Doc. 115 Abrigo de Ônibus

PREFEITURA MUNICIPAL DE APARECIDA DE GOIÂNIA
SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

SUPERINTENDÊNCIA MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL
SUPDEC
Lei Complementar 119 de 11 de Janeiro de 2016
Relatório SUPDEC N° 115/2022
RELATÓRIO ABRIGO DE ÔNIBUS
Técnicos da Superintendência Municipal de Proteção e Defesa Civil

realizaram estudo, in loco em diversos pontos de parada de linhas de ônibus, no
município de Aparecida De Goiânia – GO. Estudo este, visando à redução de riscos
de desastres (RRD), com caráter de prevenção, com a finalidade de verificar a
situação atual dos abrigos de ônibus, mais popularmente conhecido como “ponto de
ônibus”.
Inicialmente devemos entender a diferença entre abrigo e parada de ônibus,
segundo Carolina Stolf Silveira da Universidade Federal de Santa Catarina, em sua
dissertação de mestrado, ela diz que: “abrigos de ônibus são locais pré-
estabelecidos para embarque e desembarque ao longo do itinerário das linhas de
ônibus. Salienta-se que abrigos de ônibus são pontos de parada dos veículos, mas
os pontos de parada ou pontos de ônibus não se caracterizam como abrigos, uma
vez que não comportam uma estrutura que “abriga” o usuário, são apenas pontos no
itinerário, geralmente identificados por placa sinalizadora.”.
Desse modo, os abrigos de ônibus e os pontos de parada são o primeiro
contato do usuário de transporte coletivo, com a rede de transportes coletiva. Como
sendo o primeiro contato do usuário, esse deve trazer a segurança, conforto e
qualidade, e para isso foram criados órgãos, com a finalidade de trazer um
transporte publico de qualidade. Com isso foi criada a entidade administrativa
Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP, segundo o seu estatuto:
CAPITULO I - DA CONSTITUIÇÃO, OBJETIVOS, SEDE E DURAÇÃO
Art. 1º. A Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP constitui-se

como pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, e se regerá pelo
presente Estatuto e demais disposições regulamentares aprovadas por seus
órgãos competentes e, nos casos omissos, por disposição do Conselho
Diretor.
Rua João Batista de Toledo Qd 16 Lt Área St Central - Aparecida de Goiânia-GO

Ouvidoria: 3545-6041 / 3545-6036 defesacivilaparecidago
62 98471-5300 / 62 98471-7800 defesacivilaparecidago@gmail.com
SUPDEC
CAPITULO II - DOS OBJETIVOS SOCIAIS
Art. 5º. A ANTP tem por objetivos promover ações que contribuam para a
garantia do direito ao transporte público de qualidade, à cidadania no
trânsito e à mobilidade urbana sustentável, estudos e difusão de
conhecimento especializado sobre questões referentes à mobilidade
urbana, transporte, trânsito e saúde, abrangendo as dimensões técnico-
científicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, ambientais e
urbanísticas, incluídas ações de pesquisa, preservação e comunicação e
avaliação de padrões de qualidade de projetos e planos de mobilidade,
transporte e trânsito.
Como também, foi criada a Companhia Metropolitana de Transportes

Coletivos (CMTC), por lei complementar n° 034/03 de outubro de 2001 para ser o
órgão gestor e fiscalizador do Sistema de Transporte Coletivo. E a Rede
metropolitana de transportes coletivos (RMTC), instituição que abrange 19
municípios em Goiás, inclusive Aparecida De Goiânia. Estas responsáveis pela
distribuição dos terminais, ampliação de linhas, venda de bilhetes, e distribuição dos
ônibus, entre outros serviços.
Bem como, a Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos da Região
Metropolitana De Goiânia (CDTC-RMG), instituída por força da Lei Complementar
Estadual no 27, de 30 de dezembro de 1999, consolidada pela Lei Complementar
n°34, de 3 de outubro de 2001, e modificações posteriores, no uso das suas
atribuições legais. Em sua deliberação n° 84, de 22 de janeiro de 2018, ela institui
que:
Art. 2° Fica estabelecido que os municípios integrantes da Rede
Metropolitana de Transportes Coletivos — RMTC passarão a ser
responsáveis por promover a manutenção, realocação ou instalação de
abrigos, quando necessário, nos pontos de parada existentes em seus limites
territoriais;
Parágrafo único. Os municípios poderão formalizar convênio com a CMTC
para realização de levantamentos técnicos sobre cada um dos pontos de
parada instalados na RMTC e seus respectivos abrigos com vistas à
realização de diagnóstico e propositura de ações para requalificação dos

