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1.

RECURSOS HUMANOS E PSICODINÂMICA DO TRABALHO Profa. Dra.


WILMA LUCIA CASTRO DINIZ CARDOSO
2. INTRODUÇÃO * O Homem não foi feito para viver só. Por isso, é através dos
relacionamentos que realiza sua existência e esta ganha contornos e se
estabelece. * Mas é também, justamente nesses relacionamentos, que
aparecem os primeiros problemas: conflitos, tensões, desentendimentos, entre
outras coisas.
3. * Outro ponto importante a ser enfatizado, são as diferenças individuais que
estão presentes nos relacionamentos com pessoas diferentes, com diferentes
temperamentos, tanto no dia-a-dia social quanto no ambiente de trabalho. *
Essas diferenças podem se tornar ricas para alguns indivíduos, enquanto para
outros, se tornar um desafio à sua sobrevivência tanto profissional quanto
pessoal e psicologicamente. * Aprender a “arte” da boa convivência talvez seja
a maior necessidade humana. (Lenda dos porcos espinhos de Schopenhauer)
4. * Elton Mayo, um dos grandes estudiosos da realidade do trabalho, já em
1945, se preocupava ao constatar que a maior deficiência humana estava na
incapacidade de conseguir a cooperação e a compreensão de um outro
indivíduo, afirmando que “foram desastrosas para a sociedade as
consequências do desequilíbrio entre o desenvolvimento de aptidões técnicas e
das habilidades sociais”. * Se no passado já se dava grande importância às
habilidades humanas e sociais, nos dias de hoje elas são fundamentais.
Estudos têm demonstrado que a “arte” da convivência é tão importante quanto
a inteligência, a determinação, o conhecimento ou as habilidades profissionais
de uma forma geral.
5. * Aceitar como verdadeiras essas afirmações e constatações, requer, na
realidade, estarmos abertos a esse novo paradigma, a nos permitir conhecer
mais profundamente, sem pré-conceitos e preconceitos, o porquê dessa nova
abordagem. Ela é hoje uma das preocupações de vários profissionais em
relação ao ambiente de trabalho e às pessoas que o compartilham. * A partir de
agora, entraremos definitivamente no tema que propusemos trabalhar, ou seja,
“Saúde Mental e Trabalho”, um dos itens da nossa Disciplina.

6. SAÚDE MENTAL E TRABALHO * O estudo das interrelações entre a Saúde


Mental e o Trabalho situa-se em um campo interdisciplinar complexo,
abrangente e ainda insuficientemente examinado. * É o ponto de encontro de
disciplinas distintas tais como a psicologia social, a psicologia experimental e a
psicologia clínica, a psiquiatria clínica, a psicossomática, a psicanálise, a
toxicologia, a medicina do trabalho, a ergonomia, a epidemiologia e as várias
disciplinas da engenharia industrial e de produção que estudam a organização
e os processos de trabalho. (SELIGMANN-SILVA, 1986)
7. * Um estudo integrado da Dinâmica envolvida no trabalho é necessário, para
que seja possível ver com maior clareza a necessidade ou não de uma maior
promoção da saúde mental do trabalhador. * Dejours e Abdoucheli (1990, p.
120) esclarecem que ao falarmos “dinâmica/dinâmico”, significa que a
investigação da realidade organizacional nesse aspecto toma como centro os
conflitos que surgem no encontro entre Sujeito-trabalhador (com sua história
singular) com uma situação de trabalho com características já fixadas que
independem da vontade do sujeito.
8. * Se por um lado o significado de “trabalho” caracterize uma atividade que
possibilita a subsistência dos indivíduos (DOBB, 2006), por outro lado significa
a realização de uma obra que “expresse” o sujeito, dando-lhe reconhecimento
social e identidade. * Porém, os esforços rotineiros e repetitivos, sem
possibilidade da livre expressão, trazem ao trabalhador um desconforto
inevitável, levando-o às descompensações em sua saúde mental, causando-lhe
o adoecimento. * Seligmann-Silva (2004) apresenta algumas condições
específicas de trabalho e de vida que se vinculam com a saúde mental dos
trabalhadores:
9. => Condições vinculadas aos aspectos físicos e químicos do trabalho; =>
Riscos de acidentes e de doenças; => Condições derivadas das características
da organização como ritmo intenso, jornadas extensas, isolamento a que são
submetidos alguns trabalhadores, as formas de controle e as avaliações
desenvolvidas na organização e na hierarquia. * Mendes (2004) já afirmava que
o trabalho não é só lugar de sofrimento ou só de prazer, mas é proveniente da
dinâmica interna das situações e da organização do trabalho: relações
subjetivas, condutas e ações do sujeito permitidas pela organização do
trabalho.
