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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

DISCIPLINA ENFERMAGEM PEDIÁTRICA


Enfermaria Pediatria

Processo de enfermagem aplicado ao paciente diagnosticado


com Diabetes Mellitus 1: Estudo de caso

Discentes: Caroline Kappaun


Docentes/Supervisores: Viviane Cristina de Albuquerque

Botucatu
2021
IDENTIFICAÇÃO

Nome criança: L.M.S

Idade criança: 11 anos e 8 meses

Grau de parentesco do acompanhante/informante: mãe

Data de internação: 20/02/202

Data da alta: 25/02/2021

Diagnóstico médico de internação: DM1 - Primodescompensação

Data da Aplicação do Processo de Enfermagem: 25/01/2021

Pronto Atendimento Laranjal PS UNESP Enfermaria Pediátrica


HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

 Paciente deu entrada no HC- FMB no dia 22/02/2021 no período da noite.

 Mãe relatou perceber perda de peso considerável da filha ao longo do mês (5kg), e
aumento de ingesta hídrica há uma semana concomitantemente com o
aparecimento de espuma na urina.

 Relatou que na semana anterior a internação houve um episódio de vômito que


evoluiu com queda no estado geral

 Procurou atendimento no PA da cidade de origem onde foi realizado hgt hight

 Realizada expansão com SF 0,9%, administração de insulina IV e SC

 Encaminhada ao HC 2 dias após ser atendida no PA, sem cetoacidose

 Realizada a reposição de eletrólitos, paciente estável hemodinamicamente

 Realizada interconsulta (médico, enfermeira, nutricionista e psicóloga), conduta


terapêutica, e orientações gerais para a paciente e sua responsável
EXAME FÍSICO
Paciente no leito, acompanhada da mãe. Acordada, contactuante, comunicativa,
orientada em tempo e espaço. Nega dor/queixas
AO EXAME FÍSICO:
Corada, hidratada, afebril, acianótica, anictérica.
SSVV:
T°C: 36,2
FC: 108 bpm
FR: 22 rpm
Sp02: 98%
Glicemia capilar: 230-136-329-239-274

Neurológico: acordada, contactuante, pupilas isocóricas e normoreativas


Cardiovascular: 2BCNF, sem sopros audíveis
Pulmonar: respiração espontânea, tórax simétrico, expansibilidade torácica preservada,
a ausculta som claro pulmonar, frêmitos presentes, MV+, sem RA.
Abdominal: abdome plano, simétrico, RHA+, indolor a palpação superficial e profunda, a
percussão som timpânico e na região do fígado maciço
Vascular: TEC <3, pulsos palpáveis (4+/4)
MMSS: presença de AVC em MSE sem sinais flogísticos. Mobilidade e flexibilidade
preservada, sem edemas.
MMII: mobilidade e flexibilidade preservada, sem edemas e sinais de TVP
Eliminações: espontâneas, com diurese e evacuação presentes
PATOLOGIA

 O Diabetes Mellitus é uma doença metabólica caracterizada por hiperglicemia,


resultante de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação (1)

 A (DM1) é uma doença autoimune caracterizada pela perda progressiva de


células beta pancreáticas, resultando com a interrupção de produção de insulina e
consequentemente desequilíbrio metabólico grave (2)

 É o distúrbio endócrino mais comum na infância, com incidência máxima durante


o início da adolescência (3)

Processo de Enfermagem:

Investigação Diagnóstico Planejamento Implementação Avaliação


SSINAIS E SINTOMAS

Os sintomas clássicos de diabetes são: (os “4 Ps”)

 Poliúria
 Polidipsia
 Polifagia
 Perda involuntária de peso

 Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: fadiga,


fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar, balanopostite e
infecções de repetição.

 Algumas vezes o diagnóstico é feito a partir de complicações


crônicas como neuropatia, retinopatia ou doença cardiovascular
aterosclerótica.
DIDIAGNÓSTICO

 A Diabetes pode ser diagnosticada


com base nos critérios de glicose
plasmática (Curva Glicêmica)

 O exame é feito em etapas, em


que são coletadas amostras de
sangue em um tempo determinado,
geralmente de 30 em 30 minutos.
TGTERAPIA MEDICAMENTOSA
 A insulina chamada de regular (ação rápida) é idêntica à humana
na sua estrutura
 A NPH é associada a duas substâncias (protamina e o zinco) que
promovem um efeito mais prolongado.
Tipo Ínicio da ação pico duração horário
NPH 10-15 min 1-2h 3-5h Injetada
imediatamente
antes das
refeiçoes
Regular 30 min 2-3h 6h30min Injetada 30
min antes das
refeiçoes

Insulina NPH : 4-4-0-6 Insulina Humana REGULAR:


