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DIRETORIA DE PRODUÇÃO EDUCACIONAL


PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIVERSOS

FICHA TÉCNICA DO MATERIAL


GRANCURSOSONLINE.COM.BR

CÓDIGO:
2312023341

TIPO DE MATERIAL:
Gran Vade Mecum

NOME DO ÓRGÃO:
Secretaria de Saúde do DF
SES/DF

CARGO:
Conhecimentos Específicos
Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

MODELO/BANCA:
FUNATEC

EDITAL:
Pós-Edital

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
1/2023
SUMÁRIO

Legislação Ambiental em Saúde


Lei n. 8.080, de 19 de Setembro de 1990..............................................4
Lei n. 8.142, de 28 de Dezembro de 1990............................................ 39
Lei n. 9.795, de 27 de Abril de 1999................................................... 42
Decreto n. 7.508, de 28 de Junho de 2011........................................... 50
Lei n. 12.305, De 2 de Agosto de 2010................................................ 63
Resolução Conama n. 452 de 2012..................................................... 99
Decreto n. 5.360 de 31 de Janeiro de 2005........................................ 118
Decreto n. 5.472, de 20 de Junho de 2005......................................... 155
Instrução Normativa n. 01, de 2005.................................................. 209
Portaria n. 2.914, de 12 de Dezembro de 2011................................... 210
Lei n. 5.237, de 16 de Dezembro de 2013.......................................... 236
Resolução n. 491, de 19 de Novembro de 2018.................................. 244
Decreto n. 19988, de 30 de Dezembro de 1998.................................. 251
Código de Saúde do Distrito Federal
Lei n. 5.321, de 6 de Março de 2014................................................. 266
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

LEI N. 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação


da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspon-
dentes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços


de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Es-


tado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e exe-
cução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de do-
enças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação.
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas
e da sociedade.
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre
outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e ser-
viços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização
social e econômica do País.

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Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica


do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho,
a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos
bens e serviços essenciais. (Redação dada pela Lei n. 12.864, de 2013)
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força
do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletivi-
dade condições de bem-estar físico, mental e social.

TÍTULO II
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e


instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta
e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema
Único de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas fede-
rais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de
insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipa-
mentos para saúde.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde
(SUS), em caráter complementar.

CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES

Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:


I – a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinan-
tes da saúde;

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II – a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos


econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
III – a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, pro-
teção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assisten-
ciais e das atividades preventivas.
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de
Saúde (SUS):
I – a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II – a participação na formulação da política e na execução de ações de
saneamento básico;
III – a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V – a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho;
VI – a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobio-
lógicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua
produção;
VII – o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de
interesse para a saúde;
VIII – a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para con-
sumo humano;
IX – a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte,
guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
X – o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico
e tecnológico;
XI – a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.

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§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de


eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sani-
tários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da
prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se rela-
cionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produ-
ção ao consumo; e
II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indi-
retamente com a saúde.
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que
proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mu-
dança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
e controle das doenças ou agravos.
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto
de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim
como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores subme-
tidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:
I – assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador
de doença profissional e do trabalho;
II – participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde
(SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos po-
tenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
III – participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde
(SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção,
extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substân-
cias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à
saúde do trabalhador;
IV – avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;

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V – informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às


empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do
trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e
exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os
preceitos da ética profissional;
VI – participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de
saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;
VII – revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo
de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
VIII – a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão
competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente
de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde
dos trabalhadores.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados con-


tratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são
desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constitui-
ção Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I – universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de
assistência;
II – integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos,
exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III – preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade
física e moral;
IV – igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de
qualquer espécie;
V – direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;

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VI – divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde


e a sua utilização pelo usuário;
VII – utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a
alocação de recursos e a orientação programática;
VIII – participação da comunidade;
IX – descentralização político-administrativa, com direção única em cada
esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X – integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e
saneamento básico;
XI – conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e huma-
nos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação
de serviços de assistência à saúde da população;
XII – capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assis-
tência; e
XIII – organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de
meios para fins idênticos.
XIV – organização de atendimento público específico e especializado para
mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre ou-
tros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas repa-
radoras, em conformidade com a Lei n. 12.845, de 1º de agosto de 2013.
(Redação dada pela Lei n. 13.427, de 2017)

CAPÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO, DA DIREÇÃO E DA GESTÃO

Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de


Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da
iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada
em níveis de complexidade crescente.

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Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo


com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada
esfera de governo pelos seguintes órgãos:
I – no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II – no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria
de Saúde ou órgão equivalente; e
III – no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou
órgão equivalente.
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em
conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio
da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua ob-
servância.
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organi-
zar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práti-
cas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
Art. 11. (Vetado).
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subor-
dinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos
competentes e por entidades representativas da sociedade civil.
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular
políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas
não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões
intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
I – alimentação e nutrição;
II – saneamento e meio ambiente;
III – vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV – recursos humanos;
V – ciência e tecnologia; e

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VI – saúde do trabalhador.
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre
os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior.
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor
prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada
dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera corres-
pondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre
essas instituições.
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reco-
nhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos
aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei n.
12.466, de 2011).
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripar-
tite terá por objetivo: (Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011).
I – decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da
gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política
consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde;
(Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011).
II – definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a res-
peito da organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente
no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços
dos entes federados; (Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011).
III – fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integra-
ção de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vincu-
lados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados.
(Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011).
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reco-
nhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e municipais
para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública

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e de relevante função social, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei n.


12.466, de 2011).
§ 1º O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da
União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas
despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União. (In-
cluído pela Lei n. 12.466, de 2011).
§ 2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são re-
conhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito
estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados
institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos.
(Incluído pela Lei n. 12.466, de 2011).

CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES

Seção I
Das Atribuições Comuns

Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão,


em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:
I – definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fis-
calização das ações e serviços de saúde;
II – administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados,
em cada ano, à saúde;
III – acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da popu-
lação e das condições ambientais;
IV – organização e coordenação do sistema de informação de saúde;
V – elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qua-
lidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde;
VI – elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qua-
lidade para promoção da saúde do trabalhador;

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VII – participação de formulação da política e da execução das ações de


saneamento básico e colaboração na proteção e recuperação do meio am-
biente;
VIII – elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
IX – participação na formulação e na execução da política de formação e
desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;
X – elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde
(SUS), de conformidade com o plano de saúde;
XI – elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados
de saúde, tendo em vista a sua relevância pública;
XII – realização de operações externas de natureza financeira de interesse
da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
XIII – para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitó-
rias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou
de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa
correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais
como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização; (Vide ADIN 3454)
XIV – implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Deri-
vados;
XV – propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacio-
nais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente;
XVI – elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recu-
peração da saúde;
XVII – promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício
profissional e outras entidades representativas da sociedade civil para a defi-
nição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de saúde;
XVIII – promover a articulação da política e dos planos de saúde;
XIX – realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
XX – definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização ineren-
tes ao poder de polícia sanitária;

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XXI – fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e


de atendimento emergencial.

Seção II
Da Competência

Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete:


I – formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;
II – participar na formulação e na implementação das políticas:
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
III – definir e coordenar os sistemas:
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
c) de vigilância epidemiológica; e
d) vigilância sanitária;
IV – participar da definição de normas e mecanismos de controle, com ór-
gão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham
repercussão na saúde humana;
V – participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle
das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde
do trabalhador;
VI – coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemio-
lógica;
VII – estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, ae-
roportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Estados,
Distrito Federal e Municípios;
VIII – estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da quali-
dade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano;

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IX – promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do


exercício profissional, bem como com entidades representativas de formação
de recursos humanos na área de saúde;
X – formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política
nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação
com os demais órgãos governamentais;
XI – identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional
para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde;
XII – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de inte-
resse para a saúde;
XIII – prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Fe-
deral e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
XIV – elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de
Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde;
XV – promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os
Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de abrangência
estadual e municipal;
XVI – normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de San-
gue, Componentes e Derivados;
XVII – acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde,
respeitadas as competências estaduais e municipais;
XVIII – elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS,
em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal;
XIX – estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avalia-
ção técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional em cooperação
técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. (Vide Decreto n. 1.651,
de 1995)
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológi-
ca e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inu-

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sitados à saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Siste-


ma Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional.
§ 1º A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitá-
ria em circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à
saúde, que possam escapar do controle da direção estadual do Sistema Único
de Saúde (SUS) ou que representem risco de disseminação nacional. (Renu-
merado do parágrafo único pela Lei n. 14.141, de 2021)
§ 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem emergência em saú-
de pública, poderá ser adotado procedimento simplificado para a remessa de
patrimônio genético ao exterior, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei
n. 14.141, de 2021)
§ 3º Os benefícios resultantes da exploração econômica de produto acaba-
do ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético de que
trata o § 2º deste artigo serão repartidos nos termos da Lei n. 13.123, de 20
de maio de 2015. (Incluído pela Lei n. 14.141, de 2021)
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
I – promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das
ações de saúde;.
II – acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema
Único de Saúde (SUS);
III – prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supleti-
vamente ações e serviços de saúde;
IV – coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador;
V – participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio
ambiente que tenham repercussão na saúde humana;

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VI – participar da formulação da política e da execução de ações de sane-


amento básico;
VII – participar das ações de controle e avaliação das condições e dos am-
bientes de trabalho;
VIII – em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a
política de insumos e equipamentos para a saúde;
IX – identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir siste-
mas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional;
X – coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocen-
tros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa;
XI – estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e ava-
liação das ações e serviços de saúde;
XII – formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar,
de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de
consumo humano;
XIII – colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos,
aeroportos e fronteiras;
XIV – o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de
morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada.
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:
I – planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde
e gerir e executar os serviços públicos de saúde;
II – participar do planejamento, programação e organização da rede re-
gionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação
com sua direção estadual;
III – participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às
condições e aos ambientes de trabalho;
IV – executar serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;

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c) de alimentação e nutrição;
d) de saneamento básico; e
e) de saúde do trabalhador;
V – dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipa-
mentos para a saúde;
VI – colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que te-
nham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos munici-
pais, estaduais e federais competentes, para controlá-las;
VII – formar consórcios administrativos intermunicipais;
VIII – gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
IX – colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitá-
ria de portos, aeroportos e fronteiras;
X – observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e con-
vênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem como
controlar e avaliar sua execução;
XI – controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;
XII – normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saú-
de no seu âmbito de atuação.
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Es-
tados e aos Municípios.

CAPÍTULO V
DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA
(Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999)

Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das


populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individual-
mente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999)
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena,
componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei,

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e pela Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual funcionará em


perfeita integração. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999)
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Sub-
sistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999)
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por
esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País. (Incluído
pela Lei n. 9.836, de 1999)
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e
não governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e execu-
ção das ações. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999)
§ 1º A União instituirá mecanismo de financiamento específico para os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sempre que houver necessidade
de atenção secundária e terciária fora dos territórios indígenas. (Incluído pela
Lei n. 14.021, de 2020)
§ 2º Em situações emergenciais e de calamidade pública: (Incluído pela
Lei n. 14.021, de 2020)
I – a União deverá assegurar aporte adicional de recursos não previstos nos
planos de saúde dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) ao Sub-
sistema de Atenção à Saúde Indígena; (Incluído pela Lei n. 14.021, de 2020)
II – deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas nos planos emer-
genciais para atendimento dos pacientes graves das Secretarias Municipais e
Estaduais de Saúde, explicitados os fluxos e as referências para o atendimen-
to em tempo oportuno. (Incluído pela Lei n. 14.021, de 2020)
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a reali-
dade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a
ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por uma
abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assistência à
saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, demarcação
de terras, educação sanitária e integração institucional. (Incluído pela Lei n.
9.836, de 1999)

19
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como


o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado. (Incluído pela Lei n.
9.836, de 1999)
§ 1º O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os
Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999)
§ 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer o registro e a no-
tificação da declaração de raça ou cor, garantindo a identificação de todos
os indígenas atendidos nos sistemas públicos de saúde. (Incluído pela Lei n.
14.021, de 2020)
§ 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de informação da rede do SUS
com os dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei
n. 14.021, de 2020)
§ 2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção
à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e or-
ganização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, para
propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os níveis, sem
discriminações. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999)
§ 3º As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em
âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas neces-
sidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à saúde.
(Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999)
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organis-
mos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de
saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e
Municipais de Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei n. 9.836, de 1999)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

CAPÍTULO VI
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR
(Incluído pela Lei n. 10.424, de 2002)

Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendi-


mento domiciliar e a internação domiciliar. (Incluído pela Lei n. 10.424, de 2002)
§ 1º Na modalidade de assistência de atendimento e internação domicilia-
res incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem,
fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros necessá-
rios ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído pela Lei n.
10.424, de 2002)
§ 2º O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equi-
pes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, tera-
pêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei n. 10.424, de 2002)
§ 3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados
por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de sua famí-
lia. (Incluído pela Lei n. 10.424, de 2002)

CAPÍTULO VII
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO
DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
(Incluído pela Lei n. 11.108, de 2005)

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da


rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à
parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de
parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei n. 11.108, de 2005)
§ 1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela
parturiente. (Incluído pela Lei n. 11.108, de 2005)

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

§ 2º As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que


trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão
competente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei n. 11.108, de 2005)
§ 3º Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em local visível
de suas dependências, aviso informando sobre o direito estabelecido no caput
deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.895, de 2013)
Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.108, de 2005)

CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO
DE TECNOLOGIA EM SAÚDE”
(Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)

Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea d do


inciso I do art. 6º consiste em: (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
I – dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde,
cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas defini-
das em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou,
na falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art. 19-P; (Inclu-
ído pela Lei n. 12.401, de 2011)
II – oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambu-
latorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do
Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no território nacional por serviço
próprio, conveniado ou contratado.
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas as se-
guintes definições: (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
I – produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas coletoras
e equipamentos médicos; (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
II – protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabelece
critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento
preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando

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couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o


acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem segui-
dos pelos gestores do SUS. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deverão es-
tabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas diferentes fases evo-
lutivas da doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles
indicados em casos de perda de eficácia e de surgimento de intolerância ou
reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou proce-
dimento de primeira escolha. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou produtos de que
trata o caput deste artigo serão aqueles avaliados quanto à sua eficácia, se-
gurança, efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas
da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. (Incluído pela Lei
n. 12.401, de 2011)
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a dis-
pensação será realizada: (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
I – com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal
do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabi-
lidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite;
(Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
II – no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar,
com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais
do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão
Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
III – no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas
relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a
responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de
Saúde. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos
medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou a

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alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do


Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
§ 1º A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja
composição e regimento são definidos em regulamento, contará com a parti-
cipação de 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e
de 1 (um) representante, especialista na área, indicado pelo Conselho Federal
de Medicina. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
§ 2º O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
SUS levará em consideração, necessariamente: (Incluído pela Lei n. 12.401,
de 2011)
I – as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e
a segurança do medicamento, produto ou procedimento objeto do processo,
acatadas pelo órgão competente para o registro ou a autorização de uso; (In-
cluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
II – a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em
relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que se refere aos atendi-
mentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluído pela
Lei n. 12.401, de 2011)
§ 3º As metodologias empregadas na avaliação econômica a que se refere
o inciso II do § 2º deste artigo serão dispostas em regulamento e amplamen-
te divulgadas, inclusive em relação aos indicadores e parâmetros de custo-e-
fetividade utilizados em combinação com outros critérios. (Incluído pela Lei
n. 14.313, de 2022)
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se refere o art.
19-Q serão efetuadas mediante a instauração de processo administrativo, a
ser concluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, contado
da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação por 90
(noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem. (Incluído pela
Lei n. 12.401, de 2011)

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§ 1º O processo de que trata o caput deste artigo observará, no que cou-


ber, o disposto na Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as seguintes de-
terminações especiais: (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
I – apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, das
amostras de produtos, na forma do regulamento, com informações necessá-
rias para o atendimento do disposto no § 2º do art. 19-Q; (Incluído pela Lei
n. 12.401, de 2011)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
III – realização de consulta pública que inclua a divulgação do parecer
emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS; (In-
cluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
IV – realização de audiência pública, antes da tomada de decisão, se a re-
levância da matéria justificar o evento. (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
V – distribuição aleatória, respeitadas a especialização e a competência téc-
nica requeridas para a análise da matéria; (Incluído pela Lei n. 14.313, de 2022)
VI – publicidade dos atos processuais. (Incluído pela Lei n. 14.313, de
2022)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.401, de 2011)
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS: (Incluído
pela Lei n. 12.401, de 2011)
I – o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, pro-
duto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não autori-
zado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela
Lei n. 12.401, de 2011)
II – a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de me-
dicamento e produto, nacional ou importado, sem registro na Anvisa. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.401, de 2011)
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo: (Incluído pela Lei
n. 14.313, de 2022)

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I – medicamento e produto em que a indicação de uso seja distinta daque-


la aprovada no registro na Anvisa, desde que seu uso tenha sido recomenda-
do pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único
de Saúde (Conitec), demonstradas as evidências científicas sobre a eficácia,
a acurácia, a efetividade e a segurança, e esteja padronizado em protocolo
estabelecido pelo Ministério da Saúde; (Incluído pela Lei n. 14.313, de 2022)
II – medicamento e produto recomendados pela Conitec e adquiridos por
intermédio de organismos multilaterais internacionais, para uso em progra-
mas de saúde pública do Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas,
nos termos do § 5º do art. 8º da Lei n. 9.782, de 26 de janeiro de 1999. (In-
cluído pela Lei n. 14.313, de 2022)
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de medica-
mentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimentos de que trata
este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído
pela Lei n. 12.401, de 2011)

TÍTULO III
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE

CAPÍTULO I
DO FUNCIONAMENTO

Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela


atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilita-
dos, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção e recu-
peração da saúde.
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão
observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do
Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento.

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Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de


capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doações de
organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de
entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.
§ 1º Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção
nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se a seu controle as
atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firmados.
§ 2º Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos,
sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus emprega-
dos e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social.
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle,
de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes
casos: (Redação dada pela Lei n. 13.097, de 2015)
I – doações de organismos internacionais vinculados à Organização das
Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e em-
préstimos; (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
II – pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar:
(Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica,
clínica geral e clínica especializada; e (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluído pela Lei n.
13.097, de 2015)
III – serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas,
para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus
para a seguridade social; e (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
IV – demais casos previstos em legislação específica. (Incluído pela Lei n.
13.097, de 2015)

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CAPÍTULO II
DA PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR

Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garan-


tir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema
Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa
privada.
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será
formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as nor-
mas de direito público.
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem
fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâ-
metros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do
Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de Saúde.
§ 1º Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento
da remuneração aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de
Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo econômico-finan-
ceiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados.
§ 2º Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e ad-
ministrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS),
mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.
§ 3º (Vetado).
§ 4º Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou ser-
viços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no
Sistema Único de Saúde (SUS).

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ÍTULO III-A
DA TELESSAÚDE
(Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)

Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de serviços relacio-


nados a todas as profissões da área da saúde regulamentadas pelos órgãos
competentes do Poder Executivo federal e obedecerá aos seguintes princí-
pios: (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
I – autonomia do profissional de saúde; (Incluído pela Lei n. 14.510, de
2022)
II – consentimento livre e informado do paciente;
III – direito de recusa ao atendimento na modalidade telessaúde, com a
garantia do atendimento presencial sempre que solicitado; (Incluído pela Lei
n. 14.510, de 2022)
IV – dignidade e valorização do profissional de saúde; (Incluído pela Lei n.
14.510, de 2022)
V – assistência segura e com qualidade ao paciente; (Incluído pela Lei n.
14.510, de 2022)
VI – confidencialidade dos dados; (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
VII – promoção da universalização do acesso dos brasileiros às ações e
aos serviços de saúde; (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
VIII – estrita observância das atribuições legais de cada profissão; (Inclu-
ído pela Lei n. 14.510, de 2022)
IX – responsabilidade digital. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde a modalidade de
prestação de serviços de saúde a distância, por meio da utilização das tecnolo-
gias da informação e da comunicação, que envolve, entre outros, a transmis-
são segura de dados e informações de saúde, por meio de textos, de sons, de
imagens ou outras formas adequadas. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)

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Parágrafo único. Os atos do profissional de saúde, quando praticados na


modalidade telessaúde, terão validade em todo o território nacional. (Incluído
pela Lei n. 14.510, de 2022)
Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a liberdade e a com-
pleta independência de decidir sobre a utilização ou não da telessaúde, inclu-
sive com relação à primeira consulta, atendimento ou procedimento, e poderá
indicar a utilização de atendimento presencial ou optar por ele, sempre que
entender necessário. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de fiscalização do exercício
profissional a normatização ética relativa à prestação dos serviços previstos
neste Título, aplicando-se os padrões normativos adotados para as modalida-
des de atendimento presencial, no que não colidirem com os preceitos desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde, serão observadas as
normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS)
quanto às condições para seu funcionamento, observada a competência dos
demais órgãos reguladores. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a prestação de serviço de
telessaúde deverá demonstrar a imprescindibilidade da medida para que sejam
evitados danos à saúde dos pacientes. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as seguintes determina-
ções: (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
I – ser realizada por consentimento livre e esclarecido do paciente, ou
de seu representante legal, e sob responsabilidade do profissional de saúde;
(Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
II – prestar obediência aos ditames das Leis n.s 12.965, de 23 de abril de
2014 (Marco Civil da Internet), 12.842, de 10 de julho de 2013 (Lei do Ato
Médico), 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados),
8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) e, nas

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hipóteses cabíveis, aos ditames da Lei n. 13.787, de 27 de dezembro de 2018


(Lei do Prontuário Eletrônico). (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)
Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária ou complementar do pro-
fissional de saúde que exercer a profissão em outra jurisdição exclusivamente
por meio da modalidade telessaúde. (Incluído pela Lei n. 14.510, de 2022)

TÍTULO IV
DOS RECURSOS HUMANOS

Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formali-


zada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo, em
cumprimento dos seguintes objetivos:
I – organização de um sistema de formação de recursos humanos em to-
dos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de
programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal;
II – (Vetado)
III – (Vetado)
IV – valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único de
Saúde (SUS).
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de
Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e pesquisa, mediante
normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema educacional.
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âm-
bito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em regime
de tempo integral.
§ 1º Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos
poderão exercer suas atividades em mais de um estabelecimento do Sistema
Único de Saúde (SUS).
§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em
regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou função
de chefia, direção ou assessoramento.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Art. 29. (Vetado).


Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob su-
pervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de acordo
com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das entidades profissionais
correspondentes.

TÍTULO V
DO FINANCIAMENTO

CAPÍTULO I
DOS RECURSOS

Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único


de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessários
à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua
direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da
Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei
de Diretrizes Orçamentárias.
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de:
I – (Vetado)
II – Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde;
III – ajuda, contribuições, doações e donativos;
IV – alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
V – taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS); e
VI – rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
§ 1º Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de que
trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destinada à
recuperação de viciados.

32
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

§ 2º As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)


serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua
direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supletiva-
mente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas por recursos
tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Municípios
e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
§ 4º (Vetado).
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológi-
co em saúde serão cofinanciadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas
universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de instituições de
fomento e financiamento ou de origem externa e receita própria das institui-
ções executoras.
§ 6º (Vetado).

CAPÍTULO II
DA GESTÃO FINANCEIRA

Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão


depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimen-
tados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Orçamento
da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de outras fontes,
serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de
Saúde.
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de au-
ditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recursos
repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio ou não

33
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas


previstas em lei.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetiva-
mente arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de Saú-
de (FNS), observado o critério do parágrafo único deste artigo, os recursos
financeiros correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da Se-
guridade Social, a projetos e atividades a serem executados no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade
Social será observada a mesma proporção da despesa prevista de cada área,
no Orçamento da Seguridade Social.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Esta-
dos, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes
critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:
I – perfil demográfico da região;
II – perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III – características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;
IV – desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;
V – níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e mu-
nicipais;
VI – previsão do plano quinquenal de investimentos da rede;
VII – ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras es-
feras de governo.
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios será distribu-
ída segundo o quociente de sua divisão pelo número de habitantes, indepen-
dentemente de qualquer procedimento prévio. (Revogado pela Lei Comple-
mentar n. 141, de 2012) (Vide Lei n. 8.142, de 1990)
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de
migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão ponderados

34
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o número de


eleitores registrados.
§ 3º (Vetado).
§ 4º (Vetado).
§ 5º (Vetado).
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos
de controle interno e externo e nem a aplicação de penalidades previstas em
lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão dos recursos transferi-
dos.

CAPÍTULO III
DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO

Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de


Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus ór-
gãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde
com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos
Estados, do Distrito Federal e da União.
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de
cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financiamento
será previsto na respectiva proposta orçamentária.
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações
não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de
calamidade pública, na área de saúde.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem
observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das características
epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdição adminis-
trativa.
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a insti-
tuições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

35
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Art. 39. (Vetado).


§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
§ 4º (Vetado).
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para órgãos
integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-
-los como patrimônio da Seguridade Social.
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com
todos os seus acessórios, equipamentos e outros bens móveis e ficarão dis-
poníveis para utilização pelo órgão de direção municipal do Sistema Único de
Saúde - SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja circunscrição admi-
nistrativa se encontrem, mediante simples termo de recebimento.
§ 7º (Vetado).
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos
pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social,
será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou órgãos
congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a ge-
rencia informatizada das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e
epidemiológicas médico-hospitalares.
Art. 40. (Vetado)
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo
Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção nacional do Siste-
ma Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de prestação de
serviços, formação de recursos humanos e para transferência de tecnologia.
Art. 42. (Vetado).
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos
serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou
convênios estabelecidos com as entidades privadas.
Art. 44. (Vetado).

36
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino in-


tegram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante convênio, preservada
a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos hu-
manos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites conferidos pelas
instituições a que estejam vinculados.
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de previ-
dência social deverão integrar-se à direção correspondente do Sistema Único
de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como quaisquer ou-
tros órgãos e serviços de saúde.
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde
das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS),
conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for firmado.
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de
incentivos à participação do setor privado no investimento em ciência e tecno-
logia e estimulará a transferência de tecnologia das universidades e institutos
de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios,
e às empresas nacionais.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e
municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos,
um sistema nacional de informações em saúde, integrado em todo o território
nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de prestação de serviços.
Art. 48. (Vetado).
Art. 49. (Vetado).
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, celebra-
dos para implantação dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde,
ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo Sis-
tema Único de Saúde (SUS).
Art. 51. (Vetado).
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de em-
prego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utili-

37
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

zação de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em finalida-


des diversas das previstas nesta lei.
Art. 53. (Vetado).
Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as atividades de
apoio à assistência à saúde são aquelas desenvolvidas pelos laboratórios de
genética humana, produção e fornecimento de medicamentos e produtos para
saúde, laboratórios de analises clínicas, anatomia patológica e de diagnóstico
por imagem e são livres à participação direta ou indireta de empresas ou de
capitais estrangeiros. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 55. São revogadas a Lei n. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei n.
6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições em contrário.

Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da Re-


pública.

FERNANDO COLLOR
Alceni Guerra

38
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

LEI N. 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990


Vide Lei n. 8.689, de 1993
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde
(SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na
área da saúde e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n. 8.080, de
19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo
das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
I – a Conferência de Saúde; e
II - o Conselho de Saúde.
§ 1º A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a re-
presentação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde
e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis cor-
respondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por
esta ou pelo Conselho de Saúde.
§ 2º O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão
colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço,
profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no
controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclu-
sive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologa-
das pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.
§ 3º O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho
Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão representa-
ção no Conselho Nacional de Saúde.
§ 4º A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências
será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos.

39
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

§ 5º As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organi-


zação e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas
pelo respectivo conselho.
Art. 2º Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alo-
cados como:
I – despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e
entidades, da administração direta e indireta;
II – investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder
Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
III – investimentos previstos no Plano Qüinquenal do Ministério da Saúde;
IV – cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pe-
los Municípios, Estados e Distrito Federal.
Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar-
-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial ambula-
torial e hospitalar e às demais ações de saúde.
Art. 3º Os recursos referidos no inciso IV do art. 2º desta lei serão repas-
sados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito
Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei n. 8.080, de
19 de setembro de 1990.
§ 1º Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos
no art. 35 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado, para o
repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1º do mes-
mo artigo. (Vide Lei n. 8.080, de 1990)
§ 2º Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos se-
tenta por cento, aos Municípios, afetando- se o restante aos Estados.
§ 3º Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações
e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos no
inciso IV do art. 2º desta lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Art. 4º Para receberem os recursos, de que trata o art. 3º desta lei, os


Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com:
I – Fundo de Saúde;
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decre-
to n. 99.438, de 7 de agosto de 1990;
III – plano de saúde;
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4º do
art. 33 da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990;
V – contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
VI – Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários
(PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados,
ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará
em que os recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pe-
los Estados ou pela União.
Art. 5º É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Estado,
autorizado a estabelecer condições para aplicação desta lei.
Art. 6º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169º da Independência e 102º da


República.

FERNANDO COLLOR
Alceni Guerra

Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.12.1990*

41
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

LEI NO 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999.


Mensagem de Veto
Regulamento
Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Am-
biental e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos


quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade.
Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanen-
te da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e
não formal.
Art. 3º Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito
à educação ambiental, incumbindo:
I – ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Fede-
ral, definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover
a educação ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da so-
ciedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
II – às instituições educativas, promover a educação ambiental de manei-
ra integrada aos programas educacionais que desenvolvem;

42
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

III – aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sis-


nama, promover ações de educação ambiental integradas aos programas de
conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;
IV – aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa
e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre
meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação;
V – às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas,
promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à
melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre
as repercussões do processo produtivo no meio ambiente;
VI – à sociedade como um todo, manter atenção permanente à forma-
ção de valores, atitudes e habilidades que propiciem a atuação individual e
coletiva voltada para a prevenção, a identificação e a solução de problemas
ambientais.
Art. 4º São princípios básicos da educação ambiental:
I – o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II – a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a
interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o
enfoque da sustentabilidade;
III – o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da
inter, multi e transdisciplinaridade;
IV – a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V – a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI – a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII – a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais,
nacionais e globais;
VIII – o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade indivi-
dual e cultural.
Art. 5º São objetivos fundamentais da educação ambiental:

43
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

I – o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente


em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psi-
cológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;
II – a garantia de democratização das informações ambientais;
III – o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a pro-
blemática ambiental e social;
IV – o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e res-
ponsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a
defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da
cidadania;
V – o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis
micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambien-
talmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solida-
riedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI – o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
VII – o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solida-
riedade como fundamentos para o futuro da humanidade.

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 6º É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental.


Art. 7º A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera
de ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de
Meio Ambiente - Sisnama, instituições educacionais públicas e privadas dos
sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios, e organizações não governamentais com atuação em
educação ambiental.

44
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Art. 8º As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambien-


tal devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, por
meio das seguintes linhas de atuação inter-relacionadas:
I – capacitação de recursos humanos;
II – desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações;
III – produção e divulgação de material educativo;
IV – acompanhamento e avaliação.
§ 1º Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental
serão respeitados os princípios e objetivos fixados por esta Lei.
§ 2º A capacitação de recursos humanos voltar-se-á para:
I – a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e
atualização dos educadores de todos os níveis e modalidades de ensino;
II – a incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e
atualização dos profissionais de todas as áreas;
III – a preparação de profissionais orientados para as atividades de gestão
ambiental;
IV – a formação, especialização e atualização de profissionais na área de
meio ambiente;
V – o atendimento da demanda dos diversos segmentos da sociedade no
que diz respeito à problemática ambiental.
§ 3º As ações de estudos, pesquisas e experimentações voltar-se-ão para:
I – o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à incorpo-
ração da dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis
e modalidades de ensino;
II – a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a ques-
tão ambiental;
III – o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à par-
ticipação dos interessados na formulação e execução de pesquisas relaciona-
das à problemática ambiental;

45
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

IV – a busca de alternativas curriculares e metodológicas de capacitação


na área ambiental;
V – o apoio a iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a pro-
dução de material educativo;
VI – a montagem de uma rede de banco de dados e imagens, para apoio
às ações enumeradas nos incisos I a V.

Seção II
Da Educação Ambiental no Ensino Formal

Art. 9º Entende-se por educação ambiental na educação escolar a desen-


volvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e priva-
das, englobando:
I – educação básica:
a) educação infantil;
b) ensino fundamental e
c) ensino médio;
II – educação superior;
III – educação especial;
IV – educação profissional;
V – educação de jovens e adultos.
Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática edu-
cativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades
do ensino formal.
§ 1º A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina espe-
cífica no currículo de ensino.
§ 2º Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao as-
pecto metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é
facultada a criação de disciplina específica.

46
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

§ 3º Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em to-


dos os níveis, deve ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das
atividades profissionais a serem desenvolvidas.
Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação
de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas.
Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação
complementar em suas áreas de atuação, com o propósito de atender ade-
quadamente ao cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional
de Educação Ambiental.
Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de
ensino e de seus cursos, nas redes pública e privada, observarão o cumpri-
mento do disposto nos arts. 10 e 11 desta Lei.

Seção III
Da Educação Ambiental Não Formal

Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não formal as ações e prá-
ticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões
ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do
meio ambiente.
Parágrafo único. O Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal,
incentivará:
I – a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em
espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações
acerca de temas relacionados ao meio ambiente;
II – a ampla participação da escola, da universidade e de organizações
não governamentais na formulação e execução de programas e atividades
vinculadas à educação ambiental não formal;
III – a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento
de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universi-
dade e as organizações não governamentais;

47
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

IV – a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de


conservação;
V – a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às uni-
dades de conservação;
VI – a sensibilização ambiental dos agricultores;
VII – o ecoturismo.

CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Art. 14. A coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental ficará


a cargo de um órgão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei.
Art. 15. São atribuições do órgão gestor:
I – definição de diretrizes para implementação em âmbito nacional;
II – articulação, coordenação e supervisão de planos, programas e proje-
tos na área de educação ambiental, em âmbito nacional;
III – participação na negociação de financiamentos a planos, programas e
projetos na área de educação ambiental.
Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua
competência e nas áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e
critérios para a educação ambiental, respeitados os princípios e objetivos da
Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 17. A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recur-
sos públicos vinculados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser
realizada levando-se em conta os seguintes critérios:
I – conformidade com os princípios, objetivos e diretrizes da Política Na-
cional de Educação Ambiental;
II – prioridade dos órgãos integrantes do Sisnama e do Sistema Nacional
de Educação;
III – economicidade, medida pela relação entre a magnitude dos recursos
a alocar e o retorno social propiciado pelo plano ou programa proposto.

48
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem


ser contemplados, de forma equitativa, os planos, programas e projetos das
diferentes regiões do País.
Art. 18. (VETADO)
Art. 19. Os programas de assistência técnica e financeira relativos a meio
ambiente e educação, em níveis federal, estadual e municipal, devem alocar
recursos às ações de educação ambiental.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa


dias de sua publicação, ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o
Conselho Nacional de Educação.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 27 de abril de 1999; 178º da Independência e 111º da


República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Renato Souza
José Sarney Filho
Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.4.1999
*

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

DECRETO N. 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011


Regulamenta a Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a
organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a as-
sistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o


art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n. 8.080,
19 de setembro de 1990,
DECRETA:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei n. 8.080, de 19 de setem-


bro de 1990,
para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o pla-
nejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa.
Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se:
I – Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupa-
mentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais,
econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de trans-
portes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planeja-
mento e a execução de ações e serviços de saúde;
II – Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colabora-
ção firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar
as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com de-
finição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de ava-
liação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma
de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à
implementação integrada das ações e serviços de saúde;

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III – Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usu-


ário no SUS;
IV – Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os
entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS;
V – Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos hu-
manos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa
privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos
e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema;
VI – Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde ar-
ticulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir
a integralidade da assistência à saúde;
VII – Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específicos
para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação labo-
ral, necessita de atendimento especial; e
VIII – Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabelece:
critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento
preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quando
couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o
acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem segui-
dos pelos gestores do SUS.

CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS

Art. 3º O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de pro-


moção, proteção e recuperação da saúde executados pelos entes federativos,
de forma direta ou indireta, mediante a participação complementar da inicia-
tiva privada, sendo organizado de forma regionalizada e hierarquizada.

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Seção I
Das Regiões de Saúde

Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articulação


com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão
Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30.
§ 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compostas
por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em articu-
lação com os Municípios.
§ 2º A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fronteira com
outros países deverá respeitar as normas que regem as relações internacionais.
Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo,
ações e serviços de:
I – atenção primária;
II – urgência e emergência;
III – atenção psicossocial;
IV – atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e
V - vigilância em saúde.
Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará cronogra-
ma pactuado nas Comissões Intergestores.
Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de
recursos entre os entes federativos.
Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito
de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes
pactuadas nas Comissões Intergestores.
Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes elementos em
relação às Regiões de Saúde:
I – seus limites geográficos;
II – população usuária das ações e serviços;
III – rol de ações e serviços que serão ofertados; e
IV – respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala
para conformação dos serviços.

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Seção II
Da Hierarquização

Art. 8º O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de


saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede regio-
nalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço.
Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes
de Atenção à Saúde os serviços:
I – de atenção primária;
II – de atenção de urgência e emergência;
III – de atenção psicossocial; e IV - especiais de acesso aberto.
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o pactuado
nas Comissões Intergestores, os entes federativos poderão criar novas Portas
de Entrada às ações e serviços de saúde, considerando as características da
Região de Saúde.
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especiali-
zados, entre outros de maior complexidade e densidade tecnológica, serão
referenciados pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9º.
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saú-
de será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação da
gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico, observadas
as especificidades previstas para pessoas com proteção especial, conforme
legislação vigente.
Parágrafo único. A população indígena contará com regramentos diferen-
ciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e com a necessidade
de assistência integral à sua saúde, de acordo com disposições do Ministé-
rio da Saúde.
Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde,
em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras unidades
integrantes da rede de atenção da respectiva região.

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Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão as regras de con-


tinuidade do acesso às ações e aos serviços de saúde na respectiva área
de atuação.
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e ordena-
do às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes federativos, além de
outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores:
I – garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às
ações e aos serviços de saúde;
II – orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde;
III – monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e IV - ofertar
regionalmente as ações e os serviços de saúde.
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, procedi-
mentos e demais medidas que auxiliem os entes federativos no cumprimento
das atribuições previstas no art. 13.

CAPÍTULO III
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE

Art. 15. O processo de planejamento da saúde será ascendente e integra-


do, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde,
compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a disponibi-
lidade de recursos financeiros.
§ 1º O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públicos e será
indutor de políticas para a iniciativa privada.
§ 2º A compatibilização de que trata o caput será efetuada no âmbito dos
planos de saúde, os quais serão resultado do planejamento integrado dos en-
tes federativos, e deverão conter metas de saúde.
§ 3º O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem
observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as caracte-
rísticas epidemiológicas e da organização de serviços nos entes federativos e
nas Regiões de Saúde.

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Art. 16. No planejamento devem ser considerados os serviços e as ações


prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou não ao SUS, os
quais deverão compor os Mapas da Saúde regional, estadual e nacional.
Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das necessidades
de saúde e orientará o planejamento integrado dos entes federativos, contri-
buindo para o estabelecimento de metas de saúde.
Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser realizado
de maneira regionalizada, a partir das necessidades dos Municípios, conside-
rando o estabelecimento de metas de saúde.
Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB de que trata
o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do processo e os prazos do planeja-
mento municipal em consonância com os planejamentos estadual e nacional.

CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na


Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na rede re-
gional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Intergestores.

Seção I
Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES

Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES


compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para
atendimento da integralidade da assistência à saúde.
Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito na-
cional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e
publicará as atualizações da RENASES.

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Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pactuarão


nas respectivas Comissões Intergestores as suas responsabilidades em rela-
ção ao rol de ações e serviços constantes da RENASES.
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar
relações específicas e complementares de ações e serviços de saúde, em con-
sonância com a RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo
seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores.

Seção II
Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME

Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME com-


preende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendi-
mento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS.
Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do Formulário Terapêutico
Nacional - FTN que subsidiará a prescrição, a dispensação e o uso dos seus
medicamentos.
Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dispor sobre a
RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em âmbito nacio-
nal, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e
publicará as atualizações da RENAME, do respectivo FTN e dos Protocolos Clí-
nicos e Diretrizes Terapêuticas.
Parágrafo único. O Ministério da Saúde consolidará e publicará as atuali-
zações: (Redação dada pelo
Decreto n. 11.161, de 2022) Vigência
I – da RENAME, a cada dois anos, e disponibilizará, nesse prazo, a lis-
ta de tecnologias incorporadas, excluídas e alteradas pela CONITEC e com
a responsabilidade de financiamento pactuada de forma tripartite, até que
haja a consolidação da referida lista; (Incluído pelo Decreto n. 11.161, de
2022) Vigência

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II – do FTN, à medida que sejam identificadas novas evidências sobre


as tecnologias constantes na RENAME vigente; e (Incluído pelo Decreto n.
11.161, de 2022) Vigência
- de protocolos clínicos ou de diretrizes terapêuticas, quando da incorpo-
ração, alteração ou exclusão de tecnologias em saúde no SUS e da existência
de novos estudos e evidências científicas identificados a partir de revisões
periódicas da literatura relacionada aos seus objetos. (Incluído pelo Decreto
n. 11.161, de 2022) Vigência
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar rela-
ções específicas e complementares de medicamentos, em consonância com a
RENAME, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo financiamento de
medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores.
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pres-
supõe, cumulativamente:
I – estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;
II – ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exer-
cício regular de suas funções no SUS;
III – estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protocolos
Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar
estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e
IV – ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do SUS.
§ 1º Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário à assistên-
cia farmacêutica, desde que questões de saúde pública o justifiquem.
§ 2º O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferenciadas de
acesso a medicamentos de caráter especializado.
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar estadual, distrital
ou municipal de medicamentos somente poderão conter produtos com regis-
tro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.

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CAPÍTULO V
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA

Seção I
Das Comissões Intergestores

Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organização e o funcio-


namento das ações e serviços de saúde integrados em redes de atenção à
saúde, sendo:
I – a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde para efei-
tos administrativos e operacionais;
II – a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde
para efeitos administrativos e operacionais; e
III – a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regional, vincu-
lada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e operacio-
nais, devendo observar as diretrizes da CIB.
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos de saúde po-
derão ser representados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde -
CONASS, pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - CONA-
SEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias Municipais de Saúde - COSEMS.
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão:
I – aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão com-
partilhada do SUS, de acordo com a definição da política de saúde dos entes
federativos, consubstanciada nos seus planos de saúde, aprovados pelos res-
pectivos conselhos de saúde;
II – diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limites geo-
gráficos, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à inte-
gração das ações e serviços de saúde entre os entes federativos;
III – diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual, a res-
peito da organização das redes de atenção à saúde, principalmente no tocante
à gestão institucional e à integração das ações e serviços dos entes federativos;

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IV – responsabilidades dos entes federativos na Rede de Atenção à Saúde,


de acordo com o seu porte demográfico e seu desenvolvimento econômico-
-financeiro, estabelecendo as responsabilidades individuais e as solidárias; e
V – referências das regiões intraestaduais e interestaduais de atenção à
saúde para o atendimento da integralidade da assistência.
Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a pactuação:
I – das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
II – dos critérios para o planejamento integrado das ações e serviços de
saúde da Região de Saúde, em razão do compartilhamento da gestão; e
III – das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões operacio-
nais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras com outros países, respei-
tadas, em todos os casos, as normas que regem as relações internacionais.

Seção II
Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde

Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federativos para a orga-


nização da rede interfederativa de atenção à saúde será firmado por meio de
Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde.
Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde é a
organização e a integração das ações e dos serviços de saúde, sob a respon-
sabilidade dos entes federativos em uma Região de Saúde, com a finalidade
de garantir a integralidade da assistência aos usuários.
Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde resul-
tará da integração dos planos de saúde dos entes federativos na Rede de Aten-
ção à Saúde, tendo como fundamento as pactuações estabelecidas pela CIT.
Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde definirá as
responsabilidades individuais e solidárias dos entes federativos com relação
às ações e serviços de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os critérios

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de avaliação de desempenho, os recursos financeiros que serão disponibiliza-


dos, a forma de controle e fiscalização da sua execução e demais elementos
necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde.
§ 1º O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais de garantia de
acesso às ações e aos serviços de saúde no âmbito do SUS, a partir de dire-
trizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde.
§ 2º O desempenho aferido a partir dos indicadores nacionais de garantia
de acesso servirá como parâmetro para avaliação do desempenho da pres-
tação das ações e dos serviços definidos no Contrato Organizativo de Ação
Pública de Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-se as especi-
ficidades municipais, regionais e estaduais.
Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde conterá as
seguintes disposições essenciais:
I – identificação das necessidades de saúde locais e regionais;
II – oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, promoção, proteção
e recuperação da saúde em âmbito regional e inter-regional;
III – responsabilidades assumidas pelos entes federativos perante a po-
pulação no processo de regionalização, as quais serão estabelecidas de forma
individualizada, de acordo com o perfil, a organização e a capacidade de pres-
tação das ações e dos serviços de cada ente federativo da Região de Saúde;
IV – indicadores e metas de saúde;
V – estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde;
VI – critérios de avaliação dos resultados e forma de monitoramento
permanente;
VII – adequação das ações e dos serviços dos entes federativos em rela-
ção às atualizações realizadas na RENASES;
VIII – investimentos na rede de serviços e as respectivas responsa-
bilidades; e
IX – recursos financeiros que serão disponibilizados por cada um dos par-
tícipes para sua execução.

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Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir formas de incen-


tivo ao cumprimento das metas de saúde e à melhoria das ações e servi-
ços de saúde.
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde observará as
seguintes diretrizes básicas para fins de garantia da gestão participativa:
I – estabelecimento de estratégias que incorporem a avaliação do usuário
das ações e dos serviços, como ferramenta de sua melhoria;
II – apuração permanente das necessidades e interesses do usuário; e
III – publicidade dos direitos e deveres do usuário na saúde em todas as
unidades de saúde do SUS, inclusive nas unidades privadas que dele partici-
pem de forma complementar.
Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será fator determi-
nante para o estabelecimento das metas de saúde previstas no Contrato Or-
ganizativo de Ação Pública de Saúde.
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato Organizativo de
Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo CIT, cabendo à Secretaria de
Saúde Estadual coordenar a sua implementação.
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS, por meio de
serviço especializado, fará o controle e a fiscalização do Contrato Organizati-
vo de Ação Pública da Saúde.
§ 1º O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4º da Lei
n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá seção específica relativa aos
compromissos assumidos no âmbito do Contrato Organizativo de Ação Públi-
ca de Saúde.
§ 2º O disposto neste artigo será implementado em conformidade com as
demais formas de controle e fiscalização previstas em Lei.
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a execução do Contrato
Organizativo de Ação Pública de Saúde, em relação ao cumprimento das metas
estabelecidas, ao seu desempenho e à aplicação dos recursos disponibilizados.

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Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o Contrato Organizati-


vo de Ação Pública de Saúde no sistema de informações em saúde organizado
pelo Ministério da Saúde e os encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde
para monitoramento.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o Ministério da Saú-
de informará aos órgãos de controle interno e externo:
I – o descumprimento injustificado de responsabilidades na prestação de
ações e serviços de saúde e de outras obrigações previstas neste Decreto;
- a não apresentação do Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do
art. 4º da Lei n. 8.142, de 1990;
III – a não aplicação, malversação ou desvio de recursos financeiros; e
IV – outros atos de natureza ilícita de que tiver conhecimento.
Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as ações e serviços
de saúde que na data da publicação deste Decreto são ofertados pelo SUS à
população, por meio dos entes federados, de forma direta ou indireta.
Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes de que
trata o § 3º do art. 15 no prazo de cento e oitenta dias a partir da publicação
deste Decreto.
Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 28 de junho de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

DILMA ROUSSEFF
Alexandre Rocha Santos Padilha

Este texto não substitui o publicado no DOU de 29.6.2011

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LEI N. 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010

Regulamento Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a


Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I
DO OBJETO E DO CAMPO DE APLICAÇÃO

Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo


sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes
relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos
os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos
instrumentos econômicos aplicáveis.
§ 1º Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas,
de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela ge-
ração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão
integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.
§ 2º Esta Lei não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por
legislação específica.
Art. 2º Aplicam-se aos resíduos sólidos, além do disposto nesta Lei, nas
Leis nos 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 9.974, de 6 de junho de 2000, e 9.966, de 28 de abril
de 2000, as normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio
Ambiente (Sisnama), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), do
Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e do Sistema
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).

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CAPÍTULO II
DEFINIÇÕES

Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:


I – acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder pú-
blico e fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em
vista a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do
produto;
II – área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposi-
ção, regular ou irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos;
III – área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela
disposição não sejam identificáveis ou individualizáveis;
IV – ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvol-
vimento do produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo
produtivo, o consumo e a disposição final;
V – coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados
conforme sua constituição ou composição;
VI – controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que ga-
rantam à sociedade informações e participação nos processos de formulação,
implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos
sólidos;
VII – destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que
inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveita-
mento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do
Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas
operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
VIII – disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada
de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo
a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os im-
pactos ambientais adversos;

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IX – geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito


público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades,
nelas incluído o consumo;
X – gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta
ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição
final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal
de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de
resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei;
XI – gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas
para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as
dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle so-
cial e sob a premissa do desenvolvimento sustentável;
XII – logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e so-
cial caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destina-
dos a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresa-
rial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou
outra destinação final ambientalmente adequada;
XIII – padrões sustentáveis de produção e consumo: produção e consumo
de bens e serviços de forma a atender as necessidades das atuais gerações e
permitir melhores condições de vida, sem comprometer a qualidade ambien-
tal e o atendimento das necessidades das gerações futuras;
XIV – reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que en-
volve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas,
com vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas as
condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama
e, se couber, do SNVS e do Suasa;
XV – rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibi-
lidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis
e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a
disposição final ambientalmente adequada;

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XVI – resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado


resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se
procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados só-
lido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos
ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economica-
mente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;
XVII – responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos:
conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, im-
portadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos,
para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como
para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental
decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei;
XVIII – reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem
sua transformação biológica, física ou físico-química, observadas as condi-
ções e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se
couber, do SNVS e do Suasa;
XIX – serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos:
conjunto de atividades previstas no art. 7º da Lei n. 11.445, de 2007.

TÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 4º A Política Nacional de Resíduos Sólidos reúne o conjunto de princí-


pios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotados pelo Gover-
no Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito
Federal, Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao geren-
ciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.

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Art. 5º A Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política Nacional


do Meio Ambiente e articula-se com a Política Nacional de Educação Ambien-
tal, regulada pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, com a Política Federal de Sa-
neamento Básico, regulada pela Lei n. 11.445, de 2007, e com a Lei no 11.107, de 6 de
abril de 2005.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS

Art. 6º São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos:


I – a prevenção e a precaução;
II – o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
III – a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as
variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pú-
blica;
IV – o desenvolvimento sustentável;
V – a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a
preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as neces-
sidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambien-
tal e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à
capacidade de sustentação estimada do planeta;
VI – a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor
empresarial e demais segmentos da sociedade;
VII – a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
VIII – o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como
um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor
de cidadania;
IX – o respeito às diversidades locais e regionais;
X – o direito da sociedade à informação e ao controle social;
XI – a razoabilidade e a proporcionalidade.
Art. 7º São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:

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I – proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;


II – não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos re-
síduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos re-
jeitos;
III – estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo
de bens e serviços;
IV – adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas
como forma de minimizar impactos ambientais;
V – redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI – incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso
de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
VII – gestão integrada de resíduos sólidos;
VIII – articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas
com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a
gestão integrada de resíduos sólidos;
IX – capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
X – regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da pres-
tação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sóli-
dos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a
recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua
sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei n. 11.445, de 2007;
XI – prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;
b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com pa-
drões de consumo social e ambientalmente sustentáveis;
XII – integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas
ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos;
XIII – estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;

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XIV – incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e


empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reapro-
veitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento
energético;
XV – estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

CAPÍTULO III
DOS INSTRUMENTOS

Art. 8º São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre


outros:
I – os planos de resíduos sólidos;
II – os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos;
III – a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramen-
tas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo
ciclo de vida dos produtos;
IV – o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras
formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
V – o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária;
VI – a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado
para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos
e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e
disposição final ambientalmente adequada de rejeitos;
VII – a pesquisa científica e tecnológica;
VIII – a educação ambiental;
IX – os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;
X – o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional de Desenvol-
vimento Científico e Tecnológico;
XI – o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Só-
lidos (Sinir);
XII – o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa);

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XIII – os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de saúde;


XIV – os órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos
serviços de resíduos sólidos urbanos;
XV – o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos;
XVI – os acordos setoriais;
XVII – no que couber, os instrumentos da Política Nacional de Meio Am-
biente, entre eles: a) os padrões de qualidade ambiental;
b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou
Utilizadoras de Recursos Ambientais;
c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental;
d) a avaliação de impactos ambientais;
e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima);
f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras;
XVIII – os termos de compromisso e os termos de ajustamento de condu-
ta; XIX - o incentivo à adoção de consórcios ou de outras formas de coopera-
ção entre os entes federados, com vistas à elevação das escalas de aprovei-
tamento e à redução dos custos envolvidos.

TÍTULO III
DAS DIRETRIZES APLICÁVEIS AOS RESÍDUOS SÓLIDOS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser obser-


vada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, re-
ciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos.

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§ 1º Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética


dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabili-
dade técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramen-
to de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.
§ 2º A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas de Resíduos
Sólidos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão compatíveis
com o disposto no caput e no § 1º deste artigo e com as demais diretrizes
estabelecidas nesta Lei.
Art. 10. Incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a gestão integrada
dos resíduos sólidos gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo das
competências de controle e fiscalização dos órgãos federais e estaduais do
Sisnama, do SNVS e do Suasa, bem como da responsabilidade do gerador
pelo gerenciamento de resíduos, consoante o estabelecido nesta Lei.
Art. 11. Observadas as diretrizes e demais determinações estabelecidas
nesta Lei e em seu regulamento, incumbe aos Estados:
I – promover a integração da organização, do planejamento e da execução
das funções públicas de interesse comum relacionadas à gestão dos resíduos
sólidos nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
nos termos da lei complementar estadual prevista no § 3º do art. 25 da Constituição
Federal;
II – controlar e fiscalizar as atividades dos geradores sujeitas a licencia-
mento ambiental pelo órgão estadual do Sisnama.
Parágrafo único. A atuação do Estado na forma do caput deve apoiar e
priorizar as iniciativas do Município de soluções consorciadas ou compartilha-
das entre 2 (dois) ou mais Municípios.
Art. 12. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organiza-
rão e manterão, de forma conjunta, o Sistema Nacional de Informações sobre
a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir), articulado com o Sinisa e o Sinima.
Parágrafo único. Incumbe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
fornecer ao órgão federal responsável pela coordenação do Sinir todas as in-

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formações necessárias sobre os resíduos sob sua esfera de competência, na


forma e na periodicidade estabelecidas em regulamento.
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte clas-
sificação:
I – quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em resi-
dências urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de lo-
gradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os
gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”,
“h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nes-
sas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, con-
forme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do
Sisnama e do SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas,
reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da
preparação e escavação de terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas ativida-
des;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração
ou beneficiamento de minérios;

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II – quanto à periculosidade:
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, car-
cinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo
risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regula-
mento ou norma técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos
na alínea “d” do inciso I do caput, se caracterizados como não perigosos, po-
dem, em razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos
resíduos domiciliares pelo poder público municipal.

CAPÍTULO II
DOS PLANOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 14. São planos de resíduos sólidos:


I – o Plano Nacional de Resíduos Sólidos;
II – os planos estaduais de resíduos sólidos;
III – os planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos de resíduos
sólidos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas;
IV – os planos intermunicipais de resíduos sólidos;
V – os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos;
VI – os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.
Parágrafo único. É assegurada ampla publicidade ao conteúdo dos planos
de resíduos sólidos, bem como controle social em sua formulação, implemen-
tação e operacionalização, observado o disposto na Lei no 10.650, de 16 de abril de
2003, e no art. 47 da Lei n. 11.445, de 2007.

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Seção II
Do Plano Nacional de Resíduos Sólidos

Art. 15. A União elaborará, sob a coordenação do Ministério do Meio Am-


biente, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, com vigência por prazo inde-
terminado e horizonte de 20 (vinte) anos, a ser atualizado a cada 4 (quatro)
anos, tendo como conteúdo mínimo:
I – diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos;
II – proposição de cenários, incluindo tendências internacionais e macro-
econômicas;
III – metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas
a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição
final ambientalmente adequada;
IV – metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas uni-
dades de disposição final de resíduos sólidos;
V – metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclu-
são social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis
e recicláveis;
VI – programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;
VII – normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da União,
para a obtenção de seu aval ou para o acesso a recursos administrados, direta
ou indiretamente, por entidade federal, quando destinados a ações e progra-
mas de interesse dos resíduos sólidos;
VIII – medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada dos re-
síduos sólidos;
IX – diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de re-
síduos sólidos das regiões integradas de desenvolvimento instituídas por lei
complementar, bem como para as áreas de especial interesse turístico;
X – normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando cou-
ber, de resíduos;

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XI – meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito


nacional, de sua implementação e operacionalização, assegurado o controle
social.
Parágrafo único. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado me-
diante processo de mobilização e participação social, incluindo a realização de
audiências e consultas públicas.

Seção III
Dos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos

Art. 16. A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, nos termos


previstos por esta Lei, é condição para os Estados terem acesso a recursos
da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços
relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por in-
centivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para
tal finalidade. (Vigência)
§ 1º Serão priorizados no acesso aos recursos da União referidos no caput os
Estados que instituírem microrregiões, consoante o § 3º do art. 25 da Constituição
Federal, para integrar a organização, o planejamento e a execução das ações a
cargo de Municípios limítrofes na gestão dos resíduos sólidos.
§ 2º Serão estabelecidas em regulamento normas complementares sobre
o acesso aos recursos da União na forma deste artigo.
§ 3º Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta Lei,
as microrregiões instituídas conforme previsto no § 1º abrangem atividades
de coleta seletiva, recuperação e reciclagem, tratamento e destinação final
dos resíduos sólidos urbanos, a gestão de resíduos de construção civil, de
serviços de transporte, de serviços de saúde, agrossilvopastoris ou outros
resíduos, de acordo com as peculiaridades microrregionais.
Art. 17. O plano estadual de resíduos sólidos será elaborado para vigên-
cia por prazo indeterminado, abrangendo todo o território do Estado, com

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horizonte de atuação de 20 (vinte) anos e revisões a cada 4 (quatro) anos, e


tendo como conteúdo mínimo:
I – diagnóstico, incluída a identificação dos principais fluxos de resíduos no
Estado e seus impactos socioeconômicos e ambientais;
II – proposição de cenários;
III – metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas
a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição
final ambientalmente adequada;
IV – metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas uni-
dades de disposição final de resíduos sólidos;
V – metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclu-
são social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis
e recicláveis;
VI – programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;
VII – normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos do Esta-
do, para a obtenção de seu aval ou para o acesso de recursos administrados,
direta ou indiretamente, por entidade estadual, quando destinados às ações
e programas de interesse dos resíduos sólidos;
VIII – medidas para incentivar e viabilizar a gestão consorciada ou com-
partilhada dos resíduos sólidos;
IX – diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de re-
síduos sólidos de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrre-
giões;
X – normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de
resíduos, respeitadas as disposições estabelecidas em âmbito nacional;
XI – previsão, em conformidade com os demais instrumentos de planeja-
mento territorial, especialmente o zoneamento ecológico-econômico e o zo-
neamento costeiro, de:
a) zonas favoráveis para a localização de unidades de tratamento de resí-
duos sólidos ou de disposição final de rejeitos;

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b) áreas degradadas em razão de disposição inadequada de resíduos sóli-


dos ou rejeitos a serem objeto de recuperação ambiental;
XII – meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito
estadual, de sua implementação e operacionalização, assegurado o controle
social.
§ 1º Além do plano estadual de resíduos sólidos, os Estados poderão ela-
borar planos microrregionais de resíduos sólidos, bem como planos específi-
cos direcionados às regiões metropolitanas ou às aglomerações urbanas.
§ 2º A elaboração e a implementação pelos Estados de planos microrre-
gionais de resíduos sólidos, ou de planos de regiões metropolitanas ou aglo-
merações urbanas, em consonância com o previsto no § 1º, dar-se-ão obriga-
toriamente com a participação dos Municípios envolvidos e não excluem nem
substituem qualquer das prerrogativas a cargo dos Municípios previstas por
esta Lei.
§ 3º Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta Lei,
o plano microrregional de resíduos sólidos deve atender ao previsto para o
plano estadual e estabelecer soluções integradas para a coleta seletiva, a
recuperação e a reciclagem, o tratamento e a destinação final dos resíduos
sólidos urbanos e, consideradas as peculiaridades microrregionais, outros ti-
pos de resíduos.

