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Palestra Hipertensão – O que falar:

 A hipertensão arterial (HA), popularmente conhecida como Pressão Alta é uma doença
crônica não transmissível, influenciada por vários fatores (genética, idade, etnia,
obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de sódio, etc.). Geralmente é
uma doença assintomática, mas com o passar do tempo ocasiona lesões em órgãos
importantes como o coração, rins, cérebro, retina e vasos sanguíneos. Em um estudo de
2015, o número estimado de adultos com hipertensão no mundo era de 1,13 bilhões,
indicando um aumento de 90% no número de pessoas com pressão alta nas últimas quatro
décadas, principalmente nos países em desenvolvimento, como o Brasil.
 A HA atinge 1/3 dos brasileiros e é um dos principais fatores de risco cardiovascular,
responsável por 45% das mortes por infarto e insuficiência cardíaca e por 51% dos óbitos
por acidente vascular cerebral (AVC). A adoção de hábitos de vida saudáveis é
fundamental para combater ou prevenir a hipertensão arterial, reduzindo assim o risco
cardiovascular.

 Modificações no Estilo de Vida (MEV)


 As mudanças no estilo de vida são o primeiro passo para a redução da pressão arterial.
Essas mudanças envolvem ações relacionadas ao controle do peso corporal para os
indivíduos em obesidade e sobrepeso, abandono ao hábito de fumar, prática regular de
atividade física, controlar o estresse, e entre estas mudanças, a alimentação merece papel
de destaque.
 O consumo excessivo de sal está no topo da lista de inimigos da pressão alta, isto porque
os indivíduos hipertensos apresentam alterações metabólicas que levam a retenção de
sódio (componente do sal) e líquidos, por isso, entre as orientações dietéticas para este
grupo, a redução do consumo de sal é preconizada. A ingestão de sódio recomendada,
tanto para hipertensos como para a população em geral, é de até 2 g/dia, o equivalente a
5g de sal de cozinha (1 colher de chá). Porém, o consumo de sal da população brasileira
fica em torno de 10 a 12 g de sal/dia, ou seja, o dobro da recomendação!
 Entre as estratégias para redução do consumo de sódio estão: evitar alimentos
industrializados e ultra processados, como temperos e molhos prontos, carnes
processadas, salgadinhos, queijos amarelos, embutidos e enlatados, entre outros; na hora
de preparar a comida, utilizar temperos naturais e ervas aromáticas, reduzindo assim o uso
de sal e dos temperos prontos. Também é importante ler os rótulos nas gôndolas dos
supermercados, identificando a presença do sódio nos alimentos. Vale lembrar que,
diferentemente do que se divulga na mídia, outros tipos de sal (sal rosa, sal negro, sal
marinho, etc.) possuem quantidades semelhantes de sódio quando comparados ao sal
refinado ou ao sal grosso, por isso, a moderação no consumo vale para qualquer
modalidade. O que muda comparando esses outros tipos de sal ao sal de cozinha é o
processo de refinamento, no qual este último perde a maior parte dos nutrientes restando
praticamente o sódio, enquanto os outros tipos, por serem comercializados numa forma
mais bruta, mantem outros minerais, além do sódio.

 Além da restrição do sódio, a adoção de padrões alimentares saudáveis tem sido


associada à redução da pressão arterial. As dietas DASH (Dietary Approaches to Stop
Hypertension) e a dieta do Mediterrâneo, ricas em frutas, verduras, legumes, grãos,
laticínios desnatados, cereais integrais e pobres em carnes vermelhas, gorduras saturadas
e alimentos industrializados são exemplos de alimentação balanceada e amiga do coração.

 Aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras, torna a dieta mais saudável


fornecendo fibras, vitaminas e minerais. Entre os minerais, o aumento do consumo de
potássio tem papel importante no controle da pressão arterial. Banana, laranja, goiaba,
feijão, ervilha, ameixa, espinafre, tomate, frutas secas, abacate, melão, leite desnatado,
iogurte desnatado, folhas verdes e alguns tipos de peixe, como linguado e atum, compõem
a lista de fontes de potássio.

 Consuma com moderação: Não só as bebidas alcoólicas, como também laticínios


integrais, chocolates e café devem ser consumidos com moderação por quem apresenta
hipertensão arterial. No caso das bebidas alcoólicas, as quantidades devem ser
controladas, não ultrapassando a dose máxima permitida de uma garrafa de cerveja ou
duas taças de vinho ou uma dose de destilados (uísque, vodca, aguardente), sendo
limitada a metade desta dose para homens com baixo peso, mulheres, indivíduos com
sobrepeso ou triglicerídeos elevados. Vale lembrar que o consumo excessivo de álcool
pode acarretar doenças no fígado e pâncreas, além de problemas psicossociais
ocasionados pela dependência, por isso seu consumo não deve ser estimulado.

 Já os laticínios possuem nutrientes importantes a saúde, mas os integrais possuem ácidos


graxos saturados cujos efeitos negativos na saúde cardiovascular são evidentes. Por isso
na hora de consumir laticínios, escolha aqueles com baixo teor de gordura, evitando os
queijos amarelos, por exemplo, que além de fontes de gordura saturada são ricos em
sódio.
 O chocolate com maior porcentagem de cacau apresenta propriedades antioxidantes e
vasodilatadoras que podem ajudar no controle da pressão arterial. Quanto menor o teor de
cacau, maior a mistura de outros ingredientes como leite, açúcar e outros tipos de gordura,
o que torna os produtos de chocolate ricos em gorduras saturadas e trans, daí a
necessidade de controle no consumo.
 Estudos envolvendo o consumo de café sugerem um efeito discreto na redução do risco de
hipertensão. Porém, a recomendação diária é de até 300 ml de café passado no filtro de
papel. O consumo excessivo de cafeína, principalmente por meio de suplementos pode
alterar a pressão arterial.

 O que o sal faz com a pressão: Quando há excesso de sódio na corrente sanguínea, há
um estímulo para que haja aumento da quantidade de água dentro dos vasos sanguíneos.
Com um volume maior de sangue fluindo através de seus vasos sanguíneos, a pressão
arterial aumenta.

 Importância do potássio: A alta ingestão de potássio está associada com níveis reduzidos
de pressão arterial. Estudos têm demonstrado que a excreção de potássio na urina
representa a quantidade de potássio ingerido na dieta, podendo ser um marcador da
efetividade da terapia anti-hipertensiva e de desfechos cerebrovasculares.

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