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NUTRIÇÃO E

SUPLEMENTAÇÃO NAS
DOENÇAS RENAIS
PROFA .THAIS CONTENTE
NUTRICIONISTA CLÍNICA
@INTITUTO_NUTRIENTE
FUNÇÃO RENAL

• Os rins tem funções :


• Endócrina – síntese de vit D ativa (metabolismo
ósseo), eritropeotina(hemácias), produção de
renina(regulação da pressão arterial)
FUNÇÕES DOS RINS

• Reguladora:

• Balanço hidroeletrolítico ( equilíbrio de água, sódio, potássio,


fósforo)

•Equilíbrio ácido- básico: PH sanguíneo ,


reabsorção tubular de bicarbonato
FUNÇÕES DOS RINS

Excretora –
• Metabólitos endógenos : uréia , cretinina e ácido
úrico e
• Substâncias exógenas (medicamentos)
IRA E IRC

• IRA – Insuficiência Renal Aguda


• IRC – Insuficiência Renal Crônica

• Quais as DIFERENÇAS?????
INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA)

• Perda súbita da capacidade de filtração dos rins ( sais, líquidos ,do sangue, resíduos)
• Paciente Hospitalizados
• Gravemente doentes
• Lesão Renal Aguda – pode se desenvolver rapidamente, durar algumas horas ou dias,
pode ser fatal e o tratamento tem que ser rápido
• Sintomas:
• Inapetência
• Náuseas , vômitos, confusão, fadiga, dor ou pressão no peito, falta de ar, etc
IRA

• Causas:

• Pré Renal
• - Hipotensão
• - Insuficiência Cardíaca
• - Insuficiência Hepática
• - Septicemia/choque séptico
IRA

• Causas:

• Intrínsecas:
- Glomerolunefrite aguda
- Depósitos intrarenais ( ex. ácido úrico)
- Necrose tubular aguda (contrastes radiológicos), toxinas...)
IRA

• Causas:

• Pós Renal:
• Obstrução uretral ( cálculo, tumor..)
• Obstrução vesical ( carcinoma, coágulo...)
TRATAMENTO DA IRA

• Focado no que está causando a IRA e por isso varia

• De maneira geral:

• Alimentação ( pobre em proteínas e controlada em potássio)


• Medicamentos
• Hemodiálise em alguns casos
DOENÇA RENAL
CRÔNICA (DRC)
PRINCIPAIS CAUSAS
• Diabetes e Hipertensão
• Rins Policísticos
• Glomeropatias
• Causas indefinidas como:
• Doenças Cardiovasculares
• Litíase Renal de Repetição
• Lupus Eritematoso Sistêmico
• Infecções Urinárias
• Uropatias Osbstrutivas
• Neoplasias
• Infecções Sistêmicas
• Transplantados Renais com Rejeição Crônicas
• Obesidade
PROGRESSÃO DA DRC
• Etiologia da DRC
• Nível da Taxa de Filtração Glomerular – como avalia a função renal
• Idade
• Pressão alta
• Hiperglicemia
• Dislipidemia
• Tabagismo
• Nível de albuminúria ( quanto maior mais há a progressão DR)
• Medicamentos nefrotóxicos
• Obesidade
• A DRC é progressiva e irreversível
DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO

• Alterações na estrutura ou nas funções renais presentes por um tempo superior a


3 meses e que tenham repercussões para a saúde

• Alterações na estrutura – exames de imagem e de exames de urina ( albuminúria


> 30 mg/g e/ou hematúria
• Alterações na função – taxa de filtração glomerular < 60ml/mim/1.73m2
DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO

Estágio Taxa de Filtração Albuminúria


Glomerular
(ml/min/1.73m2)
1 ≥ 90 Presente
2 60-89 Presente
3A 45-59 Presente ou Ausente
3B 30-44 Presente ou Ausente
4 15-29 Presente ou Ausente
5 < 15 Presente ou Ausente
DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO

• Tratamento Conservador – Estágios 1 a 4


• Tratamento Conservador ou Terapia Renal Substitutiva – Estágio 5 (terminal)
Exame de sangue – Clearance de Creatinina ou taxa de filtração glomerular

Ex: Paciente 50 anos, sexo masculino , peso = 60 kg – clearance de creatina 31.25 ml/mim –
estagio 3B
- Calculadoras nefrológicas
TRATAMENTO CLÍNICO
• Tratamento Conservador

• Medicamentos
• Alimentação
• Estilo de Vida

• Objetivos :
• Retardar a piora da função renal
• Reduzir sintomas
• Prevenir complicações da doença
TERAPIA RENAIS SUBSTITUTIVAS -
INDICAÇÃO

• Taxa de Filtração Glomerular ( Estagio 5) < 10 min/1.73m2 ou,


15 min/1.73 m2 nos casos
de diabetes.

