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DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO: PNEUMATOLOGIA, DESTAQUE PARA

FRUTO, DONS E OBRAS


Iracema Santos de Queiroz

UM ENFOQUE PROVOCATIVO SOBRE A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO NO


BRASIL: PNEUMATOLOGIA, COM DESTAQUE PARA SEU FRUTO, SEUS DONS
E SUAS OBRAS

Salvador – BA
2016
“Envia-nos o Espírito Santo, esperança, consolo e defesa que nos leva a amar a Deus
como Pai, os seres humanos como irmão e irmãs, obter seu perdão e compreender
todas as coisas. Dá-nos tua paz, sustenta e alegra; e leva-nos, unidos e salvos até o
Pai. Amém.”

(Dom Dadeus Grings)


RESUMO

O Espírito Santo é um ser plenamente divino e verdadeiramente pessoal que


veio estanciar naquelas pessoas que efetivamente adoram a Jesus Cristo. Ele é
considerado a terceira pessoa da Trindade. Algumas pessoas não conseguem entender
o que a Bíblia diz a respeito da natureza do Espírito Santo. Muitas das vezes, isso
acontece porque são enfatizadas determinadas características deste ser magnífico em
detrimento de outras. O presente estudo é uma análise que busca compreender a
importância e o valor atribuído ao Espírito Santo. Serão abordados temas essenciais
para um estudo profundo, com base cristã, tendo o objetivo de apresentar a Terceira
Pessoa da Santíssima Trindade de forma reveladora e essencial para a vida do ser
humano, atribuindo seus dons e fruto, levando ao entendimento a sua origem, obras e
comportamentos. O método utilizado caracteriza-se em uma pesquisa descritiva de
cunho bibliográfico, onde houve a coleta de dados em diversas fontes de informações
escritas, incluindo-se bibliotecas específicas. Trabalhou-se inicialmente com uma
abordagem da Pneumatologia, onde se estuda o Espírito Santo, identificando-se
origens ,conceitos e símbolos, para em seguida apresentar os dons e o fruto do Espírito
e finalmente expor as suas obras. A análise direciona uma trajetória conclusiva de que
o Espírito Santo é um ser supremo e distinto que leva a dedicar uma atenção,
compreensão e discernimento para que se possa conhecer, cada vez mais, o que Deus
requer de cada ser humano.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Batismo com O Espírito Santo.............................................................................................20

Figura 2 – Fruto do Espírito Santo.........................................................................................................26

Figura 3 – Revelação da Obra de Deus................................................................................................47


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................7

2 PNEUMATOLOGIA................................................................................................................................8

2.1 O Espírito Santo – Parakletos...........................................................................................8

2.2 Nomes Atribuídos ao Espírito Santo..............................................................................12

2.3 Símbolos que Representam O Espírito Santo.................................................................13

2.4 Características do Espírito Santo....................................................................................17

2.5 O Batismo.......................................................................................................................18

2.5.1 Prática do Batismo Ordenada por João Batista.....................................................................19

2.5.2 Batismo com O Espírito Santo...............................................................................................20

3 O FRUTO E OS DONS DO ESPÍRITO SANTO.........................................................................................25

3.1 Fruto do Espírito Santo...................................................................................................26

3.2 Os Dons Concedidos pelo Espírito Santo........................................................................36

3.2.1 Os Dons de Caráter Sobrenatural.........................................................................................38

3.2.2 Dons de Caráter Ministerial..................................................................................................41

4 AS OBRAS DO ESPÍRITO SANTO..........................................................................................................47

4.1 A Obra do Espírito Santo no Universo............................................................................48

4.2 O Espírito Santo na Vida de Jesus Cristo........................................................................49

4.3 A Obra do Espírito Santo na Vida do Homem Convertido.............................................52

4.4 O Espírito Santo atua na Escritura Sagrada....................................................................58

4.5 O Espírito Santo na Vida do Homem Não Regenerado..................................................59

5 CONCLUSÃO.......................................................................................................................................61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................................................63
ANEXO A.....................................................................................................................................................68

ANEXO B.....................................................................................................................................................69
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1 INTRODUÇÃO

O Espírito Santo é uma pessoa real que veio habitar no meio dos verdadeiros
adoradores e seguidores de Jesus Cristo, para ensinar-los como agir e caminhar numa
sociedade onde se vive inversão de valores culturais, pessoais, familiares e
principalmente Cristãs. Sendo assim, o tema proposto abordará a Terceira Pessoa da
Santíssima Trindade, o Espírito Santo de Deus, como se dá a sua graça na vida do
Cristão, bem como suas Peculiaridades, Poder e Autoridade. É através do Espírito
Santo que acontece a manifestação absoluta de Deus, logo o presente trabalho
conduzirá a compreensão, conhecimento e intimidade com Deus Pai por meio do seu
Espírito Santo, que tem um papel fundamental na vida dos seguidores de Cristo, pois é
Ele quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo.

A presente pesquisa será demonstrada em três capítulos provocativos, pois a


partir de agora terá um entendimento mais amplo e verdadeiro do Espírito Santo.
Através do PARAKLETOS será entendido o valor imensurável da terceira pessoa da
trindade.

O batismo com o Espírito Santo pode ser definido como uma união do crente
com Cristo. Seu fruto nada mais é do que uma manifestação física na vida
transformada de um cristão. As obras do Espírito Santo podem ser comparadas com o
vento, embora seus efeitos sejam vistos e sentidos, assim Ele opera no coração do
homem. O Espírito é invisível mais as obras são notórias. O Espírito Santo se manifesta
na vida do homem através da palavra de Deus, sonhos, revelações e também de
profecias. Entretanto, Ele se demonstra na vida dos Cristãos, com o propósito de lhes
capacitar e ensinar, pois a palavra de Deus diz: ”Mas o Consolador, o Espírito Santo, a
quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará
lembrar de tudo que vos tenho dito” (Jo 14:26).
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2 PNEUMATOLOGIA

2.1 O Espírito Santo – Parakletos

PARAKLETOS... O ESPÍRITO DA VERDADE. Igualmente, a palavra


escrita em grego para designar o Espírito Santo é Parakletos, onde Para
quer dizer “ao lado” e Kletos quer dizer “chamado”, seja, "Outro igual
chamado para ficar ao nosso lado”. É comum chamar o Espírito Santo
de “Consolador ou Ajudador”. Mas, em nossa língua, a palavra
“Consolador” parece reduzir o papel do Espírito a alguém que tenta
apenas confortar-nos sobre a ausência física de Cristo e pôr termo aos
nossos pesares. Já a designação de “Ajudador” apresenta o Espírito
Santo como um socorrista, acionado apenas nas horas difíceis e não
para ficar o tempo todo ao nosso lado. O Espírito Santo faz muito mais
do que consolar e ajudar: Ele guia, ensina, fortalece, faz lembrar as
Palavras do Senhor, inspira, concede dons, roga por nós, através de
nós. Por isso dada à abrangência as Sua atuação, é preferível chamá-Lo
de Paralketos. (PAGLIARIN, 2008, p. 416)

O Espírito Santo atua desde o princípio, antes mesmo da criação da terra, ”No
princípio criou Deus os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre
a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gn 1:1-3). Pode-se
entender que o Espírito Santo atua de maneira evidente no Antigo e Novo Testamento.
A Bíblia revela no Antigo Testamento aproximadamente 16 líderes em Israel que
receberam a unção do Espírito Santo, dentre eles estão: José – “E disse Faraó a seus
servos: Acharíamos um varão como este, em quem haja o espírito de Deus” (Gn 41:38);
Moisés – “Então eu descerei e ali falarei contigo, e tirarei do espírito que está sobre ti, e
o porei sobre eles; e contigo levarão o cargo do povo, para que tu só o não leves” (Nm
11:17); Josué – “Então disse o Senhor a Moisés: Toma para ti a Josué, filho de Num,
homem em quem há o espírito, e põe a tua mão sobre ele” (Nm 27:18); entre outros,
vê-se Isaías – ”O ESPÍRITO do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me
ungiu para pregar as boas novas aos mansos: enviou-me a restaurar contritos de
coração, a proclamar a liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos” (Is
61:1); e Joel – ”E há de ser que depois, derramarei do meu Espírito sobre toda a carne,
e vossos filhos e filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos
mancebos terão visões” (Jl 2:28). Sendo usado para profetizar e anunciar o Espírito
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para todo aquele que crer. Pode-se enfatizar que, no Antigo Testamento, o Espírito
Santo era direcionado a algumas pessoas específicas para realizar algum serviço ou
profecia da parte de Deus. No Novo Testamento, o Espírito Santo é revelado em (Atos
2:4) “E todos foram cheio do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. Agora, o Espírito Santo é
apresentado como um agente de salvação, pois está condicionado a recebê-lo somente
aos que recebem a Jesus como único e suficiente Salvador, como afirma o apóstolo
Pedro (At 2:38-39) “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do
Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os
que estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar”.

O Espírito Santo refere-se à terceira pessoa da trindade, ou seja, Deus Pai, Deus
Filho e Deus Espírito Santo.

O que isso reflete é o que tem sido a experiência dos crentes através
dos tempos. Cremos que Jesus Cristo é o Senhor, que é Deus, e o
adoramos como tal. Sabemos que o Espírito Santo é Deus, e o
adoramos como tal. Ao mesmo tempo, sabemos que Jesus se referiu a
Deus como um com ele (Jo 10.30) e diferente dele (Jo 5.17,30, 36).
Jesus Cristo, ao mesmo tempo é Deus, é o caminho que conduz ao Pai
(Jo 14.6). E sabemos que o Espírito Santo conduz a Jesus Cristo. Tudo
isso se expressa na doutrina da Trindade, que afirma que o Pai, o Filho
e o Espírito Santo são efetivamente três, mas são um só Deus.
(GONZÁLES; PÉREZ, 2008, p. 77)

É de suma importância saber que, embora Deus seja um em três pessoas, as


três pessoas têm os mesmos atributos: eles são oniscientes, onipotentes, e
onipresentes. Sobre o reconhecimento do Espírito Santo, Strong (2007) comenta que o
Espírito santo pode ser identificado como Deus, aplicando-se a Ele atributos como:
vida, verdade, amor, santidade, eternidade, onipresença, onisciência e onipotência. O
Espírito Santo faz as obras de Deus, tais como a criação, a regeneração e a
ressurreição, recebendo a honra devida somente a Deus, atribuindo-lhe um fundamento
de igualdade, na fórmula do batismo e nas bênçãos apostólicas.
10

 Onisciente:

Este conhecimento perfeito não tem restrição em qualquer parte do seu


domínio, mas se entende dos céus a terra e até o inferno. Não podemos
supor que se apliquem somente aquelas coisas de grande importância
mas estende-se a todas as coisas grandes e pequenas. O inseto é tão
perfeitamente conhecido como o anjo, em toda a sua organização
misteriosa e história particular. Há um provérbio popular sobre a
onisciência de Deus, que diz: “Numa noite negra, sobre uma pedra
negra, uma formiga negra, Deus a vê”. (JOINER, 2004, p. 57)

O Espírito Santo de Deus conhece o oculto e o profundo.

 Onipotente:

A importância do Espírito Santo pode ser demonstrada de forma


conclusiva através de três ações poderosas:

 Criação, ao fazer surgir o universo a partir do nada.

 Animação, ao fazer surgir à vida a partir da não vida.

 Ressurreição, ao fazer surgir a vida a partir da morte.

O Espírito Santo teve participação ativa na criação do universo: ”[O


Espírito de Deus] se movia sobre a face das águas” (Gênesis 1:2). [...].

O Espírito Santo também se envolveu ativamente na obra da animação,


isto é, na tarefa de dar vida: “O Espírito de Deus me fez; o sopro do
Todo-poderoso me dá vida” (Jó 33:4).

Podemos alcançar o crescimento na relação com o poder do Espírito


Santo através da ressurreição do Senhor Jesus. Pois diz a bíblia: “Pois
também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos
injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi morto no corpo e vivificado
pelo Espírito” (1Pedro 3:18). (BENNY, 2011, p. 50)

Ele tem todo o poder que há no universo, seja físico ou espiritual.

