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INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
7 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 38
INTRODUÇÃO
Prezado aluno,
Bons estudos!
1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Isto posto iniciaremos nosso estudo sobre saúde mental que merece uma
atenção especial, vale ressaltar que uma apostila apenas não é suficiente para
explanar sobre todos os aspectos da saúde mental no trabalho, o estudante deve
buscar por meios alternativos de estudo buscando aprofundar ainda mais seus
conhecimentos, buscando conhecer autores que tratam sobre o assunto.
Ainda observa o autor mencionado anteriormente que se entende que saúde
se trata de ausência de doença ou que, saúde é ausência de um patológico, assim, a
saúde mental se trata de um conceito que está apensado ao conceito de saúde.
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de trabalho; Alta taxa de rotatividade, Absentismo, aumento de
conflitos internos. Irritabilidade do cidadão.
Perda de mão- de- obra (tanto direto como indireto), Licenças de
Sociedade: trabalho, Aposentadorias prematuras. Quem acaba pagando é
sempre a sociedade por meio do Sistema de Previdência Social.
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Isolamento, tristeza, Náuseas,
redução da capacidade de
Esforço físico intenso; se relacionar com outras
pessoas e fazer
amizades;
Posições Sensação negativa em Sudorese,
forçadas/inadequadas, relação ao futuro;
lugares desconfortáveis;
Nível de pressão exercido Mudança de Taquicardia,
pela organização do personalidade,
trabalho; reproduzindo as condutas
de assédio moral;
Aumento de peso ou Somatizações,
emagrecimento
exagerado, aumento da
Turnos noturnos; pressão
arterial, problemas
digestivos, tremores e
palpitações;
Turnos alterados ou Redução da libido; Conversões (queixas de
iniciando muito cedo pela sintomas físicos que não
manhã; são encontrados em
nível de intervenções
médicas) e
Responsabilidade Sentimento de culpa e Sintomas
inadequada à capacidade pensamentos suicidas; neurovegetativos
do empregado; diversos.
Trabalhos Uso de álcool e drogas, e
perigosos/emergências;
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Nível de Tentativa de suicídio.
atenção/concentração
exigidos;
Presença de conflitos no
trabalho;
Exigências de não
cometer erros;
Má relação com os
supervisores;
Dificuldades de
atualização inovações
tecnológicas.
Sexo.
Idade.
Escolaridade.
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Naturalidade.
Condições de vida.
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“(...) sintomas musculares (por exemplo, tensão e dor); sintomas
gastrointestinais (dispepsia, indigestão, vômito, pirose e irritação do colo e
outros); sintomas cardíacos (palpitação, arritmias e dores inframamilares, por
exemplo); sintomas respiratórios (entre outros, dispnéia e hiperventilação);
sintomas do sistema nervoso central (por exemplo: reações neuróticas,
insônia, debilidade, desmaios e dores de cabeça); sintomas genitais (por
exemplo: dismenorréia, frigidez e impotência) ”. (LEVI, 1988. apud.
FERREIRA, 2013).
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A partir de um critério democrático ou participativo, isto é, que permita ao
trabalhador a máxima influência possível sobre sua própria situação.
Ser afirmativo.
Aprender a expressar seus sentimentos.
Descobrir hobbies.
Realizar exercícios físicos.
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Talvez, fazer uma dieta.
Relaxar.
Meditar.
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Fechando esta seção, pode existir resistência às mudanças na situação de
trabalho no momento de tomar ações, pois as pessoas reagem fortemente às
mudanças em uma situação normal, por isso, devem ser participativos no momento
da implementação das mudanças.
3 PSICOPATOLOGIA NO TRABALHO
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Tanto os mecanismos individuais de defesa psicológica, quanto às
estratégias coletivas defensivas podem amenizar o sofrimento e protelar a
eclosão de transtornos mentais. Mas, não são defesas duradouras e podem
ser rompidas, seja pelo acúmulo dos desgastes, seja por circunstâncias que
impactam o trabalhador – como o acidente do trabalho, conforme tivemos
ocasião de constatar em pesquisas nas quais tivemos ocasião de estudar,
ainda nos anos 80, as repercussões do trabalho na saúde mental de
operários das indústrias de Cubatão (Estado de São Paulo) e de uma
siderúrgica da cidade de São Paulo (SELIGMANN-SILVA, 1983 e 1994. apud.
FERREIRA, 2013).
Diante de tal afirmação se entende que nem todas as defesas psicológicas são
negativas, quando se fala em preservação da saúde mental, a exemplo da sublimação
que favorece a saúde e tem o potencial de transformar o sofrimento em prazer.