10. * Para Dejours (1988), a organização do trabalho exerce sobre o sujeito uma
ação específica que pode vir a atingir seu aparelho psíquico. Ora é causado
pelo choque entre sua história individual (projetos, esperanças e desejos) e
uma organização de trabalho que ignora esse aspecto, ora não possibilitando
nenhuma modificação em sua tarefa para a satisfação de suas necessidades
fisiológicas e seus desejos psicológicos. * Autoras brasileiras como Minayo,
Pitta, Guimarães, Seligmann-Silva e Mauro (2004), acreditam que é na
INTERAÇÃO das diferentes instâncias envolvidas na dialética trabalho-
trabalhador que o processo saúde-doença se desenhará.
11. * É indispensável referir aqui à insuficiência de políticas de saúde integradas
e eficientes no enfrentamento dos problemas ligados à Saúde Mental na
população geral que é extensiva à população ativa de trabalhadores. * Seria
interessante que os responsáveis pelos Recursos Humanos nas organizações,
manifestassem o interesse em implantar um Programa de Saúde Mental do
Trabalhador, possibilitando, posteriormente, medidas de prevenção e
intervenção tanto para evitar ocorrências que inviabilizem o desempenho
profissional, quanto para possibilitar UMA MAIOR SATISFAÇÃO NO
TRABALHO DA POPULAÇÃO ATIVA NA ORGANIZAÇÃO E SUA
CONSEQUENTE PRODUÇÃO EFICIENTE E COM QUALIDADE.
12. * Levando sempre em consideração os objetivos da Organização Mundial
de Saúde (OMS) que define a Saúde Mental como “um estado completo de
bem-estar físico, mental e social”, passaremos a falar primeiramente da
prevalência de Transtornos Mentais em Trabalhadores no ambiente de
trabalho, ressaltando a Depressão, o Estresse Ocupacional e a Síndrome de
Burnout, assim como a possibilidade da ocorrência da Síndrome de Karoshi. *
Posteriormente, abordaremos a presença do Alcoolismo e da Drogadição no
ambiente de trabalho.
13. TRANSTORNOS MENTAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO * Estudos sobre
os Transtornos Mentais no Ambiente de Trabalho dão conta da prevalência de
aproximadamente 20% entre a população ativa trabalhadora. * Esse valor nas
últimas décadas, mostra a expansão também do maior conhecimento acerca
das bases bioquímicas dos transtornos mentais e o consequente avanço na
descoberta de novos tratamentos farmacológicos para determinadas doenças.
14. Entretanto, esses achados terão mais valor se vierem acompanhados do
conhecimento de “em que circunstâncias se manifestam, em que locais e em
conjunção com que tipo de agravos físicos” ocorrem. * Levando em
consideração especificamente o ambiente do trabalho, podemos reconhecer
que ele é um dos mais propensos ao aparecimento desses transtornos, já que é
nele que passamos a maior parte de nossas vidas. • Então, em função dessa
realidade no ambiente laboral, iremos agora falar sobre a Depressão.
15. DEPRESSÃO E TRABALHO * A CID-10 (1993) – Classificação Internacional
das Doenças – O.M.S. e o DSM-IV (1995) – Manual Diagnóstico e Estatístico
de Transtornos Mentais – A.P.A., colocam a Depressão na posição de
“Transtorno de Humor”. * A Depressão e outros transtornos do humor, incluindo
também as alterações ansiosas, são problemas psicológicos que, em
muitíssimos casos, se expressam através de uma ampla variedade de
transtornos físicos e funcionais.
16. * Nós a entenderemos como um Transtorno no qual a perturbação
fundamental é uma alteração do humor ou do afeto (com ou sem ansiedade
associada) ou de uma elação (euforia). * A alteração do humor em geral se
acompanha de uma modificação do nível global de atividade, e os outros
sintomas são ou secundários a estas alterações do humor e da atividade, ou
facilmente compreensíveis no contexto onde ocorrem essas alterações. * A
maioria desses transtornos tendem a ser recorrentes (repetem-se) e as
ocorrências individuais podem frequentemente estar relacionadas com
situações ou fatos estressantes.
17. * Durante os episódios típicos desse transtorno, a pessoa  apresenta um
rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade
costumeira. * Existe alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda
de interesse, diminuição da capacidade de concentração, associada em geral à
fadiga, mesmo após um esforço mínimo. Observam-se problemas do sono e
diminuição do apetite. * Existe quase sempre uma diminuição da auto-estima e
da autoconfiança e frequentemente idéias de culpabilidade e ou de indignidade,
mesmo nas formas mais leves.
