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Saúde Título Aquie
Saúde do Trabalhador
Vigilância Sanitária
Revisão Textual:
Prof.ª Dra. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Vigilância Sanitária
Objetivo
• Compreender as interfaces que envolvem a atuação da Vigilância Sanitária e identificar o
papel dos profissionais da saúde dentro dessas interfaces.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Vigilância Sanitária
Contextualização
Avalie a foto abaixo:
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
Essa foto representa uma cena típica em muitos lugares no Brasil, a comida de rua.
Essa situação é muito comum em algumas regiões do país. Muitas pessoas acabam
comprando alimentos de rua, sem saber exatamente a procedência do alimento, por
serem mais baratos. Qual o risco? Você sabe dizer qual o papel da Vigilância Sanitária
nessa situação?
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Histórico da Vigilância Sanitária no Brasil
O trabalho da Vigilância Sanitária tem início nos países europeus com a chamada “polí-
cia sanitária”, que exercia um papel de combater o charlatanismo e atuar no saneamento das
cidades, fiscalizar as embarcações, os cemitérios e o comércio de alimentos, com objetivo
de evitar a propagação das doenças na comunidade (SOLHA; GALLEGUILLOS, 2014).
Com a chegada da família real portuguesa, o Brasil começou a fazer parte das rotas
comerciais de outros países europeus, intensificando o fluxo de embarcações e de circu-
lação de passageiros e mercadorias. Este fato, exigiu do Brasil uma maior intensificação
do controle sanitário para evitar as doenças epidêmicas. Assim, as atividades sanitárias
se mantiveram com caráter fiscalizador, julgador e punitivo. Cerca de 1810 tem início
o Regimento da Provedoria, que dava forma a uma nova prática, muito parecida com
a “polícia sanitária” aplicada no modelo europeu. É por meio deste tipo de regimento
que a população passava a ser objeto de regulamentação médica e a saúde se torna-
va um problema social. Assim, estabelece normas para o controle sanitário das regi-
ões portuárias, institui quarentena para o controle das moléstias infecciosas, o controle
de alimentos, a inspeção de matadouros, açougues, boticas, drogas e medicamentos
(ROSENFELD et al., 2000).
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UNIDADE
Vigilância Sanitária
Com essa lei, inaugura-se uma nova condição jurídica-formal para a vigilância sanitá-
ria, destacando sua abrangência de atuação ao incluir entre as competências do SUS, a
vigilância de produtos, de serviços, dos ambientes e dos processos de trabalho, por meio
da execução direta ou mediante a participação de outros setores. Ademais, atribui-se à
Vigilância o papel de coordenar a Rede Nacional de Laboratórios para a Qualidade em
Saúde (ROSENFELD et al., 2000).
Vigilância Sanitária
É fundamental que você entenda que o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária
compreende o conjunto de ações que são executadas por instituições da administração
pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Esses exercem atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de
vigilância sanitária (BRASIL,1999). Assim, a Anvisa é considerada uma autarquia que se
caracteriza por independência administrativa, financeira e estabilidade de seus dirigentes
no período de mandato.
Agora, veja como está estruturado o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária na figura
a seguir:
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ANVISA
Coordenação do
SNVS (INCQS)
Esfera
Federal
SNVS
Esfera Esfera
Estadual Municipal
Secretarias Secretarias
Estaduais de Saúde Municipais de Saúde
VISAs Estaduais VISAs Municipais
Assim, temos:
• Em âmbito federal: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – autar-
quia sob regime especial, com independência administrativa, autonomia financeira
e estabilidade de dirigentes. É vinculada ao Ministério da Saúde (MS), com quem
estabelece contrato de gestão e é o órgão que coordena o SNVS e o Instituto Nacio-
nal de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) – unidade vinculada administra-
tivamente à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e tecnicamente à ANVISA, com as
atribuições de executar análises laboratoriais, definir padrões analíticos e coordenar
a rede de laboratórios de saúde pública estaduais;
• Em âmbito estadual: a Vigilância Sanitária das Secretarias de Estado de Saúde
(SESA) e do Distrito Federal (DF) e os Laboratórios Centrais (LACEN);
• Em âmbito municipal: a Vigilância Sanitária das Secretarias Municipais de Saú-
de (SMS).