 Onipresente:

O rei Davi, em uma de suas orações se expressa assim:

“Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da sua


face? Se subo aos céus lá estás; se faço a minha cama no mais
profundo abismo, lá estais também; se tomo as asas da alvorada e me
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detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão,
e a tua destra me susterá” Salmos 139.7-10

Não há quem possa se esconder do Espírito de Deus, pois ele está em


todo lugar simultaneamente, de sorte que a qualquer tempo e em
qualquer lugar, sempre que houver um grito de dor e súplica a Deus em
nome do Senhor Jesus, podemos estar seguros de que o Espírito de
Deus ouvirá e atenderá a quem clamar por Ele. (MACEDO, 2004, p. 31)

Em qualquer lugar que seja, o Paralketos estará presente, nunca se está sozinho.

Se negarmos a divindade do Espírito Santo, seremos levados ao


manifesto absurdo de dizer que os títulos mais elevados, os atributos
supremos, as obras mais exaltadas, e as honras mais sagradas da
própria divindade são nas Escrituras expressa e repetidamente
atribuídas a um mero vento, energia ou influencia, que não possui
existência pessoal. É claro que a deificação de uma influencia, ou de
qualquer coisa que seja o eterno e supremo Ser, é idolatria: mas,
segundo a Bíblia, “Deus é Espírito”. (JOINER, 2004, p. 119)

A Bíblia esclarece com veemência de que Pai, Filho e Espírito Santo formam a
Trindade (tri-unidade ou três em unidade), “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor
de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos” (2Co 13:13). Amém!
“Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para
obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam
multiplicadas” (1Pe 1:2), portanto fica notório a trindade.

A doutrina que se opõe contra a essência divina do Espírito Santo já vem de


muitos séculos atrás. Segundo Doutrina Católica (2014), iniciou-se com Macedônio,
bispo de Constantinopla de 341 a 360 d.C. Ali, ele já apresentava e ensinava que o
Espírito Santo era somente enviado como servo limitado, como os anjos. Acreditando
que o Espírito Santo era inferior e dependente do Pai e do Filho. Moura (2002) afirma
que isso era uma verdadeira negação contra a Trindade de Deus. Porém houve em 381
d.C. um Concilio de Constantinopla que veio condenar essa idéia de Macedônio, e
dando ênfase a divindade do Espírito Santo com a mesma importância do Pai e Filho.
Moura (2002) escreveu ainda que nos dias atuais está surgindo novamente esse tipo de
doutrina herética contra o Espírito Santo, sendo com escopo de curiosidade teológica
ou mesmo a titulo de deturpar os ensinamentos aplicados pelas igrejas. Portanto é
essencial que se fique firme na palavra, como foi apresentado pelo apostolo João no
século I, para que não se possa entrar em um conflito de doutrinas, “Amados, não deis
12

crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque


muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1Jo 4:1).

Concordamos que, devido à nossa limitação humana, não nos é


possível abarcar tudo o que Deus é. Em relação com a pessoa do
Espírito Santo, não é diferente: o que dele podemos e devemos saber
está revelado nas páginas das Escrituras, quer seja lógico ou não à
razão humana. Com esse cuidado em mente, analisemos o que nos diz
a Palavra de Deus sobre a Terceira Pessoa da Trindade. O que passar
disso é mera especulação perigosa, que pode e tem desencaminhado
da fé aqueles que se deixam levar “por todo vento de doutrina” (Efés.
4:14). (MOURA, 2002)

O Espírito Santo é como uma pessoa, segundo as Escrituras Sagradas, Ele é


apresentado com sua própria individualidade, assim como o Pai e o Filho, possuindo
atributos pessoais, a saber: Ele pensa – “E aquele que examina aos corações sabe
qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos” (Rm
8:27); Ele sente – “E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do
Espírito que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus” (Rm 15:30); Ele
determina – “Mais um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer” (1Co 12:11). Sendo assim, deve-se tratá-lo
como Pessoa, ou seja, com o mesmo amor, respeito, fidelidade, adoração que se tem
por Jesus Cristo e Deus Pai.

2.2 Nomes Atribuídos ao Espírito Santo

 Consolador (Jo 14:16);

 Espírito de adoção (Rm 8:15);

 Espírito de Cristo (Rm 8:9);

 Espírito Eterno (Hb 9:14);

 Espírito de Fé (2Co 4:13);

 Espírito da glória (1Pe 4:14);


13

 Espírito da graça (Hb 10:29);

 Espírito da promessa (At 1:4,5);

 Espírito de sabedoria e revelação (Ef 1:17);

 Espírito de santidade (Rm 1:4);

 Espírito de verdade (Jo 16:13);

 Espírito de vida (Rm 8:2);

 Espírito do Senhor (Is 11:2; 61:1);

 Espírito de Deus (Gn 1:2).

2.3 Símbolos que Representam O Espírito Santo

 ÁGUA

A água sacia e mata a sede. O corpo humano é constituído por 70% de água,
portanto se ficar sem água por no máximo três dias, com certeza, a pessoa morre. É
exatamente assim na vida do cristão. Se ele não se encher do Espírito Santo, fica seco
e morre espiritualmente. A água é um tipo comum do Espírito Santo na doutrina da
salvação. Como se pode perceber em João 7:37-39, Jesus declara: “No ultimo dia, o
grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim,
como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse a respeito
do Espírito Santo que haviam de receber os que cressem, pois o Espírito até aquele
momento não fora dado porque Jesus não havia sido ainda glorificado”. O Espírito
Santo é a fonte de vida, é Ele que opera e dá a vida eterna. Assim como é preciso água
para se limpar, da mesma forma, é necessário o Espírito Santo para limpar os corações
e se regenerar a cada dia, a fim de aproximar-se do Pai Celestial, ”Não por obras de
justiça praticadas por nós, mais segundo sua misericórdia ele nos salvou mediante o
14

lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tt 3:5), “E a Arão e a seus filhos
farás chegar á porta da tenda da reunião e os banharás com água” (Ex 29:4).

 VENTO

O vento é invisível, embora os seus efeitos sejam vistos e sentidos. É


exatamente assim que opera o Espírito Santo de Deus no coração do ser humano.

O capitulo 3 de João registra um dos mais profundos ensinos a respeito


da ação do Espírito Santo em nós. [...] aprendemos que não podemos
controlar a obra do Espírito Santo. Ele opera de uma maneira que não
podemos predizer ou entender. Não podemos controlar nem limitar a
sua ação: Ele é Deus. Neste capitulo Jesus compara o Espírito Santo ao
vento. Examinando algumas qualidades do vento, compreendemos
melhor a pessoa do Espírito Santo. O vento é livre: “o vento sopra onde
quer.”. Ninguém pode proibir o vento de soprar. O vento tem autonomia.
Da mesma forma, nenhum homem pode proibir a ação do Espírito de
Deus. [...] Certa vez eu estava numa sala e sobre a minha mesa soprou
um forte vento, e todos os papeis que estavam sobre a mesa, ficaram
desarrumados. Eu não queria que o vento soprasse naquela mesa, mas
o vento soprou. Uma grande lição que tiro dessa situação, é que muitas
vezes o vento sopra onde não queremos. As vezes, pensamos que Ele
nunca vai soprar em uma determinada pessoa, por que a achamos
errada demais, ou imatura, ou carnal, mas quando Deus quer, Ele sopra
até mesmo naqueles vasos, em que nós achamos que Ele não sopraria.
Não há barreiras para o vento. E se for desejo dEle fazer algo em tua
vida, saiba que ninguém poderá proibir o vento de soprar em você.
(SOUSA, 2013)

 FOGO

A Torá – cinco livros do Pentateuco – apresenta Deus como fogo consumidor. No


Antigo Testamento, Deus se apresenta pela primeira vez a Moisés através da sarça
ardente, ou seja, uma árvore literalmente pegando fogo, porém não sendo consumida
pelas chamas, ”E apareceu-lhe o anjo de Deus numa chama de fogo, no meio da sarça;
e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia” (Ex 3:2). O fogo é
inseparável do Espírito Santo. João Batista afirmou que Jesus será o único que
“batizará com o Espírito Santo, e com fogo” (Mt 3:11).
15

O Fogo amolece. Ele derrete o ferro, a pedra, para fazer desta matéria
prima objetos de ornamentos ou ferramentas úteis ao homem moderno,
porém o ferro após derretido e transformado em outros objetos ele se
torna mais duro, e resistente. Assim é o Espírito Santo na vida do
homem, ele amolece o coração endurecido pelo pecado e torna
acessível à palavra de Deus, ao mesmo tempo faz o homem mais duro
(resistente) ao pecado e toda sorte de engano. (BERGAMIM, 2011)

 AZEITE OU ÓLEO

A bíblia revela o Azeite como símbolo do Espírito Santo. Em determinadas


situações, o azeite era utilizado para ungir os escolhidos de Deus, segundo relatos,
“Então Samuel tomou o vaso do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde
aquele dia em diante o espírito do Senhor se apoderou de Davi” (1Sm 16:13). Ainda
pode-se encontrar o óleo em Salmos 45:7, descrito como o óleo da alegria. Entende-se
que o azeite é a unção do Espírito Santo derramada na vida do cristão.

No antigo testamento, nós vemos as muitíssimas utilidade do óleo ou o


azeite, desde a unção do sacerdote. Quando usado no ritual do antigo
testamento fala de sua frutificação, beleza, vida e transformação.
Geralmente era usado como alimento, iluminação, lubrificação, curas, e
alívios nas peles irritadas. Na mesma ordem espiritual, o Espírito Santo
ilumina, fortalece, liberta, cura e alivia a alma.[...] O óleo era usado nos
castiçais com a finalidade de produzir luz Ex. 27.20 "Tu, porém,
ordenará aos filhos de Israel que tragam azeite puro de oliveiras, batido,
para o candelabro, para fazer arder a lâmpada continuamente.

 Esse óleo no candelabro ou castiçal, produzia luz que iluminava a casa


de Deus. Hoje não temos o castiçal com o óleo de oliveira, mas
possuímos o Espírito Santo que produz o brilho de Cristo tanto na igreja
coletiva, como em cada crente individual. (BERGAMIM, 2011)

 SELO

As Escrituras mostra uma ampla abordagem para o selo. Pode-se destacar três
tipos principais para o selo: autenticação, propriedade e segurança. A autenticação
enfatiza o reconhecimento da parte de Deus. A propriedade significa selar e estabelecer
a autenticação. A segurança oferece a garantia de filho, herdeiro e co-herdeiro de
Deus.
16

O bispo Westcott resume muito bem o “aquele que o Pai selou” dizendo
que significa “solenemente separado para a incumbência de (uma)
responsabilidade, e autenticado por sinais inteligíveis”. O Pai autenticara
o Filho mediante sinais inteligíveis – os milagres, as obras, as palavras,
tudo quanto lhe diz respeito‘: Tendo recebido o Espírito Santo em toda a
Sua plenitude, Ele fará “selado”, fora autenticado. (LLOYD-JONES,
[2016])

“Em quem também confiastes depois que ouvistes a palavra da verdade, o


evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o
Espírito Santo da promessa" (Ef 1:13).

 POMBA

A pomba representa a pureza e a simplicidade, por essa razão é considerada um


símbolo do Espírito Santo, “E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea,
como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és meu filho amado, em ti
me tenho comprazido” (Lc 3:22).

A simplicidade da pomba ilustra a beleza e delicadeza do Espírito Santo.


Jesus recomenda que: Sede simples como a pomba Mt 11.16b. Pois
onde Ele domina desaparece toda a malícia.

 Quando na restauração da terra, onde diz que era sem forma e vazia e
o Espírito de Deus se movia sobre as águas Gn 1.2. A frase sem forma
e vazia é "assolação”. Naquele ambiente o Espírito Santo estava como
um ave sobre ovos, chocando ou incubando dando vida ao mundo. [...] A
Pomba é uma ave que tem uma visão num raio de quase 360 Grau,
podendo com isso enxergar tudo o que está a sua volta, isto representa
a capacidade universal do Espírito Santo em conhecer todo os
sentimento, fazer, e necessidade de cada indivíduo. Isso fala da sua
onisciência, jamais alguém conseguirá esconder da presença de Deus,
na simbologia do olhos da pomba.

 A pomba é um animal dócil, doméstico, fácil se familiarizar, porém pode


ser afugentado, se espanta fácil, e assim ela se distancia do homem.
(BERGAMIM, 2011)
17

2.4 Características do Espírito Santo

O Espírito Santo é intercessor, “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as


nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o
mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. É aquele que examina os
corações, sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos
santos” (Rm 8:26-27).

