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UNIVERSIDADE SANTO AMARO

Curso de Serviço Social

Cristiane Silva Bezerra- RA 4803141


Robelma Oliveira Lima- RA 4719981

PROJETO INTEGRADOR II:


Identificação das demandas sociais do Município de Parauapebas

Parauapebas / Polo nº 1017


2022
Cristiane Silva Bezerra- RA 4803141
Robelma Oliveira Lima- RA 4719981

PROJETO INTEGRADOR II:


Identificação das demandas sociais do município de Parauapebas

Relatório de Projeto apresentado para obtenção


de nota no processo avaliativo da disciplina de
Projeto Integrador II – Identificação das
demandas sociais do Curso de Serviço Social da
Universidade Santo Amaro - UNISA, ministrada
pela Profa. Esp. Luana Euzébia da Silva.

Parauapebas / Polo nº 1017


2022
RESUMO

O presente trabalho visa identificar as demandas sociais do município de Parauapebas,


localizada no sudeste do Estado do Pará. Ao falarmos sobre demandas sociais estamos nos
referindo as necessidades humanas que surgem no dia a dia das pessoas, principalmente a
das classes mais pobres, isto é, estamos nos referindo a problemas como a fome, a falta de
emprego, de segurança, saúde e assistência social, entre outros. Na atualidade entendemos
que as demandas sociais estão ligadas a desigualdade social e um contexto de privação
dos direitos sociais. Ao identificarmos as demandas sociais da população, verificamos que o
Brasil está na classificação sendo os 9° país com mais desigualdade no mundo. A situação
no município de Parauapebas não difere, com a população aproximada de 218.787
habitantes, 42 bairros, e sendo considerado o município mais rico do Estado do Pará, ainda
enfrenta um logo caminho para vencer essas desigualdades entre sua população.

PALAVRAS-CHAVE: Demandas Sociais, Políticas Públicas e Serviço Social.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AMA Amazônia Mineração S.A.


BPC Benefícios de Prestação Continuada
CAPS Centro de Atenção Psicossocial
CELPA Centrais Elétricas do Pará
CIMI Centro Integrado da Melhor Idade
CVLI Crimes Violentos Letais Intencionais
DEAM Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
ECA Espaço Criança e Adolescente
ETAs Estações de Tratamento de Água
FASC Fundação de Ação Social e Cultural de Parauapebas
FPM Fundo de Participação dos Municípios
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
LOAS Lei Orgânica de Assistência Social
PAC Programa de Atenção à Criança
PIPA Parque Integrado de Inclusão Social de Parauapebas
PBF Programa Bolsa Família
PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
PROSAP Programa de Saneamento Ambiental
SAAEP Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas
SEGUP Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado
SEMAS Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade
SEMAS Secretaria Municipal de Assistência Social
SEMED Secretaria Municipal de Educação
SUS Sistema Único de Saúde
TCU Tribunal de Contas da União
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 8
2 PROBLEMA DO PROJETO 9
3 OBJETO GERAL E ESPECÍFICOS 9
4 JUSTIFICATIVA E DESENVOLVIMENTO 9
5 REFERENCIAL TEÓRICO 23
6 METODOLOGIA DA PESQUISA 28
7 CRONOGRAMA 28
CONSIDERAÇÕES FINAIS 29
REFERÊNCIAS 30
8

1 INTRODUÇÃO

A Identificação das Demandas Sociais é de suma importância, pois ela


contribui para que o profissional assistente social conheça a realidade do território
onde está inserido.
A presente pesquisa tem como foco principal fazer uma Identificação das
principais demandas sociais do município de Parauapebas-PA.
O objetivo desse trabalho é mostrar que apesar de ser considerado o
município mais rico do Estado do Pará, com produção de divisas que é a 25.ª
maior do País e superior à de quatro Estados da Federação, Parauapebas vê
na atualidade sua sede urbana enfrentar uma multidão de problemas sociais em
meio a uma riqueza que é apenas teórica, mal distribuída e direcionada a sua
maior parte para a Capital do Estado.
É importante destacar que todas essas ponderações que serão
levantadas, são fundamentais para compreender a dinâmica social e produtiva
de Parauapebas, bem como para ajudar na formulação de políticas públicas
capazes de eliminar ou minimizar os principais obstáculos sociais deixados ao
município em decorrência da expansão das atividades capitalistas em seu
território que tantas contradições geram, a exemplo do fato de o município ser o
maior exportador nacional e o segundo onde o trabalhador formal mais perde o
emprego.
9

2 PROBLEMA DO PROJETO

O problema desse projeto é a identificação das demandas sociais do


município de Parauapebas-PA, através dessa pesquisa observamos as principais
demandas sociais do município, bem como a realidade do território nos aspectos
políticos e econômicos.
O objeto desse estudo foi identificar as principais demandas sociais do
município onde estamos inseridos, diante disso desejamos dar sentido a um
propósito no intuito de ajudar enquanto futuros profissionais do Serviço social.

3 OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS

Objetivo geral: identificar as demandas sociais do município de Parauapebas-


PA.
Objetivos específicos: conhecer a realidade social do município supracitado;
realizar mapeamento dos serviços ofertados pelo município; sistematizar
informações.

4 JUSTIFICATIVA E DESENVOLVIMENTO

Este trabalho visa realizar um levantamento acerca das demandas sociais e


econômicas do município de Parauapebas-PA. No presente trabalho se encontram
fotos do acervo digital do Museu de Parauapebas e tabelas formuladas com base
em informações secundárias provenientes da coleta de dados sociais e econômicas
extraídos do sítio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e também
sítios oficiais do município.
Foi na década de 60 que o Geólogo Breno dos Santos descobriu a maior
jazida de minério de ferro do mundo, na Serra dos Carajás, até então território de
Marabá, mas foi apenas em 1970 que o Projeto de Ferro Carajás começou a sua
fase de instalação. Ainda na década de setenta que a Companhia Vale do Rio Doce
(atual VALE) se associou à empresa U.S. Steel criando a Amazônia Mineração S.A.
(AMA) para explorar o Projeto Ferro Carajás. Em 1981, a Vale adquiriu a
exclusividade de explorar minério de ferro, ouro e manganês no local, antes
habitadas pelos índios Xikrins do Cateté e remanescentes do Ciclo da Castanha. Foi
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em meio a esse cenário modificado a cada dia que novos territórios e pessoas
oriundas de todas as regiões do Brasil se mudaram para sudeste do estado do Pará.