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UNIDADE
Vigilância Sanitária
Como você pode observar, existe uma estrutura instituída em todo território nacional
com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. As diretrizes para o desen-
volvimento de ações que visam à vigilância em saúde estão baseadas nos princípios
expressos na Constituição Federal, na Constituição de cada Estado e nas Leis Orgânicas
da Saúde, com as seguintes normas:
• O município é o responsável pelos recursos, serviços e ações de saúde; atendimen-
to individual e coletivo adequado à realidade de cada região;
• Deve ser garantida a participação da sociedade por meio de conferências, conse-
lhos, sindicatos e Organizações Não Governamentais (ONG) de saúde;
• Trabalho conjunto entre e dentro das instituições que se relacionam com a área
de saúde;
• Divulgação para garantir o acesso da informação à população;
• Privacidade da enfermidade do cidadão, desde que não afete a saúde pública.
A adequada estruturação da vigilância sanitária é fundamental à operacionalização do
SUS. Nesse sentido, conhecer o papel designado a cada uma das unidades que compõem
o SNVS é fundamental para que você, futuro gestor da assistência pública, tendo conhe-
cimento de onde quer chegar e quais estratégias políticas deverá adotar, possa atuar como
executor e transformador desse projeto de construção de cidadania no espaço social da
saúde (SILVA; COSTA; LUCHESE, 2018).
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» Direção única no âmbito nacional;
» Municipalização dos recursos, serviços e ações de saúde, estabelecendo-se em legis-
lação específica os critérios de repasse de verbas das esferas federal e estadual;
» Integração das ações e serviços, com base na regionalização e hierarquização do
atendimento individual e coletivo, adequado às diversas realidades epidemiológicas;
» Universalização da assistência com igual qualidade e acesso da população urbana
e rural a todos os níveis dos serviços de saúde.
• Participação da sociedade, por meio de:
» Conferências de saúde;
» Conselhos de saúde;
» Representações sindicais;
» Movimentos e organizações não governamentais.
• Articulação intra e interinstitucional, mediante o trabalho integrado e articulado
entre os diversos órgãos que atuam ou se relacionam com a área de saúde;
• Publicidade para garantir o direito à informação, facilitando o acesso por meio de
divulgação ampla e motivação dos atos;
• Privacidade, devendo as ações de vigilância sanitária e epidemiológica preservar
esse direito do cidadão, que só poderá ser sacrificado quando não existir outra ma-
neira de evitar perigo atual ou iminente à saúde pública (BRASIL, 1999).
Na esfera estadual, no Estado de São Paulo, por exemplo, a vigilância sanitária dis-
põe do Sistema Estadual de Vigilância Sanitária (Sevisa). Conforme Decreto Estadual
n.º 44.954, de 6 de junho de 2000, é coordenado pelo Centro de Vigilância Sanitária
(CVS), que é composto por equipes estaduais e municipais de vigilância em todo o Es-
tado e que tem como objetivos do Centro de Vigilância Sanitária são: planejar; coorde-
nar; supervisionar; realizar estudos e propor normas e programas abrangendo quatro
áreas fundamentais:
• Controle de bens de consumo que direta ou indiretamente se relacionam à saúde,
envolvendo todas as etapas e processos de produção até o consumo final;
• Controle dirigido à prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente
à saúde, abrangendo entre outros, a prestação de serviços;
• Controle dirigido às ações de saneamento do meio;
• Controle específico sobre o ambiente e processo de trabalho.
