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Roxanne Cabral – M8 – 2020.

1 – Emergência

SÍNDROME CORONARIANA AGUDA (SCA) O infarto do miocárdio é a necrose miocárdica decorrente de


redução abrupta do fluxo sanguíneo coronariano de uma
Objetivos da aula parte do miocárdio.

Isquemia pode causar...

SCA - Definição

Sinal de Levine

A síndrome coronariana aguda (SCA) se manifesta com


achados clínicos variáveis e que são ocasionados por
isquemia do miocárdio aguda, o que inclui a angina instável
(Al) e o infarto agudo do miocárdio (IAM). É uma condição
que deve sempre entrar no diagnóstico diferencial de
pacientes com desconforto torácico.

Classificação da SCA

E a isquemia pode evoluir para...


Atenção:
A angina intável não cursa com elevação de troponina. Para
que o quadro seja considerado INFARTO deve haver
ELEVAÇÃO DA TROPONINA.

Fisiopatologia
Apesar da diferenciação da SCA em três formas clínicas,
todas dividem, na maioria dos casos, o mesmo substrato
fisiopatológico da ruptura da placa aterosclerótica e
conseqüente trombose superposta, produzindo isquemia
miocárdica aguda.

As consequências iniciais variam com tamanho, localização


e duração da obstrução, estendendo-se da isquemia
transitória ao infarto.

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Tipos de IAM

↓ IAM TIPO 1: ocorre devido a trombose da placa de ateroma;

IAM TIPO 2: ocorre devido a estenose (estreitamento) da


artéria coronária e, levando a um desequilíbrio entre a oferta
e o consumo de O2. Exemplo: sepse, anemia, hipovolemia.
 Na sepse ocorre instabilidade hemodinâmica, com
taquicardia reflexa, hipotensão, hipoxemia e
necessidade do uso de aminas vasoativas para garantir
uma PA adequada. Tal condição exige um trabalho
maior do coração um. Se houver uma lesão obstrutiva
latente, sem OCLUSÃO COMPLETA, todo esse conjunto
de intensa atividade cardiocirculatória favorece a
ocorrência do tipo 2.
OU

Quadro Clínico
Sintomas mais comum
 Sudorese
 Dispneia
 Náuseas e vomitos
 Palidez
 Síncope
 Dor precordial

A SCA representa cerca de 15 a 25% dos casos de dor torácica


no departamento de emergência.

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Caracterização da Dor Precordial parede inferior. Morfina também causa vômitos em


mais de 20% dos pacientes.

Diaforese, dispneia ou síncope podem ser a


apresentação da SCA na emergência. De fato, novo
início de dispneia inexplicável é o mais comum
equivalente isquêmico. Adicionalmente, o paciente
pode se apresentar com fadiga, mal-estar, náusea,
 Tipo: em aperto, pressão, peso ou desconforto torácico vômitos e sudorese fria.
 Região: Retroesternal
 Irradiação: MMSS esquerdo ou direito, região cervival, Diagnóstico Diferencial
mandibula e região epigástrica
 Duração: duradoura (> 20 minutos)
 Fatores de piora: aos mínimos de esforços
 Fatores de melhora: repouso

Equivalentes Anginosos Observações:


Definição: caracteriza-se por quadros clínicos atípicos que  Costocondrite  Síndrome de Tietz;
podem se equivaler a um quadro de IAM.  Hipertensão pulmonar: geralmente são paciente com
edema generalizado, mas com ausculta pulmonar limpa;
Grupos de risco: mulheres, idosos, diabéticos, pacientes  Síndromes psiquiátricas  muito comum ocorrer crises
com DRC e neuropatas. de ansiedade.

