medicamentos gráfico.
bacteriolíticos causam a morte por lise
bacteriana. Pacientes com alguma alteração no
imunocomprometimento (idosos, crianças, HIV): é
 Com sufixo -estático: quer dizer que a substância mais viável utilizar um medicamento bactericida, a fim
não mata, mas interrompe a multiplicação de matar todas as bactérias, pois não há a ajuda do
bacteriana. sistema imunológico nesses casos.

Vale ressaltar que tudo irá depender do anti-


biograma.

 Caso 2:
Infecções por bactérias gram-negativas, por
exemplo, o uso de bacteriolíticos podem agravar
a condição do paciente, uma vez que há a lise da
bactéria.
Nesse caso, pode ser dado um suporte para o
paciente após o tratamento quanto ao agente
infeccioso.

Espectro de ação dos antimicrobianos:

Ver os exemplos de ambos os medicamentos no slide


anterior.

Só posso usar medicamentos bactericidas?


Espectro de ação: quer dizer que o medicamento vai
Não!!! Medicamentos bactericidas podem alterar a
atuar em um determinado grupo de microrganismos ou
composição da microbiota normal.
em vários.
 Caso:
 Pequeno espectro: apresenta pontos positivos e
Um paciente, jovem, apresenta dor de
negativos:
garganta e febre. Já se percebeu que a dor de
garganta é causada por bactéria. o negativos: não possuem grande amplitude

Nesse caso, qual seria a melhor opção? O o positivo: têm menores alterações na
bactericida ou o bacteriostático? microbiota, e assim, menor probabilidade de
seleção natural de bactérias resistentes a eles.
Resposta: nesse caso, é melhor utilizar um
bacteriostático, a fim de evitar uma disbiose  Grande espectro: apresenta pontos negativos e
na microbiota. Além disso, o medicamento positivos:
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o Negativos: selecionam bactérias mais 1. Antibióticos que atuam na parede celular:


resistentes, além de afetar todas as São os mais utilizados, devido a sua menor
microbiotas toxicidade. Isso acontece porque essa estrutura está
presente apenas nas bactérias e fungos!!
o Positivos: tem uma grande amplitude para a
ação de microrganismos. Além disso, quando Eles não agem da mesma forma, mas sim em
há poucas informações sobre o agente diferentes pontos da parede celular!
infeccioso em um paciente em sepse
(choque), é possível usá-lo para tentar reduzir
a parasitemia do agente infeccioso.

Na tabela, por exemplo:

 Grande espectro: tetraciclina – afetam


muitos grupos de microrganismos

 Pequeno espectro: azóicos – afetam apenas


um grupo ou poucos grupos

Toxicidade seletiva:
É importante pensar que a toxicidade seletiva está
relacionada a alvos presentes apenas nos eucariotos, e
 síntese dos peptideoglicanos no citoplasma
não nos eucariotos. Dessa forma, não haveria o
comprometimento do paciente.  Transferência do meio interno para o meio externo
desses peptideoglicanos.

 Espaço Peri plasmático: montagem do


peptideoglicano. PLP ou PBP (proteína de ligação
à penicilina) são enzimas das bactérias
especificadas em 4 tipos:

o PLP1: realizam transglicosilase, fazendo a


ligação 1-4

o PLP2: faz a ligação opeptídica


Tem como os seguintes alvos: o Autolisina: enzimas que realizam a quebra da
1- Parede celular: apresenta um alvo melhor na parede celular mais antiga das células,
bactéria gram-positiva. presentes no espaço perplasmático.

2- Membrana externa: tratamento de bactérias


gram-negativas

3- Síntese proteica:

4- Alteração de DNA e RNA

5- Alteração no metabolismo primário

 Penicilina:
Primeiro antimicrobiano descoberto!
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Ela é uma molécula que na sua estrutura Quanto maior sua classificação, melhor sua ação
apresenta um anel beta-lactâmico. Esse anel é nas gram-negativas.
responsável pelo mecanismo de ação.
Ela age nas gram-positivas!!
Esse anel é extremamente raro na natureza,
porque os carbonos realizam ligações com 4 Muitas bactérias, sobretudo as gram-negativas,
ligantes e com um ângulo de 109,1°, devido à apresentam beta-lactamase, responsável por
maior estabilidade. Porém, essa estrutura de clivar esse anel e dessa forma, inibir a
anel, apresenta um ângulo de 90°, sendo ela atividade do fármaco beta-lactamase.
considerada instável. Ele atrai as PLPs, Exemplo: beta-lactamase destrói o anel da
citadas anteriormente. A bactéria morre por penicilina, mas não da cefalosporina. Outra,
lise quando essa molécula entra em contato porém, pode destruir as duas estrutura (vide
com as PLPs, uma vez que elas são slide a seguir).
responsáveis por montarem os Essas enzimas beta-lactamase apresentam
peptideoglicanos, e assim, causam uma diferenças no seu mecanismo de ação, mas
alteração significativa da parede celular. dependem de cada molécula alvo.

Até então, muitas bactérias, porém, não Moléculas que apresentam o anel beta-
respondiam à penicilina (algumas gram- lactâmico, mas que não matam a bactéria:
negativas, por exemplo).
Essas moléculas não matam a bactéria, mas
são grandes atraentes das enzimas lactamases,
funcionado como inibidores de Beta-
 Cefalosporina: lactamases: amoxicilina + ácido clavulânco,
ampicilina +sulbactam, piperacilina +
tazobactam.

Foi utilizada para tratar infecções gram-


negativas. Sua melhoria é responsável por
aumentar sua ação na gram-negativa em si. Por
isso, elas são divididas em 1ª, 2ª, 3ª e 4ª geração.
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 Glicopeptídicos:

A vancomicina é uma molécula grande. Ela


Grupo dos medicamentos lactâmicos e os não bloqueia o sítio de ligação da transglicosilase e
beta lactâmicos: da transpeptidase, bloqueando o ponto de síntese
da parede celular.

Todos agem nos aminoácidos DALA.

Evolução dos beta-lactâmicos e Beta-


 Polipeptídico:
lactamases:

Não é glicopeptídico, pois age no bactoprenol.

Medicamentos que atuam na membrana


plasmática:
Anfotericina B: mata fungo, pois se liga ao ergosterol,
presenta na membrana plasmática dos fungos.
Acontece lise osmótica, pois permitiu a saída de água.
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Mecanismos que afetam a síntese proteica:

Azólicos: também tem como alvo o ergosterol, mas


quanto à sua inibição, e não se ligam a ele.

Polimexinas: são antibióticos voltados na danificação


da estrutura da membrana celular das bactérias.

É importante saber que o processo de tradução é


composto por várias etapas!! Por isso, existem
diferentes classes de medicamentos que inibem esse
processo:

 A polimixina B: ela pode facilmente


interagir com membranas das nossas células,
especificamente os fosfolipídeos. Era
utilizada apenas em usos tópicos.

 Polimixina E ou colistina: composto mais


utilizado clinicamente, pois pode ser usado
de modo sistêmico. (Vide informações no
slide)
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medicamentos ainda não foram capazes de


combater as bactérias.

Medicamentos que inibem a síntese dos ácidos


nucleicos: Só devem ser usados em último caso!

 Inibidoras das RNA polimerases:


Inibe a enzima que realiza a transcrição,
inibem a síntese de proteínas.