Espírito Santo ore por mim


Leve pra Deus tudo aquilo que eu preciso.
Espírito Santo use as palavras
Que eu necessito usar, mas não consigo.
Ajude-me nas minhas fraquezas
Não sei como devo pedir
Espírito Santo Vem interceder por mim.
Todas as coisas cooperam pra o bem daqueles que amam a ti.
Espírito Santo vem orar por mim.
Estou clamando
Estou pedindo
Só Deus sabe a dor que estou sentindo
Meu coração está ferido
Mas o meu clamor está subindo. (SANTOS, 2009)
O Espírito Santo é consolador, “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jô 14:16). Quando Jesus cumpriu
a sua missão aqui na terra e teve que ir ter com Pai, Jesus sabia que não seria possível
as pessoas suportarem sozinhas as aflições desse mundo, portanto deixou o Espírito
Santo como Consolador.
O Espírito Santo é advogado, “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para
que não pequeis e, se alguém pecar, tem um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o
justo” (1Jo 2:1). Portanto não é preciso se desesperar quando algo errado for feito, pois
existe um advogado para defender, porém é preciso se esforçar para não pecar pois o
18

Espírito Santo sonda e conhece os corações, então ele saberá quando foi um pecado
sem intenção ou se já passa a ser iniqüidade.

2.5 O Batismo

Para uma compreensão mais ampla em relação ao batismo do Espírito Santo,


será abordado sobre o batismo de Jesus Cristo onde tudo começou. ”Então veio Jesus
da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-
lhe, dizendo: eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém,
respondendo, disse-lhe: deixe por agora, porque assim nos convém cumprir toda a
justiça.Então ele permitiu. E sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe
abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E
eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mt
3:13-17). Jesus veio a esta terra, através da natureza humana, com um propósito.
Portanto sentiu dores, cansaço e tristeza, entretanto houve a necessidade de ser
batizado pelas águas e com Espírito para que o fortalecesse em sua missão, e assim
dando início ao seu ministério. Entende-se que, ao fazer isso, Jesus ensina que o
homem deve ser batizado nas águas por imersão para que os pecados sejam
perdoados, uma vez que Jesus deu exemplo.

O batismo nas águas representa uma nova criatura, uma novidade de vida. Esse
batismo deve acontecer após a confissão que Jesus é o Único, suficiente, Exclusivo e
Eterno Salvador. Desta forma é declarado ao mundo o amor por Cristo.

O batismo é o anúncio público de que os cristãos estão morrendo para mundo e


ressuscitando para cristo. É um ato de fé e obediência. É uma maneira de testemunhar
publicamente o desejo de servir e seguir a Cristo. É uma experiência pessoal. Ao
passar por esta transformação, eles tornam-se aptos para que o Espírito Santo faça
morada, pois os cristãos são agora novas criaturas em Cristo Jesus e o corpo passa a
ser Templo do Espírito Santo. O apóstolo Paulo afirma “Ou não sabeis que o vosso
corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós proveniente de Deus, e que não
19

sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois Deus no
vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1Co 6:19-20).

2.5.1 Prática do Batismo Ordenada por João Batista

Era a evidência do arrependimento radical, não somente dos judeus, mas


também dos gentios, ”E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus
pecados” (Mt 3:6). Preparava claramente o cristão para o Messias, que batizaria com o
Espírito Santo e com fogo, ”Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele
que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de
levar. Ele vos batizará com Espírito Santo e com fogo” (Mt 3:11). Exprimia
simbolicamente a purificação moral, e assim preparava as pessoas para a vinda do
reino de Deus, “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 3:2).

É justamente nesse mistério da morte que culmina no triunfo do


ressuscitado que o discípulo de Jesus deve participar (Mc 10:39),
convidando a “carregar a sua cruz” como Ele fez (Lc 9:23), a “morrer”
como Ele para “ressuscitar com Ele” (Rm 6:3-4), o discípulo deve ser
“batizado”. De fato, retomando a prática daquele de quem Jesus, fora
um dia o discípulo, João Batista, a igreja batiza aqueles que acolhem a
Boa-Nova de Jesus (At 8:35). Aqueles que crêem em Cristo (Mc 16:16).
Este rito batismal, praticado “em nome de Jesus Cristo” (At 2:38) agrega
ao fiel à comunidade dos discípulos de Jesus, liga-o ao próprio Jesus.
(MONLOUBOU, 1996, p. 86)

Ao Passar por esta transformação, é necessário agora buscar com sabedoria os


benefícios que o Espírito Santo proporciona.
20

2.5.2 Batismo com O Espírito Santo

Figura 1 – Batismo com O Espírito Santo

Fonte: https://i.ytimg.com/vi/0303Bh3F8bw/hqdefault.jpg

Portanto quando houve ascensão de Jesus, ele disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele
vos dará outro consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” (Jo 14:16).

De acordo com o Dicionário da Bíblia de Almeida, a definição mais adequada


para “Paráclito” é “auxílio”. Compreende-se que o Espírito Santo desempenharia esse
papel porque vem de junto do Pai. O Mesmo envia o Espírito a pedido do filho, para
substituí-lo. Portanto o Espírito não trará uma novidade de vida, mas um a
compreensão plena da revelação em Cristo. Assim Jesus será glorificado por Ele. Em
paralelo com o Pai e com o Filho formam indubitavelmente um tríade com o Espírito.
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O batismo com o Espírito Santo pode ser definido como uma união, ou uma
intimidade, com Cristo. Nota-se isto no capitulo de Lucas 3:16, aonde ele declara:
“Respondeu João a todos dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos com água , mas eis que
vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar a correia
das alpacas esse vos batizará com Espírito santo e com fogo”.
A promessa do batismo com o Espírito Santo foi anunciada no Antigo
Testamento pelo profeta Joel (Jl 2:28,29) “E há de ser que depois, derramarei o meu
Espírito sobre toda a carne, e vossos filho se vossas filhas profetizarão, os vossos
mancebos terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias
derramarei o meu Espírito”. E também o Profeta Ezequiel (Ez 36:27) “Também porei o
meu Espírito dentro de vós e farei com que andeis nos meus estatutos”. Essa promessa
foi cumprida no Novo Testamento, quando houve a primeira manifestação do Espírito
santo na festa de Pentecostes.

O DIA DE PENTECOSTES - Este dia ocorriam sete semanas depois do


domingo de Páscoa. Ou seja, era o qüinquagésimo dia, daí o termo
“penta”. Marcava o inicio da ceifa e da apresentação dos primeiros
frutos. Por isso, a Festa de Pentecostes também era chamada de Festas
das Colheitas. A descida do Espírito Santo no Dia de Pentecostes
mostrou a profundidade espiritual desta Festa: as 120 pessoas que
estavam no Cenáculo naquela manhã, e que foram as primeiras a
receber o Batismo com o Espírito Santo e com fogo, representam os
primeiros frutos de uma grande colheita do SENHOR, que continua até
hoje. Como a Festa de Pentecostes era obrigatória (Lv23:15), fica claro
e evidente que, desde antes de Cristo, deus planejou para que o mundo
todo fosse pentecostal e que cada ser humano que nele crê tivesse este
revestimento de poder! (PAGLIARIN, 2011, p.480 apud PAGLIARIN,
2016)
A partir do cumprimento dessa promessa, entende-se que o Espírito Santo deixa
de ser a um grupo seletivo e passa a estar disponível para todos os que nele crerem,
“Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão
longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2:39).
O batismo com o Espírito Santo é algo muito particular de cada cristão, e algo
muito sublime. É um dos acontecimentos mais esperado por um cristão, pois é a
confirmação de uma intimidade com Deus.
22

 Quem pode ser batizado com o Espírito Santo:

O batismo com o Espírito Santo é concedido a todo aquele que crer, pois é
conseqüência de uma comunhão com Deus, como foi descrito acima, tem que haver
uma obediência, uma renuncia uma busca sincera da parte do cristão. Depois de ter se
batizado nas águas, como prova do desejo de servir a Cristo, é hora de buscar em
Espírito e em verdade a face de Deus. Muitos sentem vontade de serem batizados com
o Espírito santo, mas são poucos os que são, pois a muitos que vivem segundo a
natureza humana. Existem denominações que convidam as pessoas para suas
reuniões prometendo o batismo com o Espírito Santo. Isso é uma grande mentira! Deus
não derramará Seu Espírito sobre um povo mau e desobediente. Uma pessoa com o
coração cheio de mágoa não está apto para receber essa dádiva de Deus. É preciso
uma mudança de vida para receber o Espírito Santo de Deus.

 O batismo com o Espírito Santo tem que ser desejado com sabedoria:

O batismo com o Espírito Santo é um dom, uma dádiva de Deus (At


8:20,10:45-46). Um dom não é concedido por méritos. Nós não nos
tornamos merecedores de recebê-lo, pois qualquer dádiva que
recebemos de Deus é baseada em sua graça, não em nossas obras. E
mais: uma vez que o batismo no Espírito santo é um dom, o momento
de sua concessão está nas mãos daquele que o concede. E, por razões
que ele não explica, algumas vezes, o tempo dele é diferente do nosso e
a vontade dele é diferente da nossa. Em razão disso, se o batismo no
Espírito santo não ocorrer no tempo esperado por você ou até mesmo
não acontecer, não fique sob autocondenação. Deus é Soberano e sabe
o que faz. (IGREJA ADVENTISTA DA PROMESSA, 2012, p. 103)

 O batismo no Espírito Santo deve ser desejado com sinceridade:

Jesus ordenou aos discípulos que não se ausentassem de Jerusalém


(At 1:4), até que do alto fosse revestido de poder (Lc24:49). A ordem de
Jesus era capacitação do alto, antes de ação na terra. Os discípulos lhe
obedeceram. Eles desejavam sinceramente ter uma vida de poder;
confiavam que a promessa de Jesus se cumpriria. Lucas diz que os
discípulos tornaram com grande júbilo para Jerusalém (Lc24: 52). Deus
não batiza ninguém contra o seu desejo. Perceba, nas leituras já
mencionadas neste estudo, que as pessoas desejaram e esperaram o
batismo no Espírito santo. O desejo sincero facilita o recebimento dessa
23

extraordinária experiência espiritual. (IGREJA ADVENTISTA DA


PROMESSA, 2012, p. 104)

 O batismo no Espírito Santo deve ser desejado com perseverança:

Os discípulos tinham expectativa de receber a promessa do Pai, o


batismo no Espírito Santo, e, por isso, obedeceu ao Senhor: voltaram
para Jerusalém e “perseveravam unanimemente em oração e súplica”
(At 1:14a.). Eles perseveravam na oração. Os cento e vinte discípulos
estavam louvando a Deus, durante o período que precedeu o dia de
Pentecostes. Quem deseja o batismo no Espírito, deve também ter uma
vida de constante oração. Deve orar perseverantemente nesse
sentido.Por isso clame a Jesus. Nós já aprendemos que é ele quem
batiza no Espírito Santo. (IGREJA ADVENTISTA DA PROMESSA, 2012,
p. 104)

 O propósito do batismo com o Espírito Santo:

"O Espírito Santo está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar
os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e
restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e
apregoar o ano aceitável do Senhor." Lucas 4.18, 19; Isaías 61.1 Deus é
espírito. Mas, para realizar coisas grandes e maravilhosas neste mundo,
Ele precisa de corpos materiais para manifestar Sua vontade. E, quando
um servo permite, o Espírito Santo toma posse de seu ser e por meio
dele manifesta Sua glória. Portanto, a unção do Espírito Santo está
primeiramente direcionada ao benefício de terceiros. Vale lembrar que,
uma vez selado no Espírito Santo, o cristão perde totalmente o interesse
por seus projetos pessoais e, de uma forma ou outra, engaja-se na Obra
de Deus, seja no altar ou no átrio. Porém, jamais fica apático nem em
cima do muro, pensando o que fazer da vida; ao contrário, segue a
direção do Espírito, como está escrito:"O vento sopra onde quer, ouves
a sua voz, mas não sabes donde vem, nem pra onde vai; assim é todo o
que é nascido do Espírito." João 3. 8. (SILVA, 2012)

O batismo do Espírito Santo serve para revestir e capacitar o cristão a fazer a


vontade de Deus, “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra” (At 1:8). Observando-se esse versículo, fica bem claro que o batismo
com o Espírito Santo é crucial para que a caminhada não seja interrompida por
investidas de satanás, pois é com esse revestimento que o Espírito proporciona um
encorajamento a seguir em frente, proclamando o Evangelho de Cristo, fazendo o que
foi ordenado, ”Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-nos em
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nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19). É esse o objetivo de ser
batizado com o Espírito Santo.

