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Conceito de Saúde

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Fatores determinantes e condicionantes da saúde.
A saúde tem vários fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação,
a condição de moradia, o saneamento básico, a família, o meio ambiente, o trabalho, a
renda familiar, a educação, os meios de transportes, o lazer e o acesso aos bens e
serviços essenciais. Ações que se destinam a garantir as pessoas e à coletividade
condições de bem –estar físico, mental e social. Nesse conceito apreende-se que o
trabalho é um determinante / condicionante da saúde dos indivíduos. O ambiente de
trabalho se constitui em espaço no qual o trabalhador passa a maior parte de sua vida,
nele muitas oportunidades e ocorrências acontecem e se constituem um desafio ao
crescimento e desenvolvimento do ser humano. Sendo este ambiente agradável e
oferecendo condições de salubridade ao individuo, oferecendo proteção e prevenção de
acidentes nas ações geradas como resultados do trabalho, se constitui um grande fator
de saúde mental.

Ação integral à saúde: significa tornar o trabalho como fator determinante do processo
saúde-doença e atender ao “... trabalhador, na qualidade de vida do indivíduo, ainda que
os procedimentos de diagnóstico e tratamento da doença que apresenta sejam os
mesmos, independentemente de o agravo estar ou não relacionado ao seu trabalho atual
ou pregresso, é importante que essa relação seja estabelecida e os encaminhamentos
sejam feitos adequadamente. As ações de saúde do trabalhador são desencadeadas a
partir da identificação de um agravo à saúde ou de uma situação de risco, relacionados
ao trabalho”.

Significado do Trabalho na vida do homem.


- A atividade humana é transformadora, desenvolvida na natureza para garantir a
sobrevivência da espécie.
- Tem sentido de realização, gere satisfação, reconhecimento e que permaneça
além da vida do trabalhador e, em outros momentos, tem sentido de esforço,
preocupações e aflições.
- “Trabalho” origina-se da palavra “tripallium” que era um instrumento
constituído de três paus aguçados utilizados pelos agricultores antigos, mas que
também serviu como instrumento de tortura.

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- O trabalho é um direito fundamental para melhoria da qualidade de vida da
pessoa humana e assegurar a sua sobrevivência, se constitui em direito social.

Portanto, o trabalho permitiu ao homem abandonar as cavernas, dominar a natureza e


transformá-la, modificando-o através dos novos conhecimentos adquiridos, através de
avanços na tecnologia, educação, ciência, cultura, política, religião, enfim,
transformando–o em espaço de transformações continuas. Estas evoluções realizadas
através do trabalho, aceleraram o advento e desenvolvimento das máquinas, da
tecnologia, da informática, das ciências, conectando o mundo on-line em todos os
âmbitos. Estes avanços relacionados às mudanças são reais, geraram resultados na
produtividade, no desenvolvimento em todos os segmentos da indústria, da saúde,
educação e ambiente. No entanto estas mudanças levam a uma nova postura do
individuo, do profissional, da família, dos negócios, da qualidade de vida.
A longevidade humana aumentou, muito nas últimas décadas, em virtude de novos
avanços na qualidade de vida, da alimentação, prevenção da saúde física e mental.

Processo de Trabalho e Saúde.


Para entender a relação existente entre processo de trabalho e saúde é necessário, definir
processo de trabalho.
Exemplo de uma situação da vida cotidiana. Imaginemos um carpinteiro que queira
construir uma cadeira. Para iniciar seu trabalho ele precisa de madeira, cola, serrote,
lixa, martelo, plaina, espaço físico para se instalar e iluminação adequada. Chamamos
de matéria-prima aos objetos que são transformados pelo trabalho para construir o
produto final. No nosso exemplo, matéria-prima é a madeira e a cola que vão se
constituir como parte da cadeira. Para juntarmos os componentes da cadeira é
necessário utilizarmos o que chamamos meios de trabalho, que são todas aquelas coisas
que direta ou indiretamente nos permite transformar a matéria-prima em produto final.
No exemplo os meios de trabalho que atuam diretamente sobre a matéria-prima são o
martelo, o serrote, a plaina e a lixa. Os meios de trabalho que atuam de forma indireta
são o local de trabalho, a iluminação, etc.
Por último, analisaremos a atividade humana realizada pelo trabalhador, que utilizando
os meios de trabalho transforma a matéria-prima no produto final. No nosso exemplo, o
carpinteiro gasta energia física e mental para construir a cadeira. A esta energia
empregada pelo trabalhador no processo de trabalho chamamos de força de trabalho.

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Portanto os elementos fundamentais do processo de trabalho são a força de trabalho dos
homens e os meios de trabalho. A produção das riquezas das sociedades ocorre por
meio do processo de trabalho, e este vem alterando-se ao longo da história das
sociedades.

Definição do termo Trabalhadores


Trabalhadores são todos os homens e mulheres que exercem atividades para sustento
próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no mercado
de trabalho, nos setores formais ou informais da economia.

