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HOSPITAL PEDIÁTRICO PIONEIRO ZECA

MÓDULO DE URGÊNCIA PEDIÁTRICAS

TEMA: PATOLOGIA CARDÍACA DE URGÊNCIA

Elaborado por: Sérgio Nunda Canivete Lubango, 18 de Março


1 2024
Caso Clínico 1
Lactente masculino de 2 meses de idade, de uma mae 32 anos com HO
de G4P1A3, com peso ao nascer de 3.1 kg. RN com antecedente de
catarro comum há 14 dias. Chega ao BU referindo acessos de tosse e
dificuldade respiratória durante as mamadas há 5 dias. Nega outros
sintomas
Ao exame físico: Peso 3.3 kg, Deficiente estado geral. dispnéico,
tiragem intercostal, adejo nasal, FR:75, MV mantido, fervores crepitantes
disseminados, FC:192, Alerta, reflexos primitivos presentes e normais
Quais são os possíveis diagnósticos?
Que exames solicitarias no BU?
Conducta?
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Sumário

Introdução
Objectivos
Classificação
Clínica e diagnóstico
Abordagem terapéutica
Referências Bibliográficas

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Introdução

Cardiopatia congénita é a anomalia congénita mais comum e


ocorre em quase 1% dos nascidos vivos. Dentre as alteraçoes
congénitas a cardiopatia é a principal causa de mortalidade em
lactentes

Insuficiência cardíaca é um distúrbio em que o coraçao nao


consegue bombear sangue na corrente sanguínea em quantidade
suficiente para dar resposta as necessidades do corpo

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Breve Historial
A cardiologia moderna surge a partir da
publicaçao do livro DE MOTV CORDIS,
pelo médico ingles William Harvey,
considerado como o pai da cardiologia

Tornou especialidade médica


reconhecida após a fundaçao da
primeira sociedade de Cardiologia em
1925 na França, pelo inventor do
estetoscópio, médico René Laennec

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Objectivos

Enunciar os diferentes tipos de cardiopatia congénita


cianótica e Acianóticca;
Descrever o diagnóstico clínico de insuficiencia
cardíaca;
Elaborar um fluxograma de actuação

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Classificação das Cardiopatias Congénitas

Cardiopatia Cardiopatia
Congénita Congénita
Acianótica Cianótica

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Cardiopatia Congénita Acianótica

Abrange mais da metade de todas as cardiopatias


(55%)
Destacando-se:
• Comunicaçao Interventricular (CIV): Representa 20%
• Persistencia do Conduto Arterioso (PCA): 10%
• Comunicaçao Interauricular
• Estenose Pulmonar
• Coartaçao da Aorta
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Cardiopatia Congénita Cianótica

A cianose do paciente com cardiopatia é do tipo


central, quase sempre generalizado
Destacando-se:
• Tetralogia de Fallot
• Atresia Tricuspídea
• Transposiçao dos grandes vasos

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Insuficiência Cardíaca

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Classificaçao Anatómica

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Insuficiência Cardíaca

A cianose do paciente com cardiopatia é do tipo


central, quase sempre generalizado
Destacando-se:
• Tetralogia de Fallot
• Atresia Tricuspídea
• Transposiçao dos grandes vasos

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Insuficiência Cardíaca

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Diagnóstico Clínico - Critérios de Framingham: 2 critérios
maiores ou 1 maior e 2 menores

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Exames Complementares 1

Telecardiograma: Cardiomegalia e edema pulmonar.


Electrocardiograma: Sobrecargas ventriculares,
arritmias.
Ecocardiograma: Avaliar contractilidade, diagnóstico
cardiopatias congénitas.
Gasometría e ionograma: Descartar distúrbios
Hemograma: Descartar anemia.

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Exames Complementares 2
Rx tórax PA
 Silhueta cardíaca

ICT: Cardiomegalia
• ICT > 0,60 (RN)
• ICT > 0,55 (lactente e < 6A)
• ICT > 0,50 (maiores de 6A)

Grau de congestão pulmonar


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Tratamento 1 - Pilares
1. ELIMINAR OU CORRIGIR A CAUSA:
Correção cirúrgica da cardiopatia congênita
Correção cirúrgica de doença valvular
Tratamento adequado miocardite, hipertireoidismo
2. EVITE CAUSAS PRECIPITANTES:
Controle de arritmia
Tratamento de infecções
Corrigir acidose, hipóxia
Hidratação parenteral adequada
3. TRATAMENTO:
Medidas gerais 17

Farmacoterapia
Tratamento 2

18
Tratamento 3
Administração de diuréticos a todos os pacientes com sintomas de
insuficiência cardíaca, que apresentem predisposição à retenção de
líquidos (sobrecarga de volume)
O objetivo da administração de diuréticos é eliminar os sintomas bem
como os sinais físicos de retenção de líquidos, como ingurgitação
jugular, hepatomegalia e/ou edema. Mas não melhoram a disfunção
ventricular
RECOMENDAÇÃO: Não use diuréticos sozinhos (mesmo que
sejam eficazes no controle dos sintomas), mas em combinação
com outros medicamentos. (digoxina, inibidores da ECA,
betabloqueadores)
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Tratamento 4

