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CICLO SONO-VIGÍLIA
Nosso ciclo circadiano é um ritmo biológico independente da luz do Sol. É um processo evolutivo.
A privação do sono ou sono anormal resultam em diversos distúrbios e patologias que têm implicações
sobre a homeostasia, funcionamento psíquico e da vida.
CATEGORIZAÇÃO
• Comportamental:
↘ Vigilia: ativo, intensa atividade motora;
↘ Sono: diminuição da reatividade a estímulos, redução da atividade motora e postura
estereotipada.
• Autonômica:
↘ Sono: redução das funções vegetativas, predomínio parassimpático.
• Eletroencefalográfica:
↘ Vigília: ritmo rápido de baixa voltagem e alta frequência chamado de EEG dessincronizado
por representar a atividade sináptica não coincidente de uma enorme população de
neurônios de todos os tipos;
↘ Sono: ritmo lento de alta oltagem e baixa frequência chamado EEC sincronizado com
atividade sináptica simultânea dos neurônios que permanecem ativos.
O hipotálamo através do núcleo supraquiasmático define os ritmos do dia a dia (circadianos) e o epitálamo
através da glândula pineal define os ritmos circadiano e sazonais (circanuais), ou seja, sincroniza com as
estações do ano as funções que variam anualmente, como o comportamento reprodutor animal.
FASES DO SONO
O sono não é o resultado da diminuição da atividade do cérebro, sim um estado diferenciado no qual o
indivíduo pode ser acordado por estímulos sensoriais ou não.
Sono não é uma estrutura igual em todo o seu ciclo. Pode ser dividido em dois estados fisiológicos bem
distintos, denominados fase de sono REM (Movimentos Oculares Rápidos) e de sono NREM (Sem
Movimentos Oculares Rápidos).
O sono NREM corresponde por 75% do sono total, uma pessoa entra no sono através dos estágios do NREM.
O sono REM somente ocorre após um bom período de exclusivo sono NREM, repetindo-se algumas vezes
até o despertar. É um período curto do sono, acompanhado de movimentos rápidos dos olhos e equivalem
cerca de 25% do tempo total do sono. Esta fase é semelhante à vigília, mas no sono REM o indivíduo está
totalmente adormecido e atônico.
Já o sono paradoxal (REM) só existe em animais endotérmicos (aves e mamíferos), surgindo, então, mais
tarde na evolução.
SONO NREM
SONO REM
• Hipo/atonia muscular;
• Movimentos rápidos oculares;
• EEG com predomínio de ritmos rápidos, semelhante à vigília;
• Respiração e ECG irregulares;
• Sonhos (podemos sonhar em qualquer fase, mas lembramos mais dos sonhos da fase REM);
• Pode haver ereção peniana (fenômeno vascular).
Acumula-se durante a vigília como resultado do metabolismo neural, induzindo à sonolência. Durante o
sono, os níveis cerebrais de adenosina diminuem. Os antagonistas dos receptores de adenosina, como
cafeína, aumentam a vigília.
IATROGENIA
É referente ao dano para o paciente ou o resultado negativo da ação do médico, não punível, sendo
assim, inculpável e isento de responsabilidade profissional diante do paciente, seja esse dano material ou
psicológico.
TIPOS
Pode ser decorrente tanto da ação como da omissão pelo profissional de saúde (não apenas do médico):
• Por ação:
↘ Método diagnóstico; ↘ Prevenção;
↘ Tratamento; ↘ Erro médico.
• Por omissão:
↘ Método diagnóstico; ↘ Tratamento; ↘ Prevenção.
EPIDEMIOLOGIA
A prática iatrogênica é prevalente na população idosa e ocorre em 3,4 a 34% das internações, 18% dos
procedimentos diagnósticos e 59% das medidas terapêuticas.
Dentro do panorama nas medidas terapêuticas, as reações adversas a medicamentos é a principal forma
de iatrogenia em todas as faixas etárias, podendo resultar em morte de 2 a 10% dos casos.
RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
A visão jurídica reconhece que existem riscos inerentes à prática da medicina, cuja possibilidade de
materialização independe da observância da boa prática médica.
Para que o médico seja condenado ao dever de indenizar, o juiz deve se convencer da existência de:
Se ausente o elemento culpa, é excludente de responsabilidade civil médica, sendo inviável a condenação
do profissional.
CRITÉRIO DE BEERS
1) Medicamentos que devem evitados para idosos por potenciais riscos.
2) Medicamentos que devem ser evitados considerando o diagnóstico do paciente;
3) Medicamentos que devem ser utilizados com cautela.
