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Trajetória de Construção:
1. Chegada da Família Real (1808):
No Brasil, o desenvolvimento organizado das ações de vigilância sanitária ocorreu no início no
século XVIII, seguindo o modelo e regimentos adotados por Portugal. Mas foi com a chegada
da família real portuguesa, em 1808, que se estruturou a Saúde Pública, com foco na
contenção de epidemias e inserção do país nas rotas de comércio internacional. Dessa forma, o
controle sanitário torna-se necessário para evitar epidemias e promover a aceitação dos
produtos brasileiros no mercado internacional.
Áreas de atuação
No que se refere ao campo de atuação pode-se dizer que cabe à vigilância sanitária
desenvolver um conjunto de ações relacionadas aos seguintes bens, produtos e serviços:
1.Alimentos, bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares,
limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários.
2. Medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais insumos, processos e
tecnologias.
3. Cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes.
4. Saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação em ambientes
domiciliares, hospitalares e coletivos.
5. Conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico.
6. Equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos, hemoterápicos e de
diagnóstico laboratorial e por imagem.
7. Imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderivados.
8. Órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes ou reconstituições.
9. Radioisótopos para uso diagnóstico in vivo, radiofármacos e produtos radioativos utilizados
em diagnóstico e terapia.
10. Cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígero, derivado ou não do
tabaco.
11. Quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde, obtidos por engenharia
genética, por outro procedimento ou ainda submetidos a fontes de radiação.
12. Serviços voltados para a atenção ambulatorial, seja de rotina ou de emergência, os
realizados em regime de internação, os serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, bem como
aqueles que impliquem a incorporação de novas tecnologias.
13. Serviços de interesse da saúde, como: creches, asilos para idosos, presídios, cemitérios,
salões de beleza, cantinas e refeitórios escolares, academia de ginástica, clubes, etc.
14. Instalações físicas, equipamentos, tecnologias, ambientes e procedimentos envolvidos em
todas as fases de seus processos de produção dos bens e produtos submetidos ao controle e
fiscalização sanitária, incluindo a destinação dos respectivos resíduos.
A partir da definição legal da vigilância sanitária é possível organizar esse conjunto de ações em
três grandes grupos, apresentados a seguir:
- Produtos: alimentos, medicamentos, cosméticos, saneantes e outros de interesse da saúde.
- Serviços de saúde e de interesse à saúde.
- Ambientes, incluído o do trabalho.
Produtos: O controle sanitário de alimentos e bebidas é competência tanto do setor da Saúde
como do setor da Agricultura, cabendo ao primeiro o controle sanitário e o registro dos
produtos alimentícios industrializados, com exceção daqueles de origem animal, e o controle
das águas de consumo humano. Quanto às águas minerais, a competência é compartilhada
com o setor de Minas e Energia.
Ambientes:
O COMPONENTE FEDERAL
A ANVISA constitui-se em uma autarquia sob regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde
e que se caracteriza pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes e
autonomia financeira. Está sob a responsabilidade da Anvisa a regulamentação e a
coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, bem como, a execução de ações de
controle. Vinculada ao Ministério da Saúde, a Agência é regida por um Contrato de Gestão.
Este contrato é o instrumento para acompanhamento e avaliação do desempenho
administrativo da ANVISA, por parte do Ministério da Saúde.
O COMPONENTE ESTADUAL
O componente estadual do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, segundo Brasil (2011a)
está constituído pelos órgãos de vigilância sanitária das secretarias estaduais de saúde,e
algumas autarquias especiais (Amazonas, Paraíba, Pernambuco e Rondônia) e pelos
laboratórios centrais estaduais (LACEN).
O COMPONENTE MUNICIPAL
Existem atualmente no país 5.575 municípios, sendo a maior parte deles de pequeno porte.
Apesar da descentralização da atenção à saúde para os municípios se encontrar em estágio
avançado, nem todos dispõem de um serviço de vigilância sanitária estruturado (BRASIL,
2011a).
A ESTRUTURA LABORATORIAL
O laboratório é parte integrante da estrutura de vigilância sanitária e instrumento
imprescindível para o controle sanitário de produtos para a saúde. Atua na produção da base
científica e tecnológica, por meio das análises fiscais e de controle de qualidade que realiza,
para a avaliação de conformidade de produtos e é fundamental para a análise e gerenciamento
de risco (BRASIL, 2011a).