- Complicações não responsivas ao tratamento clínico empregado

Ex: sintoma urêmicos ( náuseas, vômitos, inapetência), hipercalemia


- Comprometimento da qualidade de vida e estado nutricional
TERAPIA RENAIS SUBSTITUTIVAS - INDICAÇÃO

• Tipos:

• - Diálises: Hemodiálise ou Hemodiafiltração ( realizada por uma máquina- 3 x por


semana- 4 h), Diálise Peritoneal ( através do peritônio, através cateter, máquina cicladora
,em casa)

• Transplantes Renal
TERAPIA DIALÍTICA

• Processo onde ocorre a remoção de solutos urêmicos, eletrólitos e excesso de volume


• Objetivo: restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico e metabólico dos pacientes

• Não substitui as funções endócrinas ---- uso de medicamentos ( reposição de


vitamina D, reposição de eritropoetina)
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS

• Distúrbios Hidroeletrolíticos (Potássio, sódio...)


• Distúrbios Metabólicos e Hormonais ( Carboidratos)
• Desequilíbrio do Sistema Imune ( vitaminas e Minerais)
• Acidose Metabólica (Proteína)
• Hipertensão (sódio)
• Desnutrição (energia, proteínas)
• Anemia ( ferro)
• Doenças Ósseas ( cálcio e fósforo)
• Cardiovasculares (lipídios, antioxidantes e fósforo)
COMO ATENDER UM PACIENTE RENAL
CRÔNICO????
Tratamento Conservador e Terapias Dialíticas
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

• Objetivos:
- Avaliar e monitorar o estado nutricional + Detectar, Diagnosticar, Classificar e Apontar

RISCO NUTRICIONAL
AN é essencial para realizar: orientação nutricional individualizada e adequada
KDOQI,2020
TRIAGEM NUTRICIONAL

• Estágios de 3 a 5 com ou sem diálise – realizar 2x ao ano para identificar paciente com risco
de desnutrição energética- protéica

• Qual ferramenta usar????

• Não tem uma ideal! Devemos associar vários parâmetros


AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ROTINA

• Em todos os estágios realizar uma avalição nutricional abrangente:


• Apetite
• Ingestão alimentar ( histórico)
• Peso corporal , IMC
• Exames bioquímicos
• Medidas Antropométricas
• Semiologia
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ROTINA

• Métodos Objetivos:
• Medidas Antropométricas
• Parâmetros Bioquímicos
• Avaliação do Consumo Alimentar
• Força de Preensão Manual ( dinamômetro)
Métodos Subjetivos: ASG de 7 pontos e o MIS ( malnutrition Inflamation Score)
PERIODICIDADE

ESTÁGIO PERÍODO
1A 3 6 MESES
4 A 5 ( TRATAMENTO CONSERVADOR) 3 MESES
5 D ( EM DIÁLISE) MENSAL
• Em todos os estágios – utilizar julgamento clínico devido à ausência de normas de referência padrão
• Definição de Peso Seco: peso corporal sem edema periférico detectável e pressão arterial normal
• História do peso
• % perda de peso
• Edema
• Órgãos policísticos
• Composição corporal
• Classificação do IMC
PESO IMC NA PRÁTICA CLÍNICA

• IMC limite inferior: 23 kg/m2 (baixo peso)


• Adultos: 23 a 24 kg/m2 (OMS, 1998)
• Idosos: 23 a 27 kg;m2 ( OPAS, 2002)
• Perda de peso não intencional por 3 a 6 meses mais acurada que IMC para detectar risco
de DEP
PERDA DE PESO NÃO INTENCIONAL

% REDUÇÃO DE PESO INTERPRETAÇÃO


> 10% CLINICAMENTE SIGNIFICATIVA (DEP)
5 A 10% RISCO AUMENTADO PARA DEPLEÇÃO
NUTRICIONAL

<5% VARIAÇÃO DE PESO NORMAL


MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO
CORPORAL
• Densitometria Óssea (DEXA) – em todos os estágios de 1 a 5 D ( padrão ouro apesar
de ser influenciada pela hidratação )
• Bioimpedância Elétrica
• Dobras Cutâneas
• CA – Circunferência da Cintura
AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR

• Registro alimentar de 3 dias


• R24
• QFA
• PNA – avalia o consumo proteico – exame de sangue
( nitrogênio na urina)
AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO CLINICA

• Exame físico
• Sinais e Sintomas
• Pré albumina
• Creatinina
• Albumina
• Albumina sérica baixa- bom preditor de hospitalização em todos os estágios da DRC
• Clearance de Creatinina – taxa de filtração glomerular
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL

• IDEAL

• ASSOCIAÇÃO DE MÉTODOS
QUAIS NUTRIENTES PODEM OU NÃO FAZER PARTE
DO CARDÁPIO DESTE PACIENTE?
• Objetivo da Terapia Nutricional:
• Reduzir o acúmulo de substâncias tóxicas
• Recomendações
• Energia
• Proteínas
• Potássio
• Fósforo
• Sódio
• Líquidos
• Vitaminas
TERAPIA NUTRICIONAL