Foto: Breno dos Santos/ primeiro levantamento aeromagnetométrico de Carajás Fonte: Acervo digital
do Museu de Parauapebas.

A cidade hoje tem 33 anos de emancipação do município de Marabá e vive na


atualidade o processo de construção da sua identidade. As manifestações que
acontecem na cidade estão em processo de fixação no atual contexto social, pois
ainda recebem influências diversas, ou seja, diferentes tradições culturais trazidas
de toda parte do Brasil tentando tomar corpo e dar continuidade agora com as
características locais, com os novos ritmos de vida aqui criados.

Primeira sede da Câmara legislativa de Parauapebas. Fonte: Acervo digital do Museu de


Parauapebas.

Parauapebas tem cerca de 202 mil habitantes, conforme o último censo do


IBGE de 2016. Com um fluxo migratório impulsionado pela extração de recursos
minerais, essa população do vem se formatando e se readequando neste novo
11

território desde a década 60, momento das grandes descobertas das minas de ferro
do Projeto Ferro Carajás.

Rua 10 (perímetro da Praça Mahatma Gandhi) Fonte: Acervo digital do Museu de Parauapebas.

Diante disso, a importância do setor mineral é revelada através dos níveis de


produção da renda gerada, dos investimentos realizados e do papel que exerce no
saldo da balança comercial paraense.
A importância da atividade mineral nesse município é expressiva para seu
desenvolvimento social e econômico, é uma das principais fontes de trabalho e
renda do município, visto que sua emancipação ocorreu em virtude da exploração
mineral em Carajás, trazendo grande crescimento populacional. Haja vista que, a
mineradora Vale tem forte participação nesse processo, através da exploração da
reserva, Serra de Carajás, de minério de ferro.

POPULAÇÃO
218.787
População estimada [2021]
pessoas
153.908
População no último censo [2010]
pessoas
22,35
Densidade demográfica [2010]
hab./km²

ECONOMIA
O IBGE realiza anualmente atualização desses números através de
estimativas da população para pautar órgãos como o Tribunal de Contas da União
(TCU) quanto à partilha desses recursos. Um deles — o mais importante e sustenta
80% das prefeituras — é o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que não
chega a ser a principal fonte de recursos de Parauapebas, mas contribuiu com R$
83 milhões e 200 mil na arrecadação de 2020 e tem previsão de alcançar R$ 85
milhões e 500 mil este ano.
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Diante de incertezas e da necessidade urgente do poder público conhecer o


exército de cidadãos que precisam ser alcançados pelas políticas públicas, e
considerando o apagão estatístico em decorrência da não realização do censo
demográfico pelo IBGE, a vereadora Eliene Soares pede que o governo municipal
elabore estudos técnicos para viabilizar a realização de um censo próprio, municipal,
e que, embora não tenha caráter oficial para captação de recursos, possa orientar a
administração a chegar aos mais vulneráveis socialmente, aos que precisam de
emprego, de renda, de saúde, de educação, de proteção social e de infraestrutura.

A proposta desse projeto é identificar as principais demandas sociais de


Parauapebas, como, emprego, educação, saúde e segurança, a partir dessa análise
podemos observar a carência dessas demandas no município. A sociedade
encontra-se carente de projetos sociais que visam o crescimento profissional da
população, existem alguns projetos sociais, como cursinhos oferecidos pela
prefeitura, porém não há um encaminhamento para o mercado de trabalho onde a
população fica à mercê do desemprego, principalmente os jovens que buscam seu
primeiro emprego, sendo que eles precisam de oportunidades para virem ter
experiência.

VIOLÊNCIA
A cidade de Parauapebas é a que mais registrou ocorrências de Crimes
Violentos Letais Intencionais (CVLI), que incluem homicídio doloso, lesão corporal
seguida de morte e latrocínio. No ano de 2020 segundo a Secretaria de Segurança
Pública e Defesa Social do Estado (Segup), de janeiro a agosto deste ano, foram
registrados cinquenta e sete crimes deste tipo no município, um a mais que no
mesmo período do ano passado. No último mês de agosto, a cidade de
Parauapebas foi destaque nas manchetes policiais por crimes violentos em, pelo
menos, seis oportunidades. Mesmo com a alta nos índices de CVLI em
Parauapebas no ano de 2020, os dados da Segup demonstram que, em
comparação ao ano de 2018, a cidade vem apresentando uma diminuição no
registro destes crimes. De janeiro a seis de setembro daquele ano, foram registrados
setenta e sete crimes violentos. Em 2019, o índice caiu para cinquenta e seis no
período entre janeiro e agosto, e neste mesmo ano teve novamente um leve
aumento no mesmo período, onde foram registrados cinquenta e sete casos.

VIOLÊNCIA CONTRA MULHER


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Os casos de violência contra mulheres têm aumentado. Segundo a prefeitura


municipal de Parauapebas os casos de violência contra mulher estão em 5.º lugar na
classificação do serviço de Disque-Denúncia do sudeste do Pará. Ainda são muitos
altos os índices de agressão contra mulher e dados revelam que no decorrer do
isolamento social, imposto como meio de evitar a proliferação da covid-19, os casos
de violência contra a mulher aumentaram. Os bairros que tiveram o maior número de
denúncias foram bairro Rio Verde (11%), bairro Liberdade I e bairro Casas
Populares II (9%); e bairro Liberdade II (6%). Um dado alarmante é que 76% das
mulheres que sofreram violência convivem com o agressor, sendo a maioria dos
casos é o próprio marido ou companheiro.

