Você está na página 1de 59

CURSO DE NUTRIÇÃO

Disciplina: PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I

Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades


endócrinas: Diabetes mellitus e obesidade

Profª Dra Barbara Martins Vieira

Anápolis – 2021.2
Associação Educativa Evangélica
CURSO DE NUTRIÇÃO
Disciplina: PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I
Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades endócrinas:
Diabetes mellitus e obesidade
OBJETIVOS:
•Reconhecer a classificação, o diagnóstico e os tipos de tratamento clínico para o diabetes.
•Identificar as principais complicações agudas e crônicas decorrentes do diabetes.
•Descrever a conduta nutricional específica para o tratamento e para a prevenção do diabetes.

•Reconhecer a fisiopatologia da obesidade e as suas principais causas.


•Listar os cuidados nutricionais no tratamento clínico da obesidade.
•Identificar a conduta nutricional na abordagem cirúrgica da obesidade.

Associação Educativa Evangélica


CURSO DE NUTRIÇÃO
Disciplina: PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I
Patologia da nutrição e dietoterapia nas enfermidades endócrinas:
Diabetes mellitus e obesidade
REFERÊNCIAS:

Associação Educativa Evangélica


EXERCÍCIO REFERENTE A SEMANA 2
• Considere o Código de Ética do Nutricionista e responda as
seguintes questões:
- É vedado ao nutricionista prestar serviços profissionais
gratuitos?
- O que é ética na nutrição?
- Quais os princípios fundamentais estão presentes no
código de ética dos nutricionistas?
DEFINIÇÃO – DIABETES MELLITUS
• O diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica que cursa com
aumento dos valores de glicemia plasmática devido a ausência,
deficiência e/ou resistência à ação do hormônio sintetizado pelas
células β pancreáticas, a insulina.
• No DM tipo 1, a hiperglicemia é resultado da deficiência na
secreção de insulina, que progride para ausência absoluta deste
hormônio.
• No DM tipo 2, a hiperglicemia ocorre tanto por resistência à ação da
insulina como por deficiência na secreção deste hormônio.
• A insulina é um hormônio anabólico que está envolvido no
metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídeos
Carboidratos Glicose

doces, cristalinos e
Monossacarídeos Frutose solúveis em água

principal função dos Galactose


carboidratos é relacionada à
energia na célula
Sacarose
Mas também função estrutural

Dissacarídeos Lactose
conseguem reservar
energia na forma de
carboidratos Maltose
complexos
Trissacarídeos
Oligossacarídeos
AMIDO não são doces e nem
Tetrassacarídeos solúveis em água
GLICOGÊNIO
Polissacarídeos
Processo de digestão e absorção de
carboidratos

A insulina envia um sinal às células do O glucagon se comunica com as células do corpo