Os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) dos Estados e o Instituto Nacional de
Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) conformam uma rede de sustentação às ações da
vigilância sanitária. O INCQS atua como órgão de referência nacional para controle da
qualidade de insumos, produtos, ambientes e serviços vinculados à vigilância sanitária, que
tem ainda o papel de assessorar os LACEN sobre metodologias analíticas, questões
tecnológicas e normativas (BRASIL, 2011a).
Resumo de larissa
A Vigilância Sanitária opera de maneira intersetorial, colaborando com diversas outras
vigilâncias e órgãos governamentais e não governamentais afins. Essa abordagem integrada é
essencial para lidar com questões que abrangem diferentes setores e garantir uma resposta
eficaz na proteção da saúde pública. Alguns pontos de intersetorialidade incluem:
1. Vigilância Epidemiológica: Colaboração na investigação de surtos de doenças relacionadas a
alimentos e na identificação e controle de riscos à saúde.
2. Vigilância Ambiental: Trabalho conjunto para monitorar a qualidade da água, identificar
riscos ambientais relacionados à produção de alimentos e controlar a exposição a substâncias
nocivas.
3. Vigilância do Trabalhador: Participação na avaliação e controle de riscos à saúde nos
ambientes de
trabalho, especialmente em setores relacionados à produção e manipulação de alimentos e
produtos de saúde.
4. Órgãos de Saúde Pública: Coordenação com outros órgãos de saúde pública para abordar
questões mais amplas de saúde, como campanhas educativas, prevenção de doenças e
promoção da saúde.
5. Órgãos Ambientais: Cooperação na identificação e controle de riscos ambientais,
especialmente aqueles relacionados à produção e descarte de resíduos industriais.
6. Órgãos de Controle Sanitário Internacional: Colaboração na monitorização de produtos
importados/exportados e na prevenção da disseminação de doenças transfronteiriças.
7. Órgãos de Consumidores e Sociedade Civil: Participação de entidades não governamentais
na fiscalização e na promoção da transparência e segurança dos produtos e serviços
relacionados à saúde.
8. Comissões e Conselhos de Saúde: Participação em espaços de deliberação e decisão para
garantir a representatividade da comunidade na formulação de políticas de saúde.
Vigilância Sanitária colabora com uma variedade de órgãos governamentais e não
governamentais para garantir uma abordagem integrada na proteção da saúde pública.
Algumas interações notáveis incluem:
Órgãos Governamentais:
1. Ministério da Saúde: Cooperação para desenvolver políticas nacionais de vigilância sanitária
e garantir a implementação eficaz em todo o país.
2. Ministérios Setoriais (Agricultura, Meio Ambiente, Trabalho, etc.): Integração de esforços
para abordar questões que abrangem diferentes setores, como segurança alimentar, controle
ambiental e saúde ocupacional.
3. Agências Reguladoras Setoriais: Colaboração com agências específicas para garantir a
conformidade de produtos e serviços sob sua jurisdição.
4. Órgãos de Controle Sanitário Internacional: Cooperação na implementação de medidas para
controlar a circulação internacional de produtos e prevenir a disseminação de doenças.
Órgãos Não Governamentais:
1. Associações de Consumidores: Participação na fiscalização e defesa dos direitos dos
consumidores em
relação à segurança e qualidade dos produtos.
2. Organizações da Sociedade Civil: Colaboração em campanhas educativas, advocacia e
promoção da transparência nas questões de saúde pública.
3. Instituições Acadêmicas e de Pesquisa: Parcerias para desenvolver evidências científicas,
pesquisas e estudos que embasem as decisões de vigilância sanitária.
4. Entidades Filantrópicas: Participação em programas e iniciativas voltados para a promoção
da saúde e segurança dos produtos.
A colaboração intersetorial entre órgãos governamentais e não governamentais fortalece a
capacidade da Vigilância Sanitária de enfrentar desafios complexos, garantindo uma
abordagem abrangente e efetiva na proteção da saúde da população.
A intersetorialidade fortalece a capacidade da Vigilância Sanitária de abordar questões
complexas e multifacetadas, promovendo uma abordagem mais abrangente e eficaz na
promoção da saúde pública.
Chat GPT
A Vigilância Sanitária desempenha uma função norteadora crucial na avaliação e
gerenciamento de ambientes, produtos e serviços de saúde, considerando aspectos
fundamentais como risco, qualidade, eficácia e segurança. Vamos explorar cada um desses
aspectos:
1. Risco:
- Identificação de Riscos à Saúde: A Vigilância Sanitária identifica potenciais riscos à saúde
associados a ambientes, produtos e serviços de saúde. Isso inclui a análise de processos,
ingredientes, tecnologias e práticas que possam representar ameaças à saúde pública.
