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Contextualização
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Material Complementar
Referências
1/4
Contextualização
Objetivos da Unidade
Material Teórico
Esta síndrome é a forma mais grave de lesão pulmonar e caracteriza-se pode por um processo
in amatório agudo, de rápida evolução, em que o principal sintoma é a dispneia que ocorre
devido a alterações na membrana alvéolo-capilar pulmonar, resultando em um aumento da
permeabilidade vascular local com consequente extravasamento de plasma para o interior dos
alvéolos, ocasionando a redução da capacidade para as trocas gasosas e levando à diminuição
da complacência pulmonar, hipoxemia refratária e aumento do espaço morto siológico
(VIANA et al., 2020).
Sistema Respiratório
Fatores de Risco
Os fatores para o desenvolvimento da SARA podem ser decorrentes de situações pulmonares
ou extrapulmonar, contudo, cerca de 8% dos pacientes que a desenvolvem não possuem
nenhum fator de risco para a doença, conforme apresentado a seguir:
Fase Exudativa: nesta fase ocorre a liberação de citocinas pró-in amatória na corrente
sanguínea. Estas, por sua vez, ativarão os neutró los locais que atraem mais neutró los
e liberarão mais ocitocinas e radicais livres. Esta reação leva ao edema intersticial e
alveolar pela entrada de proteínas e líquidos o que compromete a permeabilidade da
membrana alvéolo capilar.
Fase Proliferativa: é uma fase essencial para a sobrevivência do organismo, uma vez que
é nesta fase que ocorre a reparação tecidual por meio da restauração do estado de
homeostase, que possibilita a produção temporária de matriz celular e expansão
broblástica, fazendo as células progenitoras de pneumócitos começarem a se
reproduzir.
Sequestros de
Estágio 1 neutró los, não
Dispneia
primeiras Raio x de tórax normal há evidência de
Taquipneia
12 hs comprometimento
celular
In ltrado de
neutró los,
Dispneia,
Tamanho cardíaco congestão
Taquipneia,
Estágio 2 normal apresenta vascular,
Cianose,
in ltrado alveolar em lamentos de
24 Horas Taquicardia,
placa principalmente brina, edemas
Estertores
nas áreas pulmonares alveolar e
crepitantes
intersticial
aumentado
Formação de
microêmbolos,
Síndrome da
proliferação da
Estágio 3 angústia In ltrado alveolar
célula tipo II,
respiratória difuso, volume
2 – 10 exsudato
instalada, pulmonar diminuído,
dias in amatório
parâmetros área cardíaca normal.
alveolar e
hemodinâmicos
intersticial
aumentado
Alteração Alteração
Clínica Alteração Radiográ ca
Clínica Patológica
Ocorre a
Di culdade de hiperplasia de
manter a células do tipo II,
oxigenação presença de
Estágio 4 adequada, In ltrado persistente e brose por
sepse, presença de novos espessamento da
Mais de
pneumonia, in ltrados,pneumotórax parede
10 dias falência de recorrente. intersticial,
múltiplos macrófagos,
órgãos broblastos,
remodelação das
arteríolas.
REFLITA
O posicionamento do paciente em decúbito ventral (também
chamado de prona), melhora a troca gasosa pulmonar, facilita a
drenagem pulmonar nas regiões dorsais do pulmão e ajuda na
resolução dos alvéolos dependentes, consolidados em decorrência
do decúbito dorsal (MORTON; FONATINE, 2019).
Para que o poscionamento do paciente seja realizado com total segurança se faz necessária a
participação da equipe multidiciplinar, bem como ter uma organização plena para que o
procedimento possa ser executado com sucesso. Assim, VIANA et al., porpõem um checklist
para a sua execução, como exposto na Figura 10.
Figura 10 – Checklist para o Posicionamento Prona
Fonte: Adaptada de VIANA et al., 2020
Relacionadas aos
Justi cativas
Materiais/Equipamentos
EXPLORE
Leia o Artigo: Efeito da posição prona na mecânica respiratória e nas
trocas gasosas em pacientes com SDRA grave.
RMMG
RMMG - Revista Médica de Minas Gerais
Efeito da posição prona na mecânica respiratória e nas trocas gasosas em
pacientes com SDRA grave E ect of prone position on respiratory mechanics
and gas exchanges in patients with severe ARDS Maria Aparecida Nunes
Bezerra Ananias 1; Amanda Alvarenga Cambraia 2; Débora Cerqueira Calderaro
3 1. Fisioterapeuta.
