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Saúde do Adulto I – Endocrinologia – Turma XXVII B – Letícia Costa Leite

Diabetes: é bastante comum, apesar desta não ser a principal


preocupação desses pacientes.

Definição: Como 35 a 50% dos diabéticos são assintomáticos ou


oligossintomáticos, o diagnóstico da doença,
Hiperglicemia que resulta em uma resistência
geralmente, é feito tardiamente, com um atraso
insulínica (corpo produz muita insulina, mas esta não
estimado de, pelo menos, 4 anos. Com isso, as
consegue realizar sua principal ação, que é carrear a
complicações micro e macrovasculares não raramente
glicose para dentro das células) que leva a uma
estão presentes quando há a detecção inicial da
secreção deficiente de insulina pelas células beta, ou
hiperglicemia. Quanto antes feito o diagnóstico e antes
ambas.
adotadas as práticas de controle, mais provavelmente,
no futuro, o paciente apresentara um diabetes
Epidemiologia: controlado.
As principais etiologias dessa hiperglicemia é o DM
Os sintomas do diabetes aparecem diante de uma
tipo 2 (relaciona-se com a resistência insulínica) em 90
glicemia média acima de 200, sendo os clássicos a
a 95% dos casos e DM tipo 1 (doença autoimune, na
tríade dos POLIS (aparecem em indivíduos
qual o corpo não reconhece as células beta-
insulinopênicos, ou seja, os pacientes de DM1 e final
pancreáticas, atacando-as), que corresponde a 5 a
de DM2):
10%.
 poliúria (aumento da frequência urinária) ->
Acredita-se que o diabetes venha a aumentar cada
pergunta importante: “você acorda muito para
vez mais de incidência e prevalência devido à maior
urinar?”
longevidade das pessoas (pâncreas envelhece e vai
 polidipsia (aumento da sede)
perdendo a capacidade de secretar insulina) e a um
crescente consumo de gorduras saturadas,  polifagia (aumento da fome) com
sedentarismo e, consequentemente, obesidade. Esse emagrecimento -> está ligado ao
crescimento, que já está ocorrendo, se dá emagrecimento
mundialmente, mas principalmente em países menos Esses sinais clássicos estão muito ligados a DM1,
desenvolvidos. porque DM2, sobretudo no início, a maioria é
 Alta prevalência no mundo, em países que assintomático.
tem menor renda per capta, maior a chance Nesse cenário, é preciso insulinizar o paciente para
de desenvolver DM: tirá-lo da glicotoxicidade.
o Se come pior em qualidade
o Mais carboidrato de alto índice
Como diferenciar DM1 e DM2:
glicêmico
o Mais barato Em casos de dúvida entre DM1 e DM2, deve-se pedir
dois exames laboratoriais:
DM2, fisiopatologia e um pouco do tratamento:
 Anticorpo (ANTIGAD – autoanticorpos contra
 Insulina alta devido a hiperglicemia, mas sua antígenos da célula beta), que estará positivo
efetividade está baixa: a insulina no início da no DM1, mas não no DM2
doença DM2 está alta -> muita insulina o  Peptídeo C, que estará alto no DM2 e baixo
peptídeo C está alto nos exames -> tratar no DM1.
via medicamento via oral porque ainda dá
para tratar a resistência insulínica. Podem ser confundidas, sobretudo, quando o paciente
 Ao longo da DM2: a insulina e peptídeo C é criança.
caem com o tempo -> alternativa de No quadro clínico:
tratamento essencialmente, A INSULINA,
associado a algum outro medicamento  DM1: a sintomatologia evidencia os 4 Ps de
forma muito evidente
Consequências da DM:  DM21: por ser mais crônico, então os
sintomas são menos específicos.
Essa hiperglicemia crônica do diabetes está associada
a dano, disfunção e insuficiência de vários órgãos,
principalmente olhos, rins, coração e vasos
sanguíneos. Assim, o paciente diabético é tratado,
principalmente, para que se evite as complicações.