Inibidores da RNA polimerase:

1. RIFAMPICINA: é utilizada no
tratamento da tuberculose. Ela é
hidrofóbica, a qual se difunde
muito bem na parede celular da
micobactéria dessa doença. Ele é
o medicamento de primeira
Há medicamentos que podem alterar a síntese do DNA
escolha, então deve-se testar para
e do RNA.
ver se a bactéria do paciente tem
 Quilononas: resistência para esse
Eles são antimicrobianos!!! (errata). Eles medicamento.
foram os primeiro antibióticos, mas com o uso
2. RIFOCINA: aquele sprayzinho
contínuo, depois surgem as quinolonas de 2ª e
vermelho utilizado para dor de
3ª geração.
garganta.
Elas atuam na DNA girasse, presente no
processo de replicação da bactéria. Essa DNA Medicamentos que atuam na síntese de
é responsável por cortar o enrolamento do compostos essenciais:
DNA, e consequentemente, facilitam a 1- SULFANAMIDA: era um corante. Ela impede
replicação. Quando elas são inibidas, o a síntese de ácido fólico (vitamina do
processo explicativo não acontece. complexo B). é importante sabermos que as
bactérias que são responsáveis por produzirem,
Como essas moléculas são de amplo espectro, uma vez que o nosso corpo não é capaz de
eles podem afetar as células do corpo. fazer isso.
A fluoroquinolonas (quinolonas de segunda
geração): são contraindicado em crianças na
fase de crescimento e em mulheres gestantes.
Esse medicamento deve ser usado, de uma
forma geral, em último caso, caso os demais
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As Enterobacteriaceae podem ser isoladas de vários


sítios infecciosos e são responsáveis por:

 Abscessos;

 Pneumonia;

 Meningites;

 Septicemias;
2- TRIMETOPRIM: ele também inativa a enzima
de uma das etapas da via do ácido fólico, ele  Infecções de feridas, trato urinário e trato
bloqueia a tetrahidrofolato, impedindo o gastrointestinal.
metabolismo do ácido. Alguns também são
considerados enteropatógenos por causarem
3- SULFAZOTRIM = SULFANAMIDAS +
preferencialmente infecções gastrintestinais, como
TRIMETROPRIM: é utilizado de forma
a Salmonella typhi,
concomitante, uma vez que eles agem em dois
outras Salmonellas, Shigella spp., Yersinia
lugares da via do ácido fólico.
enterocolitica e vários sorotipos de Escherichia coli,
embora possam também causar infecção em outros
sítios.

As principais enterobactérias isoladas em IRAS,


constituindo cerca de 99% dos isolamentos de
enterobactérias de importância clínica, são:

Escherichia coli; Klebsiella spp.; Enterobacter spp. (E.


aerogenes, E. agglomerans etc.); Proteus spp.;
Providencia spp.; Morganella spp.; Citrobacter spp.;
Salmonella spp.; Shigella spp.; Serratia spp.

EXTRA: Bacilos Gram-negativos As enterobactérias que atualmente predominam


nas IRAS são:
fermentadores de glicose
Essa parte não foi uma aula, mas uma necessidade de Escherichia coli; Klebsiella spp.; Enterobacter spp.;
entender quais bactérias são gram-negativas
fermentadoras de glicose antes de estudar cada uma As isoladas com menor frequência são:
delas!!
Edwardsiella spp.; Hafnia spp.; Yersinia spp.
Características dos fermentadores de glicose: - Em amarelo são as que foram faladas em aula.
 São bacilos Gram-negativos;
 Fermentam a glicose com ou sem produção de gás; Fonte: Gram-negativos Fermentadores (anvisa.gov.br)
 São aeróbios e anaeróbios facultativos;
EXTRA: Bacilos gram-negativos não
Importância clínica:
As enterobactérias são universalmente distribuídas no
fermentadores de glicose:
solo, plantas, na água e no trato gastrointestinal de Essa parte não foi uma aula, mas uma necessidade de
humanos e dos animais. Algumas espécies são entender quais bactérias são gram-negativas não
encontradas apenas em alguns nichos, como fermentadoras de glicose:
a Salmonella sorotipo typhi, que causa febre tifóide e é
Bacilos Gram-negativos não fermentadores (BGN-NF)
encontrada apenas em humanos, enquanto outras são
são microrganismos aeróbios e incapazes de utilizar
encontradas universalmente como a K. pneumoniae.
carboidratos como fonte de energia através da
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fermentação, degradando-os pela via oxidativa. A apenas aos medicamentos, mas em respeito a sabonetes
maioria é oxidase positiva e móvel. antibacterianos de forma exacerbada etc.

Possuem como habitat natural o meio ambiente, Bactérias selvagens: não apresentam mecanismos de
podendo ser encontrados em: água; solo; peixes resistência.
congelados; leite cru; soluções desinfetantes etc.
BACTÉRIAS PODEM SOMAR VÁRIAS OUTRAS
As amostras oriundas de meio ambiente hospitalar CARACTERÍSTICAS DE RESISTÊNCIA.
de onde são mais frequentemente isolados são: água
de torneira; respiradores; cateteres de sucção;
antissépticos; soros etc.
Mecanismos de resistência bacteriana aos
Estudos filogenéticos baseados na seqüência 16S do antimicrobianos:
rRNA levaram a inúmeras mudanças na classificação e
nomenclatura desse grupo de microrganismos nos
últimos anos.

Dentre os principais gêneros causadores de infecções


em seres humanos encontram-se:

Pseudomonas (P. aeruginosa); Acinetobacter (A.


1. Alteração dos alvos:
baumannii); Complexo Burkholderia;
Acontece a partir de uma mutação de um gene
Stenotrophomonas; Chryseobacterium.
cromossomal bacteriano que resulta na
- em amarelo: aprendidas nas aulas incapacidade de se ligar nas células alvo.

Importância clínica: são consideradas oportunistas. Legenda: Grifados em verde: fenótipos de


bactérias resistentes.
Fonte: Controle de Qualidade em Microbiologia
Clínica (anvisa.gov.br) Exemplos:

 Resistência à eritromicina pela


Aula 10: o que significa uma bactéria modificação no ribossomo: esse
resistente e seus fenótipos – mecanismo inibe a ação em pelo menos 3
classes de medicamentos! Se partes de
MECANISMOS DE RESISTÊNCIA: resistência acontecem na subunidade
Introdução: grande dos ribossomos, há uma alteração
Pensaremos na espécie e suas diferentes cepas ou não apenas da eritromicina, mas os
linhagens! macrolídcos, glicosamídios e
estreptogamidas do grupo B. MLSb: não
Resistência: Microrganismos antes suscetíveis à ação podem ser tratados com esses
de um antibiótico, mas, passa a não ser mais afetado medicamentos!
por este. Ela não é afetada pela presença
antimicrobiano ou quimioterápico, que não induz, mas  Gene mcr-1: é o gene encontrado
selecionam (seleção natural) aquelas bactérias mais quando se isolaram bactérias gram-
resistes e as mais fracas morrem. O que pode acontecer negativas. Esses genes são
é que esse antimicrobiano pode aumentar a responsáveis pela modificação dos
EXRESSÃO de um gene que já existe nela que açúcares da bactéria gram-negativa
aumenta a resistência... com outras palavras, ele não na porção mais externa da
cria esse gen. Em um ambiente hospitalar, aquelas membrana externa, onde está o LPS,
bactérias passam a ser mais resistentes, envolvidas não a ponto de mudar a carga da
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bactéria, passando a ter carga


positiva!!!

