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RESUMOS PARA O

EXAME DE GRADO
2019

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PRINCIPAIS TEMAS

MEDICINA INTERNA:
-Dengue/zika/chikungunya - HIV/AIDS
-Chagas - Sd. Coronário Agudo
-Insuficiência Cardíaca - Gastrenterocolite aguda
-Hipertensão Arterial - Desidratação
- Crise Hipertensiva - Parasitose
- Infarto Agudo do Miocárdio - Salmonela/Febre Tifoide
- AVC - Doenças Acido pépticas
- Asma Bronquial - Acalasia
- Pneumonia - Icterícia Do Adulto
- Broncopneumonia - Hipo/Hipertireoidismo
- Tuberculose - Meningite Aguda
- DPOC - Crise Convulsiva
- Atelectasia - Influenza
- ITU - Tétanos
- Síndrome Nefrítico - Sífilis
- Síndrome Nefrótico - Shock
- Insuficiência Renal Aguda - Trombo embolia Pulmonar
- Insuficiência Renal Crônica - Tentativa de suicídio
- Diabetes/ Pé Diabético - Intoxicações
- Anemias - Síndrome de Guillain-Barré
- Hepatite - Edema Agudo de Pulmão
- Raiva - Derrame Pleural
- Celulite/ Erisipela - Cefaleia
- Malária/ Paludismo - Toxoplasmose
- Febre Amarela

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CIRURGIA
- Abdome Agudo
- Apendicite
- Hemorragia Digestiva
- Pancreatite Aguda
- Pancreatite Crônica
- Colecistite Aguda
- Colelitíase
- Coledocolitíase
- Colangite
- Obstrução Intestinal
- Vólvulo Intestinal
- Fecaloma
- Hérnias Abdominais
- Atenção ao Poli traumatizado
- TEC
- Trauma De Tórax
- Trauma De Abdomen
- Fraturas
- Feridas
- Queimaduras

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GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
- Anatomia do Sistema Genital Feminino
- Papanicolau
- Planificação Familiar
- Leucorreias
- Doenças Sexualmente Transmissíveis
- Síndrome do Ovário Policístico
- Menstruação/ amenorreia
- Endometriose
- Mioma Uterino
- Mudanças Fisiológicas na Gravidez
- Pré-Natal
- Hemorragias da Primeira Metade da Gravidez
- Hemorragias da Segunda Metade da Gravidez
- Rotura Prematura de Membranas
- Transtornos Hipertensivos da Gravidez
- Parto
- Partograma
- Cesárea
- Parto Prematuro
- Sofrimento Fetal Agudo
- Puerpério
- Hemorragia Pós-parto
- Hiperêmese Gravídica
- ITU na Gestante
- Generalidades da Placenta e Membranas fetais
- Aleitamento Materno

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PEDIATRIA

- Atenção ao Recém-Nascido
- Reanimação Neonatal
- Abordagem ao Prematuro
- Síndrome de Dificuldade Respiratória no RN
- Doença da Membrana Hialina
- Exame físico do RN
- Antropometria
- Desenvolvimento do bebê
- Icterícia Neonatal
- Doenças Exantemáticas
- Enfermidade Diarreica Aguda
- Desidratação Infantil
- Desnutrição Infantil
- AIEPI
- Escala de Apgar
- Escala de Silverman y Anderson
- Teste de Capurro

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GENERALIDADES

- História Clinica
- Farmacologia
- Generalidades em Anatomia
- Fluidoterapia
- Reanimação cardiopulmonar/ RCP
- Laboratórios
- Programas de Salud (BOLIVIA)
- Generalidades de ECG
- Níveles de Atención a Salud (BOLIVIA)
- Nervos Craniais
- PAI (BOLIVIA)
- Hormônios
- Escala de Glasgow (adulto/criança)
- Circulação Cardíaca
- Avaliação Pré-Cirurgica

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CHAGAS
É uma doença tropical parasitaria.
Foi descoberta pelo médico Carlos Chagas.

VETOR: Trypanosoma Cruzi

TRANSMISSÃO:
 Picada do inseto (barbeiro/vinchuca)  Alimentos contaminados (cana, açaí)
 Transfusão de sangue/órgãos  Congênito (mãe-filho)

ZONAS ENDÉMICAS NA BOLÍVIA: Samaipata, Cochabamba, Vallegrande, Sucre

SINTOMAS: (pode ser assintomático)


FASE AGUDA: (tem cura)
 Febre  Sintomas Gripais  Mal-estar geral
 Fadiga  Náuseas/vômitos  Sinais da picadura do inseto:

CHAGOMA- erupção cutânea na área da picadura do inseto, endurecido, com eritema


e edema, indolor.
ROMAÑA- Edema palpebral indolor, do mesmo lado da picadura do inseto.

FASE CRONICA: (não tem cura) Os parasitos ficam ocultos nos músculos cardíacos e
digestivos.
-Alterações cardíacas (30%) Alterações Digestivas (10%)
- Insuficiência Cardíaca - Constipação/ refluxo
- Ritmo cardíaco irregular - Problemas digestivos
- Cardiomegalia - Dor Abdominal
- Bloqueio de Rama Direita - Dificuldade de deglutir
- Megacolon/ Megaesôfago

DIAGNÓSTICO:
FASE AGUDA: FASE CRÔNICA
Exame físico, Quadro clinico
-Antecedentes de estar em áreas -Eletrocardiograma
endêmicas, -Cardiomegalia
-Sorologia para chagas (PCR, Gota Grossa) -Sorologia para chagas (ELISA,
Imunofluorescência, hemoaglutinação, IgG).

TRATAMENTO: 90% de eficácia na fase aguda, o medicamento freia o avanço da


infecção.
Benznidazol (5-10mg/kg/dia VO, divididos em 2 doses diárias durante 60 dias)
Nifurtimox (8-10mg/kg/dia VO, divididos em 3 doses diárias durante 90 dias)

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Insuficiência Cardíaca
DEFINIÇÃO: Síndrome Clinica causada pela alteração estrutural ou funcional, que diminui a
capacidade ventricular de encher ou ejetar o sangue. É dizer, que é a incapacidade do
coração de manter um débito cardíaco proporcional à demanda metabólica do
organismo.

ETIOLOGIA:
 Drogas, tabaco, álcool  Hipertensão Arterial (porque produz
cardiomegalia)
 Chagas (produz cardiomegalia)  Diabetes mellitus
 Cardiopatias (porque lesiona o miocárdio)  Arritmias (porque ocorre dissociação
aurículo-ventricular)
 Anemias (não tem suficiente oxigênio pela falta de hemoglobina)

CLASSIFICAÇÕES:
IC DIREITA IC ESQUERDA
 Ingurgitação jugular direita  Ingurgitação jugular esquerda
 Edema de membros inferiores  Edema Pulmonar
 Anorexia, mal-estar gastrointestinal, perda  Cianose, tosse, ortopneia, dispneia
de peso paroxística noturna
IC AGUDA IC CRÔNICA
 Paciente chega ansioso, fatigado, pele fria  Paciente chega lento, e com sintomas
e sudoração, expectoração y dispneia de digestivos (abdome globoso por ascite,
decúbito (não tolera o decúbito). hepatomegalia).

 IC DE ALTO DÉBITO
 O coração está em perfeito estado, mas existe uma enfermidade que exige mais do que
ele suporta, por exemplo: Anemia, sepse, beribéri (deficiência de vitamina B1),
tireotoxicose ... Deve tratar a enfermidade que causa, não o coração!

FISIOPATOLOGIA:
GASTO CARDÍACO DIMINUÍDO O RIM pensa em hipovolemia e tenta compensar,
ativando o sistema rata (renina-angiotensina-aldosterona) com o objetivo de aumentar o
gasto cardíaco, mas não consegue causando assim a apoptose e necrose,
provocando a morte celular.

DIAGNÓSTICO:
CRITÉRIOS DE FRAMINGHAM
MAIORES MENORES
1- Dispneia Paroxistica Noturna 1- Tosse Noturna
2- Ingurgitação Jugular 2- Dispneia A Esforços Médios
3- Refluxo Hepatojugular 3- Taquicardia (Fc > 120 Bpm)
4- Cardiomegalia 4- Derrame Pleural
5- Edema Agudo De Pulmão 5- Hepatomegalia
6- Estertores Crepitantes 6- Edema De Membros Inferiores
7- Ritmo de Galope (3º Ruido)
8- Perda De Peso (>4,5kg)
9- Pvc >16 Cmh2o

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O DIAGNÓSTICO É FEITO COM:
 2 critérios maiores ou 1 critério maior e 2 critérios menores

OUTROS EXAMES PARA DIAGNÓSTICO:


 Laboratório de Rotina (hemograma, glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, enzimas
hepáticas, gasometria)
 Eletrocardiograma/ Ecocardiograma (informa a função sistólica e diastólica do
 RX de tórax (valora o grau de congestão pulmonar, derrame pleural e cardiomegalia)

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CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL NEW YORK HEART ASSOCIATION (NYHA)
Realiza suas atividades habituais (assintomático)
CLASSE I Trata com IECA
Realiza suas atividades habituais, mas sente incomodo passageiro
CLASSE II (sintomático leve)
Trata com IECA + B-Bloqueador + Diurético
Ao realizar suas atividades diárias habituais, se nota incomodo bem marcado
CLASSE III (dispneia)
Trata com IECA + B-Bloqueador + Diurético + Digital
Dispneia em repouso
CLASSE IV Trata com IECA + B-Bloqueador + Diurético + digital

PARA SABER:
Se administra IECA em todas as classes de IC, mas não usar caso:
PAS <80mmHg Creatinina >3 mg/dl Potássio >5,5 mEq/l
Os B-Bloqueadores causam edema.

 SEMPRE ORIENTAR O PACIENTE AS MUDANÇAS DE HABITOS COMO: Alimentação


saudável, dietas, exercícios físicos, abandono de tabaco e álcool.
 Utilizar um cardioprotetor: AAS
OBS: ver melhor sobre anti-hipertensivos no resumo de hipertensão arterial.

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HIPERTENSÃO ARTERIAL
DEFINIÇÃO: é a pressão arterial sistêmica, mantida a cima dos limites pressóricos normais
em duas aferições separadas.

FATORES DE RISCO:
 Tabaquismo, álcool  Obesidade, sedentarism  Diabetes mellitus
 Idade > 50 anos  Dislipidemias  Raça negra
 Genética  Estresse

CLASSIFICAÇÃO:
SISTÓLICA mmHg DIASTÓLICA mmHg
NORMAL <120 <80
PRÉ-HIPERTENSO 120-139 80-89
HTA GRAU I 140-159 90-99
HTA GRAU II > ou = a 160 > ou = a 100

CLINICA: (não é regra)


 Cefaleia com ou sem vômitos  Visão borrada
 Diplopia (visão dupla)  Acufenos (zumbido no ouvido)
 Epistaxe (sangramento no nariz)

DIAGNÓSTICO:
 Em geral, o diagnóstico de HTA é estabelecido após duas consultas ambulatoriais
com médias de níveis tensionais > ou = a 140 x 90 mmHg.
 Podemos pedir o MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial), nada mais é que
controle da PA feito pelo paciente por 5 dias durante a manhã e a tarde. Considera-se como
normal uma média de pressões <135 x 85 mmHg.
 Deve-se investigar hipertensão secundaria também, (somente quando suspeita).

SISTEMA RENINA-ANGIOTENSIONA- ALDOSTERONA


1. O rim detecta a diminuição da pressão arterial e libera Renina do Aparelho justa
glomerular
2. A renina converte o Angiotensinógeno em Angiotensina I
3. Nos pulmões, a enzima convertedora de Angiotensina (ECA) converte a angiotensina
I em angiotensina II
4. A angiotensina II produz vasoconstrição que aumenta a pressão arterial.
5. A angiotensina II por sua vez, produz a liberação de aldosterona pela glândula
suprarrenal.
6. Dentro dos rins, a aldosterona estimula a reabsorção de sódio e água.
7. Isso faz com que se aumenta o volume sanguíneo, elevando ainda mais a pressão
arterial.

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TRATAMENTO:
1) Mudanças no estilo de vida
 Perda de peso  Restrição de Sódio (<2,4 g/dia)
 Dieta rica em frutas, vegetais, e menos  Atividades físicas regulares
gordura saturada
 Abandonas tabagismo e alcoolismo

2) Farmacológico
 DIURÉTICOS
ASA Impede o transporte de Sódio/ Cloro/ Potássio na asa de Henle.
Exemplo: FUROSEMIDA
Poupadores de Modifica a reabsorção de Sódio nos tubos contorneados distal e
Potássio coletor, retém Potássio e elimina Na e H2O.
Exemplo: AMILORIDA, ESPIRONOLACTONA, ALDACTONE
Inibem a reabsorção de Sódio e Cloro nos túbulos contorneados distal.
Tiazídicos (inibem a aldosterona)
Exemplo: HIDROCLOROTIAZIDA
Possuem caráter hidrofílico, não são absorvidos pelas células
Osmóticos tubulares, criando uma pressão osmótica no interior do túbulo,
impedindo que a água seja reabsorvida. Exemplo: MANITOL

BETA BLOQUEADORES
 Diminui força e frequência cardíaca  Diminui a pressão arterial
 Diminui o gasto cardíaco  Diminui a liberação de Renina
 Bloqueia os receptores Beta 1

Exemplos:
 ATENOLOL (20-50mg/dia)  BISOPROLOL (5mg/dia)
 CARVEDILOL (3,125-50mg/dia)  PROPANOLOL (160-320mg/dia)
OBSERVAÇÃO: Utilizar os Beta Bloqueadores com cautela em:
 Diabetes Mellitus (porque retardam a glicogênese, mascarando uma hipoglicemia)
 Dislipidemias (porque pode produzir uma hipergliceridemia)
 Pacientes com bloqueio Atrioventricular e em pacientes com DPOC (por ser bronco
constritor)

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 IECAS (Inibidores da enzima convertedora de angiotensina)
Tem eficácia associada aos diuréticos, é a primeira opção para pacientes diabéticos,
reduzem a mortalidade em eventos cardiovasculares. Os IECAS produzem vasodilatação
periférica.
Exemplos:
 CAPTOPRIL (12,5/25/50 mg)  ENALAPRIL (5 a 10 mg/dia)

Observação: é contraindicado em casos de:


1- Estenose de artéria renal bilateral 2- Hiperpotassemia >5,5 mEq/L
3- Creatinina >3mg/dl

 ARA (Antagonistas Receptores de Angiotensina)


Indicado ás pessoas que não toleram os IECAS, por possuírem menos efeitos colaterais.
Atuam bloqueando o receptor da enzima angiotensina II, causando vasodilatação, reduzindo
a secreção de vasopressina, e a produção e secreção de aldosterona.
Exemplos:
 LOSARTANA (12,5 a 100mg/dia)  VALSARTANA (40 a 160 mg/dia)

 ACC (Antagonistas dos Canais de Cálcio)


Atuam no músculo vascular, como vasodilatores, reduzindo a frequência cardíaca e
desacelerando a condução auriculoventricular.
 NIFEDIPINO (10mg 3x/dia)  AMLODIPINA (80 a 120 mg divido em 3x/dia)

 AGONISTAS ALFA ADRENÉRGICO SELETIVOS PARA ALFA 2


Estimula os receptores adrenérgicos alfa2 do SNC, inibindo a liberação de adrenalina,
dilatando os vasos arteriais e dimuindo a resistência vascular, não influindo muito no débito
nem na frequência cardíaca. É o mais utilizado nas gestantes, por não ter efeito rebote
brusco.
Exemplo:
 METILDOPA (250mg a 3g/dia)

 VASODILATADOR DE AÇÃO DIRETA


Ocorre uma intensa relaxação da fibra muscular lisa, usado em hipertensão de difícil controle
com alterações renais.
Exemplo:
 HIDRALAZINA (0,75 a 1mg/kg/dia, cada 6 horas)

Dicas Terapêuticas:
- Idoso e afrodescendentes: Diuréticos tiazidicos ou ACC
- Brancos <65 anos: Diuréticos tiazidicos, ou Beta Bloqueador, ou IECA, ou ARA
- Nefropaticos: IECA + ARA II
- DM sem nefropatia: ARA II, IECA, beta bloqueador, tiazidicos ou ACC (sempre em
conjunto)
- Doença Arterial Periférica: IECA ou ARA II + Beta Bloqueador + Tiazidicos +
espironolactona

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CRISE HIPERTENSIVAS
EMERGENCIA HIPERTENSIVA (aumento súbito da pressão arterial)

É a presença de sofrimento tecidual com lesão de órgãos-alvos, com IMINENTE risco a vida
(não está necessariamente relacionado a níveis pressóricos elevados.
Exemplos:
 Encefalopatia hipertensiva  Cardipatia Isquemica
 Edema Agudo de pulmão  Dissecção da Aorta
 AVC  Eclampsia
-
Tratamento: (feito em sala de emergência ou terapia intensiva com bomba de infusão)
1. Nitropussiato sódico 0,25 a 1 mg/kg/min (vasodilatador arterial)
2. Nitroglicerina 0,2 a 4 mg/kg/min vasodilatador arterial e venoso)
3. Nifedipina 10mg
4. Hidralazina 10 a 20mg IV Gestantes

URGENCIA HIPERTENSIVA
Caracterizado pelos níveis pressóricos elevados, geralmente acima de 200mmHg x 120
mmHg, sem sinais ou lesão de órgão alvo. (Neste caso, os medicamentos podem ser por via
oral).
1. Captopril 25mg VO (repetir se necessário aos 30 minutos)
2. Labetolol 100mg VO (repetir se necessário depois de 2 horas)
3. Considerar a administração de diurético de ASA (furosemida 20-40mg VO/EV)

ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA
É uma síndrome neurológica aguda, potencialmente reversível.
Quadro Clinico: Cefaleia, vômitos, convulsões, papiledema (pupilas anisocóricas),
alterações de consciência.
Diagnóstico: TAC, RNM
Tratamento: Objetivo é diminuir PA em 15 a 20% nas primeiras 4 horas.

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INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO
O QUE É UM INFARTO?
É a necrose de uma porção tecidual.

O QUE É INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO?


É a necrose do músculo cardíaco, por consequência de uma isquemia severa.

O QUE É UMA ISQUEMIA?


É a diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea (obstrução arterial, ou vasoconstrição)

ETIOLOGIA:
 Trombose intracoronariana (placa de  Trauma coronariano  Vasculite coronária
ateroma)
 Embolia Coronária (95% dos casos)  Aterosclerose

FATORES DE RISCO:
 Hipertensão arterial  Sexo masculino  Idosos
 Dislipidemias  Tabaquismo  Obesidade/ sedentarismo
 Estresse  Diabetes mellitus

CLASSIFICAÇÃO:
IAM COM SUPRA ST:
 Afeta toda a grossura da parede ventricular  Necrose transmural
 A maioria acontece pela oclusão trombólica aguda  60 a 70% dos casos
coronariana
IAM SEM SUPRA ST:
 Se limita ao terço interno da parede ventricular  Necrose subendocárdica
 Acontece pelo aumento da demanda cardíaca, com um  30 a 40% dos casos
aporte limitado.

QUADRO CLÍNICO:
 Dor opressivo súbito por mais de  Dor no epigástrio, que irradia ao ombro esquerdo,
30 minutos pescoço e região mandibular
 Inquietude  Sudorese  Palidez  Taquicardia

DIAGNÓSTICO:
 CLÍNICO (dor de origem cardíaco, com característica de IAM)

 ELETROCARDIOGRAMA

-Isquemia (aparece onda T negativa)

-Lesão (elevação do segmento ST)

-Necrose (onda Q profunda)

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 ENZIMAS CARDÍACAS
 CPK-MB (MULHER: <166 U/L HOMEM: <190 U/L)
 TROPONINA (0,03 A 0,08 ng/ml)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Tromboembolismo pulmonar  Derrame pericárdico
 Dissecção aórtica  Desgarro esofágico

TRATAMENTO:
Morfina (analgésico, 2 mg IV cada 5 minutos)
Oxigênio (2 a 3 litros para pacientes com SatO2 menor a 92%)
Nitroglicerina (vasodilatador)
Aas (antiagregante plaquetário, 100 a 300 mg/dia)
Heparina (anticoagulante, subcutâneo ou intravenoso)

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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
DEFINIÇÃO: É uma síndrome clínica, caracterizada pelo ligeiro desenvolvimento de
sintomas e sinais neurológicos, de origem vascular.
Pode ser de origem arterial, que é o mais comum, ou venoso.

Pequenos
TROMBÓTICO LACUNAR vasos

ATEROMATOSO Grandes
ISQUÉMICO EMBÓLICO vasos
80%
ARTERIAL

HEMORRAGICO INTRAPARENQUIMATOSA
(20%)
SUBARACNOIDEA

FATORES DE RISCO:
 Hipertensão arterial  Diabete mellitus  Dislipidemias
 Tabaquismo  Fibrilação auricular  Estenose carotídea

AVC ISQUÉMICO
FISIOPATOLOGIA: Oclusão arterial cerebral, produz uma interrupção do fluxo sanguíneo
em um território, levando a zona de infarto (rodeado por uma zona de penumbra).

CAUSAS:
 Trombótico (coagulo)
Lacunar (obstrução de pequenos vasos <7mm)
Ateromatoso (obstrução de grandes vasos como carótida)

 Embólico (corpo estranho como fragmentos de tumor, ou ateroma)


Obstrução das artérias cerebrais por êmbolos.

CLÍNICA: (Ocorre diferentes sintomas, de acordo ao vaso afetado)


 Artéria Cerebral Anterior - sintomas motores e sensoriais do membro inferior
contralateral.

 Artéria Cerebral Média - debilidade, alterações na sensibilidade da cara e membros


contralateral, afasia (afeta o lado dominante), Agnosia (afeta o lado contralateral), desvio da
mirada (para o lado infartado).

 Artéria cerebral Posterior - hemianopsia homônima (cegueira que afeta a metade do


campo visual), cuadrantopsia superior e inferior.
 Síndrome Cerebeloso - vertigio, ataxia, dismetria.
 Síndrome lacunares - paresia ou paralise completa corporal contralateral.

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AVC HEMORRÁGICO
1. INTRAPARENQUIMATOSO
CAUSAS:
- Hipertensão Arterial Sistémica (consequência de compressão e herniação cerebral).
- Angiopatia Amiloide Cerebral.
- Traumatismo (em geral, nos lóbulos frontais e temporais).

CLÍNICA:
 Cefaleia / vômitos  Alterações de consciência  Rigidez da nuca
 Ataxia  Hemiparesia  Postura de descerebração

2. SUBARACNOIDEA
CAUSA:
Rotura de artérias cerebrais no espaço subaracnóideo, 90% é secundário a rotura de
aneurismas seculares do ciclo de WILLIS e 10% são causadas por rotura de malformações
arteriovenosas.

CLÍNICA:
 Cefaleia intensa (antes do evento)
 Náuseas/ vômitos (indica expansão do aneurisma)
 Ao romper o aneurisma (cefaleia intensa seguida de perda de consciência, junto com o
aparecimento de sinais meníngeos)

DIAGNÓSTICO DE AVC:
 Exame neurológico (consciência, visão, função motora, sensibilidade, linguagem, nervos
craneais)
 Escala de coma de Glasgow
 Angiografia (é o padrão ouro para AVC)
 TAC simples
 RNM
Obs: se não pode realizar TAC, fazer PUNÇÃO LOMBAR, se o diagnóstico por AVC
hemorrágico haverá presença de sangue no LCR.

TRATAMENTO:
 Manter pressão arterial < 170/100 mmHg  Oxigênio suplementario
 Se tem febre: paracetamol + esfriamento  Manitol (em caso de edema cerebral) 20%
por meio físico de 0,25 a 0,5 g/kg
 Nas primeiras 24 horas iniciar AAS  Omeprazol (profilaxia para hemorragia
325mg/dia gastroduodenal)
 Heparina (profilaxia para trombose venosa)

IMPORTANTE SABER:
 SÍNDROME METABÓLICA (aumentam o risco de problemas cardiovasculares)
 Obesidade (circunferência abdominal maior de 88 cm em mulheres, e maior de 102cm em
homens)
 Hipertensão arterial  Glicemia maior de 110mg/dl
 Triglicerídeos maior de 150 mg/dl  Colesterol HDL baixo

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SÍNDROME CORONÁRIA AGUDA
DEFINIÇÃO: é uma necrose miocárdica ocasionada pela oclusão total de uma coronária por
um trombo. Pode ser uma Angina estável/Instável, ou um IAM.

QUADRO CLÍNICO:
 Dor precordial ou retroesternal constritiva  Náuseas/vômitos/ sudorese
 Com ou sem irradiação para a mandíbula, e membro superior esquerdo

DIAGNÓSTICO:
 Clínico
 Eletrocardiograma
Com supra ST: IAM
Sem supra ST: ANGINA
 Enzimas cardíacas (marcadores de necrose miocárdica, que diferencia uma angina
instável de um IAM sem supra ST, no IAM tem necrose, na ANGINA não tem nrecrose)
Troponina (solicitar de 4 a 6 horas, 24 horas e 7 dias)
-CPK MB (solicitar de 4 a 6 horas, 24 horas e 3 dias)

CLASSIFICAÇÃO DE KILLIP:
Classe I Sem B3 ou crepitações pulmonares (infarto não complicado)
Classe II B3 ou crepitações pulmonares (insuficiência cardíaca moderada, taquicardia)
Classe III Edema agudo de pulmão (insuficiência aórtica grave)
Classe IV Shock Cardiogênico

TRATAMENTO:
-Morfina (diminui a dor e o trabalho respiratório)
-Oxigênio (2 a 4 litros por minuto)
-Nitrato (diminui a dor e a pressão arterial)
-Antiplaquetários (AAS, clopidogrel)
-Beta Bloqueador (metropolol)
-IECA (captopril, enalapril)
-Heparina de Baixo Peso Molecular (anticoagulantes)
-Estatinas (diminui a reação inflamatória e estabiliza a placa)
Se necessário: ANGIOPLASTIA (intervenção destinada a reparar um vaso deformado,
estreitado ou dilatado).

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ASMA
DEFINIÇÃO: É um processo inflamatório crônico das vias aéreas, caracterizado por:
 Inflamação bronquial  Obstrução bronquial  Hiper-reatividade bronquial

ETIOLOGIA:
Extrínsecos Intrínsecos
Alérgenos Exercícios
Fármacos Emocionais
Ambiente
Infecciosos

FISIOPATOLOGIA:
INFLAMAÇÃO (mastócitos, eosinófilos, neutrófilos) liberam MEDIADORES QUIMÍCOS
histamina, leucotrienos) leva a uma REMODELAÇÃO (caracterizado pelo engrossamento
da capa da membrana basal, hipertrofia e hiperplasia dos músculos lisos bronquiais,
dilatação dos vasos, e hiperplasia das glândulas nas mucosas). Causando
HIPER-SECREÇÃO que leva a DIMINUIÇÃO NA LUZ DAS VIAS RESPIRATÓRIAS e
como consequência causa PERDA PROGRESSIVA DA FUNÇÃO PULMONAR

FATORES DE RISCO:
 Temperaturas baixas  Sexo masculino  Obesidade
 Fatores ambientais  Fatores genéticos  Fumaça
 Medicamentos  Exercícios físicos

CLÍNICA:
TRÍADA
 Tosse  Taquipneia
 Dispneia  Opressão torácica
 Sibilancias e roncos  Fatiga

DIAGNÓSTICO:
 Exame físico (tiragem intercostal, aleteio nasal, sibilâncias, sinais de obstrução de vias
aéreas, antecedentes de rinite ou sinusite).
 Espirometria  Radiografia do tórax

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Anomalias congênitas (laringomalácia)  Fibrose cística
 Refluxo gastresofágico (ERGE)  Anafilaxia
 Aspiração de corpo estranho  Bronquiolite

CLASSIFICAÇÃO DE ASMA SEGUNDO GINA


(Global Initiative for Asthma/ Iniciativa global contra asma)

1. ASMA INTERMITENTE (sintomas aparecem menos de uma vez por semana, de início e
piora rápida).
2. ASMA LEVE (sintomas aparecem mais que uma vez por semana, mas tem curta
exacerbação).
3. ASMA PERSISTENTE MODERADA (sintomas diários, exacerbação forte, faz uso de
bronco dilatador diariamente).
4. ASMA PERSISTENTE GRAVE (sintomas diários, existe limitação para atividades físicas).

TRATAMENTO:
PERSISTENTE Glucocorticóide inalatório
LEVE Exemplo: BUDESONIDA
PERSISTENTE Beta2-agonista de ação curta + glucocorticóide
MODERADA Exemplo: SALBUTAMOL + BUDESONIDA
PERSISTENTE A ntileucotrieno + beta2-agonista de ação longa + glucocorticóide
GRAVE Exemplo: MONTELUCASTE + SALMETEROL + BUDESONIDA

TRATAMENTO DE EMEGENCIA DA CRISE ASMÁTICA


1. Nebulização com FENOTEROL (2,5 a 5 mg/ 10 a 20 gotas, em 10 minutos)
Paciente teve boa resposta? Mandar para casa com FENOTEROL AEROSSOL (2 a 5 Puff
a cada 4 horas)
Não teve boa resposta? Fazer o segundo esquema.

2. Nebulização com FENOTEROL (5 mg, 1 gota cada 3 quilos) +


Brometo de Ipratrópio (ATROVENT, máximo 20 gotas) +
PREDNISONA 60 mg

Se o paciente não responde ao segundo esquema, encaminha-lo para a sala de terapia


intensiva, com oxigeno terapia.

IMPORTANTE: fazer orientações ao paciente, e seus familiares sobre ter controle ambiental,
mudanças de hábitos e medicações.

DICAS DE FÁRMACOS:
 Agonista Beta2 adrenérgico de curta duração SALBUTAMOL, FENOTEROL,
TERBUTALINA.
 Agonista Beta2 adrenérgico de ação prolongada SALMETEROL, FORMETEROL.
 Corticoides inalatórios BUDESONIDA, BECLOMETASONA
 Antagonista de leucotrienos MONTELUCASTE
 Brometo de ipratrópio ATROVENT

23
PNEUMONIA
DEFINIÇÃO: é a infecção do parênquima pulmonar
ETIOLOGIA:
1. Pneumonia Adquirida na Comunidade
Típicos:
 Estreptococos Pneumoniae  Haemophillos Influenzae

Atípicos:
 Mycoplasma Pneumoniae  Clamydia Pneumoniae
 Legionella  Fungos: Cândida, Aspergillus
 Vírus: Parainfluenzae, Sincitial respiratório, Adenovirus

2. Pneumonia Nosocomial (intrahospitalaria)


 Staphylococcus Aureus  Pseudomonas
 Streptococcus Pneumoniae Persistente  Aeróbios Gram (-)

FATORES DE RISCO:
 Pessoas maiores de 65 anos  Imunossupressão  Desnutrição
 Uso de esteroides  Alcoolismo  Bronquiectasia
 Uso recente de antibióticos  Comorbidades

ETAPAS INFLAMATÓRIAS DA PNEUMONIA:


CONGESTÃO A invasão bacteriana faz com que os alvéolos se encham de
dura de 24 a 48 horas exsudato inflamatório consolidação do tecido pulmonar
HEPATIZAÇÃO O exsudato com neutrófilos, eritrócitos, e fibrina enche os espaços
VERMELHA alveolares aspecto avermelhado, semelhante ao fígado
dura de 3 a 4 dias
HEPATIZAÇÃO Desintegração progressiva de eritrócitos e organização do
CINZENTA exsudato fibrino-purulento aspecto de cor parda, acinzentada.
dura de 3 a 4 dias
RESOLUÇÃO O exsudato consolidado nos alvéolos experimenta uma digestão
consolidação enzimática para reabsorção dos fagócitos ou expectoração.

QUADRO CLÍNICO:
TRIADA  Dispneia
 Febre  Mal-estar geral
 Tosse  Cefaleia
 Infiltrado pulmonar  Dor pleural

Características clinicas de uma pneumonia TÍPICA:


 Febre de forma aguda  Tosse com expectoração purulenta
 Dispneia  Consolidação (no raio x)

Características clinicas de uma pneumonia ATÍPICA:


 Febre insidiosa  Padrão intersticial em PARCHES (no raio x)
 Tosse seca  Sintomas extrapulmonares como diarreia, náuseas, vômitos,
mialgias

24
DIAGNÓSTICO:
História clínica + exame físico (taquipneia, febre, taquicardia, diminuição da saturação de
oxigênio, estertores crepitantes, bronco fonia)

O que encontramos no exame físico?


 Na palpação: frêmito toraco-vocal aumentado (vibração vocal)
 Na percussão: matidez ou submatidez
 Na ausculta: murmúrios vesiculares diminuídos, crépitos e estertores, sopro tubário.

Radiografia de tórax (infiltrados lobulares, padrão intersticial)


Hemocultivo (nas pneumonias graves)
Prova de esputo + cultivo
PCR (para agentes como a Clamydia e Mycoplasma pneumoniae)
Broncoscopia (em pacientes com imunossupressão)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Tuberculose pulmonar  Bronquite  Embolia pulmonar
 Derrame pleural  Neoplasia pulmonar

PREVENÇÃO:
Vacina contra influenza
Vacina contra pneumococos em pessoas de 65 anos acima, e em pessoas com
comorbidades (HTA, DM, Dislipidemias, Insuficiência cardíaca, câncer...)

CURB-65 Caracteriza a gravidade das pneumonias adquiridas na comunidade.


C Confusão mental 1 ponto
U Ureia > 43 mg/dl 1 ponto
R Respiração (FR >30) 1 ponto
B Baixa pressão arterial < 90/60 mmHg 1 ponto
65 Pessoas de 65 anos ou acima 1 ponto
RESULTADOS
 0 a 1 ponto: tratamento ambulatorial
 2 pontos: internação hospitalar
 3 a 5 pontos: internação hospitalar + UTI

TRATAMENTO:
1. EXTRAHOSPITALARIO (ambulatorial), sem antecedentes de uso de antibióticos nos
últimos 3 meses.
SE O PACIENTE ESTA PREVIAMENTE SANO:
 Azitromicina (500mg cada 24 horas VO)  Claritromicina (500mg cada 12 horas VO)
 Doxicilina (100mg cada 12 horas VO)  Amoxicilina (500 mg cada 8 horas VO)

SE O PACIENTE TEM COMORBIDADES:


 Levofloxacina (750mg cada 24 horas VO)  Ceftriaxona (1gr IV cada dia) + Doxicilina
(100mg cada 12 horas VO)

25
2. INTRAHOSPITALARIO (em pacientes cardiopatas, pneumopatas, maiores de 65 anos e
se fez uso de antibióticos nos últimos 3 meses)
 Levofloxacina (500mg IV) + Claritromicina (500mg cada 12 horas VO) ou
 Ceftriaxona (1gr IV) + Doxicilina (100mg cada 12 horas VO).

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA


 Sem fatores de risco para PSEUDOMONAS
 Ceftriaxona + Claritromicina

Com fatores de risco para PSEUDOMONAS


 Cefepime ou Meropenem (1gr cada 8 horas IV) + Ciprofloxacina (400mg IV cada 24 horas)

Com fatores de risco para S. AUREUS (RESISTENTE)


 Agregar Vancomicina (1gr IV cada 12 horas)

26
BRONCOPNEUMONIA
DEFINIÇÃO: É uma infecção de origem violenta e repentina que produz inflamação nos
pulmões e brônquios, causando transtorno respiratório.
Ataca mais ás crianças, e pessoas idosas
Quase sempre vem de um catarro mal curado ou imunossupressão.

ETIOLOGIA:
VIRAL
 Vírus Sincicial Respiratório  Adenovírus
 Influenza  Para influenza

BACTÉRIAS
 Haemophylus Influenzae  Estreptococos Pneumoniae
 Pseudomona  Estafilococo Aureus

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 Tosse intensa e fatiga  Taquipneia, expectoração,  Estertores crepitantes
decaimento
 Febre com transpiração e escalafrios por uma média de 3 dias.

Na broncopneumonia Staphylocócica: acontece uma inflamação necrotizante com


empiema e pneumotórax.

Na broncopneumonia Estreptocócica: existe um exsudato hemorrágico e flegmonoso,


pobre em fibrina.

A diferença de Broncopneumonia e Pneumonia é que na broncopneumonia não


possui fases evolutivas, e o exsudato é pobre em fibrina.

FATORES DE RISCO:
 Desnutrição  Aspiração de conteúdo gástrico
 Imunodeficiência  Infecções do sistema respiratório superior

COMPLICAÇÕES:
 Abscesso pulmonar  Empiema pleural
 Bacteriemia  Pericardite supurada

DIAGNÓSTICO:
 Clinico  Radiografia de tórax
Hemograma/hemocultivo  PCR

TRATAMENTO:
De acordo com o agente patológico causal.
 Antitussivos e expectorantes
 Antipiréticos
 Bastante ingestão de líquidos
 Antibiótico terapia

27
TUBERCULOSE
DEFINIÇÃO: Doença bacteriana, causa pelo Mycobacterium Tuberculoses Bacilo De
Koch (são bacilos aeróbios com parede celular rica em lipídios, e são BAAR que quer dizer:
Bacilo Álcool Acido Resistente).
 Período de incubação é de 6 a 14 semanas.

TRANSMISSÃO: (somente pela secreção)


 Tosse, espirro ou gotas de saliva (por conversar de perto)
 Acontece pela inalação de Aerossol da via respiratória BACILIFERA (gotículas de
Flugges)
 Somente os pacientes com a doença ativa podem transmitir.

FATORES DE RISCO:
 Crianças menores de 5 anos, e adultos  Pacientes imunodeprimidos (AIDS, HIV)
maiores de 60 anos  Alcoolismo
 Desnutrição  Diabetes mellitus

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 Tosse a mais de 2 semanas (sintomático respiratório)
 Sudoração noturna  Dor torácico
 Hemoptise (não necessariamente)  Perda de peso
 Anorexia  Febre

DIAGNÓSTICO:
 Clínico
 Baciloscopia seriada (3 amostras)
 Radiografia de tórax (se nota consolidação parenquimatosa...)
 Prova tuberculínica PPD (derivado de proteína purificada)
Se realiza mediante a TÉCNICA DE MANTOUX (se aplica na cara anterior do antebraço
esquerdo 0,01ml e espera 72 horas).

RESULTADOS:
 0 a 4 mm = não reagente (provavelmente nunca teve contato com o bacilo)
 5 a 9 mm = reagente débil (quando se teve contato com o bacilo, por exemplo ao vacinar
com a BCG)
 Maior que 10 mm = forte reagente

CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO SEGUNDO STEGEN, KAPLAN E TOLEDO


PARAMETRO CRITÉRIOS DE EVALUAÇÃO PONTOS
Bacteriológico Isolamento da Mycobacterium Tuberculoses 7
Anatomo-Patológico Granuloma Especifico 4
Imunológico Reação Tuberculínica 3
Radiológico Padrão Sugestivo De Tuberculose 2
Clínico Sintomatologia Sugestiva De Tuberculose 2
Epidemiológico Antescedentes De Contato Com A Tuberculose 2

28
RESULTADOS
 0 a 2 pontos = não é tuberculose.
 3 a 4 pontos = suspeitoso de tuberculose, deve realizar mais investigações.
 5 a 6 pontos = sugestivo de tuberculose, pode-se realizar prova terapêutica.
 Mais que 7 pontos = certeza de tuberculose, iniciar o tratamento

TRATAMENTO:
Como fazer uma prescrição para pacientes hospitalizado com Tuberculose?
“PACIENTE DEVE ESTAR EM ISOLAMENTO RESPIRATÓRIO”.
1. Dieta hiperprotéica e hipercalórica
2. Tampão heparinizado
3. Controle de signos vitais
4. Ceftriaxona 1gr cada 12 horas EV
5. Claritromicina 500mg cada 12 horas VO
6. Codeína 10ml cada 8 horas VO
7. Ranitidina 50mg cada 12 horas EV
8. Dipirona (metamizol) 1gr se febre
9. Tratamento especifico para tuberculose (ver abaixo)
10. Comunicar câmbios.

Obs.: São critérios para internação:


febre alta, hemoptise, reações toxicas a drogas, fracassos terapêuticos e
multirresistências,paciente imunodeprimidos.
TRATAMENTO ESPECIFICO DE TUBERCULOSE

MEDICAMENTO DOSE APRESENTAÇÃO EFEITOS COLATERAIS


ISONIACIDA 5mg/kg/dia Comp. De 100mg Neuropatia periférica
RIFAMPICINA 10mg/kg/dia Comp. De 300mg Urina laranjada, mal-estar
gastrointestinal
ETAMBUTOL 15mg/kg/dia Comp. De 400mg Neurite óptica
PIRAZINAMIDA 25mg/kg/dia Comp. De 500mg Hepatite
Artrite
Hiperuricemia
ESTREPTOMICINA 15mg/kg/dia Frasco

ESQUEMAS DE TRATAMENTO NA BOLIVIA

ESQUEMA I (usado em casos novos, tem duas fases e dura 6 meses)


 PRIMEIRA FASE (dura 2 meses, e tem 52 doses)
Isoniacida Rifampicina
Etambutol Pirazinamida

 SEGUNDA FASE (dura 4 meses, e tem 104 doses)


Isoniacida Rifampicina

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ESQUEMA II (usado em casos de abandono, retratamento e fracasso terapêutico, tem
três fases e dura 8 meses)
 PRIMEIRA FASE (dura 2 meses)
Isoniacida Rifampicina
Etambutol Pirazinamida
Estreptomicina

 SEGUNDA FASE (dura 1 mês)


Isoniacida Rifampicina
Etambutol Pirazinamida

 TERCEIRA FASE (dura 5 meses)


Isoniacida Rifampicina Etambutol

ESQUEMA III (usado em pacientes pediátricos e gestantes tem 2 fases e dura 5 meses)
 PRIMEIRA FASE (dura 2 meses)
Isoniacida Rifampicina Pirazinamida

 SEGUNDA FASE (dura 3 meses)


Isoniacida Rifampicina

OBSERVAÇÃO: O tratamento é feito de segunda-feira a sexta-feira, descansa os fins de


semana. Se o paciente não estiver hospitalizado, ele deve buscar os medicamentos em
postos de saúde.

IMPORTANTE: Em caso de tuberculose persistente se deve tratar com:


 Amikacina Tratamento diário durante 15 dias, logo tomar 2 vezes na semana
 Ofloxacino durante 6 meses
 Clofazimina

COMPLICAÇÕES DE TUBERCULOSE:
 Fibrose Pulmonar  Pneumonia
 Cavitação  Bronquiectase
 Atelectasia  Derrame pleural

30
DPOC / EPOC
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

DEFINIÇÃO: Doença pulmonar obstrutiva crônica, caracterizada pela limitação do fluxo


aéreo, pelo dano do parênquima pulmonar e por uma obstrução bronquial.
ETIOLOGIA:
 Consumo de tabaco
 Habito de cozinhar a lenha
 Vapores de automóveis e substancias químicas
 Fatores genéticos (como a deficiência de antitripsina)

TIPOS:
 ENFISEMA (diminuição da elasticidade dos pulmões e destruição dos alvéolos)
 Centroacinar (tabagistas)
 Panacinar (deficiência de antitripsina)

BRONQUITE OBSTRUCTIVA CRÔNICA


DIFERENÇAS ENTRE:
BRONQUITE SIMPLES BRONQUITE OBSTRUTIVA CRÔNICA
Produção excessiva de moco (noite) Edema de parede bronquial
Diminuição dos movimentos ciliares Inflamação crônica
Tosse produtiva por mais de 3 meses em 2 Acontece fibrose
anos
Pessoa tabagista ou não Pessoa tabagista

FISIOPATOLOGIA:
Agente etiológico ingressa pelas vias aéreas Produz uma limitação do fluxo
aéreo Causando danos no parênquima pulmonar

Levando a obstrução dos brônquios


QUADRO CLÍNICO:
Tem uma evolução insidiosa e progressiva
 Tosse Produtiva  Dispneia  Sibilancias e roncos
 Cansaço progressivo (geralmente aos esforços)

Existem 2 estereótipos da DPOC


ENFISEMA PINK PUFFER
 Hipóxia relativa  Tórax em “tonel”
 Magros  Dispneia (de tipo expiratório)
 Na ausculta os murmúrios vesiculares vão estar diminuídos, sem ruídos sob agregados

 BRONQUITE OBSTRUTIVA CRÔNICA BLUE BLOATER


 Que dizer inchados azuis  Obesos  Apneia noturna
 Na ausculta tem presença de sibilos, roncos e estertores.
 Hipóxia significativa com cianose
 Cor pulmonale (tipo de insuficiência cardíaca, onde existe a diminuição da capacidade de
funcionamento das câmaras direitas do coração, caracterizado por edemas periféricos,
distensão das veias do pescoço, hepatomegalia...)

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CLASSIFICAÇÃO DE DISPNEIA
 GRAU 0: caminha com ausência de dispneia
 GRAU 1: dispneia ao andar rápido ou subir elevações
 GRAU 2: não consegue acompanhar as pessoas com quem caminha
 GRAU 3: precisa descansar a cada 100 metros
 GRAU 4: dispneia até em repouso

TRATAMENTO:
1. Mudanças no estilo de vida
2. Fármacos (oxigênio terapia/ broncodilatadoresfenoterol, salbutamol, teofilina)
3. Cirúrgico (ressecção do parênquima pulmonar, lobotomia, ou transplante pulmonar)

32
ATELECTASIA
DEFINIÇÃO: É o colapso de uma parte ou todo o pulmão.

CAUSAS:
 Obstrução das vias aéreas (brônquios e bronquíolos)
 Pressão na parte externa do pulmão

FATORES DE RISCO:
 Anestesia  Tubo de respiração
 Objeto estranho nas vias respiratórias  Doenças pulmonares
 Moco que tampa as vias respiratórias  Tumores
 Derrame pleural (pressão causada pela acumulação de líquidos entre as costelas e o
pulmão)
 Repouso prolongado (com poucas trocas de posição)

SINTOMAS:
 Dificuldade respiratória  Dor torácica  Tosse

DIAGNÓSTICO:
 Broncoscopia  TAC do tórax
 Radiografia do tórax (podemos ver um deslocamento das cissuras, perda da aeração
pulmonar, elevação das cúpulas frênicas, desvio do mediastino para o lado da atelectasia).

TRATAMENTO:
Tem que voltar a expandir o tecido pulmonar afetado
 Extração de líquidos (se tem)  Palmear (para soltar o moco)
 Exercícios respiratórios  Broncodilatadores

COMPLICAÇÕES:
A pneumonia é a principal complicação da atelectasia.

33
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU)
DEFINIÇÃO: é uma infecção em alguma parte do sistema urinário, pode ser nos rins
(pielonefrite), na bexiga (cistite), ou na uretra (uretrite).
São mais frequentes nas mulheres, pela uretra curta e pelas características da flora vaginal.
CLASSIFICAÇÃO:
Segundo a anatomia
 Baixas: Cistite y Uretrite  Altas: Pielonefrite

 Segundo a clinica
 Não complicada:
 Trato urinário normal.  Sem presença  Sintomas presentes nas
de obstruções. vias urinarias baixas.

 Complicada:
 Gestantes  Pacientes imunocomprometidos.
 Infecção de vias urinarias altas em  Infecção urinaria em qualquer parte nos
mulheres. homens.
 Insuficiência renal.  Transplantados renais.
 Malformações do trato urinário.  Presença de cálculos, abscessos,
cateteres.

VIAS DE INFECÇÃO:
 Ascendente  Hematógena  Linfática

ETIOLOGIA:
 Bactérias Gram (-)
 E. Coli (90%)  Klebsiella  Proteus Mirabilis  Pseudômonas

 Bactérias Gram (+)


Estafilococos Saprophyticus
 Fungos
Cândida Albicans

 FATORES DE RISCO:
 Sexo feminino (pela uretra curta)  Uso de sondas
 Má higienização  Gravidez
 Homens com a glande coberta  Sexo sem proteção
 Debates mellitus  Hiperplasia prostática benigna

DIAGNÓSTICO:
 Exame clinico
 EAS (na Bolívia chama EGO- exame general de orina)
Tem presença de marcadores de inflamação (leucócitos aumentados).
 Urocultura: > 100.000 UFC/ml

34
CISTITE
A bactéria ascende pela uretra e chega a bexiga, onde se reproduz causando uma
inflamação da mucosa vesical.
CLÍNICA: Disúria (dificuldade para urinar)
Polaciúria (maior o número de micções com diminuição do volume da urina)
Nictúria (maior volume de urina durante a noite)
Dor supra púbica
Urgência miccional/ tenesmo vesical
NO EXAME DE URINA: Piuria, esterase leucocitária, nitritos, Ph Aumentado, hematúria
(menos frequente).

TRATAMENTO:
 Bactrim (trimetropim + sulfametoxazol) 1 comprimido cada 12 horas durante 7 dias
 Ciprofloxacina 500mg cada 12 horas durante 7 dias
 Nitrofurantoína 50 a 100 mg cada 6 horas durante 7 dias

URETRITE
É a inflamação ou infecção da uretra, pode ser gonocócica (causada pela bactéria Nesseria
gonorrheae) e não gonocócica, e também existem os casos mais raros como as uretrites
traumáticas (por sondas, corpo estranho), uretrite associada a neoplasia ou condiloma
intrauretral.

CLÍNICA:
 Disúria  Prurido uretral  Urina turva e as vezes fétida

TRATAMENTO:
o Gonocócica: Penicilina benzatínica 2,4 milhões UI
o Não gonocócica: Bactrim ou Norfloxacina

PIELONEFRITE
É a infecção do parênquima, cálice e pelve renal.

CLÍNICA:
 Febre (alta)  Náuseas/ Vômitos
 Escalafrios TRÍADA  Mal-estar geral
 Dor no flanco  Sinal de Giordano positivo

DIAGNÓSTICO:
 Clínico  EAS (ego)
 Urocultura + antibiograma  TAC (para alguma dúvida, falhas
terapêuticas, abscesso, cálculos)
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Apendicite  Cólica renal/ litíase  Gravidez ectópica

TRATAMENTO:
Fazer o tratamento empírico com ciprofloxacina 500mg cada 12 horas até sair o resultado do
antibiograma, e tratar com antibiótico especifico.
E fazer a Hidratação, analgesia e uso de antipiréticos em razões de necessidade.

35
SÍNDROME NEFRÍTICA
O que é síndrome?
Conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença ou uma condição.

DEFINIÇÃO: é uma inflamação glomerular e deterioro da sua função, secundário a causas:


 Autoimunes  Metabólicas  Infecciosas
Obs.: Aparece mais na infância.

ETIOLOGIA:
 Estreptococo hemolítico do grupo A (88%)  Otite, faringite, amigdalite (12%)

CLASSIFICAÇÃO: é dada segundo os níveis de complementos


Níveis de complemento baixo:
 Lúpus  Glomerulonefrite membranoproliferativa
 Endocardite bacteriana subaguda  Glomerulonefrite post-estreptocócica

Níveis de complemento normal:


 Granulomatose de  Enfermidade de membrana basal  Enfermidade por IgA
Weneger glomerular

SISTEMA DE COMPLEMENTO:
É um conjunto de proteínas sanguíneas que atuam promovendo as respostas inflamatórias e
imunes. Tem a função de destruir substancias estranhas como vírus e bactérias.
Principais componentes: C1 até C9
Valores normais:
 C3 é de 83 a 177 mg/dl
 C4 é de 16 a 47 mg/dl

MANIFESTAÇÕES CLÍNICA:
 Hipertensão Arterial
 Edema de membros inferiores TRÍADA
 Hematúria
 Proteinúria (não massiva, menor de 3,5g)

DIAGNÓSTICO:
 Hematúria + proteinúria  Creatinina sérica
 Oligúria  Excreção de proteínas
 Edema de membros inferiores  Biopsia renal
 Hipertensão Arterial

TRATAMENTO:
Diminuir a pressão arterial e a sobrecarga de líquidos com restrição de sal e água.
Penicilina Benzatinica
 Menor de 25 kg: 600.000 Dose única IM  Maior de 25 kg: 1,200.000 Dose única IM
 Diuréticos de ASA

36
SÍNDROME NEFRÓTICA
DEFINIÇÃO: É o aumento da permeabilidade glomerular, caracterizado por:

PROTEINÚRIA maior de 3,5g/dia em adultos maior de 50 mg/dia


em crianças
EDEMA (ascite, anasarca...) TRÍADA
HIPOALBUMINEMIA (< de 2g/dl)

ETIOLOGIA:
PRIMÁRIA
 Glomerulonecrose focal ou  Nefropatia membranosa  Glomerulonefrite
segmentaria membranoproliferativa

SECUNDÁRIA
 Nefropatia diabética  Nefropatia por hipertensão arterial  Nefropatia por HIV

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 Edema periférico  Derrame pleural/ ascite  Anorexia
 Dor abdominal  Hiponatremia

DIAGNÓSTICO:
 EAS (EGO): proteinúria >3,5 g - Lipidos ovaladoscruz de malta
 Biopsia Renal (se necessário)
TRATAMENTO:
Controle da pressão arterial (IECA/ARA II)
Restrição de sal, líquidos e proteínas
Diuréticos (tíazidicos, ASA)

COMPLICAÇÕES:
 Aumento do risco de tromboembolismo pulmonar
 Insuficiência Renal Crônica

37
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA
DEFINIÇÃO: Perda súbita da função renal que aparece em horas ou dias.
Se manifesta pela diminuição da capacidade de eliminar AZOADOS (são compostos
nitrogenados do sangue, como a ureia e a creatinina).

AZOTEMIA: é o aumento da ureia e da creatinina, com uma diminuição na taxa de filtração


glomerular (TFG).
 A taxa de filtração glomerular é inferior a 50 ml/min

Observação: a Taxa de filtração glomerular (TFG) normal é: 90 a 120 ml/min


(140 - idade) x Peso(kg) “Formula para
TFG= = X 0,85 calcular a TFG”
72 x creatinina (mg/dl)

ETIOLOGIA:
 Drogas, tabaco, álcool  Insuficiência cardíaca  Hipertensão arterial
 Diabete mellitus  Pancreatite  Alimentos como sal, fritura,
refrigerante...
FISIOPATOLOGIA:
Os rins têm as funções de absorção, filtração e excreção.
Agente etiológico ataca o sistema renal Alterando a funcionalidade ( o rim não pode
filtrar e eliminar as toxinas) O rim fica sem eliminar os líquidos, causando edema
edema pode ocasionar obstrução Levando a uma diminuição da filtração
glomerular, que causa anúria. Possibilitando um compromisso anatômico.

CLASSIFICAÇÃO:
1. PRÉ RENAL (40 a 70 % dos casos)
A principal causa é a desidratação

 Hipovolemia: hemorragia, diarreia, vômitos, diabetes insipida, queimaduras, shock


hipovolêmico.
 Diminuição do gasto cardíaco: Insuficiência cardíaca, IAM, arritmias
 É reversível (assim que restabelecer o fluxo renal).
 As principais manifestações clinicas são:
 Mucosas secas  Hipotensão postural
 Turgência jugular  Dispneia

2. INTRÍNSECA (10 a 50 % dos casos) As causas podem ser:


 Obstrução vascular renal: isquêmica, trombose, aterosclerose, embolia.
 Enfermidades glomerulares e vasculares: glomerulonefrite, hipertensão maligna, pré-
eclâmpsia, microangiopatia trombótica.
 Toxicas: aminoglucosideos, metrotexate, contrates.
 Obstrução intratubular: ácido úrico
 Nefrite intersticial: antibiótico, alergia, outras drogas.
É reversível
As principais manifestações clinicas são:
 Febre  Rash cutâneo  Sintomas articulares

3. PÓS RENAL (10 % dos casos)


38
As principais causas são:
 Obstrução ureteral: por cálculos, coágulos ou tumores  Estenose de uretra
É reversível
As principais manifestações clinicas são:
 Giordano positivo  Disúria e hematúria

OS SINTOMAS GERAIS DA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA SÃO:


 Pele seca  Oliguria  Anuria  Constipação  Edema

ESTÁGIOS DA INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA


Estágio Creatinina sérica Diurese
I Aumento de 0,3 mg/dl do valor basal (150 Menor a 0,5ml/hora durante 6 horas
a 200%)
II Aumento de 200 a 300% do valor basal Menor a 0,5ml/hora durante 12 horas
III Aumento de mais de 300% do valor basal Menor a 0,3ml/kg/hora durante 24
(maior que 4mg/dl) horas, ou anuria por 12 horas.

Observação:
 Valor normal da diurese é: 1500 a 2000 ml por dia
 Anuria é: menos que 100 ml/dia
 Oliguria é: menos que 400 ml/dia

DIAGNÓSTICO:
 Clinico  Perfil renal (ureia e creatinina)
 Ionograma  Ácido úrico
 Clearance de creatinina (80 a 150 ml/min)  Hemograma (eosinofilia)

COMPLICAÇÕES:
 Infecções pulmonares e renais  Sepse
 Hiperpotassemia  Anemia
 Necrose tubular aguda (NTA)

Os principais fatores para uma NTA são:


 PAS menor que 80mmHg  Insuficiência Cardíaca
 Sepse  Cirurgias Prolongadas

TRATAMENTO:
Observação: manter Pressão Arterial Sistólica maior a 80 mmHg e uma adequada
oxigenação tecidual.