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abrigos existentes e redimensionamento de sua localização na Rede ou
instalação de novos abrigos quando se fizer necessário.
Temos também a ABNT NBR 14022:2009 Acessibilidade em veículos de

características urbanas para o transporte coletivo de passageiros, que
especifica critérios para as paradas de ônibus, terminais e veículos de transporte
coletivo. Que em seu capitulo 4.1 Ponto De Parada:
4.1.1 O ponto de parada deve estar em conformidade com os padrões e

critérios de acessibilidade previstos na ABNT NBR 9050 e suas
características construtivas devem ser compatíveis com a tecnologia veicular
adotada.
4.1.2 O ponto de parada no passeio público deve estar integrado com o

entorno, respeitando uma faixa livre mínima de 1 200 mm em condições de
segurança e conforto para circulação de pedestres e pessoas com deficiência
em cadeira de rodas. Na falta de espaço suficiente, admite-se uma faixa livre
de 900 mm.
4.1.3 Os pontos de parada devem ser providos de assento e espaço para

cadeira de rodas de acordo com a ABNT NBR 9050. Recomenda-se a adoção
de cobertura.
4.1.4 Para garantir a manobra da cadeira de rodas, devem ser eliminadas

interferências físicas no ponto de parada.
ABNT NBR 14022:2009 © ABNT 2009 - Todos os direitos reservados
Ainda em seu capitulo 7.1 Local de embarque e desembarque:
7.1.1 Nos pontos de parada onde não existe plataforma, respeitadas as

limitações técnicas, físicas e legais, deve ser instalada uma faixa de piso tátil
de alerta a partir do ponto de parada em direção contrária ao sentido de
tráfego do ônibus. O piso tátil de alerta deve ser instalado em toda a extensão
das plataformas.

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7.1.2 Nos pontos de parada e/ou plataformas, deve ser prevista a instalação
de dispositivos de sinalização visual, tátil e auditiva, com a informação das
respectivas linhas de ônibus.
ABNT NBR 14022:2009 © ABNT 2009 - Todos os direitos reservados
Visto o exposto, fizemos uma visita in loco em várias paradas de ônibus, a fim
de verificar a situação dos abrigos de ônibus e se eles apresentam segurança e
qualidade para o usuário. Verificou-se que os abrigos de ônibus, presentes no
município não possuem iluminação adequada para a noite e a madrugada, gerando
medo e facilitando a incidência de crimes, como roubos.
Algumas paradas de ônibus no município, não possuem cobertura, e quando
possuem o abrigo não comporta mais de quatro pessoas sentadas, sendo que no
dia a dia abrigam-se, principalmente nos horários de maior volume de pessoas,
muito mais que seis pessoas em uma única parada, sem cobertura eficiente para o
sol e nem para chuva, a depender do horário e a direção do sol a cobertura e
completamente ineficiente.
Outro ponto que deve ser abordado e em relação, a poluição visual que os
abrigos apresentam. Andando pelas linhas de transporte coletivo no município de
aparecida de Goiânia, podemos ver a enorme quantidade de abrigos, com inúmeras
colagens de propaganda, que vão sendo pregadas uma por cima da outra, e muitas
vezes em locais não adequados para colocação dessas colagens, esses adesivos
ficam pregados durante vários anos, sem que ninguém faça a limpeza e a
manutenção adequada.
Bem como a incidência de capim junto à estrutura dos abrigos, causando
fissuras no chão e incidindo na poluição visual. O aspecto visual e de total abandono
com o usuário de transporte coletivo. Na sequência, iremos aborda a estrutura e os
modelos de abrigos de ônibus, segundo a ANTP são quatro os tipos de estruturas
que são colocadas nos pontos de parada, sendo pontos de madeira, totens
metálicos, abrigos de estrutura de concreto armado e abrigos de estrutura metálica.
Em nossa pesquisa in loco, averiguamos que a maioria dos abrigos no município é
de estrutura de concreto armado ou metálica.