Seção IV
Dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Art. 18. A elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos


sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é condição para o Distrito Federal
e os Municípios terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados,
destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e
ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou
financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalida-
de. (Vigência)

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§ 1º Serão priorizados no acesso aos recursos da União referidos


no caput os Municípios que:
I – optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos
resíduos sólidos, incluída a elaboração e implementação de plano intermuni-
cipal, ou que se inserirem de forma voluntária nos planos microrregionais de
resíduos sólidos referidos no § 1º do art. 16;
II – implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou
outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e reciclá-
veis formadas por pessoas físicas de baixa renda.
§ 2º Serão estabelecidas em regulamento normas complementares sobre
o acesso aos recursos da União na forma deste artigo.
Art. 19. O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos tem o
seguinte conteúdo mínimo:
I – diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo
território, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as
formas de destinação e disposição final adotadas;
II – identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente
adequada de rejeitos, observado o plano diretor de que trata o § 1º do art. 182
da Constituição Federal e o zoneamento ambiental, se houver;
III – identificação das possibilidades de implantação de soluções consor-
ciadas ou compartilhadas com outros Municípios, considerando, nos critérios
de economia de escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de
prevenção dos riscos ambientais;
IV – identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano
de gerenciamento específico nos termos do art. 20 ou a sistema de logística
reversa na forma do art. 33, observadas as disposições desta Lei e de seu
regulamento, bem como as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e
do SNVS;
V – procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adota-
dos nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos,

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incluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e observada


a Lei n. 11.445, de 2007;
VI – indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços pú-
blicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
VII – regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resí-
duos sólidos de que trata o art. 20, observadas as normas estabelecidas pelos
órgãos do Sisnama e do SNVS e demais disposições pertinentes da legislação
federal e estadual;
VIII – definição das responsabilidades quanto à sua implementação e ope-
racionalização, incluídas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos
sólidos a que se refere o art. 20 a cargo do poder público;
IX – programas e ações de capacitação técnica voltados para sua imple-
mentação e operacionalização;
X – programas e ações de educação ambiental que promovam a não gera-
ção, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos;
XI – programas e ações para a participação dos grupos interessados, em
especial das cooperativas ou outras formas de associação de catadores de
materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa
renda, se houver;
XII – mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda,
mediante a valorização dos resíduos sólidos;
XIII – sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos
de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de
cobrança desses serviços, observada a Lei n. 11.445, de 2007;
XIV – metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre
outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para dis-
posição final ambientalmente adequada;
XV – descrição das formas e dos limites da participação do poder público
local na coleta seletiva e na logística reversa, respeitado o disposto no art.
33, e de outras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida dos produtos;

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XVI – meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito


local, da implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento
de resíduos sólidos de que trata o art. 20 e dos sistemas de logística reversa
previstos no art. 33;
XVII – ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo pro-
grama de monitoramento;
XVIII – identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos
sólidos, incluindo áreas contaminadas, e respectivas medidas saneadoras;
XIX – periodicidade de sua revisão, observado prioritariamente o período
de vigência do plano plurianual municipal.
XIX - periodicidade de sua revisão, observado o período máximo de 10
(dez) anos. (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
§ 1º O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar
inserido no plano de saneamento básico previsto no art. 19 da Lei n. 11.445, de
2007, respeitado o conteúdo mínimo previsto nos incisos do caput e observa-
do o disposto no § 2º, todos deste artigo.
§ 2º Para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil) habitantes, o plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos terá conteúdo simplificado,
na forma do regulamento.
§ 3º O disposto no § 2º não se aplica a Municípios:
I – integrantes de áreas de especial interesse turístico;
II – inseridos na área de influência de empreendimentos ou atividades
com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional;
III – cujo território abranja, total ou parcialmente, Unidades de Conser-
vação.
§ 4º A existência de plano municipal de gestão integrada de resíduos só-
lidos não exime o Município ou o Distrito Federal do licenciamento ambiental
de aterros sanitários e de outras infraestruturas e instalações operacionais
integrantes do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos pelo órgão competente do Sisnama.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
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§ 5º Na definição de responsabilidades na forma do inciso VIII do caput des-


te artigo, é vedado atribuir ao serviço público de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a
que se refere o art. 20 em desacordo com a respectiva licença ambiental ou
com normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS.
§ 6º Além do disposto nos incisos I a XIX do caput deste artigo, o plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos contemplará ações especí-
ficas a serem desenvolvidas no âmbito dos órgãos da administração pública,
com vistas à utilização racional dos recursos ambientais, ao combate a todas
as formas de desperdício e à minimização da geração de resíduos sólidos.
§ 7º O conteúdo do plano municipal de gestão integrada de resíduos sóli-
dos será disponibilizado para o Sinir, na forma do regulamento.
§ 8º A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos não pode ser utilizada para impedir a instalação ou a operação de
empreendimentos ou atividades devidamente licenciados pelos órgãos com-
petentes.
§ 9º Nos termos do regulamento, o Município que optar por soluções con-
sorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos, assegurado que
o plano intermunicipal preencha os requisitos estabelecidos nos incisos I a
XIX do caput deste artigo, pode ser dispensado da elaboração de plano mu-
nicipal de gestão integrada de resíduos sólidos.

Seção V
Do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resí-


duos sólidos:
I – os geradores de resíduos sólidos previstos nas alíneas “e”, “f”, “g” e “k”
do inciso I do art. 13;
II – os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que:
a) gerem resíduos perigosos;

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b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por


sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos
domiciliares pelo poder público municipal;
III – as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de
normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama;
IV – os responsáveis pelos terminais e outras instalações referidas na
alínea “j” do inciso I do art. 13 e, nos termos do regulamento ou de normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS, as empresas
de transporte;
V – os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo ór-
gão competente do Sisnama, do SNVS ou do Suasa.
Parágrafo único. Observado o disposto no Capítulo IV deste Título, serão
estabelecidas por regulamento exigências específicas relativas ao plano de
gerenciamento de resíduos perigosos.
Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem o seguinte
conteúdo mínimo:
I – descrição do empreendimento ou atividade;
II – diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo
a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos
ambientais a eles relacionados;
III – observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do
SNVS e do Suasa e, se houver, o plano municipal de gestão integrada de re-
síduos sólidos:
a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de re-
síduos sólidos;
b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do geren-
ciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;
IV – identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com ou-
tros geradores;
V – ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de
gerenciamento incorreto ou acidentes;

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VI – metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de


resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sis-
nama, do SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem;
VII – se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ci-
clo de vida dos produtos, na forma do art. 31;
VIII – medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos re-
síduos sólidos;
IX – periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigên-
cia da respectiva licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama.
§ 1º O plano de gerenciamento de resíduos sólidos atenderá ao disposto
no plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos do respectivo Mu-
nicípio, sem prejuízo das normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do
SNVS e do Suasa.
§ 2º A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos não obsta a elaboração, a implementação ou a operacionalização do
plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
§ 3º Serão estabelecidos em regulamento:
I – normas sobre a exigibilidade e o conteúdo do plano de gerenciamento
de resíduos sólidos relativo à atuação de cooperativas ou de outras formas de
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
II – critérios e procedimentos simplificados para apresentação dos planos
de gerenciamento de resíduos sólidos para microempresas e empresas de
pequeno porte, assim consideradas as definidas nos incisos I e II do art. 3º da Lei
Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, desde que as atividades por elas
desenvolvidas não gerem resíduos perigosos.
Art. 22. Para a elaboração, implementação, operacionalização e monito-
ramento de todas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos,
nelas incluído o controle da disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos, será designado responsável técnico devidamente habilitado.

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Art. 23. Os responsáveis por plano de gerenciamento de resíduos sólidos


manterão atualizadas e disponíveis ao órgão municipal competente, ao órgão
licenciador do Sisnama e a outras autoridades, informações completas sobre
a implementação e a operacionalização do plano sob sua responsabilidade.
§ 1º Para a consecução do disposto no caput, sem prejuízo de outras
exigências cabíveis por parte das autoridades, será implementado sistema
declaratório com periodicidade, no mínimo, anual, na forma do regulamento.
§ 2º As informações referidas no caput serão repassadas pelos órgãos
públicos ao Sinir, na forma do regulamento.
Art. 24. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos é parte integran-
te do processo de licenciamento ambiental do empreendimento ou atividade
pelo órgão competente do Sisnama.
§ 1º Nos empreendimentos e atividades não sujeitos a licenciamento am-
biental, a aprovação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos cabe à
autoridade municipal competente.
§ 2º No processo de licenciamento ambiental referido no § 1º a cargo de
órgão federal ou estadual do Sisnama, será assegurada oitiva do órgão mu-
nicipal competente, em especial quanto à disposição final ambientalmente
adequada de rejeitos.

CAPÍTULO III
DAS RESPONSABILIDADES DOS GERADORES E DO PODER PÚBLICO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a coletividade são respon-


sáveis pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da
Política Nacional de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais determinações
estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento.

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Art. 26. O titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de


resíduos sólidos é responsável pela organização e prestação direta ou indireta
desses serviços, observados o respectivo plano municipal de gestão integra-
da de resíduos sólidos, a Lei n. 11.445, de 2007, e as disposições desta Lei e seu
regulamento.
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis
pela implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24.
§ 1º A contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte,
transbordo, tratamento ou destinação final de resíduos sólidos, ou de dispo-
sição final de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas referidas no
art. 20 da responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo ge-
renciamento inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos.
§ 2º Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob responsabilidade do
gerador que forem realizadas pelo poder público serão devidamente remune-
radas pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o disposto
no § 5º do art. 19.
Art. 28. O gerador de resíduos sólidos domiciliares tem cessada sua res-
ponsabilidade pelos resíduos com a disponibilização adequada para a coleta
ou, nos casos abrangidos pelo art. 33, com a devolução.
Art. 29. Cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, com vistas a mi-
nimizar ou cessar o dano, logo que tome conhecimento de evento lesivo ao
meio ambiente ou à saúde pública relacionado ao gerenciamento de resíduos
sólidos.
Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano ressarcirão integralmente o
poder público pelos gastos decorrentes das ações empreendidas na forma
do caput.

Seção II
Da Responsabilidade Compartilhada

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Art. 30. É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida


dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada,
abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os
consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de ma-
nejo de resíduos sólidos, consoante as atribuições e procedimentos previstos
nesta Seção.
Parágrafo único. A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos tem por objetivo:
I – compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais e os
processos de gestão empresarial e mercadológica com os de gestão ambien-
tal, desenvolvendo estratégias sustentáveis;
II – promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para
a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas;
III – reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a
poluição e os danos ambientais;
IV – incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio
ambiente e de maior sustentabilidade;
V – estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de
produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis;
VI – propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência e susten-
tabilidade;
VII – incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental.
Art. 31. Sem prejuízo das obrigações estabelecidas no plano de geren-
ciamento de resíduos sólidos e com vistas a fortalecer a responsabilidade
compartilhada e seus objetivos, os fabricantes, importadores, distribuidores
e comerciantes têm responsabilidade que abrange:
I – investimento no desenvolvimento, na fabricação e na colocação no
mercado de produtos:
a) que sejam aptos, após o uso pelo consumidor, à reutilização, à recicla-
gem ou a outra forma de destinação ambientalmente adequada;

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b) cuja fabricação e uso gerem a menor quantidade de resíduos sólidos


possível;
II – divulgação de informações relativas às formas de evitar, reciclar e eli-
minar os resíduos sólidos associados a seus respectivos produtos;
III – recolhimento dos produtos e dos resíduos remanescentes após o uso,
assim como sua subsequente destinação final ambientalmente adequada, no
caso de produtos objeto de sistema de logística reversa na forma do art. 33;
IV – compromisso de, quando firmados acordos ou termos de compro-
misso com o Município, participar das ações previstas no plano municipal de
gestão integrada de resíduos sólidos, no caso de produtos ainda não inclusos
no sistema de logística reversa.
Art. 32. As embalagens devem ser fabricadas com materiais que propi-
ciem a reutilização ou a reciclagem.
§ 1º Cabe aos respectivos responsáveis assegurar que as embalagens se-
jam:
I – restritas em volume e peso às dimensões requeridas à proteção do
conteúdo e à comercialização do produto;
II – projetadas de forma a serem reutilizadas de maneira tecnicamente
viável e compatível com as exigências aplicáveis ao produto que contêm;
III – recicladas, se a reutilização não for possível.
§ 2º O regulamento disporá sobre os casos em que, por razões de ordem
técnica ou econômica, não seja viável a aplicação do disposto no caput.
§ 3º É responsável pelo atendimento do disposto neste artigo todo aquele
que:
I – manufatura embalagens ou fornece materiais para a fabricação de
embalagens;
II – coloca em circulação embalagens, materiais para a fabricação de em-
balagens ou produtos embalados, em qualquer fase da cadeia de comércio.
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logísti-
ca reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de
forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos

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resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes


de: (Regulamento)
I – agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos
cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as re-
gras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamen-
to, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa,
ou em normas técnicas;
II – pilhas e baterias;
III – pneus;
IV – óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V – lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI – produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
§ 1º Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e ter-
mos de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial,
os sistemas previstos no caput serão estendidos a produtos comercializados
em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e
embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto
à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados.
§ 2º A definição dos produtos e embalagens a que se refere o § 1º conside-
rará a viabilidade técnica e econômica da logística reversa, bem como o grau
e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos
gerados.
§ 3º Sem prejuízo de exigências específicas fixadas em lei ou regulamento,
em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS, ou em acordos
setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder público e o setor
empresarial, cabe aos fabricantes, importadores, distribuidores e comercian-
tes dos produtos a que se referem os incisos II, III, V e VI ou dos produtos e
embalagens a que se referem os incisos I e IV do caput e o § 1º tomar todas
as medidas necessárias para assegurar a implementação e operacionalização
do sistema de logística reversa sob seu encargo, consoante o estabelecido
neste artigo, podendo, entre outras medidas:

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I – implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados;


II – disponibilizar postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis;
III – atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associação
de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, nos casos de que trata
o § 1º.
§ 4º Os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comer-
ciantes ou distribuidores, dos produtos e das embalagens a que se referem
os incisos I a VI do caput, e de outros produtos ou embalagens objeto de
logística reversa, na forma do § 1º.
§ 5º Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos
fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens reunidos ou de-
volvidos na forma dos §§ 3º e 4º.
§ 6º Os fabricantes e os importadores darão destinação ambientalmente
adequada aos produtos e às embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o re-
jeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada, na for-
ma estabelecida pelo órgão competente do Sisnama e, se houver, pelo plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos.
§ 7º Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de re-
síduos sólidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o
setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabri-
cantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística
reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, as ações do
poder público serão devidamente remuneradas, na forma previamente acor-
dada entre as partes.
§ 8º Com exceção dos consumidores, todos os participantes dos sistemas
de logística reversa manterão atualizadas e disponíveis ao órgão municipal
competente e a outras autoridades informações completas sobre a realização
das ações sob sua responsabilidade.

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Art. 34. Os acordos setoriais ou termos de compromisso referidos no inci-


so IV do caput do art. 31 e no § 1º do art. 33 podem ter abrangência nacio-
nal, regional, estadual ou municipal.
§ 1º Os acordos setoriais e termos de compromisso firmados em âmbito
nacional têm prevalência sobre os firmados em âmbito regional ou estadual,
e estes sobre os firmados em âmbito municipal. (Vide Decreto n. 9.177, de 2017)
§ 2º Na aplicação de regras concorrentes consoante o § 1º, os acordos fir-
mados com menor abrangência geográfica podem ampliar, mas não abrandar,
as medidas de proteção ambiental constantes nos acordos setoriais e termos
de compromisso firmados com maior abrangência geográfica. (Vide Decreto n.
9.177, de 2017)
Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e na aplicação do art. 33,
os consumidores são obrigados a:
I – acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos só-
lidos gerados;
II – disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e reci-
cláveis para coleta ou devolução.
Parágrafo único. O poder público municipal pode instituir incentivos eco-
nômicos aos consumidores que participam do sistema de coleta seletiva refe-
rido no caput, na forma de lei municipal.
Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida
dos produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo de resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de ges-
tão integrada de resíduos sólidos:
I – adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizá-
veis e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de ma-
nejo de resíduos sólidos;
II – estabelecer sistema de coleta seletiva;

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III – articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabili-


zar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis
oriundos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
IV – realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de com-
promisso na forma do § 7º do art. 33, mediante a devida remuneração pelo
setor empresarial;
V – implantar sistema de compostagem para resíduos sólidos orgânicos e
articular com os agentes econômicos e sociais formas de utilização do com-
posto produzido;
VI – dar disposição final ambientalmente adequada aos resíduos e rejeitos
oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos.
§ 1º Para o cumprimento do disposto nos incisos I a IV do caput, o titular
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos prio-
rizará a organização e o funcionamento de cooperativas ou de outras formas
de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas
por pessoas físicas de baixa renda, bem como sua contratação.
§ 2º A contratação prevista no § 1º é dispensável de licitação, nos termos
do inciso XXVII do art. 24 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

CAPÍTULO IV
DOS RESÍDUOS PERIGOSOS

Art. 37. A instalação e o funcionamento de empreendimento ou atividade


que gere ou opere com resíduos perigosos somente podem ser autorizados
ou licenciados pelas autoridades competentes se o responsável comprovar, no
mínimo, capacidade técnica e econômica, além de condições para prover os
cuidados necessários ao gerenciamento desses resíduos.
Art. 38. As pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos, em
qualquer fase do seu gerenciamento, são obrigadas a se cadastrar no Cadas-
tro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos.

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§ 1º O cadastro previsto no caput será coordenado pelo órgão federal


competente do Sisnama e implantado de forma conjunta pelas autoridades
federais, estaduais e municipais.
§ 2º Para o cadastramento, as pessoas jurídicas referidas no caput ne-
cessitam contar com responsável técnico pelo gerenciamento dos resíduos
perigosos, de seu próprio quadro de funcionários ou contratado, devidamente
habilitado, cujos dados serão mantidos atualizados no cadastro.
§ 3º O cadastro a que se refere o caput é parte integrante do Cadastro
Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
Recursos Ambientais e do Sistema de Informações previsto no art. 12.
Art. 39. As pessoas jurídicas referidas no art. 38 são obrigadas a elaborar
plano de gerenciamento de resíduos perigosos e submetê-lo ao órgão com-
petente do Sisnama e, se couber, do SNVS, observado o conteúdo mínimo
estabelecido no art. 21 e demais exigências previstas em regulamento ou em
normas técnicas.
§ 1º O plano de gerenciamento de resíduos perigosos a que se refere
o caput poderá estar inserido no plano de gerenciamento de resíduos a que
se refere o art. 20.
§ 2º Cabe às pessoas jurídicas referidas no art. 38:
I – manter registro atualizado e facilmente acessível de todos os procedi-
mentos relacionados à implementação e à operacionalização do plano previs-
to no caput;
II – informar anualmente ao órgão competente do Sisnama e, se couber,
do SNVS, sobre a quantidade, a natureza e a destinação temporária ou final
dos resíduos sob sua responsabilidade;
III – adotar medidas destinadas a reduzir o volume e a periculosidade dos
resíduos sob sua responsabilidade, bem como a aperfeiçoar seu gerencia-
mento;
IV – informar imediatamente aos órgãos competentes sobre a ocorrência
de acidentes ou outros sinistros relacionados aos resíduos perigosos.

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§ 3º Sempre que solicitado pelos órgãos competentes do Sisnama e do


SNVS, será assegurado acesso para inspeção das instalações e dos proce-
dimentos relacionados à implementação e à operacionalização do plano de
gerenciamento de resíduos perigosos.
§ 4º No caso de controle a cargo de órgão federal ou estadual do Sisnama
e do SNVS, as informações sobre o conteúdo, a implementação e a opera-
cionalização do plano previsto no caput serão repassadas ao poder público
municipal, na forma do regulamento.
Art. 40. No licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades
que operem com resíduos perigosos, o órgão licenciador do Sisnama pode
exigir a contratação de seguro de responsabilidade civil por danos causados
ao meio ambiente ou à saúde pública, observadas as regras sobre cobertura
e os limites máximos de contratação fixados em regulamento.
Parágrafo único. O disposto no caput considerará o porte da empresa,
conforme regulamento.
Art. 41. Sem prejuízo das iniciativas de outras esferas governamentais, o
Governo Federal deve estruturar e manter instrumentos e atividades voltados
para promover a descontaminação de áreas órfãs.
Parágrafo único. Se, após descontaminação de sítio órfão realizada com
recursos do Governo Federal ou de outro ente da Federação, forem identifi-
cados os responsáveis pela contaminação, estes ressarcirão integralmente o
valor empregado ao poder público.

CAPÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS

Art. 42. O poder público poderá instituir medidas indutoras e linhas de


financiamento para atender, prioritariamente, às iniciativas de:
I – prevenção e redução da geração de resíduos sólidos no processo pro-
dutivo;

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II – desenvolvimento de produtos com menores impactos à saúde humana


e à qualidade ambiental em seu ciclo de vida;
III – implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos
para cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais
reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda;
IV – desenvolvimento de projetos de gestão dos resíduos sólidos de cará-
ter intermunicipal ou, nos termos do inciso I do caput do art. 11, regional;
V – estruturação de sistemas de coleta seletiva e de logística reversa;
VI – descontaminação de áreas contaminadas, incluindo as áreas órfãs;
VII – desenvolvimento de pesquisas voltadas para tecnologias limpas apli-
cáveis aos resíduos sólidos;
VIII – desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial
voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos
resíduos.
Art. 43. No fomento ou na concessão de incentivos creditícios destinados
a atender diretrizes desta Lei, as instituições oficiais de crédito podem es-
tabelecer critérios diferenciados de acesso dos beneficiários aos créditos do
Sistema Financeiro Nacional para investimentos produtivos.
Art. 44. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito
de suas competências, poderão instituir normas com o objetivo de conceder
incentivos fiscais, financeiros ou creditícios, respeitadas as limitações da Lei
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a:
I – indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e à re-
ciclagem de resíduos sólidos produzidos no território nacional;
II – projetos relacionados à responsabilidade pelo ciclo de vida dos pro-
dutos, prioritariamente em parceria com cooperativas ou outras formas de
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por
pessoas físicas de baixa renda;
III – empresas dedicadas à limpeza urbana e a atividades a ela relaciona-
das.

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Art. 45. Os consórcios públicos constituídos, nos termos da Lei no 11.107, de


2005, com o objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de servi-
ços públicos que envolvam resíduos sólidos, têm prioridade na obtenção dos
incentivos instituídos pelo Governo Federal.
Art. 46. O atendimento ao disposto neste Capítulo será efetivado em
consonância com a Lei Complementar n. 101, de 2000 (Lei de Responsabilidade Fis-
cal), bem como com as diretrizes e objetivos do respectivo plano plurianual,
as metas e as prioridades fixadas pelas leis de diretrizes orçamentárias e no
limite das disponibilidades propiciadas pelas leis orçamentárias anuais.

CAPÍTULO VI
DAS PROIBIÇÕES

Art. 47. São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição


final de resíduos sólidos ou rejeitos:
I – lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
II – lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mine-
ração;
III – queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos
não licenciados para essa finalidade;
IV – outras formas vedadas pelo poder público.
§ 1º Quando decretada emergência sanitária, a queima de resíduos a céu
aberto pode ser realizada, desde que autorizada e acompanhada pelos órgãos
competentes do Sisnama, do SNVS e, quando couber, do Suasa.
§ 2º Assegurada a devida impermeabilização, as bacias de decantação de
resíduos ou rejeitos industriais ou de mineração, devidamente licenciadas
pelo órgão competente do Sisnama, não são consideradas corpos hídricos
para efeitos do disposto no inciso I do caput.
Art. 48. São proibidas, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejei-
tos, as seguintes atividades:
I – utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;

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II – catação, observado o disposto no inciso V do art. 17;


III – criação de animais domésticos;
IV – fixação de habitações temporárias ou permanentes;
V – outras atividades vedadas pelo poder público.
Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos,
bem como de resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio
ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tra-
tamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.

TÍTULO IV
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 50. A inexistência do regulamento previsto no § 3º do art. 21 não


obsta a atuação, nos termos desta Lei, das cooperativas ou outras formas de
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.
Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência
de culpa, reparar os danos causados, a ação ou omissão das pessoas físicas
ou jurídicas que importe inobservância aos preceitos desta Lei ou de seu re-
gulamento sujeita os infratores às sanções previstas em lei, em especial às
fixadas na Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências”, e em seu regulamento.
Art. 52. A observância do disposto no caput do art. 23 e no § 2º do art.
39 desta Lei é considerada obrigação de relevante interesse ambiental para
efeitos do art. 68 da Lei n. 9.605, de 1998, sem prejuízo da aplicação de outras san-
ções cabíveis nas esferas penal e administrativa.
Art. 53. O § 1º do art. 56 da Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 56..................................................................................
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

96
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I – abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza


em desacordo com as normas ambientais ou de segurança;
II – manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla
ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida
em lei ou regulamento.
.............................................................................................” (NR)
Art. 54. A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos deverá
ser implantada até 31 de dezembro de 2020, exceto para os Municípios que
até essa data tenham elaborado plano intermunicipal de resíduos sólidos ou
plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e que disponham de
mecanismos de cobrança que garantam sua sustentabilidade econômico-fi-
nanceira, nos termos do art. 29 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007,
para os quais ficam definidos os seguintes prazos: (Redação dada pela Lei nº
14.026, de 2020)
I - até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e Municípios inte-
grantes de Região Metropolitana (RM) ou de Região Integrada de Desenvolvi-
mento (Ride) de capitais; (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
II - até 2 de agosto de 2022, para Municípios com população superior a
100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010, bem como para Municípios
cuja mancha urbana da sede municipal esteja situada a menos de 20 (vinte)
quilômetros da fronteira com países limítrofes; (Incluído pela Lei nº 14.026,
de 2020)
III - até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população entre 50.000
(cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes no Censo 2010; e (Incluído
pela Lei nº 14.026, de 2020)
IV - até 2 de agosto de 2024, para Municípios com população inferior
a 50.000 (cinquenta mil) habitantes no Censo 2010. (Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

§ 2º Nos casos em que a disposição de rejeitos em aterros sanitários for


economicamente inviável, poderão ser adotadas outras soluções, observa-
das normas técnicas e operacionais estabelecidas pelo órgão competente, de
modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os
impactos ambientais. (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
Art. 55. O disposto nos arts. 16 e 18 entra em vigor 2 (dois) anos após a
data de publicação desta Lei.
Art. 56. A logística reversa relativa aos produtos de que tratam os incisos
V e VI do caput do art. 33 será implementada progressivamente segundo
cronograma estabelecido em regulamento.
Art. 57. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 2 de agosto de 2010; 189º da Independência e 122º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Rafael Thomaz Favetti
Guido Mantega
José Gomes Temporão
Miguel Jorge
Izabella Mônica Vieira Teixeira
João Reis Santana Filho
Marcio Fortes de Almeida
Alexandre Rocha Santos Padilha
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.8.2010

98
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

RESOLUÇÃO CONAMA N. 452 DE 02/07/2012


Publicado no DOU em 4 jul 2012

Dispõe sobre os procedimentos de controle da importação de resí-


duos, conforme as normas adotadas pela Convenção da Basileia sobre
o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e
seu Depósito.

O Conselho Nacional Do Meio Ambiente - CONAMA, no uso das atribuições


que lhe são conferidas pelo art. 8º da Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981,
regulamentada pelo Decreto n. 99.274, de 06 de junho de 1990, e tendo
em vista o disposto no seu Regimento Interno e o que consta do Processo n.
02000.002645/2010-92, e
Considerando os riscos reais e potenciais que o gerenciamento inadequa-
do de resíduos pode acarretar à saúde e ao meio ambiente;
Considerando que a Convenção de Basileia sobre o Controle de Movimen-
tos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito, adotada sob a égi-
de da Organização das Nações Unidas, concluída em Basileia, Suíça, em 22 de
março de 1989, e promulgada pelo Governo Brasileiro, por meio do Decreto
n. 875, de 19 de julho de 1993, preconiza que o movimento transfronteiriço
de resíduos perigosos e outros resíduos seja reduzido ao mínimo compatível
com a administração ambientalmente saudável e eficaz desses resíduos e que
seja efetuado de maneira a proteger a saúde humana e o meio ambiente dos
efeitos adversos que possam resultar desse movimento;
Considerando que a referida Convenção reconhece plenamente que qual-
quer país que seja parte tem o direito soberano de proibir a entrada ou de-
pósito de resíduos perigosos e outros resíduos estrangeiros em seu território;
Considerando as disposições da legislação aduaneira, consubstanciadas
no Decreto-Lei n. 37, de 18 de novembro de 1966; e

99
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Considerando que a Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui


a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispõe sobre as diretrizes relativas à
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos e demais exigências
e procedimentos para geradores de resíduos sólidos, em especial os perigo-
sos, proibindo a importação destes resíduos e rejeitos,
Resolve:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre os procedimentos de controle da im-


portação de resíduos, em consonância com a Convenção da Basileia sobre o
Controle da Movimentação Transfronteiriça de Resíduos Perigosos e seu De-
pósito, objeto dos Decretos n. 875, de 19 de julho de 1993 e n. 4.581, de 27
de janeiro de 2003.
Art. 2º Para efeitos desta Resolução serão adotadas as seguintes defini-
ções:
I – Resíduos Perigosos - Classe I: são aqueles que se enquadrem em
qualquer categoria contida no Anexo I, a menos que não possuam quaisquer
das características descritas no Anexo III, bem como os resíduos listados nos
Anexos II e IV;
II – Resíduos Não Inertes - Classe IIA: são aqueles que não se enquadram
nas classificações de Resíduos Perigosos - Classe I ou de Resíduos Inertes -
Classe IIB;
III – Resíduos Inertes - Classe IIB: quaisquer resíduos que, quando amos-
trados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10.007, e subme-
tidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à
temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10.006, não tiverem nenhum de
seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de
potabilidade da água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor,
conforme Anexo G da ABNT NBR 10.004;

100
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

IV – Outros Resíduos: são os resíduos coletados de residências ou os resí-


duos oriundos de sua incineração, conforme o Anexo II;
V – Rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibi-
lidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis
e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a
disposição final ambientalmente adequada;
VI – Resíduos Controlados: são os resíduos controlados pelo Instituto Bra-
sileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e su-
jeitos à restrição de importação, podendo ser classificados em Classe IIA ou
Classe IIB;
VII – Destinador de Resíduos: pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado, que exerce atividades de destinação ambientalmente adequada
de resíduos sólidos;
VIII – Reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que
envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológi-
cas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos, observadas
as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Siste-
ma Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA e, se couber, do Sistema Nacional
de Vigilância Sanitária - SNVS e do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
Agropecuária - SUASA;
IX – Importadores de Resíduos: são os Destinadores de Resíduos ou os
terceiros por eles contratados.

CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES E PROCEDIMENTOS DE CONTROLE

Art. 3º É proibida a importação dos Resíduos Perigosos - Classe I e de re-


jeitos, em todo o território nacional, sob qualquer forma e para qualquer fim,
conforme determina a Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Parágrafo único. As listas de resíduos e de características de periculosi-


dade constantes dos Anexos I e III desta Resolução poderão ser ampliadas,
mediante avaliação e deliberação do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA.
Art. 4º É proibida a importação de resíduos definidos como Outros Resí-
duos, sob qualquer forma e para qualquer fim.
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput deste artigo os casos
previstos em acordos bilaterais firmados pelo Brasil.
Art. 5º A listagem dos resíduos cuja importação é proibida ou controlada
será elaborada com base na Nomenclatura Comum do Mercosul - NCM ba-
seada no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias
(SH), consoante com os Anexos I, II e IV e deverá ser publicada e atualizada
pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renová-
veis - IBAMA por meio de Instrução Normativa.
Art. 6º Não estão sujeitos à restrição de importação os Resíduos Inertes
- Classe IIB, desde que não controlados pelo IBAMA e não combinados com
Outros Resíduos ou rejeitos, à exceção dos pneumáticos usados cuja impor-
tação é proibida.
§ 1º O IBAMA, mediante decisão motivada e exclusiva, poderá ampliar a
lista de Resíduos Inertes - Classe IIB sujeitos à restrição de importação, cujas
características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à
sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou
recuperação.
§ 2º No caso de estabelecimento de restrições de importação para os Re-
síduos Inertes - Classe IIB referidos acima, deverão ser adotados os procedi-
mentos constantes no art. 7º desta Resolução.
§ 3º Fica excluída da proibição contida no caput deste artigo a reimpor-
tação de pneumáticos de uso aeronáutico com vistas à extinção de operação
anterior de exportação efetuada sob o regime aduaneiro especial de exporta-
ção temporária para aperfeiçoamento passivo.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Art. 7º A importação de Resíduos Controlados só poderá ser realizada


por Destinador de Resíduos para reciclagem, em instalações devidamente
licenciadas para tal fim, após autorização e anuência prévia do IBAMA com o
atendimento das seguintes exigências:
I – regularidade perante o Cadastro Técnico Federal de Atividades Poten-
cialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais (CTF), gerencia-
do pelo IBAMA;
II – apresentação de licença ambiental do Destinador de Resíduos, expe-
dida pelo órgão ambiental competente;
III – laudo técnico atestando a classificação da carga de resíduos que es-
teja sendo importada, exceto nos casos onde houver dispensa fundamentada
do IBAMA;
IV – atendimento às normas nacionais e internacionais de acondiciona-
mento e transporte, bem como observância dos cuidados especiais de manu-
seio em trânsito, inclusive interno, além da previsão de ações de emergência
para cada tipo de resíduo;
V – cumprimento das condições estabelecidas pela legislação federal, es-
tadual e municipal de controle ambiental pertinente quanto à armazenagem,
manipulação, utilização e reprocessamento do resíduo importado, bem como
de eventuais resíduos gerados nesta operação, inclusive quanto à sua dispo-
sição final.
§ 1º A autorização de que trata o caput deste artigo deve se referir a cada
tipo de resíduo que se pretenda importar.
§ 2º O Importador de Resíduos deverá inserir, quando do registro no Sis-
tema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX, a descrição e a destinação
do resíduo em campo específico da licença de importação.
§ 3º Quando a importação de Resíduos Controlados não for realizada dire-
tamente pelos Destinadores de Resíduos, mas sim por terceiros, estes ficam
obrigados a cumprir o disposto neste artigo, além de apresentar cópia do
contrato firmado com os Destinadores de Resíduos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

§ 4º Quando a importação de resíduos Classe II-A for realizada por tercei-


ros, ficam estes obrigados a cumprir o disposto neste artigo, além de apre-
sentar a cópia do contrato firmado com a empresa que se responsabilizará
formalmente pela destinação ambientalmente adequada.
§ 5º O IBAMA poderá solicitar aos Importadores de Resíduos a qualquer
tempo outros documentos e informações necessários para autorizar a impor-
tação de Resíduos Controlados.
§ 6º Para atestar a classificação da carga de resíduos, somente serão
aceitos laudos técnicos emitidos por laboratórios acreditados pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - Inmetro para realização
deste ensaio ou por laboratórios estrangeiros acreditados por organismos de
acreditação, signatários de um acordo de reconhecimento mútuo, do qual o
Inmetro faça parte.
Art. 8º A importação de Resíduos Não Inertes - Classe IIA controlados
deverá também atender aos procedimentos de notificação prévia, conforme
determinado na Convenção de Basileia em seu art. 6º e Anexos V-A e V-B.
Art. 9º No caso de países não Partes da referida Convenção, a importação
de resíduos não perigosos somente será possível mediante acordos ou arran-
jos bilaterais, multilaterais ou regionais, regulamentados pelo Decreto n. 875,
de 1993 e outros instrumentos legais pertinentes.

CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 10º O IBAMA poderá estabelecer normas complementares dispondo


sobre os procedimentos de controle e acompanhamento a serem adotados
para importação de resíduos, nos termos previstos nesta Resolução e em ob-
servância às orientações ditadas pela Convenção de Basileia.
Art. 11º Os órgãos ambientais estaduais, distrital ou municipais, quando
constatarem o descumprimento das condições estabelecidas pela legislação
federal, estadual, distrital ou municipal de controle ambiental pertinentes à

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

armazenagem, transporte, manipulação, utilização e reciclagem do resíduo


importado, comunicarão ao IBAMA a ocorrência, para as providências previs-
tas na Convenção de Basileia.
Art. 12º O IBAMA deverá publicar Instrução Normativa, conforme deter-
minado pelos artigos 5º, 6º e 10, em até 180 dias após a entrada em vigor
desta Resolução.
Art. 13º O não cumprimento do disposto nesta Resolução sujeitará os
infratores, dentre outras, às sanções previstas na Lei n. 9.605, de 12 de fe-
vereiro de 1998, e em seu regulamento.
Art. 14º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 15º Ficam revogadas as Resoluções CONAMA nos 08, de 1991, 23,
de 1996, 235, de 1998 e 244, de 1998.

IZABELLA TEIXEIRA
Presidente do Conselho

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ANEXO I
RESÍDUOS PERIGOSOS - CLASSE I
(Anexo I da Convenção de Basileia)
FLUXOS DE RESIDUOS
Y1 Resíduos clínicos oriundos de cuidados médicos em hospitais, centros
médicos e clínicas
Y2 Resíduos oriundos da produção e preparação de produtos farmacêuti-
cos
Y3 Resíduos de medicamentos e produtos farmacêuticos
Y4 Resíduos oriundos da produção, formulação e utilização de biocidas e
produtos fitofarmacêuticos
Y5 Resíduos oriundos da fabricação, formulação e utilização de produtos
químicos utilizados na preservação de madeira
Y6 Resíduos oriundos da produção, formulação e utilização de solventes
orgânicos
Y7 Resíduos oriundos de operações de tratamento térmico e de têmpera
que contenham cianetos
Y8 Resíduos de óleos minerais não aproveitáveis para o uso a que estavam
destinados
Y9 Misturas, ou emulsões residuais de óleos/água, hidrocarbonetos/água
Y10 Substâncias e artigos residuais que contenham ou estejam contami-
nados com bifenilos policlorados e/ou terfenilos policlorados e/ou bifenilos
polibromados
Y11 Resíduos de alcatrão resultantes de refino, destilação ou qualquer ou-
tro tratamento pirolítico
Y12 Resíduos oriundos da produção, formulação e utilização de tintas em
geral, corantes, pigmentos, lacas, verniz
Y13 Resíduos oriundos da produção, formulação e utilização de resinas,
látex, plastificantes, colas/adesivos

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Y14 Resíduos de substâncias químicas produzidas em atividades de pes-


quisa e desenvolvimento ou de ensino que não estejam identificadas e/ou
sejam novas e cujos efeitos sobre o homem e/ou o meio ambiente sejam
desconhecidos
Y15 Resíduos de natureza explosiva que não estejam sujeitos a outra le-
gislação
Y16 Resíduos oriundos da produção, preparação e utilização de produtos
químicos e materiais de processamento fotográfico
Y17 Resíduos resultantes do tratamento superficial de metais e plásticos
Y18 Resíduos resultantes de operações de depósito de resíduos industriais
Resíduos que tenham como elementos constitutivos:
Y19 Carbonilos metálicos
Y20 Berílio; composto de berílio
Y21 Compostos de cromo hexavalentes
Y22 Compostos de cobre
Y23 Compostos de zinco
Y24 Arsênico; compostos de arsênico
Y25 Selênio; compostos de selênio
Y26 Cádmio; compostos de cádmio
Y27 Antimônio; compostos de antimônio
Y28 Telúrio; compostos de telúrio
Y29 Mercúrio; compostos de mercúrio
Y30 Tálio; compostos de tálio
Y31 Chumbo; compostos de chumbo
Y32 Compostos inorgânicos de flúor, excluindo o fluoreto de cálcio
Y33 Cianetos inorgânicos
Y34 Soluções ácidas ou ácidos em forma sólida
Y35 Soluções básicas ou bases em forma sólida
Y36 Amianto (pó e fibras)
Y37 Compostos fosforosos orgânicos

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Y38 Cianetos orgânicos


Y39 Fenóis; compostos fenólicos, inclusive clorofenóis
Y40 Eteres
Y41 Solventes orgânicos halogenados
Y42 Solventes orgânicos, excluindo os solventes halogenados
Y43 Qualquer congênere de dibenzo-furano policlorado
Y44 Qualquer congênere de dibenzo-p-dioxina
Y45 Compostos orgânicos halógenos diferentes das substâncias mencio-
nadas no presente Anexo (por exemplo, Y39, Y42, Y42, Y43, Y44).
ANEXO II
(Anexo II da Convenção de Basileia)
CATEGORIAS DE RESIDUOS QUE EXIGEM CONSIDERAÇAO ESPECIAL
Y46 Resíduos coletados de residências
Y47 Resíduos oriundos da incineração de resíduos domésticos
ANEXO III
(Anexo III da Convenção de Basileia)
LISTA DE CARACTERISTICAS PERIGOSAS
CLASSE DAS NAÇÕES UNIDAS * - Código - Características
1 H1 Explosivos
Por substância ou resíduo explosivo entende-se toda substância ou resí-
duo sólido ou líquido (ou mistura de substâncias e resíduos) que por si só é
capaz, mediante reação química, de produzir gás a uma temperatura, pres-
são e velocidade tais que provoque danos às áreas circunjacentes.
3 H3 Líquidos inflamáveis
Por líquidos inflamáveis entende-se aqueles líquidos, ou misturas de lí-
quidos, os líquidos que contenham sólidos em solução ou suspensão (por
exemplo, tintas, vernizes, lacas, etc., mas sem incluir substâncias ou resíduos
classificados de outra maneira em função de suas características perigosas)
que liberam vapores inflamáveis a temperaturas não superiores a 60,5 C, ao
serem testados em recipiente fechado, ou a 65,6 C, em teste com recipiente

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

aberto. (Considerando que os resultados dos testes com recipiente aberto e


recipiente fechado não são estritamente comparáveis, e que resultados indi-
viduais dos mesmos testes muitas vezes variam, regulamentos que apresen-
tem variações dos números apresentados acima com o objetivo de levar em
conta essas diferenças seriam compatíveis com o espírito desta definição).
4.1 H4.1 Sólidos inflamáveis
Sólidos, ou resíduos sólidos, diferentes dos classificados como explosivos,
que sob as condições encontradas no transporte possam entrar em combus-
tão facilmente ou causar ou contribuir para gerar fogo por fricção.
4.2 H4.2 Substâncias ou resíduos sujeitos a combustão espontânea
Substâncias ou resíduos sujeitos a aquecimento espontâneo sob condi-
ções normais de transporte ou a aquecimento quando em contato com o ar,
sendo portanto suscetíveis a pegar fogo.
4.3 H4.3 Substâncias ou resíduos que, em contato com água, emitem ga-
ses inflamáveis
Substâncias ou resíduos que, por interação com água, podem se tornar
inflamáveis espontaneamente ou emitir gases inflamáveis em quantidades
perigosas.
5.1 H5.1 Oxidantes
Substâncias ou resíduos que, embora não sejam necessariamente combus-
tíveis por sua própria natureza, possam provocar a combustão de outros mate-
riais ou contribuir para tanto, geralmente mediante a liberação de oxigênio.
5.2 H5.2 Peróxidos orgânicos
Substâncias ou resíduos orgânicos que contêm a estruturao-o-bivalente
são substâncias termicamente instáveis que podem entrar em decomposição
exotérmica auto- acelerada.
6.1 H6.1 Venenosas (Agudas)
Substâncias ou resíduos passíveis de provocar morte ou sérios danos ou
efeitos adversos à saúde humana se ingeridos ou inalados ou pelo contato
dos mesmos com a pele.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

6.2 H6.3 Substâncias infecciosas


Substâncias ou resíduos contendo microorganismos viáveis ou suas toxi-
nas que comprovada ou possivelmente provoquem doenças em animais ou
seres humanos.
8 H8 Corrosivas
Substâncias ou resíduos que, por ação química, provoquem sérios danos
quando em contato com tecidos vivos ou, em caso de vazamento, material-
mente danifiquem, ou mesmo destruam, outros bens ou o meio de transpor-
te; eles também podem implicar outros riscos.
9 H10 Liberação de gases tóxicos em contato com o ar ou a água
Substâncias ou resíduos que, por interação com o ar ou a água, são pas-
síveis de emitir gases tóxicos em quantidades perigosas.
9 H11 Tóxicas (Retardadas ou crônicas)
Substâncias ou resíduos que, se inalados ou ingeridos, ou se penetrarem
na pele, podem implicar efeitos retardados ou crônicos, inclusive carcinoge-
nicidade.
9 H12 Ecotóxicas
Substâncias ou resíduos que, se liberados, apresentem ou possam apre-
sentar impactos adversos retardados sobre o meio ambiente por bioacumula-
ção e/ou efeitos tóxicos sobre os sistemas bióticos.
9 H13 Capazes, por quais meios, após o depósito, de gerar outro material,
como, por exemplo, lixívia, que possua quaisquer das características relacio-
nadas acima.
* Corresponde ao sistema de classificação de risco incluído nas Recomen-
dações das Nações Unidas para o Transporte de Mercadorias Perigosas (ST/
SG/AC.10/1/Rev.5, Nações Unidas, Nova York, 1988).
TESTES
Os riscos potenciais de determinados tipos de resíduos ainda não foram
completamente documentados; não existem testes para definir quantitativa-
mente esses riscos. É necessário aprofundar as pesquisas a fim de desenvol-

110
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

ver meios para caracterizar riscos desses resíduos em relação ao ser humano
e/ou ao meio ambiente. Foram elaborados testes padronizados para as subs-
tâncias e materiais puros.
Diversos países desenvolveram testes nacionais que podem ser aplicados
aos materiais relacionados no Anexo I com o objetivo de decidir se esses ma-
teriais apresentam quaisquer das características relacionadas neste Anexo.

ANEXO IV*

Lista de Resíduos Perigosos


(Anexo VIII - da Convenção de Basileia)
Lista A
Os resíduos relacionados neste Anexo são caracterizados como perigosos,
nos termos do Artigo 1º, parágrafo 1º, alínea “a” da Convenção de Basileia,
e sua inclusão neste Anexo não impede o uso do Anexo III para demonstrar
que um resíduo não é perigoso.**
A1 Resíduos metálicos e resíduos que contenham metais
A1010 Resíduos metálicos e resíduos que contenham ligas de quaisquer
dos elementos a seguir:
. Antimônio
. Arsênico
. Berílio
. Cádmio
. Chumbo
. Mercúrio
. Selênio
. Telúrio
. Tálio
Mas excluindo os resíduos especificamente relacionados na lista B.
A1020 Resíduos que tenham como elementos constitutivos ou contamina-
dores, excluindo resíduos metálicos em forma maciça, quaisquer dos seguintes:

111
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Antimônio; compostos de antimônio.


Berílio; compostos de berílio.
Cádmio; compostos de cádmio.
Chumbo; compostos de chumbo.
Selênio; compostos de selênio.
Telúrio; compostos de telúrio
A1030 Resíduos que tenham como elementos constitutivos ou contami-
nantes quaisquer dos seguintes:
. Arsênico; compostos de arsênico
. Mercúrio; compostos de mercúrio.
Tálio; compostos de tálio
A1040 Resíduos que tenham como elementos constitutivos quaisquer dos
seguintes:
. Carbonilos metálicos.
Compostos hexavalentes de cromo
A1050 Lodo galvânico
A1060 Resíduos fluidos a partir da decapagem de metais
A1070 Resíduos de lixiviação no processamento de zinco, pó e lodo tais
como jarosita, hematita, etc.
A1080 Resíduos de zinco não incluídos na lista B, que contenham chum-
bo e cádmio em concentrações suficientes para apresentar características do
Anexo III
A1090 Cinzas obtidas a partir da incineração de fios de cobre isolados
A1100 Pós e resíduos de sistemas de limpeza à gás em fundições de cobre
A1110 Soluções eletrolíticas esgotadas provenientes do eletrorefinamento
e da eletrorecuperação de cobre
A1120 Lodos residuais, excluindo os lodos de anódio, produzidos por sis-
temas de purificação eletrolítica nas operações de eletrorefinamento e eletro-
recuperação de cobre
A1130 Soluções exauridas de gravação a ácido, contendo cobre dissolvido

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A1140 Resíduo de cloreto cúprico e catalisadores de cianeto de cobre


A1150 Cinzas de metais preciosos produzidas pela incineração de placas de
circuitos impressos não incluídos na lista B [1]
A1160 Resíduos de baterias de chumbo, inteiras ou trituradas
A1170 Resíduos não selecionados de baterias, excluindo misturas de ba-
terias que aparecem unicamente na lista B. Resíduos de baterias não espe-
cificados na lista B e que contenham elementos do Anexo I em quantidade
suficiente para torná-los perigosos.
A1180 Resíduos ou sucata de conjuntos elétricos ou eletrônicos [2] que
contenham componentes tais como acumuladores e outras baterias incluídas
na lista A, chaves de mercúrio, vidros de tubos de raios catódicos e outros
vidros ativados e capacitadores de PCB, ou contaminados com elementos do
Anexo I (por exemplo, cádmio, mercúrio, chumbo, bifenila policlorada) a pon-
to de adquirirem quaisquer das características contidas no Anexo III (notar o
item correspondente na lista B - B1110) [3]
A2 Resíduos que contenham principalmente elementos constituintes inor-
gânicos, que possam conter metais e materiais orgânicos
A2010 Resíduos de vidro de tubos de raios catódicos e outros vidros ati-
vados
A2020 Resíduos de compostos inorgânicos de flúor, sob a forma de líqui-
dos ou lodo, mas excluindo os resíduos especificados na lista B
A2030 Resíduos de catalisadores, mas excluindo os resíduos especificados
na lista B
A2040 Resíduos de gesso provenientes de processos químicos industriais,
quando contiverem elementos do Anexo I em quantidade suficiente para
apresentar as características de perigo do Anexo III (notar o item correspon-
dente na lista B - B2080)
A2050 Resíduos de amianto (pó e fibras)
A2060 Pó de cinzas provenientes de usinas elétricas movidas a carvão
e que contenha substâncias do Anexo I em concentrações suficientes para

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apresentar características do Anexo III (notar o item correspondente na lista


B - B2050)
A3 Resíduos que contenham principalmente elementos constituintes orgâ-
nicos, que possam conter metais ou materiais inorgânicos
A3010 Resíduos da produção ou do processamento de coque e de betume
de petróleo
A3020 Resíduos de óleos minerais impróprios para o uso original
A3030 Resíduos que contenham, sejam constituídos de ou estejam con-
taminados por lodo de compostos antidetonantes à base de chumbo A3040
Resíduos de fluidos térmicos (transferência de calor)
A3050 Resíduos provenientes da produção, formulação e uso de resinas,
látex, plastificantes, colas/adesivos excluindo os resíduos especificados na
lista B (notar o item correspondente na lista B - B4020)
A3060 Resíduos de nitrocelulose
A3070 Resíduos de fenol, compostos de fenol, incluindo o clorofenol, na
forma de líquidos ou lodo
A3080 Resíduos de éter, não incluindo aqueles especificados na lista B
A3090 Resíduos de couro em forma de pó, cinzas, lodo e farinhas que
contenham compostos hexavalentes de cromo ou biocidas (notar o item cor-
respondente na lista B - B3100)
A3100 Aparas e outros resíduos de couro ou de couro composto impró-
prios para a manufatura de artigos de couro, e que contenham compostos
hexavalentes de cromo ou biocidas (notar o item correspondente na lista B
- B3090)
A3110 Resíduos de preparo de peles contendo compostos hexavalentes de
cromo ou biocidas ou substâncias infecciosas (notar o item correspondente
na lista B - B3110)
A3120 Lanugem - a fração leve de desfibramento A3130 Resíduos de com-
postos orgânicos de fósforo A3140 Resíduos de solventes orgânicos não halo-
genados, mas excluindo os resíduos especificados na lista B

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A3150 Resíduos de solventes orgânicos halogenados


A3160 Resíduos, halogenados ou não halogenados, provenientes da desti-
lação não aquosa em operações de recuperação de solventes orgânicos
A3170 Resíduos provenientes da produção de hidrocarbonetos alifáticos
halogenados (como o clorometano, dicloro-etano, cloreto de vinil, cloreto de
viniledeno, cloreto de alilo e epicloridrina)
A3180 Resíduos, substâncias e artigos que contenham sejam constituí-
dos de ou estejam contaminados por bifenilas policloradas (PCB), terfenilas
policloradas (PCT), naftalenos policlorados (PCN) ou bifenilas polibromadas
(PBB), ou quaisquer análogos polibromados desses compostos, a um nível de
concentração de 50 mg/kg ou mais. [4]
A3190 Resíduos de alcatrão (excluindo cimento de asfalto) provenientes
de refino, destilação e qualquer tratamento pirolítico de materiais orgânicos
A4 Resíduos que possam conter elementos constituintes inorgânicos ou
orgânicos
A4010 Resíduos provenientes da produção, preparação e uso de produtos
farmacêuticos, mas excluindo resíduos especificados na lista B
A4020 Resíduos clínicos e relacionados, isto é, resíduos provenientes de
práticas médicas, de enfermagem, odontológicas, veterinárias ou semelhan-
tes, e resíduos produzidos em hospitais ou outras instalações durante o exa-
me ou o tratamento de pacientes ou projetos de pesquisa
A4030 Resíduos provenientes da produção, formulação e uso de biocidas
e fitofarmacêuticos, inclusive resíduos de pesticidas e herbicidas que estejam
fora das especificações, fora do prazo [5], ou impróprios para o uso original-
mente pretendido
A4040 Resíduos provenientes da fabricação, formulação e uso de produtos
químicos preservativos de madeira [6]
A4050 Resíduos que contenham, sejam constituídos de ou estejam conta-
minados por quaisquer dos seguintes:

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. Cianetos inorgânicos, excluindo os resíduos que contenham metais pre-


ciosos sob forma sólida e que contenham traços de cianetos inorgânicos. Cia-
netos orgânicos
A4060 Misturas ou emulsões residuais de óleos/água, hidrocarbonetos/
água
A4070 Resíduos provenientes da produção, formulação e uso de tintas,
tinturas, pigmentos, corantes, lacas, vernizes, com exceção dos resíduos es-
pecificados na lista B (notar o item correspondente na lista B- B4010)
A4080 Resíduos de natureza explosiva (mas excluindo os resíduos especi-
ficados na lista B)
A4090 Resíduos de soluções ácidas ou básicas, com exceção daquelas que
estão especificadas no lugar correspondente na lista B (notar o item corres-
pondente na lista B - B2120)
A4100 Resíduos provenientes dos dispositivos de controle da poluição in-
dustrial usados na limpeza de gases industriais, mas excluindo os resíduos
especificados na lista B
A4110 Resíduos que contenham, sejam constituídos de ou estejam conta-
minados por quaisquer dos seguintes:
. Qualquer congênere de dibenzo-furano policlorado.
Qualquer congênere de dibenzo-dioxina policlorada
A4120 Resíduos que contenham, sejam constituídos de ou estejam con-
taminados por peróxidos A4130 Resíduos de embalagens e contêineres que
contenham substâncias do Anexo I em concentrações suficientes para apre-
sentarem características de periculosidade do Anexo III
A4140 Resíduos constituídos de ou que contenham produtos químicos fora
das especificações ou fora do prazo [7], que correspondam às categorias do
Anexo I e apresentem características de periculosidade do Anexo III
A4150 Resíduos de substâncias químicas produzidas em atividades de
pesquisa e desenvolvimento ou de ensino que não estejam identificadas e/

116
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ou sejam novas e cujos efeitos sobre a saúde humana e/ou o meio ambiente
sejam desconhecidos
A4160 Carvão ativado usado que não esteja incluído na lista B (notar o
item correspondente na lista B - B2060)
* Este texto não substitui a listagem original publicada pelo Decreto n.
4.581, de 27 de janeiro de 2003.
** A Lista B citada neste Anexo se refere aos resíduos não cobertos pelo
Artigo 1º, parágrafo 1º, alínea “a” da Convenção de Basileia, a menos que
contenham elementos do Anexo I em concentração tal que apresentem ca-
racterísticas do Anexo III.
[1] Notar que o item correspondente na lista B (B1160) não especifica
exceções.
[2] Este item não inclui sucata de peças provenientes da geração de ener-
gia elétrica.
[3] Os PCBs estão em um nível de concentração igual ou superior a 50
mg/kg.
[4] O nível de 50 mg/kg é considerado um nível internacionalmente prá-
tico para todos os resíduos. Entretanto, muitos países estabeleceram, indi-
vidualmente, níveis regulatórios mais baixos (por exemplo, 20 mg/kg) para
resíduos específicos.
[5] “Fora do prazo” significa que o produto não foi usado dentro do prazo
recomendado pelo fabricante.
[6] Esse item não inclui a madeira tratada com produtos químicos preser-
vativos de madeira.
[7] “Fora do prazo” significa que o produto não foi usado dentro do prazo
recomendado pelo fabricante.

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DECRETO N. 5.360 DE 31 DE JANEIRO DE 2005

Promulga a Convenção sobre Procedimento de Consentimento Prévio


Informado para o Comércio Internacional de Certas Substâncias Quí-
micas e Agrotóxicos Perigosos, adotada em 10 de setembro de 1998,
na cidade de Roterdã.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o


art. 84, inciso IV, da Constituição, e Considerando que o Governo da Repúbli-
ca Federativa do Brasil assinou, em Roterdã, em 11 de setembro de
1998, a Convenção sobre Procedimento de Consentimento Prévio Infor-
mado para o Comércio Internacional de Certas Substâncias Químicas e Agro-
tóxicos Perigosos;
Considerando que o Congresso Nacional aprovou esta Convenção por meio
do Decreto Legislativo n. 197, de 7 de maio de 2004;
Considerando que a Convenção entrou em vigor internacional em 24 de
fevereiro de 2004, nos termos do parágrafo 1º de seu Artigo 26;
DECRETA:
Art. 1º A Convenção sobre Procedimento de Consentimento Prévio In-
formado para o Comércio Internacional de Certas Substâncias Químicas e
Agrotóxicos Perigosos, adotada em 10 de setembro de 1998, na cidade de
Roterdã, apensa por cópia ao presente Decreto, será executada e cumprida
tão inteiramente como nela se contém.
Art. 2º São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos
que possam resultar em revisão da referida Convenção ou que acarretem en-
cargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional, nos termos do art.
49, inciso I, da Constituição.
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 31 de janeiro de 2005; 184º da Independência e 117º da Repú-


blica. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Celso Luiz Nunes Amorim


Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 1º.2.2005

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CONVENÇÃO DE ROTERDÃ SOBRE O PROCEDIMENTO DE CONSEN-


TIMENTO PRÉVIO INFORMADO PARA O COMÉRCIO INTERNACIONAL
DE CERTAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS E AGROTÓXICOS PERIGOSOS
As Partes da presente Convenção,
Cientes do impacto nocivo à saúde humana e ao meio ambiente de certas
substâncias químicas e de agrotóxicos perigosos no comércio internacional,
Lembrando as disposições pertinentes da Declaração do Rio sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento e o capítulo 19 da Agenda 21 sobre o “Manejo
ecologicamente saudável das substâncias químicas tóxicas, incluída a preven-
ção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos”,
Considerando o trabalho realizado pelo Programa das Nações Unidas para
o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização das Nações Unidas para Alimen-
tação e Agricultura (FAO) na operacionalização do procedimento voluntário de
Consentimento Prévio Informado, como previsto nas Diretrizes Emendadas
de Londres para o Intercâmbio de Informações sobre o Comércio Internacio-
nal de Substâncias químicas (doravante referidas como “Diretrizes Emenda-
das de Londres”) e no Código Internacional de Conduta sobre a Distribuição e
o Uso de Agrotóxicos da FAO (doravante referido como “Código Internacional
de Conduta”),
Levando em consideração as circunstâncias e necessidades específicas de
países em desenvolvimento e países com economias em transição, particu-
larmente a necessidade de fortalecer a competência e capacidades nacionais
no manejo de substâncias químicas, inclusive transferência de tecnologia,
assistência financeira e técnica e a promoção da cooperação entre as Partes,
Constatando as necessidades específicas de alguns países sobre informa-
ções de trânsito,
Reconhecendo a necessidade de promover boas práticas do manejo de subs-
tâncias químicas em todos os países, levando em consideração, inter alia, as
normas voluntárias previstas no Código Internacional de Conduta e no Código
de Ética do PNUMA sobre o Comércio Internacional de Substâncias químicas,

119
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Desejando assegurar que as substâncias químicas perigosas exportadas


de seu território sejam acondicionados e rotuladas de forma a proteger ade-
quadamente a saúde humana e o meio ambiente, em conformidade com os
princípios das Diretrizes Emendadas de Londres e do Código Internacional de
Conduta,
Reconhecendo que as políticas comerciais e ambientais devem apoiar-se
mutuamente com vistas ao desenvolvimento sustentável,
Salientando que nenhum dispositivo da presente Convenção deve ser in-
terpretado no sentido de alterar de qualquer forma os direitos e obrigações
de uma Parte no âmbito de qualquer acordo internacional vigente sobre o
comércio internacional de substâncias químicas ou a proteção ambiental,
Compreendendo que a consideração acima não visa criar hierarquia entre
a presente Convenção e outros acordos internacionais,
Determinadas a proteger a saúde humana, inclusive a saúde de consumi-
dores e trabalhadores, bem como o meio ambiente, contra impactos poten-
cialmente danosos do comércio internacional de certas substâncias químicas
e agrotóxicos perigosos,
Convieram no Seguinte:

Artigo 1º

Objetivo
O objetivo da presente Convenção é de promover a responsabilidade com-
partilhada e esforços cooperativos entre as Partes no comércio internacional
de certas substâncias químicas perigosas, visando a proteção da saúde hu-
mana e do meio ambiente contra danos potenciais e contribuir para o uso
ambientalmente correto desses produtos, facilitando o intercâmbio de infor-
mações sobre suas características, estabelecendo um processo decisório na-
cional para sua importação e exportação e divulgando as decisões resultantes
às Partes.