 Resistência à rifomicina devido à


modificação do RNA mensageiro

 SARM ou MRSA: estafilococos áureos


resistentes à penicilina, porque
produziam a penicilinase (clivante da
molécula da penicilina). A meticilina e a
oxacilina é um medicamento, resistente à
penicinilase, enzima secretada por essas
bactérias resistentes à penicilina.

Cassete cromossômico dos


estafilococo = SCCmec: é quando por
conjugação, uma bactéria adquire um 2. Alterações na permeabilidade da membrana
gene (mecA, por exemplo) que é plasmática:
resistente a meticilina, e dessa forma, É uma adição de informação genética que modifica
a bactéria que antes não era resistente. proteínas de membrana (sistema de transporte ou
A bactéria passa a expressar uma poros).
PLP2 A OU PLP2’, a qual não se liga
Nesse caso, o antimicrobiano não pode mais cruzar
ao beta lactâmico, e não deixa de
a membrana, uma vez que houve diminuição da
fazer a bactéria celular.
quantidade do sistema de transporte ou porinas.
Observação: no Brasil é utilizado apenas a
Isso mostra, que se o medicamento não consegue
oxacilina
adentrar em quantidade suficiente, a bactéria não
 VRE (ing) e ERV (pt): é um gênero de morre.
enterococos gram-positivo de
Está relacionado a uma resistência
(microbiota do trato gastrointestinal).
extracromossomal (plasmídio R).
Eles começam a trocar os tromposons
van-a, além do gene da transposase, ele
transporta um gene que tem resistência à
vancomicina (glicopeptídicos) que se
ligam a DALA, trocando-a por lactato.
Dessa forma, o medicamento, que
reconhecia a D-Ala, não tem moléculas
mais para reconhecer. Uma das saídas,
são os medicamentos que inibem a
3. Inativação da droga:
síntese proteica.
É o desenvolvimento de enzimas que degradam as
moléculas dos medicamentos.

Exemplo:

 Beta-lactamase: degradam o anel Beta lactâmico


(penicilinas).

o As beta lactamases de expectro estendido


(GLIpositiva ou ESBL): são as enzimas
bacterianas que agem na cefalosporina de
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terceira geração, e até mesmo na de 4ª Aula 11: bacteriologia clínica


geração impedindo também a penicilina. Se
forem de 4ª geração, não devem ser Antibiograma:
utilizados as cefalosporinas, uma vez que NR: não realizado
essas bactérias são capazes de clivarem esse
Interpretação: indicará se a bactéria é sensível a
efeito.
algum medicamento:

 S= microrganismos é sensível ao medicamento


 Carbapemenase: mais comum nas gram-negativas
 I= intermediário ou dependente da dose
- degrada o anel beta lactâmico dos carbapenes
administrada do fármaco – quanto maior a dose,
(Imipenen), ou seja, inibem todos os processos
melhor será afetado o microrgansismo, mas
anteriores a ele também. É comum ouvir que uma
sempre analisar sua toxicidade. Ele é o melhor
determinada ala do hospital, há a presença desse
para ser utilizado.
tipo de bactéria.
CIM: mede a concentração, será indicado tanto para os
Intermediários, quanto para os Sensíveis.
4. Mecanismos de resistência às sulfas (alteração
Exemplo: antibiograma do S. aureus.
da via metabólica de ácido fólico):
Há a alteração da via metabólica do ácido fólico,
uma vez que ao invés de sintetizá-lo, elas passam a
utilizar aquele proveniente do meio. Dessa forma,
ela não responde a um medicamento.

Exemplo: gestantes que fazem a suplementação de


ácido fólico (vitamina B9) que estão sendo tratadas
com compostos com sulfas devido a uma infecção
urinária, podem ter seu quadro piorado.

5. Bombeamento para o meio ou sistema de


efluxo:
As bactérias passam a expressar proteínas de
membrana, que funcionam como uma bomba de Observação importante: S. aureus resistente à
efluxo, estas responsáveis por colocar o meticilina e à penicilina (MRSA), deve-se entrar em
medicamento do citoplasma bacteriano para fora contato com o CCIH.
dela.
Cultura de vigilância:
Exemplo: resistência a tetraciclinas são codificadas O primeiro vigiado é o paciente, sobretudo aquele que
por plasmídeos em Escherichia coli. vem de fora do hospital. Ele deve ser vigiado porque
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ele é um indivíduo que porta as bactérias e podem Bactérias de interesse médico:


espalhar para os demais. Para saber se esse paciente
não está contaminado com alguma colônia bacteriana,
mesmo com o exame prévio esteja negativado, temos
que solicitar mais exames para investigar esse
problema!!

O mais importante é a vigilância e não a


descolonização dos pacientes colonizados.

Os protocolos vão depender de cada Comissão de


Controle de infecção Hospitalar (CCIH), mas que
geralmente a vigilância pode acontecer uma vez por
semana ou por mês, podendo também colocar sob
vigilância os profissionais de saúde.
1- Cocos gram-positivos:
 Como identificar pacientes colonizados por FAMÍLIA MICROCOCCEAE = inclui 4 gêneros.
patógenos resistentes: Elas estão presentes na microbiota normal do ser
1. MRSA/VISA/VRSA: eles são mais humano. Embora faça parte da microbiota, tem
presentes na secreção nasal, muito algumas espécies que apresentam importantes
comumente pesquisados através do fatores de virulência, que dão habilidade de
“swab de vigilância”, que investiga as invadir tecido e fugir de mecanismos da resposta
secreções nasais, tanto de pacientes imune.
quanto de profissionais da saúde. Além
disso, pode-se investigar região axilar e
inguinal.

2. VER ou VRE: são aquelas presentes no


trato enterogastrointestinal. São
coletados via secreção anal ou retal nas
fezes.

3. Resistentes aos carbapenêmicos: P.


aeruginosa e A. baumanni que são
bactérias MDR (bactérias resistentes a Virulência: é a soma das características que dão
pelo menos uma droga de 3 diferentes aos agentes infecciosos uma vantagem na batalha
classes). Eles estão presentes na com seus hospedeiros.
secreção respiratória, anal e nas mãos
dos profissionais. Os XDR (bactérias
resistentes a pelo menos uma droga de 2
diferentes classes). Os PANresistentes
são aqueles resistentes a todas as classes
1- Staphilococus:
testadas!!!
Serão abordados os seguintes:
4. Enterobactérias produtoras de beta
lactamases: os pacientes de ESBL não
são mais isolados. Secreção respiratória,
anal e nas mãos dos profissionais. Os
KPC devem ser isolados.
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formação de uma película que dificulta a ação do


medicamento.

Apresentam também a proteína A (proteína de


superfície que favorece a adesão nos tecidos) – atua
como adesina – que inibe a fagocitose e previne a
opsonização (ligação de moléculas de reconhecimento
para o sistema complemento).

Muitos dos demais são oportunistas,


que podem aparecer no hospital.

Cocos: formato arredondados ou


levemente ovalados. Podem ser
arranjados de diversos formas, mas
comumente eles se arranjam em
“estafilo”, que são organizações em
cachos.

Eles possuem os fatores de agregação, que são fatores


de adesão) Adesina que se liga às células dos
hospedeiros.

As principais enzimas que elas apresentam são:

- Catalase: inativam o peróxido de hidrogênio e


radicais livres tóxicos formados no interior de células
fagocíticas, que serve como um mecanismo de evasão

- Colagenase e hialuronidase: degradam colágeno e


ácido hialurônico.