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Como resultado disso, os abrigos de estrutura de concreto armado, possui um

peso próprio elevado, aliada a ausência de manutenção, e as intempéries da via,
como excesso de gás carbônico (CO2), chuva, sol e capim. Tudo isso gera a perca
da resistência do concreto, seu cobrimento vai se desgastando com o tempo,
fazendo com que as armaduras do concreto fiquem expostas. E por tanto colocando
os usuários de transporte coletivo em perigo, encontramos inúmeros abrigos de
concreto que caíram muitas vezes àquela estrutura quebrada fica no ponto de
parada sem utilidade, contribuindo para poluição da via, de forma visual e ambiental
também.
Diferentemente dos abrigos de concreto armado, os abrigos metálicos
possuem um peso próprio baixo, as intempéries da via contribuem muito para
corrosão da estrutura completa, mas se for aliada a uma manutenção correta, ela
pode dura tanto quanto uma de concreto armado. Contudo, por ela ser metálica ela
conduz calor, em dias secos com céu limpo, fica praticamente impossível sentar em
seu banco, que passa o dia todo recebendo a luz do sol.
Um problema que persistiu nas duas estruturas, independente do modelo ser
metálico ou de concreto, e que os abrigos não trazem proteção contra a chuva e o
sol, a depender do horário, e da localização da parada, sendo que algumas ficam
atras de lotes baldios, e como os abrigos só trazem proteção na cobertura, durante
uma chuva de vento, os usuários ficam totalmente vulneráveis as ações do tempo.
Destaca-se que em praticamente nenhum abrigo de ônibus possui balaústre,
boa parte dos acidentes envolvendo abrigos de ônibus ocorrem devido a veículos
desgovernados que adentram os abrigos, colocando balaústres traria segurança
para esses usuários. Em virtude disso, encontramos algumas notícias na gazeta do
povo em relação a acidentes envolvendo abrigos de ônibus, como:
Quatro mulheres que estavam esperando o ônibus em um ponto na

canaleta da via, nas proximidades do viaduto da Avenida das Torres, foram
atropeladas por uma viatura da Polícia Militar que desviou de um pedestre,
perdeu o controle e acabou indo em direção à estrutura. Em 2010, o
motorista de um ônibus ligeirinho da linha Colombo/CIC perdeu o controle
do veículo na Praça Tiradentes, atropelou e matou um homem que estava

SUPDEC
em um dos pontos de ônibus no local, atingiu outra pessoa que passava
pela praça, que também não resistiu e morreu, e invadiu a unidade das
Lojas Pernambucanas. Outras 32 pessoas ficaram feridas entre passageiros
do ônibus e pedestres.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/curitiba/acidente-com-4-

mortes-nao-e-o-unico-em-pontos-de-onibus-de-curitiba-relembre-5-
ocorrencias-graves-3ympjcm00rmjb5sgex8qmbgzd/. Copyright © 2022.
Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.
Não encontramos noticias publicadas por jornais aqui no município de

