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Pós Graduação em

Gerontologia

Enfa. Dra. Larissa Sapucaia Ferreira Esteves


Processos patológicos comuns no
envelhecimento, comorbidades e
multimorbidades:
Diabetes Melito Tipo 2 e as complicações para o
idoso
EMENTA
Esta atividade tem o intuito de desenvolver nos profissionais a
competência do pensamento crítico que engloba a capacidade de
análise e síntese, capacidade de crítica e autocrítica, gestão da
informação, tomada de decisões e resoluções de problemas, a partir
da compreensão dos processos que envolvem os processos
patológicos comuns ao envelhecimento, mais especificamente no
que tange o Diabetes Melito. Nesse sentido, a proposta da aula é
proporcionar cada vez mais subsídios a assistência ao indivíduo no
processo de envelhecimento nos vários campos de atuação
multiprofissional e interdisciplinar.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
- Revisão dos conceitos de senilidade e senescência;
- Etiopatogenia; Diagnóstico do DM tipo II e
Tratamento;
- Cuidados medicamentoso e não medicamentoso ao
paciente diabético.
- Complicações comuns relacionadas ao DM;
- Complicações vasculares e avaliação neuropatias
periféricas;
Senescência e Senilidade
Senescência e Senilidade

Determinantes sociais: modelo de DAHLGREN e WHITEHEAD


IDF Diabetes Atlas 2021 – 10th edition | www.diabetesatlas.org
IDF Diabetes Atlas 2021 – 10th edition | www.diabetesatlas.org
DE ALMEIDA-PITITTO, Bianca et al. Type 2 diabetes in Brazil: epidemiology and
management. Diabetes, metabolic syndrome and obesity: targets and therapy, v. 8, p. 17, 2015.
IDF Diabetes Atlas 2021 – 10th edition | www.diabetesatlas.org
Por quê esse aumento:
- Aumento da população idosa;
- Aumento da urbanização e industrialização;
- Aumento da obesidade e da inatividade
física
- Aumento de sobrevida dos diabéticos.
O diabetes é uma condição crônica grave que ocorre quando o
corpo não consegue produzir insulina suficiente ou não pode
efetivamente usar a insulina que produz.
■ O diabetes tipo 1 é o principal tipo de diabetes na infância, mas
pode ocorrer em qualquer idade. Não pode ser evitado. Pessoas
com diabetes tipo 1 precisam de insulina para sobreviver
■ O diabetes tipo 2 representa a grande maioria (mais de 90%) do
diabetes mundialmente. Existem evidências de que o diabetes tipo
2 pode ser prevenido ou retardado, e há evidências crescentes de
que a remissão do diabetes tipo 2 pode, às vezes ser possível.
■ 'Pré-diabetes' é um termo usado cada vez mais para descrever
pessoas com deficiência tolerância à glicose e/ou glicemia de
jejum alterada. Indica um risco maior de desenvolver diabetes tipo
2 e complicações relacionadas com a diabetes.
O diabetes mellitus (DM) consiste em um
distúrbio metabólico caracterizado por
hiperglicemia persistente, decorrente de
deficiência na produção de insulina ou na sua
ação, ou em ambos os mecanismos.

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Uma das DCNT
que mais afetam
idosos

Estatística mostra 1 a cada 4


pessoas > 60 anos é portadora
de DM2. 50% dos
portadores não
Associada ao aumento de prevalência sabem que tem
de problemas micro e macrovasculares DM2.
no idoso.

Apenas equipe multiprofissional conseguirá


atender todas as necessidades do tratamento.
METABOLISMO INSULINA
Exógena: amilases/digestão de proteínas e carboidratos.

Endógenas: Ilhotas de ilhotas de langerhans – células


alfa (glucagon) e células beta (insulina)

↑ glicemia Ativa receptores


(alimentação) cel. β

Estimula expressão de Liberação de Insulina


INSULINA
receptores celulares corrente Sanguínea

Receptores captam Tec. Adiposo – lipogênese


glicose sangue para Tec. Muscular – síntese glicogênio e proteínas
dentro células Tec. Hepático – síntese glicogênio
RESISTÊNCIA INSULÍNICA
Problema que ocorre na - Excesso tec. adiposo;
cascata de ativação dos Fatores - Defeitos genéticos
receptores de insulina nos - Excesso de radicais livres
tecidos periféricos. - Processo inflamatório
constante