PERFIL DOS AGRESSORES E VÍTIMAS DE PARAUAPEBAS


O perfil dos agressores e das vítimas do município de Parauapebas foram
trançados por meio da aplicação de um questionário realizado no momento do
recebimento das denúncias. Segundo a análise dos questionários respondidos,
observou-se que 76,33% das vítimas vivem com os autores da violência e apenas
13,33% não convivem com os agressores. Em relação ao autor da violência 80,85%
são maridos, 8,51% ex-maridos, 4,25% filhos ou outros e 2,12% são namorados das
vítimas, 29,09% possuem filhos com as vítimas.

Em relação à categoria de violência, 56.04% é física, 29, 67% é verbal e


13,19% são ameaças de morte. As agressões são socos (40%), agressões com a
mão ou empurrões (20%), chutes (12%) e estrangulamento ou outras categorias de
agressão (4%). Dentre as armas e materiais utilizados 36,36% são fios ou arma
branca.

Os agressores que consomem álcool e/ou drogas (34,55%) e os que não


consomem (1,82%). Os atos de violência contra as mulheres ocorreram no turno da
noite (30,8%), tarde (13,5%), madrugada (3,85%) e pela manhã (1,92%). Os casos
de violência doméstica, de acordo com dados da (DEAM) Delegacia Especializada
de Atendimento à Mulher, não são uma exclusividade de algumas classes sociais;
sendo que o machismo está permeado em todas as camadas e independe de grau
de escolaridade. Segundo a delegada Ana Carolina, os casos ocorridos em famílias
com vulnerabilidades sociais são os que mais chegam à delegacia. “As mulheres
com cônjuges com melhor condição financeira ou mulheres com mais instrução
escolar procuram resolver os casos sem exposição, pois pensam ter muito a perder
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com tanta exposição social, quanto a bens que precisam repartir e isso as fazem
apanhar caladas,” explica a delegada, recomendado que as mulheres agredidas
precisam se encorajar e procurar a DEAM, onde ela será orientada.

EDUCAÇÃO

Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade [2010] 95,8 %

IDEB – Anos iniciais do ensino fundamental (Rede


5,6
pública) [2019]

IDEB – Anos finais do ensino fundamental (Rede


4,5
pública) [2019]

41.361
Matrículas no ensino fundamental [2020]
matrículas

11.489
Matrículas no ensino médio [2020]
matrículas

Docentes no ensino fundamental [2020] 1.257 docentes

Docentes no ensino médio [2020] 361 docentes

Número de estabelecimentos de ensino fundamental 79 escolas


[2020]

Número de estabelecimentos de ensino médio [2020] 22 escolas

A taxa de analfabetismo em Parauapebas caiu pela metade. Exatamente


50,3% da população maior de 15 anos até então analfabeta, deixou essa condição
nos últimos dez anos. Para chegar a esse número, digno de foguetório, o governo
municipal, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), trabalhou
incansavelmente, sobretudo nos últimos sete anos, período em que foram
desenvolvidos programas e projetos educacionais que muito além de alfabetizar,
proporcionaram dignidade e cidadania a cada cidadão. Nesse contexto de números
positivos, a figura maior é o professor, e a ele se deve o mérito de tal conquista,
numa estatística que põe Parauapebas na condição de um dos municípios mais
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escolarizado do Pará, dividindo o primeiro lugar com Belém, Ananindeua, Tucuruí,


Redenção e Castanhal. Em 2000, o município era o 11.º em alfabetização de seus
cidadãos.

No Censo 2000, o município tinha 16,3% de sua população analfabeta. Hoje,


pelos números do Censo 2010, a taxa de analfabetismo é de 8,1%. A melhoria
desse índice se deu sob o gerenciamento do prefeito Darci Lermen. No final de
2004, a taxa de analfabetismo ainda era de 15,6%.

Porém, o ensino Segundo Nil, como é conhecido o conselheiro tutelar, o


número de unidades educacionais do município são insuficientes para atender às
demandas dos estudantes, há obras abandonadas e escolas que precisam de
reformas urgentemente. “Há poucos prédios próprios e o governo aluga locais
inapropriados, que não atendem aos requisitos mínimos de segurança em casos de
emergência, colocando em risco alunos, professores e servidores”. Os alunos
precisam percorrer grandes distâncias para estudar.

Essa é uma das várias situações precárias das escolas de ensino médio do
município de Parauapebas. O uso de drogas, automutilações e até suicídios também
e um panorama sombrio encontrado pela (4.º) Promotoria de Defesa da Improbidade
Administrativa no anexo IV da Escola Estadual de Ensino Médio Eduardo Angelim,
localizada no município, o depoimento chocante sobre a situação do educandário foi
prestado pela própria diretora, um dos graves problemas enfrentados pela diretoria é
o tráfico de drogas na própria escola e consumo de entorpecentes, por parte de
alguns alunos. Segundo a diretora, o número de estudantes com quadros
depressivos tem aumentado. De acordo com ela, há relatos de alunas que mutilam o
seu próprio corpo. No depoimento ao promotor Hélio Rubens, a diretora diz lembrar
de pelo menos três casos de suicídios de alunos. A escola não conta com psicólogo,
a situação do tráfico nos muros da escola já teria sido denunciada por ela à Polícia
Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal e Conselho Tutelar, mas nada teria sido feito.
Outro grande problema detectado diz respeito à precária estrutura física do prédio,
as salas não têm ventiladores, nem quadro magnético, e a iluminação é inadequada
para as aulas. O banheiro não possui separação de gênero, ou seja, meninos e
meninas utilizam o mesmo espaço. As escadarias da escola não possuem corrimão
e nem iluminação no local, colocando em risco os alunos que sobem e descem para
assistirem às aulas. Outro fato preocupante é a estrutura elétrica do prédio, que
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também não dispõe de nenhum extintor de incêndio. Para agravar a situação, a


fiação da Centrais Elétricas do Pará (Celpa) passa muito próximo das sacadas onde
os alunos passam os intervalos das aulas e, como não existe nenhum anteparo
físico, muitos estudantes costumam tocar na rede de alta tenção. As salas do
segundo e terceiro pisos apresentam goteiras tão grandes que impedem a
realização das aulas. O prédio não conta com sala de professores, de informática e
de leitura. Dentre tantos problemas graves, estruturais e de gerenciamento, apenas
a falta de professores alegada pelos pais de alunos foi resolvida no ano passado,
segundo a diretora. “A situação da escola Eduardo Angelim representa um
comportamento estatal de total deslealdade à dignidade humana e aos valores
constitucionais mais básicos. Não existe justificativa para este estado de coisas. A
precariedade é vergonhosa e fere de morte os indivíduos em formação”, relata a
ação civil.