Estão incluídos nesse grupo os indivíduos que trabalharam ou trabalham como


empregados assalariados, trabalhadores domésticos, trabalhadores avulsos,
trabalhadores agrícolas, autônomos, servidores públicos, trabalhadores cooperativados e
empregadores-particularmente, os proprietários de micro e pequenas unidades de
produção.
São também considerados trabalhadores aqueles que exercem atividades não
remuneradas, voluntários, os aprendizes, os estagiários e aqueles que prestam trabalhos
temporários ou definitivamente afastados do mercado de trabalho por doença,
aposentaria ou desemprego.

Trabalhador é toda pessoa que exerça uma atividade de trabalho, independentemente de


estar inserido no mercado formal ou informal de trabalho, inclusive na forma de
trabalho familiar e/ou doméstico. Ressalte-se que o mercado informal no Brasil tem
crescido acentuadamente nos últimos anos.

O termo Saúde do Trabalhador refere-se a um campo do saber que visa compreender as


relações entre o trabalho e o processo saúde/doença.
Nesta acepção, considera a saúde e a doença como processos dinâmicos, estreitamente
articulados com os modos de desenvolvimento produtivo da humanidade em
determinado momento histórico. Parte do princípio de que a forma de inserção dos
homens, mulheres e crianças nos espaços de trabalho contribui decisivamente para
formas específicas de adoecer e morrer. O fundamento de suas ações é a articulação
multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial.

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –IBGE, cerca de 2/3 da
população economicamente ativa –PEA têm desenvolvido suas atividades de trabalho
no mercado informal. É importante ressaltar, ainda, que a execução de atividades de
trabalho no espaço familiar tem acarretado a transferência de riscos/fatores de risco
ocupacionais para o fundo dos quintais, ou mesmo para dentro das casas, num processo
conhecido como domiciliação do risco.

Num momento em que o processo de descentralização das ações de saúde se consolida


e em todo o país, um dos mais importantes desafios sobre os quais os municípios
brasileiros têm enfrentado diz respeito as organização da rede de prestação de serviços
de saúde, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde –SUS:
1. Descentralização dos serviços.
2. Universalidade.
3. Hierarquização.
4. Equidade.
5. Integralidade da assistência.
6. Controle social.
7. Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, entre outros.

As políticas públicas no campo da saúde e segurança no trabalho constituem ações


implementadas pelo Estado visando garantir que o trabalho, base da organização social
e direito humano fundamental, seja realizado em condições que contribuam para a
melhoria da qualidade de vida, a realização pessoal e social dos trabalhadores, sem
prejuízo para sua saúde, integridade física e mental. Por esta razão, envolvem aspectos
gerais, como a garantia de trabalho, a natureza e relações de trabalho, a distribuição da
renda, as questões diretamente relacionadas às condições e ambientes de trabalho, tendo
em vista a promoção, proteção e recuperação da saúde e a reabilitação profissional.

A política de saúde do trabalhador apresenta interfaces com as políticas econômicas, de


indústria e comércio, agricultura, ciência e tecnologia, educação e justiça, além de estar
diretamente relacionada às políticas do trabalho, previdência social e meio ambiente. A
mesma deve estar articulada com as organizações de trabalhadores e as estruturas
organizadas da sociedade civil, de modo a garantir a participação e dar subsídios para a

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promoção de condições de trabalho dignas, seguras e saudáveis para todos os
trabalhadores.

A Saúde do Trabalhador é uma área técnica da Saúde Pública que busca intervir na
relação entre o sistema de produção e a saúde, no sentido de promover um trabalho que
dignifique ao invés de denegrir o homem. Sua missão é auxiliar na estruturação de uma
sociedade que promova a saúde através dos espaços de trabalho.

Conforto Ambiental no Trabalho.


Passamos em média 8 a 10 horas do dia no ambiente do trabalho, neste sentido existe
hoje preocupação em adequar medidas de controle e proteção coletivas ou individuais,
observando a saúde e qualidade de vida dos colaboradores.

A palavra Ergonomia deriva do grego ERGON (Trabalho) e nomos (normas, regras,


leis). Ela se define como uma disciplina científica que relaciona a adaptação dos seres
humanos aos elementos do sistema. A palavra ergonomia significa interconectar
harmonicamente, por meio de projetos e ações , organização do bem estar humano e o
ambiente em que se vive, de modo a formar um conjunto com objetivo de visar
melhoria do desempenho.
A legislação brasileira, Norma reguladora 17-Ergonomia, da portaria 3.214 de 8 de
junho de 1978.

Recomenda sua aplicação para locais de trabalho onde são executadas atividades que
exijam solicitação intelectual e atenção constante, parâmetros de conforto, níveis de
ruídos, índice de temperatura, velocidade e umidade do ar, visando adaptação das
condições do trabalho ás características psicológicas dos trabalhadores de modo a
proporcionar conforto, segurança, e desempenho eficiente.

Segurança do Trabalho
Conceito
Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.