CRITÉRIOS STOPP/START
Identificação dos medicamentos potencialmente inadequados por grupos farmacológicos.
ATUALIDADES
A maioria dos casos de iatrogenia ocorrem nas emergências, pois é necessária uma intervenção rápida e
muitas vezes não temos um histórico detalhado desse paciente, prontuários mal detalhados e falta de
comunicação entre os profissionais.
PREVENÇÃO QUATERNÁRIA
• Cuidados, sejam eles preventivos ou curativos, quando em excesso, podem ser prejudiciais;
• Dizer não a propostas inaceitáveis;
• Oferecer alternativas prudentes e cientificas;
• Buscar mínima quantidade e máxima qualidade;
• Fatores de risco como equivalentes às doenças;
• Evitar comércio de medicações já existentes para pessoas saudáveis;
• Combater a indústria farmacêutica e o marketing do medo.
EVELYN DE BRITO NOGUEIRA – TURMA X
Como realizar:
TRANSTORNOS DO SONO
O sono dura em média 7:30 a 8 horas, mas existem os dormidores curtos (menos de 6 horas) e os
dormidores longos (mais de 10 horas). O importante é respeitar seu próprio corpo. O ciclo do sono não é
simétrico e regular, além de apresentar períodos de despertar variáveis.
• Estágio 1: sonolência;
• Estágio 2: sono leve;
• Estágio 3: sono profundo.
SONO REM
Não possui estágio. É quando ocorrem os sonhos mais vívidos e os que mais temos chances de lembrar.
Fase mais restauradora.
NEUROTRANSMISSORES
Ativadores:
• Histamina;
• Dopamina;
• Noradrenalina;
• Serotonina;
• Acetilcolina;
• Orexina/hipocretina.
Inativadores:
• GABA;
• Melatonina.
NARCOLEPSIA
A prevalência geral é de 0,2 a 0,5% da população sem predomínio de gênero. Surge geralmente entre 7 a 25
anos e persiste ao longo da vida.
EVELYN DE BRITO NOGUEIRA – TURMA X
É um transtorno neurodegenerativo crônico caracterizado por sonolência diurna excessiva e
manifestações dissociativas de sono REM. Esses pacientes não dormem mais que as pessoas normais em
24 horas, mas têm pequenos cochilos reparadores de 20 minutos aproximadamente ao longo do dia.
Essas pessoas entram no sono REM mais rápido que as demais, causando sonhos muito vividos e realistas.
QUADRO CLÍNICO
FISIOPATOLOGIA
Tem uma relação genética já bem documentada, principalmente com a redução da produção de
hipocretina como consequência de alterações gênicas. A hipocretina/orexina é um neuropeptídeo de ação
global no SNC produzida pelo hipotálamo lateral e tem a função modulatória do ciclo sono-vigília e apetite.
A teoria imunológica sugere que a diminuição da hipocretina no líquor seria ocasionada por uma
autoagressão, visto que esses pacientes apresentam uma alta reatividade linfocitária.
DIAGNÓSTICO
Critérios clínicos:
Para avaliar a sonolência excessiva podemos lançar mão da escala de ESSE com pontuação de 0 a 24, sendo
que o score de pacientes narcolépticos são maiores de 9.
Pode ainda ser feita análise do líquor, na qual pode ser evidenciado baixos níveis de hipocretina no LCR. É
um exame pouco utilizado por ser invasivo e pouco preciso. Só fazemos no caso de dúvida diagnostica ou
com outra patologia do sono associada.
EVELYN DE BRITO NOGUEIRA – TURMA X
TRATAMENTO
No que tange aos tratamentos não farmacológicos, evidencia-se que mudança dietética, meditação e
atividade física parecem ser benéficos para esses pacientes.
INSÔNIA
Pode ser conceituada de múltiplas maneiras, mas, de modo universal, é considerada uma “dificuldade para
dormir”. Segundo a classificação internacional dos transtornos do sono (CITS), é definida como “dificuldade
persistente para o início, duração, consolidação ou qualidade do sono com impacto clínico”.
O que diferencia a insônia transtorno na insônia sintoma é a dimensão do impacto clínico para o
paciente. Doenças psiquiátricas são comumente associadas a insônia e muitas vezes é difícil saber o que
veio primeiro.