A morte devido às complicações cardiovasculares


(macrovascular, como o infarto e o AVC) do diabetes
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Diagnóstico:

O necessário para o diagnóstico é:

 2 exames alterados
 1 exame alterado com sinais e sintomas

Observação: em casos de dúvidas, a glicose de


tolerância a glicose deve ser solicitada em indivíduos
com glicose entre 100 e 125, com a tentativa de retirar
a dúvida se indivíduos abrem quadro de diabetes pós-
prandial.

TESTE DE TOLERÂNCIA A GLICOSE: FEITO


APENAS PARA QUEM TEM A GLICOSE ALTERADA Biguanidas: representada pela METFORMINA
ENTRE 100 E 125. (glifage) 800 mg 3 x ao dia.

A metformina age em diferentes ações, com


Tratamento:
mecanismos parcialmente conhecidos:
DM1 -> insulina e suas variantes
- Inibição da gliconeogênese= ação anti-hiperglicêmica
DM2 -> diferentes classificações de no fígado
medicamentos, mas insulina apenas em estado
avançado - Melhora da sensibilidade periférica a insulina em
adipócitos e músculos esqueléticos
DM gestacional ou gestantes DM2 -> insulina e as
vezes metformina - Transloca o GLUT4 (receptor de glicose que faz a
captação independente da ação da insulina)
As metas do tratamento são:
- Diminui a reabsorção de glicose no leito esplênico
 Controle glicêmico, dos lipídeos e da PA
- NÃO AGE DIRETAMENTE NO PÂNCREAS => não
 Evitar ou postergar as complicações pelas
causa hipoglicemia.
diabetes
A metformina está disponível nos SUS.
O tratamento ideal é:
EFEITOS COLATERAIS: geralmente são sintomas
 Dieta
gastrointestinais.
 Exercício
 Medicamento GLIFAGE XR: é uma metformina que tem maior tempo
de ação. A dose máxima é 2 g ao dia ou 2
Opções de tratamento: comprimidos de 500mg pela manhã e 2 cp de 500 mg
à noite.

É possível a troca de metformina do posto pelo


glifage XR para pacientes que tem efeitos
colaterais da metformina.

Provas de residência: acidose lática é considerado um


efeito colateral mais terrível da metformina, apesar de
rara.
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 Dosagem da vitamina B12: é importante osmolaridade é devido ao aumento da glicemia ->
porque a metformina tem a tendência de essa condição é mais grave que a cetoacidose
diminuir a vitamina. metabólica de DM1

Contraindicações: Insuficiência renal Tratamento:


descompensada, clearence renal < 30, clearence < 50
Qual o critério para o objetivo do tratamento??
(metade da dose apenas), pré-contraste.
Grosso modo, os alvos do DM1 são uma glicemia pré
DM1: prandial de 90 a 130mg/dl e uma HbA1c menor do que
7%. -> Quanto menor a Hb glicada, menor a chance d
o desenvolvimento de doença microvascular, sendo
Definição: mirado um valor máximo de 7% O tratamento consiste
Em geral são quadros autoimunes, mas podem ser na administração de insulina, que é um hormônio
idiopáticos. A incidência vem aumentando no mundo produzido pelas células beta, que corresponde ao
todo, especialmente em crianças menores do que 5 agente mais potente para reduzir glicemia.
anos e em países mais frios (acredita-se), como a
Finlândia. Efeitos colaterais da insulina?

Não é uma doença de notificação compulsória, muitas Quando comparada com antidiabéticos orais,
vezes não apresentando um índice de incidência apresenta como desvantagens o fato de ser injetável,
semelhante com a realidade. Em geral, os pacientes causar mais hipoglicemia e ganho de peso (insulina
iniciam a vida de forma assintomática, possuindo uma faz com que glicose circulante seja absorvida e haja
predisposição genética do HLA. Em determinado formação de tecido adiposo)
momento, por algum fator extrínseco, os sintomas do
Benefícios da insulina DM1:
DM1 começam a surgir e o diagnóstico é logo feito.
Esse tipo de DM é caracterizado por um baixo nível de como vantagens, o fato de ser mais eficiente, de maior
peptídeo C, sendo que este vai diminuindo conforme o flexibilidade e adequação ao estilo de vida.
tempo até tornar-se indetectável.
Ela deve ser administrada em indivíduos com DM1
e em indivíduos com DM2 descompensada e
Fatores ambientais:
diabetes gestacional.
Ele pode acontecer em qualquer idade, com fator
início, e indivíduos suscetíveis.