Equivalentes angionosos mais comuns: Fatores de Risco


 Dispepsia
 Dor pelurítica
 Mal estar
 Náuseas

Sexo: SCA é mais frequente no sexo masculino;

Idade: Homens > 55 anos e mulheres > 65 anos apresentam


Náuseas e vômitos podem ocorrer, provavelmente, por
maior prevalência de doença coronariana;
ativação do reflexo vagal ou estímulo de receptores no
 SCA em pacientes com < 50 anos: sempre levantar a
ventrículo esquerdo (VE) como parte do reflexo de
suspeita de uso de drogas (cocaína e derivados)
Bezold-Jarisch. São mais frequentes nos IAMs de
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2. No diagnóstico de complicações da isquemia


miocárdica, como congestão pulmonar, turgência
jugular, novo sopro de regurgitação mitral, B3,
bradicardia, taquicardia ou má perfusão periférica.

3. Na avaliação de diagnósticos diferenciais, como


síndromes aórticas agudas, pericardite, tamponamento
pericárdico, pneumotórax, zóster torácico e derrame
Abordagem da SCA pleural, entre outros.

História Clínica OBS.: Sinal de alerta para dissecção de aorta: dor


retroesternal e dorsal associada à PA muito elevada.

Os dados da história relevantes, que inclusive devem


constar no prontuário do paciente, são os seguintes:

1. Todas as medicações em uso, inclusive se usou


recentemente medicamentos para disfunção erétil
pelo risco de grave hipotensão se nitrato for
prescrito.
[Sildenafil e tadalafil: usados para disfunção erétil, mas
também hipertensão arterial pulmonar. Os pacientes
devem sempre ser questionados quanto ao uso desses
fármacos.]
Eletrocardiograma
2. Alergias e medicamentos que previamente levaram
a eventos adversos graves.

3. História de asma ou broncoespasmo, o que


contraindica o β-bloqueador.

4. Cirurgia recente, história de sangramento,


coagulopatia, plaquetopenia, doença estrutural no
sistema nervoso central ou câncer ativo, erntre
outros (aumentam o risco de sangramento).
Um paciente que chega ao departamento de emergência
com quadro clínico compatível com isquemia miocárdica
Exame Físico deve imediatamente ser levado para a sala de emergência e
ser submetido a um eletrocardiograma. É importante
lembrar que o ECG deve ser feito em até dez minutos.

OBS.: Hidroxicloroquina (usada atualmente para COVID-19)


causa prolongamento do intervalo QT

A análise inicial deve buscar classificar o paciente em um dos


No contexto de uma SCA, frequentemente o exame físico é dois grupos:
inexpressivo. Todavia, terá grande utilidade em três 1. O ECG mostra uma elevação do segmento ST ≥1mm em
situações: duas ou mais derivações contíguas: o diagnóstico
1. Detectar se existe algum fator precipitante para provável é IAM com elevação do segmento ST.
isquemia miocárdica, por exemplo, hipertensão 2. O ECG não mostra elevação do segmento ST ≥1mm em
descontrolada, disfunção tireoidiana, DPOC exacerbada, duas ou mais derivações contiguas. Nesse caso, com
pneumonia (e outras infecções) ou algum sangramento quadro clínico compatível, está-se diante de uma
recente (anemia grave); síndrome coronariana aguda sem elevação do
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segmento ST, e a troponina distinguirá se o caso é uma


angina instável (AI), troponina negativa, ou se é um IAM
sem elevação do segmento ST (IAM sem supra ST),
troponina alterada.

Em caso de paciente de intermediário ou alto risco de SCA,


com ECG não diagnóstico, é razoável realizar V7 e V8.
Depressao de ST
Vascularização do coração

Em V2-V3 já há certa elevação do segmento de ST de forma


fisiológica e por isso nessas derivações considera-se como elevado
o segmento ST quando esse é ≥2mm.

Elevação do segmento ST: ponto J 2mm acima da linha de base

O segmento ST é o trecho do ECG entre o complexo QRS


e a onda T. O ponto J é a deflexão que encerra o complexo
QRS e inicia o segmento ST.

O nivelamento do segmento ST deve ser comparado com


o segmento TP

Ponto J: éo ponto de união do complexo QRS com o


segmento ST.

ECG na SCA

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Quando existem dados de afecção do ventrículo direito


devem ser colocados os eletrodos precordiais no lado
direito, para obter as derivações direitas.

