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Resumo do artigo: Fibrilação atrial em cães

Grupo 2

Carolina Monteiro Augusto Cesar 4405406

Hanna Lúcia Teixeira da Silva 4405454

Laura Montilho Vidal 4405276

Luciana Santino 4405402

Patrícia Cavalcante Lopes de Oliveira 4404957

Renato dos Santos Freitas Junior 4405426

Stella Barreto de Oliveira 4404641


Fibrilação atrial é uma taquiarritmia supraventricular que se dá por inúmeros impulsos
atriais incoordenados e desordenados em que a sístole e a diástole não ocorrem mais e a
contração do miocárdio ocorre de forma independente, comumente diagnosticada em cães.
Pode ser classificada como isolada, idiopática ou causada por associação à cardiomiopatias;
cães saudáveis podem apresentar, porém é mais frequente de ocorrer a associada à
cardiomiopatias, em especial a cardiomiopatia dilatada, a endocardiose de válvula mitral e as
doenças congênitas.

Acredita-se que a FA pode ser causada a partir de um foco ectópico ou de ondas de


reentrada, que são responsáveis por promover esses impulsos que realizam a ativação atrial. A
manutenção da FA acarreta um remodelamento elétrico e estrutural do átrio, provocando
autoperpetuação da fibrilação atrial. Cães de raça gigantes têm uma maior chance de
apresentar FA, por terem uma maior massa atrial, levando em consideração que aumento
atrial, estiramento da parede do átrio e presença de inflamação e fibrose são fatores
consideráveis para desencadear essa alteração, ainda que esses animais não possuam outras
cardiopatias.

Para diagnosticar a FA, podem ser realizados ecocardiogramas, radiografias torácicas


e eletrocardiogramas, sendo o último o exame essencial, nesse exame, a FA é representada
por uma frequência atrial rápida e irregular, ausência de onda P e intervalo R-R variável. No
raio-x, fica evidenciado o tamanho do átrio, e o ecocardiograma avalia a anatomia e função
dos átrios.

O prognóstico relacionado à FA está associado à presença de cardiopatias conjuntas.


Já em situações de fibrilação atrial isolada, os cães apresentam maior taxa de sobrevivência.

O Tratamento baseia-se em solucionar os sinais clínicos da insuficiência cardíaca,


melhorar o débito cardíaco e a qualidade de vida do paciente, consequentemente restaurando
o ritmo sinusal, máxime fazendo uso de fármacos com ação antiarrítmica.

Diante do destacado acima podemos verificar a FA isolada, idiopática ou em


associação com outras doenças, sendo certo que para ter conhecimento da FA é necessário
conhecer a fisiologia normal sem alterações cardíacas da espécie, para que assim possa
verificar a existência de algo em desacordo com a normalidade, isto é, o conhecimento da
fisiologia normal sem alterações é essencial para o diagnóstico da FA.

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Notoriamente o nódulo sinusal (NS) é a área cardíaca que primeiro reduz a
polarização, mesmo havendo outras áreas cardíacas funcionando sistematicamente. O NS
controla o ritmo cardíaco por isso é o primeiro a sentir as alterações como arritmia cárdica.

A ativação dos átrios (junção atrioventricular: átrio direito, septo interatrial e átrio
esquerdo), além de outros estímulos tem início o NS, mais o processo completo a ativação dos
átrios está ligado com único vetor resultante.

As ativações existentes que realizam a despolarização das células cardíacas que


promovem a sístole e diástole dos átrios e ventrículos coordenadamente para ocorrer o débito
cardíaco.

O funcionamento contínuo cardíaco anormal que pode ocorrer no miocárdio


dependendo do estímulo resultam em diversas arritmias atriais e uma delas é a FA.

A fibrilação arterial (FA) pode ser crônica (contínua) e pode ser aguda
(paroxística), o mecanismo eletrofisiológico da FA são duas teorias mais aceitas: ativação
focal e múltiplas ondas de reentrada.

A ativação focal ocorre a partir de um foco ectópico que acontece de forma


irregular pelos átrios e é favorecido por inflamações do miocárdio ou estresse de vários tipos
que despolarizam o potencial de repouso ou aumentam o declive da despolarização.

A múltiplas ondas de reentrada é uma anormalidade nos impulsos elétricos que


pode levar à batimentos prematuros ou a taquicardia.

A inflamação, fibrose e estreitamento da parede do átrio, que encurta o período


refratário pode ajudar no desenvolvimento da FA, mesmo o paciente não possuindo qualquer
outra doença cardíaca.