- Coagulase: é uma enzima que catalisa a conversão


do fibrinogênio em fibrina (quebra do coágulo). É um
mecanismo que ajuda na sua migração, dificulta a
O teste de catalase é diferencia entre estafilococos e os opsonização e fagocitose.
demais gêneros. Isso porque apenas os estafilococos
são capazes de produzir catalases.

S. aureus:
S. aureus:

Elas são as mais importantes. Os seus fatores de


virulência estão destacados em amarelo.

Eles apresentam uma cápsula, que inibem a fagocitose


pelos fagócitos. Ela também favorece na adesão pela
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processo agudo que pode gerar intoxicação alimentar


(vômitos, dor abdominal e diarreia) e síndrome do
choque tóxico.

Observação: Existe diferenças entre intoxicação e


toxiinfecção. A intoxicação é causada pela ingestão
direta das toxinas pré-formadas, causando um choque
tóxico. A toxi-infecção é a aquisição de bactérias que
dentro do organismo, elas são responsáveis por liberar
essas toxinas do organismo, causando um choque endo
tóxico.

AS esfoliatinas são produzidas por algumas cepas das


S. aureus. Ela atua na adesão de uma proteína presente
nas superfícies das células epiteliais, promovendo uma
As exotoxinas é outro fator de virulência. São intensa esfoliação de pele.
citotoxinas. Suas funções são: integração à membrana
celular, formação de poros e lise celular. Exemplo:
leucocidina (PVL)

Intoxicação alimentar:

É a ingestão de enterotoxinas pré-formadas.


Acontece em um período de incubação curto
(entre 1 e 8 horas). É evidenciado clinicamente
Os superantígenos são antígenos que liberam toxinas.
por náuseas violentas, vômitos, com ou sem
Eles são polipeptídios produzidos e secretados pelo S.
diarreia. Ela raramente apresenta sinais
aureus. Eles podem ser uma segunda opção da
sistêmicos. Ela é autolimitada e apresenta uma
produção do polipeptídio. Exemplos: TSST-1 toxic
resolução dentro de 24 a 48 horas.
Shock Syndrome Toxin, causada pelas enterotoxinas.

Observação: os antígenos tradicionais se ligam Doenças causadas pelos S. aureus:


normalmente aos linfócitos T. Mas os superantígenos  Pele: foliculites, acne, furúnculos ou abcessos,
se ligam aos MHC em áreas não específicas, de uma impetigo bolhoso – como é uma bactéria que faz
forma aleatória. Isso desencadeia uma liberação de parte da microbiota de pele, ele pode invadi-la a
toxinas, o que desencadeia a síndrome do choque partir de alguma lesão
tóxico.
 Trato respiratório: tonsilites e faringites
As enterotoxinas podem ser ou não um superantígeno.  Sistêmicas: síndrome do choque tóxico
Elas estão relacionadas a uma ausência de processo  Outras:
infeccioso, uma vez que essas são ingeridas, as quais o Comunitárias: intoxicação alimentares,
estavam presentes em alimentos contaminados. É um urinárias, endocardite etc.
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

o Hospitalares: Pneumonia por aspiração, S. aureus pode se aproveitar e se proliferar a partir


infecções do sítio cirúrgico, osteomielite desse fornecimento de nutrientes.
(pode vir de uma infecção cutânea).
Lembrar que os profissionais da saúde
podem levar esses S. spp. Porque eles
também estão presentes em fômites
(sobrevivem bem).

Exemplo de doenças causadas pelos S. aureus:

1.

2. Foliculite: acúmulo de puz embaixo da


superfície da epiderme, no folículo piloso. Ela
pode atingir algumas camadas mais profundas,
sendo que o furúnculo é uma extensão da
foliculite (formação de um abcesso).

1. O tersol (infecção de gândula sebácea), podem ser


ocasionados pelo S. aureus.

1. Acne: acúmulo de sebo. Ela pode ter uma


associação com esse agente etiológico.

Nas glândulas sebáceas, a cutibactéria acnes pode


habitá-la. Há uma hiperatividade da glândula sebácea,
com secreção de ácidos graxos, que agridem a parede
folicular, ocasionado uma hiper queratinização desse
folículo. Pode acontecer, porém, um rompimento desse
excesso de sebo, gordura e ácidos graxos, sendo que a
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

3. Carbúnculo: extensão do furúnculo, com


disseminação sistêmica. Ele pode ser
ocasionado por outros microrganismos, mas
com menor frequência pelo S. aureus.

4. Impetigo: acomete mais na faixa etária


infantil. Presença de vesículas cutâneas
superficiais ricas em bactérias (altamente
contagiosas), com eritema localizado. Ele é
classificado como bolhoso e não bolhoso. A
ação localizada e generalizada da Esfoliatina
causa um deslocamento das áreas da epiderme,
causando a sua descamação (síndrome da pele
escaldada)
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Staphylococcus epidermis:
Ela é encontrada na microbiota de pele.

Ele não tem um arsenal de fatores de virulência.

Ele apresenta uma cápsula importante para a formação


de biofilmes e toxinas formadores de poros.

Biofilmes: reservatórios de bactérias,


com múltiplas camadas delas, os quais
irão aderir em determinada superfície,
que atua na dificuldade da ação de
antimicrorganismos, e de sua
distribuição.

5. Enterocelite: causada por algumas cepas.


Intenso processo inflamatório. Alguns
antibióticos podem causar isso.

Ele apresenta enzimas (proteases e lipases) para


sobreviver na microbiota de pele.

Ele é oportunista, muito presente no ambiente


hospitalar (serviços de oncologia e neonatologia).

Eles estão associadas à infecção associada à:


implantação de próteses articulares, cardíacas e
vasculares. Além disso nos cateteres intravenosos e
peritoniais.

Para identificar a presença desse microrganismo, deve-


6. Mastite: pode acontecer a internalização do se realizar ao menos de 2 a 3 hemoculturas: MSD
microrganismo nas glândulas mamárias. Fazer (membro superior direito), MSE e CVC (cateter).
a antibioticoterapia + drenagem de abcessos, a Quanto mais positivados, maior a infecção.
fim de impedir a disseminação.
o Cateter: se apenas ele der positivo, ele
deve ser retirado, a fim de impedir que
espalhe essa infecção para outros lugares.

CCIH: hemocultura: com uma amostra positiva para S.


não aureus, não haverá o teste de sensibilidade porque
é uma grande chance de contaminação.

Fatores de virulência – grifados em amarelo.


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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

A Cápsula - PIA (polyssaccharide intercelular adhesin)


– forma biofilmes para aumentar a dificuldade da ação
de antimicrobianos.

As bacteriocinas são produzidas no combate das


bactérias gram-positivas.

Produção de lipases e proteases, além das toxinas.

S. saprophyticus:
Ele é um importante patógeno oportunista. Ele é mais
frequente em mulheres jovens em infecções tratos
urinários (cistites e pielonefrites). Porém, elas podem
causar demais patogenicidades, podendo aparecer em
2- Streptococcus e enterococus:
pacientes hospitalizados, tanto em suas feridas, quanto
Também são gram-positivas dispostos em
no trato urinário de ambos os sexos.
cadeias.

Bacterioscopia de urgência: é importante


saber a estrutura morfológica deles – amostra
dispostas em cadeias, coradas em roxo na
coloração de gram.

Elas estão presentes na microbiota, porém, em


alguns casos podem expressar fatores de
virulência e causar doenças.