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A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à Segurança,
Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas,
Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança, Comunicação e
Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as
Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação,
Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio
Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência
de Riscos.

A equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro


de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho, formam o
que chamamos de SESMT -Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho.

CIPA-Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a


prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de
Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas
Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, como portarias e decretos e
também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho,
ratificadas pelo Brasil.

O profissional de Segurança do Trabalho tem uma área de atuação bastante ampla. Ele
atua em todas as esferas da sociedade onde houver trabalhadores. Atua em fábricas de
alimentos, construção civil, serviços de Saúde, hospitais, empresas comerciais e
industriais, grandes empresas estatais, mineradoras e de extração. Também podem atuar
na área rural e em empresas agroindustriais.

Atuação dos Profissionais de Segurança do Trabalho


O profissional de Segurança do Trabalho atua segundo a sua formação, quer seja ele
médico, enfermeiro, técnico de enfermagem ou engenheiro.O campo de atuação é
muito vasto. Em geral o engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas

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organizando programas de prevenção de acidentes, orientando as CIPAs, os
trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de proteção individual, elaborando planos
de prevenção de riscos ambientais, fazendo inspeção de segurança, laudos técnicos e
ainda organizando e dando palestras e treinamento. Muitas vezes esse profissional
também é responsável pela implementação de programas de gestão ambiental e
ecologia na empresa.

Os médicos e os enfermeiros do trabalho, planejam a organização dos programas de


prevenção de saúde ocupacional, desenvolvem a prevenção de doenças, realizando
palestras, visitas aos locais de trabalho, realizando consultas médicas ambulatorial,
atendendo eventuais acidentes ocupacionais, planejando campanhas de vacinações,
exames adimensionais e periódicos nos funcionários das empresas. O controle
estatístico é fundamental, como ferramenta de resultados de sucesso das empresas.

Acidente de trabalho
As questões de saúde e segurança no trabalho são pertinentes desde quando o homem,
na necessidade de acelerar e facilitar as técnicas de produção, gerou um ambiente
insalubre para a saúde humana. Desde então, a preocupação com as condições de
trabalho é baseada nos altos índices de acidentes ocorridos durante o desenvolvimento
da atividade laboral. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ocorrem,
por ano, cerca de 5 milhões de acidentes de trabalho no mundo inteiro (BRASIL, 2007).

A Saúde Ocupacional surgiu, no final do século XVIII, com a Revolução Industrial em


decorrência dos acidentes de trabalho, porém no Brasil, a preocupação com a saúde do
trabalhador tornou-se evidente a partir de 1940, quando surgiu a Associação de
Prevenção de Acidentes de Trabalho (ALMEIDA; PAGLIUCA; LEITE, 2005).

A lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os Planos da Previdência
Social e dá outras providências, define em seu artigo 19 acidente de trabalho como:
“Aquele que ocorre pelo exercício do trabalho da empresa, ou ainda pelo exercício do
trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou
temporária” (BRASIL, 2006).

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O artigo 20, § 2º, complementa que também é considerado acidente de trabalho a
doença profissional desencadeada pelo exercício do trabalho, e arremata o artigo 21
equiparando ao acidente de trabalho o ato de agressão, sabotagem ou terrorismo, ofensa
física, ato de imprudência, de negligência ou imperícia praticada por terceiros,
desabamento, inundação, incêndio, atividade prestada fora do horário e local de trabalho
se for sob autoridade da empresa, se ocorrer durante o percurso da residência para o
trabalho ou deste para aquela e nos períodos destinados à refeição, descanso, ou
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este
(BRASIL, 2006ª).

Um aspecto muito importante a ser observado após um acidente decorrente do trabalho


é a notificação do mesmo junto ao INSS por meio da Comunicação de Acidente de
Trabalho (CAT) e ao Ministério da Saúde por meio da ficha do Sistema de Informação
de Agravos de Notificação (SINAN) em anexo. De acordo com o Regulamento da
Previdência Social, no artigo 336, a instituição deverá comunicar o acidente até o
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência, e, em caso de morte, de imediato, à
autoridade competente, sob pena de multa (IBRAHIM, 2006). A emissão da CAT
também é regulamentada pela NR 32. Quanto ao SINAN, desde 2004, através da
portaria777, o Ministério da Saúde obriga os serviços a notificaremos acidentes de
trabalho que envolve exposição à material biológico(BRASIL,2004).

