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FISIOPATOLOGIA

E DIETOTERAPIA
DAS
CARDIOPATIAS
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

PROF. MSC IVANNA DACAL


CONCEITUALIZAÇÃO

HIPERTENSÃO ARTERIAL?

• Hipertensão arterial (HA) é condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada
dos níveis pressóricos
• Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de
órgãos-alvo
• Agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal,
intolerância à glicose e diabetes melito (DM)
• Mantém associação independente com eventos como morte súbita, acidente vascular encefálico
(AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), doença arterial periférica
(DAP) e doença renal crônica (DRC), fatal e não fatal.
EPIDEMIOLOGIA

• No Brasil, HA atinge 32,5% (36


milhões) de indivíduos adultos,
mais de 60% dos idosos,
contribuindo direta ou
indiretamente para 50% das
mortes por doença cardiovascular
(DCV).
FISIOPATOLOGIA DA HA
FATORES DE RISCO
1. IDADE
• Há uma associação direta entre envelhecimento e prevalência de HA.

2. SEXO E ETNIA
• A prevalência de HA autorreferida foi estatisticamente diferente entre os sexos, sendo maior entre
mulheres (24,2%) e pessoas de raça negra/cor preta (24,2%) comparada a adultos pardos (20,0%),
mas não nos brancos (22,1%).

3. EXCESSO DE PESO E OBESIDADE


• Aumento da prevalência de HS no excesso de peso (IMC ≥ 25 kg/m2 ) e obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2 )

4. ALIMENTAÇÃO
• O consumo excessivo de sódio, um dos principais FR para HA, associa-se a eventos CV e renais
FATORES DE RISCO
5. INGESTÃO DE ALCOOL
• Consumo crônico e elevado de bebidas alcoólicas aumenta a PA de forma consistente
• Em mulheres, houve efeito protetor com dose inferior a 10g de álcool/dia e risco de HA com
consumo de 30-40g de álcool/dia
• Em homens, o risco aumentado de HA tornou-se consistente a partir de 31g de álcool/dia.

6. SEDENTARISMO
• Indivíduos insuficientemente ativos (adultos que não atingiram pelo menos 150 minutos
semanais de atividade física considerando o lazer, o trabalho e o deslocamento) possuem fator de
risco para HA.

7. TABAGISMO
• A nicotina causa o “enrijecimento” perda elasticidade da parede dos vasos sanguíneos
DIAGNÓSTICO

A avaliação inicial de um paciente com hipertensão arterial sistêmica (HAS) inclui a


confirmação do diagnóstico e a identificação de causa secundária, além da
avaliação do risco CV.

1. MEDIÇÃO DA PA
• A PA deve ser medida em toda avaliação por médicos de qualquer especialidade e demais
profissionais da saúde devidamente capacitados.
• Recomenda-se, pelo menos, a medição da PA a cada dois anos para os adultos com PA ≤ 120/80
mmHg, e anualmente para aqueles com PA > 120/80 mmHg e < 140/90 mmHg.
• Indivíduos com PA > 140/90 mmHg deve ser acompanhado com uma maior frequência, ao menos
semanal.
DIAGNÓSTICO
EFEITO DO AVENTAL
BRANCO
• O EAB é a diferença de pressão entre as
medidas obtidas no consultório e fora dele,
desde que essa diferença seja igual ou
superior a 20 mmHg na PAS e/ou 10 mmHg
na PAD.
• Essa situação não muda o diagnóstico, ou
seja, se o indivíduo é normotenso,
permanecerá normotenso, e se é hipertenso,
continuará sendo hipertenso; pode, contudo,
alterar o estágio e/ou dar a falsa impressão
de necessidade de adequações no esquema
terapêutico.
SINAIS E SINTOMAS DA HAS
PREVENÇÃO PRIMÁRIA

• As mudanças no estilo de vida são recomendadas na prevenção


primaria da HAS. Mudanças de estilo de vida reduzem a PA, bem
como a mortalidade cardiovascular.

