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9ª AULA Clinica Médica e Terapêutica de Pequenos Animais I 27/04/2021

Degeneração MIXOMATOSA VALVAR

Degeneração Mixomatosa Valvar Mitral (CMVM)


Doença Mixomatosa da Valva Mitral
Degeneração Valvar Crônica de Mitral
Endocardiose

È a cardiopatia de maior ocorrência em pequenos animais

75% dos casos de doença Cardiaca em cães


Cães Idosos
Raças de pequeno Porte
Machos mais acometridos 1,5 X que fêmeas
DMVM Progressiva Degeneração da Valva Mitral
Isolada ou associada a valva Tricuspide
Promovendo coptação incompleta de seus folhetos ocorrendo a
regurgitação valvar.

Etiologia

Cães Machos
Raças de pequeno porte
> 8 anos

Raças predispostas a DMVM PRECOCES


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Cavalier
Bull Terrier

Cães de raças grandes podem apresentar a


DMVM isolada a cardiomiopatia dilatada

Progressão da DMVM ocorre de geralmente de

forma lenta

Valva Mitral 60¨%


Valva Mitral e Tricuspide 30%
Valva Tricuspide 10%
Sua morbidade está diretamente
relacionada a magnitude da
insuficuencia valvar e a sobrecarga
de volume causada pela doença.

Fisiopatologia Sobrecarga de volume

Remodelamento Cardiaco
Gradual mudança na
composiçãp e Promove elevação das
alinhamento das fibras pressões no interior das
véias pulmonares
colágenas

ICC Congestiva

Ruptura das
cordas Tendíneas

Diagnóstico

Anamnese
Tosse
Cansaço
Intolerancia ao exercicio,
Inquietude noturna
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Aumento da frequência respiratória


Cianose
Dstensão abdominal (ascite) e
Sincope

Exame Fisico

Inspeção
Atitude
(se alerta, deprimido)
Comportamento
(se ativo ou indiferente)
Postura
(estação ou Decubito)
Frequência respiratória
Intolerancia ao exercicio
Perda de peso
Distenção abdominal
Dilatação da veia jugular

Avaliação de cabeça e Pescoço

Presença de assimetriae/ou
edema de região
Mucosas oculares e orais
Alterações oculares (podem ser causado por hemorragia ocular
e descolamento da retina)
Pulso venoso patologico (insuficiencia cardiaca direita, doença
pericardica e obstrução da veia cava cranial)
Palpação da região cervical – Avaliação traquéia (colapso de
traqueia)
Aumento de volume(especial em gatos) e esofago – DETECÇÃO DE
DILATAÇÃO ESOFÁGICA EM ANIMAIS JOVENS)

Exame de abdomên

Palpação e percurssão
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(a palpação permite diagnosticar presença de massas


abdominais, Hepato e Esplenomegalias – sendo que essas
duas podem ser reflexo de uma insuficiêmcia cardíaca
congestiva direita)
Pulso Femoral
Palpação da artéria localizada na face interna do
membro pélvico, observando frequência e ritmo.
A frequencia de pulso normal é de 120 a 220 ppm para
caninos e felinos
Normocinético: Forte e com velocidade de distenção lenta
Hipercinético: Velocidade de distenção rápida e grande
volume sistólico em ventriculo esquerdo
**IMPORTANTE QUE DEVE PALPAR PULSO FEMORAL
BILATERALMENTE – ESPECIALMENTE FELINOS – QUADROS DE
TROMBOEMBOLISMO AÓRTICO.

Exame de Tórax

Frequencia e ritmo respiratórios

Auscutação Cardiaca

Auscutação cardiaca consiste em avaliar os ruidos cardíacos em


todos os quatros focos:
Foco Pulmonar
Foco Aortico
Foco Mitral
Foco Tricuspide

Sopros Cardíacos

Os sopros cardíacos são causados por


fluxo sanguíneo turbulento e são
classificados em fisiologicos, inocentes
e patologicos
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Fisiologicos

Podem ser detectyados em casos de anemia e hipoproteinemia qundo


ocorre uma diminuição da ciscosidade do sangue, causando
turbulencia

Fisiologicos: Em casos febris – Circulação torna-se hupercinética

Inocentes:

São de causa desconhecida e não associados a cardiopatias.