Como foi relatado, o batismo com o Espírito Santo é uma promessa divina. Deus
Pai assim prometeu, e cumpriu. É de suma importância entender a fidelidade de Deus,
pois em sua Escritura fala: “Deus não é homem para que minta nem filho do homem
para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido não o fará? Ou tendo falado,
não o cumprirá” (Nm 23:19). Entende-se que o Batismo com o Espírito Santo é dom dos
Altos Céus, um presente de Deus para com a humanidade. E somente Jesus é quem
pode executar o batismo de forma natural, inesperada e cristocêntrica. Portanto a
palavra de ordem é buscar com perseverança, sabedoria e sinceridade, para que após
ser batizado com o Espírito Santo os dons e frutos sejam derramados na vida cristã.
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3 O FRUTO E OS DONS DO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo foi concedido a viver dentro daqueles que crêem em Cristo, para
fazer com que o caráter de Deus seja produzido na vida do cristão. Já que não se
consegue fazer o que é certo por si próprio, o Espírito Santo produzirá nas vidas. “O
fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio” (Gl 5:22). Ao invés de apenas tentar serem amáveis,
pacientes, bondosos, Deus chama a depender Dele para produzir essas qualidades na
vida do cristão. Assim, os cristãos são chamados a andar no Espírito, ”Se vivemos em
Espírito, andemos também em Espírito” (Gl 5:25) e serem cheios do Espírito, ”E não
vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5:18).
E assim o Espírito Santo capacita os cristãos a realizarem os deveres ministeriais,
concedidos a cada um, promovendo o crescimento espiritual entre os cristãos, ”Acerca
dos dons espirituais, não quero, irmãos que sejais ignorantes” (1Co 12:1), ”ROGO-
VOS, pois eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes
chamados” (Ef 4:1).
O Paralketos foi enviado para habitar dentro dos que crêem em Jesus Cristo,
para fazer com que o caráter de Deus seja revelado e produzido através da vida do
cristão. Pois não se está apto fazer o que é certo e bom ao olhos de Deus. Sendo
assim o Parakletos produzirá nos cristãos o fruto do Espírito para que estes possam
andar em retidão e a depender cada vez mais da sua infinita misericórdia. Deus
concede esse fruto para que se possa crescer espiritualmente e assim promover à boa
e soberana vontade de Deus.

Jesus diz:“Permanecei em mim,e eu em vós. Como não pode o ramo


produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem
vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira , vós
os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto
porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:4-5). O fruto do Espírito
Santo são qualidades morais e espirituais cultivadas para aperfeiçoar a
personalidade humana. Através do fruto do Espírito Santo o crente
combate as obras da carne, afastando-se do pecado e tornando-se com
a aparência e caráter de Deus. “O Fruto do Espírito Santo é o amor, a
alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a mansidão,
o domínio próprio” (Gl 5:22,23). Os três primeiros descrevem o nosso
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relacionamento com Deus, os outros três descrevem o nosso


relacionamento com as pessoas e os três últimos descrevem o nosso
interior. Observe que o “fruto” está no singular. Porque toda a colheita
vem da mesma “videira” - é igualmente importante e deve ser
igualmente visível. O Espírito Santo é a única fonte de todo fruto.
(BENNY, 2010, p. 215)

3.1 Fruto do Espírito Santo

Figura 2 – Fruto do Espírito Santo

Fonte: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x.jpg

 Amor

O amor é o que há de mais puro e sutil, virtude de Cristo originada pelo Espírito
Santo e implantada no crente. O amor em seu conceito mais sublime é personificado
em Deus.
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Existem três tipos de amor citado na bíblia, são eles: Amor Ágape, Amor
Fraternal e Amor no núcleo familiar.

Segundo o Dicionário internacional de Teologia, Ágape emprega-se no sentido


de falar do amor de Deus, ou seja, o amor incondicional para com a humanidade. No
entanto esse amor ágape o fez entregar o seu filho unigênito para morrer pela
humanidade e tirá-la do pecado, como está escrito em Jô 3:16. O apóstolo João diz
ainda “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4:19). O amor de Deus
é imensurável, é um amor incondicional, pois o ser humano é tão pecador, mas mesmo
assim Ele os ama e prova isso constantemente.

Phileo denota principalmente a atração de pessoas entre si, quando estão


estreitamente ligadas dentro e fora da família, de acordo com o Dicionário internacional
de Teologia, incluindo a “preocupação”, “cuidado”, e “hospitalidade”, ou seja, um amor
desapaixonado e um amor humano, totalmente limitado, “Amaras o teu próximo como a
ti mesmo” (Mc 12:31).

Como se pode identificar no Dicionário internacional de Teologia, Storge significa


“amar”, ”sentir afeição” especialmente do mútuo amor entre pais e filhos, ou seja, a
comunhão com os do mesmo sangue, o afeto e o respeito, “Honra teu pai e tua mãe, a
fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá” (Ex 20:12), “Se
alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é
pior do que o infiel” (1Tm 5:8).

Porém ainda temos um amor que não é citado nas Escrituras chamado de Eros.
Segundo o Dicionário internacional de Teologia, é o amor entre homem e mulher que
abrange o “anseio”, o “anelo” e o “desejo”, o amor físico proveniente dos sentidos
naturais, dos homens instintos e paixões. O amor Eros baseia-se no que se vê, no que
se sente e no que se toca. Este amor pode ser egoísta, temporário e superficial, sendo
assim, tornar-se concupiscência que nada mais é o pecado, "Porque tudo o que há no
mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida,
não procede do Pai, mas procede do mundo" (1Jo 2:16), "Ninguém sendo tentado diga:
De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém o tenta.
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Entretanto cada um é tentado quando atraído e engodado pela sua própria


concupiscência. Depois havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado e o
pecado sendo consumado gera a morte" (Tg 1:13-15).

Observando esses quatro tipos de amor, percebe-se que os três apresentados


pelas Escrituras provém de Deus e é ministrado pelo Espírito Santo. Tem-se a real
certeza da profundidade do termo amor quando se lê: “O amor é paciente, é benigno; o
amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz
inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente
do mal, não se alegra com a injustiça mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo
crê, tudo espera, tudo suporta; o amor jamais acaba” (1Co 13:4-8). Entende-se que o
maior entre os frutos é o amor e por esse fruto, se é desafiado a amar os adversários,
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborreceras o teu inimigo. Eu porém vos
digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que os
odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; Para que sejais filho do
vosso Pai que estais nos céus, porque faz que o sol se levante sobre maus e bons, e a
chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5:43-45). Este ato deve ser de escolha e
vontade própria. É uma vitória sobre a natureza humana, e dificilmente se consegue
isto sem auxílio do Espírito Santo.

 Alegria

Júbilo advém da alegria, que é um do fruto do Espírito Santo. Portanto é algo que
nasce de dentro para fora e não o contrário. Esta alegria do Espírito deve ser a fonte de
toda expressão interna e externa na vida da igreja, no que diz respeito a louvor,
exaltação, música, risos, danças, júbilo em qualquer intensidade. Alegria esta que faz
com que o povo de Deus tenha identidade única neste mundo, que o difere da
sociedade introspectiva, egoísta e triste na qual vivem. Ao declarar que o Espírito Santo
de Deus habita dentro de si, está se enunciando que se deve dar frutos de alegria do
Espírito na própria vida, “Portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a
vossa força” (Ne 8:10). Sabe-se que o Espírito Santo de Deus, que está em cada
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cristão, é um Espírito alegre. É ele o agente da alegria de Deus neste mundo. Uma das
funções do Espírito Santo é promover o verdadeiro gozo no coração dos santos e uma
inquietação no coração dos não crentes para que tenham sede de viver e buscar essa
alegria, “Cantai hinos ao Senhor, ó seus fiéis, rendei graças a sua santa memória. Pois
a sua ira dura apenas um instante, mas a sua bondade, por toda a vida; o choro pode
persistir uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30:4-6). Compreende-se que a
verdadeira alegria é a que vem do fruto do Espírito Santo, àquela que faz acreditar que
estando em Cristo tem-se a vida eterna. Disse Jesus: “Não obstante, alegrai-vos, não
porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos
céus” (Lc 10:20). Em meio às dificuldades, as perseguições, alegre-se. Está sofrendo?
Alegre-se, pois você tem a vida eterna! Está com dor? Alegre-se, pois você tem a vida
eterna! Está triste? Alegre-se, pois você tem a vida eterna! Está tudo ruim? Alegre-se,
pois você tem a vida eterna! É uma alegria que nasce e existe em meio à tristeza, como
uma flor que brota no solo seco do sertão.

A alegria de Deus não está associada à alegria momentânea ou circunstancial de


comprar ou adquirir algo que se é almejado com muita intensidade, ou algum fato
relacionado a vida corriqueira ou afetiva, pois essa alegria é passageira. A alegria que
Deus refere-Se é algo muito mais profundo e duradouro, pois é o gozo na alma, a
certeza da vitória e da conquista em qualquer situação adversa. Até mesmo quando
tudo parece perdido, a certeza em Cristo faz alegrar-se Nele. Essa é a alegria do
Espírito Santo de Deus. É mais uma demonstração do fruto da videira e mais um ramo
florescendo, “Assim também agora vós tendes tristeza; mas outra vez vos verei; o
vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar” (Jo 16:22), "Porque
o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito
Santo" (Rm 14:17). Logo, somente o Espírito Santo de Deus pode dar a alegria plena e
duradoura que é preciso para viver.
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 Paz

A paz proposta pelo Espírito Santo é aquela que traz tranqüilidade para
solucionar problemas, enfrentar dificuldades sem desestabilizar a matéria. A paz é o
repouso no Espírito Santo, é a certeza no coração que tudo está no controle de Deus, é
a tranqüilidade da consciência! “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4:7). Por
isso Jesus disse: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo
da” (Jo 14:27). Porque tudo que há nesse mundo é temporário e passageiro, não
permanece. O que o mundo hoje oferece não acrescenta nenhuma paz, pelo contrário,
são muitos os que vivem inquietos e insatisfeitos, pois ainda não tiveram um encontro
verdadeiro com o Pai, um mover sobrenatural do Espírito Santo, para que as coisas que
vem de Deus sejam permanentes e eternas, e venham a ser manifestadas através do
seu Santo Espírito. A verdadeira paz só pode vim através de Deus, por isso é
indispensável que aconteça um encontro diferenciado.

A paz é o refrigério que Deus oferece ao que nele crê, não é temporária, mas
permanente. É um presente celestial. É um contato direto da essência de Deus com a
alma através do Espírito Santo. Por isso a bíblia chama o Espírito Santo de consolador,
pois nos momentos de angústia e aflições, Ele vem sobre cada ser humano, como um
bálsamo que toca os corações, "Não temas porque eu sou contigo, não te assombres,
porque eu sou teu Deus; eu te esforço e te ajudo, e te sustento com a destra da minha
justiça” (Is 41:10). Assim se consegue manter a paz necessária para enfrentar as
diversidades da vida. Isso é paz verdadeira, permanente e eterna, que Deus oferece a
todo o momento, “Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus, por meio
de Nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm 5:1). Pode-se afirmar que essa paz verdadeira só
pode ser dada através de Cristo, pois o Espírito Santo de Deus que habita dentro de
cada um confirma a vitória.
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 Paciência ou Longanimidade

“O homem ira quando suscita contendas, mas o longânime apaziguará a ira” (Pv
15:18). O caráter do verdadeiro cristão está em que o mesmo tenha a capacidade para
ser perseverante (suportar) às adversidades que o mundo o impõe. A longanimidade é
um dos atributos mais lindos existentes na personalidade divina de Deus, “Tu, porém,
tens seguido na minha doutrina, modo de viver intenção, fé, longanimidade, caridade e
paciência” (2Tm 3:10). Longânime é aquele que não desiste ou que suporta com muita
paciência, é alguém que não se exalta ou se ira com rapidez ou facilidade. Essa dádiva
só consegue quem estiver com o Espírito Santo de Deus. Deus é por natureza um Ser
Longânime e quer que seus filhos também sejam, por isso deixou o Espírito Santo para
fazer morada, pois sozinho isso não seria possível. Isto não significa que não se possa
indignar ou irar, mas que isso só é legítimo segundo aquilo que se é dito em: “Irai-vos e
não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, não deis lugar ao diabo” (Ef
4:26,27). Portanto quando vier a ira não se pode deixar que perdure, caso contrário,
estará dando oportunidade para que as potestades celestiais leve à derrota ou à ruína
espiritual. “O Senhor é longânime e grande em misericórdia, que perdoa a iniqüidade e
as transgressões, ainda que não inocente o culpado e visita a iniqüidade dos pais e dos
filhos até a terceira e quarta gerações” (Nm 14:18). Deus ensina que é dever do cristão
ser paciente com o irmão, e essa paciência se consegue através do Espírito. É óbvio
que Deus é longânime na sua essência, enquanto que a longanimidade do ser humano
é fruto do Espírito.