Classificação de acordo com o tipo de


hemólise: Dividido em alfa, beta e gama. É
uma generalização muito importante porque
laboratórios de pequeno porte podem não
disponibilizar a espécie do Estreptococos.

Fatores de virulência:

A proteína ligadora à fiobrinoctina, uma vez que elas


se ligam às células uretrais.

Como prevenir os Staphilococos?

Alfa: o grupo lisa de forma incompleta das


hemácias, dando uma coloração esverdeada
e/ou escura.
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Em indivíduos imunocompetentes, essas bactérias alfa


hemolíticas (grupo vividans) podem seguir caminhos
mais complicados, podendo causar complicações
importantes. Exemplo: endocardite.

Pneumococos:

Podem fazer parte na microbiota superior, mas que


devido à vacinação, estão menos presentes atualmente.
Ela pode causar pneumonia.

Os agentes infecciosos mais importantes:


Beta: apresentam hemolisinas que se
expressam in vitro, as quais quebram
completamente as hemácias e demais células
que estão próximas à presença das bactérias.
Foi identificado que na superfície da parede
celular há uma variabilidade antigênica do
carboidrato C (polissacarídeos de composição
variada), sendo identificado 20 grupos
sorológicos. Dentro esses 20 grupos, apenas os
A, B, C, D, E, F e G foram encontrados em
I) S. pyogenes:
infecções humanas. Ver a seguir as espécies de
É um estreptococos Beta hemolítico do grupo A.
cada um desses grupos:

Fatores de virulência:

A cápsula impede a sua fagocitose. Ela não é


imunogênica, portanto, não há formação de anticorpos.
O grupo D é microrganismos de trato
gastrointestinal, mas provavelmente os As lisinas são importantes: Estreptolisina S (não
pacientes apresentam uma lesão nesse TGI, imunogênica) e Esrteptolisina O (imunogênica). Elas
que promoveu a facilidade de proliferação lisam leucócitos e eritrócitos, promovendo fissuras e
desses agentes. Na amostra clínica de sangue, poros na membrana celular.
portanto, significa invasão.
Estreptoquinase (fibrinolisina) lisa as capas de fibrina
Gama: as hemolisinas não se manifestam in para pode invadir as células.
vintro, não realizando a quebra das hemácias.
Hialuronidase são fatores de propagação dos
São os enterococcus (fecalis e o faecim)
microrganismos. Ela dissolve as substâncias
fundamentais do tecido conjuntivo.

Escovação de dente e tratamentos dentários:


MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Proteína M é uma proteína de adesão, além de 1. Faringite


facilitar a invasão pela ligação com células epiteliais.
Ela fica ancorada no peptideoglicano. Ela apresenta a
uma grande variabilidade (+ de 80), inviabilizando a
efetividade do sistema imunológico no seu
reconhecimento. Além disso, ela interfere na
fagocitose.

Proteína F é a proteína de adesão da mucosa e que


também facilita a invasão.

Toxina eritrogênica, cuja variabilidade é grande, que


pode atuar como um superantígeno. Elas estão ligadas
2. Piordemite: é uma infecção purulenta que
ao quadro de edema e eritrema (ligadas a um tipo de
acomente a pele. há uma pele colonizada, com
toxina eritrogênica), além do aumento da temperatura.
ruptura de epiderme, nas quais as bactérias
As principais são a SpeA, a SpeB, a SpecC e a Spec F.
introduzidas em tecidos, formando vesículas e
Quem comanda qual será sintetizada são cada tipo de
pústulas.
proteínas M.
3. Escarlatina: é uma complicação da faringite.
RESUMO: primeiro caracterizada pela mancha branca da
língua e posteriormente a língua avermelhada.
As crianças, mais sucetíveis, e demais
pacientes podem ser ou não hospitalizadas,
dependendo da avaliação do estado clínico.

4. Erisipela: é uma infecção aguda de pele, que


se caracteriza por eritema na área afetada, dor
local, febre e calafrios (Ela pode ser uma
celulite mais superficial e seguir para uma
Doenças SUPURATIVAS ou piogênicas por S. manifestação mais profunda). A pele afetada
pyogenes: encontra-se mais elevada do que a pele não
envolvida.
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

bastante relacionada a piodermite e impetigo.


Nela, ocorre a deposição de complexo Ag-Ag
e inflamação. Vide caso de PBL. Edema,
proteinúria, hipertensão, são exemplos de
sintomas e sinais dessa complicação.
2. Febre reumática: cepas reumatogênicas.
É importante saber que a pele de pacientes Acontece uma reação cruzada: Ac contra
idosos são bem sensíveis, o que favorece a antígenos de membrana de S. pyigenes com
invasão e o favorecimento da virulência dos tecido cardíaco humano.
agentes.
II) Streptococcus galactiae:
Outras doenças: Características gerais:

o É uma bactéria Beta hemolítica


o Cápsula
o Adesinas
o DNAase, hialurinidase, estreptolisina
o C5a peptidase
o Fator CAMP – proteína que se liga ao IG
que impedem a opsonização. Única
bactéria produtora desse fator, sendo um
alvo importante para o laboratório e
farmacologia.

Eles são gram-positivos que podem colonizar o trato


A sepse e a síndrome tóxica depende dos tipos
intestinal, geniturinário. Ele pode colonizar mulheres e
(cepas)
gestantes, (de 5 a 35% assintomática nas gestantes).
5. Fascite necrosante: relacionada a uma
É importante saber que as gestantes podem estar
infecção profunda de tecido conjuntivo. É uma
colonizadas, a fim de evitar infecções neonatais, uma
“bactéria comedora de carne”. Seu início é
vez que essas bactérias podem ser transmitidas
semelhante a uma celulite, mas progride
verticalmente pelo parto (aspiração da mucosa e/ou do
rapidamente para a necrose tecidual.
líquido amniótico). A lesão pulmonar do RN está
relacionada a aspiração dessa bactéria, que é
caracterizada pela produção de hemolisinas.
Portanto, além de outros fatores atrelados à
imaturidade do sistema imune do recém-nascido, o
contato com essa bactéria pode causar a doença
neonatal causada por S. agalactiae.

Além disso, essa bactéria pode ultrapassar a placenta


e atingir o feto.
Doenças não supurativas: A gestante deve fazer uma cultura de urina e na
Surgem quando as doenças supurativas não são mucosa vaginal para identificação de S. agalactie.
imediatamente diagnosticadas e tratadas. Elas são
Exame de urina:
complicações pós-estreptococos.
Maior ou = a 105: infecção e deve-se iniciar
1. Glomerulonefrite: cepas nefritogênicas o tratamento.
(sorotipo 49 é mais frequente). Ela está 10² e com presença do S. agalactie: deve-
se relatar no laudo, porque ainda que seja
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

menor que a quantidade limite da bactéria,


pode haver uma progressão da
contaminação por S. agalactie.

Doença neonatal causada por S. agalactiae:

Precoce: primeiros 5 dias de vida. A sua mortalidade é


elevada. É adquiria durante a passagem do RN pelo
canal do parto que estava colonizado.

Tardio: entre 7 dias e 3 meses após o nascimento. É


geralmente adquirido no ambiente hospitalar.