O acidente de trabalho onera o trabalhador porque este fica impossibilitado de realizar


suas atividades rotineiras, além de gastar com tratamento médico, ou ainda poder ficar
incapacitado ao trabalho; onera a organização porquanto esta tem que pagar o salário ao
acidentado durante os quinze dias decorridos do dia do acidente, bem como deve
proceder aos depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, durante todo o
período em que o empregado estiver assistido pelo benefício previdenciário-artigo 15, §
5º da Lei n º. 8.306, de 11 de maio de 1990.
Torna-se também dispendioso pela redução em seu quadro de profissionais, devendo
redistribuir as atividades entre os trabalhadores que estão na ativa, e, causando, desta
maneira, uma sobrecarga para estes com aumento da probabilidade de causar outro
acidente, além do comprometimento da qualidade do trabalho; onera também a
sociedade por esta ficar mais carente à assistência, principalmente, em se tratando da
área da saúde devido à carência e dificuldade de atendimento especializado encontrado,

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seja por falta de recursos humanos ou materiais no atendimento do Sistema Único de
Saúde (SUS) (SILVA, 1999).
Segundo Miranda (1998), os trabalhadores estão expostos a diversos riscos
ocupacionais, que segundo ele são os elementos presentes no ambiente de trabalho
insalubre que podem causar danos ao corpo do trabalhador ocasionando doenças
ocupacionais adquiridas em longo prazo.

A palavra “insalubre” deriva do latim e significa tudo aquilo que origina doença. O
artigo 189 da CLT assim define o trabalho insalubre:
“Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza,
condição ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente
e do tempo de exposição aos seus efeitos.” (MARTINS, 2006, p.42).

Classificação dos riscos do ambiente de trabalho


Os riscos presentes no ambiente de trabalho são classificados em cinco grupos em cores
padronizadas, de acordo com a natureza, segundo a NR 5 e a portaria 3.214/1978 do
Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 2006).

Grupo 1 - Verde Riscos Físicos


intermitentes).

lasers.
frio, calor).

umidade.

Grupo 2 - Vermelho
Riscos Químicos

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produtos químicos em geral (metais, solventes, plásticos,
borrachas, inalantes irritantes, carcinógenos químicos, pesticidas).

Grupo 3 –Marrom.
Riscos Biológicos.

Grupo 4 – Amarelo
Riscos Ergonômicos (biomecânica)

psíquico.

Grupo 5 – Azul
Riscos acidentais

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Diante de uma atividade insalubre não existe risco zero, porém há possibilidade de
minimizá-lo ou alterá-lo para os níveis considerados aceitáveis. De acordo com o artigo
191 da CLT devem ser adotadas medidas para que o ambiente de trabalho se torne
tolerável, bem como a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), com a
finalidade de diminuir os riscos advindos da atividade.

“A NR-6apresentam EPI como todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado


pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde do trabalho”. Destaca a mesma NR que este equipamento deve ser fornecido
gratuitamente pela empresa, que também deverá orientar e treinar o trabalhador de
como usá-lo (BRASIL, 2006B).

Acidentes de Trabalho.
Acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da
empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo causar morte,
perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Equiparam-se aos acidentes de trabalho:

fora do local de trabalho.

lho.

Causas dos Acidentes de Trabalho


O acidente de trabalho ocorre, principalmente em decorrência de duas causas:

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Ato inseguro
É o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está contra
as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem cinto de
segurança contra quedas, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e
dirigir a altas velocidades.

Condição Insegura
É a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao trabalhador. São
exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados, máquinas
em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil feitos com
materiais inadequados.
Eliminando-se as condições inseguras e os atos inseguros é possível reduzir os acidentes
e as doenças ocupacionais. Esse é o papel da Segurança do Trabalho.

O Papel do Psicólogo na Relação de Trabalho


Atribuições Profissionais do Psicólogo no Brasil
Procede ao estudo e análise dos processos intrapessoais e das relações interpessoais,
possibilitando a compreensão do comportamento humano individual e de grupo, no
âmbito das instituições de várias naturezas, onde quer que se dêem estas relações.
Aplica conhecimento teórico e técnico da psicologia, com o objetivo de identificar e
intervir nos fatores determinantes das ações e dos sujeitos, em sua história pessoal,
familiar e social, vinculando-as também a condições políticas, históricas e culturais.

O Psicólogo, dentro de suas especificidades profissionais, atua no âmbito da educação,


saúde,lazer, trabalho, segurança, justiça, comunidades e comunicação com o objetivo de
promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade e integridade do ser humano.

Contribui para a produção do conhecimento científico da psicologia através da


observação, descrição e análise dos processos de desenvolvimento, inteligência,
aprendizagem, personalidade e outros aspectos do comportamento humano e animal;
analisa a influência de fatores hereditários, ambientais e psicossociais sobre os sujeitos
na sua dinâmica intrapsíquica e nas suas relações sociais, para orientar-se no
psicodiagnóstico e atendimento psicológico; promove a saúde mental na prevenção e no

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tratamento dos distúrbios psíquicos, atuando para favorecer um amplo desenvolvimento
psicossocial; elabora e aplica técnicas de exame psicológico, utilizando seu
conhecimento e práticas metodológicas específicas, para conhecimento das condições
do desenvolvimento da personalidade, dos processos intrapsíquicos e das relações
interpessoais, efetuando ou encaminhando para atendimento apropriado, conforme a
necessidade. Participa da elaboração, adaptação e construção de instrumentos e técnicas
psicológicas através da pesquisa, nas instituições acadêmicas, associações profissionais
e outras entidades cientificamente reconhecidas. Realiza divulgação e troca de
experiência nos eventos da profissão e comunidade científica e, à população em geral,
difunde as possibilidades de utilização de seus recursos.