SAÚDE

Mortalidade Infantil [2020] 11,78 óbitos por mil nascidos vivos


Internações por diarreia [2016] 0,5 internações por mil habitantes
Estabelecimentos de Saúde SUS 25 estabelecimentos
[2009]

A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 11.78 para 1.000 nascidos


vivos. As internações devido a diarreias são de 0.5 para cada 1.000 habitantes.
Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 96 de 144 e 125
de 144, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas
posições são de 2371 de 5570 e 3330 de 5570, respectivamente.

Veja a seguir o somatório de todos os serviços oferecidos pela cidade:

Descrição Salas Leitos

CLÍNICAS BÁSICAS 38 0
CLÍNICAS ESPECIALIZADAS 7 0
CLÍNICAS INDIFERENCIADO 6 0
ODONTOLOGIA 23 0
OUTROS CONSULTÓRIOS NÃO MÉDICOS 28 0
SALAS DE CURATIVOS 19 0
SALAS DE ENFERMAGEM (SERVIÇOS) 22 0
SALAS DE IMUNIZAÇÃO 14 0
SALAS DE NEBULIZAÇÃO 6 1
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Descrição Salas Leitos

SALAS DE REPOUSO/OBSERVAÇÃO 2 1

Indicadores de Saúde:

Taxa de Natalidade 24,95


Taxa de Mortalidade Infantil 15,89
Taxa de Mortalidade Geral 3,31

Taxa de mortalidade específica por sexo:

Masculina 4,52
Feminina 2,07

ASSISTÊNCIA SOCIAL

A Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS – foi criada em 07 de


janeiro de 2002, pela Lei Municipal nº. 4.226. Até então, vigorava a Lei Municipal nº.
015/89, de 14 de junho de 1989, que criou a Fundação de Ação Social e Cultural de
Parauapebas – FASC – que, desde 2002, deu lugar a Secretaria Municipal de
Assistência Social de Parauapebas – SEMAS.

A SEMAS atende a população que se encontra em situação de


vulnerabilidade social e econômica e tem por finalidade a realização de políticas
sociais públicas, em consonância com as políticas setoriais (educação, saúde, lazer,
habitação, entre outras), que visam a equidade e a universalização dos direitos
sociais. Atualmente desenvolve vários programas sociais que atendem as famílias
com um todo, de crianças a idosos, cujos usuários são moradores tanto da zona
urbana quanta da zona rural. As ações sociais da SEMAS estão voltadas para a
população que se encontra em situação de vulnerabilidade social e econômica, ou
seja, usuários, em sua maioria, carentes em todos os aspectos (econômicos, sociais
e emocionais), com família desestruturada e numerosa, sem renda fixa, com baixa
ou sem nenhuma escolaridade, desempregados, cidadãos sem documentos
pessoais. Predominantemente, são pessoas que resistem a saírem da realidade em
que vivem, pois possuem ainda uma mentalidade de dependência total do poder
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público, sem considerar a sua própria responsabilidade em relação à situação em


que vivem. A secretaria oferece à população programas, projetos e benefícios. Os
programas compreendem ações integradas e complementares, tratadas no art. 24
da LOAS, com objetivos, tempo e área de abrangência, definidos para qualificar,
incentivar, potencializar e melhorar a autonomia e autossuficiência das famílias.
Dentro dos programas são oferecidos serviços que são atividades continuadas,
definidas no art. 23 da LOAS, que visam a melhoria da vida da população com
ações voltadas para atendimento das necessidades básicas.

Os programas da SEMAS são:


CRAS do Complexo Altamira, CRAS do Complexo Rio Verde (que inclui o
Centro Integrado da Melhor Idade – CIMI e o Benefício de Prestação Continuada na
Escola – BPC na Escola), CRAS do Complexo Primavera (que inclui o Programa de
Atenção à Criança – PAC), Parque Integrado de Inclusão Social de Parauapebas –
PIPA (que inclui o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI e o Espaço
Criança e Adolescente – ECA), o CREAS (além da proteção social especial de
média complexidade, há as Medidas Socioeducativas, o Plano Municipal de
Enfrentamento à Exploração e ao Abuso Sexual), Casa de Passagem, Aconchego
do Idoso, Inclusão Digital, Programa Bolsa Família e o Plantão Social.

Os benefícios são oferecidos em parceria com o Governo Federal, por meio


do Programa Bolsa Família – PBF-, do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
– PETI – e dos Benéficos Eventuais. Os Benefícios de Prestação Continuada – BPC
é de responsabilidade do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, a SEMAS, em
parceira com o MDS, realiza o Benéfico de Prestação Continuada na Escola – BPC
na Escola, que consiste na aplicação de questionários para atualização de dados da
família beneficiária.

Os projetos são ações focais, que tem por objetivo resolverem problemas
específicos da comunidade, com tempo determinado de início e término para sua
realização. Os projetos são realizados de acordo com as demandas que chegam à
secretaria espontaneamente e de acordo com os financiamentos e parcerias.
O município conta com o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) é um
serviço de saúde disponibilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para tratar
exclusivamente pacientes que sofrem de transtornos mentais, psicoses, neuroses
graves, dependentes químicos entre outras patologias psiquiatra. Dentro do CAPS
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Parauapebas é possível encontrar um atendimento acolhedor, com profissionais


capacitados para tratamento da saúde mental dos 202.356 pacientes
parauapebenses.

Você pode encontrar nas unidades:


● Médicos
● Psiquiatras
● Psicólogos
● Assistentes sociais
● Dentre outros
Lembrando que os CAPS possuem grande importância para a
população parauapebense pois a renda média mensal na cidade é de apenas três
salários mínimos e o índice de alfabetização ainda é de 95.8 %.