 Benignidade

Benignidade deve atribuir-se a uma pessoa afável, favorável, suave, bom, gentil
e cordial. Este fruto do Espírito Santo tem como propósito atrair o ser humano,
mostrando a ele uma bondade suprema da parte de Deus. Esse atributo só será
possível com a ajuda do Espírito Santo de Deus, pois hoje, em um mundo onde o
egoísmo e a falta de companheirismo prevalecem, somente com a ajuda divina para
desenvolver esse atributo. O fruto da benignidade faz com que o crente desenvolva
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todos os atributos requeridos sem que a soberba ou exaltação venha entrar no seu
coração. Este fruto traz afabilidade, sem hipocrisia e livre de qualquer interesse.

"De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: com amor eterno eu te amei, por
isso, com benignidade te atraí" (Jr 31:3). Jesus demonstrava diariamente a sua
benignidade, pois é parte integrante de seu caráter, "Não difamem a ninguém; nem
sejam polêmicos, mas pacíficos, dando provas de toda cortesia, para com todos os
homens, pois nós também, outrora, éramos néscios, desobedientes, desgarrados,
escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosa e
odiando-nos uns aos outros. Quando porém, se manifestou a benignidade de Deus,
nosso Salvador, e o seu amor para com todos" (Tt 3:2-4). É necessário entender que a
benignidade é fundamental na vida cristã, porque sem a mesma dificilmente será
realizada a vontade de Deus, “Ora, nós que somos fortes devemos suportar as
debilidades dos fracos e não agradar a nós mesmo” (Rm 15:1).

É mister saber que o Espírito Santo veio para habitar nos seres humanos,a fim
de moldar o caráter de Deus no espírito de cada um, pois assim aquilo que é destrutível
vai ser revestido de incorruptibilidade e gradativamente o cristão torna-se revestido do
fruto do Espírito Santo de Deus.

 Bondade

A bondade do Espírito Santo é a qualidade de manifestar satisfatoriamente a


vontade de ajudar a quem precisa, sem qualquer tipo de interesse, “Porque o fruto do
Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade” (Ef 5:9). A bondade é colocar em
prática gestos e atos de doação para com os outros, “Por isso também, não cessamos
de orar por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação, e cumpra com
o poder todo propósito de sua bondade, e obra de fé” (2Ts 1:11). É essencial entender
que a bondade faz parte da natureza divina e o Espírito Santo deseja gerar no espírito
humano essa natureza, pois somente através Dele tornam-se bons. O homem só
consegue produzir o bem pela presença e ação do Espírito Santo, fora dele o homem
só se inclina para a maldade. Portanto no homem a maldade é natural e a bondade é
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espiritual. Faz-se necessário saber que quando a bondade de Deus é gerada no


espírito humano, o homem passa a viver em uma dimensão divina, pois o Espírito de
Deus se faz pleno, “Porque te glorias da maldade, ó homem poderoso? Pois a bondade
de Deus dura para sempre” (Sl 52:1).

Quando a bondade é gerada pelo Espírito Santo, não existe preocupação com o
próprio bem estar mas preocupa-se em fazer o bem a quem está necessitado. O crente
que anda no Espírito torna-se bondoso e a sua bondade supera todas as adversidades.
Nenhum ser humano é bom, mas pelo Espírito Santo pode-se produzido fruto da
bondade, ”Responde-lhe Jesus: Porque me chamas de bom? Ninguém é bom senão
um, que é Deus” (Mc 10:18). Os cristãos devem andar e viver no Espírito, enchendo a
terra de bondade, para que o mundo veja a bondade de Deus refletida em cada um, “Eu
próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de
bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros” (Rm
15:14). Portanto é preciso encher a mente e a vida com a palavra de Deus, pois só ela
ensina a verdade absoluta, “Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar
a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver” (2Tm
3:16). Só existem duas fontes onde se pode obter os valores da vida: o mundo ou a
Bíblia.

 Fidelidade

Fidelidade quer dizer lealdade, sinceridade, atitude de confiança, ou atitude de


fé. A fé e a fidelidade estão entrelaçadas de forma indissociável. Aquele que tem fé
também tem fidelidade, o que não tem fé nunca poderá ser fiel, “Para que uma vez
confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo
apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (Pe
1:7). A fé que não conduz o cristão à fidelidade não tem valor para a vida cristã prática.
É preciso entender que a perfeita fidelidade só será gerada no espírito humano através
do Espírito Santo, pois o homem não é capaz de ser fiel sem a presença de Deus.
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Desta forma que se é achado por Deus, “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra,
para que estejam comigo; o que anda em caminho reto, esse me seguirá” (Sl 101:6).

A fidelidade é um atributo moral de Deus, por isso o Senhor sempre será fiel,
“Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco, e a fidelidade do Senhor
subsiste para sempre” (Sl 117:2). É certo que o Espírito Santo é quem pode gerar no
espírito humano essa fidelidade divina, sendo assim, todas as atitudes e atos serão
justos. Na verdade, a fidelidade passará a fazer parte da natureza espiritual humana,
tornando-se para sempre fiel a Deus, ao próximo e a si mesmo, “Disse-lhe o Senhor:
muito bem servo bom e fiel; foste fiel no pouco sobre o muito te colocarei; entra no gozo
do teu Senhor” (Mt 25:23). Por isso deve-se entender que a fidelidade é fundamental
para o crescimento espiritual do cristão. A fidelidade é o fruto que o Espírito Santo gera
naqueles que o permite.

A fidelidade para ser vivenciada não pode depender de circunstâncias visíveis e


humanas. Ela, como todo o fruto do Espírito do Altíssimo, é sobrenatural e vem
diretamente de Deus através de seu Espírito.

 Mansidão

Mansidão, segundo Ximenes (2000), quer dizer brandura ou suavidade. A


mansidão que o Espírito de Deus requer nos cristãos é humildade diante de Deus e dos
homens, e submissão à palavra. A mansidão do Espírito Santo de Deus não deve ser
confundida com medo, covardia ou passividade perante as dificuldades e
contrariedades da vida cotidiana. Ela não é sinal de fraqueza, pelo contrário, é um sinal
de manifestação de força e caráter produzida pelo Espírito Santo. Como fruto do
Espírito, a mansidão é possuir a capacidade de resignar-se diante do sofrimento e da
oposição das diversas formas. Deve-se manter a calma e serenidade sem responder e
reagir em meio a perseguição ou injúria, “Porque nossa luta não é contra o sangue e a
carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais” (Ef 6:12). O
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cristão não pode e nem deve ser violento, a sua única arma deverá ser a Palavra de
Deus, defendendo e justificando sua fé.

Existem pessoas que se julgam superiores em todas as circunstâncias,


geralmente elas têm dentro de si um espírito de soberba, onde nada e ninguém pode
lhes contrariar em seus posicionamentos, em suas decisões ou em seus conceitos,
estando sempre certas. Quando confrontadas, manifestam um ímpeto de ira e
confusão. Sendo assim, o cristão deve usar de toda a mansidão para instruir, com
sabedoria, quem está enganada ou por ignorância resiste a palavra de Deus,
”Disciplinados com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes
conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade” (2Tm
2:26), "Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com
mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma"
(Tg 1:21), "Bem aventurados os mansos porque herdarão a terra" (Mt 5:5).

 Temperança

De acordo com Ximenes (2000), temperança é uma qualidade de quem é


moderado, ou seja, tem autocontrole. Uma referência à autodisciplina que o cristão
precisa adquirir. A temperança é a força que ajuda a rejeitar o mal. Sem o Espírito
Santo não é possível ter este autocontrole em todas as situações, tornando-se assim
um cristão vazio e sem testemunho a dar. Existem algumas situações inesperadas que
enredam e provocam desânimo ou aborrecimento, nessas ocasiões, por não está
preparada, a pessoa pode perder o autocontrole e ter reações impróprias tais como:
desespero, ira, violência, etc. A reação apresentada irá mostrar se existe a temperança,
isto é, se o Espírito Santo de Deus habita verdadeiramente na pessoa, ou se ela está
permitindo ser controlada pelas circunstâncias.

Jesus é o maior exemplo de temperança para o cristão, pois ele foi tentado em
tudo, porém não pecou, ”Jesus cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado
pelo mesmo Espírito no deserto durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada
comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome” (Lc 4:1,2). Com base nessa
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experiência de Jesus, entende-se que é necessário estar em contato continuo com o


Espírito Santo, a fim de que se tenha força e temperança, para suportar as situações
extremas em que o autocontrole é fundamental. A mente do cristão deve estar voltada
para Deus, edificada pela Palavra do Senhor e pela oração, assim conseguirá ter o
domínio próprio.

Temperança é o equilíbrio exercido pelo Espírito Santo na vida do crente em


todas as áreas, ou aonde esse controle se faz necessário. A temperança é o
amadurecimento do caráter do cristão, “Porque Deus não nos tem dado espírito de
covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2TM 1:7). “Por isso mesmo, vós,
reunindo toda vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude o
conhecimento, com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio a
perseverança; com a perseverança a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a
fraternidade, o amor. Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando,
fazem com que não sejais nem inativos nem infrutuosos no pleno conhecimento de
nosso Senhor Jesus Cristo” (2Pe 1:5-8). Portanto tem-se que permitir que o Espírito
Santo trabalhe de forma gloriosa na vida do crente, pois o Senhor Jesus deixou bem
claro que a árvore que não der fruto essa será cortada, “Todo ramo que estando em
mim, não der fruto ele o corta; e todo o que da fruto limpa, para que produza mais fruto
ainda” (Jo 15:2).

Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom; ou fazei a árvore má e o seu


fruto mau. Porque pelos frutos se conhece a árvore. Raça de víboras!
Como podeis vós falar coisas boas, sendo maus? O homem bom, do
seu bom tesouro tira coisas boas, e o homem mau do mau tesouro tira
coisas más. Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens
disserem, hão de dar conta do dado Juízo. Porque pelas tuas palavras
serás justificado e pelas tuas palavras serás condenado. (PAGLIARIN,
2016, p. 76)

3.2 Os Dons Concedidos pelo Espírito Santo

Estes dons espirituais podem ser identificados como uma capacidade


sobrenatural concedida ao indivíduo pelo Espírito Santo, não como uma habilidade
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natural intensificada. Assim cada dom é uma manifestação do Espírito Santo, isto é,
evidência visível de sua atividade. O Espírito Santo concede os dons a quem ele quer e
conforme a ocasião recomendada a partir do ponto de vista divino. A igreja é corpo de
Cristo e cada pessoa que a compõe é um membro desse corpo. O corpo humano tem
vários membros e com funcionalidades diferentes. É exatamente igual na igreja, cada
membro é diferente do outro. Por essa razão existem as diversidades de dons, cada um
produzindo o resultado necessário, mais todos para a Glória de Deus.

