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SEMINÁRIO 5
CASO CLÍNICO 3
• AMTP
• Género feminino
• Data de nascimento 04/10/1967 (53 anos)
• Natural de Marco de Canaveses
• Residente em Pedrouços
• Ocupação: empregada de limpeza (anteriormente costureira)
• Vive com companheiro e filho
ANTECEDENTES PESSOAIS
• Hipertensão arterial • Excesso de peso
• Diagnosticada há 5 meses, MGF • IMC 29,27 kg/m2 (peso 74 kg, altura 159 cm)
• Medicada com indapamida
• Ex-fumadora
• 10 UMA (deixou de fumar há 26 anos)
• Neoformação do colo uterino (2015)
• Estadio CIN 1 (Classificação de Bethesda)
• Hábitos etílicos
• Conização (2015) • 40 g álcool/dia
• Seguida em ginecologia • 2 copos de vinho branco maduro a todas as refeições
• Nega consumo de álcool fora das refeições
• Cataratas
• Com lente intraocular bilateral • Drogas de abuso
• Cocaína inalada e Heroína ev, sem consumos há 26 anos
Doente com quadro de dispneia progressiva desde há 1 ano, com agravamento há 2 meses. Inicialmente dispneia
para caminhadas e esforços moderados (NYHA II), progrediu para dispneia para atividades da vida diária (NYHA
III). Nega dispneia em repouso. Refere ortopneia com necessidade de dormir sentada e também episódios de
dispneia paroxística noturna (2 semanas de evolução).
Desde há 15 dias, palpitações, e edema nos membros inferiores.
Negou toracalgia, lipotímia ou síncope.
Recorreu há dois meses ao Médico de Família pelo agravamento da dispneia, solicitados MCDs (ECG e
espirometria).
É encaminhada ao Serviço de Urgência do Hospital de São João no dia 5 de março de 2021 pela clínica onde foi
realizar os MCDs, por apresentar ECG com Fibrilhação Auricular com resposta ventricular rápida.
SERVIÇO DE URGÊNCIA
Exame objetivo
• Doente consciente, colaborante e orientada no tempo, espaço e pessoa.
• Auscultação cardíaca: arrítmica, taquicárdica, sem perceção de sopros.
• Auscultação pulmonar: SR presentes bilateralmente e simétricos, crepitações inspiratórias bibasais.
• Abdómen inocente.
• Edema nos membros inferiores: Godet +++ até à coxa.
• Referia palpitações, com desconforto retroesternal mas sem toracalgia. Pelo desconforto
torácico foi ativada a Via Verde Coronária.
1ª QUESTÃO
A) ECG, radiografia torácica, estudo analítico com marcadores de necrose do miocárdio, BNP.
B) Ecocardiograma transtorácico, angiografia pulmonar, estudo toxicológico, Doppler venoso dos MIs.
A) ECG, radiografia torácica, estudo analítico com marcadores de necrose do miocárdio, BNP.
B) Ecocardiograma transtorácico, angiografia pulmonar, estudo toxicológico, Doppler venoso dos MIs.
• TEP
• SCA
ECG
Angio-TAC
torácico
• ICA
BNP > 100 pg/mL
MCDs
• Eletrocardiograma de 12 derivações
• Radiografia torácica
• Hemograma, Bioquímica
• Marcadores de necrose do miocárdio
• BNP
• D-dímeros
• Angio-TAC torácico
SERVIÇO DE URGÊNCIA – ECG DE 12 DERIVAÇÕES
SERVIÇO DE URGÊNCIA
• Radiografia torácica
• Sem desvio da traqueia, com aumento do índice
cardiotorácico - cardiomegalia, derrame pleural à direita
com apagamento do ângulo costofrénico, derrame pleural
à esquerda de menor dimensão. Sem pneumotórax
SERVIÇO DE URGÊNCIA – ESTUDO ANALÍTICO
• Hemograma, Bioquímica
• Hb 14,5 g/dL, Leucócitos 9190/mm3, Linfócitos 1940 /mm3
• Na 138 mEq/L, K 4,0 mEq/L, Cl 95 mEq/L, Ca 4,7 mEq/L, Mg 1,28 mEq/L
• Painel hepático – AST 63 U/L, ALT 44 U/L, G-GT 210 U/L, FA 62 U/L, Billirrubina total 3,37mg/dL, Bilirrubina direta 1,62 mg/dL
• PCR 21 mg/dL
• BNP
• 1534,4 pg/mL ( < 100 pg/mL )
• D-dímeros
• 2,38 µg/mL ( < 0,5 µg/mL )
SERVIÇO DE URGÊNCIA – ANGIO-TAC TORÁCICO
2ª QUESTÃO
C) Fibrilhação Auricular.
C) Fibrilhação Auricular.
Plano
• Furosemida 60 mg+40mg ev
• Digoxina 500 µg ev
• Metoprolol 2,5 mg ev
• Enoxaparina 60 mg sc
• Algaliação – diurese 4500 mL em 12 horas
3ª QUESTÃO
Perante a apresentação clínica da doente e os resultados dos MCDs,
qual o diagnóstico mais provável?
