Você está na página 1de 91

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: nantes, entre outros, a alimentação, a mora-


dia, o saneamento básico, o meio ambiente, o
trabalho, a renda, a educação, a atividade físi-
ca, o transporte, o lazer e o acesso aos bens
e serviços essenciais. (Redação dada
pela Lei nº 12.864, de 2013)

Parágrafo único. Dizem respeito também


à saúde as ações que, por força do disposto
no artigo anterior, se destinam a garantir às
pessoas e à coletividade condições de bem-
estar físico, mental e social.

TÍTULO II

DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 4º O conjunto de ações e serviços de


saúde, prestados por órgãos e instituições
públicas federais, estaduais e municipais, da
Administração direta e indireta e das funda-
Leis orgânicas da saúde nº 8.080/90 ções mantidas pelo Poder Público, constitui o
:
e nº 8.142/90. Sistema Único de Saúde (SUS).

§ 1º Estão incluídas no disposto neste ar-


tigo as instituições públicas federais, estadu-
Lei 8.080/90
ais e municipais de controle de qualidade,
pesquisa e produção de insumos, medicamen-
TÍTULO I
tos, inclusive de sangue e hemoderivados, e
de equipamentos para saúde.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2º A iniciativa privada poderá participar
Art. 2º A saúde é um direito fundamental
do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter
do ser humano, devendo o Estado prover as
complementar.
condições indispensáveis ao seu pleno exer-
cício.
CAPÍTULO I
§ 1º O dever do Estado de garantir a sa-
Dos Objetivos e Atribuições
úde consiste na formulação e execução de
políticas econômicas e sociais que visem à
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de
redução de riscos de doenças e de outros
Saúde SUS:
agravos e no estabelecimento de condições
que assegurem acesso universal e igualitário
I - a identificação e divulgação dos fato-
às ações e aos serviços para a sua promoção,
res condicionantes e determinantes da saúde;
proteção e recuperação.
II - a formulação de política de saúde
§ 2º O dever do Estado não exclui o das
destinada a promover, nos campos econômico
pessoas, da família, das empresas e da soci-
e social, a observância do disposto no § 1º do
edade.
art. 2º desta lei;
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a
III - a assistência às pessoas por inter-
organização social e econômica do País, ten-
médio de ações de promoção, proteção e re-
do a saúde como determinantes e condicio-
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
cuperação da saúde, com a realização inte- XI - a formulação e execução da política
grada das ações assistenciais e das ativida- de sangue e seus derivados.
des preventivas.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de um conjunto de ações capaz de eliminar, di-
atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): minuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir
nos problemas sanitários decorrentes do meio
I - a execução de ações: ambiente, da produção e circulação de bens e
da prestação de serviços de interesse da saú-
a) de vigilância sanitária; de, abrangendo:

b) de vigilância epidemiológica; I - o controle de bens de consumo que,


direta ou indiretamente, se relacionem com a
c) de saúde do trabalhador; e saúde, compreendidas todas as etapas e pro-
cessos, da produção ao consumo; e
d) de assistência terapêutica integral, in-
clusive farmacêutica; II - o controle da prestação de serviços
que se relacionam direta ou indiretamente
II - a participação na formulação da políti- com a saúde.
ca e na execução de ações de saneamento
básico; § 2º Entende-se por vigilância epidemio-
lógica um conjunto de ações que proporcio-
III - a ordenação da formação de recur- nam o conhecimento, a detecção ou preven-
sos humanos na área de saúde; ção de qualquer mudança nos fatores deter-
minantes e condicionantes de saúde individual
IV - a vigilância nutricional e a orientação ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
alimentar; adotar as medidas de prevenção e controle
das doenças ou agravos.
V - a colaboração na proteção do meio
ambiente, nele compreendido o do trabalho; § 3º Entende-se por saúde do trabalha-
dor, para fins desta lei, um conjunto de ativi-
VI - a formulação da política de medica- dades que se destina, através das ações de
mentos, equipamentos, imunobiológicos e ou- vigilância epidemiológica e vigilância sanitária,
tros insumos de interesse para a saúde e a à promoção e proteção da saúde dos traba-
participação na sua produção; lhadores, assim como visa à recuperação e
reabilitação da saúde dos trabalhadores sub-
VII - o controle e a fiscalização de servi- metidos aos riscos e agravos advindos das
ços, produtos e substâncias de interesse para condições de trabalho, abrangendo:
a saúde;
I - assistência ao trabalhador vítima de
VIII - a fiscalização e a inspeção de ali- acidentes de trabalho ou portador de doença
mentos, água e bebidas para consumo huma- profissional e do trabalho;
no;
II - participação, no âmbito de competên-
IX - a participação no controle e na fisca- cia do Sistema Único de Saúde (SUS), em
lização da produção, transporte, guarda e uti- estudos, pesquisas, avaliação e controle dos
lização de substâncias e produtos psicoativos, riscos e agravos potenciais à saúde existentes
tóxicos e radioativos; no processo de trabalho;

X - o incremento, em sua área de atua- III - participação, no âmbito de compe-


ção, do desenvolvimento científico e tecnoló- tência do Sistema Único de Saúde (SUS), da
gico; normatização, fiscalização e controle das con-
dições de produção, extração, armazenamen-
to, transporte, distribuição e manuseio de

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
substâncias, de produtos, de máquinas e de III - preservação da autonomia das pes-
equipamentos que apresentam riscos à saúde soas na defesa de sua integridade física e mo-
do trabalhador; ral;

IV - avaliação do impacto que as tecnolo- IV - igualdade da assistência à saúde,


gias provocam à saúde; sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie;
V - informação ao trabalhador e à sua
respectiva entidade sindical e às empresas V - direito à informação, às pessoas as-
sobre os riscos de acidentes de trabalho, do- sistidas, sobre sua saúde;
ença profissional e do trabalho, bem como os
resultados de fiscalizações, avaliações ambi- VI - divulgação de informações quanto ao
entais e exames de saúde, de admissão, pe- potencial dos serviços de saúde e a sua utili-
riódicos e de demissão, respeitados os precei- zação pelo usuário;
tos da ética profissional;
VII - utilização da epidemiologia para o
VI - participação na normatização, fiscali- estabelecimento de prioridades, a alocação de
zação e controle dos serviços de saúde do recursos e a orientação programática;
trabalhador nas instituições e empresas públi-
cas e privadas; VIII - participação da comunidade;

VII - revisão periódica da listagem oficial IX - descentralização político-


de doenças originadas no processo de traba- administrativa, com direção única em cada
lho, tendo na sua elaboração a colaboração esfera de governo:
das entidades sindicais; e
a) ênfase na descentralização dos servi-
VIII - a garantia ao sindicato dos traba- ços para os municípios;
lhadores de requerer ao órgão competente a
interdição de máquina, de setor de serviço ou b) regionalização e hierarquização da re-
de todo ambiente de trabalho, quando houver de de serviços de saúde;
exposição a risco iminente para a vida ou sa-
úde dos trabalhadores. X - integração em nível executivo das
ações de saúde, meio ambiente e saneamen-
CAPÍTULO II to básico;

Dos Princípios e Diretrizes XI - conjugação dos recursos financeiros,


tecnológicos, materiais e humanos da União,
Art. 7º As ações e serviços públicos de dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
saúde e os serviços privados contratados ou pios na prestação de serviços de assistência à
conveniados que integram o Sistema Único de saúde da população;
Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo
com as diretrizes previstas no art. 198 da XII - capacidade de resolução dos servi-
Constituição Federal, obedecendo ainda aos ços em todos os níveis de assistência; e
seguintes princípios:
XIII - organização dos serviços públicos
I - universalidade de acesso aos serviços de modo a evitar duplicidade de meios para
de saúde em todos os níveis de assistência; fins idênticos.

II - integralidade de assistência, entendi- XIV – organização de atendimento públi-


da como conjunto articulado e contínuo das co específico e especializado para mulheres e
ações e serviços preventivos e curativos, indi- vítimas de violência doméstica em geral, que
viduais e coletivos, exigidos para cada caso garanta, entre outros, atendimento, acompa-
em todos os níveis de complexidade do siste- nhamento psicológico e cirurgias plásticas re-
ma; paradoras, em conformidade com a Lei nº

3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
12.845, de 1º de agosto de 2013. (Re- los Ministérios e órgãos competentes e por
dação dada pela Lei nº 13.427, de 2017) entidades representativas da sociedade civil.

CAPÍTULO III Parágrafo único. As comissões interseto-


riais terão a finalidade de articular políticas e
Da Organização, da Direção e da Gestão programas de interesse para a saúde, cuja
execução envolva áreas não compreendidas
Art. 8º As ações e serviços de saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
executados pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), seja diretamente ou mediante partici- Art. 13. A articulação das políticas e pro-
pação complementar da iniciativa privada, se- gramas, a cargo das comissões intersetoriais,
rão organizados de forma regionalizada e hie- abrangerá, em especial, as seguintes ativida-
rarquizada em níveis de complexidade cres- des:
cente.
I - alimentação e nutrição;
Art. 9º A direção do Sistema Único de
Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso II - saneamento e meio ambiente;
I do art. 198 da Constituição Federal, sendo
exercida em cada esfera de governo pelos III - vigilância sanitária e farmacoepide-
seguintes órgãos: miologia;

I - no âmbito da União, pelo Ministério da IV - recursos humanos;


Saúde;
V - ciência e tecnologia; e
II - no âmbito dos Estados e do Distrito
Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde VI - saúde do trabalhador.
ou órgão equivalente; e
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões
III - no âmbito dos Municípios, pela res- Permanentes de integração entre os serviços
pectiva Secretaria de Saúde ou órgão equiva- de saúde e as instituições de ensino profissio-
lente. nal e superior.

Art. 10. Os municípios poderão constituir Parágrafo único. Cada uma dessas co-
consórcios para desenvolver em conjunto as missões terá por finalidade propor prioridades,
ações e os serviços de saúde que lhes cor- métodos e estratégias para a formação e edu-
respondam. cação continuada dos recursos humanos do
Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera cor-
§ 1º Aplica-se aos consórcios administra- respondente, assim como em relação à pes-
tivos intermunicipais o princípio da direção quisa e à cooperação técnica entre essas ins-
única, e os respectivos atos constitutivos dis- tituições.
porão sobre sua observância.
Art. 14-A. As Comissões Intergestores
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único Bipartite e Tripartite são reconhecidas como
de Saúde (SUS), poderá organizar-se em dis- foros de negociação e pactuação entre gesto-
tritos de forma a integrar e articular recursos, res, quanto aos aspectos operacionais do Sis-
técnicas e práticas voltadas para a cobertura tema Único de Saúde (SUS). (Incluído
total das ações de saúde. pela Lei nº 12.466, de 2011).

Art. 11. (Vetado). Parágrafo único. A atuação das Comis-


sões Intergestores Bipartite e Tripartite terá
Art. 12. Serão criadas comissões interse- por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466,
toriais de âmbito nacional, subordinadas ao de 2011).
Conselho Nacional de Saúde, integradas pe-

4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - decidir sobre os aspectos operacio- Da Competência e das Atribuições
nais, financeiros e administrativos da gestão
compartilhada do SUS, em conformidade com Seção I
a definição da política consubstanciada em
planos de saúde, aprovados pelos conselhos Das Atribuições Comuns
de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466,
de 2011). Art. 15. A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios exercerão, em seu
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, âmbito administrativo, as seguintes atribui-
regional e intermunicipal, a respeito da organi- ções:
zação das redes de ações e serviços de saú-
de, principalmente no tocante à sua gover- I - definição das instâncias e mecanismos
nança institucional e à integração das ações e de controle, avaliação e de fiscalização das
serviços dos entes federados; (Incluído ações e serviços de saúde;
pela Lei nº 12.466, de 2011).
II - administração dos recursos orçamen-
III - fixar diretrizes sobre as regiões de tários e financeiros destinados, em cada ano,
saúde, distrito sanitário, integração de territó- à saúde;
rios, referência e contrarreferência e demais
aspectos vinculados à integração das ações e III - acompanhamento, avaliação e divul-
serviços de saúde entre os entes federa- gação do nível de saúde da população e das
dos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de condições ambientais;
2011).
IV - organização e coordenação do sis-
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Se- tema de informação de saúde;
cretários de Saúde (Conass) e o Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde V - elaboração de normas técnicas e es-
(Conasems) são reconhecidos como entida- tabelecimento de padrões de qualidade e pa-
des representativas dos entes estaduais e râmetros de custos que caracterizam a assis-
municipais para tratar de matérias referentes à tência à saúde;
saúde e declarados de utilidade pública e de
relevante função social, na forma do regula- VI - elaboração de normas técnicas e es-
mento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de tabelecimento de padrões de qualidade para
2011). promoção da saúde do trabalhador;

§ 1o O Conass e o Conasems receberão VII - participação de formulação da políti-


recursos do orçamento geral da União por ca e da execução das ações de saneamento
meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxi- básico e colaboração na proteção e recupera-
liar no custeio de suas despesas institucio- ção do meio ambiente;
nais, podendo ainda celebrar convênios com a
União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de VIII - elaboração e atualização periódica
2011). do plano de saúde;

§ 2o Os Conselhos de Secretarias Muni- IX - participação na formulação e na exe-


cipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos cução da política de formação e desenvolvi-
como entidades que representam os entes mento de recursos humanos para a saúde;
municipais, no âmbito estadual, para tratar de
matérias referentes à saúde, desde que vincu- X - elaboração da proposta orçamentária
lados institucionalmente ao Conasems, na do Sistema Único de Saúde (SUS), de con-
forma que dispuserem seus estatu- formidade com o plano de saúde;
tos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de
2011). XI - elaboração de normas para regular
as atividades de serviços privados de saúde,
CAPÍTULO IV tendo em vista a sua relevância pública;

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XII - realização de operações externas de I - formular, avaliar e apoiar políticas de
natureza financeira de interesse da saúde, alimentação e nutrição;
autorizadas pelo Senado Federal;
II - participar na formulação e na imple-
XIII - para atendimento de necessidades mentação das políticas:
coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes
de situações de perigo iminente, de calamida- a) de controle das agressões ao meio
de pública ou de irrupção de epidemias, a au- ambiente;
toridade competente da esfera administrativa
correspondente poderá requisitar bens e ser- b) de saneamento básico; e
viços, tanto de pessoas naturais como de jurí-
dicas, sendo-lhes assegurada justa indeniza- c) relativas às condições e aos ambientes
ção; (Vide ADIN 3454) de trabalho;

XIV - implementar o Sistema Nacional de III - definir e coordenar os sistemas:


Sangue, Componentes e Derivados;
a) de redes integradas de assistência de
XV - propor a celebração de convênios, alta complexidade;
acordos e protocolos internacionais relativos à
saúde, saneamento e meio ambiente; b) de rede de laboratórios de saúde pú-
blica;
XVI - elaborar normas técnico-científicas
de promoção, proteção e recuperação da sa- c) de vigilância epidemiológica; e
úde;
d) vigilância sanitária;
XVII - promover articulação com os ór-
gãos de fiscalização do exercício profissional IV - participar da definição de normas e
e outras entidades representativas da socie- mecanismos de controle, com órgão afins, de
dade civil para a definição e controle dos pa- agravo sobre o meio ambiente ou dele decor-
drões éticos para pesquisa, ações e serviços rentes, que tenham repercussão na saúde
de saúde; humana;

XVIII - promover a articulação da política V - participar da definição de normas, cri-


e dos planos de saúde; térios e padrões para o controle das condi-
ções e dos ambientes de trabalho e coordenar
XIX - realizar pesquisas e estudos na a política de saúde do trabalhador;
área de saúde;
VI - coordenar e participar na execução
XX - definir as instâncias e mecanismos das ações de vigilância epidemiológica;
de controle e fiscalização inerentes ao poder
de polícia sanitária; VII - estabelecer normas e executar a vi-
gilância sanitária de portos, aeroportos e fron-
XXI - fomentar, coordenar e executar teiras, podendo a execução ser complemen-
programas e projetos estratégicos e de aten- tada pelos Estados, Distrito Federal e Municí-
dimento emergencial. pios;

Seção II VIII - estabelecer critérios, parâmetros e


métodos para o controle da qualidade sanitá-
Da Competência ria de produtos, substâncias e serviços de
consumo e uso humano;
Art. 16. A direção nacional do Sistema
Único da Saúde (SUS) compete: IX - promover articulação com os órgãos
educacionais e de fiscalização do exercício
profissional, bem como com entidades repre-

6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
sentativas de formação de recursos humanos § 1º A União poderá executar ações de
na área de saúde; vigilância epidemiológica e sanitária em cir-
cunstâncias especiais, como na ocorrência de
X - formular, avaliar, elaborar normas e agravos inusitados à saúde, que possam es-
participar na execução da política nacional e capar do controle da direção estadual do Sis-
produção de insumos e equipamentos para a tema Único de Saúde (SUS) ou que represen-
saúde, em articulação com os demais órgãos tem risco de disseminação nacional. (Re-
governamentais; numerado do parágrafo único pela Lei nº
14.141, de 2021)
XI - identificar os serviços estaduais e
municipais de referência nacional para o esta- § 2º Em situações epidemiológicas que
belecimento de padrões técnicos de assistên- caracterizem emergência em saúde públi-
cia à saúde; ca, poderá ser adotado procedimento sim-
plificado para a remessa de patrimônio ge-
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, nético ao exterior, na forma do regulamen-
produtos e substâncias de interesse para a to. (Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
saúde; § 3º Os benefícios resultantes da explo-
ração econômica de produto acabado ou
XIII - prestar cooperação técnica e finan- material reprodutivo oriundo de acesso ao
ceira aos Estados, ao Distrito Federal e aos patrimônio genético de que trata o § 2º des-
Municípios para o aperfeiçoamento da sua te artigo serão repartidos nos termos da Lei
atuação institucional; nº 13.123, de 20 de maio de 2015. (In-
cluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
XIV - elaborar normas para regular as re-
lações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) Art. 17. À direção estadual do Sistema
e os serviços privados contratados de assis- Único de Saúde (SUS) compete:
tência à saúde;
I - promover a descentralização para os
XV - promover a descentralização para Municípios dos serviços e das ações de saú-
as Unidades Federadas e para os Municípios, de;.
dos serviços e ações de saúde, respectiva-
mente, de abrangência estadual e municipal; II - acompanhar, controlar e avaliar as re-
des hierarquizadas do Sistema Único de Saú-
XVI - normatizar e coordenar nacional- de (SUS);
mente o Sistema Nacional de Sangue, Com-
ponentes e Derivados; III - prestar apoio técnico e financeiro aos
Municípios e executar supletivamente ações e
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as serviços de saúde;
ações e os serviços de saúde, respeitadas as
competências estaduais e municipais; IV - coordenar e, em caráter complemen-
tar, executar ações e serviços:
XVIII - elaborar o Planejamento Estraté-
gico Nacional no âmbito do SUS, em coopera- a) de vigilância epidemiológica;
ção técnica com os Estados, Municípios e Dis-
trito Federal; b) de vigilância sanitária;

XIX - estabelecer o Sistema Nacional de c) de alimentação e nutrição; e


Auditoria e coordenar a avaliação técnica e
financeira do SUS em todo o Território Nacio- d) de saúde do trabalhador;
nal em cooperação técnica com os Estados,
Municípios e Distrito Federal. (Vide Decre- V - participar, junto com os órgãos afins,
to nº 1.651, de 1995) do controle dos agravos do meio ambiente
que tenham repercussão na saúde humana;

7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VI - participar da formulação da política e IV - executar serviços:
da execução de ações de saneamento básico;
a) de vigilância epidemiológica;
VII - participar das ações de controle e
avaliação das condições e dos ambientes de b) vigilância sanitária;
trabalho;
c) de alimentação e nutrição;
VIII - em caráter suplementar, formular,
executar, acompanhar e avaliar a política de d) de saneamento básico; e
insumos e equipamentos para a saúde;
e) de saúde do trabalhador;
IX - identificar estabelecimentos hospita-
lares de referência e gerir sistemas públicos V - dar execução, no âmbito municipal, à
de alta complexidade, de referência estadual e política de insumos e equipamentos para a
regional; saúde;

X - coordenar a rede estadual de labora- VI - colaborar na fiscalização das agres-


tórios de saúde pública e hemocentros, e gerir sões ao meio ambiente que tenham repercus-
as unidades que permaneçam em sua organi- são sobre a saúde humana e atuar, junto aos
zação administrativa; órgãos municipais, estaduais e federais com-
petentes, para controlá-las;
XI - estabelecer normas, em caráter su-
plementar, para o controle e avaliação das VII - formar consórcios administrativos in-
ações e serviços de saúde; termunicipais;

XII - formular normas e estabelecer pa- VIII - gerir laboratórios públicos de saúde
drões, em caráter suplementar, de procedi- e hemocentros;
mentos de controle de qualidade para produ-
tos e substâncias de consumo humano; IX - colaborar com a União e os Estados
na execução da vigilância sanitária de portos,
XIII - colaborar com a União na execução aeroportos e fronteiras;
da vigilância sanitária de portos, aeroportos e
fronteiras; X - observado o disposto no art. 26 desta
Lei, celebrar contratos e convênios com enti-
XIV - o acompanhamento, a avaliação e dades prestadoras de serviços privados de
divulgação dos indicadores de morbidade e saúde, bem como controlar e avaliar sua exe-
mortalidade no âmbito da unidade federada. cução;

Art. 18. À direção municipal do Sistema XI - controlar e fiscalizar os procedimen-


de Saúde (SUS) compete: tos dos serviços privados de saúde;

I - planejar, organizar, controlar e avaliar XII - normatizar complementarmente as


as ações e os serviços de saúde e gerir e ações e serviços públicos de saúde no seu
executar os serviços públicos de saúde; âmbito de atuação.

II - participar do planejamento, programa- Art. 19. Ao Distrito Federal competem as


ção e organização da rede regionalizada e atribuições reservadas aos Estados e aos
hierarquizada do Sistema Único de Saúde Municípios.
(SUS), em articulação com sua direção esta-
dual; CAPÍTULO V

III - participar da execução, controle e Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena


avaliação das ações referentes às condições (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
e aos ambientes de trabalho;

8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde atendimento em tempo oportuno. (Incluí-
voltados para o atendimento das populações do pela Lei nº 14.021, de 2020)
indígenas, em todo o território nacional, coleti-
va ou individualmente, obedecerão ao dispos- Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente
to nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de levar em consideração a realidade local e as
1999) especificidades da cultura dos povos indíge-
nas e o modelo a ser adotado para a atenção
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de à saúde indígena, que se deve pautar por uma
Atenção à Saúde Indígena, componente do abordagem diferenciada e global, contem-
Sistema Único de Saúde – SUS, criado e defi- plando os aspectos de assistência à saúde,
nido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de saneamento básico, nutrição, habitação, meio
dezembro de 1990, com o qual funcionará em ambiente, demarcação de terras, educação
perfeita integração. (Incluído pela Lei nº sanitária e integração institucional. (Inclu-
9.836, de 1999) ído pela Lei nº 9.836, de 1999)

Art. 19-C. Caberá à União, com seus re- Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à
cursos próprios, financiar o Subsistema de Saúde Indígena deverá ser, como o SUS,
Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela descentralizado, hierarquizado e regionaliza-
Lei nº 9.836, de 1999) do. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

Art. 19-D. O SUS promoverá a articula- § 1o O Subsistema de que trata o caput


ção do Subsistema instituído por esta Lei com deste artigo terá como base os Distritos Sani-
os órgãos responsáveis pela Política Indígena tários Especiais Indígenas. (Incluído pela
do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de Lei nº 9.836, de 1999)
1999)
§ 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatori-
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras amente fazer o registro e a notificação da de-
instituições governamentais e não- claração de raça ou cor, garantindo a identifi-
governamentais poderão atuar complemen- cação de todos os indígenas atendidos nos
tarmente no custeio e execução das sistemas públicos de saúde. (Incluído pe-
ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de la Lei nº 14.021, de 2020)
1999) § 1º-B. A União deverá integrar os siste-
mas de informação da rede do SUS com os
§ 1º A União instituirá mecanismo de fi- dados do Subsistema de Atenção à Saúde
nanciamento específico para os Estados, o Indígena. (Incluído pela Lei nº 14.021, de
Distrito Federal e os Municípios, sempre que 2020)
houver necessidade de atenção secundária e
terciária fora dos territórios indígenas. (In- § 2o O SUS servirá de retaguarda e refe-
cluído pela Lei nº 14.021, de 2020) rência ao Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena, devendo, para isso, ocorrer adapta-
§ 2º Em situações emergenciais e de ca- ções na estrutura e organização do SUS nas
lamidade pública: (Incluído pela Lei nº regiões onde residem as populações indíge-
14.021, de 2020) nas, para propiciar essa integração e o aten-
I - a União deverá assegurar aporte adi- dimento necessário em todos os níveis, sem
cional de recursos não previstos nos planos discriminações. (Incluído pela Lei nº
de saúde dos Distritos Sanitários Especiais 9.836, de 1999)
Indígenas (Dseis) ao Subsistema de Atenção
à Saúde Indígena; (Incluído pela Lei nº § 3o As populações indígenas devem ter
14.021, de 2020) acesso garantido ao SUS, em âmbito local,
II - deverá ser garantida a inclusão dos regional e de centros especializados, de acor-
povos indígenas nos planos emergenciais pa- do com suas necessidades, compreendendo a
ra atendimento dos pacientes graves das Se- atenção primária, secundária e terciária à sa-
cretarias Municipais e Estaduais de Saúde, úde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
explicitados os fluxos e as referências para o

9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 19-H. As populações indígenas terão § 1o O acompanhante de que trata o ca-
direito a participar dos organismos colegiados put deste artigo será indicado pela parturien-
de formulação, acompanhamento e avaliação te. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
das políticas de saúde, tais como o Conselho
Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais § 2o As ações destinadas a viabilizar o
e Municipais de Saúde, quando for o ca- pleno exercício dos direitos de que trata este
so. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) artigo constarão do regulamento da lei, a ser
elaborado pelo órgão competente do Poder
CAPÍTULO VI Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de
2005)
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E IN-
TERNAÇÃO DOMICILIAR § 3o Ficam os hospitais de todo o País
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) obrigados a manter, em local visível de suas
dependências, aviso informando sobre o direi-
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito to estabelecido no caput deste arti-
do Sistema Único de Saúde, o atendimento go. (Incluído pela Lei nº 12.895, de 2013)
domiciliar e a internação domiciliar. (Inclu-
ído pela Lei nº 10.424, de 2002) Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela
Lei nº 11.108, de 2005)
§ 1o Na modalidade de assistência de
atendimento e internação domiciliares inclu- CAPÍTULO VIII
em-se, principalmente, os procedimentos mé- (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
dicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psi-
cológicos e de assistência social, entre outros DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA IN-
necessários ao cuidado integral dos pacientes CORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚ-
em seu domicílio. (Incluído pela Lei nº DE”
10.424, de 2002)
Art. 19-M. A assistência terapêutica in-
o
§ 2 O atendimento e a internação domi- tegral a que se refere a alínea d do inciso I do
ciliares serão realizados por equipes multidis- art. 6o consiste em: (Incluído pela Lei nº
ciplinares que atuarão nos níveis da medicina 12.401, de 2011)
preventiva, terapêutica e reabilitado-
ra. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) I - dispensação de medicamentos e pro-
dutos de interesse para a saúde, cuja prescri-
§ 3o O atendimento e a internação domi- ção esteja em conformidade com as diretrizes
ciliares só poderão ser realizados por indica- terapêuticas definidas em protocolo clínico
ção médica, com expressa concordância do para a doença ou o agravo à saúde a ser tra-
paciente e de sua família. (Incluído pela tado ou, na falta do protocolo, em conformida-
Lei nº 10.424, de 2002) de com o disposto no art. 19-P; (Incluído
pela Lei nº 12.401, de 2011)
CAPÍTULO VII
II - oferta de procedimentos terapêuticos,
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHA- em regime domiciliar, ambulatorial e hospita-
MENTO DURANTE O TRABALHO DE PAR- lar, constantes de tabelas elaboradas pelo
TO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO gestor federal do Sistema Único de Saúde -
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) SUS, realizados no território nacional por ser-
viço próprio, conveniado ou contratado.
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sis-
tema Único de Saúde - SUS, da rede própria Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no
ou conveniada, ficam obrigados a permitir a art. 19-M, são adotadas as seguintes defini-
presença, junto à parturiente, de 1 (um) ções: (Incluído pela Lei nº 12.401, de
acompanhante durante todo o período de tra- 2011)
balho de parto, parto e pós-parto imedia-
to. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - produtos de interesse para a saúde: los gestores estaduais do SUS, e a responsa-
órteses, próteses, bolsas coletoras e equipa- bilidade pelo fornecimento será pactuada na
mentos médicos; (Incluído pela Lei nº Comissão Intergestores Bipartite; (Incluí-
12.401, de 2011) do pela Lei nº 12.401, de 2011)

II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: III - no âmbito de cada Município, de


documento que estabelece critérios para o forma suplementar, com base nas relações de
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; medicamentos instituídas pelos gestores mu-
o tratamento preconizado, com os medica- nicipais do SUS, e a responsabilidade pelo
mentos e demais produtos apropriados, quan- fornecimento será pactuada no Conselho Mu-
do couber; as posologias recomendadas; os nicipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº
mecanismos de controle clínico; e o acompa- 12.401, de 2011)
nhamento e a verificação dos resultados tera-
pêuticos, a serem seguidos pelos gestores do Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou
SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de a alteração pelo SUS de novos medicamen-
2011) tos, produtos e procedimentos, bem como a
constituição ou a alteração de protocolo clíni-
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as di- co ou de diretriz terapêutica, são atribuições
retrizes terapêuticas deverão estabelecer os do Ministério da Saúde, assessorado pela
medicamentos ou produtos necessários nas Comissão Nacional de Incorporação de Tec-
diferentes fases evolutivas da doença ou do nologias no SUS. (Incluído pela Lei nº
agravo à saúde de que tratam, bem como 12.401, de 2011)
aqueles indicados em casos de perda de efi-
cácia e de surgimento de intolerância ou rea- § 1o A Comissão Nacional de Incorpora-
ção adversa relevante, provocadas pelo medi- ção de Tecnologias no SUS, cuja composição
camento, produto ou procedimento de primei- e regimento são definidos em regulamento,
ra escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, contará com a participação de 1 (um) repre-
de 2011) sentante indicado pelo Conselho Nacional de
Saúde e de 1 (um) representante, especialista
Parágrafo único. Em qualquer caso, os na área, indicado pelo Conselho Federal de
medicamentos ou produtos de que trata o ca- Medicina. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
put deste artigo serão aqueles avaliados 2011)
quanto à sua eficácia, segurança, efetividade
e custo-efetividade para as diferentes fases § 2o O relatório da Comissão Nacional
evolutivas da doença ou do agravo à saúde de de Incorporação de Tecnologias no SUS leva-
que trata o protocolo. (Incluído pela Lei nº rá em consideração, necessariamen-
12.401, de 2011) te: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico I - as evidências científicas sobre a efi-


ou de diretriz terapêutica, a dispensação será cácia, a acurácia, a efetividade e a segurança
realizada: (Incluído pela Lei nº 12.401, de do medicamento, produto ou procedimento
2011) objeto do processo, acatadas pelo órgão
competente para o registro ou a autorização
I - com base nas relações de medica- de uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
mentos instituídas pelo gestor federal do SUS,
observadas as competências estabelecidas II - a avaliação econômica comparativa
nesta Lei, e a responsabilidade pelo forneci- dos benefícios e dos custos em relação às
mento será pactuada na Comissão Intergesto- tecnologias já incorporadas, inclusive no que
res Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, se refere aos atendimentos domiciliar, ambu-
de 2011) latorial ou hospitalar, quando cabí-
vel. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
II - no âmbito de cada Estado e do Distri-
to Federal, de forma suplementar, com base § 3º As metodologias empregadas na
nas relações de medicamentos instituídas pe- avaliação econômica a que se refere o inciso

11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II do § 2º deste artigo serão dispostas em re- § 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº
gulamento e amplamente divulgadas, inclusive 12.401, de 2011)
em relação aos indicadores e parâmetros de
custo-efetividade utilizados em combinação Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pe-
com outros critérios. (Incluído pela Lei nº la Lei nº 12.401, de 2011)
14.313, de 2022)
Art. 19-T. São vedados, em todas as es-
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e feras de gestão do SUS: (Incluído pela
a alteração a que se refere o art. 19-Q serão Lei nº 12.401, de 2011)
efetuadas mediante a instauração de proces-
so administrativo, a ser concluído em prazo I - o pagamento, o ressarcimento ou o
não superior a 180 (cento e oitenta) dias, con- reembolso de medicamento, produto e proce-
tado da data em que foi protocolado o pedido, dimento clínico ou cirúrgico experimental, ou
admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) de uso não autorizado pela Agência Nacional
dias corridos, quando as circunstâncias exigi- de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluí-
rem. (Incluído pela Lei nº 12.401, de do pela Lei nº 12.401, de 2011)
2011)
II - a dispensação, o pagamento, o res-
§ 1o O processo de que trata o caput sarcimento ou o reembolso de medicamento e
deste artigo observará, no que couber, o dis- produto, nacional ou importado, sem registro
posto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de na Anvisa. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
1999, e as seguintes determinações especi- 2011)
ais: (Incluído pela Lei nº 12.401, de
2011) Parágrafo único. Excetuam-se do dispos-
to neste artigo: (Incluído pela Lei nº
I - apresentação pelo interessado dos 14.313, de 2022)
documentos e, se cabível, das amostras de
produtos, na forma do regulamento, com in- I - medicamento e produto em que a in-
formações necessárias para o atendimento do dicação de uso seja distinta daquela aprovada
disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído pela no registro na Anvisa, desde que seu uso te-
Lei nº 12.401, de 2011) nha sido recomendado pela Comissão Nacio-
nal de Incorporação de Tecnologias no Siste-
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº ma Único de Saúde (Conitec), demonstradas
12.401, de 2011) as evidências científicas sobre a eficácia, a
acurácia, a efetividade e a segurança, e esteja
III - realização de consulta pública que padronizado em protocolo estabelecido pelo
inclua a divulgação do parecer emitido pela Ministério da Saúde; (Incluído pela Lei nº
Comissão Nacional de Incorporação de Tec- 14.313, de 2022)
nologias no SUS; (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011) II - medicamento e produto recomenda-
dos pela Conitec e adquiridos por intermédio
IV - realização de audiência pública, an- de organismos multilaterais internacionais,
tes da tomada de decisão, se a relevância da para uso em programas de saúde pública do
matéria justificar o evento. (Incluído pela Ministério da Saúde e suas entidades vincula-
Lei nº 12.401, de 2011) das, nos termos do § 5º do art. 8º da Lei nº
9.782, de 26 de janeiro de 1999. (Incluí-
V - distribuição aleatória, respeitadas a do pela Lei nº 14.313, de 2022)
especialização e a competência técnica re-
queridas para a análise da matéria; (Inclu- Art. 19-U. A responsabilidade financeira
ído pela Lei nº 14.313, de 2022) pelo fornecimento de medicamentos, produtos
de interesse para a saúde ou procedimentos
VI - publicidade dos atos processu- de que trata este Capítulo será pactuada na
ais. (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022) Comissão Intergestores Tripartite. (Inclu-
ído pela Lei nº 12.401, de 2011)

12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
TÍTULO III sem qualquer ônus para a seguridade social;
e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊN-
CIA À SAÙDE IV - demais casos previstos em legisla-
ção específica. (Incluído pela Lei nº
CAPÍTULO I 13.097, de 2015)

Do Funcionamento CAPÍTULO II

Art. 20. Os serviços privados de assis- Da Participação Complementar


tência à saúde caracterizam-se pela atuação,
por iniciativa própria, de profissionais liberais, Art. 24. Quando as suas disponibilidades
legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas forem insuficientes para garantir a cobertura
de direito privado na promoção, proteção e assistencial à população de uma determinada
recuperação da saúde. área, o Sistema Único de Saúde (SUS) pode-
rá recorrer aos serviços ofertados pela iniciati-
Art. 21. A assistência à saúde é livre à va privada.
iniciativa privada.
Parágrafo único. A participação comple-
Art. 22. Na prestação de serviços priva- mentar dos serviços privados será formalizada
dos de assistência à saúde, serão observados mediante contrato ou convênio, observadas, a
os princípios éticos e as normas expedidas respeito, as normas de direito público.
pelo órgão de direção do Sistema Único de
Saúde (SUS) quanto às condições para seu Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as
funcionamento. entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos
terão preferência para participar do Sistema
Art. 23. É permitida a participação direta Único de Saúde (SUS).
ou indireta, inclusive controle, de empresas ou
de capital estrangeiro na assistência à saúde Art. 26. Os critérios e valores para a re-
nos seguintes casos: (Redação dada pela muneração de serviços e os parâmetros de
Lei nº 13.097, de 2015) cobertura assistencial serão estabelecidos
pela direção nacional do Sistema Único de
I - doações de organismos internacionais Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacio-
vinculados à Organização das Nações Unidas, nal de Saúde.
de entidades de cooperação técnica e de fi-
nanciamento e empréstimos; (Incluído § 1° Na fixação dos critérios, valores,
pela Lei nº 13.097, de 2015) formas de reajuste e de pagamento da remu-
neração aludida neste artigo, a direção nacio-
II - pessoas jurídicas destinadas a insta- nal do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá
lar, operacionalizar ou explorar: (Incluído fundamentar seu ato em demonstrativo eco-
pela Lei nº 13.097, de 2015) nômico-financeiro que garanta a efetiva quali-
dade de execução dos serviços contratados.
a) hospital geral, inclusive filantrópico,
hospital especializado, policlínica, clínica geral § 2° Os serviços contratados submeter-
e clínica especializada; e (Incluído pela se-ão às normas técnicas e administrativas e
Lei nº 13.097, de 2015) aos princípios e diretrizes do Sistema Único
de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econô-
b) ações e pesquisas de planejamento mico e financeiro do contrato.
familiar; (Incluído pela Lei nº 13.097, de
2015) § 3° (Vetado).

