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PROJETO DE INTERVENÇÃO
PROJETO DE INTERVENÇÃO
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INTRODUÇÃO
Assim, Kurt Lewin mostra que é geralmente mais fácil mudar indivíduos num
grupo do que mudar cada um separadamente. (K. Lewin, 1965, p. 256). Nesse contexto,
a psicologia organizacional atrelada a habilidades sociais podem contribuir para o
funcionamento de forma mútua do desenvolvimento do sujeito em seu ambiente de
trabalho, tendo como base a Dinâmica de Grupo de Lewin.
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modalidade de trabalho coletivo e integrador pode gerar consequências no campo de
trabalho e nas relações interpessoais que ocorrem neste ambiente.
Por conseguinte, para Simpson et. al. (2019), os psicólogos realizam diversas
demandas emocionais, aumentando consequentemente as chances de desenvolverem
burnout (esgotamento ocupacional), o surgimento desse esgotamento está relacionado a
fatores organizacionais e pessoais, outro ponto é a realização de mais de uma atividade
profissional. Prestadores de serviços que lidam diretamente com pessoas com
transtornos do neurodesenvolvimento, como o transtorno do espectro autista estão entre
os mais sujeitos ao estresse psicológico e prejuízo na saúde mental.
ARTICULAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA
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mesmo na própria relação interpessoal de trabalho, podem ser desgastantes e cansativos,
merecendo a necessária atenção.
As rotinas de trabalho tendem a ser cansativas em qualquer contexto, algo comumente
aceito socialmente, no entanto, quando o desgaste em excesso é ignorado, a iminência
de problemas físicos e psicológicos em decorrência disto é mais comum do que se
imagina, como destaca Bernardino Ramazzini em sua obra As doenças dos
trabalhadores, onde relata casos de operários em diferentes contextos e suas
enfermidades adquiridas em ambiente de trabalho. Quando se fala em prevenção da
saúde mental no ambiente de trabalho, muitos são os possíveis sintomas encontrados
quando não se tem a devida atenção, ocorrendo fenômenos como fadiga, estresse,
neuroses do trabalho, e distúrbios psicossomáticos, Seligmann destaca em seu livro
Trabalho e desgaste mental 1986 os referenciais teóricos que embasam o estudo da
saúde mental relacionada ao trabalho, destacando pesquisadores e abordagens distintas
como a teoria do estresse, formulada pelo endocrinologista canadense Selye em 1930,
“Selye desenvolveu estudos experimentais em laboratório, onde examinou os
fenômenos fisiológicos relacionados com as reações do organismo diante de situações
agudas de ameaça ou de agressão, analisando como o sistema neuroendócrino e outros
setores modificavam seu funcionamento nas fases que se seguiam a
agressão.”(SELIGMANN-SILVA,1986, p. 125) o autor destaca uma visão teórica
eficaz, no entanto restrita a aspectos fisiológicos, e que se complementa posteriormente
a estudos nessa área em aspectos cognitivos, onde se tem a possibilidade de por meio
da aprendizagem, encontrar formas de lidar com estímulos estressores, e nos aspectos
sociais, onde se encontra a possibilidade preventiva. O psicólogo tem como princípio
fundamental a promoção da saúde e qualidade de vida do cliente, e para isso é
necessária a priorização da própria, e em um contexto organizacional, muitos fatores
contribuem para a falta de atenção nesse aspecto, como por exemplo a rotina constante
de afazeres laborais, e como no caso em questão, a rotina de aplicação ABA realizada
na instituição, que exige manejos e esforços físicos em alguns casos, como pontuado em
uma das entrevistas realizadas no espaço Arima “Os meus casos, são casos que exigem
muito, e chegam a ter bastante desgaste psíquico e físico, e fora a vida pessoal. Então,
sim, eu acho que a área em que estamos trabalhando é uma área que exige muito
esforço físico, mental e a gente precisa ter rotina e se cuidar também”(PSI3).