corpo para remover a glicose do sangue, para parar de usar toda a glicose. Mais
transportando-a para as células de especificamente, ele sinaliza ao fígado para
diferentes órgãos ao redor do corpo e quebrar o glicogênio e liberar a glicose
usando-a para produzir energia armazenada no sangue
Classificação do diabetes
• Baseia-se na etiologiaa e não no tipo de tto → termos “DM
insulinodependente” e “DM insulinoindependente” devem
ser eliminados
• Organização Mundial da Saúde (OMS) e Associação
Americana de Diabetes (ADA):
- DM 1
- DM 2
- DM gestacional
- Outros tipos específicos de DM
Classificação do diabetes
• Há ainda duas categorias, referidas como:
• pré-diabetes → glicemia de jejum alterada
• tolerância à glicose diminuída
• Essas categorias não são entidades clínicas, mas
fatores de risco para o desenvolvimento de DM e
DCV
Diabetes mellitus tipo I
• O DM Tipo I é caracterizado por destruição das células beta que levam a
uma deficiência de insulina
• DM Tipo I autoimune (DM Tipo I A) → 5 a 10% dos casos de DM, sendo o
resultado da destruição imunomediada de células beta pancreáticas com
consequente deficiência de insulina
• Os marcadores de autoimunidade são os autoanticorpos anti-ilhota ou
antígenos específicos da ilhota e incluem os anticorpos anti-insulina,
antidescarboxilase do ácido glutâmico (Anti GAD), antitirosina-fosfatases
(IA2 e IA2B) e antitransportador de zinco (Znt) (1A)
• Esses anticorpos podem ser verificados meses ou anos antes do
diagnóstico clínico, ou seja, na fase pré-clínica da doença, e em até 90%
dos indivíduos quando se detecta hiperglicemia
Diabetes mellitus tipo I
• Fisiopatologia do DM Tipo IA: fatores genéticos e
ambientais, onde os fatores ambientais englobam
certas infecções virais, fatores nutricionais (p. ex.,
introdução precoce de leite bovino) e deficiência de
vitamina D
• DM Tipo I Idiopático (ou DM Tipo IB) → não há uma
etiologia conhecida. Corresponde à minoria dos casos
de DM1 e caracteriza-se pela ausência de marcadores
de autoimunidade contra as células beta
Diabetes mellitus
• SINTOMAS CLÁSSICOS:
• Polifagia
• Polidipsia Poliúria: aumento anormal da produção
de urina
• Poliúria Polidipsia: aumento da ingestão de água,
compensatório à poliúria
• Perda de peso Polifagia: aumento anormal do apetite e
ingestão de alimentos, atitudes
compensatórias à perda de energia na
forma de glicose pela urina (glicosúria);
Diabetes mellitus tipo II
• Forma verificada em 90 a 95% dos casos
• Caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina e na regulação
da produção hepática de glicose
• Causada por uma interação de fatores genéticos e ambientais
(sedentarismo, dieta rica em gorduras e envelhecimento, sobrepeso ou
obesidade)
• Pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os
40 anos
• Diferentemente do DM1 autoimune, não há indicadores específicos para o
DM2
Outros tipos específicos de diabetes mellitus
• defeitos genéticos na função das células beta, defeitos
genéticos na ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino e
outras condições clínicas, tais como síndromes genéticas,
defeitos genéticos na ação da insulina, endocrinopatias e
infecções virais
• diabetes MODY (acrônimo de maturity-onset diabetes of the
young, ou diabetes da maturidade no jovem)
• diabetes neonatal
• diabetes mitocondrial
Diabetes mellitus gestacional
• Trata-se de qualquer intolerância à glicose, de magnitude
variável, com início ou diagnóstico durante a gestação
• Similar ao DM2, associa-se tanto à resistência à insulina
quanto à diminuição da função das células beta
• Ocorre em 1 a 14% de todas as gestações, e relaciona-se
com aumento de morbidade e mortalidade perinatais
• Na maioria dos casos, há reversão para a tolerância normal
à glicose após a gravidez, porém há risco de 10 a 63% de
desenvolvimento de DM2 dentro de 5 a 16 anos após o
parto.
O DM influencia o estado nutricional e o
metabolismo?
• A incapacidade do organismo de utilizar a glicose como
fonte energética preferencial, por ausência da insulina,
leva a catabolismo orgânico intenso, com quebra de
proteínas e de gorduras para utilização como fonte
energética.
• Esta alteração metabólica cursa frequentemente com
perda de peso e comprometimento do estado
nutricional e, pode culminar em quadro de hiperglicemia
grave, cetose e coma
O DM influencia o estado nutricional e o
metabolismo?
• Já a resistência dos tecidos periféricos à ação da insulina provoca estado de hiperinsulinismo,
aumento do glucagon com estímulo à proteólise e à lipólise, tendo como consequência,
também, a hiperglicemia
• A falta de controle clínico do paciente com DM leva a alterações da homeostase metabólica,
podendo ocorrer aumento das necessidades de calorias e proteínas induzido pelo
catabolismo.
• Modificações na medicação ou a supressão do apetite podem levar à descompensação da
doença
Métodos e critérios para o diagnóstico
• Glicemia
• Hemoglobina glicada (HbA1c) – meia vida 120 dias

