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Lei nº 8.

080,
de 19 de setembro de 1990

Enfª. Profª. Drª. Laura F.Cortes


Saúde
como
direito de
cidadania
Redemocratização: destaque do movimentos sociais que exigiam um
novo modelo de atenção à saúde
Um dos grandes momentos: consenso Criação do SUDS (Sistema
Descentralizado de Saúde) que se transformaria no SUS;
O legado mais precioso da VIII Conferência foi a consolidação da ideia
da Reforma Sanitária- que volta à agenda na Constituinte (1987/88)
Dispõe sobre
Promoção
As condições Proteção
para Recuperação

isolada ou conjuntamente
Regula, em todo o território em caráter permanente
nacional, as ações e serviços de ou eventual
saúde, executados por pessoas naturais
ou jurídicas de direito
Público ou privado.
Lei 8.080/90 Disposições Gerais
é um DIREITO fundamental do ser humano DEVENDO o
Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
exercício.

Formular e executar políticas


Dever do econômicas e sociais que visem O dever do Estado
 à redução de riscos e de NÃO exclui o dever
Estado das pessoas, da
outros agravos
consiste família, das
e no estabelecimento de condições empresas e da
que assegurem acesso  UNIVERSAL sociedade
e IGUALITÁRIO às ações e aos
serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação.
Lei 8.080/90 Disposições Gerais
Art.3º Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País
A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes:

1) Alimentação
2) a moradia
3) o saneamento básico
4) o meio ambiente
5) o trabalho
6) a renda
7) a educação
8) Transporte
9) Lazer
10) acesso aos bens e serviços essenciais
Do Sistema Único De Saúde
Disposição Preliminar
Conjunto de ações e serviços de
saúde, prestados por órgãos e
instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da
Administração direta e indireta e
das fundações mantidas pelo Poder
Público.
Instituições
públicas federais,
estaduais e
municipais de
controle de
qualidade,
pesquisa e
produção de
insumos,
medicamentos,
inclusive de
sangue e
hemoderivados, e
de equipamentos
para saúde.
A iniciativa
privada
PODERÁ
participar do
Sistema Único
de Saúde -
SUS, em
caráter
complementar.
Dos objetivos e atribuições
Art. 5º
dos fatores
1) IDENTIFICAÇÃO E DIVULGAÇÃO condicionantes e
determinantes da saúde
à redução de riscos e de outros
2) Formulação de política de saúde agravos e condições que assegurem
destinada a promover, nos campos acesso UNIVERSAL e IGUALITÁRIO
econômico e às ações e aos serviços para a sua
social promoção, proteção e recuperação.

Realização integrada
3) a assistência às pessoas por
intermédio de ações de promoção,
proteção e Assistência Prevenção
recuperação da saúde
Art. 6º Campos de Atuação
1) a execução de ações de: conjunto de ações capaz de eliminar,
diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir
Vigilância nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e
Sanitária da prestação de serviços de interesse da
saúde,
abrangendo:

I - o controle de bens de consumo que, direta ou


indiretamente, se relacionem com a saúde,
compreendidas todas as etapas e processos, da produção
ao consumo;

II - o controle da prestação de serviços que se relacionam


direta ou indiretamente com
a saúde.
Art. 6º Campos de Atuação
1) a execução de ações de:

conjunto de ações que proporcionam:


o conhecimento
a detecção
prevenção
Vigilância
Epidemiológica de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde
individual ou coletiva

com a finalidade de recomendar


e adotar as medidas de prevenção e controle
das doenças ou agravos.

Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;


Art. 6º Campos de Atuação
1) assistência ao trabalhador vítima de acidentes de
1) a execução de ações de:
trabalho ou portador de doença do trabalho;
Participação no âmbito de competência do SUS:
2) em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos
Saúde do trabalhador riscos e agravos potenciais à saúde;
3) normatização, fiscalização e controle das
conjunto de atividades que condições de produção, extração, armazenamento,
se destina, através das transporte, distribuição e manuseio de substâncias,
de produtos, de máquinas e de equipamentos que
ações de vigilância
apresentam riscos à saúde do trabalhador;
epidemiológica e vigilância
4) avaliação do impacto que as tecnologias provocam
sanitária, à promoção e
à saúde;
proteção da saúde dos 5) informação ao trabalhador e a sua entidade
trabalhadores, assim como sindical e às empresas sobre os riscos de
visa à recuperação e acidentes de trabalho, doença profissional e do
reabilitação da saúde dos trabalho, bem como os resultados de fiscalizações,
trabalhadores submetidos avaliações ambientais e exames de saúde, de
aos riscos e agravos admissão, periódicos e de demissão, respeitados os
advindos das condições preceitos da ética profissional;
de trabalho, abrangendo:
Art. 6º Campos de Atuação