4 UI: 7h HGT 190-280: administrar 3UI
4UI: 11h HGT 280-370: administrar 4UI
0UI: período da tarde HGT 370-460: administrar 5UI
6UI: 22h HGT> 460: administrar 6UI
iINSUMOS

 Os insumos: (seringas com agulha acoplada para aplicação de insulina; tiras


reagentes de medida de glicemia capilar; e lancetas para punção digital)

 A Lei 11.347/06

 Sis-HiperDia
COMPLICAÇÕES

 Excesso de urina;
 A cetoacidose diabética é definida como
 Sede excessiva; uma disfunção metabólica grave causada
 Fraqueza; pela deficiência relativa ou absoluta de
insulina, associada ou não a uma maior
 Náuseas;
atividade dos hormônios contra-
 Vômitos; reguladores (cortisol, catecolaminas,
 Taquicardia; glucagon, hormônio do crescimento).

 Sonolência;  A cetoacidose caracteriza-se


 Confusão; clinicamente por desidratação, respiração
acidótica e alteração do sensório
 Coma em 10% dos casos;
 Respiração ofegante;  Hiperglicemia (glicemia > 250 mg/dl)
 Acidose metabólica (Ph < 7,3 ou
 Desidratação;
bicarbonato sérico < 15 mEq/l);
 Pressão baixa;  Cetonemia (cetonas totais > 3 mmol/l) e
 Febre ou temperatura baixa; cetonúria.

 Hálito Cetônico
 Dor ou sensibilidade abdominal.
EXAMES LABORATORIAIS

Descrição Valor de referência Data: 20/02/2021


PDW 25,0~65,0 15,3
Potássio 3,5~5,1 2,70
Glicose +++ ------
Corpos cetônicos ++ ------
Proteinúria/creatinina 0~0,30 0,56

A (RPC) na urina é um teste indicado para avaliação de lesão


aos glomérulos, a creatinina e a ureia somente se elevam
quando 75% ou mais dos néfrons foram lesados

PDW: Indica a distribuição volumétrica das plaquetas


DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM

Diagnósticos Intervenção Resultados


Risco de glicemia instável Monitorar níveis de glicose Níveis de glicose sanguínea
relacionado a DM 1 sanguínea estáveis

Conhecimento deficiente * Seguir regime da dieta A paciente relatará a


relacionado ao ensino da prescrita pela Nutricionista compreensão da fisiologia da
dieta prescrita a pacientes patologia
diabéticos, caracterizado por A paciente relacionará os
verbalização inadequada sinais e sintomas com o
sobre a patologia e a dieta processo da doença e
associará os sintomas com
os fatores causadores

Disposição para controle Apoio a tomada de decisão A paciente demonstrará


da saúde melhorado Assistência na desejo a se adequar a novos
definido pelo desejo de automedicação hábitos e recorrerá a equipe
melhorar o controle da de saúde se necessário
doença Ensino: processo da doença
CCONSIDERAÇÕES FINAIS
 Destacar importância das bases Nanda-I, NIC e NOC durante a prestação
da assistência

 A adolescência é um período de transição complexo, que exige dos


adolescentes e das suas famílias um esforço adaptação à doença crónica.

 Devido a esse período de transição pode haver uma dificuldade na


consolidação da autonomia e do autocuidado, podendo haver condutas
não condizentes com o regime terapêutico adequado

 A diabetes exige uma reorganização dos hábitos pessoais, alimentares e


familiares a vários níveis, sendo necessário um processo de adaptação
juntamente com o acompanhamento da equipe de saúde multidisciplinar
visando qualidade de vida

 Neste contexto, é fundamental compreender como esse processo ocorre


para prestar uma assistência de qualidade para esses pacientes, o que
representa um desafio para os serviços de saúde e em particular para os
enfermeiros.
CONDUTAS

 Mantida dose de insulina 4-4-0-6 (0,42UI)/k/d


 Mantido insulina regular meta 100
 Paciente com todos os insumos
 Orientado uso e descarte das agulhas
 Paciente e acompanhante aprenderam a manusear
 Orientado sinais de alarme e procurar atendimento caso
presentes
 Retorno dia 01/02
REFERÊNCIAS

1. BREITSAMETER, Irene; FAN, Luiz Carlos Ribeiro; CARVALHO,


Cláudio Baptista de. DIABETES MELITO. Ciência Rural, [s.l.], v. 24,
n. 1, p.223-227, 1994. FapUNIFESP (SciELO).

2. Miculis, C. P., Mascarenhas, L. P., Boguszewski, M. C. , &


Campos, W. (2010). Atividade física na criança com
diabetes tipo 1. Jornal de Pediatria, 86(4), 271-278.

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