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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO AGRESTE DE PERNAMBUCO

DISCIPLINA: CLÍNICA MÉDICA DE CANINOS E FELINOS


DOCENTE: RUTE CHAMIE ALVES DE SOUZA
DISCENTES: ALANE, ERLAINE DE HOLANDA C. FILHO, RENATO
HUMBERTO DE ASSUNÇÃO E ROBSON ALVES

CASOS CLÍNICOS DE CARDIOLOGIA

Clínica Médica de Caninos e Felinos – 2022.1

CASO OREO
Canino, Poodle, macho, gonadectomizado, de 10 anos de idade, 4 kg, está com
tosse esporádica há cerca de um ano. Era mais à noite, mas ultimamente piorou,
ocorrendo também durante o dia. Também se cansa rapidamente ao passear.
Dieta: ração GranPlus Cães Castrados e biscoito para cães. Vive em
apartamento com outros cães saudáveis. Vacinação atualizada. Controle
parasitário: fez Basken Plus há uns dois meses, com reforço após 15 dias. Não
tem histórico de pulgas nem carrapatos. Exame físico: escore corporal 4/5,
mucosas róseas, periodontite moderada, halitose, linfadenopatia mandibular
bilateral, TPC de 2 segundos. FC = 100 bpm, FR = 50 mpm, Temp. = 39,1ºC, sopro
sistólico de mitral grau III/VI e crepitações pulmonares finas em lobos caudais.
RESPONDA:
a) Qual o diagnóstico mais provável? E quais os diagnósticos diferenciais?

R= Degeneração mixomatosa, pois é uma doença que acomete cães machos


de pequeno porte cujo uma das raças com predisposição são os poodles com
idade entra 8 a 13 anos de idade. Os sinais clínicos que evidenciam essa
suspeita são: Tosse esporádica, intolerância ao exercício (quando sai para
passear), frequência respiratória aumentada, sopro sistólico de mitral,
classificado em grau III/IV e crepitação pulmonar.
Diagnostico diferencial: Broncopneumonia (devido a ausculta pulmonar), PDA
(PDA pode ocorrer junto com a Degeneração mixomatosa), endocardiose
infecciosa (devido ao aumento dos linfonodos o qual pode ser descartada
devido a doença periodontal).
b) Qual(is) exame(s) complementar(es) que pode(m) ser solicitado(s) para
confirmar o diagnóstico e resultados esperados?

R= -Radiografia de tórax é indicada como triagem nos cães com suspeita


clínica onde vamos avaliar alteração em parênquima pulmonar bem como
aumento de silhueta cardíaca. A avaliação do tamanho do contorno cardíaco
poderá ser feita utilizando o método VHS. Podem indicar graus de aumento
atrial e ventricular.
-Eletrocardiográfico; pode detectar a presença de arritmias cardíacas, bem
como a presença de alterações no traçado. Assim, pode-se evidenciar, em
decorrência do aumento atrial esquerdo, o prolongamento do tempo da onda P
moderada ou severa em decorrência da degeneração mixomatosa. Ademais,
pode ser identificado incremento na amplitude da onda R, a qual pode estar
menor que a onda S; depressão do segmento ST e, em casos de derrame
pleural ou pericárdico, baixa voltagem.
-Ecocardiograma é para detectar acometimento na valva mitral, embora não
possa diagnosticar insuficiência cardíaca. É possível avaliar a gravidade da
regurgitação mitral, estimar a pressão de enchimento do ventrículo esquerdo e
avaliar o funcionamento do miocárdio. Hiperecogenicidade espessamento dos
folhetos acometidos, dilatação atrial, função sistólica preservada em estágio
inicial e prejudicada em estágio final, regurgitação atrioventricular,
remodelamento ventricular esquerdo.
-Biomarcadores Cardíacos; podem ser utilizados em associação aos exames
de imagem, visto que trazem informações concernentes à presença de
comprometimento cardíaco e ao prognóstico. entre os marcadores de lesão
cardíaca, os que merecem destaque pela confiabilidade evidenciada por
estudos são os peptídeos natriuréticos (PN) e as troponinas.

c) Qual a conduta médica a ser instituída neste caso?