Os cães de raças grandes e gigantes tem uma incidência maior da FA em


comparação os de raças pequenas. A FA que é uma arritmia cardíaca pode ocorrer em
diversas situações e até mesmo em cães saudáveis, porém mais comum com doenças
cardíacas associadas.

A FA chamada isolada (sem doenças cardíacas associadas) não são comuns, e


quando estamos diante a FA aguda (paroxística) não são muito relatadas em cães são raras.

Aparentemente a FA está intimamente ligada à parede atrial e por este motivo os cães
maiores são mais propícios a esta enfermidade.
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Algumas doenças são frequentemente associadas à FA são elas: cardiomiopatia
dilatada e doença valvar degenerativa.

A FA isolada normalmente é assintomática, por isso a dificuldade de diagnostico,


já a sintomática no exame clínico podemos verificar frequência cardíaca acelerada, ritmo
cardíaco irregular e bulhas de intensidade variável, sendo certo que pulso arterial frequência e
ritmo estarão muito irregulares. O número de pulsação arterial é inferior a frequência
cardíaca.

O eletrocardiograma apresenta características irregulares, rápidas e com ausência de


ondas P, devido a um bloqueio átrio ventricular de 2º grau, com onda de fibrilação e intervalo
R-R variável.

O nódulo AV, área entre os átrios e ventrículos do coração, conduz os impulsos


elétricos, ondas de atividade ventricular, que corresponde a despolarização do músculo
cardíaco no complexo QRS.

Duas categorias:

Fibrilação grossa, oscilação grosseira na linha de base, com maiores amplitudes, e,


fina oscilações, de pequena amplitude na base, indicando cardiopatia de longa duração.
Progressivamente um mesmo traçado poderá exibir as duas situações, o Flutter atrial,
contendo as ondas P, em formato de dente de serra.

A radiografia torácica é um exame importante é de rotina para avaliação da circulação


nos pulmões e as dimensões do átrio esquerdo, que mostra a importância clínica das
enfermidades valvares. Faz com que se possa estimar a presença ou não de insuficiência
cardíaca congestiva, incluindo congestão venosa pulmonar, edema pulmonar e efusão pleural.

O ecocardiograma transtorácico consiste em um procedimento não invasivo altamente


preciso, onde é realizada uma avaliação das estruturas anatômicas e do funcionamento do
coração, em particular a mitral e a função sistólica do ventrículo esquerdo.

À medida que é comparado ao ECG, o Holter 24 horas permite uma análise bem
melhor entre a frequência cardíaca no ambiente hospitalar e no ambiente doméstico, sendo
usual para verificar a média da frequência cardíaca quando se administra ou se faz ajuste a
dose de um antiarrítmico.

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Podem ser úteis também o hemograma completo com perfil bioquímico, pois podem
conter informações úteis sobre doenças, em especial para tomada de decisões em relação a
terapia antiarrítmica. O teste da função da tireoide é

indicado ao analisar os cães com disfunção sistólica ou os que fazem terapia


antiarrítmica que podem mexer com a tireoide.

A conversão ao ritmo sinusal é o objetivo do tratamento, resolver os sinais clínicos de


insuficiência cardíaca e melhorar o débito cardíaco e a qualidade de vida do paciente.
Os casos em que há a presença de taquicardia com complexo QRS largo e que não
tem sua origem definitivamente como supraventricular ou ventricular identificada, a
procainamida por via IV é a terapia ideal.
Em casos agudos da FA o uso de procainamida ou diltiazem por via intravenosa
podem ser considerados.
Com a utilização de lidocaína dentro de 1h do aparecimento da FA, a conversão ao
ritmo Sinusal induzida por aumento do tônus vagal foi percebida e relatada por estudos, pela
administração IV de amiodarona.
Na manutenção de FA crônica, a escolha da medicação antiarrítmica é baseada na
Presença e na severidade de doença cardíaca subjacente, comorbidade como doença
hepática ou renal, disponibilidade do tutor quanto a frequência de administração, e quanto aos
custos e riscos de efeitos adversos.
Os medicamentos usualmente utilizados na manutenção da FA crônica incluem
diltiazem, digoxina, amiodarona e betabloqueadores, como o atenolol.
A digoxina tem efeito inotrópico positivo suave que pode ser benéfico para cães
com disfunção sistólica associada, mas em pacientes com insuficiência cardíaca e aumento do
tônus simpático, ela tem como importante efeito adverso a pró-arritmia.
Estudos concluíram que a amiodarona pode ser útil no tratamento de FA, reduzindo
em mais de 20% o ritmo cardíaco em 76% dos cães que participaram do estudo e, ainda, a
conversão ao ritmo sinusal foi alcançada e mantida em 35% dos animais, que receberam a
medicação por via oral.
A hipocalemia sensibiliza o miocárdio a digoxina aumentando o risco de
toxicidade, com isso é importante que os níveis séricos de potássio sejam acompanhados de
perto, especialmente em pacientes em terapia com antidiuréticos. A administração de