BRE – ondas R amplas e largas


O IAMCST também é definido por BRE novo que por sua vez
é reconhecido por:
 Presença de ECG prévio sem BRE
& Parede posterior V7, V8 e V9:
 Critérios modificados de Sgarbossa  São realizadas colocando os eletrodos V4, V5 e V6, no mesmo
1. Supradesnivelamento de segmento ST ≥ 1 mm com QRS espaço intercostal, mas continuando para as costas do
predominantemente positivo. paciente.
2. Infradesnivelamento de segmento ST ≥ 1 mm com QRS
predominantemente negativo.
3. Discordância entre nível do segmento ST e amplitude do QRS
acima de 30%. O segmento ST deve ter desvio mínimo de
1mm. O cálculo é a razão entre o desvio do segmento ST (seja
positivo ou negativo) e o tamanho da onda S no caso de QRS
predominantemente negativo ou tamanho da onda R no caso
de QRS predominantemente positivo.

Derivações
O infarto agudo da parede posterior, também chamada região
infero-basal, que geralmente ocorre devido à oclusão da artéria
circunflexa, não causa elevação do segmento ST em um
eletrocardiograma padrão.

Seu principal sinal no eletrocardiograma é um


infradesnivelamento do segmento ST maior que 0,5 mm nas
derivações de V1 a V3.
 Se o componente final da onda T é positivo aumenta a
suspeita diagnóstica.
A presença de ondas R alta nestas derivações também favorece
Perivações periféricas (plano frontal): DI, DII, DIII, aVR, aVL o diagnóstico de infarto posterior.
e AF.
Um eletrocardiograma com derivações posteriores deve ser
realizado para confirmar o diagnóstico, observando um
supradesnivelamento do segmento ST maior de 0,5 mm nas
derivações V7 a V9.

Topografia de lesão

Irrigação do coração x Paredes

 Parede anterior: irrigada pela artéria descendente


anterior (ADA) – ramo da art. coronária esquerda (CE)
Precordiais: V1, V2, V3, V4, V5 e V6
 Parede septal: irrigada pelos ramos septais da ADA
(ramo da CE).

 Parede lateral: é irrigada por dois grupos de artérias, os


ramos diagonais, provenientes da ADA, e os ramos
marginais obtusos da artéria circunflexa.

 Parede inferior: irrigada pela artéria descendente


posterior, ramo da artéria coronária direta (CD) em
85% das pessoas ou da artéria circunflexa em 15%.
Avaliação de VD: V1R, V2R, V3R, V4R, V5R e V6R
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 Parade dorsal: irrigada pela art. coronária direita. Exemplos de ECGs x Paredes Alteradas

Lateral alta: D1 e aVL

 V1 e V2 – parede septal
 V3 e V4 – parede anterior
 V5 e V6 – parede lateral baixa
 V7, V8 e V9 – parede posterior
Parede inferior: DII, DIII e aVF.

Parede septal: V1 e V2

ECG normal

Parede ântero-septal: V1 a V4

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Parede anterior: V1 e V6.

IAM anterior (V2 a V6)


Art. descendente anterior

Armadilha no ECG

Parede anterior extensa: D1 e AVL + V1-V6

Resumo – Parede x Derivação

Imagem em espelho: infra de V1 a V4 e onda R amplas são


sinais de supra de ST em V7. V8 e V9.

Treinando...

Marcadores de Necrose Miocárdica

 IAM inferior (DII ainda não tem elevação)


 Art. coronária direita

Quantitativa (mostra a quantidade) x Qualitativa (mostra a


IAM lateral alto: elevação em D1 e AVL (não é classificado presença)
como lateral total porque V5 e V6 não sofreram supra).
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Troponina: marcador mais significativo de necrose  Troponina T ou I de alta sensibilidade é o


miocárdica biomarcador de escolha no departamento de
 Pico em 12h emergência;
 Pode permanecer até 14 dias
 Enzima exclusiva do coração  Uma amostra deve ser coletada à chegada e uma
segunda após 1 hora ou após 3 horas, conforme o
protocolo escolhido pelo hospital (delta de 1 hora ou
CK-MB
de 3 horas).
 Pico nas primeiras horas e em 2 dias pode estar negativa
 Presente também no fígado, musculo liso, etc.
Adicionalmente, patologias graves, que não uma SCA,
cursam com elevação da troponina de alta sensibilidade, por
Mioglobina
exemplo, embolia pulmonar ou síndrome aórtica aguda. Por
 Elevação e queda rápida
isso, elevações isoladas de troponina não podem por si só
 Presente em qualquer tecido muscular
diagnosticar uma SCA.
LDH
Todas as situaçãoes abaixam provocam eleveção de
troponina:

Concluindo...