1. Tratamento para IRA pré-renal


 Reposição volêmica com cristaloides  Estabilização hemodinâmica
 Aumentar o gasto cardíaco (com vasopressores, como a dobutamina e dopamina)

2. Tratamento para IRA intrínseca


 Buscar e tratar a causa especifica  Reposição volêmica (restrição de sódio e potássio)
 Correção de distúrbio ácido-base  Balance hídrico (com diuréticos de ASA)
(acidose metabólica)

39
3. Tratamento para IRA pós-renal
 Resolver a obstrução ( por exemplo, com  Citoscopia (para colocação de cateter
sonda folley) duplo J)
 Nefrostomia

INDICAÇÃO PARA DIÁLISE URGENTE:


 Acidose grave
 Eletrólitos alterados ( aumento de Cálcio e potássio, azotemia com uma ureia maior a 200,
e creatinina maior a 8)
 Intoxicações
 Sobrecarga de volume
 Uremia

40
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
DEFINIÇÃO: é a perda progressiva e irreversível da função renal.
A Taxa de filtração glomerular é menor que 60 ml/min por mais que 3 meses

ETIOLOGIA:
 Nefropatia diabética  Hipertensão arterial  Glomerulopatias, tubulopatias
 Glomerulonefrite crônica  Rins policísticos  Uropatias obstrutivas

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 A nível digestivo: anorexia, vômito, hálito urêmico, doenças acidopépticas
 A nível cardiovascular: insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, pericardite,
aterosclerose generalizada
 A nível do sistema nervoso: encefalopatia, uremia, convulsões
 A nível da pele: prurido, coloração amarelada, escarchas urêmicas
 A nível hematológico: anemia, equimose, hemorragias
 A nível metabólico: hiperfosfatemia, hipopotassemia, acidose metabólica
 A nível ósseo: osteodistrofia renal, osteomalacea, osteosclerose

DIAGNÓSTICO:
 História clínica: antecedentes de Diabetes Mellitus/ Hipertensão Arterial
Sintomatologias urêmicas
 Exame físico
 Exames laboratoriais (hemograma, ureia, creatinina, glicemia, proteínas totais, albumina,
ionograma)

ESTÁGIOS DA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA


Estágio Descrição TFG
I Dano renal com TFG normal ou levemente Maior ou igual a 90 ml/min
elevada
II Dano renal leve com diminuição da TFG 60 a 89 ml/min
III Dano renal moderado com diminuição da TFG 30 a 59 ml/min
IV Dano renal grave com diminuição da TFG 15 a 29 ml/min
V Falha Renal Menor a 15 ml/min

TRATAMENTO:
Varia segundo os estágios da insuficiência.
 Estágios I e II: Deve tratar as comorbidades para abaixar o risco cardiovascular
 Estágio III: Investigar e tratar as complicações
 Estágio IV e V: preparar o paciente para a Diálise
 Estágio V: deve optar pelo transplante renal

41
DIABETES MELLITUS
DEFINIÇÃO: é um estado de hiperglicemia, causado pela deficiência na produção de insula
ou resistência a ela.
Diabetes significa urina excessiva Mellitus significa doce como o mel

GENERALIDADES:
PÂNCREAS
 É um órgão glandular  Localizado no epigástrio (posterior ao
estomago)
 Peso: 70 a 100 gramas, mede: 10 a 15  Se divide em: cabeça, corpo e cauda.
cm.
 Condutos: de Wirsung e de Santorini  Irrigação: tronco celíaco, mesentérica
superior, esplênica e pancreática transversa
 Função: produção de insulina e glucagon na porção endócrina, e na porção exócrina
participa na digestão secretando enzimas digestivas

INSULINA
 É um hormônio secretado pelas células Beta do pâncreas (ilhotas de Langerhans), esta
formada por 51 aminoácidos.
 Função: é a chave da glicose, para que a glicose entre nas células e se transformem em
ATP (energia)
 Tipos de insulina: de ação lenta (seu efeito começa com 4 horas, alcançando o pico entre
6 a 8 horas), de ação intermediaria (seu efeito começa com 2 horas, alcançando o pico entre
4 a 6 horas), de ação rápida (seu efeito começa com 15 a 30 minutos, alcançando o pico em
2 horas).
 Se pode administrar no abdome, braço, glúteo e coxa.

GLICOSE
 É uma forma simples de açúcar
 Glicemia é a quantidade de açúcar no sangue
 Função: dar ATP (energia) para o organismo (vitalidade do cérebro)
 Valores normais: em jejum 70 a 99 mg/dl
 2 horas depois de comer menor a 140 mg/dl

PRÉ DIABETES
DEFINIÇÃO: É um estado hiperglicêmico, mas seus valores não são suficientemente alto
para diagnosticar uma diabete mellitus.
 Glicemia em jejum: maior que 100 mg/dl e menor que 126 mg/dl
 Glicemia pós comida: maior que 140 mg/dl e menor que 200 mg/dl

FATORES DE RISCO:
 Sedentarismo  Obesidade  Antecedentes familiares de primeiro grau

QUADRO CLÍNICO: (4 P’s)


 Poliúria (aumento do volume de urina)  Polidipsia (sede excessiva)
 Polifagia (fome excessiva)  Perda de peso

COMPLICAÇÕES: Diabete Mellitus tipo 2

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TRATAMENTO: Mudanças no estilo de vida como alimentação saudável, práticas de
exercícios físicos regularmente...

DIABETES MELLITUS
DEFINIÇÃO: É um estado hiperglicêmico, com os valores suficientemente alto para
diagnosticar uma Diabete Mellitus.
 Glicemia em jejum: maior ou igual a 126 mg/dl
 Glicemia pós comida: maior a 200 mg/dl

TIPOS:
 Diabetes mellitus tipo 1  Diabetes mellitus tipo 2  Diabetes gestacional
São mais raras:
 Mody  Lada

COMO DIAGNOSTICAR UMA DIABETES


1. Glicemia em jejum: maior ou igual a 126 mg/dl em duas ocasiões
2. Glicemia sérica aleatória: maior ou igual a 200 mg/dl + sintomas (4 P’s)
3. Prova de intolerância oral a glicose: coleta o sangue logo após a ingesta de 75 mg de
glicose, e depois de 2 horas. O valor para considerar positivo para DM é maior ou igual a 200
mg/dl.

DIABETES MELLITUS TIPO 1


É insulinodependente Hipoinsulinismo absoluto

IMPORTANTE LEMBRAR:
 Nesse caso o pâncreas não produz insulina
 É autoimune ou idiopática
 Corresponde de 5 a 10 % dos casos de DM
 Tem evolução rápida, e pode apresentar cetoacidose.

ETIOLOGIA:
 Fatores genéticos/ ambientais/ autoimunes
FISIOPATOLOGIA:
 O organismo não reconhece e lesiona o pâncreas, fazendo com que não se produza a
insulina.

QUADRO CLÍNICO:
 Poliúria (aumento do volume de urina)
 Polidipsia (sede excessiva) 4 P’s
 Polifagia (fome excessiva)
 Perda de peso
 Fadiga, dor abdominal, náuseas, vômitos, desnutrição e confusão mental (raramente).

TRATAMENTO: como o paciente não produz a insulina, tem que repor de maneira exógena
com a própria INSULINA + dieta + exercícios.
O valor da dose de insulina é: 0,5 a 1 UI/kg/dia (subcutâneo)

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Tipo de Exemplos Início da Pico Duração Aspecto
insulina ação
De ação -Lispro 5 a 15 30 minutos a 3 a 5 horas Cristalino
ultrarrápida -Asparte minutos 1 hora
-Glutisina
De ação rápida -Regular 30 minutos a 2 a 3 horas 5 a 8 horas Cristalino
1 hora
De ação -NPH 2 a 4 horas 4 a 10 horas 10 a 18 Leitoso
intermediaria -Lenta horas
De ação -Glarcina 2 a 4 horas Sem pico 20 a 24
prolongada horas
ESQUEMA I:
o Glargina (50% do total durante a noite) + Lispro (antes das 3 refeições)

ESQUEMA II
o NPH + Regular (subcutâneo)
aplicar 2/3 na manhã (antes do café da manhã, 70% NPH e 30% Regular)
aplicar 1/3 a noite (antes da janta, 50% NPH e 50% Regular)

IMPORTANTE SABER:
Porque é importante medir a glicemia as 03:00am?
 Efeito Somogyi: hiperglicemia matinal, em rebote a uma hipoglicemia entre as 3 e 4 da
manhã, causado por uma alta dose de insulina na janta.
 Efeito alvorecer: hiperglicemia matinal, que acontece devido a baixa dose de insulina, ou
administração muito cedo.

DIABETES MELLITUS TIPO 2


Hipoinsulinismo relativo
Neste caso o pâncreas produz a insulina, mas não é o suficiente.

ETIOLOGIA:
 Fatores genéticos, ambientais, e resistência ou baixa secreção de insulina.

FATORES DE RISCO:
 Obesidade/ sedentarismo/ má alimentação  Antecedentes familiares

FISIOPATOLOGIA:
 As células Beta do pâncreas disfuncionais provocam uma diminuição na secreção de
insulina causando a HIPERGLICEMIA.
 Fígado e músculos não são capazes de captar a glicose causando a HIPERGLICEMIA.

QUADRO CLÍNICO:
 Poliúria (aumento do volume de urina)
 Polidipsia (sede excessiva) 4 P’s
 Polifagia (fome excessiva)
 Perda de peso
 Adinamia, mareio, fadiga

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TRATAMENTO:
 Dieta e exercícios físicos
 AAS (previne eventos cardiovasculares em pessoas maiores de 40 anos)
 Antidiabéticos orais

BIGUANIDAS (diminui a resistência periférica de insulina)


Metformina (500mg cada 12 horas ou 850 mg cada 24 horas)
IMPORTANTE: suspender o uso de metformina, quando a creatinina for maior de 1.5 nos
homens, e maior de 2.4 nas mulheres.

SULFONILUREA (estimula as células Beta do pâncreas a produzir a insulina)


Glibenclamida (2,5 a 5 mg cada 24 horas)

Se a glicemia for maior que 270 mg/dl deve-se usar INSULINA


Antidiabéticos oral + Glargina ou NPH
Para fazer a correção com insulina:
 De 0 a 200 mg/dl = 0 U  De 201 a 249 mg/dl = 3 UI
 De 250 a 300 mg/dl = 6 UI  De 301 a 349 mg/dl = 9 UI
 Maior de 350 mg/dl = 12 UI 

 Os objetivos gerais do tratamento são:


 Manter a glicemia em jejum menor ou  A glicemia pós comida menor a 180 mg/dl
igual a 120 mg/dl

 LDL menor a 100 mg/dl  HDL maior a 40 mg/dl


 Pressão arterial abaixo de 140/90 mmHg

DIABETES GESTACIONAL
DEFINIÇÃO:
É o estado hiperglicêmico, que se diagnostica pela primeira vez na gravidez. Geralmente,
aparece a partir da 24° semana de gestação. Após o parto ocorre normalmente a tolerância a
glicose.

ETIOLOGIA:
 A mesmo organismo produz, atacando o pâncreas.
 A ação da insulina é bloqueada pelos hormônios produzidos pela placenta, causando
resistência a insulina.

DIAGNÓSTICO: glicemia em jejum maior de 105 mg/dl em duas ocasiões.

QUADRO CLÍNICO:
 Poliúria (aumento do volume de urina)
 Polidipsia (sede excessiva) 4 P’s
 Polifagia (fome excessiva)
 Perda de peso

COMPLICAÇÕES:
 Pré-eclâmpsia  Macrossomia fetal

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TRATAMENTO:
Dieta
Atividade física (adequada para a gestação)
Se não há melhora: INSULINOTERAPIA

OUTROS TIPOS DE DIABETES MELLITUS


 MODY (maturity-onset diabetes of the Young)
é a diabete mellitus tipo 2 em jovens menores de 25 anos
é hereditário
transmissão autossômica dominante (determinada em pelo menos três gerações)

 LADA (latente autoinmune diabetes of adult)


é um transtorno autoimune genético
características da DM tipo 1, que surge após os 25 anos.

COMPLICAÇÕES AGUDAS DA DIABETES


1. HIPOGLICEMIA (glicemia <60mg/dl)
Se deve a má administração de insulina
Manifestações clinicas: sudorese, tremores, taquicardia, ansiedade, cefaleia, fome
Tríada de Whipple
 Glicemia menor a 50 mg/dl  Sintomas de hipoglicemia  Melhora dos sintomas com
correção de glicose

Tratamento:
Se hipoglicemia leve tratar com 10 a 20 gramas via oral (Coca-Cola, balas)
Se hipoglicemia grave tratar com 10 a 20 gramas de glicose endovenosa (glucagon).

2. COMA DIABÉTICO (estado hiperglicêmico hiperosmolar)


Glicemia maior de 600 mg/dl
Osmolaridade aumentada (maior de 320 mmol)
Tratamento:
0,1U/kg/hora de Insulina cristalina EV, diluído em solução fisiológica 0,9% até a glicemia
chegar em uma faixa de 300mg/dl.

3. CETOACIDOSE DIABÉTICA
 Glicemia entre 300 a 600 mg/dl  Ph diminuído
 Bicarbonato diminuído  PCO2 aumentado
 Hálito de fruta (maça)

Tratamento:
 Insulinização
Primeiro fazer em bolo a insulina cristalina em bolo EV (5 a 10 UI)
Logo após: 0,05 a 0,1 UI/kg/hora (até alcançar entre 250 a 300 mg/dl)
E depois: insulina cristalina cada 6 horas subcutânea.

 Hidratação
Primeiro fazer um litro de solução fisiológica nos primeiros 30 minutos,

46
Logo após fazer mais um litro na seguinte hora, e depois mais um litro durante as seguintes 6
horas.

COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DA BIABETES


Ocorre pela glicemia elevada, colesterol elevado e hipertensão arterial.
1. NÃO VASCULAR
 Impotência sexual  Gastropatias diabéticas  Infecções dérmicas

2. VASCULARES
 MICROVASCULARES:
 Retinopatia  Nefropatia  Neuropatia (pé diabético)

 MACROVASCULARES
 Infarto Agudo do Miocárdio  Acidente Cerebral Vascular  Arteriopatia periférica

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PÉ DIABÉTICO
DEFINIÇÃO: Alteração clínica de origem neuropática, induzida pela hiperglicemia crônica,
com ou sem a presença de isquemia ou infecção (com ou sem lesões e úlceras no pé).

AGENTES INFECCIOSOS:
 Gram (-) E. Coli/ Proteus/ Klebsiella  Anaeróbios Estreptococos, Pseudomona

FATORES DE RISCO:
 Perda da sensibilidade tátil dolorosa  Calosidades, micoses
 Deformidades (Atropatia de Charcot)  Diabete mellitus de longa duração
 Historia de ulceras ou amputações anteriores

COMO PREVENIR:
 Fazendo um controle da glicemia  Controlando o peso
 Controlando a hipertensão arterial, e  Boa higiene das unhas e dos pés, e usar
dislipidemias. calçados adequados.

CLASSIFICAÇÃO DE WAGNER
GRAU 0 Pé sem lesão, porém com alto risco (deformidades, calos, alterações de
sensibilidade)
GRAU 1 Compromisso dérmico com ulceras superficiais (compromete toda a espessura
da pele, mas não afeta tecidos subjacentes)
GRAU 2 Ulcera profunda, com compromisso de músculos e ligamentos (não compromete
osso, ou formam abscessos)
GRAU 3 Ulcera profunda, com celulite (osteomielite)
GRAU 4 Gangrena localizada (limitada no máximo a 3 dedos do pé ou uma parte do
calcanhar)
GRAU 5 Gangrena extensa (compromete todo o pé)

CONDUTAS DE TRATAMENTO:
1. Inspeção e valoração da lesão (com cirurgião)
2. Exames de rotina (hemograma, ureia, creatinina, glicemia)
3. Radiografia do pé
4. Hemocultura + antibiograma
5. Limpeza, curativo e debridamento diário
6. Antibiótico terapia (de acordo ao tamanho da lesão e o germe, se lesão leve tratamento
oral, se graves tratar com atb endovenoso).
7. Controle de glicemia (valoração com medicina interna)
8. Orientar o paciente a caminhar (para ativar a circulação)
9. Ecografia doppler, arteriografia.
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ANEMIA
DEFINIÇÃO: é a diminuição da hemoglobina.
 Valor normal da hemoglobina:
 Homens: 13 a 18 g/dl  Mulheres: 12 a 16 g/dl (gestantes: até 11 g/dl

CLASSIFICAÇÃO (segundo o valor da hemoglobina)


Leve maior de 10 g/dl  Moderada de 8 a 10 g/dl  Grave menor que 8 g/dl

GENERALIDADES:
 VCM (volume corpuscular médio) indica o tamanho do glóbulo vermelho.
Valor normal: 80 a 100 Fl (fentolitros)
 VCM aumentado (>de 100Fl) MACROCÍTICA
Características de anemia megaloblástica, e hemolíticas
 VCM diminuído (<80Fl) MICROCÍTICA
Característica de anemia ferropénica, anemia de enfermidades crônicas.
 VCM normal (80 a 100Fl) NORMOCÍTICA
Característica de anemia ferropriva, hemolíticas, aplásicas.
 HCM (hemoglobina corpuscular média) indica a quantidade de hemoglobina dentro do
glóbulo vermelho.
Valor normal: 27 a 32 pg (picogramo)
 HCM diminuído (<27pg) HIPOCRÔMICA
Característica de anemia por déficit de ferro.

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DE UMA SÍNDROME ANÉMICA:


Dispneia ao esforço  Taquicardia  Debilidade
 Cansaço/astenia  Cefaleia  Hemoglobina menor a 9g/dl (palidez de
mucosas)

ANEMIA FERROPÉNICA
 Déficit de ferro (valor normal do ferro= 60 a 150 mg/dl)  Microcítica, Hipocrômica

Manifestação clinica
 Intolerância ao esforço  Sonolência/ irritabilidade
 Cansaço físico desproporcional  Palidez de mucosa e palma da mão
 Glossite (despapilado, atrofia papilar)  Queilite/ queilose (rachadura dos lábios)
 Perversão do apetite (PICA)  Unhas quebradiças
 Disfagias  Agravamento de doenças crônicas de base

Diagnóstico
 Clinico  Hemograma completo
 Ferro sérico  Ferritina
 Saturação de transferrina

Tratamento
1. Buscar a causa
 Geralmente em crianças é secundaria a parasitos, prematuridade, peso baixo ao nascer,
uso de leite de vaca...
 Em adultos, causada por uma hipermenorreia ou gravidez nas mulheres, gastrectomia...
 Em idosos, câncer de colón, hemorroida interna...
49
2. Iniciar o sulfato ferroso
 Em adultos 200 mg cada 8 horas (antes das refeições).
 Em crianças 5mg/kg/dia (2 horas antes das comidas, associado a vitamina C).

ANEMIA MEGALOBLÁSTICA
Déficit de vitamina B12 e/ou ácido fólico
Grande quantidade de glóbulos vermelhos imaturos e grandes.
Macrocítica (VCM > 110), normocrômica (HCM normal)

Etiologia:
Carência de vitamina B12 Carência de ácido fólico
 Hábitos vegetarianos  Prematuridade  Gravidez
 Pancreatite crônica  Alcoolismo Intolerância ao leite materno

Manifestações clínicas:
Características de anemias por carência. Características da falta de vitamina B12
 Glossite  Fatiga  Irritabilidade
 Queilite  Síndrome neurológico  Cefaleia
Palidez  Parestesias  Cansaço

OBSERVAÇÃO: Existe a ANEMIA PERNICIOSA, é autoimune, que causa a destruição do


corpo e fundo gástrico, que prejudica a absorção da vitamina B12. Sendo assim, não tem
células parietais (são as que produzem o fator intrínseco e o ácido clorídrico).

Sintomas:
 Diarreia  constipação  Fatiga
 Palidez  Inflamações  Déficit de concentração

Diagnóstico:
Hemograma completo Bilirrubina aumentada
Hemoglobina diminuída, VCM aumentado, Acido fólico/ vitamina B12 diminuídos
HCM normal

Tratamento:
1- Déficit de vitamina B12 2- Déficit de ácido fólico
Vitamina B12 IM 1000mg/dia ou Vitamina B12 VO Ácido fólico 1 a 5mg/dia
2000mg/dia
Durante 7 dias, logo
2 vezes por semana durante 4 semanas, logo 1 vez
por mês

ANEMIA HEMOLÍTICA
 Normocítica  Autoimune e Hereditária  Aumento da destruição dos eritrócitos

Manifestações clínicas:
 Palidez  Icterícia  Esplenomegalia
 Cefaleia  Mareio  Unhas quebradiças
Tratamento:

50
 Se emergência: fazer transfusão  Uso de ácido fólico e suplemento de ferro
sanguínea
ANEMIA FALCIFORME
Hemoglobinopatia hereditária
Causa a produção anormal dos glóbulos vermelhos, que ficam deformados (tornando-os
frágeis, que se rompem com facilidade)
Eritrocito em forma de “foice”

Normal Falciforme

Causa isquemia, pela diminuição do fluxo sanguíneo

Manifestações clínicas:
 Icterícia  Crises Oclusivas Dolorosas  Anemia Hemolítica Severa

Tratamento:
 Ácido fólico 5mg/dia VO  Vacinas para Hepatite B e Haemophylos Influenzae do
grupo B.

51
HEPATITE
DEFINIÇÃO: É a inflamação do fígado.
Hepa: hepatócitos
Ite: Inflamação

CLASSIFICAÇÃO:
 Hepatite A  Hepatite B  Hepatite C
 Hepatite D  Hepatite E  Hepatite Alcoólica
 Hepatite fulminante

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (comum para todas as classes de hepatite)


 Icterícia (cor amarelada na pele, mucosas e escleras)
 Colúria (urina escura como o café) TRÍADA
 Acolia (catarse embranquecida)
 Hepatomegalia  Dor abdominal  Náusea, vômitos e diarreia
 Febre  Sede  Astenia/ adinamia
 Anorexia  Palidez

IMPORTANTE: A principal complicação da Hepatite, é a CIRROSE HEPÁTICA.


É o funcionamento deficiente do fígado
É a ultima fase da enfermidade hepática crônica
Causas: hepatite B e C, alcoolismo

Tratamento:
 Mudança no estilo de vida  Diuréticos
 Vitamina k (para prevenir sangramentos)  Antibiótico terapia para infecções
 Tratamentos endoscópicos para veias  Extração de líquidos do abdome
dilatadas (paracentese)
 Derivação portosistémica intrahepatica  Transplante de fígado.
transjugular para reparar o fluxo sanguíneo

HEPATITE A
Aguda
É a forma mais comum e menos grave de hepatite.
Transmissão: Fecal-oral (através de alimentos)
Diagnóstico:
IgM e IgG para VHA (vírus da hepatite A)
O paciente adquire imunidade depois de infectado uma vez
Tratamento: sintomático

HEPATITE B
Aguda e crônica
Aumenta o risco de câncer hepático - 30 % dos casos são assintomáticos
Transmissão: via sexual, ou seringas infectadas
Diagnóstico:
 Na fase aguda: HBsAg (proteína da superfície do Vírus da Hepatite B), e IgM para o VHB
 Na fase crônica: IgG e marcadores de multiplicação HBsAg

52
Tratamento:
 Na fase aguda: tratamento sintomático
 Em formas graves e fulminantes: Antivirais Oral (Lamivudina, adefovir, tenofovir)

HEPATITE C
Mais de 70% são crônicas
Forma grave, seguidamente leva a cirrose ou câncer
80% dos casos são assintomáticos

Transmissão: Via sexual, ou seringas infetadas

Diagnóstico:
 IgG e IgM para VHC  RNA VHC

Tratamento:
 TELAPREVIR, BOCEPREVIR, SIMEPREVIR (fármacos próprios para Hepatite C)
 Interferón + ribavirina

HEPATITE D
Aguda * Somente contamina quem tem o vírus da hepatite B

Diagnóstico: IgG e IgM para VHB e VHD

Tratamento:
 Se paciente assintomático + aminotransferas normal, fazer seguimento
 Se tem hepatopatia crônica, tratar com interferón alfa ou peginterferón

HEPATITE E
Aguda Pouco conhecida
Transmissão: fecal-oral (alimentos contaminados)
Diagnóstico:
 RNA para VHE
 IgG e IgM anti VHE

Tratamento: sintomático
IMPORTANTE:
 A RIBAVIRINA é capaz de inibir a replicação viral, sua dose é 10 mg/kg/dia VO dividido
em 4 doses por 14 dias (em Hepatite A e B) e 600 a 1200 mg diários, dividido em duas
doses, durante 3 a 6 meses (hepatite C).
 A dose de INTERFERÓN ALFA é 3 milhões UI 3 vezes na semana durante 6 meses IV.

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RAIVA
DEFINIÇÃO: é uma doença viral, transmitida pela mordida (saliva) ou arranhão de animais
infectados (cachorros e morcegos).
Gênero: Lysavírus
Familia: Rhabdoviridae
Período de incubação: 20 a 90 dias

FATORES DE RISCO:
 Pobreza  Crianças entre 5 a 14 anos  Zonas Rurais

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
“Quanto mais perto a mordida for do SNC, mais rápida é a evolução da doença”

1. FASE PRODRÓMICA (dura mais ou menos 2 a 7 dias)


“Sintomas são parecidos com a gripe.”
 Mal-estar geral  Decaimento  Cefaleia/ vômitos
 Anorexia  Febre (baixa)  E dor mais parestesia no local da mordida.

2. FASE SÍNDROME NEUROLÓGICO AGUDO (dura mais ou menos 2 a 7 dias)


 Ansiedade, confusão mental, delírio, comportamento anormal, alucinações.
 Fotofobia, hidrofobia, aerofobia
 Alterações do ritmo respiratório
 Tremores
 Paralise dos membros inferiores, logo os membros superiores e músculos respiratórios.

3. COMA E CONVULSÕES

4. MORTE (a maioria é por paralise respiratória)

DIAGNÓSTICO:
 Clínico
 Amostra de saliva (isolamento do vírus mediante o
cultivo mais a detecção ARN PCR) Antemortem
 Biopsia (no animal, pele da parte posterior do pescoço, 5
a 6 mm que contenha 10 folículos pilosos no mínimo)
 Soro e LCR (busca de anticorpos contra o vírus da raiva)
 Biopsia cerebral do animal (para detectar antígenos virais) Posmortem

IMPORTANTE: as zonas de alto risco para mordidas são:


 Cara  Cabeça  Pescoço  Mãos e pés
Observação: O soro antirrábico, se administra metade na área da mordida e metade
intramuscular

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TRATAMENTO:
(Na Bolívia)

ZONA DE BAIXO Observar o animal por 14 dias


RISCO

ANIMAL
CONHECIDO
VIVO, SORO ANTIRÁBICO 40 UI/kg
DOMÉSTICO +
ZONA DE ALTO VACINA ANTIRÁBICA (humanos) pelo
RISCO menos 1 dose diária x 5 dias

ZONA DE BAIXO VACINA ANTIRÁBICA (humanos)


RISCO uma dose diária x 7 dias, Mais 3
reforços, em 10, 20 e 30 dias
ANIMAL
DESCONHECIDO
SILVESTRE OU SORO ANTIRÁBICO 40 UI/kg +
RAIVOSO ZONA DE ALTO VACINA ANTIRÁBICA (humanos)
RISCO Uma dose diária, durante 14 dias,
mais dois reforços em 10 e 15 dias

55
CELULITE E ERISIPELA
ERISIPELA
São infecções mais superficiais
DEFINIÇÃO:
Infecção da derme e epiderme mais linfáticos superficiais.
Se distingue por uma linha clara que demarca o tecido lesionado e o tecido saudável.
ETIOLOGIA:
 Estreptococo Pyogenes  Estreptococo agalactiae

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 Lesão eritematosa de evolução progressiva delimitada entre tecido saudável e lesão
 Dolorosa/ elevada/ endurecida
 Hiperémica e hipertérmica
 Pele brilhante (como a laranja)
 Febre
 Predominante na cara e nos membros inferiores
 Em casos mais graves: linfangite, vesículas e bolhas.

CELULITE
São infecções mais profundas
DEFINIÇÃO:
Infecção da derme e do tecido celular subcutâneo (alcança tecidos mais profundos que a
erisipela).
Pode apresentar de forma aguda, subaguda e crônica.

FATORES PREDISPONENTES:
 Trauma  Perda da barreira cutânea  Disseminação linfática/hematógena

ETIOLOGIA:
 Estreptococos Pyogenes  Staphylococos Aureus  Celulite facial em crianças,
Haemophilos Influenzae.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 Placas edematosas com eritema intenso  Bolhas e ulceras
e brilhante
 Se for na cara, pode aparecer edema  Mais comum na cara e nos membros
palpebral, e diminuição da agudeza visual, inferiores
edema facial e limitação dos movimentos
oculares.

FATORES DE RISCO PARA CELULITE E ERISIPELA:


 Diabetes mellitus  Obesidade  Cortes, férias ou traumas
 Acne  Queimaduras  Linfedema

DIAGNÓSTICO:
 Clinico  Hemograma  Cultivo e antibiograma das
lesões

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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Dermatite por estase venos  Dermatite por contato
 Trombose venosa profunda  Eritema migrans

TRATAMENTO:
 Imobilização e elevação  Analgésicos  Aplicar frio local
 Lavado com sulfato de cobr  Antibiótico terapia

ERISIPELA LEVE
 Penicilina V 500mg VO cada 6 horas ou  Amoxicilina 500 mg VO cada 8 horas

ERISIPELA COM AFETAÇÃO SISTÊMICA


 Ceftriaxona 1g cada 24 horas EV ou  Cefazolina 1 gr cada 8 horas EV

CELULITE (purulenta)
 Clindamicina 300 mg cada 8 horas VO ou  Clindamicina 600 mg cada 8 horas EV
Amoxicilina 500 mg cada 8 horas VO + Doxicilina 100 mg cada 12 horas VO, ou

EM CRIANÇAS
Dicloxacilina 50mg/kg cada 6 horas.

57
MALÁRIA/ PALUDISMO

DEFINIÇÃO: doença infecciosa, causada pelo parasito do gênero PLASMODIUM.

Transmitida pelo mosquito ANOPHELES (fêmea)


Existem 4 espécies:
 Plasmodium Falciparum São as mais graves, maioria dos óbitos por
 Plasmodium Vivax Paludismo
 Plasmodium Malariae  Plasmodium ovale

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
“Suspeitar sempre em áreas endêmicas, nas pessoas com febre alta”.
 Febre alta (>39°C) intermitente  Escalafrios  Mialgia
 Mal-estar geral  Anorexia
Os sintomas acontece em forma de ciclo, geralmente de 2 a 6 horas diárias, logo
desaparecem, e se repetem a cada 2 a 3 dias.

Outros: SINTOMAS RAROS.


 Anemia (multifatorial, mais intenso na espécie P. Falciparum, palidez cutânea e das
mucosas)
 Hepatomegalia/ Esplenomegalia  Icterícia  Hemorragia
 Purpuras/ manchas (petequias)  Urticaria

DIAGNÓSTICO:
 Gota grossa/esfregaço  Avaliação da carga parasitaria  PCR (sorologia)
 ELISA (teste imunoenzimático que permite a detecção de anticorpos específicos)
 Durante a evolução clínica: hemograma, ureia, creatinina, ionograma, glicemia e
bilirrubinas para controle.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Dengue  Leptospirose  Febre amarela
 Chagas (aguda)  Hepatite viral

TRATAMENTO:
Plasmodium Falciparum
1. Mefloquina 2. Clindamicina
30mg/kg/dia divido em duas doses diárias 20mg/kg/dia divido em quatro doses diárias
durante 3 dias. durante 5 dias.
Em crianças: 5mg/kg/semana
3. Primaquina
0,5 a 0,75mg/kg/dia DOSE ÚNICA (somente
no último dia de tratamento)

 Plasmodium Vivax
1. Cloroquina 2. Primaquina
150mg, três vezes por dia durante 3 dias.
15mg/dia em adultos, 5mg/dia em crianças.
Durante 14 dias.
IMPORTANTE: em GESTANTES, apenas a clindamicina (10mg/kg/dia, divido em duas
doses diárias durante 5 dias).
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TOXOPLASMOSE
DEFINIÇÃO: É uma doença infecciosa causada pelo parasito Toxoplasma Gondii.
Pode ser classificada em:
 Congênita (transplacentária, mãe-filho)  Adquirida (o hospedeiro é o gato)

TRANSMISSÃO:
Os gatos são os hospedeiros definitivos eliminam as fezes contaminadas com os
“ooquistes” do parasito infectam os alimentos (carne crua ou malcozida, agua e vegetais)
ou também pela manipulação das fezes (mão-boca).

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
Assintomático em 80% dos casos
 Rash cutâneo  Febre e mialgia  Adenomegalia/
 Visão borrada/fotofobia/ dor ocular  Glaucoma/cegueira  Linfoadenopatias
IMPORTANTE:
 SOBRE A TOXOPLASMOSE CONGÊNITA
Só passa ao bebê na fase aguda da doença (IgM +)
Pode causar:
 Aborto  Microcefalia  Cegueira  Retraso mental

Tríada de SABIN
 Coriorretinite  Calcificação cerebral  Microcefalia

DIAGNÓSTICO:
 Sorologia para IgM (infecção aguda) e IgG (infecção crônica)
 IgG (-) e IgM (-) paciente susceptível  IgG (+) e IgM (-) paciente imune/ crônico
 igG (-) e IgM (+) paciente com infecção  IgG (+) e IgM (+) Infecção aguda e
aguda crônica.
 ELISA  Hematoglutinação indireta
 PCR 

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Mononucleose  Rubéola  Citomegalovírus

PREVENÇÃO:
 Medidas higiênicas  Cozinhar adequadamente os alimentos
 Agua potável  Pré Natal adequado (gestantes)

TRATAMENTO:
1. Sulfadiazina 3g/dia 2. Piremetazina 50mg/dia 3. Ácido folinico 15 mg/dia
Tomar a cada 6 horas, durante 3 a 4 semanas.

Tratamento em gestantes:
1. Ácido foliníco 15mg/ dia VO
2. Espiramicina 3.000.000 UI cada 8 horas (até o nascimento)

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FEBRE AMARELA
É a mais clássica das febres hemorrágicas virais.
Agente: vírus da febre amarela Gênero: flavivírus
Vetor: mosquito haemagogus, aedes aegypti (raro) Período de incubação: 3 a 6 dias
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

Forma leve (geralmente dura mais ou menos 3 dias, e cura sem complicações)
 Inicio brusco com febre (39°C)  Escalafrios  Mal-estar geral
 Presença de leucopenia e neutropenia.  Cefaleia/ náuseas  Mialgias
 Sinal de FAGET (bradicardia relativa ao  Congestão facial /
grau da febre) conjuntival

Forma grave (clássica)


 Icterícia (pelo aumento das transaminasas e  Pontos hemorrágicos no paladar mole
bilirrubinas)
 Vomito negro (sangue e coágulos)  Insuficiência renal e hepática
 Epistaxe/gengivaorrragia  Dor abdominal
 Febre

DIAGNÓSTICO:
“Considerar zonas endêmicas e pacientes não vacinados”.
 Sorologia IgM  PCR  Hemograma

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Leptospirose  Hepatite Viral  Malária (formas graves)  Dengue hemorrágica

TRATAMENTO:
 Não tem antiviral especifico
 Sintomático e suporte (paracetamol, dipirona, metoclopramida, ranitidina)
 Hidratação
 Transfusão sanguínea (se necessário)

PROFILAXIA:
Combate dos mosquitos (não deixar agua parada, uso de repelentes...)
Vacinação: 1° dose entre 12 a 23 meses, e se vai a zona endémica a partir dos 6 meses.
Reforço a cada 10 anos.

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HIV/AIDS
HIV: Vírus da Imunodeficiência humana.
 É um vírus RNA Família Retrovírus
 Gênero Lentiviridae
 Tem dois subtipos: HIV 1 (mais comum) e HIV 2 (mais agressivo)

TRANSMISSÃO:
 Sexual  Sanguínea  Materno-fetal

FATORES DE RISCO:
 Múltiplos companheiros sexuais,  Biossegurança inadequada,
 Baixo nível socioeconômico

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 Febre (mais de um mês)  Herpes zoster (mais de 2 episódios, ou
intermitente/constante em mais de dois lugares)
 Tosse (a mais de um mês) / TB pulmonar  Sarcoma de KAPOSE (tumor maligno do
endotélio linfático)
 Diaforese noturna  Perda de peso  Diarreia (por mais de um mês)
 Artralgias  Fatiga  Faringite
 Linfoadenopatias  Meningite por criptococos

DIAGNÓSTICO para HIV:


Prova rápida de HIV, se deu positivo fazer
ELISA, se deu positivo, fazer
Prova de confirmação de WESTERN BLOT.

AIDS: Síndrome de imunodeficiência Adquirida.


DIAGNÓSTICO PARA AIDS:
 HIV positivo confirmado por WESTERN BLOT
+
 1 signo ou sintoma de doença oportunista (adultos), 2 signos ou sintoma de doença
oportunista (menores de 15 anos).
+
PRINCIPAIS SECUNDÁRIAS
 Perda de peso, ou crescimento lento  Linfoadenopatias
 Diarreia a mais de um mês  Candidíase orofaríngea
 Febre a mais de um mês  Infecção de repetição
 Dermatite generalizada

TRATAMENTO: O Objetivo é de diminuir a carga viral


TERAPIA ANTIRETROVIRAL (TARV) por toda a vida
Quem pode fazer?
 Sintomáticos, independente da contagem  Assintomáticos com CD4 (+) menos de
de CD4 500 células
 Assintomáticos com CD4 (+) mais de 500  Todas as pessoas que vive com HIV/AIDS
células + hepatite B  Gestantes

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TRATAMENTO:
EM ADULTOS EM CRIANÇAS (< de 3 a) EM CRIANÇAS (> de 3 a)
 Tenofovir (300mg)  Zidovudina  Zidovudina
 Efavirenz (600mg)  Lamivudina  Lamivudina
 Lamivudina (300mg)  Neviparina  Efavirenz

DURANTE A GRAVIDEZ
 Durante a gravidez
zidovudina + lamivudina + efavirenz (cada 12 horas)

 No trabalho de parto
Se cesárea eletiva: zidovudina (começar 3 horas antes, na primeira hora 2mg/kg + 100 ml
de sol. Glicosada 5%, e continuar com 1mg/kg/hora, até cortar o cordão umbilical).

Se parto vaginal: zidovudina (quando iniciar as contrações, na primeira hora 2mg/kg + 100
ml de sol. Glicosada 5%, e continuar com 1mg/kg/hora, até cortar o cordão umbilical).

62
GASTROENTEROCOLITE AGUDA
DENIFIÇÃO: diarreia infecciosa, que se define como uma inflamação e/ou disfunção
intestinal, produzida por um agente infeccioso ou suas toxinas.
É o aumento da frequência de catarses, aumento do volume fecal, e diminuição da
consistência das fezes.
Caracterizado por uma síndrome diarreica + desidratação e tenesmo.
Síndrome Diarreica
 Diarreia (varia de acordo com o agente causal)  Febre
 Vomito/anorexia  Dor abdominal

CLASSIFICAÇÃO:
1. Alta (intestino delgado): aumento do volume, diminuição da frequência, sem tenesmo
Baixa (cólon): diminuição do volume, aumento da frequência, com tenesmo

2. Invasiva: com sangue, moco e pus


Não invasiva: sem sangue, moco e pus

3. Aguda: até duas semanas


Persistente: de 2 a 4 semanas
Crônica: mais de 4 semanas

ETIOLOGIA:
 VIRAL Rotavírus (menores de 2 anos), Norovírus (adulto), Adenovírus
 BACTÉRIAS Shigella, E. Coli, Salmonela, Compylobacter jejuni
 PARASITOS Entamoeba Histolytica, Giardia lamblia
 TOXINA Staphylococus, Clostridium perfringes

OBSERVAÇÃO: Sobre a Colite Pseudomembranosa


Agente: Clostridium Dificile
Causas: Exposição prolongada a antibióticos
Clinica: Diarreia forte e contagiosa
Diagnostico: Pesquisa de toxinas nas fezes e cultura
Tratamento: Suspender o uso do antibiótico
Tratar com metronidazol e vancomincina
Transplante de fezes

DIAGNÓSTICO:
 História clínica (anamnese, investigação,  Hemograma (útil para verificar o agente
suspeitas) infeccioso)
 Coproparasitológico/ coprocultivo  Moco fecal
 Função renal (creatinina e ureia)  Eletrólitos (para avaliar a desidratação e
desequilíbrio hidroeletrolítico)

MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
Secretório
 Desiquilíbrio entre absorção, secreção de  Fezes abundantes e aquosas
agua e eletrólitos (aumento de secreção, e  Ocorre mais no intestino delgado
diminuição da absorção)  Não diminui em jejum
 Causas: toxinas, drogas
63
Osmótica
 Diarreia acida  Diminui com o jejum
 Aumento do lúmen intestinal  Causa: deficiência de lactose

Inflamatória
 Penetra na mucosa/ infecção  Causas: doenças inflamatórias intestinais
 Dano da mucosa e barreira epitelial  Presença de leucócitos, moco e sangue
 Presença de neutrófilos + necrose + desgranulação

Disabsortiva
 Disfunção da absorção intestinal
 Presença de esteatorréia (presença excessiva de gordura nas fezes por má absorção)
 Causas: enfermidade celíaca (reação imunológica a ingestão de glúten), pancreatite
crônica.

TRATAMENTO:
Hidratação (segundo o grau de desidratação) PLANO A/B/C
Antibióticos
 Trimetropim 10mg/kg/dia VO
 Sulfametoxazol 50mg/kg/dia VO Cada 12 horas por 5 dias.
 Ciprofloxacina 500mg VO de 12 em 12 horas por 5 dias.

GRAUS DE DESIDRATAÇÃO
SINTOMAS MÍNIMA MODERADA SEVERA
Perda de H2O < de 50ml/kg ou 50 a 100 ml/kg ou > de 100 ml/kg ou
corporal ou peso < de 3% do peso 3 a 9% do peso > de 9% do peso
Nível de Bom, alerta Inquieto ou irritado Inconsciente,
consciência letárgico
Normal Fontanela anterior Cianose, respiração
Cabeça deprimida, em boca de peixe
aleteo nasal
Sede Normal Bebe avidamente Incapaz de beber
Olhos Normal com lagrimas Fundos, diminuição Choro sem lagrimas
de lagrimas
Boca e língua Normal, Saliva filante, Seca
Língua húmida Língua seca Língua saburral
Tonalidade da pele/ Instantânea < de 2 segundos >de 2 segundos
pregas
Enchimento capilar Normal, menor de 2 De 2 a 5 segundos Maior de 5 segundos
segundos
Gasto urinário Normal Diminuído (oliguria) Anúria

PLANOS DE RE-HIDRATAÇÃO
PLANO A (pacientes com doença diarreica sem desidratação ou desidratação leve, se
trata em casa, ambulatoriamente).
 Aumentar a ingesta de líquidos (agua, sucos, chá) + soro da vida
 Soro oral em menores de um ano (50 a 100 ml), em maiores de um ano (100 a 200 ml).
Administrar a colheradas ou canudo, depois de cada evacuação.
 Orientar os pais sobre os sinais e sintomas de desidratação.
64
 Soro da vida: 3.5g de sódio, 1.5g de potássio, 2.9g de citrato, 20g de glicose.

PLANO B (pacientes com diarreia e desidratação, se trata na unidade de saúde)


 Soro da vida (oral): 100mg/kg em 4 horas (se tem vômitos, esperar 10 minutos e tentar
outra vez).
 Se melhorar o estado de hidratação fazer o plano A. Se não melhora repetir o plano B
por mais 4 horas. Não melhorou? Fazer o plano C.

PLANO C (pacientes com desidratação grave, shock hipovolêmico. Fazer reposição IV)
 Solução HARTMANN, ou sol. Salina isotônica a 0,9%
 Na primeira hora fazer 50ml/kg (fase rápida), na segunda e na terceira hora fazer 25ml/kg
(fase de manutenção e reposição).
 Quando o paciente puder beber, administrar soro da vida (oral) 25ml/kg/hora, mantendo a
reposição IV, ao completar o esquema, se melhorar, fazer plano A ou B, se não melhorou,
repetir o plano C.

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PARASITOSE
DEFINIÇÃO: Enfermidade infecciosa causada por protozoários e vermes (cestodos,
trematodos, nematodos ou artópodos).
Os principais são: Amebíase e Giardíase

AMEBÍASE
DEFINIÇÃO: Infecção parasitaria causada pelo protozoário ENTAMOEBA HISTOLYTICA.
TRANSMISSÃO: oral-fecal (ingesta dos cistos pela agua contaminada, alimentos
contaminados).
CLINICA: Assintomático, ou Colite amebiana, ameboma (tumor na parede do colón, por
inflamação amebiana), e enfermidades extra intestinais (abscesso hepático, pulmonar, peles,
ulceras geniturinárias).

COLITE AMEBIANA
 Prevalece em crianças de 1 a 5 anos  Em 30 % dos casos apresentam febre
 Dor abdominal tipo cólico  Diarreias de 6 a 8 vezes por dia
 Pode apresentar fezes com moco  Evolução gradual desde 2 semanas até
(leucócitos) meses

DIAGNÓSTICO:
 PCR das fezes  Moco fecal  Coproparasitológico + cultivo
 Hemograma (para ver anemia por deficiência de ferro).

Abscesso hepático amebiano


 Mais frequente em adultos, homens  Evolução inicia em meses a anos depois
da infecção
 Dor e distensão abdominal  Hepatomegalia e dor a palpação
 Elevação do hemidiafragma direito  Febre (quase sempre)

TRATAMENTO:
 METRONIDAZOL  TINIDAZOL  NITAZOXAMIDA
10mg/kg cada 8 horas 50mg/kg cada 24 horas 7,5mg/kg cada 12 horas
durante 7 dias durante 3 dia durante 3 dias

GIARDÍASE
DEFINIÇÃO: Infecção parasitaria causada pelo protozoário GIARDIA LAMBLIA (um parasito
flagelado, que infecta o intestino delgado, em especial o DUODENO).
A forma infectante é o cisto

CLINICA:
 Assintomático ou
 Infecção aguda com diarreia (esteatorréia, evacuações explosivas com presença
excessiva de gordura). Apresenta dor abdominal tipo cólico, tenesmo, febre (baixa),
náuseas e anorexia.
 Infecção crônica com síndrome de má absorção (não absorve os nutrientes dos
alimentos, como o carboidrato, as vitaminas e lipídeos, + perda de peso e retardo do
crescimento). Apresenta evacuações abundantes e liquidas.

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DIAGNÓSTICO:
 Moco fecal  Coproparasitológico

TRATAMENTO:
 METRONIDAZOL  TINIDAZOL  NITAZOXAMIDA
10mg/kg cada 8 horas 50mg/kg cada 24 horas 7,5mg/kg cada 12 horas
durante 7 dias durante 3 dia durante 3 dias

IMPORTANTE:
SÍNDROME DE LOEFFER: condição onde os eosinófilos se acumulam no tecido pulmonar,
devido a infestação parasitaria.
Clinica: febre, tosse, dispneia, hemoptise ocasional, infiltrado pulmonar
Parasitos que causam:
 Strongiloides estercorales  Ancylostoma duodenale  Necator americanos
 Taenia saginata  Áscaris lombricoide

CICLO DE LOSS:
 Ingestão de cistos ou através da pele, penetram na parede do intestino delgado
(alcançando vasos linfáticos ou vênulas), migrando para a circulação pulmonar, logo depois
migram para as vias aéreas superiores, onde são deglutidos e chegam ao intestino (se
transformando em adultos).
Obs.: Ascaris lombricoides obstruem as vias biliares (gostam de orifícios/Apendicite).

67
SALMONELOSE / FEBRE TOFOIDE
DEFINIÇÃO: É uma doença infectocontagiosa produzida por enterobactérias do
gênero SALMONELLA TIPHY.

TRANSMISSÃO: Água e alimentos contaminados

MANIFESTAÇÃO CLINICA:
 Febre (de 38,5°C a 40°C) / escalafrios  Náuseas/ vômitos/ anorexia
 Diarreia severa (espumosa)  Dor abdominal tipo cólica
 Roséolas tificas (rash maculopapular)  Signo de Faget (bradicardia causada pela
febre)
DIAGNÓSTICO:
 Hemograma(leucopenia) e Hemocultura (a partir da primeira semana)
 Coprocultura (a partir da segunda semana)
 Reação de Widal (para detectar o antígeno anticorpo especifico)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Apendicite  Malária  Leptospirose

COMPLICAÇÕES:
Perforações intestinais / sangramentos

TRATAMENTO:
1. Ciprofloxacina 500mg cada 12 horas, durante 14 dias VO
2. Ceftriaxona 1gr cada 24 horas, durante 3 dias EV
3. Reidratação

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DOENÇAS ÁCIDO PÉPTICAS
DEFINIÇÃO: É uma doença crônica com alteração da mucosa gástrica/duodenal por ação
direta do ácido e da pepsina (enzima digestiva produzida pelas paredes do estomago,
ativado pelo suco gástrico. Sua função é transformar proteínas em aminoácidos).
ETIOLOGIA:
 Infecção por Helicobacter Pylori  Uso prolongado de AINES (antiinflamatórios não
esteroide)

FATORES DE RISCO:
 Álcool e/ou tabaco  Consumo de esteroides e cocaína
 Insuficiência renal / cianose hepática  Infecção por citomegalovírus

FISIOPATOLOGIA:
Existe um desiquilíbrio entre os mecanismos de defesa da mucosa gastroduodonal
(barreira mucosa, HCO3 e prostaglandinas) com forças nocivas (ácido clorídrico, pepsina,
ácidos biliares e enzimas pancreáticas).

PARA SABER: HELICOBACTER PYLORI


Bacilo Gram (-) Acometem de 70 a 80% dos adultos
Transmissão: pela saliva, H2O contaminada, Fezes contaminadas
A infecção por H. Pylori é acompanhada de uma resposta inflamatória com:
 Hipoclorhidria inicial (diminuição da produção de ácido)
 Heperclorhidria crônica
 Hipergastrinemia (produção anormal de gastrina- hormônio peptídeo que estimula a
secreção de ácido clorídrico e a motilidade intestinal).
 Redução de somatostatina (hormônio produzido pelo pâncreas, que regula a glicemia e
inibe a secreção de insulina e glucagon).
 Diminuição de HCO3 duodenal.

DIAGNÓSTICO: Endoscopia (+ sensibilidade)

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Dor tipo urente no epigástrio (diminui com a ingesta de alimentos e antiácidos, se é pós-
prandial a origem é duodenal, se é pré-prandial a origem é gástrica)
 Outros sintomas pouco frequentes como: vomito (que sugere obstrução), perda de peso,
anorexia e pirose.
 Sinais de alarme: anemia, hematêmese, melena, sangue oculto nas fezes.
 Se dor súbita difusa em abdome superior, suspeitar de perfuração.

TRATAMENTO:
1. Omeprazol 20 mg cada 12 horas VO
2. Claritromicina 500mg cada 12 horas VO de 10 a 14 dias.
3. Amoxicilina 1gr cada 12 horas VO

Tratamento cirúrgico, se perfuração, sangramento ou obstrução.

69
ACALASIA
DEFINIÇAO: É a incapacidade do esôfago de relaxar para a passagem do alimento (do
esôfago ao estomago)
 Ausência de movimentos peristálticos.
 Alteração do equilíbrio de neurotransmissores excitatórios e inibitórios
 Causam anormalidades motoras do esôfago.
 Afeta os neurônios nitrinérgicos do plexo mesentérico.
ETIOLOGIA:
 Primaria: desconhecida  Secundaria: enfermidade de chagas
 Pseudoacalasia: neoplásicas, enfermidades infiltrativas, diabetes.

CLINICA:
TRÍADA CLASSICA OUTROS
 Perda de peso  Dor retroesternal
 Disfagia  Aspiração noturna (recorrente)
 Regurgitação de alimento  Asfixia pós-prandial

DIAGNÓSTICO:
ESOFAGOGRAMA COM BARIO: avalia o esvaziamento do esôfago e o aspecto da junção
esofagogástrica.
FLUOROSCOPIA: avalia espasmos no esôfago.
EVALUAÇÃO MANOMETRICA: avalia as contrações simultâneas de baixa amplitude do
esôfago, e o estreitamento de -2cm no Esfíncter Esofágico Inferior.
ENDOSCOPIA: avalia a dilatação e atonia do esôfago, e o fechamento do Esfíncter
Esofágico Inferior).
RADIOGRAFIA DE TÓRAX: revela o alargamento do mediastino devido ao esôfago dilatado.

TRATAMENTO:
 Tem o objetivo de diminuir a pressão do Esfíncter Esofágico Inferior e produzir o
esvaziamento.
o Medicamentos que produzem o relaxamento do EEI
Nitrato de Isossorbida 5mg antes das refeições.
Nifedipino 10 a 30 mg, trinta minutos antes das refeições VO
o Globo pneumático (mecânico): introduz o esfíncter montado, sobre um endoscópio e se
expande para dilatar o EEI.
o Miotomia de HELLER (Cirúrgico): se realiza um corte nas fibras musculares do EEI para
liberar a pressão e permitir o passo dos alimentos.

70
ICTERICIA DO ADULTO
DEFINIÇÃO: É a coloração amarela da pele e mucosas, devido ao aumento das bilirrubinas.
 Fezes hipercoreadas (hemolíticas)  Fezes acólicas (obstructivas)  Urina escura

VALORES NORMAIS:
 Bilirrubina direta (solúvel em agua) = 0 a 0,3 mg/dl
 Bilirrubina Indireta (insolúvel em agua) = 0,1 a 0,8 mg/dl
 Bilirrubina total = 1,0 mg/dl

CLASSIFICAÇÃO:
1. PRÉ HEPÁTICAS 2. HEPÁTICAS 3. PÓS HEPÁTICAS
 Anemia hemolítica  Hepatite  Obstrução biliar
 Hemólise  Cirrose  Cole litíase
 Anemia falciforme: Causa-  Câncer de fígado: Causa-  Síndrome de Mirizzi
da pelo aumento da da pelo aumento da (estreitamento do ducto
bilirrubina indireta (não bilirrubina direta hepático comum- Vesicula
conjugada) (conjugada) empotrada).
 Sobre produção  Diminuição da excreção
 Má captação do fígado dos ductos biliares
 Defeitos na conjugação da  Regurgitação
bilirrubina

METABOLISMO DA BILIRRUBINA
1. GLÓBULO VERMELHO (Está dentro do sistema reticulo endotelial do baço- tem
a vida de 120 dias)
2. Após 120 dias o GR se degrada, liberando a HEMOGLOBINA
3. Que se divide em um grupo HEMO e um grupo GLOBINA
(obs.: a globina é tóxica para o organismo, ela vai para os rins onde é eliminada)
4. O grupo HEMO (formado por FERRO- que volta para o ciclo do ferro para formar
mais GR.
E pela PROTOPORFIRINA- útil no metabolismo da Bilirrubina)
5. A PROTOPORFIRINA se oxida (hemooxidasa- enzima que converte hemo em
BILIVERDINA)
6. A BILIVERDINA se converte em BILIRRUBINA INDIRETA (que é insolúvel em
agua/sangue, ou seja, não entra na corrente sanguínea)
7. A BILIRRUBINA INDIRETA “pega carona” com a ALBUMINA, (onde é transportada
até o fígado pela corrente sanguínea).
8. Quando chega no fígado (HEPATÓCITOS) a BILIRRUBINA INDIRETA se
transforma em BILIRRUBINA DIRETA, (através de uma enzima que chama
UDP GLUCORONIL TRANSFERASA)
9. A BILIRRUBINA DIRETA é secretada no intestino, onde se une as bactérias,
transformando-se em URIBILINÓGENO e ESTERCOBILINÓGENO, (e são
liberadas através das fezes e urina).

71
HIPOTIROIDISMO / HIPERTIROIDISMO
Tiroide:
 É uma glândula endócrina
 Situada em baixo da maça de adão (prominência laríngea), sobre a traqueia.
 Pesa de 15 a 30 gramas no adulto
 Conformada por 2 lóbulos (forma de mariposa), unidas pelo ISTMO
 Regula o metabolismo do corpo e a sensibilidade de outros hormônios
 Irrigada pela artéria tiroidea superior (ramificação da carótida externa), pela artéria tiroidea
inferior (ramificação da subclávia).
 Hormônios: TRIODOTIRONINA (T3), TIROXINA (T4)
 Os hormônios da tiroide têm efeito no metabolismo, crescimento, e desenvolvimento do
corpo, também regula a temperatura corporal, regula a frequência cardíaca, regula a pressão
arterial, o funcionamento do intestino, controle de peso e humor.

HIPERTIROIDISMO
É um transtorno hormonal caracterizado pelo aumento da produção de hormônios da
tiroide.
ETIOLOGIA VALORES NORMAIS:
 Aumento na ingesta de iodo T3
 Bócio (aumento do volume da glândula  12 a 24 anos 72 a 214 ng/dl
tiroide)  20 a 50 anos 70 a 200 ng/dl
 Ingesta de hormônios  Maior de 50 40 a 180 ng/dl
 Enfermidade autoimune (enfermidade de T4
Graves- tríada: Bócio, Exoftalmia, e  O,7 a 1,5 ng/dl
Dermopatia TSH
Maior de 20 anos 0,45 a 4.5 Mui/L

QUADRO CLINICO:
 Diminuição do peso  Irritabilidade / fatiga  Câimbras / taquicardia
 Intolerância ao calor / sudorese  Exoftalmia

DIAGNÓSTICO:
 Clinico  Perfil tiroideo (T3 aumentada, T4 aumentado, TSH diminuído)

TRATAMENTO:
 Terapia com Iodo radioativo (metimazol 10 a 30 mg/dia)
 Cirúrgico (tireoidectomia), esta indicada para pacientes com bócio
 Nas gestantes: propiltirouracil 300mg/dia

HIPOTIROIDISMO
É um transtorno hormonal caracterizado pela diminuição da produção de hormônios
da tiroide.