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Artigo 2º

Definições
Para os fins da presente Convenção:
a) O termo “substância química” se refere a uma substância em si ou
em forma de mistura ou preparação, quer fabricada ou obtida da natureza,
mas não inclui nenhum organismo vivo, e abrange as seguintes categorias:
agrotóxicos (inclusive formulações de agrotóxicos severamente perigosas) e
produtos industriais;
b) O termo “substância química proibida” se refere a uma substância quí-
mica que tenha tido todos seus usos, dentro de uma ou mais categoria, proi-
bidos por ação regulamentadora final, com vistas a proteger a saúde humana
ou o meio ambiente. Inclui substâncias químicas inicialmente não aprovadas
para uso, ou que tenham sido retiradas do mercado interno pela indústria, ou
que passaram a ser desconsideradas em processos nacionais de aprovação
com provas irrefutáveis de que tais ações foram adotadas para proteger a
saúde humana ou o meio ambiente;
c) O termo “substância química severamente restrita” se refere a uma
substância química que tenha tido quase todos seus usos, dentro de uma ou
mais categorias, totalmente proibidos por ação regulamentadora final com
vistas a proteger a saúde humana ou o meio ambiente, mas para a qual ain-
da são permitidos determinados usos específicos. Inclui substâncias quími-
cas cuja aprovação tenha sido recusada para quase todos seus usos, ou que
tenham sido retiradas do mercado interno pela indústria, ou que passaram a
ser desconsideradas em processos nacionais de aprovação com provas irre-
futáveis de que tais ações foram adotadas para proteger a saúde humana ou
o meio ambiente;
d) O termo “formulações de agrotóxicos severamente perigosas” se refere
a formulações químicas para serem usadas como agrotóxico que, ao serem
utilizadas, produzem efeitos prejudiciais graves à saúde ou ao meio ambiente

121
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observáveis em curto espaço de tempo após uma única ou múltipla exposi-


ção, nas condições de uso;
e) A expressão “ação regulamentadora final” se refere a uma medida to-
mada por uma das Partes que não exige qualquer ação regulamentadora
subsequente por aquela Parte e cujo propósito é proibir ou restringir severa-
mente uma substância química;
f) Os termos “exportação” e “importação” indicam, em suas respectivas
conotações, a movimentação de uma substância química de uma Parte a ou-
tra Parte, mas exclui meras operações de trânsito;
g) O termo “Parte” indica um Estado ou uma Organização de Integração
Econômica Regional que tenha consentido em sujeitar-se à presente Conven-
ção e para a qual a Convenção encontra-se em vigor;
h) A expressão “Organização de Integração Econômica Regional” se refere
a uma organização constituída por Países soberanos de uma determinada re-
gião à qual os Países membros tenham delegado competência para lidar com
as matérias regidas pela presente Convenção e que tenha sido devidamente
autorizada, em conformidade com seus procedimentos internos, a assinar,
ratificar, aceitar, aprovar ou aderir à presente Convenção;
i) O termo “Comitê de Revisão Química” se refere ao órgão subsidiário
mencionado no parágrafo 6º do Artigo 18.

Artigo 3º

Escopo da Convenção
1. A presente Convenção se aplica a:
a) Substâncias químicas proibidas ou severamente restritas, e
b) Formulações de agrotóxicos severamente perigosas.
2. A presente Convenção não se aplica a:
a) Drogas narcóticas e substâncias psicotrópicas;
b) Materiais radioativos;
c) Resíduos;

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d) Armas químicas;
e) Produtos farmacêuticos, inclusive medicamentos para seres humanos e
de uso veterinário;
f) Substâncias químicas usadas como aditivos em alimentos;
g) Alimentos;
h) Substâncias químicas em quantidades que provavelmente não afetem
a saúde humana ou o meio ambiente, desde que importados:
(i) Para fins de pesquisa ou análise; ou
(ii) Por um indivíduo para seu uso pessoal em quantidades compatíveis
com tal uso;

Artigo 4º

Autoridades nacionais designadas


1. Cada Parte designará uma ou mais autoridades nacionais que serão
autorizadas a agir em seu nome no desempenho das funções administrativas
exigidas pela presente Convenção.
2. Cada Parte deverá garantir que essa(s) autoridade(s) disponha(m) de
recursos suficientes para desempenhar suas tarefas com eficiência.
Cada parte deverá, no máximo até a data de entrada em vigor da presen-
te Convenção para si própria, notificar o nome e endereço da(s) referida(s)
autoridade(s) ao Secretariado. Cada Parte deverá notificar ao Secretariado,
imediatamente, qualquer alteração no nome e endereço dessa(s) autorida-
de(s).
O Secretariado informará, imediatamente, às Partes sobre as notificações
que receber em conformidade com o parágrafo 3º.

Artigo 5º

Procedimentos para substâncias químicas proibidas ou severamente res-


tritas

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1. Cada Parte que adotar uma ação regulamentadora final deverá notificar
o Secretariado, por escrito, a respeito de tal ação. Essa notificação deverá
ser feita dentro da maior brevidade possível, e sempre dentro de um prazo
máximo de noventa dias a contar da data de entrada em vigor da ação regu-
lamentadora final, e deverá conter as informações exigidas pelo Anexo I, se
disponíveis.
2. Cada Parte, na data de entrada em vigor da presente Convenção para
si própria, deverá notificar ao Secretariado, por escrito, suas ações regula-
mentadoras definitivas em vigor naquela data, com exceção das Partes que
tiverem notificado ações regulamentadoras definitivas no âmbito das Dire-
trizes Emendadas de Londres ou do Código Internacional de Conduta, não
precisarão reapresentá-las.
3. O Secretariado deverá, na maior brevidade possível e no mais tardar
dentro de um prazo de seis meses a contar da data de recebimento de uma
notificação em conformidade com os parágrafos 1º e 2º
, verificar se a notificação contém as informações exigidas pelo Anexo I.
Caso a notificação contenha as informações exigidas, o Secretariado envia-
rá a todas as Partes um resumo das informações recebidas, imediatamente.
Caso a notificação não contenha as informações exigidas, ele levará esse fato
ao conhecimento da Parte notificadora.
4. A cada seis meses, o Secretariado enviará às Partes uma sinopse das
informações recebidas em conformidade com os parágrafos 1º e 2º, inclusive
informações referentes às notificações que não contenham todas as informa-
ções exigidas pelo Anexo I.
5. Quando o Secretariado tiver recebido pelo menos uma notificação de
cada uma de duas regiões de Consentimento Prévio Informado referente a
uma substância química em particular que na opinião do mesmo tenha satis-
feito as exigências do Anexo I, estas serão encaminhadas ao Comitê de Revi-
são Química. A composição das regiões de Consentimento Prévio Informado

124
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será definida em decisão a ser adotada por consenso por ocasião da primeira
reunião da Conferência das Partes.
6. O Comitê de Revisão Química examinará as informações fornecidas
em tais notificações e, em conformidade com os critérios estabelecidos no
Anexo II, recomendará à Conferência das Partes se a substância química em
questão deve ou não se sujeitar ao procedimento do Consentimento Prévio
Informado e, portanto, ser incluída no Anexo III.

Artigo 6º

Procedimento para formulações de agrotóxicos severamente perigosas


1. Qualquer Parte que seja um país em desenvolvimento ou um país com
economia em transição e que estiver enfrentando problemas causados por
uma formulação pesticida de severa periculosidade em condições de uso em
seu território, pode propor ao Secretariado a inclusão de tal formulação pes-
ticida no Anexo III. Ao elaborar a proposta, a Parte poderá valer-se da ex-
periência técnica de qualquer fonte relevante. A proposta deverá conter as
informações exigidas pela parte 1 do Anexo IV.
2. O Secretariado, com a maior brevidade possível ou num prazo má-
ximo de seis meses a contar da data de recebimento de uma proposta em
conformidade com o parágrafo 1º, deverá verificar se a proposta contém as
informações exigidas pela parte 1 do Anexo IV. Se a proposta as contiver, o
Secretariado encaminhará imediatamente às Partes um resumo das informa-
ções recebidas. Se a proposta não as contiver, o Secretariado deverá informar
esse fato a Parte proponente.
3. O Secretariado coletará as informações adicionais especificadas na par-
te 2 do Anexo IV no que se refere à proposta encaminhada em conformidade
com o parágrafo 2º.
4. Quando as exigências dos parágrafos 2º e 3º acima tiverem sido satis-
feitas para uma formulação pesticida de alta periculosidade, o Secretariado

125
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encaminhará a proposta e as informações associadas ao Comitê de Revisão


de Substâncias químicas.
5. O Comitê de Revisão Química examinará as informações contidas na
proposta, bem como as informações adicionais reunidas e, em conformidade
com os critérios estabelecidos na parte 3 do Anexo IV, recomendará à Confe-
rência das Partes se a formulação pesticida severamente perigosa em ques-
tão deverá ou não ser submetida ao procedimento de Consentimento Prévio
Informado e, portanto, ser incluída no Anexo III.

Artigo 7º

Inclusão de substâncias químicas no Anexo III


1. Para cada substância química cuja inclusão no Anexo III tenha sido re-
comendada pelo Comitê de Revisão Química, o Comitê elaborará uma minuta
de documento orientador da decisão. O documento orientador da decisão
deverá, no mínimo, basear-se nas informações especificadas no Anexo I ou,
conforme o caso, no Anexo IV, e incluir informações sobre usos da substância
química em categoria diferente daquela à qual a ação regulamentadora final
se aplique.
2. A recomendação a que se refere o parágrafo 1º será encaminhada à
Conferência das Partes juntamente com a minuta do documento orientador
da decisão. A Conferência das Partes decidirá se a substância química deverá
sujeitar-se ao procedimento de Consentimento Prévio Informado e, se for o
caso, incluir a substância química no Anexo III e aprovar a minuta do docu-
mento orientador da decisão.
3. Uma vez tomada a decisão de incluir um substância química no Anexo
III e uma vez aprovado o respectivo documento orientador pela Conferência
das Partes, o Secretariado deverá, imediatamente, informar as Partes a esse
respeito.

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Artigo 8º

Substâncias químicas incluídas no procedimento voluntário de Consenti-


mento Prévio Informado
Para qualquer substância química, com exceção de uma substância quími-
ca relacionada no Anexo III, que tenha sido incluído no procedimento volun-
tário de Consentimento Prévio Informado antes da data da primeira reunião
da Conferência das Partes, a Conferência das Partes decidirá, por ocasião da
referida reunião, se deve incluir a substância química no Anexo III, desde
que considere cumpridas todas as exigências para a inclusão do produto no
referido Anexo.

Artigo 9º

Exclusão de substâncias químicas do Anexo III


1. Se uma Parte apresentar ao Secretariado informações que não esta-
vam disponíveis por ocasião da decisão de incluir um substância química no
Anexo III e essas informações indicarem que sua inclusão pode não mais se
justificar em conformidade com os critérios relevantes constantes do Anexo
II ou, conforme o caso, do Anexo IV, o Secretariado encaminhará as referidas
informações ao Comitê de Revisão Química.
2. O Comitê de Revisão Química examinará as informações recebidas em
conformidade com o parágrafo 1º. Para cada substância química que o Comi-
tê de Revisão Química decidir, em conformidade com os critérios relevantes
constantes do Anexo II ou, conforme o caso, do Anexo IV, recomendar ex-
clusão do Anexo III, o Comitê elaborará uma minuta revisada do documento
orientador da decisão.
3. A recomendação a que se refere o parágrafo 2º será encaminhada à
Conferência das Partes acompanhada de uma minuta revisada do documento
orientador da decisão. A Conferência das Partes decidirá se a substância quí-

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mica deverá ou não ser excluído do Anexo III e se deverá ou não aprovar a
minuta revisada do documento orientador da decisão.
4. Uma vez tomada a decisão de excluir um substância química do Ane-
xo III e uma vez aprovada a minuta revisada do documento orientador da
decisão pela Conferência das Partes, o Secretariado deverá, imediatamente,
transmitir essa informação às Partes.

Artigo 10

Obrigações em relação à importação de substâncias químicas relacionadas


no Anexo III
1. Cada Parte implementará medidas legais ou administrativas adequadas
para garantir decisões em tempo hábil com relação à importação de substân-
cias químicas relacionados no Anexo III.
2. Cada Parte transmitirá ao Secretariado, com a maior brevidade possível
e sempre dentro de um prazo de nove meses a contar da data de envio do
documento orientador da decisão, a que se refere o parágrafo 3º do Artigo 7º,
uma resposta sobre importações futuras da substância química em questão.
Se uma Parte modificar essa resposta, ela deverá, imediatamente, encami-
nhar a resposta revisada para apreciação do Secretariado.
3. Quando o prazo a que se refere o parágrafo 2º expirar, o Secretariado
deverá enviar imediatamente à uma Parte que não tenha fornecido a referida
resposta, uma solicitação por escrito, para que o faça. Se a Parte não puder
providenciar a resposta, o Secretariado deverá, se for o caso, auxiliá-la a
providenciar a resposta dentro do prazo especificado na última frase do pa-
rágrafo 2º do Artigo 11º.
4. A resposta a que se refere o parágrafo 2º consistirá em uma das se-
guintes alternativas:
a) Uma decisão final, em conformidade com medidas legislativas ou ad-
ministrativas:
(i) Consentimento para importação;

128
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(ii) Não consentimento para importação ou;


(iii) Autorização para a importação somente sob condições específicas ou;
b) Uma resposta provisória, que poderá incluir:
Uma decisão provisória que autorize a importação sob condições especifi-
cadas ou não, ou que não autorize a importação durante o período provisório;
Uma declaração de que uma decisão final está sendo devidamente anali-
sada;
Uma solicitação ao Secretariado, ou à Parte que tenha notificado a ação
regulamentadora final, para informações adicionais;
Uma solicitação ao Secretariado para que ele preste assistência na avalia-
ção da substância química.
5. Uma resposta enquadrada nos subparágrafos (a) ou (b) do parágrafo 4º
deve referir-se à categoria ou às categorias especificadas para a substância
química no Anexo III.
6. Uma decisão final deve ser acompanhada da descrição de quaisquer
medidas legislativas ou administrativas que a tenha amparado.
7. Cada Parte deverá, no máximo até a data de entrada em vigor da pre-
sente Convenção para si própria, encaminhar ao Secretariado, respostas re-
lacionadas a cada uma das substâncias químicas especificadas no Anexo III.
Uma Parte que tiver encaminhado essas respostas em conformidade com as
Diretrizes Emendadas de Londres ou com o Código Internacional de Conduta
não precisará reapresentá-las.
8. Cada Parte deverá disponibilizar as respostas a que se refere o presente
Artigo às partes interessadas de sua jurisdição, em conformidade com suas
medidas legislativas e administrativas.
9. Uma Parte que, em conformidade com os parágrafos 2º e 4º acima e o
parágrafo 2º do Artigo 11º
, decidir não autorizar a importação de uma substância química ou autori-
zar sua importação somente sob condições especificadas deverá, caso ainda
não o tenha feito, proibir simultaneamente ou sujeitar às mesmas condições:

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

a) A importação da substância química de qualquer fonte; e


b) A produção nacional da substância química para uso interno.
10. A cada período de seis meses o Secretariado deverá informar todas
as Partes sobre as respostas recebidas. Essas informações devem incluir uma
descrição das medidas legislativas ou administrativas que ampararam as re-
feridas respostas, se disponível. O Secretariado deverá, ademais, informar as
Partes sobre quaisquer casos de omissão de resposta.

Artigo 11

Obrigações em relação às exportações de substâncias químicas relaciona-


das no Anexo III
1. Cada Parte exportadora deverá:
a) Implementar medidas legislativas ou administrativas adequadas para
comunicar as respostas encaminhadas pelo Secretariado em conformidade
com o parágrafo 10º do Artigo 10º às partes interessadas de sua jurisdição;
b) Adotar medidas legislativas ou administrativas adequadas para garantir
que os exportadores de sua jurisdição cumpram as decisões em cada res-
posta no máximo seis meses após a data na qual o Secretariado informar as
Partes sobre tal resposta pela primeira vez em conformidade com o parágrafo
10º do Artigo 10º;
c) Quando solicitada e se for o caso, orientar e auxiliar a Parte importa-
dora:
(i) na obtenção de informações adicionais que lhes possibilitem agir em
conformidade com o parágrafo 4º do Artigo 10º e parágrafo 2(c) abaixo; e
(ii) no fortalecimento de sua capacidade e competência de manejar subs-
tâncias químicas com segurança durante seu ciclo de vida.
2. Cada Parte tomará as medidas necessárias para garantir que uma subs-
tância química relacionada no Anexo III não seja exportada de seu territó-
rio para qualquer Parte importadora que, em casos excepcionais, não tenha

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

transmitido uma resposta ou tenha transmitido uma resposta provisória que


não contenha uma decisão interina, exceto se:
a) Tratar-se de uma substância química que, no momento de sua impor-
tação, esteja registrada como substância química na Parte importadora; ou
b) Tratar-se de uma substância química que tenha sido comprovadamente
utilizada ou importada pela Parte importadora e em relação a qual nenhuma
ação regulamentadora no sentido de proibir seu uso tenha sido adotada; ou
c) O exportador que tiver solicitado e obtido consentimento explícito para
a importação através de uma autoridade nacional designada pela Parte im-
portadora. Nesse caso a Parte importadora deverá responder a tal solicitação
no prazo de sessenta dias e deverá prontamente informar sua decisão ao
Secretariado.
As obrigações das Partes exportadoras previstas no presente parágrafo
deverão entrar em vigor após um período de seis meses a contar da data na
qual o Secretariado tenha informado inicialmente as Partes, em conformida-
de com o parágrafo 10º do Artigo 10º, que uma Parte não apresentou uma
resposta ou apresentou uma resposta provisória que não incluiu uma decisão
provisória, e permanecerão em vigor durante período de um ano.

Artigo 12

Notificação de exportação
1. Sempre que uma substância química proibida ou sujeito a severas res-
trições impostas por uma Parte for exportado de seu território, essa Parte en-
caminhará uma notificação de exportação à Parte importadora. A notificação
de exportação deverá incluir as informações especificadas no Anexo V.
2. A notificação de exportação para essa substância química deverá ser
providenciada antes da primeira exportação efetuada após a adoção da ação
regulamentadora final correspondente. Daí em diante, a notificação de expor-
tação deverá ser fornecida antes da primeira exportação efetuada em qual-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

quer ano. A exigência de notificar antes da exportação poderá ser suspensa


pela autoridade nacional designada da Parte importadora.
3. Uma Parte exportadora deverá fornecer uma notificação de exportação
atualizada após haver adotado uma ação regulamentadora final que resulte
em mudança importante em relação à proibição ou restrição severa daquela
substância química.
4. A Parte importadora deverá acusar recebimento da primeira notificação
de exportação recebida após a adoção da ação regulamentadora final. Caso
o recebimento não seja acusado junto à Parte exportadora no prazo de trinta
dias a contar da data de expedição da notificação de exportação, esta deverá
emitir uma segunda notificação. A Parte exportadora deverá envidar esforços
razoáveis no sentido de assegurar que a Parte importadora receba a segunda
notificação.
5. As obrigações de uma Parte especificadas no parágrafo 1º cessarão
quando:
a) A substância química for incluída no Anexo III;
b) A Parte importadora apresentar resposta sobre a substância química ao
Secretariado, em conformidade com o parágrafo 2º do Artigo 10º; e
c) O Secretariado distribuir a resposta às Partes de acordo com o disposto
no parágrafo 10º do Artigo 10º.

Artigo 13

Informações que devem acompanhar as substâncias químicas exportadas


1. A Conferência das Partes incentivará a Organização Mundial das Adua-
nas a atribuir códigos alfandegários específicos do Sistema Harmonizado às
substâncias químicas individualmente ou a grupos de substâncias químicas
relacionados no Anexo III, conforme o caso. Sempre que um código for atri-
buído a tais substâncias químicas, cada Parte exigirá que o documento de
embarque referente àquela substância química contenha o referido código,
quando o mesmo for exportado.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

2. Sem prejuízo de quaisquer exigências da Parte importadora, cada Parte


exigirá que tanto as substâncias químicas relacionadas no Anexo III quanto
às substâncias químicas proibidas ou seriamente restritas em seu território
sejam, quando exportados, sujeitos a critérios de rotulagem que garantam
uma disponibilidade adequada de informações sobre riscos e/ou perigos para
a saúde humana ou ao meio ambiente, levando em consideração normas in-
ternacionais relevantes.
3. Sem prejuízo de quaisquer exigências da Parte importadora, cada Parte
poderá exigir que os substâncias químicas sujeitos às exigências de rotula-
gem de saúde ou ambiental em seu território sejam, quando exportados,
sujeitos a exigências de rotulagem que assegurem uma disponibilidade ade-
quada de informações sobre riscos e/ou perigos para a saúde humana ou o
meio ambiente, levando em consideração normas internacionais relevantes.
4. Com relação aos substâncias químicas mencionados no parágrafo 2º
a serem utilizados para fins ocupacionais, cada Parte exportadora exigirá o
envio a cada importador de uma folha de dados de segurança em formato
reconhecido internacionalmente com as informações disponíveis mais atuali-
zadas.
5. As informações constantes do rótulo e da folha de dados de segurança
deverão, sempre que possível, ser fornecidas em um ou mais dos idiomas
oficiais da Parte importadora.

Artigo 14

Intercâmbio de informações
1. Cada Parte deverá, se for o caso e em conformidade com o objetivo da
presente Convenção, facilitar:
a) o intercâmbio de informações científicas, técnicas, tecnológicas e legais
sobre as substâncias químicas abrangidos pela presente Convenção, inclusive
informações toxicológicas, ecotoxicológicas e de segurança;

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

b) O fornecimento de informações publicamente disponíveis sobre ações


regulamentadoras internas relevantes para os objetivos da presente Conven-
ção; e
c) O fornecimento de informações a outras Partes, diretamente ou por
meio do Secretariado, sobre ações regulamentadoras internas que restrinjam
substancialmente um ou mais usos de uma substância química, se for o caso.
2. As Partes que trocarem informações no âmbito da presente Convenção
deverão proteger quaisquer informações sigilosas na forma em que acorda-
rem mutuamente.
3. As seguintes informações não serão consideradas sigilosas para fins da
presente Convenção:
a) As informações mencionadas nos Anexos I e IV, apresentadas em con-
formidade com os Artigos 5º e 6º, respectivamente;
b) As informações contidas na folha de dados de segurança mencionada
no parágrafo 4º do Artigo 13º;
c) O prazo de validade da substância química;
d) Informações sobre medidas preventivas, inclusive classificação de grau
de periculosidade, natureza do risco e orientações relevantes de segurança; e
e) O resumo dos resultados dos exames toxicológicos e ecotoxicológico.
4. De um modo geral, a data de fabricação da substância química não será
considerada sigilosa para os fins da presente Convenção.
5. Qualquer Parte que solicitar informações sobre movimentações de trân-
sito em seu território de substâncias químicas relacionadas no Anexo III po-
derá relatar sua necessidade ao Secretariado, que por sua vez informará
todas as Partes a esse respeito.

Artigo 15

Implementação da Convenção
1. Cada Parte tomará as medidas que sejam necessárias para criar e for-
talecer sua infraestrutura e suas instituições nacionais para garantir a eficaz

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

implementação da presente Convenção. Essas medidas poderão incluir, se


necessário, a adoção ou emenda de medidas nacionais legislativas ou admi-
nistrativas e poderão, também, incluir:
a) O estabelecimento de cadastros e bancos de dados nacionais com infor-
mações de segurança sobre substâncias químicas;
b) O estímulo a iniciativas, por parte de indústrias, para promover a segu-
rança química; e
c) A promoção de acordos voluntários, levando em consideração o dispos-
to no Artigo
16.
2. Cada Parte tomará as medidas necessárias para garantir, na medida do
possível, que o público tenha acesso adequado a informações sobre o manu-
seio de substâncias químicas e o gerenciamento de acidentes, bem como a
alternativas mais seguras para a saúde humana ou o meio ambiente, além
dos substâncias químicas relacionados no Anexo III.
3. As Partes acordam que cooperarão umas com as outras, diretamente
ou, se for o caso, por meio de organizações internacionais competentes, na
implementação da presente Convenção nos níveis sub-regional, regional e
global.
4. Nenhuma cláusula da presente Convenção será interpretada no sentido
de restringir o direito das Partes de agir de forma mais rígida para proteger
a saúde humana e o meio ambiente do que a forma prevista na presente
Convenção, desde que tal ação seja compatível com o disposto na presente
Convenção e em conformidade com o direito internacional.

Artigo 16

Assistência Técnica
Levando particularmente em consideração as necessidades de países em
desenvolvimento e de países com economias em transição, as Partes coo-
perarão umas com as outras na promoção de assistência técnica voltada ao

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

desenvolvimento da infraestrutura e da capacidade necessárias ao gerencia-


mento de substâncias químicas para permitir a implementação da presente
Convenção. As Partes com programas mais avançados de regulamentação de
substâncias químicas devem prestar assistência técnica, inclusive treinamen-
to, a outras Partes no desenvolvimento de sua infraestrutura e capacidade
para gerenciar substâncias químicas em todo seu ciclo de vida.

Artigo 17

Não cumprimento
Assim que possível, a Conferência das Partes desenvolverá e aprovará
procedimentos e mecanismos institucionais que permitam determinar o não
cumprimento das disposições da presente Convenção e o tratamento a ser
aplicado a Partes que as descumpram.

Artigo 18

Conferência das Partes


1. Partes a intervalos regulares a serem definidos pela Conferência.
Fica instituída, por meio do presente instrumento, uma Conferência das
Partes.
2. A primeira reunião da Conferência das Partes será convocada conjunta-
mente pelo Diretor- Executivo do PNUMA e pelo Diretor-Geral da FAO dentro
de um prazo máximo de um ano a contar da data de entrada em vigor da
presente Convenção. Daí em diante, serão realizadas reuniões ordinárias da
Conferência das
3. Serão realizadas reuniões extraordinárias da Conferência das Partes
em outras ocasiões, a critério da Conferência, ou mediante solicitação, por
escrito, de qualquer das Partes apoiada por pelo menos um terço das Partes.
4. Em sua primeira reunião, a Conferência das Partes definirá e adotará
por consenso regras de procedimento e regras financeiras a serem seguidas

136
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

por si própria e por quaisquer órgãos subsidiários e estabelecerá, também,


disposições financeiras para reger o funcionamento do Secretariado.
5. A Conferência das Partes manterá sob revisão e avaliação permanentes
a implementação da presente Convenção. Ela desempenhará as funções que
lhe são atribuídas pela Convenção e, para tanto, deverá:
a) Criar, além do previsto no parágrafo 6º abaixo, órgãos subsidiários que
considere necessários para implementação da Convenção;
b) Cooperar, se for o caso, com organizações internacionais e órgãos in-
tergovernamentais e não governamentais competentes; e
c) Analisar e adotar qualquer ação adicional que venha a ser necessária
para a realização dos objetivos da Convenção.
6. A Conferência das Partes criará, em sua primeira reunião, um órgão
subsidiário, que será denominado Comitê de Revisão Química, para desem-
penhar as funções atribuídas a esse Comitê pela presente Convenção. A esse
respeito:
a) Os membros do Comitê de Revisão Química serão designados pela Con-
ferência das Partes. O Comitê será composto por um número limitado de pe-
ritos em gerenciamento de substâncias químicas designados por seus respec-
tivos governos. Os membros do Comitê serão nomeados com base no critério
da distribuição geográfica equitativa e levando em consideração, também, a
necessidade de se manter um equilíbrio adequado entre Partes desenvolvidas
e em desenvolvimento;
b) A Conferência das Partes definirá os termos de referência, a organiza-
ção e a operação do Comitê;
c) O Comitê envidará todos os esforços necessários para desenvolver suas
recomendações por consenso. Se todos os esforços nesse sentido se esgota-
rem sem que se chegue a um consenso, essas recomendações serão, como
último recurso, adotadas por voto majoritário de dois terços dos membros
presentes e votantes.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

As Nações Unidas, suas agências especializadas e a Agência Internacio-


nal de Energia Atômica, bem como qualquer Estado que não seja Parte da
presente Convenção, poderá fazer-se representar em reuniões da Conferên-
cia das Partes como observadores. Qualquer organismo ou agência seja ele
nacional ou internacional, governamental ou não governamental, qualificado
nas matérias abrangidas pela Convenção e que tenha informado ao Secre-
tariado sobre seu desejo de fazer-se representar em uma reunião da Confe-
rência das Partes na qualidade de observador, poderá fazê-lo, a não ser que
pelo menos um terço das Partes se oponha a essa representação. A admissão
e participação de observadores estarão sujeitas às regras de procedimento
adotadas pela Conferência das Partes.

Artigo 19

Secretariado
1. Fica instituído, pelo presente instrumento, um Secretariado.
2. As funções do Secretariado serão as seguintes:
a) Organizar reuniões da Conferência das Partes e de seus corpos subsidi-
ários e prestar-lhes os serviços que solicitarem;
b) Facilitar, mediante solicitação, a assistência a ser prestada às Partes,
particularmente às Partes em desenvolvimento e às Partes com economias
em transição, na implementação da presente Convenção;
c) Garantir a coordenação necessária com os secretariados de outros cor-
pos internacionais relevantes;
d) Celebrar, sob a orientação geral da Conferência das Partes, os acordos
administrativos e contratuais necessários ao eficaz desempenho de suas fun-
ções; e
e) Desempenhar as demais funções de secretariado especificadas na pre-
sente Convenção, bem como outras funções que venham a ser determinadas
pela Conferência das Partes.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

3. Para os fins da presente Convenção, as funções do secretariado serão


conjuntamente desempenhadas pelo Diretor Executivo do PNUMA e o Diretor
Geral da FAO, em conformidade com os mecanismos que acordarem entre si
e forem aprovados pela Conferência das Partes.
4. A Conferência das Partes poderá decidir, por maioria de três quartos
das Partes presentes e votantes, atribuir às funções de secretariado a uma ou
mais organizações internacionais competentes se porventura considerar que
o Secretariado não está funcionando como esperado.

Artigo 20

Solução de Controvérsias
1. As Partes solucionarão qualquer controvérsia relacionada à interpreta-
ção ou aplicação da presente Convenção por meio de negociações ou de outro
mecanismo pacífico de sua livre escolha.
2. Ao ratificar, aceitar, aprovar ou aderir à presente Convenção, ou em
qualquer momento subsequente, uma Parte que não seja uma organização
regional de integração econômica poderá declarar, em instrumento por escri-
to apresentado ao Depositário que, no que se refere a qualquer controvérsia
relacionada à interpretação ou aplicação da Convenção, considera obrigatório
um ou ambos os meios de resolução de controvérsia definidos abaixo para
qualquer Parte que aceite a mesma obrigação:
a) Arbitragem em conformidade com procedimentos a serem adotadas
pela Conferência das Partes em um anexo na maior brevidade possível; e
b) Encaminhamento da controvérsia à consideração da Corte Internacio-
nal de Justiça.
3. Uma Parte que for uma organização regional de integração econômica
poderá fazer uma declaração de efeito semelhante em relação à arbitragem,
em conformidade com o procedimento mencionado no parágrafo 2º (a).
4. Uma declaração feita em conformidade com o parágrafo 2º permane-
cerá em vigor até expirar de acordo com seus termos ou até três meses após

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

ser depositada junto ao Depositário uma notificação por escrito de sua revo-
gação.
5. A expiração de uma declaração, notificação de revogação ou de uma
nova declaração não afetará de forma alguma processos pendentes num tri-
bunal de arbitragem ou no Tribunal Internacional de Justiça, a menos que as
Partes envolvidas na controvérsia cheguem a um acordo em contrário.
6. Caso as partes envolvidas numa controvérsia não aceitem o mesmo
procedimento ou qualquer dos procedimentos previstos no parágrafo 2º, e
não consigam solucionar sua controvérsia no prazo de doze meses após a
notificação por uma parte à outra da existência de uma controvérsia entre
elas, a controvérsia será, mediante solicitação de qualquer das partes envol-
vidas na controvérsia, submetida à apreciação de um comitê de conciliação,
que emitirá um relatório com recomendações. Procedimentos adicionais re-
lacionados ao comitê de conciliação devem ser incluídos em um anexo a ser
adotado pela Conferência das Partes no máximo até a segunda reunião da
Conferência.

Artigo 21

Emendas à Convenção
1. Qualquer das Partes poderá propor emendas à presente Convenção.
2. As emendas à presente Convenção serão adotadas em uma reunião da
Conferência das Partes. O texto de toda emenda proposta deverá ser transmi-
tido às Partes pelo Secretariado no mínimo seis meses antes da realização da
reunião na qual a emenda for proposta para adoção. O Secretariado deverá,
também, dar conhecimento da emenda proposta aos signatários da presente
Convenção, bem como ao Depositário, a título de informação.
3. As Partes envidarão todos os esforços necessários para chegar a um
consenso no que se refere a qualquer proposta de emenda à presente Con-
venção. Na ausência de consenso, a emenda deverá, como último recurso,

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

ser adotada por maioria de votos de três quartos das Partes com direito a
votos presentes à reunião.
4. O Depositário dará conhecimento da emenda a todas as Partes para fins
de ratificação, aceitação ou aprovação.
5. O Depositário será informado, por escrito, sobre a ratificação, aceitação
ou aprovação de uma emenda. Uma emenda adotada em conformidade com
o parágrafo 3º entrará em vigor para as Partes que a aceitarem no nonagé-
simo dia após a data de depósito de instrumentos de ratificação, aceitação
ou aprovação por um mínimo de três quartos das Partes. Daí em diante, a
emenda entrará em vigor para qualquer outra Parte no nonagésimo dia após
a data na qual a Parte depositar seu instrumento de ratificação, aceitação ou
aprovação da emenda.

Artigo 22

Adoção e emenda de anexos


1. Os anexos da presente Convenção constituirão parte integrante da
mesma e, a menos que expressamente disposto em contrário, qualquer re-
ferência à presente Convenção constitui ao mesmo tempo uma referência a
qualquer de seus anexos.
2. Os anexos se restringirão a matérias processuais, científicas, técnicas
ou administrativas.
3. O seguinte procedimento aplicar-se-á à proposição, adoção e entrada
em vigor dos anexos adicionais à presente Convenção:
a) Os anexos adicionais deverão ser propostos e adotados em conformida-
de com o procedimento estabelecido nos parágrafos 1º, 2º e 3º do Artigo 21;
b) Qualquer Parte impossibilitada de aceitar um anexo adicional deverá
informar o Depositário a esse respeito, por escrito, dentro de um prazo de um
ano a contar da data da comunicação da adoção do anexo adicional pelo De-
positário. O Depositário informará todas as Partes, na maior brevidade possí-
vel, sobre qualquer notificação dessa natureza que tenha recebido. Qualquer

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Parte poderá, em qualquer momento, cancelar uma notificação prévia de não


aceitação de um anexo adicional, em cujo caso o anexo entrará imediata-
mente em vigor para aquela Parte, observado o disposto no subparágrafo (c)
abaixo; e
c) Ao final do prazo de um ano, a contar da data da comunicação feita pelo
Depositário, da adoção de um anexo adicional, o anexo entrará em vigor para
todas as Partes que não tenham apresentado uma notificação em conformi-
dade com o disposto no subparágrafo (b) acima.
4. Com exceção do Anexo III, a proposição, adoção e entrada em vigor de
emendas a anexos da presente Convenção serão sujeitas aos mesmos pro-
cedimentos estabelecidos para a proposição, adoção e entrada em vigor de
anexos adicionais à presente Convenção.
5. O seguinte procedimento será adotado para a proposição, adoção e en-
trada em vigor de emendas ao Anexo III:
a) As emendas ao Anexo III deverão ser propostas e adotadas em confor-
midade com o procedimento estabelecido nos Artigos 5º ao 9º e no parágrafo
2º do Artigo 21;
b) A Conferência das Partes tomará suas decisões de adoção por consen-
so;
c) Uma decisão de introduzir emendas ao Anexo III será comunicada às
Partes pelo Depositário imediatamente. A emenda entrará em vigor para to-
das as Partes em data a ser especificada na decisão.
6. Se um anexo adicional ou uma emenda de um anexo tiver alguma rela-
ção com uma emenda introduzida na presente Convenção, o anexo adicional
ou a emenda não entrarão em vigor até que a emenda da Convenção entre
em vigor.

Artigo 23

Votação
Cada Parte da presente Convenção terá direito a um voto, exceto nos ca-
sos previstos no parágrafo 2º abaixo.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

2. Uma organização regional de integração econômica exercerá, em ma-


térias de sua competência, seu direito de voto com um número de votos
equivalente ao número de seus Estados membros que forem Partes da pre-
sente Convenção. Uma organização dessa natureza não exercerá seu direito
de voto se qualquer de seus Estados membros exercer seu direito de voto e
vice-versa.
Para os fins da presente Convenção, o termo “Partes presentes e votantes”
se refere a Partes presentes que dão um voto afirmativo ou negativo.

Artigo 24

Assinatura
1. A presente Convenção ficará aberta para assinaturas em Roterdã por
Estados e organizações regionais de integração econômica no dia 11 de se-
tembro de 1998 e na Sede das Nações Unidas em New York de 12 de setem-
bro de 1998 a 10 de setembro de 1999.

Artigo 25

Ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.


1. A presente Convenção estará sujeita à ratificação, aceitação ou aprova-
ção por Estados e organizações regionais de integração econômica. Ela será
aberta para adesão por parte de Estados e organizações regionais de integra-
ção econômica no dia seguinte à data na qual for fechada para assinatura. Os
instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão serão deposita-
dos junto ao Depositário.
2. Qualquer organização regional de integração econômica que venha a
tornar-se Parte da presente Convenção sem que qualquer de seus Estados
membros seja Parte da mesma deverá observar todas as obrigações previstas
na presente Convenção. Se um ou mais Estados membros dessas organiza-
ções for Parte da presente Convenção, a organização e seus Estados membros

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

estipularão suas respectivas responsabilidades para o desempenho de suas


obrigações no âmbito da presente Convenção. Nesses casos, a organização
e os Estados membros não poderão exercer direitos no âmbito da presente
Convenção simultaneamente.
3. Em seu instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão,
a organização regional de integração econômica declarará o âmbito de sua
competência para as matérias regidas pela presente Convenção. Qualquer
organização dessa natureza deverá, ainda, informar o Depositário a respeito
de qualquer modificação relevante no âmbito de sua competência e este, por
sua vez, transmitirá essa informação as Partes.

Artigo 26

Entrada em Vigor
1. A presente Convenção entrará em vigor no nonagésimo dia após a data
do depósito do quinquagésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprova-
ção ou adesão.
2. Para cada Estado ou organização regional de integração econômica que
ratificar, aceitar ou aprovar a presente Convenção, ou a ela aderir após o de-
pósito do quinquagésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou
adesão, a presente Convenção entrará em vigor no nonagésimo dia após a data
de depósito, pelo referido Estado ou organização regional de integração econô-
mica, de seu instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão.
3. Para os fins dos parágrafos 1º e 2º, qualquer instrumento depositado
por uma organização regional de integração econômica não será considerado
adicional àqueles depositados por Estados membros dessa organização.

Artigo 27

Reservas
1. Não poderá ser feita qualquer reserva à presente Convenção.

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Artigo 28

Denúncia
A qualquer momento após um prazo de três anos a contar da data de
entrada em vigor da presente Convenção para uma Parte, a mesma poderá
denunciar a Convenção apresentando notificação nesse sentido, por escrito,
ao Depositário.
Qualquer denúncia entrará em vigor ao final do prazo de um ano a contar
da data de recebimento, pelo Depositário, da notificação de denúncia, ou em
data posterior, especificada na notificação de denúncia.

Artigo 29

Depositário
1. O Secretario-Geral das Nações Unidas será o Depositário da presente
Convenção.

Artigo 30

Textos autênticos
1. O original da presente Convenção, cujas versões em Árabe, Chinês, In-
glês, Francês, Russo e Espanhol são igualmente autênticas, será depositada
junto ao Secretario-Geral das Nações Unidas.
2. Em testemunho do qual os signatários, devidamente autorizados nesse
sentido, assinaram a presente Convenção.
3. Feito em Roterdã, aos dez dias do mês de setembro de mil novecentos
e noventa e oito.

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ANEXO I
INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA NOTIFICAÇÕES FEITAS EM
CONFORMIDADE COM O ARTIGO 5º
As notificações deverão incluir:
1. Propriedades, identificação e usos
a) Nome comum;
b) Nome químico em conformidade com nomenclatura internacionalmente
reconhecida (exemplo: União Internacional de Química Pura e Aplicada - IU-
PAC), quando tal nomenclatura existir;
c) Nomes comerciais e nomes de preparações ou formulações;
d) Números de código: número do Chemical Abstract Service (CAS),
código alfandegário do Sistema Harmonizado e outros números;
e) Informações sobre classificação de periculosidade, se a substância quí-
mica estiver sujeito a requisitos para classificação;
f) Uso ou usos da substância química;
g) Propriedades físico-químicas, toxicológicas e ecotoxicológicas.
2. Ação regulamentadora final
a) Informações específicas sobre a ação regulamentadora final:
Resumo da ação regulamentadora final; Referência ao documento regula-
mentador;
Data de entrada em vigor da ação regulamentadora final;
Indicação se a ação regulamentadora final foi adotada com base em ava-
liação de risco ou periculosidade e, se afirmativo, informações sobre a avalia-
ção, incluindo a referência da documentação relevante;
Razões para a ação regulamentadora final que sejam relevantes para a
saúde humana, inclusive para a saúde de consumidores e trabalhadores, ou
para o meio ambiente;

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Resumo dos perigos e riscos apresentados pela substância química à saú-


de humana, inclusive à saúde de consumidores e trabalhadores, ou ao meio
ambiente e o efeito esperado da ação regulamentadora final;
b) Categoria ou categorias nas quais a ação regulamentadora final tenha
sido adotada, e para cada categoria:
Uso ou usos proibidos pela ação regulamentadora final; Uso ou usos ainda
permitidos;
Estimativa, quando disponível, de quantidades produzidas, importadas,
exportadas e usadas da substância química;
c) Indicação, na medida do possível, da provável relevância da ação regu-
lamentadora final para outros Estados e regiões;
d) Outras informações relevantes que possam abranger:
Levantamento de efeitos socioeconômicos da ação regulamentadora final;
Informações sobre alternativas e seus riscos relativos, se disponíveis, tais
como:
- Estratégias para o gerenciamento integrado de pestes;
- Práticas e processos industriais, inclusive tecnologias mais limpas.

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ANEXO II
CRITÉRIOS PARA A INCLUSÃO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS PROI-

BIDAS OU SEVERAMENTE RESTRITAS NO ANEXO III

Ao rever as notificações encaminhadas pelo Secretariado em conformi-


dade com o parágrafo 5º do Artigo 5º, o Comitê de Revisão Química deverá:
a) Confirmar que a ação regulamentadora final foi adotada com a finalida-
de de proteger a saúde humana ou o meio ambiente;
b) Estabelecer que a ação regulamentadora final foi adotada como resulta-
do de uma avaliação de riscos. Essa avaliação deverá basear-se num exame
de dados científicos no contexto das condições que prevalecem na Parte em
questão. Para esse fim, a documentação fornecida deverá demonstrar que:
(i) Os dados foram gerados em conformidade com métodos cientificamen-
te reconhecidos;
(ii) Os exames dos dados foram realizados e documentados em conformi-
dade com princípios e procedimentos científicos amplamente reconhecidos;
(iii) A ação regulamentadora final baseou-se numa avaliação de risco que
envolveu as condições que prevalecem na Parte que adotou a ação;
c) Considerar se a ação regulamentadora final fornece uma base suficien-
temente ampla para justificar a inclusão da substância química no Anexo III,
levando em consideração:
(i) Se a ação regulamentadora final levou, ou poderia levar, a uma signi-
ficativa redução da quantidade da substância química utilizado ou do número
de utilizações;
(ii) Se a ação regulamentadora final efetivamente reduziu os riscos ou ti-
nha a finalidade de reduzir significativamente os riscos para a saúde humana
ou para o meio ambiente da Parte que apresentou a notificação;

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(iii) Se as considerações que levaram à adoção da ação regulamentadora


final aplicam-se apenas a uma área geográfica limitada ou a outras circuns-
tâncias limitadas;
(iv) Se há evidências de comércio internacional, em curso da substância
química;
d) Levar em consideração o fato de que o uso inadequado intencional não
constitui, por si só, razão suficiente para a inclusão de uma substância quími-
ca no Anexo III.

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ANEXO III
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS SUJEITAS AO PROCEDIMENTO DE CON-
SENTIMENTO PRÉVIO INFORMADO

Substância química Número(s) CAS Categoria


2,4,5-T 93-76-5 Pesticida
Aldrin 309-00-2 Pesticida
Captafol 2425-06-1 Pesticida
Clordano 57-74-9 Pesticida
Clordimeforme 6164-98-3 Pesticida
Clorobenzilato 510-15-6 Pesticida
DDT 50-29-3 Pesticida
Dieldrin 60-57-1 Pesticida
Dinoseb e seus sais 88-85-7 Pesticida
1,2-dibromoetano (EDB) 106-93-4 Pesticida
Fluoracetamida 640-19-7 Pesticida
HCH (mistura de isômeros) 608-73-1 Pesticida

Heptacloro 76-44-8 Pesticida


Hexaclorobenzeno 118-74-1 Pesticida
Lindano 58-89-9 Pesticida
Compostos de mercúrio, inclusive
compostos de mercúrio inorgânico, - Pesticida
compostos aquilmercúricos e com-
postos arilmercúricos e alquiloxial-
quílicos
Pentaclorofenol 87-86-5 Pesticida
Monocrotofós (formulações líquidas Formulação pesti-
solúveis das substâncias que exce- 6923-22-4 cida severamente
dem 600 g de ingrediente ativo/1) perigosa
Metamidofós (formulações líquidas Formulação pesti-
solúveis das substâncias que exce- 10265-92-6 cida severamente
dem 600 g de ingrediente ativo/1) perigosa

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Fosfamidon (formulações líquidas 13171-21-6


solúveis das substâncias que exce- (mistura, isômeros (E) & Formulação pesti-
dem 1000 g de ingrediente ativo/1) (Z)). cida severamente
(23783-98-4 – isômero perigosa
(Z))
(297-99-4 - isômero (E))
Paration Metílico (concentrados
emulsificáveis com 19,5%, 40%, 298-00-0 Formulação pesti-
50%, 60% de ingrediente ativo e cida severamente
pós contendo 1,5%, 2% e 3% de perigosa
ingrediente ativo)
Paration (todas as formulações –
aerossóis, pós, concentrado emul- 56-38-2 Formulação pesti-
sificável, grânulos e pós molháveis cida severamente
– dessa substância estão incluídas, perigosa
exceto suspensões em cápsulas)
Crocidolita 12001-28-4 Industrial
Bifenilas Polibromadas (PBB) 36355-01-8 (hexa-)
27858-07-7 (octa-) Industrial
13654-09-6 (deca-)

Bifenilas Policloradas (PCB) 1336-36-3 Industrial


Terfenilas Policloradas (PCT) 61788-33-8 Industrial
Fosfato de Tris (2,3-dibromopro- 126-72-7 Industrial
pila)

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ANEXO IV
INFORMAÇÕES E CRITÉRIOS PARA A INCLUSÃO DE FORMULAÇÕES
DE AGROTÓXICOS SEVERAMENTE PERIGOSAS NO ANEXO III
Parte 1. Documentação exigida da Parte proponente.
As propostas apresentadas em conformidade com o parágrafo 1º do Ar-
tigo 6º incluirão a documentação adequada, que deverá conter as seguintes
informações:
a) Nome da formulação de pesticida de alta periculosidade;
b) Nome do(s) ingrediente(s) ativo(s) presente(s) na formulação;
c) Quantidade relativa de cada ingrediente ativo presente na formulação;
d) Tipo de formulação;
e) Nomes comerciais e nomes dos produtores, se disponíveis;
f) Padrões comuns e reconhecidos de uso da formulação na Parte propo-
nente;
g) Descrição clara de incidentes relacionados ao problema, inclusive os
efeitos adversos e o modo como a formulação foi utilizada;
h) Quaisquer medidas regulamentadoras, administrativas ou outras já
adotadas ou a serem adotadas pela Parte proponente em resposta a tais in-
cidentes.
Parte 2. Informações a serem coletadas pelo Secretariado.
Em conformidade com o parágrafo 3º do Artigo 6º, o Secretariado deverá
coletar informações relevantes relativas à formulação, incluindo:
a) As propriedades físico-químicas, toxicológicas e ecotoxicológicas da for-
mulação;
b) A existência de restrições de manuseio ou aplicação em outros Estados;
c) Informações sobre incidentes relacionados à formulação em outros Es-
tados;

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d) Informações apresentadas por outras Partes, organizações internacio-


nais, organizações não governamentais ou outras fontes relevantes, sejam
elas nacionais ou internacionais;
e) Avaliações de riscos e/ou periculosidade, se disponíveis;
f) Indicações, se disponíveis, da extensão do uso da formulação, como o
número de registros ou quantidade produzida ou vendida;
g) Outras formulações do pesticida em questão e incidentes, se houver,
relacionados com essas formulações;
h) Práticas alternativas para controle de pestes;
i) Outras informações que o Comitê de Revisão Química considere rele-
vantes.
Parte 3. Critérios para a inclusão de formulações de agrotóxicos de
severamente perigosas no Anexo III.
Ao examinar as propostas encaminhadas pelo Secretariado em conformi-
dade com o parágrafo 5º do Artigo 6º, o Comitê de Revisão Química deverá
levar em consideração:
a) O grau de confiabilidade da evidência que indica que o uso da formula-
ção, em conformidade com práticas comuns ou reconhecidas na Parte propo-
nente, tenha resultado nos incidentes relatados;
b) A relevância de tais incidentes para outros Estados com clima, condi-
ções e padrões semelhantes de uso da formulação;
c) A existência de restrições ao manuseio e aplicações que envolvam tec-
nologias ou técnicas que possam não ser razoável, ou amplamente emprega-
das nos Estados que não disponham da infra- estrutura necessária;
d) A importância dos efeitos relatados em relação à quantidade de formu-
lação utilizada;
e) Que o uso inadequado intencional não constitui, por si só, razão sufi-
ciente para inclusão da formulação no Anexo III.

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ANEXO V
INFORMAÇÕES EXIGIDAS PARA A NOTIFICAÇÃO DE EXPORTAÇÃO
1. As notificações de exportação deverão conter as seguintes informa-
ções: Nome e endereço das autoridades nacionais designadas relevantes da
Parte exportadora e da Parte importadora;
a) Data provável da exportação para a Parte importadora;
b) Nome da substância química de uso proibido ou severamente restrito
e um resumo das informações especificadas no Anexo I que devem ser for-
necidas ao Secretariado em conformidade com o Artigo 5º. Quando mais de
um dessas substâncias químicas estiver incluído em mistura ou em prepara-
do, essas informações devem ser fornecidas para cada um das substâncias
químicas;
c) Declaração indicando a categoria prevista da substância química, se for
conhecida, e seu uso previsto naquela categoria na Parte importadora;
d) Informações sobre medidas de precaução que visam reduzir a exposi-
ção à substância química, bem como sua emissão;
e) No caso de misturas ou preparados, a concentração do(s) produto(s)
químico(s) de uso proibido ou severamente restrito(s) em questão;
f) Nome e endereço do importador;
g) Quaisquer informações adicionais disponíveis junto à autoridade nacio-
nal designada relevante da Parte exportadora, que possam ser úteis para a
autoridade nacional designada da Parte importadora.
2. Além das informações mencionadas no parágrafo 1º, a Parte exporta-
dora deverá fornecer as informações adicionais especificadas no Anexo I, se
solicitadas pela Parte importadora.

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DECRETO N. 5.472, DE 20 DE JUNHO DE 2005

Promulga o texto da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgâ-


nicos Persistentes, adotada, naquela cidade, em 22 de maio de 2001.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o


art. 84, inciso IV, da Constituição, e Considerando que o Governo da Repúbli-
ca Federativa do Brasil assinou a Convenção de Estocolmo sobre
Poluentes Orgânicos Persistentes, naquela cidade, em 22 de maio de 2001;
Considerando que o Congresso Nacional aprovou esta Convenção por meio
do Decreto Legislativo n. 204, de 7 de maio de 2004;
Considerando que a Convenção entrou em vigor internacional, em 24 de
fevereiro de 2004, nos termos do parágrafo 1º de seu Artigo 26;
DECRETA:
Art. 1º A Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persisten-
tes, adotada naquela cidade, em 22 de maio de 2001, apensa por cópia ao
presente Decreto, será executada e cumprida tão inteiramente como nela se
contém.
Art. 2º São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos
que possam resultar em revisão da referida Convenção ou que acarretem en-
cargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional, nos termos do art.
49, inciso I, da Constituição.
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de junho de 2005; 184º da Independência e 117º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Celso Luiz Nunes Amorim
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 21.6.2005

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CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO

Sobre Poluentes Orgânicos Persistentes


As Partes na presente Convenção
Reconhecendo que os poluentes orgânicos persistentes têm propriedades
tóxicas, são resistentes à degradação, se bioacumulam, são transportados
pelo ar, pela água e pelas espécies migratórias através das fronteiras interna-
cionais e depositados distantes do local de sua liberação, onde se acumulam
em ecossistemas terrestres e aquáticos,
Conscientes dos problemas de saúde, especialmente nos países em de-
senvolvimento, resultantes da exposição local aos poluentes orgânicos per-
sistentes, em especial os efeitos nas mulheres e, por meio delas, nas futuras
gerações,
Reconhecendo que os ecossistemas e as comunidades indígenas do Ártico
estão especialmente ameaçadas devido à bioacumulação dos poluentes orgâ-
nicos persistentes, e que a contaminação de seus alimentos tradicionais é um
problema de saúde pública,
Conscientes da necessidade de se tomar medidas de alcance mundial so-
bre os poluentes orgânicos persistentes,
Levando em consideração a Decisão 19/13C, de 7 de fevereiro de 1997,
do Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente, de iniciar ações internacionais para proteger a saúde humana e o
meio ambiente com medidas que irão reduzir e/ou eliminar as liberações e
despejos de poluentes orgânicos persistentes,
Recordando as disposições pertinentes das convenções ambientais inter-
nacionais relevantes, especialmente a Convenção de Roterdã sobre o Proce-
dimento de Consentimento Prévio Informado para o Comércio Internacional
de Certas Substâncias Químicas e Agrotóxicos Perigosos e a Convenção da
Basileia sobre o Controle dos Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Peri-
gosos e seu Depósito, incluídos os acordos regionais elaborados no marco de
seu artigo 11,

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Recordando também as disposições pertinentes da Declaração do Rio so-


bre Meio Ambiente e Desenvolvimento e a Agenda 21,
Reconhecendo que a ideia da precaução é o fundamento das preocupa-
ções de todas as Partes e está incorporada de maneira substancial à presente
Convenção,
Reconhecendo que a presente Convenção e os demais acordos internacio-
nais na área de comércio e de meio ambiente se apóiam mutuamente,
Reafirmando que os Estados, em conformidade com a Carta das Nações
Unidas e os princípios do direito internacional, têm o direito soberano de ex-
plorar seus próprios recursos de acordo com suas próprias políticas relaciona-
das ao meio ambiente e ao desenvolvimento, assim como têm a responsabili-
dade de assegurar que as atividades que são realizadas sob sua jurisdição ou
controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas
situadas além dos limites da jurisdição nacional,
Levando em consideração as circunstâncias e as necessidades especiais
dos países em desenvolvimento, particularmente as dos países menos desen-
volvidos, e dos países com economia em transição, em particular a necessi-
dade de fortalecer suas capacidades nacionais para a gestão das substâncias
químicas, inclusive mediante a transferência de tecnologia, a prestação de
assistência financeira e técnica e a promoção da cooperação entre as Partes,
Tendo plenamente em consideração o Programa de Ação para o Desenvol-
vimento Sustentável dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento,
aprovado em Barbados, em 6 de maio de 1994,
Tomando nota das respectivas capacidades dos países desenvolvidos e em
desenvolvimento, assim como das responsabilidades comuns mas diferencia-
das dos Estados de acordo com o estabelecido no Princípio 7 da Declaração
do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
Reconhecendo o importante aporte que o setor privado e as organizações
não governamentais podem fazer para alcançar a redução e/ou eliminação
das emissões e descargas de poluentes orgânicos persistentes,

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Salientando a importância de que os fabricantes de poluentes orgânicos


persistentes assumam a responsabilidade de reduzir os efeitos adversos causa-
dos por seus produtos e disponibilizem informações aos usuários, aos governos
e ao público sobre as propriedades perigosas dessas substâncias químicas,
Conscientes da necessidade de se adotarem medidas para prevenir os
efeitos adversos causados pelos poluentes orgânicos persistentes em todas
as etapas do seu ciclo de vida,
Reafirmando o Princípio 16 da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento que estipula que as autoridades nacionais deverão procu-
rar promover a internalização dos custos ambientais e o uso de instrumen-
tos econômicos, levando em consideração o critério de que quem contamina
deve, em princípio, arcar com os custos da contaminação, levando devida-
mente em consideração o interesse público e sem distorcer o comércio nem
os investimentos internacionais,
Estimulando as Partes que não contam com sistemas normativos e de ava-
liação de agrotóxicos e substâncias químicas industriais a criá-los,
Reconhecendo a importância de desenvolver e utilizar processos e subs-
tâncias químicas alternativas ambientalmente saudáveis,
Determinado s a proteger a saúde humana e o meio ambiente dos impac-
tos nocivos dos poluentes orgânicos persistentes,
Convieram no seguinte:
Art. 1º Objetivo
Tendo presente o Princípio da Precaução consagrado no Princípio 15 da
Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, o objetivo da
presente Convenção é proteger a saúde humana e o meio ambiente dos po-
luentes orgânicos persistentes.

