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SUMÁRIO
PSICOPATOLOGIAS............................................................................... 0
Introdução ................................................................................................ 3
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 48
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NOSSA HISTÓRIA
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Introdução
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Conceitos e atribuições históricas da loucura
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loucura e razão aparecem em sua obra animadas por forças que as integram,
complementam e se fecundam reciprocamente. Loucura e sensatez, razão e
desrazão se aliam na experiência humana. Diz Foucault que “a loucura é um
momento duro porém essencial no trabalho da razão; através dela, e ainda em
suas vitórias aparentes, a razão se manifesta e triunfa” .
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serão internados. Mendigos, vagabundos, libertinos, bandidos e os próprios
loucos fazem parte desse espaço que era único. Não havia um juízo que
diferenciasse qualquer das categorias acima. Elas simplesmente faziam parte do
erro, da não-tentativa à verdade. Assim, o Hospital Geral nessa época não
possui um caráter médico.
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médico. O desejo era fazer do louco um bom cidadão, um sujeito produtivo e
autodisciplinado. Isto podia ser apenas pensado, pois, ainda que ancorado na
antiga noção de paixões, o processo mórbido, nos ideais pinelianos, mantinha o
germe da razão.
A ideia básica era que o alienado, ainda que muito enfermo ou desprovido
de sua identidade e liberdade moral, conservava um pé no mundo dos civilizados
e então, reconduzindo-se as paixões a um novo estado de harmonia, ele
recobraria a ordem e a clareza que havia perdido. Hegel foi quem captou o
vestígio de razão que seguia coabitando com a loucura e fez até um elogio a
Pinel.
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movimento, que aproxima a loucura da medicina, origina-se a psiquiatria. Ao
aproximá-la do modelo médico acaba por delimitar sua exclusão desse modelo:
a nosografia contrastava com aquela apresentada pela medicina; havia dúvidas,
até mesmo pelos médicos alienistas, de que seu substrato etiológico se
encontrava em uma alteração anatomopatológica e que as variadas terapêuticas
dos plantonistas do hospital servissem aos alienados já que a todos se aplicavam
o mesmo tratamento moral; o hospital geral acaba por ser considerado
inapropriado para acolher os alienados.
(3) uma abordagem clínica, que parte dos sintomas para chegar aos
quadros clínicos; e
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portanto, o alienista não poderia prescindir. Na sua tese, apresentada em 1805,
“As paixões consideradas como causas, sintomas e meios curativos da
alienação mental” adverte que, se as paixões acarretavam as alienações, elas
também deviam servir para o tratamento. Seguindo uma orientação mais
moderada, ele advogava pelo equilíbrio das paixões ao invés de sua supressão,
levando o louco ao estado em que se encontrava antes de precipitar-se na
enfermidade. Busca Esquirol a descrição e classificação dos transtornos mentais
utilizando o método clínico descritivo.
3. Disposições gerais.
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a) delírio monomaníaco com exaltação;
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de dissecação de cadáveres. Isto o levou a escrever e publicar muitos artigos
importantes sobre a origem das enfermidades mentais no cérebro enfermo
organicamente, o que estava bem de acordo com o modelo médico. Parecia
haver encontrado a organogênese das enfermidades mentais e, se no princípio
era um pouco discreto em suas publicações, à medida que sentia seus efeitos,
foi se tornando orgulhoso, generalizando suas descobertas que não passaram
disto. Com o passar dos tempos, sua etiologia cerebral, originada na paralisia
cerebral, se evidenciou incorreta, foi muito criticada, e muitos acreditam que esta
foi uma das causas de seu abandono da clínica mental.
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Da metade do século XIX em diante o otimismo em relação à cura dos
doentes mentais pela psiquiatria deixou de existir. A própria psiquiatria se deu
conta de que o que era capaz de oferecer não operava curas. Surge um novo
avanço nas teorias médicas da insanidade mental enquanto doença física, agora
dentro de uma proposta da teoria da degenerescência. A loucura era incurável
por ser hereditária, constitucional.
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Devido a este fato, os débeis, por serem impotentes, são menos
prejudiciais à sociedade que os degenerados superiores” (s/esp). Assim, a
degenerescência não estaria ligada somente à alienação mental, mas à idéia de
desvio de modo geral. As causas da degeneração são pensadas como podendo
ser tanto físicas quanto morais. Como possíveis causas físicas são apontadas a
insalubridade dos climas, a má higiene e a insuficiência das moradias e da
nutrição, sendo atribuída especial importância ao meio enquanto produtor de
condições propícias à instalação de processos degenerativos. Como causas
morais, por outro lado, figuram a ignorância, a avareza, a sede de prazeres, a
prostituição, os fanatismos, entre muitas outras.