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quinidina, amiodarona ou verapamil concomitantemente com digoxina   podem elevar os
níveis séricos de digoxina, elevando assim também a probabilidade de toxicidade.
Verificou-se que a administração de diltiazem associada com a digoxina tem melhores
resultados sobre o controle da frequência cardíaca quando comparada a administração dos
fármacos isoladamente. Segundo estudos a amiodarona foi considerada uma droga efetiva no
manejo da FA em cães.
Se um controle adequado da frequência cardíaca não for alcançado com a combinação
da digoxina com o diltiazem ou amiodarona, a troca por uma terapia alternativa deve ser
considerada.
Em pacientes com insuficiência cardíaca estabilizada especialmente quando há o
aumento do tônus vagal, uma terapia com beta-bloqueadores pode ser benéfica, porém em
pacientes com Insuficiência cardíaca instável ela é contraindicada devido aos efeitos
inotrópicos negativos. Os beta-bloqueadores atuam impedindo o sistema nervoso simpático e
ativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona, resultando em efeitos antiarrítmicos e
antifibrilatórios. Dos beta-bloqueadores comumente usados incluem-se o atenolol e o
carvedilol. A utilização de quinidina oral e da procainamida, que são bloqueadores dos canais
de sódio, não é frequente no tratamento de arritmia supraventricular em cães devido a
ocorrência de importantes efeitos adversos, à necessidade de administrações frequentes e
interações com muitas outras drogas.
A tabela 1 cita as medicações usadas no tratamento da FA aguda e crônica.

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A cardioversão elétrica transtorácica bifásica é uma alternativa para a conversão ao
ritmo sinusal imediato para cães que podem suportar a anestesia. Segundo Bright et al. (2005),
a restauração do ritmo sinusal foi alcançada em 92,3% dos cães submetidos, e a presença de
doença cardíaca concomitante ou aumento do átrio não tiveram nenhum efeito sobre a
cardioversão. Foi utilizado amiodarona após a cardioversão para manutenção do ritmo sinusal.
Para Bright & ZumBrunnen (2008), manter o ritmo sinusal após a cardioversão ainda é um
desafio. Cães com FA isolada permanecem por mais tempo com o ritmo sinusal controlado do
que aqueles com doença cardíaca subjacente.
Apesar de comum em pessoas, a formação de trombos no átrio esquerdo e
embolização sistêmica é incomum em cães, por isso não tem fundamento fazer terapia
antitrombótica. Devendo-se considerar que a disfunção ventricular esquerda e o aumento
atrial são fatores de risco para formação de trombo arterial. O isolamento das veias

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pulmonares é usado como abordagem na medicina humana para ablação da FA com intuito de
manter o ritmo sinusal, visto que os focos ectópicos se encontram nas veias pulmonares.
Atualmente utiliza-se técnicas de acordo com a necessidade da área de ablação. Podem ser
realizados: isolamento segmentar, isolamento dos átrios das veias pulmonares, ablação
circunferencial da FA e ablação do substrato, ainda em desenvolvimento também há a técnica
de ablação dos plexos ganglionares vagais.

Pacientes que apresentam FA que possuem alguma cardiopatia pré-disposta, tem


mortalidade mais elevada do que pacientes que possuem apenas FA.

Os animais gigantes, segundo especialistas, possuem uma alta taxa de mortalidade


quando tem uma cardiopatia associada a FA.

Os cães que só possuem FA têm uma média de vida de 40 meses. Já os que têm FA e
cardiopatias, vivem em média 5 meses.

Observamos que a FA acomete a clínica de pequenos. Ela é uma arritmia e não possui
ainda seu mecanismo de iniciação. A FA crônica nos cães é a forma mais diagnosticada, pois
a forma aguda geralmente é assintomática.

Utilizamos alguns exames para diagnóstico, porém, o tratamento cirúrgico e a


cardioversão são práticas que não fazem parte da rotina de pequenas clínicas.

A FA é observada com mais frequência em animais com mais idade, principalmente


em raças grandes e gigantes.

Novas técnicas cirúrgicas e outros tratamentos devem ser estudados para uma maior
expectativa de vida desses animais, visto que, geralmente, a FA está associada a algumas
cardiopatias, fazendo com que a vida desses animais seja mais curta.

Observamos a terapia antitrombótica que deve ser explorada mesmo não sendo muito
frequente em cães.

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