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Prof. Dr.

Jhonatta Alexandre Brito Dias


A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um problema grave de saúde
pública no Brasil e no mundo, sendo uma condição clínica multifatorial
caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA).
Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-
alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e as alterações metabólicas,
com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não-
fatais.
É uma doença crônica que compromete fundamentalmente o
equilíbrio dos sistemas vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um
aumento da tensão sanguínea nos vasos, capaz de comprometer a irrigação
tecidual e provocar danos aos órgãos por eles irrigados.”

PREVALÊNCIA EM BRASILEIROS
No Brasil são cerca de 17 milhões de portadores de hipertensão
arterial, 35% da população de 40 anos e mais. Seu aparecimento está cada vez
mais precoce e estima-se que cerca de 4% das crianças e adolescentes também
sejam portadoras.
PREVALÊNCIA
70 66
64
60 54
50 44
% HA S

40

30 21
20
11

10
4
0
18-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 +80

Faixas Etárias
FATORES DE RISCO
● Idade: existe relação direta e linear da PA com a idade, sendo a prevalência de HAS
superior a 60% na faixa etária acima de 65 anos.

● Gênero e etnia: a prevalência global de HAS entre homens e mulheres é semelhante,


embora seja mais elevada nos homens até os 50 anos, invertendo-se a partir da 5ª
década. Em relação à cor, a HAS é duas vezes mais prevalente em indivíduos
afrodescendentes.

● Excesso de peso e obesidade: o excesso de peso se associa com maior prevalência de


HAS desde idades jovens. Na vida adulta, mesmo entre indivíduos fisicamente ativos,
aumento de 2,4kg/m² no índice de massa corporal (IMC) acarreta maior risco de
desenvolver hipertensão. A obesidade central também se associa com PA.

● Ingestão de sal: ingestão excessiva de sódio tem sido correlacionada com elevação
da PA. A população brasileira apresenta um padrão alimentar rico em sal açúcar e
gorduras. Em contrapartida, em populações com dieta pobre em sal, não foram
encontrados casos de HAS.
FATORES DE RISCO

● Ingestão de álcool: a ingestão de álcool por períodos prolongados de tempo pode


aumentar a PA e a mortalidade cardiovascular em geral.

● Sedentarismo: atividade física reduz a incidência de HAS, mesmo em indivíduos pré-


hipertensos, bem como a mortalidade e o risco de DCV.

● Fatores socioeconômicos: a influência do nível socioeconômico na ocorrência da HAS


é complexa e difícil de ser estabelecida. No Brasil a HAS foi mais prevalente entre
indivíduos com menor escolaridade.

● Genética: a contribuição de fatores genéticos para a gênese da HAS está bem


estabelecida na população. Porém, não existem, até o momento, variantes genéticas,
que possam ser utilizadas para predizer o risco individual de se desenvolver HAS.
DIAGNÓSTICO

• Realizar a aferição da pressão arterial em toda avaliação


clínica.
• Utilizar aparelhos calibrados e técnica adequada.
• Realizar no mínimo duas medidas com intervalos de 2’
entre elas.
• Na 1ª avaliação verificar nos dois membros superiores.
• Nos idosos, diabéticos e pacientes em uso de medicação
anti-hipertensiva verificar a PA também na posição
ortostática.
Hipertensão sistólica isolada é definida como comportamento anormal da PA sistólica
com PA diastólica normal. A hipertensão sistólica isolada e a pressão de pulso são
fatores de risco importantes para doença cardiovascular em pacientes de meia-idade e
idosos.
A pressão arterial elevada provoca alterações patológicas na vasculatura
e hipertrofia do ventrículo esquerdo. Como consequência, a
hipertensão é a principal causa do acidente vascular encefálico, o
principal fator de risco para a doença arterial coronariana e suas
posteriores complicações, IM e morte súbita cardíaca, insuficiência
renal e aneurisma dissecante da aorta.
Modificações do estilo de vida no controle da PA
Modificações Recomendação Redução aprox. na PAS
Controle do peso Manter o peso corporal na 5 a 20 mm Hg para cada
faixa normal (IMC entre 18,5 10kg de peso reduzido
e 24,9 kg/m2)
Padrão alimentar Consumir dieta rica em frutas e vegetais e 8 a 14 mm Hg
alimentos com baixa densidade calórica e
baixo teor de gorduras saturadas. Adotar
dieta DASH (Dietary Approach to Stop
Hypertension)