Artigo 2º

Definições
Para os fins da presente Convenção:

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(a) o termo “Parte” significa um Estado ou uma organização regional de


integração econômica que tenha consentido em sujeitar-se à presente Con-
venção e para qual a Convenção encontra-se em vigor;
(b) o termo “organização regional de integração econômica” significa uma
organização constituída por Estados soberanos de uma determinada região
à qual os Estados-Membros tenham delegado competência para lidar com
as matérias regidas pela presente Convenção e que tenha sido devidamente
autorizada, em conformidade com seus procedimentos internos, a assinar,
ratificar, aceitar, aprovar ou aderir à presente Convenção;
(c) o termo “Partes presentes e votantes” significa Partes que estão pre-
sentes e que emitam um voto afirmativo ou negativo.
1. Cada Parte deverá:

Artigo 3º

Medidas para Reduzir ou Eliminar as Liberações decorrentes de Produção


e Uso Intencionais
(a) proibir e/ou adotar as medidas jurídicas e administrativas que sejam
necessárias para eliminar:
i) a produção e utilização das substâncias químicas relacionadas no Anexo
A, de acordo com as disposições especificadas naquele Anexo; e, ii) a impor-
tação e exportação das substâncias químicas relacionadas no Anexo A, de
acordo com as disposições do parágrafo 2; e,
(b) restringir a produção e utilização das substâncias químicas relaciona-
das no Anexo B, de acordo com as disposições especificadas naquele Anexo.
2. Cada Parte adotará medidas para garantir que:
(a) uma substância química relacionada no Anexo A ou no Anexo B, seja
importada apenas:
i) para sua disposição ambientalmente adequada, na forma disposta no
Art. 6º, parágrafo 1 (d); ou, ii) para uma utilização ou finalidade permitida
para essa Parte de acordo com o Anexo A ou o Anexo B;

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(b) uma substância química relacionada no Anexo A, para a qual esteja


em vigor uma exceção específica para produção ou utilização, ou uma substância
química relacionada no Anexo B para a qual esteja em vigor uma finalidade acei-
tável de produção ou uso, considerando as disposições relevantes dos instrumen-
tos internacionais de consentimento prévio informado, seja exportada apenas:
i) para sua disposição ambientalmente adequada, na forma disposta no Art.
6º, parágrafo 1(d); ou, ii) para uma Parte que tenha autorização para utilizar
aquela substância química de acordo com o Anexo A ou o Anexo B; ou; ou, iii)
para um Estado que não seja Parte na presente Convenção que tenha fornecido
uma certificação anual para a Parte exportadora. Essa certificação deverá especi-
ficar o uso previsto da substância química e incluir uma declaração de que, para
aquela substância química, o Estado importador se compromete a:
a. proteger a saúde humana e o meio ambiente tomando as medidas neces-
sárias para minimizar ou evitar liberações;
b. cumprir o disposto no Art. 6º, parágrafo 1; e, c. cumprir, quando proceder,
o disposto no parágrafo 2 da Parte II do Anexo B.
A certificação deverá incluir, também, toda a documentação de apoio apro-
priada, tais como textos legislativos, instrumentos regulamentadores ou diretrizes
administrativas ou de políticas. A Parte exportadora deverá transmitir a certifica-
ção para o Secretariado no prazo de sessenta dias a partir de seu recebimento.
(c) uma substância química relacionada no Anexo A, para a qual as exce-
ções específicas para produção e utilização não estejam mais em vigor para
qualquer Parte, não será exportada por essa Parte, exceto para o propósito
de sua disposição ambientalmente adequada, na forma disposta no Art. 6º,
parágrafo 1 (d);
(d) para efeito do presente parágrafo, o termo “Estado que não seja Parte
na presente Convenção” incluirá, com relação a uma determinada substância
química, um Estado ou organização regional de integração econômica que
não tenha acordado em estar vinculado à Convenção no que diz respeito a
esta substância química.

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3. Cada Parte, que disponha de um ou mais sistemas de regulamentação


e avaliação de novos agrotóxicos ou novas substâncias químicas industriais
deverá adotar medidas para regulamentar, com a finalidade de prevenir a
produção e utilização de novos agrotóxicos ou novas substâncias químicas
industriais que, levando em consideração os critérios do parágrafo 1 do Anexo
D, possuam as características de poluentes orgânicos persistentes.
4. Cada Parte, que disponha de um ou mais esquemas de regulamenta-
ção e avaliação de agrotóxicos ou substâncias químicas industriais levará em
consideração nesses esquemas, se for o caso, os critérios do parágrafo 1 do
Anexo D na realização da avaliação dos agrotóxicos ou substâncias químicas
industriais atualmente em uso.
5. Salvo disposto de outra forma na presente Convenção, os parágrafos 1 e
2 não se aplicarão a quantidades de uma substância química destinadas para
utilização em pesquisa em escala de laboratório ou como padrão de referência.
6. Toda Parte que tenha uma exceção específica de acordo com o Anexo A
ou uma exceção específica ou finalidade aceitável de acordo com o Anexo B
deverá tomar as medidas apropriadas para assegurar que qualquer produção
ou utilização correspondente a essa exceção ou finalidade ocorra de modo
que se evite ou minimize a exposição humana e a liberação no meio ambien-
te. Quanto às exceções específicas ou às finalidades aceitáveis que incluírem
a liberação intencional no meio ambiente em condições de utilização normal,
tal liberação deverá ser a mínima necessária, levando em consideração as
normas e diretrizes aplicáveis.

Artigo 4º

Registro de Exceções Específicas


1. Fica estabelecido por meio da presente Convenção um Registro com a
finalidade de identificar as Partes que possuem exceções específicas relacio-
nadas no Anexo A ou no Anexo B. O Registro não deverá identificar as Partes
que façam uso das disposições do Anexo A ou do Anexo B que podem ser
invocadas por todas as Partes. O Secretariado deverá manter esse Registro e
o colocará à disposição do público.

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2. O Registro deverá incluir:


(a) uma lista dos tipos de exceções específicas obtidas do Anexo A e do
Anexo B;
(b) uma lista das Partes que possuam exceções específicas relacionadas
no Anexo A ou no Anexo B; e
(c) uma lista das datas de expiração para cada exceção específica registrada.
3. Assim que se tornar Parte, qualquer Estado pode, por meio de notificação
por escrito ao Secretariado, registrar-se para um ou mais tipos de exceções es-
pecíficas relacionadas no Anexo A ou no Anexo B.
4. Salvo uma Parte indique uma data anterior no Registro, ou uma prorroga-
ção seja autorizada em conformidade com o parágrafo 7, todos os registros das
exceções específicas expirarão cinco anos após a data de entrada em vigor da
presente Convenção, com relação a uma substância química específica.
5. Em sua primeira reunião, a Conferência das Partes adotará uma decisão
relacionada ao seu processo de exame das inscrições no Registro.
6. Antes do exame de uma inscrição no Registro, a Parte interessada
apresentará um informe à Secretaria onde justificará a permanência da ne-
cessidade de registro daquela exceção. O Secretariado distribuirá o informe
a todas as Partes. O exame de uma inscrição será realizado considerando
todas as informações disponíveis. Com esses antecedentes, a Conferência
das Partes poderá formular, para a Parte interessada, as recomendações que
considere oportunas.
7. A Conferência das Partes poderá, por solicitação da Parte interessada,
adotar a decisão de prorrogar a data de expiração de uma exceção específica
por um período de até cinco anos. Ao adotar essa decisão, a Conferência das
Partes levará devidamente em conta as especiais circunstâncias das Partes que
forem países em desenvolvimento ou países com economias em transição.
8. Uma Parte poderá, a qualquer momento, retirar a inscrição do Registro
de uma exceção específica mediante notificação por escrito ao Secretariado.
A retirada entrará em vigor na data especificada na notificação.

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9. Quando não mais houver Partes registradas para um tipo particular de


exceção específica, não serão mais realizados novos registros para aquela
exceção.

Artigo 5º

Medidas para Reduzir ou Eliminar as Liberações da Produção Não inten-


cional
Cada Parte adotará como mínimo as seguintes medidas para reduzir as
liberações totais derivadas de fontes antropogênicas de cada uma das subs-
tâncias químicas incluídas no Anexo C, com a finalidade de sua redução ao
mínimo e, onde viável, sua eliminação definitiva:
(a) elaborar um plano de ação ou, se for o caso, um plano de ação regio-
nal ou sub-regional, num prazo de dois anos a partir da entrada em vigor da
presente Convenção para a Parte, e subsequentemente o implementar, como
parte de seu plano de implementação especificado no Art. 7º, elaborado para
identificar, caracterizar e combater as liberações das substâncias químicas
relacionadas no Anexo C, e facilitar a implementação dos subparágrafos (b) a
(e). O plano de ação deverá incluir os seguintes elementos:
i) avaliação das liberações atuais e as projetadas, incluindo a elaboração
e manutenção dos inventários de fontes e estimativas de liberações, levando
em consideração as categorias das fontes identificadas no Anexo C;
ii) avaliação da eficácia das leis e políticas da Parte relativas à gestão des-
sas liberações;
iii) estratégias para cumprir as obrigações estipuladas no presente pará-
grafo, levando em consideração as avaliações mencionadas nos incisos (i) e
(ii);
iv) medidas para promover educação, capacitação e a conscientização em
relação a essas estratégias;

163
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

v) revisão quinquenal dessas estratégias e seu êxito no cumprimento das


obrigações decorrentes deste parágrafo; tais revisões serão incluídas no rela-
tório a ser apresentado de acordo com o Art. 15;
vi) cronograma para implementação do plano de ação, inclusive das estra-
tégias e das medidas identificadas no plano.
(b) promover a aplicação das medidas disponíveis, viáveis e práticas que
permitam alcançar rapidamente um grau realista e significativo de redução
das liberações ou de eliminação das fontes;
(c) promover o desenvolvimento e, quando se considere oportuno, exigir
a utilização de materiais, produtos e processos substitutivos ou modificados
para evitar a formação e liberação das substâncias químicas incluídas no Ane-
xo C, levando em consideração as orientações gerais sobre medidas de pre-
venção e redução das liberações que figuram no Anexo C e as diretrizes que
forem adotadas por decisão da Conferência das Partes;
(d) promover e, de acordo com o cronograma de implementação do seu
plano de ação, requerer o uso das melhores técnicas disponíveis para as no-
vas fontes dentro das categorias de fontes que, segundo determinou uma
Parte no seu plano de ação, justifiquem tais medidas, com enfoque inicial
especial para as categorias de fontes identificadas na Parte II do Anexo C. De
qualquer forma, o requisito de utilização das melhores técnicas disponíveis
relacionadas às novas fontes das categorias relacionadas na Parte II daquele
Anexo será adotado gradualmente, o quanto antes possível, mas no mais tar-
dar em quatro anos após a entrada em vigor da Convenção para aquela Parte.
Com relação às categorias identificadas, as Partes promoverão a utilização
das melhores práticas ambientais. Ao aplicar as melhores técnicas disponíveis
e as melhores práticas ambientais, as Partes deverão levar em consideração
as diretrizes gerais sobre medidas de prevenção e redução das liberações que
figuram no citado Anexo e as diretrizes sobre melhores técnicas disponíveis e
melhores práticas ambientais que sejam adotadas por decisão da Conferência
das Partes;

164
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

(e) promover, de acordo com seu plano de ação, o emprego das melhores
técnicas disponíveis e das melhores práticas ambientais:
i) para fontes existentes, dentro das categorias de fontes relacionadas na
Parte II do Anexo C e das categorias de fontes tais como as relacionadas na
Parte III daquele Anexo; e ii) para novas fontes, dentro das categorias tais
como as relacionadas na Parte III do Anexo C, para as quais a Parte não tenha
realizado nenhuma iniciativa no marco do subparágrafo (d).
Ao implementar as melhores técnicas disponíveis e as melhores práticas
ambientais, as Partes deverão levar em consideração as orientações gerais
sobre medidas de prevenção e redução das liberações que figuram no Anexo
C e as orientações sobre melhores técnicas disponíveis e melhores práticas
ambientais que sejam adotadas por decisão da Conferência das Partes;
(f) para os fins do presente parágrafo e do Anexo C:
i) o termo “melhores técnicas disponíveis” significa o estágio mais eficaz
e avançado no desenvolvimento das atividades e dos métodos de operação
que indicam a adequabilidade prática das técnicas específicas que forneçam,
em princípio, a base da limitação das liberações destinada a prevenir e, onde
não seja viável, reduzir em geral as liberações das substâncias químicas rela-
cionadas na Parte I do Anexo C e seus impactos no meio ambiente como um
todo. A esse respeito:
ii) o termo “técnicas” inclui tanto a tecnologia utilizada como o modo como
a instalação é desenhada, construída, mantida, operada e desmontada;
iii) o termo técnicas “disponíveis” significa aquelas técnicas que são aces-
síveis ao operador e que são desenvolvidas numa escala que permita sua apli-
cação no setor industrial relevante em condições econômica e tecnicamente
viáveis, levando em consideração os custos e os benefícios; e iv) o termo
“melhores” significa mais eficiente para atingir um alto nível geral de proteção
do meio ambiente como um todo;
v) o termo “melhores práticas ambientais” significa a aplicação da combi-
nação mais adequada de medidas e estratégias de controle ambiental;

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

vi) o termo “nova fonte” significa qualquer fonte cuja construção ou mo-
dificação substancial tenha começado pelo menos um ano depois da data de:
a. entrada em vigor da presente Convenção para a Parte interessada; ou
b. entrada em vigor para a Parte interessada de uma emenda ao Anexo C pela
qual a fonte em questão seja submetida às disposições da presente Conven-
ção exclusivamente em virtude daquela emenda.
(g) uma Parte poderá utilizar valores limite de liberação ou padrões de de-
sempenho para cumprir seus compromissos de implementação das melhores
técnicas disponíveis referidas neste parágrafo.

Artigo 6º

Medidas para Reduzir ou Eliminar as Liberações de Estoques e Resíduos


1. Com a finalidade de assegurar que os estoques que consistam de / ou
que contenham as substâncias químicas relacionadas no Anexo A ou no Ane-
xo B, e resíduos, incluindo os produtos e artigos que se convertam em resídu-
os, consistindo de, contendo ou contaminados com as substâncias químicas
relacionadas nos anexo A, B ou C, sejam gerenciados de modo a proteger a
saúde humana e o meio ambiente, cada Parte deverá:
(a) elaborar estratégias apropriadas para identificar:
i) os estoques que consistam de, ou que contenham, as substâncias quí-
micas relacionadas no Anexo A ou Anexo B; e, ii) os produtos e artigos em
uso, bem como os resíduos que consistam de, contenham ou estejam conta-
minados com uma substância química relacionada no Anexo A, B ou C;
(b) identificar, na medida do possível, estoques que consistam de, ou con-
tenham, as substâncias químicas relacionadas no Anexo A ou Anexo B, de
acordo com as estratégias referidas no subparágrafo (a);
(c) gerenciar os estoques, conforme o caso, de maneira segura, eficiente
e ambientalmente saudável. Os estoques das substâncias químicas relacio-
nadas no Anexo A ou no Anexo B, quando não for mais possível utilizá-las de
acordo com uma exceção específica determinada no Anexo A ou uma exceção

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específica ou finalidade aceitável determinada no Anexo B, exceto estoques


cuja exportação esteja permitida de acordo com o Art. 3º, parágrafo 2, serão
considerados resíduos e serão gerenciados de acordo com o subparágrafo
(d);
(d) tomar medidas adequadas para que tais resíduos, incluídos os produ-
tos e artigos quando se convertem em resíduos:
i) sejam manejados, coletados, transportados e armazenados de maneira
ambientalmente saudável;
ii) sejam dispostos de forma que o teor de poluente orgânico persistente
seja destruído ou irreversivelmente transformado para que não exibam mais
características de poluentes orgânicos persistentes ou dispostos de outra for-
ma ambientalmente saudável quando a destruição ou transformação irrever-
sível não represente a opção preferível do ponto de vista ambiental ou o teor
de poluente orgânico persistente seja baixo, levando em consideração regras,
padrões e diretrizes internacionais, incluindo aqueles que possam ser elabo-
rados de acordo com o parágrafo 2 e regimes globais e regionais relevantes
que regem a gestão de resíduos perigosos;
iii) não sejam permitidos para operações de disposição que possibilitem
a recuperação, reciclagem, regeneração, reutilização direta ou usos alterna-
tivos dos poluentes orgânicos persistentes; e, iv) não sejam transportados
através de fronteiras internacionais sem levar em consideração as regras,
normas e diretrizes internacionais relevantes;
(e) empenhar-se para elaborar estratégias adequadas para identificar sí-
tios contaminados com as substâncias químicas relacionadas nos Anexos A,
B ou C; no caso de se remediar esses sítios, isso deve ser feito de maneira
ambientalmente saudável.
2. A Conferência das Partes cooperará estreitamente com os órgãos apro-
priados da Conferência da Basileia sobre o Controle dos Movimentos Trans-
fronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito para, entre outras coisas:

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(a) estabelecer níveis de destruição e transformação irreversível necessá-


rios para garantir que não sejam mais exibidas as características de poluentes
orgânicos persistentes especificadas no parágrafo 1 do Anexo D;
(b) determinar os métodos considerados ambientalmente saudáveis para
a disposição ambientalmente adequada referida acima; e,
(c) estabelecer, conforme o caso, os níveis de concentração das substân-
cias químicas relacionadas nos Anexos A, B e C para definir o baixo teor de
poluente orgânico persistente referido no inciso (ii) do parágrafo 1 (d).

Artigo 7º

Planos de Implementação
1. Cada Parte deverá:
(a) elaborar um plano para a implementação de suas obrigações decorren-
tes da presente Convenção e envidar esforços para a sua execução;
(b) transmitir seu plano de implementação à Conferência das Partes num
prazo de dois anos a partir da data de entrada em vigor da Convenção para
aquela Parte; e,
(c) revisar e atualizar, conforme o caso, seu plano de implementação em
intervalos periódicos e na forma determinada por decisão da Conferência das
Partes.
2. As Partes deverão, conforme o caso, cooperar diretamente, ou por meio
de organizações mundiais, regionais ou sub-regionais, e consultar as partes
interessadas nacionais, incluídos os grupos de mulheres e os grupos que se
ocupam da saúde das crianças, a fim de facilitar a elaboração, execução e
atualização de seus planos de implementação.
3. As Partes se esforçarão para utilizar e, onde necessário, estabelecer os
meios para incorporar os planos nacionais de implementação relativos aos
poluentes orgânicos persistentes em suas estratégias de desenvolvimento
sustentável, conforme o caso.

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Artigo 8º

Inclusão de Substâncias Químicas nos Anexos A, B e C


1. Qualquer Parte pode submeter ao Secretariado uma proposta de inclu-
são de uma substância química nos Anexos A, B e/ou C. Tal proposta incluirá
as informações especificadas no Anexo D. Ao elaborar uma proposta, uma
Parte poderá receber a assistência de outras Partes e/ou do Secretariado.
2. O Secretariado verificará se a proposta contém as informações especi-
ficadas no Anexo D. Se o Secretariado considerar que a proposta contém tais
informações, remeterá a proposta para o Comitê de Exame dos Poluentes
Orgânicos Persistentes.
3. O Comitê examinará a proposta e aplicará os critérios de seleção espe-
cificados no Anexo D de maneira flexível e transparente, levando em consi-
deração, de maneira integrada e equilibrada, todas as informações disponibi-
lizadas.
4. Se o Comitê decidir que:
(a) os critérios de seleção foram atendidos, deverá, por meio do Secreta-
riado, disponibilizar a proposta e a avaliação do Comitê para todas as Partes
e observadores e convidá-los a apresentar as informações definidas no Anexo
E; ou
(b) os critérios de seleção não foram atendidos, deverá, por meio do Se-
cretariado, informar a todas as Partes e observadores e disponibilizar a pro-
posta e a avaliação do Comitê a todas as Partes, e a proposta deverá ser
descartada.
5. Qualquer Parte poderá voltar a apresentar ao Comitê uma proposta que
já tenha sido descartada em virtude do parágrafo 4. Nessa nova apresenta-
ção poderão figurar todas as considerações da Parte bem como uma justifi-
cativa para a reconsideração pelo Comitê. Se, ao aplicar tal procedimento, o
Comitê novamente descartar a proposta, a Parte poderá contestar a decisão
do Comitê e a Conferência das Partes poderá considerar a matéria na sessão
seguinte. A Conferência das Partes deverá decidir, com base nos critérios de

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

seleção do Anexo D e levando em consideração a avaliação do Comitê e qual-


quer informação adicional disponibilizada por qualquer Parte ou observador,
se a proposta deve prosseguir.
6. Nos casos em que o Comitê tenha decidido que os critérios de seleção
foram atendidos, ou que a Conferência das Partes tenha decidido que a pro-
posta deve prosseguir, o Comitê revisará novamente a proposta, levando em
consideração qualquer informação adicional relevante recebida, e preparará
um projeto de perfil de risco de acordo com o Anexo E. O Comitê, por meio
do Secretariado, disponibilizará o projeto a todas as Partes e observadores,
compilará suas observações técnicas e, levando em consideração essas ob-
servações, concluirá a elaboração do perfil de risco.
7. Se, com base no perfil de risco elaborado de acordo com o Anexo E, o
Comitê decidir que:
(a) é provável que a substância química como resultado de seu transporte
ambiental a longa distância cause efeitos adversos significativos à saúde hu-
mana e/ou ao meio ambiente que justifiquem a adoção de medidas em nível
mundial, a proposta deverá prosseguir. A falta da plena certeza científica não
impedirá a tramitação da proposta. O Comitê, por meio do Secretariado, soli-
citará informações de todas as Partes e observadores, relacionadas às consi-
derações especificadas no Anexo F. O Comitê preparará então uma avaliação
do gerenciamento de riscos que inclua uma análise das possíveis medidas de
controle para a substância química, de acordo com aquele Anexo; ou,
(b) a proposta não deve prosseguir, disponibilizará, por meio do Secre-
tariado, o perfil de riscos a todas as Partes e observadores e descartará a
proposta.
8. Em relação a qualquer proposta descartada de acordo com o parágrafo
7, qualquer Parte poderá solicitar à Conferência das Partes que considere a
possibilidade de instruir o Comitê que convide a Parte proponente, e a outras
Partes, que apresentem informações complementares num prazo não supe-
rior a um ano. Transcorrido esse prazo, e com base nas informações recebi-

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das, o Comitê reconsiderará a proposta de acordo com o parágrafo 6, com


prioridade a ser definida pela Conferência das Partes. Se, ao aplicar tal proce-
dimento, o Comitê novamente descartar a proposta, a Parte poderá contestar
a decisão do Comitê e a Conferência das Partes poderá considerar a matéria
na sessão seguinte. A Conferência das Partes poderá decidir, com base no
perfil de risco preparado de acordo com o Anexo E e levando em consideração
a avaliação do Comitê e informações adicionais disponibilizadas por qualquer
Parte ou observador, que a proposta deve prosseguir. Se a Conferência das
Partes decidir que a proposta deve prosseguir, o Comitê preparará, então, a
avaliação de gerenciamento de risco.
9. O Comitê recomendará, com base no perfil de risco referido no pará-
grafo 6 e na avaliação de gerenciamento de risco referida no parágrafo 7(a)
ou parágrafo 8, se a substância química deve ser considerada pela Confe-
rência das Partes para inclusão nos Anexos A, B e/ou C. A Conferência das
Partes, levando em devida consideração as recomendações do Comitê, inclu-
sive qualquer incerteza científica, decidirá de maneira preventiva se incluirá
a substância química, e especificará as medidas de controle relativas, nos
Anexos A, B e/ou C.
Art. 9º Intercâmbio de Informações
1. Cada Parte deverá facilitar ou realizar o intercâmbio de informações
relacionadas:
(a) à redução ou eliminação da produção, utilização e liberação de poluen-
tes orgânicos persistentes; e,
(b) às alternativas para os poluentes orgânicos persistentes, inclusive in-
formações relacionadas aos seus riscos, bem como seus custos econômicos
e sociais.
2. As Partes trocarão as informações referidas no parágrafo 1, diretamen-
te ou por meio do Secretariado.
3. Cada Parte designará um ponto focal nacional para a troca dessas in-
formações

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

4. O Secretariado atuará como um mecanismo de intercâmbio de infor-


mações sobre poluentes orgânicos persistentes, incluindo as informações dis-
ponibilizadas pelas Partes, organizações intergovernamentais e organizações
não governamentais.
5. Para os fins da presente Convenção, as informações sobre saúde e se-
gurança humana e ambiental não serão consideradas confidenciais. As Partes
que trocarem outras informações relacionadas com a presente Convenção
deverão proteger qualquer informação confidencial de mútuo acordo.

Artigo 10

Informação, Conscientização e Educação do Público


1. Cada Parte deverá, de acordo com sua capacidade, promover e facilitar:
(a) a conscientização dos formuladores de políticas e decisões com relação
aos poluentes orgânicos persistentes;
(b) a comunicação ao público de todas informações disponíveis relaciona-
das aos poluentes orgânicos persistentes, levando em consideração o dispos-
to no Art. 9º, parágrafo 5;
(c) a elaboração e implementação de programas de educação e conscien-
tização do público, especialmente mulheres, crianças e pessoas menos ins-
truídas, sobre os poluentes orgânicos persistentes, seus efeitos para a saúde
e o meio ambiente e suas alternativas;
(d) a participação do público no tratamento do tema dos poluentes orgâ-
nicos persistentes e seus efeitos para a saúde e o meio ambiente e o desen-
volvimento de respostas adequadas, incluindo as possibilidades de se fazer
aportes, em nível nacional, para a implementação da presente Convenção;
(e) o treinamento dos trabalhadores, cientistas, educadores e pessoal téc-
nico e da área gerencial;
(f) a elaboração e troca de material educativo e de conscientização do pú-
blico, no plano nacional e internacional; e,

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(g) a elaboração e implementação de programas educativos e de treina-


mento, no plano nacional e internacional.
2. Cada Parte, de acordo com sua capacidade, assegurará que o público
tenha acesso às informações públicas referidas no parágrafo 1 e que tais in-
formações sejam mantidas atualizadas.
3. Cada Parte, de acordo com sua capacidade, estimulará a indústria e os
usuários profissionais a promover e facilitar a disponibilização das informa-
ções referidas no parágrafo 1 em plano nacional e, conforme o caso, em plano
sub-regional, regional e global.
4. Ao disponibilizar informações sobre poluentes orgânicos persistentes e
suas alternativas, as Partes poderão utilizar fichas com dados de segurança,
informes, os meios de difusão e outros meios de comunicação, e poderão es-
tabelecer centros de informação nacionais e regionais.
5. Cada Parte direcionará especial atenção ao desenvolvimento de meca-
nismos, tais como os registros de liberação e transferência de poluentes, para
a coleta e disseminação de informações sobre estimativas das quantidades
anuais de liberação ou eliminação das substâncias químicas relacionadas no
Anexo A, B ou C.

Artigo 11

Pesquisa, Desenvolvimento e Monitoramento


1. As Partes, de acordo com suas capacidades, deverão estimular e/ou
efetuar, no plano nacional e internacional, adequadas atividades de pesquisa,
desenvolvimento, monitoramento e cooperação com relação aos poluentes
orgânicos persistentes e, conforme o caso, com relação às suas alternativas e
a potenciais poluentes orgânicos persistentes, inclusive sobre:
(a) as fontes e as liberações no meio ambiente;
(b) a existência, os níveis e as tendências em seres humanos e no meio
ambiente;
(c) o transporte, o destino final e a transformação no meio ambiente;

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(d) os efeitos na saúde humana e no meio ambiente;


(e) os impactos socioeconômicos e culturais;
(f) a redução e/ou eliminação das liberações; e,
(g) as metodologias harmonizadas para elaboração de inventários de fon-
tes geradoras e as técnicas analíticas para mensuração das liberações.
2. Ao tomar as medidas para a implementação do parágrafo 1, as Partes,
de acordo com suas capacidades, deverão:
(a) apoiar e seguir desenvolvendo, conforme o caso, programas interna-
cionais, redes e organizações que objetivem a definição, condução, avaliação
e financiamento de pesquisa, coleta de dados e monitoramento, levando em
consideração a necessidade de minimizar a duplicação de esforços;
(b) apoiar os esforços nacionais e internacionais para fortalecer a capaci-
dade nacional de pesquisa técnica e científica, especialmente nos países em
desenvolvimento e nos países com economias em transição, e para promover
o acesso aos dados e análises, bem como o seu intercâmbio;
(c) levar em consideração os problemas e necessidades dos países em
desenvolvimento e dos países com economias em transição, especialmente
os relacionados aos recursos financeiros e técnicos, e cooperar para o melho-
ramento de sua capacidade de participar nos esforços referidos nos subpará-
grafos (a) e (b);
(d) efetuar trabalhos de pesquisa destinados a mitigar os efeitos dos po-
luentes orgânicos persistentes na saúde reprodutiva;
(e) tornar acessíveis ao público, de forma oportuna e regular, os resulta-
dos de suas pesquisas e atividades de desenvolvimento e monitoramento,
referidas neste parágrafo; e,
(f) estimular e/ou realizar atividades de cooperação relacionadas ao ar-
mazenamento e à manutenção das informações geradas por pesquisa, desen-
volvimento e monitoramento.
Art. 12. Assistência Técnica

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1. As Partes reconhecem que a prestação de assistência técnica, oportuna


e apropriada em resposta às solicitações das Partes que são países em desen-
volvimento e Partes que são países com economias em transição, é essencial
à implementação bem sucedida da presente Convenção.
2. As Partes cooperarão para proporcionar assistência técnica oportuna e
apropriada às Partes que são países em desenvolvimento e Partes que são
países com economias em transição para ajudá-las, levando em consideração
suas necessidades particulares, a desenvolver e fortalecer sua capacidade
para cumprir as obrigações decorrentes da presente Convenção.
3. Neste sentido, a assistência técnica a ser proporcionada pelas Partes
que são países desenvolvidos, e outras Partes de acordo com suas capacida-
des, incluirá, conforme o caso e mutuamente acordado, assistência técnica
para capacitação relacionada ao cumprimento das obrigações decorrentes da
presente Convenção. A Conferência das Partes proporcionará maiores orien-
tações a este respeito.
4. As Partes estabelecerão, conforme o caso, mecanismos com a finalida-
de de viabilizar a assistência técnica e promover a transferência de tecnologia
para Partes que são países em desenvolvimento e para Partes que são paí-
ses com economias em transição, em relação à implementação da presen-
te Convenção. Essas providências incluirão centros regionais e sub-regionais
para capacitação e transferência de tecnologia com a finalidade de ajudar as
Partes que são países em desenvolvimento e as Partes que são países com
economias em transição a cumprir suas obrigações decorrentes da presente
Convenção. A Conferência das Partes proporcionará maiores orientações a
este respeito.
5. As Partes deverão, no contexto deste artigo, levar em conta, de forma
enfática, as necessidades específicas e a situação especial dos países menos
desenvolvidos e dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento, no que
se refere à adoção de medidas relacionadas à assistência técnica.

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Artigo 13

Mecanismos e Recursos Financeiros


1. Cada Parte se compromete, de acordo com sua capacidade, a prestar
apoio financeiro e a oferecer incentivos para atividades nacionais que visem
alcançar o objetivo da presente Convenção, de acordo com seu plano, priori-
dades e programas nacionais.
2. As Partes que são países desenvolvidos disponibilizarão recursos finan-
ceiros novos e adicionais para permitir que Partes que são países em desen-
volvimento e Partes que são países com economia em transição viabilizem os
custos incrementais totais acordados para implementação de medidas que
atendem às obrigações decorrentes da presente Convenção, conforme acor-
dado entre uma Parte beneficiária e uma entidade participante do mecanismo
descrito no parágrafo 6. Outras Partes também podem, de forma voluntária
e de acordo com suas capacidades, disponibilizar tais recursos financeiros.
Contribuições de outras fontes também devem ser incentivadas. A implemen-
tação desses compromissos deve considerar a necessidade de que o fluxo de
fundos seja suficiente, previsível e oportuno e a importância do compartilha-
mento da responsabilidade financeira entre as Partes contribuintes.
3. As Partes que são países desenvolvidos e outras Partes, de acordo com
suas capacidades e seus planos, prioridades e programas nacionais, também
poderão disponibilizar recursos financeiros para auxiliar a implementação da
presente Convenção por meio de outras fontes ou canais bilaterais, regionais
e multilaterais, e as Partes que são países em desenvolvimento e Partes que
são países com economias em transição poderão se beneficiar destes recur-
sos.
4. A extensão da implementação dos compromissos decorrentes da pre-
sente Convenção pelas Partes que são países em desenvolvimento dependerá
do efetivo cumprimento dos compromissos decorrentes da presente Conven-
ção pelas Partes que são países desenvolvidos, em relação aos recursos fi-
nanceiros, à assistência técnica e à transferência de tecnologia. Deve-se levar

176
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

plenamente em conta o fato de que o desenvolvimento econômico e social


sustentável e a erradicação da pobreza são as prioridades primordiais e ab-
solutas das Partes que são países em desenvolvimento, dando a devida con-
sideração à necessidade de se proteger a saúde humana e o meio ambiente.
5. As Partes levarão plenamente em conta as necessidades específicas e
a situação especial dos países menos desenvolvidos e dos pequenos Estados
insulares em desenvolvimento, no que se refere a sua adoção de medidas
relacionadas a financiamento.
6. Fica definido por meio da presente Convenção um mecanismo para
disponibilizar recursos financeiros adequados e sustentáveis para as Partes
que são países em desenvolvimento e Partes que são países com economias
em transição, na forma de doações ou e bases concessionais, para auxiliá-los
na implementação da Convenção. O mecanismo funcionará sob a autoridade,
conforme o caso, e a orientação da Conferência das Partes, a quem deverá
prestar conta para os propósitos da presente Convenção. O seu funcionamento
será confiado a uma ou várias entidades, inclusive a entidades internacionais
existentes, de acordo com decisão da Conferência das Partes. O mecanismo
também poderá incluir outras entidades que prestam assistência técnica e
financeira, multilateral, regional e bilateral. As contribuições ao mecanismo
deverão ser adicionais a outras transferências financeiras para Partes que
são países em desenvolvimento ou Partes que são países com economias em
transição, conforme indica e de acordo com o parágrafo 2.
7. De acordo com os objetivos da presente Convenção e o parágrafo 6, a
Conferência das Partes na sua primeira reunião aprovará orientações apro-
priadas para o mecanismo e acordará com a entidade, ou entidades partici-
pantes do mecanismo financeiro, as providências necessárias para que tais
orientações surtam efeito. As orientações incluirão, entre outras:
(a) a definição de prioridades relacionadas à política, estratégia e progra-
mas, bem como critérios e diretrizes, claras e detalhadas, relacionadas às

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condições de acesso aos recursos financeiros e sua utilização, incluindo mo-


nitoramento e avaliação periódica do uso desses recursos;
(b) a apresentação de relatórios periódicos à Conferência das Partes pela
entidade ou entidades participantes sobre a idoneidade e sustentabilidade do
financiamento para atividades relevantes para a implementação da presente
Convenção;
(c) a promoção de critérios, mecanismos e arranjos de financiamento ba-
seados em múltiplas fontes;
(d) as modalidades para determinação, de maneira previsível e identificá-
vel, do montante de recursos necessário e disponível para implementação da
presente Convenção, considerando que, a eliminação gradativa de poluentes
orgânicos persistentes pode requerer um financiamento sustentável e sob
condições tais que esse montante seja periodicamente revisado; e,
(e) as modalidades para a prestação de assistência a Partes interessadas
mediante a avaliação das necessidades, informação sobre fontes de recursos
disponíveis e formas de financiamento, com a finalidade de facilitar a coorde-
nação entre elas.
8. A Conferência das Partes revisará, o mais tardar na sua segunda reu-
nião e sucessivamente em caráter periódico, a eficácia do mecanismo esta-
belecido no presente artigo, sua capacidade de atender a alterações nas ne-
cessidades das Partes que são países em desenvolvimento e das Partes que
são países com economias em transição, os critérios e orientações referidas
no parágrafo 7, a quantia financiada bem como a eficácia do desempenho
das entidades institucionais encarregadas de administrar o mecanismo finan-
ceiro. De acordo com essa revisão, a Conferência das Partes poderá adotar
ações apropriadas a fim de melhorar a eficácia do mecanismo, inclusive por
meio de recomendações e orientações com relação às medidas para garantir
um financiamento adequado e sustentável para atender às necessidades das
Partes.

178
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Artigo 14

Arranjos Financeiros Interinos


A estrutura institucional do Fundo para o Meio Ambiente Mundial, adminis-
trado de acordo com o Instrumento para o Estabelecimento do Fundo para o
Meio Ambiente Mundial Reestruturado, será, de forma interina, a principal en-
tidade encarregada das operações do mecanismo financeiro referido no Art.
13, no período entre a entrada em vigor da presente Convenção e a primeira
reunião da Conferência das Partes, ou até o momento em que a Conferência
das Partes decida qual estrutura institucional será designada de acordo com
o Art. 13. A estrutura institucional do Fundo para o Meio Ambiente Mundial
deve desempenhar essa função mediante a adoção de medidas operacionais
relacionadas especificamente aos poluentes orgânicos persistentes, levando
em consideração que novos arranjos nessa área poderão ser necessários.
Art. 15. Apresentação de Relatórios
1. Cada Parte informará à Conferência das Partes sobre as medidas que
tenha adotado para implementar as disposições da presente Convenção e
sobre a eficácia dessas medidas para alcançar os objetivos desta Convenção.
2. Cada Parte deverá informar ao Secretariado:
(a) dados estatísticos sobre as quantidades totais da produção, importa-
ção e exportação de cada um das substâncias químicas relacionadas no Ane-
xo A e no Anexo B ou uma estimativa razoável de tais dados; e,
(b) na medida do possível, uma lista dos Estados dos quais tenha im-
portado cada substância e dos Estados para os quais tenha exportado cada
substância.
3. Os informes serão apresentados em intervalos periódicos e no formato
a ser decidido pela Conferência das Partes em sua primeira reunião.
Art. 16. Avaliação da Eficiência
1. Após quatro anos da entrada em vigor da presente Convenção, e su-
cessivamente de forma periódica em intervalos a serem decididos pela Confe-
rência das Partes, a Conferência avaliará a eficiência da presente Convenção.

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2. Com a finalidade de facilitar tal avaliação, a Conferência das Partes,


em sua primeira reunião, deverá iniciar os preparativos para obter dados de
monitoramento comparáveis sobre a presença das substâncias químicas rela-
cionadas nos Anexos A, B e C bem como seu transporte global e regional no
meio ambiente. Esses preparativos:
(a) deverão ser implementados pelas Partes em nível regional, conforme o
caso, de acordo com suas capacidades técnicas e financeiras, utilizando, den-
tro do possível, os programas e mecanismos de monitoramento existentes e
promovendo a harmonização dos critérios;
(b) poderão ser suplementados quando necessário, levando em conside-
ração as diferenças entre as regiões e suas capacidades para realizar as ati-
vidades de monitoramento; e,
(c) incluirão relatórios à Conferência das Partes sobre os resultados das
atividades de monitoramento de caráter regional e global, com periodicidade
a ser fixada pela Conferência das Partes.
3. A avaliação descrita no parágrafo 1 será realizada com base nas infor-
mações científicas, ambientais, técnicas e econômicas disponíveis, e incluirá:
(a) relatórios e outras informações de monitoramento disponibilizadas de
acordo com o parágrafo 2;
(b) relatórios nacionais apresentados de acordo com o Art. 15; e,
(c) informações sobre o não cumprimento disponibilizadas de acordo com
os procedimentos estabelecidos no Art. 17.
Art. 17. Não cumprimento
Assim que possível, a Conferência das Partes, elaborará e aprovará os
procedimentos e mecanismos institucionais que permitam determinar o não
cumprimento das disposições da presente Convenção e o tratamento a ser
aplicado às Partes que não tenham cumprido tais disposições.
Art. 18. Solução de Controvérsias

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1. As Partes solucionarão qualquer controvérsia relacionada à interpreta-


ção ou aplicação da presente Convenção por meio de negociações ou de outro
mecanismo pacífico de sua livre escolha.
2. Ao ratificar, aceitar, aprovar ou aderir à presente convenção, ou em
qualquer momento subsequente, uma Parte que não seja uma organização
regional de integração econômica poderá declarar, em instrumento por escri-
to apresentado ao Depositário que, no que se refere a qualquer controvérsia
relacionada à interpretação ou aplicação da Convenção, considera obrigatório
um ou ambos os meios de resolução de controvérsia definidos abaixo para
qualquer Parte que aceite a mesma obrigação:
(a) arbitragem de acordo com procedimentos a serem adotados pela Con-
ferência das Partes em um anexo, assim que possível;
(b) encaminhamento da controvérsia à consideração da Corte Internacio-
nal de Justiça.
3. Uma Parte que seja uma organização regional de integração econômica
poderá fazer uma declaração de efeito semelhante em relação à arbitragem,
em conformidade com o procedimento mencionado no parágrafo 2 (a).
4. Uma declaração em conformidade com o parágrafo 2 ou parágrafo 3
permanecerá em vigor até expirar, de acordo com seus termos ou até três
meses após a data que uma notificação por escrito de sua revogação tenha
sido depositada junto ao Depositário.
5. A expiração de uma declaração, uma notificação de revogação ou uma
nova declaração não afetará de forma alguma processos pendentes num tri-
bunal de arbitragem ou na Corte Internacional de Justiça, a menos que as
Partes envolvidas na controvérsia cheguem a um acordo em contrário.
6. Caso as Partes envolvidas numa controvérsia não tiverem aceitado o
mesmo procedimento ou qualquer dos procedimentos previstos no parágrafo
2, e não consigam solucionar sua controvérsia no prazo de doze meses após
a notificação por uma Parte à outra da existência de uma controvérsia entre
elas, a controvérsia será, mediante solicitação de qualquer das Partes envol-

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vidas na controvérsia, submetida a uma comissão de conciliação. A comissão


de conciliação providenciará um relatório com recomendações. Procedimen-
tos adicionais relacionados à comissão de conciliação devem ser incluídos em
um anexo a ser adotado pela Conferência das Partes no máximo até a sua
segunda reunião.
Art. 19. Conferência das Partes
1. Uma Conferência das Partes fica por meio desta instituída.
2. A primeira reunião da Conferência das Partes será convocada pelo Di-
retor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente dentro
de um prazo máximo de um ano a contar da data de entrada em vigor da
presente Convenção. Daí em diante, serão realizadas reuniões ordinárias da
Conferência das Partes em intervalos regulares a serem definidos pela Con-
ferência.
3. Serão realizadas reuniões extraordinárias da Conferência das Partes
em outras ocasiões, a critério da Conferência, ou mediante solicitação por
escrito de qualquer das Partes desde que apoiada por pelo menos um terço
das Partes.
4. Em sua primeira reunião, a Conferência das Partes definirá e adotará
por consenso regras de procedimento e regras financeiras a serem seguidas
tanto para a Conferência quanto pelos órgãos subsidiários e estabelecerá,
também, disposições financeiras para reger o funcionamento do Secretariado.
5. A Conferência das Partes manterá sob constante revisão e avaliação a
implementação da presente Convenção. A Conferência desempenhará as fun-
ções que lhe são atribuídas pela presente Convenção e, para tanto, deverá:
(a) criar, além do previsto no parágrafo 6, órgãos subsidiários que consi-
dere necessário para a implementação da Convenção;
(b) cooperar, se for o caso, com organizações internacionais, intergover-
namentais e não governamentais competentes;

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(c) revisar regularmente todas as informações disponibilizadas para as


Partes relativas ao Art.15, inclusive considerações sobre a eficiência do pará-
grafo 2 (b) (iii) do Art. 3º; e,
(d) analisar e adotar qualquer ação adicional que venha a ser necessária
para o alcance dos objetivos da Convenção.
6. A Conferência das Partes criará, em sua primeira reunião, um órgão
subsidiário que será denominado Comitê de Revisão dos Poluentes Orgânicos
Persistentes para desempenhar as funções atribuídas a esse Comitê pela pre-
sente Convenção. A esse respeito:
(a) os membros do Comitê de Revisão dos Poluentes Orgânicos Persisten-
tes serão designados pela Conferência das Partes. O Comitê será composto
por especialistas em gerenciamento ou avaliação das substâncias químicas
designados por seus respectivos governos. Os membros do Comitê serão no-
meados com base no critério da distribuição geográfica equitativa;
(b) a Conferência das Partes definirá os termos de referência, a organiza-
ção e a operação do Comitê; e
(c) o Comitê envidará esforços para adotar as recomendações por con-
senso. Se todos os esforços nesse sentido se esgotarem sem que se chegue
a um consenso, essas recomendações serão, como último recurso, adotadas
por voto majoritário de dois terços dos membros presentes e votantes.
7. A Conferência das Partes, na sua terceira reunião, avaliará a necessi-
dade de continuidade dos procedimentos contidos no Art. 3º, subparágrafo 2
(b), inclusive considerações sobre sua eficácia.
8. As Nações Unidas, suas agências especializadas e a Agência Interna-
cional de Energia Atômica, bem como qualquer Estado que não seja Parte na
presente Convenção, poderão fazer-se representar em reuniões da Confe-
rência das Partes como observadores. Qualquer organismo ou agência seja
ele nacional ou internacional, governamental ou não governamental, quali-
ficado nas matérias abrangidas pela Convenção e que tenha informado ao
Secretariado sobre seu desejo de fazer-se representar em uma reunião da

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Conferência das Partes na qualidade de observador, poderá fazê-lo, a não ser


que pelo menos um terço das Partes se oponha. A admissão e participação
de observadores estarão sujeitas às regras de procedimento adotadas pela
Conferência das Partes.
Art. 20. Secretariado
1. Um Secretariado fica instituído.
2. As funções do Secretariado serão:
(a) organizar as reuniões da Conferência das Partes e de seus órgãos sub-
sidiários e prestar-lhes os serviços que solicitarem;
(b) facilitar, mediante solicitação, a assistência a ser prestada às Partes,
particularmente às Partes em desenvolvimento e às Partes com economias
em transição, na implementação da presente Convenção;
(c) garantir a coordenação necessária com os secretariados de outros ór-
gãos internacionais relevantes;
(d) preparar e tornar disponível às Partes relatórios periódicos, baseados
nas informações recebidas, de acordo com o Art. 15, e outras informações
relevantes;
(e) celebrar, sob a orientação geral da Conferência das Partes, os acordos
administrativos e contratuais necessários ao eficaz desempenho de suas fun-
ções; e,
(f) desempenhar as demais funções de secretariado especificadas na pre-
sente Convenção, bem como outras funções que venham a ser determinadas
pela Conferência das Partes.
3. As funções do Secretariado da presente Convenção serão desempe-
nhadas pelo Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente, a não ser que a Conferência das Partes decida, por maioria de três
quartos das Partes presentes e votantes, atribuir as funções de Secretariado
a outra ou outras organizações internacionais.
Art. 21. Emendas à Convenção
1. Qualquer das Partes poderá propor emendas à presente Convenção.

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2. As emendas à presente Convenção serão adotadas em uma reunião da


Conferência das Partes. O texto de toda emenda proposta deverá ser comuni-
cado às Partes pelo Secretariado no mínimo seis meses antes da realização da
reunião na qual a emenda será proposta para adoção. O Secretariado deverá,
também, comunicar emendas propostas aos signatários da presente Conven-
ção e, para informação, ao Depositário.
3. As Partes envidarão todos os esforços necessários para chegar a um
acordo por consenso com relação a qualquer proposta de emenda à presente
Convenção. Se todos os esforços nesse sentido se esgotarem sem que se che-
gue a um consenso, as emendas serão, como último recurso, adotadas por
voto majoritário de três quartos das Partes presentes e votantes.
4. O Depositário comunicará a emenda a todas as Partes para fins de rati-
ficação, aceitação ou aprovação.
5. O Depositário será informado, por escrito, sobre a ratificação, aceitação
ou aprovação de uma emenda. Uma emenda adotada em conformidade com
o parágrafo 3 entrará em vigor para as Partes que a aceitarem no nonagési-
mo dia após a data de depósito de instrumentos de ratificação, aceitação ou
aprovação por pelo menos três quartos das Partes. Daí em diante, a emenda
entrará em vigor para qualquer outra Parte no nonagésimo dia após a data na
qual a Parte depositar seu instrumento de ratificação, aceitação ou aprovação
da emenda.

Artigo 22

Adoção e Emendas dos Anexos


1. Os anexos da presente Convenção constituirão parte integrante da
mesma e, a menos que expressamente disposto em contrário, qualquer re-
ferência à presente Convenção constitui ao mesmo tempo uma referência a
qualquer de seus anexos.
2. Qualquer anexo adicional se limitará a questões científicas, técnicas,
administrativas ou de procedimento.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

3. O seguinte procedimento aplicar-se-á à proposição, adoção e entrada


em vigor dos anexos adicionais à presente Convenção:
(a) os anexos adicionais deverão ser propostos e adotados de acordo com
o procedimento estabelecido no Art. 21, parágrafos 1, 2 e 3;
(b) qualquer Parte impossibilitada de aceitar um anexo adicional deverá
informar por escrito ao Depositário a esse respeito, dentro de um prazo de
um ano a contar da data da comunicação da adoção do anexo adicional pelo
Depositário. O Depositário notificará a todas as Partes, na maior brevidade
possível, sobre qualquer notificação dessa natureza recebida. Qualquer Parte
poderá, em qualquer momento, cancelar uma notificação prévia de não acei-
tação de qualquer anexo adicional, e, em decorrência, o anexo entrará em
vigor para aquela Parte, observado o disposto no subparágrafo (c); e,
(c) ao final do prazo de um ano, a contar da data da comunicação pelo
Depositário da adoção de um anexo adicional, o anexo entrará em vigor para
todas as Partes que não tenham submetido uma notificação em conformidade
com o disposto no subparágrafo (b).
4. A proposta, adoção e entrada em vigor de emendas ao Anexo A, B ou C,
estarão sujeitas aos mesmos procedimentos previstos para a proposta, ado-
ção e entrada em vigor dos anexos adicionais da presente Convenção, com
exceção de que uma emenda ao Anexo A, B ou C não entrará em vigor para
qualquer Parte que tenha formulado uma declaração com relação à emenda
desses anexos, de acordo com o Art. 25, parágrafo 4; nesse caso qualquer
emenda desse tipo entrará em vigor para tal Parte no nonagésimo dia após
a data de depósito junto ao Depositário de seu instrumento de ratificação,
aceitação, aprovação ou adesão com relação a tal emenda.
5. O seguinte procedimento será adotado para a proposição, adoção e en-
trada em vigor de emendas ao Anexo D, E ou F:
(a) as emendas deverão ser propostas de acordo com os procedimentos
estabelecidos no Art. 21, parágrafos 1 e 2;

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(b) as Partes decidirão por consenso com relação a qualquer emenda ao


Anexo D, E ou F; e,
(c) uma decisão de introduzir emendas ao Anexo D, E ou F será imedia-
tamente comunicada às Partes pelo Depositário. A emenda entrará em vigor
para todas as Partes em data a ser especificada na decisão.
6. Se um anexo adicional ou uma emenda a um anexo tiver alguma rela-
ção com uma emenda à presente Convenção, o anexo adicional ou a emenda
não entrará em vigor até que a emenda à Convenção entre em vigor.
Art. 23. Direito de Voto
1. Cada Parte da presente Convenção terá direito a um voto, exceto nos
casos previstos no parágrafo 2.
2. Uma organização regional de integração econômica exercerá, em ma-
térias de sua competência, seu direito de voto com um número de votos
equivalente ao número de seus Estados-Membros que forem Partes da pre-
sente Convenção. Uma organização dessa natureza não exercerá seu direito
de voto se qualquer de seus Estados- Membros exercer seu direito de voto, e
vice-versa.
Art. 24. Assinatura
A presente Convenção ficará aberta para assinatura em Estocolmo por
Estados e organizações regionais de integração econômica no dia 23 de maio
de 2001 e na Sede das Nações Unidas em Nova York de 24 de maio de 2001
a 22 de maio de 2002.

Artigo 25

Ratificação, Aceitação, Aprovação ou Adesão


1. A presente Convenção estará sujeita à ratificação, aceitação ou aprova-
ção por Estados e organizações regionais de integração econômica. Ela será
aberta para adesão por parte de Estados e organizações regionais de integra-
ção econômica no dia seguinte à data na qual for fechada para assinatura. Os

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instrumentos de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão serão deposita-


dos junto ao Depositário.
2. Qualquer organização regional de integração econômica que venha a
tornar-se Parte da presente Convenção sem que qualquer de seus Estados-
-Membros seja Parte da mesma deverá observar todas as obrigações pre-
vistas na presente Convenção. No caso dessas organizações, se um ou mais
Estados-Membros for Parte da presente Convenção, a organização e seus Es-
tados-Membros decidirão suas respectivas responsabilidades para o desem-
penho de suas obrigações no âmbito da presente Convenção. Nesses casos, a
organização e os Estados- Membros não poderão exercer direitos no âmbito
da presente Convenção simultaneamente.
3. Em seu instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, a
organização regional de integração econômica declarará a extensão de sua
competência a respeito das matérias regidas pela presente Convenção. Qual-
quer organização dessa natureza deverá informar também o Depositário so-
bre qualquer modificação relevante na extensão de sua competência e este,
por sua vez, transmitirá essa informação às Partes.
4. No seu instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou adesão uma
Parte poderá declarar que, com relação a ela, toda emenda ao Anexo A, B
ou C só entrará em vigor com o depósito de um instrumento de ratificação,
aceitação, aprovação ou adesão com relação a tal emenda.
Art. 26. Entrada em Vigor
1. A presente Convenção entrará em vigor no nonagésimo dia após a data
do depósito do quinquagésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprova-
ção ou adesão.
2. Para cada Estado ou organização regional de integração econômica que
ratificar, aceitar ou aprovar a presente Convenção, ou a ela aderir após o de-
pósito do quinquagésimo instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou
adesão, a presente Convenção entrará em vigor no nonagésimo dia após a
data de depósito, pelo referido Estado ou organização regional de integração

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

econômica, de seu instrumento de ratificação, aceitação, aprovação ou ade-


são.
3. Para os fins dos parágrafos 1 e 2, qualquer instrumento depositado por
uma organização regional de integração econômica não será considerado adi-
cional àqueles depositados pelos Estados-Membros dessa organização.
Art. 27. Reservas
Nenhuma reserva poderá ser feita à presente Convenção.
Art. 28. Denúncia
1. A qualquer momento após um prazo de três anos a contar da data de
entrada em vigor da presente Convenção para uma Parte, a mesma poderá
denunciar a Convenção, apresentando notificação nesse sentido por escrito
ao Depositário.
2. Qualquer denúncia será efetivada ao final do prazo de um ano a contar
da data de recebimento, pelo Depositário, da notificação de denúncia, ou em
data posterior, se for especificada na notificação de denúncia.
Art. 29. Depositário
O Secretário-Geral das Nações Unidas será o Depositário da presente Con-
venção.
Art. 30. Textos Autênticos
O original da presente Convenção, cujas versões em Árabe, Chinês, In-
glês, Francês, Russo e Espanhol são igualmente autênticas, será depositado
junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
EM TESTEMUNHO DO QUAL os signatários, devidamente autorizados para
isto, assinaram a presente Convenção.
Feito em Estocolmo, aos vinte e dois dias do mês de maio de dois mil e um.

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ANEXO A ELIMINAÇÃO

Parte I

Substância Quí-
Atividade Exceção específica
mica
Aldrin* Produção Nenhuma
CAS No: 309-
00-2
Uso Inseticida Ectoparasiticida Local
Clordano* Produção Conforme permitido pelas Partes relacionadas no
CAS No: 57-74- Registro
9
Uso Inseticida Ectoparasiticida Local Cupinicida
Cupinicida em construções e barragens
Cupinicida em estradas
Aditivos para adesivos de compensados de madeira

Dieldrin* Produção Nenhuma


CAS No: 60-57-
1

Uso Em atividades agrícolas


Endrin* Produção Nenhuma
CAS No: 72-20-
8
Uso Nenhum
Heptacloro* Produção Nenhuma
CAS No: 76-44-
8
Uso Cupinicida
Cupinicida na estrutura de casas Cupinicida (subterrâ-
neo) Tratamento de madeira
Uso em caixas de cabos subterrâneos

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Hexacloroben- Produção Conforme permitido pelas Partes relacionadas no


zeno Registro
CAS No: 118-
74-1
Uso Intermediário
Solvente em agrotóxicos
Intermediário em sistema fechado limitado

Mirex* Produção Conforme permitido pelas Partes relacionadas no


CAS No: 2385- Registro
85-5
Uso Cupinicida
Toxafeno* Produção Nenhuma
CAS No: 8001-
35-2
Uso Nenhum
Bifenilas Produção Nenhuma
Policloradas
(PCB)
Uso Artigos em uso de acordo com as disposições da Parte
II do presente Anexo

Notas:
(i) salvo quando especificado de outra forma na presente Convenção,
quantidades de uma substância química presente como contaminante traço
não intencional em produtos e artigos não serão consideradas para inclusão
neste Anexo;
(ii) esta nota não será considerada como uma exceção específica de pro-
dução e uso, para os fins do Art. 3º parágrafo 2. Quantidades de uma subs-
tância química presente como constituintes de artigos fabricados ou já em
uso antes de ou na data de entrada em vigor da obrigação relevante com
respeito àquela substância química, não serão consideradas incluídas neste
Anexo, contanto que a Parte tenha notificado ao Secretariado que um tipo
particular de artigo permanece em uso naquela Parte. O Secretariado tornará
tais notificações disponíveis ao público;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

(iii) esta nota, que não se aplica às substâncias químicas com asterisco
após o nome na coluna Substâncias Químicas da Parte I deste Anexo, não
será considerada como uma exceção específica de produção e uso, para os
fins do Art. 3º, parágrafo 2. Dado que não se espera que quantidades sig-
nificativas da substância química atinjam seres humanos e o meio ambiente
durante a produção e uso de um intermediário em um sistema fechado de
área restrita, uma Parte, após notificação ao Secretariado, poderá permitir a
produção e utilização de quantidades de uma substância química relacionada
neste Anexo como intermediário em um sistema fechado de área limitada,
que seja quimicamente transformado na produção de outras substâncias quí-
micas que, levando em consideração os critérios estabelecidos no parágrafo 1
do Anexo D, não exibam as características de poluentes orgânicos persisten-
tes. Essa notificação incluirá informação sobre a produção total e utilização de
tal substância química ou uma estimativa razoável dessas informações assim
como informação sobre a natureza do processo do sistema fechado de área li-
mitada, incluindo a quantidade de qualquer contaminação-traço não intencio-
nal e não transformada do material de partida poluente orgânico persistente
no produto final. Esse procedimento se aplica, salvo quando especificado ao
contrário neste Anexo. O Secretariado disponibilizará tais notificações à Con-
ferência das Partes e ao público. Essa produção e essa utilização não serão
consideradas uma exceção específica de produção e utilização. Essa produção
e essa utilização cessarão após um período de dez anos, a menos que a Parte
interessada apresente uma nova notificação ao Secretariado, nesse caso o
período será estendido por mais dez anos salvo se a Conferência das Partes,
após uma revisão da produção e utilização, decida de outra forma. O proce-
dimento de notificação pode ser repetido;
(iv) todas as exceções específicas deste Anexo podem ser exercidas pelas
Partes que tenham registrado exceções com respeito a elas de acordo com o
Art. 4º com a exceção do uso de bifenilas policloradas em artigos em uso de
acordo com as disposições da Parte II deste Anexo, que pode ser exercida por
todas as Partes.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Parte II
1. Bifenilas Policloradas Cada Parte deverá:
(a) com referência à eliminação do uso de bifenilas policloradas em equi-
pamentos (por exemplo: transformadores, capacitores ou outros receptácu-
los que contenham líquidos armazenados) até 2025, sujeito a revisão pela
Conferência das Partes, agir de acordo com as seguintes prioridades:
(i) envidar esforços para identificar, rotular e tirar de uso equipamentos
que contenham mais de 10 por cento de bifenilas policloradas e volumes su-
periores a 5 litros;
(ii) envidar esforços para identificar, rotular e tirar de uso equipamentos
que contenham mais de 0,05 por cento de bifenilas policloradas e volumes
superiores a 5 litros;
(iii) empenhar-se para identificar e tirar de uso equipamentos que conte-
nham mais de 0,005 por cento de bifenilas policloradas e volumes superiores
a 0,05 litro;
(b) em conformidade com as prioridades do subparágrafo (a), promover
as seguintes medidas para a redução de exposição e riscos, com a finalidade
de controlar o uso de bifenilas policloradas:
(i) utilizar somente em equipamentos intactos e a prova de vazamento e
apenas em áreas onde o risco de liberação para o meio ambiente possa ser
minimizado e rapidamente remediado;
(ii) não utilizar em equipamentos localizados em áreas associadas com a
produção ou processamento de alimento ou ração;
(iii) quando utilizado em áreas povoadas, incluindo escolas e hospitais,
adoção de todas as medidas razoáveis de proteção contra falhas elétricas que
possam causar incêndios e de inspeção regular do equipamento para verificar
a existência de vazamentos;
(c) sem prejuízo do disposto no Art. 3º parágrafo 2, assegurar que equi-
pamentos que contenham bifenilas policloradas, conforme descrito no subpa-

193
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

rágrafo (a), não sejam exportados nem importados exceto para o propósito
do manejo ambientalmente saudável de resíduos;
(d) salvo para operações de manutenção e reparo, não permitir a recupe-
ração, com a finalidade de reutilização em outro equipamento, de líquidos que
contenham teor maior que 0,005 por cento de bifenilas policloradas;
(e) envidar esforços determinados visando realizar o manejo ambiental-
mente saudável de líquidos que contenham bifenilas policloradas e equipa-
mentos contaminados com bifenilas policloradas, com teor de bifenilas poli-
cloradas superior a 0,005 por cento, de acordo com o Art. 6º, parágrafo 1,
assim que possível, mas não após 2028, sujeito a revisão pela Conferência
das Partes;
(f) no lugar da nota (ii) na Parte I deste Anexo, esforçar-se para identificar
outros artigos que contenham mais de 0,005 por cento de bifenilas policlora-
das (ex. revestimento de cabos, massas para calafetar com conservantes e
objetos pintados) e manejá-los de acordo com o Art. 6º parágrafo 1;
(g) preparar, a cada cinco anos, um relatório de progresso sobre a eli-
minação de bifenilas policloradas e submetê-lo à Conferência das Partes em
conformidade com o Art. 15;
(h) os relatórios descritos no subparágrafo (g), quando conveniente, de-
vem ser apreciados pela Conferência das Partes, nas revisões relacionadas às
bifenilas policloradas. A Conferência das Partes examinará o progresso rela-
tivo à eliminação de bifenilas policloradas, em intervalos de cinco anos ou a
intervalos diferentes, conforme o caso, levando-se em conta tais relatórios.

