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DIABETES MELLITUS RESISTÊNCIA À INSULINA

• Introdução É definida como uma resposta biológica subnormal da glicose às


• Classificação concentrações normais de insulina.
• Diabetes mellitus tipo 2
• Diabetes mellitus tipo 1 As células do corpo não respondem normalmente à insulina fazendo
• Como diferenciar dm1 versus dm2 com que a glicose não consiga penetrar nas células com a mesma
• MODY facilidade dependendo do grau de resistência pode ocorrer
• Diabetes gestacional hiperglicemia.
• Critérios diagnósticos
• Rastreio

INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO - FISIOPATOLOGIA DO DM

PÂNCREAS ENDÓCRINO O DIABETES MELITO (DM) representa um grupo de DOENÇAS


Esse órgão é dividido funcionalmente em exócrino e endócrino. METABÓLICAS, com etiologias diversas, caracterizado por
• A função endócrina é desempenhada por aglomerados de células HIPERGLICEMIA.
denominadas Ilhotas de Langerhans. Deficiência absoluta ou relativa da produção de insulina.
• As células β são as mais numerosas, correspondendo a Resistência periférica à insulina.
aproximadamente 70 – 80%. São responsáveis pela síntese e pela
secreção da pro insulina que será clivada em insulina e peptídeo C. SINTOMAS CLÁSSICOS
• As células α são responsáveis pela produção de glucagon.
• POLIÚRIA: A poliúria ocorre quando a glicose ultrapassa 180
INSULINA: mg/dL, excedendo o limiar renal de reabsorção de glicose, o que
Seu principal regulador é a elevação da concentração dos níveis leva ao aumento da excreção urinária de glicose. A glicosúria causa
circulantes de glicose. diurese osmótica (ou seja, poliúria) e hipovolemia, que por sua vez
pode levar à POLIDIPSIA.
FUNÇÕES: • PERDA PONDERAL.
• GLICONEOGÊNESE: transformação de aminoácidos e lipídios em • POLIFAGIA
glicose. • Fadiga, tonturas, mal estar, visão turva.
• GLICOGENÓLISE: transformação do glicogênio em glicose.
• GLICOGÊNESE: Produção de glicogênio pelo fígado e músculo. CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES
• Captação de glicose pelas células, principalmente tecido muscular As duas principais etiologias são:
e adiposo. DM tipo 2 - que corresponde a 90-95% dos casos
• Estimula a síntese de lipídeos e proteínas e inibe a sua degradação. DM tipo 1 - que corresponde a 5-10% dos casos
DIABETES MELLITUS TIPO 2 - PATOGÊNESE DIABETES MELLITUS TIPO 2 - FATORES DE RISCO