ETIOLOGIA:
 Fatores autoimunes (mais comum)  Fatores idiopáticos  Baixa ingesta de
“Tiroidite de Hashimoto”. iodo

72
QUADRO CLINICO:
 Aumento do peso  Metabolismo lento  Intolerância ao frio
 Pele seca  Pelos e unhas quebradiças  Cansaço / astenia
 Distúrbios reprodutivos  Bradicardia  Constipação

DIAGNÓSTICO:
 Clinico  Perfil tiroideo (T3 aumentada, T4 aumentado, TSH diminuído)

TRATAMENTO:
 LEVOTIROXINA (T4 sintético) 1 a 2 mg/kg/dia em jejum.

73
MENINGITE AGUDA
DEFINIÇÃO: Inflamação de origem infecciosa das meninges, acompanhada de mudanças
características do LCR.

ETIOLOGIA:
 Estreptococos pneumoniae (50%) Meningite secundaria, Asséptico, não tem
 Neisseria Meningite pus no LCR
 Haemophylos Influenzae tipo B  Vírus coxsackie
 Listeria monocytogenes (neonatos, idosos)  Vírus arbovírus
 Vírus herpes simples tipo 1
 HIV / citomegalovírus (imunodeprimidos)
 Mycobacterium tuberculosis

FATORES DE RISCO:
 Cirurgias intracraneais  Traumas com exposição intracraneal
 Esplenectomizados (porque produz menos anticorpos)

QUADRO CLÍNICO:
 Cefaleia / náuseas / vômitos
TRIADA (1/3 dos casos) Rigidez da nuca, febre, alteração do estado neurológico.

SIGNOS MENÍNGEOS:
SIGNO DE KERNING Flexão de cadeira com extensão do joelho. Causa dor nas
costas e nos membros inferiores
Signo de Brudzinski Flexão passiva do pescoço. Causa a flexão da cadeira e joelho.
Rigidez da nuca Dor e impossibilidade de flexionar o pescoço, até o esterno.

DIAGNÓSTICO:
 Punção lombar em todos os suspeitos CITOQUIMICO DO LCR (complicação da punção
lombar: herniação cerebral)
 TC de crâneo  PCR  Hemograma e hemocultivo  Eletrólitos

74
PARA SABER: LIQUIDO CEFALORRAQUIDEO (LCR)

Parâmetros LCR Bacteriana Viral Herpética Tuberculosa


normal
Aspecto Claro Turvo amarelado Claro ou Turvo Claro ou
opaco ligeiramente
turvo
Leucócitos U/L 0 a 10 >1000 100 a 500 10 a 100 25 a 100
(linfócitos) (polimorfonuclares) (linfócitos) (linfócitos)
Neutrófilos - >50% <50% <50% 80%
Glicose mg/dl >70 <30 >30 <30 <50
Proteínas mg/dl) 15 a 45 >100 50 a 100 >75 100 a 200
Eritrócitos - 0 a 10 0a2 10 a 500 -

TRATAMENTO:
“Toda suspeita, iniciar o tratamento empírico”.
 CEFTRIAXONA (2gr cada 12 horas) +  CEFOTAXIMA (2gr cada 4 horas) +
 VANCOMICINA (30 A 60 mg/kg cada 8  OBS: Todos por 10 a 14 dias.
horas) + AMPICILINA (2gr c/4 horas)

Vírus herpes: aciclovir (10mg/kg cada 8 horas durante 14 a 21 dias)


H. Influenzae: corticosteroides
S. Pneumoniae: Dexametasona (0,15mg/kg cada 6 horas durante 4 dias) + antibiótico
terapia.
Meningite Nosocomial: vancomicina + cefazedima, ou cefepima + meropem

75
CRISE CONVULSIVA
DEFINIÇÃO: Manifestações clinicas de descargas anormais dos neurônios.
Convulsão: transtorno devido a descarga neuronal excessiva, que leva a contração e
distensão repetida dos músculos.
Epilepsia: enfermidade cerebral caracterizada por crises convulsivas recorrente, (prevenção
com CARBAMEZEPINA).

CLASSIFICAÇÃO:
 Generalizadas (afeta o cérebro de  Parcial (afeta áreas isoladas do cérebro)
maneira difusa)
 Tônico (mantem a contração muscular) Tônicas-Clônicas (períodos alternados de
contração e relaxação)

MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
 Contrações musculares generalizadas ou focais  Cianose
de início e final súbito
 Perda do controle do esfíncter urinário  Impossibilidade de lembrar da crise
 Confusão, sonolência, cefaleia, mialgia (devido à crise)

DIAGNÓSTICO:
 Clinico  Ressonância magnética  Eletroencefalograma  Tomografia
computadorizada

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Psicose  Narcolepsia  Ataques de pânico

COMPLICAÇÕES:
Edema cerebral

TRATAMENTO:
 Oxigênio  Diazepan IV ou RETAL (0,2 a 0,5 mg/kg)  Fenitoina (15 a 20 mg/kg)
Fazer urgentemente na crise, não colocar a mão na boca do paciente, e posicionar ele em
decúbito lateral.

76
INFLUENZA
DENIFIÇÃO: É uma enfermidade respiratória aguda viral grave e contagiosa.

ETIOLOGIA:
 Vírus Influenza ARN (família: Orhomyscoviridae)  Tipo A/B/C

CLASSIFICAÇÃO:
Influenza aparece nos meses de inverno, mais frequente em crianças e
estacional: idosos.
Influenza aviar Grave, contagiosa, aumento da patogenicidade e mortalidade,
(H5N1): própria de aves silvestres.
Influenza Pandemia a nível mundial, vírus novo, o sistema imunitário não o
pandêmica (H1N1): reconhece.

FATORES DE RISCO:
 Extremos da vida  Comorbidades  Imunodeprimidos
 Desnutrição  Pessoas da área da saúde  Trabalho com aves

MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
 Febre (maior de 38°C, por 2 a 3 dias)  Escalafrios  Cefaleia
 Tosse intensa e duradoura / espirros  Expectoração  Adenofagia
 Mal-estar geral  Dispneia

DIAGNÓSTICO:
Epidemiológico Procedência, exposição e contato
Clinico Sintomatologia característica de influenza
Hemograma Leucopenia, linfopenia, trombocitopenia
Bioquimico Hiperglicemia, aumento da creatinina e transaminasas
Radiografia de Tórax: Em casos complicados, pode-se observar infiltrados de focos
múltiplos, extensos e bilaterais, ou em vidro esmerilhado.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Pneumonia bacteriana  Bronquiolite  Dengue  Resfrio comum

TRATAMENTO:
Sintomático: antipiréticos, analgésicos
Especifico
1. RIMANTADINA y AMANTADINA (inibidores da proteína M)
2. OSELTAMIVIR (tamiflu) e ZANAMIVIR (inibidores da neuroaminidasa)

Observação: o OSELTAMIVIR é o mais utilizado, por maior atividade.


 Menores de 15kg 30mg cada 12 horas, durante 5 dias
 De 15 a 23kg 45mg cada 12 horas, durante 5 dias
 De 24 a 40kg 60mg cada 12 horas, durante 5 dias
 Maior de 40kg 75mg cada 12 horas, durante 5 dias

77
TÉTANO
DEFINIÇÃO: Enfermidade infecciosa, aguda, potencialmente letal, não contagiosa.
ETIOLOGIA: CLOSTRIDIUM TETANI (bacilo anaeróbio, gram +)
CLASSIFICAÇÃO:
Pela localização: Pela intensidade: Generalizado:
local ou cefálica leve, moderada e severa Puerperal, neonatal e cirúrgico

FATORES DE RISCO:
Pessoas não vacinadas, idosos, recém-nascidos, feridas contaminadas, drogas injetáveis,
feridas cirúrgicas, pós-parto, pós aborto, perfurações e tatuagens.

MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
 Dor e formigamento (no local de  Espasticidade dos músculos próximos ao
inoculação) local de inoculação
 Rigidez da mandíbula e pescoço (trismus  Irritabilidade / inquietude / insônia
 Convulsões tônicas dolorosas  Hiperreflexo osteo-tendinosa
 Distensão por fortes espasmos musculares (coluna em arco) OPISTÓTONOS
 Espasmos da glotes e músculos respiratórios (cianose e asfixia)

DIAGNÓSTICO:
CLINICO
Apresentação clinica associada ao antecedente de porta de entrada do Clostridium tetani.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Raiva  Sepse  Infecções agudas do SNC

COMPLICAÇÕES:
 Infecções Intercorrente  Sepse  Ulceras de Decúbito  Morte

TRATAMENTO:
1. Medidas gerais 2. Especificas
 Controle de funções gerais  Diazepan (1 a 8mg/kg IV)
 Ventilação mecânica / traqueostomia  Morfina
 Imunoglobulina antitetânica (3,000 UI IM)  Sulfato de Magnésio (2 a 3gr por hora, até
 Antibiótico terapia (Bencil Penicilina desaparecer o reflexo rotuliano)
Sódica, Metronidazol, Tetraciclina)  Toxina botulínica tipo A (nas feridas
locais)
3. Cirúrgico: Debridamento precoce e ressecção amplia e de tecidos necrosados.

78
SÍFILIS
DEFINIÇÃO: Enfermidade infecciosa de evolução crônica.
ETIOLOGIA: Treponema Pallidum (espiroqueta anaeróbia)
FATORES DE RISCO:
 Promiscuidade sexual  Prostituição  Alcoolismo
 Práticas sexuais desprotegidas  Baixo nível socioeconômico

CLASSIFICAÇÃO:
 Primaria  Secundaria  Latente (precoce e tardia)
 Terciaria  Congênita (transmitida via placentária da
mão ao feto)

PRIMARIA
Também chamado de CANCRO SIFILÍTICO Infecto contagiosa
Período de incubação: de 10 a 90 dias (3 a 12 semanas)
Apresenta uma lesão ulcerativa: CANCRO DURO (lesão que desaparece em 2 semanas,
é indolor, dura, única e limpa)
Outros sintomas que aparecem são: cefaleia, febre, dores articulares, adenopatias
inguinais.

SECUNDARIA
Infecto contagiosa, ocorre de semanas a meses após a primaria.
Alguns sintomas são: a nível da pele (macula, pápula, bolhas), a nível das mucosas (erosões
na boca, anus e vagina), queda de cabelo, febre, cefaleia...

ALGUNS TIPOS DE LESÕES DERMATOLÓGICAS:


Macula Pápula Vesícula Bolha
mancha (área plana), lesão menor de 1 cm, lesão menor de 1 cm, lesão maior de 1 cm,
mudança de cor. lesão elevada e lesão elevada com lesão elevada com
circunscrita. liquido, circunscrita. liquido, circunscrita
Desaparece só. Ao estourar, forma
crosta.

LATENTE
Não contagiosa, pode persistir indefinidamente ou pode evoluir para a terciaria.
PRECOCE TARDÍA
 Infecção com menos de um ano de  Infecção a mais de um ano
duração  Sem signos e sintomas
 Pode estar presente sintomas e signos  Testes sorológicos positivos
como na secundaria.

TERCIÁRIA
Neurosifilis, lesões cardiovasculares.
 Pode levar mais de 20 anos para  No SNC pode causar Meningite Sifilítica /
manifestar. paralises geral progressiva

CARDIOVASCULAR pode causar:


 Aneurisma Aórtico  Dilatação Cardíaca  Artropatia Formante
 Pode causar também inflamação e obstrução de tecidos e ossos.
79
CONGÊNITA
Sífilis do feto, adquirido por via transplacentária.
Pode permanecer latente até a vida adulta.
Manifestações clinicas na gravidez: Manifestações no neonato: Complicações
 Aborto,  Lesões Cutâneas,  Cegueira,
 Nascimento Prematuro,  Hepatomegalia,  Meningite,
 Nascimento seguido de morte  Baixo Peso.  Aborto,
 Óbito Fetal.

DIAGNÓSTICO
 VDRL (Venereal Disease Research  TESTES TREPONEMICOS: THPA, FTA-
Laboratory) Abs e ELISA

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Toxoplasmose  Herpes genital  HIV  Carcinoma

TRATAMENTO:
 Gestante Penicilina Benzatinica 2,4 milhões IM (3 doses com intervalo de uma
semana entre elas)
 Sifilis Primaria, Penicilina Benzatinica 2,4 milhões IM (dose única, tratamento no casal)
e Latente Precoce

 Sifilis Latente Penicilina Benzatinica 2,4 milhões IM (3 doses, com intervalo de uma
Tardia, e Terciaria semana entre cada dose)
 Neurosifilis Penicilina Cristalina 3 a 4 milhões EV (de 4 em 4 horas, durante 14
dias)
 Sifilis Penicilina Cristalina 50,000 UI/kg/dose EV (de 12 em 12 horas, durante
Congênita (No Rn) os primeiros 7 dias de vida, logo após de 8 em 8 horas nos próximos
10 dias).

ALTERNATIVAS PARA PACIENTES ALÉRGICOS A PENICILINA BENZATINICA.


SIFILIS PRIMARIA E LATENTE PRECOCE: Doxicilina 100mg VO de 12 em 12 horas,
durante 14 dias + Ceftriaxona 1gr EV diário, durante 10 dias
SIFILIS TARDIA E TERCIARIA: Doxicilina 100mg VO de 12 em 12 horas, durante 28 dias +
Ceftriaxona 1gr EV diário, durante 10 a 14 dias.

80
SHOCK
DEFINIÇÃO: Síndrome caracterizada por um estado de HIPERPERFUSÃO
GENERALIZADA.

CLASSIFICAÇÃO DE SHOCK:
 Hipovolêmico  Cardiogênico  Obstrutivo
 Séptico  Anafilático  Neurogênico

SHOCK HIPOVOLÊMICO
Se caracteriza pela perda de volume
É a diminuição do volume intravascular (pode ser por perda de sangue, fluídos e eletrólitos).

CAUSAS:
 Hemorragias  Queimaduras  Vômito / Diarreia

CLASSIFICAÇÃO
Segundo a gravidade:
LEVE MODERADA GRAVE
Diminuição da irrigação Diminuição do fluxo Diminuição do fluxo
periférica. (Pele, gordura, sanguíneo a nível central. sanguíneo no coração e
musculo e osso). (Fígado, coração, intestino e cérebro.
rins).

Segundo a perda de sangue:


GRAU I GRAU II GRAU III GRAU IV
Menos de 15% 15 a 30% 30 a 40% mais de 40%
(<750ml) (750 a 1500ml) (1500 a 2000ml) (>2000ml)

QUADRO CLINICO
 Alteração de consciência  Pele fria  Palidez
 Alteração de signos vitais (taquicardia, taquipnéia, hipotensão, pulso débil ou ausente)

LABORATÓRIO
O shock hipovolêmico está caracterizado por uma PANCITOPENIA, que é a diminuição de
todos os elementos do sangue:
 Hemácias vão estar menor de 10  Leucócitos menor de 3.500
 Plaquetas menor de 100.000

TRATAMENTO
1. ABCDE do trauma (segundo protocolo)
2. Estabilizar a pressão arterial (com cristaloides ou coloides)
3. Oxigênio terapia
4. REPOSIÇÃO DE VOLUME (2 vias de grosso calibre, para o soro e se necessário para o
sangue).

COMPLICAÇÕES
 Danos multiorgânicos  Óbito

SHOCK CARDIOGÊNICO
Compromisso ou danos cardíacos Diminuição da capacidade cardíaca
81
CAUSAS:
 IAM (+ frequente)  Arritmias
 Insuficiência cardíaca congestiva descompensada  Fibrilação ventricular
 Tamponamento cardíaco  Miocardites

QUADRO CLINICO
 Débito cardíaco diminuído  Arritmia  Alteração da consciência
 Pele fria / cianose / palidez  Preenchimento capilar  Estertores finos bilaterais
lento
 Alteração dos signos vitais (hipotensão, taquipneia, taquicardia)

DIAGNÓSTICO
 Eletrocardiograma

COMPLICAÇÕES
o Danos multiorgânicos, e óbito.

TRATAMENTO
 Morfina (não se pode utilizar em IAM de cara inferior, porque produz hipotensão)
 Oxigênio terapia  AAS (aspirina)  Betabloqueador
 Heparina  Inotrópicos (dobutamina)  Nitroglicerina (ou nitropussiato), são
vasodilatadores
 Se necessário, pode-se fazer uma intervenção cirúrgica, como por os dispositivos de
assistência circulatória. (De curto,médio e longo prazo).

SHOCK OBSTRUTIVO
Se caracteriza pela obstrução, impedimento para o preenchimento dos ventrículos.

CAUSAS:
 Trombose a nível coronário  Pneumotórax a tensão
 Embolia pulmonar  Tamponamento cardíaco

QUADRO CLINICO:
 Alteração de consciência  Alteração de signos vitais
SINAIS DE MÁ CIRCULAÇÃO
 Adormecimento de extremidades  Edemas  Varizes

TRÍADA DE BECK (tamponamento cardíaco)


1. Hipotensão 2. Ruídos cardíacos hipofonéticos 3. Distensão de veia jugular

TRATAMENTO
 Oxigênio terapia  Soluções inotrópicas  Identificar e tratar a causa
 Desobstruir (clinicamente com heparina, ou cirúrgico com cateterismo)

SHOCK DISTRIBUTIVOS
Distribuição anormal do volume cardíaco.
Entra nessa classificação o Shock Séptico, Shock Anafilático e Shock Neurogênico.

82
SHOCK SÉPTICO
Estado grave, caracterizada por falência circulatória aguda causada por infecção
generalizada (SEPTICEMIA).

CAUSAS
Processos infecciosos

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Febre (desidratação)  Alteração de consciência  Dor
 Alteração de signos vitais (aumento de temperatura, taquicardia, taquipneia, hipotensão,
diminuição da saturação).

LABORATÓRIOS
Hemograma  Ureia/Creatinina  PCR
 Leucocitose, com desvio a esquerda.  Glicemia
 Leucopenia. Diminuição das hemácias).  Eletrólitos

TRATAMENTO
1. Oxigênio terapia
2. Reposição de líquidos (ringer normal), observar se precisa de transfusão
3. Analgésicos (sedação) Por Bomba de Infusão
 Fentanil 0,02 a 0,05mcg/kg/min IV  Midazolan 2 a 20 mcg/kg/min IV
4. Antibiótico terapia (empírico metronidazol, vancomicina e imipinem)
Obs.:Não manter a terapia empírica por mais de 5 dias, deve trocar por antibiótico especifico
(segundo o antibiograma).

SHOCK ANAFILÁTICO
Se caracteriza por processos alérgicos.
Se desencadeia uma reação alérgica, acompanhada de hipotensão.
Libera rapidamente os mediadores de basófilos e mastócitos.

ETIOLOGIA:
 Alimentos  Medicamentos / produtos químicos  Picadas de insetos

MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
 Dispneia  Coceira  Edema de glotes
 Alteração de consciência / sincope  Inchaço de boca/nariz  Cianose / sudorese
 Alterações dos signos vitais (taquicardia, taquipneia, hipotensão)

TRATAMENTO:
1. Oxigênio terapia 2. Acesso venoso e 3. Corticoides
(por via mais adequada) administração de fluidos (Metilprednisona, Dexametasona)
4. Ante alérgico (difenidramina 25 a 50mg IV ou IM, PROMETAZINA)
5. Adrenalina (aplicar a cada 5 ou 10 minutos, IM)
 Em adultos: 0,3 a 0,5mg/kg/dose  Em crianças: 0,01ml/kg/dose

83
SHOCK NEUROGÊNICO
Perdas dos sinais nervosos do SNC
Sofrimento intenso do trono cerebral
Vasodilatação periférica = lesão do SNC (diminuição da Pressão arterial, do gasto cardíaco e
da resistência venosa profunda).

ETIOLOGIA:
 Lesão medular  Reação alérgicas graves

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Hipotensão / bradicardia  Dispneia  Palidez  Letargio / confusão

CONDUTAS
1. Vias aéreas e ventilação 2. Dopamina
3. Vasopressina (noradrenalina) 4. Atropina
5. Buscar e tratar a causa

84
TROMBOEMBOLIA PULMONAR
Se origina principalmente de uma trombose venosa profunda (TVP), que causa um embolo
até a circulação pulmonar (ocasiona alterações hemodinâmicas e ventilatórias).

Melhor falando: é uma síndrome clinica caracterizada por uma obstrução da artéria
pulmonar, ou uma de suas ramas. Causada por embolo, ar ou gotículas de gordura,
proveniente da circulação venosa sistêmica.

FISIOPATOLOGIA
1. Aumento da resistência venosa profunda pela obstrução da artéria
2. Levando a um aumento da pressão arterial pulmonar e pós carga ventricular direita
3. Causando alteração do intercambio gasoso, levando a uma HIPOXEMIA
4. Causando uma hiperventilação
5. Seguida de insuficiência cardíaca direita (causa mais frequente de morte)

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Dispneia / taquicardia  Dor pleurítica (torácica)  Tosse / hemoptise
 Sibilos / diminuição dos murmúrios vesiculares
 Ortopneia (dificuldade respiratória em posição decúbito)
 Dor e edema de membros inferiores

DIAGNÓSTICO
 Clinico (dispneia, dor torácica,  Angiografia pulmonar (exame padrão
hipotensão). ouro)
 TAC e RX de tórax  Exames de rotina (hemograma, eletrólitos,
coagulograma)
 D-dímero (se menor de 500ng/ml,
descartar)
 CALCULAR ESCORE DE WELLS
ESCORE DE WELLS
Critérios pontos Resultados:
Sintomas ou signos de TVP 3
De 0 a 2 pontos: baixa probabilidade
Frequência cardíaca maior de 100 1,5
1,0 De 3 a 6 pontos: moderada probabilidade
Hemoptise
TVO ou TEP prévio 1,5 Maior de 6 pontos: alta
Imobilização ou cirurgia nas últimas 4 1,5
semanas
Câncer (malignidade) 1,0
Dx. diferencial menos provável que 3,0
TEP

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Pneumonia  DPOC o EPOC  Asma
 ICC aguda  Pericardite / pleurite  Trauma pulmonar / pneumotórax
 Síndrome coronariana aguda

85
TRATAMENTO
Depende do estado hemodinâmico do paciente
1. Estabilização clinica

2. Se estável:
Heparina de baixo peso molecular, ou
Anticoagulantes oral (Rivoraxabana, 15mg VO de 12 em 12 horas, durante 3 semanas,
logo depois, 20mg/dia duranre 3 a 6 meses).

3. Se instável:
Anticoagulação parenteral com Heparina de baixo peso molecular (ENOXAPARINA), mais
Terapia trombolítica (Alteplasa, 100mg IV em 2 horas)
CONTRAINDICAÇÃO de ALTEPLASA:
o AVC ISQUÉMICO em menos de 3 meses
o Danos ou neoplasia do SNC

4. Existem outros métodos como a trombectomia percutânea, ou retiro de embolo


cirurgicamente.

86
EDEMA AGUDO DE PULMÃO
DEFINIÇÃO: É um edema pulmonar decorrente do aumento da pressão hidrostática dos
pulmões, acontece devido ao aumento de pressões de preenchimento no coração esquerdo.

MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
 Dispneia / Ortopneia  Dispneia Paroxística Noturna
 Dor ou Desconforto Torácico  Palpitações / Taquicardia
 Tosse  Hipertensão
 Turgência Jugular / Refluxo Hepatojugular  Na Ausculta: Estertores Crepitantes
 Congestão Sistêmica: emeda de MMII, Ascite, Hepatomegalia, Derrame Pleural

CAUSAS:
 Ingesta hidro salina excessiva  Uso irregular de medicamentos / uso irregular de
AINES
 Isquemia do miocárdio / arritmias  Infecção / hipertensão descontrolada / embolia
pulomar

DIAGNÓSTICO
Exames de rotina (hemograma, perfil renal...)
Marcadores de necrose miocárdica (Troponina e CPK-MB)
Eletrocardiograma (para avaliar sinais isquêmicos, bloqueios e arritimias)
Radiografia de tórax (avalia a congestão pulmonar)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
(consiste em outras causas de dispneias e desconforto torácico).
 Tromboembolismo Pulmonar  Pneumonia  DPOC Descompensada
 Crise Asmática  Pneumotórax

TRATAMENTO
Identificar e remover causas precipitantes de descompensação
Estabilização clínica do paciente
Suporte Ventilatório e Diminuição da Pressão Capilar Pulmonar com uso de:
1. Vasodilatadores (dinitrato de isossorbida 5mg a cada 5 minutos ou nitroglicerina 1,5 a
3,0ml por hora).
2. Diuréticos de ASA (furosemida 0,5 a 1,0mg/kg EV). E morfina (2 a 5 mg a cada 5
minutos EV).

87
DERRAME PLEURAL
DEFINIÇÃO: É o acumulo de líquidos no espaço pleural (espaço entre a pleura visceral e
parietal).

CLASSIFICAÇÃO:
Causado por fatores sistêmicos como Insuficiência Cardíaca
TRANSUDADOS Congestiva, EMBOLIA PULMONAR).
Baixa quantidade de proteínas, não tem células inflamatórias,
fluido claro.
Causado por fatores locais como neoplasias pulmonar, doenças
EXSUDATOS infecciosas do pulmão, tromboembolismo pulmonar).
Alta quantidade de proteínas, as células inflamatórias estão
presentes, fluido amarelo
EMPIEMA Pus na cavidade pleural).

Critérios de LIGHT(serve para diferenciar transudados x exsudatos


Parâmetros Transudado Exsudatos
Relação de proteínas pleural/soro <0,5 >0,5
Relação entre LDH pleural/soro <0,6 >0,6
Menor ou igual a 2/3 do Maior de 2/3 do limite
LDH no liquido pleural limite normal de LDH normal de LDH sérico
sérico
Resultados: Basta só um critério para definir se é EXSUDATO, e 3 critérios para definir
um TRANSUDADO.

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Dor pleurítica  Dispneia  Tosse  Febre
 Diminuição da Expansibilidade Torácica  Desvio Traqueal Contralateral
 Na Ausculta: Diminuição de Murmúrios Vesiculares

DIAGNÓSTICO
Radiografia de tórax (podemos ver a densidade, a elevação do diafragma e o desvio do
mediastino contralateral o derrame)
TAC (mostra a opacidade, é melhor para estimar o volume do derrame)
TORACOCENTESE DIAGNOSTICA

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Insuficiência cardíaca congestiva  Cirrose  Síndrome nefrótico
 Infecções (bactérias, tuberculose, virais)  Embolia pulmonar  Neoplasias

TRATAMENTO
1. Antibiótico terapia 2. Drenagem torácica toracocenteses 3. Buscar e tratar a causa

PARA SABER:
Como é feita a TORACOCENTESE?
Deve ser feita após a radiografia, porque ela vai mostrar o local exato.
1. Assepsia local 2. Anestesia local (10ml de lidocaína a 2%)
3. Introduzir agulha em região subescapular 4. Após atingir o espaço pleural, tirar a
agulha e introduzir o jelco.
88
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
DEFINIÇÃO: É uma polineuropatia inflamatória desmielizante aguda.
É uma condição clinica heterogênea, pós infecciosa, composta por variantes
desmielizantes e/ou axonais.

ALGUMAS CAUSAS:
 Compylobacter jejuni  Citomegalovírus  HIV
 Epstein-Barr vírus  Zika vírus

MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
 Perda de força ascendente (dos membros inferiores para os membros superiores)
 Perda de reflexos  Dores musculares  Parestesias
 Paresia facial  Insuficiência respiratória

DIAGNÓSTICO:
 Eletroneuromiografia (avalia a ausência  LCR (tem um aumento de proteínas, sem
de desmielização) células)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Encefalites  Miopatias

TRATAMENTO
Imunoglobulina Humana (anticorpos) 400 mg/kg durante 5 dias
Plasmaferese 5 sessões
Analgésicos
Heparina (se existe dificuldade de locomoção)

89
TENTATIVA SUICIDA
Suicídio: a ação de dar a morte a si mesmo de forma voluntaria.
Tentativa suicida: conduta potencialmente auto lesiva com resultado NÃO MORTAL

ETIOPATOGENIA
 Particular  Fatores socioeconômicos  Genéticos
 Psicológicos  Transtorno de humor  Uso de drogas
 Ansiedade  Depressão

FATORES DE RISCO
 Depressão  Transtornos bipolares/ psiquiátricos  Perdas familiares
 Desemprego  Dependência de álcool e drogas  Abusos
 Enfermidades graves como câncer, aids e lúpus

CONDUTAS
1. Estabilizar o paciente (signos vitais, controle hemodinâmico)

2. Atender a etapa critica das sequelas da tentativa


Exemplo: antídotos para envenenamento (se essa for a causa) Lavagem gástrica

3. Medicamentos para amortecer temporariamente os sintomas (ansiedade / agitação) como:


 Benzodiazepinas (clonazepam, lorazepam)
 Antipsicóticos (haloperidol)

90
INTOXICAÇÕES
Avaliar o ABCDE do paciente
Monitorização de signos vitais
Buscar a porta de entrada (dérmica, orogástrica, ocular, respiratória)

AGENTES
 Anticolinérgicos (antihistaminicos)  Colinérgicos (carbamatos)
 Beta Adrenérgicos (cafeína)  Sedativos / alucinógenos / narcóticos / solventes

CARACTERISTICAS
 Hipotermia álcool  Hipertermia cocaína / LSD
 Taquicardia cafeína / cocaína  Bradicardia Beta Bloqueadores
 Meiose opiáceos  Midríase cocaína, dopamina
 Delírio e confusão álcool  Crises convulsivas lítio, cocaína
 Distonia haloperidol

CONDUTAS
1. CAB (circulação / via aérea / respiração
2. Prevenção de absorção
Dérmica Ocular Inalação
Agua + sabão não abrasivo Irrigação com solução salina Não se pode ter acesso e
nem remover
Gastrointestinal Provocar o vômito, lavado gástrico (por SNG), carvão aditivado, laxantes,
irrigação intestinal

3. Administração de antídotos

PARA SABER: COQUETEL DO COMA


 Dextrosa 50% 100ml  Tiamina 100mg IV
 Naloxona 0,45 a 2 mg IV  Flumazenil 0,2 a 0,5 mg IV

91
CEFALEIA
DEFINIÇÃO: Dor ou moléstia, localizada em qualquer parte da cabeça.
CLASSIFICAÇÃO:
PRIMARIAS SECUNDARIAS
 Provocada por enfermidades como, TEC, AVC,
 Enxaqueca, tensional, em salvas) aumento na pressão do LCR, abstinência, meningite,
encefalite, HTA, otite, sinusite)
As secundarias vem acompanhadas se sinais de alerta como por exemplo o inicio abrupto,
febre, rigidez da nuca, convulsões...

ENXAQUECA (MIGRAÑA)
 Pode ser com aura (distúrbios visuais e auditivos), ou sem aura
 Unilateral, latejante  Pode vir acompanhada de náuseas e vômitos.

FATORES QUE DESENCADEIA UMA ENXAQUECA


 Estresse emocional  Hormônios  Chocolates
 Menstruação  Privação de sono

DIAGNÓSTICO
Clinico (história + exame físico)
Critérios para o diagnóstico:
 Mínimo 5 ataques  Duração de 4 a 12 horas
 Localização unilateral  Dor tipo pulsátil moderada a severa

TRATAMENTO
1. Mudanças no estilo de vida como práticas de exercícios físico, boa noite de sono,
evitar alimentos que provocam a crise.
2. Farmacológico
Para cortar a crise se usa: AINES, ERGOTAMINA, CLOPROMAZINA
Para prevenir a crise se usa: AMITRIPTILINA, ANTIEPILÉPTICOS

CEFALEIA TENSIONAL
 É a mais comum, causada por estresse físico e mental  Bilateral
 Dor em aperto/pressão  Não severa

CAUSAS
 Estresse físico e mental  Desidratação  Alterações do sono  Abstinência

DIAGNÓSTICO
 Clinico (história + exame físico)
Critérios para o diagnóstico:
 Mínimo 10 episódios em 3 meses  Ausência de náuseas e vômitos
 Duração de 30 minutos a 7 dias  Dor em pressão  Bilateral

TRATAMENTO
1. Mudanças no estilo de vida
2. Medicamentos como AINES (na crise) e AMITRIPTILINA (para profilaxia)

92
CEFALEIA EM SALVAS
Dor de forte intensidade e unilateral, principalmente na região orbitaria
Afeta mais os homens
Período cíclicos (ocorrem nos mesmos períodos)
Cada ciclo dura de 15 a 180 minutos
Hiperemia conjuntival / lacrimejamento / edema de pálpebra / meiose ou ptose

DIAGNÓSTICO
Clinico (história + exame fisico)
Critérios para diagnóstico:
 Mais de 5 episódios  Dor de cabeça severa
 Unilateral  Peri orbitaria
 A frequência das crises varia (pode ter até 8 ataques no mesmo dia)

TRATAMENTO
1. Na crise: SUMATRIPTANO agonista do receptor 5-HT1 (subcutâneo para um efeito
rápido)
2. Para prevenir: VERAPAMIL (bloqueador dos canais de cálcio) 80mg a cada 8 horas. Ou
PREDNISONA 60 mg, uma vez ao dia, reduzindo para 10mg a cada dois dias.

93
ABDOME AGUDO
DEFINIÇÃO: É uma síndrome de início súbito e progressivo, que cursa com dor abdominal
intenso com compromisso do estado geral do paciente.

Peritônio
É uma capa serosa que protege a cavidade abdominal
Função: proteção da cavidade abdominal
Formado por duas folhas: Parietal e Visceral
Apresenta dois compartimentos:
Superior (do diafragma até a metade do cólon transverso) e
Inferior (da metade do cólon transverso até a pélvis).
Os órgãos retroperitôniais são: parte do pâncreas e rins
Os órgãos intraperitôniais são: esôfago, estomago, fígado, baço, parte do pâncreas, intestino
delgado e grosso.
A principal complicação que pode acontecer no peritônio é a PERITONITE
ETIOLOGIA
INFLAMATÓRIO  Apendicite, Colescistite, Pancreatite, Colangite
PERFORATIVO  Ulceras Perfuradas, Apendicite, Diverticulite
OBSTRUTIVO  Fecaloma, Volvo Intestinal (Vólvulo), Coledocolitiase
HEMORRAGICO  Hemorragias Digestivas, Gravidez Ectópica Rota
TRAUMÁTICO  Trauma De Abdome, Contusões E Feridas
94
CLASSIFICAÇÃO
 Clinica  Cirúrgica

PARA SABER
O que se faz com um paciente que chega na emergência com suspeita de abdome
agudo?
Resposta: exame físico rápido e ecografia. Avaliar, e solicitar os estudos necessários como
laboratórios, eletrocardiograma... e verificar se é cirúrgico.
O que não se pode fazer em paciente com suspeita de abdome agudo?
Resposta: administrar anti-espasmódicos, porque emascara o quadro clinico.

A DOR PODE SER:


 VISCERAL Insidiosa, mal localizada e progressiva
 PARIETAL ou SOMÁTICA dor aguda, intensa e bem localizada
 REFERIDA se produz porque a zona estimulada comparte segmentos neuronal sensorial
com a área dolorosa (dor em área diferente do órgão estimulado)

QUADRO CLÍNICO
Dor abdominal
 Anorexia  Febre  Vômitos / diarreia
 Distensão abdominal (não necessariamente)  Constipação

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Pericardite  IAM  Pneumonia basal
 Hepatite  Empiema

DIAGNÓSTICO
Clinico
Sempre descrever a historia da enfermidade atual usando:
Aparição da dor
Localização da dor
Intensidade da dor
Cronologia da dor
Irradiação da dor
Aspecto da dor

 Laboratórios (hemograma completo, coagulo grama, glicemia, proteínas, bilirrubinas e


amilase vão estar aumentados, TGO, TGP e Exame de Urina)
 Exames de imagem
 RADIOGRAFIA DE TÓRAX: para descartar ar subdiafragmático
 RADIOGRAFIA DE ABDOME: verifica distensões, apagamento. Por exemplo: distensão
de asas, níveis hidroaéreos, apagamento do psoa, asa sentinela, e as calcificações são os
cálculos (litíase).
 ULTRASSONOGRAFIA: Padrão ouro para colescistite.
 TAC: melhor em casos de tumores, coleções e abscessos.

95
TRATAMENTO
1. NPO (nada por via oral)
2. Via periférica + reposição hidroeletrolítica
3. Sonda Folley (para controlar os líquidos)
4. Analgesia + antibiótico (depois de ter o diagnóstico definitivo)
5. Buscar e tratar causa:

CIRURGIA em casos como: apendicite, colescistite complicada, hérnias


encarcerada/estrangulada, aneurisma aórtico, evaginação intestina, perfuração de vísceras,
trombose mesentérica, gravidez ectópica rota...

TRATAMENTO CLINICO pancreatite, ITU, gastrite

96
APENDICITE
DEFINIÇÃO: É a inflamação aguda do apêndice cecal. É a causa mais frequente do abdome
agudo em pessoas de 10 a 30 anos.
 Anatomia do APÊNDICE
Localizado a 2.5cm da válvula ileocecal
Mede de 6 a 10cm, e o diâmetro é de 6mm
Posições: retrocecal, subcecal, pélvico, pré-ileal, pós ileal

ETIOLOGIA
 Sementes  Parasitos (áscaris)  E. Coli
 Tumores  Fecalitos

FISIOPATOLOGIA
Segundo a fase, tem 4. (Memotécnico = OSIP)
1. OBSTRUTIVA.
Obstrução da luz apendicular, isso faz com que exista um aumento da produção de moco,
levando a um aumento da pressão luminal.

2. SUPURATIVA OU CONGESTIVA.
Acumulação de moco no órgão. Isso causa uma proliferação de bactérias e bloqueio venoso.

3. INFLAMATÓRIA.
Nesta fase existe um compromisso arterial, causando a necrose.

4. PERFURATIVA.
Nesta fase, o apêndice perfura (causando a peritonite).

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Inicio de dor tipo cólica (no epigástrio ou periumbilical)
 Aumentando a intensidade ao migrar para a fossa ilíaca direita
 Anorexia / náuseas / vômitos
 Febre

CRONOLOGIA DE MURPHY
1. Dor na região do epigástrio
2. Migra até a região umbilical e depois para a fossa ilíaca direita
3. Náuseas e vômitos

DIAGNÓSTICO:
 CLINICO (principalmente)  Hemograma (leucocitose e neutrofilia)
 Ultrassonografia (parede engrossada  Radiografia (apagamento do psoa)
maior de 2mm).

IMPORTANTE SABER: SIGNOS CLÁSSICOS DO EXAME FÍSICO


BLUMBERG  Dor a descompressão brusca no ponto de McBurney (localizado no 2/3 de
distância do umbigo a espinha ilíaca anterossuperior direita).
ROVSING  Dor na fossa ilíaca direita, após pressionar a fossa ilíaca esquerda
(porque aumenta os gases sobre o apêndice)
PSOAS  Se coloca o paciente em decúbito dorsal, segurando o membro inferior
97
direito, levantando até que chega a um grau onde a coxa vai apoiar sobre o
apêndice e causar dor.
OBTURADOR  Colocar o paciente em decúbito lateral esquerdo, flexionar o membro
inferior direito, fazendo uma rotação interna e externa. O musculo vai apoiar
sobre o apêndice causando dor.
DUMPHY  Dor na fossa ilíaca direita que se agrava ao tossir.

TRIADA DE DIEULAFOY:
1. Dor na fossa ilíaca direita
2. Contratura muscular em FID
3. Hiperestesia cutânea (avermelhada ou rígida)

 LAPINSKI dor ao elevar o membro inferior direito.

ESCALA DE ALVARADO (para diagnostico de apendicite)

Parâmetro Pontos
Nemotécnico Migração da dor 1
MANDRELD Anorexia 1
Náuseas e vômitos 1
Dor na fossa ilíaca direita 2
Para saber: Rebote (descompressão) 1
(Incisão para Apendicectomia) Elevação de temperatura (febre) 1
 ROCKY DAVIS (transversa) Leucocitose (maior de 10.000) 2
 MCBURNEY (oblíqua) Desvio a esquerda (>75%> 1

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Gravidez ectópica (mulheres)  Doença pélvica inflamatória
 Gastroenterite aguda  Colecistite aguda
 ITU

COMPLICAÇÕES
 Peritonite  Shock séptico

TRATAMENTO
 APENCICECTOMIA (sempre)  Antibiótico

98
HEMORRAGIA DIGESTIVA
DEFINIÇÃO: É a perda de sangue procedente do trato digestivo.
Se divide em:
 ALTA Ponto sangrante localizado entre o esfíncter esofágico superior e o ângulo de
Treitz.
 BAIXA Ponto sangrante localizado abaixo do ângulo de Treitz até o ânus.

ÂNGULO DE TREITZ união duodenojejunal do intestino delgado.

HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA


ETIOLOGIA:
 Varizes esofágicas  Gastropatia  Esofagite
 Ulceras pépticas (por H.pylori ou AINES)  Por hipertensão arterial
 Síndrome de Mallory Weis (desgarro da união gastroesôfagica por vômitos)

QUADRO CLINICO
 Melena (fezes negras, sangue digerido)  Hipotensão, taquicardia
 Hematêmese (vômitos com sangue)  Perda de 1750 a 2500 ml de sangue
VOLEMIA
 Confusão mental / palidez (sinais de shock hipovolêmico)

EXAME FISICO / EXPLORAÇÃO ABDOMINAL


 Sinais de irritação peritoneal  Visceromegalia  Onda ascitica
 Na auscultação: aumento do peristaltismo intestinal

DIAGNÓSTICO
 Hemograma completo + coagulograma (sempre pedir grupo e fator RH, caso necessite de
transfusão)
 Endoscopia (exame que serve para confirmar)
 Radiografia abdominal (avalia a perfuração de vísceras ocas)

CONDUTA
1. NPO
2. Controle de sinais vitais
3. 2 vias de grosso calibre (um é para a hemotransfusão se necessário) + reposição com
cristaloides (ringer lactato)
4. Oxigênio terapia
5. Sonda nasogástrica (para lavado gástrico)
6. Sonda FOLLEY (para o controle de diurese)
7. Metoclopramida 10mg a cada 8 horas EV
8. Omeprazol 40mg em bolo (para prevenir sangramento), e logo depois 40 mg a cada 12
horas EV
9. Laboratorios para controle
OBS.: Em caso de varizes esofágicas, considerar o uso de vasodilatadores, para diminuir a
pressão dentro das varizes. (Vasopressina ou somatostatina).

HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA


ETIOLOGIA:
 Diverticulite  Pólipos  Câncer de colo retal
 Varizes retais  Fissuras anais  Hemorroidas
99
QUADRO CLINICO
 Hematoquézia (evacuação de sangue vermelho vivo, pode ser ou não mesclado com
fezes)
 Enterorragia  Proctorragia

DIAGNÓSTICO
 Tato retal  Colonoscopia (exame que confirma)  Hemograma + Coagulograma

CONDUTA
 Estabilização  Reposição volêmica  Transfusão sanguínea (se necessário)

100
PANCREATITE AGUDA
DEFINIÇÃO: É um processo inflamatório do pâncreas, agudo e de prognóstico reversível.
 Generalidades do PÂNCREAS
Órgão glandular Tamanho: 10 a 15 cm, peso: 70 a 100gr
Partes: cabeça, corpo e cauda Condutos: Wirsung e Santorini
Irrigação: tronco celíaco, mesentérica superior, esplênica e pancreática transversa
Função exócrina: absorção e digestão dos alimentos
Função endócrina: produzir insulina

ETIOLOGIA
 Obstrutivas (litíase biliar, litíase vesicular, áscaris)
 Alcóolica / tabagismo  Alimentícias / hipertrigliceridemia

FISIOPATOLOGIA
Segundo o agente etiológico LITO
1. Vai obstruir um conduto (de Wirsung ou Santorini)
2. Esse lito vai provocar uma pressão e dilatação, lesionando o pâncreas. Produzindo um
processo inflamatório.
3. Esta obstrução faz com que o pâncreas funciona de maneira inadequada.
4. Causando a diminuição ou paro na produção de insulina.

FATORES DE RISCO
 Obesidade  Alcoolismo  Trauma
 Hipertrigliceridemia  Histórico de litíase biliar  Hereditári
 Tabagismo  Medicamentos

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Dor em região do epigástrio (em hemi cinturão, que irradia para o dorso)
 Náuseas / vômitos (conteúdo bilioso ou gástrico)
 Anorexia
 Febre (síndrome de gravidade) + taquicardia (são sinais de shock hipovolêmico)
 Pode existir ou não icterícia pós hepática (somente quando a etiologia é de origem biliar)

NO EXAME FISICO
 Sinais de irritação peritoneal (Blumberg +)
 Distensão abdominal e peristaltismo débil
 Icterícia (se for de origem obstrutiva)
 Signo de GREY TURNER (equimose de um ou ambos flancos e dorso)
 Signo de CULLEN (equimose periumbilical)
 Signo de FOX (mudança de cor na porção inferior do ligamento inguinal)

PARA SABER:
PANCREATITE BILIAR PANCREATITE ALCÓOLICA
 Dor bem localizada  Dor mal localizada
 Início súbito  Início gradual
 Intensidade máxima em 10 a 20 minutos  Dor surda (nem forte e nem aguda)

101
Para o resultado, soma o primeiro score (que é na TAC feita sem contraste) mais o
segundo score (TAC com contraste)
Se resultado for maior ou igual a 6, é considerado um QUADRO GRAVE.
DIAGNÓSTICO
 CLINICO (história e exame físico)

LABORATÓRIO
 Aumento da glicemia  Aumento da Bilirrubina
 Aumento da Amilase e lipase (3 ou mais vezes maior que normal)
 Hemograma completo (leucocitose, desvio a esq. e aumento do hematócrito)

IMAGEM
Radiografia de tórax

Ultrassonografia abdominal (avalia a presença de cálculos biliares)

ERCP (Colangiopancreatografia retrógada endoscópica)


 Seu maior beneficio é nas etapas iniciais, para evitar a colangite.
 Permite a extração de cálculos, através de uma papilotomia/esfinteroplastia.

TAC abdominal (pedir após o terceiro dia)


 Mostra o aumento do pâncreas (edema)
 Contornos irregulares
 Densidade heterógena (necrose pancreática)
 Coleções liquidas

ESCALA DE BALTHAZAR (para ver a gravidade da pancreatite, através da TAC)
Grados Hallazgos Score Score Necrosis %
A Pancres Normal 0 0 0
B Aumento do tamanho focal o difuso 1 2 <30
C Pancreas anormal com inflamação 2 4 30-50
peripancreática
D 1 coleção intra o extrapancreática 3 6 >50
E 2 o mais coleciones e/o gas retroperitoneal 4

RESULTADO
De 1 a 2 critérios = Ausência de falência orgânica ou complicações locais ou
LEVE sistêmicas. Recuperação de 3 a 5 dias.
De 3 a 6 pontos = Falência orgânica temporária, por menos de 48 horas, e/ou
MODERADA complicações locais ou sistémicas).
Maior de 6 pontos = Falência orgânica por mais de 48 horas.
GRAVE

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Colecolitiase  Cólica biliar  Colescistite agura
 Ulcera perfurada  Obstrução intestinal aguda

PROGNÓSTICO
Utiliza os CRITÉRIOS DE RANSON
102
NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DE INTERNAÇÃO
Origem biliar Origem não biliar
Idade Maior de 70 anos Maior de 55 anos
Leucocitose Maior de 18.000 Maior de 16.000
Glicemia Maior de 220 mg/dl Maior de 200 mg/dl
TGO Maior de 250 UI/L Maior de 250 UI/L
LDH Maior de 400 UI/L Maior de 350 UI/L

DEPOIS DE 48 HORAS DE INTERNAÇÃO


Origem biliar Origem não biliar
Diminuição do hematócrito Menor de 10% Menor de 10%
Cálcio Menos de 8 mg/dl Menos de 8 mg/dl
Déficit de base Maior de 5 mEq/L Maior de 4 mEq/L
Sequestro de liquido Mais de 4 litros Mais de 6 litros
Ureia Maior de 2 mg/dl Maior de 5 mg/dl

CONDUTA
1. NPO (por até 5 dias, por causa do processo inflamatório)
2. Oxigênio
3. Sonda Nasogástrica (diminui o PCR, a dor e aumento do peristaltismo intestinal para
evitar isquemia mesentérica)
4. Hidratação com cristaloides (para reposição de eletrólitos, fazer controle
acidobásico, evitar um dano renal ou hipovolemia)
5. Analgesia (tramadol ou morfina)
6. Inibidores da bomba de prótons (omeprazol)
7. Antibiótico terapia (se suspeita de infecção)
8. ERCP de urgência (para verificar se está sendo obstruído por litos, evitando uma
colangite)
9. Valorar necessidade de cirurgia
Indicações para cirurgia:
 Obstrução de via biliar (colecistectomia)  Descompressão do conduto pancreático
 Complicações intraperitoneais graves  Necrose / pseudoascite (necrosectomia)

COMPLICAÇÕES
 Necrose infectada  Abscesso pancreático  Pseudocistos
 Coleção liquida aguda  Shock (SIRS)

103
PANCREATITE CRÔNICA
DEFINIÇÃO: É a inflamação do pâncreas, com compromisso anatômico e funcional, a longo
prazo com o prognostico irreversível.
Leva a destruição progressiva do órgão

ETIOLOGIA:
 Consumo abundante do ÁLCOOL a longo prazo.

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Pode ser assintomática (nas fases iniciais)
 Pode ter um quadro clinico clássico de pancreatite aguda, como a dor em hemi cinturão,
náuseas e vômitos. (A diferença é que geralmente tem icterícia marcada e dor mais intensa)
 Uma deficiência na absorção dos alimentos
 Pode ter a presença dos signos (GREY TURNER, CULLEN, FOX. Esses signos
acontecem por uma distensão sanguínea)

LABORATÓRIOS
Tudo de pancreatite aguda (aumento de bilirrubinas, lipasa, amilasa, glicemia) mais um
compromisso anatômico do pâncreas.

TRATAMENTO
 É PALIATIVO (somente tratar os sintomas)
 Deve ser feito suplementação com enzimas, devido a mal absorção dos alimentos
 Transplante de órgão

COMPLICAÇÕES
Câncer (tumores)

104
COLECISTITE AGUDA
DEFINIÇÃO: É a inflamação da vesícula biliar (+ comum quando existe a presença de
cálculos)

PARA SABER: VESÍCULA BILIAR


Órgão que armazena a bílis
Tem forma de pera, e está localizado abaixo do fígado, medindo de 7 a 10 cm
Vascularizado pela artéria cística
BILIS: liquido produzido pelo fígado, que serve para degradar a gordura. Este liquido é
liberado através de um tubo, chamado conduto biliar comum, que conecta a vesícula e o
fígado ao intestino delgado Colédoco.

ETIOLOGIA
 Obstrução do ducto cístico (litíase)
 Escherichia Coli (alitiasica)
 Processos inflamatórios e infecciosos

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Dor tipo cólico continuo (a mais de 12 horas), no hipocôndrio direito, que irradia ao
epigástrio e região subescapular (a dor piora de 15 minutos a 3 horas após a ingesta de
comida rica em gorduras)
 Febre e escalafrios  Náuseas / Vômitos / Anorexia  Taquicardia

Signo de MURPHY positivo


Consiste na parada da respiração devido a forte dor, durante a compressão no ponto
de MURPHY (linha entre o umbigo e o oco da axila, onde tocar o rebordo costal).
o Icterícia (15 % dos casos)

Signo de Mirizzi (compressão do colédoco por calculo impactado no ducto cístico).

FATORES DE RISCO
 Sexo feminino  Obesidade  Dieta rica em gordura
 Sedentarismo  HDL diminuído  Síndrome de Gilbert (fígado não processa
adequadamente a bilirrubina)

FISIOPATOLOGIA (em casos de cálculos)


1. Obstrução do ducto cístico, que causa
2. Um aumento na saturação de sais e ácidos biliares
3. Provocando um edema
4. Que leva a hemorragia subserosa
5. Causando necrose da mucosa, infiltração de polimorfo nucleares
6. Produzindo uma FIBROSE

DIAGNÓSTICO
 Clinico
 Hemograma (leucocitose com desvio a esquerda)
 Perfil hepático (TGO, TGP, FA, GGT) e Bilirrubinas aumentadas
 ECOGRAFIA (exame padrão ouro para o diagnóstico) as paredes vão estar
engrossadas (> de 4mm)
 Líquidos perivesicular (porque começa a supurar)
105
 Vesícula distendida
 Sombra acústica (quando a etiologia é de origem litiasica)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL7
 Ulcera Péptica Perfurada  Hepatite / Pancreatite / Apendicite  Obstrução Intestinal

COMPLICAÇÕES
 Pancreatite aguda  Perfuração da vesícula  Peritonite

TRATAMENTO
 Internação / NPO
 Hidratação EV
 Iniciar antibiótico terapia (metronidazol + gentamicina + penicilina. Ou metronidazol +
ceftriaxona. Obs.: se paciente tem insuficiência renal, ou está gravida, deve-se substituir o
metronidazol que é nefrotóxico por amoxicilina)
 Se paciente não responde ao tratamento clinico, valorar necessidade de cirurgia
COLECISTECTOMIA (retirada da vesícula)

106
COLELITIASE
DEFINIÇÃO: É a presença de cálculos na vesícula

TIPOS DE CÁLCULOS:
 COLESTEROL (único e grande)
 PIGMENTADOS (pequenos e vários, tem a capacidade de mover)
 MISTOS (características de processos inflamatórios)

ETIOLOGIA
OBESIDADE (paciente tem muita gordura, faz com que a bílis trabalhe mais, pois tem que
degradar mais gordura, causando então uma sobrecarga de trabalho, dando lugar a
formação de cálculos.

DIMINUIÇÃO DE PESO (paciente magro, não tem muita gordura, faz com que a bílis
trabalhe menos, acumulando na vesícula, formando cálculos)

FISIOPATOLOGIA
Três fatores para a formação de cálculos biliares:
 Bile instável  Atividade biliar lenta
 Maior propensão à formação de cristais de colesterol

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 80 % dos casos é assintomático
 Dor abdominal tipo cólico no hipocôndrio direito, que pode irradiar ao epigástrio e região
subescapular
 Distensão abdominal
 Náuseas que chegam a vômitos
 Icterícia (não necessariamente, ocorre por obstrução)

 Signo de MURPHY positivo (para realizar: paciente em decúbito, pede a ele que inspire
profundamente, devemos fazer uma compressão no ponto de Murphy, o paciente
interrompera a respiração pela forte dor que causara)

Pode ter duas fases


 Aguda (sintomática)  Crônica (pode ser assintomática, se paciente cuida da
alimentação)

DIAGNÓSTICO
Clinico
Laboratórios
 Aumento da bilirrubina  Aumento do colesterol

ECOGRAFIA (padrão ouro)


 Presença de cálculos na vesícula  Paredes engrossadas maior de 4 mm
 Sombra acústica (zona de menor brilho, consequência da chega de uma menor
quantidade de ondas de ultrassom devido aos cálculos)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Pancreatite  Coledocolitiase  Dispepsia  GECA (gastroenterocolite)

107
COMPLICAÇÕES
Colecistite aguda
Pancreatite (se cálculo migra para o pâncreas)
Coledocolitiase (se cálculo migra para o colédoco)
Colangite

TRATAMENTO
COLECISTECTOMIA (em pacientes sintomáticos)
Obs.: não operar de emergência em pacientes assintomáticos, exceto:
 Vesícula em porcelana (calcificações causadas por excesso de cálculos biliares)
 Cálculo grande (maior de 2,5 a 3 cm)

108
COLEDOCOLITIASE
DEFINIÇÃO: É a presença de cálculos no colédoco, provocando obstrução parcial ou
completa do fluxo biliar.

PARA SABER: COLÉDOCO


Ducto que se forma onde se unem os condutos que vem do fígado e da vesícula
Tubo que transporta a bílis até o duodeno
Mede 7 cm de longitude e 8 mm de largura

ETIOLOGIA
Primarias (10 %) Secundarias (90 %)
Quando o cálculo se forma dentro do Quando o cálculo migra da vesícula até o
colédoco colédoco

QUADRO CLINICO
 Assintomático em alguns casos  Icterícia (pós-hepática)
 Dor abdominal tipo cólico (porque o cálculo exerce uma pressão) em hipocôndrio direito
 Acolia (fezes esbranquiçadas)
 Coluria (urina escura) SINDROME COLEDOCIANO
 Icterícia (esclera, mucosa e pele)
O signo de MURPHY, estará negativo.

DIAGNÓSTICO
 PERFIL HEPÁTICO (aumento das transaminasas, FA e bilirrubinas)
 ECOGRAFIA (presença de cálculos no colédoco, sombra acústica, dilatação das vias
biliares, dilatação coledociana maior de 7 mm)
 ERCP (EXAME PADRÃO OURO PARA O DIAGNÓSTICO) Permite:
Realizar uma esfinterotomia para a extração de cálculos do colédoco e favorecer a drenagem
da bílis.
Localiza e investiga a etiologia da obstrução.

Diagnóstico Diferencial Complicações


 Cirrose ou Hepatite alcoólica  Pancreatite Aguda
 Colescitite  Colangite

TRATAMENTO
 Hidratação EV
 Analgésicos e ante eméticos
 Antibiótico terapia (ciprofloxacina ou ceftriaxona + metronidazol)
 ERCP
 Intervenção cirúrgica: colecistectomia com exploração de vias biliares

109
COLANGITE
DEFINIÇÃO: É a inflamação das vias biliares por uma infecção bacteriana que vem
acompanhada de uma obstrução.