194
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ANEXO B RESTRIÇÕES

Parte I

Finalidade aceitável ou exceção especí-


Substância Química Atividade
fica
DDT Produção Finalidade aceitável:
(1,1,1-tricloro- 2,2-bis Uso no controle de vetores de doenças,
(4- de acordo com a Parte II deste Anexo.
clorofenil)etano) Exceção específica:
CAS No: 50-29-3 Intermediário na produção do Dicofol
Intermediário
Uso: Finalidade aceitável:
Uso no controle de vetores de doenças,
de acordo com a Parte II deste Anexo.
Exceção específica: Produção do Dicofol
Intermediário

Notas:
(i) salvo quando especificado ao contrario na presente Convenção, quan-
tidades de uma substância química presente como contaminante-traço não
intencional em produtos e artigos não serão consideradas para inclusão neste
Anexo;
(ii) esta nota não será considerada como uma exceção específica ou finali-
dade aceitável de produção e uso para os fins do Art. 3º parágrafo 2. Quanti-
dades de uma substância química presente como constituintes de artigos fa-
bricados ou já em uso antes de ou na data de entrada em vigor da obrigação
relevante com respeito àquela substância química, não serão consideradas
incluídas neste Anexo, contanto que a Parte tenha notificado ao Secretariado
que um tipo particular de artigo permanece em uso. O Secretariado tornará
tais notificações disponíveis ao público;
(iii) esta nota não será considerada como uma exceção específica de pro-
dução e uso para os fins do Art. 3º parágrafo 2. Dado que não se espera que
quantidades significativas da substância química atinjam seres humanos e o
meio ambiente durante a produção e uso de um intermediário em um siste-

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

ma fechado de área limitada, uma Parte, após notificação ao Secretariado,


poderá permitir a produção e utilização de quantidades de uma substância
química relacionada neste Anexo como intermediário em um sistema fechado
de área limitada, que seja quimicamente transformado na produção de outras
substâncias químicas que,
1.
2. Parte II levando em consideração os critérios estabelecidos no parágra-
fo 1 do Anexo D, não exibam as características de poluentes orgânicos persis-
tentes. Essa notificação incluirá informação sobre a produção total e utiliza-
ção de tal substância química ou uma estimativa razoável dessas informações
assim como informação sobre a natureza do processo do sistema fechado de
área limitada, incluindo a quantidade de qualquer contaminação-traço não
intencional e não transformada do material de partida poluente orgânico per-
sistente no produto final. Esse procedimento se aplica, salvo quando especifi-
cado ao contrario neste Anexo. O Secretariado disponibilizará tais notificações
à Conferência das Partes e ao público. Essa produção e essa utilização não
serão consideradas uma exceção específica de produção e utilização. Essa
produção e essa utilização cessarão após um período de dez anos, a menos
que a Parte interessada apresente uma nova notificação ao Secretariado, nes-
se caso o período será estendido por mais dez anos salvo se a Conferência
das Partes, após uma revisão da produção e utilização decida de outra forma.
O procedimento de notificação pode ser repetido;
(iv) todas as exceções específicas deste Anexo podem ser exercidas pelas
Partes que tenham registrado exceções com respeito a elas de acordo com o
Art. 4º.
DDT (1,1,1-tricloro-2,2-bis(4-clorofenil)etano)
1. A produção e a utilização de DDT serão eliminadas exceto para as Par-
tes que tiverem notificado ao Secretariado a intenção de produzir e/ou utili-
zá-lo. Cria-se então um Registro para o DDT, o qual ficará disponível para o
público. O Secretariado manterá o Registro de DDT.

196
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2. Cada Parte que produza e/ou utilize DDT, restringirá tal produção e/
ou utilização ao controle de vetores de doenças de acordo com as recomen-
dações e diretrizes da Organização Mundial de Saúde sobre o uso de DDT e
quando a Parte em questão não dispuser de alternativas locais seguras, efi-
cazes e de custo acessível.
3. No caso de uma Parte não relacionada no Registro de DDT determinar
que precisa do DDT para controle de vetores de doenças, ela notificará ao Se-
cretariado o mais rápido possível de modo a ter o seu nome imediatamente
adicionado ao Registro de DDT. Simultaneamente a Organização Mundial de
Saúde será notificada.
4. A cada três anos, cada Parte que utilize DDT enviará ao Secretariado e
à Organização Mundial de Saúde informações sobre a quantidade utilizada, as
condições de tal uso e sua relevância para estratégia de manejo de doenças,
em formato a ser decidido pela Conferência das Partes em consulta junto à
Organização Mundial de Saúde.
5. Com a meta de reduzir e finalmente eliminar o uso de DDT, a Conferên-
cia das Partes deverá estimular:
(a) cada Parte que utilize DDT a desenvolver e implementar um plano de
ação como parte do plano de implementação especificado no Art. 7º. O plano
de ação incluirá:
(i) desenvolvimento de mecanismos regulamentadores e outros para as-
segurar que a utilização do DDT se restrinja ao controle de vetor de doenças;
(ii) implementação de produtos, métodos e estratégias alternativos e con-
venientes, incluindo estratégias de gestão da resistência para assegurar a
continuidade da eficácia de tais alternativas;
(iii) medidas para fortalecimento dos cuidados com a saúde e para reduzir
a incidência de doenças.
(b) as Partes, de acordo com suas capacidades, a promover pesquisa e
desenvolvimento de estratégias, métodos e produtos químicos e não quí-
micos alternativos e seguros para as Partes que utilizam o DDT, que sejam

197
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relevantes para as condições daqueles países e tenham a finalidade de re-


duzir os ônus humanos e econômicos de doenças. Nas considerações sobre
alternativas, ou combinações de alternativas, os fatores a serem ressaltados
devem incluir os riscos à saúde humana e as implicações ambientais dessas
alternativas. Alternativas viáveis ao DDT devem apresentar menos riscos à
saúde humana e ao meio ambiente, serem adequadas para controle de doen-
ças com base nas condições apresentadas pelas Partes em questão e devem
ser sustentadas com dados de monitoramento.
6. Iniciando em sua primeira reunião, e pelo menos a cada três anos a
partir de então, a Conferência das Partes deve, em consultas à Organização
Mundial de Saúde, avaliar a necessidade da continuidade do uso do
DDT para o controle de vetores de doenças, com base nas informações
científicas, técnicas, ambientais e econômicas disponíveis, incluindo:
(a) a produção e uso do DDT e as condições apresentadas no parágrafo 2;
(b) a disponibilidade, adequação e implementação das alternativas ao
DDT; e
(c) o progresso no fortalecimento da capacitação dos países para a trans-
ferência dessas alternativas de forma segura e confiável.
7. Uma Parte pode, a qualquer momento, retirar seu nome do Registro do
DDT, através de notificação por escrito ao Secretariado. A retirada terá efeito
a partir da data especificada na notificação.

1. ANEXO C

PRODUÇÃO NÃO INTENCIONAL


Parte I: Poluentes orgânicos persistentes submetidos aos requisitos do
Art. 5º
Este Anexo se aplica aos seguintes poluentes orgânicos persistentes quan-
do formados e liberados não intencionalmente por fontes antropogênicas:
2. Parte II: Categorias de fonte

198
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As Dibenzo-p-dioxinas policloradas e os dibenzofuranos policlorados, o


hexaclorobenzeno e as bifenilas policloradas são formadas não intencional-
mente e liberadas a partir de processos térmicos envolvendo matéria orgâ-
nica e cloro como resultado de combustão incompleta ou reações químicas.
As seguintes categorias de fontes industriais têm o potencial de formação e
liberação comparativamente altas dessas substâncias químicas no ambiente:
(a) incineradores de resíduos, incluindo coincineradores, de resíduos ur-
banos, perigosos ou dos serviços de saúde ou de lodo de esgoto;
(b) queima de resíduos perigosos em fornos de cimento;
(c) produção de celulose com utilização de cloro elementar, ou de substân-
cias químicas que gerem cloro elementar, em processos de branqueamento;
(d) os seguintes processos térmicos na indústria metalúrgica:
(i) produção secundária de cobre;
(ii) planta de sinterização na indústria siderúrgica;
(iii) produção secundária de alumínio;
(iv) produção secundária de zinco.
3. Parte III: Categorias de Fonte
As Dibenzo-p-dioxinas policloradas e os dibenzofuranos policlorados, o he-
xaclorobenzeno e as bifenilas policloradas também podem ser formadas e
liberadas não intencionalmente a partir das seguintes categorias de fontes,
entre outras:
(a) queima de lixo a céu aberto, incluindo queima em aterros sanitários;
(b) processos térmicos na indústria metalúrgica não mencionados na Par-
te II;
(c) fontes residenciais de combustão;
(d) instalação baseada na queima de combustível fóssil e caldeiras indus-
triais;
(e) instalações para queima de madeira e outros combustíveis de biomas-
sa;

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(f) processos específicos de produção química que, liberem poluentes or-


gânicos persistentes formados de maneira não intencional, especialmente a
produção de clorofenóis e cloranil;
(g) crematórios;
(h) veículos automotores, particularmente aqueles que queimam gasolina
com aditivos à base de chumbo;
(i) destruição de carcaças de animais;
(j) tingimento de têxteis e de couro (com cloranil) e acabamento (com
extração alcalina);
(k) planta de desmanche para tratamento de veículos após sua vida útil;
(l) combustão lenta de cabo de cobre;
(m) refinarias para processamento de óleo usado.
4. Parte IV: Definições
1. Para os propósitos deste Anexo:
(a) o termo “bifenilas policloradas” significa os compostos aromáticos for-
mados de tal forma que os átomos de hidrogênio da molécula de bifenila (dois
anéis de benzeno unidos por uma ligação simples carbono-carbono) possam
ser substituídos por até dez átomos de cloro; e
(b) os termos “dibenzo-p-dioxinas policloradas” e “dibenzofuranos poli-
clorados” se referem aos compostos aromáticos tricíclicos formados por dois
anéis de benzeno ligados por dois átomos de oxigênio nas dibenzo-p-dioxinas
policloradas e por um átomo de oxigênio e uma ligação carbono-carbono nos
dibenzofuranos policlorados e cujos átomos de hidrogênio possam ser substi-
tuídos por até oito átomos de cloro.
2. Neste Anexo, a toxicidade das dibenzo-p-dioxinas policloradas e dos
dibenzofuranos policlorados é expressa por meio do conceito de equivalên-
cia tóxica que mede a atividade tóxica relativa a compostos semelhantes
à dioxina de diferentes congêneres de dibenzo-p-dioxinas policloradas e de
dibenzofuranos policlorados e bifenilas policloradas coplanares em compara-
ção à 2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina. Os valores dos fatores equivalen-

200
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tes tóxicos a serem usados para os propósitos da presente Convenção serão


compatíveis com os padrões internacionais aceitos, começando pelos valores
dos fatores equivalentes tóxicos para mamíferos da Organização Mundial de
Saúde (1998) para dibenzo-p-dioxinas policloradas, dibenzofuranos policlora-
dos e bifenilas policloradas coplanares. As concentrações são expressas em
equivalentes tóxicos.
Parte V: Orientação Geral sobre as Melhores Técnicas Disponíveis e Melho-
res Práticas Ambientais
Esta Parte proporciona orientação geral às Partes para a prevenção ou re-
dução de liberação das substâncias químicas relacionadas na Parte I.
A. Medidas gerais de prevenção relacionadas às melhores técnicas dispo-
níveis e às melhores práticas ambientais
Deve ser dada prioridade ao estudo de critérios para prevenir a formação
e liberação das substâncias químicas relacionadas na Parte I. Medidas úteis
poderão incluir:
(a) utilização de tecnologia de baixo-resíduo;
(b) utilização de substâncias menos perigosas;
(c) promoção da recuperação e reciclagem de resíduos e das substâncias
geradas e utilizadas em processos;
(d) substituição de matérias-primas que sejam poluentes orgânicos per-
sistentes ou onde exista uma ligação direta entre os materiais e as liberações
de poluentes orgânicos persistentes da fonte;
(e) bons programas de operação e manutenção preventiva;
(f) melhor manejo de resíduos com o objetivo do cessar a queima de re-
síduos a céu aberto ou outros métodos sem controle, incluindo a queima em
aterro sanitário. Ao avaliar propostas para construção de novas instalações
de disposição de resíduos, considerar as alternativas que minimizem a gera-
ção de resíduos urbanos e dos serviços de saúde, incluindo a recuperação de
recursos, a reutilização, a reciclagem, a separação de resíduos e a promoção

201
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de produtos que gerem menos resíduos. Dentro desse enfoque as questões


de saúde pública devem ser consideradas cuidadosamente;
(g) minimização dessas substâncias químicas como contaminantes em
produtos;
(h) evitar a utilização de cloro elementar, ou outras substâncias que ge-
rem cloro elementar, em processos de branqueamento.
B. Melhores técnicas disponíveis
O conceito de melhores técnicas disponíveis não está dirigido a uma téc-
nica ou tecnologia específica, mas deve levar em conta as características
técnicas da instalação em questão, sua localização geográfica e as condições
ambientais locais. As técnicas apropriadas de controle para reduzir liberações
das substâncias químicas relacionadas na Parte I são em geral as mesmas. Na
determinação das melhores técnicas disponíveis, consideração especial deve
ser dada, em geral ou em casos específicos, aos seguintes fatores, tendo em
mente os prováveis custos e benefícios de uma medida e as considerações de
precaução e prevenção:
(a) considerações gerais:
(i) a natureza, efeitos e massa das liberações consideradas: as técnicas
podem variar em função do tamanho da fonte;
(ii) data de início das operações de instalações novas ou existentes;
(iii) tempo necessário para introdução da melhor técnica disponível;
(iv) consumo e natureza de matérias primas utilizadas no processo e sua
eficiência energética;
(v) necessidade de evitar ou reduzir a um mínimo o impacto total das li-
berações para o meio ambiente e os riscos para o mesmo;
(vi) necessidade de evitar acidentes e minimizar suas consequências para
o meio ambiente;
(vii) necessidade de assegurar a saúde ocupacional e segurança nos locais
de trabalho;

202
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

(viii) processos, instalações ou métodos de operação comparáveis, que


tenham sido testados com êxito em escala industrial;
(ix) avanços tecnológicos e mudanças no conhecimento e na compreensão
científica.
(b) medidas gerais para redução de liberação: Ao avaliar propostas para
construção de novas instalações ou modificações significativas em instala-
ções existentes que utilizam processos que liberam as substâncias químicas
relacionadas neste Anexo, deve ser dada atenção prioritária aos processos,
técnicas ou práticas alternativas que tenham aplicação semelhante mas que
evitem a formação e liberação de tais substâncias químicas. No caso de cons-
trução de instalações ou modificação significativa, além das medidas de pre-
venção descritas na seção A da Parte V, poderão ser consideradas as seguin-
tes medidas de redução na determinação das melhores técnicas disponíveis:
(i) uso de métodos melhorados para limpeza de gases tais como oxidação
térmica ou catalítica, precipitação de pó ou adsorção;
(ii) tratamento de resíduos, água residual, dejetos e lodo de esgotos, por
exemplo, por tratamento térmico ou tornando-os inertes ou detoxificando-os
por processos químicos;
(iii) mudanças de processos que promovam a redução ou eliminação de
liberações, tal como a adoção de sistemas fechados;
(iv) modificação de projetos de processos para melhorar a combustão e
evitar a formação das substâncias químicas relacionadas neste Anexo, por
meio do controle de parâmetros tais como temperatura de incineração ou
tempo de residência.
C. Melhores práticas ambientais
A Conferência das Partes poderá adotar documento de orientação relativo
às melhores práticas ambientais.

203
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ANEXO D

5. REQUISITOS DE INFORMAÇÃO E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO


1. Uma Parte que submeta uma proposta de inclusão de uma substância
química nos Anexos A, B e/ou C deverá identificar a substância química do
modo descrito no subparágrafo (a) e quando for relevante fornecer informa-
ção sobre a substância química, e seus produtos de transformação, relativa
aos critérios de seleção estabelecidos nos subparágrafos de (b) a (e):
(a) identidade química:
(i) nomes, incluindo nome ou nomes comerciais, sinonímia, número de
Registro no “Chemical Abstract Service (CAS)”, nomenclatura de acordo com
as regras da “International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC)”; e
(ii) estrutura, incluindo especificação de isômeros, quando aplicável, e a
estrutura de acordo com a classe química;
(b) persistência:
(i) Evidência de que a meio-vida da substância química na água é superior
a dois meses, ou que sua meia-vida no solo é superior a seis meses, ou que
sua meio-vida em sedimento é superior a seis meses; ou
(ii) evidência de que a substância química seja suficientemente persisten-
te para justificar o seu tratamento no âmbito da presente Convenção;
(c) bioacumulação:
(i) evidência de que o fator de bioconcentração ou fator de bioacumulação
da substância química em espécies aquáticas seja superior a 5.000 ou, na
ausência de tais dados, que o log Kow seja maior que 5;
(ii) evidência de que a substância química apresente outras razões de
preocupação, tal como elevada bioacumulação em outras espécies, elevada
toxicidade ou ecotoxicidade; ou
(iii) os dados de monitoramento em biota indicar que o potencial de bioa-
cumulação da substância química seja suficiente para justificar o tratamento
da mesma no âmbito da presente Convenção;
(d) potencial para transporte de longo alcance no meio ambiente:

204
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(i) níveis medidos da substância química em locais distantes das fontes de


liberação que sejam de motivo de preocupação;
(ii) dados de monitoramento mostrando que o transporte ambiental de
longo alcance da substância química, com potencial para se transferir a um
meio receptor, pode ter ocorrido pelo ar, água ou espécie migratória; ou
(iii) propriedades do destino no meio ambiente e/ou resultados de mo-
delo que demonstrem que a substância química tem um potencial para ser
transportada a longas distâncias pelo ar, água ou espécie migratórias, com o
potencial para se transferir a um meio receptor em local distante das fontes
de sua liberação. Para uma substância química que migre significativamente
pelo ar, sua meia-vida no ar deve ser superior a dois dias; e
(e) efeitos adversos:
(i) a evidência de efeitos adversos à saúde humana ou ao meio ambien-
te que justifique o tratamento da substância química no âmbito da presente
Convenção; ou
(ii) os dados de toxicidade ou de ecotoxicidade que indiquem potencial
para danos à saúde humana ou ao meio ambiente.
2. A Parte proponente deve providenciar uma declaração sobre as razões
do interesse, e incluir quando possível, uma comparação de dados de toxi-
cidade ou dados de ecotoxicidade com os níveis detectados ou previstos de
uma substância química que resultem ou possam ser atribuídos ao transporte
de longa distância no meio ambiente, e uma breve declaração indicando a
necessidade do controle global.
3. A Parte proponente, na medida do possível e tendo em consideração
a sua capacidade, fornecerá informações adicionais para apoiar a revisão da
proposta referida no Art. 8º, parágrafo 6. No desenvolvimento de tal propos-
ta, a Parte pode aproveitar conhecimento técnico de qualquer fonte.

205
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ANEXO E

INFORMAÇÕES REQUERIDAS PARA O PERFIL DE RISCO


O propósito da revisão é avaliar a probabilidade da substância química,
como resultado de seu transporte a longa distância no ambiente, provocar
efeitos adversos significativos à saúde humana e/ou ao meio ambiente, que
venha a justificar uma ação global. Para este propósito, deve ser desenvolvi-
do um perfil de risco mais detalhado que avalie as informações referidas no
Anexo D e inclua, na medida do possível, os seguintes tipos de informações:
(a) fontes, incluir conforme o caso:
(i) dados de produção, incluindo quantidade e localização;
(ii) utilização; e,
(iii) liberações, tais como descargas, perdas e emissões;
(b) avaliação de perigo para o ponto ou pontos terminais de interesse,
incluindo o exame de interações toxicológicas envolvendo várias substâncias
químicas;
(c) destino no ambiente, incluindo dados e informações sobre as pro-
priedades físicas da substância química bem como a sua persistência e o
modo como estão relacionadas ao transporte da substância no meio ambien-
te, transferência dentro e entre compartimentos ambientais, degradação e
transformação em outras substâncias. Uma determinação do fator de biocon-
centração ou fator de bioacumulação, baseado em valores medidos, deverá
estar disponível, salvo quando os dados de monitoramento sejam julgados
satisfatórios;
(d) dados de monitoramento;
(e) exposição em áreas locais e, em particular, como um resultado de
transporte de longa distância no meio ambiente, incluindo informações con-
cernentes a biodisponibilidade;
(f) avaliações ou perfis de risco, informações de rotulagem e classificações
de perigo, nacionais e internacionais, quando disponível; e,

206
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(g) situação da substância química relativa a outras convenções interna-


cionais.

1. ANEXO F

INFORMAÇÕES SOBRE CONSIDERAÇÕES SOCIO-ECONÔMICAS


Deve ser realizada uma avaliação relativa às medidas de controle possí-
veis para substâncias químicas em exame para inclusão na presente Con-
venção, para toda a faixa de opções, incluindo o manejo e a eliminação. Para
este propósito, devem ser fornecidas informações relevantes relacionadas às
considerações socioeconômicas associadas às possíveis medidas de controle
de modo a permitir que a Conferência das Partes possa tomar decisões. Tais
informações devem refletir devidamente as diferentes capacidades e condi-
ções entre as Partes e devem incluir consideração sobre os itens da lista in-
dicativa a seguir:
(a) eficácia e eficiência de possíveis medidas de controle em atender as
metas de redução de risco:
(i) viabilidade técnica; e
(ii) custos, incluindo custos ambientais e de saúde;
(b) alternativas (produtos e processos):
(i) viabilidade técnica;
(ii) custos, incluindo custos ambientais e de saúde;
(iii) eficácia;
(iv) risco;
(v) disponibilidade; e
(vi) acessibilidade;
(c) impactos positivos e/ou negativos na sociedade da implementação de
possíveis medidas de controle:
(i) saúde, incluindo saúde pública, ambiental e ocupacional;
(ii) agricultura, incluindo aquicultura e silvicultura;
(iii) biota (biodiversidade);

207
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(iv) aspectos econômicos;


(v) movimento no sentido do desenvolvimento sustentável; e,
(vi) custos sociais;
(d) resíduos e consequências da disposição (em particular, estoques de
pesticidas obsoletos e despoluição de locais contaminados):
(i) viabilidade técnica; e
(ii) custo;
(e) acesso à informação e à educação pública;
(f) situação da capacidade de controle e de monitoramento; e
(g) quaisquer ações de controle nacionais ou regionais tomadas, incluindo infor-
mações sobre as alternativas, e outras informações relevantes de gestão de risco.

208
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INSTRUÇÃO NORMATIVA N. 01, DE 7 DE JANEIRO DE 2005

Fixa valores de Preço Médio Ponderado a Consumidor Final - PMPF,


para os fins do art. 3º da Portaria n. 90, de 26 de março de 2004, que
dispõe sobre o regime de substituição tributária do ICMS nas opera-
ções com combustíveis e lubrificantes, derivados ou não de petróleo,
e com outros produtos que menciona.

A SUBSECRETÁRIA DA RECEITA DA SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA


DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições previstas no art. 216, inciso
IX, do Regimento Geral da Secretaria de Fazenda, aprovado pela Portaria n.
648, de 21 de dezembro de 2001, e no art. 2º da Portaria n. 91, de 26 de
março de 2004, e tendo em vista a informação do Núcleo de Substituição Tri-
butária do ICMS/GEMAE/DIFES, Resolve:
Art. 1º Para os fins do art. 3º da Portaria n. 90, de 26 de março de 2004,
os Preços Médios Ponderados a Consumidor Final - PMPF são:
I – para o litro de gasolina, R$ 2,249;
II – para o litro de óleo diesel, R$ 1,686;
III – para o quilograma de gás liquefeito de petróleo, R$ 2,573;
IV – para o litro de álcool hidratado, R$ 1,691.
Art. 2º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publica-
ção, produzindo efeitos a partir de 16 de janeiro de 2005.
Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

CORDÉLIA CERQUEIRA RIBEIRO

Este texto não substitui o publicado no DODF n. 6 de 10/01/2005 p. 3, col. 1

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

PORTARIA N. 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011

Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da quali-


dade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe con-


ferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e
Considerando a Lei n. 6.437, de 20 de agosto de 1977, que configura in-
frações à legislação sanitária federal e estabelece as sanções respectivas;
Considerando a Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe so-
bre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a orga-
nização e o funcionamento dos serviços correspondentes;
Considerando a Lei n. 9.433, de 1º de janeiro de 1997, que institui a Polí-
tica Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição e
altera o art. 1º da Lei n. 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei
n. 7.990, de 28 de dezembro de 1989;
Considerando a Lei n. 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre
normas gerais de contratação de consórcios públicos;
Considerando a Lei n. 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece
diretrizes nacionais para o saneamento básico, altera as Leis n.s 6.766, de 19
de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho
de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e revoga a Lei n. 6.528, de 11
de maio de 1978;
Considerando o Decreto n. 79.367, de 9 de março de 1977, que dispõe
sobre normas e o padrão de potabilidade de água;
Considerando o Decreto n. 5.440, de 4 de maio de 2005, que estabelece
definições e procedimentos sobre o controle de qualidade da água de siste-
mas de abastecimento e institui mecanismos e instrumentos para divulga-
ção de informação ao consumidor sobre a qualidade da água para consu-
mo humano; e

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Considerando o Decreto n. 7.217, de 21 de junho de 2010, que regula-


menta a Lei n. 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes
nacionais para o saneamento básico, resolve:
Art. 1º Esta Portaria dispõe sobre os procedimentos de controle e de
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de po-
tabilidade.

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º Esta Portaria se aplica à água destinada ao consumo humano pro-


veniente de sistema e solução alternativa de abastecimento de água.
Parágrafo único. As disposições desta Portaria não se aplicamà água mi-
neral natural, à água natural e às águas adicionadas de sais, destinadas ao
consumo humano após o envasamento, e a outraságuas utilizadas como ma-
téria- prima para elaboração de produtos, conforme Resolução (RDC) n. 274,
de 22 de setembro de 2005, da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA).
Art. 3º Toda água destinada ao consumo humano, distribuída coletiva-
mente por meio de sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento
de água, deve ser objeto de controle e vigilância da qualidade da água.
Art. 4º Toda água destinada ao consumo humano proveniente de solução
alternativa individual de abastecimento de água, independentemente da for-
ma de acesso da população, está sujeita à vigilância da qualidade da água.

CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES

Art. 5º Para os fins desta Portaria, são adotadas as seguintes definições:


I – água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, pre-
paração e produção de alimentos e à higiene pessoal, independentemente da
sua origem;

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II – água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabeleci-


do nesta Portaria e que não ofereça riscos à saúde;
III – padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como parâ-
metro da qualidade da água para consumo humano, conforme definido nes-
ta Portaria;
IV – padrão organoléptico: conjunto de parâmetros caracterizados por
provocar estímulos sensoriais que afetam a aceitação para consumo humano,
mas que não necessariamente implicam riscoà saúde;
V – água tratada: água submetida a processos físicos, químicos ou combi-
nação destes, visando atender ao padrão de potabilidade;
VI – sistema de abastecimento de água para consumo humano: instalação
composta por um conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, desde a
zona de captação até as ligações prediais, destinada à produção e ao forneci-
mento coletivo de água potável, por meio de rede de distribuição;
VII – solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo
humano: modalidade de abastecimento coletivo destinada a fornecer água
potável, com captação subterrânea ou superficial, com ou sem canalização e
sem rede de distribuição;
VIII – solução alternativa individual de abastecimento deágua para consu-
mo humano: modalidade de abastecimento de água para consumo humano
que atenda a domicílios residenciais com umaúnica família, incluindo seus
agregados familiares;
IX – rede de distribuição: parte do sistema de abastecimento formada por
tubulações e seus acessórios, destinados a distribuir água potável, até as li-
gações prediais;
X – ligações prediais: conjunto de tubulações e peças especiais, situado
entre a rede de distribuição de água e o cavalete, este incluído;
XI – cavalete: kit formado por tubos e conexões destinados à instalação
do hidrômetro para realização da ligação de água;

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XII – interrupção: situação na qual o serviço de abastecimento de água


é interrompido temporariamente, de forma programada ou emergencial, em
razão da necessidade de se efetuar reparos, modificações ou melhorias no
respectivo sistema;
XIII – intermitência: é a interrupção do serviço de abastecimento de água,
sistemática ou não, que se repete ao longo de determinado período, com du-
ração igual ou superior a seis horas em cada ocorrência;
XIV – integridade do sistema de distribuição: condição de operação e ma-
nutenção do sistema de distribuição (reservatório e rede) de água potável
em que a qualidade da água produzida pelos processos de tratamento seja
preservada até as ligações prediais;
XV – controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de
atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo sistema ou por so-
lução alternativa coletiva de abastecimento de água, destinado a verificar se
a água fornecida à população é potável, de forma a assegurar a manutenção
desta condição;
XVI – vigilância da qualidade da água para consumo humano: conjunto de
ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde pública para verificar
o atendimento a esta Portaria, considerados os aspectos socioambientais e a
realidade local, para avaliar se a água consumida pela população apresenta
risco à saúde humana;
XVII – garantia da qualidade: procedimento de controle da qualidade para
monitorar a validade dos ensaios realizados;
XVIII – recoleta: ação de coletar nova amostra de água para consumo
humano no ponto de coleta que apresentou alteração em algum parâmetro
analítico; e
XIX – passagem de fronteira terrestre: local para entrada ou saída inter-
nacional de viajantes, bagagens, cargas, contêineres, veículos rodoviários e
encomendas postais.

213
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CAPÍTULO III
DAS COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES

Seção I
Das Competências da União

Art. 6º Para os fins desta Portaria, as competências atribuídasà União se-


rão exercidas pelo Ministério da Saúde e entidades a ele vinculadas, conforme
estabelecido nesta Seção.
Art. 7º Compete à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS):
I – promover e acompanhar a vigilância da qualidade da água para con-
sumo humano, em articulação com as Secretarias de Saúde dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios e respectivos responsáveis pelo controle da
qualidade da água;
II – estabelecer ações especificadas no Programa Nacional de Vigilância da
Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA);
III – estabelecer as ações próprias dos laboratórios de saúde pública, es-
pecificadas na Seção V desta Portaria;
IV – estabelecer diretrizes da vigilância da qualidade da água para consu-
mo humano a serem implementadas pelos Estados, Distrito Federal e Municí-
pios, respeitados os princípios do SUS;
V – estabelecer prioridades, objetivos, metas e indicadores de vigilância
da qualidade da água para consumo humano a serem pactuados na Comissão
Intergestores Tripartite; e
VI – executar ações de vigilância da qualidade da água para consumo hu-
mano, de forma complementar à atuação dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.

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Art. 8º Compete à Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS)


executar, diretamente ou mediante parcerias, incluída a contratação de pres-
tadores de serviços, as ações de vigilância e controle da qualidade da água
para consumo humano nos sistemas e soluções alternativas de abastecimen-
to de água das aldeias indígenas.
Art. 9º Compete à Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) apoiar as ações
de controle da qualidade da água para consumo humano proveniente de sis-
tema ou solução alternativa de abastecimento de água para consumo huma-
no, em seu âmbito de atuação, conforme os critérios e parâmetros estabele-
cidos nesta Portaria.
Art. 10. Compete à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
exercer a vigilância da qualidade da água nas áreas de portos, aeroportos e
passagens de fronteiras terrestres, conforme os critérios e parâmetros esta-
belecidos nesta Portaria, bem como diretrizes específicas pertinentes.

Seção II
Das Competências dos Estados

Art. 11. Compete às Secretarias de Saúde dos Estados:


I – promover e acompanhar a vigilância da qualidade daágua, em arti-
culação com os Municípios e com os responsáveis pelo controle da qualida-
de da água;
II – desenvolver as ações especificadas no VIGIAGUA, consideradas as
peculiaridades regionais e locais;
III – desenvolver as ações inerentes aos laboratórios de saúde pública,
especificadas na Seção V desta Portaria;
IV – implementar as diretrizes de vigilância da qualidade daágua para con-
sumo humano definidas no âmbito nacional;
V – estabelecer as prioridades, objetivos, metas e indicadores de vigilân-
cia da qualidade da água para consumo humano a serem pactuados na Co-
missão Intergestores Bipartite;

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VI – encaminhar aos responsáveis pelo abastecimento deágua quaisquer


informações referentes a investigações de surto relacionadoà qualidade da
água para consumo humano;
VII – realizar, em parceria com os Municípios em situações de surto de do-
ença diarréica aguda ou outro agravo de transmissão fecal-oral, os seguintes
procedimentos:
a) análise microbiológica completa, de modo a apoiar a investigação epi-
demiológica e a identificação, sempre que possível, do gênero ou espécie de
microorganismos;
b) análise para pesquisa de vírus e protozoários, no que couber, ou enca-
minhamento das amostras para laboratórios de referência nacional, quando
as amostras clínicas forem confirmadas para esses agentes e os dados epide-
miológicos apontarem a água como via de transmissão; e
c) envio das cepas de Escherichia coli aos laboratórios de referência nacio-
nal para identificação sorológica;
VIII – executar as ações de vigilância da qualidade da água para consumo
humano, de forma complementar à atuação dos Municípios, nos termos da
regulamentação do SUS.

Seção III
Das Competências dos Municípios

Art. 12. Compete às Secretarias de Saúde dos Municípios:


I – exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competência,
em articulação com os responsáveis pelo controle da qualidade da água para
consumo humano;
II – executar ações estabelecidas no VIGIAGUA, consideradas as peculia-
ridades regionais e locais, nos termos da legislação do SUS;

216
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III – inspecionar o controle da qualidade da água produzida e distribuída e


as práticas operacionais adotadas no sistema ou solução alternativa coletiva
de abastecimento de água, notificando seus respectivos responsáveis para
sanar a(s) irregularidade(s) identificada(s);
IV – manter articulação com as entidades de regulação quando detectadas
falhas relativas à qualidade dos serviços de abastecimento de água, a fim de
que sejam adotadas as providências concernentes a sua área de competência;
V – garantir informações à população sobre a qualidade daágua para con-
sumo humano e os riscos à saúde associados, de acordo com mecanismos
e os instrumentos disciplinados no Decreto n. 5.440, de 4 de maio de 2005;
VI – encaminhar ao responsável pelo sistema ou solução alternativa coleti-
va de abastecimento de água para consumo humano informações sobre surtos
e agravos à saúde relacionados à qualidade da água para consumo humano;
VII – estabelecer mecanismos de comunicação e informação com os res-
ponsáveis pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de
água sobre os resultados das ações de controle realizadas;
VIII – executar as diretrizes de vigilância da qualidade daágua para con-
sumo humano definidas no âmbito nacional e estadual;
IX – realizar, em parceria com os Estados, nas situações de surto de do-
ença diarréica aguda ou outro agravo de transmissão fecaloral, os seguintes
procedimentos:
a) análise microbiológica completa, de modo a apoiar a investigação epi-
demiológica e a identificação, sempre que possível, do gênero ou espécie de
microorganismos;
b) análise para pesquisa de vírus e protozoários, quando for o caso, ou en-
caminhamento das amostras para laboratórios de referência nacional quando
as amostras clínicas forem confirmadas para esses agentes e os dados epide-
miológicos apontarem a água como via de transmissão; e
c) envio das cepas de Escherichia coli aos laboratórios de referência nacio-
nal para identificação sorológica;

217
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X – cadastrar e autorizar o fornecimento de água tratada, por meio de


solução alternativa coletiva, mediante avaliação e aprovação dos documentos
exigidos no art. 14 desta Portaria.
Parágrafo único. A autoridade municipal de saúde pública não autorizará o
fornecimento de água para consumo humano, por meio de solução alternativa
coletiva, quando houver rede de distribuição de água, exceto em situação de
emergência e intermitência.

Seção IV
Do Responsável pelo Sistema ou Solução Alternativa Coletiva de
Abastecimento de Água para Consumo Humano

Art. 13. Compete ao responsável pelo sistema ou solução alternativa co-


letiva de abastecimento de água para consumo humano:
I – exercer o controle da qualidade da água;
II – garantir a operação e a manutenção das instalações destinadas ao
abastecimento de água potável em conformidade com as normas técnicas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e das demais normas
pertinentes;
III – manter e controlar a qualidade da água produzida e distribuída, nos
termos desta Portaria, por meio de:
a) controle operacional do(s) ponto(s) de captação, adução, tratamento,
reservação e distribuição, quando aplicável;
b) exigência, junto aos fornecedores, do laudo de atendimento dos requi-
sitos de saúde estabelecidos em norma técnica da ABNT para o controle de
qualidade dos produtos químicos utilizados no tratamento de água;
c) exigência, junto aos fornecedores, do laudo de inocuidade dos materiais
utilizados na produção e distribuição que tenham contato com a água;
d) capacitação e atualização técnica de todos os profissionais que atuam
de forma direta no fornecimento e controle da qualidade da água para con-
sumo humano; e

218
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e) análises laboratoriais da água, em amostras provenientes das diversas


partes dos sistemas e das soluções alternativas coletivas, conforme plano de
amostragem estabelecido nesta Portaria;
IV – manter avaliação sistemática do sistema ou solução alternativa co-
letiva de abastecimento de água, sob a perspectiva dos riscos à saúde, com
base nos seguintes critérios:
a) ocupação da bacia contribuinte ao manancial;
b) histórico das características das águas;
c) características físicas do sistema;
d) práticas operacionais; e
e) na qualidade da água distribuída, conforme os princípios dos Planos de
Segurança da Água (PSA) recomendados pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) ou definidos em diretrizes vigentes no País;
V – encaminhar à autoridade de saúde pública dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios relatórios das análises dos parâmetros mensais,
trimestrais e semestrais com informações sobre o controle da qualidade da
água, conforme o modelo estabelecido pela referida autoridade;
VI – fornecer à autoridade de saúde pública dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios os dados de controle da qualidade da água para consumo
humano, quando solicitado;
VII – monitorar a qualidade da água no ponto de captação, conforme es-
tabelece o art. 40 desta Portaria;
VIII – comunicar aos órgãos ambientais, aos gestores de recursos hídricos
e ao órgão de saúde pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
qualquer alteração da qualidade da água no ponto de captação que compro-
meta a tratabilidade da água para consumo humano;
IX – contribuir com os órgãos ambientais e gestores de recursos hídricos,
por meio de ações cabíveis para proteção do(s) manancial(ais) de abasteci-
mento(s) e das bacia(s) hidrográfica(s);

219
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X – proporcionar mecanismos para recebimento de reclamações e manter


registros atualizados sobre a qualidade da água distribuída, sistematizan-
do-os de forma compreensível aos consumidores e disponibilizando-os para
pronto acesso e consulta pública, em atendimento às legislações específicas
de defesa do consumidor;
XI – comunicar imediatamente à autoridade de saúde pública municipal e
informar adequadamente à população a detecção de qualquer risco à saúde,
ocasionado por anomalia operacional no sistema e solução alternativa coleti-
va de abastecimento de água para consumo humano ou por não conformida-
de na qualidade da água tratada, adotando-se as medidas previstas no art.
44 desta Portaria; e
XII – assegurar pontos de coleta de água na saída de tratamento e na rede
de distribuição, para o controle e a vigilância da qualidade da água.
Art. 14. O responsável pela solução alternativa coletiva de abastecimento
de água deve requerer, junto à autoridade municipal de saúde pública, auto-
rização para o fornecimento de água tratada, mediante a apresentação dos
seguintes documentos:
I – nomeação do responsável técnico habilitado pela operação da solução
alternativa coletiva;
II – outorga de uso, emitida por órgão competente, quando aplicável; e
III – laudo de análise dos parâmetros de qualidade da água previstos nes-
ta Portaria.
Art. 15. Compete ao responsável pelo fornecimento de água para consu-
mo humano por meio de veículo transportador:
I – garantir que tanques, válvulas e equipamentos dos veículos transpor-
tadores sejam apropriados e de uso exclusivo para o armazenamento e trans-
porte de água potável;
II – manter registro com dados atualizados sobre o fornecedor e a fon-
te de água;

220
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III – manter registro atualizado das análises de controle da qualidade da


água, previstos nesta Portaria;
IV – assegurar que a água fornecida contenha um teor mínimo de cloro
residual livre de 0,5 mg/L; e
V – garantir que o veículo utilizado para fornecimento deágua contenha,
de forma visível, a inscrição “ÁGUA POTÁVEL” e os dados de endereço e tele-
fone para contato.
Art. 16. A água proveniente de solução alternativa coletiva ou individual,
para fins de consumo humano, não poderá ser misturada com a água da rede
de distribuição.

Seção V
Dos Laboratórios de Controle e Vigilância

Art. 17. Compete ao Ministério da Saúde:


I – habilitar os laboratórios de referência regional e nacional para opera-
cionalização das análises de maior complexidade na vigilância da qualidade
da água para consumo humano, de acordo com os critérios estabelecidos na
Portaria n. 70/SVS/MS, de 23 de dezembro de 2004;
II – estabelecer as diretrizes para operacionalização das atividades analí-
ticas de vigilância da qualidade da água para consumo humano; e
III – definir os critérios e os procedimentos para adotar metodologias
analíticas modificadas e não contempladas nas referências citadas no art. 22
desta Portaria.
Art. 18. Compete às Secretarias de Saúde dos Estados habilitar os labora-
tórios de referência regional e municipal para operacionalização das análises
de vigilância da qualidade da água para consumo humano.
Art. 19. Compete às Secretarias de Saúde dos Municípios indicar, para as
Secretarias de Saúde dos Estados, outros laboratórios de referência municipal
para operacionalização das análises de vigilância da qualidade da água para
consumo humano, quando for o caso.

221
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Art. 20. Compete aos responsáveis pelo fornecimento deágua para con-
sumo humano estruturar laboratórios próprios e, quando necessário, identi-
ficar outros para realização das análises dos parâmetros estabelecidos nes-
ta Portaria.
Art. 21. As análises laboratoriais para controle e vigilância da qualidade
da água para consumo humano podem ser realizadas em laboratório próprio,
conveniado ou subcontratado, desde que se comprove a existência de siste-
ma de gestão da qualidade, conforme os requisitos especificados na NBR ISO/
IEC 17025:2005.
Art. 22. As metodologias analíticas para determinação dos parâmetros
previstos nesta Portaria devem atender às normas nacionais ou internacio-
nais mais recentes, tais como:
I – Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater de
autoria das instituições American Public Health Association (APHA), American
Water Works Association (AWWA) e Water Environment Federation (WEF);
II – United States Environmental Protection Agency (USEPA);
III – normas publicadas pela International Standartization Organiza-
tion (ISO); e IV - metodologias propostas pela Organização Mundial da
Saúde (OMS).

CAPÍTULO IV
DAS EXIGÊNCIAS APLICÁVEIS AOS SISTEMAS E SOLUÇÕES
ALTERNATIVAS COLETIVAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
PARA CONSUMO HUMANO

Art. 23. Os sistemas e as soluções alternativas coletivas de abastecimen-


to de água para consumo humano devem contar com responsável técnico
habilitado.
Art. 24. Toda água para consumo humano, fornecida coletivamente, de-
verá passar por processo de desinfecção ou cloração.

222
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Parágrafo único. As águas provenientes de manancial superficial devem


ser submetidas a processo de filtração.
Art. 25. A rede de distribuição de água para consumo humano deve ser
operada sempre com pressão positiva em toda sua extensão.
Art. 26. Compete ao responsável pela operação do sistema de abasteci-
mento de água para consumo humano notificar à autoridade de saúde pública
e informar à respectiva entidade reguladora e à população, identificando pe-
ríodos e locais, sempre que houver:
I – situações de emergência com potencial para atingir a segurança de
pessoas e bens;
II – interrupção, pressão negativa ou intermitência no sistema de
abastecimento;
III – necessidade de realizar operação programada na rede de distribui-
ção, que possa submeter trechos a pressão negativa;
IV – modificações ou melhorias de qualquer natureza nos sistemas de
abastecimento; e
V – situações que possam oferecer risco à saúde.

CAPÍTULO V
DO PADRÃO DE POTABILIDADE

Art. 27. A água potável deve estar em conformidade com padrão micro-
biológico, conforme disposto no Anexo I e demais disposições desta Portaria.
§ 1º No controle da qualidade da água, quando forem detectadas amostras
com resultado positivo para coliformes totais, mesmo em ensaios presuntivos,
ações corretivas devem ser adotadas e novas amostras devem ser coletadas
em dias imediatamente sucessivos até que revelem resultados satisfatórios.
§ 2º Nos sistemas de distribuição, as novas amostras devem incluir no
mínimo uma recoleta no ponto onde foi constatado o resultado positivo para
coliformes totais e duas amostras extras, sendo uma à montante e outra à
jusante do local da recoleta.

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§ 3º Para verificação do percentual mensal das amostras com resulta-


dos positivos de coliformes totais, as recoletas não devem ser consideradas
no cálculo.
§ 4º O resultado negativo para coliformes totais das recoletas não anula o
resultado originalmente positivo no cálculo dos percentuais de amostras com
resultado positivo.
§ 5º Na proporção de amostras com resultado positivo admitidas mensal-
mente para coliformes totais no sistema de distribuição, expressa no Anexo I
a esta Portaria, não são tolerados resultados positivos que ocorram em reco-
leta, nos termos do § 1º deste artigo.
§ 6º Quando o padrão microbiológico estabelecido no Anexo I a esta Por-
taria for violado, os responsáveis pelos sistemas e soluções alternativas co-
letivas de abastecimento de água para consumo humano devem informar à
autoridade de saúde pública as medidas corretivas tomadas.
§ 7º Quando houver interpretação duvidosa nas reações típicas dos en-
saios analíticos na determinação de coliformes totais e Escherichia coli, deve-
-se fazer a recoleta.
Art. 28. A determinação de bactérias heterotróficas deve ser realizada
como um dos parâmetros para avaliar a integridade do sistema de distribui-
ção (reservatório e rede).
§ 1º A contagem de bactérias heterotróficas deve ser realizada em 20%
(vinte por cento) das amostras mensais para análise de coliformes totais nos
sistemas de distribuição (reservatório e rede).
§ 2º Na seleção dos locais para coleta de amostras devem ser prioriza-
das pontas de rede e locais que alberguem grupos populacionais de risco à
saúde humana.
§ 3º Alterações bruscas ou acima do usual na contagem de bactérias
heterotróficas devem ser investigadas para identificação de irregularidade e
providências devem ser adotadas para o restabelecimento da integridade do
sistema de distribuição (reservatório e rede), recomendando-se que não se
ultrapasse o limite de 500 UFC/mL.

224
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Art. 29. Recomenda-se a inclusão de monitoramento de vírus entéricos


no(s) ponto(s) de captação de água proveniente(s) de manancial(is) super-
ficial(is) de abastecimento, com o objetivo de subsidiar estudos de avaliação
de risco microbiológico.
Art. 30. Para a garantia da qualidade microbiológica da água, em comple-
mentação às exigências relativas aos indicadores microbiológicos, deve ser
atendido o padrão de turbidez expresso no Anexo II e devem ser observadas
as demais exigências contidas nesta Portaria.
§ 1º Entre os 5% (cinco por cento) dos valores permitidos de turbidez
superiores ao VMP estabelecido no Anexo II a esta Portaria, para água sub-
terrânea com desinfecção, o limite máximo para qualquer amostra pontual
deve ser de 5,0 uT, assegurado, simultaneamente, o atendimento ao VMP de
5,0 uT em toda a extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede).
§ 2º O valor máximo permitido de 0,5 uT para água filtrada por filtração
rápida (tratamento completo ou filtração direta), assim como o valor máximo
permitido de 1,0 uT para água filtrada por filtração lenta, estabelecidos no
Anexo II desta Portaria, deverão ser atingidos conforme as metas progressi-
vas definidas no Anexo III a esta Portaria.
§ 3º O atendimento do percentual de aceitação do limite de turbidez,
expresso no Anexo II a esta Portaria, deve ser verificado mensalmente com
base em amostras, preferencialmente no efluente individual de cada unidade
de filtração, no mínimo diariamente para desinfecção ou filtração lenta e no
mínimo a cada duas horas para filtração rápida.
Art. 31. Os sistemas de abastecimento e soluções alternativas coletivas
de abastecimento de água que utilizam mananciais superficiais devem re-
alizar monitoramento mensal de Escherichia coli no(s) ponto(s) de capta-
ção de água.
§ 1º Quando for identificada média geométrica anual maior ou igual a 1.000
Escherichia coli/100mL deve-se realizar monitoramento de cistos de Giardia
spp. e oocistos de Cryptosporidium spp. no(s) ponto(s) de captação de água.

225
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§ 2º Quando a média aritmética da concentração de oocistos de Cryptos-


poridium spp. for maior ou igual a 3,0 oocistos/L no(s) pontos(s) de captação
de água, recomenda-se a obtenção de efluente em filtração rápida com valor
de turbidez menor ou igual a 0,3 uT em 95% (noventa e cinco por cento) das
amostras mensais ou uso de processo de desinfecção que comprovadamente
alcance a mesma eficiência de remoção de oocistos de Cryptosporidium spp.
§ 3º Entre os 5% (cinco por cento) das amostras que podem apresentar va-
lores de turbidez superiores ao VMP estabelecido no § 2º do art. 30 desta Por-
taria, o limite máximo para qualquer amostra pontual deve ser menor ou igual
a 1,0 uT, para filtração rápida e menor ou igual a 2,0 uT para filtração lenta.
§ 4º A concentração média de oocistos de Cryptosporidium spp. referida
no § 2º deste artigo deve ser calculada considerando um número mínino de
24 (vinte e quatro) amostras uniformemente coletadas ao longo de um perí-
odo mínimo de um ano e máximo de dois anos.
Art. 32. No controle do processo de desinfecção da água por meio da
cloração, cloraminação ou da aplicação de dióxido de cloro devem ser ob-
servados os tempos de contato e os valores de concentrações residuais de
desinfetante na saída do tanque de contato expressos nos Anexos IV, V e VI
a esta Portaria.
§ 1º Para aplicação dos Anexos IV, V e VI deve-se considerar a tempera-
tura média mensal da água.
§ 2º No caso da desinfecção com o uso de ozônio, deve ser observado o
produto concentração e tempo de contato (CT) de 0,16 mg.min/L para tem-
peratura média da água igual a 15º C.
§ 3º Para valores de temperatura média da água diferentes de 15º C, de-
ve-se proceder aos seguintes cálculos:
I – para valores de temperatura média abaixo de 15ºC: duplicar o valor de
CT a cada decréscimo de 10ºC.
II – para valores de temperatura média acima de 15ºC: dividir por dois o
valor de CT a cada acréscimo de 10ºC.

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§ 4º No caso da desinfecção por radiação ultravioleta, deve ser obser-


vada a dose mínima de 1,5 mJ/cm2para 0,5 log de inativação de cisto de
Giardia spp.
Art. 33. Os sistemas ou soluções alternativas coletivas de abastecimento
de água supridas por manancial subterrâneo com ausência de contaminação
por Escherichia coli devem realizar cloração da água mantendo o residual
mínimo do sistema de distribuição (reservatório e rede), conforme as dispo-
sições contidas no art. 34 a esta Portaria.
§ 1º Quando o manancial subterrâneo apresentar contaminação por Es-
cherichia coli, no controle do processo de desinfecção da água, devem ser
observados os valores do produto de concentração residual de desinfetante
na saída do tanque de contato e o tempo de contato expressos nos Anexos
IV, V e VI a esta Portaria ou a dose mínima de radiação ultravioleta expressa
no § 4º do art. 32 a desta Portaria.
§ 2º A avaliação da contaminação por Escherichia coli no manancial sub-
terrâneo deve ser feita mediante coleta mensal de uma amostra de água em
ponto anterior ao local de desinfecção.
§ 3º Na ausência de tanque de contato, a coleta de amostras de água
para a verificação da presença/ausência de coliformes totais em sistemas de
abastecimento e soluções alternativas coletivas de abastecimento de águas,
supridas por manancial subterrâneo, deverá ser realizada em local à montan-
te ao primeiro ponto de consumo.
Art. 34. É obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L de cloro re-
sidual livre ou 2 mg/L de cloro residual combinado ou de 0,2 mg/L de dióxido
de cloro em toda a extensão do sistema de distribuição (reservatório e rede).
Art. 35. No caso do uso de ozônio ou radiação ultravioleta como desin-
fetante, deverá ser adicionado cloro ou dióxido de cloro, de forma a manter
residual mínimo no sistema de distribuição (reservatório e rede), de acordo
com as disposições do art. 34 desta Portaria.

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Art. 36. Para a utilização de outro agente desinfetante, além dos cita-
dos nesta Portaria, deve-se consultar o Ministério da Saúde, por intermédio
da SVS/MS.
Art. 37. A água potável deve estar em conformidade com o padrão de
substâncias químicas que representam risco à saúde e cianotoxinas, expres-
sos nos Anexos VII e VIII e demais disposições desta Portaria.
§ 1º No caso de adição de flúor (fluoretação), os valores recomendados
para concentração de íon fluoreto devem observar a Portaria n. 635/GM/MS,
de 30 de janeiro de 1976, não podendo ultrapassar o VMP expresso na Tabela
do Anexo VII a esta Portaria.
§ 2º As concentrações de cianotoxinas referidas no Anexo VIII a esta Por-
taria devem representar as contribuições da fração intracelular e da fração
extracelular na amostra analisada.
§ 3º Em complementação ao previsto no Anexo VIII a esta Portaria, quan-
do for detectada a presença de gêneros potencialmente produtores de cilin-
drospermopsinas no monitoramento de cianobactérias previsto no § 1º do
art. 40 desta Portaria, recomenda-se a análise dessas cianotoxinas, obser-
vando o valor máximo aceitável de 1,0 μg/L.
§ 4º Em complementação ao previsto no Anexo VIII a esta Portaria, quan-
do for detectada a presença de gêneros de cianobactérias potencialmente
produtores de anatoxina-a(s) no monitoramento de cianobactérias previsto
no § 1º do art. 40 a esta Portaria, recomenda-se a análise da presença desta
cianotoxina.
Art. 38. Os níveis de triagem que conferem potabilidade da água do ponto
de vista radiológico são valores de concentração de atividade que não exce-
dem 0,5 Bq/L para atividade alfa total e 1Bq/L para beta total.
Parágrafo único. Caso os níveis de triagem citados neste artigo sejam su-
perados, deve ser realizada análise específica para os radionuclídeos presen-
tes e o resultado deve ser comparado com os níveis de referência do Anexo
IX desta Portaria.

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Art. 39. A água potável deve estar em conformidade com o padrão orga-
noléptico de potabilidade expresso no Anexo X a esta Portaria.
§ 1º Recomenda-se que, no sistema de distribuição, o pH da água seja
mantido na faixa de 6,0 a 9,5.
§ 2º Recomenda-se que o teor máximo de cloro residual livre em qualquer
ponto do sistema de abastecimento seja de 2 mg/L.
§ 3º Na verificação do atendimento ao padrão de potabilidade expresso
nos Anexos VII, VIII, IX e X, eventuais ocorrências de resultados acima do
VMP devem ser analisadas em conjunto com o histórico do controle de quali-
dade da água e não de forma pontual.
§ 4º Para os parâmetros ferro e manganês são permitidos valores supe-
riores ao VMPs estabelecidos no Anexo X desta Portaria, desde que sejam
observados os seguintes critérios:
I – os elementos ferro e manganês estejam complexados com produtos
químicos comprovadamente de baixo risco à saúde, conforme preconizado no
art. 13 desta Portaria e nas normas da ABNT;
II – os VMPs dos demais parâmetros do padrão de potabilidade não sejam
violados; e
III – as concentrações de ferro e manganês não ultrapassem 2,4 e 0,4
mg/L, respectivamente.
§ 5º O responsável pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abaste-
cimento de água deve encaminhar à autoridade de saúde pública dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios informações sobre os produtos químicos
utilizados e a comprovação de baixo risco à saúde, conforme preconizado no
art. 13 e nas normas da ABNT.

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CAPÍTULO VI
DOS PLANOS DE AMOSTRAGEM

Art. 40. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistemas


ou soluções alternativas coletivas de abastecimento deágua para consumo
humano, supridos por manancial superficial e subterrâneo, devem coletar
amostras semestrais da água bruta, no ponto de captação, para análise de
acordo com os parâmetros exigidos nas legislações específicas, com a finali-
dade de avaliação de risco à saúde humana.
§ 1º Para minimizar os riscos de contaminação da água para consumo
humano com cianotoxinas, deve ser realizado o monitoramento de cianobac-
térias, buscando-se identificar os diferentes gêneros, no ponto de captação
do manancial superficial, de acordo com a Tabela do Anexo XI a esta Portaria,
considerando, para efeito de alteração da frequência de monitoramento, o
resultado da última amostragem.
§ 2º Em complementação ao monitoramento do Anexo XI a esta Portaria,
recomenda-se a análise de clorofila-a no manancial, com frequência semanal,
como indicador de potencial aumento da densidade de cianobactérias.
§ 3º Quando os resultados da análise prevista no § 2º deste artigo reve-
larem que a concentração de clorofila-a em duas semanas consecutivas tiver
seu valor duplicado ou mais, deve-se proceder nova coleta de amostra para
quantificação de cianobactérias no ponto de captação do manancial, para re-
avaliação da frequência de amostragem de cianobactérias.
§ 4º Quanto a densidade de cianobactérias exceder 20.000 células/ml,
deve-se realizar análise de cianotoxinas na água do manancial, no ponto de
captação, com frequência semanal.
§ 5º Quando as concentrações de cianotoxinas no manancial forem meno-
res que seus respectivos VMPs para água tratada, será dispensada análise de
cianotoxinas na saída do tratamento de que trata o Anexo XII a esta Portaria.

230
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§ 6º Em função dos riscos à saúde associados às cianotoxinas, é vedado


o uso de algicidas para o controle do crescimento de microalgas e cianobac-
térias no manancial de abastecimento ou qualquer intervenção que provoque
a lise das células.
§ 7º As autoridades ambientais e de recursos hídricos definirão a regula-
mentação das excepcionalidades sobre o uso de algicidas nos cursos d’água
superficiais.
Art. 41. Os responsáveis pelo controle da qualidade da água de sistema e
solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano
devem elaborar e submeter para análise da autoridade municipal de saúde
pública, o plano de amostragem de cada sistema e solução, respeitando os
planos mínimos de amostragem expressos nos Anexos XI, XII, XIII e XIV.
§ 1º A amostragem deve obedecer aos seguintes requisitos:
I – distribuição uniforme das coletas ao longo do período; e
II – representatividade dos pontos de coleta no sistema de distribuição
(reservatórios e rede), combinando critérios de abrangência espacial e pontos
estratégicos, entendidos como:
a) aqueles próximos a grande circulação de pessoas: terminais rodoviá-
rios, terminais ferroviários entre outros;
b) edifícios que alberguem grupos populacionais de risco, tais como hos-
pitais, creches e asilos;
c) aqueles localizados em trechos vulneráveis do sistema de distribuição
como pontas de rede, pontos de queda de pressão, locais afetados por mano-
bras, sujeitos à intermitência de abastecimento, reservatórios, entre outros; e
d) locais com sistemáticas notificações de agravos à saúde tendo como
possíveis causas os agentes de veiculação hídrica.
§ 2º No número mínimo de amostras coletadas na rede de distribuição,
previsto no Anexo XII, não se incluem as amostras extras (recoletas).