Seligmann (1986) traz a tona a lista de estressores no contexto de trabalho desenvolvida
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por Kalimo (1987), que a divide em nove categorias, sendo elas: Os estressores
relacionados às exigências para a realização de tarefas; a organização e gerenciamento;
Ambiguidade e conflito de papéis; Problemática referente à carreira; Horários de
trabalho inconvenientes; Limitação dos contatos interpessoais; Pouca segurança no
emprego; Riscos físicos e químicos; Problemas na interface trabalho/lar, tais fatores
tendem a passar despercebido pelo profissional atuante, e podem ser desencadeadores
de problemas como a síndrome de Burnout, termo que surgiu nos estados unidos por
volta de 1970 que explica o processo de deterioração aos cuidados do profissional como
resposta ao estresse laboral, é um problema que atinge profissionais em serviço, em
especial os que trabalham com a promoção ao bem-estar dos outros (Pêgo, Francinara
Pereira Lopes, And Delcir Rodrigues Pêgo.p 174.), o que configura o cenário da
demanda atual.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Kurt T. Lewin foi quem introduziu o termo "dinâmica de grupo" e se tornou referência
com suas importantes contribuições para trabalhos grupais, principalmente nas áreas
organizacionais da psicologia. Lewin prestou-se a observar não somente o individual,
mas também o grupal e logo assim investigar a partir de uma mesma hipótese de
relações interpessoais e intergrupais. Rose (2008, p. 159) situa a obra de Lewin como
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parte de um movimento que levou a psicologia, no período do pré ao pós Segunda
Guerra, a “direcionar-se para os processos inerentes às coletividades humanas”, de
modo a “pensá-las e conceituá-las a fim de administrar indivíduos e organizações”.
Lewin levava em consideração a interdependência de cada indivíduo, “qualquer todo
dinâmico tem características próprias. O todo pode ser simétrico, embora as
partes sejam assimétricas; um todo pode ser instável, embora suas partes sejam
estáveis” (K. Lewin, 1948 c. 89), destacando a importância da individualidade,
podemos relembrar que durante a entrevista um profissional dissertou que não existia
um suporte psicológico para dar a devida atenção para cada sentimento e barreira
enfrentada por cada um dos profissionais psicólogos. De acordo com a demanda
observada e com vista na saúde mental do psicólogo, e o cansaço adquirido pela jornada
exaustiva de trabalho, o projeto de intervenção foi desenvolvido com o olhar de dar
espaço para que os profissionais possam expressar suas emoções e angústias, e se
sintam acolhidos. Com base nisso foi escolhida a dinâmica "Roda das emoções". Ela
funciona da seguinte maneira: Os psicólogos se distribuem em uma roda, os estagiários
farão cartões com diversas emoções descritas separadas em cada um desses cartões, e
sorteará por vez para cada profissional, ao pegar o cartão o profissional deverão
descrever uma situação em qual sentiram essa emoção, expondo para roda para que
possa entrar em discussão, a atividade será desenvolvida em um tempo estimado de 30
minutos de duração. As emoções escolhidas serão: Raiva, Angústia, Impotência,
Tristeza, Cansaço, Irritabilidade. O intuito dessa dinâmica é desenvolver uma roda de
conversa para dar ouvidos para a problemática do psicólogo, fazendo o mesmo se sentir
à vontade e acolhido.
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REFERÊNCIAS
Ramazzini, B. (2000). As doenças dos trabalhadores. In As doenças dos trabalhadores (pp. 324-324).
Mailhiot, G. B. (1970). Dinâmica e gênese dos grupos: atualidades das descobertas de Kurt Lewin. In
Dinâmica e gênese dos grupos: atualidades das descobertas de Kurt Lewin (pp. 188-188).
Pêgo, F. P. L., & Pêgo, D. R. (2016). Síndrome de burnout. Rev. bras. med. trab, 171-176.
Pasqualini, J. C., Martins, F. R., & Euzébios Filho, A. (2021). A “Dinâmica de Grupo” de Kurt Lewin:
proposições, contexto e crítica. Estudos de Psicologia (Natal), 26(2), 161-173.