• American Diabetes Association (ADA), a Organização Mundial


da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)→
recomendam o uso da glicemia para o diagnóstico de DM
Métodos e critérios para o diagnóstico
3 critérios aceitos para o diagnóstico do DM com utilização da glicemia
Métodos e critérios para o diagnóstico
Específico à utilização de HbA1c como critério de diagnóstico para o DM
Métodos e critérios para o diagnóstico
O estado nutricional influencia o
desenvolvimento da doença?
• Perda de peso, mudança de estilo
de vida, com prática de atividade
física regular, e mudanças
dietéticas, com redução
energética e do consumo de
gorduras saturadas, podem
reduzir a prevalência de DM tipo 2
• A intervenção dietética associada
à prática de atividade física
regular pode levar à redução da
incidência de DM entre 58% a 91%
Tratamento do diabetes
• Objetiva o controle glicêmico e metabólico do paciente, sendo fundamental
manter a glicemia em níveis aceitáveis, assim como o perfil lipídico e os níveis
pressóricos dentro dos parâmetros preconizados
• Tratamento medicamentoso → uso de insulinas e/ou medicamentos específicos
(antidiabéticos orais – ADO, ou hipoglicemiantes orais)
• Mudanças no Estilo de Vida (MEV) → alimentação nutricionalmente adequada,
prática regular de atividade física, abandono ao tabagismo e ao consumo de
bebidas alcoólicas
• Automonitorização (realização de testes de glicemia capilar, com frequência que
irá depender do tipo de diabetes apresentada)
Tratamento do diabetes
• DM1
• devem realizar no mínimo 3 testes de glicemia capilar ao dia (antes do café da
manhã, antes do almoço e antes do jantar)
• sempre irão necessitar de 2 tipos de insulina (uma basal, que mantém a glicemia
independente do consumo alimentar, e a insulina bolus, que é aplicada para
metabolizar a glicose proveniente dos alimentos)
• DM2
• aconselhável que realizem um teste de glicemia capilar ao dia (em horários
alternados)
• basicamente, necessitam de ADO → alguns também irão precisar de insulinas
(somente a basal ou a basal e a bolus) para melhorar o controle glicêmico, além do
ADO
O diabetes e suas possíveis complicações clínicas

• Complicações agudas do diabetes - Cetoacidose diabética (CAD)


decorrente da deficiência absoluta ou relativa de insulina com consequente
hiperglicemia, associada ao aumento de hormônios contrarreguladores como
glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento
- desencadeada por fatores como omissão de doses de insulina ou situações de
estresse agudo como infecções, traumas ou emergências cardiovasculares
- aumento da lipólise, com liberação de ácidos graxos livres que, no fígado, são
oxidados em corpos cetônicos
- Clinicamente, caracteriza-se por desidratação, hiperglicemia (glicose > 200-250
mg/dL), acidose metabólica (pH sanguíneo < 7,3 e bicarbonato < 15 mEq/L) e
cetonúria/cetonemia
O diabetes e suas possíveis complicações clínicas

• Complicações agudas do diabetes - Cetoacidose diabética (CAD)


- Raramente ocorre em pacientes com DM2 e nestes está geralmente
associada a quadros infecciosos graves
- O tratamento é direcionado para os três problemas principais:
desidratação, perda de eletrólitos e acidose e, desta forma, a conduta
geralmente escolhida é:
- reidratação do paciente por meio de infusões intravenosas
- reposição de potássio diluído em solução fisiológica
- administração intravenosa de insulina
- Trata-se de um quadro clínico potencialmente grave que requer
internação hospitalar e monitorização permanente
O diabetes e suas possíveis complicações clínicas

• Complicações agudas do diabetes - Síndrome hiperosmolar


hiperglicêmica (SHH)
• complicação aguda mais frequente do DM2, especialmente em pacientes
idosos
- caracterizada por: hiperglicemia acentuada, desidratação e hiperosmolaridade
plasmática (> 320 mOsm/kg) e pH sérico ≥ 7,3, com cetonemia/ cetonúria
leves, se presentes
- Pode ser desencadeada por infecções, condições agudas como AVE, IAM,
trauma, queimaduras, intoxicação exógena, entre outras
- A extrema hiperglicemia que é típica nesta síndrome (glicose plasmática acima
de 600 mg/dL) decorre da presença de desidratação e consequente perda de
função renal, com diminuição da excreção urinária de glicose
- A SHH representa uma condição grave, com taxa de mortalidade entre 5 e 20%
O diabetes e suas possíveis complicações clínicas