231
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§ 3º Em todas as amostras coletadas para análises microbiológicas, deve


ser efetuada medição de turbidez e de cloro residual livre ou de outro com-
posto residual ativo, caso o agente desinfetante utilizado não seja o cloro.
§ 4º Quando detectada a presença de cianotoxinas na água tratada, na
saída do tratamento, será obrigatória a comunicação imediata às clínicas de
hemodiálise e às indústrias de injetáveis.
§ 5º O plano de amostragem para os parâmetros de agrotóxicos deverá
considerar a avaliação dos seus usos na bacia hidrográfica do manancial de
contribuição, bem como a sazonalidade das culturas.
§ 6º Na verificação do atendimento ao padrão de potabilidade expressos
nos Anexos VII, VIII, IX e X a esta Portaria, a detecção de eventuais ocorrên-
cias de resultados acima do VMP devem ser analisadas em conjunto com o
histórico do controle de qualidade da água.
§ 7º Para populações residentes em áreas indígenas, populações tradicio-
nais, dentre outras, o plano de amostragem para o controle da qualidade da
água deverá ser elaborado de acordo com as diretrizes específicas aplicáveis
a cada situação.

CAPÍTULO VII
DAS PENALIDADES

Art. 42. Serão aplicadas as sanções administrativas previstas na Lei n.


6.437, de 20 de agosto de 1977, aos responsáveis pela operação dos siste-
mas ou soluções alternativas de abastecimento deágua que não observarem
as determinações constantes desta Portaria, sem prejuízo das sanções de
natureza civil ou penal cabíveis.
Art. 43. Cabe ao Ministério da Saúde, por intermédio da SVS/MS, e às Se-
cretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal dos Municípios, ou órgãos
equivalentes, assegurar o cumprimento desta Portaria.

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CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 44. Sempre que forem identificadas situações de risco à saúde, o


responsável pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento
de água e as autoridades de saúde pública devem, em conjunto, elaborar um
plano de ação e tomar as medidas cabíveis, incluindo a eficaz comunicação
à população, sem prejuízo das providências imediatas para a correção da
anormalidade.
Art. 45. É facultado ao responsável pelo sistema ou solução alternativa
coletiva de abastecimento de água solicitar à autoridade de saúde pública a
alteração na frequência mínima de amostragem de parâmetros estabelecidos
nesta Portaria, mediante justificativa fundamentada.
Parágrafo único. Uma vez formulada a solicitação prevista no caput deste
artigo, a autoridade de saúde pública decidirá no prazo máximo de 60 (ses-
senta) dias, com base em análise fundamentada no histórico mínimo de dois
anos do controle da qualidade da água, considerando os respectivos planos
de amostragens e de avaliação de riscos à saúde, da zona de captação e do
sistema de distribuição.
Art. 46. Verificadas características desconformes com o padrão de potabi-
lidade da água ou de outros fatores de risco à saúde, conforme relatório téc-
nico, a autoridade de saúde pública competente determinará ao responsável
pela operação do sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de
água para consumo humano que:
I – amplie o número mínimo de amostras;
II – aumente a frequência de amostragem; e
III – realize análises laboratoriais de parâmetros adicionais.
Art. 47. Constatada a inexistência de setor responsável pela qualidade da
água na Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, os deveres e responsabilidades previstos, respectivamente, nos arts. 11
e 12 desta Portaria serão cumpridos peloórgão equivalente.

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Art. 48. O Ministério da Saúde promoverá, por intermédio da SVS/MS, a


revisão desta Portaria no prazo de 5 (cinco) anos ou a qualquer tempo.
Parágrafo único. Os órgãos governamentais e não governamentais, de
reconhecida capacidade técnica nos setores objeto desta regulamentação,
poderão requerer a revisão desta Portaria, mediante solicitação justificada,
sujeita a análise técnica da SVS/MS.
Art. 49. Fica estabelecido o prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses,
contados a partir da data de publicação desta Portaria, para que os órgãos e
entidades sujeitos à aplicação desta Portaria promovam as adequações ne-
cessárias ao seu cumprimento, no que se refere ao monitoramento dos parâ-
metros gosto e odor, saxitoxina, cistos de Giardia spp. e oocistos de Cryptos-
poridium spp.
§ 1º Para o atendimento ao valor máximo permitido de 0,5 uT para filtra-
ção rápida (tratamento completo ou filtração direta), fica estabelecido o prazo
de 4 (quatro) anos para cumprimento, contados da data de publicação desta
Portaria, mediante o cumprimento das etapas previstas no § 2º do art. 30
desta Portaria.
§ 2º Fica estabelecido o prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses, con-
tados a partir da data de publicação desta Portaria, para que os laboratórios
referidos no art. 21 desta Portaria promovam as adequações necessárias para
a implantação do sistema de gestão da qualidade, conforme os requisitos es-
pecificados na NBR ISO/IEC 17025:2005.
§ 3º Fica estabelecido o prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses,
contados a partir da data de publicação desta Portaria, para que os órgãos e
entidades sujeitos à aplicação desta Portaria promovam as adequações ne-
cessárias no que se refere ao monitoramento dos parâmetros que compõem
o padrão de radioatividade expresso no Anexo VIII a esta Portaria.
Art. 50. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
adotar as medidas necessárias ao fiel cumprimento desta Portaria.

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Art. 51. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Es-


tados e aos Municípios.
Art. 52. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 53. Fica revogada a Portaria n. 518/GM/MS, de 25 de março de 2004,
publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, do dia 26 seguinte, página 266.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

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LEI N. 5.237, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2013


(Autoria do Projeto: Poder Executivo)

Dispõe sobre a carreira Vigilância Ambiental e Atenção Comunitária à


Saúde do Quadro de Pessoal do Distrito Federal e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMARA LE-


GISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

CAPÍTULO I
DA CARREIRA

Art. 1º Fica criada a carreira Vigilância Ambiental e Atenção Comunitária


à Saúde do Quadro de Pessoal do Distrito Federal.
Art. 2º A carreira Vigilância Ambiental e Atenção Comunitária à Saúde,
organizada em classes e padrões, é composta pelos cargos e quantitati-
vos abaixo:
I – agente de vigilância ambiental em saúde: mil e duzentos cargos;
II – agente comunitário de saúde: três mil, trezentos e cinquenta cargos.
Parágrafo único. Aplica-se aos servidores de que trata este artigo o Regi-
me Jurídico dos Servidores Públicos Civis do Distrito Federal, das Autarquias
e das Fundações Públicas Distritais.

CAPÍTULO II
DOS CONCEITOS BÁSICOS

Art. 3º Para efeitos desta Lei, considera-se:


I – carreira: conjunto de cargos distribuídos de acordo com sua responsa-
bilidade e sua complexidade;

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II – progressão: passagem do padrão em que se encontra o servidor para


os subsequentes, dentro da mesma classe, considerando-se o tempo de ser-
viço no cargo ocupado;
III – promoção funcional: mudança do último padrão da classe em que o
servidor se encontra para o primeiro padrão da classe imediatamente supe-
rior do mesmo cargo;
IV – classe/padrão: posição do servidor na tabela de escalonamen-
to vertical.

CAPÍTULO III
DO INGRESSO NA CARREIRA

Art. 4º O ingresso nos cargos da carreira Vigilância Ambiental e Atenção


Comunitária à Saúde dá-se no padrão inicial da terceira classe, mediante
concurso público de provas ou provas e títulos, obedecendo-se aos seguintes
requisitos de investidura:
I – agente de vigilância ambiental em saúde: apresentar certificado de
conclusão do curso de ensino médio expedido por instituição educacional re-
conhecida pelo órgão próprio do sistema de ensino;
II – agente comunitário de saúde: apresentar certificado de conclusão do
curso de ensino médio expedido por instituição educacional reconhecida pelo
órgão próprio do sistema de ensino e, conforme regras estabelecidas no edital
normativo do concurso, residir na região administrativa em que atuará.
Art. 5º O exercício do cargo de agente de vigilância ambiental em saúde
dá-se, exclusivamente, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, na Vi-
gilância Ambiental à Saúde do Distrito Federal.
Art. 6º O exercício do cargo de Agente Comunitário de Saúde, nos termos
desta Lei, dá-se, exclusivamente, no âmbito do SUS, na Atenção Primária à
Saúde do Distrito Federal.

237
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CAPÍTULO IV
DA JORNADA DE TRABALHO

Art. 7º A jornada de trabalho dos servidores da carreira Vigilância Am-


biental e Atenção Comunitária à Saúde é de quarenta horas semanais.
§ 1º Em caso de serviço extraordinário, a Secretaria de Estado de Saú-
de – SES pode instituir quadro de compensação de horas extraordinárias, na
proporção de uma hora trabalhada para duas horas de descanso.
§ 2º A realização de horas extraordinárias depende de autorização do
Conselho de Políticas de Recursos Humanos – CPRH/DF.

CAPÍTULO V
DAS ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS

Art. 8º O agente de vigilância ambiental em saúde tem como atribuição o


exercício de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde, me-
diante realização de ações de campo e visitas domiciliares ou comunitárias,
atuando nos programas de saúde ambiental relacionados a fatores biológicos
e não biológicos e controle de endemias, zoonoses e outras ações que se fa-
çam necessárias desenvolvidas em conformidade com as diretrizes do SUS.
Art. 9º São atribuições gerais do cargo de agente comunitário de saúde,
no nível de atuação, o exercício de atividades de prevenção de doenças e
promoção da saúde, mediante a realização de ações individuais ou coletivas e
visitas domiciliares ou comunitárias desenvolvidas em conformidade com as
diretrizes do SUS, sob coordenação ou supervisão de profissional ocupante de
cargo de nível superior.
Art. 10. As atribuições específicas dos cargos de agente de vigilância
ambiental em saúde e de agente comunitário de saúde são estabelecidas em
ato conjunto do titular da Secretaria de Estado de Administração Pública e da
Secretaria de Estado de Saúde.

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CAPÍTULO VI
DO DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA

Art. 11. O desenvolvimento do servidor nos cargos da carreira Vigilân-


cia Ambiental e Atenção Comunitária à Saúde dá-se mediante progressão
e promoção.
Art. 12. São requisitos essenciais para concessão da progressão:
I – encontrar-se em efetivo exercício;
II – ter cumprido o interstício de doze meses de efetivo exercício no pa-
drão atual.
§ 1º A concessão da progressão da carreira de que trata esta Lei pode ser
feita de forma automática.
§ 2º Ocorrendo a automatização prevista no § 1º, tornam-se desnecessá-
rias as publicações relativas à progressão, devendo tal situação constar nos
assentamentos funcionais do servidor.
§ 3º Fica garantida a progressão aos servidores em estágio probatório.
Art. 13. Para concessão da promoção funcional, o servidor deve cumprir
o interstício de doze meses de efetivo exercício no padrão atual, observado o
critério do merecimento, conforme regulamento próprio.

CAPÍTULO VII
DA REMUNERAÇÃO

Art. 14. Os valores dos vencimentos básicos dos cargos da carreira Vigi-
lância Ambiental e Atenção Comunitária à Saúde ficam estabelecidos na for-
ma do Anexo I desta Lei, observadas as datas de vigência nele especificadas.
Art. 15. Fica criada a Gratificação de Titulação – GT, concedida aos in-
tegrantes da carreira Vigilância Ambiental e Atenção Comunitária à Saúde
e calculada sobre o vencimento básico correspondente ao padrão em que o
servidor esteja posicionado, nos percentuais e condições a seguir:

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I – quinze por cento, no caso de o servidor possuir curso de especialização


com carga horária mínima de trezentos e sessenta horas;
II – dez por cento por conclusão de curso graduação;
III – oito por cento no caso de o servidor possuir curso de aprimoramento
profissional, com carga horária mínima de oitenta horas.
§ 1º Os diplomas ou certificados previstos nos incisos I e II só são consi-
derados quando devidamente reconhecidos pelo Ministério da Educação.
§ 2º A Secretaria de Estado de Saúde deve estabelecer os critérios a se-
rem utilizados para concessão da GT de que trata este artigo.
§ 3º A GT não pode ultrapassar o percentual de trinta por cento do venci-
mento básico.
§ 4º A GT é concedida no mês subsequente ao do requerimento apresen-
tado pelo servidor.
§ 5º O diploma ou o certificado apresentado para fins de percepção da GT
não podem ser utilizados novamente visando à concessão de outra vantagem.
Art. 16. Além do vencimento básico e das vantagens previstas nesta Lei,
podem ser concedidas ao servidor da carreira Vigilância Ambiental e Atenção
Comunitária à Saúde outras parcelas estabelecidas em legislação específica.
Art. 17. Os recursos repassados pelo Ministério da Saúde destinados a
custear despesas de pessoal dos servidores integrantes da carreira de que
trata esta Lei são utilizados pelo Governo do Distrito Federal na composição
remuneratória dessa carreira.

CAPÍTULO VIII
DA REMOÇÃO

Art. 18. A remoção dos servidores da carreira Vigilância Ambiental e Aten-


ção Comunitária à Saúde seguem os critérios gerais da Lei Complementar n.
840, de 23 de dezembro de 2011, e os demais atos normativos da SES.

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

§ 1º No caso do servidor integrante do cargo de agente comunitário de


saúde que comprovar alteração de domicílio para região administrativa di-
versa daquela onde está em exercício, a remoção é condicionada à existên-
cia de vaga.
§ 2º Excluem-se do disposto no § 1º as vagas para as quais haja candida-
to aprovado em concurso público para aquela região administrativa.

CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 19. Para o exercício do cargo de agente comunitário de saúde, o ser-


vidor deve residir na região administrativa em que atua.
Art. 20. Os atuais agentes de vigilância ambiental em saúde e os agentes
comunitários de saúde pertencentes à Tabela Especial de Emprego Comuni-
tário do Distrito Federal podem, mediante manifestação expressa, de caráter
irretratável e irrevogável, em até noventa dias após a publicação desta Lei,
fazer opção para integrar a carreira Vigilância Ambiental e Atenção Comuni-
tária à Saúde, na forma do Anexo II.
§ 1º Nos casos de afastamentos e licenças legais, a opção pode ser feita
até o primeiro dia subsequente ao seu término.
§ 2º Somente pode valer-se dos termos deste artigo o agente de vigilância
ambiental em saúde e o agente comunitário de saúde que tenha convalidado
sua participação em processo seletivo ou concurso público na forma do art.
198, § 4º, da Constituição Federal e do art. 2º, parágrafo único, da Emenda
Constitucional n. 51, de 14 de fevereiro de 2006, bem como os que cumpri-
ram os requisitos previstos no art. 37, II, da Constituição Federal.
§ 3º Os agentes de vigilância ambiental em saúde e os agentes comunitá-
rios de saúde que não façam opção permanecem na Tabela Especial de Em-
prego Comunitário do Distrito Federal, submetidos ao regime da Consolidação
das Leis do Trabalho e no quadro em extinção.

241
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Art. 21. O valor do auxílio-alimentação e do auxílio-creche dos atuais


agentes de vigilância ambiental em saúde e os agentes comunitários de saú-
de pertencentes à Tabela Especial de Emprego Comunitário do Distrito Fede-
ral é o mesmo concedido aos servidores regidos pela Lei Complementar n.
840, de 2011.
§ 1º Os valores superiores àqueles especificados neste artigo passam a
ser pagos na forma de parcela de complementação, denominadas PC-ALIM e
PC-CREC, respectivamente.
§ 2º As parcelas de complementação de que trata o § 1º são absorvidas
por aumentos no valor de que trata o caput.
Art. 22. Aos ocupantes dos cargos da carreira de que trata esta Lei é devi-
da indenização pelo uso de veículo próprio para desempenho de suas funções,
de acordo com critérios e formas a serem definidos pelo Conselho de Políticas
de Recursos Humanos – CPRH.
§ 1º Enquanto não são definidos critérios de concessão da indenização fica
mantido o pagamento na forma da metodologia de cálculo atual.
§ 2º No prazo de sessenta dias a contar publicação desta Lei, o CPRH es-
tabelecerá os critérios a serem utilizados para concessão da indenização de
que trata este artigo.
Art. 23. Nenhuma redução de remuneração pode resultar da aplicação
desta Lei, sendo assegurada, na forma de Vantagem Pessoal Nominalmente
Identificada – VPNI, a parcela correspondente à diferença eventualmente ob-
tida, a qual é atualizada exclusivamente pelos índices gerais de reajuste dos
servidores públicos distritais.
Art. 24. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correm à conta
das dotações orçamentárias do Distrito Federal.
Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, observadas as
vigências que especifica.
Art. 26. Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial:
I – a Lei n. 3.716, de 9 de dezembro de 2005;

242
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

II – a Lei n. 3.870, de 16 de junho de 2006;


III – a Lei n. 4.017, de 21 de setembro de 2007;
IV – a Lei n. 4.039, de 31 de outubro de 2007;
V – o art. 2º da Lei n. 4.203, de 5 de setembro de 2008;
VI – os arts. 4º, 5º e 8º da Lei n. 4.440, de 15 de dezembro de 2009.

Brasília, 16 de dezembro de 2013


126º da República e 54º de Brasília
AGNELO QUEIROZ

243
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RESOLUÇÃO N. 491, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2018


Dispõe sobre padrões de qualidade do ar.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das com-


petências que lhe são conferidas pela Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981,
regulamentada pelo Decreto n. 99.274, de 6 de julho de 1990, e tendo em
vista o disposto em seu Regimento Interno e o que consta do Processo Admi-
nistrativo n. 02000.002704/2010-22, e
Considerando que os Padrões Nacionais de Qualidade do Ar são parte es-
tratégica do Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar - PRONAR,
como instrumentos complementares e referenciais ao PRONAR;
Considerando como referência, os valores guia de qualidade do ar reco-
mendados pela Organização Mundial da Saúde - OMS em 2005, bem como
seus critérios de implementação, resolve:
Art. 1º Esta Resolução estabelece padrões de qualidade do ar.
Art. 2º Para efeito desta resolução são adotadas as seguintes definições:
I – poluente atmosférico: qualquer forma de matéria em quantidade, con-
centração, tempo ou outras características, que tornem ou possam tornar o
ar impróprio ou nocivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso
aos materiais, à fauna e flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da
propriedade ou às atividades normais da comunidade;
II – padrão de qualidade do ar: um dos instrumentos de gestão da quali-
dade do ar, determinado como valor de concentração de um poluente espe-
cífico na atmosfera, associado a um intervalo de tempo de exposição, para
que o meio ambiente e a saúde da população sejam preservados em relação
aos riscos de danos causados pela poluição atmosférica;
III – padrões de qualidade do ar intermediários - PI: padrões estabeleci-
dos como valores temporários a serem cumpridos em etapas;
IV – padrão de qualidade do ar final - PF: valores guia definidos pela Or-
ganização Mundial da Saúde - OMS em 2005;

244
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

V – episódio crítico de poluição do ar: situação caracterizada pela presen-


ça de altas concentrações de poluentes na atmosfera em curto período de
tempo, resultante da ocorrência de condições meteorológicas desfavoráveis
à dispersão dos mesmos;
VI – Plano de Controle de Emissões Atmosféricas: documento contendo
abrangência, identificação de fontes de emissões atmosféricas, diretrizes e
ações, com respectivos objetivos, metas e prazos de implementação, visando
ao controle da poluição do ar no território estadual ou distrital, observando
as estratégias estabelecidas no Programa Nacional de Controle da Qualidade
do Ar - PRONAR;
VII – Material Particulado MP10: partículas de material sólido ou líquido
suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fuligem, entre outros,
com diâmetro aerodinâmico equivalente de corte de 10 micrômetros;
VIII – Material Particulado MP2,5: partículas de material sólido ou líquido
suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fuligem, entre outros,
com diâmetro aerodinâmico equivalente de corte de 2,5 micrômetros;
IX – Partículas Totais em Suspensão - PTS: partículas de material sólido ou
líquido suspensas no ar, na forma de poeira, neblina, aerossol, fuligem, entre
outros, com diâmetro aerodinâmico equivalente de corte de 50 micrômetros;
X – Índice de Qualidade do Ar - IQAR: valor utilizado para fins de comuni-
cação e informação à população que relaciona as concentrações dos poluen-
tes monitorados aos possíveis efeitos adversos à saúde.
Art. 3º Ficam estabelecidos os Padrões de Qualidade do Ar, conforme Anexo I.
§ 1º O Chumbo no material particulado é um parâmetro a ser monitorado
em áreas específicas, em função da tipologia das fontes de emissões atmos-
féricas e a critério do órgão ambiental competente.
§ 2º As Partículas Totais em Suspensão - PTS e o material particulado em
suspensão na forma de fumaça - FMC são parâmetros auxiliares, a serem
utilizados em situações específicas, a critério do órgão ambiental competente.

245
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§ 3º Ficam definidas como condições de referência a temperatura de 25ºC


e a pressão de 760 milímetros de coluna de mercúrio (1.013,2 milibares).
§ 4º Adota-se como unidade de medida de concentração dos poluentes
atmosféricos o micrograma por metro cúbico (µg/m3) com exceção do Monó-
xido de Carbono que será reportado como partes por milhão (ppm).
Art. 4º Os Padrões de Qualidade do Ar definidos nesta Resolução serão
adotados sequencialmente, em quatro etapas.
§ 1º A primeira etapa, que entra em vigor a partir da publicação desta
Resolução, compreende os Padrões de Qualidade do Ar Intermediários PI-1.
§ 2º Para os poluentes Monóxido de Carbono - CO, Partículas Totais em
Suspensão - PTS e Chumbo - Pb será adotado o padrão de qualidade do ar
final, a partir da publicação desta Resolução.
§ 3º Os Padrões de Qualidade do Ar Intermediários e Final - PI-2, PI-3 e PF
serão adotados, cada um, de forma subsequente, levando em consideração
os Planos de Controle de Emissões Atmosféricas e os Relatórios de Avaliação
da Qualidade do Ar, elaborados pelos órgãos estaduais e distrital de meio am-
biente, conforme os artigos 5º e 6º, respectivamente.
§ 4º Caso não seja possível a migração para o padrão subsequente, pre-
valece o padrão já adotado.
§ 5º Caberá ao órgão ambiental competente o estabelecimento de crité-
rios aplicáveis ao licenciamento ambiental, observando o padrão de qualidade
do ar adotado localmente.
Art. 5º Os órgãos ambientais estaduais e distrital deverão elaborar, em até
3 anos a partir da entrada em vigor desta Resolução, um Plano de Controle de
Emissões Atmosféricas que deverá ser definido em regulamentação própria.
§ 1º O Plano de Controle de Emissões Atmosféricas deverá considerar os
Padrões de Qualidade definidos nesta Resolução, bem como as diretrizes con-
tidas no PRONAR.
§ 2º O Plano de Controle de Emissões Atmosféricas deverá conter:
I – abrangência geográfica e regiões a serem priorizadas;

246
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

II – identificação das principais fontes de emissão e respectivos poluentes


atmosféricos; e III - diretrizes e ações com respectivos objetivos, metas e
prazos de implementação.
§ 3º Os órgãos ambientais estaduais e distrital elaborarão, a cada 3 anos,
relatório de acompanhamento do plano, indicando eventuais necessidades de
reavaliação, garantindo a sua publicidade.
§ 4º O Plano a que se refere o caput, juntamente com os resultados alcan-
çados na sua implementação, deverá ser encaminhado ao Ministério do Meio
Ambiente no primeiro trimestre do quinto ano da publicação desta Resolução.
Art. 6º Os órgãos ambientais estaduais e distrital elaborarão o Relatório
de Avaliação da Qualidade do Ar anualmente, garantindo sua publicidade.
Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve conter os dados de
monitoramento e a evolução da qualidade do ar, conforme conteúdo mínimo
estabelecido no Anexo II, e resumo executivo, de forma objetiva e didática,
com informações redigidas em linguagem acessível.
Art. 7º O Ministério do Meio Ambiente deverá consolidar as informações
disponibilizadas pelos órgãos ambientais estaduais e distrital referentes ao
Plano de Controle de Emissões Atmosféricas e Relatórios de Avaliação da
Qualidade do Ar e apresentá-las ao CONAMA até o final do quinto ano da pu-
blicação desta Resolução, de forma a subsidiar a discussão sobre a adoção
dos padrões de qualidade do ar subsequentes.
Art. 8º Para fins do monitoramento da qualidade do ar, o Ministério do
Meio Ambiente, em conjunto com os órgãos ambientais estaduais e distrital,
no prazo de 12 meses após a entrada em vigor desta Resolução, elaborará
guia técnico contendo, dentre outros, os métodos de referência adotados e os
critérios para utilização de métodos equivalentes, da localização dos amostra-
dores e da representatividade temporal dos dados e sistematização do cálculo
do índice de qualidade do ar, conforme estabelecido no Anexo IV.
Parágrafo único. Os órgãos ambientais competentes definirão os métodos de
medição da qualidade do ar até a publicação do guia técnico mencionado no caput.

247
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Art. 9º O Ministério do Meio Ambiente elaborará relatório anual de acom-


panhamento e o apresentará na última reunião ordinária do CONAMA.
Art. 10. Os órgãos ambientais estaduais e distrital deverão elaborar, com
base nos níveis de atenção, de alerta e de emergência, um Plano para Episó-
dios Críticos de Poluição do Ar, a ser submetido à autoridade competente do
estado ou do Distrito Federal, visando medidas preventivas com o objetivo
de evitar graves e iminentes riscos à saúde da população, de acordo com os
poluentes e concentrações, constantes no Anexo III.
Parágrafo único. O Plano mencionado no caput deverá indicar os respon-
sáveis pela declaração dos diversos níveis de criticidade, devendo essa decla-
ração ser divulgada em quaisquer dos meios de comunicação de massa.
Art. 11. Os níveis de atenção, alerta e emergência a que se refere o art.
10 serão declarados quando, prevendo-se a manutenção das emissões, bem
como condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes nas
24 horas subsequentes, for excedida uma ou mais das condições especifica-
das no Anexo III.
Parágrafo único. Durante a permanência dos níveis acima referidos, as
fontes de poluição do ar ficarão, na área atingida, sujeitas às restrições pre-
viamente estabelecidas no Plano para Episódios Críticos de Poluição do Ar.
Art. 12. O Ministério do Meio Ambiente e os órgãos ambientais estaduais
e distrital deverão divulgar, em sua página da internet, dados de monitora-
mento e informações relacionados à gestão da qualidade do ar.
Art. 13. Os órgãos ambientais estaduais e distrital deverão divulgar Índi-
ce de Qualidade do Ar - IQAR conforme definido no Anexo IV.
§ 1º Para cálculo do IQAR deverá ser utilizada a equação 1 do Anexo IV,
para cada um dos poluentes monitorados.
§ 2º Para definição da primeira faixa de concentração do IQAR deverá ser
utilizado como limite superior o valor de concentração adotado como PF para
cada poluente.

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§ 3º As demais faixas de concentração da IQAR e padronizações serão


definidas no guia técnico a que se refere o art. 8º.
Art. 14. Fica revogada a Resolução CONAMA n. 03/1990 e os itens 2.2.1
e 2.3 da Resolução CONAMA n. 5/1989.
Art. 15. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação..

ROMEU MENDES DO CARMO


Presidente do Conselho

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ANEXO I
PADRÕES DE QUALIDADE DO AR

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DECRETO N. 19988, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1998


Regulamenta a Lei n. 2.095, de 29 Setembro de 1998, que “Estabelece diretrizes
relativas à proteção e à defesa dos animais, bem como à prevenção e ao controle
de zoonoses no Distrito Federal”.

O GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, no uso de suas atribuições que lhe


confere o art. 100, inciso VII, da Lei Orgânica do Distrito Federal, e tendo em
vista o que dispõe o art. 18, da Lei n. 2.095, de 29 de setembro de 1998,
DECRETA:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O desenvolvimento de ações que objetivem a proteção dos ani-


mais, bem como a prevenção, o controle e a erradicação de zoonoses no Dis-
trito Federal, obedecerá ao disposto na Lei n. 2.095, de 29 de Setembro de
1998, e o contido neste Decreto, bem como as normas contidas na legislação
federal pertinente.
Art. 2º A execução das ações mencionadas no art. 1º será de responsabi-
lidade dos seguintes órgãos do Governo do Distrito Federal:
I – Instituto de Saúde do Distrito Federal- Gerência de Controle de Zoo-
noses, a quem compete:
a) identificar, avaliar e intervir nas atividades que envolvam animais e o
risco de transmissão de zoonoses;
b) atuar no controle dos aspectos sanitários relativos a animais em espe-
táculos circenses;
c) identificar e intervir em situações de prevenção da presença de animais
em vias e logradouros públicos;
d) atuar na prevenção do uso de focinheira conforme o disposto neste re-
gulamento, em conjunto com órgãos sanitários;

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e) criar, implantar, dinamizar, operar, fiscalizar o registro de cães e gatos


no DF;
f) atuar nos condomínios de edifícios residenciais e comerciais e junto aos
ocupantes das habitações individuais e institucionais, orientando sobre o con-
trole de animais sinantrópicos e fiscalização do cumprimento deste Decreto;
g) atuar na identificação, diagnóstico, acompanhamento, isolamento,
orientação de animal com sintomatologia clínica de zoonose,
h) emitir pareceres técnicos nos casos dispostos neste Decreto;
i) fiscalizar a documentação relativa á saúde animal;
j) fiscalizar, atuar, apreender, quando da permanência de animais, soltos,
sem registro, conduzidos coleira e guia ou por pessoas sem tamanho e força
necessários a mante-los sob controle, nas vias e logradouros públicos ou em
locais de livre acesso ao público;
1) fiscalizar, atuar, apreender, quando da criação e manutenção de ani-
mais da espécie suína, em área urbana;
m) fiscalizar, atuar, apreender, quando de irregularidades na criação, ma-
nutenção e alojamento de animais selvagens da fauna exótica, conforme o
disposto neste regulamento;
n) fiscalizar, intervir e apreender qualquer espécie de animal bravio selva-
gem, ainda que domesticado, em exibição em vias públicas ou em locais de
livre acesso ao público;
o) fiscalizar, atuar, intervir e apreender cães e gatos abandonados em área
pública ou privada localizada no Distrito Federal.
II – Departamento de Fiscalização de Saúde, a quem compete:
a) fiscalizar e inspecionar os estabelecimentos cuja comercialização ou pres-
tação de serviços que envolvam, de forma direta ou indireta, o trato com animais;
b) identificar, avaliar e intervir, isoladamente ou em conjunto com outros
órgãos envolvidos, em situações de risco à saúde pública advindos das ativi-
dades de comercialização ou prestação de serviços; emissão dos laudos téc-
nicos e licenças para funcionamento ligados ao cumprimento deste Decreto;

252
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c) emitir pareceres técnicos nos casos dispostos neste Decreto;


d) executar vistoria técnica, verificar e fiscalizar as condições dispostas
neste Decreto. III - Administrações Regionais, a quem compete:
a) identificar e intervir em situações de presença de animais em vias e
logradouros públicos;
b) atuar na fiscalização do uso de focinheira conforme o disposto neste
regulamento, em conjunto com órgãos sanitários;
c) fiscalizar e intervir junto aos proprietários em situações de dejetos dei-
xados pelos animais nas vias e logradouros públicos;
d) cadastrar os animais usados no transporte de carga;
e) cadastrar os condutores dos veículos de tração animal;
f) fiscalizar, atuar, apreender, quando da criação e manutenção de animais
da espécie suína, em área urbana.
IV – Secretaria de Agricultura Departamento de Defesa Agropecuária e
Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal - DIPOVA, a quem compete:
a) a anuência, da criação, manutenção e alojamento de animais selvagens
da fauna exótica, no território do Distrito Federal, das exceções previstas em
lei e nas situações excepcionais,’
b) fiscalizar a documentação relativa à saúde animal;
c) emitir pareceres técnicos nos casos dispostos neste Decreto.
V – Fundação Zoobotânica -Serviço de Desenvolvimento Animal, a quem
compete:
a) criar, implantar, dinamizar, operar, fiscalizar o registro de cavalos, asi-
ninos e muares no Distrito Federal;
b) fiscalizar a documentação relativa à saúde animal; orientar o isolamen-
to de cavalos, asininos e muares com sintomatologia clínica de zoonose,
c) emitir pareceres técnicos nos casos dispostos neste Decreto.
VI – Secretaria de Meio Ambiente Ciência e Tecnologia/SEMATEC, a quem
compete.

253
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a) emitir licença para criação, manutenção e alojamento de animais selva-


gens da fauna exótica, no território do Distrito Federal, das exceções previs-
tas em lei e nas situações excepcionais;
b) fiscalizar a documentação relativa á saúde animal.
VII – Fundação Parque Ecológico de Brasília, a quem compete:
a) fiscalizar, atuar, intervir e apreender cavalos, asininos e muares, soltos
nas vias e logradouros públicos ou em locais de livre acesso ao público ou
abandonados em área pública ou privada no Distrito Federal;
b) fiscalizar a documentação relativa à saúde animal.
§ 2º Na ausência de norma específica, cada órgão emitirá parecer sobre a
matéria solicitada.
§ 3º A Subsecretária de Coordenação das Administrações Regionais, o
Instituto de Ecologia e Meio Ambiente, a Fundação Parque Ecológico, o De-
partamento de Fiscalização de Saúde, a Fundação Zoobotânica, a Gerência de
Controle de Zoonoses poderão, mediante ato próprio, no caso de competência
exclusiva, ou em conjunto, quando tratar de competência afeta a mais de um
órgão, baixar instruções complementares, que se fizerem necessárias para o
cumprimento deste Decreto.
§ 4º Para efeito do parágrafo anterior os órgãos poderão solicitar o apoio
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-
-IBAMA quando se mostrar necessário.
§ 5º Aos órgãos caberá fiscalizar o disposto na Lei n. 2.095/98 e neste
regulamento, no que couber, dentro de sua competência, sem prejuízo das
demais atribuições previstas em legislação específica
Art. 2º Para os efeitos deste decreto entende-se por:
I – zoonose: a infecção ou doença, infecciosa ou parasitária, transmissível
naturalmente entre animais vertebrados e o homem e vice-versa;
II – animais de estimação: todos os animais de valor afetivo, passíveis de
coabitar com o homem;

254
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III – animais sinantrópicos: todas as espécies que indesejavelmente coa-


bitam com o homem, entre os quais os morcegos, roedores, pombos, pardais,
escorpiões, baratas, moscas, mosquitos, pulgas, carrapatos;
IV – animal solto: todo animal encontrado sem qualquer processo de con-
tenção ou meio que impossibilite seu deslocamento nas vias e logradouros
públicos ou em locais de livre acesso ao público;
V – animais agressores habituais: todos os animais causadores de mordeduras
a pessoas ou outros animais em vias e logradouros públicos, de forma repetida;
VI – maus-tratos: toda ação contra os animais que implique crueldade,
especialmente ausência de alimentação mínima necessária, exposição às in-
tempéries do tempo, excesso de peso de carga, tortura, uso de animais fe-
ridos em atividades, submissão a experiência pseudocientífica e o que mais
dispuser o Decreto federal n. 24.645, de 10 de julho de 1934 (Lei de Proteção
aos Animais);
VII – fauna exótica: todo animal oriundo de espécies estrangeiras.
VIII – fauna exótica silvestre: todos os animais que, vivendo de forma
natural, são oriundos de fora do país;
IX – fauna exótica doméstica: todos aqueles animais domésticos, oriundos
de fora do país, que se reproduzem em cativeiro;
X – animais em trânsito: todos aqueles animais que se originam de fora do
Distrito Federal e que aqui permanecem por um período máximo de 30 dias;
XI – atestado sanitário: documento, emitido por médico veterinário após
exame clínico e/ou laboratorial, quando for o caso, que ateste as condições
de saúde do animal no momento do exame;
XII – gatil: local onde se abrigam ou se criam gatos;
XIII – Canil: local onde se abrigam ou se criam cães.

255
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

CAPÍTULO II
DOS DEVERES

Art. 3º Os proprietários são responsáveis pela manutenção dos animais


em boas condições de alojamento, alimentação, saúde e bem-estar, bem
como pelo controle de endo e ectoparasitos nos seus animais, como também
no ambiente onde são mantidos
§ 1º Entende-se por boas condições de alojamento, alimentação, saúde e
bem-estar de que trata o caput deste artigo:
I – a proporção ideal entre o número, o tamanho dos animais e a área disponí-
vel em m2, conforme parâmetros especificados em norma da Secretaria de Saúde;
II – a existência de abrigo adequado contra intempéries;
IIT - a existência de piso, feito com material de fácil higienização,
IV – a disponibilidade de água e alimento, em quantidades adequadas,
bom estado de conservação e colocados em recipientes separados;
V – estar em boas condições de higiene.
§ 2º O Departamento de Fiscalização de Saúde, a Gerência de Controle de
Zoonoses, o Departamento de Defesa Agropecuária e Inspeção de Produtos
de Origem Vegetal e Animal - DIPOVA, a Fundação Zoobotânica, por meio do,
Serviço de Desenvolvimento Animal, poderão, a qualquer tempo, exigir que
seja realizado o controle dos parasitas e/ou sua comprovação.
Art. 4º Os proprietários são responsáveis pela remoção dos dejetos dei-
xados pelos animais nas vias e logradouros públicos.
Art. 5º Os proprietários são responsáveis pelos danos causados a tercei-
ros, por seus animais.
Art. 6º Todos os cães, gatos, cavalos, e ainda os asininos e muares, serão
registrados no Distrito Federal pelos seguintes órgãos:
I – Instituto de Saúde do DF, através da Gerência de Controle de Zoonoses
- para os cães e gatos;
II – Fundação Zoobotânica, através do Serviço de Desenvolvimento Ani-
mal - para os cavalos e ainda os asininos e muares.

256
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
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§ 1º A renovação do registro dar-se-á sob forma de revisão ou vistoria,


cuja periodicidade será efetuada em conformidade com as portarias específi-
cas, conjuntas, dos órgãos relacionados neste artigo.
§ 2º No ato do registro, cada animal receberá uma marcação de caráter
definitivo, a ser definida, conjuntamente, pelos órgãos dispostos neste artigo.
§ 3º A idade para o registro dos animais de que trata este artigo, será
disposta da seguinte maneira:
I – para cães e gatos, entre 4 e 12 meses de idade,
II – para os cavalos, asininos e muares, entre 7 e 12 meses;
§ 4º Ficam os proprietários obrigados a efetuarem o registro dos animais
que tenham mais de doze meses, em prazo a ser estabelecido pelos órgãos
competentes, a contar da data da publicação deste Decreto, observada as
demais disposições.
§ 5º Os animais em trânsito no Distrito Federal serão dispensados do registro.
§ 6º O proprietário de animal é obrigado a apresentar, quando solicitado
pelas autoridades competentes, sem prejuízo das atribuições legais de outros
órgãos da Administração, o registro do mesmo, salvo aqueles dispensados
neste Decreto e em legislação específica.
§ 7º Os proprietários de animais em trânsito no Distrito Federal devem
apresentar atestado sanitário ou a Guia de Trânsito de Animais -GTA, docu-
mento expedido pelo Ministério da Agricultura, quando solicitado pelo Depar-
tamento de Fiscalização de Saúde, Departamento de Defesa Agropecuária e
Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal - DIPOVA, Serviço de De-
senvolvimento Animal – Fundação Zoobotânica ou pela Gerência de Controle
de Zoonoses.
§ 8º O atestado sanitário deverá ser acompanhado dos comprovantes de
vacinação contra raiva, no caso de cães e gatos, e exame de Anemia Infec-
ciosa Equina, no caso de cavalos, asininos e muares.
Art. 8º Os animais silvestres, da fauna exótica ou não, após ouvido o IBA-
MA e em conformidade com a legislação pertinente, poderão ser registrados
a critério do órgão de controle de zoonoses.

257
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

Art. 9º O óbito do animal registrado deverá ser comunicado pelo proprie-


tário, no prazo de 03 dias úteis, ao órgão de registro, de acordo com o dispos-
to no art. 6º deste Decreto, para fins de anotação junto ao respectivo registro.
Art. 10º Ficam os carroceiros obrigados a cadastrar os animais usados no
transporte de carga, bem como a recolhê-los aos currais ou pastos comunitá-
rios, de acordo com a Lei n” 549, de 24 de setembro de 1993.
Art. 11º Os proprietários de cães e gatos são obrigados a vaciná-los pe-
riodicamente contra a raiva e outras zoonoses.
§ 1º As zoonoses, referidas neste artigo, serão elencadas e terão periodi-
cidade de vacinação e outras providências regulamentadas por meio de Por-
taria da Secretaria de Saúde.
§ 2º A Secretaria de Saúde, por meio do órgão de controle de zoonoses,
realizará anualmente campanha de vacinação antirrábica, com aplicação gra-
tuita de vacina.
Art. 12º Compete aos condomínios dos edifícios residenciais e comerciais
e aos ocupantes das habitações individuais manter a higiene dos imóveis e
adotar as medidas necessárias para evitar a entrada e a permanência de ani-
mais sinantrópicos.
Parágrafo único. Equiparam-se para efeito do disposto neste artigo as es-
colas, hospitais, creches, casas de saúde, clínicas, sanatórios e instituições de
caráter publico ou privado.
Art. 13º Qualquer animal com sintomatologia clínica de zoonose, diag-
nosticada por médico veterinário, deverá ser imediatamente isolado, segundo
orientação do Serviço de Defesa e Vitílância Sanitária Animal - DIPOVA e/ou
do Serviço de Desenvolvimento Animal - Fundação Zoobotânica e/ou da Ge-
rência de Controle de Zoonoses do Distrito Federal.
§ 1º O isolamento de que trata este artigo poderá ocorrer:
I – na propriedade do responsável;
II – em clínicas ou hospitais veterinários, in - nas dependências do respec-
tivo órgão de controle de zoonoses.

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§ 2º Os animais com sintomatologia de raiva obrigatoriamente serão iso-


lados nas dependências do respectivo órgão de controle de zoonoses.
Art. 14º Os canis e gatis de propriedade privada com fins comerciais ou
que mantenham animais em número superior ao disposto no inciso I, do §
1º, do art. 3º deste Decreto, somente poderão funcionar após vistoria técnica
efetuada por médico veterinário e expedição de laudo pelo Departamento de
Fiscalização de Saúde do Distrito Federal, renovado anualmente.
§ 1º Para a emissão do laudo técnico, o Departamento de Fiscalização de
Saúde poderá solicitar parecer técnico da Gerência de Controle de Zoonoses.
§ 2º A emissão do laudo técnico deve seguir as seguintes exigências:
I – local previamente autorizado pelo Departamento de Fiscalização de Saúde;
II – o escoamento das águas servidas e dejetos de uma instalação ou de-
pendência não pode comunicar-se diretamente com o de outra, e deve ser feito
através de tubulação diretamente ligada à rede de esgotos ou à fossa séptica;
III – piso feito com material de fácil higienização,
IV – dependência para depósito de ração contendo:
a) piso e paredes de material resistente, impermeável, liso e não absorvente,
b) aberturas teladas;
c) portas com proteção inferior;
d) acondicionamento da ração de forma a evitar a presença de mofo, umi-
dade e também dificultando a ação de animais sinantrópico;
V – apresentar manual de procedimentos profiláticos contendo as rotinas de
a) alimentação;
b) limpeza e periodicidade dos respectivos produtos utilizados;
c) destino dos resíduos sólidos,
d) controle de endo e ecto parasitas, sua periodicidade e produtos utilizados;
e) procedimentos de vacinação, sua periodicidade, nome e marca dos pro-
dutos utilizados.

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Art. 15º A concessão de Alvará de Funcionamento para os estabelecimen-


tos que comercializam animais vivos para fins não alimentícios, fica condicio-
nada à inspeção prévia e relatório técnico do Departamento de Fiscalização
de Saúde do Distrito Federal.
Parágrafo único. O Alvará de Funcionamento, expedido nos termos deste
artigo, corresponderá ao licenciamento do estabelecimento de que trata o art.
10 da Lei n. 2.095 de 29 de setembro de 1998.

CAPÍTULO III
DAS PROIBIÇÕES

Art. 16. São proibidas:


I – a permanência de animais soltos nas vias e logradouros públicos ou em
locais de livre acesso ao publico,
II – a permanência de qualquer animal em estabelecimento onde são fa-
bricados, manipulados e armazenados gêneros alimentícios ou outro produto
ou substância de interesse à saúde pública.
§1º Para efeito do inciso II deste artigo, os estabelecimentos que pos-
suem serviço de vigilância ou ronda com animais em área externa aos locais
de fabricação, manipulação e armazenamento, deverão seguir as seguintes
exigências:
I – estabelecimento da área externa para vigilância, separada dos locais
de fabricação, manipulação e armazenamento conforme critérios estabeleci-
dos em norma da Secretaria de Saúde;
II – a área externa para vigilância não deve possuir nenhum meio de aces-
so dos animais aos locais de fabricação, manipulação, armazenamento,
III – a área externa para vigilância deve possuir, local adequado para
acondicionamento dos animais, observado o disposto neste Decreto e na le-
gislação vigente,

260
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IV – deverão os animais de vigilância permanecer sob controle permanen-


te com a presença de um responsável ou pela limitação física, por meio de
cercas, muros, telas, guias ou qualquer outro meio de contenção.
§ 1º É permitida a permanência de cães nas vias e logradouros quando
portadores de registro e conduzidos com coleira e guia, por pessoas com ta-
manho e força necessários a mantê-los sob controle.
§ 2º quando em trânsito por locais de livre acesso ao público, os cães de
grande porte, de raças destinadas a guarda ou ataque deverão usar focinheira.
§ 3º Equipara-se a exigência do parágrafo anterior os cães de comporta-
mento habitualmente agressivo, mesmo sem raça definida.
§ 4º O ingresso e a permanência de animais em prédios e conjuntos habi-
tacionais serão regulamentados pelos respectivos condomínios, observado os
princípios e normas dispostos neste Decreto.
Art. 17º E proibido:
I – criar e manter animais da espécie suína, em área urbana;
II – criar, manter e alojar animais selvagens da fauna exótica no território
do Distrito Federal, salvo exceções previstas em lei e em situações excepcio-
nais, a juízo do Departamento de Defesa Agropecuária e Inspeção de
Produtos de Origem Vegetal e Animal - DIPOVA e da Gerência de Controle
de Zoonoses do Distrito Federal;
III – exibir animais em espetáculos circenses antes que laudo específico
emitido pela Gerência de Controle de Zoonoses, libere a exibição,
IV – exibir qualquer espécie de animal bravio selvagem, ainda que domes-
ticado, em vias públicas ou em locais de livre acesso ao público.
§ 1º Para os efeitos do art. 12, inciso IV, da Lei n. 2.095, de 29 de setem-
bro de 1998, equiparam-se a animal bravio selvagem, os animais domésticos
que apresentem comportamento agressivo.
§ 2º A exceção disposta no inciso n deverá possuir licença da Secretaria
de Tecnologia e Meio Ambiente – SEMATEC e do Instituto Brasileiro Do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA.

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§ 3º Ao disposto no inciso U aplicam-se, no que couber, as disposições da


Lei federal n. 5.197, de 3 de janeiro de 1967 e da Lei federal n. 9.605, de 13
fevereiro de 1998.
§ 4º Ao disposto no § 1º deste artigo, excetuam-se os casos de exibição
pública de adestramento de cães, de instituições públicas e entidades priva-
das, desde que devidamente autorizada pela Administração Regional.
§ 5º A Administração Regional solicitará parecer técnico da Gerência de Con-
trole de Zoonoses para a emissão da autorização disposta no parágrafo anterior.
§ 6º O laudo a que se refere o inciso III será concedido após vistoria téc-
nica efetuada por médico veterinário e pelo órgão de Controle de Zoonoses,
quando serão examinadas as condições de sanidade, alojamento e manuten-
ção dos animais.
§ 7º E proibido abandonar animais em área pública ou privada localizada
no Distrito Federal.

CAPÍTULO IV
DAS SANÇÕES

Art. 18º As penalidades previstas na Lei n. 2.095, de 29 de Setembro de


1998, poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa.
Art. 20º Para efeito de estipulação das multas, as infrações serão classi-
ficadas nas seguintes categorias e possuirão os seguintes valores:
I – leve, no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais),
II – média, no valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais),
III – grave, no valor de R$ 450,00 (quatrocentos e cinquenta reais),
§ 1º São consideradas infrações do tipo leve, os fatos descritos nos arts.
3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 9º, inciso I e §§ 1º e
2º do art. 11 da Lei n. 2.095, de 29 de setembro de 1998;
§ 2º São consideradas infrações do tipo média, os fatos descritos no inciso
II do art. 11; arts. 12 e 13 da Lei n. 2.095, de 29 de setembro de 1998;

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§ 3º São consideradas infrações do tipo grave, os fatos descritos nos arts.


8º e 10 da Lei n. 2.095, de 29 de setembro de 1998.
§ 4º Nos casos de reincidência os valores da multa serão aplicados em dobro.
Art. 21. Serão apreendidos, conforme disposto na Lei n. 2.095, de 29 de
setembro de 1998, os animais encontrado nas seguintes condições:
I – vias e logradouros públicos, sem satisfazer as condições estabelecidas
nos §§2º, 3º e 4º do art.16 deste Decreto;
II – reconhecido como agressor habitual;
III – suspeito de estar acometido de raiva,
IV – tenha mordido alguém ou provocado lesões a terceiros;
V – tenha sido mordido por animal raivoso ou com ele tenha tido contato.
Parágrafo único. Enquadra-se na hipótese do inciso “c” deste artigo os
animais que não tiverem sido vacinados na forma do art. 6º da Lei n. 2. 095,
de 29 de setembro de 1998.
Art. 22. A interdição total de locais ou estabelecimentos será efetivada
sempre que ocorrerem os fatos descritos nos arts. 3º, 7º, 9º, 10, inciso II do
art. 11, incisos I e n do art. 12 da Lei n. 2.095, de 29 de setembro de 1998.
Art. 23º A interdição permanente de locais ou estabelecimentos será efetiva-
da quando as motivações que geraram a interdição forem de caráter irreversível.
Art. 24º A cassação do alvará de funcionamento será efetivada toda vez
que ocorrerem os fatos descritos nos arts. 3º, 9º, 10, inciso II do art. 11, in-
cisos II e III do art. 12 da Lei n. 2.095, de 29 de setembro 1998.
Art. 25. A Gerência de Controle de Zoonoses e a Fundação Parque Ecoló-
gico darão aos animais apreendidos a seguinte destinação:
I – resgate;
II – leilão em hasta pública;
III – doação;
IV – sacrifícios.
§ 1º Os critérios referentes a destinação a ser dada aos animais apreendidos
constarão de normas especificas dos órgãos referidos no parágrafo anterior.

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§ 2º Os animais apreendidos por forca do disposto neste artigo somente


poderão ser resgatados quando não mais persistirem as causas da apreen-
são, exigido laudo de médico veterinário.
§ 3º Os cães apreendidos serão mantidos em canil indicado pela Gerência
de Controle de Zoonoses, pelo período de setenta e duas horas, à disposição
de seus responsáveis.
§ 4º Os cães não reclamados no prazo estipulado no artigo anterior po-
derão ser cedidos a órgãos ou pessoas interessadas, compensadas as taxas,
diárias e demais despesas decorrentes, ou serão sacrificados por métodos
que lhes evitem o sofrimento.
§ 5º Para efeito deste Decreto, observado o disposto rio parágrafo an-
terior, serão dispensados do pagamento das despesas com taxas, diárias e
demais despesas decorrentes, os órgãos públicos da administração direta,
indireta e fundacional.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 26º Os animais sob suspeita de raiva ou que hajam mordido alguém
serão capturados, isolados e observados por um período mínimo de dez dias.
Art. 27º As multas, bem como as demais sanções dispostas neste Decre-
to, obedecerão, nos casos em que couber, os processos administrativos dos
órgãos respectivos elencados neste Decreto.
Art. 28º O valor das multas será reajustado anualmente pelo índice de
Preço ao Consumidor - IPC, ou outro índice que vier a ser adotado por lei.
Art. 29º Os servidores responsáveis pela apreensão e pelo cuidado dos
animais nos depósitos públicos observarão estritamente as normas de prote-
ção aos animais, respondendo administrativamente pelos maus- tratos que
cometerem.

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Art. 30º O Instituto de Planejamento Urbano e Territorial do Distrito Fede-


ral - IPDF destinará área de terreno para construção de cemitérios de animais
de estimação, cujo funcionamento será disciplinado em regulamento próprio.
Art. 31º Este Decreto entrará em vigor no prazo de 180 (cento e oitenta
)dias, após a data de sua publicação.
Art. 32. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 30 de Dezembro de 1998


110º da República e 39º de Brasília
CRISTOVAM BUARQUE

Este texto não substitui o publicado no DODF n. 248 de 31/12/1998 p. 29, col. 1

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LEI N. 5.321, DE 6 DE MARÇO DE 2014


(Autoria do Projeto: Deputada Arlete Sampaio)

Institui o Código de Saúde do Distrito Federal.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, FAÇO SABER QUE A CÂMARA LE-


GISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E DA CONCEITUAÇÃO

Art. 1º Fica instituído o Código de Saúde do Distrito Federal, fundamen-


tado nos preceitos expressos na Constituição Federal, nas Leis federais n.
8.080, de 19 de setembro de 1990, n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e
n. 8.078, de 11 de setembro de 1990, no Decreto federal n. 7.508, de 28 de
junho de 2011, bem como na Lei Orgânica do Distrito Federal.
Parágrafo único. Sujeitam-se a este Código entes públicos, privados e fi-
lantrópicos.
Art. 2º A matéria direta ou indiretamente relacionada com a saúde indi-
vidual ou coletiva no Distrito Federal rege- se pelas disposições desta Lei, de
sua regulamentação e da legislação federal específica.
Parágrafo único. A matéria a que se refere o caput abrange estabeleci-
mentos, ambientes, processos de trabalho, produtos de interesse direto ou
indireto para a saúde, ações e serviços relacionados direta ou indiretamente
a proteção, promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação da
saúde, assim como outros locais e atividades que ofereçam risco à saúde.
Art. 3º Compete ao Poder Público do Distrito Federal realizar ações e
serviços de vigilância de matéria direta ou indiretamente relacionada com a
saúde individual ou coletiva, visando à proteção e à promoção da saúde indi-
vidual e coletiva e à qualidade de vida da população.

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Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto no caput, são observa-


dos os seguintes princípios e diretrizes:
I – descentralização das ações e serviços de vigilância em saúde, respei-
tando as diversas realidades locais e regionais, conforme planejamento e
exigências fundamentais expressos nos planos diretores do Distrito Federal;
II – regularidade, consubstanciada na obrigação de prestar serviços públi-
cos sem interrupção, conforme disposições contidas em lei;
III – participação da sociedade, por meio de:
a) conferências sobre saúde, meio ambiente, transparência, controle so-
cial, ordenamento territorial;
b) conselhos de saúde, meio ambiente e planejamento do Distrito Federal;
IV – conjugação dos esforços dos diversos órgãos do Poder Público;
V – proteção contra riscos que podem ensejar a ocorrência de danos irre-
versíveis à vida, à saúde individual e coletiva e ao meio ambiente, inclusive
contra aqueles decorrentes de inovações tecnológicas;
VI – promoção e proteção da saúde e da segurança do trabalhador;
VII – respeito e promoção dos direitos dos consumidores;
VIII – cortesia e atendimento ao público em tempo adequado;
IX – publicidade, garantia do direito às informações referentes aos ser-
viços de interesse para os usuários e a coletividade e facilitação do acesso
mediante sistematização e divulgação ampla dos atos administrativos.
Art. 4º É garantida a participação de usuários e de representantes da so-
ciedade civil no planejamento, no acompanhamento e na avaliação de ações e
serviços de prevenção, vigilância e controle, assim como em ações e serviços
de atenção à saúde.
Art. 5º Os órgãos do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal que
atuam nas áreas de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica e vigilân-
cia ambiental em saúde, bem como os órgãos de pesquisa e as unidades da
rede de atenção à saúde da população, são responsáveis, entre outras atri-
buições, por:

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I – coordenar e executar serviços e ações de vigilância em saúde, que


incluem medidas de controle sanitário em estabelecimentos e produtos de
interesse direto ou indireto para a saúde;
II – coordenar e implementar sistema de informação de vigilância em
saúde para captação, manejo e análise de dados e de informações relevantes
às ações de vigilância em saúde, bem como para a avaliação de eficiência e
eficácia da atuação dos diversos órgãos;
III – gerar informações fundamentais às ações de vigilância em saúde, por
meio de análises laboratoriais e relatórios fiscais;
IV – formular e executar programas de formação e de educação perma-
nente para os profissionais de vigilância em saúde;
V – apoiar a realização de pesquisas e estudos aplicados às áreas de inte-
resse para a vigilância em saúde;
VI – incentivar o desenvolvimento, a produção e a difusão de metodo-
logias e tecnologias compatíveis para melhorar a qualidade da saúde e do
meio ambiente;
VII – conceder licenças e autorizações sanitárias;
VIII – manter serviços de captação de reclamações e de denúncias, divul-
gando estatísticas periódicas sobre o tipo de estabelecimento, o motivo da
denúncia e as providências adotadas para cada caso, assim como preservan-
do o sigilo quanto à identificação do denunciante;
IX – manter órgão com as capacidades para detecção, monitoramento,
avaliação de eventos e articulação com os setores públicos e privados para,
em tempo oportuno, estabelecer medidas de contenção contra agravos de
saúde pública de interesse nacional e internacional, conforme disposto no
Regulamento Sanitário Internacional de 2005 (RSI-2005).
Parágrafo único. As atribuições elencadas nos incisos anteriores devem
ser exercidas de modo articulado com órgãos e sistemas de outros setores do
Poder Público do Distrito Federal que atuam na vigilância e na fiscalização de
matérias de interesse direto ou indireto para a saúde.

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Art. 6º O controle sanitário de que trata o art. 5º, I, refere-se a procedi-


mentos e ações exercidos por autoridades sanitárias e ambientais para ga-
rantir a qualidade dos produtos e dos serviços, bem como as condições ade-
quadas de funcionamento dos estabelecimentos. (Artigo alterado(a) pelo(a)
Lei n. 5547 de 06/10/2015)
Parágrafo único. No Distrito Federal, atuam na condição de autoridade
sanitária, observadas as atribuições dos respectivos cargos, empregos e fun-
ções e nos limites por elas impostos, os seguintes agentes públicos: (Parágra-
fo alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
I – secretário de Estado de Saúde; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547
de 06/10/2015)
II – gestores dos órgãos de Vigilância Sanitária, incluídos os de vigilância e
controle de produtos de origem animal e vegetal; (Inciso alterado(a) pelo(a)
Lei n. 5547 de 06/10/2015)
III – gestores dos órgãos de vigilância ambiental em saúde, incluídos os
de vigilância e controle do saneamento ambiental e de zoonoses; (Inciso al-
terado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
IV – gestores dos órgãos de vigilância da saúde do trabalhador, incluídos
os de vigilância e controle de ambientes e de processos de trabalho; (Inciso
alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
V – gestores dos órgãos de saúde pública, de vigilância epidemiológica e
de imunização; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
VI – servidores públicos em efetivo exercício das atribuições específicas do
cargo nas áreas de especialização relacionadas à vigilância em saúde. (Inciso
alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
Art. 7º Os Auditores de Atividades Urbanas da especialidade Vigilância
Sanitária, no desempenho das atribuições de seu cargo, têm livre acesso, em
qualquer dia e hora, atendidas as formalidades legais, a estabelecimentos,

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ambientes e serviços de interesse direto ou indireto para a saúde, para pro-


ceder às seguintes medidas de auditoria e controle sanitário: (Artigo altera-
do(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
I – auditorias, inspeções e barreiras sanitárias para verificar as condições
de funcionamento de estabelecimentos comerciais, industriais ou prestado-
res de serviços e veículos de transporte relacionados direta ou indiretamente
com a saúde, bem como em terrenos ou unidades habitacionais, nos limites
da legislação pertinente, para apurar condutas que coloquem em risco a co-
letividade e infrações à legislação sanitária; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei n.
5547 de 06/10/2015)
II – apreensão de amostras necessárias para análises laboratoriais, com-
preendidas as de orientação, de investigação de surto, prévia, de controle e
fiscal; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
III – interdição de estabelecimentos, ambientes, serviços, equipamentos
ou produtos; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
IV – apreensão de equipamentos e apreensão ou inutilização de produtos
que não satisfaçam as exigências legais, com o prazo de validade expirado,
manifestamente alterados, com embalagens alteradas ou avariadas, fora dos
padrões de identidade e qualidade, deteriorados, dilacerados, adulterados,
falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos,
em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição,
armazenamento ou exposição à venda ou ao consumo ou ainda aqueles que,
por qualquer motivo que represente risco sanitário, se revelem inadequa-
dos ao fim a que se destinam; (Inciso alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de
06/10/2015)
V – lavratura de autos e de outros termos fiscais; (Inciso alterado(a) pe-
lo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
VI – aplicação de penalidades cabíveis e de outros atos necessários ao
bom desempenho das ações de controle sanitário; (Inciso alterado(a) pelo(a)
Lei n. 5547 de 06/10/2015)

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VIII – recolhimento de registros, notas, contratos e outros documentos


necessários para fins de auditoria e apuração da ocorrência de infração sani-
tária. (Inciso acrescido(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
§ 1º As demais autoridades sanitárias, no desempenho de suas atribui-
ções, têm igualmente livre acesso, atendidas as formalidades legais, a es-
tabelecimentos, ambientes e serviços de interesse direto ou indireto para a
saúde, bem como o acesso a registros e outros documentos necessários a
avaliação, monitoramento e controle. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei n.
5547 de 06/10/2015)
§ 2º No exercício de suas atribuições, os Auditores da Vigilância Sani-
tária podem fazer uso de meios tecnológicos para registro e produção de
provas materiais das infrações sanitárias encontradas, as quais comporão o
processo sanitário instaurado. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de
06/10/2015)
§ 3º Se houver óbice à ação fiscalizadora, as autoridades sanitárias podem
solicitar auxílio e intervenção policial para a execução da medida ordenada,
sem prejuízo da aplicação das penalidades cabíveis. (Parágrafo acrescido(a)
pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
Art. 8º As análises laboratoriais e as fiscais a que se refere o art. 5º, III,
são de responsabilidade do serviço público e têm como principais objetivos:
I – avaliar a qualidade e a segurança de produtos sujeitos às normas da
vigilância sanitária;
II – realizar controle toxicológico em seres humanos, com detecção de
metabólitos, de níveis de metais pesados, de agrotóxicos e de outros agentes
químicos em sangue e urina;
III – realizar controle da qualidade da água usada para consumo humano
e para hemodiálise;
IV – contribuir com a investigação e o monitoramento de casos e surtos de
doenças infecciosas mediante identificação dos agentes etiológicos;
V – dar suporte às ações da vigilância ambiental.