Modalidades de atendimentos oferecidos:


Dentro do CAPS Parauapebas os pacientes paraopebenses e seus
familiares podem encontrar tratamentos tanto coletivos como individuais. Às duas
formas são importantes para a recuperação mental do paciente e sua reintegração
na sociedade e junto aos seus familiares.
Qualquer pessoa está sujeita a passar por crises emocionais e psicológicas,
podendo ter uma gravidade no seu quadro clínico mental. Por isso o Ministério da
Saúde deve garantir a saúde mental da sociedade e oferecer um tratamento
especializado e humano para isso.

Cada paciente deve ter um atendimento alinhado ao seu tipo de problema ou


crise. A equipe dos CAPS Parauapebas faz um diagnóstico do paciente, dos seus
relatos e sintomas juntamente com a ajuda de familiares e amigos.

● Atendimento psicológico
● Consultas e exames
● Atividades
● Medicamentos (se necessário)
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● Oficinas terapêuticas e culturais


● Orientação médica e psicológica
● Procedimentos de desintoxicação ambulatorial
● Conversas entre pacientes e profissionais
● Visitas domiciliares

Tipos de CAPS em Parauapebas:


Existem unidades de CAPS especializadas para tratamento de drogas
e álcool para pacientes com dependência de substâncias psicoativas. Atendimento
diurno e noturno para crianças e jovens com transtornos mentais e atendimento
diurno e noturno para adultos com transtornos mentais.

● CAPS I: Realiza o atendimento de todas as faixas etárias, em cidades


com mais de 15 mil habitantes, para transtornos mentais graves e uso de drogas;

● CAPS II: Realiza o atendimento de todas as faixas etárias, em cidades


com mais de 70 mil habitantes, para transtornos mentais graves e uso de drogas;

● CAPS III: Realiza o atendimento de todas as faixas etárias, em cidades


com mais de 150 mil habitantes, para transtornos mentais graves e uso de drogas,
contando com 5 vagas de acolhimento noturno e observação;

● CAPS I: Realiza o atendimento de crianças e adolescentes, em


cidades com mais de 70 mil habitantes, para transtornos mentais graves e uso de
drogas;

● CAPS ad Álcool e Drogas: Atendimento para todas as idades, para


casos de abuso de álcool e drogas;

● CAPS ad III Álcool e Drogas: Atendimento para todas as idades, para


casos de abuso de álcool e drogas em cidades com pelo menos 150 mil habitantes,
contando com 8 a 12 vagas de acolhimento noturno e observação e atendimento
24h.

ESPAÇO ACOCHEGO DOS IDOSOS


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Parauapebas atualmente conta com o espaço aconchego dos idosos, 12


idosos – nove homens e três mulheres – estão abrigados na instituição, recebendo
os cuidados da Secretaria de Assistência Social (Semas). Com o novo espaço, a
capacidade aumentou para 20. “Já está prevista a chegada de mais seis idosos”,
informou o titular da Semas, Jorge Guerreiro. O abrigo é destinado a idosos que não
dispõem de condições para permanecer com a família, com vivência de situações de
violência e negligência e em situação de rua e de abandono, ou seja, com vínculos
familiares fragilizados ou rompidos. São pessoas que quando chegam ao
Aconchego se encontram em três níveis de dependência. O nível 3 é totalmente
dependente e, hoje, quatro idosos se encontram nessa situação, no abrigo.
A secretária adjunta da Assistência Social, Suely Guilherme, chamou atenção
para a existência de três mil idosos de Parauapebas, que recebem o Benefício de
Prestação Continuada (BPC). A maioria vive praticamente sozinhos, com um salário
mínimo. “São pessoas que estão não só na extrema pobreza: estão em extrema
vulnerabilidade familiar”, alertou Suely.

SANEAMENTO BÁSICO

A desigualdade entre a população é o que nos leva a acreditar que a


população ainda é muito carente em suas necessidades e acesso aos serviços
básicos, tais como: Saneamento básico e moradias dignas. Essa desigualdade,
muitas vezes, passa despercebida.
Conforme a linha de pesquisa utilizada, quanto mais a população que se
encontra à margem da sociedade, mais difícil será diariamente. A dificuldade de
socialização digna e de se agrupar com o que a sociedade considera padrão. Na
verdade, há muito ainda por se realizar, tendo em vista que este setor abrange, em
sua maioria, pessoas carentes, e cabe aos setores responsáveis fazerem
levantamentos e levarem de fato ajuda aos que mais precisam.

Malheiro (2013) afirma que:

Falar sobre a questão habitacional no sudeste do Pará significa encarar os


problemas de moradia desta região, visualizando que os mesmos se
avolumam de tal forma que desenham uma tônica de necessidades
habitacionais que, articuladas a uma dinâmica peculiar de expansão de
grandes investimentos públicos e privados, a um intenso fluxo migratório e a
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uma dinâmica de distribuição desigual da riqueza, produzem um problema


estrutural, não apenas conjuntural. (Malheiro, 2013, pg. 234).

A região Sudeste do Pará, bem antes da advinda dos grandes investimentos


públicos, já sofria de problemas habitacionais, dada a precariedade das habitações,
a falta de planejamento do poder público porque não dizer da pouca
representatividade política no cenário nacional. Estes problemas tomaram uma
dimensão estrutural à medida que os grandes investimentos públicos e privados
foram direcionados à região, sem haver um mínimo de infraestrutura nem mesmo
para os problemas já existentes.
O Prosap, Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e
Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas (Prosap) é um grande
projeto cujo objetivo é melhorar a qualidade de vida da população, promover o
desenvolvimento socioeconômico e sustentável da área de intervenção, mediante a
oferta de infraestrutura de saneamento ambiental, mobilidade urbana, qualificação
de espaços públicos, reassentamento e remanejamento de pessoas de áreas de
risco e a integração das áreas de intervenção ao restante do tecido urbano da
cidade de Parauapebas.

