Você está na página 1de 4

RESUMO PNEUMOLOGIA AULA 11 – Anderson Bastos/ Guilherme Neves/ Lucas Ribeiro

HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR cateterismo cardíaco direito. Tem a angio-TC que vê


o aumento do diâmetro arterial pulmonar.
Pressão média da artéria pulmonar em repouso é de O tratamento teve desenvolvimento significativo a
25mmHg, enquanto durante o exercício é mais de partir de 1990, com novas drogas, que são caras,
30mmHg. A elevação constante da pressão da mas que são fornecidas pelo SUS só fazer o pedido,
os pacientes antes disso morriam todos sem
artéria pulmonar, sem causa definida, temos esse
diagnóstico. De uns tempos para cara começaram a
aumento de pressão de causa idiopática. A desenvolver drogas que são:
incidência é de 2,4 casos/milhão na população por 1. Vasodilatadores (citou os medicamentos, não
ano. focou em doses)
Existe uma vasoconstrição nessa artéria e alteração 1ª Linha: Bosentana (inibidor de endotelina)  1ª
na estrutura da parede vascular (paredes mais finas droga via oral  62,5mg 2X ao dia por 2 a 4
semanas, após controle de enzima hepática, e
e mais dilatadas), esse espessamento com o tempo
dependendo do peso do paciente, progride para
pode se transformar em uma trombose in situ.
125mg 2X/dia.
A expectativa de vida é classificada da seguinte 2ª Linha: Sildenafil (viagra): dose varia de 25 a
maneira: 75mg  3X dia  via oral. Aguarda estudo a longo
prazo.
 Classe I: Expectativa de vida de 6 anos.
3ª Linha: Iloprost: dose de 100 a 150g por dia
 Classe II: Expectativa de vida de 6 anos. dividido em 6 a 9 inalações (vasodilatador
 Classe III: Expectativa de vida de 2 - 3 anos. inalatório).
 Classe IV: Expectativa de vida de 6 meses. 2. Bloqueadores do canal de cálcio (indiretos):
nifedipina, anlodipina e diltiazen
As causas são várias, mas a primeira é de origem
3. Transplante: pulmão ou coração – pulmão.
idiopática, mas existem muitas doencas que podem 4. Anticoagulação oral: risco aumentado de
causa hipertensão da arteria pulmonar como trombose.
doenças cardíacas congênitas, regiões que tem 5. Outros: diuréticos (insuficiência cardíaca
esquistossomose, indução por drogas ou toxinas, descompensada), oxigênio.  Visa controlar o
todas desordens hematológicas, são todas doenças edema.
6. Mulheres: Contraceptivos orais podem
que podem alterar essa pressão da artéria
aumentar a hipertensão pulmonar. Busca
pulmonar. Exemplos de drogas são os outras formas de contracepção.
anticoncepcionais, cocaína, tabagismo,
anfetaminas. Sobrevida: 2,5 anos (a partir do momento do
diagnóstico), não é tão grande. Lembrar que a TEP é
O diagnóstico clínico demora uns 2 anos para ser
mais aguda os sintomas e da hipertensão arterial
feito, paciente queixa de dispneia, fadiga, angina de
pulmonar já é um quadro mais crônico, uma
peito, as vezes vai consultar e faz o RX de tórax e dispneia sem causa que vai indo até chegar no
está normal, ECG normal, exame físico normal, diagnóstico.
então ele vai com queixas isoladas para um
psicólogo ou psiquiatra, até que ele começa a ter CÂNCER DE PULMÃO
queixa de fadiga e síncope aí acaba indo para um
A principal etiologia é o tabagismo: responsável por
cardiologista que pede um ECO com doppler, é o 80 – 90% dos casos CA, o que o governo arrecada
principal exame não invasivo para o diagnóstico. com os impostos da venda do cigarro não paga essas
Avalia pressão sistólica da artéria pulmonar (acima internações e medicamentos para pneumonias,
de 35mmHg: Hipertensão pulmonar - HP). asmas, DPOC, câncer, mas mesmo assim o cigarro é
liberado, porém as campanhas são bem-vindas, tem
No RX de tórax alargamento dos hilos (dilatação das pacientes que param de fumar através delas. Outras
artérias pulmonares), aumento da área cardíaca causas: Exposição a carcinógenos: asbesto, radônio,
(câmaras direitas). E para esclarecer o diagnóstico crômio, níquel, arsênico ou também anormalidades
de certeza utiliza uma técnica invasiva que é o genéticas: risco familiar.
RESUMO PNEUMOLOGIA AULA 11 – Anderson Bastos/ Guilherme Neves/ Lucas Ribeiro