• As principais recomendações não medicamentosas para prevenção


primaria da HAS são: alimentação saudável, consumo controlado de
sódio e de álcool, ingestão de potássio e combate ao sedentarismo e
ao tabagismo.
TRATAMENTO
MEDICAMENTOSO
MECANISMO DE
REGULAÇÃO DA
PRESSÃO ARTERIAL
COMPLICAÇÕES DA
HIPERTENSÃO
ARTERIAL
TRATAMENTO
NUTRICIONAL
1. PESO CORPÓREO

• O aumento de peso está diretamente


relacionado ao aumento da PA tanto em
adultos
• A relação entre sobrepeso e alteração da
PA já pode ser observada a partir dos 8
anos
• O aumento da gordura visceral também
é considerado um fator de risco para HÁ
• Reduções de peso correlacionam-se com
reduções da PA e melhora metabólica
2. PADRÃO ALIMENTAR

• O sucesso do tratamento da HA com


medidas nutricionais depende da adoção
de um plano alimentar saudável e
sustentável
• A utilização de dietas radicais resulta em
abandono do tratamento.
• O foco em apenas um único nutriente ou
alimento tem perdido espaço para a análise
do padrão alimentar total, que permite
avaliar o sinergismo entre os
nutrientes/alimentos
• Dietas específicas
• Enfatiza o consumo de frutas,
hortaliças e laticínios com baixo
teor de gordura; inclui a ingestão
de cereais integrais, frango, peixe
e frutas oleaginosas.

• Preconiza a redução da ingestão


de carne vermelha, doces e
bebidas com açúcar

• Ela é rica em potássio, cálcio,


magnésio e fibras, e contém
quantidades reduzidas de
colesterol, gordura total e
saturada.

• A adoção desse padrão alimentar


reduz a PA
• Rica em frutas, hortaliças e cerais
integrais, porém possui
quantidades generosas de azeite
de oliva (fonte de gorduras
monoinsaturadas) e inclui o
consumo de peixes e
oleaginosas, além da ingestão
moderada de vinho

• Apesar da limitação de estudos,


a adoção dessa dieta parece ter
efeito hipotensor
• preconizam o consumo de
alimentos de origem vegetal, em
especial frutas, hortaliças, grãos
e leguminosas;

• excluem carnes; e algumas


incluem laticínios, ovos e peixes.

• Essas dietas têm sido associadas


com valores mais baixos de PA.
NA HIPERTENSÃO?

• O aumento do consumo de sódio


está relacionado com o aumento da
PA
• O limite de consumo diário de sódio
em 2,0 g está associado à diminuição
da PA
ÁCIDOS GRAXOS
INSATURADOS

• Os ácidos graxos ômega-3 provenientes


dos óleos de peixe (eicosapentaenoico –
EPA e docosaexaenoico - DHA) estão
associados com redução modesta da PA.
• FONTES: PEIXES / OVOS / QUEIJOS /
SEMENTES / OLEAGINOSAS / AZEITE /
ABACATE / BRÓCOLIS
FIBRAS
• As fibras solúveis são representadas pelo farelo
de aveia, pectina (frutas) e pelas gomas (aveia,
cevada e leguminosas: feijão, grão-de-bico,
lentilha e ervilha)
• Insolúveis pela celulose (trigo), hemicelulose
(grãos) e lignina (hortaliças)
• A ingestão de fibras promove discreta
diminuição da PA, destacando-se o beta
glucano proveniente da aveia e da cevada.
• RECOMENDAÇÃO: DRI’s para faixa etária.
LATICÍNIOS E
VITAMINA D
• Existem evidências que a ingestão de
laticínios, em especial os com baixo teor de
gordura, reduz a PA
• O leite contém vários componentes como
cálcio, potássio e peptídeos bioativos que
podem diminuir a PA
• Em alguns estudos, níveis séricos baixos de
vitamina D se associaram com maior
incidência de HA
ALHO

• O alho possui inúmeros componentes


bioativos, como a alicina (encontrada no
alho cru) e a s-alil-cisteína (encontrada no
alho processado).
• Discreta diminuição da PA tem sido relatada
com a suplementação de várias formas do
alho
CAFÉS E CHOCOLATES
• O café, apesar de rico em cafeína, substância com efeito pressor agudo, possui polifenóis que
podem favorecer a redução da PA.
• Estudos recentes sugerem que o consumo de café em doses habituais não está associado com
maior incidência de HA nem com elevação da PA
• Recomenda-se 30 Diretrizes 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial Arq Bras Cardiol 2016;
107(3Supl.3):1-83 que o consumo não exceda quantidades baixas a moderadas
• O chocolate com pelo menos 70% de cacau pode promover discreta redução da PA, devido às
altas concentrações de polifenóis.
RESUMINDO ...
RECOMENDAÇÃO DE MACRONOTRIENTES

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