O psicólogo desempenha suas funções e tarefas profissionais individualmente e em


equipes multiprofissionais, em instituições privadas ou públicas, em organizações
sociais formais ou informais, atuando em: hospitais, ambulatórios, centros e postos de
saúde, consultórios, creches, escolas, associações comunitárias, empresas, sindicatos,
fundações, varas da criança e do adolescente, varas de família, sistema penitenciário,
associações profissionais e/ou esportivas, clínicas especializadas, psicotécnicos, núcleos
rurais e nas demais áreas onde as questões concernentes à profissão se façam presentes e
sua atuação seja pertinente.

A PSICOLOGIA E A PREVENÇÃO DE ACIDENTES


Raramente abrimos um jornal sem que não tomemos conhecimento de algum acidente,
seja numa fábrica, no tráfego, numa ponte que está sendo construída, ou noutro lugar
qualquer. Interessante seria se pudéssemos entrevistar as pessoas que causaram tais
acidentes e pesquisar sobre suas vidas no período de 24 a 48 horas antes dos mesmos.
Infelizmente, porém, grande número destes acidentes são fatais e não temos chances de
obter tais informações. Sabemos, porém, que situações de stress (tensão) geralmente
precedem os acidentes. Certas situações de stress escapam ao controle dos donos ou
dirigentes das empresas para as quais o empregado trabalha. É o caso de discussões em
casa com o marido ou a mulher, situações de separação, doença dos filhos, etc... Há
alguns tipos de stress que podem ser evitados. Estudos mostram, por exemplo, que a
sobrecarga de serviço e o número excessivo de horas de trabalho de um indivíduo o
tornam propenso ao acidente do trabalho por levá-lo ao stress fisiológico ou psíquico.
(FRIEDMAN, ROSENMAN, & CARROL, 1975) (HINKLE & PLUMMER, 1952).

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A psicologia aplicada ao trabalho vem ao encontro destas situações que podem ser
previstas e controladas pela organização. Examinemos uma estória verídica que se deu
em Londres: (Mac Lean, D, 1977).
Enquanto guiava um trem de passageiros, José o maquinista, estava pensando numa
reprimenda que havia recebido por não estar obedecendo fielmente aos seus horários.
Ele estava tão preocupado com isto (pois ele sentia que a crítica havia sido injusta), que
não se lembrou da existência de um sinal de limite de velocidade numa curva da linha.
Ele virou esta curva muito depressa e o trem descarrilou. Foi o primeiro acidente de
José. As perdas de vidas foram muitas e inúmeros passageiros ficaram feridos. No
inquérito ele reconheceu com uma coragem considerável que a sua falta de
concentração havia sido a causa do acidente."

Acidentes representam um problema extremamente importante na medida em que


resultam em perdas significativas, tanto de vidas humanas como de custos econômicos.
Sabemos que existem dois determinantes para o acidente do trabalho: as condições
inseguras e o ato inseguro. As condições inseguras podem ser eliminadas através de
uma conscientização do empresário e aprimoramento dos mecanismos materiais de
segurança na fábrica. O ato inseguro, porém, é algo mais complexo e que merece nossa
atenção. Podemos apontar três razões fundamentais para os comportamentos
inadequados no trabalho:
1 - O homem NÃO PODE comportar-se de maneira diferente;
2 - O homem NÃO SABE comportar-se de outro modo;
3 - O homem NÃO QUER comportar-se de outra maneira.

Podemos diminuir consideravelmente o primeiro grupo, através de uma seleção de


pessoal, onde fatores como aptidões, personalidade e história anterior do indivíduo são
analisados com a finalidade de colocá-lo na função mais adequada.
O segundo grupo chegará bem próximo à extinção com um programa de treinamento
com base na formação do pessoal. Contamos assim com recursos, tais como, campanhas
de segurança, técnicas de dinâmica de grupo, cartazes enfocando a prevenção de
acidentes, simulação de emergência, etc.
O terceiro grupo, porém apresenta maior resistência ao desaparecimento: o homem
comportasse de maneira insegura e não quer comportar-se de outra maneira. A este

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grupo, a transmissão de conhecimentos se torna insuficiente e necessário se faz uma
profunda mudança de atitudes.

Partamos do princípio de que todo comportamento pressupõe uma causa. Queremos


então saber porque os homens do grupo acima se comportam dessa maneira. Qualquer
condição ou evento, que tenha algum efeito demonstrável sobre o comportamento, deve
ser considerado. Descobrindo e analisando estas causas poderemos prever o
comportamento inseguro e, portanto controlá-lo.