PARA SABER: VÍAS BILIARES


É um conjunto de condutos orgânicos que conectam o fígado e a vesícula biliar ao intestino
delgado (duodeno).
Função: conduzir a biles produzida no fígado, até a vesícula (onde é armazenada) e
posteriormente ao duodeno

Está constituído por:


 Ducto hepático direito e esquerdo  Ducto hepático comum  Ducto cístico
 Ducto de wirsung (pâncreas)  Colédoco

IMPORTANTE:
INFLAMAÇÃO É uma resposta ante a uma invasão e multiplicação de corpos estranhos no
organismo.
INFECÇÃO É a invasão de micro-organismos e sua multiplicação no organismo.

ETIOLOGIA
 Aumento da pressão coledociana  Coledocolitiase / colelitiase
 Infecção de vias biliares (vias ascendentes, desde o duodeno. As principais são E. Coli,
Klebsiella, S. Fecallis)

FATORES DE RISCO
 Coledocolitiase  Tumores malignos  Estenose
 Colangiografia  ERCP  Parasitose (ascaridíase)

QUADRO CLINICO
1. Febre Triada
2. Icterícia De Pentada
3. Dor Abdominal Charcot de
4. Deterioro Neurológico Reynald
5. Schock
Deterioro Neurológico: Em pacientes graves, no caso de colangite supurativa aguda)

DIAGNÓSTICO
 LABORATÓRIOS
 Hemograma (leucocitose, desvio a esquerda)  Hemocultura
 Fosfatasa alcalina (aumentada de 3 a 4 vezes maior que o normal)
 Bilirrubinas (aumentadas)
 TGO /TGP (aumentado 2 vezes maior que o valor normal)

 ECOGRAFIA (exame de eleição)


 Dilatação das vias biliares  Sombra acústica (na presença de cálculos)  Cálculos
 TAC (se existe suspeita de câncer pancreático)
 ERCP (para paciente com alta suspeita clínica para colangite)

110
SINAIS DE GRAVIDADE
 Leucocitose maior de 20,000  Trombocitopenia  Hipoalbunemia

TRATAMENTO
1. Internação para estabilização
2. Reposição de líquidos / correção de eletrólitos e coagulopatias
3. Analgesia
4. Antieméticos
5. Antibiótico terapia (Penicilina, Gentamicina e metronidazol de 5 a 7 dias. Ou ceftriaxona,
metronizadol e ampicilina)
OBS.: Nunca esquecer que metronidazol é nefrotóxico, sempre substituir por amoxicilina.
6. Drenagem biliar (por ERCP)

Se o paciente não responde ao tratamento clinico, deve-se fazer uma:


COLEDOCOTOMIA (retirar parte do colédoco afetado, e por um tubo conhecido como TUBO
DE KEHR tubo de silicone ou borracha em forma de T, que faz drenagem biliar para o
exterior)

111
OBSTRUÇÃO INTESTINAL
DEFINIÇÃO: É uma síndrome que implica ausência do transito intestinal (parcial ou
completa)
Interrupção do fluxo intestinal.

CLASSIFICAÇÃO
Segundo a etiologia:
 MECÂNICA (barreira física)  FUNCIONAL (comprometimento da função motora)

Segundo a localização:
ALTA BAIXA
 Acima da válvula Ileocecal (intestino  Abaixo da válvula Ileocecal (intestino
delgado) grosso)
 Principais causas: bridas, neoplasias,  Principais causas: neoplasias, volvo
hérnias estranguladas, íleo biliar (vólvulo), fecaloma, diverticulite
 Características: vômitos biliosos precoces,  Características: vômitos tardios e
e pouca distensão abdominal fecalóides ou ausente e uma marcante
distensão abdominal

CAUSAS DE OBSTRUÇÃO FUNCIONAL


 Íleo paralitico
Interrupção funcional do peristaltismo intestinal
Pode limitar-se ao estomago, a um segmento do intestino, ao cólon ou a todo o intestino
Etiologia: peritonite, pancreatite, pós-operatório, isquemia intestinal, opiaceos, quimioterapia,
trauma

CAUSAS DE OBSTRUÇÃO MECÂNICA (compromisso da luz intestinal)


 Estenose  Pólipos  Ascaris
 Aderências / bridas (principalmente no  Íleo Biliar (causado por cálculos biliar)
intestino delgado)

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Ausências ou Diminuição De Gases  Ausência de Evacuações
 Dor / Distensão Abdominal  Náuseas e Vômitos
 Gastrobiliar: Obstrução Alta  Intestinal: Obstrução Baja
 Ausente: Obstrução no Cólon, com Válvula Ileocecal competente.

AO EXAME FÍSICO
 Distensão Abdominal  Peristaltismo Diminuído ou Ausente
 Em Obstrução Mecânica: Aumento dos Ruídos Hidroaéreos (Som Metálico) e Ondas de
KUSSMAUL (visíveis)
 Em Obstrução Funcional: Diminuição ou Ausência dos Ruídos

DIAGNÓSTICO
 CLÍNICO (toque retal para verificar impactação, sangramentos, tumores...)
 RADIOGRAFIA SIMPLES DO ABDOME (no intestino delgado, podemos ver o signo de
“EMPILLAMENTO DE MONEDAS”)
 TAC (quando o diagnóstico é duvido, no cólon podemos ver haustrações e distensão
periférica)
112
TRATAMENTO
SUPORTE CLINICO
 Reposição hídrica /  Sonda nasogástrica  Antibiótico terapia
hidroeletrolítica profiláctica

VALORAÇÃO PARA CIRURGIA (laparotomia exploratória)


 Hérnias estranguladas  Peritonite
(como saber: dor continua,  Obstrução de asa fechada URGÊNCIAS
febre, taquicardia,  Isquemia intestinal CIRURGICAS
leucocitose) 
Cirurgia paliativa: COLOSTOMIA

113
VOLVO INTESTINAL
DEFINIÇAO: É a torsão do cólon, parcial ou total, sobre o seu próprio eixo.
É um giro do intestino, sobre si mesmo.
Melhor dizendo: é um quadro de obstrução intestinal que se produz pela torsão de uma asa
intestinal sobre seu próprio eixo mesentérico, com compromisso da irrigação.
Mais frequente no SIGMÓIDE

ETIOLOGIA
 Câncer de intestino  Mudanças bruscas  Aderências intestinais
(causas por uso de laxantes) (provocada por cirurgia ou
infecção)
QUADRO CLINICO
 Dor abdominal tipo cólico, continuo  Distensão abdominal  Constipação
 Diminuição na expulsão de gases  Massa palpável
 NO EXAME FÍSICO: abdome distendido, hiper timpânico, doloroso

DIAGNÓSTICO
 Clinico
 Hemograma (diminuição dos glóbulos vermelhos, por anorexia)
 Radiografia de abdome (SIGNO DE GRÃO DE CAFÉ)
 TAC (SIGNO DE CHAMA DE VELA, ou PICO DE PASSÁRO)

TRATAMENTO
 Em alguns casos a distorção é instantânea
 DISTORÇÃO COLONOSCÓPICA (RETOSIGMOIDEOSCÓPIO)
Se contraindica em casos de: existência de sofrimento de asa, presença de líquidos
sanguinolentos, mucosa isquêmica ou placas de necrose.

Nesses casos utiliza COLOSTOMIA (pela técnica de HARTMANN, que consiste em uma
cirurgia de 2 tempos. O PRIMEIRO TEMPO se exterioriza o extremo proximal e fecha o
distal. No SEGUNDO TEMPO, que é feito 3 meses depois, é constituído o transito intestinal).
RESSECÇÃO URGENTE do segmento afetado se: peritonite ou gangrena

TRATAMENTO GERAL
 Nada por via oral  Hidratação e correção hidroeletrolítica  Sonda nasogástrica
 Analgésicos  Antibiótico terapia (cefotaxima + metronidazol)

114
FECALOMA
DEFINIÇÃO: Massas de fezes endurecidas, na ampola retal (70%), ou no sigmoide (30%),
que leva a uma obstrução intestinal.

ETIOLOGIA
 Dieta pobre em fibras  Imobilidade / sedentarismo
 Constipação (habito intestinal deficiente)  Desidratação
 Megacólon chagásico
 IMPORTANTE: Afeta muitos os idosos (baixa ingesta de líquidos, falta de atividade,
acamados, desnutrição, tono muscular debilitado).

FISIOPATOLOGIA
1. Peristaltismo anormal 2. Ausência de relaxamento do esfíncter anal
3. Perda do reflexo evacuatório 4. Desidratação da massa fecal

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Dificuldade ou impossibilidade de evacuar  Abdome distendido / cólica abdominal
 “FALSA DIARREIA” (fezes retida próximo  Tenesmo fecal
a impactação)
 Massa dura e palpável (baixo ventre)

COMPLICAÇÕES
Perfurações, septicemia, apendicite

DIAGNÓSTICO
 CLINICO (principalmente) + TATO RETAL
 Radiografia de abdome (localiza e mostra o tamanho)

TRATAMENTO
1. EXTRAÇÃO MANUAL DO FECALOMA (na ampola retal)
Está contraindicado em casos de hemorroidas, abscessos e fissuras
Orientar o paciente: não beber, não fumar, aumentar a ingesta de líquidos e fibras, laxantes
osmóticos por 1 a 2 semanas
Usar laxantes de volume para regular o habito intestinal

2. Se o paciente não realiza evacuações em 2 a 3 dias, fazer ENEMA

 SE OCLUSÃO TOTAL: realizar ENEMA TIPO MURPHY (sol. Fisiológica, leite, vaselina
liquida e agua oxigenada)
NÃO FUNCIONA? LAPAROTOMIA + COLOSTOMIA (técnica de HARTMANN)

115
HÉRNIAS ABDOMINAIS
DEFINIÇÃO: É a saída de uma víscera ou tecido, pela parede abdominal.
É a protrusão do conteúdo abdominal, através de um orifício ou anel aponeurótico, pode ser
natural (congênito) ou artificial (adquirido).
Partes de uma hérnia (em espanhol)
 Boca  Cuello SACO HERNIARIO
 Cuerpo  Fondo

CLASSIFICAÇÃO
SEGUNDO A ETIOLOGIA
CONGÉNITA ADQUIRIDA
(Hérnia de Hiato) (Quando a pressão abdominal aumenta; Exemplos: Obesidade,
aumenta o tecido adiposo, atividade de esforço).

SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO
EPIGÁSTRICA Por um defeito na linha ALBA (entre o apêndice xifoide e a cicatriz
(3 a 5%): umbilical).
UMBILICAL: Pelo fechamento incompleto da cicatriz umbilical, ou por distensão do
anel umbilical (fatores de risco são: obesidade, gravidez, ascite).
INCISIONAL Protrusão do peritônio com ou sem vísceras abdominais. (Causada pela
(12 a 15% das parede abdominal debilitada, cirúrgica ou traumaticamente).
laparotomias):
INGUINAL Discorrem pelo conduto inguinal, por um defeito do piso do canal
(75%): inguinal. Pode ser direta ou indireta e é mais frequente no sexo
masculino.
FEMORAL (5%): Se protrai por baixo do anel inguinal, através do canal femoral. São as
que mais se estrangulam, e é mais frequente no sexo feminino.

SEGUNDO A CLINICA
REDUTÍVEL Quando o saco hérniario pode ser reintroduzido com facilidade na
cavidade abdominal. Aparecem com tosse, esforços, defecação...
IRREDUTÍVEL Quando não se pode reintroduzir
COERCÍVEL Uma vez reduzido o conteúdo permanece na cavidade abdominal.
INCOERCÍVEL Uma vez reduzido o conteúdo IMEDIATAMENTE volve a protrair.
ENCARCERADA Não redutível está sempre exteriorizada, sem compromisso vascular.
ESTRANGULADA Não redutível, com compromisso vascular, tumorações duras e
doloridas. (CIRURGIA URGENTE).

HÉRNIA INGUINAL
É um defeito do piso do canal inguinal
O canal inguinal no sexo masculino contém o cordão espermático, e no sexo feminino o
ligamento redondo
Mais comum no sexo masculino
Se divide em INDIRETA E DIRETA
PARA SABER: Reto Vasos
TRIANGULO DE HESSELBACH Abdominal Epigástricos
Área de maior fragilidade da Medial
hérnia inguinal Ligamento Inguinal

116
LIMITES DO CANAL INGUINAL
 ANTERIOR: aponeurose do musculo  POSTERIOR: Fascia transversalis e
oblíquo externo. peritônio.
 SUPERIOR: musculo transverso e  INFERIOR: ligamento inguinal
musculo oblíquo interno.

HÉRNIA INGUINAL DIRETA


 Mais frequente MEDIAL aos vasos epigástricos
 É um defeito adquirido
 Causa: defeito na parede posterior do canal inguinal
 Fatores de risco: tabagismo, idade avançada, comorbidades
 Se anunciam pelo anel inguinal EXTERNO

HÉRNIA INGUINAL INDIRETA


 Mais frequente LATERAL aos vasos epigástricos
 Pode ser um defeito adquirido ou congênito
 Causa: por uma deficiência no fechamento do conduto peritônio-vaginal
 Se anunciam pelo anel inguinal INTERNO

DIFERENÇAS DE HÉRNIA DIRETA E INDIRETA NO EXAME FÍSICO


MANOBRA DE LANDIVAR
INDIRETA DIRETA
Deslocamento de uma protuberância lateral Protuberância que progride do fundo para a
para medial do canal inguinal (protrusão na superfície através do assoalho inguinal
ponta do dedo) (protrusão na cara palmar)

FATORES DE RISCO
 Tosse crônica  Constipação crônica  Defeitos de colágeno
 Procedimentos cirúrgicos  Obesidade  Grandes esforços

DIAGNÓSTICO
1. CLINICO 2. EXPLORAÇÃO FISICA: MANOBRA DE VALSAVA

117
TRATAMENTO:
 Se hérnia redutível: cirurgia eletiva
 Se hérnia não redutível + sintomas de estrangulamento: cirurgia de emergência
Obs.: a cirurgia pode ser laparoscópica ou aberta
Hernioplastia com tela (malha)
Herniplastia sem tela (com tensão)

O QUE PODE EVISCERAR EM UMA HÉRNIA?


 Intestino Delgado  Epiplón  Testículos  Estomago
 Genitalias Femenina  Bexiga  Cólon

118
ATENÇÃO AO POLITRAUMATIZADO
TRAUMA: Caracterizado pela atuação de energias externas sobre o organismo, de modo
intenso ao ponto de provocar lesões.

POLITRAUMATIZADO: Paciente vítima de lesões concomitantes, com acometimento de


mais de uma região do corpo por trauma.

GENERALIDADES
Hemorragia é a principal causa de óbitos imediatos e precoce.
 ÓBITO IMEDIATO: no local, segundos ou minutos. Lesões de grandes vasos. Apneia por
lesões do SNC.
 ÓBITO PRECOCE: no atendimento inicial, minutos a horas. Colapso cardiovascular ou
pulmonar. Lesões intracraneais.
 ÓBITO TARDIO: intra-hospitalar, após dias ou semanas. Complicações, sepse, falhas
orgânicas.

SISTEMA DO ATENDIMENTO (protocolo do ATLS- ABCDE)


OBJETIVO: reduzir ao máximo, as lesões de potencial risco a vida (GOLDEN HOUR), e não
promover lesões adicionais ou piorar as existentes.
1. AVALIAÇÃO PRIMARIA ABCDE do trauma
2. AVALIAÇÃO SECUNDARIA reavaliação detalhada
3. TRATAMENTO DEFINITIVO
Obs.: Antes de mais nada, fazer a triagem, que consiste na comunicação do serviço pré-
hospitalar e intra-hospitalar. E a infraestrutura para receber o paciente.

Nunca esquecer de perguntar nos 10 primeiros segundos: Qual o seu nome? O que e
como ocorreu?

AVALIAÇÃO PRIMARIA
Consiste na avaliação imediata do paciente, com estabelecimento de prioridades de
atendimento.
Objetivo: IDENTIFICAR E MANEJAR LESÕES QUE COMPROMETEM A VIDA, JUNTO
COM AS AVALIAÇÕES DO ABCDE.

A AIRWAY (vias aéreas) + PROTEÇÃO CERVICAL


VERIFICAR:
 Resposta verbal / disfonia  Estridor
 Cianose / hipoxemia  Fraturas de mandíbula, maxilar, face
 Desvio de vertebras  Hematomas, lacerações, desvio da traqueia e laringe...
 Buscar corpos estranhos na via aérea (dentes, próteses dentais, sangue, vômitos)
 Mobilização do paciente + colar cervical

OBJETIVO
 Permeabilizar as vias aéreas  Prevenir lesões cervicais

PARA SABER: INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL


 Se Glasgow menor ou igual a 8  Ventilação inadequada
 Instabilidade hemodinâmica  Lesões, fraturas, convulsões recorrentes
 Baixa saturação (oxigênio não estabiliza com máscara)

119
B BREATHING AND VENTILACION (ventilação e respiração)
VERIFICAR
Cianose, taquipnéia, tiragem intercostal, mobilidade e simetria de ambos hemitórax, feridas
torácicas, hematomas, equimose, turgência jugular (para garantir uma adequada ventilação e
troca de gases)

LEMBRAR:
Na ausculta, os murmúrios vesiculares vão estar diminuídos em caso de pneumotórax e
hemotórax
Na percussão, o hipertimpanismo está presente no pneumotórax, e macidez no hemotórax.

OBJETIVO
 Possibilitar e optimizar as trocas gasosas

PROCEDIMENTOS A SER FEITO


 Oxigênio de alto fluxo
 Curativo de 3 pontas (em casos de pneumotórax aberto)
 Se necessário TORACOCENTESE DE EMERGÊNCIA (em casos de pneumotórax
hipertensivo, no 2º espaço intercostal, na linha hemiclavicular), seguido de dreno torácico (no
5° espaço intercostal).

C CIRCULATION (circulação + controle de hemorragia)


AVALIAR
 Nível de consciência (diminuído em  Perfusão distal, aspecto da pele,
grandes perdas de volume) temperatura e coloração
 Pulso central e periférico  Pressão arterial
 ATENÇÃO: observar signos e sintomas de
SHOCK

OBJETIVO
 Controlar o sangramento, manter uma perfusão adequada e reposição volêmica.

DEVE-SE FAZER:
 Obter acessos venosos de grosso calibre  2 ACESSOS + FLUIDOTERAPIA

D DISABILITY (déficit neurológico)


AVALIAR
 Nível de consciência  Se está acordado / alerta
 Se responde verbalmente / dolorosamente  ESCALA DE COMA DE GLASGOW
/ inconsciente
 Pupilas (diâmetro, simetria,  Sinais de hemiparesia / hemiplegia
fotorreatividade)

OBJETIVO
 Prevenir danos secundários  Manter uma adequada oxigenação e perfusão
encefálica

120
E EXPOSURE (exposição ao meio ambiente e controle de hipotermia)
OBJETIVO
 Buscar e evitar lesões despercebidas (despir o paciente)
 Prevenir casos de hipotermia (deve-se cobrir e aquecer o paciente)

 DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR NA ATENÇÃO PRIMARIA


 LABORATÓRIOS BÁSICOS (hemograma, tipo sanguíneo, fator Rh, gasometria, BHCG
em as mulheres com idade fértil).
 RADIOGRAFIA (tórax e pelves)
 FAST (FOCUSED ASSESMENT SONOGRAPHY IN TRAUMA), para avaliar sangramento
abdominal em pacientes hemodinamicamente instável.
 LPD (LAVADO PERITONEAL DIAGNÓSTICO), para avaliar sangramento em pacientes
instáveis. Está contraindicado: cirurgia abdominal prévia, obesidade mórbida, cirrose
avançada, coagulopatias.

AVALIAÇÃO SECUNDARIA
Feito logo após a avaliação primaria

ATENÇÃO: nem sempre é possível, por situações de grande instabilidade que requer
cuidados definitivos imediatos.
Exemplo: Cirurgia

FAZER ANAMNESE PORMENORIZADA (usando memotécnico AMPLA)


 A Alergia (analgésicos...)
 M Medicamentos (que usam habitualmente?)
 P Passado médico (intervenções cirúrgicas, gravidez, doenças)
 L Líquidos e alimentos ingeridos antes do ocorrido
 A Ambiente e eventos relacionados ao acidente (mecanismo do trauma)

Fazer imunizações: TÉTANO

Repetir exame físico, agora mais completo e detalhado

REAVALIAÇÃO DO QUADRO E CUIDADOS DEFINITIVOS


 Considerar hemodinâmica do paciente
 Decidir transferências

121
TEC - (TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO)
DEFINIÇÃO: lesões das estruturas do crânio e encéfalo, por impacto da cabeça com um
elemento externo.
MELHOR DIZENDO: É uma lesão ou dano, de compromisso estrutural do crânio.

GENERALIDADES
CRÂNIO MENINGES ESPAÇOS MENINGEOS
BASE: Esfenoide e Duramader (externa) Subdural (dura-máter e aracnoide)
Etmoide Aracnoide (medial) Epidural (bóveda craniana e dura-máter)
BÓVEDA: Frontal, 2 Piamader (interno) Subaracnóideo (aracnoide e pia-máter)
Parietais, 2 Temporal e
Occipital

ETIOLOGIA
 LESÕES PRIMARIAS: são as lesões imediatas, causada pelas forças geradas
imediatamente pelo trauma (contusão, fraturas, hematomas, laceração).
CAUSADAS POR: acidente de transito (principalmente), acidentes esportivos, acidente
laboral, armas de fogo ou armas brancas.
 LESÕES SECUNDARIAS: são as lesões tardias.

TRATÁVEL: hipoxemia, hipotensão, hipertensão intracranial, hipo/hiperglicemia, hematomas


expansivos, convulsões.

NÃO TRATÁVEL: Dano axonal traumáticos, lesão celular neuronal, morte neuronal, morte
encefálica.

CLASSIFICAÇÃO
Se determina utilizando a escala de GLASGOW
 TEC LEVE: 13 a 15 (75% dos casos)
 TEC MODERADO: 9 a 12 (15% dos casos)
 TEC GRAVE: 8 a 3 (10% dos casos)

PARA SABER: AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA


 Deve ser feito de forma rápida na avaliação primaria ESCALA DE GLASGOW
 Se o paciente está em postura de DESCEREBRAÇÃO comprometimento do tronco
cerebral (GRAVE)
 TEC GRAVE paciente estará em COMA (diminuição da consciência com perda parcial
ou total dos estímulos externos).
 Como determinar um COMA?
 Glasgow menor ou igual a 8
 Assimetria pupilar (anisocóricas)
 Assimetria motora
 A PRINCIPAL CAUSA DE ÓBITO EM TEC HIPERTENSÃO INTRACRANIANA.

SIGNOS QUE PODEMOS VER NAS FRATURAS DE BASE


 FRATURAS ANTERIORES
 SIGNO DE MAPACHE (se chama assim, porque é similar ao animal guaxinim) equimose
periorbitaria (cor roxo/negro ao redor dos olhos)
 RINORRAGIA saída de sangue pelo nariz

122
 RINORRAQUIA saída de liquido cefalorraquideo pelo nariz
 FRATURAS LATERAL
 OTORRAGIA saída de sangue pelo ouvido
 OTORRAQUIA saída de liquido cefalorraquideo pelo ouvido
 FRATURAS POSTERIORES
 SIGNO DE BATTLE equimose retroauricular (cor roxo/negra em apófise mastoidea)

CONDUTAS
Primeiramente, fazer a avaliação primaria (ABCDE do trauma) e definir o grau do TEC (leve,
moderado ou grave)
IMPORTANTE: a SONDA NASOGÁSTRICA está contraindicada em suspeita de lesões
de base de crânio.
Já no hospital (terceiro nível)

1. Receber o paciente
2. ABCDE do trauma (protocolo ATLS), e realizar o GLASGOW completo para identificar o
grau do TEC
3. Oxigênio terapia
4. Monitorização
5. Analgésicos por via
6. Se a PRESSÃO INTRACRANIANA está elevada MANITOL
7. Estudos complementares (laboratórios, e de imagem)
8. Interconsultas com especialidades (cirurgia, traumatologia, neurologia)

PARA SABER: QUANDO PEDIR? TAC DE CRÂNIO


 SEMPRE em TEC moderado e grave  Suspeitas de fraturas cranianas
 Signos de fraturas cranianas  Crise epiléptica
 Vômitos, mais de duas vezes  Idade: maior de 65 anos
 Perda de consciência por mais de 5  Se Escala de Coma De Glasgow for
minutos menor que 15, duas horas após a lesão

O OQUE BUSCAR NA TAC?


 Fraturas, lesões, hematomas, sangramentos, contusão, signos de hipertensão
intracraniana, edema cerebral, pneumoencéfalo, hidrocefalia, presença de corpos estranhos.

TEC LEVE (13 a 15)


 Paciente desperto
 Manter em observação na emergência por 24 horas
 Depois reavaliar (neurologicamente), se tudo bem ALTA com orientações

TEC MODERADO (9 a 12), admissão no hospital com um neurocirurgião


 Chegam confusos, sonolentos
 Solicitar TAC de crânio SEMPRE
 Fazer reavaliações neurológicas FREQUENTE (escala de Glasgow)
 REPETIR A TAC. SE MELHORA? ALTA quando puder. SE EMPIORA? Repetir TAC e
manejar de acordo as condutas do TEC GRAVE

123
TEC GRAVE (3 a 8), unidade de terapia intensiva
 Aumento da pressão intracraniana
 Quando maior a PIC (pressão intracraniana), MENOR será a perfusão cerebral
 Monitorização da PIC (deve manter abaixo de 20 mmHg, se maior que isso é perigoso).

Sobre a PIC: é exercida pelo volume combinado de 3 componentes:


1. Parenquimatoso / estruturas encefálicas (80%)
2. LCR (10%)
3. Sangue (10%)

O valor normal da PIC é até 15 mmHG, se mede com monitor.


1. Deve-se fazer uma analgesia potente e continua e hidratação
2. Monitorização da PIC, e reduzir os danos
3. Induzir ao coma (sedação, se indicado) com fentaníl e midazolam
4. Prevenção de edema cerebral com manitol 20% (0,25 a 1g/kg)
5. Oxigênio terapia
6. Profilaxia de TVP (heparina) e Manter sódio e glicose dentro do normal

124
TRAUMA DE TÓRAX
DEFINIÇÃO: lesões ou danos de compromisso torácico.

QUE ESTRUTURAS ENCONTRAMOS NO TÓRAX?


ESQUELÉTICAS
COSTELAS (12 de cada lado. 7 são verdadeiras, chegam a articular-se ao esterno. 3 são
falsas, se unem entre elas e chegam em uma só estrutura ao esterno. 2 são flutuantes, não
chegam no esterno)
ESTERNO (Na extremidade superior, encontramos o MANUBIO, no meio está o CORPO, e
na extremidade inferior, a APÓFISE XIFÓIDES)

ORGÁNICAS
Coração e pulmão

ETIOLOGIA
 Acidentes de transito  Acidentes esportivos
 Acidenteis laborais  Arma de fogo / branca

MECANISMO
 ABERTOS (Penetrante)  FECHADO (Contusão)

CLASSIFICAÇÃO
Grupo I: PACIENTES INSTÁVEIS
 Instabilidade hemodinâmica / insuficiência respiratória
 Necessita tratamento imediato
 Exemplos: obstrução de vias aéreas, pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto,
tamponamento cardíaco
 Realizar TORACOTOMIA IMEDIATA

Grupo II: PACIENTES ESTÁVEIS, COM NECESSIDADE DE DRENAGEM INTERCOSTAL


(tratamento definitivo)
 Exemplo: hemotórax, pneumotórax simples

Grupo III: PACIENTES ESTÁVEIS, MAS COM OUTRO TIPO DE TRATAMENTO


 Exemplo: lesões de esôfago, diafragma, fraturas de costelas...

CONDUTAS
Seguir o ABCDE do trauma

OS TRAUMAS TORÁCICOS PARA TRATAR NA AVALIAÇÃO PRIMARIA (EMERGÊNCIA)


SÃO:

PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
Causado por trauma fechado (fraturas de costelas)
Caracterizado pela presença de ar na cavidade pleural, por solução de descontinuidade com
o ambiente ou ruptura alveolar / brônquica.

125
Manifestações clinicas: dor torácica, taquipnéia, hopoxemia, diminuição dos murmúrios
vesiculares, diminuição da expansibilidade torácica, hipertimpanismo a percussão. Desvio de
estruturas mediastinais para o lado contralateral. Distensão das veias jugulares.

Condutas: descompressão por punção torácica de emergência (feito no segundo espaço


intercostal, na linha hemiclavicular). E depois, toracotomia (tratamento definitivo)

PNEUMOTÓRAX ABERTO
Falha na parede torácica, com comunicação direta do meio ambiente com a cavidade pleural.

Manifestações clinicas: ferida torácica, hipoxemia, hipercarbia (aumento do CO2),


taquipnéia
Conduta: curativo oclusivo estéril impermeável ao ar (curativo de 3 pontas). E depois
fechamento da ferida, toracostomia com drenagem (definitivo).

TÓRAX INSTÁVEL
Presença de duas ou mais fraturas em duas ou mais costelas.
Ausência de continuidade óssea de um seguimento da parede torácica.

Manifestações clinicas: Hipoxemia importante, dor torácico, dispneia, restrição ventilatória,


ventilação descoordenada e assimétrica. Movimentos paradoxal do tórax.

Conduta: Oxigênio suplementar a 100%. Analgesia e bloqueios anestésicos. Se a


frequência respiratória for maior ou igual a 35 por minuto, ou a PaO2 for menor que 60
mmHg = INTUBAÇÃO

HEMOTÓRAX MASSIVO
Caracterizado pela presença de mais de 1500 ml de sangue no espaço pleural
Pode ser causado por traumas torácicos, neoplasias, rupturas de aneurismas
Acumulo de grande volume de sangue na cavidade pleural com restrição ventilatória.

Manifestações clinicas: choque circulatório, macidez na percussão. Taquicardia maior de


120 bpm, ou bradicardia menor de 50 bpm. Diminuição dos murmúrios vesiculares,
assimetria ventilatória.

Conduta: reanimação volêmica, toracotomia de emergência ou toracocentese permanente.


(A toracostomia é feita na linha axilar média entre o quarto e quinto espaço intercostal).

TAMPONAMENTO CARDÍACO
Acumulo de sangue no saco pericárdio, proveniente de uma lesão miocárdica ou coronária.
Causando uma restrição cardíaca e consequentemente um choque circulatório.
Manifestações clinicas: TRÍADA DE BECK (hipotensão arterial, turgência de veias
cervicais, hipofonese de bulhas cardíacas).
Conduta: reanimação volêmica.
Descompressão pericárdica = PERICARDIOCENTESE

OS TRAUMAS TORÁCICOS PARA TRATAR NA AVALIAÇÃO SECUNDARIA SÃO:


Pesquisar lesões que não põe em risco IMEDIATO a vida do paciente.
Deve-se utilizar métodos diagnósticos para auxiliar (Rx, TAC, ECG)

126
PNEUMOTÓRAX SIMPLES
Entrada de ar no espaço pleural sem repercussão hemodinâmica.

HEMOTÓRAX
Acumulo de sangue no espaço pleural, menor que 1500 ml.

CONTUSÃO PULMONAR
lesão do parênquima pulmonar

127
TRAUMA DE ABDOME
DEFINIÇÃO: Lesão ou dano de compromisso abdominal.
QUE ESTRUTURAS ENCONTRAMOS NO ABDOMEM?
 ESQUELÉTICAS: costelas (hipocôndrio direito, hipocôndrio esquerdo)
 ORGÂNICAS: esôfago, estomago, pâncreas, fígado, intestino delgado, intestino grosso,
cólon, baço, rins, pélvis renal.

ETIOLOGIA
 Acidentes de transito  Acidentes esportivos
 Acidentes laborais  Arma de fogo / branca

MECANISMO
FECHADO (contusão): esmagamento, compressão, cisalhamento, desaceleração. (Os
órgãos abdominais mais acometidos nesses casos são: o baço 55%, o fígado 35%, o
intestino delgado 5%, hematoma retro peritoneal 15%).

ABERTO (penetrante): laceração e corte.


Os órgãos que mais são afetados nesses casos são:
 Por arma de fogo: intestino delgado 50%, cólon 40%, fígado 30%
 Por arma branca: fígado 40%, intestino delgado 30%, cólon 15%

CONDUTA
AVALIAÇÃO INICIAL (ABCDE)
 Obter acessos vasculares  Reanimação volêmica
 Compressão de sangramentos  Estabilização pélvica
 Controle de hipotermia  Buscar: equimose / hematomas, ferimentos
penetrantes (identificar orifícios de entrada e saída),
corpos estranhos e eviscerações.

REALIZAR DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR


 LABORATÓRIOS: hemograma, tipo sanguíneo e fator Rh, BHCG (em mulheres com a
idade fértil)
 RADIOGRAFIA AP (não deve atrasar o tratamento do paciente)
 LPD (lavado peritoneal diagnóstico)
 Invasivo, alta especificidade para hemoperitoneo, inespecífico para definir tipo de lesão.
 Avaliação rápida de hemorragia intra-abdominal do paciente hemodinamicamente instável.
 Trauma fechado com instabilidade / trauma penetrante
 Se aspira uma quantidade maior de 10 ml de sangue ou conteúdo intestinal É POSITIVO.

FAST (Fast Assesment Sonography in Trauma)


 Não invasivo, alta sensibilidade e baixa especificidade.
 Avaliação de sangramento de origem abdominal em pacientes hemodinamicamente
instáveis.
 Trauma contuso com instabilidade
 Baixa sensibilidade para líquidos livre (menor de 500 ml)

TAC
 Em pacientes hemodinamicamente estáveis, com suspeita de lesão abdominal (sem
indicações aparente de laparotomia de urgência).
128
 Melhor exame para avaliação do traumatizado, principalmente na suspeita de lesões de
órgãos sólidos.
 Alta sensibilidade
ESTÁ CONTRAINDICADO EM INSTABILIDADE HEMODINAMICA.

LAPAROTOMIA DIAGNÓSTICA
 Trauma penetrante em pacientes hemodinamicamente estáveis com perfuração de arma
branca ou arma de fogo (duvida diagnóstica de penetração peritoneal).
 Trauma contuso em pacientes hemodinamicamente estáveis, com dúvidas diagnósticas de
lesões de vísceras ocas.

Permite alguns procedimentos terapêuticos:


 Sutura de diafragmas e vísceras ocas  Resseções com anastomose
 Hemostasia de víscera sólidas  Drenagens

Contraindicado em casos de:


 Instabilidade hemodinâmica  Gestação  Glasgow menor de 12

ABORDAGEM CIRURGICA
 LAPAROTOMIA EXPLORATÓRIA  Trauma fechado com sinais de hemorragia
 FAST ou LPD positivo  Ferimento penetrante do abdome
 Peritonite  Evisceração

TRATAMENTO GERAL
 Correção de hipovolemia  Profilaxia de coagulopatias
 Controle acidobásico  Monitorização continua

PARA SABER: EM UM TRAUMA ABDOMINAL CONTUSO

PACIENTE ESTÁVEL

Realiza um FAST

Deu POSITIVO? TOMOGRAFIA Deu NEGATIVO? Observação clinica

Lesão de órgão sólido? Liquido livre SEM lesão de órgão solido?

Mantém estabilidade LAPAROSCOPIA ou LAPAROTOMIA


Hemodinâmica?

Sim?? Não?

Acompanhamento clinico,Laboratorial e imagem. LAPAROTOMIA


129
FRATURAS
DEFINIÇÃO: é a perda da solução de continuidade de uma estrutura óssea.
ETIOLOGIA
 Traumatismos  Acidentes de transito
 Acidentes esportivos  Acidentes de caídas / caídas da própria altura

CLASSIFICAÇÃO
 COMPLETAS  INCOMPLETA
O osso se fratura em partes O osso não chega a romper-se por completo
 DESVIADA  COM CAVALGAMENTO
Pode ser completa e incompleta Um osso por cima do outro
 EXPOSTA:  FECHADA:
Caída do osso para fora da pele Pele e tecidos cobrem o osso fraturado

Completa Desviada Incompleta

Quadro Clinico
 Dor  Inchaço  Hipotensão funcional
 Alterações de signos vitais  Hemorragias  Edema

FRATURAS DE LEFORT
São fraturas maxilofaciais
Nunca fazer intubação orotraqueal (optar pela cricotomia ou traqueotomia)
CLASSIFICAÇÃO:
Grau I Grau II Grau III
Compromisso do maxilar Compromisso maxilar Compromisso frontal + ossos
inferior superior + ossos nasais nasais + maxilar superior

TRIÂNGULO DA MORTE
Zona muito vascularizada
Não são selados (protegidos), sendo assim as infecções
podem entrar facilmente

Para saber: diferenças entre gesso e férula


GESSO: estrutura dura, usada para tratamentos
definitivos.
Férula: estrutura combinada (dura e mole), para
tratamentos temporais.

130
TRATAMENTO
COM GESSO CIRURGICO
 Fraturas incompletas  Fratura completa, se a separação é muito
 Fraturas completa se a separação não é marcada
muito marcada  Fraturas com desvio completo
 Fraturas com desvio incompleto  Fraturas expostas
 Fraturas cavalgadas

131
FERIDAS
DEFINIÇÃO: É a perda da integridade dos tecidos moles.
PRODUZIDA POR:
 Agentes externos (como faca)  Agentes internos (como ossos fraturados)

PODE SER FERIDA:


 Cirúrgica  Traumática  Patológica (ulceras em decúbito)

TIPOS
 Cortantes  Picadas  Laceradas  Raspaduras  Escoriações
 Evulsivo  Contusas  Amputação  Esmagamento  Armas de fogo
LACERAÇÃO: ferida provocada por um corte ou rasgo forçado

CLASSIFICAÇÃO (Segundo a presença de infecção)


1. LIMPA (isenta de microrganismos)
2. LIMPA CONTAMINADA (lesão com tempo inferior de 6 horas, entre o trauma e o
atendimento)
3. CONTAMINADA (feridas cujo o tempo de atendimento foi superior a 6 horas após o
trauma)
4. INFECTADA (presença de agente infeccioso na ferida)

CLASSIFICAÇÃO (Segundo o comprometimento tecidual)


 Estagio I: pele integra, hiperemia, descoloração ou endurecimento.
 Estagio II: epiderme/derme rompidas, hiperemiada, bolhas ou crateras rasas
 Estagio III: perda total do tecido cutâneo, necrose até fáscia muscular
 Estagio IV: grande destruição tecidual, com necrose atingindo músculos e ossos

TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
 Primeira Intenção: perda mínima do tecido. SUTURA
 Segunda Intenção: perda acentuada de tecido, não é possível juntas as bordas.
GRANULAÇÂO + EPITELIZAÇÃO
 Terceira Intenção: quando existe fatores que retardam o processo de cicatrização.
DRENOS

 Fisiopatologia DA Cicatrização
 1º fase Infamatória (fase trombocítica, granulocítica e macrofasica)
 2° Fase Proliferativa (granulação)
 3º fase Maduração (remodeladora)

JAMAIS SE ESQUECER DE FAZER ASSEPSIA, E IMUNIZAÇÃO ANTITETÂNICA!!!

132
ANATOMIA DO APARELHO GENITAL FEMENINO
São órgãos responsáveis pela produção de óvulos, e depois da fecundação, oferecem
condições para o desenvolvimento do embrião até o seu nascimento.

ÓRGÃOS
Internos: útero, trompa, vagina, ovários.
Externos: monte de vênus, vulva.

ÚTERO
Órgão muscular oco de formato piriforme (pera).
Camadas:
 Endométrio (interna): é uma capa mucosa, se renvoa a cada ciclo menstrual.
 Miométrio (media): é uma capa muscular, promove contrações.
 Perimétrio (externa): é uma capa serosa, reveste e protege o útero.

Partes do útero:
 Fundo do útero  Corpo do útero  Istmo  Colo do útero (cervix)
Peso: 70 gramas em multíparas, 50 gramas em nuliparas.
Mede: 60 a 90 mm de altura, 30 a 50 mm de largura (pode aumentar de 10 a 20 mm em
multíparas).

Meios de fixação:
 Ligamento redondo do útero  Ligamento sacro uterino
 Ligamento largo do útero  Ligamento cardinal
 Musculo elevador do ânus
Irrigação: artéria uterina (rama da artéria ilíaca interna, e artéria ovárica).

TROMPAS DE FALÓPIO
Órgão que conduz o óvulo do ovário até o útero, dentro das trompas ocorre a
fertilização.
Divide-se em:
 Transmural: união com o ovário.  Ampola: zona dilatada.  Istmo: a parte do tubo.
Mede: de 10 a 12 cm de longitude, e de 2 a 4 mm de diâmetro.
Irrigação: Artérias tubárias.

VAGINA
É um órgão elástico, que tem conexão com o canal do parto (forma a parte inferior).
Mede: de 6 a 8 cm. Irrigação: artérias uterinas.

OVÁRIOS
Tem funções generativa, vegetativa e somática.
Produz hormônios do ciclo menstrual, e de caráter sexuais.
Mede: de 2,5 a 4 cm. Pesa: sete gramas.
Irrigação: Artérias ováricas, e artérias uterinas.

MONTE DE VÊNUS
Serve para proteção e amortecer.
É uma massa celuloadiposa sobre a sínfise púbica.
Tem uma forma triangular coberta por pelos.
VULVA
133
Regiões:
 Labial: lábios maiores, lábios menores, clitóris (origem ectodérmica)
 Vestibular: meato uretral, hímen (origem endodérmica)
 Glândula de Bartolini: tem a função de produção de fluidos e lubrificantes, se encontra
na parede da vulva (pequenos lábios).
Obs: Tipos de hímen anular, septado, complacente, cribiforme, imperforado.

134
PAPANICOLAU
É a citologia do colo uterino.
É um exame ginecológico, que serve para identificar o câncer cervical, e a presença de
infecções na região genital feminina.

O Papanicolau ajuda a detectar quais doenças?


 Câncer cervical (a principal causa é o HPV)  Sífilis
 Infecções vaginais (Gardnerella, tricomoniase, candidíase).  Gonorreia
 Condilomatose Clamídia

O IDEAL É FAZER O EXAME UMA VEZ POR ANO, EM TODAS AS MULHERES


SEXUALMENTE ATIVAS.
Como é feito? Consiste na coleta de material do colo uterino, com uma espátula e escovas.
A paciente deve estar em posição ginecológica, deve-se realizar uma inspeção da vulva e
peritônio (serve para observar algumas lesões significativas como ulceras ou verrugas).

Possíveis resultados:
 CLASSE I: normal (ausência de células anormais e atípicas)
 CLASSE II: inflamação (alteração de células benignas)
 CLASSE III: displasia (presença de células anormais, citologia sugestiva de câncer, mas
não conclusiva)
 CLASSE IV: Carcinoma IN SITU (citologia sugestiva de malignidade)
 CLASSE V: Carcinoma INVASOR (malignidade com metástase)

PARA SABER
Displasia: crescimento e desenvolvimento anormal das células.
Displasia cervical: lesão escamosa intraepitelial.

135
PLANEJAMENTO FAMILIAR
É o conjunto de ações que auxiliam os casais a planejar a chegada de filhos, e
prevenir a gravidez indesejada.

Os métodos contraceptivos são:


 NATURAIS: muco cervical, temperatura basal, tabelinha, coito interrompido.
 ARTIFICAIS: hormonais, de barreira, cirurgias.

ANTICONCEPCIONAL NATURAL
São métodos que utilizam somente o ciclo corporal para evitar a concepção, mediante
abstinência sexual periódica.
MUCO Consiste na observação diária do muco cervical (humidade da vagina).
CERVICAL Verificar a aparência (se esta como clara de ovo, significa que esta fértil).
Pouca eficácia
TEMPERATURA Consiste na medição da temperatura corporal, para identificar os dias
BASAL férteis. (No período fértil ocorre um aumento na temperatura de 0,5 a 0,8
°C). Pouca eficácia.
MÉTODO DO É a tabelinha, consiste em identificar o período fértil, contando os dias do
CALENDÁRIO ciclo menstrual. O dia fértil acontece mais ou menos no meio do ciclo.
(Abstinência de 3 dias antes e 3 dias depois do dia fértil). Pouca
eficácia em ciclos desregulados.
COITO Consiste em retirar o pênis da vagina antes da ejaculação, impedindo
INTERROMPIDO que os espermatozoides entrem em contato com o sistema reprodutor da
mulher. Pouca eficácia.

ANTICONCEPCIONAL ARTIFICIAL
São métodos que impedem a gravidez, através de medicamentos com hormônios ováricos,
métodos não hormonais e definitivos.

Dentro dos métodos hormonais, existe:


 Anticoncepção de emergência (pílula do dia seguinte).  Adesivo (transdérmico)
 Anéis vaginais com liberadores de hormônios.  Pílulas orais
 Dispositivo intrauterino com levonorgestrel (DIU DE MIRENA)

Dentro dos métodos não hormonais, existe:


 DIU de cobre
 Métodos de barreira (preservativos, diafragma).
 Métodos definitivos (ligadura das trompas, vasectomia).

MÉTODOS HORMONAIS
 PÍLULAS ORAIS: Tem uma eficácia de 99% se usada corretamente. Pode ser
COMBINADA, que esta constituída por hormônios sintéticos (estrógeno e progesterona), o
mecanismo de ação é por meio de uma intervenção no eixo neuroendócrino, interferindo na
estimulação ovariana, promovendo um bloqueio hormonal dos hormônios que estimulam os
ovários a ovular (LH). E pode ser de PROGESTAGÊNIO, são minipílulas (noretisterona,
levonorgestrel), age promovendo alterações no endométrio e do muco cervical, dificultando a
fecundação e implantação do blastocisto no endométrio. As minipílulas possuem poucos
efeitos cardiovasculares e na cascata de coagulação.

136
 DISPOSITIVO INTRAUTERINO COM LEVONORGESTREL (DIU DE MIRENA): Eficácia
de 99%. É um dispositivo em formato de “T”, com estrutura de polietileno. Sua haste vertical
é revestida por um cilindro composto de polidimetilsilaxeno que contém levonorgestrel, que é
liberado em dose constante de 20mcg por dia, e tem a durabilidade de 5 anos. Seu
mecanismo de ação consiste na combinação de atrofia endometrial, estimulo na formação de
muco cervical espesso e redução de motilidade tubária.

 CONTRACEPTIVOS INJETÁVEIS: Pode ser COMBINADO, de Estrógeno natural e


progestagênio, atua fazendo um bloqueio ovulatório, administra-se mensalmente. E pode ser
apenas de PROGESTAGÊNIO, atua fazendo um bloqueio ovulatório e atrofia endometrial, se
administra a cada 90 dias.

 IMPLANTES INTRADÉRMICOS DE PROGESTAGÊNIO: Consiste em um bastão


subdérmico, que se implanta na face interna do braço. Seu mecanismo de ação é feito
através da liberação de hormônio continuamente, bloqueando a ovulação, aumento da
espessura do muco e atrofia endometrial.

 ADESIVO (SISTEMA TRANSDÉRMICO): É um adesivo de 20 cm² de área, onde a


camada interna libera diariamente estrogênio e progesterona, e a camada interna é
permeável. Se usa um adesivo por semana.

 ANÉIS VAGINAIS LIBERADORES DE HORMÔNIOS: Consiste na liberação diária de


hormônios (estrogênios), é um anel flexível de polímero que deve ser inserido na vagina. Seu
mecanismo é suprimir a ovulação. Deve ser inserido pela mulher no começo do ciclo
menstrual e removido após 3 semanas, inserindo um novo anel após uma semana.

 ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA: consiste na ingestão de comprimidos


anticoncepcionais hormonais combinados de ALTA DOSE, depois do ato sexual sem
proteção. (Quanto antes ser usado, melhor a eficácia).

MÉTODOS NÃO HORMONAIS


 DISPOSITIVO INTRAUTERINO (DIU): Tem alta eficácia. É um dispositivo em forma de “T”
que possui haste e braços envolvidos por fio de cobre, durabilidade é de 10 anos. Seu
mecanismo de ação é feito através da inserção do dispositivo no útero, causando uma ação
inflamatória, promovendo uma ação espermicida, dificultando que o espermatozoide chegue
ao óvulo.

 MÉTODOS DE BARREIRA: Tem os PRESERVATIVOS masculino (feito de látex), e


feminino (feito de poliureno), agem formando uma barreira física entre o pênis e a vagina,
impedindo a passagem do esperma para o trato genital feminino, é também o único que
protege contra DST. Tem também o DIAFRAGMA, que consiste em uma capa de silicone ou
látex, macia e com um aro flexível que deve ser colocada no fundo da vagina antes da
relação sexual, atua bloqueando a penetração do espermatozoide no trato genital superior
feminino.

MÉTODOS DEFINITIVOS (esterilização cirúrgica)


 LIGADURA TUBARIA: consiste na obstrução ou secção nas trompas nas mulheres.
 VASECTOMIA: Consiste na secção do lúmen do ducto deferente, através de uma incisão
no saco escrotal, bloqueando a passagem dos espermatozoides no testículo.

137
LEUCORRÉIA
É a alteração nas características da secreção vaginal normal, (corrimento anormal).
A genitália da mulher no período de vida com atividade menstrual é úmida e tem um pH (é a
forma de proteção vaginal, que é dada pelos Bacilos de Doderlein, seu valor normal é de 3.5
a 3.7, caso se torne alcalino abre portas para invasão de germes).

FATORES QUE ALTERAM O PH:


 Relações sexuais diárias (o sémen é alcalino).  Higiene vaginal excessiva.
 Absorvente interno, não permite que entre oxigênio e proliferam os anaeróbios.

ETIOLOGIA DA LEUCORRÉIA:
 Cândida albicans (leucorréia de cor branca)  Trichonoma vaginalis (tem cheiro forte)
 Gardnerella Vaginalis (tem cheiro forte)  E. Coli
 Neisseria gonorroheae (leucorréia amarelada  Clamydia trachomatis
com odor forte)

VAGINOSE POR GARDENELLA VAGINALLIS


É a bactéria da flora intima da mulher, mas pode ocasionar uma vaginose quando o pH se
altera.
Fatores de risco: aumento de temperatura e umidade, atividade sexual, estresse,
diminuição da imunidade, gravidez.
Sintomas: corrimento esbranquiçado com odor (peixe).
Diagnostico: principalmente clinico.
Tratamento: metronidazol VO de 12 em 12 horas por 7 dias, e pomada de nistatina ou de
clindamicina, aplicar toda noite na vagina, durante 10 dias.

TRICOMONÍASE (Trichomonas vaginalis)


É sexualmente transmissível.
Sintomas: secreção purulenta verde amarelada fétida e fina, prurido intenso e disúria.
Diagnostico: laboratorial (cultura, e pcr +)
Tratamento: metronidazol 400 mg de 12 em 12 horas durante 7 dias, e pomada de nistatina
pela noite, durante 10 dias. Tratamento deve ser entre conjugal.

CANDIDÍASE (Candida Albicans)


É um fungo que faz parte da flora vaginal, ocorre por um crescimento excessivo do fungo.
Fatores de risco: Diabete mellitus, uso de antibiótico prolongado, imunossupressão.
Sintomas: prurido vaginal e vulvar, queimação, corrimento esbranquiçado, como leite
coalhado, grosso, aderente, sem odor.
Diagnostico: Clinico (mediante a inspeção).
Tratamento: Fluconazol 150mg VO dose única, e pomada de clotrimazol + miconazol, via
vaginal durante 7 dias.
PARA SABER: a candidíase recorrente é quando ocorre de 4 a mais episódios de infecções
sintomáticas, dentro de um ano.

GONORRÉIA (Neisseria gonorrhoeae)


Presenta inflamação na uretra e próstata.
Sintomas: dor na região genital, ardência, e secreção branca ou amarelada (mais comum
em homens). Pode haver incontinência urinaria.
Tratamento: ceftriaxona 250mg IM Dose única, ou ciprofloxacina 500mg VO de 8 em 8
horas durante 7 dias.
138
DOENÇÃS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
São doenças transmitidas por meio de relação sexual desprotegida.
A pessoa infectada transmite para o parceiro saudável.
São causados por vírus, bactérias ou fungos.

Os principais sinais de uma DST são:


 LEUCORRÉIA (corrimento): vaginose, tricomoniase, clamídia, candidíase, gonorreia.
Olhar resumo de leucorreia.
 ULCERAS: sífilis primaria (cancro duro), cancro mole, herpes genital, linfogranuloma
venéreo, donovanose.
 VERRUGAS: condiloma acuminado.

CANCRO DURO (cancro sifilítico)


 Causado pelo Treponema Pallidum
 Período de incubação é de 10 a 90 dias
 Características: ulcera rósea, indolor, única, bordas endurecidas e elevadas, sem
secreção.
 Tratamento é feito com Penicilina Benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única.

CANCRO MOLE
 Causado por um bacilo gram (-) Haemophilus Ducreyi
 Período de incubação é de 3 a 10 dias
 Características: ulceras dolorosas, irregulares, com limites eritematosos sem bordas
duras, com material purulento e odor fétido.
 Tratamento: Azitromicina 1g VO, dose única. Ou, Ciprofloxacina 500 mg VO de 12 em 12
horas por 3 dias.

HERPES GENITAL
 Causada pelo vírus HSV (Hepes Simplex Vírus)
 É latente para a vida toda
 Características: inicialmente apresenta vesículas dolorosas, dura em torno de uma
semana, e depois evolui para ulceras dolorosas por 7 a 10 dias.
 Tratamento: Aciclovir 400 mg de 8 em 8 horas por 7 a 10 dias.

LINFOGRANULOMA VENÉREO
 Causada por Clamidya Tracomatis
 Período de incubação é de 3 dias a 2 semanas
 Consiste em 3 fases:
 1° Vesículas pequenas (desaparecem sem cicatrizes)
 2° Linfoadenopatia inguinal e femoral (aumento dos linfonodos, dolorosos)
 3° Síndrome anogenitoretal (prurido retal e descarga mucoide através das ulceras)
 Tratamento: Doxicilina 100mg de 12 em 12 horas VO por 21 dias. Ou, Eritromicina 500mg
de 6 em 6 horas VO por 21 dias.

DONOVANOSE
 Causado por Klebsiella Granulomatis
 Características: Ulceras de grande volume e extensão, indolor.
 Tratamento: Doxiciclina 100mg de 12 em 12 horas VO durante 21 dias.

139
CONDILOMA ACUMINADO (verruga genital)
 Principais sorotipos: 6 e 11
 Causado por HPV (vírus do papiloma humano)
 Período de incubação é de semanas a meses
 Características: crescimento branco, papilomatoso (a principio são pequenas, mas podem
crescer caracterizando uma couve flor)
 Diagnóstico é feito através do Papanicolau
 Tratamento: Acido Dicloroacético ou cirúrgico.

140
SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO
É multifatorial, estão envolvidos fatores genéticos e endócrinos (mais comum).
Esta síndrome esta caracterizada por:
 Ovários com cistos  Obesidade  Resistência à insulina
 Infertilidade  Anovulação  Hiperandrogenismo

MANIFESTAÇÃO CLINICA:
 Falta de maduração ovular, dão origem aos cistos.  Hiperandrogenismo
 Irregularidade menstrual (oligomenorreia,  Acne
amenorreia)  Infertilidade
 Hirsutismo (excesso de pelos no corpo)  Alopecia (queda de cabelo)

DIAGNÓSTICO:
 Clinico  Dosagem de hormônios (FSH, Prolactina, TSH)
 Ultrassonografia da pélvis (para visualizar os cistos)

TRATAMENTO:
 Objetivo é melhorar os sintomas hiperandrogênicos como hirsutismo, acne, alopecia,
infertilidade e regulação do ciclo menstrual.
 Usa: ANTIANDROGÊNICOS como: ciproterona e espirolactona. Junto com
ANTICONCEPCIONAL ORAL COMBINADO.
 Recomenda-se a mudança de hábitos como dieta e exercícios físicos (perda de peso).

141
MENSTRUAÇÃO E SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL
Menstruação normal:
 Ciclo regular
 Pode durar até 8 dias
 Frequência de 21 a 35 dias
 Perda menor ou igual a 80 ml de volume por ciclo

Sangramentos anormais:
 Oligoamenorreia: menstruação com intervalos maiores de 35 dias
 Poliamenorreia: menstruação com intervalos menores de 21 dias.
 Metrorragia: hemorragias irregulares, fora do período menstrual.
 Menorragia: ciclos menstruais com fluxo maior de 80 ml.
Obs.: O diagnóstico de sangramentos anormais é feito através da historia clinica, e
ultrassonografia. E o tratamento, exige uma restauração do ciclo menstrual que é feito com
anticoncepcionais.

142
AMENORREIA
É a ausência da menstruação.
Pode ser causado por uma disfunção do hipotálamo, da hipófise, do ovário, do útero ou na
vagina.

CLASSIFICAÇÃO:
PRIMARIA: ausência de menstruação após 15 anos na presença de crescimento normal e
características sexuais secundaria.
Pode ser por causas genéticas ou anatômicas, como disgenesia gonadal, ou retardo da
puberdade.
O diagnostico é feito através do Beta HCG sérico, dosagem de FSH, TSH e prolactina.
Deve-se tratar a patologia subjacente (exemplo, reposição hormonal).

SECUNDARIA: já houve menstruação, porém esta caracterizada por uma ausência da


mesma. Se considera amenorreia secundaria, quando há um atraso maior de 3 meses em
ciclos regulares, ou um atraso maior de 6 meses em ciclos irregulares.

143
ENDOMETRIOSE
Doença inflamatória, caracterizada pela proliferação de tecido endometrial fora da cavidade
uterina.
Estudos feitos, dizem que a endometriose é causada por fluxo menstrual retrógado.

LOCALIZAÇÃO
 Ovários  Ligamentos uterossacros (50%)  Outros lugares: fundo do
(mais frequente 60%) saco, cólon, sigmoide e
vagina.