Sobre a troponina...

A dosagem de troponina cardíaca complementa a avaliação


clinica e o ECG no dfagnóstico, na estratificação de risco e
no tratamento da SCA.

Avanços tecnológicos agora permitem a quantificação de


mínimas quantidades de troponinas no sangue,
denominadas de alta sensibilidade. Elas elevam-se muito
precocemente na SCA, sendo possível detectar alterações
substanciais nas dosagens sucessivas, que denominamos de
"curva” e persistindo elevadas 5 a 14 dias, eventualmente
mais. Se o paciente voltar a apresentar sintomas isquêmicos
dias após o evento índice, o diagnóstico de reinfarto pode
Coronavírus: provoca miocardite e com isso também pode
ser feito por uma nova elevação em dosagens seriadas.
provocar elevação de troponina sem supra de ST.
Para o diagnóstico de SCA, é importante considerar a
Sepse: provoca disfunção orgânica do músculo cardíaco
magnitude do aumento da troponina e a taxa de elevação ou
(nesse caso, a conduta adequada é o tratamento para a
queda em dosagens seriadas.
SEPSE e não para o dano cardíaco).
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Outros exames complementares Paciente com risco intermediário e alto tem indicação de
intervenção invasiva (angiografia cororonariana para
Exames laboratoriais: estudo da coronária e avaliação da necessidade de
 Hemograma, eletrólitos, glicemia, função renal e testes tratamento específicos), uma vez que esses pacientes
de coagulação. podem exigir um tratamento mais agressivo por estratégia
invasiva precoce.
 Peptideo natriurético (BNP ou o fragmento N-terminal
pro-BNP) mostrou se associar com prognóstico precoce - IAM COM supra de ST -
adverso. KILLIP
A classificação de Killip é um sistema de pontuação para
 Perfil lipídico (na manhã posterior ao dia da internação) avaliar mortalidade nos primeiros 30 dias de um paciente
que sofreu um IAM:

Exames de imagem:
 Rx de tórax: pode ser útil para identificar causas
pulmonares de dor torácica ou para identificar
pacientes com mediastino alargado, o que pode sugerir
uma síndrome aórtica aguda. Todavia, Rx de tórax tem
pouca utilidade como rotina na SCA.

 Ultrassom torácico/ecocardiograma: deve ser feito em


todos os pacientes, sendo útil para diagnóstico

diferencial, avaliação de pacientes com instabilidade
hemodinâmica e detectar anormalidade segmentar
sugestiva de isquemia miocárdica.

Estratificação de Risco do paciente com IAM

– IAM SEM supra de ST –


O tratamento de pacientes com AI/IAM SEM SUPRA DE ST
exige estratifi cação de risco precoce para evitar resultados
adversos (morte, infarto, re-infarto, acidente vascular,
revascularização urgente e re-internação para SCA). Este
processo é essencial para a definição das melhores O próprio infarto com supra é uma condição grave, que se
estratégias terapêuticas. Foram desenvolvidos vários associa com risco significativo de complicações ou de morte.
instrumentos para a estratifi cação de risco desses pacientes, Entretanto, alguns achados se correlacionam com pior
prognóstico e incluem:
como os escores GRACE, PURSUIT e TIMI.
 Idade avançada; maior classificação de Killip; taquicardia;
hipotensão e choque; IAM de parede anterior; história de
Aqui, vamos abordar a escala TIMI RISK: IAM prévio; tempo prolongado para início de tratamento;
O escore TIMI é bastante simples, muito usado, e avalia o diabetes; achados de insuficiência cardíaca; e insuficiência
risco de eventos adversos em 14 dias: morte, novo IAM ou renal prévia, entre outras.
IAM recorrente e isquemia que necessita de
revascularização. Complicações do IMA
 Ruptura de septo IV ( CIV aguda)

Cada item vale 1 ponto.