LEIA MAIS RMMG
2. Presença de vasos linfáticos pericapilares que removem o líquido antes que ocorra o seu
acúmulo ao nível de suplantar a barreira epitelial alveolar;
Nas situações em que o líquido que sai dos vasos sanguíneos excede a capacidade de retirada
do líquido por meio dos três mecanismos de proteção dos espaços alveolares, o edema
pulmonar se instala e o fato do interstício perivascular e peribrônquico estarem cheios, eleva a
pressão hidrostática intersticial, causando a entrada de mais líquido no espaço alveolar.
Nas guras a seguir, você poderá veri car os estágios do edema pulmonar por meio de um
esquema. Para tanto, observe que o desenho da esquerda para a direita representa um corte
transversal do feixe bronco vascular, mostrando o tecido conectivo frouxo circundando a
artéria pulmonar e a parede brônquica, um corte transversal de alvéolos xos em insu ação e
o capilar pulmonar em corte transversal.
Edema causado pela diminuição da pressão oncótica: este tipo de edema pode ser
causado por hipoalbuminemia em decorrência de doença prolongada ou devido à
síndrome nefrótica. O líquido deste edema possui baixo conteúdo de proteína.
Edema causado pela insu ciência da drenagem linfática: esta forma de edema pulmonar
é raro, mas pode ocorrer nos casos de neoplasias malignas do sistema linfático, que
podem causar a sua obstrução, assim como podem ocorrer a obliteração dos vasos
linfáticos devido à aplicação da radioterapia para câncer de pulmão ou ainda por infecções
como a histoplasmose e a tuberculose, além dos quadros com causa idiopática (HAMER,
2016).
Manifestações Clínicas
Manejo Clínico
Como manejo clínico, o objetivo é a redução da sobrecarga de volume, melhora da função
ventricular e aumento das trocas gasosas e, para tanto, a terapêutica utilizada é uma
combinação de oxigenoterapia e terapia farmacológica.
Nas situações em que ocorram a persistência da hipóxia, a oferta de oxigênio deve ser
feita por pressão positiva;
Caso evolua para a insu ciência respiratória, a intubação endotraqueal deverá ser
realizada;
Nas situações em que o paciente esteja sob ventilação mecânica utilizar a PEEP (Pressão
Expiratória Final Positiva);
Terapia Farmacológica
Uso da Mor na: deve ser feita com cautela, pois apesar de possibilitar a redução da
ansiedade e da angústia, poderá diminuir a função respiratória. Assim, apesar da
dilatação arteriolar e venosa, e consequentes quedas da pressão de enchimento cardíacos
em decorrência da associação do seu uso com a ocorrência de dispneia, e também ao
quadro de náusea com possibilidade de depressão do impulso respiratório, a sua
utilização deve sempre ser muito cautelosa e adequadamente monitorada. Nos casos em
que ocorram tais complicações, a Naloxona (antagônico de opioide) deve estar à mão
para reversão imediata da ação medicamentosa (BRUNNER; SUDDARTH, 2019).
Manejo de Enfermagem
Dar suporte emocional, buscando tranquilizar o paciente, fazer uso do toque como
estratégia para transmitir uma sensação de realidade concreta e, devido à sua
instabilidade, permaneça ao seu lado;
Manter materiais para suporte respiratório invasivo disponíveis para rápida utilização
caso seja necessário;
Manter monitoração cardíaca contínua e controle frequente dos sinais vitais (BRUNNER;
SUDDARTH, 2019).
A Organização Mundial de Saúde estima que a DPOC compartilha o quarto e quinto lugar com a
Síndrome da Imunode ciência Humana como uma causa única de morte, cando atrás
apenas das infecções respiratórias agudas, doenças vasculares cerebrais e das cardiopatias
(MORTON; FONATINE, 2019).
Destruição do parênquima pulmonar, levando a uma perda de ligação alveolar com essas
pequenas vias aéreas;
Fisiopatologia do DPOC
Nas patologias caracterizadas como DPOC o processo siopatológico leva a uma remodelação
das pequenas vias aéreas, o que leva a uma retração elástica devido à destruição en sematosa
do parênquima pulmonar. Desta forma, ocorre a diminuição progressiva do volume
expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), dado avaliado por meio da espirometria e que
possibilita o diagnóstico da doença e da sua evolução. Além disso, há um declínio do volume
pulmonar, do esvaziamento pulmonar na expiração e, portanto, ocorre a hiperinsu ação.