aparecida. Mas através do exposto conseguimos entender a gravidade dos
acidentes envolvendo veículos automotores que ocorrem em abrigos de ônibus. A
colocação de balaústre mesmo que não esteja em norma, e algo que deve ser
considerado. Vale destacar que segundo o Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº
2.848/1940):
Capítulo III - da Periclitação da Vida e da Saúde, dispõe: Perigo para a
vida ou saúde de outrem
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais
grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a
exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de
pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer
natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 9.777,
de 1998).
Por último, a Defesa Civil RECOMENDA aos órgãos que regulamentam e

fiscalizam as paradas de ônibus, uma manutenção eficiente, e a fiscalização dos
pontos de parada com o objetivo de trazer qualidade de vida e segurança aos
usuários de transporte coletivo. A fim de que se cumpram as normas
regulamentadoras e que seja feita pesquisas e estudos, com a finalidade de trazer
avanço e, por conseguinte o crescimento e a melhora do transporte coletivo urbano.
Aparecida de Goiânia, 15 de setembro de 2022.

SUPDEC
Carla Durães Barros (Agente de Proteção e Defesa Civil)

Robson Lourenço de Souza (Agente de Proteção e Defesa Civil)
RONEIRON JOSÉ DE SOUSA

Chefe de Operações de Proteção e Defesa Civil
JULIANO TADEU MOREIRA CARDOSO

Superintendente Municipal de Proteção e Defesa Civil

SUPDEC
ANEXO
Foto 1: Abrigo de estrutura metálica e poluição visual
Foto 2: Abrigo de ônibus, danificado.

SUPDEC
Foto 3: Deterioração do concreto, armadura exposta, comprometimento da base do

abrigo
Foto 4: Abrigo destruído, poluição visual

SUPDEC
Foto 5: Poluição visual, abrigo sem proteção contra o sol, sem identificação visual.
Foto 6: poluição visual

SUPDEC
Foto 6: abrigo sem o espaçamento adequado para cadeirantes
Foto 7: poluição visual

SUPDEC
Foto 8: poluição visual e vegetação rasteira.
Foto 9: Parada de ônibus, sem abrigo e sem acessibilidade.

SUPDEC
Foto 10: abrigo de ônibus, estrutura de concreto armado
Foto 11: abrigo sem proteção contra o sol, estrutura metálica, poluição visual


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CAPITULO I - DA CONSTITUIÇÃO, OBJETIVOS, SEDE E DURAÇÃO

Art. 1º. A Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP constitui-se

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Como também, foi criada a Companhia Metropolitana de Transportes

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Temos também a ABNT NBR 14022:2009 Acessibilidade em veículos de

4.1.1 O ponto de parada deve estar em conformidade com os padrões e

4.1.2 O ponto de parada no passeio público deve estar integrado com o

4.1.3 Os pontos de parada devem ser providos de assento e espaço para

4.1.4 Para garantir a manobra da cadeira de rodas, devem ser eliminadas

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7.1.1 Nos pontos de parada onde não existe plataforma, respeitadas as

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Como resultado disso, os abrigos de estrutura de concreto armado, possui um

Quatro mulheres que estavam esperando o ônibus em um ponto na

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Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/curitiba/acidente-com-4-

Não encontramos noticias publicadas por jornais aqui no município de

Por último, a Defesa Civil RECOMENDA aos órgãos que regulamentam e

Aparecida de Goiânia, 15 de setembro de 2022.

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Carla Durães Barros (Agente de Proteção e Defesa Civil)

RONEIRON JOSÉ DE SOUSA

JULIANO TADEU MOREIRA CARDOSO

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Foto 1: Abrigo de estrutura metálica e poluição visual

Foto 2: Abrigo de ônibus, danificado.

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Foto 3: Deterioração do concreto, armadura exposta, comprometimento da base do

Foto 4: Abrigo destruído, poluição visual

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Foto 6: poluição visual

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Foto 6: abrigo sem o espaçamento adequado para cadeirantes

Foto 7: poluição visual

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Foto 8: poluição visual e vegetação rasteira.

Foto 9: Parada de ônibus, sem abrigo e sem acessibilidade.

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Foto 10: abrigo de ônibus, estrutura de concreto armado

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