Classificação:

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 Ruptura do músculo papilar (IM aguda)

Alteplase é o fármaco mais comum usado na trombólise do IAM


 Ruptura da parede livre de VE (tamponaento
pericadico) Intervenção coronariana percutânea

Denomina-se reperfusão mecânica primária (angioplastia


primária) quando a forma de recanalização da artéria
TRATAMENTO ocluída é feita através da intervenção coronariana
percutânea (ICP). Já a intervenção coronariana percutânea
1º Medidas gerais de resgate é feita quando o procedimento é realizado após
 Repouso monitorização contínua oxigênio se SatO <90% e trombólise farmacológica ineficaz (não houve reperfusão)
acesso venoso. ou o paciente que evolui de forma insatisfatória (p. ex.,
2º Terapia anti-isquemia choque, insuficiência cardíaca aguda). A ICP primária é a
 Nitratos modalidade que consegue melhores resultados no IAM
 Β-bloqueadores (cuidado com as contraindicações ou nos com supra.
pacientes de risco de choque cardiogênico*)
*Um ou mais dos seguintes fatores de risco: idade> 70 anos, PA < 120
mmHg, FC > 11 O bpm ou < 60 bpm, longo tempo entre o início dos
sintomas e a procura pelo hospital.
3º Terapia antiplaquetária
 Aspirina
 Clopidogrel, prasugrel ou ticagrelor
4º Terapia anticoagulante
 Fondaparinux (inibidor do fator Xa).
 Enoxaparina.
 Heparina não fracionada.
5º Outras medicações
Esquema de angioplastia primária (colocação de stent) como técnica da
 Inibidores da enzima conversora de angiotensina, ICP
antagonistas da angiotensina li e eplerenona
 Inibidores da HMG-coenzima A - redutase (estatinas)
Para IAM com supra  REPERFUSÃO

REPERFUSÃO PARA O IAM COM SUPRA DE ST


O manuseio inicial do paciente deve ser feito
obrigatoriamente na sala de emergência, com imediato
acesso ao desfibrilador.

O emergencista deve buscar imediatamente a pronta


recanalização da artéria obstruída, seja pelo uso de
fibrinolíticos, seja pela intervenção coronariana percutânea
(ICP), constituindo-se na mais importante atitude, associada
Artéria coronária antes (obstruída) e após a ICP (desobstruída).
a melhor prognóstico e melhor sobrevida.

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ICP primária para tratamento do IAM e as indicações


segundo tempo e quadro clínico:

Fibrinolíticos

 Verificar sempre contraindicação de fibrinolítico!

Especialmente no Brasil, a grande maioria dos serviços de


emergências não possui centros de hemodinãmica e nem a
capacidade de transferir em tempo hábil para esses centros Tratamento Adjuvante
(tempo entre o primeiro contato médico e a realjzação do - PARA IAM SEM & COM SUPRA DE ST -
procedimento < 120 minutos). Por isso, a terapêutica
habitualmente disponível é a trombólise farmacológica.

O trombolítico é efetivo nas primeiras 12 horas do início


dos sintomas (especialmente nas primeiras 3 horas) e tem
grande importância no tratamento do IAM com elevação
de ST, pois reduz a mortalidade e as complicações da
doença

Contraindicação aos fibrinolíticos:

DUPLA-ANTIAGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA

A aspirina deve ser administrada imediatamente, em todos


os pacientes (pedir para o paciente mastigar 160 a 325 mg
via oral), exceto se houver história de alergia grave. A
aspirina faz parte do tratamento, seja em centros
intervencionistas (ICP primária) ou não intervencionistas
(tratados com trombolíticos).

Além disso, pacientes alocados para ICP deverão receber um


dos medicamentos antagonistas do ADP por via oral:
clopidogrel, prasugrel ou ticagrelor.
 O ticagrelor é melhor comparado com o clopidogrel,
contudo é mais custoso.