• Suplementação de ferro medicamentoso – falta de eritropoetina


• Vitamina D – geralmente o médico prescreve ( em diálise os níveis podem mudar
mensalmente)
• Energia – 25 a 35 kcal/kg/dia
• Restrição Protéica
• Alimentos Corigas ( pobres em proteínas e ricos em calorias)
• Ex: mel. batata doce, óleos vegetais, azeite, inhame
• Diminuir a anemia
TERAPIA NUTRICIONAL

• Paciente tem medo de comer – medo de dialisar

• Suplementação
• Hipoprotéica
• Hipocalêmica (potássio)
• Pobre em Fósforo
TERAPIA NUTRICIONAL TRATAMENTO DIALÍTICO

• Energia:
• Hemodiálise (HD) e Diálise Peritoneal (DP)-------- 25 a 35 kcal/kg/dia
• Na DP:
• Há glicose infundida – 40 a 50% pode ser absorvida
TERAPIA NUTRICIONAL TRATAMENTO DIALÍTICO

• Suplementação
• Albumina ( sem sabor)
• Maltodextrina (sem sabor)
• Wheyprotein (observar fósforo)- só suplementar se o paciente estiver
com fósforo normal
• Necessidade protéica é maior em diálise
TERAPIA NUTRICIONAL TRATAMENTO DIALÍTICO

• Macronutrientes
• Igual para conservador e dialítico
• Proteína – de acordo com a recomendação
• Carboidratos – 50 a 60%
• Lipídeos – 25 a 35%
• Dieta Planted Based- resposta positiva em DRC
PROTEÍNAS TRATAMENTO CONSERVADOR

• Estágios 1 e 2 – 0,8 a 1.0 g/kg/dia- normoprotéica


• Estágios 3 a 5 sem diabetes – 0,55 a 0,6 g/kg/dia ou 0,28 a 0,43/kg/dia =
cetoácidos/análogos de aminoácidos essenciais - hipoprotéica
• Estágios 3 a 5 com diabetes – 0,6 a 0,8 g/kg/dia – hipoprotéica a normoprotéica
TRATAMENTO DIALÍTICO

• Recomendações de Macronutrientes
• Carboidratos – 50 a 60%
• Lipídeos – 25 a 30%
• Proteínas som diabetes – 1.0 a 1.2 g/kg/dia – normo a hiperprotéica
• Proteínas com diabetes- normo a hiperprotéica
• Aa e peptídeos- 10 a 12 g por sessão – para paciente em diálise peritoneal – 3g por sessão de
aminoácidos
• A recomendação de proteínas é maior em diálise pois o pacientes perde mais no processo
• Pode trabalhar tanto proteína animal e vegetal
FOSFORO

• Fosforo alto pode acelerar o processo da doença


• Controle do fosforo deve ser individualizado
• Através do controle da dieta
OUTROS NUTRIENTES

• Não suplementar vitaminas A e E pelo risco de toxicidade


• K não suplementar se estiver em uso de anticoagulante
• Controlar o potássio dos alimentos
• Deixar de molho por algumas horas e ferver e depois desprezar a água
• W3 – atividade antinflamatória – de 1 a 3 g /dia
DIETA GERAL CONSERVADOR

• É recomendada a ingestão de, no mínimo, 1,5 a 2 litros


de água ao dia, associada à alimentação baseada em
frutas, legumes, verduras, cereais integrais e proteínas
de origem animal e vegetal. As carnes têm carga ácida e o
melhor é dar preferência aos peixes e às carnes brancas.
EVITAR

• No geral, alimentos ricos em proteínas de origem


animal, como leite e seus derivados, e carnes (vermelha
e branca) devem ser reduzidos consideravelmente. Além
destes, o consumo das proteínas presentes em alimentos como
cereais, massas e grãos devem ser controladas
ALIMENTOS ANTIOXIDANTES

• Vegetais crucíferos – couve-de-bruxelas, couve, couve-flor,


brócolis e repolho possuem fitoquímicos que ajudam na
proteção contra inflamações; própolis – é antioxidante, anti-
inflamatório e contribui para a melhora do sistema imune; alho
– possui alicina, que tem ação anti-inflamatória e antioxidante
FRUTAS COM BAIXO POTÁSSIO

• Melão, kiwi, laranja, maracujá, caju e abacaxi são frutas


refrescantes e que possuem nível moderado de potássio.
Nesses casos, a indicação é consumir de forma moderada,
seguindo recomendação baseada no quadro de cada paciente.
ORIENTAÇÕES GERAIS - ALIMENTAÇÃO

• Com algumas medidas simples é possível cuidar bem dos rins


• Diminuir o consumo de sal nos alimentos. ...
• Beber bastante água, mantenha uma alimentação saudável e pratique exercícios físicos
com regularidade.
• Não fumar e manter um peso adequado.
• Medir a pressão arterial.
• Cuidado na hora de utilizar algum medicamento.
EM ANEXO – ALIMENTOS
INDICADOS ( POTÁSSIO)
OBRIGADA!

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