Redução do Reduzir a ingestão de sódio 2 a 8 mm Hg


consumo de sal para não mais de 6g sal/dia*
Moderação no Reduzir consumo a 30g/dia 2 a 4 mm Hg
consumo de álcool (homens), 15g/dia (mulheres)

Exercício físico Habituar-se à prática regular de 4 a 9 mm Hg


atividade física aeróbica:
caminhadas 30 min/dia, 3-5x/sem
* 6g de sal/dia = 4 colheres de café rasas de sal = 4g + 2g de sal próprio dos alimentos
Princípios gerais
O medicamento anti-hipertensivo deve:
Ser eficaz por via oral.
Ser bem tolerado.
Permitir a administração em menor número possível de
tomadas diárias, com preferência para dose única
diária.
Iniciar com as menores doses efetivas preconizadas para
cada situação clínica, podendo ser aumentadas
gradativamente. Deve-se levar em conta quanto maior a
dose, maiores serão as probabilidades de efeitos
adversos.
Princípios gerais
O medicamento anti-hipertensivo:
Pode-se considerar o uso combinado de medicamentos
anti-hipertensivos em pacientes com hipertensão em
estágios II e III que, na maioria das vezes, não
respondem à monoterapia.

Ser utilizado por período mínimo de 4 semanas, salvo


em situações especiais, para aumento de dose,
substituição da monoterapia ou mudança da
associação de fármacos.
• Fármacos ↓ PA por meio de suas ações sobre o DC ou RVP ou
ambos.
– ↓ DC → ↓contratilidade miocárdio ou ↓pressão de
enchimento ventricular.
– ↓pressão de enchimento ventricular → ↓ tônus venoso ou
sobre o volume sanguíneo → efeitos renais.
– ↓ RVP
• ação sobre músculo liso dos vasos → relaxamento vascular.
• ação SNC (simpático)
PA==DC
PA DCxxRVP
RVP

Volume circulante
Atividade cardíaca
IECA
1. Beta Sal
Freq. Card.
Bloqueadores Diureticos
2. Bloq. canais de Aldosterona
Contratil.
Ca
3. IECA
PA = DC x RVP

Hormônios Simp. periférico


Receptores
1. vasodilatores
alfa beta
2. prostaglandinas
1. alfa bloq. 2. beta bloq.
3. IECA
4. bloq. Canais de Ca

SNC Local de ação


1. Atividade Adrenérgica central
1. Atividade Adrenérgica periférica
ATIVADORES DE CANAIS DE K+

DOADORES DE NO
O aumento da atividade simpática pode elevar a pressão arterial via
vasoconstrição periférica e aumento da reabsorção tubular renal de
sódio.
ATIVADORES DE CANAIS DE K+

DOADORES DE NO
ATIVADORES DE CANAIS DE K+

DOADORES DE NO
Tanto os IECA como os BRA podem
ser usados no tratamento da ICC

▪ Os bloqueadores do AT1 não alteram o perfil glicídico ou lipídico e são


excelentes para a reversão da hipertrofia cardíaca.
• Tal como os inibidores da ECA, os antagonistas da angiotensina II estão
indicados no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva.
• Reduzem a proteinúria da nefropatia diabética, como ocorre com os inibidores
da ECA.
Centro Universitário Mauricio De Nassau
Departamento de Saúde
Curso De Farmácia

Prof. Msc. Jhonatta Alexandre Brito Dias

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