III - serviços de saúde mantidos, sem fi- § 4° Aos proprietários, administradores e


nalidade lucrativa, por empresas, para aten- dirigentes de entidades ou serviços contrata-
dimento de seus empregados e dependentes, dos é vedado exercer cargo de chefia ou fun-

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ção de confiança no Sistema Único de Saúde imagens ou outras formas adequadas. (In-
(SUS). cluído pela Lei nº 14.510, de 2022)

TÍTULO III-A Parágrafo único. Os atos do profissional


(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) de saúde, quando praticados na modalidade
DA TELESSAÚDE telessaúde, terão validade em todo o território
nacional. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
Art. 26-A. A telessaúde abrange a pres- 2022)
tação remota de serviços relacionados a todas
as profissões da área da saúde regulamenta- Art. 26-C. Ao profissional de saúde são
das pelos órgãos competentes do Poder Exe- asseguradas a liberdade e a completa inde-
cutivo federal e obedecerá aos seguintes prin- pendência de decidir sobre a utilização ou não
cípios: (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) da telessaúde, inclusive com relação à primei-
ra consulta, atendimento ou procedimento, e
I - autonomia do profissional de saú- poderá indicar a utilização de atendimento
de; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) presencial ou optar por ele, sempre que en-
tender necessário. (Incluído pela Lei nº
II - consentimento livre e informado do 14.510, de 2022)
paciente;
Art. 26-D. Compete aos conselhos fede-
III - direito de recusa ao atendimento na rais de fiscalização do exercício profissional a
modalidade telessaúde, com a garantia do normatização ética relativa à prestação dos
atendimento presencial sempre que solicita- serviços previstos neste Título, aplicando-se
do; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) os padrões normativos adotados para as mo-
dalidades de atendimento presencial, no que
IV - dignidade e valorização do profissio- não colidirem com os preceitos desta
nal de saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, Lei. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
de 2022)
Art. 26-E. Na prestação de serviços por
V - assistência segura e com qualidade telessaúde, serão observadas as normas ex-
ao paciente; (Incluído pela Lei nº 14.510, de pedidas pelo órgão de direção do Sistema
2022) Único de Saúde (SUS) quanto às condições
para seu funcionamento, observada a compe-
VI - confidencialidade dos dados; (In-
tência dos demais órgãos reguladores. (In-
cluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
cluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
VII - promoção da universalização do
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda
acesso dos brasileiros às ações e aos servi-
restringir a prestação de serviço de telessaúde
ços de saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510,
deverá demonstrar a imprescindibilidade da
de 2022)
medida para que sejam evitados danos à saú-
VIII - estrita observância das atribuições de dos pacientes. (Incluído pela Lei nº
legais de cada profissão; (Incluído pela Lei 14.510, de 2022)
nº 14.510, de 2022)
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve
IX - responsabilidade digital. (Incluído seguir as seguintes determinações: (Incluído
pela Lei nº 14.510, de 2022) pela Lei nº 14.510, de 2022)

Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera- I - ser realizada por consentimento livre e
se telessaúde a modalidade de prestação de esclarecido do paciente, ou de seu represen-
serviços de saúde a distância, por meio da tante legal, e sob responsabilidade do profis-
utilização das tecnologias da informação e da sional de saúde; (Incluído pela Lei nº
comunicação, que envolve, entre outros, a 14.510, de 2022)
transmissão segura de dados e informações
II - prestar obediência aos ditames das
de saúde, por meio de textos, de sons, de
Leis nºs 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco
Civil da Internet), 12.842, de 10 de julho de
14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
2013 (Lei do Ato Médico), 13.709, de 14 de exercer suas atividades em mais de um esta-
agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Da- belecimento do Sistema Único de Saúde
dos), 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Có- (SUS).
digo de Defesa do Consumidor) e, nas hipóte-
ses cabíveis, aos ditames da Lei nº 13.787, de § 2° O disposto no parágrafo anterior
27 de dezembro de 2018 (Lei do Prontuário aplica-se também aos servidores em regime
Eletrônico). (Incluído pela Lei nº 14.510, de de tempo integral, com exceção dos ocupan-
2022) tes de cargos ou função de chefia, direção ou
assessoramento.
Art. 26-H. É dispensada a inscrição se-
cundária ou complementar do profissional de Art. 29. (Vetado).
saúde que exercer a profissão em outra juris-
dição exclusivamente por meio da modalidade Art. 30. As especializações na forma de
telessaúde. (Incluído pela Lei nº 14.510, de treinamento em serviço sob supervisão serão
2022) regulamentadas por Comissão Nacional, insti-
tuída de acordo com o art. 12 desta Lei, ga-
TÍTULO IV rantida a participação das entidades profissio-
nais correspondentes.
DOS RECURSOS HUMANOS
TÍTULO V
Art. 27. A política de recursos humanos
na área da saúde será formalizada e executa- DO FINANCIAMENTO
da, articuladamente, pelas diferentes esferas
de governo, em cumprimento dos seguintes CAPÍTULO I
objetivos:
Dos Recursos
I - organização de um sistema de forma-
ção de recursos humanos em todos os níveis Art. 31. O orçamento da seguridade soci-
de ensino, inclusive de pós-graduação, além al destinará ao Sistema Único de Saúde
da elaboração de programas de permanente (SUS) de acordo com a receita estimada, os
aperfeiçoamento de pessoal; recursos necessários à realização de suas
finalidades, previstos em proposta elaborada
II - (Vetado) pela sua direção nacional, com a participação
dos órgãos da Previdência Social e da Assis-
III - (Vetado) tência Social, tendo em vista as metas e prio-
ridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Or-
IV - valorização da dedicação exclusiva çamentárias.
aos serviços do Sistema Único de Saúde
(SUS). Art. 32. São considerados de outras fon-
tes os recursos provenientes de:
Parágrafo único. Os serviços públicos
que integram o Sistema Único de Saúde I - (Vetado)
(SUS) constituem campo de prática para ensi-
no e pesquisa, mediante normas específicas, II - Serviços que possam ser prestados
elaboradas conjuntamente com o sistema sem prejuízo da assistência à saúde;
educacional.
III - ajuda, contribuições, doações e do-
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, nativos;
direção e assessoramento, no âmbito do Sis-
tema Único de Saúde (SUS), só poderão ser IV - alienações patrimoniais e rendimen-
exercidas em regime de tempo integral. tos de capital;

§ 1° Os servidores que legalmente acu-


mulam dois cargos ou empregos poderão

15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - taxas, multas, emolumentos e preços pelo Ministério da Saúde, através do Fundo
públicos arrecadados no âmbito do Sistema Nacional de Saúde.
Único de Saúde (SUS); e
§ 2º (Vetado).
VI - rendas eventuais, inclusive comerci-
ais e industriais. § 3º (Vetado).

§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) § 4º O Ministério da Saúde acompanhará,


caberá metade da receita de que trata o inciso através de seu sistema de auditoria, a con-
I deste artigo, apurada mensalmente, a qual formidade à programação aprovada da aplica-
será destinada à recuperação de viciados. ção dos recursos repassados a Estados e
Municípios. Constatada a malversação, desvio
§ 2° As receitas geradas no âmbito do ou não aplicação dos recursos, caberá ao Mi-
Sistema Único de Saúde (SUS) serão credita- nistério da Saúde aplicar as medidas previstas
das diretamente em contas especiais, movi- em lei.
mentadas pela sua direção, na esfera de po-
der onde forem arrecadadas. Art. 34. As autoridades responsáveis pela
distribuição da receita efetivamente arrecada-
§ 3º As ações de saneamento que ve- da transferirão automaticamente ao Fundo
nham a ser executadas supletivamente pelo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério
Sistema Único de Saúde (SUS), serão finan- do parágrafo único deste artigo, os recursos
ciadas por recursos tarifários específicos e financeiros correspondentes às dotações con-
outros da União, Estados, Distrito Federal, signadas no Orçamento da Seguridade Social,
Municípios e, em particular, do Sistema Finan- a projetos e atividades a serem executados no
ceiro da Habitação (SFH). âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

§ 4º (Vetado). Parágrafo único. Na distribuição dos re-


cursos financeiros da Seguridade Social será
§ 5º As atividades de pesquisa e desen- observada a mesma proporção da despesa
volvimento científico e tecnológico em saúde prevista de cada área, no Orçamento da Se-
serão co-financiadas pelo Sistema Único de guridade Social.
Saúde (SUS), pelas universidades e pelo or-
çamento fiscal, além de recursos de institui- Art. 35. Para o estabelecimento de valo-
ções de fomento e financiamento ou de ori- res a serem transferidos a Estados, Distrito
gem externa e receita própria das instituições Federal e Municípios, será utilizada a combi-
executoras. nação dos seguintes critérios, segundo análi-
se técnica de programas e projetos:
§ 6º (Vetado).
I - perfil demográfico da região;
CAPÍTULO II
II - perfil epidemiológico da população a
Da Gestão Financeira ser coberta;

Art. 33. Os recursos financeiros do Sis- III - características quantitativas e qualita-


tema Único de Saúde (SUS) serão deposita- tivas da rede de saúde na área;
dos em conta especial, em cada esfera de sua
atuação, e movimentados sob fiscalização dos IV - desempenho técnico, econômico e
respectivos Conselhos de Saúde. financeiro no período anterior;

§ 1º Na esfera federal, os recursos finan- V - níveis de participação do setor saúde


ceiros, originários do Orçamento da Segurida- nos orçamentos estaduais e municipais;
de Social, de outros Orçamentos da União,
além de outras fontes, serão administrados VI - previsão do plano qüinqüenal de in-
vestimentos da rede;

16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VII - ressarcimento do atendimento a ser- organização dos serviços em cada jurisdição
viços prestados para outras esferas de gover- administrativa.
no.
Art. 38. Não será permitida a destinação
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios de subvenções e auxílios a instituições pres-
sujeitos a notório processo de migração, os tadoras de serviços de saúde com finalidade
critérios demográficos mencionados nesta lei lucrativa.
serão ponderados por outros indicadores de
crescimento populacional, em especial o nú- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓ-
mero de eleitores registrados. RIAS

§ 3º (Vetado). Art. 39. (Vetado).

§ 4º (Vetado). § 1º (Vetado).

§ 5º (Vetado). § 2º (Vetado).

§ 6º O disposto no parágrafo anterior não § 3º (Vetado).


prejudica a atuação dos órgãos de controle
interno e externo e nem a aplicação de pena- § 4º (Vetado).
lidades previstas em lei, em caso de irregula-
ridades verificadas na gestão dos recursos § 5º A cessão de uso dos imóveis de
transferidos. propriedade do Inamps para órgãos integran-
tes do Sistema Único de Saúde (SUS) será
CAPÍTULO III feita de modo a preservá-los como patrimônio
da Seguridade Social.
Do Planejamento e do Orçamento
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo
Art. 36. O processo de planejamento e anterior serão inventariados com todos os
orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) seus acessórios, equipamentos e outros bens
será ascendente, do nível local até o federal, móveis e ficarão disponíveis para utilização
ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibi- pelo órgão de direção municipal do Sistema
lizando-se as necessidades da política de sa- Único de Saúde - SUS ou, eventualmente,
úde com a disponibilidade de recursos em pelo estadual, em cuja circunscrição adminis-
planos de saúde dos Municípios, dos Estados, trativa se encontrem, mediante simples termo
do Distrito Federal e da União. de recebimento.

§ 1º Os planos de saúde serão a base § 7º (Vetado).


das atividades e programações de cada nível
de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), § 8º O acesso aos serviços de informáti-
e seu financiamento será previsto na respecti- ca e bases de dados, mantidos pelo Ministério
va proposta orçamentária. da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social, será assegurado às Se-
§ 2º É vedada a transferência de recur- cretarias Estaduais e Municipais de Saúde ou
sos para o financiamento de ações não previs- órgãos congêneres, como suporte ao proces-
tas nos planos de saúde, exceto em situações so de gestão, de forma a permitir a gerencia
emergenciais ou de calamidade pública, na informatizada das contas e a disseminação de
área de saúde. estatísticas sanitárias e epidemiológicas mé-
dico-hospitalares.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde
estabelecerá as diretrizes a serem observadas Art. 40. (Vetado)
na elaboração dos planos de saúde, em fun-
ção das características epidemiológicas e da Art. 41. As ações desenvolvidas pela
Fundação das Pioneiras Sociais e pelo Institu-

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
to Nacional do Câncer, supervisionadas pela Art. 48. (Vetado).
direção nacional do Sistema Único de Saúde
(SUS), permanecerão como referencial de Art. 49. (Vetado).
prestação de serviços, formação de recursos
humanos e para transferência de tecnologia. Art. 50. Os convênios entre a União, os
Estados e os Municípios, celebrados para im-
Art. 42. (Vetado). plantação dos Sistemas Unificados e Descen-
tralizados de Saúde, ficarão rescindidos à
Art. 43. A gratuidade das ações e servi- proporção que seu objeto for sendo absorvido
ços de saúde fica preservada nos serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
públicos contratados, ressalvando-se as cláu-
sulas dos contratos ou convênios estabeleci- Art. 51. (Vetado).
dos com as entidades privadas.
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções
Art. 44. (Vetado). cabíveis, constitui crime de emprego irregular
de verbas ou rendas públicas (Código Penal,
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospi- art. 315) a utilização de recursos financeiros
tais universitários e de ensino integram-se ao do Sistema Único de Saúde (SUS) em finali-
Sistema Único de Saúde (SUS), mediante dades diversas das previstas nesta lei.
convênio, preservada a sua autonomia admi-
nistrativa, em relação ao patrimônio, aos re- Art. 53. (Vetado).
cursos humanos e financeiros, ensino, pes-
quisa e extensão nos limites conferidos pelas Art. 53-A. Na qualidade de ações e ser-
instituições a que estejam vinculados. viços de saúde, as atividades de apoio à as-
sistência à saúde são aquelas desenvolvidas
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas pelos laboratórios de genética humana, pro-
estaduais e municipais de previdência social dução e fornecimento de medicamentos e
deverão integrar-se à direção correspondente produtos para saúde, laboratórios de analises
do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme clínicas, anatomia patológica e de diagnóstico
seu âmbito de atuação, bem como quaisquer por imagem e são livres à participação direta
outros órgãos e serviços de saúde. ou indireta de empresas ou de capitais es-
trangeiros. (Incluído pela Lei nº 13.097,
§ 2º Em tempo de paz e havendo interes- de 2015)
se recíproco, os serviços de saúde das Forças
Armadas poderão integrar-se ao Sistema Úni- Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de
co de Saúde (SUS), conforme se dispuser em sua publicação.
convênio que, para esse fim, for firmado.
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312,
Art. 46. o Sistema Único de Saúde de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de
(SUS), estabelecerá mecanismos de incenti- 17 de julho de 1975, e demais disposições em
vos à participação do setor privado no inves- contrário.
timento em ciência e tecnologia e estimulará a
transferência de tecnologia das universidades Lei 8142/90
e institutos de pesquisa aos serviços de saúde
nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e
às empresas nacionais. Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS),
de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articu- de 1990, contará, em cada esfera de governo,
lação com os níveis estaduais e municipais do sem prejuízo das funções do Poder Legislati-
Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, vo, com as seguintes instâncias colegiadas:
no prazo de dois anos, um sistema nacional
de informações em saúde, integrado em todo I - a Conferência de Saúde; e
o território nacional, abrangendo questões
epidemiológicas e de prestação de serviços. II - o Conselho de Saúde.

18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á IV - cobertura das ações e serviços de
a cada quatro anos com a representação dos saúde a serem implementados pelos Municí-
vários segmentos sociais, para avaliar a situa- pios, Estados e Distrito Federal.
ção de saúde e propor as diretrizes para a
formulação da política de saúde nos níveis Parágrafo único. Os recursos referidos no
correspondentes, convocada pelo Poder Exe- inciso IV deste artigo destinar-se-ão a investi-
cutivo ou, extraordinariamente, por esta ou mentos na rede de serviços, à cobertura as-
pelo Conselho de Saúde. sistencial ambulatorial e hospitalar e às de-
mais ações de saúde.
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter
permanente e deliberativo, órgão colegiado Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV
composto por representantes do governo, do art. 2° desta lei serão repassados de forma
prestadores de serviço, profissionais de saúde regular e automática para os Municípios, Es-
e usuários, atua na formulação de estratégias tados e Distrito Federal, de acordo com os
e no controle da execução da política de saú- critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080,
de na instância correspondente, inclusive nos de 19 de setembro de 1990.
aspectos econômicos e financeiros, cujas de-
cisões serão homologadas pelo chefe do po- § 1° Enquanto não for regulamentada a
der legalmente constituído em cada esfera do aplicação dos critérios previstos no art. 35 da
governo. Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, será
utilizado, para o repasse de recursos, exclusi-
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários vamente o critério estabelecido no § 1° do
de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990)
Secretários Municipais de Saúde (Conasems)
terão representação no Conselho Nacional de § 2° Os recursos referidos neste artigo
Saúde. serão destinados, pelo menos setenta por
cento, aos Municípios, afetando-se o restante
§ 4° A representação dos usuários nos aos Estados.
Conselhos de Saúde e Conferências será pa-
ritária em relação ao conjunto dos demais § 3° Os Municípios poderão estabelecer
segmentos. consórcio para execução de ações e serviços
de saúde, remanejando, entre si, parcelas de
§ 5° As Conferências de Saúde e os recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta
Conselhos de Saúde terão sua organização e lei.
normas de funcionamento definidas em regi-
mento próprio, aprovadas pelo respectivo Art. 4° Para receberem os recursos, de
conselho. que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os
Estados e o Distrito Federal deverão contar
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de com:
Saúde (FNS) serão alocados como:
I - Fundo de Saúde;
I - despesas de custeio e de capital do
Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, II - Conselho de Saúde, com composição
da administração direta e indireta; paritária de acordo com o Decreto n° 99.438,
de 7 de agosto de 1990;
II - investimentos previstos em lei orça-
mentária, de iniciativa do Poder Legislativo e III - plano de saúde;
aprovados pelo Congresso Nacional;
IV - relatórios de gestão que permitam o
III - investimentos previstos no Plano controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei
Qüinqüenal do Ministério da Saúde; n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;

V - contrapartida de recursos para a saú-


de no respectivo orçamento;

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VI - Comissão de elaboração do Plano de Para que você saiba mais sobre o assunto,
Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o selecionamos informações importantes sobre
prazo de dois anos para sua implantação. saneamento básico e saúde pública, desta-
cando os impactos resultantes dessa corre-
Parágrafo único. O não atendimento pe- lação. Continue a leitura e confira!
los Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Dis-
trito Federal, dos requisitos estabelecidos nes- Qual é a relação entre saneamento
te artigo, implicará em que os recursos con- básico e saúde pública?
cernentes sejam administrados, respectiva-
mente, pelos Estados ou pela União. O saneamento básico consiste em um conjun-
to de serviços que tem como objetivo preser-
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante var ou melhorar as condições de vida das
portaria do Ministro de Estado, autorizado a pessoas e do meio ambiente. Ele previne do-
estabelecer condições para aplicação desta enças e promove a saúde, melhora a qualida-
lei. de de vida da população e até a produtividade
dos indivíduos, impactando positivamente a
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de educação e as atividades econômicas.
sua publicação.
No Brasil, os serviços de saneamento ainda
Art. 7° Revogam-se as disposições em não chegam para todos. A ausência do aces-
contrário. so à água tratada e à coleta e ao tratamento
de esgoto acentua a propagação de doen-
ças que seriam mais facilmente controláveis
Saúde pública e saneamento básico. em regiões saneadas.

Dados da Organização Mundial da Saúde


(OMS) indicam que 10% das doenças regis-
tradas mundialmente poderiam ser evitadas
com investimentos para a ampliação do aces-
so à água, medidas de higiene e saneamento
básico. A dengue, por exemplo, é um doença
que é altamente favorecida pela falta de sa-
neamento.
A saúde pública no Brasil alcançou resultados
bastante positivos desde a criação do Sistema Especialmente por seu impacto na saúde, es-
Único de Saúde (SUS), mas ainda enfrenta ses serviços levam à melhoria na qualidade
inúmeras dificuldades que comprometem a de vida da população, reduzindo, sobretudo,
qualidade do atendimento à população. Além as taxas de internação e os custos com saúde
disso, em um país de dimensões continentais, pública no país.
o acesso a saneamento básico e saúde pú-
blica, assim como a outros serviços essenci- Quais são os dados sobre saneamen-
ais, é bastante desigual. to e saúde pública?

Nesse contexto, a universalização do sanea- Segundo informações da Associação Brasilei-


mento básico no Brasil ainda é um grande de- ra das Concessionárias Privadas de Serviços
safio, com impactos significativos na área da Públicos de Água e Esgoto (Abcon), cerca de
saúde. Por meio do acesso aos serviços de 100 milhões de brasileiros não têm acesso
saneamento, como abastecimento com água à coleta e tratamento de esgoto, e 35 mi-
tratada e coleta e tratamento de esgoto, é lhões não recebem água tratada nas suas
possível reduzir as internações por doenças casas.
de veiculação hídrica e proporcionar um am-
biente mais saudável para as pessoas. Uma pesquisa da Confederação Nacional da
Indústria (CNI) apontou que os municípios
com baixo investimento em saneamento bási-

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
co têm altos índices de doenças que estão educação, emprego, oferta de serviços públi-
relacionadas à deficiência no serviço de água cos, planejamento urbano, entre outros.
e esgoto. Isso é muito preocupante, especial-
mente, quando o país tem estados como Pará No caso da saúde pública, essa relação existe
e Rondônia, onde menos de 10% da popula- porque a falta de infraestrutura sanitária
ção têm acesso à rede de esgoto. aumenta a proliferação de pragas e micro-
organismos que manifestam doenças como
Atualmente, morrem no Brasil 15 mil pesso- as verminoses e também o contato da popula-
as por ano em decorrência de doenças re- ção com esses ambientes insalubres. Afinal,
lacionadas à falta de saneamento, de acor- ainda hoje há brasileiros que vivem com esgo-
do com a Organização Mundial da Saúde to correndo a céu aberto na porta de suas ca-
(OMS). Além disso, segundo o órgão, cada sas.
R$1,00 investido em saneamento gera eco-
nomia de R$4,00 na saúde. Desse modo, naturalmente os altos índices
demonstrados anteriormente afetam, sobretu-
Dados do DataSUS apontam que, em 2018 do, as minorias, moradores de áreas com au-
foram registradas mais de 230 sência de saneamento básico . Doenças como
mil internações por doença de veiculação diarreias, verminoses, hepatite A, leptospiro-
hídrica que resultaram em 2.180 óbitos. O se, esquistossomose e dengue se tornam
custo das internações por esse tipo de doença mais comuns nesses locais.
ficou em R$90 milhões naquele ano. Se
100% da população tivesse acesso à coleta A exposição a um ambiente poluído afeta se-
de esgoto, haveria uma redução, em termos riamente o desenvolvimento das crianças. Si-
absolutos, de 74,6 mil internações —56% tuações como diarreias constantes, desidrata-
dessa redução ocorreria no Nordeste. ções e infecções intestinais decorrentes do
consumo de água sem tratamento adequado
O Instituto Trata Brasil afirma que, em 20 anos podem comprometer o estado nutricional e
(2015 a 2035), considerando o avanço grada- o crescimento da criança.
tivo do saneamento, o valor presente da eco-
nomia com saúde — seja pelos afastamentos Vale destacar que, ao adoecer, as pessoas
do trabalho, seja pelas despesas com interna- costumam se afastar das suas atividades diá-
ção no SUS — deve alcançar R$7,239 bi- rias. Os estudantes, por exemplo, apresentam
lhões no país. baixo rendimento escolar em razão das faltas,
o que interfere posteriormente na empregabi-
Ainda segundo a instituição, em 2015, o custo lidade. Os impactos do saneamento na saúde
com horas não trabalhadas alcançou R$872 da mulher e como isso se reflete nas famílias
milhões. Para 2035, espera-se um custo com brasileiras também fica mais evidente.
horas não trabalhadas de R$730 milhões.
Isso equivale a uma economia de R$142 mi- Além da questão da saúde pública ligada à
lhões no ano de 2035 em relação ao estima- proliferação de doenças, os riscos de poluição
do em 2015. e contaminação de rios, lagos e mananciais
são crescentes, e os reflexos ambientais vão
De acordo com o mesmo Instituto, apenas muito além do ecossistema local.
com essas doenças, o Brasil gastou mais de
R$1 bilhão com internações entre 2010 e Os índices abordados acentuam a desigual-
2017, uma média anual de R$140 milhões. dade da população brasileira, submetendo
uma camada expressiva de pessoas em situ-
ação de pobreza do país a viver sob condi-
Que impactos a ausência de sanea- ções pouco salubres.
mento causa na saúde pública?

De modo geral, a ausência de saneamento


básico gera impactos em diversos indicadores
socioeconômicos, como renda, saúde pública,

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Endemias e epidemias: agente infeccioso se espalha ao redor do
mundo e a maior parte das pessoas não são
Existem diferentes nomes técnicos para clas- imunes a ele.
sificar o status epidemiológico de uma doen-
ça, são eles: Em uma escala de gravidade, a pandemia é o
pior dos cenários porque ela se estende a
 Surto; várias regiões do planeta. Mas isso não ne-
 Epidemia; cessariamente significa que a situação é irre-
 Endemia versível ou que o agente da doença tenha
 Pandemia. aumentado o seu poder de ameaça.

O uso desses termos tem relação direta com o O que muda são as medidas adotadas pe-
alcance e a regularidade de uma enfermidade las autoridades no combate ao problema. O
na população. Entenda melhor a seguir: protocolo de ação deve ser respeitado não só
pelos países afetados, mas também pelos que
O que é epidemia? ainda não registraram casos da doença. É
necessária uma abordagem integrada, com
Uma epidemia é quando ocorre um aumento governos e sociedade trabalhando juntos na
no número de casos de uma doença em contenção do agente infeccioso.
várias regiões, mas sem uma escala global.
Ou seja, o problema se espalha acima do es- Exemplo: Em junho de 2009, a OMS declarou
perado, sem uma delimitação geográfica es- a pandemia de Gripe Suína (H1N1). À época
pecífica. eram registrados casos da doença no mundo
inteiro.
Neste caso, a doença se faz presente em di-
versos locais ou comunidades, para além da-
quele em que foram inicialmente identificados.
As epidemias podem ser em nível munici-
pal, estadual e nacional.

Para classificar uma doença como epidemia,


deve-se avaliar o número de casos em rela-
ção à população. Qual o tamanho dessa po-
pulação? O quão suscetível à doença ela é?
Analisam-se também critérios técnicos relaci-
onados à região em que os casos ocorrem,
bem como o período em que se iniciaram.

Vale destacar que doenças sazonais não


são consideradas epidemias, apesar de re-
gistrarem aumentos de casos todos ano em Mapa de distribuição de casos de gripe H1N1,
uma determinada época ou estação. publicado em boletim da OMS, na pandemia
de 2009./Fonte: OMS
Exemplo: Em dezembro de 2021 ocorreu um
aumento repentino e generalizado dos casos O que é endemia?
de gripe no Brasil. Na época, as autoridades
de saúde do estado do Rio de Janeiro trata- A endemia se dá quando uma doença tem
ram a situação como uma epidemia no estado recorrência em uma região, mas sem au-
fluminense. mentos significativos no número de casos.
Ou seja, o problema se manifesta com fre-
O que é pandemia? quência e segue um padrão relativamente es-
tável que prevalece. Se houver alta incidência
e persistência da doença, pode ainda ser
Uma pandemia é a disseminação mundial
chamada de hiperendêmica.
de uma doença. Ela pode surgir quando um

22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Algumas doenças endêmicas são considera- radioativos. Existem, ainda, os surtos de cau-
das sérios problemas de saúde do mundo e sas desconhecidas, como as populares “viro-
preocupam governantes, em especial os que ses”, por exemplo.
lideram países tropicais de baixa renda. É o
caso da Aids e malária, que matam milhões Exemplo: Surtos do vírus Ebola são uma pre-
de pessoas todos os anos. ocupação constante em regiões tropicais da
África subsariana, desde 1976.
Outra questão importante sobre as doenças
endêmicas é que elas podem se tornar epi-
dêmicas se não controladas. Isto depende
de vários fatores que vão desde mudanças no
agente ou hospedeiro até transformações no
ambiente.

O contrário também pode acontecer, como


é o caso do novo coronavírus. Hoje já existe a - Doenças endêmicas:
discussão e alguns países já estão tomando a
decisão de considerar a doença endêmica. O termo doença endêmica ou endemia é
utilizado para definir qualquer doença locali-
Exemplo: A região norte do Brasil é conside- zada ou com uma grande incidência em um
rada uma região de risco de malária. Por lá espaço limitado denominado de “faixa endê-
essa é uma doença endêmica. mica”, seja esse um estado ou um país.

Essas enfermidades foram o foco da saúde


pública brasileira por quase um século até que
com a chegada da urbanização, da ampla dis-
ponibilidade de água encanada, melhores
condições de saneamento e o desenvolvimen-
to de diversas políticas e estratégias de con-
trole, observou-se uma diminuição considerá-
vel na incidência dessas complicações. No
Brasil costumam ocorrer em áreas rurais ou
urbanas com problemas de saneamento bási-
co. A maioria dessas doenças é de ordem pa-
rasitária ou são transmitidas por vetores (or-
ganismos que servem de veículo para a
Série histórica das regiões com maior incidên- transmissão de doenças, ex: mosquitos, mo-
cia de malária no Brasil, entre 2007 e luscos). Os principais exemplos são esquis-
2018./Fonte: Ministério da Saúde tossomose, leishmaniose, leptospirose..

O que é surto? -Esquistossomose:

Um surto é o aumento repentino e inespe- A esquistossomose, ou barriga d’água como é


rado de casos de uma doença em uma de- popularmente conhecida, se qualifica como
terminada região, comunidade ou estação uma verminose parasitária desencadeada pe-
do ano. O número de casos pode variar de la infecção do agente etiológico Schistosoma
acordo com o agente que causa a doença. mansoni, que dispõe como vetor o caramujo
Também é avaliado o tamanho e tipo de ex- em água doce, posteriormente contaminada.
posição anterior, quando se trata de uma do- As manifestações clínicas surgem após o alo-
ença conhecida. jamento do verme nas veias do mesentério e
do fígado, sendo estas identificadas com sin-
Geralmente os surtos são causados por infec- tomas agudos como: febre, cefaleia, fraqueza,
ções transmitidas por pessoas, animais ou tosse e diarreia, sendo este último agravado
ambientes, produtos químicos e até materiais na forma crônica.

23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Figura 1 - Ovo do parasita Schistosoma man-
soni evidenciados nas fezes dos indivíduos
acometidos pela esquistossomose

Figura 3 - Paciente acometido por leishmani-


ose visceral
Fonte: http://scan.myspecies.info/file-
colorboxed/647

Como tratamento de primeira linha é prescrito


o Praziquantel, administrado via oral em dose
única de 50mg/kg para adultos e 60mg/kg pa-
ra uso pediátrico, sob a forma de comprimidos
de 600mg. Como segunda escolha de trata-
mento, quando necessário, é prescrito Oxam-
niquina, também administrada via oral em
adultos numa dose única de 15mg/kg e em
crianças a 20mg/kg, receitada na forma de
A prevenção dessas doenças compreende a
cápsulas de 250mg.
não construção de casas próximas à mata,
utilizar repelentes e usar telas protetoras em
-Leishmaniose: janelas e portas.
A Leishmaniose é uma doença infecciosa e
O tratamento da doença disponível no SUS é
não contagiosa, provocada por parasitas do
principalmente com o fármaco antimoniato de
gênero Leishmania tem como fonte de trans-
meglumina, constituindo-se uma solução inje-
missão principal os animais silvestres e inse-
tável, tendo cada ampola de 5mL e em cada
tos infectados com o parasita, podendo o hos-
mL contém 81 mg/mL de antimônio pentava-
pedeiro ser o cão doméstico. Esses parasitas
lente. O cálculo de dosagem é realizado em
atacam o sistema imunológico, existindo dois
mg/Kg/dia/Sb+5: recomenda-se não ultrapas-
tipos: a leishmaniose tegumentar ou cutânea e
sar 3 ampolas. A administração do medica-
a leishmaniose visceral ou calazar. A primeira,
mento depende do tipo de leishmaniose, por
é caracterizada por feridas na pele com fre-
exemplo, a visceral é recomendada a adminis-
quência nas partes descobertas do corpo, po-
tração parenteral de 20 mg/Kg/dia de antimô-
dendo, mais tarde, aparecer feridas na boca,
nio pentavalente (Sb+5) durante 20 dias con-
garganta e boca, sendo caracterizada por “fe-
secutivos. Já na tegumentar, há uma variação
rida brava”. Já a visceral ou calazar é uma
de 10 a 20 mg de Sb+5/Kg/dia com tempos
doença sistêmica pois atinge órgãos internos,
diferentes a depender o grau e evolução da
principalmente o baço, fígado e a medula ós-
doença.
sea.
-Leptospirose:
Figura 2 - Ferida característica de leishmani-
ose cutânea em portador da doença
A Leptospirose é uma doença infecciosa, cau-
sada por uma bactéria chamada Leptospira
interrogans, que se estabelece nos rins de
ratos e outros animais (bois, porcos, cavalos,
cães e cabras também podem adoecer e,

24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
eventualmente, transmitir a leptospirose ao plásticos duplos amarrados nas mãos e nos
homem). As leptospiras penetram no corpo pés).
pela pele, principalmente por arranhões ou
ferimentos, e também pela pele íntegra, imer-
sa por longos períodos na água ou lama con- -Dengue:
taminada.
É uma doença infecciosa febril aguda, que
Figura 4 - Agente etiológico da leptospirose pode se apresentar de forma benigna ou gra-
(Leptospira interrogans) ve, dependendo de alguns fatores, entre eles:
o vírus envolvido, infecção anterior pelo vírus
da dengue e fatores individuais como doenças
crônicas (diabetes, asma brônquica, anemia
falciforme).