• Complicações agudas do diabetes – Hipoglicemia


• frequente na prática clínica, especialmente em pacientes em uso de insulina
• Pode ser assintomática ou ser acompanhada de sensação de fome, cefaleia, confusão
mental, taquicardia, tremores, sudorese, alterações visuais e, nos casos mais graves,
convulsões, coma e óbito
• Se prolongada, pode causar lesões cerebrais irreversíveis
• Laboratorialmente é definida como glicemia plasmática < 50 mg/dL
• Principais fatores desencadeantes: uso de doses excessivas de insulina, atraso ou omissão
de refeições, exercícios físicos exaustivos, condições agudas que reduzam a ingestão
alimentar, por exemplo, náuseas, vômitos, insuficiência renal ou adrenal e disfunção
tireoidiana
• A terapia inicial baseia-se na correção da hipoglicemia e na manutenção de níveis
glicêmicos adequados, através da administração de glicose por via oral ou endovenosa
O diabetes e suas possíveis complicações clínicas

• Complicações crônicas do diabetes


• decorrentes principalmente do controle inadequado, do tempo
de evolução e de fatores genéticos da doença
• alterações em pequenos e grandes vasos sanguíneos (lesões
micro e macrovasculares)
• Complicações microvasculares:
• nefropatia diabética
• retinopatia diabética
• neuropatia diabética
Nefropatia diabética
• O diabetes é a maior causa de doença renal em estágio terminal (DRET)
• 25% da população em programa de diálise são DM
• Cerca de 20-30% de pacientes com DM1 ou DM2 desenvolvem evidência
de nefropatia
• A fase inicial geralmente é assintomática
• A presença de microalbuminúria caracteriza seu estágio inicial
• Inicia-se, geralmente, cinco a 10 anos depois da evolução do diabetes e
apresenta um aumento de incidência após 15 anos de doença
Retinopatia diabética (RD)
• principal causa de cegueira adquirida na população com
diabetes
• É mais comum no DM1 e sua incidência está fortemente
relacionada à duração do diabetes
• Presente em aproximadamente 25% dos indivíduos com DM1
após cinco anos do diagnóstico, aumentando para 60, 80 e
100% após, respectivamente, 10, 15 e 20 anos
Neuropatia diabética (NeD)
• Comprometimento do sistema nervoso periférico
• Afeta entre 40 e 50% dos indivíduos com DM2 e em menor frequência no
DM1
• Alterações relacionadas ao envolvimento estrutural e funcional de fibras
nervosas sensitivas, motoras e autonômicas, que podem ser reversíveis ou
permanentes
Complicações macrovasculares
• resultantes de alterações nos
grandes vasos e também são
chamadas de doenças
cardiovasculares, atingindo o
coração (infarto agudo do
miocárdio), o cérebro
(acidente vascular encefálico)
e os membros inferiores
(doença vascular periférica).
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar

• Objetivos da terapia nutricional

• atender às necessidades nutricionais a fim de permitir o crescimento, o


desenvolvimento ponderal e o peso saudável

• adequar o controle glicêmico

• controlar o perfil lipídico

• manter os níveis pressóricos dentro dos parâmetros de normalidade

• prevenir as complicações agudas e crônicas do DM.


Quais são os objetivos da terapia nutricional no DM?
• O tratamento nutricional é essencial para o controle do DM
• Ele inclui a avaliação, o diagnóstico, a escolha e a implementação da terapia
nutricional adequada, além do aconselhamento sobre o tratamento geral da
doença
• O objetivo primordial durante a aplicação da terapia nutricional oral, enteral
ou parenteral, em pacientes com DM, é manter a glicemia dentro dos níveis da
normalidade e manter o estado nutricional adequado dos pacientes
• Em pacientes hospitalizados, a glicemia deve ser mantida entre 100 mg/dL e
180mg/ dL
• Pacientes internados em unidades de tratamento intensivo devem ter os
níveis de glicemia mantidos o mais próximo possível de 110 mg/dL
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar

• Avaliação do estado nutricional

História familiar Os parâmetros a serem


utilizados nas avaliações são
Condições socioeconômicas
aqueles mesmos usados para a
Hábitos alimentares população não diabética

Prática de atividade física

Dados antropométricos e bioquímicos

Doenças associadas
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias Os parâmetros a serem
utilizados são aqueles
mesmos usados para a
Necessidades de energia população não diabética

o Para crianças e adolescentes um método bastante utilizado é o da ADA, 1997:

1.000 kcal para o primeiro ano de vida e adicionar 100 kcal/ano até os 11 anos.