DIURÉTICOS E DOSAGEM
Preparado Via de administração Posologia
Diuréticos tiazídicos
Hidroclorotiazida v.o 2-4 mg/kg/día fraccionados en 2-3 doses
Diuréticos de asa
Furosemida i.v. 1-3mg/kg/dose
v.o. 2-3 mg/kg/día fraccionados en 2-3 doses
Ácido etacrínico i.v. 1 mg/kg/dose
v.o. 2-3 mg/kg/día fraccionados en 2-3 doses
Antagonistas de la aldosterona
Espironolactona v.o. 1-3 mg/kg/día fraccionados en 1-2 doses
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Tratamento 5 POSOLOGIAS DE VASODILATADORES
Fármaco Vía de administraçao e posologia
Vasodilatador arteriolar

Hidralazina i.v.: 0,15-0,2 mg/kg/dose, cada 4-6 h(máximo 20 mg/dosis)

v.o. 0,75-3 mg/kg/día, en 2-4 dose(máximo 200 mg/día)


Venodilatadores

Nitroglicerina
i.v. 0,5-1 mg/kg/min (máximo 6 mg/kg/min)
Vasodilatadores mixtos

Captopril v.o. Reciém nascido: 0,1-0,4 mg/kg/, 3-4 vezes ao dia


Lactentes: inicialmente 0,15-0,3 mg/kg,1-4 vezes ao dia;
ajustar se necessário; dose máxima, 6 mg/kg/24 h
Crianças: inicialmente 0,3-0,5 mg/kg 2-3 vezes ao dia; ajustar al alza se necessário
dose máxima, 6 mg/kg/24 h
Adolescentes: inicialmente12,5-25 mg, 2-3 veces al día, aumentar
semanalmente se necessário 25 mg/dose em 24 h
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Enalapril v.o 0,1 mg/kg 1-2 vezes ao dia


Nitroprusiato i.v.: 0,3-0,5 mg/kg/min; ajustar até alcançar o efeito; dose máxi, 10 mg/kg/min
Tratamento 6 - AÇÕES DE b BLOQUEADORES
 Melhorar a tolerância ao exercício

 Hospitalizações por diminuição da ICC

 Reduzir a mortalidade geral por ICC

 Reduzir a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio

 Promovem o relaxamento cardíaco, melhorando o enchimento ventricular

 Melhorar a qualidade de vida

 Aumentam a fração de ejeção quando usados ​por mais de dois meses.

Carvedilol : 0,1 a 1 mg/kg/día. Conforme tolerado. 22


Fluxograma
Suspeita de ICC
Sinais e sintomas
Medidas de suporte: Repouso, oxigénio, elevar
cabeceira (30-45º crianças maiores e decúbito neutro
em RN e lactentes)sinais vitais (T.A), Dieta hipossódica,
SIM Restrição hídrica
NÃO
Cardiopata conhecido
 Diuréticos (Furosemida dose
Diuréticos + Identificar e tratar
de1-3 mg/kg/dose;
a causa
Espironolactona dose de1-2
mg/kg/dose)
 Identificar as causas da  Solicitar exames: ECG eECC
descompensação + Terapia de  Pesquisar Infecções:
base Hemograma; P.P; Urina, Rx
tórax - Tratar a causa
 Falha terapêutica
 Ajuste da terapêutica
 Pesquisar Infecções
(Hemograma; P.P; Urina, Rx
tórax) - Tratar a causa Avaliar as complicações (Perfil
hepático, renal, lipídico)
Referências Bibliográficas
Hinton RB, Ware SM, Heart faillure in pediatric patientes with congenital heart disease. Circ
Res. 2017; 120(6):978-94
Roche SL, Greenway SC, Redington AN, Tetralogy of Fallot with pulmonary stenosis,
pulmonary atresia and absent pulmonary valve. In: Allen HD, Shaddy RE, Penny DJ, Cetta F,
Feltes F. Moss and Adams heart disease in infants, children and adolescents. Philadelphia:
Wolters Kluver 2016.
Park MK, Salmer M. Manual Park de Cardiologia Pediátrica. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2016.
Azeka E, Jatene MB, Jatene IB, Horowitz ESK, Branco KC, Souza Neto JD et al. I Diretriz de
Insuficiencia Cardíaca e Transplante Cardíaco, no feto, na criança e em adultos com
Cardiopatia Congénita da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol. 2014; 103
(6Supl.2):1-126.
Canadian Cardiovascular Society Guidelines. Presentation, diagnpsis, and medical
management of heart failure in children. Canadian Journal of Cardiology. 2013;29:1535-52
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Calligaro IL, Pharmacologic considerations in the neonate with congenital heart disease. Clin
Perinatol. 2001; 28(1):209-22.
MUITO OBRIGADO

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