Todo paciente com SCA e elevação do segmento ST deve


receber o clopidogrel junto com a aspirina e o trombolítico...
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ANTICOAGULANTES cardíaco e o consumo de oxigênio. O prolongamento da


diástole pode melhorar a perfusão do miocárdio isquêmico.

Indicação x Contraindicação

 A enxoxiparina é a droga preferida.

A anticoagulação deve ser sempre feita e as dorgas mais


usadas são Heparina Não Fracionada (HNF) ou Enoxiparina.
A anticoagulação é de grande importância e deve ser
prescrita em todos os pacientes, independentemente do
tipo de terapia escolhida (ICP ou trombólise farmacológica).

DROGAS ANTI-ISQUÊMICAS

ATENÇÃO ÀS CONTRAINDICAÇÕES:
Nitratos | Morfina:

O NITROGLICERINA E DINITRATO DE ISOSSORBIDA é um


tratamento eficaz para a dor torácica isquêmica e tem Betabloqueador
efeitos hemodinâmicos benéficos (venodilatação com
redução da pré-carga, dilatação de coronárias e discreta
vasodilatação arterial sistêmica). Pode ser particularmente
útil na SCA associada a vasoespasmo, como na angina de
Prinzrnetal ou toxicidade por cocaína. Entretanto, o nitrato
não deve ser prescrito como uma rotina, pois não altera o iECA e Estatinas
prognóstico do paciente, além do seu potencial de causar O INIBIDOR DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA
hipotensão. (iECA) deve ser iniciado nas primeiras 24 horas do IAM, se
não houver contraindicação e apresenta vários efeitos
Indicação x Contraindicação benéficos nessa circunstância: (1) reduz eventos
cardiovasculares; (2) reduz a mortalidade; (3) reduz a
evolução para insuficiência cardíaca; (4) melhora o
remodelamento da área que sofreu isquemia.

Seus efeitos positivos independem de outros medicamentos.

Indicação x Contraindicação
A MORFINA promove alívio da dor e da ansiedade; redução
da pré-carga, o que favorece o trabalho de ventrículo
esquerdo; alívio da dispneia e redução do trabalho da
musculatura respiratória.

Indicação x Contraindicação

As ESTATINAS apresentam as seguintes vantagens: ação


anti-inflamatória, estabilização de placas ateroscleróticas,
O Β-BLOQUEADOR reduz a frequência cardíaca, a
melhora da função endotelial, aumento de HDL, diminuição
contratilidade e a pressão arterial, reduzindo o trabalho
da tendência pró-trombótica e redução de LDL. Além disso,
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a terapia com estatina reduz a chance de IAM recorrente, nas derivações direitas podem desaparecer após 24h
mortalidade por doença coronariana, necessidade de até 48h do fenômeno isquêmico em ate 50% dos casos.
revascularização do miocárdio e AVC.

Há maior benefício com as estatinas denominadas de "alta


potência': com a meta de reduzir o LDL em mais de 50% do
valor de base (atorvastatina: 80 mg, lx dia OU rosuvastatina
20 a 40 mg, 1 x dia, ambos à noite).

Doses dos fármacos do tratamento adjuvante

IAM com supra de parede inferior

IAM de VD – Elevação de ST em V3R e V4R

Quadro Clínico

O infarto de VD associado à clássica tríade clínica:


hipotensão arterial, elevação da pressão venosa jugular e
O IAM é uma emergência hipertensiva, logo, o anti- ausculta pulmonar normal, pois há o mínimo envolvimento
hipertensivo deve ser venoso, contudo, podemos usar o ventricular esquerdo e grande necrose da massa ventricular
dinitrato de isossorbina SL para ganhar tempo (ir reduzindo direita.
a PA até conseguir fazer IV).
ECOTT
A atorvastatina e rosuvastatina são estatinas de alta  Auxilia na avaliação da disfunção de VD.
potência e por isso essas devem ser utilizadas como 1ª
escolha. O ECOTT pode mostrar dilatação do VD, acinesia da parede
livre do VD, deslocamento e anormal do septo
IAM DE VD interventricular para a esquerda.
- Identificação e Tratamento –
O diagnóstico do IAM de VD baseia-se em parâmetros Tratamento
clínicos, do ECG e do ecocardiograma.