Para o sexo feminino entre 11-15 anos, adicionar 100 kcal/ano e acima de 15 anos, calcular o VET
conforme preconizado para adultos.

Para o sexo masculino, dos 11 aos 15 anos, adicionar 200 kcal/ano e acima de 15 anos, calcular o VET
conforme preconizado para adultos.

Para o fator atividade: 10 kcal/kg atividade intensa; 8 kcal/kg atividade moderada; 7 kcal/kg atividade
leve a sedentária
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias Os parâmetros a serem utilizados são
aqueles mesmos usados para a população
Necessidades de energia não diabética

Indivíduos adultos - pode-se utilizar o método simplificado:

25 a 30 kcal/kg para manutenção de peso

20 a 25 kcal/kg para redução de peso

30 a 35 kcal/kg para o ganho de peso (sempre utilizando o peso atual para o cálculo)
Quais são os objetivos da terapia nutricional no DM?

• Deve-se evitar, durante a terapia nutricional, o fornecimento energético


excessivo, pois a hiperalimentação pode levar ao descontrole glicêmico
• Em pacientes com excesso de peso, recomenda-se redução energética de
500 a 1000 kcal/dia → valor energético total a ser fornecido com a
terapia nutricional deve ser sempre superior a 800 kcal/dia
• Pode-se também, nesta situação, utilizar como parâmetro para o cálculo
da necessidade energética 20 a 25 kcal/kg de peso atual
• A redução moderada de peso e a restrição energética melhoram a
sensibilidade à insulina nestes pacientes
Quais são os objetivos da terapia nutricional no DM?
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias Os parâmetros a serem utilizados são
aqueles mesmos usados para a população
Carboidratos não diabética

o concentrações entre 45 e 60% em relação ao VET proposto

o não devem ser restringidos e uma oferta inferior a 130 g/dia é contraindicada

o A ingestão de carboidratos a partir de vegetais, frutas, grãos integrais, legumes e


produtos lácteos deve ser aconselhada sobre a ingestão de outras fontes de
carboidratos, especialmente aqueles que contêm acréscimo de gordura, açúcar ou
sódio
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias Os parâmetros a serem utilizados são
aqueles mesmos usados para a população
Carboidratos não diabética

Para diminuir a resposta glicêmica da ingestão dietética, alimentos com alto índice
glicêmico podem ser substituídos por alimentos de baixo índice glicêmico, sobretudo
quando consumidos de maneira isolada

SACAROSE: esta não aumenta mais a glicemia do que outros carboidratos quando ingerida
em quantidades equivalentes. Dessa maneira, seu consumo pode ser inserido no contexto
de uma dieta saudável, contribuindo com 10% do requerimento energético definidos para
esse nutriente.
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias

FIBRAS

As fibras solúveis apresentam efeitos benéficos na glicemia e no metabolismo dos lipídios,


enquanto as insolúveis agem contribuindo para a saciedade e o controle de peso, além da
preservação da saúde intestinal

30 a 50 g por dia, sendo que a recomendação mínima é de 14 g/1.000 kcal (recomendação


em geral para portadores de DM)
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias

PROTEÍNAS

indivíduos com a função renal preservada é de 15 a 20% do VET ou de 0,8 a 1,0 g/kg/dia

a oferta inferior a 0,8 g/kg de peso ideal não é recomendada, uma vez que não melhora o
controle glicêmico, o risco cardiovascular nem o curso do declínio da filtração glomerular
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias Os parâmetros a serem utilizados são
aqueles mesmos usados para a população
LIPÍDEOS não diabética

A recomendação da quantidade total de lipídios para portadores de diabetes ainda é


inconclusiva

De acordo com a recomendação do Institute of Medicine (IOM), a ingestão de lipídios deve


ser entre 25 e 35% do total de calorias, sem definição do máximo tolerável

baixo consumo de lipídios e alto de carboidratos aumentam o risco cardiovascular


Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias Os parâmetros a serem utilizados são
aqueles mesmos usados para a população
não diabética