A busca das causas do comportamento vem sendo feita, porém, de maneiras diversas.
Qualquer evento conspícuo que coincida com a emissão de um comportamento humano
pode bem ser tomado como uma causa, Há o que chamamos de causas internas
atribuídas a um comportamento: são as causas neurais onde se usa o sistema nervoso
como explicação imediata do comportamento, ou as causas internas psíquicas onde este
comportamento é explicado em termos de um agente interior sem dimensões físicas,
chamado "mental" ou psíquico.
Este hábito de buscar dentro do organismo uma explicação do comportamento tende a
obscurecer as variáveis que estão ao alcance de uma análise científica. Estas variáveis
estão fora do organismo, no ambiente natural. Não se pode esperar uma explicação
adequada do comportamento sem analisá-las. As variáveis externas, das quais o
comportamento é função, dão margem ao que pode ser chamado de análise causal ou
funcional. Tentamos, por exemplo, prever e controlar o comportamento de um
organismo individual: o não uso de equipamentos de segurança. Esta é a nossa
"variável dependente" - efeito para o qual procuramos a causa. Nossas "variáveis
independentes" - causas do comportamento - são as condições externas das quais o
comportamento é função. Relações entre as duas - as relações de "causa e efeito" no
comportamento - são as leis de uma ciência. Estudos anteriores em aprendizagem nos
mostram que, depois de emitido, um desempenho tende a aumentar ou diminuir de
freqüência, conforme o reforço que recebe do ambiente. Pertinentes então se tornam os
estudiosos, quando sugerem a "modificação do ambiente", como técnica para a redução
de acidentes. O ambiente pode funcionar como:

a) um estímulo discriminativo, (SD) quando oferece ocasião para que um desempenho


seja reforçado e, portanto, aumente de frequência;

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b) um estímulo generalizador, (SG) oferecendo ocasião para que um desempenho, por
exemplo, um ato inseguro, não seja reforçado, diminuindo de frequência até a extinção.
Poderemos, assim, começar por procurar, no ambiente, os estímulos reforçadores que
levam o trabalhador a comportar-se inadequadamente. Assim, se uma pessoa possui
necessidade de atenção e a obtém através do uso do torno sem os óculos protetores, o
ambiente está funcionando como um SD que manterá tal desempenho (o não usar os
óculos), em freqüência elevada. A distração de José, o maquinista, foi reforçada pela
reprimenda do chefe.

Parece-nos evidente que condições insatisfatórias de trabalho funcionam como SD para


fuga de tais condições, fator responsável, pelo acidente do trabalho (SLIVNACK,
KERR & KOSINAR, 1957). A fadiga reforça comportamentos que levam a acidentes.
Expectativas acima das capacidades são colocadas sobre o homem pelas entidades
produtoras. Estas entidades tendem a dirigir sua atenção para o produto final,
desrespeitando seu principal construtor. Tal desrespeito funciona como estimulo
discriminativo para a agressividade que explode em nossa sociedade em forma de
violência.
Como, então, poderíamos, pelo menos em parte, evitar que esta violência adentre nossas
empresas na forma de desrespeito humano, provocando acidentes?
A resposta a esta questão não é simples nem rápida, e exige toda uma análise do nosso
ecossistema e da violência alimentada através do mundo e instalada nos nossos meios
de comunicação. Seremos, porém, menos ambiciosos neste capitulo. Analisaremos
certos procedimentos de modificações de comportamento que nos levarão a instalar
desempenhos desejáveis. Comecemos pela punição. O empregado que é visto
trabalhando sem o seu equipamento de segurança é punido. A punição consiste numa
apresentação de um estímulo aversivo ou na retirada de um reforço positivo. Assim,
uma reprimenda, uma suspensão, um "endurecimento" nas normas da empresa são
estímulos aversivos que, quando apresentados, constituem uma punição. Cabe a nós
informar que a punição não é definitivamente, o procedimento mais adequado para se
manter um comportamento.
Vejamos por que.
Em primeiro lugar, porque, no procedimento de punição, a resposta não desejada é
suprimida apenas temporariamente. Estudos mostram que, mesmo com punição severa,

