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CARDIOLOGIA

HAS

Prof. Ivan Soares


ivan.soares@unifacs.br
(71) 988450427
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
(HAS)
• Definição de Hipertensão Arterial:

A hipertensão arterial (HA) éuma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos, em
que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso) superam os riscos. Trata-se de
uma condição multifatorial, que depende de fatores genéticos/epigenéticos, ambientais e sociais (Figura 1.1),
caracterizada por elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140
mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas
ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. É aconselhável, quando possível, a validação
de tais medidas por meio de avaliação da PA fora do consultório por meio da Monitorização Ambulatorial da
Pressão Arterial (MAPA), da Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) ou da Automedida da
Pressão Arterial (AMPA)

Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0


FISIOPATOLOGIA
HAS
Fatores de risco:

Sexo: Jovens: H idosos: M Sobrepeso/obesidade: relação


Genética: pode influenciar 30-50% Etnia: negros & brancos (24,9% direta e linear-> CC
Idade: ~ 65% dos idosos (> 60 anos) vs 24,2%) Alcool: > 6 doses (30g/dia) = 1
são hipertensos Sedentarismo: 44,8% < 150’/sem garrafa de cerveja ou 2 taças de
vinho ou 1 dose de destilados
Ingesta Na (DCV e AVE se > 2g) e K Fatores socioeconômicos:
(protetor). escolaridade/habitação e renda
Medicações/drogas ilícitas
SAHOS

Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0


HAS
Controle
do
peso(I;A)

Dieta
Ativ física
(I;A)
Prevenção 1ª

Alcool Na (I;A)
(IIA;B) K (I;A)

*Espiritualidade* I;B
HAS
• Diagnóstico e Classificação
• Medida da PA no consultório
• Sentar-se confortavelmente em um ambiente silencioso por 5 minutos
• Não conversar durante a medição.

• Certifique-se de que o paciente NÃO:


• Está com a bexiga cheia;
• Praticou exercícios físicos há, pelo menos, 60 minutos;
• Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos;
• Fumou nos 30 minutos anteriores.

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 Barroso et al.


Quadro 3.4 – Classificação da pressão arterial de acordo com a medição no consultório a partir de 18 anos
de idade Classificação* PAS (mHg) PAD (mmHg)
PA ótima < 120 e < 80
PA normal 120-129 e/ou 80-84
Pré-hipertensão 130-139 e/ou 85-89
HA Estágio 1 140-159 e/ou 90-99
HA Estágio 2 160-179 e/ou 100-109
HA Estágio 3 ≥ 180 e/ou ≥ 110

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 Barroso et al.


HAS – Possíveis diagnósticos

Arq Bras Cardiol. 2020; [online].ahead print, PP.0-0; fig 3.1


Triagem e diagnóstico de HAS
HAS
• Preditores de risco CV
ITB < ou = 0,9% => dobro de mortalidade idade-ajustada em 10 anos;
maior morte cardiovascular e eventos coronários.
• Reclassificação de risco CV
• (IIa; B)
Velocidade de onda de pulso (VOPc-f)
• Rigidez arterial
• Reclassificação de risco CV
• (IIa; A)
HAS
• Lesões em órgãos-alvo
• Hipertrofia ventricular esquerda
• ECG (índice Sokolow-Lyon (SV1 + RV5 ou RV6) ≥ 35 mm; RaVL > 11 mm; Cornell índice > 28 mm em homens e
> 20 mm em mulheres (GR: I, NE: B)
• ECO: IMVE ≥ 116 g/m2 nos homens ou ≥ 96 g/m2 nas mulheres (GR: IIa, NE: B)
• ITB < 0,9 GR (GR: IIa, NE: B)
• Doença renal crônica estágio 3 (RFG-e entre 30 e 60 mL/min/1,73m2)
• Albuminúria entre 30 e 300 mg/24h ou relação albumina/creatinina urinária 30 a 300 mg/g (GR: I, NE: B)
• VOP carótido-femoral > 10 m/s (GR: IIa, NE: A)
HAS
• SPRINT
• Randomização: PAS < 120 mmHg(intensivo) vs < 140mmHg
• Tratamento intensivo:
• 25% incidência de DCV

• 43% mortalidade por DCV e 27% na mortalidade por todas as causas.