Qual o microrganismo envolvido?

O vírus do dengue pertence à família dos fla-


vivírus e é classificado no meio científico como
um arbovírus, os quais são transmitidos pelos
mosquitos Aedes aegypti. São conhecidos
quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4.
A doença é transmitida através de água con-
taminada com urina de um animal, geralmente Quais os sintomas?
de roedores, infectado ou por manipulação de
tecidos de um animal infectado. A população O doente pode apresentar sintomas como fe-
considerada de risco, é a exposta a rios, cór- bre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas
regos e águas paradas contaminadas, traba- ou até mesmo não apresentar qualquer sinto-
lhadores rurais e manipuladores de carne e ma. O aparecimento de manchas vermelhas
veterinários. na pele, sangramentos (nariz, gengivas), dor
abdominal intensa e contínua e vômitos per-
Os principais sintomas são febre, dor de ca- sistentes podem indicar um sinal de alarme
beça e dores pelo corpo, principalmente nas para dengue hemorrágica. Esse é um quadro
panturrilhas. Podem também ocorrer vômitos, grave que necessita de imediata atenção mé-
diarreia e tosse. Nas formas graves, geral- dica, pois pode ser fatal.
mente aparece icterícia (pele e olhos amare-
lados), sangramento e alterações urinárias. É importante procurar orientação médica ao
Pode haver necessidade de internação hospi- surgirem os primeiros sintomas, pois as mani-
talar. Para fins de diagnóstico, o método labo- festações iniciais podem ser confundidas com
ratorial de escolha depende da fase evolutiva outras doenças, como febre amarela, malária
em que se encontra o paciente. ou leptospirose e não servem para indicar o
grau de gravidade da doença.
O tratamento dessa infecção é feito com anti-
bioticoterapia (penicilina ou doxiciclina) em Todos os quatro sorotipos de dengue 1, 2, 3 e
qualquer período da doença, mas sua eficácia 4 podem produzir formas assintomáticas,
parece ser maior na 1ª semana do início dos brandas e graves, incluindo fatais. Deve-se
sintomas. E a prevenção ocorre por meio de levar em consideração três aspectos:
medidas como obras de saneamento básico,
controle de roedores e evitando o contato com 1. Todos os quatro sorotipos podem levar ao
água ou lama de enchentes e impedir que cri- dengue grave na primeira infecção, porém
anças nadem ou brinquem nessas águas. com maior freqüência após a segunda ou ter-
Pessoas que trabalham na limpeza de lama, ceira, sem haver diferença estatística compro-
entulhos e desentupimento de esgoto devem vada se após a segunda ou a terceira infec-
usar botas e luvas de borracha (ou sacos ção;
2. Existe uma proporção de casos que têm a

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
infecção subclínica, ou seja, são expostos à plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus
picada infectante do mosquito Aedes aegypti velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores,
mas não apresentam a doença clinicamente, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cis-
embora fiquem imunes ao sorotipo com o qual ternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.
se infectaram; isso ocorre com 20 a 50% das
pessoas infectadas;
3. A segunda infecção por qualquer sorotipo
do dengue é predominantemente mais grave Doenças Transmissíveis e Não
que a primeira, independentemente dos soro- Transmissíveis: Tuberculose, Han-
tipos e de sua seqüência. No entanto, os soro- seníase, DST/AIDS, Hipertensão Ar-
tipos 2 e 3 são considerados mais virulentos. terial, Diabetes, Neoplasias, Saúde
Mental.
É importante lembrar que muitas vezes a pes-
soa não sabe se já teve dengue por duas ra-
zões: uma é que pode ter tido a infecção sub- -Tuberculose:
clínica (sem sinais e sem sintomas), e outra é
pelo fato da facilidade com que o dengue, A tuberculose é uma doença infecciosa e
principalmente nas formas brandas, pode con- transmissível que afeta prioritariamente os
fundir-se com outras viroses febris agudas. pulmões, embora possa acometer outros ór-
gãos e/ou sistemas. A doença é causada pe-
Como se transmite? lo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de
Koch. A forma extrapulmonar, que acomete
A doença é transmitida pela picada da fêmea outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais
do mosquito Aedes aegypti. Não há transmis- frequentemente em pessoas que vivem com
são pelo contato direto com um doente ou su- HIV, especialmente aquelas com comprome-
as secreções, nem por meio de fontes de timento imunológico. No Brasil, a doença é um
água ou alimento. sério problema de saúde pública, com profun-
das raízes sociais. A epidemia do HIV e a pre-
Como tratar? sença de bacilos resistentes tornam o cenário
ainda mais complexo. A cada ano, são notifi-
Todas as pessoas com febre de menos de cados aproximadamente 70 mil casos novos e
sete dias durante uma epidemia ou por casos ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrên-
suspeitos de dengue, cuja evolução não é cia da tuberculose.
possível predizer, devem procurar tratamento
médico onde algumas rotinas estão estabele- IMPORTANTE: cerca de 10 milhões de pes-
cidas para o acompanhamento, conforme a soas adoecem por tuberculose no mundo, e a
avaliação clínica inicial e subseqüente, quanto doença leva mais de um milhão de pessoas a
a possibilidade de evolução para gravidade. A óbito anualmente. A forma pulmonar, além de
hidratação oral (com água, soro caseiro, água ser mais frequente, é também a mais relevan-
de coco), ou venosa, dependendo da fase da te para a saúde pública, principalmente a for-
doença, é a medicação fundamental e está ma positiva à baciloscopia, pois é a principal
indicada em todos os casos em abundância. responsável pela manutenção da cadeia de
Não devem ser usados medicamentos à base transmissão da doença.
de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios,
como aspirina e AAS, pois podem aumentar o Como a tuberculose é transmitida?
risco de hemorragias.
A tuberculose é uma doença de transmissão
Como se prevenir? aérea e se instala a partir da inalação de ae-
rossóis oriundos das vias aéreas, durante a
A melhor forma de se evitar a dengue é com- fala, espirro ou tosse das pessoas com tuber-
bater os focos de acúmulo de água, locais culose ativa (pulmonar ou laríngea), que lan-
propícios para a criação do mosquito trans- çam no ar partículas em forma de aerossóis
missor da doença. Para isso, é importante não contendo bacilos.
acumular água em latas, embalagens, copos

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Calcula-se que, durante um ano, em uma co- Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser
munidade, um indivíduo que tenha bacilosco- realizado, preferencialmente, em regime de
pia positiva pode infectar, em média, de 10 a Tratamento Diretamente Observado (TDO).
15 pessoas. Bacilos que se depositam em
roupas, lençóis, copos e outros objetos dificil- São utilizados quatro fármacos para o trata-
mente se dispersam em aerossóis e, por isso, mento dos casos de tuberculose que utilizam
não têm papel importante na transmissão da o esquema básico: rifampicina, isoniazida,
doença. pirazinamida e etambutol.

IMPORTANTE: a tuberculose NÃO se trans- O TDO é indicado como principal ação de


mite por objetos compartilhados, como talhe- apoio e monitoramento do tratamento das
res, copos, entre outros. pessoas com tuberculose e pressupõe uma
atuação comprometida e humanizada dos pro-
Com o início do tratamento, a transmissão fissionais de saúde.
tende a diminuir gradativamente e, em geral,
após 15 dias de tratamento, ela se encontra Além da construção do vínculo entre o profis-
muito reduzida. No entanto, o ideal é que as sional de saúde e a pessoa com tuberculose,
medidas de controle sejam implantadas até o TDO inclui a ingestão dos medicamentos
que haja a negativação da baciloscopia, tais pelo paciente realizada sob a observação de
como cobrir a boca com o braço ou lenço ao um profissional de saúde ou de outros profis-
tossir e manter o ambiente bem ventilado, sionais capacitados, como profissionais da
com bastante luz natural. O bacilo é sensível à assistência social, entre outros, desde que
luz solar e a circulação de ar possibilita a dis- supervisionados por profissionais de saúde.
persão das partículas infectantes. Por isso,
ambientes ventilados e com luz natural direta O TDO deve ser realizado, idealmente, em
diminuem o risco de transmissão. todos os dias úteis da semana. O local e o
horário para a realização do TDO devem ser
Quais são os sintomas da tuberculose? acordados com a pessoa e com o serviço de
saúde.
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é
a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, A pessoa com tuberculose necessita ser ori-
recomenda-se que todo sintomático respirató- entada, de forma clara, quanto às característi-
rio, que é a pessoa com tosse por três sema- cas da doença e do tratamento a que será
nas ou mais, seja investigado para tuberculo- submetida. O profissional de saúde deve in-
se. Há outros sinais e sintomas que podem formá-la sobre a duração e o esquema do tra-
estar presentes, como: tamento, bem como sobre a utilização dos
medicamentos, incluindo os benefícios do seu
 Febre vespertina uso regular, as possíveis consequências do
 Sudorese noturna seu uso irregular e os eventos adversos asso-
 Emagrecimento ciados.
 Cansaço/fadiga
Todas as pessoas que seguem o tratamen-
IMPORTANTE: caso a pessoa apresente sin- to corretamente ficam curadas da doença.
tomas de tuberculose, é fundamental procurar
a unidade de saúde mais próxima da residên- IMPORTANTE: logo nas primeiras semanas
cia para avaliação e realização de exames. Se do tratamento, o paciente se sente melhor e,
o resultado for positivo para tuberculose, de- por isso, precisa ser orientado pelo profissio-
ve-se iniciar o tratamento o mais rápido possí- nal de saúde a realizar o tratamento até o fi-
vel e segui-lo até o final. nal, independentemente da melhora dos sin-
tomas. É importante lembrar que o tratamento
Como é feito o tratamento da tuberculose? irregular pode complicar a doença e resultar
no desenvolvimento de tuberculose drogarre-
O tratamento da tuberculose dura no mínimo sistente
seis meses, é gratuito e está disponível no

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fon-
-Hanseníase: te: http://www.dinomarmiranda.com/2019/01/h
anseniase-brasil-e-o-segundo-pais-com.html
A Hanseníase é uma doença crônica trans-
missível de investigação obrigatória em todo o O tratamento da doença é realizado com a
país, causada pelo Bacilo Micobacterium le- Poliquimioterapia (PQT), uma associação de
prae, que possui a capacidade de infectar um antimicrobianos recomendado pela Organiza-
grande contingente, além de poder danificar o ção Mundial de Saúde (OMS). Essa associa-
sistema nervoso e a pele, características que ção diminui a resistência medicamentosa do
conferem à doença um alto poder incapacitan- bacilo, que ocorre com frequência quando se
te. A infecção pode ocorrer em pessoas de utiliza apenas um medicamento, o que acaba
qualquer idade. Contudo, é necessário muito impossibilitando a cura da doença. Os medi-
tempo de exposição à bactéria, de modo que camentos são seguros e eficazes. O paciente
apenas uma parcela da população infectada deve tomar a primeira dose mensal supervisi-
demonstra os sintomas, que são a aparição onada pelo profissional de saúde. As demais
de manchas na pele, dor e sensação de cho- são auto administradas. Ainda no início do
que ao longo dos nervos dos membros, úlce- tratamento, a doença deixa de ser transmitida.
ras nas pernas e pés, febre edemas e dor nas Familiares, colegas de trabalho e amigos,
juntas, etc. A hanseníase é transmitida pelas além de apoiar o tratamento, também devem
vias aéreas superiores (tosse ou espirro), por ser examinados.
meio do convívio próximo e prolongado com
uma pessoa doente sem tratamento. -Dsts:

A doença apresenta longo período de incuba-


ção, ou seja, tempo em que os sinais e sinto- As Doenças Sexualmente Transmissíveis
mas se manifestam desde a infecção. Geral- (DST) são causadas por vários tipos de agen-
mente, é em média de 2 a 7 anos. Há referên- tes. São transmitidas, principalmente, por con-
cias com períodos mais curtos, de 7 meses, tato sexual sem o uso de camisinha, com uma
como também mais longos, de 10 anos. O pessoa que esteja infectada e, geralmente, se
diagnóstico é realizado por meio de exames manifestam por meio de feridas, corrimentos,
gerais, dermatológicos e neurológicos para bolhas ou verrugas.
identificação de comprometimentos em nervos
e regiões da pele. O Sistema Único de Saúde Algumas DST são de fácil tratamento e de
(SUS) disponibiliza o tratamento e acompa- rápida resolução. Outras, contudo, têm trata-
nhamento da doença em unidades básicas de mento mais difícil ou podem persistir ativas,
saúde e em referências. apesar da sensação de melhora relatada pe-
los pacientes. As mulheres, em especial, de-
Figura 5 - Manifestações cutâneas da hanse- vem ser bastante cuidadosas, já que, em di-
níase versos casos de DST, não é fácil distinguir os
sintomas das reações orgânicas comuns de
seu organismo. Isso exige da mulher consul-
tas periódicas ao médico. Algumas DST,
quando não diagnosticadas e tratadas a tem-
po, podem evoluir para complicações graves e
até a morte. Algumas DST também podem ser
transmitidas da mãe infectada para o bebê
durante a gravidez ou durante o parto. Podem
provocar, assim, a interrupção espontânea da
gravidez ou causar graves lesões ao feto, ou-
tras podem também ser transmitidas por trans-
fusão de sangue contaminado ou comparti-
lhamento de seringas e agulhas, principalmen-
te no uso de drogas injetáveis.

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Tipos de DST: ardem e não apresentam pus. Após um certo
tempo, a ferida desaparece sem deixar cica-
– Cancro mole: também chamada de cancro triz, dando à pessoa a falsa impressão de es-
venéreo, popularmente é conhecida como ca- tar curada. Se a doença não for tratada, conti-
valo. Manifesta-se através de feridas doloro- nua a avançar no organismo, surgindo man-
sas com base mole; chas em várias partes do corpo (inclusive nas
palmas das mãos e solas dos pés), queda de
– Condiloma acuminado ou HPV: é uma lesão cabelos, cegueira, doença do coração, parali-
na região genital, causada pelo Papilomavirus sias;
Humano (HPV). A doença é também conheci-
da como crista de galo, figueira ou cavalo de – Tricomoníase: os sintomas são, principal-
crista; mente, corrimento amarelo-esverdeado, com
mau cheiro, dor durante o ato sexual, ardor,
– Gonorréia: é a mais comum das DST. Tam- dificuldade para urinar e coceira nos órgãos
bém é conhecida pelo nome de blenorragia, sexuais. Na mulher, a doença pode também
pingadeira, esquentamento. Nas mulheres, se localizar em partes internas do corpo, como
essa doença atinge principalmente o colo do o colo do útero. A maioria dos homens não
útero; apresenta sintomas. Quando isso ocorre, con-
siste em uma irritação na ponta do pênis.
– Clamídia: também é uma DST muito co-
mum e apresenta sintomas parecidos com os -HIV/Aids
da gonorréia, como, por exemplo, corrimento
parecido com clara de ovo no canal da urina e
dor ao urinar. As mulheres contaminadas pela HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodefi-
clamídia podem não apresentar nenhum sin- ciência humana. Causador da aids, ataca o
toma da doença, mas a infecção pode atingir sistema imunológico, responsável por defen-
o útero e as trompas, provocando uma grave der o organismo de doenças. As células mais
infecção. Nesses casos, pode haver compli- atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alte-
cações como dor durante as relações sexuais, rando o DNA dessa célula que o HIV faz có-
gravidez nas trompas (fora do útero), parto pias de si mesmo. Depois de se multiplicar,
prematuro e até esterilidade; rompe os linfócitos em busca de outros para
continuar a infecção.
– Herpes: manifesta-se através de pequenas
bolhas localizadas principalmente na parte Ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids.
externa da vagina e na ponta do pênis. Essas Há muitos soropositivos que vivem anos sem
bolhas podem arder e causam coceira inten- apresentar sintomas e sem desenvolver a do-
sa. Ao se coçar, a pessoa pode romper a bo- ença. Mas podem transmitir o vírus a outras
lha, causando uma ferida; pessoas pelas relações sexuais desprotegi-
das, pelo compartilhamento de seringas con-
– Linfogranuloma venéreo: caracteriza-se pelo taminadas ou de mãe para filho durante a gra-
aparecimento de uma lesão genital de curta videz e a amamentação, quando não tomam
duração (de três a cinco dias), que se apre- as devidas medidas de prevenção. Por isso, é
senta como uma ferida ou como uma eleva- sempre importante fazer o teste e se proteger
ção da pele. Após a cura da lesão primária em todas as situações.
surge um inchaço doloroso dos gânglios de
uma das virilhas. Se esse inchaço não for tra- Biologia
tado adequadamente, evolui para o rompi-
mento espontâneo e formação de feridas que O HIV é um retrovírus, classificado na subfa-
drenam pus; mília dos Lentiviridae. Esses vírus comparti-
lham algumas propriedades comuns: período
– Sífilis: manifesta-se inicialmente como uma de incubação prolongado antes do surgimento
pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro dos sintomas da doença, infecção das células
duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas. A do sangue e do sistema nervoso e supressão
ferida e as ínguas não doem, não coçam, não do sistema imune.

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assim pega: acontece quando os valores das pressões
máxima e mínima são iguais ou ultrapassam
 Sexo vaginal sem camisinha; os 140/90 mmHg (ou 14 por 9). A pressão alta
 Sexo anal sem camisinha; faz com que o coração tenha que exercer um
 Sexo oral sem camisinha; esforço maior do que o normal para fazer com
 Uso de seringa por mais de uma pes- que o sangue seja distribuído corretamente no
soa; corpo. A pressão alta é um dos principais fa-
 Transfusão de sangue contaminado; tores de risco para a ocorrência de acidente
 Da mãe infectada para seu filho duran- vascular cerebral, enfarte, aneurisma arterial e
te a gravidez, no parto e na amamenta- insuficiência renal e cardíaca.
ção;
 Instrumentos que furam ou cortam não O problema é herdado dos pais em 90% dos
esterilizados. casos, mas há vários fatores que influenciam
nos níveis de pressão arterial, como os hábi-
Assim não pega: tos de vida do indivíduo.

 Sexo desde que se use corretamente a No Brasil, 388 pessoas morrem por dia por
camisinha; hipertensão.
 Masturbação a dois;
 Beijo no rosto ou na boca; Causas
 Suor e lágrima;
 Picada de inseto; Essa doença é herdada dos pais em 90% dos
 Aperto de mão ou abraço; casos, mas há vários fatores que influenciam
 Sabonete/toalha/lençóis; nos níveis de pressão arterial, entre eles:
 Talheres/copos;
 Assento de ônibus;  Fumo;
 Piscina;  Consumo de bebidas alcoólicas;
 Banheiro;  Obesidade;
 Doação de sangue;  Estresse;
 Pelo ar.  Elevado consumo de sal;
 Níveis altos de colesterol;
Tratamento  Falta de atividade física.

Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgi- Além desses fatores de risco, sabe-se que a
ram na década de 1980 para impedir a multi- incidência da pressão alta é maior na raça
plicação do HIV no organismo. Esses medi- negra, em diabéticos, e aumenta com a idade.
camentos ajudam a evitar o enfraquecimento
do sistema imunológico. Por isso, o uso regu- Sintomas
lar dos ARV é fundamental para aumentar o
tempo e a qualidade de vida das pessoas que Os sintomas da hipertensão costumam apare-
vivem com HIV e reduzir o número de interna- cer somente quando a pressão sobe muito:
ções e infecções por doenças oportunistas. podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça,
tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os embaçada e sangramento nasal.
ARV a todas as pessoas vivendo com HIV que
necessitam de tratamento. Atualmente, exis- Diagnóstico
tem 22 medicamentos, em 38 apresentações
farmacêuticas. Medir a pressão regularmente é a única ma-
neira de diagnosticar a hipertensão. Pessoas
- Hipertensão Arterial, acima de 20 anos de idade devem medir a
pressão ao menos uma vez por ano. Se hou-
A hipertensão arterial ou pressão alta é uma ver casos de pessoas com pressão alta na
doença crônica caracterizada pelos níveis ele- família, deve-se medir no mínimo duas vezes
vados da pressão sanguínea nas artérias. Ela por ano.

30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
-Diabetes O QUE É DIABETES TIPO 2?

Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome meta- Costuma ser assintomática, e as manifes-
bólica de origem múltipla, decorrente da falta tações ocorrem geralmente na idade adulta
de insulina e/ou da incapacidade e/ou falta de (após os 40 anos) com evolução lenta dos
insulina exercer adequadamente seus efeitos, sintomas e possibilidade de complicações tar-
caracterizando altas taxa de açúcar no sangue dias (renais, oftalmológicas e neuropáticas).
( hiperglicemia) de forma permanente. A insu- Ocorre principalmente em pessoas com ex-
lina é produzida pelo pâncreas, sendo respon- cesso de peso, comportamento sedentário,
sável pela manutenção do metabolismo (que- hábitos alimentares não saudáveis e história
bra da glicose) para permitir que tenhamos familiar de diabetes.
energia para manter o organismo em funcio-
namento.

O QUE É O PRÉ-DIABETES?

QUAIS OS TIPOS MAIS COMUNS Pré-diabetes é quando os níveis de glicose no


DE DIABETES? sangue estão mais altos do que o normal, mas
ainda não caracterizam o Diabetes Tipo 2. É
O diabetes mellitus pode se apresentar de um sinal de alerta do corpo, que normalmente
diversas formas e possui diversos tipos dife- aparece em pessoas com fatores de risco,
rentes. Independente do tipo de diabetes, com como sobrepeso, obesidade, hipertensão e
aparecimento de qualquer sintoma é funda- alterações nos lipídios. Nesta etapa, apesar
mental que o paciente procure com urgência o de 50% dos usuários desenvolverem a doen-
atendimento médico especializado para dar ça, os outros 50%, por meio de incorporação
início ao tratamento. de hábitos saudáveis na alimentação e prática
de atividade física, poderão retardar a evolu-
ção e complicações do diabetes.

O QUE É DIABETES TIPO 1?

Em 5 a 10% dos casos de diabetes, corres- QUAIS OS SINTOMAS DO DIABE-


pondem ao tipo 1, no qual o sistema imunoló- TES?
gico atacam as células que produzem a insuli-
na. Assim, não há produção suficiente para
fazer com que a glicose entre nas células,
permanecendo na corrente sanguínea, ocasi- Sintomas do diabetes tipo 1:
onando aumento nas taxas de glicemia.
 Fome frequente;
 Sede constante;
 Vontade de urinar diversas vezes ao
dia;
 Perda de peso;
 Fraqueza;
 Fadiga;
 Mudanças de humor;

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
 Náusea e vômito.  Colesterol alto ou alterações na taxa de
triglicérides no sangue;
 Sobrepeso, principalmente se a gordu-
ra estiver concentrada em volta da cin-
Sintomas do diabetes tipo 2: tura, mulheres deve ser inferior a 80cm,
e homens inferior a 102cm;
 Fome frequente;  Pais, irmãos ou parentes próximos com
 Sede constante; diabetes;
 Formigamento nos pés e mãos;  Doenças renais crônicas;
 Vontade de urinar diversas vezes;  Mulher que deu à luz criança com mais
 Infecções frequentes na bexiga, rins, de 4kg;
pele e infecções de pele;  Diabetes gestacional;
 Feridas que demoram para cicatrizar;  Síndrome de ovários policísticos;
 Visão embaçada.  Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos -
esquizofrenia, depressão, transtorno
bipolar;
COMO PREVENIR?  Apneia do sono;
 Uso de medicamentos da classe dos
A melhor forma de prevenir o diabetes tipo 2 e glicocorticoides.
diversas outras doenças é a incorporação de
hábitos saudáveis. O incentivo para uma ali-
mentação saudável, balanceada e a prática de
atividades físicas devem ser uma prioridade. QUAL O TRATAMENTO PARA O
O Ministério da Saúde adotou internacional- DIABETES DO TIPO 1?
mente metas para frear o crescimento do ex-
cesso de peso e obesidade no país. Os pacientes que apresentam diabetes do
Tipo 1 precisam de injeções diárias de insu-
lina para manterem a glicose no sangue em
valores considerados normais. Para essa me-
“Guia de Atividade Física para a População dição, é aconselhável ter em casa um apare-
Brasileira” lho, chamado glicosímetro, que será capaz de
medir a concentração exata de glicose no
O Guia Alimentar (MS, 2014) e o Guia de Ati- sangue.
vidade Física (MS, 2021), ambos para a Popu-
lação Brasileira, são importantes referenciais Insulinoterapia
para abordagem integral da promoção à nutri-
ção adequada, por meio de alimentos in natu- As pessoas com diabetes Tipo1 fazem sem-
ra ou minimamente processados, bem como a pre tratamento com insulina – insulinoterapia.
realização de atividade física, conforme a re- A insulinoterapia consiste na administração de
comendação da Organização Mundial da Sa- insulina por via subcutânea (por baixo da pe-
úde (OMS). le). Não existem comprimidos de insulina pois
não é possível absorvê-la uma vez que os
ácidos do estômago a destroem.

QUAIS FATORES DE RISCO PARA QUAL O TRATAMENTO PARA O


DESENVOLVER O DIABETES? DIABETES DO TIPO 2?

 Diagnóstico de pré-diabetes; Já para os usuários que apresentam diabetes


 Pressão alta; Tipo 2, poderão ser utilizados os seguintes
medicamentos, conforme cada caso:

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
 Inibidores da alfaglicosidase: impedem manas, porém com pequenas alterações nas
a digestão e absorção de carboidratos moléculas, que foram feitas para modificar a
no intestino; maneira como as insulinas agem no organis-
 Sulfonilureias: estimulam a produção mo humano, especialmente em relação ao
pancreática de insulina pelas células; tempo para início de ação e duração do efeito.
 Glinidas: agem também estimulando a Para os que já têm diagnóstico de diabetes, o
produção de insulina pelo pâncreas. (SUS) oferta gratuitamente nas Unidades Bá-
sicas de Saúde, atenção integral e gratuita,
O Diabetes Tipo 2 pode estar acompanhado desenvolvendo ações de prevenção, detec-
de outros problemas de saúde, como obesi- ção, controle e tratamento medicamentoso,
dade, sobrepeso, sedentarismo, triglicerídios inclusive com insulinas.
elevados e pressão alta. Por isso, é essencial
manter acompanhamento com a equipe de Para monitoramento do índice glicêmico, tam-
saúde, para tratar e prevenir as complicações bém estão disponíveis, as fitas reagentes e as
do diabetes. seringas para aplicação. O programa, Aqui
Tem Farmácia Popular, parceria do Ministério
No quadro abaixo, os medicamentos padroni- da Saúde com mais de 34 mil farmácias priva-
zados e disponibilizados pelo Sistema Único das em todo o país, também distribui medica-
de Saúde (SUS): mentos gratuitos, entre eles o cloridrato de
metformina de ação prolongada, glibenclami-
Via Adminis- da e insulinas.
Classe Droga
tração
Primeira Escolha
Cloridrato de O QUE É HIPOGLICEMIA?
oral
Metformina
A hipoglicemia é literalmente nível muito baixo
Biguanidas Cloridrato de
de glicose no sangue e é comum em pessoas
Metformina - XR
oral com diabetes. Para evitar a hipoglicemia, além
liberação pro-
das complicações do diabetes, o segredo é
longada
manter os níveis de glicose dentro da meta
Indicadas com Associação estabelecida pelo profissional da saúde para
Glibenclamida oral cada paciente. Essa meta varia de acordo
com a idade, condições gerais de saúde e ou-
Sulfonilureias Gliclazida de tros fatores de risco, além de situações como
liberação pro- oral
a gravidez.
longada
Inibidores Durante o tratamento, é essencial manter há-
Dapagliflozina oral
SGLT2 bitos saudáveis e estilo de vida ativo, além de
NPH subcutânea seguir as orientações medicamentosas reco-
Insulinas mendadas pelo profissional de saúde para
Regular subcutânea
manter a meta de glicose, evitando a hipogli-
cemia e a hiperglicemia.

O que pode causar hipoglicemia em paci-


entes diabéticos
Visando a comodidade na aplicação, facilida-  Aumentar quantidade de exerícios físi-
de de transporte, armazenamento e maior as- cos sem orientação ou sem ajuste cor-
sertividade no ajuste da dosagem, encontra- respondente na alimenta-
se disponível a caneta para a aplicação da ção/medicação;
insulina. Também, a Insulina análoga de ação
rápida, que são semelhantes às insulinas hu-
33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
 Pular refeições e os horários de refei- vos, condição chamada de neuropatia periféri-
ções; ca, fazem com que esse mecanismo não fun-
 Comer menos do que o necessário; ciona bem. A neuropatia pode afetar um único
 Exagerar na medicação (essa conduta nervo, um grupo de nervos ou nervos no cor-
não traz controle melhor do diabetes, po inteiro.
pelo contrário);
 Ingestação de álcool. A neuropatia costuma vir acompanhada da
diminuição da energia, da mobilidade, da sa-
Em situações extremas, a hipoglicemia pode tisfação com a vida e do envolvimento com as
causar desmaios ou crises convulsivas e ne- atividades sociais. Tanto as alterações nos
cessitam de intervenção médicas imediata. vasos sanguíneos quanto as alterações no
metabolismo podem causar danos aos nervos
periféricos. A glicemia alta reduz a capacidade
de eliminar radicais livres e compromete o me-
Sintomas da hipoglicemia: tabolismo de várias células, principalmente as
dos neurônios.
 Tremedeira;
 Nervosismo e ansiedade;
 Suores e calafrios;
 Irritabilidade e impaciência; Cuidado com os pés
 Confusão mental e até delírio;
 Taquicardia, coração batendo mais rá- Pessoas com diabetes podem apresentar feri-
pido que o normal; das com difícil cicatrização devido aos níveis
 Tontura ou vertigem; elevados de açúcar no sangue e/ou circulação
 Fome e náusea; sanguínea deficiente. É uma das complica-
 Sonolência; ções mais comuns do diabetes mal controla-
 Visão embaçada; do.
 Sensação de formigamento ou dor-
mência nos lábios e na língua;
 Dor de cabeça;
 Fraqueza e fadiga; Problemas arteriais e amputações
 Raiva ou tristeza;
 Falta de coordenação motora; A doença arterial periférica, que reduz o fluxo
 Convulsões; de sangue para os pés, ocasiona a redução
 Inconsciência. da sensibilidade devido aos danos que a falta
de controle da glicose causa aos nervos. Es-
.Hiperglicemia sas duas condições fazem com que seja mais
fácil sofrer com úlceras e infecções, que po-
 Urinar em grande quantidade e mais dem levar à amputação.
vezes;
 Ter sede constante e intensa; No entanto, a maioria das amputações são
 Sensação de boca seca; evitáveis com:
 Fome constante e difícil de saciar;
 Cansaço;  Cuidados regulares de examinar diari-
 Visão turva amente os pés, principalmente entre os
dedos;
 Utilizar calçados adequados;
 Evitar andar descalço;
Neuropatia Diabética  Inspecionar e palpar o interior dos sa-
patos;
Os nervos periféricos carregam as informa-  Usar cremes e hidratantes, exceto entre
ções que saem do cérebro e as que chegam os dedos;
até ele, além de sinais da medula espinhal  Não cortar calos ou verrugas, não tirar
para o resto do corpo. Os danos a esses ner- cutículas ou cantos das unhas;

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
 Lavar diariamente os pés, secando-os , As neoplasias podem ser ocasionadas por
especialmente entre os dedos. fatores genéticos ou ambientais. Diante dis-
so, alguns cuidados, como não fumar e evitar
exposição ao Sol entre as 10 e 16 horas, sem
proteção adequada, podem auxiliar na pre-
Problemas nos olhos venção de alguns tipos de câncer. O trata-
mento é determinado pelo médico, que deve
Se você gerencia bem a taxa de glicemia, é levar em consideração, por exemplo, o tipo de
bem provável que apresente problemas ocula- neoplasia e o estado clínico do paciente.
res de menor gravidade ou nem apresente.
Isso porque quem tem diabetes está mais su- Veja também: Câncer – saiba mais sobre a 2ª
jeito à cegueira, se não tratá-la corretamente. maior causa de mortes no Brasil
Fazendo exames regularmente e entendendo
como funcionam os olhos, fica mais fácil man- O que é neoplasia?
ter essas complicações sob controle. Uma
parte da retina é especializada em diferenciar Neoplasia, também denominada de tumor, é
detalhes finos. Essa pequena área é chamada um crescimento desordenado de células no
mácula, que é irrigada por vasos sanguíneos organismo. Esse crescimento desordenado
para garantir seu funcionamento. Essas estru- leva à formação de uma massa anormal de
turas podem ser alvo de algumas complica- tecido. A maioria das células dos tecidos es-
ções da diabetes: tão em constante multiplicação, até mesmo
porque essa é uma forma de repor as células
 Glaucoma; mortas. No entanto, esse crescimento é con-
 Catarata; trolado por diversos fatores. Nas neoplasias,
 Retinopatia diabética. as células sofrem alterações e a sua prolifera-
ção passa a ser desordenada.

Pele mais sensível

Muitas vezes, a pele dá os primeiros sinais de


que você pode estar com diabetes. Ao mesmo
tempo, as complicações associadas podem
ser facilmente prevenidas. Quem tem diabetes
tem mais chance de ter pele seca, coceira e
infecções por fungos e/ou bactérias, uma vez
que a hiperglicemia favorece a desidratação –
a glicose em excesso rouba água do corpo.

Nas neoplasias, as células sofrem alterações


Neoplasias:
e a sua proliferação passa a ser desordenada.
Neoplasia é uma proliferação desordenada
As neoplasias apresentam dois componentes
de células no organismo, formando, assim,
básicos: um parênquima, composto por célu-
uma massa anormal de tecido. Pode ser clas-
las em proliferação, as quais determinam o
sificada como benigna ou maligna. A neopla-
comportamento e as consequências da doen-
sia benigna tem, geralmente, crescimento len-
ça, e um estroma, formado por tecido conjun-
to, ordenado e apresentando limites definidos.
tivo e vasos sanguíneos, os quais definem o
A neoplasia maligna, também conhecida como
crescimento e a evolução da neoplasia. É im-
câncer, de forma geral, tem um crescimento
portante destacar aqui que nem toda neopla-
mais rápido, as células não apresentam dife-
sia é um câncer. O termo câncer é utilizado
renciação e invadem tecidos vizinhos.
para se referir às neoplasias malignas, co-
mo veremos mais adiante.

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Leia também: Mutação: o que é e por que massa tumoral primária podem desprender-se
acontece? e entrar na corrente sanguínea ou vasos linfá-
ticos, deslocando-se pelo organismo e fixan-
Não pare agora... Tem mais depois da pu- do-se em outro local, no qual dará origem a
blicidade ;) um novo tumor.
Tipos de neoplasia

As neoplasias podem ser de dois tipos, be-


nigna ou maligna, como podemos ver a se-
guir.

→ Neoplasia benigna

A neoplasia benigna, também chamada de


tumor benigno, caracteriza-se por apresentar
células bem semelhantes às do tecido original, Nas neoplasias malignas, as células podem
ou seja, apresentam diferenciação; crescem invadir tecidos adjacentes.
de forma lenta; são bem vascularizadas; com- Causas de neoplasia
primem os tecidos vizinhos, no entanto, não
os infiltram. A migração dessas células só As neoplasias apresentam inúmeras causas,
ocorre em caso de lesão ou rompimento do podendo ser desencadeadas por fatores ge-
tecido. néticos ou ambientais. Esses fatores causam
alterações em genes e proteínas, o que oca-
Embora seja denominada de benigna, essa siona proliferação, bem como a perda da dife-
neoplasia também pode gerar complicações, renciação celular. As neoplasias benignas
pois comprime órgãos e vasos, além de poder estão mais relacionadas com fatores genéti-
causar a secreção em excesso de algumas cos.
substâncias, o que pode ser prejudicial. Um
exemplo de neoplasia benigna que pode cau- Dentre os fatores ambientais que podem de-
sar complicações severas são as pancreáti- sencadear neoplasias, principalmente as ma-
cas, pois podem desencadear uma secreção lignas, podemos destacar algumas substân-
excessiva de insulina, podendo levar a uma cias químicas, como os hidrocarbonetos poli-
hipoglicemia fatal. cíclicos aromáticos presentes no cigarro, um
dos principais causadores de câncer no pul-
→ Neoplasia maligna mão; vírus, como o Papiloma Vírus Humano
(HPV), causador de uma infecção sexualmen-
A neoplasia maligna, também chamada de te transmissível e um dos principais responsá-
tumor maligno ou câncer, caracteriza-se por veis pelo desenvolvimento de câncer de colo
um crescimento mais rápido do que a benigna de útero; além de radiações, como a ultra-
e suas células são menos diferenciadas, o violeta, que pode desencadear o câncer de
que faz com que muitas percam a sua função pele, quando ocorre uma exposição excessiva
no tecido original. Como essas células apre- a ela.
sentam uma redução das estruturas juncionais
e moléculas de adesão, elas apresentam mai-
or mobilidade, invadindo os tecidos adja-
centes.