Resistência periférica à ação da insulina nos adipócitos e, • História familiar positiva em parentes de 1º grau confere 2-3x
principalmente, no músculo esquelético. maior risco.
- Estilo de vida sedentário, sobrepeso e obesidade resultantes, com • Sedentarismo
contribuições menos proeminentes do envelhecimento e da • Padrão alimentar inadequado
genética. • Tabagismo
• Histórico de diabetes gestacional
Secreção deficiente de insulina pelo pâncreas, o próprio estado de • Síndrome dos ovários policísticos
hiperglicemia pode prejudicar a função das células beta • Idade
pancreáticas por “glicotoxicidade”.
DIABETES MELLITUS TIPO 1 - PATOGÊNESE
DIABETES MELLITUS TIPO 2 - CARACTERÍSTICAS
DEFICIÊNCIA ABSOLUTA DE PRODUÇÃO DE INSULINA pelo
• Idade > 40 anos pâncreas
• Obesidade (80%)
• Síndrome metabólica (70-80%) DIABETES MELLITUS TIPO 1 - CARACTERÍSTICAS
• Estado hiperosmolar hiperglicêmico
• Tipicamente têm índice de massa corporal normal, mas presença
de sobrepeso ou obesidade não exclui a doença.
SÍNDROME METABÓLICA • Infância ou adolescência (pode surgir em qualquer faixa etária)
• Necessidade de insulinoterapia como tratamento inicial.
• Circunferência abdominal > ou igual a 94 cm para homens, e 80 • Complicação aguda mais frequente é a cetoacidose diabética,
cm para mulheres. manifestação inicial da doença em até 30% dos casos em adultos e
• Triglicerídeos > ou igual a 150mg/dL, ou tratamento em até cerca de 65% das crianças.
• HDL < 40mg/dL em homens ou < 50mg/dL em mulheres, ou
tratamento
• PA > ou igual a 130/85, ou tratamento DIABETES MELLITUS TIPO 1
• GJ > ou igual a 100mg/dL ou DM2 já diagnosticado SUBCLASSIFICAÇÃO
• DM1 Autoimune - IA
** Pelo menos 3 dos 5 critérios. • DM1 idiopático - IB
• Diabetes autoimune latente em adultos (LADA)
DM1 AUTOIMUNE Diabetes autoimune latente em adultos (LADA)
• DM1 tipo 1A
• Deficiência absoluta na produção de insulina, decorrente, na - Uma forma de diabetes autoimune em que a velocidade de
grande maioria dos casos, de uma destruição autoimune indolente destruição das células beta pancreáticas é mais lenta do que a
das células beta pancreáticas. habitualmente observada no DM1
• Acredita-se que esse processo seja desencadeado pela agressão das - A prevalência em pacientes previamente classificados como DM2
células por fator ambiental (infecções virais) em indivíduos varia de 4-14%. Pacientes tendem a ter IMC mais baixo, menor
geneticamente suscetíveis prevalência de síndrome metabólica.
• A hiperglicemia permanente se manifesta quando 90% das ilhotas
são destruídas. DIAGNÓSTICO:
• Adultos jovens - idade entre 25 - 40 anos
ANTICORPOS IDENTIFICADOS: • Ausência de cetoacidose diabética ou hiperglicemia acentuada
• Anticorpos anti-ilhotas (ICA) • Sintomática no diagnóstico ou imediatamente após, sem
• Anti-insulina (IAA) * Não dosar 2 semanas após início de insulina • Necessidade de insulina por pelo menos 6-12 meses.
• Antidescarboxilase de ácido glutâmico (anti-GAD) • Presença de autoanticorpos, especialmente o anti-GAD.
• Anti tirosinoquinases IA2 e IA-2b
• Anti transportador de zinco (Znt8A)
Um ou mais deles estão presentes em 85-90% dos pacientes na Outros tipos específicos de diabetes - MODY (Maturity onset
ocasião do diagnóstico Podem persistir por 10 anos ou mais, diabetes of the Young)
principalmente o anti-GAD
Quanto maior o número de anticorpos presentes, e quanto mais • É a forma mais comum de diabetes monogênico, tem herança
elevados forem seus títulos, maior a chance de o indivíduo autossômica dominante Representa 2-5% dos casos de DM.
desenvolver a doença. • Diabetes familiar com idade de diagnóstico precoce (<25 anos).
• Ausência de auto anticorpos.
DM1 IDIOPÁTICO • A maioria dos pacientes têm peso normal.
• Não precisam, necessariamente, de insulina.
DM1 tipo IB
• 4-7% dos pacientes com DM1 recém-diagnosticados. DIFERENCIAÇÃO ENTRE DIABETES MELLITUS TIPO 1 E TIPO 2
• Casos de deficiência absoluta de insulina que não são • Sintomas clássicos (poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso) ⇨
imunomediadas. DM1
• A patogênese da deficiência insulínica do DM tipo 1B não é • Infância e adolescência ⇨ DM1
totalmente conhecida, porém foi referido, em publicação recente, • A partir dos 40 anos ⇨ DM2
que mutações no gene da insulina podem ser encontradas. • Obesidade e síndrome metabólica ⇨ DM2
• Abre o quadro com cetoacidose diabética ⇨ DM1
• Requer tratamento inicial com insulina ⇨ DM1
DIFERENCIAÇÃO DM2 X DM1 O diabetes mellitus gestacional (DMG) se desenvolve em gestantes
cuja função pancreática é insuficiente para superar a resistência à
Dosagem do peptídeo C: insulina associada ao estado gravídico.