MANIFESTAÇÃO CLINICA
 Dismenorreia progressiva  Dor pélvica  Dispareunia (dor na relação sexual)
 Alteração das funções de eliminação (diarreia, hemorragia retal- hematoquezia).

FATORES DE RISCO
 Histórico familiar (materno), raça branca e asiática.  Pessoas magras
 Hímen imperfurado  Estenose cervical
 Agenesia do colo uterino  Malformações uterinas Fatores Anatômicos
 Poliamenorreia

DIAGNÓSTICO
 Clinico (dismenorreia progressiva e intertilidade como principais queixas)
 Histopatológico (para diagnostico definitivo)
 Vídeo laparoscopia  Ressonância Magnética

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
 Dor pélvica crônica, tumores anexiais, leiomiomatose.

TRATAMENTO
 O objetivo do tratamento é bloquear a menstruação com anticoncepcionais, análogos
GnRH, Allurene.
 Em caso de endometriose maior de 4 cm o tratamento é cirúrgico (laparoscópico).

144
MIOMA UTERINO
São neoplasias benignas, originadas pela proliferação de células do musculo liso no
miométrio.
Composto por tecido muscular.
Prevalece em mulheres com idade reprodutiva.

FISIOPATOLOGIA
 Ocorre pela expansão clonal de células miometrais, que tem um incremento dos
receptores de estrogênio e progesterona.

CLASSIFICAÇÃO
Localização Tipo de Degeneração
Subserosos, Intramurales e Submucosos Hialina, cística, calcificações, vermelha,
necrose, sarcomatosa.

MANIFESTAÇÃO CLINICA
 Dor e pressão pélvica  Poliuria e nicturia
 Constipação intestinal  Aumento do tamanho abdominal
 Sangramento intermenstrual (pode causar uma síndrome anêmica)
Obs.: Se a dor é de inicio súbito em pacientes com miomatose, deve-se suspeitar de
degeneração miomatosa ou torsão do pedículo do mioma.

DIAGNÓSTICO
 Ultrassonografia transvaginal
 Ressonância magnética (é melhor em casos de mioma submucoso)
 Histeroscopia (permite observar a distorção endometrial)

TRATAMENTO
 Vai depender da classificação e do tamanho.

CLINICO:
 Anticoncepcional oral combinado
 Moduladores de receptores de Progesterona
 Terapia androgênica (danazol)

CIRÚRGICO:
 Miomectomia por laparotomia
 Histerectomia (se o sangramento é excessivo, e não tem outra solução).

145
MUDANÇAS FISIOLÓGICAS NA GESTAÇÃO
São alterações fisiológicas por fatores mecânicos e hormonais, que permitem a nutrição do
feto, o desenvolvimento das mamas para a amamentação, entre outros.

 ATITUDE: cabeça para cima e para trás e o troco para frente Para equilíbrio.
 MARCHA: marcha lenta, pesada e balanceada Pelo tamanho do abdome e liberação de
relaxina pela placenta.
 SISTEMA DIGESTIVO: náuseas e vômitos Pelos níveis de HCG e estrogênios. E também
o aumento da pressão abdominal.
 SISTEMA CARDIOVASCULAR: Aumento da frequência cardíaca Ocorre uma
vasodilatação periférica pelo aumento de oxido nítrico.
 Sopros: O coração esta trabalhando mais rápido, e isso obrigam as válvulas cardíacas a
abrir e fechar mais rápido, causando um sopro de origem sistólica.
 Redução da Pressão Arterial: pela elevação do gasto cardíaco, ou pela compressão da
veia cava.
 SISTEMA SANGUINEO: Diminuição dos glóbulos vermelhos hemoglobina= 11g/L,
hematócrito= 33%.
 SISTEMA URINÁRIO:
 Anatômicas: dilatação dos ureteres e pelve devido à atonia causada pela
progesterona e compressão do útero.
 Funcionais: aumento do fluxo plasmático renal, aumento na taxa de filtração
glomerular renal.
 SISTEMA RESPIRATÓRIO: Diminuição da capacidade residual funcional e
hiperventilação ocasiona alcalose respiratória compensada, como a dispneia.
 SISTEMA NERVOSO CENTRAL: A gestante se torna muito sentimentos Devido às
mudanças hormonais.
 SISTEMA DÉRMICO:
 Estrias no abdome e mamas
 Linha alba pelo aumento de pigmento
 Cloasma na região mamaria, vulva, aréola e face. (São manchas escuras, que
aparecem na gestação).
 ÚTERO:
 No primeiro trimestre diminuição do tônus, amolecimento do útero. A partir da 12°
semana pode ser apalpado no abdome.
 Eleva 10 vezes seu fluxo sanguíneo.
 Colo uterino amolece por influencia do estrogênio e progesterona.
 EXTREMIDADES: Edemas nos membros inferiores por acumulação de líquidos em
partes do corpo, causado por má circulação.

146
PRÉ-NATAL
É um conjunto de ações e procedimentos destinados a prevenção, diagnostico e ao
tratamento de fatores que podem condicionar a morbimortalidade materna e fetal. E também
garante o bem estar materno e promove o nascimento de um RN saudável.
OBJETIVO:
 Estabilização precisa da idade gestacional.
 Identificação de fatores de risco e prevenção de complicações obstétricas.
 Identificação e tratamento precoce de doenças intercorrentes.
 Avaliação do bem estar materno e fetal.
 Educação e promoção de cuidados com a saúde.

VALORAÇÃO PRÉ-CONCEPÇÃO:
 Perguntar sobre antecedentes familiares.
 Numero de partos a término, de cesáreas previas, perdas gestacionais e morte neonatal.
 Valorar o estado imunológico (TORCH = toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes.
Também varicela, hepatite, HIV...)
 Valorar álcool e tabaquismo.

QUANTOS CONTROLES SE DEVEM REALIZAR NA GESTAÇÃO? De 4 a 6 controles


(mínimo).
Obs.: O medico estabelece o numero exato, por exemplo: existem gestações de risco que
requer mais de um controle por mês.

MEDICAMENTOS
 Acido fólico: utiliza até a 12° semana de gestação 400mg/dia. Utilizado para prevenir
defeitos do tubo neural.
 Ferro: é profilático, para reduzir a chance de anemia.

VACINAS
 Imunização Antitetânica: para prevenir tétano neonatal.
 As inativas, aplicar depois do primeiro trimestre. JAMAIS aplicar atenuadas.

PARA SABER: SITUAÇÃO VACINAL


 Nenhuma dose anterior, ou desconhecida? Aplicar as duas primeiras doses de dT e a
terceira dose de dTPa, com um intervalo de 30 dias entre elas. (até 20 dias antes do parto).
 Vacinação incompleta? Completar a dose que falta.
 Vacinação completa, com a ultima dose aplicada a mais de 5 anos? Dose de reforço.
 Vacinação completa, com a ultima dose aplicada a menos de 5 anos? Não é
necessária outra dose.

PRIMEIRA CONSULTA (deve-se fazer o mais cedo possível).


1- Comprovar a gravidez: com Beta HCG e ultrassonografia
2- Determinar idade gestacional (pela Data da Ultima menstruação ou ultrassonografia).
Regra de NAEGELE= DUM + 1 ano - 3 meses + 7 dias Para determinar data provável do
nascimento.
3- História clinica
 Historia da gestação atual  Historia obstétrica  Historia ginecológica
 Historia clinico cirúrgicas  Antecedentes familiares

147
4- Exame físico
 Peso, altura, IMC  Exame físico geral  Aferir pressão arterial e sinais vitais
 Exame obstétrico (delimitar o fundo uterino a partir das 12 semanas)

5- Solicitar
 Hemograma completo (para evitar anemia e complicações)
 Grupo sanguíneo e fator Rh (verificar eritoblastose fetal)
 Exame geral de urina (para investigar infecções)
 Ureia, creatinina, glicemia em jejum, TSH e T4 (para prevenir e tratar diabete gestacional,
e para verificar funcionamento renal).
 VDRL (rastreio sifilítico)  Anti HIV (ELISA e teste rápido)
 Sorologia para Hepatite B e C  Sorologia para toxoplasmose IgM e IgG
 Sorologia para CHAGAS  Coagulograma

CONSULTAS SEGUINTES
Em cada visita, deve-se fazer:
 Anamnese (direcionada para queixas da paciente).  Controle de sinais vitais
 Verificar peso e avaliações de ganho.  Orientações para a paciente
 Ausculta do Batimento Cardio Fetal  Medir o fundo uterino.
 Verificar posição/situação/apresentação
Para saber: os movimentos fetais aparecem a partir da 18° semana.
Obs.: O ideal seria uma visita pré-natal mensalmente, até a 32° semana. Da 33° a 36°
semana quinzenalmente, e maior de 36° semanas, semanalmente.

ECOGRAFIAS (em casos de gestações normais se solicita 3 USG)


Sugere-se solicitar uma TRANSVAGINAL no momento do diagnostico de gravidez, ou uma
USG NORMAL entre a 11° e 13° semana.
 Para confirmar e determinar a idade gestacional  E investigar sangramentos
 Para determinar o numero de embriões e sacos
gestacionais

A segunda é a USG MORFOLÓGICA, entre 18° e 24° semanas.


 Estudo da morfologia do feto  Avalia insuficiência cervical

A terceira é USG OBSTÉTRICA, realizada entre a 32° e 38° semanas.


 Avalia crescimento e bem estar fetal  Avalia o liquido amniótico
 Confirmação da apresentação fetal  Avalia o grau placentário

PARA SABER: Sobre o liquido amniótico


 NORMAL maior de 5 e menor de 24 cm
 OLIGOHIDRAMNIO menor ou igual a 5 cm
 POLIHIDRAMNIO maior ou igual a 2 cm

148
HEMORRAGIAS DA PRIMEIRA METADE DA GESTAÇÃO
FAZEM PARTE:
 Aborto  Gravidez Ectópica  Mola Hidatiforme

ABORTO
É a interrupção da gestação provocada ou espontânea antes das 20 semanas, e peso fetal
menor a 500 gramas.

ETIOLOGIA:
 Alterações cromossômicas.  Drogas, tabaco e álcool.  Traumas.
 Gravidez precoce (menor de  Gravidez tardia (maior de 35  Hipertensão Arterial
18 anos) anos)
 Diabete Mellitus  Toxoplasmose

CLASSIFICAÇÃO
SEGUNDO A EVOLUÇÃO:
 AMEAÇA DE ABORTO às vezes apresenta sangramento vaginal discreto, dor tipo cólica,
colo cervical fechado. (Dor leve, hemorragia leve, colo fechado). Tratamento é repouso e
antiespasmódicos.
 ABORTO EM CURSO tem mudanças cervicais com dilatação e borramento, está em
evolução. (Dor moderada, hemorragia moderada, colo aberto).
 ABORTO INEVITÁVEL Hemorragia, colo dilatado, existe ruptura de membranas. Tem
que fazer a coleta. (Dor grave, hemorragia grave, colo cervical aberto).
 ABORTO RETIDO Colo cervical fechado, sem alterações, presença do embrião, porém
sem os batimentos, deve-se fazer a coleta.

SEGUNDO O MATERIAL OVULAR ELIMINADO:


 COMPLETO expulsão total dos produtos da concepção, o útero esta vazio. (Hemorragia
ausente, sem dor, colo cervical fechado / Sem sintomas).
 INCOMPLETO expulsão incompleta dos produtos da concepção, existe restos ovulares
intrauterinos. Deve-se fazer a coleta. (Saída incompleta dos anexos, dor, colo cervical
aberto).

SEGUNDO A IDADE GESTACIONAL:


 PRECOCE aborto que ocorre antes das 12° semanas.
 TARDIO aborto que ocorre depois das 12° semanas.

SEGUNDO A ETIOLOGIA:
 PROVOCADO o aborto que a pessoa provoca (pode ser por fármacos, ou outros).
 ESPONTÂNEO o aborto que se sucede fisiologicamente.

SEGUNDO O PROCESSO INFECCIOSO (se associam com a bactéria Staphylococus


Aureus).
 INFECTADO conta com secreção purulenta, fétida, tem presença de restos ovulares.
 SÉPTICO presença de febre, calafrios, mal estar, dor abdominal, sangramento purulento,
fétido. (Infecção, febre súbita e alta, dor intensa, alteração de sinais vitais, alteração de
consciência).

149
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 NO GERAL: apresenta sangramento vaginal, dor tipo cólica no baixo ventre, expulsão dos
anexos.
 AO EXAME FÍSICO:
 Avaliar o estado da paciente (instabilidade hemodinâmica)
 Realizar o toque: Vai estar entreaberto em casos de aborto inevitável, aborto incompleto
ou aborto em curso. Vai estar fechado em casos de aborto retido, abordo
completo e ameaça de aborto.

DIAGNÓSTICO: é clinico, e para confirmar, ultrassonografia.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Gravidez ectópica  Mola hidatiforme

COMPLICAÇÕES
 Shock séptico / hipovolêmico  Síndrome de MONDOR

SÍNDROME DE MONDOR
É uma patologia causada pelo gérmen CLOSTRIDIUM PERFRINGENS.
Causado por realizar muitas manobras abortivas.
MANIFESTAÇÕES CLINICAS: icterícia, hemoglobinúria, hemoglobinemia,
Afeta os rins, causando uma insuficiência renal, destruindo-o em 48 horas.
TRATAMENTO é feito com PENICILINA + GENTAMICINA (se não há resposta, deve-se
fazer a HISTERECTOMIA).

TRATAMENTO
 NA AMEAÇA DE ABORTO: acompanhamento ambulatorial com realização de USG.
 Sempre tem que estabilizar clinicamente a paciente.
 Em casos de aborto retido, incompleto ou inevitável:
 AMIU (aspiração manual intrauterina), quando a gestação é menor de 12 semanas.
 CURETAGEM, em gestações maiores de 12 semanas. Primeiro deve-se utilizar o
MISOPROSTOL (1 comprimido de 10 mcg via vaginal, a cada 6 horas) para expulsar.
Depois, fazer a dilatação com vela de Hegar. E por ultimo, realizar a raspagem uterina.
 Quando o aborto é infectado, fazer antibiótico terapia por 7 a 10 dias com clindamicina e
gentamicina.

GRAVIDEZ ECTÓPICA
É a gestação fora da cavidade uterina. O blastocisto se implanta fora da cavidade uterina.

LOCALIZAÇÕES:
 TUBARIA (98% dos casos), pode se implantar na ampola (mais frequente, acontece em
70% dos casos), no istmo ou tubo.
 CAVIDADE ABDOMINAL
 OVÁRIOS

FATORES DE RISCO:
 Endometriose  Cirurgia tubária
 Doença inflamatória pélvica  Anomalias tubárias
MANIFESTAÇÕES CLINICAS

150
 Dor abdominal  Amenorreia  Sangramento transvaginal
 Sinal de LAFFON (dor no ombro por irritação do nervo frênico).
 Sinal de CULLEN (equimose periumbilical).
 Sinal de BLOOMBERG (irritação peritoneal).
 Instabilidade hemodinâmica se a gravidez ectópica estiver rota.

DIAGNÓSTICO
 Quando clinico + Beta HCG acima de 1500 mUI/ml
 Ultrassonografia transvaginal (o útero vai estar vazio).

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
 Aborto  Mola hidatiforme

TRATAMENTO
Medicamentoso com METOTREXATE  Cirúrgico (em casos de instabilidade
 Se paciente esta hemodinamicamente hemodinâmica)
estável  SALPINGECTOMIA (retira as trompas)
 Massa ectópica menor de 4 cm SALPINGOSTOMIA (mantém as trompas
 Beta HCG menor de 5,000 mUI/ml

MOLA HIDATIFORME
Também conhecida como DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL.
É o aumento do numero celular do tecido trofoblástico, gerando uma vascularização
deficiente. (Hiperplasia trofoblástica).

TIPOS
 BENIGNA: Mola hidatiforme completa e incompleta (somente entra essa no tema de
hemorragias da primeira metade da gestação).
 MALIGNA: mola invasora, coriocarcinoma e tumor trofoblástico de sitio placentário.

FISIOPATOLOGIA (é consequência de uma fertilização ”aberrante”).


 MOLA COMPLETA: óvulo sem material genético, vazio, é fecundado pelo
espermatozoide. NÃO TEM EMBRIÃO.
 MOLA INCOMPLETA: resultado da fecundação de um óvulo normal por 2
espermatozoides, formando um zigoto triploide. TEM EMBRIÃO (69XXY).

FATORES DE RISCO
 Idade maior de 40 anos  Mola anterior
 Inseminação artificia  Tabagismo

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Sangramento vaginal (intermitente e progressivo, aparece no primeiro trimestre).
Hiperêmese  Sinais de hipertireoidismo
 Hipertensão precoce  Sangramento escuro e indolor
 Útero em sanfona (maior que o esperado)  Eliminação de vesículas hidatiformes.

151
DIAGNOSTICO
 Clinico  BETA HCG maior de 200,000 U/L
 Ultrassonografia (imagens em cachos de uva, ou favo de mel).

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
 Aborto  Gravidez ectópica

TRATAMENTO
 Esvaziamento uterino (preferencialmente AMIU)
 Histerectomia (se existe sangramento incoercível, e paciente maior de 40 anos).
 Deve-se fazer seguimento com teste de medição do Beta HCG por causa de
malignidade
 48 horas após o esvaziamento
 Depois, semanalmente
 Após o resultado negativo por 3 semanas consecutivas, fazer o exame mensalmente por 6
meses.

152
HEMORRAGIAS DA SEGUNDA METADE DA GESTAÇÃO
FAZEM PARTE:
 Placenta Previa  Rotura Uterina
 Desprendimento Prematuro Da Placenta (Dppni)

PLACENTA PRÉVIA
É a presença de tecido placentário que se insere na parte inferior do útero após a 28°
semana de gestação.
Localiza-se próximo ou sobre o orifício interno do colo uterino.

TIPOS
Placenta Prévia Total A placenta cobre totalmente o orifício do colo uterino interno.
Placenta Prévia Parcial A placenta obstrui parcialmente o orifício do colo uterino interno.
Placenta Prévia A borda inferior da placenta atinge o orifício do colo uterino, sem
Marginal ultrapassar.

FATORES DE RISCO
 Idade avançada  Cesárea anterior  Placenta prévia em gestação anterior
Gestação múltipla  Aborto prévio  Tabagismo e consumo de cocaína

CAUSAS
É incerta, mas pode estar relacionado ao endométrio de qualidade “ruim”. Isso acontece
devido a procedimentos cirúrgicos. Ou, área placentária aumentada, geralmente em casos
de gemelaridade.

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Sangramento vaginal (pela noite, indolor, vermelho vivo-rutilante, e repetitivo como se
fossem ciclos).
 Sofrimento fetal (devido à hemorragia).

DIAGNÓSTICO
IMPORTANTE: na suspeita de PP não se deve realizar o toque vaginal (por grande
risco de piorar o sangramento e infecções).
 A ultrassonografia revela onde a placenta esta inserida.

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL
 Deslocamento prematuro da placenta (DPPni)
 Rotura uterina
 Traumatismo genital

IMPORTANTE: Sempre que houver um diagnostico de Placenta Previa, atentar para a


exclusão de placenta acreta/increta/percreta.
 PLACENTA ACRETA: se adere com muita profundidade e muito firme ao útero, na
camada esponjosa.
 PLACENTA INCRETA: se adere mais profundamente ainda na parede muscular do útero,
no miométrio.
 PLACENTA PERCRETA: a placenta se adere e cresce através do útero, estendendo-se
em algumas ocasiões nos órgãos vizinhos como a bexiga. Na parte serosa e órgãos
vizinhos.

153
COMPLICAÇÕES
 Parto prematuro / sofrimento fetal  Atonia uterina
 Infecções  Acretismo placentário
 Ruptura prematura de membrana 

TRATAMENTO
 Estabilidade hemodinâmica da paciente (reposição volêmica).
 CESÁREA (se FC do feto esta alterado, ou em casos de hemorragia grande), se for
menor de 38 semanas, deve-se fazer a MADURAÇÃO PULMONAR (Betametasona 12 mg
por dia durante 2 dias, pode ser feito a partir da 24°semana de gestação).
 Se placenta previa marginal, pode ser feito parto vaginal (com grande vigilância para
hemorragia).

DESPRENDIMENTO PREMATURO DE PLACENTA normoincerta (DPPni)


É a inserção da placenta em seu lugar anatômico correto, mas que se desprende
porém não se move.
Condições para o DPPni, a placenta deve estar normalmente inserida, e deve-se ter
mais que 20 semanas de gestação.

FISIOPATOLOGIA
 A causa imediata da separação prematura da placenta é a ruptura dos vasos maternos
da decídua basal.
 O sangramento forma coágulos, causando uma irritação para o feto, aumentando a
hipertonia uterina.
 Se o desprendimento é maior que 50% ocorre ÓBITO FETAL.

ETIOLOGIA
 Eventos mecânicos súbitos (trauma por acidente).
 Anomalias uterinas (miomas uterinos).
 Consumo de tabaco e cocaína.
 Processo de doenças crônicas da placenta (anomalias no desenvolvimento das artérias,
levando a uma necrose decidual, ou inflamação placentária).
 PRÉ-ECLÂMPSIA (é a principal causa, o aumento da pressão arterial faz com que a
placenta de desprenda).

FATORES DE RISCO
 Hipertensão arterial (principal)  Trauma
 Tumor  Gravidez múltipla
 Polihidramnio / anomalia fetal  DPP prévio
 Alcoolismo / tabagismo  Idade avançada

CLASSIFICAÇÃO
PELA EVOLUÇÃO
 LEVE (GRAU 0): Assintomático
 LEVE (GRAU 1): Desprendimento de até 15%, a gestação pode ser exitosa.
 MODERADA (GRAU 2): Desprendimento menor a 50%, o feto esta vivo, sangramento
escuro, sofrimento fetal agudo, hipertonia uterina).
 GRAVE (GRAU 3): Desprendimento maior de 50%, o feto esta morto, a paciente pode
chegar à um shock hipovolêmico.
154
MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Sangramento vaginal agudo, cor escura como o  Forte dor abdominal e/ou lombar.
café.
 Alterações da frequência cardíaca fetal.  Hipotensão materna.
 Hematomas intramiometral (coágulos que se acha na ultrassonografia).
PARA SABER: COMO SE FORMA OS HEMATOMAS INTRAMIOMETRAL?
Aumenta o tônus muscular e a pressão do miométrio, como existe este aumento,
automaticamente, os vasos se colapsam, e o sangue entra, mas torna-se difícil para fazer o
retorno, formando os hematomas no miométrio.

DIAGNÓSTICO
 CLINICO: dor abdominal intensa, de inicio súbito, hipertonia uterina, sangramento vaginal,
alterações na ausculta fetal.
 ULTRASSONOGRAFIA: hematomas intramiometral (retroplacentarios).
 LABORATÓRIOS: coagulograma, plaquetopenia, fibrinogênio.

COMPLICAÇÕES
MATERNAS
 Hemorragia excessiva  Coagulação intravascular disseminada (CID)
 Shock hipovolêmico  Síndrome de angustia respiratória
 Histerectomia  Necrose e insuficiência renal

FETAIS
 Morbidade e mortalidade relacionadas à hipoxemia.  Parto prematuro

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Placenta previa  Ruptura uterina

TRATAMENTO
 DPP LEVE: repouso absoluto, controles frequentes.
 DPP MODERADO E GRAVE:
 Internação imediata e estabilização hemodinâmica da paciente.
 Se feto esta vivo: cesárea de urgência.
 Se feto esta morto: utiliza a via de parto mais segura para a mãe
 Obs.: avaliar a necessidade de transfusão de hemoderivados.

DIFERENÇAS DE PLACENTA PRÉVIA E DESPRENDIMENTO PREMATURO DE


PLACENTA
Placenta Prévia Desprendimento Prematuro de Placenta
 A placenta tem capacidade de chegar ao  A placenta não chega ao seguimento
seguimento inferior do colo uterino. inferior do útero.
 Tem INICIO INSIDIOSO  Tem INICIO SÚBITO
 A hemorragia ocorre geralmente pela  A hemorragia ocorre em qualquer
noite, em forma de ciclos, o sangue é momento, é única, interna e externa, e de
vermelho vivo (rutilante). cor escura como o café.
 O estado materno é BOM.  O estado materno é MAL
 Não tem dor  Com muita dor
 O tônus uterino esta normal  Ocorre hipertonia uterina.
155
RUPTURA UTERINA
Consiste no rompimento parcial ou total do miométrio na gestação ou no trabalho de parto.
Ocorre com maior frequência nas mulheres que tiveram uma incisão uterina transmiometral
prévia.

FATORES DE RISCO
 Cesárea prévia Multiparidade  Trauma uterino
 Gestação múltipla  Malformações uterinas  Curto intervalo intergenésico

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Desacelerações fetais (bradicardia, sofrimento fetal)
 Sangramento súbito (desestabilidade hemodinâmica)
 Dor abdominal forte e súbita que pode cessar abruptamente (atonia)
 Atonia

DIAGNÓSTICO
 Principalmente Clinico (para confirmar, fazer uma laparotomia, que pode-se visualizar a
ruptura).

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Desprendimento prematuro de placenta (DPPni)

TRATAMENTO
 Se houver instabilidade: reposição volêmica e considerar transfusão sanguínea.
 Preparar para interrupção da gravidez por cesárea.
OBS.: em casos de hemorragia incontrolável, ou lesões irreparáveis, esta indicada a
HISTERECTOMIA.

156
RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS (RPM)
É um transtorno que se produz na gravidez, quando o saco amniótico se rompe antes do
trabalho de parto.

TIPOS DE RUPTURA
PRÉ-TÉRMINO DE TÉRMINO PRECOCE
antes da 37° semana a partir da 37° semana, sem a partir da 37° semana, com
mudanças cervicais mudanças cervicais

FISIOPATOLOGIA (multifatorial)
 Diminuição da concentração de colágeno  A pressão mecânica sobre as membranas
fragilizadas.

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Perda de liquido em grande quantidade.

FATORES DE RISCO
 Infecções intraamnióticas Historia de RPM anterior
 Deficiência de acido ascórbico  Tabaquismo

DIAGNÓSTICO
 Clinico (observação do liquido amniótico)  Ultrassonografia (para ver o volume do
liquido)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Secreção vaginal fisiológica  Candidíase ou vaginose  Incontinência urinaria

TRATAMENTO
PRÉ-TÉRMINO:
 Antibiótico Terapia para reduzir riscos de corioamnionite
 Azitromicina 1g VO + Ampicilina 2g IV de 6 em 6 horas, durante 2 dias.
 Logo, utilizar amoxicilina 500mg VO de 8 em 8 horas durante 5 dias.
 Além do antibiótico, deve-se fazer a CORTICÓIDE TERAPIA para maduração pulmonar
(porque estimula a síntese e a liberação de surfactante pelo alvéolo pulmonar, reduzindo o
risco de síndrome de angustia respiratória e outras complicações relacionadas à
prematuridade).
 Utiliza: Betametasona 12mg IM, uma vez por dia durante dois dias.
 Ou, dexametasona 6mg IM, de 12 em 12 horas durante 2 dias.

 A TÉRMINO:
 Pode-se esperar no máximo 24 horas, se não tem trabalho de parto, deve-se induzir
o parto.
 Utiliza OXITOCINA (5UI diluída em 500 ml de solução glicosada 5% IV, a 12 ml/hora, 14
gotas por minuto, aumentando a cada 30 minutos). Obs.: a dose máxima de oxitocina é 240
ml/hora.
 Se a atividade uterina não chega ao padrão esperado, considerar falha na indução
do parto, e então partir para CESÁREA.

157
TRANSTORNOS HIPERTENSIVOS DA GRAVIDEZ
 HIPERTENSÃO GESTACIONAL  PRÉ-ECLÂMPSIA (LEVE E GRAVE)
 ECLAMPSIA  SÍNDROME DE HELLP

GENERALIDADES
A gestante tem tendência à hipotensão.O que é uma pré-eclâmpsia sobre imposta a um
estado crônico? É a HTA que a gestante tinha antes de engravidar, deve-se continuar o
tratamento.
O valor normal da pressão arterial na gestação, deve ser menor que 140/90 mmHg.

HIPERTENSÃO GESTACIONAL
Aparece após a 20° semana de gestação.
Maior ou igual a 20 semanas de gestação.
A pressão arterial esta maior ou igual a 140/90 mmHg, SEM proteinúria (esta deve ser
menor que 300mg).

MANIFESTAÇÕES CLINICAS: cefaleia e acufenos (zumbidos no ouvido).

TRATAMENTO
 Se não tem proteinúria, deve-se fazer recomendações.
 Somente se inicia medicamentos se a PA estiver maior que 160/110 mmHg
 Caso a gestante já tenha histórico de hipertensão crônica, tratar com medicamentos
recomendados. (Suspender se a PA estiver normal nos controles pré-natais).
Utilizar METILDOPA 1 a 3 g/dia, podendo associar com HIDRALAZINA 50 a 300mg/dia.

PARA SABER
 A primeira escolha é a METILDOPA, HIDRALAZINA.
 Devem-se evitar os diuréticos, porque podem precipitar a hipovolemia e piorar a
perfusão placentária.
Os IECAs são contraindicados Em caso Hipertensão Arterial SEVERA,
porque podem causar: tratar com:
 Oligodramnia  Alfametildopa 500mg a 2 gr por dia
 Anomalias renais  Nifedipino 5 gotas sublingual
 IR neonatal  Hidralazina 50/25/20 mg por dia
 Retardo mental  Amlodipina 10 a 40 mg/dia

PRÉ-ECLÂMPSIA
É uma síndrome multisistêmica com a presença de:
 HIPERTENSÃO ARTERIAL MAIOR OU IGUAL A 140/90 mmHg.
 PROTEINURIA MAIOR OU IGUAL A 300 mg (ou 3 gr).
 APÓS A 20° SEMANA DE GESTAÇÃO.

PODE SER
LEVE
 A Pressão Arterial é maior ou igual a 140/90  Proteinúria é igual ou maior de
mmHg e menor ou igual a de 160/110. 300mg/dia.
 Sem sinais de gravidade, o quadro clinico tende a ceder com fármacos.

158
GRAVE
 A pressão arterial é maior ou igual a  Proteinúria maior ou igual a 300mg/dia.
160/110 mmHg.
 Oligúria menor de 500ml/dia  Creatinina maior de 1,3mg/dia
 O quadro clinico NÃO cede com fármacos.

FATORES DE RISCO
 Antecedentes familiares de 1° grau  Pré-eclâmpsia em gestação prévia
 Obesidade/sedentarismo  HTA crônica
 Diabetes mellitus  Gestação múltipla
 Consumo excessivo de álcool

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
TRIADA OUTROS
 Hipertensão Arterial  Cefaleia (occipto-cervical)  Visão borrada e acufenos
 Proteinuria  Náuseas e vômitos  Dor abdominal / epigastralgia
 Edema  Edema de membros inferiores

DIAGNÓSTICO
 Toma de pressão: se maior ou igual de 140/90 mmHg em duas ocasiões com diferenla
de pelo menos 6 horas em cada toma.
 Laboratórios: proteinúria

TRATAMENTO
 PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE: não se trata, mas deve-se fazer recomendações e controles.
 PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE:

Somente se medica até a 34° semana de gestação, depois disso indica a interrupção
da gravidez. (É obrigatória a internação da paciente para fazer o amadurecimento pulmonar
fetal, e logo a interrupção da gravidez).
 Medicamentos a ser utilizados: hidralazina e metildopa VO.
 Nunca deve-se utilizar diuréticos, IECA e propanol.

IMPORTANTE: POR QUE UMA PRÉ-ECLÂMPSIA PODE COMPROMETER O FETO?


Porque ao haver um aumento da pressão artéria, ira reduzir o tamanho dos vasos
placentários, e ao estar reduzido, não chega oxigênio suficiente.

COMPLICAÇÕES
MATERNAS
 AVC e Falência renal  DPP  Eclampsia / Síndrome de HELLP

FETAIS:
 Crescimento fetal restrito  Oligodramnia  Prematuridade e Morte fetal

TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA
 HIDRALAZINA 1ml (20mg) + SF 0,9% 19ml (administrar 5 ml EV lento, repetindo até 3
vezes a cada 20-30 minutos).
 Pode-se associar metildopa 250mg VO a cada 6 horas.

159
 DEVE-SE ADMINISTRAR O SULFATO DE MAGNÉSIO, para a prevenção de
eclampsia.

PARA SABER
 Administração do sulfato de magnésio segundo o ESQUEMA ZUSPAN
 DOSE DE ATAQUE: Administrar 4gr de Sulfato de Magnésio ao 10%, IV, diluir em S.F.
ou ringer, (alguns dizem para diluir em 42 ml, outros em 200 ml), por bomba de infusão
continua durante 10 minutos.
 DEPOIS, FAZER DOSE DE MANUTENÇÃO: diluir 24 gramas de Sulfato de Magnésio
em 760 ml de S.F. ou ringer, e passar em 24 horas, 14 gotas por minuto. (1gr por hora).

IMPORTANTE: temos que estar atentos para sinais de intoxicação por sulfato de magnésio,
são eles
 Diurese menor de 35 ml/hora, frequência respiratória menor de 14 por minuto,
ausência do reflexo patelar.
 DEVE-SE USAR GLUCONATO DE CÁLCIO AO 10% COMO ANTIDOTO.

ECLAMPSIA
 É O APARECIMENTO DE CONVULSÕES EM GESTANTES QUE APRESENTAM PRÉ-
ECLÂMPSIA.

COMO SÃO AS CONVULSÕES?


 São Crises Tônicos-Clonicos (contrações musculares, com movimento em
extremidades, perda de consciência e cianose nos lábios).
 TÔNICO= contração súbita dos músculos.
 CLONICOS= os músculos se contraem e relaxam-se rapidamente.

 QUANDO OCORREM AS CONVULSÕES?


 Antes do trabalho de parto. (Tem que fazer a maduração pulmonar, e interromper a
gravidez).
 Em etapas do parto
 48 horas pós-parto até 15 dias.

 TRATAMENTO
 DIAZEPAN (via retal)
 Se persistir: Fenítoina em dose de ataque + manutenção.
 Obs.: o Sulfato de Magnésio é para PREVENIR as convulsões, NÂO SERVE para
tratar.

COMPLICAÇÕES
 Broncoaspiração  Hemorragia cerebral
 Coma  Insuficiência renal

SÍNDROME DE HELLP
É uma complicação obstétrica grave, causada pela consequência de uma pré-eclâmpsia
grave.

160
Esta caracterizada pela associação de:
 H = HEMÓLISE (destruição prematura de glóbulos vermelhos).
 EL = ELEVAÇÃO DAS ENZIMAS HEPÁTICAS (níveis elevados).
 LP = BAIXA CONTAGEM DAS PLAQUETAS (plaquetopenia).

FATORES DE RISCO
 Pré-eclâmpsia  Trombofilias  Obesidade

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Hipertensão arterial (PA= maior ou igual a 160/110 mmHg)
 Taquicardia  Icterícia  Edema Peri orbitário
 Ausculta pulmonar alterada (edema agudo de pulmão)  Náuseas e vômitos

DIAGNÓSTICO
 Hemograma (plaquetas= menor de  Função hepática
100,000/mm³)  LDH= maior ou igual a 600 UI/L
 TGO= maior de 70 UI/L
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Esteatose Hepática Aguda  Trombocitopenia  Lúpus Eritematoso Sistêmico

COMPLICAÇÕES
MATERNA
 AVC  Edema agudo de pulmão  Insuficiência renal
 Hemorragias e ruptura do fígado  Óbito materno

FETAL
 Sofrimento fetal e óbito fetal  Parto prematuro

TRATAMENTO
 Sulfato de Magnésio (para prevenir as convulsões)  Anti-hipertensivos
 Corticoide terapia (para maduração pulmonar fetal)  Parto (cesárea)
 Repor plaquetas se estiver menor de 20,000/mm³ 

161
PARTO
É a expulsão do feto e seus anexos através da vagina, depois da 20° semana de gestação.

CLASSIFICAÇÃO
SEGUNDO A IDADE GESTACIONAL
PRÉ-TÉRMINO
 Parto imaturo= menor de 28 semanas  Parto prematuro= de 28 a 36 semanas
 A Término 37 a 41 semanas  Pós Término maior de 41 semanas

SEGUNDO O INICIO
PROVOCADO ESPONTÂNEO
Ocorre com a intervenção de agentes Ocorre sem intervenção de agentes externos
externos

SEGUNDO A EVOLUÇÃO
EUTÓCICO DISTÓCICO
Parto normal com o feto em apresentação Anormalidade no mecanismo do parto
cefálica

FASES DO PARTO
1. Inicio do trabalho de parto + dilatação cervical + colo do útero apagado, (fase latente
e de dilatação que é a fase ativa, termina com a dilatação completa do colo uterino-10cm).
2. Nascimento (expulsão) do feto, (inicia com a dilatação cervical completa, termina com o
nascimento do feto).
3. Alumbramento, (inicia com o nascimento do feto, e termina com a expulsão da placenta).
4. Primeira hora pós-alumbramento, (inicia com a expulsão da placenta até a primeira
hora, essa é a hora de maiores complicações hemorrágicas).

DIAGNÓSTICO DO TRABALHO DE PARTO (pode ocorrer de forma súbita ou gradual).


CRITÉRIOS:
 Contrações dolorosas regulares  Frequência mínima de 2 contrações a
cada 10 minutos
 Essas contrações duram de 50 a 60  Dilatação maior de 3cm e colo do útero
segundos cada apagado

O TRABALHO DE PARTO DE SUBDIVIDE EM:


FASE DE LATÊNCIA, dura horas a dias. É um período premonitório, que prepara para o
trabalho de parto.
 Descida do fundo uterino  Formação do seguimento uterino inferior
 Amolecimento, apagamento e  Aumento das secreções cervicais
centralização do colo uterino
 Contrações arrítmicas e irregulares, não dolorosas, não causam alterações cervicais.

FASE ATIVA, de 6 a 8 horas.


 Dilatação maior de 3 cm.  Contrações rítmicas e regulares, no
mínimo duas contrações a cada 10 minutos
PARA SABER:
 PRIMÍPARAS Apaga o colo uterino, e depois dilata, dilata de 1 a 1,2cm por hora.
162
 MULTÍPARAS dilatação e apaga ao mesmo tempo, dilata de 1,5 a 2cm por hora.

ESTÁTICA FETAL
 ATITUDE: relação das partes fetais entre si. (Mais comum é a flexão generalizada).
 SITUAÇÃO: relação do maior eixo fetal com o maior eixo fetal uterino. (Mais frequente é
longitudinal, mas pode ser também transversa ou obliqua).
 APRESENTAÇÃO: relação da parte fetal com o estreito superior da pelve. (Cefálica,
pélvica ou transversa).
 POSIÇÃO: relação do dorso fetal com o lado materno. (Lado direito, lado esquerdo, porém
se a apresentação esta pélvica, a posição é sacro, se está transversa/córmica, a posição é
acrômio).

IMPORTANTE: MANOBRAS DE LEOPOLD


São formas de palpação, com o objetivo de avaliar a estática fetal. Divide-se em quatro
tempos.
 1° TEMPO: palpação do fundo uterino, para determinar a situação.
 2° TEMPO: palpação do abdome materno, para determinar a posição (onde esta o dorso
fetal, se esta do lado direito ou esquerdo).
 3° TEMPO: palpação de encaixe, para determinar a apresentação e a mobilidade.
 4° TEMPO: palpação da altura, para determinar a insinuação do feto (encaixe).

MECANISMOS DO PARTO (movimentos cardiais do feto)


São adaptações fetais efetuados pelo feto, por meio de mecanismos passivos e ativos para
passar pelo canal do parto e desprender na vulva.
1. ENCAIXE / INSINUAÇÃO (ocorre a passagem da maior circunferência da apresentação
através do anel do estreito superior)
2. DESCIDA
3. FLEXÃO
4. ROTAÇÃO INTERNA
5. EXTENSÃO (aqui ocorre o desprendimento cefálico)
6. ROTAÇÃO EXTERNA
7. EXPULSÃO (desprendimento fetal total)

163
CONDUTAS DE INTERNAÇÃO
 Internação hospitalar deve ser feito na fase ativa
 Tricotomia, dieta leve (ou zero)
 Orientar deambulação e a posição que requer melhor conforto
 Verificar necessidade de exames laboratoriais
 Toque vaginal (para avaliar o apagamento, dilatação e a consistência)
 Monitorização fetal com doppler, e monitorizar a mãe

OBSERVAÇÃO: AMNIOTOMIA (ruptura artificial da bolsa amniótica) Não deve ser


procedimento de rotina, apenas em casos onde existem indicações de aceleração ou
indução ao parto, como a presença de mecônio.

INDUÇÃO AO PARTO
 Refere-se a técnicas para estimular as contrações uterinas, e realizar o parto, (se este não
acontecer espontaneamente).
 Realiza-se somente em casos de HIPOATIVIDE UTERINA.
 Utiliza-se a OCITOCINA (caso prescrita, deve ser usado 10 UI em 500ml de SF a 14
gostas por minuto).
 Para a PRÉ-INDUÇÃO (para fazer a maduração cervical em casos de colo uterino
desfavorável) usa-se o MISOPROSTOL (25mcg via vaginal a cada 6 horas, e 25mcg via oral
a cada 2 horas).

Indicações para a indução ao parto:


 Pós término  Ruptura prematura de membrana  Pré-eclâmpsia
 Morte fetal  Corioamnionite 

 Índice de BISHOP: é um sistema de avaliação do colo uterino. Se baseia na


 Altura da apresentação fetal  Na dilatação  No apagamento
 Na consistência  Na posição 

ASSISTÊNCIA PARA A EXPULSÃO


 Posição materna (geralmente a litotomia)
 Antissepsia perineal
 Anestesia locoregional (para a episiotomia, se for necessário)
 Episiotomia (em partos com elevados riscos de trauma perineal, e para facilitar a
expulsão).
 Desprendimento dos ombros do bebê (deve-se buscar por circulares de cordão)
 Apego precoce se for possível (contato pele com pele do RN com a mãe nos primeiros
minutos)
 Grampeamento do cordão umbilical

DEQUITAÇÃO PLACENTÁRIA (é o terceiro período do parto, em espanhol é


alumbramiento)
 Normalmente dura até 30 minutos, se for maior que isso se chama de dequitação
prolongada.
 Após o parto, o útero contrai e retrai, ocorrendo o deslocamento e a descida da placenta.

164
TIPOS DE DEQUITAÇÃO:
BAUDELOCQUE - SHULTZE (o mais comum)
 Desprendimento ocorre pela face fetal  Central
 O sangramento é depois da saída da placenta

BAUDELOCQUE - DUNCAN
 Desprendimento pela face  O sangramento é antes da saída da  Marginal
materna placenta

 Manobras que auxiliam a dequitação (serve para reduzir os riscos de hemorragia


severa) são:
 Administração profilática de ocitocina (é um agente uterotônico, se aplica 10 UI IM ou
diluída em 500ml de SF EV).
 Tração controlada do cordão umbilical
 Massagem uterina continua

O QUARTO PERÍODO DO PARTO


 Consiste na primeira hora pós a dequitação (onde ocorrem as complicações
hemorrágicas)
 Quando o útero se contrai, forma o GLOBO DE SEGURANÇA DE PINARD (é um coágulo
de sangue que forma-se no útero logo depois do parto para ajudar a cicatrizar as pequenas
feridas dos vasos sanguíneos que irrigavam a placenta, servindo de tampão a uma eventual
hemorragia no ponto onde a placenta estava inserida).
 Nessa etapa o útero esta no nível da cicatriz umbilical, e firmemente contraído.

 PARA SABER: GLOBO DE SEGURANÇA DE PINARD (geralmente)


 No primeiro dia esta a nível umbilical, 12 a 15 cm da sínfise pubiana.
 No sexto dia, esta mais ou menos 6 cm da sínfise pubiana.
 Acima de 12 dias, torna-se intrapélvico
 Obs.: tem a retração de mais ou menos 2cm por dia.

Causas de risco de hemorragias “4 Ts”


 TÔNUS: atonia ou hipotonia uterina  TRAUMA: fórceps, feto grande.
 TECIDO: restos placentários  TROMBO: coagulopatias

 PARA SABER: ATONIA UTERINA


 É a ausência da contractilidade do útero, imediatamente após a dequitação.
 Manifesta-se com hemorragia maior de 1000 ml (Chances de shock hipovolêmico)
 O útero está flácido, macio, atônico e aumentado.

Causas:
 Macrossomia fetal  Trabalho de parto prolongado  Uso inadequado de
ocitocina.

165
EPISIOTOMIA
 É UMA INCISÃO PERINEAL (mediana, ou mediolateral)
 A mediana não esta indicada, por causa dos riscos de lesão do esfíncter anal.
 A mediolateral é a mais utilizada
 O corte será de 3 a 4 centímetros
As estruturas atingidas são:
 Pele  Tecido celular subcutâneo  Mucosa vaginal
 Músculos bulbo cavernoso  Musculo transverso  Músculo elevador do ânus
superficial do períneo
 Para a sutura se utiliza CATGUT CROMADO 2.0 (porque é absorvível)
 Orientar a paciente sobre como fazer a antissepsia.

PARTOGRAMA
 Facilita o acompanhamento do trabalho de parto, e auxilia em reconhecer
alterações.
 É o registro gráfico da avaliação do trabalho de parto (representa a dilatação do colo
do útero e a descida), e também das condições materna e fetal.
 Cada divisória corresponde a 1 hora (horizontal) e 1 centímetro (vertical)
 Deve iniciar o registro gráfico na FASE ATIVA do trabalho de parto (quando a
gestante sente de 2 a 3 contrações eficientes em 10 minutos, e está com uma dilatação
maior de 3 centímetros).
 Realiza-se toque vaginal a cada 1-2 horas, anotando sempre no gráfico (normalmente a
dilatação é de 1cm/hora).

Deve-se registrar no gráfico também:


 As contrações uterinas  Os batimentos fetais
 Se teve uso de algum medicamento  A integridade e características da bolsa
 Os procedimentos que estão sendo feitos 

A partir do primeiro registro, devem-se traçar diagonalmente duas linhas:


 LINHA DE ALERTA: para melhor observação
 LINHA DE AÇÃO: correção de problemas (se traça com quatro horas de diferença após a
linha de alerta).

166
167
CESÁREA
É a retirada do feto, placenta e membranas ovulares através de uma incisão abdominal e
uterina (procedimento cirúrgico).

TIPOS DE CESÁREA (segundo os antecedentes obstétricos da paciente):


 Primeira (primeira cesárea)
 Iterativa (antecedentes de duas ou mais cesáreas anteriores)
 Prévia (antecedente de uma cesárea anterior)

ESTRUTURAS QUE SE CORTA NA CESÁREA:


1. Pele. 2. Tecido Celular Subcutâneo
3. Aponeurose do Musculo Transverso 4. Musculo Transverso
5. Peritônio Parietal 6. Peritônio Visceral
7. Miométrio

INDICAÇÕES ABSOLUTAS PARA CESÁREA


 Desproporção céfalo-pélvica  Placenta previa total
 Apresentação córmica (anômala)  Condilomas (obstrução, ou herpes genital ativa)
 Sofrimento fetal agudo  Prolapso do cordão umbilical
 Desprendimento prematuro de placenta (acima de 15%)

TÉCNICAS CIRURGICAS:
 INCISÃO DE PFANNESTIEL (transversa/horizontal) é a mais utilizada, se corta de 12 a
15cm.
 LAPAROTOMIA MEDIA INFRAUMBILICAL (longitudinal/vertical)

168
PARTO PREMATURO (PREMATURIDADE)
É aquele parto que sucede antes das 37 semanas de gestação.

CLASSIFICAÇÃO
 Parto imaturo: de 20 a 26 semanas
 Parto prematuro extremo: menor de 28 semanas
 Parto prematuro grave: de 28 a 30 semanas
 Parto prematuro moderado: de 31 a 33 semanas
 Parto prematuro quase a termino: de 34 a 36 semanas

IMPORTANTE SABER: Para prevenir o parto prematuro em alguns casos, pode-se


investigar a historia de parto prematuro anterior:
Podemos usar PROGESTERONA 200mcg via vaginal a partir da 16 semanas.
Fazer a CERCLAGEM, em casos de mais de 3 partos prematuros ou aborto, associado a
incompetência istmo-cervical.

ETIOLOGIA
 Infecções (ITU, corioamnionite...)  Polidramnio  Gestação múltipla
 Insuficiência cervical  RPM ovulares  Interrupção iatrogênica (pré-
eclâmpsia grave)

MANIFESTAÇÃO CLINICA
 Aumento de contrações uterinas  Dor abdominal
 -Alterações cervicais (centralização, apagamento maior de 80%, dilatação maior de 2 cm).

DIAGNÓSTICO
 Observação clinica do trabalho  Cardiotocografia  Ultrassonografia (para verificar
de parto vitalidade fetal)

CONDUTAS
Toda paciente em trabalho de parto prematuro deve ser internada (para uso de tocoliticos e
maduração pulmonar)
Deve-se estabelecer as causas (por exemplo: infecções)

PARA SABER: TOCOLITICOS


São medicamentos utilizados para suprimir um trabalho de parto prematuro, suprimir
as contrações.
A NIFEDIPINA (bloqueador dos canais de cálcio), é o principal, usa-se 20 a 40 mg na
primeira hora, e depois continua com 10 mg a cada 20 minutos.
Contra indicações: depois de 48 horas, em casos de óbito fetal, status de vitalidade fetal
não tranquilizante, corioamnionite.

169
SOFRIMENTO FETAL AGUDO
Insuficiência nas circulações placentárias, causando uma redução (acidose) aguda
nas trocas materno-fetais, é mais frequente durante o trabalho de parto.
ETIOLOGIA:
 Hiperatividade uterina  Hipotensão materna
 Circulares de cordão, nós e prolapsos.  Parto prolongado
 Compressão do cordão umbilical  Hipovolemia materna

DIAGNÓSTICO:
-Auscultação fetal a cada 30 ou 15 minutos.
-Monitorização (para analisar as contrações, FCF, variabilidade FCF, acelerações e
desacelerações).

MONITOR (cardiotocografia)
Analise das contrações uterinas, frequência cardíaca fetal, variabilidade da frequência
cardíaca fetal, acelerações e desacelerações.

FCF BASAL
 NORMAL:  BRADICARDIA:  TAQUICARDIA:
110 a 160 BPM menor de 110 BPM maior de 160 BPM

VARIABILIDADE (levam em conta as flutuações da FCF basal)


 AUSENTE: não detectada  MÍNIMA: amplitude menor de 5 bpm
 MODERADA: amplitude de 6 a 25 bpm  ACENTUADA: amplitude maior de 25 bpm
 ACELERAÇÕES: aumento da FCF basal maior que 15 bpm, durando no mínimo 15
segundos.
DESACELERAÇÕES: queda transitória da FCF (DIP´s)
 PRECOCE: inicio, máximo de queda com recuperação coincide com a onda da contração
uterina (causada pela reação vagal á compressão do polo cefálico). DIP I (normal).
 TARDIAS: inicio, e máximo de queda retardados em relação à contração uterina
(associado à asfixia fetal)
 VARIABILIDADES: desacelerações não refletem a contração uterina, geralmente
associados a compressão do cordão. (duração variável, associados á hipóxia de maior de 30
segundos). DIP III (anormal).

CONDUTAS (ressuscitação intrauterina)


 Decúbito lateral esquerdo  Administração de oxigênio
 Administração endovenosa de cristaloides (500 ml a 1000 ml de SF 0,9% ou ringer lactato)
 Suspenção de medicamentos uterotônicos.

PARA SABER: INDICAÇÕES PARA CARDIOTOCOGRAFIA ANTES DO PARTO


 Hipertensão arterial  Desprendimento prematuro  Crescimento intrauterino
da placenta restrito
 Gestação prolongada  Desordens hipertensivas  Diabete mellitus
 Amniorrexe pré termino  Trauma  Sangramento
 Obesidade mórbida  Idade materna avançada  Diminuição dos
 Gestação múltipla  Malformações fetais movimentos fetais

170
PUERPÉRIO FISIOLÓGICO
É o tempo desde o nascimento e alumbramento até o restabelecimento da fisiologia.
É o período que ocorre manifestações involutivas e de recuperação da genitália
feminina e dos sistemas extragenitais no pós-parto.
Ocorre no prazo de 6 semanas.

DIVIDE-SE EM:
 IMEDIATO: até 24 horas pós-parto MEDIATO: do segundo dia ao 10° dia
 TARDIO: do 10° dia ao 42° dia  PROLONGADO: maior de 42 dias (em alguns
casos)
AS ALTERAÇÕES: priorizam-se fenômenos catabólicos e involutivos das estruturas que
sofreram hipertrofia na gestação.

 ÚTERO: nível da cicatriz umbilical, contraído, indolor. Depois do 10°dia vai retornando
para a pélvis.
 REFLEXO ÚTERO MAMÁRIO: na medida em que ocorre a lactância, existe a secreção
de ocitocina (hormônio responsável pela contração uterina).
 COLO UTERINO: aproximadamente 12 horas pós-parto, o orifício interno estará
dilatado (de 2 a 3 cm) entre o 9° ao 10° dia se fecha.
 LÓQUIOS (produção e eliminação de exsudados associados a produtos de
descamação junto com sangue): até o 4° dia, loquiação vermelha avançando para
serosanguinea. Na fase do puerpério tardio é serosa. No 25° dia o endométrio se encontra
renovado e epitelizado de novo.
 VAGINA: atrofia significativa nos primeiros 3 a 4 dias.
 ENDOCRINOLÓGICOS: a lactância aguda regulariza os hormônios. Se a lactância esta
presente, há um aumento de prolactina, inibindo a ação do GnRh, consequentemente
impede a ação de progesterona e estrogênios.
 CARDIOVASCULARES: edema regride, o debito cardíaco permanece aumentado por
7 dias pós-parto.
 SANGUÍNEO: se normaliza em torno do 5° ao 7°dia puerperal.
 URINÁRIO: aumento da excreção de urina (2° ao 6° dia) devido á retenção hídrica
gestacional.
 DIGESTIVO: motilidade intestinal reduzida, retorno de funções normais no 3° ao 4° dia.
 PELE: estrias rosadas evoluem para brancas, as manchas tendem a regredir.
 PESO: perda ponderal mais intensa nos primeiros 10 dias devido à loquiação e
eliminação urinaria.

CONDUTAS:
 Deambulação pelo menos após 6 horas  Tratar as queixas da paciente
do parto.
 Se houver dor, administrar analgésicos  Cuidados e antissepsia da episiorrafia (se
houve)
 Anticoncepção com progestagenos (DIU de mirena, ou pílulas orais como desogestrel
75mg)
Obs.: Se a episiorrafia infeccionar, usar cefalexina 500mg VO de 6 em 6 horas durante 7 a
10 dias.

171
HEMORRAGIA PÓS-PARTO
É definida pela perda de sangue maior de 500 ml após o parto vaginal, e maior que
1000 ml após cesárea.
OBS.: As perdas maiores que 1000 ml são graves e podem causar instabilidade
hemodinâmica.

CLASSIFICAÇÃO
 PRIMARIA OU PRECOCE: ocorrem nas primeiras 24 horas pós-parto
 SECUNDARIA OU TARDIA: após as primeiras 24 horas, e podem aparecer entre 6 a 12
semanas pós-parto.

FATORES DE RISCO
Causam Distensão Uterina
 Multiparidade  Gemelaridade  Macrossomia
 Polidramnia  Infecção amniótica 

COMPLICAÇÕES
 Coagulopatias  Choque hipovolêmico

DIAGNÓSTICO
 CLINICO (4 T´s: tônus, tecido, trauma, trombo)
 Hemograma e coagulograma (para monitorar)
 PROFILAXIA Administração de OCITOCINA 10 a 40 UI em 1000 ml de SF IV ou 5 a 10
UI IM (logo após a extração do ombro do bebê).

 CONDUTA
 Acessos para a reposição volêmica  Definir o tratamento segundo o
com cristaloides diagnostico (a causa)

 Se ATONIA: administrar OCITOCINA 10 UI IM e ERGOMETRINA 0,25 mg IM, fazer


massagem uterina, e administrar MISOPROSTOL 800mcg via retal. Se não houver sucesso,
pensar em HISTERECTOMIA.

 Se TRAUMA: menor de 3 cm deve-se acompanhar clinicamente. Se maior que 3 cm e


cursa com sangramento, a cirurgia se faz necessária.

 Se TECIDO: retenção placentária


 Manobra de CREDÉ (pressão manual na região abaixo do umbigo)
 Manobra de TAXE (realizar com o punho fechado fazendo força no fundo uterino)
 CURETAGEM E REMOÇÃO MANUAL
 Se placenta acreta (grave), increta ou percreta, realizar HISTERECTOMIA.
 Se COAGULOPATIAS: verificar necessidade de transfusão de hemoderivados.

172
HIPERÊMESE GRAVÍDICA
Se da pelas perdas hidroeletrolíticas, desnutrição e eventuais carências vitamínicas,
decorrente dos vômitos excessivos.
É o aumento da frequência de vômitos na gestante.

ESTÁ CARACTERIZADO POR:


 Náuseas e vômitos persistentes e incoercíveis, que levam a desidratação.
 Perdas eletrolíticas  Cetonúrias  Perda de mais de 5% do peso corporal
OBS.: É mais comum no primeiro trimestre, e se diferencia com a êmese simples, porque na
simples ocorrem vômitos em pouca frequência e quantidade, sem causar danos graves.