Patológicos:

Causados por lesões valvares (insuficiencia ou estenose)

Por desvios (shunts) intra (comunicação interatrial ou cia


comunicação interventricular cou CIV)

Extracardiaco: (persistência do ducto


arterioso)

Radiografia de Tórax
Deslocamento local da
traqueia e compressão do
brônquio principal
esquerdo
Aumento de Atrio e Auricula
Esquerda

Aumento de silhueta cardíaca


globalizada

Avaliar presença de congestão ou


edema pulmonar ou descartar outras
doenças respiratorias

Eletrocardiograma

Baixa sensibilidade para diagnostico de DMVM


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Diagnisticar possíveis arritimias e mudanças da variabilidade


da FC
Baixa variabilidade – Mal Prognostico

Ecocardiograma

Exame de eleição para detecção precoces das lesões na valva


mitral, determinação da função miocardica e estimativas das
pressões de enchimento do ventrículo esquerdo.
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Biomarcadores Cardíacos

NT- proBNP é um nutriurético peptídico liberado na cirvulação


quando há um aumento na pressão de enchimento ventrícular.
TROPONINA I é liberada nos casos em que há lesão miocárdica
grave
Auxilia n diagnostico – diferencia de alterações respiratórias.

Classificação ACVIM

(Consensus Statements of the American College of Veterinary Internal Medicine)

Estágio A
Pacientes com alta probilidade de desenvolver a doença
cardíaca, mas que ainda não apresentam alterações
estruturais no coração. Ex.: Cavalier King.
Estágio B
Identifica pacientes com doença cardíaca estrutural mas
que nunca desenvolveram manifestações clinicas de
insuficiência cardíaca
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B1 – Pacientes assintomáticos que não apresentam


regurgitação
B2 – Pacientes assintomáticos que apresentam
regurgitação valvar mitral hemodinamicamente
significante, evidenciando pela radiografia e
ecocardiografia com aumento do coração esquerdo.
Estagio C
Pacientes com sintomas clínicos prévios ou atuais de ICC
associados á alteração estrutural do coração
Estagio D
Pacientes com doença cardíaca em Estágio final com sinais
de IC que são refratarias a terapia principal.

Tratamento

Pacientes assintomaticos – Grande Dilema

Estudo Realizado em cães com doença Valvar Crônica de Mitral,


Estágio B2 avançado tratados com pimobendam revelou que o
medicamento aumenta em quase 15 meses o período pré clinico
com segurança e é bem tolerado.
Não há evidências que cães em estágio B1 se beneficiem com
qualquer tipo de tratamento. Orienta o tutor o relação ao inicio
das manifestações clinicas animais reprodutores alertar que a
doença tem carater genético envolvido.
A doença deve ser monitorada a cada 3 a 12 meses na
dependencia do grau da regurgitação.

Diureticos e Restrições de sal

Restrição de sal, terapia diuretica ou ambos devem ser


considerados aos primeiros sinais de induficiencia cardíaca
congestiva (ICC) com intuito de leiminar o excesso de liquido
retido no organismo e aliviar a congestão pulmonar.

Furosemida 2 a 6mg/Kg/BID ou TID


Inibição da reabsoção de Na+, K, Cl,
no segmento do ramo espesso da
alça de Henle.
Espironolactona 0,5 a 2 Mg/Kg/SID ou BID
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Inibe a ligação da Aldosterona ao


seu receptor citoplasmatico no final
do tubulo distal e Sistema Ranal
Coletor
Torasemida 0,1 a 0,6Mg/Kg/SID
Porção Medular do ramo
ascendente da alça de Henle

Vasodilatadores

Maleato de Enalapril 0,5 Mg/Kg/BID


Cloridrato de Benazepril 0,5Mg/Kg/SID
Inibidores da Enzima conversora de
angiotensina – Modulação da
resposta neuro-hormonal da ICC
Anlodipino 0,05 a 0,02mg/kg/SID oi BID
Bloqueador dos canais de cálcio
Hidralazina 0,5 a 2,0 Mg/Kg/BID
Vasodilatador arteriolar direito