Temos vários tipos histológicos dentre eles Esse tumor que está crescendo, dependo do
podemos citar: crescimento e das estruturas que ele for invadir, ele
pode apresentar diferentes sintomas, pode
 Carcinoma pulmonar não pequenas células:
apresentar derrame pericárdico, rouquidão,
o Carcinoma epidermoide (escamoso)
o Adenocarcinoma (carcinoma quilotórax, paralisia diafragmática (no raio-X o
bronquíolo alveolar) diafragma fica elevado).
o Carcinoma indiferenciado de grandes
RESUMINDO:
células
o Carcinoma indiferenciado de pequenas  Lesão central: tosse, expectoração
células (oat cell) hemoptise, sibilos, disfagia, dispneia,
palpitação, síncope.
Para suspeitar de câncer de pulmão devemos  Fossas supraclaviculares são os locais mais
lembrar sempre daquele paciente que fumaram a comuns de encontrarmos linfonodos
vida inteira e que vem para a consulta, e eles visíveis ou palpáveis (indicativo de
demoram a procurar a consulta, porque eles fumam metástase).
e não vai querer ouvir que tem que parar de fumar,  Pneumonite obstrutiva: necrose central do
então eles seguram para ir consultar, quando vão já tumor, com cavitação, febre, calafrios,
estão em fases mais avançadas. tosse produtiva.
 Derrame pericárdico: invasão do pericárdio
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS  Rouquidão: paralisia no laríngeo recorrente
 Quilotórax: invasão tumoral do canal
Muitos têm tosse, hemoptise, o câncer quando é linfático torácico
mais central, geralmente é o carcinoma  Paralisia diafragmática: envolvimento do
epidermoide, a fumaça do cigarro entra pela via nervo frênico
respiratória e vai até os brônquios, então essas
lesões centrais são pacientes que tem mais tosse, SÍNDROME DE VEIA CAVA SUPERIOR
expectoração, hemoptise, o tumor está mais central
então é fácil dele tossir e expectorar, próximo do Se o tumor faz uma compressão extrínseca V.C.S. →
brônquio principal, podendo ter a tosse com trombose secundária
sangue, as vezes ele sibila, as vezes faz obstrução, A clínica: Edema facial, rubor facial, cefaleia,
está dispneico, palpitação, pode dar disfagia se dispneia, tosse, turgência jugular, circulação
pegar esôfago. No exame físico devemos procurar colateral parede anterior tórax.
sempre se está corado, hidratado, olhar os gânglios
supraclaviculares, essa localização é importante e SÍNDROME DE PANCOAST
essa pneumonite obstrutiva, as vezes o tumor
simula uma pneumonia, as vezes ele está com uma É um tumor apical que geralmente é um CA
pneumonia, tossindo com febre, o próprio tumor epidermoide que causa uma dor escapular e no
faz uma pneumonite obstrutiva, devido a massa no ombro, pois envolve plexo braquial. Além disso
pulmão que pode cavitar e esse paciente começa a pode ter dor, dormência e atrofia muscular no
ter febre, tosse, secreção amarela, hemoptise, dor trajeto do nervo ulnar. E ele pode ter também a
torácica, então você acha que ele está com Síndrome de Horner que apresenta ptose
pneumonia, aí você medica e ele pode melhorar e palpebral, miose, enoftalmia e anidrose de face.
some, não volta para fazer o raio-X de controle, ele Envolve cadeia simpática cervical.
precisa voltar, pois o tumor continua crescendo, se
ele fizer o raio-X de controle, se ele fez só uma Nós falamos de lesões centrais mas existe tumor
pneumonia ele vai ter melhora, se tratou com periférico, o tumor que está na periferia as vezes ele
antibiótico 10-15 dias e fez o raio-X e ficou em nem dá tosse produtiva, não vai dar hemoptoicos,
dúvida ainda, tem uma imagem diferente, pede pra pode ter dispneia e dor torácica do lado lesionado,
ele voltar, as vezes idosos tem evolução retardada, o que ele atinge principalmente é a parede torácica,
demora para sumir a cicatriz, e as vezes pode ser um as vezes ele faz metástase para os arcos costais,
câncer que se não ficar ligado pode deixar passar. fazendo erosão de arcos costais, ou ele pode fazer
Então lembrar que sempre que tratar pneumonia derrame pleural, ou perfurar a pleura e fazer um
necessita de um raio-X de controle para verificar. pneumotórax, como ele está muito na periferia ele
vai causar sintomas mais periféricos. As vezes pode
RESUMO PNEUMOLOGIA AULA 11 – Anderson Bastos/ Guilherme Neves/ Lucas Ribeiro

