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MEDICINA DO TRABALHO
‒ Medicina do trabalho – interesses empresariais
‒ Saúde ocupacional
‒ Saúde do trabalhador
A preocupação por prover serviços médicos aos trabalhadores se reflete no cenário internacional em
1953 (OIT, Recomendação 97, que sugere a organização de serviços de proteção à saúde dos
trabalhadores);
Em 1959, com a Recomendação 112, criam-se os serviços de medicina do trabalho, visando a
adaptação dos trabalhadores ao trabalho e a manutenção do bem estar físico e mental mais elevado;
o Restrito a medicina [de certo modo acontece até hoje]
‒ Adicional de periculosidade para serviços com muitos riscos
o Algumas pessoas [gênero, raça] são grupos estejam em profissões que gerem mais riscos
Dirigida por pessoas da confiança do empresário e dispostas a defendê-lo;
Visar a prevenção de danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho era tarefa estritamente médica;
A responsabilidade sobre os problemas ficava transferida ao médico.
O mecanicismo próprio da Medicina do Trabalho irá sustentar, na Administração, o taylorismo e o
fordismo, bem como a busca pela produtividade;
A medicina do trabalho contribuía para a seleção de pessoal, controle do absenteísmo e retorno mais
rápido da força de trabalho à produção.
‒ O importante é considerar a realidade subjetiva com a realidade
SAÚDE OCUPACIONAL
A evolução da MT para a SO ocorreu no contexto econômico e político da guerra e do pós-guerra;
o Trabalho não é ambiente ou tempo – plataforma de sociabilidade
Os custos advindos dos acidentes de trabalho, mortes e doenças profissionais foram sentidos pelos
empregadores;
o Trabalho é polissêmico – o que seria? O produto? A atividade?
Com a evolução da tecnologia industrial, desvela-se também a impotência da medicina do trabalho
para intervir sobre problemas de saúde causados pelos processos de produção;
o Subjetividade não aparece
o Amplia do posto para o ambiente
o Centrada na figura do médico
A resposta racional e “científica” se traduz pela ampliação da atuação médica direcionada ao
trabalhador, e que agora abrange também o ambiente de trabalho.
A S.O. possui traços multidisciplinares, que dificilmente se realizam;
Ela dá ênfase à higiene industrial, tentando controlar os riscos ambientais.
Possui uma ligação estreita com a saúde ambiental;
Defende a avaliação quantitativa dos riscos ambientais e adoção de “limites de tolerância”.
O trabalhador permanece como objeto da intervenção, seu saber não é incorporado ou considerado
nela;
o Saúde do trabalhador também deveria ser saúde ambiental [não pode ser reduzida a
consciência ambiental]
Não acompanha o ritmo da transformação dos processos de trabalho;
o Não tem como formular intervenção sem o sujeito objeto – incorporar quem trabalha
Focaliza apenas a saúde ocupacional, deixando de lado a saúde pensada de modo mais amplo;
Esse modelo começa a ser questionado na década de 60.
o Só vamos saber o problema do trabalho da pessoa quando colocamos ela para falar
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o O SUS não tem acolhido a saúde do trabalhador como deveria – acomodamos com o que não
deveríamos
Agente biológico: Microrganismos, parasitas ou materiais originados de organismos que, em função de
sua natureza e do tipo de exposição, são capazes de acarretar lesão ou agravo à saúde do trabalhador.
Agente físico: Qualquer forma de energia que, em função de sua natureza, intensidade e exposição, é
capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: ruído, vibrações, pressões
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes.
Agente químico: Substância química, por si só ou em misturas, quer seja em seu estado natural, quer
seja produzida, utilizada ou gerada no processo de trabalho, que em função de sua natureza,
concentração e exposição, é capaz de causar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos: fumos
de cádmio, poeira mineral contendo sílica cristalina, vapores de tolueno, névoas de ácido sulfúrico.
‒ O problema está na repetição e no ritmo de trabalho
‒ PPRA: programa de prevenção a riscos ambientais
Químicos: [vermelho] – poeiras, fumos, gazes, vapores, nevoas, neblinas, etc
Físicos: [verde] – ruído, calor, frio, pressões, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, etc
Biológicos: [marrom] – fungos, vírus, parasitas, bactérias, protozoários, insetos, etc
Ergonômicos: [amarelo] – levantamento e transporte manual de peso, repetitividade, ritmo excessivo,
etc
Acidentes ou mecânicos: [azul] – arranjo físico e iluminação inadequada, incêndio e explosão,
eletricidade, etc
SAÚDE DO TRABALHADOR
No Brasil, a emergência da ST pode ser identificada no início dos anos 80, no contexto da transição
democrática, em sintonia com o que ocorre no mundo ocidental;
Trata-se de um campo em construção no espaço da saúde pública;
O seu objeto pode ser definido como: o processo saúde e doença dos grupos humanos, em sua relação
com o trabalho (p. 347)
Ela tenta integrar: individual e coletivo, biológico e social, técnico e político, particular e geral.