B) Tromboembolismo pulmonar
D) Agudização de DPOC
B) Tromboembolismo pulmonar
ESC guidelines
3ª QUESTÃO – JUSTIFICAÇÃO
Perante a apresentação clínica da doente e os resultados dos MCDs,
qual o diagnóstico mais provável?
A) Enfarte agudo do miocárdio Troponinas mantiveram-se em valores modestos, sem o perfil de elevação típico de EAM
E) Pneumonia por agente atípico Sem clínica nem indicadores analíticos de infeção; sem contexto epidemiológico
ESTUDO ETIOLÓGICO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
• Cateterismo cardíaco
• Dominância direita
• Artérias coronárias sem doença angiográfica significativa
EVOLUÇÃO NO INTERNAMENTO
• Sem intercorrências no internamento, melhoria significativa da dispneia, sem queixas de
ortopneia
• Diminuição do edema periférico (até à coxa na admissão – bimaleolar em D7/alta)
• Melhoria do derrame pleural
• Perfil hipotensivo de pressão arterial – TAS entre 96 e 110 – a condicionar início e titulação da
Terapêutica Modificadora de Prognóstico. Controlo progressivo da FC com melhoria do quadro de
hipervolemia e titulação do β-bloqueador (Frequência cardíaca manteve-se entre 50-90 bpm).
• Função renal manteve-se sempre normal. Discreta hipocaliemia em relação com diurético ev que
se controlou com suplementação oral de K+ e início de iECA e espironolactona.
• Diminuição progressiva do perfil de estase hepática.
NO INTERNAMENTO •
•
Diuréticos (ansa)
IECA/ARA/ARNI
Alívio sintomático
• Β-bloqueador Terapêutica
• Antagonista dos recetores da aldosterona Modificadora
• Terapêutica adicional (ivabradina, digoxina, de
hidralazina, dinitrato de isossorbido) Prognóstico
• Cardioversor-desfibrilhador implantável
Terapêutica farmacológica • Terapia de ressincronização cardíaca
Inicia
Bisoprolol 2,5 mg
Furosemida 20 mg ev 3 id
Inicia
Enoxaparina 60mg/0,6mL bid Inicia Inicia Altera
Espironolactona 25 mg
Paracetamol 500 mg SOS Cloreto de Potássio Lisinopril 5 mg Bisoprolol 5 mg
Altera
Salbutamol 100 µg/dose Sulfato de Magnésio Pára Lisinopril 10 mg
Furosemida 80 mg + 20 mg
Br. de ipratrópio 20 µg/dose Altera Cloreto de Potássio Pára
Suspende hoje
Medicação habitual Furosemida 40 mg Sulfato de Magnésio Suplementação com O2
Enoxaparina 60 mg/0,6mL
Diazepam 5 mg
Pantoprazol 20 mg
DIA 7
DIA 1 DIA 2 DIA 3 DIA 4 DIA 5 DIA 6
ALTA
• Estudo analítico
• Hb 16,1 g/dL, Leucócitos 7160/mm3 (Neutrófilos 35,6%, Linfócitos 17,5%, Eosinófilos
7,5%), Plaquetas 189000/mm3
• AST 39 U/L, ALT 30 U/L, G-GT 229 U/L, FA 63 U/L, Bilirrubina total 1,64 mg/dL,
Bilirrubina direta 0,7 mg/dL, LDH 202 U/L
• Creatinina 0,76 mg/dL, Ureia 39 mg/dL
• Na 140 mEq/L, K 4,2 mEq/L, Cl 95 mEq/L
• PCR 25 mg/dL
• BNP 585,1 pg/mL
DIAGNÓSTICOS
A) Deve optar-se por prescrever um fármaco das seguintes classes: IECA, ARA2 ou ARNI, conforme tolerado.
C) Deve prescrever-se espironolactona a doentes que permanecem sintomáticos com a terapêutica dupla com beta-
bloqueador e inibidor do sistema RAA.
D) Apesar de ter FA, não se recomenda a toma de um NOAC nesta doente porque tem um score CHA2DS2-VASc <2.
E) Adicionar um inibidor da SGLT2 como a dapagliflozina ou a empagliflozina reduz o risco de hospitalização e morte CV
em doentes com HFrEF, mesmo na ausência de diabetes.
4ª QUESTÃO
A) Deve optar-se por prescrever um fármaco das seguintes classes: IECA, ARA2 ou ARNI, conforme tolerado.
C) Deve prescrever-se espironolactona a doentes que permanecem sintomáticos com a terapêutica dupla com beta-
bloqueador e inibidor do sistema RAA.
D) Apesar de ter FA, não se recomenda a toma de um NOAC nesta doente porque tem um score CHA2DS2-VASc <2.
E) Adicionar um inibidor da SGLT2 como a dapagliflozina ou a empagliflozina reduz o risco de hospitalização e morte CV
em doentes com HFrEF, mesmo na ausência de diabetes.
4ª QUESTÃO – JUSTIFICAÇÃO
D) Apesar de ter FA, não se recomenda a toma de um NOAC nesta doente porque tem um score CHA2DS2-VASc <2.
«Combined treatment with an ACEI (or ARB) and sacubitril/valsartan is contraindicated.» ESC Gudelines, 2016)
SEMINÁRIO 5
CASO CLÍNICO 3