A insônia é o distúrbio do sono mais comum na população geral com prevalência mundial de 30-35% de
insônia como sintomas e de 3,9-2,1% de transtorno de insônia. A incidência anual é de 7 a 15%, sendo mais
comum em mulheres e mais comumente diagnosticada em idosos.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Segundo a ICSD:
Segundo o DSM-V:
QUADRO CLÍNICO
CLASSIFICAÇÃO FENOTÍPICA
FISIOPATOLOGIA
Fatores neurobiológicos:
Fatores comportamentais:
TRATAMENTO
O que apresenta mais evidências positivas e é tratamento de primeira linha é a terapia cognitiva
comportamental para insônia (TCC-I), que deve ser realizada por um curto prazo, focal, direta e
estruturada que apresenta baixos riscos.
O tratamento farmacológico pode ser feito caso haja impossibilidade de acesso à TCC-I ou não adesão a
esta ou falha terapêutica. Outras abordagens possíveis são meditação, aromoterapia, fitoterápicos,
acupuntura e homeopatia.
Estudos recentes com relação à epidemiologia da SPI em diferentes populações apontam para uma
prevalência que varia entre 5 e 15%, variando de acordo com o método e a população analisada, sendo maior
no sexo feminino. Embora tenha sido identificado que há um aumento da prevalência e agravamento dos
sintomas com a idade, o início da sintomatologia varia e pode ocorrer na infância.
Pode apresentar-se como primária ou secundária, sendo que a forma primária possui, possivelmente, uma
origem genética, existindo uma associação familial que varia entre 40 e 60%, através de uma herança
provavelmente autossômica dominante, de penetrância variável. Em pacientes com SPI severa, entre 33
a 40%, os sintomas iniciaram antes dos 20 anos de idade, embora o diagnóstico preciso de SPI tivesse sido
fechado muito mais tarde. Gravidez tem se mostrado um importante fator de risco.
FISIOPATOLOGIA
A fisiopatologia continua incerta e pouco conhecida. No entanto, análises dos resultados terapêuticos
obtidos com a utilização de agonistas dopaminérgicos, sugerem um envolvimento de disfunções do
sistema dopaminérgico. Exames de neuroimagem demonstraram uma disfunção pós e pré sináptica para
receptores D2 na região dos gânglios da base, embora os estudos ainda apresentem resultados
contraditórios. Essa seria a fisiopatologia mais atual para explicar a síndrome de pernas inquietas primária.
Uma das formas secundárias da SPI está associada com alterações nos níveis de ferro, no entanto
achados têm dado cada vez mais suporte para a hipótese de uma alteração primária no metabolismo do
ferro na fisiopatologia da SPI. Dentre estes achados, destacam-se o fato dos sintomas da SPI
apresentarem melhora com o tratamento de reposição de ferro, ter sido evidenciado que ocorre uma
diminuição nos níveis de ferritina no líquor e uma diminuição na concentração de ferro na substância negra
de pacientes com SPI.
Tendo por base a relação familial existente na síndrome, diversas pesquisas foram realizadas com objetivo
de melhor compreender seus componentes genéticos, sendo que até o presente momento já foram
identificadas relações com os cromossomos 9p, 12q, 14q, 2q e 20p, no entanto nenhuma associação
positiva com algum gene específico foi descrita. Mais recentemente, estudos demonstraram e relataram
associações positivas com sequências variantes em ou próximas de genes específicos nos cromossomos
6p, 2p e 15q.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
Critérios mínimos:
TRATAMENTO
A gravidade da SPI varia de paciente para paciente. Portanto, até o presente momento, não foram
identificados medicamentos que isoladamente ou em associação possam ser indicados para todos. Os
pacientes e os médicos devem atuar em conjunto para encontrar a melhor opção para cada caso específico,
visto que ainda não há consenso na literatura e na prática clínica sobre um tratamento padronizado ou
mais adequado.
O tratamento da SPI, até o presente momento, pode ser considerado sintomático e não curativo, sendo
principalmente de caráter farmacológico, com poucas referências de estudos com tratamentos não
farmacológicos. Dentre os tratamentos farmacológicos destacam-se dois grupos:
Os tratamentos da SPI com agentes dopaminérgicos e com a levodopa são considerados como terapias
de primeira escolha e comprovadamente demonstrados em alguns estudos controlados, entretanto a
dosagem deve ser acompanhada com cautela, salientando as possibilidades de efeitos adversos.
Dentre as medidas não farmacológicas, revisões sistemáticas recentes mostram que ainda faltam estudos
nessa área para sabermos quais atitudes são realmente eficazes. Devemos indicar ao paciente mesmo assim
uma boa higiene do sono, retirada de estimulantes e bebida alcoólica, tratamento de comorbidades e
atividade física (exceto extenuante e próximo a hora de dormir).