Observação: Mas o que é normalmente avaliado no


Essas bactérias podem colonizar, causar
líquor?
gastroenterites, causar sepse (apenas alguns sorotipos)
Ele deve ser analisado tanto na hematologia, quanto na etc.
sorologia e microbiologia. Esta última tem a finalidade
Fatores de virulência:
de identificar a presença de microrganismos, com a
responsabilidade de liberar o gram (presença de  Gram negativo: LPS (lipídeo A – cadeias bem
bactérias) fora da normalidade. Possíveis achados longas), fimbrias de adesão, proteínas de invasão
relacionado ao S. agalactiae: (invasinas), enzimas protetoras de ação ácida e
enzimas protetoras da ação de fagócitos.
>500 células: tudo indica para a presença de bactérias.
o O repertório de proteínas é grande e dessa
Alta quantidade de lactato: grande índice de destruição
tecidual forma, ela pode ser

Enfermidades em gestantes: Espécies de salmonella:

- Infecção urinária: nem sempre é sintomática.

- Infecção ferida cirúrgica

- Sepse e meningite: muito envolvidos em abortos


ilegais

Enfermidades em homens e mulheres não


gestantes:

- Pneumonia, infecções de pele e tecidos moles, sepse

Aula 12: continuação das Observação: os sorotipos das bactérias podem ser
enterobactérias reduzidos, uma vez que o “entérica” já está explicito,
Hoje: finalizaremos as enterobactérias. Depois porque apenas elas são encontradas no ser humano.
falaremos de outro tipo de microrganismos + caso
Patogênese da Salmonella:
clínico para as enterobactérias + bate papo sobre
1. Invadem a mucosa intestinal, após resistir ao
algumas características do outro microrganismo
suco gástrico, alcançando as células M da
introduzido hoje.
porção terminal do intestino delgado e porção
Salmonella: inicial do intestino grosso.
Se trata de uma bactéria gram-negativa.
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Células M: são responsáveis pela


transcitose.
2. Invasão dos sorotipos:
a. Sorotipo Typhi: é aquele invasivo,
que se disseminam no macrófago. É o
sorotipo mais comum!
b. Sorotipos não invasivos: induzem
uma resposta inflamatória local que
resulta na infiltração de
polimorfonucleares neutrófilos.

Esquema da Salmonella.

Salmonella enteritidis:
Habitat: frequentemente encontrada no trato intestinal
de animais sendo muito comum nas aves. Há a
transmissão no ovo, além do mal armazenamento,
porque pode-se ser contaminado pelo meio externo.
3. Primeira bacteremia: Podem cair na corrente
sanguínea. O paciente está assintomático e Modo de transmissão: alimentos contaminados (ovos
nem uma hemocultura é capaz de identificar a e carnes) que são ingeridos crus ou malcozidos.
presença da bactéria nessa fase.
4. Ela segue para o fígado, baço, medula óssea.  Ovos: são contaminados tanto na formação dentro
5. Segunda bacteremia: maior chance de ser da ave, quanto por meio externo
encontrada. A maior quantidade de bactéria
Salmonella spp. Que causam gastroenterites:
possibilita o aparecimento de sintomas:
1. Invasão transepitelial
cefaleia, mal-estar, mialgia, anorexia leve,
2. Invasão de macrófagos
diarreia leve, antes da febre. A febre é gradual,
3. A bactéria lisa os macrófagos, liberando IL e
constante, com duração de aproximadamente
citocinas pró-inflamatórias que irão recrutar os
de 10 a 14 dias.
neutrófilos. A infecção por Salmonella tem
6. Pode acontecer: uma perfuração de intestino
muito neutrófilo. INFECÇÃO
(Typhi), osteomelite, endocardite.
LOCALIZADA E AUTOLIMITADA.
Portadores: podem transmitir esse microrganismos. É 4. Apresenta uma diarreia com grande
importante identificar os portadores, sobretudo, da quantidade de neutrófilos significativo
Salmonella typhi e realizar o controle. 5. Elas alcançam a lâmina própria, com resposta
inflamatória intensa, aumentando a secreção
de fluidos o que aumenta a diarreia.
6. Proliferação da lâmina própria que invade
vasos sanguíneos
7. Podendo chegar em outros tecidos
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Porta de entrada: são feridas que rompem a barreira


física protetora contra esses agentes.

Tratamento:

Aula 13: não fermentadores de Família pseudomonadaceae:


São 156 espécies reconhecidas, dentre elas as mais
glicose encontradas dentro do ambiente hospitalar é a
Introdução: Pseudonomas aeruginosa.
São patógenos oportunistas distribuídos amplamente
na natureza, com capacidade de colonizar ambientes,
equipamentos, desinfetantes e pessoas.

Características:

Exemplos:
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

 Fímbrias ou pile: adesão em


qualquer célula
 Pigmentos:
 Pigmento: inviabilizam a
sobrevivência de outras bactérias
(bacteriocina), inviabiliza a
produção celular. Pioverdina
inviabiliza a exotoxina A.

1. P. Aeroginosa:

Os fatores de virulência dessa bactéria são:


 Cepas mucoides (capsuladas):
polissacarídeo alginato para
formação de biofilme, inibição de
fagocitose e inviabilização de
antimicrobianos.
 Enzimas extracelulares: elastases
são as principais, porque essa
bactéria degrada elastina,
danificando o vaso, facilitando a
proliferação do microrganismo. A
fosfolipase degrada fosfolípideo da
membrana e surfactante dos
pulmões, aumentando a dificuldade
da contração e expansão pulmonar.
O raminolipídeo solubiliza o
surfactante.
 Exotoxina A: provoca necrose
 Exotoxina S:

 Adesinas não fimbriadas:


importantes para a adesão em muco Observações:
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Mesmo que a pseudomonas aeruginosas tenha a


hiperexpressão de AMPc, elas não são resistentes às
Beta-lactamases. Ela apresenta, então, baixo
mecanismo de resistência aos antimicrobianos de
terceira geração. Isso acontece porque ela produz em
baixas concentrações de ampC, PODENDO NÃO
SAIR NO ANTIBIOGRAMA, SAINDO
APARENTEMENTE SENSÍVEL À
CEFALSPORINA DE 3ª GERAÇÃO. Quando esse
medicamento é administrado, pode-se causar essa
hiperexpressão de AmpC.

Aula: Doenças clínicas


Os fatores de risco são: depilação, piscina e banheira,
traumas e bacteremia.

 Foliculites
 Síndrome da unha verde
 Conjuntivite
 Úlcera córnea
 Otite externa
 Sinusite
 Infecções pulmonares
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Forms: responder um caso clínico disponibilizado


pelas professoras. N. gonorrhoeae = não apresenta fisiologicamente na
nossa microbiota, nem da transitória.
EPEC atípica: escherechia coli – bactéria
enteropatogênica – tem uma diarreia sem sangue e N. meningitidis = pode estar presente em microbiota
aquosa, e persistente. transitória

ETEC: escherichia coli – é uma bactéria fermentadora N. lactmaica = mais presentes em


de glicose - imunossupremidos.

Fonte: E. coli Pathotypes- ETEC, EPEC, EHEC, As de significado clínico: N. gonorrhoeae e N.


EAEC, EIEC, DAEC (microbenotes.com) meningitidis

1. Família Neisseriaceae:
 Gram-negativas 1- Neisseria meningitidis:
 Não são bacilares
 Difíceis de serem isoladas – temperatura e
atmosferas adequadas
 Estão presentes na microbiota normal, sobretudo
nas mucosas
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Meningite: Esses casos de meningite acontecem


quando a N. meningitidis cai na circulação e acaba
chegando ao SNC (meninge).

Meninngococcemia: é simplesmente a presença dessa


bactéria em altas concentrações que pode causar uma
sepse de evolução rápida no paciente. Ela pode estar
relacionada aos casos de meningites.