Além de serem agressivas localmente, as ne-


oplasias malignas podem também se propa-
gar pelo organismo em um processo denomi-
nado de metástase, em que há a formação de
uma nova massa tumoral a partir de uma pri-
meira sem que haja, no entanto, continuidade
entre elas. Isso ocorre porque as células da

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A exposição aos raios ultravioletas sem a de-  Realizar periodicamente exame preven-
vida proteção pode desencadear o câncer de tivo ginecológico (Mulheres, conversem
pele. com seu médico!);
 Vacinar contra o HPV as meninas de 9
Alguns hábitos alimentares não saudáveis, a 14 anos e os meninos de 11 a 14
consumo de álcool e uso de determinados anos.
medicamentos devem ser observados, pois
também podem desencadear o desenvolvi- Tratamento da neoplasia
mento de neoplasias.
O tratamento das neoplasias varia conforme
Sintomas e diagnóstico de neoplasia o tipo detectado. Geralmente, as neoplasias
benignas não requerem tratamento, devendo
Os sintomas variam conforme a região on- ser apenas realizado o acompanhamento mé-
de está localizado o tumor. Em casos de dico. No entanto, em alguns casos, como
tumores no sistema digestório, por exemplo, é quando ocorre a compressão de determinados
comum grande perda de peso sem motivo órgãos, uma cirurgia pode ser realizada.
aparente. Já no sistema respiratório, a fadiga
pode ser um sinal. Assim, mediante o surgi- As neoplasias malignas podem ser tratadas
mento de sintomas, exames serão solicitados por meio da realização de cirurgia, quimiote-
para realizar o diagnóstico, como tomografia, rapia, radioterapia e, até mesmo, transplan-
ressonância magnética e biópsia. te, como o de medula óssea. O médico avalia-
rá qual a melhor forma de tratamento, median-
O diagnóstico também pode ser realizado por te o tipo de neoplasia, e o estado clínico do
meio do rastreamento, que é a realização de paciente, podendo, inclusive, fazer uso de
exames em pessoas assintomáticas com o mais de uma forma de tratamento. Todos es-
objetivo de diagnosticar precocemente o de- ses tratamentos são oferecidos gratuitamente
senvolvimento de um tumor. Atualmente, o pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
rastreamento é indicado para o câncer de
mama e o de colo de útero. O diagnóstico - Saúde Mental
precoce é um grande aliado no tratamento das
neoplasias. A saúde mental é entendida como um estado
mental, onde a pessoa está bem consigo
Prevenção da neoplasia mesma, possui ferramentas para lidar com
seus problemas, consegue equilibrar suas
Alguns fatores de risco podem contribuir pa- emoções e relações emocionais com as de
ra o desenvolvimento de neoplasias, princi- trabalho, experienciando momentos bons e
palmente as malignas, como o tabagismo, o ruins, mas entendendo que são passagei-
alcoolismo e a obesidade. Assim, alguns ros.Dessa forma, podemos ver que o conceito
cuidados podem auxiliar na prevenção de al- de saúde mental vai muito além do que não
guns tipos de tumor, como: possuir doenças e transtornos psiquiatria, mas
sim num estado de manutenção de sua capa-
 Não fumar; cidade de equilibrar as emoções e desafios da
 Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas; vida.
 Alimentar-se de forma saudável;
 Realizar atividades físicas diariamente; A forma como lidamos com nossas frustra-
 Manter o peso corporal adequado; ções, desafios e falhas depende muito de co-
 Evitar exposição ao Sol, sem proteção, mo está a qualidade da saúde mental, mas
entre as 10 e 16 horas; para estar com uma boa saúde mental é pre-
 Amamentar (A amamentação exclusiva ciso ter autoconhecimento, saber reconhecer
até os 6 meses de idade do bebê pode seus limites. O maior empecilho para a manu-
contribuir na prevenção da mãe contra tenção de uma boa saúde mental é a relação
o câncer de mama.); que o ser humano possui com o trabalho, ca-
da vez mais ele se torna uma fonte de estres-

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
se e tensão, prazos apertados, trocas de in- pedem de ter uma saúde mental saudável e
formações cada vez mais rápidas. adequada, a maioria deles se relaciona a fato-
res do cotidiano de cada pessoa; confira abai-
xo:
A importância de saúde mental para o
bem-estar Ansiedade

O bem-estar é aquele estado onde a pessoa A ansiedade é um recurso que todo o ser hu-
está se sentindo confortável e segura de suas mano precisa, pois sem ela não seria possível
decisões, onde as exigências de seus corpo e ficar surpreso, desejar algo antes de aconte-
mente foram atendidas e saciadas momenta- cer, ela é uma sensação que faz parte do co-
neamente. tidiano de cada pessoa.

Sem que esteja com a saúde mental em dia, Porém quando isso passa de ser uma sensa-
dificilmente poderá dizer que está bem, pois ção normal e começa a causar prejuízos, já se
os problemas mal resolvidos, as frustrações, tornou patológica, assim gerando transtornos
as angústias e tristezas do dia a dia continu- mentais ansiosos, os mais comuns são:
am influenciando negativamente para que isso
não aconteça. – Transtorno de ansiedade generalizada
(TAG)
A saúde como um todo e o bem-estar não po-
dem estar desassociados do corpo e mente, é – Fobias
preciso que ambos estejam em boas condi-
ções para que se sintam bem de verdade, as- – Síndrome do pânico
sim é importante se atentar a práticas mais
saudáveis. – Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)

Assim é preciso se dedicar com a nutrição de – Estresse pós-traumático


sua alimentação, qualidade de sua espirituali-
dade, realização de exercícios físicos e espor- Nesse momento o Brasil lidera no mundo em
tes, interação com a natureza, ocupação men- casos de ansiedade, segundo a OMS e a
tal intercalada com descansos. OPAS (Organização Pan-Americana de Saú-
de) são mais de 19 milhões de brasileiros com
Problemas de saúde mental mais fre- algum transtorno ansioso.
quentes:
Depressão

Depressão, o transtorno mental que por mui-


tos poderia ser considerado o mal do século, a
OMS estima que até 2030 ela seja a doença
mais comum no planeta, atualmente já afeta
mais de 300 milhões de pessoas no mundo.

Durante a pandemia essa situação se intensi-


ficou ainda mais, por conta dos momentos de
lockdown, que fragilizaram ainda mais a saú-
de mental das pessoas, assim aumentando a
prevalência de doenças como a depressão,
Lembra-se que a saúde mental é muito mais fazendo do Brasil o 5° país mais depressivo
que a ausência de doenças e transtornos do mundo.
mentais?
A depressão é um problema altamente inca-
Pois bem, aqui irei ilustrar os problemas mais pacitante por conta de seus sintomas, como
comuns que acometem as pessoas e as im- tristeza, cansaço, falta de concentração, alte-

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
rações de sono e apetite, baixa autoestima, mental’ é mais usado cotidianamente do que
culpa e angústia. por aqueles que trabalham com questões de
saúde mental.
Estresse
O termo transtorno significa um diagnóstico
O estresse é um dos principais fatores para a mais ampliado, que leva em conta não só os
diminuição da saúde mental, principalmente sinais e sintomas, mas também as particulari-
porque ele chega devagar, mas cresce de dades e a subjetividade da pessoa em ques-
maneira exponencial. tão, sabendo que pode variar em cada caso.

Como relatei anteriormente, o trabalho é uma Aqui estão englobados alguns dos problemas
das principais causas de perda de saúde men- anteriormente citados como ansiedade e de-
tal, e a principal razão disso é a presença do pressão, além de outros como síndrome do
estresse, quanto mais atividades estressoras pânico, transtorno de estresse pós-traumático,
uma pessoa estiver vivenciando, pior sua sa- transtornos de humor, transtornos de persona-
úde mental ficará. lidade e outros.

O estresse causa inclusive sinais físicos além Esses transtornos podem ocasionar em mu-
dos mentais, como musculatura dura e tensa, danças significativas no comportamento, per-
os sinais mentais são a dificuldade para dor- sonalidade, emoções e sentimentos daquele
mir, perda da vontade de realizar atividades que está sendo afetado; de acordo com a
do cotidiano e de ter prazer OMS 85% da população do planeta tem ou
desenvolverá algum tipo de transtorno no futu-
Problemas emocionais e mudanças de rotina ro.
ou de lugar/residência, costumam também
gerar bastante estresse, que também é a por- Isolamento social
ta de entrada para a ansiedade e depressão,
além da fadiga mental e física. É um dos primeiros sintomas de uma saúde
mental frágil e debilitada, pois a pessoa sente
Dependência química que não possui energia para conversar e inte-
ragir com os outros, sua pouca energia é usa-
A dependência química acontece quando uma da apenas para si mesma.
pessoa se torna dependente de uma substân-
cia química (droga), e não entenda isso como O isolamento social é uma característica pre-
apenas os “noiados” e “drogados” como dizem sente em muitos transtornos mentais, contu-
por aí, há muitos que já estão dependentes, do, pode se apresentar antes mesmo deles se
porém continuam funcionando socialmente. manifestarem, como um sintoma isolado da
queda de saúde mental, que geralmente dura
A dependência química é definida como um pouco tempo.
problema biopsicossocial, ou seja, afeta tanto
a saúde física, quanto a mental e social, de O problema está quando a tendência de iso-
modo que prejudica as relações familiares, lamento perdura, a pessoa sozinha fica mais
amizades e relacionamentos amorosos. fácil de ceder a seus pensamentos e desen-
volver algum outro problema, como doenças e
É uma doença progressiva, então dará conta transtornos.
também do trabalho, alterações de comporta-
mento, até que a pessoa esteja isolada e so-
zinha, para isso é preciso um tratamento ade-
quado.

Transtornos mentais

Os transtornos mentais diferem um pouco das


doenças mentais, em fato esse termo ‘doença

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Como cuidar da saúde mental? Hábitos prejudiciais para saúde mental:

Diante de tantos fatos alarmantes e cuidados


a serem tomados, acho importante ensinar
como se prevenir na manutenção de uma boa Vimos as atitudes benéficas que se deve fazer
qualidade de saúde mental para todos. para cuidar da saúde mental, mas como se
livrar dos maus hábitos que já possui para de
Siga as dicas a seguir! fato conseguir se cuidar?

 Pratique exercícios físicos e/ou espor- Um dos hábitos mais prejudiciais é o consumo
tes de forma regular de drogas, além de drogas mais pesadas que
 Procure ocupar sua mente e exercitá-la atingem diretamente o processamento cere-
da mesma forma que o corpo bral e as funções executivas, podendo assim
 Uma alimentação saudável é essencial comprometer significativamente a sua mente.
para que corpo e mente estejam sãos.
 A prática de Mindfulness pode ajudar a Há também as drogas mais silenciosas, como
preencher a mente e se concentrar no o álcool que leva anos para ser visto os seus
que realmente importa efeitos, porém só porque não é visto não quer
 Se está com problemas, não tente re- dizer que não esteja prejudicando, a OMS de-
solvê-los todos sozinho, peça ajuda fende que não há limite mínimo para o con-
 A psicoterapia não é apenas para que sumo de álcool, de uma forma ou de outra a
já está com transtornos e doenças, é pessoa causará prejuízos a si mesma.
para qualquer um que precise de ajuda
emocional e psicológica e lhe ajuda a Outro hábito que se deve evitar é o de dormir
desenvolver autoconhecimento pouco e trabalhar demais, pois aí não só sua
 Estabeleça uma rotina funcional se não mente fica mais cansada pela falta de sono,
tiver, procure dosar as atividades es- quanto seu nível de estresse vai aumentando
tressantes com atividades prazerosas, progressivamente, assim aumentando as
o equilíbrio é a chave chances de desenvolverem outros problemas.
 Cuide bem das amizades, não invista
nas amizades que só lhe trazem dor e Conclusão
tristeza, ou que te colocam para baixo,
procure fortalecer as amizades que se- A problemática da saúde mental é grande,
jam positivas e de preferência não se cada ano que passa as autoridades de saúde
isole. tentam resolver um novo problema, a saúde
mental na pandemia foi um problema seríssi-
mo, não só aumentou a incidência quanto sua
prevalência em diversas regiões. Mesmo no
pós-pandemia as pessoas ainda não se acos-
tumaram e muitos ainda sofrem com a mu-
dança, outros não chegaram a se adaptar no-
vamente, principalmente os mais velhos, todo
esse momento de angústia e incerteza, infe-
lizmente é o ideal para que a saúde mental de
muitos fique fragilizada. Portanto, é preciso
cuidar de suas saúdes mentais agora, se está

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
se sentido perdido, desolado, ou mesmo se já Saiba um pouco mais sobre os problemas
está passando por algum dos problemas des- mais comuns na boca:
critos acima, procure ajuda imediata, não de-
sista de si mesmo. - Cárie: desintegração do dente provocada
pela higiene inadequada, ingestão de doces e
Saúde Bucal. carboidratos ou, ainda, por complicações de
outras doenças que diminuem a quantidade
de saliva na boca. (Ex.: pessoas em tratamen-
A boca desempenha importantes funções que to quimioterápico ou radioterápico para o cân-
repercutem na saúde de todo o organismo. cer).
Além de exercer papel fundamental na fala, - Mau hálito: tem várias causas, dentre elas:
mastigação e respiração, a boca é a maior higiene bucal inadequada (falta de escovação
cavidade do corpo a ter contato direto com o adequada e falta do uso do fio dental); gengi-
meio ambiente, sendo a porta de entrada para vite; ingestão de certos alimentos como, alho
bactérias e outros microrganismos prejudiciais ou cebola; tabaco e produtos alcoólicos; boca
à saúde. seca (causada por certos medicamentos, por
distúrbios e por menor produção de saliva du-
Uma boa higiene bucal diminui o risco de de- rante o sono); doenças sistêmicas como cân-
senvolvimento de problemas bucais e dentá- cer, diabetes, problemas com o fígado e rins.
rios. É importante ressaltar que as doenças - Gengivite: inflamação da gengiva provocada
bucais podem apresentar doenças da boca pela placa bacteriana, que se desenvolve de-
têm relação direta com o fumo, o consumo de corrente de uma má higienização.
álcool e a má alimentação. Estudos científicos - Placa bacteriana: é o conjunto de bactérias
também comprovam que a saúde bucal tem que coloniza a cavidade bucal. A placa bacte-
íntima relação com a saúde geral, pois a boca riana fixa-se principalmente nas regiões de
interage com todas as estruturas do corpo. As difícil limpeza, como a região entre a gengiva
más condições de higiene bucal podem cau- e os dentes ou a superfície dos dentes de
sar doenças bucais, que, por sua vez, podem trás, provocando cáries e formação de tártaro.
levar a enfermidades (ou agravá-las), princi- - Tártaro: é o endurecimento da placa bacteri-
palmente doenças cardiovasculares e diabe- ana na superfície dos dentes e está intima-
tes. mente ligado ao desenvolvimento e agrava-
mento de doenças periodontais.
Para ter um sorriso bonito e saudável, é preci-
so escovar os dentes todos os dias, após ca- Cuidados bucais
da refeição e principalmente também uma úl-
tima vez antes de dormir, utilizando uma es- Além da escovação e do uso do fio-dental dia-
cova de dente de tamanho adequado, com riamente, sempre após o término das refei-
cerdas macias e creme dental com flúor. A ções, a recomendação do Ministério da Saú-
complementação da escovação pode ser feita de, é a visita regular ao dentista. Nicole Aimée
passando o fio dental entre todos os dentes. defende que seja realizado uma avaliação di-
agnóstica rigorosa, e que profissionais desen-
Manter uma alimentação saudável, controlan- volvam ações de prevenção e promoção da
do a frequência da ingestão de alimentos do- saúde bucal com a população, orienta-se que
ces, principalmente entre as refeições também a primeira consulta odontológica ocorra antes
colabora com a saúde bucal. mesmo de nascer o primeiro dente no bebê,
colaborando para um acompanhamento se-
Quem usa aparelho ortodôntico, deve se pre- guindo por toda a vida. “Desde a primeira in-
ocupar mais com a limpeza dos dentes, gen- fância é importante fazer o trabalho de pre-
giva e o uso do flúor, pois o aparelho retém venção a doenças, especialmente contra a
muito restos de alimentos o que pode colabo- doença cárie. É importante também o dentista
rar para o desenvolvimento de gengivite e le- orientar sobre escovação com pasta de dente
sões de cárie dentária. com flúor e a introdução de alimentos saudá-
veis, sem açúcar artificial, como balinhas, piru-
litos, chicletes, sucos artificiais e refrigerantes.

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
E depois na adolescência e fase adulta, conti- na reorientação dos serviços de saúde na
nuar com orientações de como fazer a higieni- perspectiva da promoção da saúde.
zação adequada, quando há maior chance de
ter doenças gengivais e periodontais”. A alimentação adequada e saudável é um di-
reito humano básico que envolve a garantia
Geralmente as pessoas procuram o profissio- ao acesso permanente e regular, de forma
nal de saúde quando já estão sentindo alguma socialmente justa, a uma prática alimentar
dor, mas ir ao dentista antes para uma avalia- adequada aos aspectos biológicos e sociais
ção e higienização dos dentes, por exemplo, do indivíduo e que deve estar em acordo com
evita o aparecimento de doenças. “Quando há as necessidades alimentares especiais; ser
ferimentos na boca que não cicatrizam é pre- referenciada pela cultura alimentar e pelas
ciso procurar o dentista para analisar se pode dimensões de gênero, raça e etnia; acessível
ser um caso de câncer de boca, especialmen- do ponto de vista físico e financeiro; harmôni-
te quando a pessoa fuma e/ou ingere bebidas ca em quantidade e qualidade, atendendo aos
alcóolicas, teve sexo oral desprotegido, que princípios da variedade, equilíbrio, moderação
tem risco para a infecção pelo HPV, e/ou ex- e prazer; e baseada em práticas produtivas
põe-se excessivamente ao sol sem proteção adequadas e sustentáveis.
adequada”, atenta a consultora.

Outro problema frequente é a halitose ou mau Visitas domiciliares e aos pontos es-
hálito, como é comumente chamado. Pode ter tratégicos: fiscalização para a pro-
várias causas, como má higienização oral, moção e preservação da saúde da
problemas gástricos entre outros. É essencial comunidade, papel do agente na
que a pessoa busque um profissional para educação ambiental e saúde da po-
conhecer a origem desse agravo. Enxaguan- pulação.
tes bucais podem ser comumente utilizados
para mascarar o odor, entretanto, essa medi-
da normalmente não trata a causa, sendo so- A visita domiciliar (VD) constitui uma importan-
mente uma ação paliativa. te ação integrante do Programa Saúde da
Família (PSF), que tem como objetivo oferecer
Ressalta-se que o uso do enxaguante bucal, condutas de promoção, proteção e recupera-
não deve ser feito sem orientação e conheci- ção da saúde do indivíduo, da família e da
mento do seu dentista, já que nem sempre o coletividade, em seu espaço domiciliar. Assim,
produto pode resultar só em benefícios, além possibilita atenção interdisciplinar e multipro-
de muitas vezes dar a falsa sensação de lim- fissional no âmbito do domicílio. É um instru-
peza, promovida pela sensação de refrescân- mento que promove um grande vínculo entre
cia. É importante lembrar que o correto uso da o profissional de saúde e as famílias de seu
escova, pasta fluoretada e fio dental já são território de atuação, fazendo conhecer a rea-
responsáveis por evitar alguns agravos bu- lidade do indivíduo e de sua família in loco.
cais, sendo assim, os enxaguantes são produ-
tos suplementares e não necessariamente Dentre os inúmeros benefícios da VD, ela
obrigatórios. permite à Equipe de Saúde da Família (ESF):

• conhecer os domicílios com suas caracterís-


Alimentação e Nutrição. ticas ambientais, socioeconômicas e culturais;
• verificar a estrutura e a dinâmica familiares;
• prestar assistência domiciliar aos pacientes
A promoção da alimentação adequada e sau- acamados e em outras situações especiais;
dável no Sistema Único de Saúde (SUS) deve • atuar no controle e prevenção de doenças e
fundamentar-se nas dimensões de incentivo, agravos transmissíveis e não transmissíveis;
apoio e proteção da saúde e deve combinar • estimular a adesão aos tratamentos medi-
iniciativas focadas em políticas públicas sau- camentosos e não medicamentosos propos-
dáveis, na criação de ambientes saudáveis, tos;
no desenvolvimento de habilidades pessoais e

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• propiciar ao indivíduo e à família uma partici- ca (SIAB), foi construída com o propósito de
pação ativa em seu processo saúde-doença; fazer tal diferenciação das famílias, priorizan-
• estimular a autonomia do indivíduo e da fa- do aquelas que mais necessitam da VD, facili-
mília na prática do autocuidado em seu domi- tando e potencializando a atuação da ESF na
cílio. comunidade domiciliar.
A VD deve ser realizada em equipe, de modo
que o encontro com o indivíduo e a família
propicie suporte multiprofissional, facilitando, - O papel do agente comunitário de saúde
inclusive, o debate entre os diferentes profis- na educação ambiental e saúde da popula-
sionais. Contudo, é importante que o Agente ção
Comunitário de Saúde (ACS) lidere o grupo,
pois é momento oportuno para que se legitime Atualmente, com o intuito de contribuir para
a sua representatividade na ESF. uma melhor qualidade de vida e reduzir os
Além disso, a espontaneidade deve ser uma
alarmantes índices de morbimortalidade da
marca da VD. Há a necessidade de se conhe-
cer a família em sua espontaneidade cotidia- população, o governo brasileiro investiu na
na, tomando-se o devido cuidado de se res- educação em saúde, e historicamente foi insti-
peitar a privacidade familiar e individual. A VD
tem se revelado instrumento de enorme eficá- tuído o Programa de Agentes Comunitários de
cia e de baixo custo, e deve ser incentivada Saúde (PACS) em 1990, iniciando a jornada
para que, de fato, a saúde pública esteja dis-
dos ACS (BRASIL, 2017).
ponível de modo universal no país.
O Ministério da Saúde construiu um conjunto
Porque é necessário priorizar a visita do- de competências básicas para compor o perfil
miciliar?
deste profissional, que consiste em integração
A VD nasceu com a intenção de privilegiar a da equipe com a população local; planejamen-
prevenção de agravos e a busca ativa da po-
pulação pelos serviços de atenção primária. to, avaliação e promoção da saúde; preven-
No entanto, a atenção primária não é mera- ção e monitoramento de riscos ambientais e
mente preventiva. Sendo assim, sua atuação sanitários; prevenção e monitoramento a gru-
por meio da VD deve ser abrangente, desde a
promoção à saúde até a recuperação do indi- pos específicos e morbidades da comunidade
víduo. (FRACOLLI et al., 2013).
Por causa da necessidade dessa atuação
abrangente, a ESF encontra- se atualmente Devido a importância da realização dessas
sobrecarregada em nosso país, uma vez que atividades, os ACS merecem uma atenção
precisa cobrir uma população que excede os diferenciada, uma vez que é constatada sua
parâmetros internacionais de cobertura para
cada equipe. Então, alguns dilemas se apon- importância no processo de saúde, onde re-
tam: presenta o elo entre o sistema de saúde e a
Tendo em vista o princípio da "equidade" do
Sistema Único de Saúde (SUS), que revela a comunidade onde atua. Os agentes trabalham
preocupação de se tratar "desigualmente os em torno de um conceito ampliado de saúde,
desiguais", é imprescindível a utilização de um no qual suas atividades são pautadas na inte-
método que diferencie as famílias, na intenção
de privilegiar aquelas que possuem maior ur- ração com a comunidade e desenvolvimento
gência dos cuidados propiciados pela VD, da atenção integral disponibilizada pela uni-
sem esquecer aquelas que também integram
o território de atuação da ESF, mas que pos- dade de saúde (LIBANIO; FAVORETO; PI-
suem menor urgência. NHEIRO, 2014).
A Escala de Risco Familiar de COELHO- O ACS é uma categoria primordialmente res-
SAVASSI, baseada na interpretação da Ficha
A do Sistema de Informação de Atenção Bási- ponsabilizada por fazer o intercâmbio entre a

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
população e a equipe de saúde, com impor- § 1º. O sistema único de saúde será financia-
tante atuação no tocante ao levantamento de do, nos termos do art. 195, com recursos do
orçamento da seguridade social, da União,
dados para o Sistema de Informação da Aten- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
ção Básica (SIAB), favorecendo, assim a atua- pios, além de outras fontes.
(Parágrafo único renumerado para § 1º pela
lização dos dados epidemiológicos (BROCH, Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
2018).
Dessa forma, é importante frisar, que compe- § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios aplicarão, anualmente, em
tem aos ACS às atividades como o desenvol- ações e serviços públicos de saúde recursos
vimento de ações educativas tanto individuais mínimos derivados da aplicação de percentu-
ais calculados sobre: (Incluído pela
como coletivas em suas visitas domiciliares, Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
exemplificadas como no combate aos proble-
mas e agravos de saúde existentes, e essas I - no caso da União, na forma definida nos
termos da lei complementar prevista no § 3º;
ações são voltadas principalmente para as (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
situações de risco, fomentando assim, a pro- de 2000)
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal,
moção da saúde, prevenção das doenças, o produto da arrecadação dos impostos a que
agravos e vigilância à saúde em conformidade se refere o art. 155 e dos recursos de que tra-
com os princípios e diretrizes do SUS (FO- tam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e
inciso II, deduzidas as parcelas que forem
GAÇA; TOMBINI; CAMPOS, 2017). transferidas aos respectivos Municípios; (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
III - no caso dos Municípios e do Distrito Fede-
Saúde como dever do estado. ral, o produto da arrecadação dos impostos a
que se refere o art. 156 e dos recursos de que
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e §
Estado, garantido mediante políticas sociais e 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
econômicas que visem à redução do risco de de 2000)
doença e de outros agravos e ao acesso uni- § 3º Lei complementar, que será reavaliada
versal e igualitário às ações e serviços para pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:
sua promoção, proteção e recuperação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)
Art. 197. São de relevância pública as ações e I - os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído
serviços de saúde, cabendo ao Poder Público pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
dispor, nos termos da lei, sobre sua regula- II - os critérios de rateio dos recursos da União
mentação, fiscalização e controle, devendo vinculados à saúde destinados aos Estados,
sua execução ser feita diretamente ou através ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos
de terceiros e, também, por pessoa física ou Estados destinados a seus respectivos Muni-
jurídica de direito privado. cípios, objetivando a progressiva redução das
Art. 198. As ações e serviços públicos de saú- disparidades regionais; (Incluído pela Emenda
de integram uma rede regionalizada e hierar- Constitucional nº 29, de 2000)
quizada e constituem um sistema único, orga- III - as normas de fiscalização, avaliação e
nizado de acordo com as seguintes diretrizes: controle das despesas com saúde nas esferas
I - descentralização, com direção única em federal, estadual, distrital e municipal; (Incluí-
cada esfera de governo; do pela Emenda Constitucional nº 29, de
II - atendimento integral, com prioridade para 2000)
as atividades preventivas, sem prejuízo dos IV - as normas de cálculo do montante a ser
serviços assistenciais; aplicado pela União.(Incluído pela Emenda
III - participação da comunidade. Constitucional nº 29, de 2000)

44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 4º Os gestores locais do sistema único de trabalhador;
saúde poderão admitir agentes comunitários III - ordenar a formação de recursos humanos
de saúde e agentes de combate às endemias na área de saúde;
por meio de processo seletivo público, de IV - participar da formulação da política e da
acordo com a natureza e complexidade de execução das ações de saneamento básico;
suas atribuições e requisitos específicos para V - incrementar em sua área de atuação o de-
sua atuação. .(Incluído pela Emenda senvolvimento científico e tecnológico;
Constitucional nº 51, de 2006) VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, com-
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico preendido o controle de seu teor nutricional,
e a regulamentação das atividades de agente bem como bebidas e águas para consumo
comunitário de saúde e agente de combate às humano;
endemias. (Incluído pela Emenda Constitucio- VII - participar do controle e fiscalização da
nal nº 51, de 2006) (Vide Medida provisória nº produção, transporte, guarda e utilização de
297. de 2006) Regulamento substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do radioativos;
art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição VIII - colaborar na proteção do meio ambiente,
Federal, o servidor que exerça funções equi- nele compreendido o do trabalho.
valentes às de agente comunitário de saúde
ou de agente de combate às endemias poderá
perder o cargo em caso de descumprimento Saúde como direito social.
dos requisitos específicos, fixados em lei,
para o seu exercício. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 51, de 2006) A saúde consta na Declaração Universal dos
Art. 199. A assistência à saúde é livre à inicia- Direitos Humanos, de 1948, no artigo XXV,
tiva privada. que define que todo ser humano tem direito a
§ 1º - As instituições privadas poderão partici- um padrão de vida capaz de assegurar-lhe e a
par de forma complementar do sistema único sua família, saúde e bem-estar, inclusive ali-
de saúde, segundo diretrizes deste, mediante mentação, vestuário, habitação, cuidados mé-
contrato de direito público ou convênio, tendo dicos e os serviços sociais indispensáveis. Ou
preferência as entidades filantrópicas e as seja, o direito à saúde é indissociável do direi-
sem fins lucrativos. to à vida, que tem por inspiração o valor de
§ 2º - É vedada a destinação de recursos pú- igualdade entre as pessoas.
blicos para auxílios ou subvenções às institui-
ções privadas com fins lucrativos. No contexto brasileiro, o direito à saúde foi
§ 3º - É vedada a participação direta ou indire- uma conquista do movimento da Reforma Sa-
ta de empresas ou capitais estrangeiros na nitária, refletindo na criação do Sistema Único
assistência à saúde no País, salvo nos casos de Saúde (SUS) pela Constituição Federal de
previstos em lei. 1988, cujo artigo 196 dispõe que “A saúde é
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os direito de todos e dever do Estado, garantido
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, mediante políticas sociais e econômicas que
tecidos e substâncias humanas para fins de visem à redução do risco de doença e de ou-
transplante, pesquisa e tratamento, bem como tros agravos e ao acesso universal e igualitá-
a coleta, processamento e transfusão de san- rio às ações e serviços para a promoção, pro-
gue e seus derivados, sendo vedado todo tipo teção e recuperação”.
de comercialização. Art. 200. Ao sistema úni-
co de saúde compete, além de outras atribui- No entanto, direito à saúde não se restringe
ções, nos termos da lei: apenas a poder ser atendido no hospital ou
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produ- em unidades básicas. Embora o acesso a ser-
tos e substâncias de interesse para a saúde e viços tenha relevância, como direito funda-
participar da produção de medicamentos, mental, o direito à saúde implica também na
equipamentos, imunobiológicos, hemoderiva- garantia ampla de qualidade de vida, em as-
dos e outros insumos; sociação a outros direitos básicos, como edu-
II - executar as ações de vigilância sanitária e cação, saneamento básico, atividades cultu-
epidemiológica, bem como as de saúde do rais e segurança.

45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
“A criação do SUS está diretamente relacio- para avaliar e propor diretrizes para a formu-
nada a tomada de responsabilidade por parte lação da política de saúde.
do Estado. A ideia do SUS é maior do que
simplesmente disponibilizar postos de saúde e Juntamente com a gestão destas instâncias e
hospitais para que as pessoas possa acessar de outras redes de articulação em prol da ga-
quando precisem, a proposta é que seja pos- rantia da participação social, o desafio que se
sível atuar antes disso, através dos agentes coloca é a criação de uma eficiente rede de
de saúde que visitam frequentemente as famí- informação e comunicação ao cidadão sobre
lias para se antecipar os problemas e conhe- estes espaços de participação. E mais, do ci-
cer a realidade de cada família, encaminhan- dadão perceber-se como ator fundamental na
do as pessoas para os equipamentos públicos reivindicação pelo direito à saúde.
de saúde quando necessário” (Guia de Direi-
tos).

Promoção da saúde: conceito e es-


Participação da comunidade na ges- tratégias.
tão do SUS.

De acordo com o Art. 196, da Constituição


Ao estabelecer como princípio organizativo do Brasileira: a saúde é direito de todos e dever
Sistema Único de Saúde (SUS) a participação do Estado, garantido mediante políticas soci-
comunitária, a Constituição Federal de 1988 ais e econômicas que visem à redução do ris-
apontou para a relevância da inserção da po- co de doença e de outros agravos e ao aces-
pulação brasileira na formulação de políticas so universal e igualitário às ações e serviços
públicas em defesa do direito à saúde. Além para sua promoção, proteção e recuperação
disso, atribuiu importância a instâncias popu- (Brasil, 1988).
lares na fiscalização e controle das ações do
Estado, considerando as especificidades de A promoção da saúde é uma das estratégias
cada região brasileira. do setor saúde para buscar a melhoria da
qualidade de vida da população. Ações de
A participação social é também denominada promoção da saúde devem considerar os de-
“participação comunitária” no contexto da sa- terminantes sociais da saúde e de que manei-
úde, sendo estabelecida e regulada pela Lei ra estes causam impacto na qualidade de vida
nº 8.142/90, a partir da criação de Conselhos da população. Os determinantes sociais são
de Saúde e Conferências de Saúde, nas três fatores sociais, econômicos, culturais, étnico-
esferas de governo, bem como de colegiados raciais, psicológicos, comportamentais e am-
de gestão nos serviços de saúde. Busca-se, bientais que influenciam o processo saúde-
desta maneira, que atores sociais historica- doença (Brasil, 2012).
mente não incluídos nos processos decisórios
do país participem, com o objetivo de influen- Nessa perspectiva, o Programa Nacional de
ciarem a definição e a execução da política de Controle do Tabagismo desenvolve três ações
saúde. centrais voltadas para a prevenção da inicia-
ção, o tratamento do tabagismo e para a pro-
Os Conselhos de Saúde são órgãos delibera- moção de ambientes livres de tabaco. Tendo
tivos que atuam como espaços participativos em vista a promoção da saúde da população
estratégicos na reivindicação, formulação, o INCA desenvolve estratégias voltadas para
controle e avaliação da execução das políticas os diferentes público-alvo: crianças, adoles-
públicas de saúde. Já as Conferências de Sa- centes, jovens, mulheres, dentre outros.
úde consistem em fóruns públicos que acon-
tecem de quatro em quatro anos, por meio de A promoção da saúde, como um modo de
discussões realizadas em etapas locais, esta- pensar e de operar articulado às demais polí-
duais e nacional, com a participação de seg- ticas e tecnologias desenvolvidas no SUS,
mentos sociais representativos do SUS (pres- contribui para ações que possibilitam respon-
tadores, gestores, trabalhadores e usuários),

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
der às necessidades sociais em saúde (Brasil, Neste sentido, a prevenção e promoção de
2018). saúde surgem também associadas à mudança
de atitudes de modo a efetuar uma eficaz
Não obstante, é importante destacar que para prevenção de doenças.
efetivar as suas práticas de promoção da saú-
de o referido Instituto atua de forma integrada Promoção da saúde e prevenção de
e articulada com estados, municípios, Distrito doenças
Federal e, ainda, com outros setores do Go-
verno Federal e da sociedade civil. A interse- Certamente que todos conhecem o ditado
torialidade, a intrasetorialidade e o comprome- “prevenir é o melhor remédio”. De facto, a pre-
timento de todos os atores é fundamental para venção de doenças é seguramente o caminho
o sucesso das ações tendo em vista a pre- a percorrer. Isto não quer dizer que devemos
venção de doenças crônicas não transmissí- descurar o tratamento das doenças, mas é
veis e uma melhor qualidade de vida para a sim que devemos efetuar uma aposta clara na
população. sua prevenção.