- Avaliação de Riscos: Realiza avaliações de risco para determinar a probabilidade e a
gravidade dos efeitos adversos à saúde associados a determinados produtos ou práticas. Essa
avaliação é fundamental para priorizar ações regulatórias e de controle.
2. Qualidade:
- Padrões e Normas de Qualidade: Estabelece padrões e normas de qualidade para
ambientes, produtos e serviços de saúde. Esses padrões são baseados em critérios técnicos e
científicos e visam garantir que o que está sendo oferecido à população atenda a requisitos
mínimos de qualidade.
- Inspeção e Fiscalização: Realiza inspeções e fiscalizações para verificar se os
estabelecimentos e produtos estão em conformidade com os padrões estabelecidos. Isso
abrange desde as condições sanitárias de estabelecimentos até a qualidade de medicamentos
e dispositivos médicos.
3. Eficácia:
- Avaliação de Desempenho: Avalia a eficácia de produtos e serviços de saúde, garantindo
que atendam às expectativas de desempenho e eficácia esperadas.
- Registro e Autorização: Estabelece procedimentos para o registro e a autorização de
produtos, como medicamentos e dispositivos médicos, exigindo evidências científicas de sua
eficácia antes de sua disponibilização no mercado.
4. Segurança:
- Garantia da Segurança do Consumidor: Implementa regulamentações e práticas que visam
garantir a segurança do consumidor em relação a produtos e serviços de saúde. Isso inclui a
prevenção de efeitos adversos e a minimização de riscos à saúde.
- Monitoramento Pós-comercialização: Realiza monitoramento contínuo pós-comercialização
para identificar e avaliar eventos adversos que possam ocorrer após a disponibilização de um
produto ou serviço no mercado, garantindo a rápida tomada de medidas corretivas.
- Proteção da Saúde Pública: Garante que ambientes, produtos e serviços de saúde não
representem ameaças à saúde da população, prevenindo doenças e lesões relacionadas à
exposição a riscos sanitários.
- Promoção da Qualidade e Eficácia: Contribui para a melhoria contínua da qualidade e eficácia
de produtos e serviços de saúde, promovendo a inovação segura e eficaz.
- Regulação Responsável: Desenvolve e implementa regulamentações que equilibram a
necessidade de acesso a produtos e serviços de saúde com a proteção da saúde pública.
- Capacitação e Educação: Fomenta a capacitação e educação de profissionais de saúde, da
indústria e da população em geral, promovendo a compreensão e o cumprimento das normas
sanitárias.
1. Regulação e Normatização:
- Elaboração de Normas e Regulamentos: A Vigilância Sanitária desenvolve normas e
regulamentos técnicos que estabelecem padrões e requisitos a serem seguidos por fabricantes,
prestadores de serviços e distribuidores. Isso abrange desde a produção de medicamentos até
a oferta de serviços de saúde.
2. Registro e Autorização:
- Avaliação Prévia de Produtos e Serviços: Antes de serem comercializados ou oferecidos à
população, produtos como medicamentos, alimentos, dispositivos médicos e serviços de saúde
passam por uma avaliação prévia. Esse processo inclui o registro e a autorização pela Vigilância
Sanitária, garantindo que atendam a critérios de segurança, qualidade e eficácia.
3. Inspeção e Fiscalização:
- Verificação no Ambiente de Produção ou Prestação de Serviços: A Vigilância Sanitária realiza
inspeções regulares nos estabelecimentos que produzem, armazenam ou prestam serviços de
saúde. Isso inclui farmácias, indústrias farmacêuticas, hospitais, laboratórios, entre outros.
4. Monitoramento Pós-comercialização:
- Detecção de Efeitos Adversos e Não Conformidades: Após a comercialização, a Vigilância
Sanitária continua monitorando os produtos e serviços, buscando identificar possíveis efeitos
adversos, reações inesperadas ou não conformidades que possam comprometer a segurança e
a eficácia.
5. Educação e Orientação:
- Capacitação de Profissionais e Empresas: Promove a capacitação de profissionais de saúde,
fabricantes e prestadores de serviços para que compreendam e cumpram as normas sanitárias.