Sintomatologia clássica da meningite:

 Dor de cabeça e nuca

 Rigidez no pescoço e protusão do mesmo

 Febre

 Vômito

 Confusão mental

 Paralisia etc.

COMO ACONTECE A LIGAÇÃO DO AE E O


HOSPEDEIRO:

MENINGITE MENINGACOCCEMIA:
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS


MENINGITES:

É necessário as vezes pedir um BAAR no exame de


líquor para descartar a presença da micobactéria
tuberculosis.

Prevenção e tratamento por N. meningitidis:

O LÍQUOR: ele é coletado e segue


para as análises clínicas, indo para:

- Bioquímica: análise dos


componentes, como glicose que em
casos de bacteremia, a glicose abaixa
porque as bactérias estão usando essas
glicoses. As proteínas nesses casos
também estão elevadas, devido ao
comprometimento da barreira
hematoencefálica.
2- N. gonorrhoeae:
- Hematologia: há aumento das
células/mm3, pelo aumento de
leucócitos e neutrófilos

- Microbiologia: bacterioscopia (para


analisar a presença de bactérias) e tinta
da China (para analisar a presença de
fungos)
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Patogenicidade: Aula: Gênero Bordetella:


Introdução:

Características:
São gram-negativos não fermentadoras de glicose,
utilizando via oxidativa para a utilização dos
carboidratos!!

Algumas espécies:

A mais importante é a B. pertussis, conhecida como


a Coqueluche.
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

A B. parapertussis é uma forma branda da doença. apresentam um esquema de vacinação incompleto, que
vão contrair a doença de forma grave, evidenciada
A B. bronchiseptica acomete mais animais, mas pelas seguintes manifestações:
pdoem também afetar os humanos.
 Ataques de tosses muito fortes, que pode levar
Recentemente a B. hinzii e a B. holmesii foram a hipoxemia e consequentemente a morte –
descritas recentemente, sendo que a última foi tosse paroxística
identificada
 Patologia:
Importância para o diagnóstico: apresentam
crescimento lento em laboratório e as crianças
atualmente possuem maior tendência a não terem o
esquema de vacinação completo (os primeiros 6
meses)

Fatores de virulência:

 Manifestações clínicas

Coqueluche:
 Transmissão: As manifestações clínicas são divididas em 3
estados:

1. Inicial ou catarral: 1ª ou 2ª semana, sendo o


período de maior chance de contaminar outras
pessoas
2. Fase paroxística: pode duras de 2 a 4 semanas,
com aumento dos linfócitos, que é quando
acontece o processo de patogênese de invasão
das células
3. Fase de convalescença: dentro de 1 a 3
semanas

Os adultos podem servir como reserva para o agente,


sendo que são as crianças, sobretudo aquelas que
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

 Em 2020:

 Diagnóstico clínico:
Devemos priorizar os testes moleculares:

 Tratamento:
Ampicilina não deve ser utilizado porque ela apresenta
uma alta taxa de resistência à ampicilina.
 Surto em 2010 - 2014:
Trata-se de uma doença reemergente, controlada pela Eritromicina deve ser evitada também porque a B.
vacinação. pertussis apresenta uma resistência baixa, mas
presente, a esse medicamento.
O seu ciclo de ressurgimento será entre 5 anos,
segundo a epidemiologia do país.

O que aconteceu para o surto foi devido a:

 Baixa cobertura nacional em determinadas


regiões  Prevenção:
 Variações de Bordetella pertussis em diversas
regiões
 Perda da imunidade da doença natural em
indivíduos adultos
 Necessidade do melhor reconhecimento da
doença pelos médicos (rastreamento perante os
fatores de risco)
Caso clínico apresentado em aula e corrigido.
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Aula prática: antibiograma Material de laboratório:


Dia 09/11/2021

Essa aula foi escolhida porque e’ uma das mais


importantes para analisáramos com e’ feito.

O antibiograma e’ usado para avaliar quais as


resistências de determinada bactéria, ajudando assim,
na escolha terapêutica. Ele pode ser usado através de
diversas técnicas.

 O que será visto hoje em aula e’ o mais


tradicional. Ele e’ qualitativo. Nesse caso,
são dois: teste de disco-difusão e teste de Ki

BrCAST e diretrizes:
TODOS OS LABORATÓRIOS DO BRASIL DEVEM MH: o mei deve ser colocado em Müller-Hinton. A
SEGUIR A NORMA DO CADERNO LABORTORIO altura da tela tinha não deve ultrapassar 4 mm. Além
BRASILEIRO (BrCAST). Dessa forma, há a disso essas gotinhas devem ser hmogeneas.
padronização das técnicas que devem ser utilizadas no
antibiograma. As amostras do pacientes são provenientes da suspeita
diagnostica. Exemplo: pacientes com suspeita de
1- A amostra deve ter cerca de 1,5x10^8 infecção urinaria tem sua amostra de urina coletada;
unidades de bacterias por ml: lembrar que a paciente com abcesso cervical tem seu pus coletado
cada 20minuts mais ou menos esse numero através da punção.
esta dobrando. Esse e’ um dos principais
motivos do por que uma infecção bacteriana Tubo com bactérias: presença de bacterias permite
pode matar. que o tubo fique com uma aparência turva.
2- Escala de Turbidez: ela e’ utilizada pra medir Observação: bacteria P. agrginosa liber uma
essa quantidade de bactérias qu serão pigmentacao esverdeada, podendo acontecer ate
analisadas. Na imagem à esquerda com a própria amostra do paciente. Além disso, o
encontramos a escala meio de turbidez, que pus pode adquirir um tom mais esverdeado.
indica a quantidade do item anterior,
necessário para fazer o antibiograma. A Passo a passo:
direita, tens uma solução salina estéril. 1- Colocar no tubinho da solução salina estéril,
algumas gotinhas de bacterias (de 2 a 3) ate
atingir a escala media de turbidez – não se
deve passar dessa escala porque a amostra
deve ser refeita – utilizar par cada a amostra,
uma pipeta Pasteur cada.
2- Utilizar a zaragatoa (swab) dentro do tubinho,
agita-lo dentro, e retirando-o, apertar na parede
do tubo para retirar o excesso.
3- Em uma estria bem apertada (bem proxima um
da outra), ir girando o swab para ter certeza
que as bactérias estarão sendo todas
espalhadas de forma igual. Fazer mais duas
vezes, totalizando 3 vezes.
4- Pegar cada frasquinho de antibiótico,
conforme as anotações da professora em lousa
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

5- Siglas e números estão relacionados aos Aula teorica: bactéria e sua


antimicrobianos.
6- Com a pinça, colocar o disquinho no hagar e resistência no antibiograma
pressionar com a Pinça. Categorização dos isolados bacteriana:
7- Após deixar os ntimicrobianos, deixar as 1- Sesnsivel: aquele que a biodisponibilidade e’
plaquinhas identificadas. excelente.
8- A partir do resultado pronto da turma B, 2- Intermediário (I): sensível, aumentando a sua
analisar o tamanho dos halos e medi-los com a exposição. Pode-se ajudaram a dose, a fim de
régua em seu maior diâmetro. Colocar a sigla aumentar a probabilidade de sucesso. Além de
da bacteria e colocar aaas tres letrinhas e o aumentar a dose, pode aumentar a
número dos antibióticos concentração dele no local. As vezes eles são
melhores do que os antimicrobianos sensíveis,
Análise da turma A: sobretudo quando avaliamos a dose toxica e de
Usando a régua ou o halo metrô, pede-se: biodisponibilidade .
3- Resistente: possui alta probabilidade de falha
terapêutica, mesmo com o aumento da
- diâmetro dos halos concentração e da dose do medicamento. A
eficacia não e’ confiável, nem recomendável.
- identificar cada bacteria e seus respectivos
antimicrobianos analisados. Teste de disco-difusão (DD):
Importante ressaltar a diferença entre o in vitro e a
farmacologia. In vitro as concentrações são bem
menores, porqur n organismos tem todas aquelas fases
farmacológicas e irão influenciar na
biodisponibilidade. As vezes a dose no in vitro e’
considerada como toxica.