Na imagem B é possível observar o aumento nas dimensões dos espaços aéreos distais aos
bronquíolos terminais, perda das paredes alveolares e consequente recuo elástico dos pulmões
que, associado à brose pulmonar e à obstrução do lúmen das vias aéreas, pela presença de
secreção gera o aumento da resistência das vias aéreas - característica siológica da DPOC.
Os pacientes portadores de DPOC estão predispostos ao quadro de hipóxia decorrente da
di culdade respiratória causada pela limitação do uxo respiratório, que leva à hiperinsu ação
e à destruição progressiva do parênquima pulmonar. Nas situações em que a hipóxia é
persistente ocorre o espessamento do músculo liso vascular (denominado de vasoconstrição
hipóxica) e desencadeia a hipertensão pulmonar. O avanço da doença leva à hipertro a
ventricular à direita, podendo de agar a insu ciência cardíaca do mesmo lado, tal fato
caracteriza o desenvolvimento tardio da doença e o seu prognóstico é desfavorável (VIANA,
2019).
Quadro 3 – Quadro classi catório dos estágios de comprometimento do uxo aéreo pulmonar
de acordo ao Sistema GOLD
Os fatores que podem desencadear agudização do quadro são: fatores ambientais que irritam
as vias aéreas, como poluição ou mudanças de temperatura ambiental (queda de temperatura e
baixa umidade). Ainda podem ocorrer quadros de pneumonia, tromboembolia ou insu ciência
cardíaca, ou mesmo de causa idiopática. Contudo, dentre os fatores desencadeantes
destacam-se as infecções respiratórias virais e bacterianas. O quadro clínico instalado neste
períodos caracterizam-se pelo aumento da in amação das vias aéreas, aumento da produção
de muco e aprisionamento aéreo (gas trapping) e trazem como principal sintomatologia a
dispneia, que poderá estar acompanhada de hipersecretividade de aspecto purulento, gerando
tosse e sibilos na ausculta pulmonar (VIANA, 2019).
Caso o paciente evolua com os seguintes sinais e sintomas, ele deverá ser encaminhado para a
UTI:
Abordagem inicial não produziu melhora da dispneia, que se agravou com necessidade de
intubação e suporte ventilatório mecânico;
Hipoxemia persistente;
Quadro 4 – Indicativos da evolução da DPOC para a IRPA com risco ou não de morte, proposto
por GOLD
Tratamento
Com a exacerbação dos sintomas, medidas terapêuticas devem ser instituídas prontamente e
dentre elas estão: o uso de broncodilatadores, corticosteroides, antibioticoterapia e outros
medicamentos que se zerem necessários para o tratamento de comorbidades e ainda como
pro laxia de complicações como a tromboembolia.
Observe na Tabela 3 que este tipo de máscara disponibiliza seis tipos de diluidores (os
diluidores são os dispositivos coloridos) e cada um possibilita a oferta de determinado FIO2.
Tabela 3 – Concentrações e o uxo de oxigênio de acordo com a cor do conector da Máscara
de Venturi.
Concentração de O2
Diluidor Fluxo de O2
Ofertado
Fonte: Reprodução
Após a instalação da máscara de Venturi, alguns cuidados são necessários para o adequado
monitoramento:
O controle da acidose pode ser feito por gasometria venosa para mensuração apenas de
pH e bicarbonato.
Nas situações em que a VNI não conseguir reverter o quadro, poderá ser necessário a
ventilação invasiva por meio da intubação orotraquel, que deverá ser realizada nos seguintes
casos:
EXPLORE
Assista ao vídeo sobre DPOC com o Dr. José Jardim, professor de
pneumologia da EPM/Unifesp e coordenador do PrevFumo - Núcleo de
Prevenção e Cessação de Tabagismo do Hospital São Paulo.
YOUTUBE
Cessação Tabagismo: parar de fumar é a medida mais importante a ser adotada por um
paciente com DPOC. A orientação é que o paciente seja incluído em um grupo de apoio à
cessação do tabagismo, considerando-se que é uma ação decisiva para o sucesso desta
terapia;
Broncodilatadores: Todo paciente com DPOC que tenha sintomas respiratórios deve ser
tratado com broncodilatadores, de preferência de longa ou longuíssima duração, devido à
redução da frequência de exacerbações e hospitalizações, além de melhorar a qualidade
de vida e diminuir a mortalidade.