INOTROPICOS POSITIVOS

Pimobendan 0,1 a 0,3mg/kg BID


Digoxina 0,003mg/kg/BID

BETABLOQUEADORES

Carvedilol 0,3mg/kg/BID

PROGNÓSTICO

A enfermidade é caracterizada por uma progressão lenta ao longo


dos anos com um numero de cães afetados que em virtude da idade
podem nunca apresentar sintoma e vir a óbito por outros motivos

Nos casos de ICC grave o prognostico a longo prazo é ruim. Alguns


cães podem apresentar várias descompensações agudas na evolução
da doença , mas qiue são passíveis de ser controladas com pequenas
alterações no protocolo mantendo-se estáveis por tempo
indeterminados
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Variaveis ecocardiográficas que podem identificar os animais com


mais risco de morte, além da presença de síncope
AE/AO > 1,7

Velocidade da onda E>1,20 são indicarivos de pior prognostico


Alem do prolapso da valva mitral e a presença de ruptura de corda
tendinea, podem predizer o aumento do risco de obito

Cardiomiopatia dilatada

Considerar a segunda causa mais importante de morbilidade e


mortalidade cardíaca em cães

A cardiomiopatia dilatada (CMD) acomete cães de

Porte grande e gigante

Terra Nova
São Bernardo 45% a 63%: raças
Dobermann modelo para estudo no
EUA e Canada devido
Dougue Alemão à alta prevalência.
Fila Brasileiro
Boxer

Raças Médias

Cocker Spaniel e Americano


Dalmatas

Pequeno porte

West White Highland Terrier


Schnauzer

Etiologia

Herança autossômica dominante –


Dobermann, Dougue Alemão e Irish Wolfound
Nos Boxers apresenta-se de 3 formas:
1. As duas formas são caracterizadas pela presença de
arritmia ventricular com ou sem manisfestação clinica
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3. E a terçeira é caracterizada pela disfunção ventricular e


dilatação (alteração no Gene responsavel pela codificação
da estriatina)
Deficiência de Taurina e Carnitina também estão envolvidas
na etiologia da CMD – Coocker Spaniel – Melhora após a
suplementação.

Vírus e Bacterias no desenvolvimento da CMD em cães ainda é


incerto

Parvovirose: A infecção viral tem sido sugerida como precursora da


DMD

Erlichia canis: Pode causar miocardite por deflagrar a chamada


sindrome da resposta unflamatoria sistemica.

Leishmaniose: Um caso relatado de uma paciente de 3 anos que no


pós mortem confirmou miocardite.

A CMD também pode ser induzida pelo uso de antineoplásocps


antracíclico – Doxorrubicina (cardiotoxicidade dose-dependente)

Histopatologia

Tipo de Fibra Ondulada e Atenuada: Os miocitos são mais


delgados que o normal, com uma aparência onsulada e que
compreendem pelo menos metade do espécimen Miócardico de
porções superiores e inferiores do venticulo, os miocitos aparecem
separados por um espaço vazio, indicando edema intercelular.
Também pode existir fibrose intersticial difusa.

Tipo degenerativo-infiltração gordurosa: Neste está incluida a


cardiomiopatia do boxer, no exame notam-se miocotólise,
degeneração miofibrilar, atrofia de miócitos e vacuolização com
extensa infiltração de gordura e fibrose. Alguns relatos mostram
lesões deste tipo em dobermanns.

Fisiopatologia
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Manifestações Clinicas

Cães da Raça Dobermann como modelo, caracterizam-se:

1. Coração normal do ponto de vista morfologico e eletrico e sem


manifestação clinica da doenaç
2. Fase oculta, na qual o coração é anorml, mas não são
observadas manifestações clinicas
3. O coração é anormal em presença de sinais de insuficiencia
cardiaca congestiva ou baixo débito.