Legislação sanitária:
Em virtude da natureza interventora das ações de vigilância sanitária e da exigência de
observância do princípio da legalidade na atuação do Estado, a legislação é um instrumento
imprescindível: contém os fundamentos jurídicos e técnico-científicos das práticas,
constituindo- se em apoio e legitimação das intervenções. A legislação sanitária de proteção da
saúde contém normas de proteção coletiva e de proteção individual. Normas de amparo à
saúde também constam do Código do Consumidor, dos códigos Civil e Penal, da legislação de
proteção ambiental e trabalhista, da legislação de defesa agropecuária, entre outras.
Registro de produtos:
Os produtos sob vigilância sanitária só podem ser fabricados e comercializados após a
obtenção do registro na ANVISA, sem o qual se comete infração sujeita a penalidades. De
modo geral, diversas categorias de produtos, especialmente aquelas reguladas pela Lei
6.360/1976 e algumas classes de alimentos, estão submetidas à exigência do registro.
Fiscalização sanitária:
A fiscalização sanitária é um dos momentos de concretização do exercício do poder que detém
o Estado para aceitar ou recusar produtos, bens, processos, tecnologias ou serviços sob
controle sanitário e para intervir em situações de risco à saúde. A fiscalização verifica o
cumprimento das normas estabelecidas; é, portanto, o corolário da legislação de proteção da
saúde. Além da verificação dos requisitos legais e técnicos previstos para o exercício da
atividade, a fiscalização, no caso de produtos, visa identificar falhas técnicas no processo de
produção e fraudes que possam alterar as características do produto e modificar os efeitos
benéficos esperados. A fiscalização inclui o produto em si, suas matérias-primas, coadjuvantes
de tecnologias, condições gerais de produção e de conservação, embalagens, rotulagem,
informação e propaganda, armazenagem, transporte, comercialização e uso. Isso porque cada
um desses itens constitui potencial fator de risco para a saúde.
A fiscalização pode se dar por meio de inspeção e/ou de análises laboratoriais ou outras
estratégias. A inspeção sanitária pode ser compreendida como uma prática de observação
sistemática, destinada a examinar as condições sanitárias de estabelecimentos, atividades,
processos, tecnologias, produtos, bens, meios de transporte e ambientes e sua conformidade
com padrões e requisitos de saúde pública que visam proteger a saúde individual e coletiva. A
inspeção, quando bem realizada, constitui importante fonte de informação para a análise da
situação sanitária e o planejamento e para direcionar e priorizar ações, sendo uma tecnologia
relevante para elucidar aspectos críticos em casos que exijam investigação.
O produtor deve informar as reações adversas, acidentes e agravos ocorridos com o uso de
seus medicamentos, conforme determina a Lei 6.360/76; e o Estado deve criar os meios para
colher e analisar os informes provenientes dessas e de outras fontes, sistematizando as
informações que são essenciais para orientar o uso adequado dos medicamentos e para a
tomada de decisão sobre as medidas regulatórias fundamentadas na análise da relação risco-
benefício.
Monitoramento:
Com o significado de acompanhar e avaliar e controlar mediante acompanhamento, por meio
da coleta sistemática de informação, visando alertar quanto à necessidade de intervenção, o
conceito de monitoramento ou monitorização é relevante para a área de vigilância sanitária,
integrando serviços e laboratórios no intuito de identificar risco iminente ou potencial de
agravos e para acompanhar a qualidade de produtos, serviços e ambientes. O monitoramento
é bastante utilizado na área industrial e na rotina dos serviços de abastecimento público de
água para acompanhar a qualidade da água fornecida à população; outra área em que é
bastante aplicado é a ambiental, monitorando a qualidade do ar em ambientes urbanos. No
âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, é aplicado no Programa Nacional de
Monitoramento de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), entre outros.
Devem ser considerados como requisitos básicos: a capacidade legal do agente; a adequação
das condições do ambiente em que se processa a atividade profissional para a prática de ações
que visem à promoção, à proteção e à recuperação da saúde; a existência de instalações,
equipamentos e aparelhagem indispensáveis e condizentes com suas finalidades e em perfeito
estado de funcionamento; os meios de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos
agentes, clientes, pacientes e circunstantes; os métodos ou processos de tratamento dos
pacientes, de acordo com critérios científicos e não vedados por lei e técnicas de utilização dos
equipamentos, e ainda o gerenciamento dos resíduos. Esses elementos gerais podem ser
objeto de normas complementares, emanadas de estados e municípios.