ser um paciente tabagista sem história de trauma 2) Adenocarcinoma: pode ser lesão única e
torácico que apresente na punção um líquido periférica. Menos relacionado ao tabagismo,
hemorrágico, devemos pensar em câncer. Se você geralmente pacientes mais jovens. Tosse, dor
punciona e vem amarelo citrino pensa em torácica tipo pleurítica. Ocasionalmente a
empiema, se ele não tem outras queixas manifestação inicial é o derrame pleural, mas
pulmonares, não tem queixas isquêmicas deve pode dar pneumotórax, erosão de arco costal.
lembrar da tuberculose.
Quando o câncer sai do pulmão e dissemina para 3) Carcinoma de pequenas células: as metástases
outros locais teremos a doença metastática, pode são frequentes e precoces, as vezes quando faz
se disseminar pelas vias: o diagnóstico de câncer o paciente já está com
metástase. Associa muito às S.P.N. Comum em
1. Hematogênica: SNC (cérebro), ossos tabagistas. Responde a quimioterapia.
(coluna, bacia, costelas e fêmur), fígado,
adrenais. Devido ao grande volume de
sangue que flui pelos pulmões. DIAGNÓSTICO
2. Linfática: linfangite carcinomatosa O diagnóstico clínico deve sempre se atentar para
(imagem reticular espalhada pelo pulmão) investigar a clínica do paciente, histórico de
3. Interalveolar: ocorre principalmente no emagrecimento, tosse com expectoração, as vezes
C.A. bronquíolo alveolar. pode dar Baqueteamento, tosses com raias de
sangue.
SÍNDROME PARANEOPLÁSICA (S.P.N.) A citologia do escarro é uma opção, mas necessita
Podemos ter sintomas também da síndrome de um laboratório muito bom, em grandes centros
paraneoplásica que são causadas pela produção as vezes é possível enxergar essas células no
sistêmica de diversas substâncias devido a presença escarro, que são coletadas por broncoscopia.
do tumor, ligada a mecanismos hormonais, O RX de tórax PA e Perfil serve para nos mostrar as
humorais, tóxico-degenerativos e dismetabólicos. alterações como opacidade ou hipotransparência. A
Não significa que é metástase da neoplasia, pode tomografia computadorizada do tórax serve para
anteceder ou acompanhar o quadro clínico de nos mostrar com mais detalhes do que o RX e
neoplasia, podendo melhorar ou desaparecer após apresenta opacidade, podendo ter cavitação no
remoção cirúrgica do tumor. Sempre investigar os interior da opacidade, contato íntimo com
diversos sítios. mediatino. Na suspeita de metástase você pode
pedir cintilografia: óssea e hepática.
Manifestações da Síndrome Paraneoplásica PET – TC é uma tomografia por emissão de
(S.P.N.): pósitrons. Tem melhor acurácia que a TC Tórax.
 Endocrinometabólicas: hiperglicemia, Ajuda no estadiamento. É um exame de imagem
ginecomastia que se baseia na medida do metabolismo da glicose
 Neuromusculares: neuropatia, miopatia (por meio da captação do marcador de glicose) e
 Osteoarticulares: Baqueteamento digital avalia a parte anatômica em conjunto. Lesões
 Cardiovasculares: tromboflebite (pensar em malignas têm maior metabolismo e captam mais
histórico de estase) intensamente o marcador. Evita toracotomia.
 Hematológicas: anemia.
OUTROS MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
QUADRO CLÍNICO DE ACORDO COM O TIPO  Punção aspirativa por agulha (PAAF): usada
HISTOLÓGICO: para lesões pulmonares periféricas.
 Broncoscopia: associada ao lavado, escovado e
biópsia. Usada para diagnóstico e
1) Carcinoma Epidemóide: geralmente é um estadiamento, geralmente se a lesão é mais
grande tumor central associado pacientes que central.
fumam mais, apresentam queixas como
 Biópsia de linfonodos
hemoptise, obstrução, cavitação, derrame
 Mediastinoscopia: estadiamento mediastinal
pleural, Baqueteamento digital, quadros
 Toracoscopia: observação do espaço pleural, a
semelhantes a pneumonia, as vezes confunde.
toracocentese é às cegas podendo ser der
maior risco.
 Toracotomia
RESUMO PNEUMOLOGIA AULA 11 – Anderson Bastos/ Guilherme Neves/ Lucas Ribeiro