MANIFESTAÇÕES CLINICAS
 Náuseas, vômitos frequentes (maior de 3 vezes por dia)
 Anorexia  Sialorreia (saliva excessiva)  Cefaleia
 Palpitações  Mal estar geral  Fraqueza e sonolência

AO EXAME FÍSICO:
 Diminuição do turgor e elasticidade  Mucosas secas  Olhos fundos
da pele  Hipotensão
 Preenchimento capilar lento  Língua saburrosa  Taquicardia
 Oliguria

DIAGNÓSTICO:
 CLINICO (vômitos frequentes, perda de peso corporal maior de 5%, sinais de
desidratação, presença de distúrbios eletrolíticos, cetonuria, exclusão de diagnósticos
diferenciais), e ALTERAÇÕES LABORATORIAIS.
 Hemograma (para excluir causas infecciosas)
 Eletrólitos e função renal (hiponatremia, hipocalemia, ureia e creatinina elevadas são
sinal de desidratação)
 Exame geral de Urina (cetonuria)
 USG (para excluir gestação molar)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 GECA (gastroenterocolite aguda)  Colecistite/ Apendicite/ pancreatite
 Hepatite  DRGE/ acalasia
 Pielonefrite  Intoxicações exógenas
 Cetoacidose diabética  Hipertireoidismo
 Enxaquecas  Transtornos alimentares/ ansiedade

CONDUTAS
 INTERNAÇÃO HOSPITALARIA (manter a paciente em dieta zero por 24 horas, e
investigar os distúrbios hidroeletrolíticos e nutricionais).
 Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos (com ringer lactato).
 PIRIDOXINA 10 a 25 mg de 8 em 8 horas (para tratar náuseas e vômitos)
ANTIEMÉTICOS (avaliar se tem necessidade)
 Metoclopramida 10mg IV de 6 em 6 horas  Dimenidrato 50mg IV de 6 em 6 horas
 Prometazina 25 mg IM de 8 em 8 horas  Ondasetrona de 4 a 8 mg IV de 6 em 6
 Controlar a diurese e balance hídrico. horas

173
COMPLICAÇÕES
 Insuficiência renal e perda de volume  Alterações hepáticas
 Perda de peso  Alterações psicológicas
 Parto prematuro e feto pequeno para a idade  Baixo peso ao nascer (<de 2500gr)
gestacional (<p10)

174
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM GESTANTES
O trato urinário esta formado por:
 Rins (onde os resíduos são filtrados do sangue e formam a urina)
 Ureter (canal que vai do rim para a bexiga)
 Bexiga (a urina é armazenada na bexiga antes de ser expulsa do corpo)
 Uretra (canal que vai da bexiga para o exterior)
 A ITU em gestantes está caracterizada pela invasão e multiplicação de micro-
organismos nos rins ou vias urinarias.

CLASSIFICAÇÕES
LEVE (assintomática) GRAVE (sintomas sistêmicos)
ALTA (pielonefrite, infecção da pelve, ureter e parênquima BAIXA (cistite e uretrite)
renal),

ETIOLOGIA
 E. Coli  S. Saprophyticus  Klebsiella

FATORES DE RISCO
 Diabete mellitus  Idade avançada  Retenção urinaria
 Cateter urinário  Cálculos renais  Gemelaridade
 Relações sexuais

MANIFESTAÇÃO CLINICA:
 CISTITE:  PIELONEFRITE:
Dor pélvica, disúria/polaciúria, tenesmo Febre, escalafrios, dor lombar, taquicardia,
vesical. náuseas e vômitos.

DIAGNÓSTICO
 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA  EXAME GERAL DE URINA
Contagem maior ou igual de 10 mi UFC/ml. (Rastreio com Leucocitose, Hematúria,
duas uroculturas uma no 1° e outra do 3° trimestre, é o Proteinuria, Cilindros).
padrão ouro)

COMPLICAÇÕES
 Trabalho de parto prematuro  Crescimento intrauterino restrito/ baixo peso ao
nascer
 Anemia  Insuficiência renal

CONDUTA
Cistite
 Nitrofurantoina 100mg VO de 6 em 6 horas por 7 a 10 dias, ou
 Amoxicilina 500mg VO de 8 em 8 horas por 7 a 10 dias (Estreptococcus do grupo B)

Pielonefrite
 É importante iniciar antibiótico terapia precoce como tratamento empírico
 CEFUROXIMA 750mg EV de 8 em 8 horas
 CEFEPIME 2gr EV de 8 em 8 horas
OBS.: se afebril por 48 hras, tratar com terapia oral, com base no antibiograma por 10
a 14 dias.
175
PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS
MEMBRANAS FETAIS: córion, amnio, saco vitelino.

PLACENTA: órgão materno fetal de forma discoidal, a término ela mede de 20 a 25 cm de


diâmetro e pesa em média 500gr.
 A porção fetal se origina do saco coriônico
 A porção materna é derivada do endométrio, a decídua basal.

FUNÇÕES DA PLACENTA
 Troca de gases  Troca de nutrientes e eletrólitos
 Transmissão de anticorpos maternos  Produção de hormônios (HCG, estrógenos,
progesterona)
 Produção de enzimas (glicogênio)  É também uma barreira contra bactérias e
fármacos.

ANOMALIAS DA PLACENTA
 Placenta ACRETA: se adere com demasiada profundidade e muito firme no útero, porém
não penetra o musculo.
 Placenta INCRETA: adere ainda mais profundo na parede uterina, e penetra o miométrio.
 Placenta PERCRETA: se adere a outros órgãos como a bexiga.

FUNÇÕES DO SACO VITELINO


 Transferir nutrientes para o embrião durante  Hematopoese (entre a 3° e 6° semana)
a 2° e 3° semana

ÂMNIO
 É um saco membranoso cheio de liquido que envolve o feto.

FUNÇÕES DO LIQUIDO AMNIÓTICO


 Proteção contra choques mecânicos  Desidratação
 Manutenção de temperatura  Permite que o feto se mova livremente
 Barreira contra infecções  Permite o desenvolvimento normal dos
pulmões.

LIQUIDO AMNIÓTICO: aumenta lentamente


 10° semana: 30 ml  20° semana: 350 ml  37° semana: 700 a 1000 ml

COMPOSIÇÃO
 99% agua  0,5% proteínas  0,5% Carboidratos, Gorduras, Enzimas, Hormônios.

ALTERAÇÕES DO LIQUIDO:
 POLIDRAMNIO= maior de 2,000ml (por anomalias fetais, obstrução gastrointestinal)
 OLIGOHIDRAMNIO= menor de 400ml (amniorese prematura)
 OBS.: a medicação é feita através do Índice do Liquido Amniótico (ILA), que é dado
através da USG.
 NORMAL: maior ou igual a 2 cm e menor que 8 cm
 POLIDRAMNIO: maior ou igual a 8 cm
 OLIGODRAMNIO: menor que 2 cm

176
CORDÃO UMBILICAL
 Tem a função de ligar a placenta ao embrião
 Formado por 2 artérias e uma veia, protegidos por um tecido mucoso (GELATINA DE
WHARTON)
 Cumprimento médio de 55cm

177
ALEITAMENTO MATERNO
Deve ser dado de maneira exclusiva até os 6 meses e complementar até os 2 anos (esse é o
ideal).
 ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: quando o bebe só recebe o leite da mãe, nada
mais.
 ALEITAMENTO MATERNO PREDOMINANTE: quando o bebe além de receber o leite
materno, recebe também agua.
 ALEITAMENTO MATERNO COMPLEMENTADO: quando o bebe recebe leite materno e
outro tipo de comida para complementa-lo.

CARACTERÍSTICAS DO LEITE MATERNO


 Principais proteínas: CASEÍNA, ALFALACTOALBUMINA/ BETALACTOALBUMINA
 Principal fonte de energia: GORDURAS (triglicerídeos)
 Principal carboidrato: LACTOSE
 Principais minerais: Ca, Fe, Zn, Cu.
 Principais vitaminas: A, B, E, K, C e Complexo B.

FASES DO LEITE
 COLOSTRO: presente no pós-parto até mais ou menos o 7°dia
 LEITE DE TRANSIÇÃO: do 7°dia até o 14°dia
 LEITE MADURO: depois do 14°dia

CONTRAINDICAÇÕES DO ALEITAMENTO MATERNO


 Infecções maternas (HIV)  Lesões herpéticas nas mamas
 Quimioterapia  Dependência de drogas

ALGUMAS VANTAGENS DO ALEITAMENTO MATERNO


 Proporciona uma ótima  Fornece agua adequada para a hidratação
nutrição/crescimento do bebê
 Protege contra infecções e alergias  Favorece um vinculo afetivo
 Reduz riscos de câncer de mama e  Vantagem econômica.
ovários.
 Ajuda a mãe a recuperar o tamanho normal do útero, reduzindo riscos hemorrágicos.

178
ATENÇÃO AO RECÉM-NASCIDO
1. Preparar equipe e materiais de atenção ao recém-nascido:
 Mesa de recepção  Fonte de calor  Estetoscópio
 Clamp (ligadura do cordão)  Tesouras estéreis  Vitamina K
 Seringa  Sonda orogástrica  Aspirador
 Gentamicina oftálmica/ nitrato de prata

2. Receber o recém-nascido / estabiliza-lo se necessário


3. Colocar sobre o ventre materno (apego precoce) e incentivar a lactância, porém existem
exceções.
4. Cortar o cordão umbilical (fixar o clamp, depois de 1 a 3 minutos, para melhores índices
hemáticos, porém se for prematuro, não esperar) e coletar o sangue para exames de rotina
(tipo sanguíneo, fator Rh, Strout, PCr, VDRL)
5. Colocar o RN em fonte de calor
6. Secar e valorar o APGAR
7. Se RN está deprimido, fazer a reanimação
8. Se esta normal (vigoroso), realizar um rápido exame físico (permeabilidade do ânus,
fossas nasais, esôfago, e outros).
9. Administrar a vitamina K (para prevenir doenças hemorrágicas)
10. Antropometria do RN (realizar o exame físico, aferindo o peso, comprimento, e perímetro
cefálico).
11. Vestir o RN e identifica-lo
12. Gentamicina oftálmica / nitrato de prata (prevenção de oftalmia gonocócica)
13. Alojamento conjunto (se houver indicação, como por exemplo: mãe sem condições que
impossibilita o contato com o RN, RN com boa vitalidade, boa capacidade de sucção, e
controle térmico, RN com idade gestacional maior de 35 semanas, peso maior de 2,000 gr e
APGAR maior que 6 no 5° minuto).

TRIAGEM NEONATAL é feita para detectar doenças genéticas, metabólicas e congênitas no


período neonatal.
As doenças que são rastreadas são:
 FENILCETONÚRIA (PKU normal)  ALTERAÇÕES OFTALMOLOGICAS
 HIPOTIREOIDISMO (TSH < 10mUI/L é  ANEMIA FALCIFORME
normal) (teste do olhinho, fundoscopia  CHAGAS (STROUT)
 ALTERAÇÕES AUDITIVAS(teste da  FIBROSE QUISTICA
orelhinha)  HIV
 SIFILIS (VDRL)  CARDIOLÓGICO teste do (oximetria)
 TOXOPLASMOSE entre 24 a 48 horas de vida, normal se SPO2
>95%.

179
REANIMAÇÃO NEONATAL
Avaliar pela anamnese as condições perinatais associadas à necessidade de reanimação.
IMPORTANTE: sempre preparar todo o material antes do parto. A temperatura da sala de
parto deve ser de 26°C.

PARA AVALIAR A VITALIDADE APGAR (se for menor que 7, é um mal


prognóstico)
 Gestação a término?  Respirando ou chorando?  Tônus muscular em flexão?

VERIFICAR SE TEM LIQUIDO MECÔNIAL (aspirar à boca, narinas com sonda)


Verificar sinais vitais (FC, FR)

COMO FAZER A REANIMAÇÃO?


IMPORTANTE: O recém-nascido com menos de 37 semanas de idade gestacional, e
aqueles sem boa vitalidade, devem ser levados para a mesa de reanimação e realizar o
seguinte passo em menos de 30 segundos.
 Prover calor (36,5 a 37°C)  Posicionar a cabeça em leve  Aspirar vias aéreas
 Secar o paciente extensão  Utilizar o oxímetro

VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA (deve ser iniciada nos primeiros segundos de
reanimação).
QUEM???
 RN com apneia  Respiração irregular e/ou FC <100 por minuto.
Obs.: Deve-se iniciar a ventilação com ar ambiente. E se não houver melhora em 1 a 2
minutos, ofertar oxigênio.

OBJETIVOS DA VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA:


 Aumento da FC  Aumento do tônus muscular  Estabelecimento de respiração
espontânea
SUCESSO DA VPP (ventilação com pressão positiva): após 30 segundos paciente com a
frequência cardíaca maior de 100 por minuto.
FALHA DA VPP: após 30 segundos RN mantem FC menor de 100 batimentos por minuto,
ou não retomam a respiração espontânea rítmica, regular.
IMORTANTE: Se aumentar a FO2 e mesmo assim não tem melhora, está indicada a
VENTILAÇÃO COM A CÂNULA TRAQUEAL.

COMPLICAÇÕES DA ENTUBAÇÃO TRAQUEAL


 Hipoxemia  Bradicardia  Apneia
 Pneumotórax  Laceração de tecidos moles  Perfuração da traqueia / esôfago
 Risco de infecções

SUCESSO DA INTUBAÇÃO: se houve melhora (FC >100 bpm e movimentos respiratórios


espontâneos).
Obs.: Deve-se realizar a EXTUBAÇÃO, manter o oxigênio suplementar a 5 litros/minuto, com
o cateter próximo a face, e afastar gradativamente conforme a saturação de O2.
FALHA DA INTUBAÇO: após 30 segundos de ventilação com cânula traqueal FC menor de
100 bpm, ou a respiração espontânea não retorna.
Obs.: Deve-se transportar para a UTI neonatal. Se FC for menor que 60 bpm está indicado a
MASSAGEM CARDÍACA.

180
MASSAGEM CARDÍACA NEONATAL
INDICAÇÃO: Se após 30 segundos de ventilação de pressão positiva com O2 suplementar,
o RN persistir com FC menor de 60 batimentos por minuto.
COMO FAZER?
 No terço inferior do esterno  Utilizando a técnica dos polegares
 Polegares posicionados logo abaixo da  As palmas e outros dedos devem
linha intramamilar circundar o tórax no RN
 Profundidade: 1/3 da dimensão
anteroposterior do tórax

Complicações
 Fraturas de costelas  Pneumotórax  Hemotórax  Laceração hepática

Relação Ventilação - Compressão:


3 compressões para 1 ventilação (total de 90 compressões, e 30 ventilações por minuto)
Manter a massagem cardíaca se FC for menor que 60 batimentos por minuto.
Se FC for maior que 60 por minuto, interromper a massagem e deferir para a UTI neonatal.

IMPORTANTE: se após 45 a 60 segundos de massagem + ventilação, FC continuar menor


que 60 batimentos por minuto associar medicamentos: ADRENALINA 0,01 a 0,03 mg
diluída em 8 ml de Agua destilada, pela veia umbilical, podendo repetir a cada 3 a 5
minutos. (Outra opção é via endotraqueal 0,3 a 1 ml/kg).

181
182
Completo

183
ABORDAGEM NA PREMATURIDADE NEONATAL
Idade gestacional menor de 37 semanas
Peso menor de 2,500 gr.
Muito baixo peso menor de 1500 gr.
Extremo baixo peso menor de 1000 gr.

FATORES DE RISCO
 Idade materna (menor de 20 e maior de 40)  Fumantes / usuária de drogas
 Má nutrição  Antecedentes de prematuridade
 Curto intervalo entre uma gestação e a outra  Más formações uterina
 Pré-eclâmpsia  Incompetência istmo-cervical
 Malformações fetais  Infecções congênitas

COMPLICAÇÕES
 Desequilíbrio hidroeletrolítico (disfunção  Síndrome de desconforto respiratório
renal)
 Retinopatia de prematuridade  Síndrome da membrana hialina
(imaturidade pulmonar)
 Desequilíbrio da temperatura (termo  Desenvolvimento neurológico
regulações)
 Desnutrição

IMPORTANTE: usar o CAPURRO somático para definir a classe de prematuridade em


RN menor de 34 semanas.

CONDUTAS E TRATAMENTO
 Tratar infecções neonatais  Prevenir doença da membrana hialina
 Profilaxia de doenças hemorrágicas 
1. Fazer a hidratação venosa 2. Antibiótico terapia (ampicilina, gentamicina)
3. Vitamina K 4. Vacinas (anti hepatite B)
5. Se houver suspeita de membrana 6. Cuidados gerais (glicemia capilar, sinais vitais
hialina SURFACTANTES com monitorização continua, controle de diurese).
OBS.: Sempre em uma incubadora aquecida e umidificada.

IMPORTANTE:
Persistência do canal arterial: é o não fechamento do canal arterial (ductus arteriosus)
que liga a aorta á artéria pulmonar, depois das 72 horas após o nascimento.
O RN apresenta: taquipnéia, dispneia, taquicardia, cianose, fatiga, déficit no
desenvolvimento, baixo ganho de peso, e dificuldade para alimentar-se.

SURFACTANTE PULMONAR
Substancia presente nos alvéolos pulmonares
Onde se produzem: NEUMOCITOS II (a partir do 3°trimeste)
O QUE É? Composto de lipídios 8%, fosfolipídios 80%, proteínas 12%

PARA QUE É IMPORTANTE:


 ESPIRAÇÃO (diminui a tensão superficial, evita o colapso alveolar)
 IMUNOLÓGICA (evita o passo de agentes infecciosos inspirados)

184
COMO ESTIMULA A PRODUÇÃO:
 GLUCOCORTICÓIDES (até a 34° semanas de gestação, utiliza para a maduração
pulmonar BETAMETASONA 12 mg IM cada 24 horas por 2 dias, ou DEXAMETASONA 6
mg IM cada 12 horas por 2 dias).
 PROLACTINA
 ESTADIOL
 TIROXINA

O QUE ACONTECE COM OS PREMATUROS? Surfactante diminuído, risco de síndrome de


dificuldade respiratória.

185
SÍNDROME DE DIFICULDADE RESPIRATÓRIA NO RECÉM-NASCIDO
É um tipo de lesão pulmonar inflamatória difusa, levando a um aumento da permeabilidade
da vasculatura pulmonar, aumento do peso pulmonar e perda dp tecido pulmonar aerado.

É um conjunto de sinais, encontrado nas primeiras horas de vida, caracterizado por:


 Queixa expiratória  Taquipnéia  Retração subcostal
 Cianose  Compromisso da oxigenação

ETIOLOGIA (é variada)
 Pneumonia  Sepse  Aspiração do conteúdo gástrico

PATOLOGIAS ASSOCIADAS
Doença da Membrana Hialina Nos prematuros, diminuição de surfactante
Síndrome de Aspiração Meconial Tórax abombado, diminuição dos ruídos vesicular
Taquipnéia Transitória do RN Baixa oxigenação
Hérnia Diafragmática Congênita abdome escavado, deslocamento dos ruídos
cardíacos
Broncopneumonia em RN hospitalizado
Hipertensão Pulmonar Persistente insuficiente fluxo sanguíneo pulmonar por aumento
da pressão da artéria pulmonar, hipoxemia

PARA SABER: HIDRATAÇÃO NO PREMATURO


 1. Dia: venosa com Solução Glicosada 10% 60 a 80 ml/kg/dia
 2. Dia: adicionar
 Sódio (2 mEq/kg/dia)
 Potássio (1 mEq/kg/dia)
 Cálcio (100 a 200 mg/kg/dia)

186
DOENÇA DA MEMBRANA HIALINA
É também conhecida como SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO.

É a deficiência de surfactante pulmonar devido à prematuridade.

FISIOPATOLOGIA
 A imaturidade pulmonar, com deficiência quantitativa e qualitativa de surfactante, e o
desenvolvimento incompleto dos pulmões levam a presença de atelectasia alveolar difusa,
edema e lesão celular.
 Como a membrana alveolar é muito permeável, ocorre extravasamento de líquidos e
proteínas para o interstício e para a luz alveolar, provocando a inativação do surfactante.
 Contribuindo para: HIPOXEMIA, HIPERCAPNIA, ACIDOSE

MANIFESTAÇÕES CLINICAS:
 Queixa respiratória  Retração subcostal  Aleteo nasal (vibração das narinas)
 Cianose  Apneia

 DIAGNÓSTICO
GASOMETRIA ARTERIAL (os sintomas como hipercapnia, hipóxia, acidose, acontecem
pelo aumento do gás carbônico no sangue arterial).

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
 Pneumonias (S. grupo beta hemolítico do grupo B)  Síndrome de aspiração meconial

COMPLICAÇÕES
 Displasia bronco pulmonar  Deficiência no desenvolvimento neurológico e retinopatia

CONDUTA
 Manter o RN na UTI  Prevenir hipoxemia e acidose
 Prevenir atelectasia / edema pulmonar  Antibiótico terapia (ampicilina + gentamicina)
 Suporte ventilatório (O2 suplementar)  Surfactante (Survanta, Alveofact, aerosurf,
exosurf)
 Controle de temperatura  Hidratação

PARA SABER: contraindicações para a maduração pulmonar:


 Corioamnionite  Outras indicações de parto IMEDIATO

187
EXAME FÍSICO DO RECÉM-NASCIDO
OBJETIVO
 Valorar adaptação extrauterina  Buscar anormalidades
 Controlar sinais de saúde e funções normais dos sistemas.

MOMENTOS PARA O EXAME FÍSICO


 Nascimento (identificar malformações, adaptação extrauterina)
 De 6 a 24 horas pós-parto (verificar adaptação, e alimentação do RN)
 Segundo requerimento
 Pré-alta (avaliações e indicações para a mãe)

EXAME FISICO GERAL


ANTROPOMETRIA (valores de referencia do peso, tamanho, perímetro cefálico)
 PESO DO RN: 2,500 a 4,000 gramas (o RN tem uma perda de peso nos primeiros 3 dias
de vida extrauterina de 10%, mas recupera de 7 a 10 dias)
 TAMANHO DO RN: 50 centímetros (com variação de +/- 2)
 PERÍMETRO CEFÁLICO: 35 centímetros (com variação de +/- 2)

CONTROLE DE SINAIS VITAIS (frequência respiratória, frequência cardíaca, temperatura,


saturação, pressão arterial) valores de referencia:
 TEMPERATURA DO RN: 36,5°C (varia de 5 a 7 mn)
 FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA DO RN: 30 a 50 respirações por minuto
 FREQUÊNCIA CARDÍACA DO RN: 120 a 160 batimentos por minuto
 PRESSÃO ARTERIAL DO RN: PAS 70 mmHg / PAD 40 mmHg
 SATURAÇÃO DE O2 DO RN: maior que 90%

POSTURA: flexão, extensão.


ATIVIDADE: alerta, ativo, chorando, sono.
ESTADO DE CONSCIÊNCIA: sucção, ligeiro, sonolência, inquietude ou choramingão, alerta,
calmo...

EXAME SEGMENTARIO
1. PELE
 Cor e textura (lanugem, palidez, petéquia, eritema, icterícia, manchas, hemangioma)
 Turgência  Descamação  Edema  Sudoração

2. CRÂNIO E CABEÇA
 Simetria, forma, tamanho.
 Fontanela anterior / bregmática (fecha entre o 14° ao 18° mês)
 Fontanela posterior / lambdóidea (fecha entre o 2° ao 3° mês)

3. FACE
 Simetria
 Olhos (pregas, pupilas, estrabismo, leucocorias)
 Nariz (simétrico, permeáveis, coriza)
 Boca (simétrica, mucosa, lábios leporinos, fendas, língua)
 Ouvidos (pavilhão auricular, simetria, implantação)

188
4. PESCOÇO
 Simetria  Massas palpáveis

5. TÓRAX
 Forma, simetris, expansibilidade.

6. APARELHO CARDIOVASCULAR
 Ausculta (sopros...)  Palpação de pulsos  Frequência cardíaca

7. PULMÕES
 Frequência respiratória  Simetria do movimento respiratório

8. ABDOME
 Simetria, forma  Avaliar o cordão umbilical (sinais de infecção)  Fígado palpável
 Distensão  Se existe massas palpáveis

9. DORSO E COLUNA
 simetria (meningocele- herniação das meninges, mielomeningocele- herniação das
meninges + medula espinhal, espinha bífida)

10. GENITAIS
 Lábios maiores e menores  Aderência do prepúcio à glande
Testículos  Hipertrofia das glândulas mamarias

11. ÂNUS
 Saída de mecônio Avaliar potencia

12. EXTREMIDADES
 Simetria, movimentos  Pé torto (geno valgo, geno varo)  Podactilia, polidactilias
 MANOBRA DE ORTOLANI (avaliação de displasia do quadril)

13. EXAME NEUROLÓGICO


Se o RN esta ativo e reativo
Avaliar os Reflexos:
SUCÇÃO (ao tocar os lábios ele succiona)
MORO (abdução e extensão brusca dos
membros superiores “susto”)
PREENSÃO PALMAR (flexão dos dedos e PREENSÃO PLANTAR (flexão dos dedos
fechamento das mãos) do pé)
MARCHA (ajuda para caminhar) BABINSKI (estimulo na planta dos pés, o
RN abre os dedos)

189
ANTROPOMETRIA
É um conjunto de técnicas usadas para valorar as medidas do corpo

PESO
 RN= 2,500 a 4,000 gramas  3 Meses= 1kg/mês  6 Meses= 600gr/mês
 9 Meses= 500gr/mês  1 ano= 300gr/mês  1 anos= 200gr/mês

PARA SABER: FÓRMULAS


 0 a 2 meses = 1 kg/mês
 3 a 12 meses = idade (em meses) mais 9 dividido por 2
 Menores de 6 anos = idade (em anos) multiplicado por 2, e somar 8.5
 De 7 a 15 anos de idade = idade (em anos) multiplicado por 3, e somar 3

TAMANHO
 RN= 50 centímetros (variando +/- 2)
 3 meses= 9 cm  6 meses= 7 cm  9 meses= 2 cm  1 ano= 3 cm

PERIMETRO CEFÁLICO
 RN= 35 cm (variando +/- 2)
 3 meses= 2 cm  6 meses= 1 cm  9 meses= 0,5 cm  1 ano= 0,5 cm

IMC (índice de massa corporal)


 PESO (em quilos) dividido pela estatura (comprimento) em metros ao quadrado.

IMPORTANTE: VERIFICAR OS PERCENTUAIS DO Z-SCORE

190
DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ
São series de mudanças que ocorrem de forma sequencial, e afetam as estruturas físicas,
neurológicas e os processos de pensamento, emoções, comportamento e interação social.

DE 0 a 3 meses
 Reage com entusiasmo a sons familiares que gosta.
 Sobressalta-se com um ruído.  Segue com o olhar.  Levanta a cabeça.
 Busca sons com o olhar.  Reconhece a mãe.

 DE 4 a 6 meses
 Sustenta a cabeça sentado.  Agarra objetos voluntariamente.
 Pronuncia 4 ou mais sons diferentes.  Aceita e segura brinquedos.
 Tem um maior interesse sobre o mundo. 

DE 7 a 9 meses
 Senta sozinho, e sem ajuda.  Segura os objetos com os dedos (pinça).
 Pronuncia uma palavra.  Imita aplausos

DE 10 a 12 meses
 Engatinha  Busca objetos escondidos
 Nega com a cabeça  Pega o copo sozinho

DE 13 a 18 meses
 Caminha sozinho  Passa folhas de um livro  Combina duas ou mais palavras
 Mostra duas ou mais partes do seu corpo

DE 19 a 24 meses
 Chuta a bola  Faz rabiscos  Nomeia 5 ou mais objetos
 Durante o dia é capaz de controlar a sua urina

DE 4 a 6 anos
 Utiliza muito a palavra “como” e “por que”.
 Ocorre o aprendizado sobre tempo, distancia e conceito de números.

191
192
ICTERÍCIA NEONATAL
É o acumulo da bilirrubina na pele e escleras.
A partir de 5mg/dl se nota na pele.

FISIOPATOLOGIA
 Diminuição na excreção hepática de bilirrubina
 Diminuição da conjugação da bilirrubina indireta
 Aumento do volume de hemácias por quilo, diminuição do tempo de sobrevida das
hemácias.
 Diminuição da bilirrubina plasmática.

EXISTEM DUAS CLASSES


ICTERÍCIA FISIOLÓGICA ICTERÍCIA PATOLÓGICA
(Não recebem tratamento)  PRECOCE, aparece durante as primeiras
24 horas de vida
 NUNCA aparece no primeiro dia de vida  A bilirrubina aumenta 5 mg/dl a cada dia
 A bilirrubina é sempre menor de 15 mg/dl  Icterícia prolongada (dura mais de 8 dias em
 Desaparece antes da primeira semana RN a término, e mais de 14 dias em RN
de vida prematuro).
 Deve-se solicitar exames laboratoriais
como: bilirrubina total e fracionada,
hemograma para verificar presença de anemia,
recontagem de reticulocitos, tipo sanguíneo e
COOMBS direto.

COMPLICAÇÕES (se a icterícia patológica não for tratada)


 KERNICTERUS (encefalopatia crônica causada pela bilirrubina)
 Surdez  Anemia

CLASSIFICAÇÃO DE ICTERICIA EM ZONAS DE KRAMER


ZONA LOCAL NÍVEIS DE BILIRRUBINA VARIAÇÕES
(média)
ZONA 1 Cabeça e pescoço 6 mg/dl 4 a 8 mg/dl
ZONA 2 Tronco até o umbigo 9 mg/dl 5 a 12 mg/dl
ZONA 3 Do hipogástrio até o joelho 12 mg/dl 8 a 17 mg/dl
ZONA 4 Até o tornozelo 15 mg/dl 11 a 18 mg/dl
ZONA 5 Extremidades (mãos e pés) 18 mg/dl Maior de 15 mg/dl

CONDUTAS
 Os RN que apresentam ictérica até a zona 3 com estabilidade hemodinâmica, podem ser
tratados em alojamento conjunto.
 Na neonatologia se interna os RN com icterícia superior a zona 3, ou com instabilidade
hemodinâmica.
 Para a FOTOTERAPIA (segundo o normograma de BUTHANI)
o Quando a bilirrubina indireta absorve a luz ocorre 3 reações que levam ao aumento de sua
excreção. Essas são: fotoisomerização, isomerização estrutural e fotooxidação.

193
PARA SABER: EXSANGUINEOTRANSFUSÃO
Remove parcialmente anticorpos, hemácias e bilirrubina do plasma.
Indicações:
 Quando a fototerapia não consegue impedir o aumento de bilirrubina.
 Para interromper hemólises e remover anticorpos e hemácias sensibilizadas.

Horas de vida Fototerapia Exsaguineotransfusão


24 a 48 horas Maior de 15mg Maior de 30mg
48 a 72 horas Maior de 18mg Maior de 25mg
Maior de 72 horas Maior de 20mg Maior de 25mg

194
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS
São doenças infecciosas cujo exantema (manifestações cutâneas) é essencial para o
diagnóstico.

SARAMPO
VIRAL INCUBAÇÃO: 10 dias
ETIOLOGIA: RNA da Família- PARAMYXOVIRIDAE, gênero- MORBILLIVIRUS.
Transmite-se através do contato com gotas, ou gotículas, tendo como porta de entrada o
trato respiratório. Pode transmitir a partir de 3 dias antes do surgimento de erupções até 6
dias após.
CLINICA:
Período PRODRÔMICO (catarral) dura 6 dias
 Febre  Tosse produtiva  Secreção nasal
 Conjuntivite  Fotofobia  Manchas de KOPLIK (pequena, eritematosa e
branca)

Período EXANTEMATICO, dura de 5 a 6 dias.


Surge exantemas (lesões macupapulosas avermelhadas), na região retro auricular,
bochechas, pescoço e de 2 a 3 dias depois, estende ao tronco e extremidades.

Período de convalescença (ultimo)


o As manchas ficam escuras e surgem uma descamação fina.

DIAGNÓSTICO
 Clinico  Deve confirmar com IgM  Hemograma (leucopenia, linfopenia)

COMPLICAÇÕES
 Pneumonia  Convulsão febril  Encefalite  Miocardite

TRATAMENTO
 Deve ser feito tratamento de suporte (isolamento, antipiréticos, hidratação, vitamina A).

PROFILAXIA
VACINA SRP (tríplice viral): de 12 a 23 meses + reforço aos 4 anos.

195
Rubéola
VIRAL
INCUBAÇÃO: 14 a 21 dias
ETIOLOGIA: RNA da família- TOGAVIRIDAE, do gênero: RUBIVIRUS.
Transmite de forma direta pelo contato com as secreções nasofaringes de pessoas
infectadas.

CLINICA
 Febre baixa Exantema macupapular (encéfalo-caudal)
 Dor de garganta / coriza  Olhos avermelhados
 Cefaleia  Mal estar / anorexia
 Linfadenopatia generalizada (suboccipital, pós-auricular, cervical)
 Pode apresentar poliartralgia

COMPLICAÇÕES
 Trombocitopenia pós-infecciosa  Artrite  Encefalite

RUBÉOLA CONGÊNITA
Transmitido verticalmente
 Pode expressar-se com: catarata, retinopatia, cardiopatia congênita, microcefalia, retardo
no crescimento, surdez, baixo peso ao nascer.
 E causa uma síndrome, caracterizada por cefaleia, convulsões e coma.

DIAGNOSTICO
 Clinico + laboratórios (leucopenia, neutropenia, trombocitopenia)
 IgM
 Rastreio nas gestantes: TORCH (rubéola, herpes, toxoplasmose, citomegalovírus).

TRATAMENTO
De suporte com analgésicos, antitérmicos e hidratação.

PROFILAXIA
 VACINA SRP (tríplice viral), de 12 a 23 meses + reforço aos 4 anos.

196
VARICELA
VIRAL
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: de 2 a 3 semanas
ETIOLOGIA: Varicela zoster. Família- Herptoviridae
É transmitido por contato direto ou secreções respiratórias. O período de transmissibilidade
varia de 1 a 2 dias antes do aparecimento das erupções, até 5 dias depois.
CLINICA
 Erupções cutâneas (tipo bolha com liquido dentro), de 3 a 4 dias depois formam crostas.
 Febre baixa ou moderada  Mal estar / anorexia /  Coceira intensa (prurido)
cefaleia

DIAGNÓSTICO
 Clinico  Confirmação do vírus através do IgG

COMPLICAÇÕES
 Pneumonia  Encefalite  Infecção bacteriana secundaria

TRATAMENTO
 Limpeza das feridas
 ANTI-HISTAMÍNICOS (para o controle dos pruridos, pode ser citirizina, loratadina)
 ACICLOVIR (em casos selecionados) 20mg/kg/dose VO de 6 em 6 horas durante 5 dias.

197
ESCARLATINA
BACTERIANA PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 1 a 7 dias
ETIOLOGIA: Estreptococo Beta Hemolítico do grupo A
Transmite-se através de secreções respiratórias (saliva, secreção nasal)
Tem uma frequência maior em crianças com idade escolar de 2 a 12 anos, é raro antes dos 2
anos.

CLINICA
 Febre  Amidalite purulenta
 Língua saburrosa  Náuseas e vômitos
 Dor abdominal / mialgias
 Eritema intenso (começa na cara e pescoço, pápulas menores de 1 mm de cor vermelho
intenso) em regiões da axila, joelho, pregas inguinais.

COMPLICAÇÕES
 Pneumonia  Otite  Meningite  Sinusite

DIAGNÓSTICO
 Clinico  Cultivo de amostra da faringe

TRATAMENTO
 ANTIBIÓTICO TERAPIA + SINTOMÁTICOS
o PENICILINA BENZATINICA
o Menores de 25 kg: 600.000 UI IM Dose Única
o Maiores de 25 kg: 1,200.000 UI IM Dose Única
o Se alérgico á Penicilina: usar AZITROMICINA

198
ENFERMIDADE DIARREICA AGUDA
É a diminuição na consistência das fezes, acompanhada do aumento de frequência
evacuatória. Mais de 3 vezes por dia.

ETIOLOGIA
 Alimentares  Infecciosas  Parasitarias  Bacteriana (E.Coli)

CLASSIFICAÇÕES E MANIFESTAÇÕES CLINICA

AGUDA (trata com o PLANO A de reidratação + zinco)


 Fezes liquidas  Dura menos de 14 dias
 Dor abdominal  Náuseas e vômitos / anorexia

PERSISTENTE (usar ciprofloxacina)


 Fezes liquidas  Dura de 14 a 30 dias  Dor abdominal  Náuseas e vômito

CRÔNICA (se é infecciosa, usar BACTRIM)


 Fezes liquidas  Dura mais de 30 dias

RECORRENTE
 Quando se faz o tratamento, desaparece, mas volta.  Vai e volta.

DISENTÉRICA (usar ciprofloxacina)


 Fezes liquidas, com presença de sangue.

LABORATÓRIOS: quando indicado deve-se solicitar


 Hemograma (quando a infecção é bacteriana apresenta leucocitose, vai estar ausente nas
infecções virais ou toxicas).
 Eletrólitos  PC  Coproparasitológico

TRATAMENTO
 Somente interna se existir a presença de sinais de desidratação grave.
 Se não existe sinais de alarme, devem ser tratados ambulatoriamente, e reavaliados em
72 horas.

199
DESIDRATAÇÃO
Quadro caracterizado pela perda de volume (agua e eletrólitos).
PARA SABER:
A AGUA TOTAL SE DIVIDE EM:
 LIQUIDO INTRACELULAR (LIC): potássio elevado
 LIQUIDO EXTRACELULAR (LEC, LIQUIDO INTRAVASCULAR, E INTERSTICIAL):
sódio e cloro elevado
OBS.: no RN o LEC é maior que o LIC.
A partir de um ano: o LEC representa 20 a 25% do peso e o LIC 30 a 40% do peso.

ETIOLOGIA
 Vomito  Diarreia  Queimaduras  Hemorragias

CLASSIFICAÇÃO (se classifica pela quantidade de perda)


 LEVE (perda de até 5% do peso): o paciente vai estar consciente, sinais vitais normais,
diurese normal, lagrimas normais.

 MODERADA (perda de 5 a 10% do peso): o paciente vai estar irritado, sinais vitais
alterado, lagrimas diminuídas.

 GRAVE (perda maior de 10% do peso): o paciente vai estar inconsciente, sinais vitais
alterado, anuria, lagrimas ausente.

LEVE MODERADA GRAVE


Nível De Alerta Irritado Letárgico e inconsciente
Consciência
Olhos Normais Fundos Muito fundo e seco
Lagrimas Presente Diminuída ou ausente Ausente
Mucosa Oral Úmida Seca Muito seca
Sede Sem sede (consegue Sedento (bebe rápido) Bebe mal, ou é incapaz de
beber normal) beber.
Sinal De Desfaz rápido Desfaz lento Desfaz muito lento, mais
Pregas de 2 segundos.
Pulso Normal Rápido e fraco Muito fraco ou ausente.

TRATAMENTO
PLANO A (DESIDRATAÇÃO LEVE)
 EM LACTANTES: continuar com a amamentação, duplicar a demanda.
 EM CRIANÇAS QUE JÁ COMEM: utilizar líquidos caseiros (como agua, soro caseiro,
chá, sucos, sopas).
 É indicado dar SRO após episódios de vomito ou diarreia.
OBS.: ESTAR ATENTO PARA OS SINAIS DE ALARME (ir ao pronto atendimento se
necessário).

OS SINAIS DE ALARME SÃO:


 Se não tem melhora em 2 dias  Piora da diarreia  Recusa alimentos
 Vômitos intensos  Sangue nas fezes  Muita sede
 Diminuição de diurese
PLANO B (DESIDRATAÇÃO MODERADA)

200
Observação no hospital
 Hidratação oral (50 a 100 ml/kg durante 4 a 6 horas, se não aceita, deve-se por via).
 SE TEM MELHORIA? Ir para PLANO A
 SE NÃO TEM MELHORIA? Repetir o PLANO B, em 2 horas.
 SE PIORA? Ir para o PLANO C

PLANO C (DESIDRATAÇÃO GRAVE)


Internação
 REIDRATAÇÃO ENDOVENOSA: RINGER NORMAL
 Dar o primeiro soro rapidamente (a choro)
 Dar o segundo por gotejamento (100 ml/kg dividido em 3 horas, sendo administrado da
seguinte forma: a metade na primeira hora, e a segunda metade nas próximas 2 horas).
 MELHOROU? Ir para o placo B
 NÃO TEM MELHORA? Repetir o plano C

201
DESNUTRIÇÃO INFANTIL
Deve-se à ingestão incorreta dos alimentos, ou falta de alimentos.
Energético / proteica: É o desequilíbrio celular entre o suprimento de nutrientes e a
demanda do organismo para garantir a funcionalidade.
As adaptações fisiológicas do organismo à menor disponibilidade de nutrientes para a célula
causam uma serie de alterações sistêmicas.
 Alterações no equilíbrio metabólico  Alterações no funcionamento dos
órgãos e sistemas

CLASSIFICAÇÃO
 PRIMARIA: quando há oferta insuficiente de nutrientes por determinado período.
 SECUNDARIA: quando esta associada a outras enfermidades (cardiopatia congênita,
AIDS, neuropatias...).

TIPOS DE DESNUTRIÇÃO
 KWASHIAKOR (causada pela carência de proteínas) “lembrar barrida d’água”.
o Privado de nutrientes, o corpo consome seus próprios recursos e modifica suas funções, a
agua das células migra de forma diferente formando edemas no corpo.
CARACTERÍSTICAS:
 Mantem-se certa quantidade de gordura
 Aparecem lesões na pele
 Atraso de crescimento
 Edemas constantes (face, pés)
 Cabelo escasso, descorado.
 Hepatomegalia, edemas, ascites.
 Apetite diminuído.

MARASMO (causada pela falta de calorias - a criança é extremamente magra)


o Sem receber os nutrientes necessários para manter as funções vitais como respiração e
batimentos cardíacos, o corpo passa a buscar energias nas reservas de gordura e músculos.
CARACTERÍSTICAS:
 Emagrecimento imediato
 Perda de tecido subcutâneo
 Pele pregueada
 Enfraquecimento
 Apetite preservado
 Criança triste / apático
 Pequeno para a idade / extremidades
finas
 Desaparece a bola de Bichat
 Aparência de velho
 Constelas visíveis

TRATAMENTO
 Deve ser tratado de acordo com a saúde publica de cada pais.
 Na Bolívia, tratar segundo o AIEPI
202
AIEPI
(ATENÇÃO INTEGRADA A ENFERMIDADES PREVALENTE NA INFÂNCIA)

Este programa publico de saúde da BOLIVIA, atende crianças de 2 meses á crianças


menores de 5 anos.

Quais doenças cobrem? (7 enfermidades)


 Desnutrição  Desidratação  Diarreia
 Pneumonia  Enfermidade febril  Otite
 Mastoidite

QUAL O OBJETIVO DESTE PROGRAMA?


 Reduzir a mortalidade em crianças menores de 5 anos.
 Garantir uma adequada qualidade de atenção, tanto nos serviços de saúde como no lar.
 Reduzir transtornos nutricionais e prevenção com vacinas.
 Reduzir a incidência de gravidade dos episódios das enfermidades infecciosas.
 Fortalecer o aspecto de promoção de saúde e prevenção de enfermidade infantil, na
atenção dos serviços de saúde, dinâmica familiar e comunitária.

 QUAIS SÃO AS INTERVENÇÕES NO LAR?


 Educar a mãe e outros responsáveis do cuidado com a criança.
 Orientar os sinais gerais de perigo e buscar meios apropriados para a assistência.
 Atenção e seguimento para controle da educação da criança a partir do tratamento
indicado.

 COMPONENTES PARA A ESTRATÉGIA AIEPI:


 Melhoramento do desempenho da equipe de saúde (adaptação, capacitação...)
 Fortalecimento dos serviços de saúde, para apoiar a equipe de saúde.
 Melhora de praticas familiares, e comunitárias.

SINAIS DE PERIGO GERAL:


1. PERGUNTAR 2. OBSERVAR
 A criança pode lactar (amamentar)?  Se a criança esta letárgica ou
 A criança tem vomitado o que ingere? inconsciente
 A criança tem tido convulsões?

3. SINTOMAS PRINCIPAIS
 Febre maior de 37,5° C  Tosse  Dor de ouvido
 Diarreia com frequência maior de 3 vezes diária.
 Frequência respiratória (2 meses até um ano, 50x por minuto, de 1 a 5 anos, 40x por
minuto).

ENFERMIDADE FEBRIL (segundo o AIEPI)


Frequentemente é resultado da ação direta sobre o hipotálamo, das citocinas
sintetizadas, como resposta a processos inflamatórios, infecciosos ou malignos.
 TEMPERATURA AXILAR:  TEMPERATURA ORAL:  TEMPERATURA RETAL:
média de 37,2° C média de 37,6° C média de 38,0° C

203
IMPORTANTE:
 Não devem utilizar antibióticos sem descobrir a causa
 Utilizar meios físicos (como compressas) e também pode ser usado antitérmico
(metamizol e paracetamol).

CONVULSÕES FEBRIS
BENIGNAS OU TÍPICAS (TÔNICO-CLÔNICAS)
 Duram menos de 10 minutos  Eletrocardiograma normal

COMPLICADAS OU ATÍPICAS
 Crises focais  Duram mais de 10 minutos
 Pode ocorrer duas ou mais vezes em 24  Podem complicar-se á estado epiléptico.
horas.
 O eletrocardiograma estará alterado.

TRATAMENTO: DIAZEPAN (0,2 a 0,5 mg/kg IV ou Via Retal).

DIARREIA (segundo o AIEPI)


DIARREIA SEM DESIDRATAÇÃO (aguda, menor de 14 dias)
1. PLANO A + zinco + vitamina A Por 14 dias.
2. Recomendar á mãe que continue amamentando.
3. Marcar retorno para 5 dias.

DIARREIA COM DESIDRATAÇÃO (persistente, mais de 14 dias. Ou crônica, dura mais


de 30 dias).
APRESENTA: sinais de prega cutânea, irritabilidade, olhos fundos, bebe com sede.
1. PLANO B
2. Zinco por 14 dias
3. Seguir a amamentação

DISENTERIA (presença se sangue)


1. CIPROFLOXACINA 250mg cada 12 horas, durante 3 dias.
2. Retorno em 2 dias.
3. Recomendar a alimentação.

PLANOS DE REIDRATAÇÃO (Segundo o AIEPI)


SINAIS DE DESIDRATAÇÃO
 Boca seca  Choro sem lagrimas  Sinal de prega cutânea
 Irritabilidade  Olhos fundos  Hipoatividade

PLANO A (desidratação LEVE, tratar em casa)


o Deve aumentar os líquidos (agua, chá, suco, sopas) e livre demanda de amamentação.
o Dar SRO pós episodio de fezes ou vômitos (menores de dois anos, dar 50 a 100 ml/kg,
maiores de dois anos dar 100 a 200 ml/kg).

204
PLANO B (desidratação moderada, observação no hospital)
 SRO a livre demanda 50 a 100 ml/kg durante  Depois de 4 horas: REAVALIAR.
4 horas.
 Segue desidratado? Repetir o plano B por  Sem desidratação? Passar para o
duas horas. plano A.
 Com sinais de piora? Passar para o plano C.

PLANO C (desidratação grave, internação no hospital)


 Ringer lactato ou solução fisiológica EV
 1ª hora, 50 ml/kg  2ªhora, 25 ml/kg  3ª hora, 25 ml/kg
 3 horas depois: experimentar se tem tolerância oral para o SRO + reavaliar para escolher
qual plano seguir (A, B, ou repetir o C).

TIPOS DE DESIDRATAÇÃO (Segundo o AIEPI)


GRAU LEVE: GRAU MODERADO: GRAU GRAVE:
Perdas menores de 5% do Perdas de 5 a 10% do peso Perdas maiores de 10% do
peso corporal corporal. peso corporal.

AVALIAÇÃO DO GRAU DE DESIDRATAÇÃO


EXAME LEVE (< 5% DO MODERADA (5 A GRAVE (> 10% DO PESO)
PESO) 10% DO PESO)
Nível de Alerta Irritado Letárgico ou inconsciente
Consciência
Olhos Normais Fundos Muito fundo e seco
Lagrimas Presente Ausente Ausente
Mucosa Oral Úmida Seca Muito seca
Sede Bebe líquido Sedento, bebe Não é capaz de beber o
normal, sem sede. rapidamente o liquido. liquido, ou bebe mal.
Sinal da Desfaz rápido Desfaz lento Desfaz muito lento > 2
Prega segundos
Pulso Cheio (normal) Rápido e fraco Muito fraco ou ausente
Déficit De < 50 mg/kg 50 ou 100 mg/kg >100 mg/kg
Líquidos

INFECÇÃO DE OUVIDO (Segundo o AIEPI)


MASTOIDITE
Tumefação dolorosa ao tato, atrás da orelha. Afeta o osso mastoide.

TRATAMENTO:
1. Dar a primeira dose de PENICILINA PROCAÍNICA 50.000 UI por kg/dia durante 7 dias.
2. Dar a primeira dose de PARACETAMOL 3. Referir URGENTE para o hospital.
INFECÇÃO AGUDA DO OUVIDO (OTITE)
Supuração visível do ouvido e informação que começo em menos de 14 dias.
Dor de ouvido
TRATAMENTO:
1. COTRIMOXAZOl por 10 dias. 2. PARACETAMOL para a dor
 De 2 a 5 meses: 2,5 ml duas vezes ao dia 3. Orientar a mãe, como tratar a
 De 6 meses a 2 anos: 5 ml duas vezes ao dia supuração (colocar gaze no ouvido).
 De 2 a 5 anos: 7,5 ml duas vezes ao dia. 4. Retorno em 5 dias.
205
INFECÇÃO CRÔNICA DO OUVIDO
Supuração visível do ouvido e informação que começou a mais de 14 dias.
TRATAMENTO:
1. Secar o ouvido frequentemente
2. Aplicar CIPROFLOXACINA em gotas, depois da higienização (3 gotas a cada 8 horas por
duas semanas).
3. Retorno em 5 dias.

DESNUTRIÇÃO (segundo o AIEPI)


SEM SINAIS DE DESIDRATAÇÃO: com tamanho e peso normal.
1. Avaliar a amamentação materna, ou a alimentação, e corrigir problemas identificados.
2. Mebendazol em crianças maiores de 1 ano (se não tomou nos últimos 6 meses)
3. Vitamina A em crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos.
4. CHISPITAS NUTRICIONALES, ou ferro, em crianças maiores de 6 meses e menores de 2
anos uma vez ao dia.
5. Avaliar saúde oral e desenvolvimento psicomotor.
6. Controle regular: crianças menores de 2 anos, retorno a cada 30 dias, crianças maiores de
2 anos, retorno a cada 60 dias.

GRAU I: DESNUTRIÇÃO AGUDA LEVE (déficit de 10 a 24% do peso corporal)


1. Vitamina A + zinco
2. CHISPITAS NUTRICIONALES
3. Ferro (em xarope) para maiores de 2 anos
4. Agregar uma colher de óleo vegetal à comida
5. Avaliar o desenvolvimento psicomotor e saúde oral
6. Reavaliar em 15 dias, retorno imediato se houver presença de: febre, tosse, anorexia e
diarreia.

GRAU II: DESNUTRIÇÃO AGUDA MODERADA (déficit de 25 a 40% do peso)


1. Administrar ATLU (ALIMENTO TERAPEUTICO LISTO PARA USO) 2 vezes por semana
no lar.
2. Completar avaliações para o diagnostico de complicações e definir condutas.
3. Reavaliar em 7 dias.

GRAU III: DESNUTRIÇÃO GRAVE E ANEMIA GRAVE (déficit de peso maior de 41%)
1. Evitar que a criança esfrie (hipotermia)
2. Administrar 50 ml VO de DEXTROSA 10%
3. Dar ATLU a cada 2 horas de acordo com a idade
4. Se for lactante, seguir com leite materno a livre demanda.
5. Referir ao hospital.

PNEUMONIA (segundo o AIEPI)


IRA SEM PNEUMONIA: não tem nenhum sinal de pneumonia.
 Se a criança tosse por mais de 21 dias, referir ao hospital para exames.
 Se tem presença de sibilância, administrar SALBUTAMOL em aerosol a cada 6 horas
durante 5 dias.
 Recomendações para a alimentação.
 Retornar imediatamente de houver piora.

206
 IRA COM PNEUMONIA: respiração rápida (taquipneia)
 Com sibilâncias, SALBUTAMOL em aerosol para 5 dias.
 Cotrimoxazol durante 5 dias.
De 2 a 5 meses: 2,5 ml duas vezes ao dia
De 6 meses a 2 anos: 5 ml duas vezes ao dia
De 2 a 5 anos: 7,5 ml duas vezes ao dia
 Recomendações para a alimentação
 Indicar que retorne em 2 dias.

 IRA com pneumonia grave: tiragem subcostal / estridor em repouso, aleteo nasal.
 Com sibilâncias, administrar SALBUTAMOL em aerosol, esperar 20 minutos, e classificar
a tosse e dificuldade respiratória.
 Dar a primeira dose de PENICILINA PROCAÍNICA 50,000 UI kg/dia
 Referir urgentemente ao hospital
 Administrar oxigênio.

207
HISTORIA CLINICA
É um documento medico legal que contem todos os dados psicobiopatológicos de um
paciente.

TIPOS:
 De Emergência Estão dirigidas para a causa da
 De Consulta Externa enfermidade que presenta o paciente no
 De Hospitalização momento.
Consta de uma ordem estipulada e cronológica do desenvolvimento da doença e a avaliação
do paciente. É detalhada.

PILARES DA HISTORIA CLINICA


 Base de dados  Lista de problemas  Hipóteses e diagnostico
 Planos  Evolução

PASSOS DA HISTORIA CLINICA


1. Filiação 2. Motivo da consulta
3. Historia da enfermidade atual 4. Antecedentes pessoais patológicos
5. Antecedentes não patológicos 6. Antecedentes familiares
7. Antecedentes gineco-obstétricos 8. Revisão por aparelho e sistemas
9. Exame físico 10. Impressão Diagnostica

ANAMNESE (é o interrogatório ao paciente)


 FILIAÇÃO: dados pessoais do paciente, como nome, idade, sexo, estado civil, data de
nascimento, ocupação, nacionalidade, direção atual, escolaridade, raça, religião, fonte de
informação...

MOTIVO DA CONSULTA: em poucas palavras, dizer os sintomas pelo qual o paciente


acudiu à consulta (nas palavras do paciente).

HISTORIA DA ENFERMIDADE ATUAL: descrição cronológica e detalhada dos sinais e


sintomas descritos no motivo da consulta. Não devem faltar as seguintes características:
(ALICIA)
APARIÇÃO: quando iniciou?
LOCALIZAÇÃO: em que lugar?
IRRADIAÇÃO: se irradia?
CARACTERÍSTICA DA DOR: tipo de dor (queimante, cólica, opressivo...)
INTENSIDADE: moderada, leve, grave.
ATENUAÇÃO: com que aumenta ou com que diminui?

PARA SABER: TIPOS DE DOR


 OPRESSIVO / CONSTRITIVO: como se estivesse apertando (IAM, Angina)
 ESFAQUEAMENTO (LANCINANTE): semelhante ao que iria provocar uma lança cravada
(Tabes Dorsalis).
 URENTE: como se estivesse queimando (pirose ou ulcera péptica)
 CÓLICA: de torcer, câimbra ou aperto produzido pela distensão de vísceras ocas
(gastrointestinal, biliar, renal).
 TRANSFIXIANTE: como se estivesse atravessando de um lado para o outro (pancreatite
aguda).

208
 FULGURANTE: parecida a um golpe de eletricidade, curta e de grande intensidade
(polineurite)
 DOR SURDA: de escassa intensidade, mas molesta e prolongada (câncer)
 DESGASTANTE: sensações de algo que se rompe (aneurisma dissecante)
 GRADATIVO: sensação de peso (hepatomegalia)
 PULSÁTIL: sensação de batimentos (abscesso, furúnculo)

 ANTECEDENTES PESSOAIS PATOLÓGICOS: relatar em ordem sobre o que o paciente


já se enfermou. (Enfermidades, cirurgias, alergias, trauma)

 ANTECEDENTES PESSOAIS NÃO PATOLÓGICOS: antecedentes de nascimento,


infância e puberdade, hábitos (dieta, catarse, diurese, tabaco, álcool, drogas...)

 ANTECEDENTES FAMILIARES: patologias hereditárias (enfermidade cardiovasculares,


pulmonar, renal, gastrointestinais, hematológicos...)

 ANTECEDENTES SOCIOECONÔMICOS: se vive em área rural, pratica esportes,


atividade laboral, faz uso de agua potável...?

 ANTECEDENTES GINECO-OBSTÉTRICOS: menarca, menstruação, vida sexual,


métodos anticonceptivos, FUM, formula obstétrica (gestações, partos, cesáreas, aborto),
Papanicolau, menopausa...

EXAME FÍSICO
 EXAME FÍSICO GERAL: estado geral, consciência, estado nutricional, constituição física
(mesomorfo, endomorfo, ectomorfo), peso, altura, IMC, posição ou atitude, face, pele, sinais
vitais (temperatura: 36,5°C a 37,4°C - Frequência cardíaca: 60 a 100 batimentos por minuto -
Frequência respiratória: 12 a 20 respirações por minuto - Pressão Arterial: 120/90 mmHg).

 EXAME FÍSICO SEGMENTÁRIO: feito por meio de inspeção, palpação, auscultação e


percussão.
 Cabeça: simetria, crânio, implantação pilosa, olhos, pupilas, nariz, boca.
 Pescoço: adenopatias
 Tórax: simetria, elasticidade e expansibilidade, murmúrios vesiculares, ruídos cardíacos.
 Mamas: simetria, nódulos.
 Abdome: forma (se é plano ou globoso), duro, mole, ruídos hidroaéreos, dor a palpação.
 Genitourinario: simetria, pênis e vagina normais, diurese.
 Neurológico: Glasgow, consciência...
 Extremidades: simetria, tônus e trofismo, edemas.