Melhorias que devem atender uma boa parte dos principais bairros de
Parauapebas, principalmente onde fica localizada a população mais carente do
município, que sofre com falta de infraestrutura, como falta de água, saneamento
básico. Existe em Parauapebas bairros que famílias sofrem com a falta de água e
esgoto, as ruas são péssimas, quando chove, moradores reclamam. Infelizmente
esses programas não conseguem atender todos os bairros, moradores sonham com
o dia que vão ter suas ruas asfaltadas. O lado bom de tudo isso para algumas
famílias, é o benefício que o programa trará para a população que sofrem com suas
casas alagadas todos os anos. Essas famílias vão poder respirar e dormir em paz
em saber que não vão acordar na madrugada com suas casas alagadas.

Parauapebas conta com o abastecimento de energia na zona rural e urbana.


Graças a programas sociais, como “luz para todos”, os moradores da zona rural,
atualmente podem contar com energia permanente.
O serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saaep) abastece a população de
Parauapebas. Até chegar à comunidade, a água passa por um longo ciclo, desde a
origem de sua captação ao tratamento que recebe para estar apropriada ao
23

consumo. Atualmente, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas


(Saaep) realiza a captação diária no rio Parauapebas, em uma lagoa e em vários
poços artesianos com monitoramento regular para garantir a qualidade.
Às três principais captações de água superficial, responsáveis por abastecer
as Estações de Tratamento de Água (ETAs) I, II e III, localizadas nos bairros Bela
Vista e Palmares Sul, ficam às margens do rio Parauapebas. A quarta captação é
feita da lagoa do bairro Tropical e enviada para a ETA IV. Após tratado, todo o
volume é distribuído para os dois reservatórios principais e vários outros de menor
capacidade. Cerca de 100 poços artesianos captam água do lençol freático e dão
suporte à ampliação do abastecimento na zona urbana e rural de Parauapebas. Em
média, as ETAs e os poços artesianos podem distribuir diariamente 71 milhões de
litros de água tratada e apropriada ao consumo da população. O Saaep também
realiza regularmente o monitoramento de parâmetros que relacionam as alterações
nas características físicas, químicas e biológicas da água do rio Parauapebas,
resultado das atividades antrópicas e de fenômenos naturais, mas especialmente do
controle de fontes poluidoras que podem impactar o abastecimento público.
Este processo é fundamental para mensurar os índices de qualidade dos
recursos hídricos. São oito pontos de monitoramento nas proximidades das
captações e nos bairros Bela Vista, Liberdade, Cidade Nova e Palmares, onde um
estudo é realizado e os parâmetros da água acompanhados trimestralmente por
análises laboratoriais. Além disso, todo o sistema de captação de água do Saaep é
licenciado e outorgado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas).

5 REFERENCIAL TEÓRICO

Primeiramente precisamos compreender o que são demandas sociais. No


sentido etimológico, demanda significa procura. Trata-se de ação, ato ou efeito de
buscar. Também possui sua particular utilização jurídica como processo e/ou a ação
judicial: demanda judicial. Sinônimo de luta; ação de combater ou confrontar.
Reivindicação: ação de exigir, reivindicar, de demandar esforços para recuperar algo
que pertence a outra pessoa. Podemos agrupar os diversos significados
etimológicos da palavra demanda em quatro eixos:
24

1) Solicitação de algo, especialmente quando se considera um direito;


2) Pergunta que se faz a uma pessoa;
3) Quantidade de mercadorias ou serviços que os consumidores pedem e estão
dispostos a comprar, oferta de produtos;
4) Documento através do qual se empreende uma ação judicial contra uma pessoa
ou entidade para reclamar algo.
O material analisado nos leva a considerar que chegam para assistentes
sociais:
a) diferentes categorias de demandas, a depender da região, subpolítica, do
programa, da instituição/unidade, do campo/área, etc.
b) demandas espontâneas (especialmente na política e nos equipamentos da
assistência);
c) demandas imediatas;
d) demandas “indevidas” (formulação pouco clara);
e) demandas secundarias;
f) demandas reprimidas.
Tais terminologias utilizadas para acusar as diferentes modalidades de
demandas não explicitam a que efetivamente se referem. Nota-se que o material
aludido nem sempre considera a existência de demandas divergentes ou
antagônicas que emanam das necessidades das classes sociais. As demandas
sociais são produzidas por necessidades sociais que plasmam o processo de
reprodução social da sociedade capitalista, historicamente colocadas por interesses
antagônicos das classes sociais.

Guerra (1995, p.199-200), afirma o seguinte:

As demandas das classes sociais põem e repõem objetos para o Serviço


Social. Estes encontram-se inscritos nas condições sociais das classes e
por isso são, de um lado, históricos, transitórios, encerram continuidades e
rupturas e, de outro, ou não extrapolam o limite material ou mantêm-se no
nível das necessidades imediatas. Tais demandas convertem-se em
requisições profissionais, cujo atendimento requer a mobilização de um
determinado nível de racionalidade, de uma parte; limitam e determinam as
funções profissionais, de outra.

Dado que tal movimento vela e revela em simultâneo, os interesses


introjetados nas demandas, é preciso analisá-lo à luz da teoria social de Marx,
visando captar as mediações que conectam as dimensões universais às
25

singularidades da profissão. Além disso, há ainda a questão de como o assistente


social interpreta a demanda, as mediações que aí se colocam e a resposta emitida.

Em Guerra temos que:


Ao encontrar o seu âmbito de ação delimitado, tanto pelas condições acima
apontadas quanto por outras determinações peculiares aos setores nos
quais atua, o assistente social acaba por reduzir sua intervenção ao
atendimento imediato da demanda, para o que aciona níveis de
racionalidade os mais elementares possíveis, mas que lhe permitem
responder às necessidades prático-materiais do cotidiano profissional,
limitadas ao nível do empírico. (Op. cit. os grifos são nossos).