Existem relatos de irmãos gêmeos univitelinos nos


quais um dos gêmeos possui DM1 e o outro não. Isso
Tipos:
demonstra que a genética não é a única que influencia 1. DM1a – possui autoanticorpos antigad (99%
no desenvolvimento dessa patologia. Assim, ela dos casos).
depende também de situações que levem a uma maior 2. DM1ab – não possui autoanticorpos antigad,
necessidade de insulina, como: assim como DM2 É idiopática (1% dos casos)

Ø Vírus – os mais relacionados com o


desenvolvimento do DM1 são o da caxumba, o da
Marcadores de anticorpos da DM1:
rubéola, o citomegalovírus, o retrovírus, o do COVID e Ø Anti-ilhota
o da mononucleose.
Ø Anti-insulina
Ø Bactérias
Ø Anti-GAD – é o mais prevalente e pode ficar de 8 a
Ø Albumina bovina 10 anos (fica + no corpo), passando do tempo, fica
difícil de usá-lo como referência para o DM1
Ø Toxinas
Ø Antitirosina fosfatases (IA2 e Ia2b)
Ø Estresse
Ø Antitransportador de Z
Consequências mais graves: Em geral, deve-se unir um sistema basal e um sistema
Hiperglicemia por aumento dos ácidos (corpos em boulos, dado logo antes das alimentações. O
cetônicos), devido a deficiência de insulina, resultado controle intensivo reduz o surgimento de complicações
da quebra de “gordura e músculo” = cetoacidose é crônicas e, caso venha a gerar uma hipoglicemia, é
mais comum em DM1. necessário um ajuste de dose. Existem alguns tipos de
insulina, sendo: Ø Ultrarrápida – lispro, aspart e
No DM2 é a síndrome de hiperosmolar, já que sempre gliulisina. Funciona por pouco tempo, sendo
terá um certo nível de insulina para lidar com um considerada bolus e administrada antes das refeições.
pouco ao menos de glicose. A alteração dessa Ø Rápida – regular Ø Intermediária – NPH. Meia vida
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entre 8-10 horas, sendo necessária aplicação no História natural da DM1:
mínimo 2 vezes ao dia (de manhã e a noite). Caso o
alvo não seja alcançado, deve-se aplicar 3 vezes ao
dia (de manha, antes do almoço e a noite). Ø
Prolongada – detemir e glargina (lantus). Funciona por
cerca de 24 horas, sendo considerada basal e
administrada uma vez ao dia, pela manhã ou noite. Ø
Ultralonga – degludeca (treziba). Tem duração de 42h.
Gera um pouco mais de liberdade e causa menos
hipoglicemia, além de bagunçar menos o controle
glicêmico.

Os sintomas aparecem apenas quando há destruição


de 90% das células B pancreática = início clínico.

Lua de mel: é um conceito para DM1 é a sua melhor


fase, sendo tratada com menos insulina, sendo que
esta pode ser aumentada, quando o DM1 for tratada
precocemente.

DM2:

Epidemiologia e fatores de risco:


Quanto às novas perspectivas, têm-se: Ø Insulina
Geralmente aparece após os 40 anos, tendo uma
inalada de ação ultrarrápida Ø Métodos de
incidência bastante elevada (95% dos pacientes). É
monitorização da glicemia não invasiva Ø Transplante
uma doença multifatorial, dependendo da genética, do
de ilhotas Ø Células-tronco Ø Imunoterapia
sedentarismo, da obesidade etc. Não apresenta
Existe a seringa de aplicação com 1ml e 100 unidades relação com HLA e possui um peptídeo C alto
internacionais, a caneta de insulina, a insulina inalada (liberado junto da insulina). A obesidade é frequente e
(insulina rápida, muito cara), a bomba de insulina, que 50% dos pacientes são assintomáticos. A complicação
fica infundindo a insulina em 24h (necessita de higiene aguda mais característica é a síndrome hiperosmolar
adequada e cálculo para saber o quanto administrar; é hiperglicêmica, que implica elevada mortalidade, e o
bastante caro), o PET (aplica-se a insulina nesse PET tratamento inicial baseia-se com medicamentos orais.
e não diretamente na pele) e o pâncreas artificial Aproximadamente 70 a 90% dos pacientes com DM2
(bomba que se comunica com sensor que analisa têm também a síndrome metabólica, caracterizada por
quanto de insulina é necessário, infundindo a um aglomerado de fatores que implicam risco
quantidade certa, sem interferência do paciente). Os cardiovascular elevado, como dislipidemia, obesidade
locais aplicáveis são abdômen, coxas, glúteos e parte abdominal, resistência insulínica, tolerância alterada à
superior do braço, sendo importante realizar o rodízio glicose ou diabetes e hipertensão.
entre esses locais. Ademais, é importante que o estilo
de vida seja adequado, com dieta balanceada e Patogênese da DM2:
prática de exercícios físicos. Além disso, é importante
Quanto à patogênese do DM2, tem-se o octeto de
realizar a medição da glicemia por meio de PETs, que
defronzo:
são implantados no braço e devem ser trocados a
cada 15 dias (bastante caros) ou o DEXTRO, que é Ø Resistência periférica à ação da insulina
muito doloroso e deve ser usado 4/5 vezes ao dia.
Ø Secreção deficiente de insulina – ocorre ao longo do
tempo, devido ao alto trabalho exercido pelas células
beta-pancreáticas.

Ø Aumento da produção hepática de glicose

Ø Reabsorção renal de glicose

Ø Resistência incretínica – o intestino realiza isso para


deixar sobrar mais insulina para os órgãos que mais
necessitam

Ø Hiperglucagonemia – células alfaBpancreática


secretam mais glucagon.
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Ø Captação periférica de glicose reduzida – quanto em mulheres e acima de 102 em homens, é
mais músculo a pessoa tem, menor a chance dela considerado como alto risco de complicações.
desenvolver DM2, pois ela absorve mais a glicose.

Ø Disfunção de neurotransmissores Diabetes Gestacional:


Ø Lipólise aumentada
O que é:
Representa a principal complicação metabólica na
gravidez, sendo observada em até 18% das gestantes.
Desenvolve-se durante a gestação, já que a gravidez
é um estado diabetogênico no qual há liberação de
hormônios hiperglicêmicos. Nesse caso, a
resistência insulínica que permite que haja essa
maior disponibilidade de glicose, por isso o caso
de hiperglicemia.

Esse ambiente um pouco mais hiperglicêmico


acontece para a proteção do feto, sendo que a
glicose deve ser também enviada para o bebê.
Esse esquema é o octeto de Efonzo. Justamente por isso, é normal que a gestante
não diabética realiza casos comuns de
hipoglicemias.
Progressão da DM2:
A secreção de insulina vai aumentando ao longo Normalmente é revertido após o parto, mas tende a
da evolução da DM2, mas depois chega um recorrer em gravidezes subsequentes. Apresenta um
momento que depois ela diminui porque as células risco aumentado para o desenvolvimento de DM2 e o
B pancreáticas não produzem mais insulina. bebê pode nascer com macrossomia (4kg).