Mas qual é a definição de promoção de saú- Notemos o seguinte exemplo: determinado


de? indivíduo efetua uma alimentação rica e equi-
librada, efetua exercício físico de forma regu-
A definição da promoção de saúde conduz- lar e procura tomar atitudes assertivas, procu-
nos antes de mais a um conceito muito im- rando levar uma vida saudável. Este individuo
portante que é o conceito de saúde. Para me- tem uma atitude correta que lhe permite efe-
lhor percebermos o seu conceito, olhemos tuar prevenção de doenças. A probabilidade
para a definição dada pela Organização Mun- deste indivíduo vir a sofrer de hipertensão ar-
dial de Saúde (OMS). Esta define saúde, co- terial ou diabetes, por exemplo, é reduzida.
mo “o bem-estar físico, mental e social, mais Outro indivíduo, pelo contrário, tem uma ali-
do que a mera ausência de doença…”. Esta mentação desregrada e leva uma vida seden-
definição vai, por isso, contra os conceitos de tária. A probabilidade deste indivíduo vir a pa-
saúde, muitas vezes, enraizados nos indiví- decer de hipertensão arterial ou diabetes é
duos, que assumem que estar saudável é consideravelmente superior. Na presença da
apenas não apresentar qualquer doença. doença, este individuo vai ver aumentado o
seu risco de morte prematura, vai ter custos
Neste sentido, a promoção de saúde deve ser acrescidos com a medicação e outros trata-
encarada de uma forma ampla. Ou seja, pro- mentos médicos, vai ver reduzida a sua quali-
mover a saúde é muito mais que efetuar a me- dade de vida, etc. A aposta na prevenção do
ra prevenção de doenças. primeiro indivíduo tem claramente múltiplos
benefícios.
Promover a saúde é não só melhorar a nossa
condição de saúde, mas também melhorar a Em suma, a aposta na prevenção de doenças
nossa qualidade de vida e o nosso bem-estar. tem inúmeras vantagens. Para além das van-
Contudo, como veremos adiante, a prevenção tagens que são óbvias, que estão relaciona-
de doenças é indubitavelmente um dos pilares das com a melhoria da condição de saúde das
essenciais da promoção da saúde. pessoas, outras vantagens estão relacionadas
como sejam: a diminuição dos custos econó-
Prevenção e promoção da saúde micos com a saúde, a diminuição das ausên-
cias ao trabalho por motivos de doença, me-
A palavra “prevenção” surge no contexto da lhoria da qualidade de vida, entre outras.
promoção da saúde, como um conjunto de
atitudes que devemos tomar por antecipação, Promoção da saúde - conceitos e es-
de modo a evitar determinados acontecimen- tratégias
tos. Ou seja, surge no sentido de “precaução”
ou de evitar determinados riscos. As primeiras recomendações foram emanadas
da primeira conferência internacional sobre
promoção da saúde que foi realizada em 1986

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
no Canadá. Aqui, foi realçada a preponderân- rar a saúde individual e da comunidade envol-
cia da saúde como um todo, onde esta deve vente.
ser entendida como um precioso recurso para
a vida, e não como objetivo de viver. O princípio é de que indivíduos com mais e
melhores conhecimentos, tendem a gerir de
Ou seja, a saúde deve ser entendida de uma uma forma mais assertiva a sua saúde e con-
forma positiva, dando especial realce aos re- sequentemente a melhorar a sua qualidade de
cursos pessoais e sociais de cada indivíduo, vida.
não cabendo, por isso, a responsabilidade da
promoção da saúde exclusivamente ao setor Promoção da saúde e qualidade de
da saúde, mas sim a todos nós caminhando, vida
assim, para um bem-estar global. Cada indivi-
duo, deve pensar e agir de forma a aumentar A promoção da saúde e qualidade de vida
o controlo sobre a sua saúde. são factores indissociáveis. Não podemos ter
uma boa qualidade de vida, sem que tenha-
Devemos olhar para o conceito de promoção mos saúde.
de saúde de uma forma ampla, envolvendo os
organismos estatais, entre outros, que tutelam As condições de vida, sobretudo, no mundo
os sistemas de saúde. Estes organismos de- ocidental, evoluíram bastante nos últimos
vem preocupar-se em definir políticas, planos anos, trazendo significativas melhorias para a
ou programas de saúde pública, que contem- qualidade de vida das pessoas, contudo trou-
plem medidas que permitam às pessoas pre- xeram também estilos de vida pouco saudá-
venir determinadas doenças. Estes organis- veis.
mos podem, por exemplo, criar programas ou
planos específicos de combate e prevenção Estas alterações no estilo de vida têm evoluí-
da diabetes, da hipertensão arterial, etc. do de tal forma que, muitas vezes, nem se-
quer tomamos consciência da espiral em que
A título individual, cada um de nós deve per- vivemos. Infelizmente, se nada for feito em
ceber a importância da promoção da saúde e contrário, estes novos estilos de vida têm ho-
agir em conformidade. As empresas ou orga- je, e terão seguramente, no futuro cada vez
nizações são também entidades que devem mais efeitos nefastos na nossa saúde e con-
preocupar-se com a promoção da saúde dos sequentemente na nossa qualidade de vida.
seus colaboradores. Veja mais informação em
ações de promoção de saúde. As alterações no modo de vida das popula-
ções, assentes em estilos que nos conduzem
Educação para a saúde a uma vida saudável é, por isso, um importan-
te desígnio na prevenção de doenças e
A promoção da saúde enfatiza que os indiví- promoção da saúde. Traçar um outro rumo é,
duos devem possuir um papel ativo, atribuin- assim, inadiável. A tónica deve ser posta na
do-lhes mais controlo sobre as condições que promoção da saúde, na prevenção da doença,
afetam a sua saúde. Vários estudos demons- sem que deixemos, obviamente, descurar a
tram que os indivíduos capazes de exercer um sua cura.
maior controlo e tomada de decisão sobre a
sua saúde, se sentem mais saudáveis. Ações de promoção da saúde

Neste sentido, o fortalecimento do conheci- As ações de promoção de saúde são inicia-


mento por parte dos indivíduos, de forma a tivas que permitem de alguma forma melhorar
serem tomadas medidas mais assertivas é de a condição de saúde dos indivíduos ou das
primordial importância. A educação para a populações. Podem ser ações coletivas, leva-
saúde pretende aumentar os conhecimentos das a cabo por organizações ou ações indivi-
dos indivíduos, dotando-os de ferramentas duais, concretizadas por cada um de nós.
que lhes permitam uma melhor aprendizagem,
ampliando os seus conhecimentos e desen- Dividiremos as ações em três grupos: as
volvendo competências que permitam melho- ações dos organismos estatais, as das em-

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
presas (no local do trabalho) e as ações indi- trabalho, melhorias na ergonomia, melhorias
viduais (de cada um de nós). nas condições das instalações, incentivo à
alimentação saudável nas cantinas das em-
Promoção da saúde - organismos presas, incentivos à prática de exercício físico,
formação e ajuda no combate ao stress, in-
Os estados, através dos seus organismos na- centivo ao abandono do tabaco, etc são
cionais ou regionais podem e devem criar pla- exemplos de algumas ações que as empresas
nos que comtemplem ações concretas que podem levar a cabo, de modo a efetuar a
visem melhorar a condição de saúde das po- promoção da saúde no local de trabalho para
pulações. os seus trabalhadores.

Estes planos devem ser elaborados tendo por Promoção de saúde - ações indivi-
base o conhecimento das principais doenças duais
que afetam uma determinada população. Por
exemplo, se numa dada região as pessoas A nível individual, cada vez mais as pessoas
morrem mais por enfarte, então devem ser revelam preocupação em manter-se saudá-
tomadas medidas no sentido da sua preven- veis, prevenindo, portanto, determinadas do-
ção. Podemos criar, por exemplo, um plano enças. O homem tem vindo a tomar consciên-
para fazer chegar informação à população cia de que está nas suas mãos manter-se
alertando para os perigos da tensão arterial saudável, devendo, para isso, manter hábitos
elevada (um dos fatores com forte influência e práticas que o conduzam nesse sentido. É
na doença), entre outras medidas que se jul- exemplo disso, o cuidado com a nutrição, pois
guem adequadas. como é sabido uma boa alimentação faz toda
a diferença ou o exercício físico que é de
Estes planos devem ser levados a cabo por enorme importância na saúde e no bem estar.
peritos em saúde pública e nas diferentes es- Ou seja, alimentação e saúde e exercício físi-
pecialidades da saúde. co e saúde são conjuntos de palavras indisso-
ciáveis, constituindo dois exemplos de impor-
Promoção da saúde no local de tra- tantes desígnios na promoção da saúde.
balho
Neste sentido, devemos desenvolver progra-
Ações de promoção da saúde no local de mas ou ações que visem a promoção da saú-
trabalho são também de capital importância. de. Um programa de promoção da saúde
A produtividade dos trabalhadores nas empre- deve ser desenhado de forma a permitir me-
sas e organizações está diretamente relacio- lhorar a condição de saúde das pessoas, onde
nada com a sua qualidade de vida e com a se enquadram as atividades de turismo de
sua saúde mental e física. O stress no traba- saúde.
lho, por exemplo, é hoje em dia um fator preo-
cupante nas empresas e organizações. Levar A promoção da saúde está, antes de mais,
a cabo programas de promoção de saúde que nas mãos de cada um de nós, uma vez que
permitam combater este flagelo é de capital nos cabe tomar as decisões diárias que mais
importância. influenciam a nossa saúde e bem estar.

A promoção da saúde no local de trabalho Pessoas portadoras de necessida-


é o procedimento que resulta do esforço agre- des especiais:
gado de empregadores, trabalhadores e da
sociedade em geral, de modo a melhorar a
saúde e o bem-estar das pessoas no trabalho.

Ações como flexibilização dos horários de tra-


balho e do local (como o teletrabalho por
exemplo), formação contínua, alargamento de
tarefas e rotatividade (nos casos de trabalhos
repetitivos), incentivos ao bom ambiente de

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
uma gama maior de pessoas, inclusive àque-
A atenção integral à saúde, destinada à pes- las que tenham reduzido a sua mobilidade ou
soa com deficiência, pressupõe uma assistên- dificuldade em se comunicar, para que usufru-
cia específica à sua condição, ou seja, servi- am dos espaços com mais segurança, confi-
ços estritamente ligados à sua deficiência, ança e comodidade. Para que ocorra a pro-
além de assistência a doenças e agravos co- moção da acessibilidade e inclusão social, é
muns a qualquer cidadão. de fundamental importância que as unidades
A porta de entrada da pessoa com deficiência, de saúde disponham de acesso físico e adap-
no Sistema Único de Saúde, é a atenção bási- tações ambientais adequadas à pessoa com
ca. A principal estratégia de saúde na atenção deficiência. Também é necessário que essas
básica é a Saúde da Família. A Saúde da Fa- unidades de saúde forneçam ajudas técnicas
mília veio para reorientar as práticas e ações que são produtos, instrumentos, equipamen-
de saúde de forma integral e contínua. tos ou tecnologia adaptados ou especialmente
O atendimento é prestado pelos profissionais projetados para melhorar a funcionalidade da
das Equipes de Saúde da Família (médicos, pessoa com deficiência ou com mobilidade
enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agen- reduzida, favorecendo a autonomia pessoal,
tes comunitários de saúde, dentistas e auxilia- total ou assistida.
res de consultório dentário) na unidade de sa-
úde ou nos domicílios. É importante procurar - Prevenção de deficiências
uma unidade de saúde próxima à sua mora-
dia. Neste local, você terá acesso à avaliação Prevenção compreende ações e medidas ori-
do seu estado geral de saúde, podendo ser entadas a evitar as causas das deficiências
encaminhado a um serviço que ofereça avali- que possam ocasionar incapacidade e as des-
ação funcional e de reabilitação, e, quando tinadas a evitar sua progressão ou derivação
necessário, à aquisição de órteses e próteses. em outras incapacidades. (Decreto n.º
A atenção à família da pessoa com deficiência 3.298/99)
configura medida essencial para um atendi- A prevenção pode incluir muitos e diferentes
mento completo e eficaz. Essa atenção com- tipos de ações como: cuidados primários da
preende ações de apoio psicossocial, orienta- saúde, puericultura, pré-natal e pós-natal,
ções para a realização das atividades de vida educação em matéria de nutrição, campanhas
diária, oferecimento de suporte especializado de vacinação contra doenças transmissíveis,
em situação de internamento hospitalar ou medidas contra doenças endêmicas, normas e
domiciliar. Quando necessário, deverão ser programas de segurança para evitar deficiên-
previstas as indicações de serviços para uma cias e doenças profissionais, e a prevenção
complementação diagnóstica e intervenções das deficiências resultantes da combinação do
de caráter preventivo. Procure identificar no meio ambiente ou causada por conflitos ar-
seu município a existência de Equipes de Sa- mados. Dados revelam que 40% dos casos
úde da Família. graves de deficiência mental e 60% das defi-
ciências visuais podem ser evitados por
- Promoção da acessibilidade e inclusão medidas preventivas. As ações de prevenção
social estão vinculadas diretamente ao trabalho das
Equipes de Saúde da Família, as quais deve-
A inclusão prevê a modificação da sociedade rão ter, em sua formação, profissionais tam-
para que todos, sem dis- tinção de grupo, ra- bém capazes de contribuir com a identificação
ça, cor, credo, nacionalidade, condição social de pessoas com doenças incapacitantes e/ou
ou econômica, possam desfrutar de uma vida com deficiências já instaladas. A atenção bá-
com qualidade, sem exclusões. sica é também desenvolvida por meio das visi-
Quanto maior a convivência, sem discrimina- tas dos agentes comunitários às famílias, para
ções, maior a inclusão. Por meio do relacio- realização do acompanhamento de crianças,
namento entre os indivíduos diferentes entre adultos, gestantes e idosos.
si, previsto na sociedade inclusiva, é que se
constrói e se fortalece a cidadania. Quais são os direitos da pessoa com defi-
A acessibilidade tem como objetivo permitir ciência, na área de Saúde?
um ganho de autonomia e de mobilidade a

50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A pessoa com deficiência deve receber aten- menos, com dois filhos vivos, desde que ob-
ção igual a qualquer cidadão, além de ter di- servado o prazo mínimo de sessenta dias en-
reito a diagnósticos específicos, a serviços de tre a manifestação da vontade e o ato cirúrgi-
prevenção e de reabilitação, a aquisição gra- co, período no qual será propiciado à pessoa
tuita de órteses e próteses por intermédio das interessada acesso a serviço de regulação da
unidades de saúde credenciadas pelo Sistema fecundidade, incluindo aconselhamento por
Único de Saúde. Será considerada como parte equipe multidisciplinar, visando desencorajar a
integrante do processo de reabilitação a esterilização precoce; Ela também pode ser
concessão de órtese e prótese, visto que tais realizada quando uma nova gravidez pode
equipamentos complementam o atendimento, trazer risco à vida ou à saúde da mulher ou do
aumentando as possibilidades de indepen- futuro concepto.
dência e inclusão. Não pode ser realizada durante os períodos
A concessão desses equipamentos estará de parto ou aborto, exceto nos casos de com-
estreitamente vinculada ao atendimento de provada necessidade, por sucessivas cesaria-
reabilitação, devendo a prescrição obedecer à nas anteriores. As únicas formas aprovadas
criteriosa avaliação funcional. Além disso, para esterilização são a laqueadura tubária e
busca-se promover o acesso dessas pessoas a vasectomia, não sendo permitida sua reali-
aos medicamentos e aos exames que auxili- zação pela retirada do útero ou dos ovários.
am no diagnóstico e na terapia. É importante lembrar que a esterilização cirúr-
gica é um método irreversível, mas que tam-
bém pode apresentar falhas. A pessoa que
Planejamento familiar: realiza esse procedimento deve estar ciente
desses termos e manifestar sua vontade por
Conforme a lei federal 9.263/96, o planeja- escrito após a informação a respeito dos ris-
mento familiar é direito de todo o cidadão e se cos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais,
caracteriza pelo conjunto de ações de regula- dificuldades de sua reversão e opções de con-
ção da fecundidade que garanta direitos iguais tracepção reversíveis existentes.
de constituição, limitação ou aumento da prole
pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Em Gestação, o prénatal e o ACS, riscos
outras palavras, planejamento familiar é dar à na gravidez, direitos da Gestante,
família o direito de ter quantos filhos quiser, no puerpério:
momento que lhe for mais conveniente, com
toda a assistência necessária para garantir
isso integralmente. É papel do Agente Comunitário de Saúde
Para o exercício do direito ao planejamento (ACS) no cuidado da saúde da gestante, seja
familiar, devem ser oferecidos todos os méto- ela de alto risco ou não, uma série de ativida-
dos e técnicas de concepção e contracepção des, descritas abaixo:
cientificamente aceitos e que não coloquem
em risco a vida e a saúde das pessoas, garan-  auxiliar na captação e orientação para
tindo a liberdade de opção. que toda gestante inicie o mais preco-
As áreas englobadas por ações preventivas e cemente o acompanhamento pré-natal;
educativas, com garantia de acesso às infor-  explicar sobre a importância de seguir o
mações, meios, métodos e técnicas disponí- pré-natal adequadamente, enfatizando
veis incluem o auxílio à concepção e contra- que isto leva a um menor chance de
cepção, o atendimento pré-natal, a assistência complicações na gravidez, tanto para a
ao parto, puerpério e ao neonato, o controle mãe como para o futuro bebê;
das doenças sexualmente transmissíveis e  orientar sobre a periodicidade das con-
controle e prevenção do câncer de colo do sultas;
útero, de mama e de pênis.  fazer a busca ativa de faltosas;
A lei de planejamento familiar também estabe-  encaminhar a gestante ao serviço de
lece as regras de esterilização cirúrgica. So- saúde ou avisar enfermeiro ou médico
mente podem submeter-se a ela homens e de sua equipe, caso a mesma apresen-
mulheres com capacidade civil plena e maio- te: febre, calafrio, corrimento de mau
res de vinte e cinco anos de idade ou, pelo cheiro, perda de sangue, palidez, con-

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
trações uterinas frequentes, ausência O atendimento prioritário à gestante e à lac-
de movimentos fetais, mamas endure- tante em hospitais, órgãos e empresas públi-
cidas, vermelhas e quentes, e dor ao cas e em bancos é garantido pela Lei n.
urinar; 10.048, assim como pelo Decreto n. 5.296, de
 realizar visitas no período puerperal, 2004.
acompanhando o processo de aleita-
mento materno e orientando a mulher e Outro marco nos direitos da gestante é a Por-
seu companheiro sobre planejamento taria n. 569, de 1º de junho de 2000, do Minis-
familiar. tério da Saúde, que instituiu o Programa de
Humanização no Pré-natal e Nascimento, no
No caso específico de gestantes de alto-risco, âmbito do SUS. A norma traz diversas deter-
não existe um rol de orientações específicas. minações em relação aos direitos da gestante,
No entanto, reforça-se a necessidade de uma como, por exemplo, o direito ao acesso a
vigilância mais ativa sobre este grupo, sobre- atendimento digno e de qualidade no decorrer
tudo através de um acompanhamento mais da gestação, parto e puerpério, a realização
próximo do ACS, através de visitas mais fre- de, no mínimo, seis consultas de acompa-
quentes. nhamento pré-natal, sendo, preferencialmen-
te, uma no primeiro trimestre, duas no segun-
Importante ressaltar que o ACS tem papel do e três no terceiro trimestre da gestação. A
fundamental no processo de comunicação da portaria determina também que receber com
equipe de saúde com a gestante. Frente a dignidade a mulher e o recém-nascido é uma
situações em que tem dúvidas de abordagem obrigação das unidades.
ou quando identifica alguma situação de “ris-
co” deve logo entrar em contato com outros Lei do Acompanhante – A Lei n. 11.108, de
profissionais (médico, enfermeira, etc) para 2005, garante que a parturiente tem o direito
definir qual a melhor conduta para cada caso. de indicar um acompanhante durante todo o
período de trabalho de parto, parto e pós-
- Direitos da gestante: parto imediato. Essa lei foi regulamentada pe-
la Portaria n. 2.418, de 2 de dezembro de
2005, do Ministério da Saúde. Assim como
Acompanhamento pré-natal – A gestante qualquer situação de urgência, nenhum hospi-
tem direito a acompanhamento especializado tal, maternidade ou casa de parto pode recu-
durante a gravidez assegurado pela Lei n. sar um atendimento de parto.
9.263, de 1996, que determina que as instân-
cias do Sistema Único de Saúde (SUS) têm Direitos trabalhistas – O empregador não
obrigação de garantir , em toda a sua rede de pode exigir atestados de gravidez ou quais-
serviços, programa de atenção integral à saú- quer outros de objetivo discriminatório para
de, em todos os seus ciclos vitais, que inclua, fins de admissão ou manutenção do emprego
como atividades básicas, a assistência à con- de mulheres, sob pena de cometer crime, con-
cepção e contracepção, o atendimento pré- forme estabelece a Lei n. 9.029, de 1995. A
natal e a assistência ao parto, ao puerpério e Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)
ao neonato. Conforme orientação do Ministé- confere uma série de direitos às gestantes. De
rio da Saúde e da Agência Nacional de Saúde acordo com o artigo 391-A c/c art. 10, II do Ato
Suplementar (ANS), o parto normal é o mais das Disposições Constitucionais Transitórias
aconselhado e seguro, devendo ser disponibi- (ADCT), a grávida tem o direito à garantia de
lizados todos os recursos para que ele acon- emprego a contar da confirmação da gravidez
teça. até cinco meses após o parto.

A Lei n. 11.634, de 2007, determina que toda A CLT garante ainda a licença maternidade de
gestante assistida pelo SUS tem direito ao 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salá-
conhecimento e à vinculação prévia à mater- rio (art. 392) e, de acordo com a Lei n. 11.770,
nidade na qual será realizado seu parto e à de 2008, as empresas privadas podem aderir
maternidade na qual ela será atendida nos ao programa “Empresa Cidadã”, que amplia a
casos de intercorrência pré-natal. licença-maternidade em 60 dias. A lei foi re-

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
centemente alterada para admitir a prorroga- belecimentos penais destinados a mulheres
ção da licença-paternidade por 15 dias, além com berçário, onde as condenadas possam
dos 5 (cinco) dias previstos no art. 10, § 1º do cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los,
ADCT. no mínimo, até 6 (seis) meses de idade (art.
83, § 2º).
As servidoras públicas têm direito à licença
maternidade de 180 dias. Para a grávida que
estuda, o tempo de licença para se ausentar Cuidados básicos ao recém-nascido,
da escola é também de 120 dias, sendo que imunização,
as atividades escolares podem ser feitas em
casa e os exames finais, remarcados.

Nas empresas onde trabalham pelo menos 30


mulheres com mais de 16 anos deve haver
creche; o espaço, porém, pode ser substituído
pelo pagamento de auxílio-creche.

Licença em caso de adoção – Em caso de


adoção, a licença-maternidade é de 120 dias.
De acordo com informações do Instituto Naci-
onal do Seguro Social (INSS), que concede o
benefício, o homem ou a mulher que adotar Quando o assunto é direcionado aos cuidados
uma criança de até 12 anos de idade deve com o RN, atenção nunca é demais. E exis-
requerer o salário-maternidade diretamente no tem algumas diretrizes que devem ser segui-
INSS, independentemente da sua relação de das para oferecer mais saúde e qualidade de
trabalho (empregado, autônomo, empregado vida ao bebê. Você, certamente, preza pelo
doméstico, entre outros). O benefício será pa- melhor para o seu filhote. E é essa mentalida-
go, durante 120 dias, a qualquer um dos ado- de de atenção, aliada às ferramentas disponí-
tantes, sem ordem de preferência, inclusive veis para cuidar da saúde do neném, que vai
nas relações homoafetivas. garantir um desenvolvimento mais saudável
para ele.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal deci-
diu no último dia 10 que “a legislação não po-
de prever prazos diferenciados para conces- Exames do recém-nascido
são de licença-maternidade para servidoras
públicas gestantes e adotantes”. Os primeiros exames do recém-nascido são,
na verdade, testes para a identificação preco-
Aleitamento materno – A Organização Mun- ce de algumas doenças. Eles devem ser reali-
dial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamen- zados nos primeiros dias de vida do bebê e
to materno exclusivo até o bebê completar variam de acordo com o tipo de exame.
seis meses. Seguindo essa recomendação, o
artigo 396 da CLT garante que as mães que Fique atento. É fundamental que o seu bebê
voltarem ao trabalho antes de o bebê comple- faça os seguintes exames nos primeiros dias
tar seis meses têm o direito a dois intervalos, de vida:
de meia hora cada, durante a jornada de tra-
balho, especificamente para a amamentação. - Teste do olhinho – Também chamado de
pesquisa do reflexo vermelho, ele serve para
O artigo 9º do Estatuto da Criança e do Ado- identificar sinais de doenças como glaucoma
lescente (ECA) estabelece que o poder públi- de nascença, tumores intraoculares e catarata
co, as instituições e os empregadores propici- infantil. Feito na maternidade antes da alta.
arão condições adequadas ao aleitamento - Teste do coraçãozinho – A oximetria de pul-
materno, inclusive aos filhos de mães subme- so é um exame rápido, que tem o objetivo de
tidas à medida privativa de liberdade. Dessa indicar se o bebê apresenta alguma doença
forma, a Lei de Execuções Penais prevê esta- cardíaca grave. Ele deve ser realizado entre

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
24 horas e 48 horas de vida do recém- anticorpos essenciais para prevenir o bebê de
nascido. doenças.
- Teste da orelhinha – A triagem auditiva é um
teste para avaliar se há alguma perda na fun- Essa riqueza de nutrientes faz com que o leite
ção auditiva do bebê. Precisa ser realizado materno seja o único alimento necessário para
quando o bebê ainda estiver na maternidade, o bebê até os 6 meses de vida. Depois dessa
ou seja, logo após o nascimento. Caso não fase, outros itens podem ser incluídos aos
seja feito, até por volta de 6 meses de vida é poucos. Mas, até os 2 anos de idade, é ideal
possível realizá-lo. que ele continue sendo amamentado.
- Teste da linguinha – O mais recente entre os
testes obrigatórios tem o objetivo de detectar A saúde da mamãe também é beneficiada,
se há alterações em uma membrana chamada pois, além de ajudar na recuperação do útero
frênulo, localizada na língua. Essas alterações no pós-parto, o ato de amamentar diminui o
podem causar a popular “língua presa”, entre risco de anemia, diabetes, câncer de mama e
outros problemas de sucção e mastigação. O ovários. Fora os benefícios para a saúde, a
exame deve ser realizado o mais cedo possí- amamentação é um momento de contato ínti-
vel, ainda na maternidade ou, de preferência, mo entre mãe e filho.
no primeiro mês de vida. O exame é rápido,
sem contraindicações e essencial para a qua- Por isso, é indicado que seja iniciada logo
lidade de vida do bebê. Feito precocemente, após o nascimento do bebê, levando em con-
fornece possibilidades de intervenções e tra- sideração o estado de saúde de ambos.
tamentos precoces, quando necessário.
- Teste do pezinho – Além de identificar o tipo Nos primeiros meses, o bebê normalmente
sanguíneo da criança, o teste do pezinho po- ainda não tem um horário fixo para mamar:
de ajudar no diagnóstico precoce de inúmeras ofereça o seio sempre que ele quiser. Com o
doenças. A fenilcetonúria, as hemoglobinopa- tempo, ele vai desenvolver uma rotina de ho-
tias e a fibrose cística são algumas delas. Se rário para as mamadas.
feito entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, ele
é mais eficaz. Moleira

Vacinação A moleira – ou fontanela – é a área mais mole


da cabeça do bebê recém-nascido. Ela fica no
Manter a vacinação em dia é uma das formas topo e na parte de trás da cabeça, na área
mais importantes de cuidados com o recém- onde os ossos do crânio se encontram.
nascido. Com as vacinas, o organismo produz
anticorpos contra diversas doenças que po- A função da moleira é permitir que a cabeça
dem causar danos à saúde do bebê. As pri- do bebê se adapte ao canal do parto e que o
meiras doses ministradas devem ser contra cérebro cresça. Por isso, é importante acom-
hepatite B e contra tuberculose. panhar o fechamento dela durante as primei-
ras consultas do bebê. O fechamento precoce
Na caderneta de saúde da criança, é possível levará a alterações no formato da cabeça e no
conferir o Calendário Nacional de Imunizações crescimento do cérebro. Normalmente o fe-
do Ministério da Saúde e se atualizar a respei- chamento ocorre entre 9 e 18 meses.
to das demais vacinas a serem aplicadas. A
Sociedade Brasileira de Pediatria também for- O banho
nece um calendário. Converse com o pediatra
sobre algumas diferenças entre eles. O banho é um dos cuidados com o recém-
nascido que requer mais atenção. Isso porque
Amamentação o contato do bebê com a água em temperatu-
ra inadequada, correntes de ar ou outros ele-
Além de ser uma demonstração de amor, a mentos inapropriados pode prejudicar a sua
amamentação também é um ato de cuidado saúde.
com o recém-nascido. Isso porque o leite ma-
terno é um alimento completo, que fornece

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Antes de começar o banho, é importante veri- que possam representar infecções, como pus
ficar se portas e janelas estão fechadas para ou vermelhidão, é preciso fazer uma avaliação
evitar as correntes de ar. A água deve estar com o pediatra.
em temperatura morna, entre 35˚C e 36˚C.
Antes de colocar o bebê na água, confira a Não se esqueça: é fundamental higienizar as
temperatura. mãos antes e depois de manipular o coto um-
bilical. Após a queda do coto, os cuidados de-
Mantenha todos os itens necessários por per- vem ser mantidos até a completa cicatrização.
to – sabonete infantil, toalha, algodão, fralda e
roupas – e, após terminar, enxugue o bebê Banho de sol
rapidamente. Lembre-se de secar as dobri-
nhas e o umbigo. A exposição direta ao sol não é indicada até
os 6 seis meses de vida, bem como o uso do
O banho pode ser diário, no momento mais protetor solar. Para que o bebê seja exposto a
conveniente para a família. O ideal é que ele ambientes externos, é preciso utilizar guarda-
não dure mais do que 10 minutos para que a sóis, chapéus, roupas, além de ter uma som-
água não esfrie e o bebê não fique cansado. bra de proteção.

Os bebês costumam relaxar quando estão na Depois dessa idade, é permitido expor o bebê
banheira e dormem bem após o banho. Por ao sol, com cautela. A regra é a mesma dos
esse motivo, alguns pais preferem dar o ba- adultos: a exposição solar ideal é feita antes
nho à noite para favorecer o sono da criança. das 10 horas e depois das 16 horas, período
Trocas de fralda em que a radiação ultravioleta é menor.

A troca de fralda deve acontecer com fre- O protetor solar pode ser usado e deve ser
quência, sempre que estiver suja ou molhada. passado pelo menos 20 minutos antes da ex-
A higiene do bebê deve ser feita com pano ou posição solar e reaplicado a cada duas horas
algodão úmido, de maneira suave e simples ou após entrar na água.
para evitar qualquer irritação na pele. Não é Cuidados durante o sono
necessário usar talco depois da troca de fral-
da. Os cuidados com o recém-nascido durante o
sono são importantíssimos para que ele dur-
Muito importante: nunca se afaste do bebê e ma tranquilo e seguro. As principais recomen-
mantenha sempre uma mão em cima dele, de dações são: evitar que o bebê durma de bru-
modo a evitar quedas. ços; garantir que cobertores não cubram nem
a boca nem o nariz dele; e optar por roupas
Cuidados com o coto umbilical quentes para agasalhá-lo.

O coto umbilical é um resquício de pele do Protetores de berço, almofadas e bichos de


cordão umbilical que fica durante as primeiras pelúcia não devem ficar no berço do recém-
semanas de vida. Um dos cuidados com o nascido. Além disso, é importante garantir que
recém-nascido é fazer a limpeza correta dessa o colchão não deixe vãos laterais no berço e
pele para que ela caia sem problemas. que seja firme. E, por falar em segurança, um
alerta aos pais: dormir com outras pessoas na
A higienização da região do umbigo deve ser cama, nem pensar. Isso oferece inúmeros ris-
feita com álcool 70%, expondo o coto até que cos ao seu bebê.
a substância evapore. Após limpá-lo, é impor-
tante envolvê-lo com uma gaze limpa e seca. Por fim, vale ressaltar que um ambiente agra-
Não é indicado colocar qualquer outro tipo de dável para o soninho do pequeno também faz
coisa em cima do umbigo – como faixas ou toda a diferença. Um local quieto, tranquilo e
moedas. arejado garante um sono tranquilo e sem sus-
tos.
É importante garantir que o coto umbilical es-
teja sempre limpo e seco. Em caso de sinais Importante: não deixe sua criança sozinha:

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
sobre o trocador (mesa, cômoda); na sua ca- bém deve ser feito. Ele é essencial para avali-
ma (ou qualquer outra); no banho; em casa ar como anda o crescimento e o desenvolvi-
ou sob os cuidados de outra criança. mento do bebê. É um momento que também
serve para tirar dúvidas e receber orientações
Como aliviar as cólicas sobre a saúde do seu filho.

As cólicas em recém-nascidos são mais co- De acordo com a Sociedade Brasileira de Pe-
muns do que se pensa. Isso porque o sistema diatria, as consultas para as crianças que não
gastrointestinal e o sistema nervoso central, foram classificadas como de alto risco devem
que, entre outras funções, controlam as con- acontecer: no quinto dia de vida. mensalmente
trações do intestino, ainda estão em desen- até os 6 meses de vida; de três em três me-
volvimento. Esses movimentos, ainda desco- ses, dos 6 meses até os 18 meses de vida;
ordenados, provocam dores na região. uma vez por ano, a partir dos 2 anos de idade.

A boa notícia é que a tendência natural é que


elas diminuam após os três primeiros meses
de vida. Mas, para aliviar as dores, existem Direitos da criança, amamentação,
diversos cuidados com o recém-nascido para
aliviar a cólica:
Todas crianças devem ser amparadas por di-
- Pegar o bebê no colo (pode tentar o contato reitos fundamentais destinados a garantir sua
direto da barriga do bebê com a barriga da proteção e pleno desenvolvimento como indi-
mãe). víduos.
- Enrolar o bebê em uma manta ou cobertor.
- Flexionar as coxas do bebê sobre a barriga. Para isso, a criança deve ser considerada
- Fazer massagens circulares na barriga. como prioridade e deve ter acesso a direitos
- Dar um banho morno ou aplicar compressas como: saúde, alimentação, educação, digni-
mornas na barriga. dade, segurança, bem-estar e convívio famili-
- Reduzir estímulos para o bebê (evitar locais ar e social.
com muito barulho ou excesso de pessoas).
- Procurar um ambiente tranquilo; se quiser, Os princípios que são a base dos direitos das
pode colocar uma música ambiente suave. crianças foram definidos na Declaração Uni-
- Tentar estabelecer uma rotina para banho, versal dos Direitos das Crianças, aprovada
sono, passeio e outras atividades. pelas Nações Unidas no ano de 1959.