O debate sobre demandas e a forma de responder-lhes nos encaminha para


a questão das competências profissionais.
O levantamento de demandas é o procedimento onde o assistente social
identifica problemáticas existentes na instituição que trabalha. A partir disso, é
possível avaliar e, possivelmente, criar oportunidades que buscam a resolução de
tais problemas indicando melhorias e caminhos em prol dos usuários dos serviços
da instituição. É importante, desde auxiliar na busca de melhoria nos processos já
existentes na Instituição, apresentar oportunidades e sugestões de atividades, ou
até mesmos novos processos que podem ser aplicados na instituição. (CARARA,
2018, p.3).
O papel do assistente social nessa etapa é de fundamental importância na
busca de solucionar as problemáticas levantadas. É o momento de refletir a partir da
observação do que está posto no seu ambiente de trabalho, mas considerando
também os aspectos teóricos aprendidos em seu processo de formação. Para
Iamamoto (2010) “um dos maiores desafios que o assistente social vive no presente
é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de
trabalho criativos e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir das demandas
emergentes do cotidiano”.
É importante destacar que o assistente social não pode perder de vista o
compromisso com a ética e com a justiça social. Além disso, não deve perder de
vista que seu trabalho está inserido num processo que, por vezes, legítima e efetiva
as obrigatoriedades da esfera pública. Diante desse cenário, agir coerentemente e
reflexiva na busca de proporcionar cidadania ao público alvo.
26

Ao analisarmos a conjuntura do município e os dados estatísticos do território,


a identificação das demandas sociais se tornou essencial para o processo de
reconhecimento das principais carências do município ligadas à questão social.
A identificação dessas demandas é essencial no que se refere à busca de
melhorias dos processos já existentes, o gerenciamento atual do município
desenvolve um papel importante dando continuidade às políticas existentes e
formulando outras visando atender as minorias sociais.

Segundo a autora Bezerra, (2007 p. 21)

É nessa realidade que o assistente social, profissional executor das políticas


sociais públicas, tem que dar respostas às demandas postas ao seu
exercício profissional para uma população que dispõe, como única
alternativa de sobrevivência, de serviços completamente desmontados e
cada vez mais distanciados da função social que lhes compete. O assistente
social e os demais profissionais que atuam nessa área o fazem em
condições difíceis, colocando-se como mediadores entre uma população
miserabilizada, que traz consigo as mazelas de um sistema excludente,
cujas as políticas sociais públicas implementadas são sinônimos de
escassez, de falta de resolutividade, de descaso das elites dominantes para
com a população demandante desses serviços públicos.

Nesse sentido a participação do assistente social é essencial, pois possui


qualificação profissional para realizar o levantamento de demandas sociais.
Segundo o Código de Ética do assistente social no art. 8° o assistente social
deve colaborar com os poderes públicos na preservação do bem comum e dos
direitos individuais, dos princípios democráticos, lutando inclusive para o
estabelecimento de uma ordem social justa.
Neste sentido, a questão social, possui atualmente expressões múltiplas
(pobreza, desemprego, violência, descriminação de gênero, raça, etnia, orientação
sexual, trabalho precário, dificuldade de acesso à saúde, à educação e ao trabalho,
falta de moradia, violação dos direitos das crianças, dos idosos, dos portadores de
deficiência e das mulheres, entre outros).
A questão social sempre será a base do trabalho do assistente social. As
demandas sociais surgem da necessidade de o indivíduo de buscar algo melhor,
uma cidadania justa, com direitos igualitários para todos, por isso é importante a
atuação de um assistente qualificado.
27

No desenvolvimento do trabalho do assistente social, entendemos o


planejamento enquanto atribuição e competência profissional, que envolvem tensão
e desafios em sua operacionalização. Enquanto processo racional o planejamento
se organiza por operações complexas e interligadas – Reflexão, Decisão, Ação.
Isso significa que o assistente social deve planejar seu trabalho para mediar
suas buscas. O planejamento é ferramenta essencial nesse momento, é o processo
mais adequado.

Para a autora Bordin, (2018)

É imprescindível, nesse processo, que o assistente social esteja focado em


contribuir para a abertura e para a consolidação de possíveis caminhos de
efetivação da cidadania, compreendendo o planejamento como mais do que
um instrumento gerencial e considerando-o em seu aspecto político. Bordin
(2018 – p.166)

Sendo assim, o planejamento é para o assistente social um processo usado


para atingir um objetivo. Utilizando-se de esforços, recursos e uma ordem
programada de valores e finalidades. O assistente social precisa conhecer a
realidade, definir caminhos, buscar informações, ter embasamento no que se refere
as demandas sociais.

Assim, Paiva (2000, p.81) afirma como trabalhador especializado, o


assistente social deve apresentar propostas profissionais que vislumbrem
soluções para além da requisição da instituição, cujas as demandas são
apresentadas na versão burocratizada e do senso comum, destituídas da
tradução ético-política ou interpretação teórico-metodológica. Portanto, cabe
ao assistente social a responsabilidade de imprimir, na sua ação, os sabres
acumulados pela profissão ao longo do processo de reelaboração das
demandas encaminhadas.

O assistente social tem papel essencial nessa realidade, entretanto, é preciso


que o mesmo saiba apropriar-se dos instrumentos que permitem uma leitura
especial da realidade. Essa leitura se faz em função da necessidade ou interesse da
prática profissional que desenvolverá.

É importante evidenciar o que a autora diz:


28

Uma das contribuições do Serviço Social é exatamente sua capacidade de


fazer leitura crítica da realidade, compreendendo que todas as tensões e
contradições anunciam uma imensidão de possibilidades e desafios. Bordin,
(2018, p.166)

Diante dos desafios é importante que o profissional enquanto assistente social


se aproprie de sua instrumentalidade de trabalho para realizar um trabalho eficaz,
sempre com um direcionamento ético-político, visando realizar seu trabalho para a
transformação da realidade social.

6 METODOLOGIA DA PESQUISA

Para obter os resultados e respostas acerca da problematização apresentada


neste projeto integrador II, identificação das demandas sociais, foi utilizado uma
revisão de dados bibliográficos e uma análise de conjuntura da cidade de
Parauapebas-PA, bem como a leitura de autores que baseiam a pesquisa no
Serviço Social para conhecer as demandas sociais.
O levantamento das demandas sociais ocorreu da seguinte forma:

• Levantamento de informações sobre dados estatísticos no sítio do IBGE (Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística);

• Sítio oficial da Prefeitura Municipal de Parauapebas-PA;

• Sítios oficiais de imprensa do município;

• Análise dos resultados obtidos com a elaboração do Projeto integrador I, análise de


conjuntura do município de Parauapebas.