Vitaminas e minerais

As recomendações de consumo de micronutrientes para pessoas com diabetes são


semelhantes às da população em geral, baseada na Dietary Reference Intakes (DRI’s).
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias Os parâmetros a serem utilizados são
aqueles mesmos usados para a população
não diabética

Sódio

O consumo de sódio deve ser limitado a 2.000 mg/dia, o que equivale a 5 g de sal de
cozinha, ou seja, no máximo 3 colheres de café rasas de sal (3 g de sal + 2 g de sal dos
próprios alimentos).
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias Os parâmetros a serem utilizados são
aqueles mesmos usados para a população
Bebidas alcoólicas não diabética

As mesmas precauções com relação ao consumo de álcool na população em geral aplicam-


se a pessoas com diabetes

Para adultos com diabetes, a ingestão diária de álcool deve ser limitada a 1 dose ou menos
para mulheres e 2 doses ou menos para homens

Entende-se por 1 dose 150 mL de vinho (1 taça) ou 360 mL de cerveja (1 lata pequena) ou
45 mL de destilados (1 dose com dosador padrão), medida equivalente em média a 15 g de
etanol
Cuidados nutricionais no diabetes: princípios
para a conduta e orientação alimentar
• Necessidades nutricionais diárias
Quando a terapia nutricional está indicada?

• A indicação da terapia nutricional em


pacientes diabéticos segue as mesmas
indicações dos pacientes não diabéticos
• A terapia nutricional deve ser ajustada sempre
que o paciente não conseguir atingir seus
objetivos nutricionais
Como a terapia nutricional deve ser implementada?
• É primordial que as necessidades nutricionais destes pacientes
sejam individualizadas, não devem ultrapassar 35 kcal/kg/dia,
devendo, em geral, permanecer abaixo de 25 kcal/kg/ dia
• Os carboidratos, embora elevem a glicemia pós-prandial de forma
mais acentuada do que as proteínas e lipídeos, devem fazer parte
da composição nutricional de qualquer que seja a terapia
nutricional instituída
• O uso de fibras nas formulações enterais deve ser encorajado, por
todas as vantagens que seu uso implica; os benefícios sobre o
controle glicêmico ocorrem com altas quantidades ingeridas (cerca
de 50 g/dia)
Como a terapia nutricional deve ser implementada?

• TNP
• Fonte de carboidratos: glicose e dextrose
• A infusão de carboidratos deve ser de, no máximo, 4 mg/kg/min
• A inclusão de emulsões lipídicas, na taxa de aproximadamente
0,11g/ kg/h, é recomendada
• Emulsões lipídicas mistas (ácidos graxos poli-insaturados +
monoinsaturados) são mais adequadas do que o uso exclusivo de
emulsões lipídicas que contenham somente os ácidos graxos
poliinsaturados, devido ao efeito benéfico que as gorduras
monoinsaturadas exercem no perfil lipídico
Como a terapia nutricional deve ser implementada?

• Além do controle glicêmico, que é a meta principal do tratamento


nutricional, deve-se ter por objetivos:
• manter níveis adequados de lípides plasmáticos e de pressão sanguínea,
com oferta adequada de energia, com intuito de melhorar e acelerar a
recuperação
• utilizar terapias que tratem as doenças associadas ao DM, como
hipertensão arterial, doença cardiovascular, dislipidemia e nefropatia
• utilizar plano alimentar nutricionalmente adequado, visando à melhora da
saúde
• oferecer treinamento ao paciente para controle da glicemia e das
complicações do DM
Como a terapia nutricional deve ser implementada?
Existe necessidade do uso de formulações
enterais especializadas para o DM?
Existe necessidade do uso de formulações
enterais especializadas para o DM?
• As formulações especializadas para pacientes diabéticos se caracterizam
por aumento do teor de lipídeos (> 40% do valor energético total) e
redução do teor de carboidratos. Do total de lipídeos, 20% ou mais são de
ácidos graxos monoinsaturados (AGMI)
• As formulações especializadas permitem melhor controle glicêmico em
curto e longo prazo, com redução da glicemia pós-prandial, quando
comparadas às formulações padrão em pacientes com DM tipo 1 e 2
Existe necessidade do uso de formulações
enterais especializadas para o DM?

Você também pode gostar