DIAGNOSTICO PRESUNTIVO
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS
OLHOS
 Amaurose (cegueira, perda total da visão)  Astenopia (cansaço focal da vista)
 Astigmatismo (visão sem foco e borrada)  Diplopia (enxerga imagens duplas)
 Fotofobia (sensação dolorosa a luz)  Miopia (enxerga mal os objetos a
 Xeroftalmia (sensação de olhos secos distancia)
Hipermetropia (enxerga mal os objetos de  Nictalopia (cegueira noturna)
perto)
209
OUVIDO
 Perda da audição  Acufenos (sensação de zumbidos)  Otalgia (dor)
 Otorragia (saída de sangue)  Hipoacusia

NARIZ
 Anosmia (ausência total do olfato)  Hiposmia (diminuição do olfato)
 Hiperosmia (aumento do olfato)  Cacosmia (sensação de olores
desagradáveis)
 Parosmia (sensação distorcida de  Epixtase (sangramento nasal)
odores)
 Congestão, coriza

BOCA
 Sialorreia (saliva excessiva)  Xerostomia (boca seca)
 Glosalgia (dor na língua)  Halitose (mau hálito)
 Bruxismo (apertar os dentes durante o sono)

ABDOMEM
 Distensão abdominal  Constipação
 Fezes liquidas  Puxo (falsa necessidade de defecar)
 Tenesmo (desejo continuo, doloroso e ineficaz  Melena (fezes com cor escura)
de defecar)

URINA
 Poliúria (> 3,000 ml)  Oliguria (< 400 ml)  Anuria (< 100 ml)
 Nicturia (aumento da micção noturna)  Opsiuria (atraso de micção)
 Enurese (micção involuntária noturna)  Polaciúria (frequente, mas de pouca
quantidade)
 Hematúria (sangue na urina)  Coluria (urina bem forte amarelo/esverdeado)
 Piuria (Presença de pus na urina)  Disúria (dor ou ardor ao urinar)

TÉCNICAS DE EXPLORAÇÃO
INSPEÇÃO: processo de observação (utilizar os olhos e nariz)
 Observar modo de andar, postura, linguagem corporal.
 Avaliar: aspecto e simetria, cor, tamanho, forma, mobilidade.

PALPAÇÃO: pode ser mono ou bi manual sobreposta ou digital. Aprecia-se a sensibilidade à


dor e temperatura, forma e tamanho, consistência, situação, mobilidade da região.

PERCUSSÃO
 Mediata ou indireta (digito-digital): onde o dedo percutor bate sobre o outro dedo
interposto.
 Imediata ou direta (digital): bate diretamente a superfície do corpo.
Sons:
 TIMPÂNICO (pulmão enfisematoso)  CLARO (tecido pulmonar normal)
 SUBMATIDEZ (entre sonoro e mate)  MATE (órgãos sólidos)

210
AUSCULTAÇÃO: pulmonar, cardiovascular, abdominal, fetal.
FOCOS DE AUSCULTAÇÃO CARDÍACA
 MITRAL: quinto espaço intercostal esquerdo, linha
média clavicular (Apex cardíaco).
 AÓRTICO: segundo espaço intercostal direito, na
borda esternal direita.
 PULMONAR: segundo espaço intercostal esquerdo,
na borda esternal esquerda.
 TRICÚSPIDE: quanto espaço intercostal esquerdo, na
parte inferior da borda esternal esquerda.

TIPOS DE FÁCIES
 COMPOSTA (não tem alteração na  PÁLIDA (anêmica)
expressão)
 CIANÓTICA (mais notável nas  CIANÓTICA (mais notável nas
bochechas, nariz e lábios) bochechas, nariz e lábios)
 ICTÉRICA (coloração amarelada da pele,  CUSHINGOID (cara de lua cheia)
conjuntiva, esclerótica)
 LUPIDICA (eritemato-papuloescamosa)  MONGÓLICA (característica de Síndrome
de Down)
 SIFILÍTICA (frente proeminente e convexa
- sífilis congênita)

ESTADO PSÍQUICO E CONSCIÊNCIA


 Lucido / Alerta (normal)  Estado Confusional (consciência diminuída)
 Letárgico/Sonolento (dorme fácil)  Delírio (fala incoerências)
 Coma (inconsciente)  Sincope (desmaio, perda brusca da consciência
e tônus postural, que recupera em poucos
minutos).

A SINCOPE OCORRE POR HIPOPERFUSÃO CEREBRAL TRANSITÓRIA, e as causas


são:
 Cardíacas (estenose valvular)  Arteriovenosas (síndrome do sequestro de sangue)
Nervoso (fisiológicos, automicos)  Anemia (alterações sanguíneas)
 Drogas (álcool, toxicas)  Atitude (febres agudas)

 CONSTITUIÇÃO FÍSICA
 ECTOMORFO  MESOMORFO  ENDOMORFO
(longilíneo): magros e altos (normolíneo): normais (brevilineo): baixo e gordo

ESTADO NUTRITIVO (é dado pelo IMC- índice de massa corporal)


CLASSIFICAÇÃO DA OMS
 < 16: magreza grau III  25 a 29,9: pré-obeso
 16 a 16,9: magreza grau II  30 a 34,9: obesidade grau I
 17 a 18,4: magreza grau I  35 a 39,9: obesidade grau I
 18,5 a 24,9: adequado  I> 40: obesidade grau III

211
ESTADO DE HIDRATAÇÃO
 SINAIS DE DESIDRATAÇÃO: astenia, apatia, ansiedade, pele pouco turgente, língua
seca, olhos fundos, oliguria.
EDEMA: verifica-se pelo sinal de GODET
 Grau I: (+) fóvea leve, desaparece com rapidez.
 Grau II: (++) fóvea até 4 mm, desaparece em 15 segundos.
 Grau III: (+++) fóvea até 6 mm, desaparece em 1 minuto
 Grau IV: (++++) fóvea maior de 8 mm, persistência por 2 a 5 minutos.

TEMPERATURA E FEBRE (valor normal é de 36,6° C a 37,5° C)


 Febrícula: 37,5° a 38° C  Febre Moderada: 38° a 39° C
 Febre Alta: maior de 39° C  Hiperpirexia: maior ou igual 41°C

 FEBRE CONTINUA: não apresenta variações maiores de 0,6° /dia


 FEBRE REMITENTE: apresenta variações diárias superiores a 1°, sem chegar ao normal.
 FEBRE INTERMITENTE: as variações diárias da temperatura chega as vezes ao normal.
 FEBRE SÉPTICA: elevações térmicas que retornam aos valores normais durante o dia.
 FEBRE RECORRENTE OU ONDULANTE: se alternam vários dias de febre com outros
com a temperatura normal.

EXAME NEUROLÓGICO
 ESTADO DE CONSCIÊNCIA: orientado em tempo, espaço e pessoa.

FASIA
 Afasia: dificuldade para escrever, falar ou compreender.
 Afasia expressiva (BROCA): não fala, não escreve, mas entende.
 Afasia compressiva (WERNICKE): Fala forte, mas não entende.
 Afasia combinada: incapacidade de leitura, fala, e escrita.

GNOSIA
 Agnosia: incapacidade de reconhecer objeto, cores, ruídos.
 Agnosia visual: não reconhece formas, cores ou objetos com a vista.
 Prosopoagnosia: dificuldade para reconhecer coisas familiares, somente reconhece por
voz.

PRAXIA
 Apraxia: incapacidade de executar atos motores voluntários sem que exista uma paralise,
ou falta de compreensão.

LINGUAGEM
 Dislalia: alteração da linguagem  Dislexia: dificuldade na leitura

212
QUEIMADURAS
É uma lesão nos tecidos do corpo, causada por:
 Calor  Substancias Químicas  Eletricidade
 Raios Solares  Radiação  Fogo Direto
 Tem consequência em toda a fisiologia do organismo.

CLASSIFICAÇÃO (segundo a profundidade)


1° GRAU (TIPO A)
 Causada pelo sol, lesão eritematosa, seca e dolorosa.
 Afeta a EPIDERME  Dor moderada  Recuperação em dias (5 a 7 dias)
 Eritema  Sensibilidade aumentada
 O tratamento é feito com analgesia (utilizando anti-inflamatórios orais e soluções tópicas).

2° GRAU (TIPO AB)


 Pode ser causada por líquidos quente.  Aparência avermelhada ou rosada +
 Formação de bolhas / flictenas edema no local.
 Regenera em 2 aa 3 semanas  Aparência úmida e exudativa
 As superficiais afetam a camada superficial da DERME (papilar)
 As profundas afetam a DERME (reticular), e as características desta são: rosa pálido,
pele seca, poucas bolhas, diminuição da sensibilidade.

3° GRAU (TIPO B)
Afeta toda a pele (epiderme, derme, tecido celular subcutâneo).
 Grande comprometimento neurovascular.  Cor escura, e aparência de coro (seca).
 Sem dor na lesão (dor na área em volta).

PRIMEIRA ATENÇÃO
1. Afastar o paciente da área de exposição
2. VIA AÉREA: ABCDE do trauma
3. Retirar toda a roupa do paciente (irrigar área queimada com solução estéril e temperatura
ambiente).
4. Envolver o paciente com panos limpos e secos (para evitar hipotermia)
5. Acesso venoso (Peso x SCQ dividido por 8 = ml/hora de ringer lactato).
*SCQ= superfície corporal queimada.

PARA SABER: SUPERFÍCIE CORPORAL QUEIMADA


UTILIZA-SE A REGRA DE 9
 TRONCO: 36% (anterior 18% / posterior 18%)
 CABEÇA: 9% (anterior 4,5% / posterior 4,5%)
 MMII: 18% cada (anterior 9% / posterior 9%)
 MMSS: 9% cada (anterior 4,5% / posterior 4,5%)
 GENITAL: 1%

Obs.:
 Crianças até 1 ano, a cabeça tem 18%, e os MMII 14% cada.
 Crianças até 5 anos, a cabeça tem 14% e os MMII 16% cada.

213
MEDIDAS GERAIS
1. IDENTIFICAR A QUEIMADURA
 MENOR: < de 10% da superfície corporal em adultos, ou < de 5% em crianças.
 MODERADA: de 10 a 20% da superfície corporal em adultos, ou de 5 a 10% em crianças.
 MAIOR: > de 20% as superfície corporal em adultos, ou > de 10% em crianças. (Essas
devem ser tratadas em um centro especializado para queimados).

2. VIA AÉREA
 SUSPEITA: Escarro carbonáceo. Queimaduras na cara, pescoço, fossas nasais. Estridor
laríngeo, ronqueira.
A CONDUTA É INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL.

3. DETENÇÃO DO PROCESSO DE QUEIMADURA


 Tirar toda a roupa do paciente (não remover o que esta aderida).
 Envolver o paciente com lençóis limpos e secos (evitando a hipotermia).
 Se a queimadura é com químicos: tentar retirar restos do produto com escovas.

4. ESTABELECER VIA VENOSA DE CALIBRE GROSSO (#16) PERIFÉRICO.

5. REANIMAÇÃO COM LÍQUIDOS: utilizar a formula de PARKLAND (nas primeiras 24


horas)
 4 ml x peso x % da SCQ (o RINGER LACTATO, da seguinte forma: a metade deve ser
administrada nas primeiras 8 horas, e a outra metade nas próximas 16 horas).

6. ANALGESIA: narcóticos (analgésicos ou sedantes)

214
7. CUIDADOS COM A FERIDA
 Queimaduras de 2° GRAU: curativo diário, em área estéril, ATB tópico e NISTATINA
tópica.
 Queimaduras de 3° GRAU: excisão da área queimada, se necessário fazer enxerto.
 ATB tópicos: acetato de mafenida 5% / nitrato de prata 0,5% / sulfadiazina de prata 1%.

8. ESTAR ATENTO PARA ANTITETÂNICA


COMPLICAÇÕES:
 INFECÇÕES (Pseudomonas / cândida / aspergillus).
 RESPIRATÓRIAS (intoxicação com CO, principalmente em queimaduras no tórax que
causam insuficiência respiratória.
 SÍNDROME COMPARTIMENTAL: queimaduras elétricas (causam insuficiência renal).
RABDOMIOLISE (necrose muscular e liberação de componentes musculares no sangue).

215
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
A parada cardiorrespiratória é definida como uma perda abrupta da consciência causada
pela falta de um fluxo sanguíneo cerebral adequado.

Como Reconhecer uma Parada Cardiorrespiratória:


 Verificar se vitima responde  Ausência de respiração
 Nenhum pulso sentido em 10 segundos.

PRINCIPAIS CAUSAS DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA:


 Hipóxia  Hipotermia
 Hipovolemia  Hipoglicemia
 HIPERCALEMIA / HIPOCALEMIA (utiliza cloreto de potássio, 4ml 6 H´s
diluído em até 10 minutos).
 HIDROGÊNIO (ACIDOSE - utiliza bicarbonato de sódio 8,4%, 1
mEq/kg
 Infusão Rápida).
 Pneumotórax A Tensão  Trombose Coronariana (IAM)
 Tamponamento Cardíaco  Toxicidade Exógena 5 T´s
 Tromboembolismo Pulmonar

PARA SABER: Locais de aferição do pulso:


 RADIAL,
 FEMORAL,
 PEDIOSO,
 CARÓTIDA,
 POPLÍTEA,
 TIBIAL POSTERIOR.

COMO É FEITO A RCP (REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR)?


ADULTOS
 Tronco ereto, braços estendidos, posicionar as duas mãos sobre a metade inferior do
esterno.
 Realizar compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120 por minuto, comprimindo
a uma profundidade de 5 a 6 cm.
 CICLO: 30 compressões e 2 ventilações
 Alternar socorrista a cada 2 minutos.

CRIANÇAS
 Se menor de 5 anos, utilizar 2 dedos  Ciclo de 30 massagens e 2 ventilações
 Comprimir uma profundidade de 2 a 4 cm.

216
LACTANTES
 Utilizar os 2 polegares  30 massagens e 2 respirações  NÂO DESFIBRILA!

COMO SEI QUE VOLTOU A CIRCULAÇÃO? Pelo pulso e pressão arterial.

QUANDO DEVO DESFIBRILAR?

 Em Taquicardia Ventricular

 Em Fibrilação Ventricular

QUAL CARGA DO DESFIBRILADOR?


EM ADULTOS:
 Desfibrilador monofásico: 200 J / 300 J/ 360 J  Desfibrilador difásico: 150 J / 200 J

EM CRIANÇAS:
 1ª descarga: 2 J/kg  2ª descarga: 3 J/kg  3ª descarga: 4 J/kg

TERAPIA MEDICAMENTOSA (fazer depois do 3° choque se paciente não voltar)


 ADRENALINA: (amina vasoativa) 1mg cada 3 a 5 minutos.
 AMIODARONA: (antiarrítmico classe III) 1° dose de 300mg, 2° dose de 150 mg.
OBS.: Alternar medicamento, choque desfibrilador, massagem e ventilação (formando um
ciclo).

PUPILAS
 ANISOCÓRICAS: pupilas desiguais. TEC, AVC, convulsões. (O.o)
 MIDRÍASE: Pupilas dilatadas. Cocaína, TEC, álcool. (O.O)
 MIOSE: contração das pupilas. Opióides, antipsicóticos. (o.o)
CICLO DA REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR

217
PROGRAMAS DE SALUD DA BOLÍVIA

 PAI: Programa Ampliado de Imunización

 AIEPI: Atenção Integrada a las Enfermidades Prevalentes de la Infância.

 SUMI: Seguro Universal Materno Infantil

 SSPAM: Seguro de Salud Para Adultos Mayores

 MALARIA: Programa que da el Tratamiento y Atención de la Leishmaniose.

 TUBERCULOSE: Programa que da el Tratamiento y Atención de la Tuberculose.

 ESCOLAR: Programa de Salud Escolar

 EL BONO JUANA AZURDUY: Programa Madre-Niño (A)

 SAFCI: Salud Familiar Comunitária Intercultural

 UNI: Unidades Nutricionales Integrales

218
NÍVEIS DE ATENÇÃO Á SAÚDE (BOLIVIA)

1° NÍVEL DE ATENCIÓN: postos e centros de saúde, consultórios medico, unidade móveis.


FUNÇÕES:
 Porta de entrada ao sistema de saúde e contato com a população.
 Síntese de informação
 Promoção, prevenção, curação, reabilitação.
 Responsável da saúde dos indivíduos (universal, continua, integrada, efetiva).

2° NÍVEL DE ATENCIÓN: hospital do dia, hospital básico, hospital geral, consultórios de


especialidades. FUNÇÕES:
 Referencia do 1° nível.
 Emergência 24 horas e hospitalizações
 Serviços de diagnostico complementar e quirófano
 Docência
 Promoção, prevenção, curação e reabilitação.
 Especialidades básicas (pediatria, medicina interna, cirurgia geral, terapia intensiva).

3° NÍVEL DE ATENCIÓN: hospital especializado, de especialidades, UTI móvel. FUNÇÕES:


 Atenção de emergência 24 horas
 Hospitalização, cuidados críticos, quirófano
 Serviços de diagnostico complementar
 Docência e investigação
 Promoção, prevenção, curação e reabilitação.
 Atenção de todas especialidades

219
PAI
(PROGRAMA AMPLIADO DE IMUNIZAÇÃO)
É um programa que por meio das vacinas, prevenimos enfermidades.
O QUE É VACINA?
São microrganismos atenuados vivos ou mortos, que nos introduzem para prevenir doenças.

QUEM PODE DAR A VACINA?


Médicos capacitados, enfermeiros, medico geral, médicos especializados, auxiliar de
enfermaria. Agente comunitário treinado para vacinar.

QUANTOS GRAUS A VACINA DEVE SER GUARDADA?


Entre 2 a 8 graus.

ENFERMIDADES QUE CADA VACINA PREVINE


 BCG: formas graves de tuberculose
 PENTAVALENTE: Difteria + coqueluche + tétano + hepatite B, HIB (Haemophilus
influenzae do grupo - meningite/pneumonia)
 ANTIPÓLIO: Poliomielite
 ANTINEUMOCÓCICA: pneumonia e meningite
 INFLUENZA ESTACIONARIA PEDIÁTRICA: influenza estacionaria.
 DT: difteria + tétano
 ANTIROTAVIRUS: diarreia severa por rotavirus
 SRP: (tríplice viral) sarampo, rubéola e parotidite.
 ANTIAMARÍLICA: febre amarela
 HPV: câncer do colo uterino (somente em meninas)
 INFLUENZA ESTACIONARIA ADULTO: influenza estacionaria.

ESQUEMA DE VACINAÇÃO (PAI-BOLÍVIA)


BCG: recém-nascido (intradérmica - uma dose de 0,1 ml)

PENTAVALENTE
 2 meses  4  6  1° reforço de 18 a 23  2° reforço aos 4
meses meses meses anos
 5 doses, intramuscular - 0,5 ml cada dose

ANTIPÓLIO
 2 meses primeira dose intramuscular - 0,5 ml
 4 meses  6 meses  1° reforço de 18 a 23 meses  2° reforço aos 4 anos
 As outras 4 doses, via oral, 2 gotas

ANTINEUMOCÓCICA
 2 meses 4 meses  6 meses
3 doses, intramuscular - 0,5 ml cada

ANTIROTAVÍRUS
 2 meses  4 meses
2 doses, vira oral - 2 gotas cada

220
ANTI-INFLUENZA ESTACIONAL PEDIÁTRICA (intramuscular -0,25 ml cada uma)
 Crianças de 6 a 11 meses: primeira dose ao contato, segunda dose um mês depois da
primeira.
 Crianças de 12 a 23 meses: somente uma dose

SRP: pode ser aplicada de 12 a 23 meses, dose única, subcutânea - 0,5 ml.

ANTIAMARÍLICA: pode ser aplicada de 12 a 23 meses, dose única, subcutânea - 0,5


ml.

DTADULTO (cada dose é intramuscular - 0,5 ml)


 De 7 a 9 anos: 1° dose ao contato, 2° dose dois meses depois.
 10 a 49 anos: 1° dose ao contato, 2° dose um mês depois, 3° dose 6 meses depois.

HPV (cada dose é intramuscular - 0,5 ml)


 1ª dose aos 10 anos  B2ª dose depois da primeira

 ANTI-INFLUENZA ESTACIONAL ADULTO: cada dose é intramuscular - 0,5 ml.


Quem pode tomar? Maior de 60 anos, gestantes, equipe de saúde, doentes crônicos.

MANEIRA FÁCIL DE DECORAR O PAI


AO NASCER: BCG (intradérmica - 0,1 ml)
AOS 2 MESES:
 Pentavalente  Antineumocócica  Antipólio
Intramuscular - 0,5 ml cada
 Antirotavírus via oral - 2 gotas

AOS 4 MESES
 Pentavalente  Antineumocócica
Intramuscular - 0,5 ml cada

 Antipólio  Antirotavírus
via oral - 2 gotas de cada

AOS 6 MESES
 Pentavalente  Antineumocócica
Intramuscular - 0,5 ml cada
 Antipólio via oral - 2 gotas

DE 12 ATÉ 23 MESES
 Antiamarílica  SRP
Via subcutânea - 0,5 ml

DE 18 ATÉ 23 MESES
 Pentavalente intramuscular - 0,5 ml  Antipólio via oral - 2 gotas

AOS 4 ANOS
 Pentavalente intramuscular - 0,5 ml  Antipólio via oral, 2 gotas

221
ANTI-INFLUENZA ESTACIONAL PEDIÁTRICA intramuscular - 0,25 ml.
 Crianças de 6 a 11 meses: 1°dose ao contato / 2° dose um mês depois.
 Crianças de 12 a 23 meses: uma única dose.

dT Intramuscular - 0,5 ml
 Pessoas de 7 a 9 anos: 1° dose ao contato / 2° dose 2 meses depois
 Pessoas de 10 a 49 anos: 1° dose ao contato / 2° dose um mês depois / 3° dose 6 meses
depois.

HPV intramuscular - 0,5 ml cada dose (meninas de 10 a 12 anos)


 1° dose ao contato / 2° dose 6 meses depois

INFLUENZA ESTACIONAL DO ADULTO intramuscular 0,5 ml cada.


 1° dose ao contato / 2° dose um mês depois

222
ESCALA DE APGAR
Criado pela Dra. Virginia Apgar (1953)
É um exame que se realiza no recém-nascido para avaliar a parte cardiorrespiratória.
Realiza-se no primeiro minuto do nascimento, aos 5 minutos e aos 10° minuto.
 Serve para determinar as condutas a serem tomadas, e a primeira adaptação do RN com
a vida extrauterina.
O QUE SE AVALIA?
 A APARÊNCIA (cor da pele)
 P PULSO (frequência cardíaca)
 G GESTICULAÇÃO (irritabilidade e reflexos)
 A ATIVIDADE (tônus muscular)
 R RESPIRAÇÃO (esforço respiratório)

RESULTADOS:
 De 7 a 10 = boas condições
 De 4 a 6 = requer atenção especial (moderadamente deprimido)
 De 0 a 3 = depressão severa (alta porcentagem de mortalidade)
OBS.: AVALIAR NO PRIMEIRO MINUTO DE VIDA, E AO 5° MINUTO. QUANTO MAIOR O
RESULTADO, MELHOR.

ESCALA DE APGAR
SINAIS ESCORE 0 ESCORE 1 ESCORE 2
A Aparência Cianose Cianose nas Rosado
generalizada extremidades
P Pulso Ausente Menor de 100 Maior de 100
(Frequência batimentos por batimentos por minuto
Cardíaca) minuto
G Gesticulação Ausência de Poucos gestos Muitos gestos (choro,
(Resposta A gestos (não (caretas e choro espirros e tosse)
Estímulos) responde) débil)
A Atividade Flácido (músculos Tônus baixo Tônus bom
(Tônus flácidos e fracos) (flexiona as (movimentos ativos)
Muscular) extremidades)
R Respiração Ausente (não Respiração lenta Forte e regular
(Esforço respira) (irregular)
Respiratório)

223
ESCALA DE SILVERMAN Y ANDERSON
É um exame que se realiza no recém-nascido, para avaliar a dificuldade respiratória.
INTERPRETAÇÃO DE PONTOS:
 0 pontos = sem dificuldade respiratória
 1 a 3 pontos = com dificuldade respiratória LEVE
 4 a 6 pontos = com dificuldade respiratória MODERADA
 7 a 10 pontos = com dificuldade respiratória GRAVE
OBS.: QUANTO MENOR A PONTUAÇÃO, MELHOR O PROGNOSTICO.

OS CRITÉRIOS AVALIADOS:
 Movimentos Toraco-Abdominais  Tiragem Intercostal
 Retração Xifoidiana  Aleteo Nasal (Batimentos Das Asas Da Fossa
 Queixa Expiratória Nasal)

ESCALA DE SILVERMAN Y ANDERSON


SINAIS ESCORE 2 ESCORE 1 ESCORE 0
Aleteo Nasal Marcado Discreto (mínimo) Ausente
Queixa Audível sem Audível com o Ausente
Expiratória estetoscópio estetoscópio
Tiragem Marcada (acentuada) Discreta Ausente
Interscostal
Retração Marcada (acentuada) Discreta Ausente
Xifoidiana
Movimentos Tórax e abdome Tórax imóvel, Movimentos rítmicos
Toraco- sobem e abaixam com abdome em e regulares
Abdominal discordância movimento. (sincronizados)

224
TESTE DE CAPURRO
É um critério utilizado para Estimar a idade gestacional de um recém-nascido. Se
considera o desenvolvimento de 5 parâmetros fisiológicos.
1. Pavilhão Auricular 2. Glândula Mamaria 3. Formação do Mamilo
4. Textura Da Pele 5. Sulcos Plantare

A VALORAÇÃO DETERMINA A IDADE GESTACIONAL:


 42 semanas ou mais PÓS MATURO  37 e 41 semanas A TÉRMINO
 35 e 36 semanas PREMATURO LEVE  32 e 34 semanas PREMATURO
MODERADO
 < 32 semanas PREMATURO EXTREMO

O resultado se da por: (a soma de CAPURRO somado mais 204 e dividido por 7)

A SOMA DE CAPURRO + 204 / 7


CRITÉRIOS:
PAVILHÃO AURICULAR
0 ponto 8 pontos
 Aplanado, sem curvatura.  A parte superior parcialmente encurvada.
16 pontos. 24 pontos.
 Toda a parte superior encurvada.  Pavilhão totalmente encurvado.

GLÂNDULA MAMARIA
0 ponto 5 pontos
 Não palpável  Palpável menor de 5 mm
10 pontos. 15 pontos.
 Palpável entre 5 a 10 mm  Palpável maior de 10 mm

MAMILOS
0 ponto 5 pontos
 Em aréola  Aréola aplanada
10 pontos. 15 pontos.
 Aréola levantada sem borda  Aréola levantada com borda

TEXTURA DA PELE
0 ponto 5 pontos
 Fina / gelatinosa  Fina / lisa
10 pontos. 15 pontos.
 Descamação superficial  Descamação de mãos e pés
20 pontos
 Aspecto Normal

SULCOS PLANTARES (PLIEGUES PLANTARES)


0 ponto 5 pontos
 Sem sulcos  Sulcos não definidos
10 pontos. 15 pontos.
 Sulcos definidos  Sulcos até a metade do pé
20 pontos
 Sulcos em todo o pé
225
226
ESCALA DE GLASGOW
É uma escala neurológica que serve para avaliar o nível de consciência de uma pessoa em
coma, ou pós um TEC.
Glasgow é o nome de uma cidade nas Escócia.

Se Avalia 3 Parâmetros
1. OCULAR 2. MOTOR 3. VERBAL

Pontuação:
LEVE MODERADO GRAVE
13 e 15 pontos 9 a 12 pontos 3 a 8 pontos =
Abaixo de 4 = coma profundo (85% de probabilidade de morte, estado vegetativo).
OBS.: A partir de 8, deve-se entubar (intubação endotraqueal + ventilação mecânica).

 Flexão Anormal (Decorticação): lesão acima do mesencéfalo.


 Extensão Anormal (Descerebração): lesão entre o núcleo vestibular e o mesencéfalo.
(Disfunção do troco cerebral).

ESCALA DE COMA DE GLASGOW EM ADULTOS


Abertura Ocular Resposta Verbal Resposta Motora
Espontanea 4 Espontanea 5 Obedece Comando 6
A voz 3 Confusa 4 Localiza Dor 5
A dor 2 Palavras Inapropriadas 3 Movimento de Retirada 4
Nenhuma 1 Palavras Incompreensiveis 2 Flexao Anormal 3
Nenhuma 1 Extensao Anormal 2
Nenhuma 1

ESCALA DE COMA DE GLASGOW PEDIÁTRICA

227
PARA SABER: em 2018 a Escala de Glasgow foi atualizada, acrescentando a opção de
valor NT (não testável).

228
AVALIAÇÃO PRÉ-CIRÚRGICA
Avaliações com médicos anestesiologistas, cardiologistas, e uma serie de exames
laboratoriais para saber os riscos do paciente e evitar transtornos na cirurgia.

ESCALA DE RISCO DE ASA (AMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS)


 ASA I: individuo normal (paciente são, menor de 70 anos, a única patologia relevante é
a que necessita correção cirúrgica).
 ASA II: Paciente com alteração sistêmica leve, que não produz limitação funcional (HTA
controlada, anemia, tabaquismo, DM controlada, idade maior de 70 anos, obesidade...).
 ASA III: Paciente com alguma alteração sistêmica grave, que produz limitação
funcional, mas não incapacita (ICC descompensada, IAM a mais de 6 meses, angina,
arritmia, HTA descompensada, obesidade mórbida).
 ASA IV: Pessoa com doença sistêmica incapacitante que ameaça a vida (ICC grave,
IAM a menos de 6 meses, insuficiência renal...)
 ASA V: Pessoa moribunda, sem expectativas de sobreviver por mais de 24 horas com
ou sem cirurgia (TEC grave...).
 ASA VI: Pessoa com morte cerebral (doador de órgãos).

ÍNDICE DE RISCO CARDÍACO DE GOLDMAN


Índice multifatorial de risco cardíaco em procedimentos cirúrgicos não cardíacos.
HISTÓRIA
 Idade maior de 70 anos = 5 pontos  IAM nos últimos 6 meses = 10 pontos

EXAME FÍSICO
11 pontos 3 pontos
 Presença do 3° ruído, ou turgência  Estenose significativa de válvula aórtica
jugular
229
ELETROCARDIOGRAMA
 Contrações atriais prematuras ou ritmo anormal = 7 pontos
 Mais de cinco contrações ventriculares prematuras / minuto = 7 pontos

ESTADO GERAL
 Gasometria alterada, função renal anormal, doenças hepáticas, paciente restrito ao leito...
= 3 pontos

OPERAÇÃO
 Operação de emergência = 4 pontos
 Cirurgia intratorácica, intra-abdominal ou aórtica = 3 pontos

PONTUAÇÃO:
CLASSE I CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4:
 0 a 5 pontos  6 a 12 pontos  12 a 25 pontos  acima de 26 pontos
(risco baixo) (risco intermediário) (risco muito alto)  (risco excessivo)

EXAMES LABORATORIAIS PRÉ-CIRÚRGICOS


 Hemograma completo com plaquetas  Teste de coagulação (TAP / PTTK / TC)
 Creatinina / ureia / glicemia em jejum /  Eletrocardiograma
sódio / potássio  Radiografia de tórax

230
FARMACOLOGIA
Rama da medicina que estuda as propriedades químicas dos medicamentos e suas
classificações.
FARMACODINÂMICA: é a rama da farmacologia que estuda o mecanismo de ação dos
fármacos.
FARMACOCINÉTICA: é a rama da farmacologia que estuda o passo do fármaco pelo
organismo (absorção, distribuição, metabolismo e excreção).

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
ENTERAL (administrado pelo trato alimentício)
 Via oral  Via sublingual  Via retal

PARENTERAL (necessita de uma agulha oca)


 Intramuscular  Endovenosa  Subcutânea  Intradérmica  Peridural
OUTRAS
 Inalatória  Tópica

Classes de Medicamentos
 Antibióticos  Hipoglicemiantes
 Opióides  Fármacos Do Sistema Nervoso Central
 Adrenérgicos  Bloqueantes Adrenérgicos
 Colinérgicos  Bloqueantes Colinérgicos
 Anestésicos  Anti-Hipertensivos
 Protetor Gástrico  Depressores De Secreção Gástrica
 Antitussígenos  Expectorantes
 Bronco Dilatador  Antiflatulentos
 Estimulante Da Motilidade Gástrica  Anti-Isquêmicos
 Antitrombóticos  Antiarrítmicos
 Drogas Cardiotônicas  Eméticos E Antieméticos
 Antidiarreicos  Anti-Inflamatórios

ANTI-INFLAMATÓRIOS
Divide-se em duas classes:
 Não Esteroides (AINE´S)  Esteroides (Corticoides)

AINES: anti-inflamatórios não esteroides e tem propriedades analgésicas, antipiréticas


e anti-inflamatórias.
CLASSIFICAÇÃO
Salicilatos Acido Acetil Salicílico/AAS, Clonixilato de Lisina
Pirazolonas Dipirona, Dioxadol
Derivados Arilaceticos Keterolaco, Diclofenaco
Derivados Arilpropionicos Ibuprofeno
Derivados Indolaceticos Indometacina
Paraaminofenóis Paracetamol
Sulfanamilidas Nimesulida
Acidos Enolicos Meloxicam, Piroxicam
Fenamatos Acido Mefenamico

231
MECANISMO DE AÇÃO: inibe a enzima cicloxigenasa (enzima que faz com que o acido
araquidônico se converta em prostaglandinas), bloqueando a síntese de prostaglandinas
(intervém na resposta inflamatória).

 INDICADO PARA: dor leve a moderada, febre, processos inflamatórios.


 CONTRAINDICADO: gastrite, ulceras e gravidez.

CORTICOIDES: anti-inflamatórios esteroides.


CLASSIFICAÇÃO
Glicocorticoides Hidrocortisona, Cortisona, Betametasona, Dexametasona,
Prednisona, Prednisolona
Mineralocorticoide Aldosterona

 MECANISMO DE AÇÃO: inibe a enzima Fosfolipasa A2 (é a enzima que inibe a liberação


de acido araquidônico, com isso não se produz a formação de prostaglandinas).
 INDICADO PARA: reposição hormonal, processo inflamatórios, choque anafilático,
quadros alérgicos, maduração pulmonar.
 CONTRAINDICADO: ulcera péptica, DM, insuficiência renal.
 EFEITOS ADVERSOS: ulceras, hiperglicemia, aumento de peso.

OPIÓIDES
São fármacos analgésicos de ação central.
Classificação (segundo escala analgésica da OMS)
1ª escala 2ª Escala 3ª Escala
Dor Leve Dor Moderada Dor Severa
Utilizar AINE´s) Opioides menores como Opioides Maiores Como Morfina,
Tramadol, Codeína Fentanil, Meperidina

 MECANISMO DE AÇÃO: inibe a transmissão do impulso doloroso.


 INDICADO: em casos de dor severa.
 CONTRAINDICADO: em casos de insuficiência respiratória, gravidez, hipotensão.
 REAÇÕES ADVERSAS: náuseas, sonolência, convulsões, alucinações, depressão
respiratória, bradicardia.

FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL


 São fármacos para tratar quadros neurológicos como a ansiedade, depressão,
esquizofrenia, convulsões...
CLASSIFICAÇÃO
ANSIOLÍTICOS
Benzodiazepinas Alprazolan, Diazepan, Clonazepan, Midazolan
Mecanismo de Ação Potencia da Ação GABA (Inibidor do Encéfalo)
Indicações Ansiedade, Insônia, Sedação Pré-Operatória, Convulsões.
Reações Adversas Sonolência, Taquicardia, Palpitações.

Barbitúricos Fenobarbital
Antidepressivos Carbamazepina
Estimulante Central Anfetamina

232
Anticonvulsivantes / Antiepilépticos
 Difenilhidantoína, Carbamapezina, Barbitúricos, Benzodiazepinas.
 MECANISMO DE AÇÃO: bloqueia os canais de sódio na membrana celular
 INDICADO: em casos de ansiedade, insônia, sedação, convulsão.

ADRENÉRGICOS
São fármacos que atuam estimulando as fibras simpáticas.
CLASSIFICAÇÃO

CATECOLAMINAS
 ADRENALINA (seu mecanismo de ação é estimular os receptores beta adrenérgicos,
produzindo relaxação do musculo liso bronquial e aumento da força da contração do
miocárdio).
 NORADRENALINA
 DOPAMINA
 SALBUTAMOL (age estimulando os receptores beta adrenérgicos, produzindo relaxação
do musculo liso bronquial, não tem ação no miocárdio).
 FENOLAMINAS (ETILEFRINA)
 FENILAMINAS (EFEDRINA)

BLOQUEANTES ADRENÉRGICOS
São fármacos que inibem as respostas aos impulsos das fibras simpáticas.
CLASSIFICAÇÃO
 BLOQUEANTES ALFA ADRENÉRGICOS (ERGOTAMINA)
 MECANISMO DE AÇÃO: bloquear os receptores alfa, produzindo vasodilatação. Esta
indicado para cefaleia de origem vascular...
 BLOQUEANTES BETA ADRENÉRGICOS (PROPRANOLOL, ATENOLOL)
 MECANISMO DE AÇÃO: atua sobre os receptores beta a nível cardíaco, reduz a
frequência cardíaca, “hipotensor”. Esta indicada em casos de HTA, arritmias, taquicardias...

COLINÉRGICOS
Estimulam as fibras colinérgicas (fibras parassimpáticas)
CLASSIFICAÇÃO
 ACETILCOLINA (neurotransmissores)
 Indicado para: reduzir pressão intraocular e glaucoma pré e pós-operatória.

BROMETO DE IPRATROPIO
 Indicado para: tratamento da manutenção de broncoespasmo.

BLOQUEANTES COLINÉRGICOS
Inibem os impulsos das fibras colinérgicas.
CLASSIFICAÇÃO
 Atropina
 Escopolamina Antiespasmódicos
 Botilbromuro de Hioscina

ESTÃO INDICADOS PARA: cólica biliar, cólica renal, ameaça de aborto (escopolamina,
hioscina), bradicardia sinusal (atropina).

233
ANESTÉSICOS
Suspenção geral ou parcial da sensibilidade induzida por fármacos.
ANESTESIA GERAL: age sedando profundamente de forma que se perde a
consciência, a sensibilidade e os reflexos do corpo.

Pré-Medicação Indução De Manutenção


Benzodiazepinas (Diazepan) Barbitúricos (Tiopental, Inalatórios (Óxido Nitroso,
Propofol, Ketamina Halotano)
ANESTESIAS LOCAIS: impede a propagação de impulsos nervosos mediante a
diminuição da permeabilidade a membrana neuronal no sódio.

TIPOS:
 ANESTESIA DE SUPERFÍCIE: se aplica diretamente sobre a mucosa
 ANESTESIA POR INFILTRAÇÃO: se aplica por baixo da pele ou mucosa
 ANESTESIA RAQUIDIANA (L2 A L3): injeção no LCR, no espaço subaracnóideo
mediante uma punção lombar.
 ANESTESIA PERIDURAL (L2 A L3): injeção na saída da dura madre, mediante punção
lombar.
 MEDICAMENTOS:
 LIDOCAINA (10 mg/ml 1%, 20 mg/ml 2%)
 BUPIVACAINA (2,5 mg/ml, 5 mg/ml, 7,5 mg/ml)
 PROCAÍNA

DIURÉTICOS
São fármacos que atuam no rim, aumenta o volume e o fluxo urinário.
CLASSIFICAÇÃO:
DIURÉTICOS TIAZIDICOS (para hipertensão arterial): agem na ASA DE HENLE, inibindo a
reabsorção de cloro, sódio e potássio.
 Clorotiazida  Hidroclorotiazida (25/50/100 mg)

DIURÉTICOS DE ASA (para ICC, cirrose, síndrome nefrótica, insuficiência renal): atuam na
ASA DE HENLE, inibindo a reabsorção de sódio, cloro e potássio.
 FUROSEMIDA (tab:40 mg, amp: 20mg)

DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO (muito usado em combinação com outro


diurético)
 AMILORIDA: inibidor dos canais de sódio  ESPIRONOLACTONA: antagonista da
(bloqueia os canais de sódio). aldosterona (inibe a aldosterona).

DIURÉTICOS OSMÓTICOS (usado em casos de edema cerebral): atua elevando a


osmolaridade do plasma sanguíneo.
 MANITOL (20%)

ANTI-HIPERTENSIVOS
São fármacos utilizados no tratamento da hipertensão arterial.
CLASSIFICAÇÃO
BETA BLOQUEANTES: atuam sobre os receptores beta a nível cardíaco, reduz a
frequência cardíaca, tem um efeito hipotensor.
 Atenolol 100mg)  Metoprolol  Propanolol 40/80mg  Carvedilol
3,125/6,26/12,5/25mg
234
IECA (inibidores da enzima convertedora de angiotensina): atuam inibindo a enzima
responsável da conversão de angiotensina I em angiotensina II. Provoca vasodilatação.
 ENALAPRIL (5/10/20mg)  CAPTOPRIL (25/20mg)

ARA II (antagonistas dos receptores de angiotensina II): atuam bloqueando o receptor da


angiotensina II.
 LOSARTAN (25/50mg)  VALSARTAN (40/80/160)

BLOQUEANTES DOS CANAIS DE CÁLCIO: inibem a entrada de cálcio.


 NIFEDIPINO (10mg)  AMILODIPINO (5/10mg)  VERAPAMILO (80/120mg)

ANTI-ISQUÊMICOS
São nitratos orgânicos, que atuam como vasodilatadores arterial e venoso e tem a função de:
 DIMINUIR A TENSÃO DA PAREDE VASCULAR.
 REDUZIR A PRÉ-CARGA E PÓS-CARGA MELHORANDO O DEBITO CARDÍACO.
 AUMENTAR A CAPACITÂNCIA VENOSA.

QUAIS SÃO:
 NITROPUSSIATO DE SÓDIO (25mg/ml): age como um vasodilatador arterial e venoso.
Reduz pré e pós-carga, melhorando a função do VE em pacientes com insuficiência cardíaca
e baixo debito.
 NITROGLICERINA (5mg/ml): age relaxando a musculatura lisa vascular, causando
vasodilatação sistêmica e diminuindo a pré-carga.
 DINITRATO DE ISOSSORBIDA (5/10mg): age como vasodilatador.

ANTITROMBÓTICOS
São medicamentos que reduzem o risco de sofrer um ataque cardíaco, um AVC e obstrução
das artérias e veias (evitam que formem coágulos, trombo).

CLASSIFICAÇÃO
ANTIAGREGANTES PLAQUETARIOS: impede que as plquedas se agrupem e formem
coágulos.
 CLOPIDOGREL (75mg)  AAS (100mg)

ANTICOAGULANTES: inibem o processo de coagulação.


 Warfarina (1/5/10mg)  Heparina (5.000 UI/Ml)

TROMBOLÍTICAS: dissolvem os coágulos.


 ESTREPTOQUINASA (250,000UI)

ANTIARRÍTMICOS
São medicamentos que se usa para suprimir ou prevenir alterações do ritmo cardíaco. Age
prologando a duração do potencial de ação das células miocárdicas.
 Amiodarona (comp: 200mg, amp: 50mg/ml)  Verapamilo (80/120mg)

DROGAS CARDIOTÔNICAS
São medicamentos que aumentam a força de contração e debito cardíaco.
CLASSIFICAÇÃO
235
DIGITÁLICOS: inibem a bomba de sódio e potássio.
 Digitoxina (0,1mg)  Digoxina (0,25mg)

ANTITUSSÍGENOS
Agem no sistema nervoso central, inibindo respostas do centro da tosse aos estímulos.
 CODEÍNA (com: 30/60mg, amp: 60mg/2ml)

EXPECTORANTES
Facilitam a excreção da secreção brônquica ao reduzir a viscosidade do muco, e promove o
aumento do conteúdo liquido. Promovem irritação brônquica estimulando a tosse.
BROMHEXINA AMBROXOL ACETILCISTEINA
 (frasco de 4mg/5ml)  Comp: 30mg  Amp: 300mg/3ml
 Xarope: 15mg/5ml  Comp: 600mg
 Xarope: 200mg/5ml)

BRONCO DILATADORES
São fármacos que promovem a dilatação dos brônquios.
CLASSES
Agonistas Beta 2 Xantinas Anticolinérgicos
 Salbutamol  Teofilina  Bromuro de Ipatroprio (Atrovent)
 Fenoterol

ANTI-HISTAMÍNICOS
São fármacos que inibem a ação da histamina, bloqueando sua ligação aos receptores de
histamina.
 Clorferinamina (comp: 4mg, amp: 10mg)  Loratadina (10mg)

PROTETOR GÁSTRICO
São depressores de secreção gástrica
 RANITIDINA (comp: 150/300mg, amp:25mg/ml): é antagonista H2, age competindo
com a histamina pelos receptores H2 que são encarregados de estimular a produção de
acido.
 OMEPRAZOL (comp: 20mg, amp: 40mg): age inibindo a bomba de prótons.

ANTIFLATULENTO
São fármacos que são utilizados para aliviar a dor e as moléstias abdominais
ocasionadas pela pressão de excesso de gases.
 SIMETICONA (50mg)

ESTIMULANTES DA MOTILIDADE GÁSTRICA


São medicamentos que aumentam o peristaltismo gástrico.
 METOCLOPRAMIDA (comp: 10mg): é um bloqueador dopaminérgico, antiemético e
estimulante peristáltico.

EMÉTICOS
São fármacos que produzem irritação gástrica que estimula o vomito.
 IPECACUANHA

ANTIEMÉTICO
São fármacos que aliviam o enjoo, náuseas e vômitos.
236
CLASSIFICAÇÃO
Antagonista Não Seletivo Serotoninérgico E Anti D2 Metoclopramida (10mg)
Antagonista Dopaminérgico Anti D2 Domperidona (10mg)
Antagonistas Seletivos Do 5ht-3 Ondasetron (4/8mg)

ANTIDIARREICOS
São fármacos que produz depressão do peristaltismo intestinal e reduz atividade secretora.
 LOPERAMIDA (2mg)

HIPOGLICEMIANTE
ORAIS
SULFONILUREIA BIGUANIDA
 Glibenclamida (5mg): age provocando a  Metformina (500mg): age inibindo a
liberação de insulina no pâncreas. produção hepática da glicose.

INSULINA (0,5 a 1 UI/kg/dia)


Tipo De Insulina INICIO (H) PICO (H) DURAÇÃO (H)
Ação Ultra Rápida Lispro / Aspart 5 minutos 1 hora 4 horas
Ação Rápida Regular 30 minutos 2 horas 6 horas
Ação Intermedia Nph 2 horas 6 horas 12 horas
Ação Prolongada Glargina / Detemir 2 horas Sem pico 24 horas

ANTIBIÓTICOS
SÃO MEDICAMENTOS QUE COMBATEM AS INFECÇÕES BACTERIANAS.
CLASSIFICAÇÃO
ESPECTRO REDUZIDO (atacam bactérias de um tipo)

 Betalactâmicos (penicilina, cefalosporina, carbapenens)


 Aminoglucosidos  Quinolonas Glucopeptidos
 Lincosamidas  Rifampicinas  Polipeptídicos

AMPLO ESPECTRO (atacam bactérias de vários tipos)


 Macrólidos  Tetraciclinas  Cloranfenicol
 Sulfas  Algumas penicilinas

PODEM SER CLASSIFICADOS TAMBÉM EM:


 BACTERICIDA (matam aos microrganismos)
 BACTERIOSTÁTICO (inibem o crescimento dos microrganismos)

ESPECTRO REDUZIDO

BETALACTAMICOS
 MECANISMO DE AÇÃO: atuam desintegrando a parede celular bacteriana, inibindo a
síntese de peptidoglucano.

237
PENICILINA (inibem a síntese da parede microbiana)
Naturais:
 PENICILINA G CRISTALINA (1,000.000/5,000.000/30,000.000 UI)
 PENICILINA G PROCAINICA (400,000/800,000 UI)
 PENICILINA G BENZATINICA (600,000/1,200.000/2,400.000 UI)
 PENICILINA V
Semissintéticas
 De Amplo Espectro:  Penicilinasa Resistente:
Ampicilina e Amoxicilina Meticilina, Cloxacilina, Dicloxacilina.

CEFALOSPORINA (inibem a síntese da parede microbiana)


1°Geração 2°Geração 3°Geração 4°Geração
 Cefazolina  Cefamandol  Cefixima  Cefepima
 Cefalexina  Cefuroxima  Cefotaxima  Cefetecol
 Cefalotina  Ceftriaxona

 CARBAPENENS (se unem as proteínas fixadoras de penicilina, dificultando a síntese da


parede bacteriana, atuam também permeabilizando a parede celular bacteriana, e esta
indicado para infecções intrahospitalarias).
 IMIPINEM (amp: 500mg)  MEROPENEM (amp: 500mg/1g/2g)

QUINOLONAS
MECANISMO DE AÇÃO: impede a replicação de ácidos nucleicos através da inibição da
enzima bacteriana GIRASA.
1°Geração 2°Geração 3°Geração 4°Geração
 Acido Pipemidico  Ofloxacina  Levofloxacina  Trovafloxacina
 Acido Oxolinico  Norfloxacina
 Acido Nalidixico  Ciprofloxacina

AMINOGLUCOSIDOS
MECANISMO DE AÇÃO: inibem a síntese de proteína a nível dos ribossomos.
 Neomicina (Tópico 3,5mg/G)  Estreptomicina (Comp: 500mg, Amp:1g)
 Amikacina (Amp: 250/500mg)  Gentamicina (Amp:80/160mg, Colírio 30%)

GLICOPEPTIDICOS
MECANISMO DE AÇÃO: atua desintegrando a parede celular bacteriana, inibindo a síntese
de peptidoglucano.
 VANCOMICINA (amp:500mg)

POLIPEPTÍDICOS
MECANISMO DE AÇÃO: altera a permeabilidade da membrana celular. (Para tratar
infecções de pele e mucosa)
 POLIMIXINA B  BACITRACINA (pomada de 10.000UI)

LINCOSAMIDAS
MECANISMO DE AÇÃO: inibe a síntese proteica ao unir-se á subunidade 50s dos
ribossomos.
 Clindamicina

238
RIFAMICINAS
 MECANISMO DE AÇÃO: inibe a síntese do RNA bacteriano, ao unir-se à subunidade
beta do RNA polimerase.
 RIFAMPICINA (tab:300 mg, amp:250/50mg) *para tratar a tuberculose.
 RIFAMICINA (TÓPICO: 10MG/ML) *ferimentos e feridas.

Amplio espectro
MACRÓLIDOS
MECANISMO DE AÇÃO: inibem a síntese de proteína a nível dos ribossomos na
subunidade 50s.
 AZITROMICINA (comp:500mg, amp:500mg)
 CLARITROMICINA (tab:250/500mg, ampo:500mg/10ml)
 ERITROMICINA (tab:250/500mg, xarope: 25mg/ml)

FENICÓIS
MECANISMO DE AÇÃO: inibe a síntese de proteína a nível dos ribossomos na unidade 50s.
 CLORANFENICOL (tab: 250/500mg, amp:1gr, colírio:0,25mg)

TETRACICLINAS
MECANISMO DE AÇÃO: INIBE A SÍNTESE DE PROTEÍNA A NÍVEL DOS RIBOSSOMOS
NA SUBUNIDADE 30S.
 TETRACICLINA (tab:250/500mg, xarope:100mg/5ml)

SULFAS
MECANISMO DE AÇÃO: INIBE A ENZIMA BACTERIANA.
 SULFAMETOXAZOL (para melhor ação farmacológica, se adiciona trimetropin)
 TRIMETROPIN (tab:400 de sulfa + 80 tri, 800 sulfa + 160 tri)

ANTIPARASITÁRIOS
 MEBENDAZOL (tab:100mg, susp:100mg/5ml): atua diminuindo a capacitação de glicose
do parasito, privando sua energia.
 ALBENDAZOL (tab:400mg): atua provocando dano celular do parasito.
 METRONIDAZOL (tab:250/400mg, amp:5mg/ml): atua provocando a degradação do
DNA do microrganismo. (Cobrem bactérias anaeróbias).
 POMOATO DE PIRANTEL (tab:250mg): atua produzindo um bloqueio neuromuscular do
parasito.

ANTIVIRAL
MECANISMO DE AÇÃO: interrompe a síntese do ADN viral.
 ZIDOVUDINA (tab:300mg)
 ACICLOVIR (tab:200/400mg, tópico:50mg/g)

ANTIFÚNGICOS
MECANISMO DE AÇÃO: inibidor da síntese do DNA e divisão celular da FLUCITOSINA.
 CLOTRIMAZOL (creme:10mg/gr)
 MICONAZOL (creme:2%)
 KETOCONAZOL
 FLUCONAZOl (comp:150mg)
 NISTATINA (100.000UI/ml)
239
SOLUÇÕES
FLUIDOTERAPIA: é a administração parenteral de líquidos e eletrólitos, com o objetivo de
manter ou restabelecer a homeostase corporal.
TIPOS:
 CRISTALOIDES (Isotônicos)  SOLUÇÃO FISIOLOGIA 0,9%  RINGER NORMAL
 Ringer Lactado  Solução Glucosada

COLOIDES (utilizado mais em casos de cirrose hepática e nefrose)


 Albumina  Dextrano

SOLUÇÃO FISIOLÓGICA
Composição
 Cloreto de sódio: 9gr (NaCl)  Agua destilada: 1000 ml

Indicado Para:
 Reposição de eletrólitos  Reposição de líquidos
 Pacientes diabéticos  Como veiculo para administrar outros fármacos.

Solução Ringer Normal


Composição
 Cloreto de sódio: 8,6 gr  Cloreto de potássio: 0,3 gr
 Cloreto de cálcio: 0,3 gr  Agua destilada: 1000 ml

Indicado Para:
 Reposição de eletrólitos  Reposição de líquidos
 Como veiculo para administrar outros fármacos.

Solução Ringer Lactato


Composição:
 Cloreto de sódio: 6gr  Cloreto de potássio: 0,4gr  Cloreto de cálcio: 0,27gr
 Lactato de sódio: 3,12gr  Agua destilada: 1000 ml
Indicado Para:
 Reposição hidroeletrolítica  Intoxicações

Solução Glicosada (Dextrosa) 5%-10%


Composição:
 Glicose: 50 a 100 gr  Agua destilada: 1000 ml

Indicado Para:
 Déficit calórico  Pacientes desidratados
 Pré, intra e pós-operatório.  Choque hipoglicêmico.

240
LABORATÓRIOS
HEMOGRAMA COMPLETO
SÉRIE VERMELHA
ERITRÓCITOS (glóbulos vermelhos-GR) 4 a 5 milhões/mm³. (Vida de 120 dias)
AUMENTO DIMINUI
Fibrose Pulmonar, Desidratação. Anemia, Leucemia, Lúpus.

 HEMOGLOBINA (HB) MULHER: 12 a 16 g/dl, HOMEM: 13 a 18 g/dl.


AVALIA ANEMIA

 HEMATÓCRITO (HTO) MULHER: 38 a 48%, HOMEM 42 a 52%. (É a relação entre o


numero de eritrócito e a parte liquida do sangue).
AUMENTO DIMINUI
Em Choque Anemia, Leucemi.

 RETICULOCITOS 0,5 a 2%. (Valora a função da medula óssea).

 VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM) 80 a 100 fl - fentolitro. (É a medida de cada


eritrócito)

AUMENTO DIMINUI
Anemia Macrocítica, Hipotireoidismo, Anemia Microcítica, Deficiência de Ferro.
Deficiência De Vitamina B12.

 HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (HCM) 27 a 32 pg - pentagrama. (quantidade


de hemoglobina por eritrócito).
AUMENTO DIMINUI
anemia HIPERCROMICA HIPOCROMICA, talassemia.

 PLAQUETAS: 150.000 a 450.000 mm³. (Vida de 10 dias).


AUMENTO DIMINUI
Câncer, Traumatismos, Artrite Reumatoide Anemia Perniciosa, Transtornos Alérgicos,
Heparina e Anemia Hemolítica.

 SERIE BRANCA
 LEUCÓCITOS (GLÓBULOS BRANCOS - GB) 4.000 a 10.000 mm³. (Célula de resposta
imune).
AUMENTO DIMINUI
Leucocitose em casos de infecção Leucopenia em casos de infecções virais
bacteriana, hemorragia.

 NEUTRÓFILOS 45 A 65%. (Polimorfos nucleares).


 CAJADOS (são os neutrófilos imaturos): 1 a 5%, representa o DESVIO A ESQUEDA.
 SEGMENTADOS (são os neutrófilos maduros): 45 a 65%, representa o DESVIO A
DIREITA.
AUMENTO DIMINUI
Neutrofilia Neutropenia
Aumentam em inf. Bacterianas e inflamações.

241
LINFÓCITOS 25 a 35% (representam infecções virais).
AUMENTO DIMINUI
Linfocitose Linfocitopenia

MONÓCITOS 0 a 10%. (Representam infecção viral)


AUMENTO DIMINUI
Tuberculose Corticoterapia, estresse

EOSINÓFILOS 1 a 5%
AUMENTO DIMINUI
Eosinofilia (em casos de parasitos e alergias) Eosinopenia

BASÓFILOS 0 a 1%
 Aumentam em casos de processos alérgicos prolongados.