A primeira etapa constitui-se na coleta dos dados subjetivos (entrevista) e objetivo (exame
físico) por meio do Histórico de Enfermagem, que possibilitará conhecer:
Terapêutica utilizada;
A partir da coleta e análise dos dados é possível identi car os Diagnósticos de Enfermagem
presentes e, nesse sentido, lembre-se que a Taxonomia NANDA disponibiliza treze domínios
que nos possibilita mapear as necessidade em várias esferas, além das questões relativas à
di culdade respiratória. A seguir, apresentaremos alguns diagnósticos que poderão ser
identi cados nestes paciente com os respectivos planos assistenciais.
Intolerância à atividade
Domínio 4
associada a condição
Atividade/repouso respiratória relacionado a Promover e
Classe 4 desequilíbrio entre a oferta e monitorar a
Respostas a demanda de oxigênio atividade
caracterizado por desconforto
cardiovasculares/pulmonares
ao esforço, dispneia ao
esforço e fadiga
Conforto prejudicado
associado a sintomas
relacionados a doença
Domínio 12
relacionado a controle
Conforto situacional insu ciente e Proporcionar
Classe 1 estímulos ambientais nocivos conforto
caracterizado por alteração no
Conforto físico
padrão do sono, ansiedade,
incapacidade de relaxar,
inquietação, irritabilidade,
sintomas de sofrimento
EXPLORE
Para discutirmos as prescrições de enfermagem que te possibilitarão
atender aos planos assistenciais propostos a cada Diagnóstico de
Enfermagem consulte o artigo da Enfermeira Profa. Dra. Elizabeth
Galvão que, por meio de um estudo de caso, aponta as ações de
enfermagem a serem instituídas para este paciente:
MULTISAÚDE
Caso clínico: Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC)
A.S.M., 65 anos, sexo masculino, com história de dispneia progressiva, com
tosse produtiva e expectoração branca e sibilos há seis dias. Relata ter
procurado o Pronto Socorro anteriormente e feito inalação. Alega ter bronquite
e ter usado por um tempo Bunesonida e Formoterol, os quais suspendeu por
conta própria.
LEIA MAIS MULTISAÚDE
Considerações da Unidade
Ao nalizar esta Unidade esperamos que você possa ter se apropriado das questões
siopatológicas que envolvem cada um dos agravos respiratórios aqui discutidos, bem como
dos cuidados necessários a cada situação. Lembre-se que compreender os aspectos
siopatológicos te possibilitarão direcionar de forma adequada as ações de cuidado.
Observe que disponibilizamos vários materiais complementares à discussão apontada neste
roteiro que, de forma alguma, pretende esgotar as discussões, mas lhe apontar um caminho
para cada vez mais se apropriar dos conhecimentos necessários para uma atuação competente
e e caz.
Nesta Unidade tratamos da Síndrome da angústia respiratória aguda, que no cenário atual tem
acometido um grande número de pacientes que você encontrará nas UTI, principalmente em
decorrência da SARS Covid-19. Assim, os assuntos aqui apontados lhe possibilitarão
compreender as alterações siológicas de comprometimento pulmonar, além de lhe
instrumentalizar para implementar os cuidados necessários a este paciente. Também
discutimos aqui Edema Agudo de Pulmão e as agudizações das DPOCs, que também são
situações frequentes na assistência ao paciente crítico. Os agravos respiratórios são diversos,
muito frequentes e, portanto, de grande signi cado no cuidado do paciente crítico. Assim
nalizamos esta Unidade já lhe informando que daremos continuidade discutindo outros
agravos respiratórios na próxima Unidade.
Material Complementar
Vídeos
Para compreender uma pouco mais sobre o Edema Agudo de Pulmão, acesse o vídeo: Edema
Cardiogênico X Edema não cardiogênico.
Leitura
Dissertação de mestrado: VIEIRA, I. F. B. Intervenções de Enfermagem à Pessoa com
Síndrome de Di culdade Respiratória Aguda em Decúbito Ventral: Construção e Validação de
um Protocolo. 2019.
O posicionamento Prona do paciente, vítima de SARA, é um dos cuidados mais frequentes a
serem realizados. Assim, vale a penas conferir o Protocolo proposto nesta dissertação de
Mestrado – con ram!
ACESSAR
Por m, proponho a consulta ao Manual de Orientações para Manejo do paciente com Covid-
19, destacando o capítulo que trata das condutas clínicas conforme a gravidade do caso em
que se aborda as condutas na insu ciência respiratória com hipoxemia e abordagem das
contraindicações da VNI e os critérios para desmame da ventilação mecânica
4/4
Referências