Por meio da sublimação o indivíduo se apossa de sua força criativa buscando
transformar o trabalho e torna-lo significativo, assim de acordo com o autor
mencionado anteriormente para que a sublimação tenha lugar, é imprescindível um
duplo espaço de liberdade, tanto exterior quanto interior à própria subjetividade,
entretanto a sofisticação e a introjeção psíquica do controle, no presente, estrangulam
cada vez mais este espaço. (SILVA. apud. FERREIRA, 2013)
Porém, para que o sofrimento psíquico no local de trabalho seja o ponto inicial
da psicopatia, à autodefesa individual e coletiva deve ser desfavorável ao
desenvolvimento da autodefesa individual e coletiva.
No Brasil, uma lista de transtornos mentais e comportamentais relacionados ao
trabalho foi elaborada e publicada no Decreto 3.048/99 do Ministério da Previdência
Social.
FERREIRA (2013) ainda comenta que essa mesma lista integra a Portaria do
Ministério da Saúde MS/1.339/1999, onde, existem 12 agravos que compõem a lista,
as quais constitui um passo significativo para o reconhecimento da relação entre
situações de trabalho e agravos mentais (Ministério da Saúde, 2001). Na
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No entanto, o autor analisou a apresentação da empresa onde trabalharam os
metalúrgicos que entrevistou, encontrando assim os elementos necessários para
determinar os valores que se impõem à subjetividade das pessoas.
Ele também destaca que além dos valores e verdades, as pressões
psicossociais criarão novos comportamentos ou culturas, segue abaixo uma análise
dos componentes envolvidos no processo de subjetivação:
Disseminação do medo:
Como escreveu Pelbart, O medo não é mais uma resposta ao perigo iminente, é o
tom emocional dominante. O medo generalizado desencadeou a criação de
espaços micro-sociais onde residia e começou a criar novos medos. Como disse o
mesmo autor, "deve-se entender como tal microismo 'captura', 'funciona', espalha,
espalha, ativa consenso, cria intimidação, causa paixão, desejo de vingança,
manipulação política ...
Pelbart, neste texto, não enfoca o mundo do trabalho, mas escreve sobre as
“guerras urbanas” que eclodiram em São Paulo em 2006, destacando, como deixa
claro o subtítulo de seu artigo, que “Nos tempos do Hezbollahh e na guerra urbana,
o medo não era o efeito do perigo à vista. Esta é a maneira padrão de reagir na vida
cotidiana. " (PELBART, 2006).
O medo, ao se infiltrar nas relações interpessoais, abre espaço para a desconfiança
que se infiltrará na harmonia nos ambientes externos e internos de trabalho,
rompendo ou impedindo as relações, vínculos interpessoais, criando isolamento
entre as pessoas. A desconfiança é a fonte da paranóia que permeia o mundo do
trabalho e a sociedade.
Insegurança e incerteza:
Nem sempre é possível separar o medo de uma combinação de percepções, onde
enfatizamos a insegurança e a incerteza. Geralmente, nesses casos, o medo
coletivo faz com que o indivíduo experimente insegurança. Estes, por sua vez,
derivam de um todo complexo, não limitado aos medos específicos que acabamos
de listar. Existe outra insegurança, gerada pela incerteza sobre o futuro, que, além
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de ser criada por um conjunto de ameaças percebidas, está intimamente associada
à escassez e destruição do chamado “estado de provisão”.
Essa incerteza se agrava no contexto de um país onde as estruturas de proteção
social ainda não atingiram seu pleno desenvolvimento com o surgimento da onda
neoliberal. Nesses países, também se desenvolveram pressões e discursos
voltados para o retrocesso, em nome da adaptação a uma nova era de competição
em que os indivíduos se tornam autônomos e responsáveis por si mesmos.
O apagamento da justiça como valor fundamental (NARDI, 2006):
A própria justiça sempre esteve no cerne da moralidade, assumindo a aparência de
um imperativo moral historicamente solidificado e firmemente ancorado na
subjetividade. A prevalência do imperativo "competir pela existência" parece ser
uma explicação inadequada para nos fazer compreender o enfraquecimento de tal
princípio essencial e deve estar ligada a aspectos complexos, mais presentes em
nosso momento histórico em uma dinâmica que ainda está por ver. Conhecer
melhor.
O individualismo que se sobrepõe à solidariedade (GÉNÉRAUX, 1998;
NARDI, 2006; ROSANVALLON, 1995; ZOLL, 2000, entre outros):
É um individualismo solitário, cujo surgimento tem sido analisado desde o final dos
anos 1970. Ele se infiltrou na sociedade, mas tem manifestações específicas no
mundo do trabalho. Fazer: O individualismo se tornou essencial para o controle
interno.