É importante perguntar quanto tempo o paciente Normalmente, o diagnóstico dessa gestação é feito
tem o diagnóstico de DM2 porque devemos após 24 semanas, sendo que a paciente apresenta
lembrar das complicações micro e herança genética e muitas vezes está com obesidade.
macrovasculares.
Diagnóstico:
Fatores de risco: Primeiro diagnóstico: solicitar a glicemia em jejum
 Circunferência abdominal = é a maior região no PRIMEIRO TRIMESTRE:
em que se é medido.
 <92: não diabética
 Obesidade
 Entre 92 e 115: diabetes gestacional
 História familiar
 >126: paciente já possuía DM2.
 Raça/etnia (nergos, hispânicos e índios)
 Idade Curva glicêmica: é a investigação da grávida que
 Diagnóstico prévio de intolerância à glicose não tem diagnóstico de DMG (glicemia em jejum
 Hipertensçao arteroal de < de 92) -> é necessário solicitar entre 24 e 28
 Dislipidemia – HDL <35mg/dl e TG >520 mg/dl semanas de gestação, o teste oral de tolerância a
 Diabetes gestacional ou macrossomia fetal glicose com 75g:
 Tabagismo: ele faz uma lesão direta nas
 Glicemia de jejum <92.
células beta em algumas pessoas
 1 hora após tomar = <180 é normal
Claro que os fatores de risco modificáveis será o foco  2 horas depois = <153 é normal
do tratamento e profilaxia para a aDM2.
Tratamento da DM gestacional e DM2
Observação: homens tem muita mais probabilidade
de ganhar gordura visceral do que as mulheres, que grávida:
ganham mais gordura subcutânea. A gordura Pode ser indicada apenas mudança dos hábitos de
subcutânea não causa tanta inflamação quanto a vida, podendo a paciente ficar sem o uso de
visceral, não alterando tanto a resistência à insulina e medicamentos.
dificultando o desenvolvimento do DM2. Assim, quanto
maior a circunferência abdominal, maior a chance de Insulina é o medicamento principal com escolha do
desenvolver DM2 e maior a chance de morte por tratamento – PADRÃO OURO.
complicações. Essa circunferência abdominal, para Metformina: é indicada apenas em casos quando a
mulheres, deve estar abaixo de 80 cm e, para insulina seria ínfema. Ela não deve ser usada na
homens, abaixo de 94. Caso encontre-se acima de 86
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maioria dos casos porque não se tem a confirmação Outros tipos de Diabetes:
da segurança.
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL:
Nunca se deve usar os demais medicamentos!!!
Peptídeo C: liberado junto com a insulina, então DM2
normal / Mody 2 normal / Mody 3 muito baixo / LADA
baixo, vai caindo com o tempo /DM1 muito baixo ou
Mody: ausente