O principal sintoma da cólica no bebê recém- Reforçam a ideia de que as medidas de prote-
nascido é o choro inconsolável. Mas, para que ção devem priorizar os interesses e neces-
seja confirmada, é preciso descartar outros sidades das crianças. Conheça um pouco
fatores que podem gerar incômodo no peque- mais sobre cada um deles:
no. Frio, calor, fraldas que necessitam de tro-
ca e fome são alguns deles. 1. Todas as crianças devem ter seus
direitos garantidos.
Quando o choro não desaparece após “resol-
ver” as outras demandas, é sinal de que a Este primeiro princípio assegura que todas
causa pode ser cólica. Se essa situação per- crianças devem receber assistência e garantia
manecer, o pediatra deve ser consultado para dos direitos determinados pelas Nações Uni-
maior avaliação da criança. E, independente- das, com base na Declaração Universal dos
mente de qualquer coisa, o ideal é seguir as Direitos da Criança.
recomendações do pediatra, que sabe o que é
melhor para a saúde do seu bebê. Determina que isso deve acontecer indepen-
Consulta de puericultura dentemente de qualquer tipo de discriminação
(como cor, sexo, etnia, nacionalidade, opinião
Além de todos os cuidados com o recém nas- política, condição financeira ou religião). Isto
cido, o acompanhamento de puericultura tam- é, as crianças devem ter seus direitos garanti-

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
dos, livres das consequências de qualquer ato das. Elas têm direito a cuidados e acesso a
de exclusão. tratamentos adequados, além de ter direito à
educação.
2. A criança será protegida e terá di-
reito ao pleno desenvolvimento. As crianças que sofrem algum tipo de dificul-
dade social por suas necessidades especiais
Este princípio menciona o direito de proteção devem ter acesso a oportunidades para que
especial da criança para garantir seu "desen- possam ser incluídas na sociedade, levando-
volvimento físico, mental, moral, espiritual e se em conta as particularidades da situação
social". Ela deve ser mantida segura e ter de cada uma.
acesso a oportunidades e serviços que pos-
sam ajudá-la em seu processo de desenvol- 6. Toda criança precisa de amor e
vimento como ser humano. compreensão.

Além disso, o princípio estabelece que estes O princípio menciona que toda criança precisa
serviços devem ser determinados por leis e e deve receber amor e compreensão tanto por
oferecidos em condições que possibilitem li- parte dos pais, dos seus responsáveis e da
berdade e ambiente digno para as crianças. sociedade.

3. Crianças têm direito a nome e na- Por estar em fase de desenvolvimento, a cri-
cionalidade. ança necessita dessa atenção especial para
que ela cresça de maneira plena e harmoni-
Este princípio garante que toda as crianças, osa, sentindo-se segura e com o amparo ne-
desde o momento de seu nascimento, têm cessário dos pais e responsáveis.
direito a receber um nome e a atribuição de
uma nacionalidade. Esse princípio também determina que, em
regra, crianças não devem ser separadas de
Tanto o registro do nome, como a alegação da suas mães, o que deve acontecer apenas em
nacionalidade, são responsabilidade dos pais situações de exceção.
ou dos responsáveis legais pela criança.
7. Toda criança tem direito a receber
4. Toda criança tem direito à alimen- educação.
tação, lazer e assistência médica.
Este princípio aborda a garantia do direito à
Este princípio assegura que a toda criança educação e ao lazer infantil. Determina que a
tem direito à assistência da Previdência Soci- educação oferecida deve ser gratuita, no mí-
al, além de boa alimentação, moradia, lazer e nimo nos graus iniciais. O principal objetivo é
cuidados médicos adequados, pois são indis- garantir a igualdade de acesso e de oportuni-
pensáveis ao desenvolvimento saudável e dades educativas para todas as crianças.
digno.
A educação oferecida deve cumprir requisitos
Estes direitos de assistência valem tanto para que permitam o desenvolvimento de suas ap-
criança, quanto para mãe, inclusive durante e tidões e de sua cultura, além de estimular o
após a gestação, como nos casos de realiza- senso crítico e as responsabilidades.
ção de exames pré-natal e prestação de
acompanhamento após o parto. A criança deve ser exposta a ensinamentos e
aprendizados através de dinâmicas lúdicas,
5. Toda criança portadora de neces- voltadas à sua idade e nível de aprendizado.
sidades especiais terá direito a atendimen-
to adequado. 8. A criança deve ser a primeira a re-
ceber proteção.
Este princípio é voltado para que as necessi-
dades de crianças que tenham alguma neces- Este princípio estabelece o direito da criança
sidade especial ou dificuldade sejam atendi- de receber proteção e socorro em primeiro

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
lugar (em acidentes, desastres ou calamida- Critérios de risco infantil, crescimen-
des, por exemplo). to e desenvolvimento:

Isso significa que, em quaisquer situações que


representem risco, as crianças devem ser as O desenvolvimento e crescimento humano
primeiras pessoas protegidas.
podem ser afetados por diversos fatores e/ou
9. As crianças devem ser protegidas condições. Este comprometimento pode ocor-
de crueldade e exploração.
rer tanto no período pré quanto pós-natal e
Neste princípio existe a garantia de que crian- são oriundos de fatores internos e externos.
ças devem ser protegidas contra qualquer tipo
Entre os fatores internos estão as influências
de abandono ou de exploração, como aconte-
ce em casos de exploração do trabalho infan- genéticas e as condições maternais do ambi-
til.
ente pré-natal. Já entre os fatores externos, a
Crianças não podem ser forçadas a fazer alimentação, o álcool, o tabagismo e as dro-
qualquer trabalho ou atividade que traga pre-
gas ganham destaque, pois se sabe que, em-
juízos à sua saúde ou dificulte sua educação.
bora o feto esteja protegido pela placenta, cer-
Da mesma maneira, não podem ser envolvi-
tas substâncias podem penetrá-la e causar
das em atividades que as coloquem em risco
e causem danos ao desenvolvimento físico, reações negativas como deformidades físicas
mental ou moral.
e disfunções comportamentais (GABBARD,
10. Toda criança tem direito à prote- 2000).
ção contra atos de discriminação.
Um agente causador de deformidades físi-
O último princípio determina que as crianças
devem ser protegidas da exposição a qual- cas ou, até mesmo, a morte de um feto é de-
quer tipo de discriminação ou de exclusão, nominado teratógeno (GABBARD, 2000). Para
pois elas têm direito a viver em uma socieda-
de pautada em valores de solidariedade, paz, GALLAHUE & OZMUN (2001), teratógenos
compreensão e tolerância.
são quaisquer substâncias que possam fazer
Ela deve ser protegida de todos os atos que o bebê desenvolver-se de maneira anormal.
incentivem preconceitos e discriminações, se- Entre os fatores teratogênicos estão, as dro-
jam raciais, religiosas ou de qualquer outra
espécie. gas e medicações, as doenças maternas e a
nutrição. Os maiores riscos para o desenvol-
-Amamentação: vimento pré-natal ocorrem entre a terceira e a
oitava semana de gestação, uma vez que este
O ECA garante que toda criança tem direito
ao aleitamento materno e as mães têm o direi- período é considerado como o momento em
to de amamentar seus filhos. O poder público, que o embrião está mais suscetível a possí-
as instituições e os empregadores devem ofe-
recer condições adequadas ao aleitamento veis danos causados por fatores teratogêni-
materno para todas as mulheres cos.

O desenvolvimento e crescimento humano


podem, também, serem afetados por fatores

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
chamados erros genéticos. Entre estes estão Outro fator relacionado à mãe que pode com-
a desordem cromossômica, desordem cro- prometer o desenvolvimento do bebê é a pari-
mossômica sexual e a desordem genética. dade que significa o número de crianças pre-
Além dos fatores teratogênicos e dos erros viamente nascidas da mesma mãe. A parida-
genéticos, outros fatores, tais como: (1) a ida- de pode afetar o curso inicial do desenvolvi-
de da mãe, (2) paridade, (3) nutrição, (4) in- mento da criança devido à recuperação do
compatibilidade de Rh, (5) anormalidades ge- sistema endócrino até seu nível pré-
néticas, (6) posição fetal, (7) estresse mater- concepção o que, normalmente, pode levar,
no, (8) ocupação da mãe também podem afe- quatro anos entre cada gravidez. De acordo
tar o desenvolvimento humano (GABBARD, com GABBARD (2000), existem evidências
2000). que mostram que crianças nascidas antes
desta recuperação estão mais suscetíveis a
A idade da mãe apresenta uma estreita rela-
malformações.
ção com o desenvolvimento humano no que
diz respeito ao processo de parto e bem estar A nutrição da mãe desempenha um papel
geral da criança. De acordo com GABBARD fundamental no desenvolvimento do bebê,
(2000), mulheres acima dos 35 anos apresen- pois ela é a única fonte alimentar da criança.
tam um risco maior de darem a luz a crianças Uma vez que esta nutrição não seja adequada
com Síndrome de Down (um cromossoma ex- pode trazer consequências severas para o
tra no par 21, fazendo com que o zigoto tenha bebê de forma que este possa vir a nascer
quarenta e sete cromossomos) ou crianças prematuro, com crescimento retardado do es-
com problemas para desenvolver suas habili- queleto, funcionamento mental pobre e até
dades motoras finas. Isto pode estar relacio- mesmo natimorto (GABBARD, 2000). Para
nado com os órgãos reprodutores, uma vez GALLAHUE & OZMUN (2001), além da má
que estes possam estar afetados pela ação de nutrição maternal, outros dois fatores também
envelhecimento ou pela exposição a agentes devem ser levados em consideração com re-
químicos danosos, drogas e outros fatores. Já lação à nutrição: (1) a má nutrição placentária,
para mulheres abaixo dos 18, o sistema re- que significa problemas associados com o
produtivo pode não estar suficientemente ma- fornecimento e com o transporte de nutrientes
duro e o cuidado pré-natal, geralmente é po- da placenta para o feto, e (2) a má nutrição
bre. Isto implica em partos longos e prematu- fetal, que significa a dificuldade ou inabilidade
ros e os bebês, na maioria das vezes, nascem do feto em utilizar os nutrientes que estão dis-
abaixo do peso normal. Segundo GABBARD poníveis para ele.
(2000), a melhor época para a mulher ter um
A incompatibilidade de Rh também é um
bebê é entre vinte e dois e vinte e nove anos.
fator que deve ser considerado no desenvol-
vimento humano. Embora o sangue da mãe

59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
não se misture em excesso com o do feto, mas para comer e de digestão e diarréia. Ain-
existe a possibilidade de surgir problemas de da com relação ao estresse, este autor ressal-
incompatibilidade de Rh quando mãe e pai ta que em um estudo que comparou os bebês
apresentam os mesmos grupos Rh. Outra de gestantes que trabalharam fora nos últimos
forma de ocorrer incompatibilidade é quando a três meses de gestação com gestantes que
mãe e o bebê apresentam fator Rh diferencia- permaneceram em casa neste mesmo período
dos (incompatíveis) e no processo do nasci- mostraram que os bebês das gestantes que
mento o sangue de ambos se mistura. Neste trabalharam fora pesaram de 140 a 312 gra-
caso, o corpo da mãe pode reagir ao fator Rh mas a menos do que os bebês das mulheres
estranho do bebê criando anticorpos e estes, que não trabalharam fora nesta época.
em uma próxima gravidez, se o bebê apresen-
Com relação aos fatores externos, GABBARD
tar novamente o mesmo fator Rh, podem atra-
(2000) e GALLAHUE & OZMUN (2001), con-
vessar a placenta causando danos ao feto
sideram que as infecções e doenças bem co-
(GABBARD, 2000).
mo as drogas e as substâncias químicas co-
De acordo com GABBARD (2000), outro fator mo os fatores mais prejudiciais ao desenvol-
interno que pode causar danos ao feto é a vimento. Entre as infecções e doenças estão a
posição fetal. A ossificação é estimulada pela citomegalovirus (que pode causar o nascimen-
pressão na estrutura esquelética, mais preci- to de um feto morto, aborto, baixo peso e irre-
samente nas pontas dos ossos. Conforme a gularidade no sistema nervoso), microencefa-
posição em que o feto se encontra, esta pres- lia (cabeça excessivamente pequena, e baço
são pode ser insuficiente e causar o desen- e fígado maiores que o normal), diabetes (que
volvimento esquelético imaturo. aumentam em 50% a probabilidade de morte
do feto), sífilis (que ataca o sistema nervoso
GABBARD (2000), também considera o es-
do feto).
tresse materno e a ocupação ou profissão da
mãe como fatores internos que comprometem Com relação a drogas e substâncias químicas
o desenvolvimento da criança. Este autor GABBARD (2000) e GALLAHUE & OZMUN
afirma que algumas ansiedades durante a (2001), destacam o fumo e o álcool como os
gravidez são inevitáveis e na maioria das ve- maiores agentes externos causadores de de-
zes não representam graves perigos ao bebê. formidades no feto. Com relação ao cigarro,
Entretanto, se o estresse emocional é exces- estes autores explicam mães que fumam
sivo, pode ser transferido para o feto por meio apresentam um alto grau de bebês com nas-
de hormônios e outros elementos bioquímicos cimento prematuro e de baixo peso ao nascer.
na corrente sanguínea, o que pode causar Além disso, o uso do cigarro pode causar ao
aumento do movimento fetal e, após o nasci- feto problemas de memória e aprendizado
mento, choro excessivo, irritabilidade, proble- mais tarde (pós-natal), aborto, má formação

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do coração e outros órgãos e um aumentado mação e espero que a conscientização da po-
risco de defeitos ao nascimento. Já em rela- pulação cresça cada vez mais e fatores de
ção ao álcool, estes autores deixam claro que risco como álcool, cigarro e drogas sejam ca-
este composto pode afetar diretamente o de- da vez menos utilizados.
senvolvimento infantil, pois pode atravessar a
placenta e, como o fígado do feto ainda está
Doenças mais comuns na infância
imaturo, o álcool permanece por muito tempo
no seu sistema. Este fato vem demonstrando
Na primeira infância, o sistema imunológico
grandes anormalidades no desenvolvimento. das crianças ainda não se formou comple-
tamente, o que as deixam mais vulneráveis
Esta mesma reação é observada para as
a diversos patógenos. Conforme a criança
mães usuárias de drogas. cresce, ocorre o amadurecimento do sistema
imune em decorrência do contato com pató-
genos selvagens (infecções) e vacinais, ge-
Acredito que as considerações sobre os
rando uma memória imunológica que persiste
fatores que afetam o desenvolvimento huma- pela vida toda.
no realizadas pelos autores são conteúdos
A formação dessa memória irá garantir prote-
indispensáveis não só para os profissionais da ção à criança contra uma variedade de doen-
ças infecciosas. Neste artigo, você terá a
área da saúde, mas também para todas as
oportunidade de conhecer algumas das doen-
pessoas que pretendem ter filhos. Já passei ças mais comuns na infância e a importância
das vacinas como forma de prevenção.
pela inigualável experiência de acompanhar
uma gravidez, logo, tenho consciência da im- Gastroenterites
portância de se controlar todos estes fatores
A gastroenterite é uma inflamação aguda do
para que os riscos sejam minimizados ao má- trato digestivo muito comum, podendo ocor-
rer após o contato com outras crianças infec-
ximo para que o bebê possa ter um nascimen-
tadas em creches e escolas. Outra forma de
to saudável. É claro que o fato de controlar contágio inclui o próprio ambiente domiciliar,
devido à falta de cuidados com a higiene da
estes fatores nem sempre impede problemas
criança e da casa.
com os bebês, mas se é possível reduzir a
Um dos principais tipos de gastroenterite
probabilidade de submeter às crianças ao ris-
aguda é causado pelo rotavírus, que se dis-
co, por que não fazê-lo? semina facilmente entre crianças de três a
cinco anos de idade. O vírus é transmitido
principalmente pelo contato com as fezes e o
Felizmente, acredito que hoje, exista uma
compartilhamento de objetos contaminados.
maior preocupação dos pais com a vida pré-
Causas
natal devido à quantidade de informações a
respeito que são divulgadas em todos os veí- Embora o rotavírus seja o principal vírus rela-
culos de comunicação. GALLAHUE & OZMUN cionado às gastroenterites em crianças, outros
como os norovírus, os astrovírus e os ade-
(2001), ao final do capítulo afirmam que o pe- novírus também podem causar a doença. As
ríodo pré-natal é importante demais para ser gastroenterites podem ser desencadeadas
ainda por bactérias (como a Escherichia
deixado de lado. Eu concordo com esta afir- coli ou Salmonella) e outros parasitas.

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A ingestão de água e alimentos estragados, Caxumba
malcozidos ou contaminados e, até mesmo, o
uso recente de alguns medicamentos antibió- A caxumba é uma infecção viral aguda e
ticos também podem levar à inflamação do contagiosa na qual ocorre o aumento das
trato digestivo. glândulas salivares (parótidas). Sua trans-
missão se dá, principalmente, por meio do
Sintomas contato direto com partículas respiratórias ou
saliva de pessoas infectadas ao tossir, espir-
Independentemente da causa, os principais rar ou falar. O compartilhamento de copos e
sintomas da gastroenterite são vômitos e di- talheres e a prática de atividades que possu-
arreias líquidas. Febre, dor abdominal e falta em um contato mais próximo também possibi-
de apetite também são comuns. Esses sinto- litam sua disseminação.
mas permanecem por cinco a sete dias e
podem levar a um quadro de desidratação, Causas
uma vez que muito líquido é perdido nos vômi-
tos e nas fezes. A caxumba é causada por um vírus da família
Paramyxoviridae, que infecta principalmente
Diagnóstico, tratamento e prevenção as glândulas parótidas. Os sintomas da do-
ença podem levar de 12 a 25 dias para se
O diagnóstico da gastroenterite, geralmente, é manifestar (período de incubação). Vale
realizado a partir dos sintomas que a criança ressaltar que o paciente contaminado pode
apresenta e dos achados do exame físico. transmitir a doença antes mesmo do apareci-
Quando os sintomas persistem por mais de 48 mento dos sintomas, e persistir por mais uma
horas, o médico, muitas vezes, solicita exa- semana depois.
mes complementares — como o exame de
fezes — para investigar a presença de sangue Sintomas
e microrganismos patogênicos. Exames de
sangue também podem ser realizados em Os principais sintomas da caxumba incluem o
busca de sinais de possíveis complicações. inchaço da região da bochecha e da man-
díbula, devido ao aumento do tamanho das
Por ser altamente contagiosa, é recomendado glândulas salivares sob as orelhas. Esse
que a criança com gastroenterite não fre- inchaço pode ocorrer em ambos ou apenas
quente creches, parques e escolas, até o um dos lados da face. Febre, dores de cabeça
desaparecimento dos sintomas. Os pais e muscular, cansaço e perda de apetite po-
devem estimular a criança a ingerir líquidos dem ocorrer antes do inchaço das glândulas
com frequência, mesmo que em quantidades salivares.
pequenas, a fim de evitar a desidratação e
repor os minerais. Em alguns casos, medica- Embora, na maioria das vezes, os sintomas
mentos que controlam o vômito também po- sejam leves a moderados, a caxumba pode
dem ser utilizados, mas sempre sob orienta- levar a sérias complicações. Nos meninos,
ção e supervisão médica. pode ocorrer inflamação dos testículos, o
que pode contribuir para a redução da fertili-
A infecção pelo rotavírus pode ser preve- dade. Já nas meninas, pode ocorrer inflama-
nida através da vacinação. De acordo com o ção dos ovários e/ou das mamas. Outras
calendário de vacinação, a vacina é adminis- complicações associadas à caxumba incluem
trada em duas doses, com intervalo recomen- a pancreatite e a inflamação das membranas
dado de 60 dias entre elas. Outras formas de que recobrem o cérebro e a medula espinhal
prevenção incluem o cozimento adequado dos (meningite).
alimentos e a manutenção dos hábitos de hi-
giene pessoal e do ambiente.
Diagnóstico, tratamento e prevenção

A caxumba é diagnosticada clinicamente por


meio de avaliação médica dos sintomas e dos

62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
achados do exame físico. Exames de sangue Causas
podem ser solicitados pelo médico para con-
firmação do diagnóstico, em que é possível O sarampo é causado por um vírus da família
detectar a presença de anticorpos contra o Paramyxoviridae e transmitido pelo contato de
paramixovírus, o causador da doença. uma pessoa saudável com partículas e secre-
ções respiratórias do indivíduo infectado.
Não existe um tratamento específico para a
caxumba. O tratamento consiste no uso de A doença acomete crianças não vacinadas,
medicamentos para amenizar os sintomas de adolescentes, adultos e idosos não imunes
dor e febre, manter a criança alimentada e à doença.
hidratada e fazer repouso para que o orga-
nismo consiga se recuperar. Sintomas

Na maioria dos casos, a caxumba é uma in- Os primeiros sintomas do sarampo podem ser
fecção que apresenta recuperação natural e facilmente confundidos com um resfriado ou
progressiva em até duas semanas. uma gripe. Contudo, seu sintoma mais carac-
terístico é a presença de pequenas man-
A vacinação é a principal forma de preven- chas avermelhadas na pele, que se espa-
ção. Mesmo que a vacina contra a caxumba lham por todo o corpo.
diminua os casos de forma significativa, al-
guns surtos ainda podem ocorrer, entretanto, Ao contrário das manchas características da
os quadros clínicos são mais amenos nos in- catapora, as do sarampo não são acompa-
divíduos vacinados. nhadas de secreção e não provocam coceira.

No Brasil, as principais vacinas utilizadas Diagnóstico, tratamento e prevenção


para a prevenção da caxumba são a tríplice
viral ou a tetraviral. A tríplice viral confere Na maioria das vezes, o diagnóstico é feito a
proteção contra a caxumba, o sarampo e a partir do exame físico do paciente, uma vez
rubéola. Já a tetraviral também protege contra que as manchas podem ser facilmente reco-
a catapora. nhecidas pelos profissionais da saúde.

Sarampo Raramente, algumas pessoas não apresen-


tam as manchas características, e o diagnósti-
O sarampo é uma infecção viral potencialmen- co é realizado apenas com a realização de
te grave que acomete principalmente crian- exames de sorologia para a detecção de
ças com menos de 5 anos e que pode ser anticorpos (IgM e IgG).
prevenida com a vacinação.
Por ser uma doença viral, ainda não existe um
O Brasil havia recebido, em 2016, um certifi- tratamento específico contra o sarampo. Dian-
cado de eliminação do sarampo, concedido te disso, utilizam-se tratamentos de suporte
pela Organização Mundial da Saúde (OMS). que visam aliviar os sintomas e desconfor-
No entanto, nos últimos anos, o vírus causa- tos da doença.
dor da doença voltou a circular em nosso país,
mesmo com a vacina disponível no Sistema É importante lembrar que a vacina contra o
Único de Saúde (SUS) a toda a população. sarampo é a principal forma de prevenir e evi-
tar a propagação da doença. Por isso, suge-
Como resultado, houve um aumento conside- rimos a leitura do nosso conteúdo sobre a va-
rável no número de casos em crianças, inclu- cina de sarampo, onde trazemos informações
sive com crescimento no número de óbitos. sobre essa doença e a importância da vacina-
Esses são indicadores que reforçam a impor- ção para a sua prevenção.
tância da vacinação e do acesso à informação
sobre o calendário vacinal.

63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Rubéola Catapora

A rubéola é uma infecção viral, aguda, trans- Outra doença muito comum na infância é a
mitida por meio do contato direto de uma pes- varicela, que também é conhecida como cata-
soa saudável com partículas e secreções res- pora. Essa infecção é causada pelo vírus
piratórias de um indivíduo infectado. varicela-zóster e transmitida principalmente
através de partículas salivares, o que pode
Causas ocorrer de um a dois dias antes do surgimento
das lesões cutâneas e até seis dias depois. A
A rubéola é causada por um vírus RNA que doença também pode ser transmitida pelo
possui alto potencial contagioso e que pode contato direto com as lesões.
causar sintomas leves a moderados na maio-
ria das pessoas, mas que pode trazer sérias Sintomas
consequências para a saúde de bebês cu-
jas mães foram infectadas durante a gesta- Um dos principais sintomas da catapora é a
ção. Essa condição é denominada Síndrome presença de lesões maculopapulares, vesicu-
da Rubéola Congênita (SRC). lares e crostosas — se iniciam com pápulas
avermelhadas, evoluem para vesículas e, em
Sintomas seguida, formam crostas — que se distribuem
por todo o corpo do paciente. Podem ser ob-
O vírus da rubéola permanece incubado por servadas, simultaneamente, lesões em dife-
14 a 21 dias antes do aparecimento dos pri- rentes fases, as quais provocam coceira e ar-
meiros sintomas, que consistem em febre, dência.
mal-estar, conjuntivite e aumento dos gân-
glios linfáticos (linfadenopatia). Posterior- Outros sintomas que costumam surgir antes
mente, surgem pequenas manchas averme- do aparecimento dessas bolhas são febre,
lhadas que podem se espalhar rapidamente mal-estar, dores de cabeça e no corpo, falta
pelo tronco e extremidades. Embora esses de apetite e vômito.
sintomas sejam semelhantes ao sarampo, na
rubéola, geralmente, são mais leves e pos- Uma vez infectada, a pessoa adquire imuni-
suem menor duração. Por esse motivo, a dade contra a catapora, embora o vírus per-
doença tem sido referida como “sarampo maneça instalado e latente no organismo. Fa-
alemão” ou “sarampo de três dias”. tores que geram baixa na imunidade podem
contribuir para a reativação do vírus nessas
Quando ocorre durante a gestação, normal- células durante a vida adulta. Caso haja a rea-
mente nos três primeiros meses, a rubéola tivação, os vírus podem trafegar pelas fibras
pode ocasionar malformações cardíacas, ca- até chegar à pele e desencadear a herpes-
tarata, surdez e atraso no desenvolvimento do zóster.
bebê.
Diagnóstico, tratamento e prevenção
Diagnóstico, tratamento e prevenção
A catapora pode ser diagnosticada através do
O diagnóstico da rubéola leva em considera- exame físico do paciente, porém, exames la-
ção os sinais clínicos e exames sorológicos, boratoriais podem ser realizados para confir-
fornecendo o diagnóstico diferencial de diver- mação.
sas doenças com sintomas semelhantes.
Por ser uma doença autolimitada, isto é, que
Assim como as doenças descritas anterior- apresenta cura espontânea, não é necessá-
mente, o tratamento de suporte, com o obje- rio um tratamento específico para a doen-
tivo de aliviar a manifestação dos sintomas, ça. Nesse sentido, medidas como a vacinação
deve ser utilizado. e os cuidados com a higiene são fundamen-
tais para a prevenção da doença. Caso o indi-
Quanto à prevenção, a maneira mais efetiva é víduo seja contaminado, tratamentos de su-
a vacinação.

64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
porte também podem ser utilizados para desenvolver autonomia, construir uma identi-
alívio dos sintomas. dade e reivindicar por liberdade de expressão
e de sentimentos. Essas mudanças acabam
gerando novas percepções e emoções.
Mudanças sociais
 Puberdade e adolescência,
Ao desenvolver mais a capacidade de raciocí-
nio, o adolescente assume novas responsabi-
Devido às alterações hormonais, a adolescên- lidades e papéis, tornando-se um novo ser
cia é o período da vida em que ocorrem as social. Logo, seu comportamento também se
transformações mais aparentes no corpo. São altera.
mudanças físicas e biológicas que mantêm o
adolescente em crescimento entre os 16 e os No ambiente doméstico, os momentos de la-
19 anos. zer são substituídos por tarefas adultas. Na
escola, o jovem se depara com a missão de
Chegada da puberdade escolher sua futura carreira. Na sociedade, ele
percebe que precisa conquistar um emprego.
Nesta fase ocorre também a puberdade, que é Já nos relacionamentos, é preciso encontrar
marcada pela maturidade dos órgãos reprodu- um parceiro ou uma parceira.
tores. Seu início está relacionado a fatores
genéticos, ambientais, psicológicos e também Além disso, podem ocorrer grandes variações
à saúde do indivíduo. de humor devido ao aumento da produção de
hormônios.
O início da puberdade e a velocidade dos
acontecimentos podem variar de acordo com Fatores que podem atrasar a puberdade
cada pessoa.
As alterações comuns da adolescência podem
Mudanças no corpo não acontecer quando a criança apresenta
alguma condição que interfira direta ou indire-
Nas meninas há uma distribuição de gordura tamente no crescimento das gônadas ou na
que muda o formato do corpo. Os quadris se produção dos hormônios sexuais.
tornam mais arredondados e a cintura mais
fina. Além disso, os seios crescem, os mami- Entre as condições que atrasam a puberdade,
los se desenvolvem e os pelos pubianos co- estão as doenças genéticas, como a síndrome
meçam a surgir. Outra mudança primordial de Turner, e as doenças autoimunes, como a
nesse processo é a primeira menstruação, doença de Addison. Mas há, ainda, outros fa-
conhecida como menarca. tores que podem atrasar o início desse perío-
do:
Para os meninos, o período da puberdade é
marcado por alteração do tom de voz, aumen- - Subnutrição
to dos pelos pubianos e crescimento do pênis - Diabetes Mellitus
e dos testículos. - Hipogonadismo

Também é comum em ambos os sexos o au- Nesses casos, o papel do clínico pediatra e
mento de oleosidade na pele, favorecendo o endocrinologista, em conjunto com a família, é
surgimento de acne. fundamental para a realização da investigação
Mudanças na mente diagnóstica correta de cada condição especí-
fica. É importante também que o acompa-
O período de transição entre a infância e a nhamento seja feito regularmente.
idade adulta pode acarretar alguns enfrenta-
mentos psicológicos. Fim da puberdade

O jovem passa a lidar com a perda repentina Geralmente, esse momento acontece por vol-
da proteção dos pais e sente necessidade de ta dos 18 anos. É quando se percebe o fim do

65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
crescimento esquelético e o completo amadu-  Reserva de 5% das vagas nos estacio-
recimento dos sistemas reprodutores feminino namentos públicos e privados.
e masculino.  Prioridade na tramitação dos processos
e dos procedimentos na execução de
atos e diligências judiciais.
 Direito de requerer o Benefício de Pres-
 Direito e saúde do idoso. tação Continuada (BPC), a partir dos
65 anos de idade, desde que não pos-
sua meios para prover sua própria sub-
sistência ou de tê-la provida pela famí-
lia.
 Direito de 25% de acréscimo na apo-
sentadoria por invalidez (casos especi-
ais).
 Os casos de suspeita ou confirmação
de violência praticada contra idosos
devem ser objeto de notificação com-
pulsória pelos serviços de saúde públi-
cos e privados à autoridade sanitária,
bem como devem ser obrigatoriamente
Entre os direitos assegurados pelo Estatu-
comunicados por eles a quaisquer dos
to do Idoso às pessoas idosas estão, entre
seguintes órgãos: autoridade policial;
outros, o da saúde:
Ministério Público; Conselho Municipal
do Idoso; Conselho Estadual do Idoso;
 Atenção integral à saúde da pessoa
Conselho Nacional do Idoso.
idosa, por intermédio do Sistema Único
de Saúde (SUS), garantindo-lhe o
acesso universal e igualitário, em con-
junto articulado e contínuo das ações e
serviços, para a prevenção, promoção,
Atenção básica em saúde.
proteção e recuperação da saúde, in-
cluindo a atenção especial às doenças
que afetam preferencialmente os ido-
sos.
 Direito a acompanhante em caso de in-
ternação ou observação em hospital.
 Direito de exigir medidas de proteção
sempre que seus direitos estiverem
ameaçados ou violados por ação ou
omissão da sociedade, do Estado, da
família, de seu curador ou de entidades
de atendimento.
 Desconto de, pelo menos, 50% nos in-
gressos para eventos artísticos, cultu-
rais, esportivos e de lazer. A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primei-
 Gratuidade no transporte coletivo públi- ro nível de atenção em saúde e se caracteriza
co urbano e semiurbano, com reserva por um conjunto de ações de saúde, no âmbi-
de 10% dos assentos, que deverão ser to individual e coletivo, que abrange a promo-
identificados com placa de reserva. ção e a proteção da saúde, a prevenção de
 Reserva de duas vagas gratuitas no agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabili-
transporte interestadual para idosos tação, a redução de danos e a manutenção da
com renda igual ou inferior a dois salá- saúde com o objetivo de desenvolver uma
rios mínimos e desconto de 50% para atenção integral que impacte positivamente na
os idosos que excedam as vagas ga- situação de saúde das coletividades. Trata-se
rantidas. da principal porta de entrada do SUS e do

66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
centro de comunicação com toda a Rede de O QUE É A ESTRATÉGIA SAÚDE
Atenção dos SUS, devendo se orientar pelos DA FAMÍLIA?
princípios da universalidade, da acessibilida-
de, da continuidade do cuidado, da integrali-
dade da atenção, da responsabilização, da Dentre os grandes programas de saúde brasi-
humanização e da equidade. Isso significa leiros que são referência mundial está a Estra-
dizer que a APS funciona como um filtro ca- tégia Saúde da Família (ESF) ou Programa de
paz de organizar o fluxo dos serviços nas re- Saúde da Família (PSF) como era conhecida
des de saúde, dos mais simples aos mais antigamente.
complexos. No Brasil, a Atenção Primária é
desenvolvida com o mais alto grau de descen- Nascido lá em 1994, esse projeto tem por ob-
tralização e capilaridade, ocorrendo no local jetivo promover a qualidade de vida da popu-
mais próximo da vida das pessoas. Há diver- lação, de uma maneira que torna essa estra-
sas estratégias governamentais relacionadas, tégia uma das mais interessantes do mundo.
sendo uma delas a Estratégia de Saúde da Sabe porquê? A ESF age na raiz dos proble-
Família (ESF), que leva serviços multidiscipli- mas, atacando potenciais causadores das
nares às comunidades por meio das Unidades principais enfermidades que acometem a nos-
de Saúde da Família (USF), por exemplo. sa população como, por exemplo, o sedenta-
Consultas, exames, vacinas, radiografias e rismo, a má alimentação e o tabagismo.
outros procedimentos são disponibilizados aos
usuários nas USF. Hoje, há uma Carteira de A principal premissa da ESF é tratar a saúde
Serviços da Atenção Primária à Saúde (Ca- de uma maneira diferente do que estamos
saps) disponível para apoiar os gestores mu- acostumados a ver, ou seja, prevenir ao invés
nicipais na tomada de decisões e levar à po- de remediar. Ela considera não apenas o indi-
pulação o conhecimento do que encontrar na víduo, mas todo o meio no qual está inserido:
APS. Ela envolve outras iniciativas também, o ambiente familiar, social e até mesmo geo-
como: o Programa Saúde na Hora e o Médi- gráfico. Além disso, a estratégia visa expandir,
cos pelo Brasil. Esse trabalho é realizado nas qualificar e consolidar os preceitos do SUS na
Unidades de Saúde da Família (USF), nas atenção básica, ampliando a resolutividade e
Unidades de Saúde Fluviais, nas Unidades impacto na saúde com uma ótima relação
Odontológicas Móveis (UOM) e nas Academi- Custo X Efetividade. Afinal de contas, se a
as de Saúde. Entre o conjunto de iniciativas ideia é prevenir o custo em saúde para o ci-
da Secretaria de Atenção Primária à Saúde dadão e o próprio estado, será muito menor.
(Saps) para cuidar da população no ambiente
em que vive estão o Programa Saúde na Ho-
ra, o Médicos pelo Brasil , o Previne Brasil e a COMO FUNCIONA A ESTRATÉGIA
Estratégia Saúde da Família, entre outros SAÚDE DA FAMÍLIA?
programas, ações e estratégias.

A estratégia consiste em uma equipe multi-


A estratégia saúde da família. profissional, a chamada Equipe de Saúde
da Família, que deve ser composta por, no
mínimo, médico generalista ou especialista
em Saúde da Família ou médico de Família e
Comunidade (Médico da ESF), enfermeiro
generalista ou especialista em Saúde da Fa-
mília (Enfermeiro da ESF), auxiliar ou técnico
de enfermagem e Agentes Comunitários de
Saúde, podendo acrescentar a esta composi-
ção, como parte da equipe multiprofissional,
os profissionais de saúde bucal: cirurgião-
dentista generalista ou especialista em Saúde
da Família, auxiliar e/ou técnico em saúde bu-
cal.