O controle operário na administração taylorista-fordista passou por uma
transformação na empresa hipermoderna. No livro Pages et Cols publicado em
1979, na França, (The Power of Organizations), foi mostrado um slide em que o
poder organizacional abre mão de parte de seu controle externo e passa a
comandar a subjetividade, agindo sobre desejos e fantasias. Isso é dominação
interna. Este livro revelou como fazer a articulação entre objetivos de gestão e
aspirações pessoais. A ferramenta do individualismo cada vez mais ríspido é um
dos meios utilizados neste processo.
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3.2 Episódio Depressivo Relacionado ao Trabalho
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As principais manifestações da depressão são:
Humor triste.
Desânimo.
Vivências de perda.
Sentimentos de fracasso.
Dificuldade de visualizar perspectivas positivas.
Tendência a se autoculpabilizar.
Pensamentos sombrios.
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Indivíduos particularmente dinâmicos tendem a assumir funções de
liderança ou altos níveis de responsabilidade.
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levantar, distúrbios do sono, um conjunto de manifestações gerais que requerem
diagnóstico diferencial de depressão. Em alguns casos, a ansiedade pode ser mais
óbvia do que a depressão.
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4 GESTÃO DE PESSOAS E SAÚDE MENTAL
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No final do séc. XX o desafio se tratava da mudança relacionada ao conceito
de doença do trabalho, os quais eram os mais pobres, os excluídos da escolarização
os desprovidos de bens da humanidade, os indivíduos que mais sofriam com o
trabalho.
Eles é que eram atingidos pela contaminação do ar, dentro de um galpão mal
ventilado e ocupado por máquinas a vapor, onde mais tarde, os tijolos das construções
e o veneno químico das lavouras matavam mais impiedosamente.
Assim, seu sofrimento bem como suas mortes levaram ao movimento pela
prevenção, refletido em normas regulamentadoras e equipamentos de segurança,
aprimorados desde meados do século XX.
Tornando improvável a imposição de condições desumanas a vivência laboral,
tanto nos campos físico, quanto químico e biológico, o risco à saúde no trabalho muito
já se avançou.
Atualmente, falamos de um risco de natureza sócio-ambiental, que tem
atingindo de forma generalizada, adoecendo direta e indiretamente, inclusive por
agravar a ameaça dos demais riscos ao atingir as relações e interferir na disposição,
na atenção, na vontade de trabalhar.
Conclui-se então que tem atingido não apenas os empregados, mas também:
chefes, gerentes, diretores, os juízes, os médicos, os professores, de forma que as
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doenças dos novos tempos colocam a situação de todos em risco de agravamento,
sendo adoecidas as pessoas investidas de poder, assediando ou agindo de maneira
inadequada e até mesmo agressiva, o que impõe aos estudiosos e profissionais da
área a necessidade de vencer as explicações mais óbvias e usuais.
Se tratam de doenças desenvolvidas com diferentes mapas sintomáticos, por
ocupantes de cargos e funções de diferentes naturezas, num processo de sofrimento
de difícil identificação e determinação, cujas causas são múltiplas e os estressores
próprios da sociodinâmica do trabalho tendem a se realimentar, piorando os quadros
de adoecimento e os índices de acidentes e mortes em todos os segmentos
profissionais.
Sendo três cuidados indispensáveis:
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todos estão “desmotivados”, refletindo um entendimento gerado numa curiosa e
improvável situação de coincidência: tantas pessoas desmotivadas, no mesmo
lugar, ao mesmo tempo.
Na verdade, a ideia de uma “desmotivação” de caráter generalizado é bastante
discutível. Além de ser fenômeno de características individualizadas, as ações
humanas são sempre motivadas, inclusive quando as pessoas mostram
desinteresse pelo que está sendo proposto. Assim, um cenário avaliado como
composto por pessoas desmotivadas está sendo alvo de um falso diagnóstico. Este
falso diagnóstico tende a levar a intervenções equivocadas e, geralmente,
prejudiciais à solução que se pretende atingir. Onde se vê pessoas que não se
interessam pelo que está sendo proposto, a melhor iniciativa não é a que parte de
conscientizações e transformações individuais, mas, sim, a que se volta para as
propostas, que precisam ser melhor trabalhadas.