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Art. 9º Para efeito desta Lei, ficam estabelecidos os seguintes conceitos:


I – agravo à saúde: dano à saúde humana em geral, independentemente
da natureza;
II – água contaminada: possui características físicas, químicas ou biológi-
cas capazes de produzir alterações prejudiciais à saúde dos indivíduos ou da
coletividade;
III – água natural: obtida diretamente de fontes naturais ou artificialmente
captada, de origem subterrânea, caracterizada pelo conteúdo definido e cons-
tante de sais minerais, bem como pela presença de oligoelementos, porém
em níveis inferiores aos mínimos estabelecidos para a água mineral natural;
IV – água mineral natural: obtida diretamente de fontes naturais ou ar-
tificialmente captadas, de origem subterrânea, caracterizada pelo conteúdo
definido e constante de sais minerais e pela presença de oligoelementos;
V – água residuária: composta por esgotos sanitários e resíduos líquidos
domésticos, industriais e agrícolas;
VI – alimento: substância ou mistura de substância sólida, líquida, pas-
tosa, destinada a fornecer ao organismo humano elementos normais à sua
formação, manutenção e desenvolvimento;
VII – ambulante: pessoa física ou jurídica que exerça atividades comer-
ciais, artísticas ou de prestação de serviço, sempre provisórias, em logra-
douros públicos ou em locais de acesso público, utilizando-se de instalações
provisórias, de remoção imediata, móveis ou veiculares, em local autorizado
pelo órgão competente para exercer sua atividade;
VIII – animal doméstico: criado e reproduzido pelo homem para utilidades
econômicas ou afetivas;
IX – animais apreendidos: animais capturados que ficam sob a guarda de
autoridade sanitária até a destinação final;
X – animais de consumo: aqueles destinados à alimentação humana;
XI – animais mordedores habituais: aqueles causadores de mordeduras a
pessoas ou a outros animais em logradouros públicos;

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XII – animais sinantrópicos: espécies de animais que, indesejavelmente,


coabitam com o homem em sua morada ou arredores e que trazem incômo-
dos, prejuízos ou riscos à saúde pública;
XIII – análise fiscal de rotina: análise efetuada após o registro do produto
coletado pela autoridade sanitária competente, a qual serve para compro-
var a sua conformidade com o padrão de identidade e qualidade ou com as
normas técnicas específicas ou, ainda, com o relatório e o modelo do rótulo
anexado ao requerimento que deu origem ao registro;
XIV – análise de risco: efetuada em ambientes, bens, produtos, processos
e operações de interesse para a saúde e destinada à determinação dos pon-
tos críticos, ao controle de riscos identificados e à definição de procedimentos
para monitorar os pontos críticos de controle;
XV – autoridade sanitária: servidor público investido de competência para
fiscalizar, controlar e inspecionar matéria de interesse direto ou indireto para
a saúde das pessoas e do meio ambiente;
XVI – bebida: produto líquido destinado à ingestão humana, sem finalida-
de medicamentosa;
XVII – cadastro sanitário: registro de equipamento emissor de radiação
ionizante e de estabelecimento que comercialize produtos sob controle, com a
respectiva declaração de registro sanitário, mantido por autoridade sanitária;
XVIII – caixão ou urna funerária: caixa com formato adequado para conter
pessoa falecida ou partes dela, com fundo provido de material biodegradável
que garanta o não extravasamento de líquidos provenientes do cadáver;
XIX – certificado de vistoria de veículo: documento emitido por autoridade
sanitária que autoriza o transporte de alimentos, medicamentos, saneantes,
cosméticos, produtos para saúde, material biológico ou material de interesse
para a saúde;
XX – coleta de espécimes clínicos ou de amostras: realizada durante a
investigação epidemiológica para identificar o agente etiológico e classificar
adequadamente a doença ou o agravo;

273
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XXI – comissão de controle de infecção hospitalar: grupo técnico instituído


em cada hospital de acordo com as normas técnicas do Ministério da Saúde,
para elaborar e executar ações voltadas à redução de infecções hospitalares;
XXII – controle sanitário: ação do Poder Público sobre produtos, ambien-
tes e processos para garantir a saúde das pessoas e do meio ambiente;
XXIII – cosmético: produto de uso externo destinado à proteção ou ao
embelezamento do corpo;
XXIV – crematório: local onde são incinerados os cadáveres;
XXV – doença: enfermidade ou estado clínico alterado, independentemen-
te de origem ou fonte;
XXVI – doença transmissível: causada por agente etiológico específico ou
suas toxinas e contraída por meio da transmissão desse agente ou de seus
produtos tóxicos;
XXVII – drogaria: estabelecimento de dispensação e comércio de drogas
lícitas, medicamentos, insumos farmacêuticos e produtos correlatos;
XXVIII – embalsamar: tratar com substâncias capazes de evitar a decom-
posição do cadáver;
XXIX – emergência: constatação médica de condição de agravo à saúde
que implique risco iminente à vida ou sofrimento intenso, e demande trata-
mento médico imediato;
XXX – entulho: conjunto de fragmentos ou restos de tijolos, argamassa,
madeira e outros materiais provenientes de demolição ou de construção civil;
XXXI – evento: manifestação de doença, ou ocorrência que apresente po-
tencial para causar doença;
XXXII – ervanaria: estabelecimento que realiza dispensação de plantas
medicinais;
XXXIII – esgotamento sanitário: ações de coleta, transporte, tratamento
e disposição final adequada dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais
até o lançamento final no meio ambiente;

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XXXIV – estabelecimento: unidade de empresa destinada a atividades re-


lativas a bens, produtos, serviços e locais sujeitos às ações dos órgãos de
vigilância em saúde;
XXXV – estabelecimento de saúde: o que realiza ações e serviços de pro-
moção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva;
XXXVI – estabelecimento de interesse para a saúde: aquele que produz,
fabrica, beneficia, manipula, maneja, fraciona, transforma, embala, reemba-
la, acondiciona, conserva, armazena, transporta, distribui, importa, exporta,
comercializa ou dispensa produtos, bens e serviços que afetam, direta ou
indiretamente, a saúde individual ou coletiva da população;
XXXVII – estabelecimento industrial de produtos de origem animal: aque-
le que industrializa carne, leite, pescado, ovos, mel e cera de abelha e seus
derivados;
XXXVIII – estabelecimento congênere ao veterinário: aquele cujas ativi-
dades envolvem comércio, criação, adestramento, hospedagem, estética, ex-
posição, recreação, transporte e proteção de animais e comércio de produtos
veterinários;
XXXIX – eutanásia: indução da morte sem dor ou sofrimento por meio de
substância que produz insensibilização e inconscientização antes da parada
cardíaca e respiratória, em concordância com resolução do Conselho Federal
de Medicina Veterinária;
XL – eventos públicos: acontecimento com objetivo determinado que acar-
reta concentração popular em logradouros públicos ou em recintos fechados
de livre acesso ao público;
XLI – exumação: ato de desenterrar, tirar da sepultura;
XLII – exumar: retirar a pessoa falecida, partes ou restos mortais da
sepultura;

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XLIII – farmácia: estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais


e oficinais e de comércio de drogas, medicamentos e insumos farmacêuticos,
que inclui a de dispensação e a de atendimento privativo de unidade hospita-
lar ou outra de assistência médica equivalente;
XLIV – fiscalização sanitária: atividade de poder de polícia sanitária de-
sempenhada pelo Poder Público por meio das autoridades sanitárias sobre
bens, produtos, procedimentos, métodos, técnicas ou ambientes, inclusive o
de trabalho, sujeitos a esta Lei, para cumprir ou fazer cumprir as determina-
ções nela estabelecidas;
XLV – geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de di-
reito público ou privado, responsáveis por atividade ou empreendimento que
gerem resíduos sólidos, neles incluído o consumo;
XLVI – geradores de resíduos da construção civil: pessoas físicas ou jurí-
dicas, públicas ou privadas, proprietárias ou responsáveis por obra, as quais
produzam resíduos da construção civil;
XLVII – inseticida: produto ou preparação destinada ao combate, à pre-
venção e ao controle dos insetos em habitações, recintos e lugares de uso
público e cercanias;
XLVIII – hospedeiro: organismo simples ou complexo, incluindo o homem,
capaz de ser infectado por agente específico;
XLIX – hospedeiro definitivo: o que apresenta o parasita em fase de ma-
turidade ou de atividade sexual;
L – hospedeiro intermediário: o que apresenta o parasita em fase larvária
ou assexuada;
LI – inspeção sanitária: atividade de vigilância desempenhada pelas auto-
ridades sanitárias em ambientes, produtos, procedimentos, métodos ou téc-
nicas na área de abrangência da vigilância sanitária, para averiguar o cumpri-
mento da legislação pertinente ou levantar evidências acerca da observância
das normas sanitárias;

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LII – interdição: impedimento ou proibição do funcionamento ou da utili-


zação de área, produto ou serviço por descumprimento da legislação sanitária
ou risco iminente à saúde pública;
LIII – inumar: colocar pessoa falecida, membros amputados ou restos
mortais em sepultura;
LIV – laboratório de análises clínicas e congêneres: estabelecimento desti-
nado à análise de amostras biológicas, com a finalidade de oferecer apoio ao
diagnóstico de doenças e apoio terapêutico;
LV – laudo de inspeção: registro fundamentado, do ponto de vista técnico
e legal, por meio do qual a autoridade sanitária apresenta conclusões, orienta
e indica intervenções que devem ser adotadas; constitui o único documento
de que podem valer-se as partes, complementado e ratificado por análise la-
boratorial específica, a critério da autoridade sanitária;
LVI – legislação federal específica: leis, regulamentos, portarias, normas e
outros atos sobre vigilância em saúde vigentes no País;
LVII – legislação pertinente: leis, regulamentos, portarias, normas e ou-
tros atos relacionados à vigilância em saúde vigentes no Distrito Federal e
no Brasil;
LVIII – licença sanitária: documento do órgão de vigilância sanitária do
Sistema Único de Saúde do Distrito Federal que autoriza o funcionamento ou
a operação de atividade específica em estabelecimentos sob vigilância e con-
trole sanitário;
LIX – licença de funcionamento: permissão formal do Poder Público que
autoriza o desenvolvimento de atividade econômica com ou sem fins lucrati-
vos no Distrito Federal;
LX – medicamento: produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou ela-
borado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou diagnóstica; é uma
forma farmacêutica terminada que contém o fármaco, geralmente em asso-
ciação com adjuvantes farmacotécnicos;

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LXI – meio ambiente: conjunto de condições, leis, influências e interações


de ordem física, química, biológica, social, cultural, paisagística ou urbanísti-
ca, que permitem, abrigam e regem a vida em toda sua dimensão;
LXII – molusco: animal de corpo mole, não segmentado, viscoso, com sime-
tria bilateral, excepcionalmente assimétrico, com concha interna ou externa;
LXIII – métodos de insensibilização: processos que induzem perda total
da consciência;
LXIV – necrotério: local onde permanecem os cadáveres que serão autop-
siados ou identificados;
LXV – notificação compulsória: comunicação oficial à autoridade sanitária
competente de casos suspeitos ou confirmados de doenças ou agravos que,
por sua gravidade e magnitude ou pela possibilidade de disseminação, exijam
medidas excepcionais de controle; doenças e agravos de notificação com-
pulsória, assim classificados conforme regulamento sanitário internacional,
integram relação elaborada pelo Ministério da Saúde ou por normas técnicas
específicas;
LXVI – núcleo hospitalar de epidemiologia: setor que realiza as ações de
vigilância epidemiológica de doenças de notificação compulsória no hospital;
LXVII – órgãos competentes: órgãos oficiais específicos para a atividade;
LXVIII – padrão de identidade e de qualidade: critério estabelecido pelo
órgão competente, que disponha sobre denominação, definição e composição
de alimento, matérias-primas alimentares, alimentos in natura e aditivos e
fixe requisitos de higiene, normas de envasamento e rotulagem, assim como
métodos de amostragem e de análise;
LXIX – pesquisa: atividade fundamentada no método científico cujo obje-
tivo é desenvolver ou contribuir para o conhecimento;
LXX – prestador de serviços veterinários: estabelecimento ou profissional
que presta serviços veterinários em todas as suas modalidades;

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LXXI – poluição sonora: toda emissão de som que, direta ou indireta-


mente, seja nociva à saúde, à segurança e ao bem-estar da coletividade, ou
transgrida as disposições fixadas em lei;
LXXII – produtos biológicos: categoria de produtos que inclui soros, rea-
gentes, vacinas, bacteriófagos, hormônios e vitaminas naturais ou sintéticas,
fermentos, hemoderivados, biomedicamentos, anticorpos monoclonais, pro-
bióticos e alérgenos;
LXXIII – produto de higiene: produto de uso externo destinado ao asseio
ou à desinfecção corporal;
LXXIV – produtos de interesse para a saúde: produtos sujeitos ao controle
sanitário;
LXXV – produto perigoso: aquele que apresenta risco à saúde individual,
coletiva ou ao meio ambiente;
LXXVI – produtos de uso veterinário: substâncias com propriedades de-
finidas e destinadas a prevenir, diagnosticar ou tratar doenças dos animais;
LXXVII – raticida: substância ativa, isolada ou associada destinada a com-
bater roedores em domicílios, embarcações, recintos e lugares públicos, des-
de que não ofereça risco ao meio ambiente, à vida ou à saúde do ser humano
e dos animais;
LXXVIII – resíduos perigosos à saúde: aqueles provenientes de atividades
humanas que, por sua quantidade, concentração, estado físico ou químico e
características biológicas, sejam infectantes, perfurantes, radioativos, tóxi-
cos, inflamáveis, explosivos, reativos, mutagênicos ou que apresentem ris-
co potencial à saúde ou ao meio ambiente, quando tratados, armazenados,
transportados, transformados ou manipulados de forma inapropriada, com
possibilidade de provocar doenças ou mortes;
LXXIX – resíduos volumosos: constituídos basicamente por materiais de
volume superior a um metro cúbico e outros não caracterizados como resídu-
os industriais e que não são removidos pela coleta pública rotineira;

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LXXX – reservatório: ser humano, animal, artrópode, planta ou matéria


inanimada onde vive e se multiplica agente infeccioso, transmissível a outro
hospedeiro suscetível;
LXXXI – saneantes domissanitários: substâncias destinadas à higienização
e à desinfestação em domicílios e ambientes de uso comum;
LXXXII – serviços funerários: serviços relacionados a inumação, exuma-
ção, embalsamamento e translado de cadáveres;
LXXXIII – resíduo sólido: qualquer forma de matéria ou substância, nos
estados sólido e semissólido, que resulte de atividades industriais, domésti-
cas, de serviços de saúde, comerciais, agrossilvopastoris, de limpeza de vias
e logradouros públicos, ou do descarte de equipamentos e utensílios domés-
ticos capazes de prejudicar o meio ambiente;
LXXXIV – resíduos da construção civil: resíduos provenientes de cons-
truções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, conforme legislação
federal, classificados como de pequeno ou grande volume, se este for inferior
ou superior a um metro cúbico, respectivamente;
LXXXV – sepultura: espaço unitário destinado a inumação;
LXXXVI – serviço de hemoterapia: serviço de saúde com a função de pres-
tar assistência hemoterápica ou hematológica, o qual pode coletar e proces-
sar o sangue, realizar testes de triagem laboratorial, armazenar e distribuir
hemocomponentes, realizar transfusões sanguíneas e desenvolver atividades
de hemovigilância e retrovigilância;
LXXXVII – túmulo: construção erigida em sepultura, que pode ser dotada
de compartimentos para inumação;
LXXXVIII – urgência médica: ocorrência imprevista de agravo à saúde, com
ou sem risco potencial de vida, que necessita de assistência médica imediata;
LXXXIX – uso coletivo: utilização prevista para determinado grupo
de pessoas;

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XC – vacina de caráter obrigatório: aquela assim definida pelo Programa


Nacional de Imunizações;
XCI – vetor mecânico: ser vivo que veicula o agente patogênico desde o
reservatório até o hospedeiro potencial;
XCII – vigilância em saúde: conjunto de ações realizadas de forma inter-
dependente pela vigilância ambiental, epidemiológica, sanitária e de saúde do
trabalhador para proteção e defesa da qualidade de vida;
XCIII – vigilância epidemiológica: conjunto de atividades que proporcio-
nam a informação indispensável para conhecer, detectar ou prever qualquer
mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde-
-doença, com a finalidade de recomendar, oportunamente, as medidas indi-
cadas que levem à prevenção e ao controle das doenças;
XCIV – vigilância sanitária: conjunto de ações capazes de identificar, pre-
venir, diminuir ou eliminar riscos à saúde e de intervir em problemas sanitá-
rios decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens, bem
como da prestação de serviços de interesse para a saúde;
XCV – vigilância ambiental em saúde: conjunto de ações que proporciona
o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos fatores
de riscos biológicos e não biológicos do meio ambiente que interferem na saú-
de humana, com finalidade de intervir nos problemas sanitários decorrentes;
XCVI – zoonose: infecção ou doença infecciosa transmissível naturalmente
entre animais vertebrados e o homem.

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TÍTULO II
DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE

CAPÍTULO I
DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM SAÚDE

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 10. Todos têm direito à vida em ambiente saudável, e cabe ao Poder
Público do Distrito Federal garantir a provisão universal e equânime de ser-
viços de saneamento ambiental e a manutenção de níveis adequados e cres-
centes de salubridade ambiental à população.
Art. 11. São atribuições da vigilância ambiental:
I – vigilância e controle das fontes de poluição das águas, do ar, do
solo e sonora;
II – regulação, fiscalização e controle de serviços de saneamento ambiental;
III – execução de ações de saúde e saneamento, sobretudo em casos de
calamidades, de situações de emergência, de acidentes com produtos peri-
gosos e de contaminação ambiental decorrente de agentes físicos, químicos
e biológicos;
IV – vigilância e controle de vetores, reservatórios, hospedeiros transmis-
sores de doenças e animais peçonhentos;
V – implantação de subsistema integrado de informação sobre meio am-
biente e saúde;
VI – integração do sistema de monitoramento ambiental e de saúde;
VII – emissão de parecer de impacto ambiental relativo à saúde pública
para licença prévia de instalação e operação de estabelecimentos, empreen-
dimentos e serviços relacionados à saúde;
VIII – execução de ações educativas da população relativas a saúde e vi-
gilância ambiental;

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IX – desenvolvimento de outras medidas essenciais à conquista e à manu-


tenção de melhores níveis de qualidade de vida.
Art. 12. Os serviços de saneamento ambiental são de caráter essencial,
e é dever do Poder Público implementá- los diretamente ou por meio de cele-
bração de contrato, conforme previsto em legislação específica.
§ 1º (VETADO).
§ 2º Os instrumentos de delegação dos serviços de saneamento ambiental
não podem conter dispositivo que prejudique o exercício dos órgãos de vigi-
lância em saúde ou seus poderes de regulação, fiscalização e controle, espe-
cialmente o acesso direto e imediato às informações dos serviços realizados
pelo prestador.
§ 3º Os prestadores de serviços de saneamento ambiental devem rece-
ber, apurar e solucionar queixas e reclamações dos cidadãos e dos demais
usuários, que deverão ser informados das providências adotadas em até ses-
senta dias.
§ 4º O Poder Público pode autorizar, em caráter temporário, a prestação
de serviços públicos de saneamento ambiental por seus próprios usuários or-
ganizados em cooperativa ou associação, desde que os serviços se limitem a:
I – determinado condomínio;
II – localidade de pequeno porte, de características rurais, predominante-
mente ocupada por população de baixa renda, onde outras formas de pres-
tação apresentem custos de operação e manutenção incompatíveis com a
capacidade dos usuários de pagar pelos serviços.
Art. 13. É direito dos cidadãos e dos usuários dos serviços públicos de
saneamento ambiental:
I – receber serviços permanentemente fiscalizados com vistas ao atendi-
mento das exigências legais, regulamentares, administrativas e contratuais;
II – ter amplo acesso, inclusive pela internet, às informações sobre os servi-
ços públicos de saneamento ambiental, especialmente as relativas à qualidade,
receitas, custos, ocorrências operacionais relevantes e investimentos realizados;

283
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

III – conhecer previamente:


a) as penalidades a que estão sujeitos os cidadãos, os demais usuários e
os prestadores dos serviços;
b) as interrupções programadas ou as alterações de qualidade nos serviços;
IV – (VETADO).
Art. 14. A fiscalização dos serviços públicos de saneamento ambiental
deve abranger, pelo menos:
I – os indicadores de qualidade e de prestação dos serviços;
II – as metas de expansão e de qualidade dos serviços, com respectivos
prazos, quando adotadas metas parciais ou graduais;
III – o método de medição e monitoramento;
IV – os sistemas de custos, reajustamento e revisão de taxas ou pre-
ços públicos;
V – os mecanismos de acompanhamento e avaliação dos serviços e os pro-
cedimentos para recepção, apuração e solução de reclamações dos cidadãos;
VI – os planos de contingência e de segurança;
VII – as condições dos equipamentos, da infraestrutura e das instalações
físicas dos prestadores dos serviços, objetivando assegurar a prestação con-
tínua e regular de serviços adequados.
Art. 15. Sem prejuízo da competência de outras instâncias, o controle so-
cial dos serviços públicos de saneamento ambiental é exercido no âmbito do
Conselho de Saúde do Distrito Federal por meio de comissão intersetorial per-
manente, assegurada a representação paritária, nos termos do regulamento.
Parágrafo único. O relatório anual de avaliação do órgão regulador e o
informe técnico do órgão gestor são objeto de análise e parecer conclusivo
da comissão intersetorial definida no caput, formalizado mediante resolução.
Art. 16. O relatório anual de avaliação referido no art. 15, parágrafo úni-
co, contém:
I – avaliação da evolução da qualidade dos serviços públicos prestados no
exercício anterior;

284
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II – avaliação dos custos, das receitas e das condições de sustentabilida-


de econômica e equilíbrio econômico- financeiro da prestação dos serviços,
em regime de eficiência, de cada prestador de serviços públicos no exercí-
cio anterior;
III – cumprimento dos planos de saneamento por parte dos prestadores
de serviços;
IV – recomendações de melhoria;
V – manifestação do ouvidor avaliando a atuação do órgão no exercí-
cio anterior.
Art. 17. O informe técnico do órgão gestor referido no art. 15, parágrafo
único, reporta a qualidade da água para consumo humano no Distrito Federal,
particularmente:
I – a adequação das ações de controle da qualidade da água, no exercício
anterior, desenvolvidas pelo prestador de serviço público e pelos demais res-
ponsáveis pelo sistema, incluído o abastecimento de água por solução coleti-
va alternativa, os resultados obtidos e a evolução em relação aos exercícios
anteriores;
II – a adequação das ações de vigilância da qualidade da água do exercício
anterior, seus resultados e sua evolução em relação aos exercícios anteriores;
III – as recomendações de melhoria.

Seção II
Do Abastecimento de Água

Art. 18. Compete ao Poder Público, por meio do órgão competente, o


abastecimento regular e contínuo de água tratada e de qualidade para con-
sumo humano.
Art. 19. (VETADO).
Art. 20. Os sistemas de abastecimento de água públicos ou privados,
individuais ou coletivos, estão sujeitos à fiscalização da autoridade sanitária.

285
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Parágrafo único. O Poder Público manterá programação permanente de


vigilância e de controle da qualidade da água fornecida por qualquer sistema
de abastecimento de água para consumo humano.
Art. 21. Os serviços públicos de abastecimento de água são orientados
pelas seguintes diretrizes:
I – destinação da água prioritariamente ao consumo humano e à higiene
doméstica, dos locais de trabalho e convivência social e, secundariamente,
como insumo ou matéria-prima, às atividades econômicas e ao desenvolvi-
mento de atividades recreativas;
II – garantia de abastecimento de água de qualidade compatível com as
normas, os critérios e os padrões de potabilidade estabelecidos pela legislação
federal vigente e em quantidade suficiente para promover a saúde pública;
III – promoção e incentivo à preservação, à proteção e à recuperação dos
mananciais e ao uso racional da água;
IV – promoção de ações de educação sanitária e ambiental, especialmente
as voltadas ao uso sustentável da água e à correta utilização das instalações
prediais de água.
Art. 22. A água de abastecimento distribuída à população deve ser pre-
viamente tratada, conforme disposto na legislação específica e na regulamen-
tação desta Lei.
Parágrafo único. Incluem-se na obrigação estabelecida no caput as águas
para uso de pessoas e meios de transporte interestadual e internacional e
para abastecimento de concentrações humanas temporárias.
Art. 23. Compete ao serviço público de abastecimento e aos responsá-
veis pelos sistemas alternativos de abastecimento coletivo de água no Distri-
to Federal:
I – analisar, permanentemente, a qualidade da água;
II – manter instalações, condutos e equipamentos do sistema de abaste-
cimento de água sob permanente inspeção, garantindo-lhes boas condições
de funcionamento e de higiene;

286
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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

III – divulgar, mensalmente, os resultados obtidos;


IV – enviar aos órgãos de vigilância ambiental em saúde do Sistema Único
de Saúde do Distrito Federal relatórios mensais de controle da qualidade da
água fornecida;
V – avisar aos usuários, com antecedência, interrupções de acesso aos
serviços em decorrência de inadimplência, na forma desta Lei e de sua regu-
lamentação;
VI – realizar campanhas educativas sobre o uso racional da água.
Art. 24. A adoção de regime de racionamento do abastecimento de água
só é admitida nas seguintes condições:
I – em caráter temporário;
II – em casos de escassez imprevisível do recurso hídrico;
III – (VETADO).
Parágrafo único. Admite-se a restrição de acesso aos serviços nos casos e
condições previstos em lei, exigida prévia notificação do usuário.
Art. 25. A restrição de acesso aos serviços do usuário residencial de baixa
renda e dos estabelecimentos públicos de saúde, de educação e de internação
coletiva, quando motivada por inadimplência, só é possível se assegurado o
fornecimento de serviços mínimos necessários ao atendimento das exigências
de saúde pública.
Art. 26. O órgão de vigilância ambiental em saúde do Sistema Único de
Saúde do Distrito Federal possui as seguintes atribuições, sem prejuízo das
demais estabelecidas em lei:
I – exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de competência,
em articulação com os órgãos responsáveis pelo abastecimento e pelo contro-
le de qualidade da água;
II – estabelecer o serviço laboratorial de referência para dar suporte às
ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano;

287
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III – efetuar sistemática e permanente avaliação de risco à saúde humana


de cada sistema de abastecimento, inclusive o alternativo, por meio de infor-
mações sobre:
a) características físicas dos sistemas, práticas operacionais e controle da
qualidade da água;
b) histórico da qualidade da água produzida e distribuída;
c) associação entre agravos à saúde e situações de vulnerabilidade
do sistema;
IV – manter registros atualizados sobre as características da água distri-
buída, sistematizados de forma compreensível à população e disponibilizados
para acesso e consulta pública;
V – manter estrutura para receber reclamações de usuários sobre as ca-
racterísticas da água e para adotar as providências pertinentes;
VI – informar ao órgão responsável pelo fornecimento de água para con-
sumo humano anomalias e inconformidades detectadas, exigindo providên-
cias para as correções necessárias;
VII – notificar, imediatamente, ao serviço de abastecimento a ocorrência
de fato epidemiológico que possa estar relacionado com a água fornecida;
VIII – investigar, em articulação com os órgãos responsáveis, a ocorrência
referida no inciso VII;
IX – monitorar a efetividade das medidas corretivas adotadas até a solu-
ção dos problemas detectados.

Seção III
Do Esgotamento Sanitário

Art. 27. Compete ao Poder Público definir a coleta, o tratamento e a


disposição ambientalmente adequada e sanitariamente segura de águas re-
siduárias por meio de esgotamento sanitário ou de sistemas alternativos,
conforme estabelecido na regulamentação desta Lei e aprovado pelos órgãos
de vigilância ambiental.

288
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a Secretaria de Saúde do DF - SES/DF
Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

§ 1º Nas zonas rurais, os sistemas de fossas ou privadas sanitárias seguirão


os modelos previstos nas normas técnicas dos órgãos de controle ambiental.
§ 2º Todo sistema de esgotamento sanitário público ou privado, individual
ou coletivo, está sujeito à fiscalização da autoridade sanitária.
Art. 28. Na prestação dos serviços de esgotamento sanitário, devem ser
observadas as seguintes diretrizes:
I – adequação das ações de coleta, transporte, tratamento e destinação
final das águas residuárias, para promover a saúde pública e prevenir a polui-
ção do solo, do ar e das águas superficiais e subterrâneas;
II – promoção do desenvolvimento e adoção de tecnologias apropriadas,
seguras e ambientalmente adequadas, que considerem as peculiaridades lo-
cais e regionais;
III – incentivo à reutilização da água, à reciclagem dos constituintes dos
esgotos e à eficiência energética, atendendo aos requisitos de saúde pública
e de proteção ambiental;
IV – promoção de ações de educação sanitária e ambiental sobre o uso
correto de instalações prediais de esgoto, os serviços de esgotamento sanitá-
rio e o adequado manejo dos esgotos sanitários.
Art. 29. Compete aos órgãos de vigilância em saúde verificar regular-
mente as condições de lançamento de águas residuárias e o cumprimento da
lei e de normas técnicas, bem como solicitar as providências necessárias à
preservação da salubridade dos receptores.
§ 1º O estabelecimento que utilize óleos, graxas e outros derivados deve
dispor de recipiente coletor, conforme normas técnicas dos órgãos de controle
do meio ambiente.
§ 2º O material proveniente de limpeza de fossa doméstica deve ser descar-
tado conforme as normas técnicas dos órgãos de controle do meio ambiente.

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§ 3º As águas residuárias provenientes de estabelecimentos de saúde e


congêneres, bem como as oriundas de atividades industriais e comerciais,
não poderão ser lançadas nos coletores públicos se houver risco de dano de
qualquer espécie aos materiais, equipamentos, processos físicos, químicos e
biológicos de tratamento dos esgotos.
Art. 30. Os serviços destinados a esgotamento, transporte e descarga dos
dejetos coletados em fossas de particular e de órgãos públicos devem obser-
var as normas técnicas dos órgãos de controle ambiental.
Parágrafo único. Os profissionais autônomos que prestam serviço de lim-
peza de fossas devem possuir cadastro no órgão de vigilância sanitária do
Sistema Único de Saúde do Distrito Federal.
Art. 31. É proibido o lançamento de resíduos sólidos nas redes de coleta
de esgotos, bem como a ligação da rede pública de esgotos com a rede de
captação de águas pluviais.
Art. 32. É proibida a restrição de acesso aos serviços públicos de esgota-
mento sanitário em decorrência de inadimplência do usuário.

Seção IV
Do Manejo de Águas Pluviais

Art. 33. O sistema de manejo de águas pluviais, de responsabilidade do


Poder Público do Distrito Federal, visa promover a saúde, proteger a vida e o
patrimônio e a reduzir os riscos de enchentes.
Art. 34. O sistema de manejo de águas pluviais obedece às seguintes
diretrizes:
I – universalização dos serviços de manejo de águas pluviais à popula-
ção urbana;
II – articulação dos instrumentos de prevenção e gerenciamento das
enchentes;
III – gestão do uso e da ocupação do solo em consonância com as dire-
trizes estabelecidas no plano de recursos hídricos, com vistas a minimizar os
impactos do lançamento da água na bacia hidrográfica urbana;

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IV – valorização, preservação, recuperação e uso adequado do sistema


natural de drenagem do sítio urbano, em particular dos corpos d’água, com
ações que priorizem:
a) solução de situações que envolvam riscos à vida ou à saúde pública ou
perdas materiais;
b) adoção de alternativas de tratamento de fundos de vale de menor im-
pacto no meio ambiente e que assegurem as áreas de preservação perma-
nente e o tratamento urbanístico e paisagístico nas áreas remanescentes;
c) controle da expansão de áreas impermeáveis;
d) vedação de lançamento de esgotos sanitários e de outros efluentes lí-
quidos assemelhados no sistema público de manejo de águas pluviais;
e) vedação de lançamentos de resíduos sólidos de qualquer natureza no
sistema público de manejo de águas pluviais;
V – incentivo ao aproveitamento das águas pluviais, condicionado ao aten-
dimento dos requisitos de saúde pública e de proteção ambiental pertinentes;
VI – promoção de ações de educação sanitária e ambiental sobre a im-
portância da preservação das áreas permeáveis e do correto manejo das
águas pluviais.
Art. 35. As soluções alternativas para escoamento de águas pluviais ado-
tadas em propriedades particulares devem ser submetidas à apreciação de
órgãos de meio ambiente.

Seção V
Dos Resíduos Sólidos

Art. 36. (VETADO).


Art. 37. O sistema de manejo de resíduos sólidos obedece às seguintes
diretrizes:
I – proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II – coleta e manejo seletivos de resíduos sólidos;

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III – estímulo a posturas de não geração, redução, reutilização, recicla-


gem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambiental-
mente adequada dos rejeitos;
IV – estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo
de bens e serviços;
V – integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis ao
sistema de manejo de resíduos sólidos;
VI – recuperação de áreas degradadas ou contaminadas em decorrência
da disposição inadequada de resíduos sólidos;
VII – desenvolvimento e adoção de mecanismos de cobrança que se vin-
culem à quantificação da geração de resíduos sólidos urbanos;
VIII – criação e fortalecimento de mercados locais de comercialização ou
consumo de materiais recicláveis e reciclados;
IX – promoção de ações de educação sanitária e ambiental, especialmente
dirigidas para:
a) difusão das informações necessárias à utilização dos serviços, especial-
mente dos horários de coleta e das regras para apresentação dos resíduos a
serem coletados;
b) adoção de hábitos higiênicos relacionados ao manejo adequado dos
resíduos sólidos;
c) consumo preferencial de produtos originados total ou parcialmente de
material reutilizado ou reciclado;
d) disseminação de informações sobre as questões ambientais relacio-
nadas ao manejo dos resíduos sólidos e aos procedimentos, para evitar
desperdícios;
e) separação dos resíduos para a coleta;
X – erradicação dos lixões.
Art. 38. É vedada a interrupção de serviço de coleta em decorrência de
inadimplência do usuário residencial, exigindo-se a comunicação prévia quan-
do alteradas as condições de sua prestação.

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Art. 39. Cabe aos geradores de resíduos dar destinação ambientalmente


adequada de acordo com o órgão ambiental e em conformidade com a legis-
lação distrital e federal específicas.
Parágrafo único. A destinação de medicamentos e insumos farmacêuticos
dá-se por meio de estabelecimentos autorizados pelo órgão ambiental, de
acordo com a legislação específica.

Seção VI
Do Controle de Poluição, Vetores, Animais Sinantrópicos ou
Peçonhentos e Moluscos

Art. 40. O sistema de controle de meio ambiente e vigilância ambiental


em saúde do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal é responsável pelo
controle de poluição e pela vigilância de vetores, animais sinantrópicos ou pe-
çonhentos e moluscos, nos termos desta Lei e das normas técnicas vigentes.
Art. 41. Compete aos condomínios dos edifícios residenciais e comerciais
e aos ocupantes de habitações individuais manter a higiene dos imóveis e
adotar as medidas necessárias para evitar a entrada e a permanência de ve-
tores, de animais sinantrópicos ou peçonhentos e de moluscos. (Artigo regu-
lamentado(a) pelo(a) Decreto n. 37078 de 25/01/2016)
Art. 42. A população do Distrito Federal, na forma prevista nesta Lei e na
sua regulação, tem amplo acesso às informações referentes aos níveis de po-
luição das águas, do ar, do solo e sonora, aferidos pelos órgãos competentes.
Art. 43. Qualquer atividade pública ou privada, individual ou coletiva, po-
tencialmente causadora de poluição de água, ar, solo ou sonora está sujeita à
fiscalização da autoridade sanitária competente, em relação aos aspectos que
possam afetar a saúde pública.
Art. 44. As ações de prevenção de acidentes e controle de proliferação de
vetores, animais sinantrópicos ou peçonhentos e moluscos devem ser objeto
de planejamento, observadas as condições ambientais de risco à saúde e ou-
tros critérios epidemiológicos.

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§ 1º As ações definidas no caput são desempenhadas articuladamente pe-


los órgãos que integram o Sistema de Controle do Meio Ambiente e da Saúde,
conforme disposto nas normas técnicas e na legislação específica.
§ 2º A comunidade é responsável pelo controle dos principais vetores
mecânicos.
Art. 45. É proibido o acúmulo de lixo, água, materiais inservíveis ou ou-
tros materiais que propiciem a instalação e a proliferação de vetores, animais
sinantrópicos ou peçonhentos e moluscos em áreas públicas e privadas, con-
forme disposto nesta Lei e na sua regulamentação.
Art. 46. É proibido o funcionamento de caldeiras, incineradores, indústria
de asfalto e fábricas de cimento sem a instalação de filtros que garantam a
inocuidade dos gases eliminados.
Art. 47. Os sistemas de climatização adotados em ambientes de uso cole-
tivo devem ser mantidos em condições adequadas de limpeza, manutenção,
operação e controle, visando à prevenção de riscos à saúde dos indivíduos.
Art. 48. Os sistemas de climatização adotados em ambientes de uso
coletivo observarão as normas técnicas dos órgãos de controle ambiental
e da saúde.
Parágrafo único. Os sistemas referidos no caput terão responsável técnico
habilitado.
Art. 49. Os agravos à saúde originados da poluição são considerados inu-
sitados e devem ser notificados aos órgãos de vigilância em saúde.
Parágrafo único. Em caso de grave e iminente risco às vidas humanas,
será determinada, em processo sumário, a suspensão de atividades de fonte
poluidora, durante o tempo que se fizer necessário para a correção da irre-
gularidade.
Art. 50. Na ocorrência de calamidades públicas ou situações de emergên-
cia, o Poder Público do Distrito Federal utilizará os recursos médicos e hospi-
talares existentes, públicos ou privados, para o controle de epidemias.

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Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput, serão empregados, de


imediato, todos os recursos de saúde disponíveis para prevenir a transmissão
de doença, impedir a eclosão de epidemias e socorrer os casos de agravo à
saúde da população em geral.

Seção VII
Do Controle das Zoonoses

Art. 51. Compete ao Poder Público realizar ações e serviços de vigilância e


controle de zoonoses para redução de riscos de agravos e de transmissão de
doenças zoonóticas ao ser humano, aos animais e ao meio ambiente.
Art. 52. As ações e serviços previstos no art. 51 se dão por meio de:
I – monitoramento e controle em hospedeiros e reservatórios;
II – monitoramento e controle da população de cães e gatos;
III – divulgação de medidas de prevenção e controle de doenças zoonóticas;
IV – promoção de educação continuada dos profissionais que atuam na
vigilância de zoonoses.
Art. 53. O controle da população de cães e gatos compreende:
I – identificação e registro;
II – esterilização;
III – adoção;
IV – controle de criadouros;
V – campanhas educativas em guarda responsável.
Art. 54. (VETADO).
Art. 55. Compete ao órgão de vigilância em saúde ambiental, sem preju-
ízo de outros dispositivos em lei, realizar campanhas educativas e vacinação
de animais para prevenção de zoonoses, gratuitamente, visando à promoção
da saúde pública.
Art. 56. Os proprietários e os cuidadores de cães e gatos são obrigados a
vaciná-los periodicamente contra a raiva e outras zoonoses.

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Art. 57. O animal residente no Distrito Federal deve ser contido e mantido
limpo, alimentado, imunizado e vermifugado, de modo que não ofereça riscos
de acidentes nem transmita doenças a pessoas ou outros animais, sob pena
de o proprietário responder por maus-tratos e por danos causados a terceiros.
Parágrafo único. O veterinário é obrigado a notificar aos órgãos públicos
responsáveis pelo controle de zoonoses as doenças zoonóticas de importância
para a saúde pública.
Art. 58. É proibida a permanência e a manutenção de animais soltos ou
sem contenção adequada nas vias públicas, em logradouros públicos ou em
locais de livre acesso ao público.
Art. 59. O animal encontrado em logradouros públicos ou em lugares
acessíveis ao público em desobediência ao estabelecido no art. 58 deve ser
recolhido.
Parágrafo único. Os animais recolhidos somente poderão ser resgatados
se não subsistirem as causas que ensejaram sua apreensão e se não repre-
sentarem risco à saúde pública.
Art. 60. O recolhimento de animais, quando necessário, observará proce-
dimentos éticos de cuidados gerais, de transporte e de averiguação da exis-
tência de um responsável ou de cuidador em sua comunidade.
Art. 61. Os animais recolhidos pelo órgão responsável pela gestão de
populações de cães e gatos e encaminhados para canis públicos ou estabele-
cimentos oficiais congêneres permanecem por sete dias úteis à disposição de
seus responsáveis, oportunidade em que são obrigatoriamente esterilizados,
se comprovadas boas condições de saúde.
§ 1º Vencido o prazo previsto no caput, os animais não resgatados pelos
seus responsáveis são disponibilizados para adoção.
§ 2º Não é permitida adoção de animais sem correspondente registro,
identificação e esterilização.

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§ 3º Animais em situação aparente de maus-tratos não devem ser devol-


vidos aos seus responsáveis, devendo ser incluídos diretamente nos progra-
mas de adoção.
Art. 62. É vedado aos órgãos de controle de zoonoses, canis públicos e
estabelecimentos oficiais congêneres provocar a morte de cães e gatos, ex-
ceção feita à eutanásia.
Art. 63. (VETADO).
Art. 64. O Poder Público é responsável por:
I – destinar local adequado para manutenção e exposição dos animais
disponibilizados para adoção, onde são separados conforme critério de com-
pleição física, idade e comportamento;
II – promover campanhas que sensibilizem o público da necessidade de
adoção de animais abandonados, de esterilização e de vacinação periódica e
de que maus-tratos e abandono, pelo padecimento infligido ao animal, confi-
guram práticas de crime ambiental;
III – orientar os adotantes e o público em geral para atitudes de guarda
responsável de animais.
Art. 65. Cão-guia que esteja acompanhando deficiente visual tem livre
acesso a qualquer estabelecimento, bem como aos meios de transporte pú-
blico coletivo.
Art. 66. Os donos são obrigados a remover os dejetos deixados em vias
públicas por seus animais.
Art. 67. O ingresso e a permanência de animais em prédios e conjuntos
habitacionais são regulamentados pelos respectivos condomínios.
Art. 68. As edificações em que se criam, mantêm, utilizam ou comerciali-
zam animais devem ser construídas e conservadas de acordo com as normas
técnicas vigentes.
Art. 69. No imóvel onde haja animal agressivo, deve ser afixada placa
indicativa em tamanho compatível com a leitura à distância e em local visível
ao público.

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Art. 70. É vedada a venda de cães, gatos e outros animais domésticos em


praças, ruas, parques e outras áreas públicas do Distrito Federal.
Art. 71. Compete ao Poder Público definir normas técnicas sobre a desti-
nação final de cadáveres de animais.

CAPÍTULO II
DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE DOENÇAS E
AGRAVOS À SAÚDE

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 72. Compete ao Poder Público do Distrito Federal realizar ações e


serviços de vigilância epidemiológica a fim de prevenir e controlar doenças e
agravos à saúde dos indivíduos e da coletividade.
Art. 73. As ações previstas no art. 72 incluem:
I – avaliar as diferentes situações epidemiológicas e definir ações especí-
ficas para cada realidade;
II – identificar problemas de saúde pública;
III – detectar surtos e epidemias;
IV – identificar fatores determinantes e condicionantes do processo
saúde-doença;
V – documentar e divulgar o prognóstico de disseminação das doenças e
de outros agravos à saúde;
VI – adotar estratégias de rotina e campanhas, em articulação com outros
órgãos, para vacinar a população contra doenças imunopreveníveis, nos ca-
sos previstos na regulamentação desta Lei;
VII – subsidiar o planejamento das ações e serviços de saúde;
VIII – promover e coordenar investigações, inquéritos e levantamentos
epidemiológicos, bem como programar e avaliar as medidas de prevenção e
controle de doenças e das situações de agravos à saúde;

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IX – coordenar e executar o fluxo de informações epidemiológicas;


X – analisar os indicadores epidemiológicos;
XI – implementar subsistemas de vigilância de doenças, de eventos ad-
versos e de outros agravos à saúde de notificação compulsória;
XII – estimular a notificação compulsória e a busca ativa de agravos e do-
enças de notificação em hospitais, clínicas, laboratórios públicos e privados,
bem como em domicílios, creches, escolas e outros;
XIII – promover a educação permanente dos trabalhadores de saúde que
lidam com vigilância epidemiológica;
XIV – recomendar, objetiva e cientificamente, medidas necessárias para
prevenir ou controlar a ocorrência de agravos à saúde;
XV – avaliar a eficácia das medidas de intervenção relativas a agravos es-
pecíficos, por meio de coleta e análise sistemática das informações;
XVI – avaliar a regularidade, a completude e a consistência das informa-
ções para manter a qualidade da base de dados;
XVII – realizar análise epidemiológica utilizando os diversos sistemas que
compõem a vigilância em saúde;
XVIII – divulgar informações e análises epidemiológicas.
Art. 74. Os estabelecimentos e os profissionais cujas atividades envolvam
dados e informações epidemiológicas são obrigados a enviá-los ao órgão de
vigilância epidemiológica do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal, con-
forme legislação específica distrital e federal.
Parágrafo único. O não cumprimento das disposições previstas no caput
constitui infração sanitária sujeita às sanções cabíveis.
Art. 75. Os estabelecimentos de saúde públicos e privados são obrigados
a desenvolver ações de vigilância epidemiológica de doenças de notificação
compulsória.

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Art. 76. Os estabelecimentos que realizam procedimentos invasivos em


regime ambulatorial ou procedimentos em regime de internação, além das
ações de vigilância epidemiológica de doenças de notificação compulsória,
são obrigados a desenvolver ações de controle de infecção relacionadas à
assistência à saúde.
Parágrafo único. Para cumprir a obrigação a que se refere o caput, os es-
tabelecimentos devem ser dotados de núcleo de epidemiologia e de comissão
de controle de infecção relacionada à assistência à saúde.

Seção II
Da Notificação Compulsória

Art. 77. A lista de doenças, agravos e eventos de notificação compulsória


atende às normas técnicas, conforme a legislação distrital e federal.
Art. 78. Deve ser notificada ao órgão de vigilância epidemiológica do Sis-
tema Único de Saúde do Distrito Federal a ocorrência de agravo inusitado,
óbito por doença de origem desconhecida ou suspeita de alteração no padrão
epidemiológico, independentemente de constar na lista de doenças e agravos
de notificação compulsória.
Art. 79. A notificação compulsória de doenças e eventos de agravo à saú-
de será encaminhada à autoridade sanitária local por:
I – profissionais de saúde no exercício da profissão;
II – responsáveis por estabelecimentos de assistência à saúde e institui-
ções médico-sociais de qualquer natureza;
III – responsáveis por laboratórios que executem exames microbiológicos,
sorológicos, anatomopatológicos ou radiológicos;
IV – responsáveis por estabelecimentos prisionais ou de ensino, creches,
locais de trabalho ou habitações coletivas em que se encontra o doente;
V – o instituto médico-legal e os responsáveis pelos serviços de verifica-
ção de óbito;

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VI – médicos veterinários, no exercício da profissão, que notificarão os


casos identificados de zoonoses;
VII – responsáveis por qualquer meio de transporte em que se encon-
tre o doente;
VIII – qualquer cidadão que suspeite de caso de doença de notificação
compulsória.
§ 1º Os profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como os
responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de
saúde e de ensino, ficam obrigados a comunicar ao órgão de vigilância epi-
demiológica os casos suspeitos ou confirmados de doenças de notificação
compulsória.
§ 2º Será obrigatória a necropsia nos casos de suspeita de morte por
doença de interesse para a saúde pública ou de notificação compulsória se
não houver sido coletada amostra para diagnóstico, e o resultado obtido será
notificado ao órgão de vigilância epidemiológica, conforme regulamentação
desta Lei.
§ 3º Os estabelecimentos de saúde encaminharão a notificação negativa
quando não ocorrerem casos de doenças que devam ser compulsoriamente
notificadas, conforme fluxo e periodicidade estabelecidos em normas técni-
cas, sob pena de responsabilização.
Art. 80. A notificação compulsória de doenças ou agravos à saúde tem,
obrigatoriamente, caráter sigiloso.
Parágrafo único. A identificação do portador de doença de notificação com-
pulsória fora do âmbito médico- sanitário só é permitida em caráter excepcio-
nal, em casos de grande risco à comunidade, a juízo de autoridade sanitária
e com conhecimento prévio do usuário ou de seu responsável.
Art. 81. Tem caráter de urgência a adoção de medidas para o controle de
doenças, agravos e eventos notificados.

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Parágrafo único. Estão sujeitos à interdição total ou parcial estabeleci-


mentos, centros de reunião ou diversão, escolas, creches e quaisquer locais
abertos ao público, para o exercício do controle previsto no caput, observadas
as disposições da legislação federal e distrital específica.

Seção III
Da Declaração e da Verificação de Óbito

Art. 82. A declaração de óbito é indispensável à emissão da certidão de


óbito pelos cartórios, documento indispensável para liberação do sepultamen-
to e para outras medidas legais.
Art. 83. Para óbitos fetais, é obrigatório o fornecimento da declaração de
óbito quando pelo menos uma das condições a seguir estiver presente:
I – gestação com duração igual ou superior a vinte semanas;
II – peso corporal igual ou superior a quinhentos gramas;
III – estatura igual ou superior a vinte e cinco centímetros.
Art. 84. Quando houver suspeita de óbito por doença ou agravo de noti-
ficação compulsória ou houver interesse da saúde pública, a autoridade sani-
tária deve providenciar a realização da necropsia.
Art. 85. Os profissionais responsáveis pela realização de necropsia são
obrigados a notificar ao órgão de vigilância epidemiológica do Sistema Único
de Saúde do Distrito Federal os óbitos suspeitos ou confirmados por doenças
ou agravos de notificação compulsória.
Art. 86. Cabe ao serviço de verificação de óbitos, integrante do Sistema
Único de Saúde do Distrito Federal, descartada a possibilidade de o óbito ter
ocorrido por causas externas, esclarecer a causa da morte e fornecer a decla-
ração de óbito, conforme regulamentação desta Lei.
Art. 87. Os cartórios de registro civil devem:
I – disponibilizar ao órgão de vigilância epidemiológica do Sistema Único
de Saúde do Distrito Federal a primeira via das declarações de óbito de todos
os óbitos registrados no Distrito Federal;

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II – remeter, em quarenta e oito horas, ao órgão de vigilância epidemio-


lógica do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal cópias das declarações
de óbito dos óbitos de mulheres em idade fértil, em menores de um ano
e em fetos.
Parágrafo único. O não cumprimento das disposições previstas nos incisos
I e II constitui infração sanitária sujeita às sanções cabíveis.

Seção IV
Da Imunização

Art. 88. O Sistema Único de Saúde do Distrito Federal define e assegura


as vacinas de caráter obrigatório.
§ 1º A vacinação obrigatória é responsabilidade das unidades de saúde do
Sistema Único de Saúde do Distrito Federal.
§ 2º As unidades executoras de atividades de vacinação são obrigadas a
manter registro dos procedimentos imunológicos e do controle de qualidade
do produto que é utilizado.
Art. 89. Em caráter excepcional, o Sistema Único de Saúde do Distrito Fe-
deral pode delegar a execução de vacinações obrigatórias aos estabelecimen-
tos de saúde do setor privado, desde que obedecidas as normas estabelecidas
na regulamentação desta Lei e garantida a gratuidade.
§ 1º O estabelecimento de saúde, para ser credenciado, além da docu-
mentação especificada em lei, deve possuir:
I – condições técnicas adequadas para executar as atividades de vacinação;
II – locais, instalações e equipamentos compatíveis com o disposto nesta
Lei, na sua regulamentação e na legislação federal específica;
III – profissional treinado para aplicação de vacina e registro delas nos
sistemas específicos.
§ 2º O estabelecimento de saúde privado e credenciado deve submeter-
-se a coordenação, orientação normativa e técnica, fiscalização, supervisão e
avaliação do órgão de vigilância epidemiológica do Sistema Único de Saúde

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do Distrito Federal, vedada a promoção de campanhas de vacinação e a co-


mercialização e o uso de vacinas não recomendadas pela Organização Mun-
dial de Saúde ou pelo órgão federal competente.
Art. 90. Os estabelecimentos de saúde privados que realizam serviços de
vacinação devem utilizar o sistema de registro de vacinação, de acordo com o
utilizado pela rede pública, e informar, de acordo com o calendário expedido
pelo órgão de vigilância epidemiológica do Sistema Único de Saúde – SUS, os
procedimentos de vacinação realizados.
Art. 91. É dever de todo cidadão submeter-se à vacinação obrigatória,
bem como submeter a ela crianças, adolescentes e idosos por quem seja
responsável.
§ 1º Só é dispensada da vacinação obrigatória a pessoa que apresente
atestado médico de contraindicação explícita da aplicação da vacina.
§ 2º No caso de contraindicação, é assegurada vacina específica, sem
prejuízo à saúde, indicada pelo Centro de Referência de Imunobiológicos Es-
peciais ou semelhante, conforme autoridade sanitária.
Art. 92. A pessoa vacinada tem direito ao documento comprobatório de
vacinação recebida, o qual é fornecido pelo estabelecimento público ou priva-
do de saúde.
Art. 93. As escolas das redes pública e privada de ensino do Distrito Fe-
deral devem exigir dos pais ou responsáveis pelos alunos, no ato da matrícula
ou rematrícula escolar, a apresentação da carteira de vacinação dos alunos,
devidamente atualizada para a sua faixa etária. (Artigo alterado(a) pelo(a)
Lei n. 6345 de 01/08/2019)
§ 1º O descumprimento do disposto no caput deve ser comunicado à uni-
dade básica de saúde responsável pela vacinação do aluno, para regularização
da situação, ficando assegurada a matrícula do aluno. (Parágrafo acrescido(a)
pelo(a) Lei n. 6345 de 01/08/2019)

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§ 2º Caso a situação não seja regularizada no prazo de 30 dias, a escola


deve comunicar o conselho tutelar para as devidas providências. (Parágrafo
acrescido(a) pelo(a) Lei n. 6345 de 01/08/2019)
Art. 94. Os trabalhadores devem ser vacinados, a expensas do emprega-
dor, contra doenças imunopreveníveis a que estão expostos em decorrência
de suas atividades profissionais.

Seção V
Da Vigilância e do Controle de Doenças Transmissíveis

Art. 95. Compete ao Sistema Único de Saúde do Distrito Federal realizar


ações e serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças trans-
missíveis com o objetivo de suprimir ou diminuir os riscos à saúde, interrom-
per ou dificultar a ocorrência delas e proteger a população em perigo.
Parágrafo único. As ações de prevenção, controle, diagnóstico e tratamen-
to das doenças a que se refere o caput devem ser desenvolvidas, de modo
integrado, por órgãos e unidades do Sistema Único de Saúde do Distrito Fe-
deral, conforme normas técnicas específicas.
Art. 96. Qualquer indivíduo pode, voluntariamente, fazer exames labora-
toriais de prevenção e de controle de doenças transmissíveis, inclusive para
detecção do vírus da síndrome da imunodeficiência adquirida, nos labora-
tórios do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal, garantido o sigilo e o
anonimato.
Art. 97. Se ocorrer suspeita de epidemia ou surto em determinada região,
deverão ser tomadas medidas imediatas, razoáveis e pertinentes.
§ 1º As medidas a que se refere o caput são disciplinadas em normas téc-
nicas da vigilância em saúde. (Parágrafo renumerado(a) pelo(a) Lei n. 6554
de 23/04/2020)
§ 2º Em situação de isolamento social, quarentena, situação de emergên-
cia e estado de calamidade pública, todos os servidores públicos, policiais
militares, bombeiros militares, policiais civis e agentes de fiscalização que es-

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tejam em atividade e contato com possíveis portadores do agente infeccioso


devem passar por testes diagnósticos que indiquem se eles estão infectados,
a cada 15 dias ou com a frequência que melhor atenda aos melhores critérios
e padrões de biossegurança. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei n. 6554 de
23/04/2020)
Art. 98. Doentes ou suspeitos portadores de doença transmissível que
necessitem de isolamento devem ser internados, de preferência em hospitais,
ou, ainda, em domicílios, se preenchidos os requisitos estabelecidos na legis-
lação federal e distrital específica.
Art. 99. Os portadores de doenças transmissíveis, particularmente os das
doenças sexualmente transmissíveis – DST residentes no Distrito Federal têm
os seguintes direitos básicos:
I – cuidado e tratamento adequados;
II – educação específica para cada caso, aconselhamento e insumos ne-
cessários a prevenção e redução dos danos associados ao estilo de vida;
III – permanência no ambiente social de origem;
IV – sigilo das informações sobre a enfermidade;
V – não exposição a situações abusivas, vexatórias ou discriminatórias em
função da condição de saúde, do estilo de vida, da situação socioeconômica
ou da orientação sexual;
VI – não discriminação no local de trabalho, no transporte, na educa-
ção e na prestação de serviços públicos comunitários e privados de qual-
quer natureza.
Art. 100. As informações sigilosas somente podem ser rompidas por pro-
fissional de saúde em cumprimento das normas legais.
Art. 101. Nenhum estabelecimento de saúde pode recusar atendimento
aos portadores de doenças sexualmente transmissíveis ou do vírus da síndro-
me da imunodeficiência adquirida, com base nessa condição.

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§ 1º No atendimento, no diagnóstico e no acompanhamento da evolução


clínica do portador de doenças sexualmente transmissíveis ou do vírus da
síndrome da imunodeficiência adquirida, é obrigatório o fornecimento de me-
dicamentos, conforme regulamentação desta Lei e recomendação do órgão
federal competente.
§ 2º É assegurado aos indivíduos a que se refere o caput o atendimento
complementar em modalidades assistenciais alternativas, como regime de
hospital-dia, assistência domiciliar, serviço de assistência especializada, me-
dicina natural e práticas integrativas de saúde.
Art. 102. As ações de vigilância e controle de doenças sexualmente trans-
missíveis, assim como campanhas de esclarecimento, devem ser dirigidas à
população em geral e à população mais vulnerável.
§ 1º As ações e as campanhas de que trata o caput devem ter, desde a
etapa de planejamento, a participação da sociedade civil organizada.
§ 2º As ações de prevenção, vigilância e controle, bem como as campa-
nhas dirigidas aos internos em estabelecimentos prisionais do Distrito Fede-
ral, devem ter caráter permanente.
§ 3º Os estudantes de ensino fundamental e médio do Distrito Federal de-
vem ser incluídos em campanhas de esclarecimento específicas.
Art. 103. (VETADO).