67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A atuação dessa equipe se dá em uma região assistência médica fornecida seja muito mais
geograficamente delimitada e deve atender assertiva e eficiente.
um número máximo de 4 mil habitan-
tes/pacientes, sendo a média ideal de 3 mil,
respeitando os critérios de equidade para de-
finição dessa quantidade. O recomendado é Então, considerando que ainda uma boa parte
que o número de pessoas por equipe deve da população brasileira tem como único aces-
considerar o grau de vulnerabilidade das famí- so à saúde disponível o próprio SUS, poder
lias daquele território, sendo que, quanto mai- contar com uma estratégia que olha para cada
or o grau de vulnerabilidade, menor deverá indivíduo e o meio em que se insere, visando
ser a quantidade de pessoas por equipe. principalmente a prevenção, com um método
de atendimento que vai muito além de uma
consulta tradicional, faz toda a diferença na
PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA qualidade de vida dessas pessoas.
SAÚDE SÃO O FOCO DA ESF

Dentre as principais ações realizadas por essa


equipe, estão as ações sociais e de Promoção Constituição de equipe da Saúde da
da Saúde, campanhas de prevenção, gerenci- família.
amento de agravos e reabilitação de doenças
comuns naquele território.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é priori-
Legal né? Mas mesmo tendo todas essas tária para expansão e consolidação da Aten-
qualidades, o programa da ESF ainda é muito ção Básica no país, de acordo com os princí-
subestimado pela população brasileira, muito pios do Sistema Único de Saúde. Favorece
provavelmente por falta de conhecimento do uma reorientação do processo de trabalho,
real potencial dessa estratégia. Por essa falta ampliação da resolutividade e do impacto na
de informação, muita gente ainda não conse- situação de saúde das pessoas e coletivida-
gue aproveitar esses recursos e é aí que entra des, além de propiciar uma importante relação
em cena uma peça chave dessa história, o custo-efetividade.
Agente Comunitário de Saúde (ACS).
A Equipe de Saúde da Família (eSF) é multi-
profissional, composta no mínimo por médi-
QUAL O PAPEL DOS AGENTES co, preferencialmente da especialidade medi-
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE? cina de família e comunidade, enfermeiro, pre-
ferencialmente especialista em saúde da famí-
lia; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e
Por também serem integrantes das comuni- agente comunitário de saúde (ACS). Podendo
dades onde atuam, eles são fundamentais fazer parte da equipe o agente de combate às
para promover e fortalecer um elo de ligação endemias (ACE) e os profissionais de saúde
entre os pacientes e as unidades de saúde e bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente
suas respectivas equipes médicas. especialista em saúde da família, e auxiliar ou
técnico em saúde bucal.

Cada ESF deve ser responsável por uma po-


Além disso, por fazerem parte dessas comu- pulação adscrita de 2.000 a 3.500 pessoas,
nidades é muito mais fácil apontarem ou iden- localizada dentro do seu território, garantindo
tificarem quais os principais riscos e vulnerabi- os princípios e diretrizes da Atenção Bási-
lidades aos quais a população está exposta, ca. Além dessa faixa populacional, podem
sem falar que essa relação de proximidade existir outros arranjos de adscrição, conforme
criada não só por eles, mas também por toda vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitá-
a equipe com a comunidade, faz com que a ria, facultando aos gestores locais, conjunta-
mente com as equipes que atuam na Atenção

68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Básica e Conselho Municipal ou Local de Sa- munidades Indígenas. E também, em especi-
úde, a possibilidade de definir outro parâmetro al, das Conferências de Saúde (Nacionais,
populacional de responsabilidade da equipe Estaduais e Municipais), dentre outras moda-
lidades.
Há duas modalidades de Equipes de Saúde
da Família: A relevância dessa participação se justifica na
busca da equidade e justiça social e na ideia
 Modalidade I: municípios com até 30 de que as decisões em saúde não obedecem
mil habitantes e/ou equipes que aten- necessariamente à uma racionalidade técnica.
dam a populações quilombolas ou as-
sentamentos;
 Modalidade II: todas as equipes que Atribuições específicas do Agente
não se enquadram na modalidade I. Comunitário de Saúde - ACS.

Todas as equipes deverão ter responsabilida-


de sanitária por um território de referência e O ACS é responsável pela atuação na promo-
o processo de trabalho de cada uma deve ser ção e prevenção da saúde, mapeando todos
organizado de modo que garanta o maior os serviços prestados no bairro da sua unida-
acesso possível, o vínculo entre usuários e de básica. Assim, ele participa da elaboração,
profissionais de saúde, a continuidade, a co- avaliação, programação e reprogramação dos
ordenação e a longitudinalidade do cuidado. planos de ações locais de saúde, em conjunto
com uma equipe multidisciplinar, para levar
em conta todos os âmbitos da comunidade —
história, população, situação de risco etc.
Controle Social.
É esse trabalho que permite o desenvolvimen-
to de estratégias eficientes de atuação, pro-
Significa a participação da sociedade na ela- pondo novas intervenções que consideram a
boração e execução das políticas públicas no vida e a história dos sujeitos que vão usufruir
Brasil, sua gestão, controle administrativo- do serviço proposto. Isso potencializa a co-
financeiro, monitoramento dos planos e pro- munidade e oferece a chance de um grande
gramas de saúde, que se associa à redemo- crescimento local, além de fortalecer os víncu-
cratização do país. los entre os moradores.

Diante da precariedade da infraestrutura para Todos os ACSs trabalham dentro do SUS e


o atendimento às necessidades, e o acirra- têm como campo de atuação os bairros, as
mento de tensões formaram-se conselhos, casas e as comunidades atendidas por suas
que eram estruturas populares e informais. unidades. Em outras palavras, eles facilitam o
acesso aos serviços de saúde para aqueles
Refletindo estes movimentos, a Constituição que não entendem o funcionamento do SUS
de 1988, por meio da Lei Orgânica da Saúde ou estão em áreas remotas.
(Lei No. 8142/90), criou uma nova instituciona-
lidade no poder público, marcada por duas Como surgiu o agente comunitário de
importantes inovações: a descentralização saúde?
que propunha a transferência de decisões pa-
ra estados e municípios, e a valorização da No início deste post, comentamos que o SUS
participação popular no processo decisório por é uma referência em sistema de saúde pública
meio dos Conselhos de Saúde, como aconte- no mundo. Isso porque diversos países não
ce no Sistema Único de Saúde (SUS). oferecem uma estrutura gratuita que supre
todas as necessidades da população.
O controle social no SUS se dá por meio dos
Conselhos de Saúde, em suas diversas moda- Ainda que o nosso sistema lute contra vários
lidades, como o Conselho Nacional, Conse- desafios, tanto de gestão quanto de adminis-
lhos Estaduais, Municipais, Locais, e das Co- tração, ele ainda é bastante eficiente em com-

69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
paração com outros territórios. O agente co- Identificar situações de risco coleti-
munitário surgiu, então, por meio da criação vo e individual
do SUS, quando o Ministério da Saúde im-
plementou o Programa de Agentes Comunitá- O trabalho do ACS é direto com a comunida-
rios de Saúde (PACS) em 1980. de. Por isso, fica mais fácil identificar as situa-
ções de risco e vulnerabilidade — tanto do
Essa iniciativa foi desenvolvida para atender cenário coletivo quanto do individual. Nesses
às áreas do Nordeste, Distrito Federal e São casos, você pode entrar em contato com sua
Paulo. Mais tarde, em 1994, o PACS migrou unidade, investir na orientação familiar e criar
para o Programa de Saúde da Família. Hoje, programas destinados a auxiliar a população.
nós conhecemos essa iniciativa como parte da
Estratégia de Saúde da Família (ou NASF). Pensando em larga escala, ainda é possível
criar metodologias de identificação de situa-
Dentro dela, o ACS é responsável por elevar a ções similares, como um simples checklist,
qualidade de vida dos moradores e apoiar as para que outras unidades reconheçam os
comunidades que usufruem do atendimento principais riscos e auxiliem suas comunidades.
na Rede de Atenção Básica, como os postos
e as Unidades Básicas de Saúde. Encaminhar a população aos servi-
ços de saúde
Mas, afinal, como é possível se tornar um
ACS? Por ser uma profissão que exige habili- Outro ponto fundamental do trabalho do agen-
dade social aprimorada — assim como todas te comunitário é o encaminhamento da popu-
no mercado de Enfermagem —, o Ministério lação. Como comentamos, muitas pessoas
exige o investimento em um curso de especia- não têm acesso aos serviços de saúde ou
lização para oferecer um atendimento de me- desconhecem o funcionamento do SUS.
lhor qualidade. Ele pode ser feito diretamente
pelas escolas credenciadas nos Conselhos Portanto, quando existe uma figura de refe-
Estaduais ou Municipais de Educação. rência para auxiliá-lo na procura da unidade
certa, o quadro do paciente é otimizado e a
Quais são as funções do ACS? patologia pode ser controlada. Além disso, as
famílias e os grupos da comunidade aprimo-
Como você já deve imaginar, o ACS atua na ram seu conhecimento e se tornam capazes
promoção, proteção e prevenção da saúde, de auxiliar outras pessoas, favorecendo o
acompanhando as famílias da comunidade em acesso aos serviços qualificados.
suas casas e orientando sobre as formas de
acesso ao SUS. E mais: ao conhecer o trabalho dos agentes,
muitos trabalhadores podem investir nessa
Além disso, ele trabalha com o mapeamento e carreira para encontrar mais possibilidades de
o cadastramento dos dados demográficos e atuação e crescimento profissional.
sociais da região. Assim, a estratégia de aco-
lhimento é criada de acordo com as necessi- Orientar as famílias
dades locais. Isso permite o desenvolvimento
de um plano de ação eficiente, concorda? Para concluir, não poderíamos deixar de falar
sobre a orientação das famílias, não é mes-
Nesse sentido, o ACS carrega consigo uma mo? Antes de o SUS ser desenvolvido, a
função fundamental no SUS: aproximar a po- grande referência de assistência à saúde era
pulação do sistema de saúde. É justamente a o hospital, que contava com médicos qualifi-
forma de acolhimento do agente que leva con- cados para atender a qualquer caso clínico. O
forto e segurança aos pacientes, aumentando fato é que, com a implementação desse novo
a confiança que têm no serviço público. sistema, a porta de entrada ao atendimento
mudou.
Nos próximos tópicos, explicamos as princi-
pais funções do ACS, para você conhecer me- Nesse sentido, existe uma rede na qual o pa-
lhor a profissão. Confira! ciente deve se inserir para ser acolhido. O ce-

70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
nário ideal é que ele entre pelos postos e Uni- incompletos, e adolescente aquela entre doze
dades Básicas de Saúde até chegar ao hospi-
e dezoito anos de idade.
tal, que deveria atender à população com
quadros complexos e patologias contagiosas.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei,
No entanto, podemos perceber que nem todos
aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
têm conhecimento da rede, o que os leva a
buscar por um hospital para auxiliar com os pessoas entre dezoito e vinte e um anos de
sintomas de gripe, por exemplo. Como conse-
idade.
quência, temos estabelecimentos lotados e
pacientes que contraem infecções hospitala-
res sérias enquanto só precisavam de um re-
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de
médio contra resfriados.
todos os direitos fundamentais inerentes à
Por isso, a orientação familiar dos agentes
pessoa humana, sem prejuízo da proteção
comunitários veio para revolucionar o acesso
ao serviço público, garantindo que diversas integral de que trata esta Lei, assegurando-se-
pessoas conhecessem o funcionamento da
lhes, por lei ou por outros meios, todas as
rede para, então, usufruírem corretamente de
um serviço de qualidade, que preza pelo apoio oportunidades e facilidades, a fim de lhes fa-
e pela segurança de todos os enfermos.
cultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade
e de dignidade.
Estatuto da Criança e do Adolescen-
te Art. 4º É dever da família, da comunidade, da
sociedade em geral e do Poder Público asse-
gurar, com absoluta prioridade, a efetivação
dos direitos referentes à vida, à saúde, à ali-
mentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade

TÍTULO I compreende:

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES


primazia de receber proteção e socorro
a)
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção em quaisquer circunstâncias;
integral à criança e ao adolescente. precedência de atendimento nos servi-
b)
ços públicos ou de relevância pública;
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos
preferência na formulação e na execu-
desta Lei, a pessoa até doze anos de idade c)
ção das políticas sociais públicas;

71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
destinação privilegiada de recursos pú- princípios de regionalização e hierarquização
d) blicos nas áreas relacionadas com a do Sistema.
proteção à infância e à juventude.
§ 2º A parturiente será atendida preferenci-
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente
almente pelo mesmo médico que a acompa-
será objeto de qualquer forma de negligência,
nhou na fase pré-natal.
discriminação, exploração, violência, cruelda-
de e opressão, punido na forma da lei qual- § 3º Incumbe ao Poder Público propiciar
quer atentado, por ação ou omissão, aos seus apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele
direitos fundamentais. necessitem.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se- Art. 9º O Poder Público, as instituições e os


ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, empregadores propiciarão condições adequa-
as exigências do bem comum, os direitos e das ao aleitamento materno, inclusive aos fi-
deveres individuais e coletivos, e a condição lhos de mães submetidas a medida privativa
peculiar da criança e do adolescente como de liberdade.
pessoas em desenvolvimento.
Art. 10. Os hospitais e demais estabeleci-
TÍTULO II mentos de atenção à saúde de gestantes, pú-
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS blicos e particulares, são obrigados a:
CAPÍTULO I
I - manter registro das atividades desenvolvi-
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE
das, através de prontuários individuais, pelo
Art. 7º A criança e o adolescente têm direi- prazo de dezoito anos;
to a proteção à vida e à saúde, mediante a
II - identificar o recém-nascido mediante o re-
efetivação de políticas sociais públicas que
gistro de sua impressão plantar e digital e da
permitam o nascimento e o desenvolvimento
impressão digital da mãe, sem prejuízo de
sadio e harmonioso, em condições dignas de
outras formas normatizadas pela autoridade
existência.
administrativa competente;
Art. 8º É assegurado à gestante, através do
III - proceder a exames visando ao diagnósti-
Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e
co e terapêutica de anormalidades no metabo-
perinatal.
lismo do recém-nascido, bem como prestar
orientação aos pais;
§ 1º A gestante será encaminhada aos di-
ferentes níveis de atendimento, segundo crité-
rios médicos específicos, obedecendo-se aos

72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - fornecer declaração de nascimento onde ordinariamente afetam a população infantil, e
constem necessariamente as intercorrências campanhas de educação sanitária para pais,
do parto e do desenvolvimento do neonato; educadores e alunos.

V - manter alojamento conjunto, possibilitando Parágrafo único. É obrigatória a vacinação


ao neonato a permanência junto à mãe. das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias.
Art. 11. É assegurado atendimento médico à
criança e ao adolescente, através do Sistema
CAPÍTULO II
Único de Saúde, garantido o acesso universal
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO
e igualitário às ações e serviços para promo-
E À DIGNIDADE.
ção, proteção e recuperação da saúde.
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito
à liberdade, ao respeito e à dignidade como
§ 1º A criança e o adolescente portadores
pessoas humanas em processo de desenvol-
de deficiência receberão atendimento especia-
vimento e como sujeitos de direitos civis, hu-
lizado.
manos e sociais garantidos na Constituição e
nas leis.
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer
Art. 16. O direito à liberdade compreende os
gratuitamente àqueles que necessitarem os
seguintes aspectos:
medicamentos, próteses e outros recursos
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e
relativos ao tratamento, habilitação ou reabili-
espaços comunitários, ressalvadas as restri-
tação.
ções legais;
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento
II - opinião e expressão;
à saúde deverão proporcionar condições para
a permanência em tempo integral de um dos
III - crença e culto religioso;
pais ou responsável, nos casos de internação
de criança ou adolescente. IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação V - participar da vida familiar e comunitária,


de maus-tratos contra criança ou adolescente sem discriminação;
serão obrigatoriamente comunicados ao Con-
VI - participar da vida política, na forma da lei;
selho Tutelar da respectiva localidade, sem
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
prejuízo de outras providências legais.

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá Art. 17. O direito ao respeito consiste na
programas de assistência médica e odontoló- inviolabilidade da integridade física, psíquica e
gica para a prevenção das enfermidades que moral da criança e do adolescente, abrangen-

73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do a preservação da imagem, da identidade, seu superior interesse, devidamente funda-
da autonomia, dos valores, idéias e crenças, mentada pela autoridade judiciária.
dos espaços e objetos pessoais.
§ 3º A manutenção ou reintegração de crian-
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade ça ou adolescente à sua família terá preferên-
da criança e do adolescente, pondo-os a salvo cia em relação a qualquer outra providência,
de qualquer tratamento desumano, violento, caso em que será está incluída em programas
aterrorizante, vexatório ou constrangedor. de orientação e auxílio, nos termos do pará-
grafo único do art. 23, dos incisos I e IV do
Capítulo III
caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput
Do Direito à Convivência Familiar e Comu-
do art. 129 desta lei.
nitária Seção I Disposições Gerais
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação
Art. 19. Toda criança ou adolescente tem di-
do casamento, ou por adoção, terão os mes-
reito a ser criado e educado no seio da sua
mos direitos e qualificações, proibidas quais-
família e, excepcionalmente, em família substi-
quer designações discriminatórias relativas à
tuta, assegurada a convivência familiar e co-
filiação.
munitária, em ambiente livre da presença de
pessoas dependentes de substâncias entor- Art. 21. O poder familiar será exercido, em
pecentes. igualdade de condições, pelo pai e pela mãe,
na forma do que dispuser a legislação civil,
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver
assegurado a qualquer deles o direito de, em
inserido em programa de acolhimento familiar
caso de discordância, recorrer à autoridade
ou institucional terá sua situação reavaliada,
judiciária competente para a solução da diver-
no máximo, a cada seis meses, devendo a
gência.
autoridade judiciária competente, com base
em relatório elaborado por equipe interprofis- Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento,
sional ou multidisciplinar, decidir de forma guarda e educação dos filhos menores, ca-
fundamentada pela possibilidade de reintegra- bendo-lhes ainda, no interesse destes, a obri-
ção familiar ou colocação em família substitu- gação de cumprir e fazer cumprir as determi-
ta, em quaisquer das modalidades previstas nações judiciais.
no art. 28 desta lei.
Art. 23. A falta ou a carência de recursos ma-
§ 2º A permanência da criança e do adoles- teriais não constitui motivo suficiente para a
cente em programa de acolhimento institucio- perda ou a suspensão do poder familiar. Não
nal não se prolongará por mais de dois anos, existindo outro motivo que por si só autorize a
salvo comprovada necessidade que atenda ao decretação da medida, a criança ou o adoles-
cente será mantido em sua família de origem,

74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a qual deverá obrigatoriamente ser incluída familiar e comunitária. (Redação dada pela
Lei nº 14.423, de 2022)
em programas oficiais de auxílio.
§ 1º A garantia de prioridade compreen-
Art. 24. A perda e a suspensão do poder fami- de: (Redação dada pela Lei nº 13.466, de
2017)
liar serão decretadas judicialmente, em proce-
dimento contraditório, nos casos previstos na I – atendimento preferencial imediato e
individualizado junto aos órgãos públicos e
legislação civil, bem como na hipótese de
privados prestadores de serviços à população;
descumprimento injustificado dos deveres e
II – preferência na formulação e na exe-
obrigações a que alude o art. 22.
cução de políticas sociais públicas específi-
cas;

Estatuto do Idoso. III – destinação privilegiada de recursos


públicos nas áreas relacionadas com a prote-
ção à pessoa idosa; (Redação dada pela Lei
nº 14.423, de 2022)

IV – viabilização de formas alternativas


de participação, ocupação e convívio da pes-
soa idosa com as demais gerações; (Reda-
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)

V – priorização do atendimento da pes-


TÍTULO I soa idosa por sua própria família, em detri-
Disposições Preliminares mento do atendimento asilar, exceto dos que
não a possuam ou careçam de condições de
Art. 1º É instituído o Estatuto da Pessoa manutenção da própria sobrevivência; (Re-
Idosa, destinado a regular os direitos assegu- dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
rados às pessoas com idade igual ou superior
a 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela VI – capacitação e reciclagem dos recur-
Lei nº 14.423, de 2022) sos humanos nas áreas de geriatria e geronto-
logia e na prestação de serviços às pessoas
Art. 2º A pessoa idosa goza de todos os idosas; (Redação dada pela Lei nº 14.423,
direitos fundamentais inerentes à pessoa hu- de 2022)
mana, sem prejuízo da proteção integral de
que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei VII – estabelecimento de mecanismos
ou por outros meios, todas as oportunidades e que favoreçam a divulgação de informações
facilidades, para preservação de sua saúde de caráter educativo sobre os aspectos bio-
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, psicossociais de envelhecimento;
intelectual, espiritual e social, em condições
de liberdade e dignidade. (Redação dada VIII – garantia de acesso à rede de servi-
pela Lei nº 14.423, de 2022) ços de saúde e de assistência social locais.

Art. 3º É obrigação da família, da comu- IX – prioridade no recebimento da resti-


nidade, da sociedade e do poder público as- tuição do Imposto de Renda. (Incluído pela Lei
segurar à pessoa idosa, com absoluta priori- nº 11.765, de 2008).
dade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, à cultura, ao espor- § 2º Entre as pessoas idosas, é assegu-
te, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liber- rada prioridade especial aos maiores de 80
dade, à dignidade, ao respeito e à convivência (oitenta) anos, atendendo-se suas necessida-
des sempre preferencialmente em relação às

75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
demais pessoas idosas. (Redação dada pe- Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Digni-
la Lei nº 14.423, de 2022) dade

Art. 4º Nenhuma pessoa idosa será obje- Art. 10. É obrigação do Estado e da soci-
to de qualquer tipo de negligência, discrimina- edade assegurar à pessoa idosa a liberdade,
ção, violência, crueldade ou opressão, e todo o respeito e a dignidade, como pessoa huma-
atentado aos seus direitos, por ação ou omis- na e sujeito de direitos civis, políticos, indivi-
são, será punido na forma da lei. (Redação duais e sociais, garantidos na Constituição e
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) nas leis. (Redação dada pela Lei nº 14.423,
de 2022)
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça
ou violação aos direitos da pessoa ido- § 1o O direito à liberdade compreende,
sa. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de entre outros, os seguintes aspectos:
2022)
I – faculdade de ir, vir e estar nos logra-
o
§ 2 As obrigações previstas nesta Lei douros públicos e espaços comunitários, res-
não excluem da prevenção outras decorrentes salvadas as restrições legais;
dos princípios por ela adotados.
II – opinião e expressão;
o
Art. 5 A inobservância das normas de
prevenção importará em responsabilidade à III – crença e culto religioso;
pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
IV – prática de esportes e de diversões;
o
Art. 6 Todo cidadão tem o dever de co-
municar à autoridade competente qualquer V – participação na vida familiar e comu-
forma de violação a esta Lei que tenha teste- nitária;
munhado ou de que tenha conhecimento.
VI – participação na vida política, na for-
Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estadu- ma da lei;
ais, do Distrito Federal e Municipais da Pes-
soa Idosa, previstos na Lei nº 8.842, de 4 de VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio
janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento e orientação.
dos direitos da pessoa idosa, definidos nesta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de § 2o O direito ao respeito consiste na in-
2022) violabilidade da integridade física, psíquica e
moral, abrangendo a preservação da imagem,
TÍTULO II da identidade, da autonomia, de valores,
Dos Direitos Fundamentais idéias e crenças, dos espaços e dos objetos
pessoais.
CAPÍTULO I
Do Direito à Vida § 3º É dever de todos zelar pela dignida-
de da pessoa idosa, colocando-a a salvo de
Art. 8o O envelhecimento é um direito qualquer tratamento desumano, violento, ater-
personalíssimo e a sua proteção um direito rorizante, vexatório ou constrangedor. (Re-
social, nos termos desta Lei e da legislação dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
vigente.
CAPÍTULO III
o
Art. 9 É obrigação do Estado, garantir à Dos Alimentos
pessoa idosa a proteção à vida e à saúde,
mediante efetivação de políticas sociais públi- Art. 11. Os alimentos serão prestados à
cas que permitam um envelhecimento saudá- pessoa idosa na forma da lei civil. (Redação
vel e em condições de dignidade. dada pela Lei nº 14.423, de 2022)

CAPÍTULO II

76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, cas ou sem fins lucrativos e eventualmente
podendo a pessoa idosa optar entre os pres- conveniadas com o poder público, nos meios
tadores. (Redação dada pela Lei nº 14.423, urbano e rural; (Redação dada pela Lei nº
de 2022) 14.423, de 2022)

Art. 13. As transações relativas a alimen- V – reabilitação orientada pela geriatria e


tos poderão ser celebradas perante o Promo- gerontologia, para redução das seqüelas de-
tor de Justiça ou Defensor Público, que as correntes do agravo da saúde.
referendará, e passarão a ter efeito de título
executivo extrajudicial nos termos da lei pro- § 2º Incumbe ao poder público fornecer
cessual civil. (Redação dada pela Lei nº às pessoas idosas, gratuitamente, medica-
11.737, de 2008) mentos, especialmente os de uso continuado,
assim como próteses, órteses e outros recur-
Art. 14. Se a pessoa idosa ou seus fami- sos relativos ao tratamento, habilitação ou re-
liares não possuírem condições econômicas abilitação. (Redação dada pela Lei nº
de prover o seu sustento, impõe-se ao poder 14.423, de 2022)
público esse provimento, no âmbito da assis-
tência social. (Redação dada pela Lei nº § 3º É vedada a discriminação da pessoa
14.423, de 2022) idosa nos planos de saúde pela cobrança de
valores diferenciados em razão da ida-
CAPÍTULO IV de. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
Do Direito à Saúde 2022)

Art. 15. É assegurada a atenção integral § 4º As pessoas idosas com deficiência


à saúde da pessoa idosa, por intermédio do ou com limitação incapacitante terão atendi-
Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo- mento especializado, nos termos da
lhe o acesso universal e igualitário, em con- lei. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
junto articulado e contínuo das ações e servi- 2022)
ços, para a prevenção, promoção, proteção e
recuperação da saúde, incluindo a atenção § 5º É vedado exigir o comparecimento
especial às doenças que afetam preferencial- da pessoa idosa enferma perante os órgãos
mente as pessoas idosas. (Redação dada públicos, hipótese na qual será admitido o se-
pela Lei nº 14.423, de 2022) guinte procedimento: (Redação dada pela
Lei nº 14.423, de 2022)
§ 1º A prevenção e a manutenção da sa-
úde da pessoa idosa serão efetivadas por I - quando de interesse do poder público,
meio de: (Redação dada pela Lei nº 14.423, o agente promoverá o contato necessário com
de 2022) a pessoa idosa em sua residência; ou (Re-
dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
I – cadastramento da população idosa
em base territorial; II - quando de interesse da própria pes-
soa idosa, esta se fará representar por procu-
II – atendimento geriátrico e gerontológi- rador legalmente constituído. (Redação da-
co em ambulatórios; da pela Lei nº 14.423, de 2022)

§ 6º É assegurado à pessoa idosa en-


III – unidades geriátricas de referência, ferma o atendimento domiciliar pela perícia
com pessoal especializado nas áreas de geri- médica do Instituto Nacional do Seguro Social
atria e gerontologia social; (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo
serviço privado de saúde, contratado ou con-
IV – atendimento domiciliar, incluindo a veniado, que integre o SUS, para expedição
internação, para a população que dele neces- do laudo de saúde necessário ao exercício de
sitar e esteja impossibilitada de se locomover, seus direitos sociais e de isenção tributá-
inclusive para as pessoas idosas abrigadas e ria. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
acolhidas por instituições públicas, filantrópi- 2022)
77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os promovendo o treinamento e a capacitação
maiores de 80 (oitenta) anos terão preferência dos profissionais, assim como orientação a
especial sobre as demais pessoas idosas, ex- cuidadores familiares e grupos de autoaju-
ceto em caso de emergência. (Redação da- da. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
da pela Lei nº 14.423, de 2022) 2022)

Art. 16. À pessoa idosa internada ou em Art. 19. Os casos de suspeita ou confir-
observação é assegurado o direito a acompa- mação de violência praticada contra pessoas
nhante, devendo o órgão de saúde proporcio- idosas serão objeto de notificação compulsó-
nar as condições adequadas para a sua per- ria pelos serviços de saúde públicos e priva-
manência em tempo integral, segundo o crité- dos à autoridade sanitária, bem como serão
rio médico. (Redação dada pela Lei nº obrigatoriamente comunicados por eles a
14.423, de 2022) quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação
dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Parágrafo único. Caberá ao profissional
de saúde responsável pelo tratamento conce- I – autoridade policial;
der autorização para o acompanhamento da
pessoa idosa ou, no caso de impossibilidade, II – Ministério Público;
justificá-la por escrito. (Redação dada pela
Lei nº 14.423, de 2022) III – Conselho Municipal da Pessoa Ido-
sa; (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
Art. 17. À pessoa idosa que esteja no 2022)
domínio de suas faculdades mentais é asse-
gurado o direito de optar pelo tratamento de IV – Conselho Estadual da Pessoa Ido-
saúde que lhe for reputado mais favorá- sa; (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
vel. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
2022)
V – Conselho Nacional da Pessoa Ido-
Parágrafo único. Não estando a pessoa sa. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
idosa em condições de proceder à opção, esta 2022)
será feita: (Redação dada pela Lei nº
14.423, de 2022) § 1º Para os efeitos desta Lei, considera-
se violência contra a pessoa idosa qualquer
I – pelo curador, quando a pessoa idosa ação ou omissão praticada em local público
for interditada; (Redação dada pela Lei nº ou privado que lhe cause morte, dano ou so-
14.423, de 2022) frimento físico ou psicológico. (Redação da-
da pela Lei nº 14.423, de 2022)
II – pelos familiares, quando a pessoa
idosa não tiver curador ou este não puder ser § 2o Aplica-se, no que couber, à notifica-
contactado em tempo hábil; (Redação dada ção compulsória prevista no caput deste arti-
pela Lei nº 14.423, de 2022) go, o disposto na Lei no 6.259, de 30 de outu-
bro de 1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de
III – pelo médico, quando ocorrer iminen- 2011)
te risco de vida e não houver tempo hábil para
consulta a curador ou familiar; CAPÍTULO V
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
IV – pelo próprio médico, quando não
houver curador ou familiar conhecido, caso Art. 20. A pessoa idosa tem direito a
em que deverá comunicar o fato ao Ministério educação, cultura, esporte, lazer, diversões,
Público. espetáculos, produtos e serviços que respei-
tem sua peculiar condição de idade. (Reda-
Art. 18. As instituições de saúde devem ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
atender aos critérios mínimos para o atendi-
mento às necessidades da pessoa idosa,

78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 21. O poder público criará oportuni- Parágrafo único. O poder público apoiará
dades de acesso da pessoa idosa à educa- a criação de universidade aberta para as pes-
ção, adequando currículos, metodologias e soas idosas e incentivará a publicação de li-
material didático aos programas educacionais vros e periódicos, de conteúdo e padrão edito-
a ela destinados. (Redação dada pela Lei nº rial adequados à pessoa idosa, que facilitem a
14.423, de 2022) leitura, considerada a natural redução da ca-
pacidade visual. (Redação dada pela Lei nº
§ 1º Os cursos especiais para pessoas 14.423, de 2022)
idosas incluirão conteúdo relativo às técnicas
de comunicação, computação e demais avan- CAPÍTULO VI
ços tecnológicos, para sua integração à vida Da Profissionalização e do Trabalho
moderna. (Redação dada pela Lei nº 14.423,
de 2022) Art. 26. A pessoa idosa tem direito ao
exercício de atividade profissional, respeitadas
§ 2º As pessoas idosas participarão das suas condições físicas, intelectuais e psíqui-
comemorações de caráter cívico ou cultural, cas. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
para transmissão de conhecimentos e vivên- 2022)
cias às demais gerações, no sentido da pre-
servação da memória e da identidade cultu- Art. 27. Na admissão da pessoa idosa
rais. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de em qualquer trabalho ou emprego, são veda-
2022) das a discriminação e a fixação de limite má-
ximo de idade, inclusive para concursos, res-
Art. 22. Nos currículos mínimos dos di- salvados os casos em que a natureza do car-
versos níveis de ensino formal serão inseridos go o exigir. (Redação dada pela Lei nº
conteúdos voltados ao processo de envelhe- 14.423, de 2022)
cimento, ao respeito e à valorização da pes-
soa idosa, de forma a eliminar o preconceito e Parágrafo único. O primeiro critério de
a produzir conhecimentos sobre a maté- desempate em concurso público será a idade,
ria. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de dando-se preferência ao de idade mais eleva-
2022) da.