O terceiro cuidado:
Tem relação com o conceito de saúde mental do trabalhador, sugerido pelo título
de nossa participação nesse Congresso. Quando falamos em saúde mental, não
podemos restringir a leitura às vítimas tradicionais das doenças do trabalho.
Conforme dissemos, há muitos chefes, diretores e ocupantes de cargos que não se
enquadram na definição de “trabalhador” stricto sensu - como médicos, juízes,
engenheiros, etc. - mas que hoje são tão, ou mais, vitimados que àqueles, capazes,
portanto, de agravar o sofrimento de todos pelo exercício distorcido do poder.
A tendência a atribuir às atitudes defensivas, neurotizadas e, muitas vezes,
agressivas de pessoas investidas de poder, às características oriundas de uma
personalidade impermeável, sem vínculos, leva a equívocos nas intervenções e na
atenção que os grupos por eles comandados demandam. Ainda que, aqui também
não se exclua a possibilidade de ver a origem do sofrimento psíquico na vida
particular de cada homem, é necessário atentar para outros indicadores presentes
no cotidiano e na vivência intra e extragrupal, para avaliar a situação e investigar a
presença dos fatores socioambientais de risco.
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5 ASSÉDIO MORAL, SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR E ATUAÇÃO DO
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
Denegrir.
Ridicularizar ou atingir a honorabilidade dos trabalhadores.
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aparência, opção sexual ou até mesmo sedentarismo. Fica claro que determinado (s)
membro (s) do quadro de funcionários da empresa, passam a ser o alvo deste tipo de
assédio, sofre humilhação, levando a uma baixa autoestima oculta.
No entanto, o assédio psicológico cria prejuízos extremamente perigosos para
quem o sofre, além disso, é habitual o empregado decidir sair da empresa em caso
de assédio ou numa situação mais grave de tentativa ou mesmo suicídio.
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Se, ainda antes do surgimento do assédio ético, os responsáveis pela
aplicação das leis trabalhistas passassem a escrutinar os Princípios Constitucionais
Básicos, encontrariam neles uma fonte extremamente importante de axiomas capazes
de fornecer proteção judicial aos trabalhadores vítimas de assédio esta prática
prejudicial.
O art. 1º, prevê: A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político. (BRASIL, 1988)
Diante de tal normativa pode-se fazer uma análise do que significa o Estado
Democrático de Direito, Estado de Direito e de Justiça Social, observa-se que a
expressão Democrático foi acrescida por meio da Constituição Federal de 1988 e,
conforme acentua Miguel Reale:
(...) “pela leitura dos Anais da Constituinte infere-se que não foi julgado
bastante dizer-se que somente é legítimo o Estado constituído de
conformidade com o Direito e atuante na forma do Direito, porquanto se quis
deixar bem claro que o Estado deve ter origem e finalidade de acordo com o
Direito manifestado livre e originariamente pelo próprio povo, excluída, por
exemplo, a hipótese de adesão a uma Constituição outorgada por uma
autoridade qualquer, civil ou militar, por mais que ela consagre os princípios
democráticos. (REALE. apud. FERREIRA, 2013)
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regulamentações. As regras internas explicam os comportamentos relacionados ao
assédio psicológico, além de estabelecer punições severas para aqueles que sofrem.
Observa-se ainda que o fundamento referente à dignidade da pessoa humana
é mais do que suficiente para justificar a adoção de medidas judiciais que tenham por
objetivo à solução do problema nas empresas privadas.
Faz- se necessário então conceituar dignidade da pessoa humana bem como
verificar, na situação concreta, a ofensa ao postulado fundamental assim, é
recomendável um exame mais profundo do fundamento do Estado brasileiro.
FERREIRA (2013) também menciona que a dignidade humana é o objetivo
último de qualquer lei, por isso estende seu efeito em diferentes áreas normativas para
apoiar todas as interpretações.
É o esteio do estado brasileiro, como explica Miguel Reale:
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dignidade e respeito em todos os seus aspectos para que você tenha uma mente
saudável de seus criadores.
Nesse tópico iremos observar as técnicas que são utilizadas dentro da saúde
mental, além dos resultados alcançados, deve ser observado que existe uma ligação
entre a saúde mental e o bem-estar vivenciado pela pessoa em seu ambiente de
trabalho.
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6.1 Perspectiva psicossocial e seus fundamentos
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qual os fenômenos psicossociais
investigados se inserem. Não podemos
invalidar ou validar um paradigma teórico
sem considerar o contexto no qual é
aplicável.
Indica que todos os fenômenos
psicossociais tendem a ser relacionados
entre si, não sendo possível explicar um
fenômeno por uma única causa.