No novo Testamento existem algumas cartas onde se pode estar observando as


variedades de dons. O Apóstolo Paulo na carta que enviou aos Romanos diz: “Tendo
porém diferentes dons segundo a graça nos foi dada: se profecia; seja segundo a
proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério, ou o que ensina esmere-
se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui com liberalidade; e
o que preside com diligência; quem exerce misericórdia com alegria” (Rm 12:6-8). O
Apóstolo Paulo também escreveu na carta que enviou para Coríntios: “A uns
estabeleceu Deus na igreja primeiramente Apóstolos; em segundo lugar profetas; em
terceiro lugar, mestres; depois operadores de milagres; depois dons de curar, socorros,
governos, variedades de línguas” (1Co 12:28). Assim como na carta que enviou para
Efésios: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4:11). O Apóstolo Paulo na carta que
enviou para coríntios declara a sua preferência pelo celibato, ”Quero que todos os
homens sejam tais como eu sou; no entanto cada um tem de Deus o seu próprio dom
um na verdade, de num modo; outro, de outro. E aos solteiros e viúvos digo lhes seria
bom se permanecessem no estado em que também eu vivo” (1Co 7:7-8). O Apóstolo
explica sobre os dons concedidos a igreja: “A manifestação do Espírito Santo é
concedida a cada um visando a um fim proveitoso. Porque a um é dado, mediante o
Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Espírito a palavra de
conhecimento; a outro no mesmo Espírito a fé, e a outro no mesmo Espírito, dons de
curar, a outro, operações de milagres; a outro profecia; a outro discernimento de
espíritos; a um variedades de línguas; a outro capacidade para interpretá-las. Mas um
só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a
cada um, individualmente” (1Co 12:7-11).
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A finalidade dos dons espirituais é para edificação da igreja, o amadurecimento


do corpo de Cristo. Os dons são de suma importância dentro da igreja para servir a
todos e não a um indivíduo em particular, pois os dons são atribuídos conforme a
necessidade de cada igreja ou como apraz o Espírito Santo. Paulo ressalta que mesmo
que a igreja seja presenteada por qualquer tipo de dons, se não houver o amor, de
nada valerá esses dons. Ele é bem explícito quando diz que: ”Ainda que eu falasse a
línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor serei como bronze que soa ou
como símbolo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os
mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar
montes, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu distribua todos os meus bens entre
os pobres e ainda que eu entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver
amor, nada disso me aproveitará” (1Co 13:1-3).

3.2.1 Os Dons de Caráter Sobrenatural

 Palavra de sabedoria

O dom da Palavra da Sabedoria é a capacitação divina para aplicar verdades


espirituais. É necessário uma preparação espiritual vinda do Espírito Santo. Através do
dom da Sabedoria, o Espírito Santo capacita a conhecer fatos e circunstâncias que
somente Deus conhece, ”Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da
glória nos conceda o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele”
(Ef 1:17).

 Palavra de conhecimento

É a capacidade de compreender claramente a vontade de Deus em declarar


fatos específicos, é uma habilidade muito peculiar de receber uma mensagem
espiritual, que vem através de um conhecimento específico, geralmente é direcionada a
uma pessoa ou a um fato que não seria revelado a não ser por meio do Espírito Santo.
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Este dom possui um objetivo específico e direto, “Enquanto meditava Pedro acerca da
visão, disse-lhe o Espírito: Estão ai dois homens que te procuram“ (At 10:19). O dom do
conhecimento traz também à luz para a igreja através dos mistérios ocultos para a
edificação da igreja do Senhor. Este conhecimento também pode trazer fatos contidos
no coração das pessoas, haja vista, o Espírito Santo é onisciente e sonda todas as
coisas, porém isto ocorrerá apenas para edificação da igreja e sempre de acordo com a
Palavra de Deus.

 Fé

A Fé é a confiança em Deus de um modo sobrenatural, o cristão tem a certeza


que Deus vai realizar o impossível mesmo sabendo que tem outras pessoas que não
crêem. Este dom é extraordinário, pois faz o impossível se tornar possível ou o abstrato
se tornar real, “Ora a fé é a certeza das coisas que não se esperam a convicção de
fatos que não se vêem” (Hb 11:1), “E ele lhe respondeu: por causa da pequenez da
vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda
direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará” (Mt 17:20).

 Dons de cura

É a capacitação sobrenatural dada pelo Espírito Santo ao cristão para realizar


curas das mais diversas enfermidades. O dom da cura é uma ação divina e
extremamente ligada com a fé. Este dom pode ser manifestado em três áreas
humanas: espiritual, emocional e física, “Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-
lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para expeli-los e para curar toda sorte
de doenças e enfermidades” (Mt 10:1).
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 Realizações de milagres

Milagre é a manifestação absoluta do poder de Deus, na vida do ser humano. Ele


pode ser atribuído a um fenômeno que transcende o entendimento racional, que então
poderá ser atribuído a uma intervenção sobrenatural e absoluta de Deus, “Dando Deus
testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por
distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade” (Hb 2:4).

 Profecia

A profecia é o dom de trazer para igreja uma mensagem ou revelação de Deus,


podendo ser imediatas ou futuras. Através das profecias Deus pode exortar, consolar e
edificar. A prática da profecia é um propósito da plenitude do Espírito Santo, “Pois
agora, eis aí está sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego, não vendo o sol por algum
tempo. No mesmo instante, caiu sobre ele névoa e obscuridade, e, andando a roda,
procurava quem o guiasse pela mão” (At 13:11), neste caso a profecia foi imediata. “E,
apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava
para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Claudio” (At
11:28), e neste caso foi futura. Portanto é assim, Deus revela conforme o apraz. A
profecia deve estar em concordância com o evangelho.

 O discernimento de espíritos

O Discernimento de Espíritos é um poder sobrenatural concedido pelo Espírito


Santo para detectar a origem e o domínio de espírito e suas atividades, sendo divino,
humano ou demoníaco. Com este dom, o crente tem o discernimento de saber se a
pessoa fala em nome de Deus, por conta própria ou motivada por algum Espírito mau,
“Delas também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas
ensinadas pelo Espírito conferindo coisas espirituais com Espirituais. Ora, o homem
natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2:13-14).
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 Variedades de línguas

No grego, tem-se “hetéros gene glosson”: outros gêneros (tipos ou variedade) de


línguas, de acordo a Rudimentos da Doutrina Cristã [2016]. Quando o dom de línguas
não tem intérprete, entende-se que este dom refere-se a uma auto edificação particular,
estabelecendo um fortalecimento espiritual, ou seja, é um particular com Deus.
Entretanto quando há um intérprete para as línguas, essa passa ser para a edificação
da igreja, exortar ou profetizar, ”O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas
o que profetiza edifica a igreja. Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas;
muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em
outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação” (1Co 14:4-
5).

 Interpretação de línguas

É o dom extraordinário concedido pelo Espírito Santo. O propósito deste dom é


tornar o dom de variedade de línguas inteligíveis aos ouvintes, é interpretar o que o
Espírito quer falar a sua igreja, seja para exortar ou ensinar, visando assim a edificação
da igreja, “Eu quisera que vós falásseis em outras línguas; muito mais porem que
profetizásseis, pois quem profetiza é superior ao que fala em língua, salvo se as
interpretar para que a igreja receba edificação” (1Co 14:5).

3.2.2 Dons de Caráter Ministerial

 Serviço

É um dom muito especial dado pelo Espírito Santo. Ser um ajudador é contribuir
com amor na obra de Deus, oferecendo seu tempo em prol dos necessitados, doando
algum tipo de ajuda, seja ela material ou espiritual, doações de roupas, alimentos, etc.,
ou oferecendo uma palavra de carinho e consolo aos que sofrem, ”Cada um administre
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aos outros o dom como recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de
Deus” (1Pe 4:10).

 Ensino

É a capacidade dada pelo Espírito Santo a alguns cristãos de transmitir de forma


clara e eficaz as verdades divinas. Conforme relata Got Questions Ministries [2016], a
palavra grega para ensinar é “didaskalos”, que significa instruir, ou seja, anunciar com
clareza o evangelho de Cristo. Vale salientar que Jesus é um Grande Mestre, ”Se é
ministério, seja em ministrar; se é ensinar haja dedicação ao ensino” (Rm 12:7).

 Encorajamento – exortação

É o dom de exercer e praticar a Palavra, é estar pronto para consolar, incentivar a


adotar a conduta apropriada que coincide com a palavra de Deus, e assim fortalecendo
e dizendo as palavras corretas, ”Ou o que exorta, use esse dom em exortar” (Rm 12:8).

 Contribuição

É a capacidade dada por Deus para que o cristão contribua de maneira muito
especial, não só na medida de suas posses, com alegria e amor. Assim auxiliando a
obra de Deus e também ajudando a outros que precisem, ”Cada um contribua segundo
propôs o seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama quem
dá com alegria” (2Co 9:7).

 Liderança

É a capacitação outorgada pelo Espírito Santo de liderar, de estar à frente,


presidindo e guiando uma situação com diligência e cuidado. Quem recebe esse dom
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precisa entender que não é autoridade absoluta, mas está sujeito à Àquele que está
acima de todos, o Senhor Jesus, que é a cabeça da igreja, ”Nem sereis chamados
guias, porque só um é vosso Guia, o Cristo” (Mt 23:10).

 Misericórdia

É a capacidade dada pelo Espírito Santo de se compadecer com a situação do


próximo, é ajudar com amor e com alegria e efetivamente colocar em prática, para se
concretizar a solução da necessidade dos que sofrem ou passam por necessidades, é a
compaixão em ação, ”Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai”
(Lc 6:36).

 Dom de Apóstolo

A palavra apóstolo provém da palavra grega “APOSTELLO”, a qual significa


“ENVIAR”, segundo o Dicionário Bíblico Hebraico e Grego. No sentido inicial, deve-se
atribuir aos doze discípulos de Jesus, mas devido à morte de todos eles, esse dom de
apóstolo ficou como um dom espiritual no aspecto geral. Entende-se que o mesmo está
preparado e capacitado para implantar igrejas em solos virgens, ou seja, alguém
preparado para fundar igrejas e assim plantar, semear e proclamar o evangelho de
Cristo, ”Se não sou apóstolo para outrem, certamente, o sou para vós outros; porque
vós sois o selo do meu apostolado no Senhor” (1Co 9:2).

 Dom de Mestre

Este dom é dado por Deus ao Cristão que está amadurecido na fé, pois são eles
que instruirão sobre a fé cristã e sobre as verdades bíblicas. Portanto quem o recebe é
alguém que está capacitado a ensinar e desenvolver com maestria. Este dom está
relacionado a um ensino sistemático e profundo das Escrituras, ”Ao discípulo não está
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acima do seu mestre, todo aquele, porém que for bem instruído será como o seu
mestre” (Lc 6:40).

 Dom de Profeta

O profeta é conhecido por entregar a mensagem de Deus com plena convicção,


sem se importar com as conseqüências da revelação, pois confia no poder absoluto e
na autoridade de Deus. Portanto receber de Deus o dom da profecia é com certeza um
privilégio, pois é ter uma intimidade extrema com o Pai ao ponto de ser instrumento
para predizer o futuro, sem medo e com convicção do que está sendo profetizado,
“Assim como Deus fala ao profeta, você falará a seu irmão, e ele será o seu porta-voz
diante do povo” (Ex 4:16).

 Socorro ou Auxílio

Este dom divino é dado a pessoas especialmente dotadas de humildade,


bondade e temor de Deus, para “segurar na mão do seu próximo e o ajudar para que
ele não caia”. Impelidas pelo poder de Deus, o socorrista age apoiando e ajudando
inclusive nas atividades da igreja, a fim de que não se desanimem nem desfaleçam os
seus esforços. Esse socorrista tem o objetivo de sustentar e colocar em prática a mão
ajudadora sustentada por Deus, ”Para que a recebais no Senhor como convém aos
santos e a ajudeis em tudo que de vós vier a precisar; porque tem sido protetora de
muitos e de mim inclusive” (Rm 16:2).

 Administração

O dom de administração é a habilidade dada pelo Espírito Santo de dar direção e


tomar decisões em favor de outros, que resultam em operações eficientes e no
alcance de metas. A administração inclui a habilidade e destreza de organização:
pessoas, coisas, informações, finanças e dentre outras. A marca de um administrador
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é a habilidade de executar coisas de modo geral. Quem recebe este dom contribui
para que administração da igreja flua com tranqüilidade, ”Tudo, porém seja feito com
decência e ordem“ (1Co 14:40).

 Evangelista

Este é um atributo a todo salvo, porém a quem é dado o dom de evangelizar


recebe uma capacitação extraordinária de pregar o evangelho para os não crentes,
trazendo-os para presença de Deus. Essa habilidade consegue alcançar os mais duro
de coração, fazendo com que eles se aquebrante para Cristo Jesus, “Ide, portanto,
fazeis discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis
que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt 28:19-20).

 Dom de Pastor

É uma capacitação dada pelo Espírito Santo para apascentar o rebanho, ou seja,
cuidar, guiar, orientar e proteger. Esse dom está entrelaçado com outros dons como:
amor, misericórdia, liderança. O pastor tem o compromisso de direcionar e orientar os
crentes em Jesus, liderando e protegendo, pois estão aos seus cuidados, ”Ai dos
pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! Diz o Senhor” (Jr 23:1).