HALOS IGUAIS PARA DROGAS DIFERENTES:


na devem ter a mesma concentração -> Halos de
tamanhos iguais no devem ser utilizados, e sim a
concentra a segundo os respectivos fármacos (lembrar
que as concentrações dos medicamentos não
necessariamente são iguais, mas ainda sim, serão
concentrações padronizadas).

Considerar: a concentração minima que mata a


bactérias. Se o halo cresce acima ou iguala ele, são
Aureus – A: considerados sensíveis, se formarem um halo menor,
essas bacterias são resistentes. Observar: conforme
1. SUT 25=. 4,2 cm vai se afastando do papelzinho do antimicrobiano,
2. AZITROMICINA = 2,9 cm menor a concentração.
3. CFC = 2,9 cm
4. EST= 1,5 cm HALO MAIOR OU IGUAL: são bacterias não
5. APS= 5cm resistentes = sensíveis

Aeroginosa : HALOS PEQUENOS: não necessariamente


indicam resistência. HALOS GRANDES: não
1. Mpm: 3 cm indicam sensibilidade
2. LEV: 2,3 cm
3. POL: 1,6 cm HALO ZERO ou ausência de halo: indicam
resistência.
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Observação: a avaliação provavelmente sera


relacianado a pacientes hospitalizados. Sempre preferir
aqueles de menor concentração. Olhar o melhor para
determinado paciente, sendo que sempre preferir
dentro dos sensíveis, melhor para o sistema do
paciente. Caso não haja, pode-se optar pelo
intermediário.

Aula: micobactérias
Características:
 Bacilos longos e finos
 Aeróbicos
 Imóveis
 Não formam esporos Seu tratamento é longo, o que evidencia uma baixa
 Ocasionalmente formam filamentos taxa de adesão, uma vez que a parada reinicia o tempo
ramificados de tratamento. Além disso, as MNT possuem
 Exigentes nutricionalmente (estritamente biofilmes, apresentando maior resistência a
patogênicos): eles podem ser encontrados em medicamentos em relação às M. tuberculosis.
microbiotas normais
MNT = Micobactérias não tuberculosis:
 BAAR: bacterías álcool ácidos resistentes – as
paredes são ricas de lipídeos complexos
o Coloração de Zielh-Neelsen: corados
em coloração em que há a dissolução
do solvente no fogo para que essas
bactérias possam ser coradas

 Produzem biofilmes
 Podem ser obtidas de amostras de pele
(abcesso, secreção e ferimentos) e líquido
pleural

 m. leprae: não cresce in vitro, sendo testados


apenas no BAAR e não são isolados.
 M. abscessos, M. fortuitum, M. goronae: são
MNT (micobacterium não tuberculoses)
podem estar relacionados às seguintes lesões:
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Tuberculoide: quando evolui, e o organismo


ainda apresenta a imunidade celular, com a formação
do granuloma imune. Ela apresenta poucos bacilos.
Nessa fase indica uma maior probabilidade de cura.
PAUCIBACILAR (bacilos -) e até 5 lesões.

Dimórfica: há a diminuição da imunidade


celular, com o aumento dos bacilos e aumento da
expressão da imunidade humoral. INFECTO
CONTAGIOSO: deformidade de face de rosto (face
leonina), mais de 5 lesões, predomínio de citocinas.

Tempo de crescimento: 15 dias na cultura Virchowiana (lepromatosa):

Exemplos de Micobactérias:

HANSENÍASE:

É uma doença infecciosa causada pelo M. leprae ou


bacilo de Hansen.

É um BAAR, não cultivável, infectando o sistema


nervoso periférico, que pode causar a desmielinização.

Conclusão: a imunidade celular é inversamente


proporcional à quantidade de bacilos.

Transmissão: se dá pelo contato direto e pela inalação


de aerossóis, sobretudo relacionado a aglomerações
excessivas e falta de higiene.

Patogenicidade: adentram no nervo, colonizando as


células de Schwann de fibras não mielinizadas,
alterações no metabolismo celular, falta de produção
de mielina, mediada por reações imunes do
hospedeiro, que induzem lesões nervosas, perda
sensorial e desfiguração.

Classificação clínica:

Indeterminada: é a inicial, com mancha única,


com o diferencial feito através da anamnese (relatos de Tipos: temos a
diminuição da sudorese, localização em locais mais
frias do corpo) + raspagem para análise de Hanseníase tuberculóide
baciloscopia.
MICROBIOLOGIA
Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Hanseníase llepromatosa

Resultados: é importante mensurar clinicamente a


quantidade de bacilos, sendo que no laudo, o resultado
positivo é obrigatório classificar em cruzes:

Tratamento: é uma doença curável, cujo preço de


tratamento é gratuito (disponibilizado pelo SUS).
Trata-se de um tratamento poliquimioterápico
(rifampicina, clofazimina e dapsona).

Reações hansênicas: são mais comuns após o


tratamento, evidenciados por diferentes manifestações
clínicas e a partir do processo de hiper-reatividade ao
antígeno e hipersensibilidade tardia.

Tipo I ou pauciracilar ou Reversa:


representado por eritema, edema. Antes do tratamento Concurso e provas de residência: pergunta-se quais os
ou até 6 meses após o tratamento. medicamentos em cada uma das cartelas.
Tipo II ou multiracilar ou eritema nodoso Tuberculose
hansênico (ENH): após o tratamento, com formação de
imunocomplexos e deposição deles nos diversos História:
tecidos: pele, músculo etc.
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Epidemiologia:

Importante: não existe apenas tuberculose pulmonar!


A = doença
Transmissão: não se desenvolve

Síndromes clínicas:

Patogênese:
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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Tuberculose miliar: alcança outros locais de interesse.

Outras localizações da tuberculose:

Diagnóstico das micobactérias:


Ambas as doenças citadas são de notificação
obrigatória.

1. Baciloscopia: é o BAAR, sendo barata, apesar


de não ter uma sensibilidade tão alta
2. Cultura: é considerado o padrão ouro para a
identificação da tuberculose
3. Testes de sensibilidade aos antimicrobianos:
como sai rápido, o tratamento pode ser
iniciado a partir de suspeitas, sendo necessário
avaliar se precisa trocar algum medicamento
4. Diagnóstico histopatológico
5. Testes moleculares
6. PPD – reação intradérmica de
hipersensibilidade tardia: identificação da
tuberculose latente!

Associas: TRM + baciloscopia + cultura


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Letícia Costa Leite – TURMA XXVII – 2021/2 – 3º semestre Medicina

Tratamento: Estratégias contra infecções:


Esquema terapêutico:

Não pode parar o tratamento no meio, a fim de evitar a


seleção de bactérias resistentes.

Perfil de resistência da M. tuberculosis:

Lembrar que há primeira linha e segunda linha. A


última, utilizada em casos de resistências bacterianas.

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