1) a execução de ações de:

6) participação na normatização, fiscalização e


controle dos serviços de saúde do
Saúde do trabalhador trabalhador nas instituições e empresas públicas
e privadas;
7) revisão periódica da listagem oficial de
doenças originadas no processo de
trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração
das entidades sindicais; e
8) a garantia ao sindicato dos trabalhadores de
requerer ao órgão competente a
interdição de máquina, de setor de serviço
ou de todo ambiente de trabalho, quando
houver exposição a risco iminente para a vida ou
saúde dos trabalhadores.
Art. 6º Campos de Atuação
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento
básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e
outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a
saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e
tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
Princípios do SUS
Princípios do SUS
DIRETRIZES
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados
pelo Sistema Único de Saúde - SUS, seja
diretamente ou mediante participação
complementar da iniciativa privada, serão
organizados de forma regionalizada e
hierarquizada em níveis de complexidade
crescente.
Da organização, da direção e da
gestão
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados
pelo Sistema Único de Saúde - SUS, seja
diretamente ou mediante participação
complementar da iniciativa privada, serão
organizados de forma regionalizada e
hierarquizada em níveis de complexidade
crescente.
Da organização, da direção e da
gestão
A direção do SUS é única, de acordo com o inciso I
do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em
cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:

União  Ministério da Saúde


Estados e DF  Secretaria de Saúde

Municípios  Secretaria de Saúde


Da organização, da direção e da
gestão
Art. 10. Municípios  consórcios  para desenvolver em
conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes
correspondam.  viabilização $$
Atenção Primária e Vigilância Sanitária NÃO

§ 2º No nível municipal, o SUS,


poderá organizar-se em distritos de
forma a integrar e articular recursos, Territorialização
técnicas e práticas voltadas para a
cobertura total das ações de saúde.
Da organização, da direção e da gestão
Art. 12. Comissões Intersetoriais Conselho
Nacional de Saúde  Ministérios e órgãos
competentes e por entidades representativas
da sociedade civil.
Comissões intersetoriais  articular políticas e programas de interesse
para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no
âmbito do SUS.
I - alimentação e nutrição;
II - saneamento e meio ambiente;
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - recursos humanos;
V - ciência e tecnologia; VI - saúde do trabalhador.
Da organização, da direção e da
gestão
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de
integração entre os serviços de saúde e as instituições
de ensino profissional e superior  CIES

Finalidade  propor prioridades, métodos e estratégias


1) para a formação e educação continuada dos recursos
humanos do SUS
2) pesquisa e à cooperação técnica entre essas
instituições.
Da organização, da direção e da
gestão
Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite
O que são: foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos
aspectos operacionais do SUS.

Objetivos
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da
gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política
consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde;
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a
respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente
no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos
entes federados;
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração
de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à
integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados.
Da organização, da direção e da gestão
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos
como entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar
de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante
função social, na forma do regulamento.
§ 1º O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União
por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas
despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União.
§ 2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são
reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito
estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados
institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos.
CAP. V DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE
INDÍGENA
 Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o
atendimento das populações indígenas  obedecerão ao
disposto nesta Lei.
 SASI  componente do SUS  com o qual funcionará em perfeita
integração.

$$ Financiamento do SASI  Caberá à União, com seus


recursos próprios
A articulação do Subsistema com os órgãos responsáveis
pela Política Indígena do País será realizada pelo SUS.
Os Estados, Municípios, outras instituições
governamentais e nãogovernamentais  poderão atuar
complementarmente no custeio e execução das ações.
CAP. V DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE
INDÍGENA
Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade
local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o
modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se
deve pautar por uma abordagem diferenciada e global,
contemplando os aspectos de assistência:
à saúde;
saneamento básico;
nutrição;
habitação;
meio ambiente;
demarcação de terras;
educação sanitária;
integração institucional.
CAP. V DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À
SAÚDE INDÍGENA
Art. 19-G. O SASI deverá ser, como o SUS,
descentralizado, hierarquizado e regionalizado.
Base  Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
SUS  servirá de retaguarda e referência ao
SASI
As populações indígenas devem ter acesso
garantido ao SUS de acordo com suas
necessidades.
CNS e Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde
CAP. VI
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO
DOMICILIAR