COAGULOGRAMA
É um conjunto de provas, utilizado para analisar e detectar alterações no tempo de
coagulação do sangue.
 TEMPO DE PROTROMBINA (TP) 10 a 12 segundos
 TEMPO DE SANGRIA (TS) 2 a 5 minutos
 TEMPO DE COAGULAÇÃO (TC) 5 a 10 minutos
 FIBRINOGÊNIO (é uma glicoproteína, que está envolvida nas etapas finais da coagulação
como precursor de monômeros de fibrina necessários para a formação do plug plaquetário)
200 a 400 mg/dl

PERFIL LIPÍDICO
 TRIGLICERÍDEO 150 mg/dl (valores aumentados se associam a riscos vasculares)
 COLESTEROL TOTAL menor de 200 mg/dl
 HDL (lipoproteína de alta densidade - colesterol bom) > 40 mg/dl
 LDL (colesterol ruim) - menor de 100 mg/dl

PERFIL GLICÊMICO
 Glicemia em Jejum 70 A 100 Mg/Dl  Glicemia Pós Prandial Menor de 140 Mg/Dl

PERFIL HEPÁTICO
 PROTEÍNAS TOTAIS 6 a 8 g/dl
 ALBUMINA 3,5 a 5 g/dl (diminui em casos de cirrose, síndrome nefrótica, desnutrição).
 GLOBULINA 1,5 a 3,5 g/dl (aumenta em casos de doenças autoimune).
 BILIRRUBINA TOTAL 1,0 mg/dl
 BILIRRUBINA DIRETA 0,2 mg/dl (aumenta em casos de colestase).
 BILIRRUBINA INDIRETA 0,8 mg/dl (aumenta em casos de hemólise).
 ASPARTATO - TRANSAMINASE (TGO) 10 a 40 UI/L (aumenta em casos de lesão
hepática parenquimatosa, IAM, pancreatite aguda).
 ALANINO - TRANSAMINASE (TGP) 10 a 50 UI/L (aumenta em casos de hepatite viral).
 FOSFATASA ALCALINA (FA) 35 a 130 UI/L

242
 GAMAGLUTAMIL TRANSPEPTIDASE (GGT) 8 a 70 UI/L (aumenta em casos de
colestase, doença infiltrativa do fígado, etilismo).

PERFIL RENAL
 UREIA 10 a 50 mg/dl (aumenta em casos de insuficiência renal, dieta hiperproteica)
 CREATININA 0,7 a 1,4 mg/dl (aumenta em casos de insuficiência renal, diminui em
idosos e pessoas magras)
 ACIDO ÚRICO 3,5 a 7 mg/dl

ELETRÓLITOS
 SÓDIO (Na) 135 a 145 mEq/L (aumenta em casos de diabete insipidus, diuréticos de
ASA, diminui em casos de ICC, hipovolemia, cirrose).
 POTÁSSIO (K) 3,5 a 5 mEq/L (aumenta em casos de insuficiência renal, acidose
metabólica, IECA, diminui em casos de vômitos, alcalose metabólica, diarreia).
 CLORO (Cl) 90 a 110 mEq/L (aumenta em casos de desidratação, IRA, diminui em
casos de hiper-hidratação, vômitos excessivos).
 CÁLCIO (Ca) 8,5 a 10 mg/dl (aumenta em casos de neoplasias, hipervitamina D,
diminui em casos de hipovitamia D).
 MAGNÉSIO (Mg) 1,5 a 2,5 mg/dl (aumenta em casos de insuficiência renal, diminui em
casos de diarreia, diuréticos, etilismo).
 FOSFORO (P) 2,5 a 4,5 mg/dl (aumenta em casos de insuficiência renal, acidose
metabólica, diminui em casos de hiperglicemia, alcalose metabólica).
 BICARBONATO (HCO3) 22 a 26 mEq/dl

PERFIL CARDÍACO
 CREATINA FOSFOKINASA (CPK) MULHER: até 140 U/L, HOMEM: até 174 U/L
(aumenta em caso de miopatias, necrose ou atrofia do musculo estriado).
 CPK-MB menor que 25 U/L (aumenta em casos de necrose miocárdica, entre as 4 e 6
horas, o pico é as 12 horas).
 MIOGLOBINA menor de 90 mcg/l. (É a primeira enzima a aumentar no IAM).
 TROPONINA menor de 0,5 ng/ml (é o marcador mais especifico para IAM, sobe entre 4
a 6 horas e se mantem por 7 dias).
 LDH (LACTATO DESIDROGENASE) 240 a 480 U/L. (Aumenta em casos de hemólise,
IAM, lesão hepática, exsudado em derrame pleural).

MARCADORES INFLAMATÓRIOS
 AMILASE até 100 UI/L (enzima que hidroliza os carboidratos - aumentado em
pancreatite, IRC, cetoacidose diabética, abdome agudo).
 LIPASE menor de 60 UI/L (enzima que hidroliza os ácidos graxos - esta aumentada
em casos de lesão pancreática, inflamação intra-abdominal).
 PROTEINA C REATIVA (PCR) menor de 0,5 mg/dl (marcador de fases agudas,
principalmente bactérias, traumas).

GASOMETRIA ARTERIAL
 PH: 7,35 a 7,45
 PO2: 60 a 100 mmHg (diminuído em pneumonia, edema agudo de pulmão, asma, EPOC).
 PCO2: 35 a 45 mmHg (aumentado em obstrução de vias aéreas, diminuído em casos de
ansiedade, dor, febre, sepse).

243
 HCO3 (bicarbonato): 22 a 26 mEq/L (aumentado em caso de desidratação, perda
digestiva, IRA e diminuído em casos de hiper-hidratação, perdas de cloro).

ALGUNS RESULTADOS:
PH Diminuído Acidose Metabólica, por diminuição do HCO3, compensação do PCO2.
PH - HCO3 - pCO2

PH diminuído Acidose Respiratória, por aumento do pco2 e compensação de hco3.


PH - pCO3 - HCO3

PH aumentado Alcalose Metabólica, por aumento de hco3 e compensação de pco2.


PH - HCO3 - pCO2

PH aumentado Alcalose Respiratória, por diminuição de pco2 e compensação de


hco3.
PH - PCO2 - HCO3

EXAME GERAL DE URINA (NORMAL)


ASPECTO
 Límpido  Turvo: piuria, moco, fecaluria, acido úrico
 Amarelado: graus de desidratação  Vermelho: hemácias, hemoglobina,
medicamentos
COR incolor ao amarelo

DENSIDADE 1,010 a 1,025

VOLUME 1200 a 1500 ml/dia


 Anuria total: 0 a 20 ml/dia  Anuria: menor de 100 ml/dia
 Oliguria: 100 a 400 ml/dia  Policiuria: 1501 a 4000 ml/dia
 Hiperpolaciuria: maior de 4000 ml/dia

PH 4,5 a 8,0

GLICOSE 2 a 20 g/100ml

HEMATÚRIA ausente (até 1 a 3 por campo é normal)

LEUCÓCITOS ausente (até 2 a 5 por campo é normal)

PROTEINURIA 100 a 150 mg/dl

244
GENERALIDADES DE ELETROCARDIOGRAMA
A partir da linha isoelétrica surge:

Isodifasico: em cima e em baixo ao mesmo tempo, e mesmo tamanho

Positivo: positivo para cima

Negativo: onda para baixo

Isoelétrico sem Atividade Elétrica

Onda: representa a atividade elétrica

Complexo: conjunto de 2 ou mais ondas

 ECG Normal  Segmento: espaço entre duas ondas.


 Intervalo: espaço entre ondas com uma onda dentro.

 ONDA P: representa despolarização atrial.


 COMPLEXO QRS: representa despolarização de ventrículos.
 ONDA T: repolarização de ventrículos.

PARA SABER: A onda q pode aparecer ou não, é normal, se aparecer deve ser muito
pequena. se maior que 2 mm indica alguma patologia (IAM).
 INTERVALO PR/PQ: verifica bloqueio de condução.

245
BLOQUEIO DE CONDUÇÃO:
 1°Grau: menor ou igual a 0,20 (não varia  2°Grau: se prolonga até a onda P sem
no ecg) complexo.
 3°GRAU: Bloqueio completo  SEGMENTO ST: onde termina a onda S e
começa a onda T.

PAPEL DE ELETROCARDIOGRAFIA
Papel milimitrado com quadrinhos de 1mm x 1mm)
 HORIZONTAL: tempo 0,04 segundos.  VERTICAL: voltagem 0,1 ms.

VALORES
 ONDA P: valor máximo de 2,5mm x 2,5mm (0,1seg x 0,2ms)
 COMPLEXO QRS: tempo de 0,04seg a 0,1seg.
 INTERVALO PR OU PQ: 3 quadrinhos (0,12seg) a 5 quadrinhos (0,2seg). (Para ver
bloqueio de condução).
 SEGMENTO ST: para cima, 1 quadrinho (0,1ms) e para baixo, apenas meio quadrinho
(0,05ms). (Se maior, indica IAM).
 O INICIO É MARCADO PELO PONTO “J”
 Se o ponto J está abaixo da linha base indica IAM com infra ST
 Se o ponto J está acima da linha base indica IAM com supra ST

PARA SABER: CRITÉRIOS PARA RITMO SINUSAL (ritmo normal do coração)


 Onda P positiva e arredondada antes de cada QRS.
 Intervalo PR entre 0,12 e 0,20 segundos.
 QRS de aparência estável, menor de 0,12 segundos.
 Intervalo RR estável, FC entre 60 a 100 por minutos.

246
NERVOS CRANIANOS
1 - Olfatório (Olfato) 2 - Óptico (Visual)
 Origem: Telencéfalo  Origem: Diencéfalo
 Sensitivo  Sensitivo

3 - Motor Ocular Comum / Óculo-Motor 4- Patético / Troclear


Movimentos Oculares Movimentos Oculares
 Origem: Mesencéfalo  Origem: Mesencéfalo
 Motor  Motor

5 -Trigêmeo 6 - Motor Ocular Externo / Abducente


(Mastigação E Sensibilidade Do Rosto) Movimentos Oculares
 Origem: Ponte  Origem: Ponte
 Misto (Sensitivo E Motor)  Motor

7- Facial 8 - Auditivo / Acústico-Vestibular


Expressão Facial e Gustação Percepção De Sons E Movimentos
 Origem: Ponte  Origem: Ponte
 Misto (Sensitivo E Motor)  Sensitivo

9 - Glossofaríngeo 10 - Vago
Impulsos Gustativos Da Língua Inervação Da Laringe, Recebe O Gosto
 Origem: Bulbo  Origem: Bulbo
 Misto (Sensitivo E Motor)  Misto (Sensitivo E Motor

12 - Espinhal / Acessório 12 - Hipoglosso


Controla Os Músculos Do Pescoço, Inervação Da Língua
Movimentos Da Cabeça  Origem: Bulbo
 Origem: Bulbo  Motor
 Motor

PARA SABER: MEMOTÉNICO EM ESPANHOL PARA OS 12 PARES CRANIANOS.

 Oh, Oh! Mama, Papa, Traigo Mini Faldas. Ahora mis Gluteos Van Estar Helados.

247
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
CIRCULAÇÃO MENOR (pulmonar)
O sangue com CO2 sai do ventrículo direito pelas Artérias Pulmonares até o pulmão, onde é
feito a troca gasosa (deixa o CO2 e recolhe O2), e volta pelas Veias Pulmonares para o átrio
(aurícula) esquerdo.

INICIA ventrículo direito, o sangue sai pelas artérias pulmonares.


DESTINO Pulmões
TERMINA átrio esquerdo (aurícula esquerda), pelas veias pulmonares.

CIRCULAÇÃO MAIOR (sistêmica)


O sangue oxigenado sai do ventrículo esquerdo pelo cajado aórtico (Artéria Aorta) para todo
o corpo (células), onde deixa o oxigênio e traz o dióxido de carbono ao coração pela Veia
Cava, e seno venoso coronariano para o átrio (aurícula) direito.

INICIA ventrículo esquerdo, sai pela artéria aorta.


DESTINO todo o organismo
TERMINA átrio (aurícula) direito, pela veia cava e seno venoso coronariano.

248
HORMÔNIOS
São substancias químicas secretadas pelas glândulas endócrinas.
Regulam o crescimento, o desenvolvimento, as funções de muitos tecidos e coordenam os
processos metabólicos do organismo.

GLÂNDULAS ENDÓCRINAS:
 Hipófise (Adeno-Hipófise, Neuro-Hipófise).  Tiroides  Paratireoides

SUPRARRENAL
 Córtex: Aldosterona, Cortisol, Progesterona,  Medula: Adrenalina, Noradrenalina.
Estrógenos Andrógenos.

 Pâncreas  Testículos  Ovários

TIPOS DE HORMÔNIOS:
 AMINAS  Hormônios Tireóideos  Catecolaminas
(Aminoácidos, Tirosina) (T3 E T4) Adrenalina E Noradrenalina)

PROTEICAS E PEPTÍDICAS
 Hormônios do pâncreas  Hormônios do hipotálamo e hipófise

ESTEROIDES
 Hormônios Suprarrenais  Hormônios de Glândulas Reprodutoras

Glândula Suprarrenal
 ADRENALINA E NORADRENALINA: ajudam o organismo a afrontar o estresse,
aumentam a frequência cardíaca e pressão arterial.
 ALDOSTERONA: regula o balance de sal e agua.
 CORTICOSTEROIDES (CORTISOL): atua como anti-inflamatório, regula o balance de
sal e agua, regula a pressão sanguínea e força muscular.

Glândula Hipófise (Pituitária)


 HORMÔNIOS ANTIDIURÉTICOS: afeta a retenção de agua nos rins (controlam a
pressão sanguínea).
 CORTICOTROPINA (ACTH): controla a produção e secreção dos hormônios
suprarrenais.
 HORMÔNIO DO CRESCIMENTO: afeta o crescimento e desenvolvimento, estimula
produção de proteínas.
 HORMÔNIO LUTEINIZANTE (LH) e estimulante de folículos (FSH): controla as
funções reprodutoras e características sexuais.
 OXITOCINA: estimula as contrações uterinas, e condutos lácteos dos seios.
 PROLACTINA: inicia e mantem a produção láctea.
 HORMÔNIOS ESTIMULANTES DA TIREOIDE (TSH): estimula a produção e secreção
de hormônios da tiroide.

RINS
 RENINA E ANGIOTENSINA: controlam a pressão sanguínea.
 ERITROPOIETINA: regulam a produção de glóbulos vermelhos.

249
PÂNCREAS
 GLUCAGON: aumenta o nível de açúcar no sangue.
 INSULINA: diminui o nível de açúcar no sangue, estimula o metabolismo da glicose,
das proteínas e da glucose.

OVÁRIOS
 ESTRÓGENOS: afeta o desenvolvimento das características sexuais femininas e o
desenvolvimento reprodutor.
 PROGESTERONA: estimula o revestimento uterino para a fecundação. Prepara os
seios para a produção láctea.

TESTÍCULOS
 TESTOSTERONA: desenvolvimento de características sexuais masculinas.

GLÂNDULA PINEAL
 MELATONINA: relacionado ao sono, produzindo um efeito tranquilizante “relógio
biológico”.

 PROSTAGLANDINAS: hormônios derivado de acido graxo e acido araquidônico, tem


importante papel na regulação da contração dos músculos lisos e na resposta
inflamatória.

 COLECISTOQUINA, GASTRINA E SECRETINA: são hormônios de órgãos


específicos que ajudam a regular a digestão.

250
GENERALIDADES DE ANATOMIA
SISTEMA ESQUELÉTICO (OSSOS E CARTILAGENS)
TEM A FUNÇÃO DE:
 Sustentar o organismo  Base mecânica para movimentos
 Proteção das estruturas (coração, pulmão, cérebro)
 Hematopoiéticas (suprimento continuo de celular sanguíneas novas)

O QUE É UM OSSO: órgãos duros, esbranquiçados que unidos a outro por meio de
articulações formam o esqueleto. Esta composto de cálcio, colágeno, proteoglicanos.

O QUE É CARTILAGEM: forma elástica de tecido conetivo semirrígido.


 NUMERO DE OSSOS: 206!!!
 ESQUELETO AXIAL: ossos da cabeça,
pescoço, tronco.
 ESQUELETO APENDICULAR: ossos dos
membros inferiores e superiores.
 ESTRUTURA DE UM OSSO LONGO:
 Diáfise (corpo)
 Epífise (extremidades)
 Metáfise (parte dilatada da diáfise próxima a
epífise)

CABEÇA
 CRÂNIO (frontal, occipital, 2 temporal, 2 parietal, etmoide, esfenoide).
 FACE (mandíbula, vômer, zigomático, 2 maxilar, 2 palatino, 2 nasal, 2 lacrimal, 2 concha
nasal inferior).

PESCOÇO
 VERTEBRAS (7 cervicais)  HIOIDE

TÓRAX
 Costelas (24, 7 pares verdadeiros, 3 pares falsos, 2 pares flutuantes).
 Vertebras (12 torácicas)  Esterno (faz parte o manubio, corpo e apêndice xifoide).

ABDOME
 VERTEBRAS (5 lombares)  SACRO (5)  CÓCCIX (4 a 5)

MEMBRO SUPERIOR
 CINTURA ESCAPULAR (2,  BRAÇO  ANTEBRAÇO (radio e cúbito)
clavícula e escapula) (úmero)
 MÃO (27 ao total em cada mão, carpo escafoide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio,
trapezoide, capitato, hamato, metacarpo I, II, III, IV, V, falanges 14).

MEMBRO INFERIOR
 CINTURA PÉLVICA (1, ilíaco)  COXA (fêmur)  JOELHO (patela)
 PÉ ( 27 em cada pé, sendo eles o  PERNA (2, tíbia e
tarso, metatarso e falanges). fíbula)

251
OUVIDO MÉDIO
3 OSSÍCULOS
 Martelo  Bigorna  Estribo

 ARTICULAÇÕES
 União funcional entre os ossos
 Articulações fibrosas (SINARTROSES suturas, fixação de dentes, tíbio-fibular, são
imóveis)
 Articulações cartilagíneas (ANFIARTROSE tem os movimentos limitados)
 Articulações sinoviais (DIARTROSE tem movimentos amplos).

PARA SABER: LIGAMENTOS DO JOELHO


 Patelar  Poplíteo obliquo
 Poplíteo arqueado  Colateral tibial (medial)
 Colateral fibular (lateral)  Ligamento cruzado anterio
 Ligamento cruzado posterior  Ligamento transverso

 MÚSCULOS: são estruturas capazes de transmitir movimentos (contração). Suas


funções são:
 Produção de movimentos corporais  Estabilização da posição
 Regulação de volume de órgãos  Movimentos de sustentação dentro do corpo
 Produção de calor

SISTEMA NERVOSO
CENTRAL
ENCÉFALO
 Cérebro (telencefalo que são os dois hemisférios, e o diencéfalo que esta composto pelo
tálamo, hipotálamo, epitálamo...)
 Tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo)  Cerebelo  Medula Espinhal

PERIFÉRICO
 NERVOS (cranianos que estão localizados no encéfalo, e espinhais que estão na medula
espinhal).
 GÂNGLIOS

MENINGES
 DURA-MÁTER (superficial)  ARACNOIDE (meio)  PIA-MÁTER (interna)

PARA SABER: ESPAÇOS DAS MENINGES


EPIDURAL SUBDURAL SUBARACNOIDEA
 Espaço entre crânio e  Espaço entre dura-máter e  Espaço entre aracnoide e
dura-máter aracnoide pia-máter

LIQUIDO CEFALORRAQUIDIANO (LCR)


Fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e cavidades ventriculares.
 FUNÇÃO: proteção mecânica do SNC
 COMPOSIÇÃO: agua, glicose, proteínas, leucócitos, cloretos.

252
SISTEMA CARDIOVASCULAR
Tem a função de levar nutrição e oxigênio para as células.
 Faz parte o sangue, o coração e os vasos sanguíneos (artérias, que sai do coração, e
veias que sai dos tecidos e chega ao coração).

SANGUE
Composto por:
 PLASMA (parte liquida)
 GLÓBULOS VERMELHOS (hemácias/hemoglobina, responsável por transportar oxigênio
e CO2).
 GLÓBULOS BRANCOS (leucócitos - são os neutrófilos, basófilos, eosinófilos, monócitos
e linfócitos, responsáveis pela defesa do organismo).
 PLAQUETAS (responsável pela coagulação sanguínea)

CORAÇÃO
PESA MEDE LOCALIZAÇÃO
 250 a 300 gramas  12 cm de comprimento, 9 cm de largura  No mediastino

LIMITES:
Anterior Inferior
 Abaixo da costela e esterno  Repousa sob o diafragma
Borda Direita Borda Esqueda
 Pulmão direito  Pulmão esquerdo
 Superior posterior a traqueia, esôfago e artéria aorta

CAPAS (estão revestidas pelo PERICARDIO, é como um saco que protege o coração):
 Epicárdio (membrana que reveste e protege o coração - camada externa)
 Miocárdio (musculo estriado cardíaco, permite que o coração contraia)
 Endocárdio (cama interna)

CONFIGURAÇÃO INTERNA DO CORAÇÃO:


2 átrios (recebem o sangue)
 Direito: Veia cava superior recolhe o sangue da cabeça e parte superior. Veia cava
inferior recolhe sangue do abdome e membros inferiores. Coronárias, recolhe o sangue que
nutre o miocárdio.
 Esquerdo: 4 veias pulmonares

2 ventrículos (bombeiam o sangue para fora do coração)


 Direito  Esquerdo

PARA SABER:
SÍSTOLE: contração DIÁSTOLE: relaxamento

SISTEMA RESPIRATÓRIO
É um conjunto de órgãos responsáveis pela troca de gases do organismo, CO2 por O2,
possibilitando a respiração celular.

253
TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR
 Nariz  Cavidade nasal  Produz sons (voz)  Laringe
Faringe (nasofaringe, orofaringe, laringofaringe)
 Atua como passagem para o ar durante a respiração.
 Impede que alimentos entrem para a traqueia.

Parte superior da traqueia


Trato Respiratório Inferior
 Parte inferior da traqueia
 Brônquios (ligação da traqueia com os pulmões)
 Bronquíolos
 Alvéolos (minúsculos sacos de ar, as trocas entre CO2 e O2 é feita através da membrana
alvéolo capilar)

Pulmões (pesa 700 gramas)


 Esquerdo: lóbulos superior e inferior.  Direito: lóbulos superior, médio e inferior.

Pleuras
 Pleura visceral (pulmão)  Pleura parietal (parede torácica)

PARA SABER: As trocas gasosas são chamadas de HEMATOSE.

SISTEMA DIGESTIVO
Esta formado por um conjunto de órgãos, cuja função é transportar os alimentos ingeridos e
transforma-los, por meio de processos mecânicos e químicos, em nutrientes necessários
para as diferentes funções do organismo, como crescimento, energia... (tubo oco, onde
passa o alimento/canal alimentar).

FASES
 MASTIGAÇÃO: Desintegração parcial  DEGLUTIÇÃO: Condução dos alimentos
dos alimento da faringe ao esôfago
 INGESTÃO: Introdução dos alimentos ao  DIGESTÃO: Desdobramento do alimento
estomago em moléculas simples
 ABSORÇÃO: Processo realizado pelos  DEFECAÇÃO: Eliminação das
intestinos substancias não digeridas do trato
gastrointestinal

ÓRGÃOS
 BOCA  FARINGE  ESÔFAGO

ESTOMAGO
 Cárdia (válvula que impede o refluxo)  Fundo  Corpo
 Piloro (válvula que impede o passo prematuro para o intestino delgado).

TEM A FUNÇÃO DE:


 Digestão do alimento  Secreção do suco gástrico
 Secreção de hormônio gástrico (gastrina)  Forma bolus para o intestino delgado

254
 INTESTINO DELGADO (onde ocorrem os principais eventos de absorção, mede 5 a 8
metros, fazem parte o duodeno, jejuno e íleo).

INTESTINO GROSSO (mede 1,5 metros, onde a agua é absorvida)


 Divide-se em 4 partes: ceco, cólon (ascendente, transverso, descendente e sigmoide), reto
e anus.

TEM A FUNÇÃO DE:


 Absorção de agua, e alguns eletrólitos.  Síntese de algumas vitaminas
 Armazenagem temporária de resíduos (fezes)  Defecação

ÓRGÃOS DIGESTÓRIO ACESSÓRIOS


 Dentes (rompimento físico dos alimentos)  Língua (mastigação e deglutição)
 Glândulas salivares  Fígado  Vesícula Biliar Pâncreas
Produzem ou armazenam secreções que passam pelo trato gastrointestinal e auxiliam na
decomposição química do alimento.

FÍGADO
LOCALIZAÇÃO: região superior do abdome, hipocôndrio direito.
 PESA: 1500 gramas
FACES:
 Diafragmática: 2 lóbulos  Visceral: 4 lóbulos

FUNÇÃO:
 Produz bile (Bile - emulsiona a gordura e a distribui para a parte distal do intestino para a
digestão e absorção).
 Armazena a glicose  Ferro, cobre, vitaminas
 Metabolismo do carboidrato / lipídeos /  Processamento de fármacos e hormônios
proteínas
 Excreção de bilirrubina e sais biliares

VESÍCULA BILIAR
 LOCALIZAÇÃO: na fossa biliar, na face visceral do fígado (hipocôndrio direito)
 CAPACIDADE DE ARMAZENAR 50ML DE BILE.
 DUCTO CÍSTICO liga a vesícula biliar ao ducto hepático comum (união do ducto hepático
esquerdo e direito).

PARA SABER: A união do Ducto Cístico + Ducto Hepático Comum formam Colédoco
(mede de 5 a 10cm) , ele desce até a parte superior do duodeno, situado na cabeça do
pâncreas e entra em contato com o Ducto Pancreático Principal.
VIA BILIAR

255
PÂNCREAS
Produz o suco pancreático (Secreção Exócrina) que entra no duodeno através dos ductos
pancreáticos.
Produz glucagon e insulina (Secreção Endócrina) que entra no sangue.
 PESO: 15 a 16 gramas MEDE: 12 a 15 centímetros  PARTES: cabeça, corpo e
calda.

DUCTO PANCREÁTICO: começa na calda e vai ate a cabeça, se relaciona com o


COLÉDOCO, e entra no duodeno pela AMPOLA DE WATER.

FUNÇÕES DO PÂNCREAS:
 Dissolver carboidratos (AMILASE)
 Dissolver proteínas (TRIPSINA, QUIMOTRIPSINA, CARBOXIPEPTIDASE E ELASTASE).
 Dissolver triglicerídeos (LIPASE)
 Dissolver ácidos nucleicos (RIBONUCLEASE E DESOXIRRIBONUCLEASE).

SISTEMA URINÁRIO
Encarregados de elaborar a urina e armazena-la temporariamente.
ESTÁ COMPOSTO POR:
 2 RINS (filtram o sangue e produzem a  2 URETERES (ductos que transportam a
urina) urina para a bexiga)
 BEXIGA (onde se armazena a urina por  URETRA (onde a urina é expelida para
algum tempo) fora do corpo)

PARA SABER: A urina esta composta por acido úrico, ureia, sódio, potássio,
bicarbonato.

256
RIM
Na sua parte interna encontra-se:
 CÓRTEX (papilas)  MEDULA (pirâmides)
Parênquima do rim, onde estão os NEFRONS, formar a urina. unidade funcional do rim,
responsável por
Localização: Mede: Peso:
Retro Peritoneal, nos 11 Cm De Comprimento, e  120 A 170 Gramas Cada.
Flancos. 5 A 7 Cm De Largura.

NEFRÓNS
Está formado por:
 CORPÚSCULO RENAL (capsula glomerular e glomérulo, rede de capilares sanguíneos).
 TÚBULO RENAL (proximal, asa de Henle, distal, coletor)

FUNÇÕES DO RIM
Filtra o sangue Isso contribui para a homeostasia dos
Forma a urina líquidos
 Regula a composição iônica do sangue  Mantem osmolaridade do sangue
 Regula o volume sanguíneo  Regula a pressão arterial
 Regula o pH do sangue  Regula o nível de glicose no sangue
 Excreção de resíduos e substancias estranhas

GLÂNDULAS SUPRARRENAIS: produzem hormônios


 MEDULA: Epinefrina (Adrenalina) e Noradrenalina.  CÓRTEX: Esteroides

URETER
2 tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga.
 Mede: 25 a 30 cm e menos de 6mm de diâmetro.  Realiza Peristaltismo

BEXIGA
Reservatório temporário de urina com capacidade de reservar 700 a 800ml de urina, órgão
oco, retro peritoneal localizado no hipogástrio.
 NAS MULHERES: localiza-se acima da vagina e debaixo do útero.
 NOS HOMENS: anterior ao reto.

URETRA
CONDUZ A URINA DA BEXIGA PARA O EXTERIOR
 Abre-se para o exterior através do ÓSTIO EXTERNO
 NAS MULHERES mede 3,8 cm (exclusivamente do sistema urinário)
 NOS HOMENS mede 20 cm (faz parte do sistema urinário e sistema reprodutor, porque
conduz o esperma, e esta composta por 3 partes, a prostática, a membranosa e a
esponjosa).

SISTEMA GENITAL
 Célula reprodutora feminina: ÓVULO (possui metade dos cromossomos - 23)
 Célula reprodutora masculina: ESPERMATOZOIDE (possui a outra metade - 23)

257
O QUE SÃO CROMOSSOMOS?
 São partículas que transmitem as características hereditárias, que entram na constituição
dos núcleos celulares. São 46 cromossomos.

MASCULINO
FAZEM PARTE:
 TESTÍCULOS (gônadas) - produz esperma e secretam testosterona.
 DUCTOS - transportam e armazenam esperma, e conduz para o exterior.
 Deferente  Ejaculatório  Uretra

GLÂNDULAS SEXUAIS ACESSÓRIAS.


 Próstata  Glândula Bulbouretral  Vesículas Seminais

PÊNIS
 ESCROTO - bolsa musculo-cutânea onde estão os testículos e epidídimo.
 TESTÍCULOS: situados no escroto, região anterior do períneo.
 Os espermatozoides são formados nos túbulos seminíferos.

 EPIDÍDIMO: estende-se longitudinalmente na borda posterior do testículo.


 Armazena espermatozoides até o ato sexual.

 DUCTO DEFERENTE: cordão liso, duro e branco. Tem a função de levar o esperma.

 DUCTO EJACULATÓRIO: penetra a parte posterior da próstata.

 VESÍCULAS SEMINAIS: acima da próstata, produz um liquido para ser adicionado á


excreção dos testículos (contem frutose, prostaglandinas e vitamina C), por ser alcalino ajuda
a neutralizar o acido da uretra (da cor ao sêmen).

 PRÓSTATA: glândula que secreta junto ao liquido seminal. Sua base esta encostada na
bexiga.

 GLÂNDULAS URETRAIS: secreção semelhante ao muco, constitui 5% do liquido seminal.


Durante a excitação sexual, elas secretam substancias alcalina que lubrifica e protege os
espermatozoides.

PÊNIS: órgão erétil e copulador masculino.


 Corpo cavernoso Corpo esponjoso  Glande  Raiz
 Prepúcio: capa fina e deslizante que envolve a parte livre do pênis.

FEMININO (VER 1° RESUMO DE GINECOLOGIA)


PRODUÇÃO DOS ÓVULOS
Oferecem condições para o desenvolvimento, até o nascimento do novo ser.
Esta formado por:
ÓRGÃOS INTERNOS ÓRGÃOS EXTERNOS
 Ovários  Monte púbis
 Tubas uterinas  Lábios maiores
 Útero  Lábios menores
 Vagina  Clitóris
258
SISTEMA LINFÁTICO
 Rede de Órgãos Linfoides (amigdalas, timo, baço), Linfonodos, Ductos Linfáticos,
Tecidos Linfáticos, Capilares Linfáticos E Vasos Linfáticos, que produzem e transportam
a linfa (fluido linfático) dos tecidos para o sistema circulatório.
 Muito importante para o sistema imunológico, produz glóbulos brancos para a proteção
contra bactérias e vírus invasores.

FUNÇÕES:
 Remoção dos fluidos em excesso dos tecidos corporais.
 Absorção de ácidos graxos e transporte da gordura para o sistema circulatório.
 Produção de células imunes (linfócitos, monócitos, plasmócitos - produtores de
anticorpos).

BAÇO
 Situado no hipocôndrio esquerdo
 Possui grande quantidade de macrófagos, que através de fagocitose destroem micróbios,
restos de tecidos, substancias estranhas, células do sangue desgastadas. (Limpa o sangue).

FUNÇÕES:
 Reserva de sangue (em casos de hemorragia intensa)
 Destruição de glóbulos vermelhos e preparação para novos.
 MACRÓFAGOS: capacidade de fagocitose (pode ingerir até 100 bactérias antes de
morrer). É importante na eliminação de tecidos necrosados.
 LINFÓCITOS: glóbulo branco do sangue. Produzem anticorpos para defender o
organismo de infecções. Desenvolvem-se na medula óssea.
 CÉLULAS T: No TIMO. Tem a função de reconhecer e destruir células anormais do corpo
(células infectadas por vírus). “Derivados de células mãe”.
 CÉLULAS B: reconhecem células e materiais estranhos, entrando em contato com elas
produzindo anticorpos que aderem a superfície da célula anormal e provocam destruição.
“Derivados de células mãe”.

SISTEMA TEGUMENTAR (PELE)


Cobre a superfície do corpo, protegendo do meio ambiente.
PELE
 Epiderme (camada superficial)
 Derme (camada de tecido conectivo profundo) - glândulas sudoríparas e sebáceas. É
flexível e elástica.
 Tecido Celular Subcutâneo (Adiposo) - auxilia a isolar o corpo de variações extremas
do meio ambiente.

Anexos da pele:
 Unhas  Pelos  Glândulas sudoríparas (suor)  Glândulas sebáceas

Receptores sensitivos na pele


 Receptor de RUFFINI - CALOR  Discos de MERKEL - TATO E PRESSÃO
 Receptores de MEISSNER - TATO  Receptores de VATER-PACINI - PRESSÃO

259
Terminações nervosas livres - DOR
 MECANORRECEPTORES: pressão e tato.
 TERMORRECEPTORES: frio e calor.
 NOCIORRECEPTORES: dor, irritação da pele.

260
QUESTIONÁRIO
1. Insuficiência cardíaca direita e esquerda?
IC direita ingurgitação jugular direita + edema de membros inferiores.
IC esquerda ingurgitação jugular esquerda + edema pulmonar.

2. Classificação de ic segundo nyha (funcional)?


CLASSE I assintomático
CLASSE II realiza suas atividades habituais, mas sente um pequeno incomodo passageiro.
CLASSE III se nota dispneia ao realizar atividades.
CLASSE IV tem dispneia em repouso / não realiza atividades habituais.

3. Critérios de FRAMINGHAM?
MAIORES MENORES
 Dispneia paroxística noturna  Tosse noturna
 Edema agudo de pulmão  Derrame pleural
 Cardiomegalia  Hepatomegalia
 Estertores crepitantes  Taquicardia
 Refluxo hepato-jugular  Edema de MMII
 Ingurgitação jugular  Dispneia de esforço
 Ritmo de galope
 Perda de peso
Obs.: Para diagnosticar uma ICC, basta 2 critérios maiores, ou 1 maior e 2 menores.

4. O QUE É A ASMA?
Uma inflamação das vias aéreas, caracterizada por:
 Inflamação Bronquial  Hiperresposta Bronquial  Obstrução Bronquial

5. GRAUS DE HTA?
NORMAL < 120 / < 80 PRÉ HTA 120 a 139 / 80 a 89
HTA GRAU I 140 a 159 / 90 a 99 HTA GRAU II > 160 / > 100

6. O QUE É PRESSÃO ARTERIAL?


É a força que exerce o sangue contra as paredes das artérias.

7. O QUE É SÍNDROME NEFRÓTICO?


É o aumento da permeabilidade glomerular, acompanhada de:
 Edemas multilocalizados  Proteinuria maior de 3,5 gramas
 Lipiduria  Hipoalbunemia
O tratamento é: mudanças no estilo de vida, uso de diuréticos e anticoagulantes.

8. O QUE É SÍNDROME NEFRÍTICO?


É uma inflamação aguda do glomérulo, acompanhada de:
 Edema localizado nos MMII  Proteinuria NÃO massiva, menor de 3,5 gr.
 Hematúria  HTA
 Febre
Ocorre pós-infecção por Estreptococo Beta hemolítico do grupo A.
Tratamento: PENICILINA BENZATINICA

261
9. POR QUE TEM MAIS TUBERCULOSE PULMONAR QUE OUTROS TIPOS?
Porque o bacilo de KOCH tem preferencia por O2, e também a vacina BCG que tomamos ao
nascer, protege as formas mais graves de TB.

10. O QUE É SINTOMÁTICO RESPIRATÓRIO?


É quando o paciente apresenta tosse produtiva ou não produtiva, por mais de 15 dias.

11. ESQUEMAS DE TRATAMENTO DE TUBERCULOSE (NA BOLÍVIA)?


1° esquema (dura 6 meses)
1ª fase dura 2 meses 2°fase, dura 4 meses
 Rifampicina 10mg/kg  Rifampicina 10mg/kg
 Pirazinamida 25mg/kg  Isoniacida 5mg/kg
 Isoniacida 5mg/kg
 Etambutol 20mg /kg

2° esquema (dura 8 meses)


1ª fase dura 2 meses 2ª fase, dura 1 mes 3ª fase, dura 5 meses
 Rifampicina 10mg/kg  Rifampicina 10mg/kg  Rifampicina 10mg/kg
 Pirazinamida 25mg/kg  Isoniacida 5mg/kg  Isoniacida 5mg/kg
 Isoniacida 5mg/kg  Pirazinamida 25mg/kg  Etambutol 20mg / kg
 Etambutol 20mg / kg  Etambutol 20mg / kg
 Estreptomicina

3°esquema (pediátrico, dura 6 meses)


1ª fase dura 2 meses 2ª fase, dura 4 meses
 Rifampicina 10mg/kg  Rifampicina 10mg/kg
 Pirazinamida 25mg/kg  Isoniacida 5mg/kg
 Isoniacida 5mg/kg
Obs.: Se menores de 5 anos de idade, com pais com tuberculose fazer medidas
profiláticas, Rifampicina + Isoniacida (de 4 a 6 meses).

12. SINAIS DE ALARME DA DENGUE?


 Sangramento de mucosa  Alterações de FC/FR
 Hepatomegalia > 2cm  Vomito explosivo e persistente
 Dor abdominal  Sonolência / irritabilidade
 Aumento do hematócrito, e diminuição das plaquetas

13. QUAIS SÃO AS FASES DA DENGUE?


1° FEBRIL (dura de 3 a 7 dias)
2° CRITICA (onde se perde líquido, por vomito, diarreia e sangramento)
3° RECUPERATIVA

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14. DIFERENÇAS DE DENGUE, ZIKA E CHICUNGUNYA
SINTOMAS DENGUE ZIKA CHICUNGUNYA
Febre Alta, > 38°C Sem febre, ou Alta, > 38°C
de 3 a 7 dias. subfebril. de 2 a 3 dias.
Exantema A partir do 4°dia 1° e 2° dia Surge em 50% dos
Em 30 a 50% casos
Mialgia Forte Leve Leve
Artralgia Leve Moderada Forte
Edema de Raro Frequente de leve Frequente e de alta
articulação intensidade insidade
Conjuntivite Raro 50 a 90% dos casos 30% dos casos
Cefaleia Forte Moderada Moderada
Comprometimento Raro + frequente Raro
neurológico

15. CRITÉRIOS PARA TRANSFUSÃO SANGUÍNEA PARA DENGUE?


 Hemoglobina menor de 9  Plaquetas menor de 75,000

16. CLASSIFICAÇÃO DE SHOCK HIPOVOLÊMICO


 I perda menor de 750 ml (repor com cristaloides)
 II perda de 750 a 1500 ml (repor com cristaloides)
 III perda de 1500 a 2000 ml (repor com cristaloide e sangue)
 IV perda maior de 2000 ml (repor com cristaloides e sangue)
OBS.: 2 soros cristaloides para cada bolsa de sangue.

17. QUAIS SÃO OS QUATRO “P´S” DA CLINICA DA DIABETES?


 Poliúria  Polifagia  Polidipsia  Perda de peso

18. QUAIS SÃO OS RAMOS DA AORTA?


 Tronco celíaco hepática, esplênica, gástrica.
 Pancreática  Renal
 Mesentérica superior cólica, ileocolica, cecal, apendicular, ileais, jejunais.

19. O QUE É O CURB-65


- Serve para avaliar a gravidade da pneumonia.
 C- Confusão mental
 U- Ureia maior de 44mg/dl
 R- Respiração maior de 30 por minuto
 B- Baixa pressão arterial, menor de 90/60
 65- maiores de 65 anos de idade
 DE 0 A  DE 2 A 3  MAIOR DE 3
 Tratamento Ambulatorial Internação Hospitalar Considerar UTI

20. QUAIS OS TIPOS DE RUÍDOS RESPIRATÓRIOS?


 Estertores  Roncos  Sibilâncias  Estridores

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21. O QUE SÃO RONCOS?
Um som grave, semelhante ao ronquido, que se da quando passa o ar pelos brônquios
estreitos ou dilatados, causado por uma inflamação na parede.

22. O QUE SÃO SIBILÂNCIAS?


Um som agudo, que se da quando passa o ar pelos brônquios estreitos.

23. O QUE SÃO ESTERTORES?


Ruídos borbulhantes nos pulmões se escutam na inspiração, se da quando o ar abre os
alvéolos fechados.

24. O QUE É TOSSE?


Expulsão brusca do ar contido nos pulmões.

25. O QUE É MURMÚRIO VESICULAR?


Um som suave, que se da pelo passo do ar pelas vias aéreas, se ausculta em pacientes
sãos.

26. O QUE É CÉLULA E SUA FUNÇÃO?


Célula é a unidade funcional de todo ser vivo, esta constituída por: membrana plasmática,
citoplasma e núcleo.
Sua função é de nutrir e reprodução.

27. O QUE É UM OSSO, CONFORMAÇÃO E FUNÇÃO?


O osso é um órgão firme e duro, conformado por: tecido ósseo, tecido conectivo fibroso
(periósteo).
Função: proteger os órgãos internos (pulmão e coração), sustentar e locomover.

28. O QUE É UMA ARTÉRIA?


É um vaso sanguíneo que conduz o sangue rico em O2 do coração para os capilares do
corpo.

29. O QUE É UMA VEIA?


É um vaso sanguíneo que conduz o sangue dos capilares até o coração.

30. O QUE É PULSO?


É a pulsação das artérias, como consequência das batidas do coração.
Tipos: temporal, carotídeo, braquial, radial, femoral, poplíteo, tibial.

31. QUAL A DIFERENÇA DE EQUIMOSE E HEMATOMA?


Equimose: sangramento por baixo da pele devido a uma ruptura de vasos.
Hematoma: é a acumulação de sangue, causado por uma hemorragia interna (resposta de
um golpe).

32. O QUE É UM SOPRO?


São ruídos adicionais do coração, ocasionado por um fluxo desigual ou turbulento, no
momento quando o sangue passa pelas válvulas.

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33. O QUE É INFECÇÕES TORCH?
É um grupo de enfermidades que pode produzir um aborto ou parto prematuro, infecções
perinatais, retraso do crescimento, microcefalia.
 Toxoplasmose  Rubéola  Citomegalovírus  Herpes Vírus

34. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DA SÍNDROME DE DOWN (TRISSOMIA 21)?


Tem 46 cromossomos com 3 copias do cromossomo 21.
Características físicas: cabeça pequena, cabelo liso, cara redonda, boca pequena, pescoço
curto e grosso, dedos e braços curtos.
Pode apresentar cardiopatia congênita (70% dos casos).

35. SE AS PUPILAS NÃO ESTIVEREM ISOCÓRICAS, COMO VÃO ESTAR? E EM QUAIS


CONDIÇÕES?
Anisocóricas: TEC, AVC, tumor cerebral, convulsão.
Midriase: cocaína, álcool, TEC.
Miose: opióides, quimioterapias, antipsicóticos.

36. SE O MURMÚRIO VESICULAR NÃO ESTIVER CONSERVADO, COMO VAI ESTAR E


EM QUAIS CONDIÇÕES?
Diminuído: pneumonia
Abolido: pneumotórax, hemotórax.

37. TIPOS E VALORES DE COLESTEROL?


Colesterol Total: menor de 200 mg/dl HDL: maior de 40 mg/dl
LDL: menor de 100 mg/dl Triglicerídeos: menor ou igual a 150 mg/dl

38. DIAGNOSTICO PARA DIABETE MELLITUS?


Medir duas vezes a glicose em jejum, e o resultado por maior de 126 mg/dl
Glicose aleatória maior de 200 mg/dl, mais os sintomas (4 P´s)
Prova oral de tolerância a glicose maior de 200 mg/dl
Hemoglobina Glicosada maior ou igual a 6,5%

39. O QUE É:
 Paraplegia: paralisação dos membros inferiores.
 Parestesia: sensação de formigamento ou dormência.
 Hemiplegia: paralização de uma metade do corpo.

40. COMO VAI ESTAR A PERCUSSÃO, AUSCULTAÇÃO E SINTOMAS NA


PNEUMONIA?
 Auscultação: estertores crepitantes e roncos.
 Percussão: matidez na região da infecção.
 Sintomas: tosse, febre, expectorações, dor torácica, dispneia, náuseas e vômitos.

41. COMO REAGE UM PACIENTE COM ALCALOSE RESPIRATÓRIA?


Dispneia, tosse, sudorese, cianose, taquicardia, arritmia, tremores, desmaio.

42. COMO REAGE UM PACIENTE COM ALCALOSE RESPIRATÓRIA?


Parestesia periférica (dormência), confusão mental, tontura e ansiedade.

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43. COMO CORRIGIR A GLICEMIA (COM INSULINA)?
Valor Glicemia Corregir com Valor Glicemia Corregir com
0 a 200 0 UI 201 a 249 3 UI
250 a 300 6 UI 301 a 349 9 UI
Maior ou igual a 350 12 UI

44. APRESENTAÇÕES E EXEMPLOS DE INSULINA:


 Ultrarrápida Lispro  Rápida Regular
 Intermedia Nph  Prolongada Glargina

45. DIAGNOSTICO LABORATORIAL DE CETOACIDOSE?


 Glicemia 300 a 600 mg/dl  pH diminuído  HCO3 diminuido
 pCO2 aumentado  Acetonúria

46. O QUE É CETOSE?


- processo de produção de energia a partir da lipólise realizada pelo fígado.

47. QUAL É O HORMÔNIO PRODUZIDO PELOS RINS, QUE DIMINUI NA INSUFICIÊNCIA


RENAL CRÔNICA?
- Eritropoietina, causando anemia normocitica / normocrômica.

48. QUAIS OS EXAMES LABORATORIAIS PODEM PEDIR NA IRC?


 UREIA maior de 45 mg/dl  CREATININA maior de 1,4 mg/dl
 ALBUMINURIA maior de 300/dia  PROTEINURIA maior de 300 mg/dia
 TFG (taxa de filtração glomerular) menor de 60ml/min/1,73m²

49. CLASSIFICAÇÃO DE HIPOGLICEMIANTES ORAIS?


 Sulfanilureas Glibenclamida  Biguanidas Metformina

50. TRATAMENTO PARA CHAGAS?


 NIFURTIMOX por 90 dias  BENZONIDAZOL por 60 dias

51. CLASSIFICAÇÃO DE WAGNER?


 0 pé de risco, sem lesões (presença de calos, fissuras, pele seca)
 1 ulcera superficial (até a derme)  2 ulcera profunda (até os tendões)
 3 ulcera até o osso (osteomielite)  4 Gangrena parcial (localizada nos dedos e
planta do pé)
 5 Gangrena total (localizado em todo o pé)

52. ANTI-HIPERTENSIVOS E EXEMPLOS?


IECA ARA II
Enalapril, Captopril Losartana e Valsartana
Beta Bloqueador Antagonistas dos Canais de Cálcio
Atenolol, Propranolol Nifedipino, Verapamil
DIURÉTICOS
TIAZIDICOS ASA Poupadores de Potássio
 Hidroclorotiazida  Furosemida  Espironolactona

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53. DÊ 5 INDICAÇÕES PARA CESÁREA:
 Desproporção Céfalo-Pélvica  Placenta Previa Total  Situação Transversa
 Macrossomia Fetal  Eclampsia  Atonia Uterina

54. QUAL A CONDUTA NA RAIVA?


Vacina antirrábica 0,3,7,14,28 dia
Imunoglobulina antirrábica humana 20 UI/kg DOSE ÚNICA (infiltrar metade da dose ao redor
da ferida, e a outra metade IM).

55. O QUE É:
URGÊNCIA: quando não se tem risco de vida.
EMERGÊNCIA: quando existe um risco eminente de vida.

56. DIAGNOSTICO DE TUBERCULOSE?


 Clinica, RX com alterações.  2 amostras de esputo (positivas)
 PPD maior de 10 mm (reator forte)  PPD de 5 a 9 mm (reator fraco)

57. QUAL A CLINICA DE IAM?


Dor súbita constritiva maior de 30 minutos, localizado na região pré cordial retro esternal,
que irradia para os braços e ombro esquerdo, mandíbula, pescoço, acompanhado de
dispneia, vômitos e mareio.

58. QUAL A TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR NORMAL?


80 a 120 ml por minuto / 1.73 m²

59. QUAL A ESCALA DE IMC?


 < 16: magreza grau III  16 a 16,9: magreza grau II
 17 a 18,4: magreza grau I  18,5 a 24,9: adequado
 25 a 29,9: pré-obeso  30 a 34,9: obesidade grau I
 35 a 39,9: obesidade grau II  > 40: obesidade grau III

60. TRATAMENTO DE ACORDO AO MICRORGANISMO


 GRAM (+): Estafilococos Aureus, S. epidermitis, Streptococos Pyogenes, Streptococos
Pneumoniae, enterococus fecalis, E. Faecium.
Antibióticos: PNC, eritromicina, aminoglicosideos (estreptomicina, neomicina, gentamicina,
amicacina), cefalosporinas, cloxacilina e dicloxacilina, vancomicina.
 GRAM (-): Neisseria meningitis, N. gonorreae, Haemophylos infuenzae.
Antibióticos: PNC, cefalosporinas, aminoglicosideos (estreptomicina, neomicina, gentamicina,
amicacina).
 ENTEROBACTERIAS: E. Coli, klebsiella, Proteus.
Antibióticos: PNC, aminoglicosideos, vancomicina.
 PSEUDOMONA AERUGINOSA
Antibióticos: cefalosporina 3° geração (ceftriaxona, cefotaxima), aminoglicosideos (estrepto,
neomicina, genta, amicacina), quinolonas, carbapenemicos.

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61. ESCALA DE ALVARADO (PARA O DIAGNOSTICO DE APENDICITE)
 Migração da dor 1 ponto
 Anorexia 1 ponto
 Náuseas e vômitos 1 ponto
 Dor da foça ilíaca direita 2 pontos
 Rebote (dor rebote- sinal de bloomberg) 1 ponto
 Elevação de temperatura (maior de 38°C) 1 ponto
 Leucocitose ( > de 10,500) 2 pontos
 Desvio a esquerda (neutrófilos maior de 75%) 1 ponto
 0 a 4 pontos  5 a 6 pontos  7 a 8 pontos  9 a 10 pontos
Negativo para Possivelmente uma Provavelmente uma apendicite Apendicite
apendicite: apendicite

62. DIFERENÇAS DE PNEUMONIA E ASMA NA AUSCULTA.


 PNEUMONIA: estertores crepitantes  ASMA: sibilâncias expiratórias

63. QUAL O ABCDE DO TRAUMA?


 A Manutenção das vias aéreas permeáveis e estabilização da coluna cervical.
 B Ventilação e respiração
 C Circulação e controle de hemorragias
 D Disfunção neurológica (glasglow)
 E Exposição e controle ao meio ambiente (prevenir hipotermia)

64. QUAL A TRIADA DE MURPHY?


 Náuseas / vômitos  Dor abdominal  Febre

65. TRIADA DE DIEULAFOY


 Hiperestesia cutânea na foça ilíaca direita  Defesa muscular na foça ilíaca direita
 Dor, quando provocado na foça ilíaca direita.

66. TRIADA DE CHARCOT (COLANGITE)


 Icterícia  Dor do hipocôndrio direito  Febre

67. VALORES NORMAIS DOS SINAIS VITAIS


 TEMPERATURA 36,5°C a 37,5°C
 FREQUÊNCIA CARDÍACA 60 a 100 batimentos por minuto
 FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA 12 a 24 respirações por minuto (menor de 12 é
bradipneia, maior de 24 é taquipneia).
 PULSO 60 a 80 por minuto
 PRESSÃO ARTERIAL <120 /<80 mmHg

68. QUAIS SÃO OS CRITÉRIOS DE RANSOM (PANCREATITE/GRAVIDADE)


PRIMEIRAS 24 HORAS DE INTERNAÇÃO
CRITÉRIOS NÃO BILIAR BILIAR
L - Leucocitose Maior de 16,000/mm³ 18,000/mm³
E - Enzima hepática (TGO) Maior de 250 U/L Maior de 250 U/L
G - Glicemia Maior de 200mg/dl Maior de 220 mg/dl
A - Anos (idade) Maior de 55 anos Maior de 70 anos
L - LDH Maior de 350 U/L Maior de 400 U/L
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DEPOIS DE 48 HORAS DE INTERNAÇÃO
CRITÉRIOS NÃO BILIAR BILIAR
F - Fluidos (fuga de líquidos) Maior de 6 litros Maior de 4 litros
E - Excesso de base Maior de 4 mEq/L Maior de 2 mEq/L
C - Calcemia Menor de 8 mg/dl Menor de 8 mg/dl
H - hematócrito Diminuído mais de 10% Diminuído mais de 10%
O - oxigênio Menor de 60 mmHg Menor de 60mmHg
U - Uremia Maior de 5 mg/dl Maior de 2 mg/dl

RESULTADOS:
 De 1 a 3 LEVE  4 ou mais GRAVE

69. QUAL O SISTEMA DE PONTUAÇÃO DE TOLEDO?


PARÂMETROS PONTUAÇÃO
Bacteriológico Isolamento de M. tuberculosis 7
Anatomopatológico Granuloma especifico 4
Imunológico PPD maior ou igual a 10mm 3
Radiológico Padrão sugestivo de TB 2
Clinico Sintomatologia sugestiva de TB 2
Epidemiológico Antecedentes de contato 2

RESULTADOS:
DE 0 A 2 PONTOS DE 3 A 4 PONTOS
Não é TB Suspeitoso de TB (mais investigação)
DE 5 A 6 PONTOS 7 OU MAIS PONTOS
Suugestivo de TB (realiza exames) Certeza de TB

70. indicações de dialise urgente


 Acidose grave  Alteração hidroeletrolítica
 Intoxicações  Overdose de volume
 Uremia (pericardite, encefalopatia, sangramento)
PARA SABER: AZOTEMIA
 UREIA maior de 200 mg/dl  CREATININA de 8 a 10 mg/dl

71. Quais são os valores normais de um ionograma?


 Sódio 135 a 145 mEq/L  Potássio 3,5 a 5 mEq/L  Cloro 96 a 106 mEq/L
 Cálcio 8,8 a 10,6 mEq/L  Magnésio 1,8 a 3 mEq/L 

72. Quais são as manifestações clinicas de hipokalemia (diminuição de potássio)


 Se menor de 3 mEq/L é GRAVE  Debilidade muscular ou paralise e insuficiência
 Câimbras respiratória.
 Fasciculação  Íleo paralitico  Hipoventilação  Hipotensão
 Rabdomiólise (quebra, degradação do tecido muscular que libera uma pronteina
prejudicial no sangue)

73. Efeitos cardíacos se o potássio é menor de 3 MEQ/l?


 Contrações ventriculares e auriculares prematuras
 Taquiarritmia
 Bloqueio auriculoventricular de 2° e 3° grau
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74. Causas de hipoglicemia?
 Excesso de medicação (insulina, antidiabéticos orais)  Excesso de atividade física
 Diminuição ou atraso da alimentação  Uso excessivo de álcool

75. Como calcula a data provável do parto?


NAEGELE: DUM (data da ultima menstruação) + 7 dias - 3 meses
WAHL: DUM + 10 dias - 3 meses

76. Conduta para paciente vitima de mordida de cachorro


 Animal conhecido (com ou sem vacinas - domestico): mordida em qualquer parte
menos cabeça, pescoço, mãos e pés NÂO SE VACINA Observa o animal por 14 dias.
 Animal selvagem desconhecido: mordida em qualquer parte do corpo, menos cabeça,
pescoço, mãos e pés VACINA Esquema reduzido de 7 doses (1 por dia e 3 reforços aos
10/20/30 dias da ultima dose).
 Animal selvagem domestico com ou sem vacina/ animais desconhecidos: mordida
na cabeça, cara, pescoço, mãos e pés soro antirrábico + vacina Soro antirrábico 40 UI/kg +
vacina (14 doses diárias + 2 reforços aos 10 e 20 dias).

77. O que é ictericia?


É a coloração amarelada da pele, escleras e mucosas por aumento da bilirrubina e sua
acumulação nos tecidos corporais.

78. Dê 5 diagnósticos diferenciais de apendicite no homem e na mulher?


 Homem diverticulite, pancreatite, colecistite, ITU, urolitiase
 Mulher gravidez ectópica, torsão de cisto de ovário, doença inflamatória pélvica,
diverticulite, ITU

79. O que é abdome agudo?


Qualquer dor súbita e intensa no abdome. Não é recomendado uso de analgésicos e
antipasmódicos antes de descobrir a causa, pois pode ocultar sintomas importantes.

80. O que é síndrome febril?


Caracterizado pela elevação da temperatura corporal acompanhada de sinais e sintomas
circulatórios (taquicardia, hipotensão), respiratórios, nervosos (cefaleia, sudorese,
escalafrios, delírios).

81. Qual a clinica de anemia?


 Palidez  Adinamia  Dispneia  Sonolência

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