Pâncreas Adipócitos liberam ocitocinas


processo pró inflamatória que vão
↑ GLICEMIA
compensatório estimular resistência insulínica

↑ secreção de TEMPO
insulina DM2

Desgaste Morte
celular Celular
Predisposição Obesidade
Genética Estilo de Vida

Resistência Insulínica

Hiperplasia compensatória cél. Normoglicemia


β

Insuficiência das cél. Β Comprometimento da


(precoce) tolerância à Glicose

Insuficiência das cél. Β (tardia)


DM
Causas da Resistência
Insulínica

↑ triglicerídeos (obesidade) reagem


cascata de sinalização insulina.
Ação dos Ácidos Graxos
livres
Tec.adiposo → adipocinas →
estimulam vias antagônicas a ação da
insulina
Processo Inflamatório
Crônico Metabolismo ac.graxos → liberam
gde.qtd. radicais livres de O2 →
interagem/se ligam qualquer substrato
da via da sinalização da insulina
Radicais livres

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RESUMINDO
Diabetes tipo 2 – É também chamado de diabetes não
insulinodependente. Ocorre geralmente em pessoas obesas com mais
de 40 anos de idade e em idosos. Causa principalmente virtude de
maus hábitos alimentares, sedentarismo e stress da vida urbana.
Neste tipo de diabetes encontra-se a presença de insulina porém sua
ação é dificultada pela obesidade/envelhecimento, o que é conhecido
como resistência insulínica, uma das causas de HIPERGLICEMIA.
Por ser pouco sintomática o diabetes na maioria das vezes
permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento o que
favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro.
RESUMINDO
Na DM tipo 2, a hiperglicemia é o resultado, inicialmente, da
incapacidade das células do corpo de responder totalmente à
insulina, uma condição denominada resistência à insulina.
Com o início da resistência à insulina, o hormônio é menos
eficaz e, oportunamente, leva a um aumento na produção de
insulina. Com o tempo, pode ocorrer produção inadequada de
insulina como resultado da falha das células beta pancreáticas
em manter-se com demanda.
As causas da DM tipo 2 não são completamente
compreendido, mas há uma forte ligação com o excesso de
peso, obesidade, aumento da idade, etnia e histórico famíliar.
Por que o envelhecimento é
um fator de risco para a
DM?
Fisiologia do
Envelhecimento

↓ massa magra + ↑ gordura visceral

Causas Adquiridas Fatores Genéticos


-Sedentarismo Não foram completamente
-Obesidade mapeados
-Maus hábitos

Necessidade de + insulina
para manter a glicemia
Por que a DM leva ao
desenvolvimento da HAS?
Síndrome da Resistência
Insulínica

Alterada o metabolismo
das lipoproteínas
A hipertensão arterial é 2,4 vezes mais
frequente nos indivíduos com diabetes.
↓ produção de HDL

↑ produção de LDL Maior poder aterogênico

DCV
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Diagnóstico DM

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• A condição na qual os valores glicêmicos estão acima dos
valores de referência, mas ainda abaixo dos valores
diagnósticos de DM, denomina-se pré-diabetes.
• A resistência à insulina já está presente e, na ausência de
medidas de combate aos fatores de risco modificáveis,
ela evolui frequentemente para a doença clinicamente
manifesta e associa-se a risco aumentado de doença
cardiovascular e complicações.
Diagnóstico Laboratorial DM

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Diagnóstico Laboratorial DM
A importância do TOTG e da GJ é tripla:
-primeiro, eles significam um risco maior do
desenvolvimento futuro de diabetes tipo 2;
-segundos, TOTG e GJ indicam um risco elevado de DCV;
-terceiro, sua detecção abre a porta para intervenções que
podem levar à prevenção do diabetes tipo 2.

A incidência de diabetes tipo 2 quando analisada a


progressão para cinco anos após o diagnóstico de TOTG e GJ
é estimado em 26% e 50%, respectivamente.
Glicemia em jejum

Coletada em sangue periférico após


jejum calórico de no mínimo 8 horas.

Na presença de sintomas
inequívocos de hiperglicemia, É
RECOMENDADO que o
diagnóstico seja realizado por
meio de glicemia ao acaso ≥
200 mg/dl.