 Celibato

É a capacidade que o Espírito Santo concede ao cristão para que permaneça


solteiro e assim ser preparado para uma obra especial. O objetivo deste dom é que o
cristão fique totalmente disponível para se dedicar plenamente a obra de Deus, sem
preocupações secundárias, ”O que eu realmente quero é que estejais livres de
preocupações. Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao
Senhor” (1Co 7:32).
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 Falar ou Pregar

Este dom está atribuído a pregar a palavra de Deus. É um dom reservado para
homens e mulheres com o propósito de transmitir com fidelidade e autoridade o ensino
e a revelação da palavra de Deus, ”Então, lhe disse eu: ah! Senhor Deus! Eis que não
sei falar, porque não passo de uma criança. Mas o Senhor me disse: Não digas: Não
passo de uma criança; porque a todos a quem eu te enviar irás e tudo quanto eu te
mandar falarás” (Jr 1:7).

Tendo exposto aqui alguns dons que se encontram no Novo Testamento, pensa-
se que este número não é absoluto, podendo haver alguns dons que não foram aqui
mencionados. Levando em consideração que as cartas não são uniformes. O propósito
foi expor os dons que Deus distribui conforme lhe apraz, e não um número exato de
dons.

Dons e Fruto, ambos, denotam a habitação do Espírito, mas os dois não são a
mesma coisa, e os propósitos são diferentes. Os dons do Espírito Santo são serviços
para serem prestados aos outro como corpo de Cristo, enquanto que o fruto do Espírito
Santo é característica específica da pessoa de Cristo implantado no caráter do crente,
mediante a obediência à Palavra.
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4 AS OBRAS DO ESPÍRITO SANTO

Figura 3 – Revelação da Obra de Deus

Fonte: https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images.jpg

No termo etimológico, “Espírito” quer dizer “sopro”. De acordo com Carvalho


(2013),a palavra espírito tem sua raiz etimológica do Latim "spiritus", cujo significado é
"respiração" ou "sopro", contudo tem alguma relação também com alma, coragem e
vigor. Na Vulgata (tradução da bíblia do grego para o latim), a palavra em Latim é
traduzida a partir do grego "pneuma", que significa fôlego, originada da palavra hebraica
“ruach”, que quer dizer ”sopro sagrado”, e está em oposição ao termo “anima”,
traduzido por "psykhē", em aramaico “ruhka”, tradução de sopro, vento ou vida.

Podemos dizer que o espírito Santo: (1) participou da criação do


universo (Gn1:2); (2) inspirou a composição da Bíblia (IIPe 1.21); (3)
direcionou o ministério terreno do Senhor Jesus Cristo (Lc 4.18); (4) dá
vida espiritual ao povo de Deus (Jo 3.6); e (5) chama e guia a igreja (At
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13.2;16.6-7;20.28). [...] A principal obra do Espírito Santo é levar-nos a


glorificar a Cristo. Todas as outras giram em torno dessa. Ora, se Ele
não fala de si mesmo, mas de Jesus, podemos concluir que qualquer
ênfase dada à pessoa e à obra do Espírito Santo que não aponte para
Cristo não pode ser vinda do Espírito de Deus. Na verdade é obra de
outro espírito, o do anticristo, cuja a obra é fazer com que a humanidade
tire o foco de sua atenção de Jesus (I Jo 4.2-3). Apesar da sua
importância, o Espírito Santo não deve tomar o lugar de Cristo em nossa
vida. A terceira pessoa da Trindade está em ação onde quer que Jesus
esteja sendo exaltado e, nessa medida, podemos reconhecer a
presença do consolador, sendo-lhe gratos. (BOICE, 2011, p. 327)

4.1 A Obra do Espírito Santo no Universo

É permitido afirmar que na criação de todas as coisas, no céu e na terra, Deus


Pai foi o mentor, o “arquiteto” da criação – Aquele que planejou. Deus Filho foi o
“executor” – o verbo “HAJA” – Aquele que esteve trabalhando em todo o processo.
Deus Espírito Santo foi o “sopro” – Aquele que deu “vida” nos céus, na terra e tudo em
que neles há, com a sua glória.

Da forma que o Espírito Santo de Deus está sendo apresentado, pode-se então
enfatizar que o mesmo não se trata de uma força ativa e sim de um Ser supremo, tal
como Deus Pai e Deus Filho, que formam a trindade divina. Em seguida, precisa-se
entender que a Trindade é a glória de Deus, Deus Pai é a glória de Deus, Deus Filho é
a glória de Deus e Deus Espírito Santo é a glória de Deus. Mas quem manifesta essa
gloria? É o Espírito Santo. Isso é parte do seu trabalho, conforme Benny (2010).

Admitindo-se que a Trindade esteve na criação, é importante lembrar que Filho e


Espírito Santo são poderes manifestos de Deus, não são agentes intermediários,
contudo participantes com o Pai na Obra da Criação. Portanto é louvável dizer que a
Criação é uma Obra do Pai, por meio do Filho com o Espírito Santo.

As escrituras apontam o Espírito Santo na obra da criação do universo em todos


os momentos, “A terra, porém estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do
abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gn 1:2), “Os céus por sua
palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca o exército deles” (Sl 33:6), “E disse:
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Produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas que dêem fruto
segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez” (Gn
1:11), “O espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida” (Jó 33:4). O
ato de o Espírito pairar sobre o abismo, o caos descrito em Gênesis 1:2, revela que o
seu ofício era trazer existência a terra, ou seja, transmitir vida à toda matéria que seria
criada como os seres humanos, os animais, as plantas, os luminares, e outros. Deve-se
ressaltar que não houve uma tricotomia na obra, e sim uma coordenação para toda a
criação entre Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Portanto diante de tudo o que foi apresentado, entende-se que o Espírito Santo
teve um papel distinto na obra da criação. Entretanto será destacado acerca do caráter
da obra do Espírito Santo.

4.2 O Espírito Santo na Vida de Jesus Cristo

 Concebido pelo Espírito Santo

 Ungido pelo Espírito Santo

 Guiado do Espírito Santo

 Cheio pelo Espírito Santo

 Ministério

 Sacrifício

 Ressurreição

 Concebido pelo Espírito Santo

Jesus era o verbo que se fez carne, através do Espírito Santo, “E o verbo se fez
carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua gloria, gloria
50

como do unigênito do Pai” (Jo 1:14), “Então disse Maria ao anjo: como será isto, pois
não tenho relação com homem algum? Respondendo-lhe o anjo: Descerá sobre ti o
Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também
o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lc 1:34-35).

 Ungido pelo Espírito Santo

Jesus recebeu a unção do Espírito Santo para dar como exemplo a importância
de ser ungido. Quando o Senhor Jesus foi ungido pelo Espírito Santo, ficava ali sendo
declarado que o mesmo estava apto, ou seja, preparado para fazer o que havia sido
ordenado, pois estava sendo capacitado pelo Espírito Santo, “Como Deus ungiu a
Jesus de Nazaré com Espírito Santo e com poder o qual andou por toda parte, fazendo
o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele” (At 10:38),
“Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, Espírito de sabedoria, e de
entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e
temor do Senhor” (Is 11:2).

 Guiado pelo Espírito Santo

Ser guiado pelo Espírito Santo significa não fazer nada sem a sua direção,
aguardar a sua ordem, realizar somente o que Ele determinar, obedecer as suas
orientações sem questionar. Todo o ministério de Jesus foi orientado e guiado
integralmente pelo Espírito Santo, “E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e
foi levado pelo Espírito ao deserto” (Lc 4:1).

 Cheio do Espírito Santo

Ser cheio do Espírito Santo significa ser confiante, ser revestido do poder de
Deus. Por intermédio do Espírito Santo, Jesus enfrentou os perigos com destemor,
jamais retrocedeu em suas obras e em todas foi bem sucedido. Isto só foi possível
51

porque vivia em constante comunhão com o Pai, e cheio do Espírito Santo, “E conhecer
o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a
plenitude de Deus” (Ef 3:19).

 Ministério de Jesus através do Espírito Santo

O ministério de Jesus iniciou-se quando ele foi batizado nas águas do rio Jordão
por João Batista. Ao subir da imersão pousou sobre Jesus o Espírito Santo em forma
corpórea de uma pomba. Neste momento, foi iniciado o ministério de Jesus, pois ele
agora estava batizado, ungido, cheio, e guiado pelo Espírito Santo para apresentar o
evangelho, salvar, curar e libertar.

O Senhor Jesus jamais daria início a seu ministério sem o poder


especial do Espírito Santo em sua vida. E com isso serve de exemplo
para nós! Que belo incentivo para buscarmos uma comunhão mais
íntima com o Espírito Santo antes de tentarmos passos maiores em
nome do Espírito Santo! R.A.Torreey, novamente, resume muito bem o
raciocínio: ”Se mesmo ele, que nos deixou um exemplo para que
seguíssemos seus passos, não se aventurou no ministério para a qual o
Pai o havia enviado até que fosse definitivamente batizado pelo Espírito
Santo, quem somos nós para ousarmos fazer o contrario? [...] É
evidente que o batismo no Espírito Santo é uma preparação
absolutamente necessária para a obra efetiva de Cristo ao longo de todo
o nosso serviço.” (BENNY, 2011, p. 128)

“O ESPÍRITO do Senhor Jeová esta sobre mim, porque o Senhor me ungiu para
pregar boas novas aos mansos: enviou-me a restaurar os contritos de coração, a
proclamar a liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos” (Is 61:1).

 Sacrifício de Jesus

O sacrifício de Jesus na cruz não foi em vão, havia um propósito desde o antigo
testamento quando houve a primeira profecia, ou seja, o protoevangelho, aonde Deus
anunciou que enviaria um para esmagar a cabeça de satanás, “E porei inimizade entre
ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente, esta te ferirá a cabeça, e tu lhe
ferirás o calcanhar” (Gn 3:15). O Sacrifício de Jesus garante a ligação direta com o Pai,
52

pois, através dele, os pecados e as iniqüidades foram perdoados. Através do sangue de


Jesus, as pessoas foram resgatadas da mão de satanás e ficaram livres em Cristo
Jesus, “Porque, se sangue dos touros e bodes, e a cinza duma novilha esparzida sobre
imundos, os santifica quanto à purificação da carne. Quanto mais o sangue de Cristo,
que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as
vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9:13-14).
Porém se não fosse a atuação do Espírito Santo, Jesus não tinha suportado a aflição
de saber que ele seria o cordeiro que tiraria o pecado do mundo, e diz: “Vigiai e orai,
para que não entreis em tentação: o espírito na verdade está pronto mas a carne é
fraca” (Mc 14:38).

 Ressurreição

Deus garante o plano salvífico de Cristo, após Jesus ser ressuscitado dos
mortos, “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela
ressurreição dos mortos - Jesus Cristo Nosso Senhor” (Rm 1:4). A ressurreição de
Jesus Cristo decreta a vitória de Deus sobre as forças do mal, desse modo é
estabelecida a vitória final sobre o pecado e a morte para todos que aceitam o sacrifício
como expiação. A ressurreição de Cristo é a prova mais evidente de sua doutrina e das
suas obras, “E se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós,
aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais,
pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm 8:11).

4.3 A Obra do Espírito Santo na Vida do Homem Convertido

São alguns benefícios atribuídos ao Espírito Santo quando de fato o crente


permite a sua ação.
53

 Regenera

 Batiza

 Habita

 Produz frutos

 Intercede

 Sela

 Capacita

 Liberta

 Testifica

 Regenera

Quando o ser humano permite o trabalhar do Espírito Santo, o primeiro beneficio


a se estabelecer é a regeneração, que significa: Reformar no sentido de melhorar;
renovação moral ou espiritual, de acordo com Dicio (Dicionário On-line de Português).

Devido o ser humano ter em sua natureza o pecado, ele se torna incapaz de
obedecer a Deus e andar em seus preceitos, por isso é de suma importância a
regeneração, “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51:5),
"Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito a lei de
Deus, nem mesmo pode estar. Portanto os que estão na carne não podem agradar a
Deus” (Rm 8:7-8). Consequentemente a regeneração é uma necessidade para o
homem natural, e serve como preparação para se entrar no Reino de Deus, segundo
Joiner (2004).