Seção VI
Da vigilância e do controle de doenças crônicas não transmissíveis

Art. 104. Compete ao Poder Público realizar ações e serviços dirigidos a


prevenção, vigilância e controle de doenças e agravos crônicos não transmis-
síveis, conforme disposto em normas técnicas do SUS.
§ 1º As doenças crônicas não transmissíveis têm causas multifatoriais re-
lacionadas a fatores de risco modificáveis e não modificáveis e apresentam
uma ou mais das seguintes características:
I – caráter permanente;

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

II – incapacidade residual;
III – necessidade de treinamento especial para reabilitação do paciente;
IV – necessidade de longo período de supervisão, observação e cuidado.
§ 2º As ações e os serviços de vigilância e de controle de doenças e agra-
vos crônicos não transmissíveis incluem:
I – utilização dos meios de comunicação para esclarecer a população so-
bre epidemiologia dessas doenças e agravos, características, sintomas, trata-
mento, formas de prevenção, determinantes e diagnóstico precoce;
II – realização de ações educativas nas redes de ensino e de saúde, nos
locais de trabalho e nos espaços comunitários;
III – elaboração de cadernos técnicos para profissionais das redes públicas
da saúde e da educação;
IV – elaboração de cartilhas e folhetos explicativos para públicos específi-
cos e para a população em geral;
V – organização de seminários, cursos e treinamento para capacitar e
educar, permanentemente, os profissionais de saúde;
VI – garantia de diagnóstico e tratamento das doenças e lesões;
VII – apoio à realização de estudos, pesquisas, análises e outras ativida-
des técnico-científicas relacionadas a essas doenças e agravos.
§ 3º As ações e os serviços a que se refere o caput devem ser dirigidos,
principalmente, às seguintes doenças e agravos:
I – diabetes melito;
II – neoplasias;
III – doença celíaca;
IV – esclerose múltipla;
V – alcoolismo;
VI – tabagismo;
VII – obesidade;
VIII – dislipidemias;
IX – musculoesqueléticas;

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X – reumáticas;
XI – respiratórias crônicas;
XII – da coluna vertebral;
XIII – do aparelho circulatório.

Seção VII
Do Controle de Doenças Ocasionadas por Exposição à Radiação

Art. 105. Compete ao Poder Público realizar ações e serviços de preven-


ção, vigilância, controle, diagnóstico e tratamento de doenças ocasionadas
por exposição à radiação.
Art. 106. Os estabelecimentos que utilizam substâncias e equipamentos
geradores de radiação ionizante devem atender às exigências da legislação
federal e distrital específica.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 107. Os estabelecimentos de saúde que realizam serviços de medi-
cina nuclear devem desenvolver suas atividades de acordo com os requisitos
estabelecidos na legislação e em normas técnicas específicas.

Seção VIII
Da Vigilância e do Controle de Violências e Acidentes

Art. 108. Compete ao Poder Público do Distrito Federal assegurar a rea-


lização de ações e serviços de proteção, prevenção, vigilância e controle de
violências e acidentes.
Parágrafo único. As ações e serviços a que se refere o caput abrangem:
I – campanhas educativas;
II – criação de centrais para receber denúncias sobre violência de trânsito,
escolar e doméstica;

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III – divulgação periódica de levantamentos estatísticos sobre aciden-


tes de trânsito e domésticos mais frequentes, bem como sobre o perfil dos
acidentados;
IV – levantamento e divulgação das principais causas dos acidentes de
trânsito e domésticos;
V – resgate e atendimento das vítimas de acidentes de trânsito e domésticos;
VI – assistência multiprofissional às vítimas de acidentes de trânsito, às
vítimas de violência e de acidentes domésticos, bem como a seus familiares;
VII – promoção e incentivo da solidariedade humana em relação às víti-
mas de violência e acidente de trânsito, escolar e doméstico.
Art. 109. Os bancos de dados de caráter público sobre violência devem
ser integrados para subsidiar o planejamento e a promoção de políticas públi-
cas para redução e controle da violência.
Art. 110. Os estabelecimentos de saúde públicos e privados, bem como
os profissionais liberais, são obrigados a notificar aos órgãos de vigilância
em saúde do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal os atendimentos
a pessoas com diagnóstico de violência escolar e doméstica, assim como as
tentativas de suicídio.
Parágrafo único. Os estabelecimentos de saúde que prestam serviços de
urgência e de emergência são obrigados a proceder à notificação compulsória
de todos os casos suspeitos ou confirmados de violência contra a pessoa hu-
mana em todo o ciclo de vida, conforme legislação e normas técnicas vigentes.
Art. 111. As pessoas em situação de violência têm direito a acompa-
nhamento médico e psicológico, bem como à assistência social, por meio de
serviço especializado no atendimento à pessoa em situação de violência ou
tentativa de suicídio.
Art. 112. É assegurado à vítima de violência sexual o direito à informação
e o acesso ao tratamento e a medidas preventivas em no máximo setenta e
duas horas.

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Art. 113. Compete ao Sistema Único de Saúde do Distrito Federal realizar


ações e serviços de atendimento pré- hospitalar a traumas.
Parágrafo único. As ações e os serviços de atendimento pré-hospitalar
destinam-se a socorrer vítimas de acidentes de trânsito, de desabamentos e
de outros que causem danos que necessitem de atendimento emergencial ou
transporte imediato para tratamento traumatológico, para reduzir mortalida-
de e sequelas.

CAPÍTULO III
DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 114. Compete ao Poder Público do Distrito Federal, por meio do Sis-
tema Único de Saúde, realizar ações e serviços de vigilância sanitária dirigi-
dos a estabelecimentos, produtos, serviços, ambientes e processos de traba-
lho que se relacionem, direta ou indiretamente, com a saúde dos indivíduos
e da população em geral.
Art. 115. A vigilância sanitária compreende as seguintes ações:
I – controle de bens e de produtos de consumo que se relacionem com a
saúde, incluídas todas as etapas e processos;
II – controle de transporte, armazenamento, comercialização e utilização
de produtos de interesse para a saúde;
III – controle da prestação de serviços que se relacionem, direta ou indi-
retamente, com a saúde;
IV – controle das condições sanitárias de estabelecimentos, locais e am-
bientes de trabalho.
Art. 116. As atividades e os serviços de vigilância sanitária são de respon-
sabilidade do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal, por meio do órgão
de vigilância sanitária e, entre outros, visam a:

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I – monitorar e fazer cumprir padrões de identidade e de qualidade de


produtos, serviços, processos e ambientes de trabalho;
II – conceder licença sanitária para funcionamento de estabelecimentos
de interesse direto ou indireto para a saúde;
III – participar da execução e do controle das ações sobre meio ambien-
te em relação à proteção da saúde e à qualidade de vida e do ambiente
de trabalho;
IV – manter instalações especiais para armazenamento temporário de
bens e produtos apreendidos por meio de ação fiscal;
V – estabelecer e coordenar fluxo de informações de interesse para a vi-
gilância sanitária, assim como analisar sistematicamente os indicadores sani-
tários no Distrito Federal;
VI – desenvolver e acompanhar programa de educação permanente volta-
do para os trabalhadores da vigilância sanitária;
VII – fomentar e realizar estudos e pesquisas na área da vigilância sanitária;
VIII – receber denúncias por meio telefônico ou por outro meio disponível;
IX – promover eventos de intercâmbio e articulação na área de conheci-
mento da vigilância sanitária;
X – promover a participação do consumidor e do usuário nas ações de
educação em saúde e vigilância sanitária;
XI – difundir informações de interesse para a saúde pública aos diferentes
segmentos da sociedade;
XII – (VETADO).
Parágrafo único. Estão sujeitos às ações de vigilância sanitária:
I – os estabelecimentos e as instituições públicas ou privadas localizados
no Distrito Federal que atuem em qualquer etapa de produção, consumo ou
uso de produtos, utensílios e equipamentos que estejam, de forma direta ou
indireta, vinculados à saúde pública ou individual, bem como na prestação de
serviços relacionados com a saúde, conforme regulamentação desta Lei;

312
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II – os produtos de interesse para a saúde que estão em trânsito ou


depositados em armazéns, empresas transportadoras, distribuidores ou re-
presentantes.
Art. 117. Para obter alvará de construção, complementação, reforma ou
ampliação dos estabelecimentos de saúde e de interesse para a saúde, o
projeto físico da obra deve ser avaliado e aprovado pelo órgão de vigilância
sanitária do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal, conforme regula-
mentação desta lei.
Art. 118. É obrigatória a licença sanitária para o funcionamento dos es-
tabelecimentos de saúde e de interesse para a saúde considerados de alto
risco sanitário, sem prejuízo de outras exigências legais. (Artigo alterado(a)
pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
§ 1º A classificação das atividades econômicas em alto e baixo risco sa-
nitário será definida pelo órgão de vigilância sanitária do Distrito Federal, de
acordo com a Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE. (Pará-
grafo alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
§ 2º A licença sanitária é emitida pelo órgão de vigilância sanitária do Sis-
tema Único de Saúde do Distrito Federal e tem validade de 1 ano, ressalvada
a competência da autoridade sanitária para sua revogação, se constatada,
mediante inspeção sanitária, alguma irregularidade no exercício da atividade.
(Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
§ 3º A renovação anual da licença sanitária dá-se conforme previsto em
legislação e normas técnicas específicas. (Parágrafo alterado(a) pelo(a) Lei n.
5547 de 06/10/2015)
§ 4º As atividades econômicas classificadas em baixo risco sanitário são
licenciadas, com validade de 3 anos, de forma unificada com os demais ór-
gãos fiscalizadores do Distrito Federal definida em lei. (Parágrafo acrescido(a)
pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)

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Conhecimentos Específicos - Agente de Vigilância Ambiental em Saúde (AVAS)

§ 5º As infrações, as penalidades, os procedimentos e o processo admi-


nistrativo sanitário são regidos pelo disposto na Lei federal n. 6.437, de 20 de
agosto de 1977. (Parágrafo acrescido(a) pelo(a) Lei n. 5547 de 06/10/2015)
Art. 119. Os estabelecimentos de interesse para a saúde e de prestação
de serviços de saúde são obrigados a divulgar aos consumidores o número
do telefone do órgão de vigilância sanitária do Sistema Único de Saúde do
Distrito Federal, para recebimento de denúncias.
Parágrafo único. A forma de divulgação do número de telefone de que trata
o caput deve permitir fácil e imediata verificação pelo usuário ou consumidor.
Art. 120. Os veículos que transportam produtos de interesse para a saúde
devem ser cadastrados no órgão de vigilância sanitária e atender às exigências
das normas técnicas de controle sanitário, conforme regulamentação desta Lei.
Art. 121. É responsabilidade dos proprietários e dos responsáveis pelos
imóveis industriais, comerciais e residenciais a execução de melhoria neces-
sária ao cumprimento do disposto nesta Lei e na legislação federal e distrital
pertinente.
Parágrafo único. Compete aos órgãos de vigilância do Sistema Único de
Saúde do Distrito Federal a fiscalização do disposto no caput.
Art. 122. (VETADO).

Seção II
Dos Estabelecimentos de Trabalho

Art. 123. É condição mínima para funcionamento de estabelecimentos de


trabalho e de instituições públicas ou privadas estabelecidas no Distrito Fede-
ral possuir estrutura compatível com a atividade desenvolvida, com os pro-
cessos adotados e as condições do trabalho, nos termos da legislação vigente.
Parágrafo único. As demais obrigações aplicáveis aos estabelecimentos
de trabalho e instituições públicas ou privadas são definidas no regulamento
desta Lei.

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Subseção I
Dos Estabelecimentos de Produtos Alimentícios e Congêneres

Art. 124. Para avaliar as condições de funcionamento dos estabeleci-


mentos de produtos alimentícios e congêneres, a autoridade sanitária deve
observar os aspectos referentes a boas práticas, condições ambientais, sa-
neamento, instalações, pessoal, equipamentos, utensílios, procedimentos,
processamento, armazenagem, transporte, exposição à venda, comercializa-
ção, uso de novas tecnologias, notificação, registro e meios de controle dos
riscos à saúde do trabalhador.
Art. 126. Compete ao órgão de vigilância sanitária do Sistema Único
de Saúde do Distrito Federal elaborar normas para classificação e indicação
dos requisitos necessários aos estabelecimentos de produtos alimentícios e
congêneres.
Art. 127. É obrigatória a implementação de boas práticas pelos estabe-
lecimentos que realizam atividades descritas no art. 124, conforme disposto
em norma do órgão de vigilância sanitária do Sistema Único de Saúde do
Distrito Federal.

Subseção II
Dos Estabelecimentos de Produtos Farmacêuticos e Correlatos

Art. 128. É obrigatória licença sanitária para o funcionamento dos esta-


belecimentos de produtos farmacêuticos e correlatos.
Art. 129. Para avaliar as condições de funcionamento dos estabeleci-
mentos de produtos farmacêuticos e correlatos, a autoridade sanitária deve
observar aspectos referentes a boas práticas, condições ambientais, sanea-
mento, instalações, pessoal, equipamentos, utensílios, procedimentos, pro-
cessamento, armazenagem, transporte, exposição à venda, comercialização,
registro e meios de controle dos riscos à saúde do trabalhador.

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Art. 130. Os veículos de transporte de produtos farmacêuticos e correla-


tos devem possuir cadastro no órgão de vigilância sanitária do Sistema Único
de Saúde do Distrito Federal, atualizado anualmente após vistoria sanitária,
conforme disciplinado na regulamentação desta Lei.
Art. 131. Os estabelecimentos que realizam atividades de produção, fa-
bricação, preparo, transformação, manipulação, fracionamento, distribuição,
depósito, armazenamento, transporte, importação, exportação, reexporta-
ção, dispensação, venda, troca, aplicação, entrega ou uso, para qualquer fim,
de produtos ou substâncias entorpecentes ou que causem dependência física
ou psíquica, de medicamentos e demais produtos que as contenham, devem
possuir ambiente protegido e seguro, de acesso controlado, para guardar
substâncias e produtos, sem prejuízo das demais exigências previstas em
normas técnicas e legislação específica.
Art. 132. As farmácias e drogarias devem ter plantão, em sistema de ro-
dízio, para atendimento ininterrupto da comunidade, conforme as normas da
vigilância sanitária e da legislação específica.
Art. 133. Os serviços de entrega dos estabelecimentos que comercializam
produtos farmacêuticos e correlatos devem observar as normas de acondicio-
namento, transporte, segurança e integridade dos medicamentos estabeleci-
das nesta Lei e na sua regulamentação.

Subseção III
Dos Estabelecimentos que Manipulam Produtos
ou Substâncias Tóxicas

Parágrafo único. O profissional que, em seu processo de trabalho, mani-


pula produtos e substâncias tóxicas ou tem contato com eles deve ser cadas-
trado no órgão de vigilância sanitária.
Art. 135. Compete ao Poder Público do Distrito Federal, sem prejuízo
de outras atribuições legais e regulamentares, desenvolver ações neces-
sárias para:

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I – fiscalizar e controlar as condições de segurança e de higiene do traba-


lho dos estabelecimentos e as condições de saúde das pessoas que entrem
em contato com produtos ou substâncias tóxicas;
II – realizar estudos epidemiológicos, inclusive relativos a morbimortalida-
de e malformação congênita de origem ocupacional, para identificar proble-
mas de saúde relacionados com produtos e substâncias tóxicas;
III – manter serviço especializado de atendimento e informações to-
xicológicas;
IV – manter cadastro e monitorar estabelecimentos e trabalhadores que
atuam na prestação de serviço de aplicação de produtos e substâncias tóxi-
cas, conforme disposto na regulamentação desta Lei;
V – fiscalizar para evitar a contaminação ambiental por produtos ou subs-
tâncias tóxicas;
VI – fiscalizar as condições de armazenamento, a comercialização, o trans-
porte, a utilização, a prestação de serviços e a disposição final de resíduos e
das embalagens de produtos e substâncias tóxicas, incluídas aquelas apreen-
didas ou interditadas pela ação de controle sanitário;
VII – definir as vias locais permitidas e vedadas para transporte de produ-
tos e substâncias tóxicas;
VIII – desenvolver ações educativas, de divulgação e de esclarecimento,
para reduzir os efeitos prejudiciais e prevenir acidentes advindos de ativida-
des relacionadas a produtos e substâncias tóxicas.
Art. 136. A destinação final de produtos e substâncias tóxicas proibidas,
vencidas, em desuso, apreendidas ou interditadas por ação de controle sani-
tário é de responsabilidade das indústrias produtoras, formuladoras ou mani-
puladoras ou do estabelecimento comercial ou prestador de serviço, confor-
me disposto nesta Lei, na sua regulamentação e na legislação específica.

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Art. 137. A comercialização de agrotóxicos, de seus componentes e de


produtos afins para fins agronômicos deve ser realizada por meio de recei-
tuário próprio, prescrito por profissional legalmente habilitado e inscrito no
conselho profissional.
Parágrafo único. O Poder Público do Distrito Federal deve manter disponí-
veis aos produtores agrícolas locais orientações quanto à substituição gradati-
va, seletiva e priorizada de agrotóxicos, seus componentes e afins por outros
insumos, baseados em tecnologia, modelo de gestão e manejo compatíveis
com a saúde ambiental.

Subseção IV
Dos Prestadores de Serviços Veterinários e Congêneres

Subseção V
Dos Estabelecimentos de Hospedagem e Congêneres

Art. 139. São considerados estabelecimentos de hospedagem os destina-


dos a proporcionar, com ou sem remuneração, acolhimento, serviços comple-
mentares e apoio aos hóspedes.
Parágrafo único. Roupas, utensílios, quando não forem de uso único, e
instalações dos estabelecimentos a que se refere o caput devem ser limpos e
desinfetados, nos termos da regulamentação desta Lei.
Art. 140. Em estabelecimentos de hospedagem, somente poderão ser
instalados escritórios, consultórios, estúdios profissionais ou atividades co-
merciais se não prejudicarem a saúde, o bem-estar, a segurança e o sossego
dos hóspedes.
Art. 142. Os motéis manterão à disposição dos usuários preservativos
e materiais informativos destinados à prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis.

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Subseção VI
Dos Estabelecimentos de Ensino

Art. 143. Os estabelecimentos de ensino, além de outras disposições des-


ta Lei e de sua regulamentação que lhes forem aplicáveis, devem:
I – ser dotados de instalações e mobiliários adaptados aos usuários de
modo que lhes estimulem o desenvolvimento físico e mental, e obedecer aos
requisitos de segurança, limpeza e conservação dos equipamentos, instala-
ções e ambientes;
II – (VETADO).
Art. 144. Os estabelecimentos de ensino que possuam berçário devem
ter lactário, fraldário e solário que obedeçam aos requisitos estabelecidos na
legislação específica.
Art. 145. As instalações de cozinhas, copas, lavanderias e parques aquá-
ticos nos estabelecimentos de ensino devem obedecer às normas técnicas e
à legislação específica.
Art. 146. (VETADO).
Art. 147. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio do Dis-
trito Federal, é obrigatória a abordagem dos temas: drogas que provocam
dependência química ou psíquica, bebidas alcoólicas, cigarros, doenças sexu-
almente transmissíveis e outros de interesse para a saúde pública.

Subseção VII
Dos Estabelecimentos de Esporte, Diversão e Lazer

Art. 148. São considerados estabelecimentos e eventos com atividades


de esporte, diversão e lazer os destinados a atividades físicas, culturais, re-
creativas e similares, individuais ou coletivas, temporárias ou permanentes,
definidas na regulamentação desta Lei.
Art. 149. (VETADO).
Art. 150. (VETADO).

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Art. 151. Em locais de diversão pública temporários ou permanentes, fe-


chados ou abertos, é obrigatória a afixação de cartazes em cada acesso, em
lugar visível, com a indicação da lotação máxima para seu funcionamento.
Art. 152. As casas de diversão, circos ou salas de espetáculo devem ofe-
recer condições adequadas ao uso e lugares reservados para pessoas idosas,
obesas, com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Art. 153. Os estabelecimentos com áreas de lazer infantis devem possuir
instalações sanitárias adequadas e exclusivas para uso de crianças.
Art. 154. Os parques públicos, recreativos, ecológicos ou de uso múltiplo
destinados a esporte, recreação e lazer devem obedecer aos requisitos de se-
gurança, limpeza e conservação dos equipamentos, instalações e ambientes,
conforme estabelecido em normas técnicas dos órgãos de controle sanitário,
de segurança e de meio ambiente.
§ 1º Os parques públicos devem possuir brinquedos adequados a crianças
portadoras de deficiência mental, sensorial ou física, conforme previsto em
legislação específica.
§ 2º Nos brinquedos, deve haver, em local visível, orientação sobre a faixa
etária recomendada para sua utilização.
Art. 155. (VETADO).

Subseção VIII
Dos Serviços de Estética e Cosmética em Geral

Art. 156. São considerados prestadores de serviços de estética e cosméti-


ca os institutos ou salões de beleza, as barbearias, os prestadores de serviços
de podologia ou massoterapia e congêneres.
Art. 158. É proibido utilizar acessórios não descartáveis para processo
mecânico de depilação.

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Subseção IX
Das Instituições de Longa Permanência para Idosos

Art. 159. As instituições de longa permanência para idosos compreendem


os estabelecimentos públicos ou privados destinados a domicílio coletivo de
pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos.
§ 1º Os estabelecimentos a que se refere o caput devem guiar-se pelos
princípios da liberdade, da dignidade e da cidadania no trato com os idosos.
§ 2º Os requisitos para as instalações e as condições para o funcionamen-
to dos estabelecimentos a que se refere o caput são tratadas na regulamen-
tação desta Lei.
Art. 160. Os estabelecimentos a que se refere o art. 159 só podem fun-
cionar com licença sanitária, conforme a regulamentação desta Lei.
Art. 161. A instituição de longa permanência para idosos notificará ime-
diatamente ao órgão de vigilância epidemiológica do Sistema Único de Saúde
do Distrito Federal a ocorrência de quedas, lesões, tentativas de suicídio e
outros eventos definidos na regulamentação desta Lei.
Art. 162. É dever do responsável técnico da instituição monitorar o uso de
medicamentos pelos idosos, respeitado o disposto nesta Lei e na sua regula-
mentação sobre guarda e administração, vedado o estoque de medicamentos
sem prescrição médica.

Subseção X
Dos Estabelecimentos de Serviços Póstumos

Art. 163. Estabelecimentos de serviços póstumos são aqueles públicos ou


privados destinados a atividades de higienização, tanatopraxia, somatocon-
servação, tanatoestética, necromaquiagem, necropsia, inumação, exumação,
transporte, translado, cremação e ornamentação de cadáveres, além de ne-
crotérios, locais de velório, cemitérios e similares.

321
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Art. 164. É exigida a licença sanitária aos estabelecimentos de tanato-


praxia, somatoconservação, transporte e translado de cadáveres, nos termos
da regulamentação desta Lei.
Art. 165. Os serviços funerários realizados pelas agências funerárias in-
cluem as seguintes atividades relacionadas à cerimônia fúnebre:
I – fornecimento de urnas funerárias e decoração de ambiente funerário;
II – ornamentação de cadáver em urna funerária;
III – transporte funerário nacional ou internacional, inclusive de cadáveres
exumados ou embalsamados.
§ 1º Os serviços de ornamentação de cadáver em urna funerária somente
podem ser executados nas salas de ornamentação dos cemitérios, dos ne-
crotérios instalados nos hospitais, das clínicas ou dos serviços de verificação
de óbitos.
§ 2º (VETADO).
Art. 166. Os veículos de transporte de cadáver devem possuir cadastro
no órgão de vigilância sanitária do Sistema Único de Saúde do Distrito Fede-
ral e local destinado à urna fúnebre, revestido de placa metálica ou de outro
material impermeável, para facilitar sua lavagem e desinfecção.
§ 1º O transporte de cadáver que não foi submetido a processo de pre-
servação somente pode ser feito em veículo especialmente destinado a essa
finalidade.
§ 2º O transporte de restos mortais exumados deve ser feito em urna fu-
nerária adequada.
Art. 167. A entrada e a saída de cadáveres do Distrito Federal por via
terrestre, o seu translado e o translado de depósito de restos humanos ou de
suas cinzas só poderão ser realizados se houver os seguintes documentos:
I – certidão de óbito emitida pelo cartório;
II – ata de embalsamamento ou ata de formolização;
III – licença para translação de cadáver, fornecida pela Secretaria de Jus-
tiça do Distrito Federal.

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Art. 168. É proibido o uso de urnas funerárias metálicas ou de madeira


revestidas interna ou externamente de metal à exceção das destinadas a:
I – formolização ou embalsamamento;
II – exumação;
III – mortos em decorrência de contaminação radioativa;
IV – uso apenas para transporte de cadáver, obrigatória a desinfecção
posterior.
§ 1º Além de madeira, outros materiais podem ser utilizados na confec-
ção de urnas funerárias, desde que submetidos à aprovação da autoridade
sanitária.
§ 2º Em caso de mortes em decorrência de contaminação radioativa, além
das disposições constantes nesta Lei, na sua regulamentação e na legislação
federal específica, deve haver supervisão do órgão federal competente.
Art. 169. O prazo mínimo para exumação é de três anos, contados da
data do óbito, e pode ser reduzido quando:
I – tratar-se de crianças com até seis anos de idade;
II – houver avaria no túmulo ou infiltração de água nos carneiros;
III – houver interesse público comprovado, a critério da autoridade
sanitária;
IV – houver determinação judicial.
Parágrafo único. Os restos mortais exumados só são transportados após
autorização da autoridade sanitária competente.
Art. 170. A formolização ou o embalsamamento serão realizados nas se-
guintes situações:
I – se o sepultamento ocorrer depois de vinte e quatro horas do óbito;
II – se o corpo for ser transportado, por via terrestre, para outra localida-
de distante mais que duzentos e cinquenta quilômetros do local onde o corpo
se encontra;
III – se a distância do local para o qual o corpo vá ser transportado, por via
terrestre, for inferior a duzentos e cinquenta quilômetros a critério médico;

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IV – se o corpo for ser transportado, por via aérea, para outra localidade,
independentemente da distância;
V – se o óbito da pessoa cujo corpo vá ser transportado tiver ocorrido por
doença transmissível, independentemente da distância.
Art. 171. Os sepultamentos nos cemitérios do Distrito Federal somente
são permitidos mediante apresentação do original da declaração de óbito e
da respectiva guia de sepultamento, expedida pelo cartório de registro civil.
Art. 172. Os cemitérios são espaços públicos de utilização reservada e
inviolável, onde se realizam as atividades de inumação e exumação de cadá-
veres, livres a todos os cultos religiosos, respeitado o disposto nesta Lei, em
sua regulamentação e na legislação pertinente.
Art. 173. Para obter alvará de construção de cemitérios e crematórios, o
projeto físico deve ser avaliado e aprovado pelo órgão ambiental.
§ 1º Na área tombada do Distrito Federal, os terrenos onde vão ser cons-
truídos os cemitérios e os crematórios devem possuir ainda anuência do ór-
gão responsável pela preservação do patrimônio cultural e histórico do Distri-
to Federal e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.
§ 2º Os cemitérios devem ser construídos em terrenos elevados na con-
travertente das águas que tenham de alimentar cisternas, e ficar isolados por
logradouros públicos, observadas as normas estabelecidas na regulamenta-
ção desta Lei para a instalação de compartimentos.
§ 3º A regulamentação desta Lei dispõe sobre as condições para funciona-
mento de crematórios no Distrito Federal.
Art. 174. Os órgãos de vigilância sanitária podem ordenar a execução
de obras consideradas necessárias ao melhoramento sanitário dos cemité-
rios, assim como a sua interdição temporária ou definitiva, se necessário, por
questões de saúde pública.

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Art. 175. Os túmulos são construídos, à custa dos interessados, de acor-


do com a planta padrão elaborada pelo responsável pelo cemitério, e têm o
número de gavetas determinado no projeto, não podendo a sua construção
prejudicar interesses de terceiros, nem alterar o padrão da superfície.
§ 1º Em cada gaveta, só se inuma um cadáver, à exceção de corpos de
recém-nascidos junto com a mãe e de irmãos gêmeos recém-nascidos.
§ 2º É proibido, nas quadras do cemitério, o trabalho de preparo de pedras
ou de materiais destinados à construção de túmulos.
§ 3º Os materiais remanescentes de obras devem ser imediatamente re-
movidos pelos responsáveis, bem como recomposto o gramado sobre as áre-
as de utilização para sepulturas ou túmulos.
Art. 176. O corpo de pessoa vítima de doença transmissível somente
pode ser inumado após observadas as medidas e as cautelas determinadas
pela autoridade sanitária competente, que deve acompanhar o procedimento.
Parágrafo único. Se houver indícios de que o óbito tenha ocorrido por
doença transmissível, a autoridade sanitária determinará a realização de ne-
cropsia, sem prejuízo de outras medidas.
Art. 177. Se a exumação visar à transladação de restos mortais para fora
do Distrito Federal, o interessado apresentará à administração do cemitério
urna confeccionada de acordo com as normas técnicas aprovadas pelas auto-
ridades sanitárias.
Art. 178. A exumação e o ressepultamento devem ser registrados em
livro próprio e em base informatizada.
Art. 179. A cremação de cadáver é permitida quando preenchidas as se-
guintes condições:
I – àquele que houver manifestado a vontade de ser incinerado;
II – no interesse da saúde pública, com o atestado de óbito assinado por
dois médicos.
§ 1º Em caso de morte violenta, é exigida autorização judicial.

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§ 2º A manifestação da vontade deve ser provada mediante documento


subscrito pela pessoa falecida ou declaração escrita de cônjuge, pai, mãe,
filho ou irmão, atestando que em vida expressou tal desejo.

Seção III
Dos Estabelecimentos de Saúde

Subseção I
Das Disposições Preliminares

Art. 180. Para obter alvará de construção, complementação, reforma ou


ampliação de estabelecimentos de saúde, é exigida a aprovação do projeto
físico da obra pelo órgão de vigilância sanitária do Sistema Único de Saúde do
Distrito Federal, conforme norma técnica da vigilância sanitária.
Art. 181. Os estabelecimentos de saúde públicos e privados, sem prejuízo
de outras exigências legais, são obrigados a:
I – manter atualizadas as informações no Sistema do Cadastro Nacional
de Estabelecimentos de Saúde;
II – ter programa de manutenção periódica de equipamentos e manter
acessíveis à autoridade sanitária os registros de calibração e de manutenções
preventivas e corretivas efetuadas;
III – implementar ações de controle e prevenção de infecções e de even-
tos adversos;
IV – descartar ou submeter à limpeza, à desinfecção ou à esterilização
adequadas instalações físicas, equipamentos, utensílios, instrumentos e rou-
pas sujeitos a contato com fluido orgânico de usuário;
V – adotar procedimentos adequados para geração, acondicionamento,
fluxo, transporte, armazenamento, destino final e demais situações relacio-
nadas com resíduos de serviços de saúde;

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VI – adotar procedimentos, conforme normas técnicas da vigilância sa-


nitária e demais órgãos de controle do meio ambiente, para o descarte de
resíduos contaminados, inclusive os mercuriais;
VII – manter utensílios, instrumentos e roupas em número compatível
com o de pessoas atendidas;
VIII – submeter à limpeza e descontaminação adequadas equipamentos e
instalações físicas sujeitos a contato com produtos perigosos;
IX – manter controle e registro de medicamentos ou substâncias psico-
trópicas ou sob regime de controle especial, na forma prevista nesta Lei e na
sua regulamentação;
X – dispor, se for o caso, de:
a) local com condições adequadas de temperatura, luminosidade, ventila-
ção, umidade e segurança para guarda de medicamentos, produtos biológi-
cos, reagentes, soluções e correlatos;
b) armário, cofre ou local fechado, onde devem ser mantidos medicamen-
tos e substâncias sob controle;
XI – possuir ambientes, instalações e equipamentos destinados a serviços
de cozinha, refeitório, lavanderia, necrotério e demais serviços de apoio logís-
tico, bem como seus anexos, em conformidade com as exigências desta Lei,
de seu regulamento e da legislação federal pertinente;
XII – atuar de acordo com os manuais de procedimentos operacionais pa-
dronizados e as normas de controle de qualidade, atualizados periodicamen-
te, revisados e disponíveis aos funcionários.
Parágrafo único. Os estabelecimentos com mais de trezentos trabalhado-
res devem possuir local para refeição, conforme normas técnicas da vigilância
sanitária e do trabalho.
Art. 182. As lavanderias dos estabelecimentos de saúde ou as prestado-
ras de serviço a estabelecimento de saúde devem observar normas específi-
cas para construção e operação, sem prejuízo das demais exigências legais.

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Art. 183. O equipamento de saúde em utilização deve receber manuten-


ção e calibração periódicas, definidas na regulamentação desta Lei, sem pre-
juízo das instruções do fabricante e de outros requisitos de segurança.
§ 1º São responsáveis, solidariamente, pelo funcionamento adequado dos
equipamentos:
I – o técnico encarregado de implementar programa de manutenção pre-
ventiva de equipamentos utilizados em procedimentos de diagnóstico e de
tratamento pelo estabelecimento de saúde;
II – o proprietário dos estabelecimentos, que deve garantir a compra do
equipamento adequado, a instalação, a manutenção permanente e os reparos;
III – o fabricante, que deve prover certificado de garantia, manual de
instalação e operacionalização dos equipamentos, especificações técnicas e
assistência técnica permanente;
IV – a rede de assistência técnica, que deve informar as condições de fun-
cionamento dos equipamentos, conforme estabelecido no inciso III.
§ 2º Os equipamentos de saúde, se não estiverem em perfeitas condições
de uso, deverão estar fora da área de atendimento ou, se a remoção for im-
possível, exibir aviso inequívoco de proibição de uso.
§ 3º Os trabalhadores que realizam manutenção de equipamentos, além
de treinamento específico, devem ser submetidos a treinamento continuado.
Art. 184. Os veículos de transporte aéreo, rodoviário ou ferroviário de
atendimento emergencial, remoção e resgate de pacientes devem ser cadas-
trados no órgão de vigilância sanitária do Sistema Único de Saúde do Distrito
Federal, observadas as normas técnicas da vigilância sanitária.
Parágrafo único. O cadastro dos veículos a que se refere o caput deve ser
renovado anualmente, e o documento cadastral somente é liberado após ins-
peção sanitária.

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Art. 185. Os estabelecimentos de saúde que utilizam equipamentos ele-


troeletrônicos de importância vital aos pacientes devem possuir sistema de ali-
mentação de emergência capaz de fornecer energia elétrica em caso de inter-
rupções, conforme a regulamentação desta Lei e a legislação federal pertinente.
Art. 186. Os estabelecimentos de saúde que utilizam gases medicinais
devem atender as exigências das normas técnicas e da legislação específica.
Art. 187. Os estabelecimentos hospitalares e congêneres que tratam de
doenças transmissíveis devem dispor de área exclusiva para isolamento na
unidade de internação de doentes ou suspeitos de doença transmissível, se-
gundo o tipo de infecção.
Art. 188. É obrigação do responsável técnico comunicar ao órgão de vigi-
lância epidemiológica do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal a insta-
lação, a composição e eventuais alterações da comissão de controle de infec-
ção, manter disponíveis os dados e as informações referentes ao programa
de controle e prevenção de infecção e eventos adversos, bem como apresen-
tá-los sempre que solicitado.
Art. 189. É obrigatório o cadastramento da aquisição de equipamentos ou
fontes irradiadoras e da troca de fontes radioativas ou tubo de equipamentos
de raios X pela unidade de saúde pública ou privada que utiliza equipamentos
de radiação ionizante ou não ionizante, junto ao órgão de vigilância sanitária
do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal.
Parágrafo único. O destino dado aos equipamentos a que se refere o caput
após o término de sua vida útil, sua desativação ou o fechamento da insti-
tuição é comunicado ao órgão de vigilância sanitária para cancelamento da
licença sanitária e do cadastro sanitário de equipamentos, conforme normas
técnicas e legislação específica vigente.
Art. 190. O responsável técnico e o responsável pela unidade de saúde
respondem solidariamente em todas as instâncias e esferas, em caso de des-
cumprimento do disposto no art. 189.

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Art. 191. Os trabalhadores que utilizam equipamentos geradores de ra-


diação estão sujeitos a controle médico periódico, sem prejuízo da realização
de exames especiais em situações acidentais ou emergenciais, conforme pre-
visto na regulamentação desta Lei e na legislação específica.
§ 1º Constitui obrigação do responsável pelo estabelecimento que utiliza
equipamentos geradores de radiação fornecer ao trabalhador as instruções
sobre riscos da exposição e os regulamentos de radioproteção adotados no
estabelecimento.
§ 2º O trabalhador que utiliza equipamentos geradores de radiação no
desempenho das suas funções deve:
I – ter conhecimento dos riscos radiológicos associados ao seu trabalho;
II – estar adequadamente treinado para o desempenho seguro de
suas funções;
III – usar os equipamentos de proteção individual (EPI) necessários à pre-
venção dos riscos a que está exposto.
Art. 192. Os estabelecimentos de saúde que realizam serviços de terapia
antineoplásica, além de outras exigências desta Lei, de sua regulamentação
e da legislação federal específica, devem:
I – possuir equipe multiprofissional especializada na atenção à saúde de
pacientes oncológicos que necessitem de tratamento medicamentoso, e res-
ponsável técnico habilitado em oncologia clínica;
II – possuir farmácia que atenda às boas práticas de preparação de medi-
camentos para terapia antineoplásica;
III – dispor de área para atendimento de emergência médica, conforme
normas técnicas específicas.
Art. 193. Os estabelecimentos de saúde que realizam serviços de medicina
nuclear devem submeter os planos de radioproteção e de gerência dos rejeitos
gerados à aprovação do órgão de vigilância sanitária do Sistema Único de Saú-
de do Distrito Federal, conforme disciplinado em normas técnicas específicas.

330
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Art. 194. O usuário dos estabelecimentos de saúde do Distrito Federal


deve ter atendimento digno, atencioso e respeitoso, sem prejuízo de outras
disposições desta Lei.

Subseção II
Dos Serviços Laboratoriais

Art. 195. São considerados prestadores de serviços laboratoriais os esta-


belecimentos de saúde que realizam a análise de amostras de análises clíni-
cas, de patologia clínica, de hematologia clínica, de anatomia patológica, de
citologia e de outros produtos de interesse para a saúde.
§ 1º Os locais onde são manipulados soluções ou materiais com odores
acentuados, substâncias voláteis e materiais contaminados devem observar
rigorosamente as normas técnicas da vigilância sanitária e ambiental.
§ 2º Produtos, materiais, substâncias, kits e medicamentos reagentes e
saneantes utilizados pelos estabelecimentos de serviços laboratoriais devem
atender às disposições legais sobre registro, conservação, embalagem, acon-
dicionamento, rotulagem, prazo de validade, entre outros aspectos estabele-
cidos em normas técnicas da vigilância sanitária.
Art. 196. Os resíduos sólidos de estabelecimentos laboratoriais devem
ser descartados de acordo com as normas técnicas da vigilância sanitária e
do meio ambiente vigentes.

Subseção III
Dos Estabelecimentos de Assistência Odontológica

Art. 197. Os estabelecimentos de assistência odontológica são os que


realizam serviços de atenção à saúde bucal, com finalidade preventiva, diag-
nóstica, terapêutica ou estética, bem como os voltados a ensino e pesquisa.
Parágrafo único. Os serviços de radiologia odontológica obedecem às normas
técnicas específicas.

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Art. 198. Laboratório de prótese odontológica é o que se destina à con-


fecção de aparelhos de prótese ou órtese na área odontológica ou bucomaxi-
lar, com ou sem fins lucrativos, em obediência às normas técnicas específicas.

Subseção IV
Dos Estabelecimentos de Coleta e Processamento de
Sangue, Componentes e Hemoderivados e de Atenção
Hematológica e Hemoterápica

Art. 199. Os estabelecimentos de coleta e processamento de sangue,


componentes e hemoderivados e de atenção hematológica e hemoterápica
compreendem os que realizam:
I – captação, triagem clínica, laboratorial, sorológica e imunoematológica
e exames laboratoriais do doador e do receptor, coleta, identificação, proces-
samento, estocagem, distribuição, orientação e transfusão, voltados à terapia
ou à pesquisa;
II – orientação, supervisão e indicação da transfusão de sangue, seus
componentes e hemoderivados;
III – procedimentos hemoterápicos especiais, como aféreses, transfusões
autólogas, substituição intrauterina, criobiologia e outros advindos de desen-
volvimento científico e tecnológico, desde que validados por legislação federal
específica;
IV – controle e garantia de qualidade dos procedimentos, equipamentos
reagentes e correlatos;
V – prevenção, diagnóstico e atendimento imediato das reações transfu-
sionais e adversas;
VI – prevenção, triagem diagnóstica e aconselhamento das doenças he-
motransmissíveis;
VII – proteção e orientação do doador inapto e seu encaminhamento às
unidades que promovam reabilitação ou suporte clínico, terapêutico e labora-
torial necessários ao seu bem-estar físico e emocional.

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§ 1º Sangue, componentes e hemoderivados são produtos ou subprodutos


originados do sangue humano venoso, placentário ou de cordão umbilical,
empregados em diagnóstico, prevenção ou tratamento de doenças.
§ 2º O processamento do sangue, seus componentes e hemoderivados,
bem como o controle sorológico e imunoematológico, devem ser realizados
por profissional farmacêutico, médico hemoterapeuta, biomédico ou profis-
sional da área de saúde com nível universitário, habilitados em processos de
produção, garantia e certificação de qualidade em saúde, sob responsabilida-
de de médico hemoterapeuta ou hematologista.
Art. 200. Os estabelecimentos a que se refere o art. 199 estão subordi-
nados ao órgão coordenador de sangue, componentes e hemoderivados do
Distrito Federal responsável por implementar a respectiva política, de acordo
com as normas do SUS.
Art. 201. Os estabelecimentos a que se refere o art. 199 devem estar re-
gistrados no Sistema Nacional de Cadastro de Serviço de Hemoterapia.

Subseção V
Dos Bancos de Células, Tecidos e Órgãos

Art. 202. Os bancos de células, tecidos e órgãos são estabelecimentos


de saúde que realizam serviços de captação, processamento, armazenamen-
to e transporte de células, tecidos e órgãos de procedência humana para
terapia, ensino, pesquisa laboratorial ou ensaio clínico aprovado por comis-
sões de ética.
Parágrafo único. Os bancos a que se refere o caput devem funcionar em
estabelecimentos de saúde autorizados e habilitados pelo Ministério da Saúde
e podem utilizar-lhes a infraestrutura para realizarem procedimentos de cap-
tação, retirada, enxerto ou transplante de tecidos ou órgãos.

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Art. 203. Os bancos de tecidos e órgãos devem atuar sob a coordena-


ção da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Sistema
Único de Saúde do Distrito Federal, conforme legislação e normas técnicas
especificadas em sua estrutura e funcionamento.
§ 1º É responsabilidade dos bancos de tecidos e órgãos e da coordenação
da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Sistema Úni-
co de Saúde do Distrito Federal divulgar informações sobre os fatores primor-
diais e indispensáveis à doação de tecidos e órgãos que serão transplantados.
§ 2º Os bancos de tecidos e órgãos devem estar providos e preparados,
vinte e quatro horas por dia, com os meios necessários para extrair tecidos e
órgãos doados e transportá-los.
Art. 204. Os bancos de sangue de cordão umbilical e placentário devem
estar vinculados a estabelecimentos de saúde que realizam serviços de he-
moterapia ou de transplante de células progenitoras hematopoiéticas.
Art. 205. A doação de sangue de cordão umbilical e placentário deve obe-
decer à legislação e às normas técnicas vigentes.
Art. 206. O banco de sangue de cordão umbilical e placentário deve dispor
de sistema de segurança com monitoração da temperatura dos equipamentos
de armazenagem, alarme que sinaliza mau funcionamento ou temperatura
anormal, bem como instruções de procedimentos corretivos de emergência.
Art. 207. Os bancos de células e tecidos germinativos são estabelecimen-
tos de saúde que selecionam doadores e coletam, transportam, registram,
processam, armazenam, descartam e liberam células e tecidos germinativos
para uso terapêutico.
Parágrafo único. Os bancos a que se refere o caput são vinculados, física,
administrativa e tecnicamente, a serviços especializados em reprodução hu-
mana, exceto se se tratar exclusivamente de banco de sêmen, hipótese em
que a exigência se restringe apenas à vinculação administrativa e técnica a
estabelecimento assistencial de saúde.

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Art. 208. Aos bancos de células e tecidos germinativos, sem prejuízo de


outras disposições desta Lei, de sua regulamentação e da legislação fede-
ral, compete:
I – efetuar e garantir a qualidade da seleção de candidatos à doação de
células e de tecidos germinativos;
II – obter consentimento livre e esclarecido, de acordo com a legisla-
ção vigente;
III – orientar, viabilizar e proceder à coleta, se necessário;
IV – avaliar e processar as células ou tecidos recebidos ou coletados;
V – realizar exames laboratoriais necessários à identificação de possíveis
contraindicações e condições especiais necessárias para sua utilização;
VI – conservar, adequadamente, tecidos e células;
VII – liberar o material preservado para ser utilizado, conforme a legisla-
ção vigente;
VIII – fornecer as informações necessárias sobre a amostra que será uti-
lizada, respeitado o sigilo, cabendo ao médico do paciente a responsabilidade
pela sua utilização;
IX – manter arquivo próprio com dados relativos ao doador, aos documen-
tos de autorização de doação e às amostras doadas, processadas, armazena-
das, descartadas com indicação do motivo ou liberadas para uso terapêutico
reprodutivo, respeitada a legislação vigente, bem como com os dados do
receptor e o resultado do procedimento.
§ 1º O consentimento livre e esclarecido deve ser obtido antes da co-
leta, por escrito, e assinado pelo doador e pelo médico, conforme legisla-
ção vigente.
§ 2º O consentimento livre e esclarecido deve ser redigido em linguagem
clara e compreensível para o leigo e conter, pelo menos:
I – autorização para descartar as amostras que não atenderem aos crité-
rios para armazenamento pelo banco de células e tecidos germinativos ou seu
uso posterior;

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II – autorização para descartar as amostras, exceto pré-embriões, segundo


condições preestabelecidas pelo doador, em caso de doação para uso próprio;
III – autorização para a coleta de sangue do doador para realizar testes
exigidos pela legislação e pelo banco de células e tecidos germinativos;
IV – autorização para transferir os dados sobre a amostra e sobre o doa-
dor para serviços que a utilizarão, garantido o anonimato;
V – autorização para transferir a amostra para o serviço que a utilizará,
garantido o anonimato;
VI – manifestação da concordância em doar ou não o material para proje-
tos de pesquisa que tenham sido previamente aprovados por comitê de ética
em pesquisa do Distrito Federal.
Art. 209. Os candidatos à doação de células e tecidos germinativos para
uso terapêutico em terceiros indivíduos devem obedecer às condições esta-
belecidas na legislação competente.

Subseção VI
Dos Bancos e Postos de Coleta de Leite Humano

Art. 210. Bancos de Leite Humano – BLH são estabelecimentos de saúde


responsáveis por ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento ma-
terno e pela execução de atividades de coleta do excedente de leite mater-
no e sua classificação, processamento, controle de qualidade, estocagem e
distribuição.
Art. 211. O Posto de Coleta de Leite Humano – PCLH é unidade fixa ou
móvel, intra-hospitalar ou extra- hospitalar, vinculada tecnicamente a um
Banco de Leite Humano.
Parágrafo único. É vedada a comercialização dos produtos coletados, pro-
cessados e distribuídos pelo Banco de Leite Humano e pelo Posto de Coleta
de Leite Humano.

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Subseção VII
Dos Serviços de Terapia Renal Substitutiva

Art. 212. Os prestadores de serviços de terapia renal substitutiva são es-


tabelecimentos de saúde que realizam procedimentos nefrológicos.
Parágrafo único. São procedimentos nefrológicos: hemodiálise clássica
com punção única, contínua sem máquina, sequencial com módulo de bicar-
bonato variável de alta permeabilidade e pediátrica; Diálise Peritoneal Inter-
mitente – DPI; Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua – CAPD; ultrafiltração
isolada; plasmaferese; hemoperfusão; hemofiltração arteriovenosa contínua;
hemodiafiltração arteriovenosa; ou outros de eficácia comprovada que ve-
nham a substituí-los.
Art. 213. Os serviços de terapia renal substitutiva devem estar, em sua
estrutura e funcionamento, de acordo com a legislação específica e com as
normas técnicas da vigilância sanitária.
Art. 214. Os serviços de terapia renal substitutiva autônomos extra-hos-
pitalares disporão, conforme normas técnicas do SUS, de hospital de reta-
guarda, localizado em área próxima e de fácil acesso e preparado para dar
assistência a pacientes em situação de emergência.
Parágrafo único. Todo serviço autônomo deve dispor de serviço de remo-
ção de pacientes que atenda aos requisitos da legislação em vigor, para trans-
portar, de imediato, os pacientes em estado grave ao hospital de retaguarda,
assegurando-lhes pronto atendimento.
Art. 215. Os serviços de terapia renal substitutiva devem fazer monitora-
mento da qualidade da água utilizada na preparação de solução para diálise.
Parágrafo único. A água que vá ser utilizada na preparação de solução para
diálise deve ser processada de modo que apresente padrão de qualidade,
de acordo com as normas estabelecidas na legislação e nas normas técnicas
específicas.

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CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE E DA ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE

Art. 216. Compete ao Poder Público do Distrito Federal garantir, por meio
do Sistema Único de Saúde, o acesso às ações e aos serviços de promoção,
proteção, diagnóstico, tratamento e reabilitação da saúde, sem qualquer for-
ma de discriminação.
§ 1º O Sistema Único de Saúde do Distrito Federal deve implementar, de
modo sistêmico e permanente, políticas de atenção integral à saúde das pes-
soas em todas as fases da vida, atendendo às diretrizes, aos princípios e às
normas do SUS.
§ 2º A definição, o planejamento e a implementação de políticas de aten-
ção à saúde do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal devem ser base-
ados em indicadores epidemiológicos e de qualidade de vida e de saúde da
população, bem como ser submetidos à apreciação dos conselhos de saúde
nos respectivos níveis do SUS.
Art. 217. As políticas de atenção integral à saúde da criança e do ado-
lescente devem incluir, sem prejuízo de outras disposições desta Lei e de sua
regulamentação, ações e serviços de prevenção, diagnóstico precoce, trata-
mento oportuno e controle de:
I – doenças infecciosas e parasitárias;
II – desnutrição e doenças nutricionais específicas, especialmente as pro-
teico-calóricas, as anemias ferroprivas, as avitaminoses e o bócio endêmico;
III – sobrepeso e obesidade;
IV – doenças respiratórias agudas;
V – doenças decorrentes de erros do metabolismo do recém-nascido;
VI – malformação congênita e outros problemas genéticos.
§ 1º São promovidos e incentivados estudos, pesquisas e análises sobre a
situação alimentar e nutricional no Distrito Federal.
§ 2º São desenvolvidas ações de prevenção de acidente e violência de
trânsito, escolar, doméstica e sexual.

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Art. 218. É garantido à criança e ao adolescente o acompanhamento de


seu crescimento e desenvolvimento, por meio de abordagem educativa, inte-
gral, humanizada e de qualidade.
Art. 219. Os estabelecimentos de saúde do Distrito Federal que realizam
ações e serviços de atenção ao recém- nascido ficam obrigados a:
I – realizar testes de fenilcetonúria, hipotireoidismo e hemoglobinopatias;
II – realizar exames clínicos para diagnosticar catarata e glaucoma
congênitos;
III – permitir a presença da mãe ou do responsável nos casos de interna-
ção da criança;
IV – orientar os pais ou responsáveis do recém-nascido doente sobre a
assistência necessária.
§ 1º Se os testes a que se refere o inciso I comprovarem alguma anorma-
lidade, o estabelecimento de saúde que realizou a coleta de material deverá
orientar os pais do recém-nascido sobre os cuidados que deverão ser tomados.
§ 2º Se confirmado o diagnóstico de fenilcetonúria, o Sistema Único de
Saúde do Distrito Federal deverá garantir fornecimento do leite adequado ao
recém-nascido pelo período necessário.
§ 3º A realização de cirurgia corretiva nos recém-nascidos portadores de
catarata ou glaucoma congênitos deve obedecer ao prazo máximo de trinta
dias, contados da data de realização dos exames.
§ 4º As famílias dos recém-nascidos que sofram cirurgia corretiva devem
receber relatório dos exames e dos procedimentos realizados, bem como es-
clarecimento e orientação sobre a conduta que será adotada para o caso.
Art. 220. As políticas de atenção integral à saúde da criança devem incluir
ações educativas e preventivas referentes:
I – ao planejamento familiar;
II – ao aleitamento materno;
III – ao aconselhamento genético;
IV – ao acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério;

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V – à nutrição da mulher e da criança;


VI – à identificação e ao controle da gestante e do feto de alto risco;
VII – à imunização;
VIII – às doenças do metabolismo e a seu diagnóstico;
IX – ao diagnóstico e ao tratamento precoce de outras doenças causado-
ras de deficiência.
Art. 221. As políticas de atenção integral à saúde da mulher devem ga-
rantir-lhe o acesso às ações e aos serviços de prevenção, diagnóstico e trata-
mento das patologias ginecológicas e dos distúrbios de reprodução.
§ 1º Às gestantes, parturientes e nutrizes são assegurados os seguin-
tes direitos:
I – atenção integral à saúde;
II – tratamento profilático para prevenir doenças desde a gravidez até o
primeiro ano de vida da criança;
III – atendimento à parturiente realizado, de preferência, pelo médico que
a acompanhou no pré-natal;
IV – condições adequadas ao aleitamento;
V – condições de aleitamento materno adequadas às nutrizes submetidas
a medida de privação da liberdade.
VI – aconselhamento e realização do teste do vírus da imunodeficiência
humana – HIV no início do pré-natal ou, na hora do parto, a todas as gestan-
tes atendidas nas unidades do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal.
§ 2º À mulher grávida portadora de HIV são garantidos os seguintes direitos:
I – acompanhamento pré-natal e acesso gratuito à medicação necessária;
II – atendimento por equipe multiprofissional;
III – opção de realização de laqueadura, conforme decisão tomada duran-
te o acompanhamento pré-natal;
IV – acompanhamento especializado do bebê, filho da mãe soropositiva,
desde o nascimento até os dois anos de vida.

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Art. 222. Os estabelecimentos de saúde que realizam ações e serviços de


atenção à saúde da gestante e da parturiente são obrigados a:
I – manter registro das ações desenvolvidas, por meio de prontuários in-
dividuais, pelo prazo estabelecido na regulamentação desta Lei;
II – identificar os partos, mediante obtenção de impressão plantar do
recém-nascido e da digital da mãe, sem prejuízo de outros procedimentos
definidos em normas técnicas e na legislação específica;
III – proceder a exames da gestação voltados a diagnóstico, terapêutica
e aconselhamento de doenças decorrentes de erros do metabolismo do re-
cém-nascido;
IV – orientar os pais sobre possíveis malformações congênitas e outros
problemas genéticos;
V – fornecer à parturiente ou ao responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento em que devem constar as intercorrências do parto
e do desenvolvimento do neonato;
VI – assegurar alojamento conjunto, de modo que o neonato permaneça
com a mãe.
§ 1º Os hospitais ou congêneres que mantenham serviços de maternidade
devem dispor de compartimentos destinados a:
I – centro obstétrico;
II – unidade de internação com quarto ou enfermaria para pacientes in-
fectadas, em isolamento;
III – unidade de berçário;
IV – unidade de terapia intensiva – UTI.
§ 2º Nos estabelecimentos que não disponham de unidade de tratamen-
to intensivo, é obrigatória a instalação de enfermaria de recuperação anexa
ao centro cirúrgico, ao centro obstétrico e ao berçário, ficando assegurado
o transporte e a vaga em UTI para o neonatal com necessidade de terapia
intensiva.

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Art. 223. As políticas de atenção integral à saúde das pessoas idosas e


das pessoas com deficiência devem, sem prejuízo de outras previstas em le-
gislação específica, assegurar acesso a ações e serviços de prevenção, diag-
nóstico, tratamento e reabilitação da saúde.
Parágrafo único. O cartão de saúde do idoso e da pessoa com deficiên-
cia deve conter a sua identificação e de seu responsável, bem como outras
informações que orientem os profissionais de saúde sobre o tratamento em
emergências.
Art. 224. A pessoa que apresenta deficiência diagnosticada deve ser be-
neficiada pela reabilitação para melhorar seu estado físico, mental ou senso-
rial, com vistas à sua integração educativa, laboral ou social.
§ 1º É parte integrante da reabilitação o provimento de medicamentos e
outros insumos necessários para favorecer a estabilidade clínica e funcional,
reduzir a incapacidade, promover a reeducação funcional e controlar as lesões.
§ 2º O atendimento domiciliar de saúde em casos de deficiência grave está
incluído no processo de tratamento e reabilitação de pessoas portadoras de
deficiência quando necessário.
Art. 225. As políticas de atenção à saúde mental devem, sem prejuízo de
outras previstas em lei, assegurar o acesso de todos às ações e aos serviços
de promoção e proteção à saúde mental, por meio de:
I – tratamento humanitário e respeitoso, sem discriminação de qual-
quer natureza;
II – proteção contra qualquer forma de exploração;
III – acesso aos recursos terapêuticos e assistenciais indispensáveis à sua
recuperação;
IV – integração à sociedade por intermédio de projetos com a comunidade;
V – acesso às informações sobre a saúde e o tratamento prescrito.
§ 1º No tratamento e na reabilitação, devem ser adotados procedimentos
terapêuticos que visem à reinserção do paciente na sociedade e na família,
com prioridade para as ações extra-hospitalares.

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§ 2º Para implementar políticas de atenção à saúde mental, o Sistema


Único de Saúde do Distrito Federal pode firmar parcerias com entidades das
redes sociais de proteção a dependentes de substâncias psicoativas, confor-
me legislação específica vigente.
Art. 226. A admissão e a permanência de pessoas com transtornos men-
tais em comunidades terapêuticas estão condicionadas ao atendimento da
legislação específica.

CAPÍTULO V
DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

Art. 227. Vigilância em saúde do trabalhador é um conjunto de ações


contínuas e sistemáticas destinadas a identificar, pesquisar, conhecer, anali-
sar, prevenir, diminuir ou eliminar riscos à saúde do trabalhador, bem como
destinadas a promover a atenção à saúde dos trabalhadores e a intervir nas
questões relacionadas aos processos e aos ambientes de trabalho em seus
aspectos tecnológicos, sociais, organizacionais e epidemiológicos.
Art. 228. Compete ao Poder Público do Distrito Federal, por meio do Sis-
tema Único de Saúde, realizar ações e serviços de vigilância em saúde do
trabalhador, conforme previsto em normas técnicas do SUS.
Art. 229. A atenção integral à saúde do trabalhador reúne o conjunto de
ações destinadas a assistência, recuperação e reabilitação da saúde do traba-
lhador submetido a riscos e agravos advindos das condições e dos processos
de trabalho.
Parágrafo único. Para cumprir os objetivos previstos no caput, deve-se
promover integração entre as áreas de saúde, previdência e trabalho, para
dar mais resolubilidade às ações de saúde do trabalhador, sobretudo ao flu-
xo de informações e à identificação do nexo causal relacionado à saúde e ao
processo de trabalho.

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Art. 230. Os estabelecimentos especializados em saúde e segurança do


trabalho devem possuir licença sanitária e responsável técnico, conforme a
legislação pertinente e a regulamentação desta Lei.
Art. 231. Os estabelecimentos e os profissionais de saúde que prestam
assistência aos acidentados e aos doentes do trabalho devem notificar esses
casos aos órgãos de vigilância da saúde do Distrito Federal.
Art. 232. Na ausência de legislação específica à preservação da saúde do
trabalhador, devem ser adotados regulamentos e normas estabelecidos por
órgãos e entidades de notório saber e idoneidade, como a Associação Brasi-
leira de Normas Técnicas – ABNT, a Organização Mundial de Saúde – OMS, a
Organização Internacional do Trabalho – OIT, entre outras.
XLVI – armazenar produtos químicos, agrotóxicos, seus componentes e
afins em desobediência às condições de segurança e a outras exigências pre-
vistas em lei, quando houver risco à saúde humana e ao meio ambiente: pe-
nas previstas no art. 237, I, II, III, IV, V, VI, X, XI, XV e XVI;
XLVII – deixar de cumprir as exigências desta Lei e de sua regulamentação
em relação à vigilância em saúde do trabalhador aquele que tiver o dever le-
gal de fazê-lo: penas previstas no art. 237, I, II, III, IX, X, XII, XIII, XV e XVI.

Seção I

§ 3º Se o infrator for analfabeto ou incapaz de assinar o termo ou outro


documento, será assinado a rogo na presença de duas testemunhas ou, na
falta delas, será feita a ressalva pela autoridade autuante.

TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 269. (VETADO).


Art. 270. (VETADO).

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Art. 271. O Poder Executivo do Distrito Federal regulamentará os disposi-


tivos desta Lei no prazo de trezentos e sessenta dias, a contar de sua vigência.
Art. 272. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 6 de março de 2014 126º da República e 54º de Brasília


AGNELO QUEIROZ

Este texto não substitui o publicado no DODF n. 48 de 07/03/2014


p. 2, col. 1

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