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Teste Oral de Tolerância à Glicose –
TOTG.
Previamente à ingestão de 75 g de glicose dissolvida em água,
coleta-se uma amostra de sangue em jejum para determinação da
glicemia.
Coleta-se outra, então, após 2 horas da sobrecarga oral. Importante
reforçar que a dieta deve ser a habitual e sem restrição de
carboidratos pelo menos nos 3 dias anteriores à realização do teste.
Permite avaliação da glicemia após sobrecarga, que pode ser a
única alteração detectável no início do DM, refletindo a perda de
primeira fase da secreção de insulina;

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Hemoglobina glicada (HbA1c):
Reflete níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses e
ao sofrer menor variabilidade dia a dia e independer
do estado de jejum para sua determinação.
Medida indireta da glicemia, que sofre interferência
de algumas situações, como anemias,
hemoglobinopatias e uremia.
Outros fatores, como idade e etnia, também podem
interferir no resultado da HbA1c.

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Relação entre HbA1c e Glicemia

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Resumo – Diagnóstico laboratorial

Todos os métodos têm limitações metodológicas. A GJ necessita de jejum, sofre interferências


decorrentes de condições agudas e tem menor taxa de reprodutibilidade quando comparadas à
HbA1c. O TOTG é oneroso, desconfortável e consome mais tempo. 17 A HbA1c tem maior custo e
não leva em conta a variabilidade individual no fenômeno de glicação proteica, além de ter
menor sensibilidade diagnóstica do que os outros métodos.

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Diagnóstico Clínico - IDOSO

O diagnóstico clínico no idoso pode ser dificultado pela sua clínica


peculiar, na qual sintomas clássicos de DM, como poliúria e
polidipsia, podem estar ausentes.

Nos jovens, a glicosúria se inicia com valores de glicemia acima de


180 mg/dℓ, ocorrendo no idoso com sintomas mais elevados, em
geral acima de 220 mg/dℓ.

No idoso, a atenuação nos mecanismos de sede é comum. Sintomas


como mialgia, fadiga, adinamia, estado confusional e incontinência
urinária são frequentes.
Diagnóstico Clínico - IDOSO

Quando os níveis de glicose plasmática se tornam muito elevados,


ocorre diurese osmótica, o que pode levar à desidratação,
ocorrendo poliúria, polidipsia e perda de peso.

Com frequência nos idosos há queixa de visão borrada nem sempre


valorizada pelas alterações visuais comuns nessa faixa etária.

Além de todas essas alterações, o DM2 contribui ainda para o


declínio funcional do idoso e aumenta o seu risco de queda.
Tratamento – DM2 IDOSO
O idoso apresenta particularidades que devem ser levadas em conta
para proporcionar-lhe a melhor assistência possível.

A história clínica convencional não é o bastante, sendo necessário


indagar sobre os seus hábitos de vida e seu ambiente familiar e
social.

Objetivos: controle da hiperglicemia e seus sintomas, prevenção,


avaliação e tratamento das complicações microvasculares e
macrovasculares.

Alguns são frágeis, com comprometimento funcional e/ou cognitivo,


enquanto outros são ativos, com expectativas de vida bastante
variáveis.
Tratamento – DM2 IDOSO METAS

Quando a expectativa de vida for


acima de 5 anos, a meta para
HbA1C deve se situar entre 7 e 8%.

Idosos fragilizados, naqueles com


expectativa de vida limitada, o objetivo
é de índices mais elevados de HbA1C
de 8%.
Tratamento – DM2 IDOSO METAS

Quando a expectativa de vida for


acima de 5 anos, a meta para
HbA1C deve se situar entre 7 e 8%.
POR QUE INDICES
DE GLICADA TÃO
ALTOS???

Idosos fragilizados, naqueles com


expectativa de vida limitada, o objetivo
é de índices mais elevados de HbA1C
de 8%.
Tratamento – DM2 IDOSO METAS
Estudos clínicos têm demonstrado que são necessários
aproximadamente 8 anos para que os benefícios do
controle glicêmico sejam refletidos na redução das
complicações microvasculares, como retinopatia
diabética e nefropatia; para que sejam vistos os
benefícios do controle da HA e dos lipídios são
necessários de 2 a 3 anos.

Tratado de Geriatria e Gerontologia, 2019.


Por que avaliar funcionalidade?

Glicemia ↑ risco de desidratação


aumentada
↑ risco alterações visuais

↑ risco alterações cognitivas

Contribuem para o declínio funcional e dificulta a terapêutica

O controle glicêmico: reduz os sintomas associados à


hiperglicemia (poliúria, polidipsia, fadiga e melhora a
cognição).
Medidas não farmacológicas
Os dois estudos mais importantes do mundo ocidental, que comprovaram ser o
DM2 uma condição que pode ser prevenida por modificações do estilo de vida
(Diabetes Prevention Program e o Finnish Diabetes Prevention Study (DPS).

