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SALVADOR – BA
2020
VANESSA SANTOS SILVA
SALVADOR/BA
2020
“Tudo o que você faz por uma criança, ela fará pela
sociedade.”
(Karl Menninger)
1. RESUMO
Para o estudo de caso, foi utilizada uma paciente de menor J. A. D., o sexo feminino, com a
idade de 3 anos, estatura de 91 cm, peso corporal de 16,7 Kg, natural de uma cidade do interior
da Bahia, portadora de Diabetes Mellitus tipo 1, diagnosticada em junho de 2019, após
internamento em UTI com um quadro de cetoacidose diabética, complicação metabólica aguda
do diabetes que ocorre quando há falta de insulina e o nível de açúcar no sangue vai aumentando
fazendo com que as células sofram com a falta de energia, mas, para evitar que as células parem
de funcionar, o organismo passa a usar os estoques de gordura para gerar energia, porém, nesse
processo em que o corpo usa a gordura como energia, formam-se as cetonas. As cetonas são
ácidos que se acumulam no sangue e aparecem na urina. Níveis elevados de corpos cetônicos
podem envenenar o corpo, causa náuseas, vômitos e dor abdominal e pode evoluir para edema
cerebral, coma e morte. A mãe da paciente relatou na ficha técnica da paciente que a mesma
apresentava Náuseas, vômitos, sede, micção freqüente, perda de peso e desidratação no momento
do diagnóstico. Inicialmente a paciente fez uso de insulina do tipo NPH diária e regular quando
necessário, não conseguindo manter um bom nível glicêmico. Após 3 meses do diagnóstico, a
genitora da mesma foi orientada pelo médico endocrinologista a utilizar insulina análoga
Glargina (Lantus), sendo que a insulina de origem humana (NPH e Regular) é desenvolvida em
laboratório, a partir da tecnologia de DNA recombinante e os análogos são preparações de
insulina que sofreram alteração na cadeia de aminoácidos para melhorias no tempo de ação. Além
disso, a genitora da paciente foi orientada a monitorar as glicemias em sua residência, porém não
obteve um bom controle. Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose
no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio
insulina, que é produzido no pâncreas. Esse hormônio atua como uma “chave”, abrindo as
“fechaduras” das células do corpo para que a glicose entre e seja aproveitada para diversas
atividades celulares. Quando existe o acúmulo de glicose na corrente sanguínea devido ao defeito
da produção de insulina caracteriza hiperglicemia, que sendo constante resulta no diagnóstico de
diabetes. Vários fatores podem desencadear um quadro de Diabetes Mellitus, mas, no caso do
tipo 1, é considerada uma doença auto imune. A paciente deu entrada na unidade emergencial,
onde acompanhei o caso, com queixa principal de dor abdominal, sonolência, desidratação,
irritação, muita sede e vontade de urinar constante. Após exames laboratoriais confirmando o
quadro hiperglicêmico, a paciente foi submetida a aplicação de insulina de efeito ultra-rápido,
mantendo um controle glicêmico antes das refeições e um controle alimentar, evitando o
consumo de açúcar. A genitora passou a ser orientada quanto à manipulação do glicosímetro e
administração de insulina conforme prescrição médica. Para cessar com a dor abdominal devido à
constipação foi utilizado 1 colher de óleo mineral via oral uma vez ao dia, onde seguiu aos
cuidados de enfermagem.
2. INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, Diabetes Mellitus Tipo 1 - DM1 é uma
das doenças crônicas que mais acometem a população de crianças e jovens e é manifesto o
aumento de sua incidência a nível global. Neste trabalho foi estudado o caso de uma paciente
infantil, J. A. D., diagnosticada a menos de 1 ano com DM1, enfermidade que pode causar o
aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos
olhos, nos rins e nos nervos e, em casos mais graves pode levar à morte.
Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue, que pode
ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no
pâncreas, pelas chamadas células beta. A função principal da insulina é promover a entrada de
glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas
atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta, portanto em acúmulo
de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA, 2007).
Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Logo,
pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em
vez de ser usada como energia. Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 de diabetes, que
concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
DIABETES, 2019). Como o pâncreas deixa subitamente de produzir insulina, a elevação da taxa
de glicose no sangue é súbita e exorbitante, o que dá origem à produção de substâncias tóxicas no
organismo, o chamado “corpos cetônicos”, causando mal-estar e náuseas. Como não há nenhuma
produção de insulina pelo corpo, a única forma de tratar é administrando insulina, como foi o
caso da paciente J. A. D. A genitora bem como os familiares da paciente não conheciam os
cuidados e os tratamentos referentes à patologia, o que levou um mau controle glicêmico na
criança, que por várias vezes teve que ser levada à unidade de pronto atendimento.