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a instituição como um doente”; na mesma época, na Inglaterra, se desenvolvem
as comunidades terapêuticas.
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Reforma Psiquiátrica Brasileira: Após a política assistencial da primeira
metade do século, que priorizava a construção de grandes hospícios públicos
como referência para a população, temos, a partir dos anos 60, uma enorme
proliferação de hospitais psiquiátricos privados conveniados com o poder
público, de acordo com a política fortemente privatista que caracterizou o
governo militar.
No final dos anos 70, terminada a ditadura militar, num movimento muito
vivo de reorganização de forças democráticas do país, alguns dos trabalhadores
de Saúde Mental de vários estados brasileiros se reúnem em torno de propostas
de reforma.
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eqüidade, da descentralização de recursos e decisões, priorizando-se o nível
local; garante-se o controle social, onde a Saúde se torna desde então uma área
pioneira.
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História da Psicopatologia
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Sims (2001) refere que a psicopatologia é “o estudo sistemático do
comportamento, da cognição e da experiência anormais; o estudo dos produtos
de uma mente com um transtorno mental. Isto inclui as psicopatologias
explicativas, nas quais existem supostas explicações, de acordo com conceitos
teóricos (p. ex., a partir de uma base psicodinâmica, comportamental ou
existencial, e assim por diante), e a psicopatologia descritiva, que consiste da
descrição e da categorização precisas de experiências anormais, como
informadas pelo paciente e observadas em seu comportamento”.
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psicopatologia: é a enfermidade mental ou a conduta anormal? É a conduta
anormal ou a desadaptada?. Isto se deve às diferenças de enfoques existentes
na área ainda que se saiba que a variedade de estabelecimentos de critérios não
é característica peculiar da psicopatologia.
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Principais métodos de investigação
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- Neurociências: buscam aporte da psicofarmacologia para possibilitar-
lhes melhor conhecimento bioquímico dos transtornos mentais.
Ainda que na tendência atual algo pareça estar mudando, até hoje são
encontrados dois grupos claros na psicopatologia: aqueles que se interessam
pela investigação básica dos processos psicopatológicos subjetivos e aqueles
interessados na prática clínica, que procura evitar os modelos etiológicos e se
interessa mais pelas técnicas e procedimentos diagnóstico a partir de uma
posição próxima da fenomenologia.
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De fato, cada disciplina que se ocupa do sofrimento psíquico produz
modelos específicos de psicopatologia, coerentes no interior do referencial
teórico em que se inscrevem e respondendo a certos problemas inerentes à
clínica. Os diferentes enfoques ou abordagens atuais na psicopatologia, de
acordo com Ionescu (1997), são:
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de acordo com Buss (1962), causadas por um agente externo (por exemplo, um
vírus) que ataca o organismo (enfermidade infecciosa), um mau funcionamento
de algum órgão (enfermidade sistêmica) ou trauma (enfermidade traumática).
Síndromes psicopatológicas
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Nas doenças clínicas, temos a etiologia, os sinais e sintomas, a evolução,
o prognóstico e a resposta dos pacientes aos tratamentos. Mas, nos transtornos
mentais temos os sinais e sintomas, a evolução, o prognóstico e a resposta dos
pacientes aos tratamentos, mas não inclui a etiologia, porque até ainda hoje não
podemos precisar uma causa que justifique todos os sinais e sintomas que os
pacientes apresentam.
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precisam ser analisados nesse entrelaçamento para que possamos
compreender o sujeito em seu sofrimento.
Dalgalarrondo (2008, p. 302) ainda faz uma distinção entre dois tipos de
transfundo: os estáveis e duradouros e os mutáveis e momentâneos.
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Patogenia (patogênico) – é a manifestação dos sintomas que ocorrem nos
transtornos mentais. Na mania, a agitação psicomotora, hipertimia são comuns.
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São chamados também de personalidade pré-mórbida e são aqueles
comportamentos identificados em períodos anteriores a eclosão do transtorno.
Podem ocorrer desde a infância, já antecipando o início do transtorno, segundo
Dalgalarrondo (2008, p. 298).
Transtornos da ansiedade
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uma tarefa complicada. O medo é uma reação normal, fundamental para a
proteção dos sujeitos. Se não tivéssemos medo, sairíamos de madruga para
lugares perigosos, não tentaríamos nos proteger. O medo aparece em situações
que apresentam um perigo real ou imaginário.