Cães da Raça Boxer caracterizam-se:

1. Oculta: animal assintomatico, com extrassistoles ventriculares


prematuras ocasionais
2. Presença de Taquiarritmias e sincope ou intolerancia ao
exercicio
3. Disfunção miocardica, algumas vezes com evidência de ICC

Manifestações Clinicas

Dispineia
Tosse
Intolerancia ao exercicio
Caracteristicas de ICC esquerda
Ascite
Efusão Pleural
Perda de Peso
Fraquesa
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Extremidades frias devido á hipoperfusão

Os achados físicos dependem da fase em que a doença se enontra

Ex.: Animais com cardiomiopatia oculta geralmente são normais ao


exame físico.

AUSCULTA CARDÍACA

Sopro sistólico de intensidade baixa


Ritmo de galope – fibrilação atrial
Disfunsão diastólica
Extrassistole

AUSCULTA PULMONAR

ESTERTORES
PULMONARES
- EDEMA
Hipofonese
Efusão Pleural

PULSO FEMORAL

Geralmente hipocinético e rápido


Mucosas pálodas ou cianóticas

ICC DIREITA

Abaulamento do abdomen
Pulso jugular positivo
Desidratados

Diagnostico

Radiografia do tórax

Avaliar silhueta cardíaca


Edema pulmonar
Efusão Pleural

Eletrocardiograma
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Não é sensível e nem especifico


Complexos QRS largos ou amplos
Onda P com duração aumentada
Fibrilação atrial
Complexos ventriculares prematuros isolados, em pares ou
taquicardia ventricular
Pode ser monomorfico, Polimorfico

Holter

1 a 50 VPCs em 24 horas – suspeita de cardiopatia dilatada


principalmente EM DOBERMANN
20 A 300 vpcS EM 24 HORAS – É diagnostico de cardiomiopatia
dilatada oculta em dobermann, independente dos achados
ecocardiográficos.
Presença de taquicardia ventricular sustentada > 30seg é
considerada um preditor de morte súbita

ECO
CARDIOGRAMA
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Dilatação das cavidades esquerdas


Redução da contratilidade
Aumento do diâmetro sistólico do ventriculo esquerdo com
redução da fração de encurtamento.

Tratamento

INOTROPICOS POSITIVOS

Digoxina 0,003mg/kg/BID
Pimobendam 0,1mg a 0,3mg/kg/BID

IECA INIBIDORES DA ENZIMA: CONVERSORA DA ANGIOTENSINA

Maleatp de Enalapril 0,25 a 0,50mg/kg/BID


Cloridrato de Benazepril 0,25 a 050mg/kg/SID

BETABLOQUEADORES

Carvedilol 0,2mg/kg/BID
Aumentando a cada 7 a 14 dias até a dose 1mg/kg/BID.
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Sempre atentando aos efeitos colaterais

DIURETICOS

Furosemida 2 a 4mg/kg/SID a QID


Espironolactona 1 a e mg/kg/SID a BID.

ANTIARRITMICOS

Amiodarona 10mg/kg/BID por 7 dias


Reduzindo para 5mg/kg/BID e posterior SID
Sotalol 1,5 a 2mg/kg/BID
Diltiazem 1 a 5mg/kg/TID
Atenol 12,5mg/SID

Prognostico

A CMD é de prognosrico reservado


Dobermanns a media de sobrevida é menor do que dos outros
cães
Cocker pode ter uma sobrevida de até 4 anos
Sobrevida varia bastante de 27 a 671 dias

Fatores como:

Manifestações clinica,
Achados eletrocardiográficos, Radiográficos e Ecocardiográficos
Bem como a idade
Sexo
Raça que desempenham inportante valor preditivo de sobrevida.

Pacientes com dispneia apresentaram melhor sobrevida –


TIDHOLM et al.
Fibrilação atrial menor sobrevida
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Estudo de realizado na FMVZ – USP fêmeas embora menos


acometidas que os machos pela CMD apresentaram menor taxa
de sobrevida

A idade tambem se apresentou um fator que interfere na


sobrevida, animais mais jovens sobrevivem por tempo menor que
os mais velhos.

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