R= Sendo realizado os exames complementares para confirmar a suspeita de


degeneração mixomatosa e confirmação da mesma, a conduta a ser tomada é
a classificação do estágio da doença A, B1, B2, C1, C2, D1, D2.
Podemos classificar esse paciente em C1/C2, pois o animal possui sinais
clínicos agudos de ICC, com passivo de internação. Dessa forma o tratamento
a ser adotado, em C1 animal indicado para internação:
Diurético: Furosemida (3 a 4 mg/Kg, IV, Bid/Qid).
Oxigenoterapia
Vasodilatadores inibidores de ECA: Nitroprussiatode sódio 1-5 ug/Kg/min, IV
(monitorar pressão arterial) ou hidralazina 0,5-2,0mg/kg, VO.
Tratamento para C2 (animal passivo de tratamento domiciliar após
hospitalização);
Vaso dilatadores; enalapril 0,25-0,5mg/kg, VO, Sid/Bid, ou benazepril 0,5
mg/Kg, VO, SID (para animais nefropatas).
Diuréticos: furosemida 1-4 mg/Kg, VO, SID/BID.
Inotrópicos Positivos: Pimobendam 0,25-0,3 mg/kg VO, Bid. Digoxina pode ser
utilizada nos casos de fibrilação atrial.

FONTES SOLUCIONAR ESSE CASO:


DEGENERAÇÃO MIXOMATOSA VALVAR: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA;
CARDIOMIOPATIA DILATADA EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA;
LIVRO: CASOS DE ROTINA EM MEDICINA VETERINÁRIA DE PEQUENOS
ANIMAIS.

CASO BOB
Canino, SRD, macho, não gonadectomizado, de 8 anos de idade, 18 kg, veio para
consulta por estar com dispneia intensa, cansaço, hiporexia, oligúria,
hipodipsia, diarreia pastosa e tosse discreta (baixa) há cerca de dois dias. Hoje
teve vômito. O tutor já havia notado o animal mais indisposto há mais ou menos
1 mês. Dieta à base de ração (compra a granel, grãos coloridos) e comida
caseira (sobras da casa). Tem livre acesso à rua. Vacinação: só antirrábica
atualizada. Controle parasitário: nenhum. Tem pulgas e carrapatos. Exame
físico: escore corporal 2/5, mucosa oculopalpebral pálida, oral cianótica,
halitose, linfadenopatia mandibular e cervical superficial bilateral, TPC de 3
segundos. FC = 184 bpm, FR = 70 mpm, Temp. = 38,9ºC, ortopneia, polipneia,
sopro sistólico de mitral grau VI/VI e crepitações pulmonares grossas em todos
os campos pulmonares, pulso hipocinético.
RESPONDA:
a) Qual o diagnóstico mais provável? E quais os diagnósticos diferenciais?
R= Nesse caso o paciente aparenta apresentar cardiomiopatia dilata, devido alguns
sinais encontrados como, apresentar sopro sistólico de mitral grau Vl/Vl, o fato de ser
macho, visto que essa enfermidade acomete em sua grande maioria animais machos,
crepitações pulmonares grossas, déficit de pulso e presença de mucosas pálidas.
Existem vários diagnósticos diferenciais que podem ser considerados no caso do cão
descrito, tais como: Insuficiência cardíaca devido a outras causas, cardiomiopatia
hipertrófica, doença valvar, pericardite. Pneumonia, que pode ser causada por
bactérias, vírus ou outros agentes infecciosos, e que apresenta sintomas respiratórios
e tosse discreta. Doenças parasitárias, como dirofilariose, babesiose ou erliquiose, que
podem causar sintomas semelhantes aos da insuficiência cardíaca. Insuficiência renal
aguda, que pode ser causada por diversas condições, como intoxicações, infecções,
obstrução urinária, entre outras, e que se manifesta por oligúria e hipodipsia.
Neoplasias pulmonares ou de outros órgãos, que podem causar sintomas respiratórios
e perda de peso, semelhantes aos da insuficiência cardíaca.
b) Qual(is) exame(s) complementar(es) que pode(m) ser solicitado(s) para
confirmar o diagnóstico e resultados esperados?