Eletrocardiogrmama:
 Elevação ≥1mm nas derivações precordiais direitas (V3R
e V4R);  Usamos mais DOBUTAMINA porque ela tem mais efeito
 É comum o IAM de VD estar associado ao infarto na contração cardíaca (amina preferida no IAM).
inferior. Em todos os pacientes com IAM inferior
devemos registrar as precordiais direitas, v3r, v4r, v5r, Atenção às contraindicações
v6r; a elevação do segmento ST maior que 1 mm em v4r  Morfina e Nitrato: aumentam a hipotensão (promovem
possui alta sensibilidade. Essa elevação do segmento ST venodilatação com redução do retorno venoso);
 Furosemida: provoca perda de liquido e reduz a PA.
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MONAB O tempo ótimo ou ideal para a realização da angiografia


pode ser dividido em:
 Imediata: são pacientes mais graves, com aJto risco
de morte. Se a emergência não tiver hemodinâmica
disponível, o paciente deve ser imediatamente
transferido, assim que a condição clínica permitir o
transporte seguro.
 Precoce (em até 24 horas): são os pacientes que mais
se beneficiaram no estudo mais relevante que
comparou a estratégia invasiva precoce vs.
Retardada.
 Retardada (dentro de 72 horas): esse é o prazo
máximo para a realização da intervenção, claro, se
O2: a saturação de O2 deve ser < 90% para a oferta de O2 puder ser feita antes, melhor. Por outro lado,
pacientes com comorbidades muito graves (p. ex.,
IAM sem Supra câncer avançado, insuficiência hepática, doença
- Conderações - pulmonar avançada etc.) não se beneficiarão de CATE
precoce devido aos riscos da intervenção.
Tratamento Farmacológico Base
Pacientes com dor torácica e achados de baixo risco de
O tratamento do IAM sem supra de ST é baseado no uso do
isquemia por DAC também não devem ser submetidos à
MONAB, tendo como base a dupla antiagregação cineangiocoronariografia.
plaquetária associada a anticoagulante.

RESUMO – CONDUTA  AI / IAMSSST

A depender da classificação de risco baseado no TIMI risk,


indicamos ou não a angiografia coronariana.

Angiografia Coronariana
A estratégia invasiva ou intervencionista consiste na
indicação de angiografia coronariana percutânea no RESUMO – CONDUTA  IAMCSST / Novo BRE
paciente com SCA sem supra na fase aguda. As principais
vantagens são:
 Confirmar uma SCA relacionada à doença coronariana
obstrutiva (ou descartá-la, evitando--se uso de longo
prazo desnecessário de antitrombóticos).
 Rápida e definitiva definição da anatomia e da(s)
lesão(ões) coronariana(s).
 Revascularização precoce pode prevenir potenciais
complicações da SCA.
 Estratificação do risco do paciente em curto e longo
prazo.
 Redução de desfechos clínicos, especialmente nos
pacientes de maior risco.

A angiografia coronariana, seguida de revascularização


(angioplastia + stent), se indicada, é realizada na maioria dos
pacientes com IAM sem supra nos serviços de saúde bem
organizados.

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Caso Clínico 1 Caso Clínico 2

Resultados dos exames:


Resultados dos exames:

 A troponina veio negativa, mas o exame que consideramos


para conduta é o ECG  com SUPRA, pois a troponina pode
demorar para elevar-se.
 Dupla anti-agregação – cardiologista - avalia necessidade
de anticoagulante oral
Aspecto radiologico: normal;  Mantem a anticoagulação por 7 d
ECG: inversões de onda T em várias derivações  alterações
isquêmicas + troponina positiva = IAM sem supra;
 Não há infra de ST nas derivações precordiais e por isso não
pensamos em parede posterior.

Qual a conduta terapêutica?


Qual a conduta terapêutica?

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