Os transtorno de personalidade
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notados no final da infância ou início da adolescência. O diagnóstico só pode ser
efetivado após os 18 anos de idade.
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Critério B – Padrão persistente e inflexível e abrange situações pessoais
e sociais.
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Transtornos do humor
Ciclotimia
Transtorno bipolar
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clássica somente no que se refere ao fato de não haver exigência de psicose ou
de experiência na vida de um episódio depressivo maior. No entanto, a vasta
maioria dos indivíduos cujos sintomas atendem aos critérios para um episódio
maníaco também tem episódios depressivos maiores durante o curso de suas
vidas.
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episódios dure um tempo consideravelmente maior) envolvendo alterações
nítidas no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas, e remissões
interepisódicas. O diagnóstico baseado em um único episódio é possível,
embora o transtorno seja recorrente na maioria dos casos.
Os transtornos esquizofrênicos
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e intelectual devido a uma diminuição da atividade tireoidiana). Na sexta edição
do seu tratado, em 1899, a dementia praecox ganhou a autonomia para se
contrapor à “loucura maníaco-depressiva”.
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Os critérios de Kurt Schneider estabeleceram uma distinção entre os
sintomas de primeira e de segunda ordem, o que permitiu organizar o diagnóstico
de modo mais simples e preciso, mais tarde incorporados ao DSM-IV (2014) e
consagrados no CID-10 (1993).
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b) vivências de influência sobre o pensamento: refere-se à experiência de
que algo influencie seus pensamentos. O paciente recebe pensamentos
impostos de fora, pensamentos postos em seus cérebros.
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Síndrome negativa ou deficitária (sintomas negativos)
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6. Lentificação e empobrecimento psicomotor – O paciente fica lentificado,
com dificuldade para responder de forma rápida as solicitações do meio.
Exemplo: Lúcia fica sentada o dia todo em frente a uma janela, e dificilmente se
levanta para fazer qualquer coisa. Atualmente, prefere dormir próximo à cadeira
que fica na sala a ir para o seu quarto. Repare que ela não senta na cadeira
apenas dorme próximo a ela.
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Segundo Dalgalarrondo (2008, p. 331), a síndrome corresponde ao
subtipo classicamente denominado de esquizofrenia hebefrênica, que apresenta
as seguintes características:
Espectro da esquizofrenia
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Delírios de grandeza – a pessoa acredita que tem habilidades
excepcionais, riqueza ou fama.
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Psicopatologia na Psicanalise
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perder de vista as relações do sintoma com a estruturação subjetiva do sujeito
(VITORELLO, 2011).
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o campo de investigação psicanalítica. Como o espaço de palavra está saturado
de “mentira” e tem o imaginário como parasita, a avaliação psicanalítica é
essencialmente subjetiva e deve buscar desvelar a verdade do desejo. Ao
considerar as incertezas encontradas no balizamento do diagnóstico
psicanalítico, leva-se em conta a singularidade, a “composição” do mundo
interno e do mundo externo, da realidade e da presença do outro.
É importante ressaltar que ele buscou seu significado nos fenômenos que
causam estranheza. Assim, constatou que entre os exemplos de coisas
assustadoras existe uma classe em que o elemento que amedronta pode se
mostrar como algo recalcado que retorna. Contudo, o estranho não é nada novo
ou alheio ao sujeito, mas algo que é familiar e há muito nele instalado, sendo
que somente teria se alienado de sua consciência por uma operação de
recalcamento (THONES; PEREIRA, 2013). A partir disso se pensa na conexão
do estranho com a alteridade, ou seja, há um enlaçamento do estranho com a
diferença, com a alteridade, com o outro da relação.
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O sentimento do estranho no âmbito social se apresenta como pendular,
relativo e relacional; oscila entre sentimentos amorosos e hostis, entre a
representação de si mesmo e a representação dos outros. Portanto, o estranho
se constitui como um território minado. Muitas são as definições e as relações
que se fazem em torno dessa paradoxal categoria, na qual se busca
compreender sobre um afeto e uma representação. O estranho mantém íntima
relação com o que é próprio, aparecendo, assim, como o duplo do mesmo.
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simbólicas, o fim da função e também da imago paterna. Para Cecarelli (2010),
cada época tem a sua própria leitura de mundo, não sendo uma melhor que a
outra.
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REFERÊNCIAS
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