• Originado da clivagem da pró-insulina. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS - DIABETES


• É secretado em concentrações equimolares com a insulina.
• Avalia a capacidade secretória de insulina do pâncreas. 1. HbA1C (Hemoglobina glicada) ≥6,5%.
• PC > 0,9ng/ml, no basal, indicam uma reserva de insulina 2. Glicose de jejum ≥ 126mg/dl.
compatível com DM2. 3. Glicose plasmática de 2 horas ≥200 mg/dL durante um teste oral
de tolerância à glicose (TOTG). O teste deve ser realizado utilizando
Diferenciação DM2 X DM1 o equivalente a 75 g de glicose anidra dissolvida em água.
Dosagem dos autoanticorpos contra a célula beta: 4. Em um paciente com sintomas clássicos de hiperglicemia, uma
Encontrados no DM1 tipo IA e no LADA. glicose plasmática aleatória ≥200 mg/dL.

• Anti-GAD: Presente em 80% dos casos de DM1 e ainda é ** Na ausência de hiperglicemia inequívoca, o diagnóstico requer
observado em 50% dos paciente após 10 anos de diagnóstico. dois resultados de teste anormais da mesma amostra ou em duas
amostras de teste separadas.
• Anti-ICA, Anti-IAA, IA2 e anti-Znt8A são encontrados, também,
em 70-80% dos pacientes logo após o diagnóstico, mas tendem a Hemoglobina Glicada - HbA1C
desaparecer após 2-3 anos de duração da doença
Os valores de HbA1C refletem a média das glicemias médias diárias
DOSAR O ANTI-GAD + 1 OU 2 ANTICORPOS! durante os últimos 2-3 meses.

DIABETES GESTACIONAL A HbA1C é considerada padrão-ouro na avaliação do controle


glicêmico.
A gravidez é acompanhada por resistência à insulina, mediada
principalmente pela secreção placentária de hormônios Situações que encurtam ou aumentam a sobrevida das hemácias
“diabetogênicos”, incluindo GH, ACTH, cursam com valores errôneos, cuidado!
lactogênio placentário (somatomamotropina
coriônica), prolactina e progesterona. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Pré-diabetes
Essas e outras alterações metabólicas, que geralmente são mais Os mesmos testes usados para rastrear e diagnosticar diabetes
proeminentes no terceiro trimestre, garantem que o feto tenha um também podem ser usados para identificar indivíduos com
amplo suprimento de nutrientes. pré-diabetes (ou seja, com ALTO RISCO DE DESENVOLVER
DIABETES posteriormente).
OS CRITÉRIOS DA ADA PARA DIAGNOSTICAR PRÉ-DIABETES ACANTOSE NIGRICANS
SÃO OS SEGUINTES: Placas aveludadas e hiperpigmentadas na pele.
1. HbA1C (Hemoglobina glicada): ≥ 5,7 a 6,4%
2. Glicose de jejum (jejum de pelo menos 8 horas) ≥ Locais intertriginosos, como pescoço e axilas, são locais comuns de
100 mg/dL - 125 mg/dl envolvimento.
3. TOTG 75g 2 horas ≥ 140 mg/dL a 199 mg/dL

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DIABETES GESTACIONAL RESISTÊNCIA À INSULINA
● Glicose de jejum > ou igual a 92mg/dL.
● TTG 75g a ser realizado entre 24º a 28º semana de gestação:
○ Jejum > ou igual a 92mg/dL.
○ 1h: > ou igual a 180mg/dL.
○ 2h: > ou igual a 153mg/dL.

RASTREIO DE DM2 NA POPULAÇÃO


Indivíduos com SOBREPESO OU OBESOS que tenham um ou mais
dos seguintes fatores de risco:
1. Parente de primeiro grau com diabetes
2. História do DCV
3. Hipertensão (≥140/90 mmHg ou em terapia para hipertensão)
4. Nível de colesterol HDL <35 mg/dL (0,90 mmol/L) e/ou um
nível de triglicerídeos >250 mg/dL (2,82 mmol/L).
5. História da síndrome dos ovários policísticos
6. Sedentarismo
7. Outras condições clínicas associadas à resistência à insulina (por
exemplo acantose nigricans)

RASTREIO DE DM2 NA POPULAÇÃO


• Pacientes com pré-diabetes devem ser testados anualmente.
• Pacientes com história de diabetes gestacional - a cada 3 anos no
mínimo.
• Para todos os outros pacientes, o teste deve começar aos 45 anos -
a cada 3 anos no mínimo

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