A mudança do estilo de vida


reduziu a incidência de DM2
em 58% em 3 anos, de 34%
ao longo de 10 anos e de
27% após 15 anos
Os dois estudos mais importantes do mundo ocidental, que comprovaram ser o
DM2 uma condição que pode ser prevenida por modificações do estilo de vida
(Diabetes Prevention Program e o Finnish Diabetes Prevention Study (DPS).

A mudança do estilo de vida


reduziu a incidência de DM2
em 43% ao longo de 7 anos.
Medidas não farmacológicas
Perda de, em média, 7% do peso inicial ao
longo de 6 meses, ao ritmo de 0,5 a 1,0
kg/mês.

O cálculo da dieta prescrita considerou um


déficit entre 500 e 1.000 calorias/dia em
relação ao total necessário para se manter o
peso, com retirada preferencial das gorduras
saturadas.
Nozes, iogurte, frutas vermelhas, café ou chá estão associados a um menor risco
de desenvolver diabetes tipo 2.

Carnes vermelhas e refrigerantes adoçados estão associados a um risco maior.


Recomenda-se que as refeições, especialmente a ingesta de carboidratos,
sejam fracionadas ao longo do dia para evitar grandes cargas calóricas.

A introdução da dieta nos idosos deve seguir um plano bem estabelecido -


grande dificuldade da mudança dos hábitos adquiridos ao longo da vida.

A dieta deve ser racionalmente dividida entre 60% de carboidratos, 30%


de gorduras e 10% de proteínas, enquanto a ingesta de colesterol deve ser
limitada a 300 mg/dia (American Diabetes Association Guidelines, 2019).
Em relação à dieta nos idosos, deve-se considerar:
Os idosos têm grande risco de desnutrição
Uma dieta menos restrita pode, com frequência, melhorar a
qualidade de vida
A perda de peso nesse grupo aumenta o risco de morbidade e
mortalidade
A restrição calórica sem o acompanhamento de um programa de
exercícios tem menor probabilidade de obter sucesso.
Medidas não farmacológicas
Recomendação de atividade física aeróbica moderada
(tipicamente, caminhar rápido) por 150 minutos/semana,
distribuída em pelo menos três sessões.
Cada sessão de exercício deve durar mais que 10
minutos e não passar de 75 minutos.
O risco de quedas está aumentado e associado às maiores taxas de
fragilidade por incapacidade funcional, dificuldade visual,
polifarmácia.

Nos diabéticos, esses fatores estão agravados por neuropatia periférica


e possibilidade de hipoglicemia.

Maior risco de hipoglicemia (sobretudo com o uso de insulina).

Exacerbação de DCV preexistente e piora das complicações crônicas.


Tratamento Farmacológico
No tratamento do DM2 é preciso tentar alcançar níveis glicêmicos
tão próximos da normalidade quanto viável, minimizando sempre
que possível o risco de hipoglicemia.
Tratamento Farmacológico
BIBLIOGRAFIA
BUSS, Paulo Marchiori; PELLEGRINI FILHO, Alberto. A saúde e seus determinantes
sociais. Physis: revista de saúde coletiva, v. 17, p. 77-93, 2007.
FREITAS, Elizabete Viana de. Tratado de geriatria e gerontologia/Elizabete Viana de
Freitas, Ligia Py. – 4. ed. – [Reimpr.]. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. -- São Paulo : Editora Clannad,
2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes mellitus /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
DE ALMEIDA-PITITTO, Bianca et al. Type 2 diabetes in Brazil: epidemiology and
management. Diabetes, metabolic syndrome and obesity: targets and therapy, v. 8, p. 17,
2015.
FLOR, Luisa Sorio; CAMPOS, Monica Rodrigues. Prevalência de diabetes mellitus e fatores
associados na população adulta brasileira: evidências de um inquérito de base
populacional. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 20, p. 16-29, 2017.
VÍDEOS
Dr. Dráusio: https://www.youtube.com/watch?v=BvxoKdEq8Vw

Metabolismo da Insulina/Glicose e fisiopatologia DM:


https://www.youtube.com/watch?v=rINZ-87ODtQ
https://www.youtube.com/watch?v=gYtZ-RNAva8
https://www.youtube.com/watch?v=medemk6bt4c

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