Para você ter uma ideia melhor de como o Sevisa se articula com outros órgãos, toma-
mos como exemplo o Sevisa do estado de São Paulo. Na condição de subsistema do SUS,
articula-se com as áreas afins da Secretaria de Estado da Saúde e com outros órgãos e ins-
tituições, governamentais ou não, com o objetivo de promover a saúde e prevenir riscos
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UNIDADE
Vigilância Sanitária
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Compõe os programas voltados para o meio ambiente:
• o meio natural, correspondente à a ́gua, solo, ar e atmosfera. Interessam ao controle
sanitário as tecnologias utilizadas na construcão de sistemas de abastecimento de
água potável para o consumo humano, na proteção de mananciais, no controle da
poluicão do ar, na protecão do solo, no controle dos sistemas de esgoto sanitário
e dos resíduos sólidos, entre outros, visando à protecã̧ o dos recursos humanos e à
garantia do equilíbrio ecológico e consequentemente da saúde humana;
• o meio construído, referentes às edificações e formas de uso e parcelamento do
solo. Aqui o controle sanitário é exercido sobre as tecnologias na construção das
edificações humanas (casas, edifícios, indústrias, estabelecimentos comerciais) e a
forma de parcelamento do solo no ambiente urbano e rural; sobre os meios de loco-
moção e toda a infraestrutura urbana e de serviços, sobre o ruído urbano e outros
fatores, no sentido de prevenir acidentes, danos individuais e coletivos e proteger o
meio ambiente;
• o ambiente de trabalho, relativo às condições dos locais de trabalho, geralmente re-
sultantes de modelos de processos produtivos de alto risco ao ser humano. O contro-
le sanitário se dirige a esse ambiente, onde frequentemente encontram-se cidadãos
que são obrigados a dedicar grande parte de seu tempo ao trabalho em condicões
desagradáveis, em ambientes fechados e insalubres, em processos repetitivos, com-
petitivos e sob pressão, o que altera e põe em risco a saúde física e psicológica e a
vida dos indivíduos e da comunidade.
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UNIDADE
Vigilância Sanitária
Figura 3
Fonte: Getty Images
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Vigilância em Saúde Ambiental
A preocupação com o meio ambiente data de 1972 com a Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente Humano, na qual os problemas ambientais tornaram-se
um dos assuntos mais importantes no âmbito internacional. O resultado foi a Declara-
ção de Estocolmo, que refletiu no conjunto das preocupações e concepções ambientais
voltadas ao aumento do conhecimento do meio ambiente, a melhoria da sua qualidade
e sua preservação (SOLHA; GALLEGUILLOS, 2014).
Figura 4
Fonte: Adaptada de Freepik
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UNIDADE
Vigilância Sanitária
Figura 5
Fonte: Freepik
Assista o filme “Tempos Modernos” de Charles Chaplin. Ele mostra de forma divertida a
influência do trabalho na saúde do trabalhador e provoca muitas reflexões sobre como o
mundo do trabalho tem impactado em nossas vidas.
Disponível em: https://youtu.be/fCkFjlR7-JQ
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA
https://youtu.be/2-VLsWhkyAg
Sala de Convidados – Saúde e Vigilância Sanitária na Agenda do Densenvolvimento
https://youtu.be/tVqrfpdwz14
Viva Mais SUS – Saúde do Trabalhador (Completo)
https://youtu.be/MarlHqr4Nd0
Ações de vigilância em saúde do trabalhador
https://youtu.be/lBet_Z_NYbk
Vigilância em Saúde Ambiental: indicador 5 – PQAVS
https://youtu.be/L-KinRh8GGw
Leitura
Cartilha de Vigilância Sanitária
https://bit.ly/3vLZSXJ
Vigilância Sanitária
https://bit.ly/3vPVJCa
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Vigilância Sanitária
Referências
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Lei Orgânica da Saúde. Dispõe
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização
e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, set.
1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm>. Acesso
em: 01/04/2021.
________. Lei n.º 9.782/99, define o sistema nacional de vigilância sanitária, cria a Agên-
cia Nacional de Vigilância Sanitária e dá outras providências. Diário Oficial da União.
Brasília, DF, 26 jan. 1999. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/
lei/1999/lei-9782-26-janeiro-1999-344896-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em:
01/04/2021.
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