Diabetes monogenético: ela não está relacionada com o mody 3 é muito “grave” então vai ser mais violento
fatores ambientais, mas a uma mutação única no
canal de potássio relacionada a hiperglicemia. Diabetes secundário a endocrinopatia:
Mody tipo 2: Vários hormônios antagonizam a ação da insulina nos
tecidos periféricos e no fígado. Por isso, doenças que
No mody 2, há uma alteração da glicemia que se cursem com produção excessiva desses hormônios
mantém na faixa por toda a vida, pois o organismo (acromegalia, Cushing) levam, em 30 a 50% dos
entende que essa faixa é a normal. Por não evoluir casos, ao desenvolvimento do DM1.
para doença, o tratamento não é necessário -> o
corpo com essa mutação entende que o set point dele Geralmente essas diabetes são “secundárias a”.
é até 130, e dessa forma, as estruturas não têm lesão exemplo: um tumor hipofisário produtor de GH. O GH
com esse nível de glicose. é um contrarregulador da insulina, que em excesso,
funciona como uma diabete secundária a essa
Mody tipo 3: doença.
Uma única mutação que determina uma hiperglicemia Exemplos:
crescente, que piora ao longo da vida, mas que
lesiona órgãos alvos.  Diabetes induzida por fármacos: Alguns
medicamentos antipsicóticos, principalmente a
O tratamento com medicamentos orais (sulfoniluréias olanzapina, aumentam a chance de
são os melhores medicamentos, pois a mutação é em desenvolver DM. Pode ocorrer também pelo
uma subunidade do canal de potássio – KIR) e uso contínuo/crônico (> 12 semanas ou 3
finalizando com reposição de insulina -> o seu meses) de corticoides, que são agentes
diagnóstico é importante para mudar o tratamento, contrarreguladores de insulina, que diminuem
já que as sulfas são exclusivas para a melhora a massa muscular e a captação muscular de
desse tipo de diabetes. glicose. Acontece nos casos de
 Pedir a análise do DNA para o mody: não é glicocorticoides, por exemplo.
necessário pedir, mas é auxiliar o Inibem a secreção de insulina:
tiazídicos, diazóxido, fenitoína
o Antagonizam a ação perifpérica da
Lada: insulina: glicocorticoides, ácido
É uma doença autoimune latente. nicotínico
o Piora da resistência a insulina:
- ANTIGAD e peptídeo C: diagnóstico diferencial para
DM2 Antipsicóticos atípicos (Olanzapina)
 Doenças produtores de hormônios
Geralmente inicia-se após os 25 anos e demora, contrarreguladores de insulina
aproximadamente, 6 meses para evoluir para uma
cetoacidose diabética. Apresenta as mesmas
características fisiopatológicas do DM1 (peptídeo C
baixo e antigad positivo). Os pacientes com esse tipo Complicações do DM:
de diabetes geralmente são diagnosticados como
 CAD
diabéticos tipo 2, dos quais se diferenciam pela
presença de um ou mais autoanticorpos contra as  Estado hiperosmolar
células beta e pelos níveis do peptídeo C. Assim, os  Hipoglicemia
critérios do LADA incluem:
1. Cetoacidose diabético:
 Idade entre 25 a 65
É refletida devido a falta de insulina. É a principal
 Ausência de cetoacidose diabética ou
causa de mortalide. Não é visto no tipo 2, porque têm
hiperglicemia acentuada sintomática – isso
reserva de insulina.
pode permanecer por 6 a 12 meses ->
diferencia do DM1  Causas:
 Existência de autoanticorpos, especialmente o Uso inadequado de insulinoterapia
anti-GAD65 -> diferencia do DM2  A menos
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 Necessidade de aumentar a 2. Estado Hiperosmolar:
dose
o Fatores desencadeantes: infecções, É a complicação da DM2, ocasionada pela
hiperglicemia associada a algum fator desencadeante:
IAM, AVC
 AVC
Fisiopatologia:  IAM
Assim, a falta de insulina estimula o aumento de  Trauma
hormônios contra insulínicos, como cortisol, glucagon,  Álcool
catecolaminas e GH. Com isso, o fígado vai  Drogas
produzindo cada vez mais glicose, mas esta não  Corticoide por tempo prolongado
consegue entrar nas células. Na tentativa de gerar  Idade: pessoas mais idosas com quadros mais
energia, o tecido adiposo vai sendo degradado graves são os pacientes que mais
(lipólise) e o indivíduo vai perdendo peso. Essa lipólise frequentemente. Além disso, esses pacientes
gera glicerol e ácidos graxos, que estimulam a já têm outras comorbidades.
cetogênese e a gliconeogênese. -> vias alternativas
de energia -> perda de peso aguda pela redução de Importante: o paciente ainda tem ume leve secreção
adipócitos, musculatura e perda de água pelo aumento de insulina, o que impede o desenvolvimento da
da osmolaridade nos rins. lipólise e a consequente geração de corpos cetônicos
-> não tem acidose metabólica que nem os DM1.
 Glicosúria: um mecanismo de perda de glicose
quando esta se encontra maior que 180, Diangóstico:
sendo excretada pelos rins e assim excretam
junto água.  Ph normal
 Corpos cetônicos negativos ou poucos
FATORES QUE CARACTERIZAM CAD, estando os 3  HIPERGLICEMIA MUITO ALTA e grau de
presentes obrigatoriamente: rebaixamento de consciência (sonolência,
torporismo)
 Formação de corpos cetônicos: cetonemia
(mais confiável) ou cetonúria
 Acidose metabólica: pH<7,3
Comparando com CAD
 Hiperglicemia: >250 mg/dl

 Solicitar outros eletrólitos, culturas, RX etc.