ESTADIAMENTO
O estadiamento serve para uniformizar as  Nódulo:
informações nos centros especializados mundiais. o Lesão: ≤ 3 cm
Utiliza o TNM, cada tipo de câncer tem o seu TNM o Massa: > 3cm
específico.  Fator de risco para malignidade: idade (mais
O “T” significa o tamanho do tumor e avalia sua idosos, risco é maior), tabagismo, tamanho do
extensão, para calcular isso coloca-se na janela para nódulo (característica do nódulo), história
pulmão na TC. O “N” significa o acometimento de prévia de malignidade.
linfonodos, se teve ou não teve comprometimento  Maligno: carcinoma broncogênico
dos linfonodos. O “M” é se tem metástases ou não.  Benigno: granulomas que simulam um tumor
(tuberculose, histoplasmose), tumores
benignos (hamartomas)
SOBREVIDA
 Sempre pede uma radiografia antiga para poder
Em 5 anos é em torno de 15%. A maioria morre em fazer comparação, um nódulo que se mantém
3 anos. estável por dois anos ou mais, geralmente é
benigno, paciente está assintomático, não
emagreceu, não fuma.
TRATAMENTO (depende de cada caso)
 Cirurgia
 Quimioterapia DIAGNÓSTICO
 Radioterapia RX DE TÓRAX
 Complicações (além do diagnóstico tardio,  Visualização de nódulos benignos (são mais
o paciente pode ter que enfrentar longas calcificados) → 0,5cm
filas para conseguir o tratamento)  Visualização de nódulos malignos (como
não é calcificada precisamos de um
ACOMPANHAMENTO tamanho maior para visualizar) → 1 cm
 Mensal: os três primeiros meses
 Trimestral: os dois primeiros anos TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO TÓRAX
 Semestral: 2º ao 5º ano  Nódulos benignos: bordas regulares
 Anual: após 5 anos circunscritas e arredondadas.
 Nódulos malignos: bordas irregulares,
lobuladas ou espiculadas.
RASTREAMENTO
 Calcificação:
 Tabagistas entre 55 e 74 anos, de 30
o Central, laminar, difusa, em pipoca →
anos/maço, que fumam ou pararam de
sugere benignidade.
fumar há menos de 15 anos
o Irregular e excêntrica → sugere
o Fazer TC de baixa dose (LDCT) anual.
malignidade.

MESOTELIOMA MALIGNO
 Tumor primário da pleura TUMORES BENIGNOS DO PULMÃO
 História de exposição ao asbesto  São raros
 Nódulos pleurais, espessamento pleural  Tipos: Hamartoma, adenoma, leiomioma,
progressivo, derrame pleural volumoso lipoma, condroma, hemangioma, teratoma,
amarelo ou serossanguinolento (exsudato). neurofibroma.
 Faz-se a biopsia para fechar o diagnóstico  Podem simular tumores benignos:
histoplasmoma, tuberculoma e micetoma.
Muito comum.
NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO  Hamartoma: é o mais comum. Foco redondo,
As vezes encontramos em ambulatórios em periférico, alguns apresentam calcificação em
pacientes que vem para o trabalho ou para algum pipoca.
controle de cirurgia e faz um raio-X e encontra um  Adenoma brônquico: 2º mais comum. É um
nódulo. tumor potencialmente maligno.

Você também pode gostar