• similar em subgrupo > 75 (+/-) fragilidade (GR: I NE: A).


Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial – 2020 Barroso et al.
HAS

Tratamento não medicamentoso*


• Bloqueadores dos Canais de Cálcio (BCC): Esta classe de medicamentos bloqueia os canais de
cálcio na membrana das células musculares lisas das arteríolas, reduz disponibilidade de cálcio
no interior das células dificultando a contração muscular e, consequentemente, diminui a RVP
por vasodilatação.
• Os BCC são classificados em dois tipos básicos: os di-hidropiridínicos e os não di-hidropiridínicos.
• Os dihidropiridínicos (anlodipino, nifedipino, felodipino, manidipino, levanlodipino,
lercanidipino, lacidipino) exercem efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência
na FC e na função sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como medicamentos
anti-hipertensivos.
• Os BCC não di-hidropiridínicos, como as difenilalquilaminas (verapamila) e as benzotiazepinas
(diltiazem), têm menor efeito vasodilatador e agem na musculatura e no sistema de condução
cardíacos. Por isso, reduzem a FC, exercem efeitos antiarrítmicos e podem deprimir a função
sistólica, principalmente nos pacientes que já tenham disfunção miocárdica, devendo ser
evitados nessa condição.

• Convém dar preferência aos BCC de ação prolongada para evitar oscilações indesejáveis na FC e
na PA. São anti-hipertensivos eficazes e reduzem a morbidade e mortalidade CV.
INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA (IECA)

• São medicamentos anti-hipertensivos eficazes que têm como ação principal a inibição
da enzima conversora de angiotensina I, responsável a um só tempo pela
transformação de angiotensina I em angiotensina II (vasoconstritora) e pela redução da
degradação da bradicinina (vasodilatadora).

• São eficazes no tratamento da HA, reduzindo a morbidade e mortalidade CV. Mostram-


se medicações comprovadamente úteis em muitas outras afecções CV, como em ICFEr e
antirremodelamento cardíaco pós-IAM, além de possíveis propriedades
antiateroscleróticas. Também retardam o declínio da função renal em pacientes com
doença renal do diabetes ou de outras etiologias, especialmente na presença de
albuminúria.
• Bloqueadores dos Receptores AT1 da Angiotensina II (BRA)

• Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio


específico dos receptores AT1, responsáveis pelas ações próprias
• da angiotensina II (vasoconstrição, estímulo da proliferação celular e
da liberação de aldosterona). No tratamento da HA, especialmente
em populações de alto risco CV ou com comorbidades, proporcionam
a redução da morbidade e da mortalidade CV e renal (doença renal
do diabetes).
BETABLOQUEADORES (BB)
• Os BB têm ações farmacológicas complexas. Promovem a diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de
renina, com a readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas
• Eles podem ser diferenciados em três categorias, de acordo com a seletividade para ligação aos receptores
adrenérgicos:
• 1) não seletivos – bloqueiam tanto os receptores adrenérgicos beta-1, encontrados principalmente no miocárdio,
quanto os beta-2, encontrados no músculo liso, nos pulmões, nos vasos sanguíneos e em outros órgãos (propranolol,
nadolol e pindolol, este último apresentando atividade simpatomimética intrínseca, agindo como um agonista
adrenérgico parcial e produzindo menos bradicardia);

• 2) cardiosseletivos – bloqueiam preferencialmente os receptores beta-1 adrenérgicos (atenolol, metoprolol,


bisoprolol e nebivolol, que é o mais cardiosseletivo);

• 3) com ação vasodilatadora – manifesta-se por antagonismo ao receptor alfa-1 periférico (carvedilol) e por produção
de óxido nítrico (nebivolol).

• O propranolol mostra-se também útil em pacientes com tremor essencial, prolapso de válvula mitral, síndromes
hipercinéticas (hipertireoidismo e síndrome do
• pânico), cefaleia de origem vascular e hipertensão portal.

• OBS: estudos de metanálise indicaram que BB aumenta risco de AVE. Essa é a principal razão para tal diretriz

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