o A justiça do trabalho toma lado do trabalhador
o Não existe neutralidade cientifica
“Rompe com a concepção hegemônica que estabelece um vínculo causal entre a doença e um agente
específico, ou a um grupo de fatores de risco presentes no ambiente de trabalho e tenta superar o
enfoque que situa sua determinação no social, reduzido ao processo produtivo, desconsiderando a
subjetividade” (p. 347)
o O fluxo do trabalho agrava, potencializa ou cria situações de medo
o Subjetividade: é aprendida a partir de situações sociais, históricas
o Investiga a relação entre trabalho e subjetividade
Considera o trabalho enquanto organizador da vida social, como o espaço de dominação e submissão
do trabalhador pelo capital, mas, igualmente, de resistência, de constituição, e do fazer histórico.
Nessa história, os trabalhadores assumem o papel de atores, de sujeitos capazes de pensar e de se
pensarem, produzindo uma experiência própria, no conjunto das representações da sociedade.
o O suicídio no trabalho é uma carta com destinatário – para os outros trabalhadores, empresa
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No âmbito das relações “saúde x trabalho”, os trabalhadores buscam o controle sobre as condições e
os ambientes de trabalho, para torná-los mais saudáveis.
É um processo lento, contraditório, desigual no conjunto da classe trabalhadora, dependente de sua
inserção no processo produtivo e do contexto sócio-político de uma determinada sociedade.
RENAST
A Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador – Renast (Portarias nº 1.679/GM, de 19
de setembro de 2002, nº 2.728/GM, de 11 de novembro de 2009, e nº 2.978/GM, de 15 de dezembro
de 2011) é uma das estratégias para a garantia da atenção integral à saúde dos trabalhadores.
Como uma das diretrizes da Política Nacional de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, a
RENAST responde pela execução de ações de promoção, preventivas, curativas e de reabilitação à
saúde do trabalhador brasileiro.
Ela tem entre seus componentes os Centros Estaduais e Regionais de Referência em Saúde do
Trabalhador (Cerest) – ao todo, são 210 unidades habilitadas por todo o País – e 4.195 (dados de 2012)
serviços sentinela de média e alta complexidade capazes de diagnosticar os agravos à saúde que têm
relação com o trabalho e de registrá-los no Sistema de informação de Agravos de Notificação (SINAN-
NET).
Os Cerest recebem recursos financeiros do Fundo Nacional da Saúde, de R$ 30 mil para serviços
regionais e R$ 40 mil para as unidades estaduais, para realizar ações de promoção, prevenção,
vigilância, assistência e reabilitação em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais, independentemente
do vínculo empregatício e do tipo de inserção no mercado de trabalho.
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Documentários
DOCUMENTÁRIO 1
‒ Os trabalhadores das minas se sentem invisíveis, escondidos nas minas
‒ Informalidade no registro dos acidentes e das mortes – indenização não vale a vida
‒ Ambiente inseguro, pedras soltas, placas. Colocam a culpa dos acidentes nos trabalhadores
‒ Privatização diminuiu o convívio dos trabalhadores – a cada momento é uma equipe diferente
‒ Empresas demitem os trabalhadores que participam do sindicato [impedem promoções e benefícios]
‒ Trabalhadores enfrentam sono no turno da madrugada e sentem sede dentro das minas
‒ Não tem cargos para especialistas – o funcionário faz de tudo
‒ CID- 10 - Z.56: [problemas nas relações do trabalho & F 43.1: estabelecimento de nexo causal
DOCUMENTÁRIO 2 – Carne e Osso
‒ Não podem ir ao banheiro sem falar com o supervisor
‒ Depressão – chora pois não quer voltar a fabrica
o Nunca é culpa do trabalho, sempre é algo pessoal
‒ Mesmo mudando o cargo o empregado não melhora de vida
‒ Não podem colocar os casos na justiça pois se ganhar a indenização pode prejudicar os familiares que
ainda estão na fabrica
‒ Quando tem auditoria eles reduzem a velocidade das esteiras, aumentam as pessoas e a temperatura
‒ O risco não é criado de forma natural – é escolhido como aquela máquina vai funcionar
‒ A mercadoria esconde as condições de produção do trabalhador [não está escrito no rotulo]