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há a recuperação da resposta, quando esta punição é suspensa. Portanto, se queremos
que um trabalhador utilize seu equipamento de segurança, sempre que for lidar com
solda, a solução não será puni-lo, quando estiver trabalhando com a solda sem o
equipamento. Simplesmente porque, na ausência do agente punitivo, este trabalhador
não emitirá o comportamento desejado. Além de a punição não levar a comportamentos
duradouros, é um procedimento que acarreta outros efeitos colaterais, que poderíamos
classificar de indesejáveis. Um destes efeitos seria que, um dado estimulo que procede a
punição, adquire propriedades aversivas. Assim, o operário punido pode considerar ser
o ambiente de trabalho aversivo. E tentar fugir dele para escapar a punição. Outra
possibilidade seria trabalhar mais devagar para ver melhor a chegada do supervisor e
evitar a punição.
O operário associou a presença do supervisor à punição. Aquela passa a ser, então, um
estímulo pré-aversivo. A redução no comportamento operante produzida por um
estimulo pré-aversivo é chamada de ansiedade. A ansiedade que surge como
consequência da punição inclui também mudanças respondentes (fisiológicas, reflexas),
tais como aumento da pressão sanguínea, da respiração e da tensão muscular, e essa é
uma das razões por que a punição pode ter efeitos de longo alcance.
A punição tem ainda outro efeito: agressão. Arzin, Hutchinson e colaboradores
descobriram que a punição eliciou comportamento agressivo em todas as espécies
estudadas. Aí estão alguns dos efeitos deste procedimento tão largamente usado. É,
porém, simples a razão do uso tão difundido da punição: ela reforça a pessoa que pune.
Não nos referimos à pessoa sádica, que seria um caso especial, mas ao indivíduo
comum que pune um comportamento que lhe é aversivo. A punição suprime, de
maneira quase que imediata, o comportamento aversivo e a remoção da estimulação
aversiva é reforçada. Animais aprendem a apertar um pedal para escapar à estimulação
aversiva; um homem rapidamente aprende a aplicar punições.
Outro tipo de uso da estimulação aversiva seria através de um procedimento ao qual
chamamos de reforçamento negativo, onde um desempenho aumenta de frequência
para evitar um estimulo aversivo. Assim, o empregado passará a usar óculos, não com a
finalidade de proteger os seus olhos, mas de evitar a reprimenda ou a suspensão. Este
tipo de procedimento gera comportamentos de fuga e de esquiva. O indivíduo elimina o
estímulo aversivo através de algum desempenho (fuga) ou até emite desempenhos que
façam com que tais estímulos aversivos nem venham a acontecer (esquiva). Assim,
desempenho de colocar óculos diante do torno será mantido por um comportamento de

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fuga, se toda vez que o chefe chegar perto e "der a bronca" os óculos forem colocados.
Será mantido por esquiva, se os óculos forem colocados antes da "bronca" com a
finalidade de evitá-la.
Ora, resta-nos concluir que um comportamento mantido neste esquema apresentará
consequências similares àquele que foi mantido pela punição. Este comportamento não
tende a persistir na ausência do estímulo aversivo. No caso do exemplo anterior, o
empregado não protegerá os olhos na ausência do supervisor. E mais: quanto mais os
desempenhos forem mantidos por reforçamento negativo, mais necessidade se faz da
vigilância, da autocracia e de exercícios armados a forçarem os indivíduos a emitir
comportamentos adequados.
Cabe a nós, porém, oferecer uma alternativa: o reforçamento positivo, onde estímulos
reforçados são apresentados após desempenhos desejados. Estímulos reforçados são
agradáveis ao indivíduo e podem ser planejados ou surgir naturalmente do meio
ambiente. Assim, se um trabalhador recebe um incentivo, como um elogio ou até um dia
de folga, por ter usado sistematicamente durante um ano seu equipamento de segurança,
este seu desempenho tende a manter-se e chegará ao ponto em que o reformador será o
próprio prazer de estar trabalhando com segurança. Será um reformador natural,
oferecido pelo ambiente. Assim, o desempenho dê usar o equipamento de segurança
será mantido inclusive na ausência de vigilância, pois o reformador final será a
segurança do próprio indivíduo. Neste esquema, trabalhamos com as necessidades do
homem e, se necessário for, faremos primeiro com que ele reconheça suas próprias
necessidades.
Só assim produziremos comportamentos que tenderão a se manter, tendo como objetivo
final, a satisfação das necessidades do próprio bem.
Tomemos duas empresas. Consideremos que uma delas põe em prática a teoria X, de
Douglas Mc Gregor e outra tem, como referência, a teoria Y, do mesmo autor.
Suposições da natureza humana referentes a teoria "X" e a teoria "Y".

BASES DO COMPORTAMENTO HUMANO


1 - Introdução
Estuda-se a psicologia tendo em mente a ciência do comportamento. O termo
comportamento, porém, está longe de ser entendido pelos cientistas como ele é na
linguagem popular. Em ciência ele é aplicado de forma muito extensa a uma ampla
escala de atividades, que incluí:

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atividades que são diretamente observáveis e registráveis (pôr exemplo, ligar uma
maquina, andar, etc.);
Segurança do Trabalho 205 Módulo III
processos fisiológicos dentro do organismo (pôr exemplo, batidas do coração,
alterações eletroquímicas que tem lugar nos nervos);
processos conscientes de percepção, sensação, sentimento e pensamento (pôr
exemplo, a sensação dolorosa de um choque elétrico, a identificação correta de uma
palavra projetada rapidamente na tela).