Compete, pois, à ciência, distinguir quais
são as relações principais e as
secundárias, bem como desnudar redes
de relações. Isso, por sua vez, demanda
O mundo é uno e nele tudo se relaciona o planejamento de técnicas de análise
dos dados que auxilie distinguir as
relações principais das secundárias. A
eleição de um método ou técnica como o
melhor raramente consegue dar conta
de tal distinção. Implica numa tendência
a articular métodos e técnicas de
pesquisa, superando inclusive a velha
cisão entre as técnicas de análise de
dados qualitativas e quantitativas.
Todo fenômeno psicossocial é histórico,
portanto um conteúdo estudado terá
significado em decorrência de sua rede
O relacionamento entre variáveis é de relações e não por si. Em outras
dialético palavras, o que observamos no estudo
será explicado pela sua associação com
as demais observações e com os
contextos socioeconômico e histórico
(material e imaterial). Este princípio, em
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parte, deriva de outro já citado: A
existência precede a essência.
Implica que atingir objetivos de pesquisa
não significa encontrar a verdade
absoluta, mas elaborar a melhor
resposta possível, diante das
informações disponíveis. Ou seja, não se
O conhecimento científico não se esgotarão os problemas de estudos
pretende absoluto, mas probabilístico enunciados, mas respondemos até o
ponto que as informações disponíveis
nos permitirem, pois todo conhecimento
científico, sempre em construção, é
passível de contestação.
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A maioria dos fenômenos psicossociais é multidimensional e multideterminado.
Os fenômenos psicossociais suscitam uma abordagem interdisciplinar, porque a
realidade não se acomoda à fragmentação da ciência.
O nexo entre saúde mental e trabalho exige articular diversos níveis de análise: o
indivíduo, interpessoal, grupal, organizacional e/ou institucional e societal.
A complexidade dos fenômenos torna recomendável e factível a articulação do uso
de diferentes métodos e técnicas para produzir uma aproximação maior entre o
conhecimento produzido e a realidade psicossocial.
A inserção e a relação dos indivíduos com o mundo do trabalho e das organizações
exercem um papel estruturante para estes mesmos indivíduos.
O aperfeiçoamento dos instrumentos de pesquisa é importante para a qualidade da
produção do conhecimento.
O desenho das pesquisas, os instrumentos utilizados e as técnicas de análises dos
dados precisam se articular para contribuir, compreender ou distinguir as relações
principais (molares) e secundárias dos fenômenos psicossociais.
A adoção de uma perspectiva sócio-histórica dos fenômenos psicossociais contribui
para aprofundar a compreensão que se tem dos mesmos.
A adoção de uma perspectiva pragmática e contextualizante facilita refletir a relação
dialética entre teoria e prática (aplicação do conhecimento).
Bem-estar afetivo.
Competência pessoal.
Autonomia.
Aspiração.
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Funcionamento integrado.
Recursos econômicos.
Segurança física.
Posição social valorada.
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Oportunidade para estabelecer relações interpessoais, as quais ele
classificou como características de DA – Diminuição Adicional.
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Estes resultados foram muito difíceis de serem devolvidos, apesar de terem
endereços específicos: todas as instituições das quais seus funcionários
participaram. Pouco a pouco, as oportunidades de apresentação do livro
demonstram que os profissionais de saúde se apropriaram dos resultados e
embasaram ações nas diferentes instituições.
Nos diagnósticos solicitados (encomendados por alguma instituição), obtivemos
diferentes tipos de resultados. O mais positivo certamente foi para petroleiros. O
sindicato trabalhista encomendou pesquisa sobre os impactos de um novo regime
de trabalho aplicado na Unidade de Produção Rio Grande do Norte/Ceará. O
sindicato apropriou-se adequadamente dos resultados sistematizados na forma de
Laudo Psicossocial e conseguiu estabelecer várias negociações favoráveis aos
petroleiros até a extinção de tal regime. Negociações essas, nas quais o Laudo
Psicossocial fez parte da arguição do sindicato.
Outro exemplo, foi em uma maternidade universitária que, após um primeiro
diagnóstico de saúde mental e trabalho, implementou algumas mudanças na gestão
e solicitou um segundo diagnóstico para comparar os dois momentos (Borges,
Argolo, Pereira, Machado e Silva, 2002; Borges, Argolo e Baker, 2006).
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7 BIBLIOGRAFIA
FERREIRA, Januário Justino. et, al. Saúde mental no trabalho: coletânea do fórum
de saúde e segurança no trabalho do Estado de Goiás. Goiânia: Cir Gráfica, 2013.
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