Segundo Neves (2019), a diabetes é uma patologia que modifica os hábitos de vida de um
indivíduo, contribuindo para o crescimento de riscos de diversas complicações, tanto agudas
quanto crônicas. Entende-se nesse sentido a importância da atuação concomitantemente dos
profissionais da área, junto com o paciente e com a participação da família, desenvolvendo uma
estratégia para manter o controle dessa patologia para que haja uma perspectiva positiva de
qualidade de vida para cada paciente. Na compreensão deste estudo, faz-se necessário demonstrar
a importância que tem uma assistência efetiva de enfermagem direcionada a uma criança que
convive com o Diabetes Mellitus Tipo 1, atestando o quanto a assistência ajuda no progresso do
tratamento, que vai além de ações que se delimitam a doença, pois contribuem com um modo de
vida mais acolhedor para cada paciente e seus familiares.
3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
A paciente J. A. D. foi levada pela genitora para o posto de pronto atendimento sentindo
fortes dores abdominais e com irritabilidade, sendo encaminhada para a triagem para avaliação
do risco e gravidade do caso. Após feita mensuração do peso e altura, foi feito a medição dos
sinais vitais pressão arterial, palpação das artérias radiais, ao nível dos punhos, para verificação
do pulso, inspeção visual da respiração e medição da temperatura, estando todos dentro da
normalidade. Na anamnese da paciente, a genitora informou que a criança é portadora de
Diabetes Mellitus tipo 1, logo, foi verificada a glicemia, constatando-se uma hiperglicemia. O
médico que estava no plantão manteve a paciente em observação para elucidação diagnóstica e
estabilização clínica.
Houve resistência da paciente no momento da coleta de sangue para exames laboratoriais,
necessitando o auxílio da genitora que a colocou no colo e dois profissionais, um para a coleta e
outro para conter a criança. Observava-se que a paciente tinha um difícil acesso venoso.
Devido à desidratação da paciente foi feito reposição hídrica com administração endovenosa
de Soro Fisiológico 0,9% e administração subcutânea de insulina de ação ultra-rápida prescrita
pelo médico, sendo feito aferição da glicemia capilar a cada 2 horas.
A paciente encontrava-se com constipação intestinal por isso foi administrado via oral 1
colher de óleo mineral e massagem no abdome para alívio da dor.
A equipe de enfermagem orientou a genitora da paciente sobre os cuidados com o controle da
alimentação da criança, a utilização correta do glicosímetro, a administração correta da insulina
no horário e nos locais apropriados, bem como a importância da prática de atividades físicas para
pacientes portadores de DM, alertando que o controle do diabetes é importante não só para
prevenção das complicações agudas como também para a prevenção de complicações crônicas,
pois a hiperglicemia crônica através dos anos está associada a lesões da microcirculação, lesando
e prejudicando o funcionamento de vários órgãos como os rins, os olhos, os nervos e o coração.
4. RECURSOS UTILIZADOS
Problema Resolução do
Dinâmica da solução
Identificado Problema
Falta de
profissionais Os profissionais de saúde, que lidam com essa
Treinamento
capacitados doença, devem ter treinamento apropriado para que
para os
para atender a possam ajudar de forma adequada na recuperação das
profissionais
demanda de pessoas afetadas por essa patologia crônica, bem
de saúde
crianças como aos seus familiares.
diabéticas
Dificuldade
Interação com O enfermeiro deve desenvolver habilidades de
para fazer o
a criança e o comunicação com a criança e com o acompanhante,
exame físico
acompanhante geralmente a mãe, a fim de facilitar o processo.
da criança
Diabetes: Quais Os Sintomas, Causas e Como Tratar. Ministério da Saúde, 2013. Disponível
em: <http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes#>. Acesso em: 12 abr. 2020.
VIEIRA, Teresa Cristina A. Diabetes Infantil. Hospital Israelita Albert Einstein, 2012.
Disponível em: <https://www.einstein.br/doencas-sintomas/diabetes-infantil>. Acesso em: 12
abr. 2020.