Os psicólogos estão envolvidos na investigação do comportamento e, como


consequência da compreensão adquirida, tentam predize-lo e influencia-lo.
Em primeiro lugar, suponha-se que exista uma ordem no Universo, e, dentro desta
ordem, uma relação entre fenômenos. Nota-se que uma determinada causa produz um
efeito específico.
Encontrar-se aí então, uma relação funcional entre os fenômenos. Observa-se, dessa
forma, que o interesse esta voltado para as causas de certos comportamentos humanos.
Qualquer condição ou evento observável que tenha algum efeito demonstrável sobre o
comportamento, deve ser considerado.
Descobrindo e analisando as causas, pode-se prever o comportamento, e passa-se a
poder controlar o comportamento, na medida em que se pode manipula-lo.
Concluí-se daí que os comportamentos emitidos são respostas, eficientes ou não, a
agentes externos comumente denominados estímulos.
Podem-se citar tanto comportamentos emitidos que são básicos e eficientes, como
aqueles que são inadequados e ineficientes.
No primeiro caso encontram-se desempenhos tais como: alimentar-se, encontrar abrigo
e procriar. Alguns desempenhos, porém, são respostas inadequadas a certos estímulos.
No reino animal não racional, constata-se que os "erros" mais frequentes nos
comportamentos básicos emitidos acontecem quando o animal é colocado em ambiente
artificial. O passarinho que nasceu e viveu na floresta, morre ao tentar, calmamente,
bicar restos de comida numa movimentada rua da cidade grande. Este comportamento já
não é emitido pelo passarinho que nasceu e viveu na cidade grande e aprende a fugir ou
evitar os carros.

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Parece que já se pode traçar um paralelo entre o exemplo acima e as respostas
inadequadas que resultam em acidentes do trabalho.
O passarinho da cidade grande aprendeu a evitar os carros. São muitos as situações em
que se usa o verbo aprender. Aprendemos a distinguir uma voz cortês de outra zangada.
Aprendemos que certos objetos cortam, queimam, picam ou machucam os dedos, se não
forem manejados corretamente.
Aprendemos como liderar em certas situações. Aprendemos a ter medo do motor do
dentista. Aprendemos as tabuadas, e assim pôr diante.
Nota-se, pelos exemplos acima, que as aprendizagens são diferentes, levando-nos a
ideia de como é difícil se definir aprendizagem. A ciência ainda tem um longo caminho
a percorrer neste sentido. Alguns princípios ou leis gerais, porém, emergiram
recentemente nos estudos da natureza humana. Estes princípios ou leis não são difíceis
de serem entendidos e, se bem compreendidos, constituem um poderoso instrumento na
analise de comportamentos de todos os tipos.

PSICOPATOLOGIAS

Doenças Mentais
 Os termos perturbação, distúrbio e doença combinam-se aos termos mental,
psíquico e psiquiátrico para descrever qualquer anormalidade, sofrimento ou
comprometimento de ordem psicológica e/ou mental. Os transtornos mentais são
um campo de investigação interdisciplinar que envolves áreas como
a psicologia, a filosofia, a psiquiatria e a neurologia.
 A doença mental aparece quando a pessoa que dela sofre deixa de se relacionar
de forma funcional com o mundo, a nível familiar, laboral e/ou social.

Psicopatologias
 Transtorno de Ansiedade
 Estresse Agudo
 Síndrome de Burnout
 Anorexia Nervosa
 TOC- Transtorno Obsessivo Compulsivo
 TAG- Transtorno de Ansiedade Generalizado
 Depressão

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 Transtorno de Personalidade
 Doenças Psicossomáticas

Principais ambientes de trabalho que adoecem:


 Produção excessiva
 Monotonia
 Falta de Exercícios Físicos
 Alimentação desregular
 Trabalho Vs Casa
 Falta de Planejamento com Horários
 Fazer o que não gosta
 Assédio Moral ou Sexual
 Condições Inadequadas de Trabalho
 “ Fazer Nada”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL – Segurança e Medicina do Trabalho. Normas Regulamentadoras, São Paulo, Ed. Atlas,
2014.

BARBOSA, Rildo Pereira Barsano, Paulo Roberto - Segurança do Trabalho: Guia Prático e
Didático, 2012.

MARTINS, Sergio Pinto – Legislação Previdenciária, São Paulo, LTR, 2003.

CARDELLA, Benedito, Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes Uma Abordagem


Holística, 1ª Ed. Editora Atlas, 2009;

VAREJÃO, Fabrício de Medeiros Dourado, Incidentes e Acidentes do trabalho: Guia Prático para
Investigação e Análise, Olinda, Luci Artes Gráficas, 2011.

COUTO, Hudson de Araújo, Como Instituir Ergonomia na Empresa, 2ª Ed., Ergo Editora, 2011;

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BORGES ANDRADE, J. E. , ABBAD, G.D.S. & MOURÃO L. – Treinamento, Desenvolvimento e
Educação em Organizações e trabalho: Fundamentos para a Gestão de Pessoas, Porto Alegre,
Ed. Artmed, 2006.

BITTENCOURT C. et alii – Gestão Contemporânea de Pessoas: Novas práticas, conceitos


tradicionalistas, Porto Alegre, Ed. Bookman, 2004.
Mota, Míriam Cristina Zaidan, Psicologia Aplicada em Segurança do Trabalho – LTR, 4ª Ed.,
2014.

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