Art. 23. A participação das pessoas ido- Art. 28. O Poder Público criará e estimu-
sas em atividades culturais e de lazer será lará programas de:
proporcionada mediante descontos de pelo
menos 50% (cinquenta por cento) nos ingres- I – profissionalização especializada para
sos para eventos artísticos, culturais, esporti- as pessoas idosas, aproveitando seus poten-
vos e de lazer, bem como o acesso preferen- ciais e habilidades para atividades regulares e
cial aos respectivos locais. (Redação dada remuneradas; (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 14.423, de 2022) 14.423, de 2022)

Art. 24. Os meios de comunicação man- II – preparação dos trabalhadores para a


terão espaços ou horários especiais voltados aposentadoria, com antecedência mínima de
às pessoas idosas, com finalidade informativa, 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos pro-
educativa, artística e cultural, e ao público so- jetos sociais, conforme seus interesses, e de
bre o processo de envelhecimento. (Reda- esclarecimento sobre os direitos sociais e de
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022) cidadania;

Art. 25. As instituições de educação su- III – estímulo às empresas privadas para
perior ofertarão às pessoas idosas, na pers- admissão de pessoas idosas ao traba-
pectiva da educação ao longo da vida, cursos lho. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
e programas de extensão, presenciais ou a 2022)
distância, constituídos por atividades formais e
não formais. (Redação dada pela lei nº CAPÍTULO VII
13.535, de 2017) Da Previdência Social

79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e e nas demais normas pertinentes (Redação
pensão do Regime Geral da Previdência So- dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
cial observarão, na sua concessão, critérios
de cálculo que preservem o valor real dos sa- Art. 34. Às pessoas idosas, a partir de 65
lários sobre os quais incidiram contribuição, (sessenta e cinco) anos, que não possuam
nos termos da legislação vigente. meios para prover sua subsistência, nem de
tê-la provida por sua família, é assegurado o
Parágrafo único. Os valores dos benefí- benefício mensal de 1 (um) salário mínimo,
cios em manutenção serão reajustados na nos termos da Loas. (Vide Decreto nº
mesma data de reajuste do salário-mínimo, 6.214, de 2007) (Redação dada pela Lei nº
pro rata, de acordo com suas respectivas da- 14.423, de 2022)
tas de início ou do seu último reajustamento,
com base em percentual definido em regula- Parágrafo único. O benefício já concedi-
mento, observados os critérios estabelecidos do a qualquer membro da família nos termos
pela Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991. do caput não será computado para os fins do
cálculo da renda familiar per capita a que se
Art. 30. A perda da condição de segurado refere a Loas.
não será considerada para a concessão da
aposentadoria por idade, desde que a pessoa Art. 35. Todas as entidades de longa
conte com, no mínimo, o tempo de contribui- permanência, ou casa-lar, são obrigadas a
ção correspondente ao exigido para efeito de firmar contrato de prestação de serviços com
carência na data de requerimento do benefí- a pessoa idosa abrigada.
cio.
§ 1º No caso de entidade filantrópica, ou
Parágrafo único. O cálculo do valor do casa-lar, é facultada a cobrança de participa-
benefício previsto no caput observará o dis- ção da pessoa idosa no custeio da entida-
posto no caput e § 2o do art. 3o da Lei no de. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não 2022)
havendo salários-de-contribuição recolhidos a
partir da competência de julho de 1994, o dis- § 2º O Conselho Municipal da Pessoa
posto no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991. Idosa ou o Conselho Municipal da Assistência
Social estabelecerá a forma de participação
Art. 31. O pagamento de parcelas relati- prevista no § 1º deste artigo, que não poderá
vas a benefícios, efetuado com atraso por exceder a 70% (setenta por cento) de qual-
responsabilidade da Previdência Social, será quer benefício previdenciário ou de assistên-
atualizado pelo mesmo índice utilizado para cia social percebido pela pessoa idosa. (Re-
os reajustamentos dos benefícios do Regime dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Geral de Previdência Social, verificado no pe-
ríodo compreendido entre o mês que deveria § 3o Se a pessoa idosa for incapaz, cabe-
ter sido pago e o mês do efetivo pagamento. rá a seu representante legal firmar o contrato
a que se refere o caput deste artigo.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de
Maio, é a data-base dos aposentados e pen- Art. 36. O acolhimento de pessoas idosas
sionistas. em situação de risco social, por adulto ou nú-
cleo familiar, caracteriza a dependência eco-
CAPÍTULO VIII nômica, para os efeitos legais
Da Assistência Social

Art. 33. A assistência social às pessoas


idosas será prestada, de forma articulada,
conforme os princípios e diretrizes previstos
na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas),
na Política Nacional da Pessoa Idosa, no SUS

80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Noções de ética e cidadania. ética, agir dentro da ética. E assim por diante.
Da mesma forma é com a cidadania. Diz-se
que isto ou aquilo é cidadania ou, ainda, que
constitui o exercício da cidadania. Que é pre-
Introdução
ciso exercer a cidadania. E assim por diante.
Mas, afinal, o que é ética? O que é cidadania?
Diz a Bíblia Sagrada: “Viu o SENHOR que a
maldade do homem se havia multiplicado na
Se queremos chegar a algum lugar, precisa-
terra e que era continuamente mau todo de-
mos, antes de tudo, saber o caminho. Isso é
sígnio de seu coração” (Gn 5.6). Diz, por sua
óbvio até demais, mas quem disse que, às
vez, a Constituição da Republica Federativa
vezes, não é necessário dizer, escrever ou
do Brasil, promulgada em 5 de outubro de
falar o óbvio? Pois bem. Se queremos falar de
1988:
ética e cidadania, devemos começar por sa-
bermos o que é ética e o que é cidadania. As-
Art. 1.º sim, a coisa se tornará palpável, mais assimi-
lável.
A República Federativa do Brasil, formada
pela união indissolúvel dos Estados e Municí-
Ética
pios e do Distrito Federal, constitui-se em Es-
tado Democrático de Direito e tem como fun-
Comecemos, pois, pela ética. No dia a dia, em
damentos:
sentido amplo, emprega-se ética como sinô-
nimo de moral. Daí, nesse sentido, Marilena
I – a soberania;
Chaui (1995, p. 340) ensinar que “ética e mo-
ral referem-se ao conjunto de costumes tradi-
II – a cidadania cionais de uma sociedade e que, como tais,
são considerados valores e obrigações para a
III – a dignidade da pessoa humana; conduta de seus membros”. É que a palavra
portuguesa costume se diz, em grego, ethos,
IV – os valores sociais do trabalho e da livre de onde vem ética, e, em latim, se diz mores,
iniciativa; de onde vem moral.
V – o pluralismo político. Ocorre, todavia, que, como continua ensinan-
do Chaui, a palavra grega ethos é escrita de
Parágrafo único. Todo o poder emana do po- duas formas, porque há duas letras gregas
vo, que o exerce por meio de representantes que representam a nossa vogal e: uma vogal
eleitos ou diretamente, nos termos desta breve, chamada epsilon, e uma vogal longa,
Constituição. chamada eta. Ethos com a inicial eta, vogal
longa, significa costume; com a inicial epsilon,
Pergunta certamente feita a esta altura dos vogal breve, significa caráter, índole natural,
acontecimentos: Que tem que ver isso tudo, temperamento, ou seja, o conjunto de disposi-
Bíblia e Constituição, com “Ética e Cidadania”, ções físicas e psíquicas do indivíduo[1].
o tema da palestra? Resposta que se pode
dar: Tudo. Tem tudo que ver. Ética diz respei- Pode-se dizer, pois, com segurança que ética
to, em última análise, ao que cada pessoa de como sinônimo de moral é igual a costumes.
boa índole tem na mente e no coração e ex- Já ética em sentido restrito não é sinônimo de
terna em seus relacionamentos. Cidadania diz moral. Aliás, no último sentido, tem mais de
respeito à relação do indivíduo com o Estado, um emprego, cuja discussão e aprofundamen-
participando como sujeito de direitos e obriga- to fogem ao escopo da palestra.
ções.
Pode-se, enfim, dizer em sentido técnico, po-
Ouve-se, a cada instante, que este ou aquele rém bem mais amplo, que a ética é, em suma,
indivíduo não tem ética. Outras vezes, que a ordenação da conduta ou teoria normativa
fulano é uma pessoa de ética ou, ainda, uma da ação, havendo assim diversas modalida-
pessoa ética. Que é preciso ter ética, agir com des de conduta ética, quais sejam, a religiosa,

81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a moral, a política, a jurídica (REALE, 1994). A Ensinam Fernando Ferreira Baltar Neto e
despeito disso, nem toda norma é norma éti- Ronny Charles Lopes de Torres (2015, p. 28):
ca: há, por exemplo, norma técnica. Nesse
sentido, por exemplo, a lição de Daniel Coelho Tradicionalmente, podemos considerar o Es-
de Souza (1994, p. 58), ao falar da divisão e tado como uma instituição, organizada social,
subdivisão das regras de normatividade soci- jurídica e politicamente, detentora de persona-
al, verbis: lidade jurídica de direito público e de poder
soberano para, através de suas instituições e
A primeira divisão distingue normas técnicas de um Governo, dentro de uma área territori-
de éticas. Todos estamos, em princípio e por al, gerir os interesses de um povo.
intuição, habilitados a diferenciá-las. Quando
lemos uma receita para preparar um alimento, Cidadania é a qualidade ou condição de cida-
sabemos que se trata de uma norma técnica dão do nacional de um Estado. Não se con-
que nos diz o que fazer para lograr um deter- funde com nacionalidade, mas desta depende
minado fim. Ao tomarmos conhecimento de e a ela se une: só pode adquirir e exercer a
um dispositivo legal, de uma regra moral, intui- cidadania quem tem a nacionalidade, por nas-
tivamente compreendemos que esta não se cimento ou naturalização[2]. Cidadania diz
confunde com a precedente, é ética. respeito aos direitos e deveres inerentes à
participação da pessoa na vida do Estado e
Bem esclarecedora quanto à diferença entre vai, por conseguinte, bem mais além do votar
ética e moral é a lição de Leonardo Boff e ser votado. Daí ser necessário distinguir ci-
(2010, p. 37), verbis: dadania como fundamento do Estado Brasilei-
ro de cidadania como gozo dos direitos políti-
A ética é parte da filosofia. Considera concep- cos, pois aquela tem significado mais abran-
ções de fundo acerca da vida, do universo, do gente do que esta.
ser humano e de seu destino, estatui princí-
pios e valores que orientam pessoas e socie- Na lição de José Afonso da Silva (2014, p.
dades. Uma pessoa é ética quando se orienta 349-350):
por princípios e convicções. Dizemos, então,
que tem caráter e boa índole. Cidadania qualifica os participantes da vida
do Estado, é atributo das pessoas integradas
A moral é parte da vida concreta. Trata da na sociedade estatal, atributo político decor-
prática real das pessoas que se expressam rente do direito de participar no governo e di-
por costumes, hábitos e valores culturalmente reito de ser ouvido pela representação políti-
estabelecidos. Uma pessoa é moral quando ca. Cidadão, no direito brasileiro, é o indiví-
age em conformidade com os costumes e va- duo que seja titular dos direitos de votar e ser
lores consagrados. Estes podem, eventual- votado e suas consequências. Nacionalidade
mente, ser questionados pela ética. Uma pes- é conceito mais amplo do que cidadania, e é
soa pode ser moral (segue os costumes até pressuposto desta, uma vez que só o titular da
por conveniência), mas não necessariamente nacionalidade brasileira pode ser cidadão.
ética (obedece a convicções e princípios).
Os direitos de cidadania se adquirem com o
Cidadania alistamento eleitoral, nos termos da lei, embo-
ra a Constituição estabeleça outras condições
A cidadania constitui um dos fundamentos do para o gozo integral dos direitos políticos, cujo
Estado do Brasileiro, por previsão expressa do ápice se atinge aos 35 anos de idade, nos
art. 1.º, inciso II, da Constituição de 1988, co- termos do art. 14, § 3.º, da Constituição Fede-
mo já se viu na introdução. Convém, pois, ral. Releva anotar, todavia, que como, noutra
perguntar: O que é Estado? Estado, na defini- parte (2014, p. 106-107), ensina o mesmo au-
ção mais simples, é um povo politicamente tor, a cidadania como fundamento do Estado
organizado sobre um território. Seus elemen- Brasileiro tem sentido mais amplo do que o de
tos são: povo, governo e território. titular de direitos políticos, dizendo, pois, res-
peito à ampla participação do indivíduo na vi-
da do Estado, como pessoa integrada na so-

82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ciedade estatal, incluindo a dignidade da pes- QUESTÕES:
soa humana e seus desdobramentos.

Conclusão 01. Observe a figura da pirâmide etária da po-


pulação brasileira e suas projeções, e indique
Ética e cidadania qualificam relacionamentos, a alternativa CORRETA:
tanto das pessoas entre si quanto das pesso-
as com o Estado, traduzindo sempre, em sín-
tese, direitos e deveres.

A ética, quer como observância dos costumes


e sinônimo de moral, quer como caráter indi-
vidual, implica relacionamento responsável do
indivíduo, primeiramente consigo mesmo, e
depois, externamente no plano coletivo, com o
semelhante, com as outras pessoas.

Cidadania, quer como fundamento da Repú-


blica Federativa do Brasil, quer como expres- Alternativas
são de gozo dos direitos políticos, implica a)Nos períodos analisados observa-se cres-
sempre relacionamento responsável, direitos e cimento progressivo da população de idosos
obrigações. masculinos e diminuição progressiva da popu-
lação de idosas.
Não há cidadania sem ética: para que haja b)Entre os idosos, há maior crescimento do
cidadania, é indispensável que haja ética. A sexo masculino.
verdadeira cidadania só é exercida com ética. c)O crescimento da população de crianças de
Logo, não se exerce cidadania sem começar 0 a 4 e 5 a 9 anos permanece inalterado.
de si mesmo. O indivíduo, antes de responsa- d)Há uma tendência de mortalidade ao longo
bilizar este ou aquele por isto por aquilo, pre- dos anos na fase adulta.
cisa questionar seu próprio agir, verificar como e)Nos anos observados, verifica-se cresci-
e em que proporção ele mesmo tem contribuí- mento progressivo da população de idosos em
do para o funcionamento das instituições e o ambos os sexos.
bem comum.
02. A Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome
metabólica de origem múltipla, causada pela
falta de insulina e/ou pela incapacidade e/ou
devido à falta de insulina necessária para
exercer adequadamente seus efeitos, caracte-
rizando altas taxas de açúcar no sangue de
forma permanente. A insulina é produzida pelo
pâncreas, sendo responsável pela manuten-
ção do metabolismo (quebra da glicose) para
permitir que tenhamos energia para manter o
organismo em funcionamento. Entre os fato-
res de risco para a Diabetes Mellitus, estão:
Fonte: Guia do Agente Comunitário de Saúde
(2009).
Alternativas
a)peso adequado; história familiar; sedenta-
rismo; hipertensão arterial; febre.
b)obesidade; história familiar; atividade física
regular, hipertensão arterial; colesterol e trigli-
cerídeos elevados

83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
c)obesidade; história familiar; sedentarismo; de saúde. ( ) No momento da admissão no
hipertensão arterial; colesterol e triglicerídeos sistema prisional. Pelo menos uma vez ao ano
elevados. ou, idealmente, a cada 6 meses (em campa-
d)história familiar; sedentarismo; circunferên- nha). ( ) Na identificação do caso índice. ( )
cia abdominal de 70 com; colesterol e triglice- Em todas as visitas do ACS ou outro profissi-
rídeos elevados. onal da equipe. ( ) Admissão e exame médico
e)perda de peso; história familiar; anemia; hi- anual.
pertensão arterial; sede intensa; vontade au-
mentada de urinar. A sequência CORRETA dessa associação é:
Alternativas
03. Quando identificada no início e devida- a)4, 2, 5, 3, 2.
mente tratada, a maioria das Infecções Sexu- b)1, 2, 3, 5, 4.
almente Transmissíveis tem cura. Entretanto, c)2, 5, 3, 1, 4.
para obter um bom resultado durante e após o d)2, 4, 3. 5, 1.
tratamento, é necessário ter alguns cuidados. e)5, 4, 2, 3, 1.
Analise as afirmativas abaixo sobre as orien-
tações que devem ser seguidas pelos porta- 05.A gestação é um fenômeno fisiológico e,
dores de Infecções Sexualmente Transmissí- por isso, sua evolução se dá, na maior parte
veis: Fonte: Guia do Agente Comunitário de dos casos, sem intercorrências. Apesar desse
Saúde (2009). fato, existe parcela pequena de gestantes
I- Seguir rigorosamente o tratamento indicado que, por serem portadoras de alguma doença,
pelo profissional de saúde. II- O tratamento sofrerem algum agravo ou desenvolverem
deve ser suspenso quando não houver mais problemas, apresentam mais probabilidade de
sinal ou sintoma da doença. III- Os parceiros evolução desfavorável – seja para o feto como
devem ser conscientizados a fazer o trata- para a mãe. Por esse motivo, o Ministério da
mento, para evitar que o problema continue. Saúde preconiza o número mínimo de consul-
IV- Durante o tratamento, em hipótese algu- tas e com intervalos de:
ma, pode ocorrer as relações sexuais. Fonte: Protocolo da Atenção Básica: Saúde
das Mulheres (2016).
É CORRETO o que se afirma apenas em: Alternativas
Alternativas a)mínimo de 6 consultas médicas e de enfer-
a)I e IV. magem intercaladas, sendo mensais até a 28ª
b)I e II. semana - Quinzenais da 28ª até a 36ª semana
c)I e III. - Semanais da 36ª até a 41ª semana.
d)II, III, e IV. b)mínimo de 5 consultas médicas e de enfer-
e)I, II e III. magem intercaladas, sendo mensais até a 28ª
semana - Quinzenais da 28ª até a 36ª semana
- Semanais da 36ª até a 41ª semana.
04. Associe a primeira coluna das estratégias c)mínimo de 6 consultas médicas e de enfer-
especiais de Busca Ativa de casos de tubercu- magem intercaladas, sendo mensais até a 20ª
lose e a periodicidade dos contextos específi- semana - Quinzenais da 20ª até a 36ª semana
cos. - Semanais da 36ª até a 41ª semana.
Fonte: Manual de Recomendações para o d)mínimo de 4 consultas médicas e de enfer-
controle de tuberculose no Brasil (2019). magem intercaladas sendo mensais até a 28ª
semana - Quinzenais da 28ª até a 36ª semana
(1) População geral adscrita ao território da - Semanais da 36ª até a 41ª semana.
Estratégia Saúde da Família. (2) População e)mínimo de 6 consultas médicas e de enfer-
geral que procura o serviço de saúde (Estra- magem intercaladas sendo mensais até a 20ª
tégia Saúde da Família, Unidade Básica de semana - Quinzenais da 20ª até a 30ª semana
Saúde ou Hospitais). (3) Contato de tubercu- - Semanais da 30ª até a 41ª semana.
lose pulmonar. (4) Profissionais de saúde. (5)
Pessoa (população) Privada de Liberdade. 06. Um dos aspectos importantes no cresci-
mento e desenvolvimento da criança é a saú-
( ) Em todas as visitas do usuário ao serviço de bucal. A educação e a motivação de todo o

84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
núcleo familiar são importantes para a saúde pes volantes para as comunidades, identifi-
bucal da criança, especialmente nos primeiros cando e vacinando a população em risco, ca-
anos de vida. Fonte: Caderno de Saúde da sa a casa, em instituições fechadas, reforçan-
Criança, 2012. do ações de comunicação. Ação combinada
Analise as afirmações abaixo em relação à com busca ativa de casos suspeitos em áreas
atenção à saúde bucal das crianças. de risco.
I- Toda a equipe de saúde deve estar apta a ( ) Atividades nas salas de vacinas com apli-
dar informações adequadas aos pais e aos cação do esquema vacinal durante todos os
cuidadores sobre a saúde bucal das crianças. dias úteis do ano. Aproveitamento de oportu-
II- A família e/ou cuidador da criança deverá nidades de vacinação. Ações extramuros.
receber informações e orientações sobre saú-
de bucal da criança exclusivamente na consul- A sequência CORRETA dessa associação é:
ta odontológica. Alternativas
III- A cárie dentária, quando ocorre em crian- a)1, 2, 3.
ças menores de 3 anos, torna-se um impor- b)2, 3, 1.
tante alerta de risco, pois há maior probabili- c)3, 2, 1.
dade de que as crianças desenvolvam cárie d)2, 1, 3.
na dentição decídua e também na dentição e)1, 3, 2.
permanente.
IV- A adoção de hábitos de higiene bucal, o 08. A vacina BCG (Bacilo de Calmette e Gué-
controle da ingestão de açúcares e a alimen- rin) vem sendo utilizada há várias décadas e
tação saudável feita pela família resultarão em tem por finalidade evitar que a primo-infecção
saúde bucal para a criança. natural, causada por Mycobacterium tubercu-
É CORRETO o que se afirma apenas em: losis, evolua para doença. Analise as afirma-
Alternativas ções abaixo sobre as etapas de cicatrização
a)I e III. da vacina BCG:
b)II, III e IV. Fonte: Manual de Vigilância Epidemiológica
c)I e II. de Eventos Adversos Pós-Vacinação, 2008.
d)I, III e IV. I- Em torno da segunda semana, pode-se pal-
e)II e III. par uma pequena área endurecida. II- Na dé-
cima semana, o centro da área começa a
07. O Programa Nacional de Imunização (PNI) amolecer, formando uma crosta. III- A cicatri-
utiliza diferentes estratégias para captar a zação ocorre entre a 6ª e a 12ª semana. IV-
adesão do público-alvo a ser vacinado. Leva Em 100% dos vacinados, obtêm-se a cicatriz
em conta qual o propósito da vacinação: con- no braço.
trole, eliminação ou erradicação de doenças É CORRETO o que se afirma apenas em:
imunopreveníveis. Associe as duas colunas,
relacionando as estratégias de vacinação às Alternativas
táticas adotadas pela equipe para o cumpri- a)I, III e IV.
mento das coberturas vacinais. b)II, III e IV.
Fonte: Guia de Vigilância em Saúde (2021). c)I e II.
d)I e III.
(1) Rotina (2) Campanhas intensivas (3) e)II e III.
Campanhas emergentes
( ) Atividades nas salas de vacinas e ações 09. A notificação compulsória será realizada
extramuros, ampliando os horários dos servi- diante da suspeita ou confirmação de doença
ços para o acesso da população em pontos ou agravo, sendo obrigatória para os médicos,
estratégicos e locais de concentração da po- outros profissionais de saúde ou responsáveis
pulação-alvo: casa a casa, creches, empre- pelos serviços públicos e privados de saúde,
sas, escolas, supermercados, igrejas, shop- que prestam assistência ao paciente. Fonte:
pings, entre outros. PRTMS/GM 204/2016
( ) Atividades nas salas de vacinas e ações Analise as afirmações abaixo sobre a notifica-
extramuros, ampliando os horários dos servi- ção compulsória:
ços para acesso da população. Mobiliza equi-

85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I- A notificação compulsória será realizada Fonte: Resolução CNS nº 588/2018.
diante da suspeita ou confirmação de doença
ou agravo. Analise as afirmações abaixo sobre o que se
II- A comunicação de doença, agravo ou even- pode afirmar dessa política:
to de saúde pública de notificação compulsó-
ria pode ser realizada à autoridade de saúde I- Incide sobre todos os níveis e formas de
por qualquer cidadão que deles tenha conhe- atenção à saúde, abrangendo todos os servi-
cimento. ços de saúde públicos e privados, além de
III- A notificação compulsória será realizada estabelecimentos relacionados à produção e
somente diante da confirmação de doença ou circulação de bens de consumo e tecnologias
agravo. que, direta ou indiretamente, relacionem-se
IV- A autoridade de saúde que receber a noti- com a saúde.
ficação compulsória imediata deverá informá- II- Engloba toda a população em território na-
la, em até 24 (vinte e quatro) horas, desse cional, priorizando, entretanto, territórios, pes-
recebimento às demais esferas de gestão do soas e grupos em situação de maior risco e
SUS, o conhecimento de qualquer uma das vulnerabilidade, na perspectiva de superar
doenças ou agravos notificáveis. desigualdades sociais e de saúde, e de bus-
car a equidade na atenção, incluindo interven-
É CORRETO o que se afirma apenas em: ções intersetoriais.
Alternativas III- Contempla toda a população em território
a)I, II e III. nacional de forma igualitária, sem estabelecer
b)I, II e IV. prioridades ou distinção.
c)II, III e IV.
d)III e IV. É CORRETO o que se afirma apenas em:
e)II e III. Alternativas
a)I e III.
10. No território de saúde, podem surgir situa- b)I e II.
ções capazes de constituir potencial ameaça à c)I.
saúde pública, como a ocorrência de surto ou d)III.
epidemia, doença ou agravo de causa desco- e)II e III.
nhecida, alteração no padrão clínico epidemio-
lógico das doenças conhecidas, considerando 12.O trabalho do Agente Comunitário de Saú-
o potencial de disseminação, a magnitude, a de (ACS) ocorre, na maioria das vezes, fora
gravidade, a severidade, a transcendência e a do ambiente físico da unidade de saúde, reali-
vulnerabilidade, bem como epizootias ou zando a intermediação entre os usuários e o
agravos decorrentes de desastres ou aciden- serviço de saúde. Por isso, a Visita Domiciliar
tes. Essas situações são consideradas como: (VD) é a mais importante dentro do escopo de
Fonte: PRTMS/GM 204/2016. atividades desenvolvidas pelos ACS. No pla-
Alternativas nejamento eficaz das VD, a Avaliação do Ris-
a)Vigilância sentinela. co Familiar tem sido utilizada como uma fer-
b)Notificação compulsória imediata. ramenta capaz de direcionar as ações para as
c)Epizootia. famílias com maiores necessidades, ou seja,
d)Evento de saúde pública. de maior vulnerabilidade, que justifiquem a
e)Evento isolado. priorização de atendimentos. A Escala de Ris-
co Familiar de Coelho e Savassi busca identi-
ficar, especialmente, as vulnerabilidades soci-
11. A Resolução nº 588, de 12 de julho de ais existentes mediante 13 principais sentine-
2018, instituiu a Política Nacional de Vigilância las de risco. Qual das alternativas abaixo NÃO
em Saúde (PNVS), que se constitui como uma se constitui sentinelas de risco, segundo a
política pública de Estado e função essencial referida escala?
do SUS, tendo caráter universal, transversal e Fonte: Sistematização de um instrumento de
orientador do modelo de atenção nos territó- estratificação de risco familiar: Escala de risco
rios, sendo a sua gestão de responsabilidade familiar de Coelho-Savassi (2012).
exclusiva do poder público. Alternativas

86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a)Presença de criança com idade entre 6 a 12 14.Com base nas figuras abaixo, analise as
meses no domicílio. proposições em relação às ações do Agente
b)Desemprego. Comunitário de Saúde na gestão da equidade
c)Relação morador/ cômodo. no território.
d)Acamado.
e)Hipertensão Arterial Sistêmica.

13.Uma parcela importante do trabalho exer-


cido pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS)
é o trabalho educativo. Considera-se que o
fenômeno educativo, na sua interpretação crí-
tica, deva ser considerado sempre em movi-
mento e como processo inacabado, e não de-
ve desconsiderar a sua relação com a comu-
nicação.
Fonte: Educação e Saúde na Prática do Agen- Fonte: Manual do Agente Comunitário de Sa-
te Comunitário. (MOROSINI; FONSECA; PE- úde da Atenção Primária à Saúde de Belo Ho-
REIRA, 2007). rizonte, 2019.

Considerando o exposto acima, analise as I- Promover a inclusão das pessoas e/ou famí-
proposições e coloque (V) para verdadeiro e lias mais vulneráveis, melhorando sua condi-
(F) para falso, em relação à compreensão crí- ção de vida e de saúde.
tica que o ACS deve ter sobre o trabalho em II- Identificar e priorizar nos territórios as vul-
saúde. nerabilidades sóciossanitárias, implementando
plano de ação junto à equipe de saúde da fa-
( ) Requer pensar criticamente situações vivi- mília para o cuidado aos usuários com maior
das e desenvolver ações mediante essas re- necessidade.
flexões. III- Tratar igualmente usuários, famílias e co-
( ) A educação em saúde pretende mudar munidades independentemente das situações
comportamentos individuais através de estra- de vulnerabilidade de alguns, atendendo
tégias educativas que poderiam ser chamadas igualmente a toda a comunidade.
de “bancárias”, no sentido de um empreendi-
mento educativo em que quem ensina se po- É CORRETO o que se afirma apenas em:
siciona como detentor do saber e o sujeito da Alternativas
ação educativa é posicionado como alguém a)II e III.
que vai passivamente apreender os conheci- b)I e III.
mentos ensinados. c)I.
( ) Exige assumir a concepção de educação d)III.
como um processo que possibilite a popula- e)I e II.
ção a ver-se como construtora da sociedade,
podendo alterá-la. 15.Antes da instituição do Sistema Único de
( ) Compreende a saúde como expressão das Saúde, a assistência à saúde da população
condições objetivas de vida, isto é, entende a era condicionada à condição de trabalho.
saúde na sua concepção ampliada e crítica. Quem tinha emprego registrado na carteira
Marque a alternativa que contém a sequência profissional possuía assistência médica atra-
CORRETA de preenchimento dos parênteses: vés das Caixas de Previdência, ou então pa-
Alternativas gava médicos particulares e, em casos de in-
a)V, F, V, V. ternação, também pagava pelo serviço. Para
b)V, F, V, F. quem não tinha emprego registrado ou não
c)F, V, V, F. podia pagar um médico, deveria buscar as
d)F, V, F, F. Santas Casas de Misericórdia ou os postos de
e)V, F, F, V. saúde municipais, que viviam sempre lotados.
Para equilibrar essas desigualdades, começou
a surgir no Brasil um movimento denomina-

87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do: Fonte: O trabalho do Agente Comunitário 19. Hábitos de vida saudáveis são a base do
de Saúde (2000). tratamento do diabetes, sobre a qual pode ser
Alternativas acrescido – ou não – o tratamento farmacoló-
a)Saúde para todos no ano 2000. gico. Seus elementos fundamentais são man-
b)Reforma Psiquiátrica. ter uma alimentação adequada e a realização
c)Movimento da Balaiada. de atividade física regular, evitar o fumo e o
dMovimento dos Trabalhadores sem Terra. excesso de álcool e estabelecer metas de
e)Reforma Sanitária. controle de peso.

16. A Atenção Básica deve ser o contato e a Alternativas


porta de entrada preferencial dos cidadãos no ( )Certo
Sistema Único de Saúde, através do trabalho ( )Errado
desenvolvido pelas Equipes de Saúde da Fa-
mília e/ou Equipes de Atenção Básica para
populações específicas. 20. Os profissionais da Atenção Básica têm
importância primordial nas estratégias de pre-
venção, diagnóstico, monitorização e controle
Alternativas da hipertensão arterial. Devem também ter
( )Certo sempre em foco o princípio fundamental da
( )Errado prática centrada na pessoa e, consequente-
mente, envolver usuários e cuidadores, em
nível individual e coletivo, na definição e im-
17. Os servidores que legalmente acumulam plementação de estratégias de controle à hi-
dois cargos ou empregos poderão exercer pertensão.
suas atividades em mais de um estabeleci-
mento do Sistema Único de Saúde, com ex-
ceção dos servidores em regime de tempo Alternativas
integral e dos ocupantes de cargos ou função ( )Certo
de chefia, direção ou assessoramento. ( )Errado

Alternativas 21. A prevenção de incapacidades em hanse-


( )Certo níase inclui um conjunto de medidas visando
( )Errado evitar a ocorrência de danos físicos, emocio-
nais e socioeconômicos. A principal forma de
prevenir as deficiências e as incapacidades
18. A vigilância sanitária das tecnologias de físicas é o diagnóstico precoce.
alimentos tem como objetivo o controle e a
garantia de qualidade dos produtos alimentí-
cios a serem consumidos pela população, Alternativas
atuando na fiscalização dos estabelecimentos ( )Certo
que fabricam produtos alimentícios e naqueles ( )Errado
que manipulam alimentos, verificando todo o
processo de produção, métodos e técnicas
empregadas até o consumo final. 22. Recomenda-se profilaxia com antirretrovi-
rais para todos os casos com risco significati-
vo de transmissão do HIV. Entende-se como
Alternativas exposição com risco de transmissão quando
( )Certo há contato com materiais biológicos de alto
( )Errado risco, através de exposição percutânea, por
contato com membranas mucosas (incluindo
exposição sexual), por via cutânea envolven-

88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
do pele não íntegra ou por mordedura com 27. É necessário um cuidado especial para a
presença de sangue. busca ativa de crianças com contatos de adul-
tos com tuberculose, uma vez que se trata de
Alternativas um grupo particularmente vulnerável; por isso
( )Certo a necessidade de buscar o caso índice, lem-
( )Errado brando que, quanto maior a idade da criança,
maior o risco de adoecimento por tuberculose.
23. A desnutrição leva a uma série de altera-
ções na composição corporal e no funciona-
mento normal do organismo. Quanto mais Alternativas
grave for o caso, maiores e também mais gra- ( )Certo
ves serão as repercussões orgânicas. ( )Errado

Alternativas
( )Certo 28. É atribuição do Agente Comunitário de
( )Errado Saúde desenvolver atividades de promoção
da saúde, de prevenção das doenças e agra-
24. O leite materno, após ser retirado do seio, vos e de vigilância à saúde, por meio de visi-
pode ser armazenado para consumo do bebê tas domiciliares e de ações educativas indivi-
ou doado para locais em que haja banco de duais e coletivas nos domicílios e na comuni-
leite humano. Caso contrário pode ser des- dade.
prezado, já que, não havendo algum fator im- Alternativas
peditivo, a mãe voltará a produzir leite, sem ( )Certo
que haja prejuízo para o aleitamento. ( )Errado
Alternativas
( )Certo
( )Errado 29. Caso o Agente Comunitário de Saúde ad-
quira casa própria fora da área geográfica de
sua atuação, será mantida sua vinculação à
25. As ações preventivas em saúde definem- mesma equipe de saúde da família em que
se como intervenções orientadas a evitar o esteja atuando, podendo ser remanejado, na
surgimento de doenças específicas, reduzindo forma de regulamento, para equipe atuante na
sua incidência e prevalência nas populações. área onde está localizada a casa adquirida.
A base do discurso preventivo é o conheci-
mento epidemiológico moderno. Alternativas
( )Certo
Alternativas ( )Errado
( )Certo
( )Errado
30. Como a esquistossomose, em suas diver-
sas formas clínicas, se assemelha a muitas
26. O aleitamento materno ideal deve ocorrer outras doenças, o diagnóstico de certeza só é
desde a sala de parto até dois anos ou mais, feito por meio de exames laboratoriais. A his-
exclusivo e em livre demanda até o 6º mês e tória do doente mais o fato de ser originário de
complementado, a partir daí, com alimentação (ou haver vivido em) região reconhecidamente
saudável e equilibrada. endêmica orientam o diagnóstico.

Alternativas Alternativas
( )Certo ( )Certo
( )Errado ( )Errado

89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
31. O Agente Comunitário de Saúde pode e bito do Sistema Único de Saúde - SUS, na
deve vistoriar sistematicamente os domicílios execução das atividades de responsabilidade
e peridomicílios para controle da dengue e, dos entes federados, mediante vínculo direto
caso identifique criadouros de difícil acesso, entre os referidos agentes e órgão ou entida-
ou se necessite da utilização de larvicida, de- de da administração direta, autárquica ou fun-
ve-se realizar imediatamente a aplicação dele dacional.
no criadouro identificado. Alternativas
( )Certo
Alternativas ( )Errado
( )Certo
( )Errado
36. Todo caso suspeito de dengue deve ser
notificado à Vigilância Epidemiológica; e
32. Sugere-se a verificação diária da pressão quando apresenta a forma grave, a notificação
arterial até a primeira consulta médica de rea- deve ser imediata.
valiação do tratamento. Neste período, a pes-
soa deverá medir a pressão arterial, e o resul-
tado da verificação, data e horário deverão ser Alternativas
anotados no prontuário do paciente ou no lo- ( )Certo
cal indicado para registro do monitoramento. ( )Errado

Alternativas
( )Certo 37. As ações voltadas para o diagnóstico pre-
( )Errado coce e tratamento adequado dos casos de
Leishmaniose são de responsabilidade das
secretarias estaduais de saúde (SES), com o
33. O cancro mole é uma afecção de trans- apoio das secretarias municipais e Ministério
missão exclusivamente sexual caracterizada da Saúde.
por lesões múltiplas (podendo ser única) e
habitualmente dolorosas, mais frequentes no Alternativas
sexo masculino. ( )Certo
( )Errado
Alternativas
( )Certo 38. Na ficha de cadastros dos Agentes Comu-
( )Errado nitários, há indicadores relativos à população
adscrita a uma unidade de saúde que são
fundamentais para organizar as ações no terri-
34. Para o adequado funcionamento da Estra- tório.
tégia Saúde da Família, é necessária a cober- São exemplos de indicadores demográficos:
tura de Agentes Comunitários de Saúde Alternativas
(ACSs) de 100% da população cadastrada, a)Mortalidade e morbidade.
com um máximo de 850 pessoas por ACSs e b)Gênero e faixa etária.
de 10 ACSs por Equipe de Saúde da Família, c)Infraestrutura e acesso a bens e serviços.
não ultrapassando o limite máximo recomen- d)Lote e zoneamento
dado de pessoas por equipe.
39. Analise as afirmativas a seguir.
I. O ACS deve pesar, medir e tratar os bebês
Alternativas que se encontram em risco. II. O ACS precisa
( )Certo realizar diversas orientações entre o terceiro e
( )Errado o sétimo dia de vida do bebê. III. O ACS pre-
cisa verificar o grau de escolaridade da mãe.
35. O exercício das atividades de Agente Co- IV. O ACS precisa solicitar os primeiros exa-
munitário de Saúde e de Agente de Combate mes ao bebê e à mãe.
às Endemias dar-se-á exclusivamente no âm-

90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
São razões pelas quais o nascimento de uma
criança na atenção básica tem impacto signifi-
cativo no trabalho do Agente Comunitário de
Saúde (ACS) as afirmativas
Alternativas
a)I e II, apenas.
b)II e III, apenas.
c)III e IV, apenas.
d)I e IV, apenas.

40. Considerando o território na atenção bási-


ca, analise as afirmativas a seguir.

I. É um local fixo e imutável.

II. É local onde as pessoas vivem de maneiras


parecidas.

III. É um espaço geográfico com delimitações.

IV. É lugar dinâmico, construído socialmente.

Na atenção básica o território é visto como

Alternativas
a)I e II, apenas.
b)II e III, apenas.
c)III e IV, apenas.
d)I e IV, apenas.

GABARITO:
01. E 11. B 21. C 31. E
02. C 12. A 22. C 32. E
03. C 13. A 23. C 33. C
04. C 14. E 24. C 34. E
05. A 15. E 25. C 35. C
06. D 16. C 26. C 36. E
07. B 17. E 27. E 37. E
08. D 18. C 28. C 38. B
09. B 19. C 29. C 39. B
10. D 20. C 30. C 40. C

91

Você também pode gostar