18. * O humor depressivo varia de dia para dia ou segundo as circunstâncias, e
pode ser acompanhado de sintomas “somáticos”: perda de interesse ou prazer,
despertar matinal precoce (antes da hora habitual de despertar), agravamento
matinal da depressão, lentidão psicomotora, agitação, perda de peso e da
libido. * O número e a gravidade dos sintomas permitem determinar três graus
de um episódio depressivo: leve, moderado e grave. => LEVE: geralmente
estão presentes ao menos dois ou três dos sintomas citados anteriormente. O
paciente usualmente sofre com a presença desses sintomas, mas
provavelmente será capaz de desempenhar a maior parte das atividades.
19. * MODERADO: Geralmente estão presentes quatro ou mais dos sintomas já
citados e o paciente aparentemente tem muita dificuldade para continuar a
desempenhar as atividades de rotina. * GRAVE SEM SINTOMAS
PSICÓTICOS: Episódio depressivo onde vários dos sintomas são marcantes e
angustiantes, tipicamente a perda da auto-estima e idéias de desvalia ou culpa.
As idéias e os atos suicidas são comuns e observa-se em geral uma série de
sintomas "somáticos".
20. * GRAVE COM SINTOMAS PSICÓTICOS: Episódio
depressivo correspondente a descrição de um episódio depressivo grave
descrito anteriormente, mas acompanhado de alucinações, idéias delirantes, de
uma lentidão psicomotora ou de estupor, de uma gravidade tal que todas as
atividades sociais e funcionais normais tornam-se impossíveis. . Pode existir o
risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de desnutrição. * A depressão
também pode ser cíclica e recorrente. Também pode apresentar-se como uma
distimia.
21. * O QUE ELA ACARRETA AO INDIVÍDUO NO AMBIENTE DE
TRABALHO? AOS COLEGAS? À ORGANIZAÇÃO? * Como um dos sintomas
é o sentimento de menos valia, a falta de interesse por coisas que geralmente
dava valor e a desmotivação frente a situações prazeirosas, assim como a
convivência com os colegas e com as tarefas a serem realizadas ficam
comprometidas, independentemente do nível de gravidade que o sujeito
apresente. * Nos casos mais graves, porém, o comprometimento é tal, que há a
orientação de se realizar o afastamento funcional do sujeito, evitando-se danos
à sua própria saúde física e mental como a dos seus colegas, além do
comprometimento da qualidade de seus serviços.
22. * QUAL É O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DO RH FRENTE A
ESSE TRANSTORNO? COMO AGIR? * Primeiramente é importante afirmar
que há sujeitos que evitam que outros percebam que se encontram nesse
quadro, com medo de consequências trabalhistas. * “Diagnosticar” esse
problema também não é função do do chefe ou do pessoal do RH, porém,
devem ficar atentos às percepções e colocações dos colegas do grupo de
trabalho desse sujeito, pois “os de fora” muitas vezes percebem mais do que o
próprio sujeito envolvido.
23. * Os próximos passos, os mais importantes, são o contato  primeiro com o
sujeito e com os profissionais do Departamento de Recursos Humanos, para o
possível encaminhamento para exames com o médico do trabalho. * Havendo o
comprometimento do sujeito, cabe ao médico do trabalho o encaminhamento a
um médico psiquiatra/psicólogo para o fechamento do diagnóstico e o
tratamento (sujeito geralmente fora do trabalho). * IMPORTANTE: a depressão
é uma das doenças mais comuns no trabalho. Como os medicamentos muitas
vezes levam à uma perda dos reflexos e da agilidade de pensamento, deve-se
evitar que o sujeito permaneça em ambientes com riscos de acidentes.
24. Resumindo as 5 características da DEPRESSÃO • Tristeza profunda; • Auto-
estima rebaixada; • Sentimentos de culpabilidade; • Sentimentos de perda
(perda de si mesmo!); • Atitudes auto-destrutivas, chegando a vias de fato
(suicídio). • => Por isso a importância de sempre se fazer um acompanhamento
junto à família para se evitar surpresas desagradáveis.
25. ESTRESSE OCUPACIONAL * O termo stress, na forma que vem sendo
utilizado, vem da Física e tem o sentido de “grau de deformidade que uma
estrutura sofre quando é submetida a um esforço”. * Para Hans Selye esse
termo significa um conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser
submetido a uma situação que exige esforço de adaptação. Foi esse autor que,
em 1936, utilizou o termo para designar esforço na área da Biologia. * Criou
também o conceito de SGA – Síndrome Geral de Adaptação.
26. * O stress ou estresse, possui dois significados: => 1. Processo: tensão
diante de uma situação de desafio, tanto por ameaça quanto por conquista. =>
2. Estado: resultado positivo ou negativo da tensão realizada pela pessoa. • Ter
estresse significa estar submetido a estressores, isto é, situações que vêm do
meio externo ou do meio interno.