R= Radiografia de tórax: pode mostrar aumento do coração e congestão pulmonar,


característicos da insuficiência cardíaca.
Eletrocardiograma (ECG): pode mostrar anormalidades na atividade elétrica do
coração, como arritmias ou alterações na condução elétrica.
Ecocardiograma: é o exame mais importante para o diagnóstico de cardiomiopatia
dilatada, pois permite visualizar o coração em detalhes, avaliar a função cardíaca, o
tamanho das câmaras cardíacas e a presença de outras anormalidades.
Exames laboratoriais, como hemograma, bioquímica sérica, urinálise e dosagem de
hormônios tireoidianos, para avaliar a presença de outras doenças que possam estar
contribuindo para os sintomas do animal.
Holter: Possível encontrar uma variedade de arritmias cardíacas, tais como taquicardia
ventricular, fibrilação ventricular, complexos ventriculares prematuros, bloqueios
atrioventriculares, entre outras alterações. Estas arritmias podem ser frequentes ou
ocasionais, e a sua identificação no Holter é importante para o diagnóstico e para o
monitoramento do tratamento da CMD. Além disso, o exame de Holter pode ser útil
para avaliar a resposta do animal ao tratamento medicamentoso e ajustar a terapia de
acordo com os resultados obtidos.
c) Qual a conduta médica a ser instituída neste caso?
R= Terapia medicamentosa: medicamentos como diuréticos, inibidores da enzima
conversora de angiotensina, antagonistas dos receptores de aldosterona e beta-
bloqueadores podem ser utilizados para controlar a retenção de líquidos, melhorar a
função cardíaca e reduzir o estresse no coração.
Exemplo de terapia:
Inibidores da ECA (como o enalapril e o benazepril): ajudam a melhorar a função
cardíaca, reduzindo a resistência vascular periférica e a sobrecarga do ventrículo
esquerdo. (Enalapril: 0,5-1mg/kg SID ou BID).
Beta-bloqueadores (como o carvedilol e o metoprolol): reduzem a frequência cardíaca
e a contratilidade do miocárdio, ajudando a diminuir a demanda de oxigênio do
coração e melhorando a função cardíaca. (Carvedilol: 0,2-0,5 mg/kg).
Diuréticos (como a furosemida e a espironolactona): ajudam a reduzir o edema
pulmonar e a sobrecarga de volume, melhorando a função cardíaca e reduzindo os
sintomas associados à insuficiência cardíaca. (Furosemida: 1-4 mg/kg BID).
Pimobendan: é um inotrópico positivo que aumenta a contratilidade cardíaca e reduz a
resistência vascular, melhorando a função cardíaca e reduzindo os sintomas da
insuficiência cardíaca. (0,25-0,3 mg/kg BID).
Outras medidas:
Restrição de atividade física: para reduzir a sobrecarga cardíaca, pode ser
recomendada a restrição de atividade física, especialmente em cães com sintomas
graves de insuficiência cardíaca.
Controle da alimentação: uma dieta adequada pode ajudar a controlar os sintomas da
insuficiência cardíaca e melhorar a função cardíaca.
Pode ser recomendada uma dieta com baixo teor de sódio e suplementos nutricionais
específicos.
Tratamento de comorbidades: outras condições que possam estar contribuindo para a
insuficiência cardíaca devem ser tratadas, como doenças parasitárias, doenças renais
ou neoplasias.
Acompanhamento médico regular: o acompanhamento regular com um médico
veterinário é fundamental para monitorar a progressão da doença, ajustar a terapia
medicamentosa e realizar exames complementares necessários.

FONTES SOLUCIONAR ESSE CASO:


CARDIOMIIPATIA DILATADA EM CÃES: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA;
CARDIOMIOPATIA DILATADA EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA;
LIVRO: CASOS DE ROTINA EM MEDICINA VETERINÁRIA DE PEQUENOS
ANIMAIS.
CASO FIONA
Canino, Golden Retriever, 7 anos de idade, fêmea, gonadectomizada, 22 kg, está
apresentando emagrecimento progressivo, intolerância à atividade física e hiporexia
há uns três meses. Dieta é com ração Royal Canin para cães castrados. Não tem
acesso à rua. Vive em casa, quintal com piso de cerâmica, com mais dois cães e dois
gatos saudáveis. Vacinação atualizada. Controle parasitário: Bravecto a cada 3
meses. Já teve carrapatos. Pelo menos duas a três vezes ao ano viaja com a família
para Recife e outras cidades do Estado. O exame físico revelou escore corporal 3/5,
mucosas róseas claras, TPC de 2 segundos, sopro sistólico de tricúspide grau III/VI,
frequência cardíaca de 190 bpm com arritmia e déficit de pulso, frequência respiratória
de 40 mpm, temperatura de 38,9ºC.
RESPONDA:
a) Qual o diagnóstico mais provável? E quais os diagnósticos diferenciais?
b) Qual(is) exame(s) complementar(es) que pode(m) ser solicitado(s) para confirmar o
diagnóstico e resultados esperados?
c) Qual a conduta médica a ser instituída neste caso?

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