O atendimento
domiciliar
A Internação
São estabelecidos no âmbito do SUS Domiciliar

Procedimentos: serão realizados por equipes


Médicos multidisciplinares que atuarão nos níveis
De enfermagem da medicina preventiva, terapêutica e
Fisioterapêuticos reabilitadora.
Psicológicos
Assistência social § 3º O atendimento e a internação domiciliares só
... poderão ser realizados por indicação médica, com
expressa concordância do paciente e de sua família.
CAPÍTULO VII
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O
TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO

Art. 19-J. Os serviços do SUS, da rede própria ou


conveniada, ficam obrigados a permitir a presença,
junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante
durante todo o período de trabalho de parto,
parto e pós-parto imediato.
hospitais de todo o País obrigados a manter, em local indicado pela parturiente
visível de suas dependências, aviso informando
CAP VIII
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO
DE TECNOLOGIA EM SAÚDE

1) dispensação de medicamentos e produtos


de interesse para a saúde cuja prescrição
Assistência terapêutica esteja em conformidade com as diretrizes
integral terapêuticas definidas em protocolo clínico
para a doença ou o agravo à saúde a ser
tratado ou, na falta do protocolo

2) Oferta de procedimentos terapêuticos, em


regime domiciliar, ambulatorial e
hospitalar, constantes de tabelas elaboradas
pelo gestor federal do SUS , realizados no
território nacional por serviço próprio,
conveniado ou contratado.
CAP VIII
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO
DE TECNOLOGIA EM SAÚDE
Definições
1) Produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas
coletoras e equipamentos médicos;

2) Protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que


estabelece critérios para:

-diagnóstico da doença ou do agravo à saúde;


-tratamento preconizado, com os medicamentos e
demais produtos apropriados, quando couber;
-as posologias recomendadas;
-os mecanismos de controle clínico;
- acompanhamento e verificação dos resultados terapêuticos, a
serem seguidos pelos gestores do SUS.
CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO
DE TECNOLOGIA EM SAÚDE

Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes


terapêuticas deverão estabelecer os medicamentos
ou produtos necessários nas diferentes fases
evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que
tratam.
Indicados em casos de:
perda de eficácia e de surgimento de intolerância ou reação adversa
relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de
primeira escolha.

os medicamentos ou produtos serão aqueles avaliados


quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e
custoefetividade para as diferentes fases evolutivas
da doença ou do agravo à saúde de que trata o
protocolo.
CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO
DE TECNOLOGIA EM SAÚDE
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a
dispensação será realizada:
I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor
federal do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta
Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na
Comissão Intergestores Tripartite;
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma
suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas
pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo
fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite;
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base
nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores
municipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será
pactuada no Conselho Municipal de Saúde.
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a
alteração pelo SUS de novos medicamentos,
produtos e procedimentos, bem como a
constituição ou a alteração de protocolo
clínico ou de diretriz terapêutica, são
atribuições do Ministério da Saúde,
assessorado pela Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS.

participação de 1 (um) representante


indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e
de 1 (um) representante, especialista na
área,
indicado pelo Conselho Federal de Medicina.
• Relatório da Comissão Nacional de Incorporação
de Tecnologias no SUS, levará em consideração,
necessariamente:
Eficácia
1) as evidências científicas sobre... Acurácia
Efetividade
segurança

O medicamento, produto ou procedimento objeto do


processo, acatadas pelo órgão competente para o registro ou
a autorização de uso.
A avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos
custos em relação às tecnologias já incorporadas.
CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO
DE TECNOLOGIA EM SAÚDE
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de
gestão do SUS:
1) o pagamento, o ressarcimento ou o
reembolso de medicamento, produto e
procedimento clínico ou cirúrgico experimental,
ou de uso não autorizado pela ANVISA;
2) a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou
o reembolso de medicamento e produto,
nacional ou importado, sem registro na Anvisa.
Atividade – CAP III
1. Conforme a Lei 8080/90, a assistência à saúde é LIVRE à iniciativa privada.
Explique como isso pode acontecer.

2. Quando e como poderá ocorrer a complementação dos serviços pela iniciativa


privada?

3. Quais são os requisitos para ocupar cargos de chefia e coordenação no SUS?

4. Que outras fontes de recursos podem financiar o SUS?

5. Explique o que são os fundos de Saúde e como acontece o repasse de recursos


nas três esferas de governo.

6. Quais os critérios para o estabelecimento de valores a serem transferidos a


Estados, Distrito Federal e Municípios?

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