Quadro clínico:
 POLIS
 Náuseas, vômitos, anorexia, dor abdominal,
fadiga, taquipneia
 Taquipneia -> RESPIRAÇÃO DE KUSSMAUL
para tentativa de lutar contra a CAD Tratamento:
 Pode ter alteração de consciência  Hidratação
 Hálito cetônico  Reposição de eletrólitos
 Insulinoterapia
Tratamento:  Tratamentos de fatores desencadeantes
 Soro fisiológico: hidratação endovenosa
 Insulina endovenosa de ação rápida 3. Hipoglicemia:
 Glicose capitar de hora em hora para ajuste
Para que seja diagnostica, é necessário que o
da insulina
paciente possua a tríade de Whipple, caracterizada
 No mínimo de 12 horas deve ser tratado,
por uma glicose plasmática baixa, sintomas de
podendo demorar mais
hipoglicemia e o desaparecimento dos sintomas após
 Reposição de eletrólitos: SEMPRE REPOR
ingestão ou infusão de glicose.
POTÁSSIO. Bicarbonato é só em alguns
casos mais extremos. HIPOGLICEMIA BAIXA + SINTOMAS DE HIPOGL +
 Dieta zero MELHORA APÓS INFUSÃO DE GLIC

Observação: as insulinas de ação rápida podem ser Observação: muitos pacientes não apresentam
usadas via endovenoso, mas as de ação lenta não sintomas, sobretudo aqueles que tem mais tempo da
podem. DM.
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Alguns sinais de hipoglicemia:  Teste: manter o paciente
internado em até 72 horas em
 Adrenérgicos: ansiedade, taquicardia, casos de suspeita
sudorese, tremores, náuseas e vômitos –
SINAIS DE ALERTA hipoglicemia FACTÍCIA = uso indevido de medicação.
o Costumam aparecer mais rápido, em
torno de 70 mg/dl Tratamento:
 Neurológicos: cefaleia, ataxia, parestesias,
Glicose via oral ou endovenosa (quando os pacientes
sonolência, letargia, distúrbios visuais,
estão internados) ou de glucagon IM (na
alteração de comportamento, convulsão e
impossibilidade das anteriores).
coma – SINAIS MAIS GRAVES
o Abaixo de 40 mg/dl
Lipodistrofia:
Fatores desencadeantes: Ocorre em pacientes tratados com insulina que não
realizam o rodízio do local de aplicação. Quando a
 Inadequação da insulina e inadequação insulina é aplicada sempre no mesmo local, pode
das alimentações: insulina e secretagogos de ocorrer ou uma proliferação celular, ou uma atrofia
insulina são os que mais dão a hipoglicemia. celular, caracterizando, respectivamente, ou acúmulo
 Doenças hepáticas ou a retração do tecido adiposo. Ademais, devido a
 Uso de álcool essa alteração do tecido adiposo, a absorção da
 Deficiências hormonais (GH e deficiência de insulina passa a ser irregular. Os locais de aplicação
cortisol) são abdômen, coxa, glúteo e parte de trás do braço.
 Tumores que produzem insulina = isulinomas:
o tumores das células beta-pancreáticas
que produzem exclusivamente
insulina. Não são comuns, afetando
mais indivíduos com >50 anos,
principalmente mulheres. Geralmente
é isolado e benigno, mas pode fazer
parte da neoplasia endócrina múltipla Tratamento:
e/ou ser maligno. Só pode ser  Indicar que o paciente faça rodízios nos locais
pensado como diagnóstico em casos de aplicação
de hipoglicemia, sendo que, na
glicemia de jejum, nota-se alta Medicamentos da diabetes:
quantidade de insulina (que deveria
estar baixa), glicemia baixa e peptídeo Ver no resumo da Gabriela
C alto.
Para dosar esses itens, deve-se
deixar o paciente em jejum de 48 a
72h, sendo que, nos insulinomas, em
menos de 48h eles já estarão
alterados. Em seguida, deve-se
buscar o tumor, por meio de uma
ressonância magnética ou ultrassom
endoscópico (é melhor do que a
ressonância, pois avalia a pâncreas e
já a biopsia). Caso haja um
insulinoma, deve-se retirá-lo por
cirurgia.
 Suspeita clínica:
HIPOGLICEMIA DO NADA
 Paciente percebe que quando
come, melhora dos sintomas,
ganhando peso (excesso de
insulina que é usada com a
glicose)
 Imagem: eco
endoscopia/RNM
 Tratamento: cirurgia

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