27. => Estressores externos: frio, calor, condições de insalubridade, entre
outros. => Estressores internos: mundo que temos dentro de nós como os
pensamentos, emoções – angústia, medo, alegria, tristeza. * Tanto os
estressores externos quanto os internos, são capazes de “disparar” em nosso
organismo uma série de reações (via sistema nervoso, sistema endócrino e
sistema imunológico, por meio da estimulação do hipotálamo e sistema límbico
= neo-córtex), que está intimamente relacionada com o funcionamento dos
órgãos e regulação das emoções.
28. * Perspectiva biopsicossocial do estresse: uma relação  particular entre uma
pessoa, seu ambiente as circunstâncias às quais está submetida, que é
avaliada pela pessoa como uma ameaça ou algo que exige dela mais do que
suas próprias habilidades ou recursos e que põe em perigo seu bem-estar ou
sobrevivência. * Estresse no Trabalho: situações em que a pessoa percebe seu
ambiente de trabalho como ameaçador à suas necessidades de realização
pessoal e profissional e/ou a sua saúde física ou mental, prejudicando a
interação nesse ambiente e não possuindo recursos adequados para enfrentar
tais situações.
29. * O estresse possui três fases: alarme, resistência e  exaustão. => ALARME:
aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial; aumento da
concentração de glóbulos vermelhos; aumento da concentração de açúcar no
sangue; redistribuição do sangue; aumento da frequência respiratória; dilatação
dos brônquios; dilatação da pupila; aumento da concentração de glóbulos
brancos; ansiedade. => RESISTÊNCIA: aumento do córtex da supra-renal;
ulcerações no aparelho digestivo; irritabilidade; insônia; mudanças no humor;
diminuição do desejo sexual; atrofia de algumas estruturas relacionadas à
produção de células do sangue.
30. => EXAUSTÃO: retorno parcial e breve à Fase de Alarme;  falha dos
mecanismos de adaptação; esgotamento por sobrecarga fisiológica; morte do
organismo. * Há dois tipos de estresse: eutress e distress. => EUTRESS:
estresse positivo – o esforço de adaptação gera sensação de realização
pessoal, bem-estar e satisfação das necessidades, mesmo que decorrente de
esforços inesperados. É um esforço sadio na garantia de sobrevivência.
31. => DISTRESS: estresse negativo - tensão com rompimento do equilíbrio
biopsicossocial por excesso ou falta de esforço, incompatível com tempo,
resultados e realizações. * MECANISMO DE COPING ou ENFRENTAMENTO:
=> É o conjunto de esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar
com as solicitações externas ou internas que são avaliadas por ela como
excessivas ou acima de suas possibilidades. => Funciona como uma estratégia
da pessoa, para lidar com as situações estressoras.
32. INDICADORES DE ESTRESSORES INDIVIDUAIS NO AMBIENTE
DE TRABALHO • Queda da eficiência; • Ausências repetidas; • Insegurança nas
decisões; • Protelação da tomada de decisão; • Sobrecarga voluntária de
trabalho; • Uso abusivo de medicamentos; • Irritabilidade constante; • Explosão
emocional fácil;
33. Grande nível de tensão; • Sentimento de frustração; • Sentimentos de
onipotência; • Desconfiança; • Eclosão ou agravamento de doenças.
INDICADORES DE ESTRESSORES NO FUNCIONAMENTO DOS GRUPOS E
ORGANIZAÇÕES • GRUPOS: competição não saudável; politicagem;
34. comportamento hostil com as pessoas; perda de tempo com discussões
inúteis; pouca contribuição ao trabalho; trabalho isolado dos membros; não
compartilhamento de problemas comuns; alto nível de insegurança; grande
dependência do líder. • ORGANIZAÇÃO: greves; atrasos constantes nos
prazos; ociosidade, sabotagem, absenteísmo; alta rotatividade de funcionários;
altas taxas de doenças; baixo nível de esforço; vínculos empobrecidos;
relacionamentos entre os funcionários caracterizados por rivalidade,
desconfiança, desrespeito e desqualificação.
35. ÚLTIMAS CONSIDERAÇÕES DESTA PARTE... * Várias são as situações
desencadeadoras da Depressão e do Estresse no ambiente de trabalho, como
vimos. * O importante é que estejamos atentos a essas manifestações e
reações dos sujeitos nas organizações, pois o fato desses sujeitos serem bem
preparados tecnicamente não lhes facilita por si só a realização de suas tarefas
e até mesmo de gerenciar pessoas.
36. Gerenciar pessoas é uma das tarefas mais árduas que existe. • Como
LÍDERES, devemos nos possibilitar conhecer melhor a “alma humana”. • E é
isso que pretendemos fazer aqui até o final desses nossos encontros.

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