7 CRONOGRAMA

Cronograma de atividades- Maio 2022 1ª semana 2ª emana 3ª semana


Vídeo aula com orientações da Professora 45 min 45 min
29

Pesquisa sobre as demandas sociais 4 Horas 3 horas


Desenvolvimento do Projeto 5 horas 3 horas
Conclusão e Considerações Finais 4 horas
Revisão e Formatação 3 horas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A identificação das demandas sociais nos mostrou que é fundamental uma


construção coletiva e multidisciplinar, para que novas políticas públicas sejam
elaboradas.
Dessa forma, através desta pesquisa bibliográfica obtivemos os dados
apresentados nesse projeto, elementos importantes foram percebidos, observou-se,
apesar de Parauapebas ser a maior exportadora de ferro do país, o segundo maior
Produto Interno Bruto do Pará, em termos absolutos, atrás somente da capital, as
políticas públicas não abrangem todos os parauapebenses. Essa realidade atual do
município nos chamou à atenção, observamos e reafirmamos que temos o
compromisso de fortalecer os espaços sociais para ajudar a comunidade frente as
opressões e falhas produzidas no cotidiano, estabelecendo uma relação de
compreensão com os usuários enquanto futuros assistentes sociais.
Analisar a conjuntura e identificar as demandas sociais da nossa região foi
importante para construirmos um olhar mais crítico para a sociedade onde estamos
inseridos, reconhecer as situações sociais nos ajuda a intervir objetivamente e assim
planejar e executar projetos para sanar os problemas e demandas da nossa
sociedade.
Dentre as demandas levantadas, observamos haver uma grande necessidade
da criação de políticas públicas mais efetivas para a proteção das mulheres vítimas
de violência, bem como, o aumento da segurança da população que é vítima de
vários crimes em decorrência do alto índice de violência no município. Observamos
também que há um alto índice de taxa de desemprego, mesmo sendo considerado o
segundo município mais rico do estado, esses índices alarmantes quanto ao
desemprego é decorrência de fatores como falta de políticas públicas que ajudem na
30

qualificação profissional e a falta de encaminhamento para o mercado de trabalho,


principalmente dos jovens que buscam o primeiro emprego.
É necessário também que o município invista nas escolas públicas e
estaduais, para garantir assim a melhoria do ensino, da infraestrutura das escolas,
de sua segurança e também oferecer apoio psicológico para os alunos que dele
necessite. O município precisa priorizar a educação, a saúde e a segurança.
Por meio dos dados levantados, observamos que ainda a um longo caminho a
ser percorrido para que a atual situação seja mudada, a necessidade de políticas
públicas efetivas é a nossa maior urgência, precisamos que os governantes eleitos
para nos representar, tenha um olhar mais crítico para a nossa sociedade, só assim
alcançaremos uma maior abrangência e efetivação das políticas públicas.

REFERÊNCIAS

Analfabetismo foi reduzido à metade em Parauapebas.


Disponível em: <https://www.zedudu.com.br>
Acesso em: 14 de maio de 2022.

A atuação do assistente social na implementação de projetos.


Disponível em: <http://www.brasilescola.com>
Acesso em: 13 de maio de 2022.

BORDIN, Erica Bonfim. Planejamento em Serviço Social. 2018, p.16.


CARARA. Levantamento de demandas. 2018, p.3.

CAPS EM PARAUAPEBAS.
Disponível em: <https://www.unidade.org>
Acesso em: 04 de junho de 2022.
31

CFESS (Conselho Federal de Serviço Social). Código de Ética do assistente social.


Brasília: CFESS, 2022. Disponível em: <www.cfess.org.br>. Acesso em: 13 mai.
2022.

CONHECENDO NOSSA HISTÓRIA, UM SÉCULO DE MUITAS HISTÓRIAS.


Disponível em: < https://parauapebas.pa.gov.br>
Acesso em: 14 de maio de 2022.

GUERRA, Yolanda. A instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo: Cortez, 1995

História da mineração em Parauapebas.


Disponível em: <https://pt.wikipedia.org>
Acesso em: 13 de maio de 2022.

IAMAMOTO, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e


formação profissional, 11ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.

IBGE Cidades.
Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/parauapebas/panorama>
Acesso em: 14 de maio de 2022.

MONITORAR FONTES DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA E O RIO PARAUAPEBAS É


UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA.
Disponível em: <http://www.saaep.com.br>
Acesso em: 04 de junho de 2022.

PAIVA, B. A. Reflexões sobre pesquisa e processos de formulação e gestão. In:


Capacitação em Serviço Social e política social. Módulo 4. Brasília: UnB, Centro de
Educação Aberta, Continuada a Distância, 2000.

Parauapebas e a cidade do interior que mais registrou crimes violentos em 2020-1.


Disponível em: <https://www.oliberal.com/policia>
Acesso em: 16 de maio de 2022.
32

Parauapebas estado e processado por causa de situação degradante de -escola


Disponível em: <https://oportalcarajas.com>
Acesso em: 16 de maio de 2022.

Parauapebas (PA). Prefeitura. 2022. Disponível em: <Assistência social – Prefeitura


de Parauapebas>.
Acesso em: 13 mai. 2022.

PREFEITURA INAUGURA NOVO ESPAÇO DO ACOCHEGO DOS IDOSOS.


Disponível em: <https://parauapebas.pa.gov.br>
Acesso em: 05 de junho de 2022.

SAAEP ENTREGA MELHORIAS NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DAS VILAS


ALTO BONITO E ALBANI.
Disponível em :<http://www.saaep.com.br>
Acesso em: 04 de junho de 2022.

Segurança e defesa do cidadão.


Disponível em: <https://parauapebas.pa.gov.br>
Acesso em: 17 de maio de 2022.

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