A regeneração implica na mudança da antiga vida de pecado e desobediência a


Deus, em uma nova vida, com obediência e temor aos Seus mandamentos. Ela de fato
acontece na pessoa que se entrega para Deus, “Não por obras de justiça praticadas por
54

nós, mas segundo sua misericórdia ele nos salvou mediante o lavar regenerador e
renovador do Espírito Santo” (Tt 3:5). “O espírito é o que vivifica; a carne para nada
aproveita; as palavras que vos tenho dito são espírito e são vida” (Jo 6:63).

 Batizar

O batismo com o Espírito Santo não é uma mera opção doutrinária, é uma
necessidade imperiosa, com o objetivo de sobrevivência da própria fé cristã. É
impossível ser cristão sem ser batizado com o Espírito Santo!

A respeito do batismo com o Espírito Santo, comenta Macedo (2003): “O batismo


com o Espírito Santo nos torna diferentes em todos os aspectos, pois passamos a
participar da natureza do próprio Jesus”.

Ser batizado com o Espírito Santo de Deus significa experimentar a plenitude da


comunhão com o Espírito. Ao ser batizado com o Espírito Santo, Ele concederá ao
crente ousadia e poder celestial para realizar grandes obras em nome de Jesus Cristo e
ter eficácia no seu testemunho, “Porque não ousaria discorrer sobre coisa alguma,
senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios á
obediência, por palavras e por obras por forças e sinais e prodígios, pelo poder do
Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilirico,
tenho divulgado o evangelho de Cristo” (Rm 15:18-19), “A minha palavra e a minha
pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria mas em
demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2:4), “Tendo eles orado, tremeu o lugar
onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e com intrepidez,
anunciavam a palavra de Deus” (At 4:31).

 Habitar

Quando o Espírito Santo de Deus habita ou faz morada é o mesmo que dizer que
o cristão é filho herdeiro de Deus e co-herdeiro de Cristo, “Não sabeis que sois
55

santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Co 3:16). Quando se é
salvo e resgatado do pecado, o corpo se torna templo do Espírito Santo de Deus, a
pessoa já não pertence a si própria, pois ela foi comprada por preço de sangue, cujo
valor é inestimável ou incalculável, agora o corpo será para glorificar a Deus, “Vós,
porém, não estais na carne, mais no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em
vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8:9).

 Produzir Fruto

A ação do Espírito Santo é fundamental, pois a natureza humana pecaminosa


leva sempre ao pecado, e o Espírito Santo direciona à natureza de Cristo. A partir do
momento em que o Espírito Santo passa a habitar no crente, o mesmo faz gerar fruto,
reproduzindo nele o caráter de Cristo, com a finalidade de conduzi-lo à perfeição, ou
seja, à imagem e semelhança de Cristo, “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra
estas coisas não há lei” (Gl 5:22,23). O Espírito Santo possibilita ao autêntico cristão
viver de modo íntegro diante de Deus e dos homens, apresentando o fruto que o
Espírito Santo concede ao crente. É através do fruto do Espírito que o cristão participa
da natureza divina.

 Interceder

Quando nascido no Senhor Jesus Cristo, deve-se entender que o melhor amigo
que se pode ter nesta terra é o Espírito Santo, pois Ele é o único que intercede com
gemidos inexprimíveis. Quando não se sabe orar ou falar como convém, Ele entra para
ajudar. Ele é um amigo fiel e verdadeiro, “Também o Espírito, semelhantemente nos
assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mais, o mesmo
Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que
sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de
Deus é que ele intercede pelos santos” (Rm 8:26,27).
56

 Selar

O Espírito Santo é referido como o "penhor", "selo" e "garantia" no coração dos


cristãos. O Espírito Santo é o selo de Deus sobre o seus eleitos, é a sua autenticidade
e preservação da sua propriedade.

O Selo do Espírito Santo na vida do fiel é a garantia de Deus de que ele


irá redimir, que irá formar o Cristo em nós e, finalmente, que irá nos
libertar completamente do poder e da presença do pecado. O selo do
Espírito Santo, por mais maravilhoso que seja, é apenas um depósito,
uma garantia antecipada das maravilhas que esperam por nós. (BENNY,
2011, p. 163)

“Que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração” (2Co
1:22). “em que também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da
vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selado com o Santo Espírito da
promessa; o qual é o penhor da nossa herança até ao resgate da sua propriedade, em
louvor da sua glória” (Ef 1:13,14). O selo é o carimbo que caracteriza uma propriedade,
é uma ação terminada. Quando se é salvo, fica marcado, selado pelo Espírito Santo de
Deus.

 Capacita

É possível encontrar nas Escrituras que, desde o Antigo Testamento, o Espírito


Santo age no povo de Deus, capacitando-o para as obras do Deus vivo. Sempre
movido por esse Espírito, os líderes que governaram o povo eram guiados pelo Espírito
e assim sempre ganhavam a batalha, “Porei em vós meu Espírito e farei com que
andeis nos meus estatutos, guardei os meus juízos e os observeis” (Ez 36:27).

A presença do Espírito Santo dentro do cristão capacita-o a entender e


interpretar a Palavra de Deus, guia-o em todos os momentos, sempre o conduzindo ao
melhor caminho, fazendo com que ele se desvie do mal. É somente ele que o conduz a
verdade, “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade;
porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as
coisas que hão de vir” (Jo 16:13).
57

Deus capacita quem ele quer, conforme o apraz, “pelo contrario Deus escolheu
as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisa fracas do
mundo para envergonhar as fortes, e Deus escolheu as coisa humildes do mundo, e as
desprezadas, e aquele que não são para reduzir a nada as que são; a fim de que
ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1:27-29).

 Liberta

Libertação é de fato a confissão dos pecados, pois a partir do momento que o


cristão confessa e entende que sozinho não consegue, começa então o processo de
libertação, dando lugar para o Espírito Santo agir e fazer morada, “Enquanto calei os
meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo dia.
Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim e o meu vigor se tornou em sequidão
de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse:
confessarei ao Senhor minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu
pecado” (Sl 32:3-5), “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8:32), “Ora, o
Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. E todos nós,
com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a gloria do Senhor, somos
transformados, em glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o
Espírito” (2Co 3:17,18).

 Testifica

O Espírito Santo é quem testifica a favor do crente, “Pois todos os que são
guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de
escravidão, para viverdes outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de
adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8:14-16). Pela fé em Cristo Jesus, tornam-se
verdadeiros filhos de Deus e o mesmo garante a liberdade quando nascidos de novo,
regenerados pelo Espírito Santo para uma nova vida em Deus, com Deus e para Deus.
58

4.4 O Espírito Santo atua na Escritura Sagrada

Inspiração – a qualidade ou o estado de ser movido, ou produzido, sob a


direção de um espírito originário de uma fonte sobre-humana. Quando
esta fonte é Jeová, o resultado são pronunciamentos ou escritos que
são realmente a palavra de Deus. O apóstolo Paulo disse, em 2 Timóteo
3:16: “Toda a Escritura é inspirada por Deus”. A expressão “inspirada
por Deus” traduz o termo grego composto the·ó·pneu·stos, que significa,
literalmente, “[por] Deus soprado” ou “soprado por Deus”.

Trata-se da única ocorrência deste termo grego nas Escrituras. Seu uso
ali identifica claramente a Deus como Fonte e Produtor das Escrituras
Sagradas, a Bíblia. (TORRE DE VIGIA, 2000)

Pode-se afirmar que o principal objetivo do Espírito Santo é de revelar Deus ao


homem e levar o homem à Deus. O Espírito Santo inspirou homens para escrever
acerca do que Deus havia projetado para a humanidade, instruindo para o ensino, para
correção, para repreensão e para toda a obra reveladora de Deus. O objetivo das
Escrituras é apresentar a justiça e o amor imensurável de Deus.

Ainda mais, o Espírito é aquele que inspirou as Escrituras; é o Espírito


que falou pelos profetas, quem inspira os escritores sagrados para que
transmitam, a partir de suas categorias mentais e culturais, a palavra de
Deus. Por isso, dizem os Padres- Orígenes, entre outros que as
Escrituras devem ser lidas sob a inspiração do mesmo Espírito que as
fez surgir. “Todas as palavras de Deus contidas nas Escrituras [...] estão
plenas do Espírito Santo, não é possível “entendê-las sem a ajuda do
Espírito Santo”“. “O Espírito é aquele que acompanha a Palavra, é “a
boca de Deus” que antecede e pronuncia a Palavra”. A igreja, graças ao
Espírito, chega à verdadeira compreensão da Escritura, ou seja, a
compreensão espiritual. (CODINA, 2010, p. 35)

A inspiração nunca deve ser atribuída a uma capacidade da inteligência humana.


Pode-se assegurar que cada palavra na Bíblia representa os pensamentos do Espírito,
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra” (Tm 3:16,17), “Disto também falamos, não
em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito,
conferindo coisas espirituais com espirituais. Ora o homem natural não aceita as coisas
do Espírito de Deus, porque lhe são loucura: e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente” (1Co 2:13,14). Toda a Escritura foi criada por Deus, tem
59

Deus como o autor e foi escrita por pessoas que eram inspiradas pelo Espírito Santo,
“Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular
elucidação; porque nunca qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto,
homens {santos} falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:20,21),
“Para que o Deus do nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da gloria, vos conceda espírito
de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” (Ef 1:17).

4.5 O Espírito Santo na Vida do Homem Não Regenerado

Novamente afirmando, o pecado está ligado diretamente com a natureza


humana, desde a queda de Adão. O pecado ronda, ataca e destrói o ser humano.
Quando o homem não admite e não reconhece o seu pecado, consequentemente, ele
faz o desejo da carne, que por sua vez traz a concupiscência da carne e leva a morte,
“Mas cada um tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
Depois, havendo a concupiscência concebida, dá á luz o pecado: e o pecado sendo
consumado, gera a morte” (Tg 1:14,15).

JESUS enfatiza que o Espírito Santo viria para continuar o plano da redenção na
vida do homem. Portanto o Espírito Santo seria o único que poderia convencer o
homem das suas transgressões e iniqüidades, “E quando ele vier, convencerá o mundo
do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado porque não crêem em mim. Da justiça
porque vou para o meu Pai, e não me vereis mais; E do juízo, porque já o príncipe
deste mundo está julgado” (Jo 16:8-11).

Quando o Espírito Santo penetra na vida do homem não regenerado, Ele traz a
necessidade de uma nova vida, de um arrependimento sincero de dentro para fora, ou
seja, uma mudança verdadeira. Entretanto é de suma importância ressaltar que o
Espírito Santo não invade, dando ao homem o livre arbítrio para usufruir de total
liberdade em sua decisão. O desejo real do Espírito Santo de Deus é que o homem
aceite a mensagem do evangelho e reconheça a sua atual situação de pecador, se
arrependa, e pela fé aceite a salvação através da pessoa de Jesus Cristo, aceitando-O
60

como único e suficiente Salvador, “E nós somos testemunhas dessas palavras, nós e
também o Espírito Santo, que Deus deu a quem lhe obedecem” (At 5:32).

A tarefa do Espírito Santo não é de criar e nem salvar, mas é a de inspirar,


vivificar, animar, renovar e principalmente de dar o discernimento para que se possa
fazer opções, conclui Overbeck (2001).
61

5 CONCLUSÃO

Pode-se aqui apresentar a trindade como Deus Pai, Deus filho e Deus Espírito
Santo, formando um só Deus, tendo uma só concordância e um só propósito: salvar,
curar, libertar e levar para a glória.

Em virtude de tudo o que foi apresentado, conclui-se que o Parakletos é o


mesmo ou igual a Jesus Cristo. Deus não desampara seus filhos em momento nenhum,
apenas dá o livre arbítrio para O recebê-lo ou não. Deus é tão amor que não obriga
ninguém a amá-Lo, por isso é dito que somente aquele que recebe o filho Jesus Cristo
como único e suficiente salvador será salvo e batizado pelo Espírito Santo.

Deus, na sua infinita misericórdia, deu a oportunidade de ter o Parakletos com o


ser humano, para os ajudar e os instruir, porém essa dádiva ou esse presente só é
dado aos que crêem.

Entende-se que o Espírito Santo é um elo entre o homem e Deus, através do


Espírito, o ser humano é guiado e orientado a fazer o que agrada ao Pai. Essa ligação
tende a se fortalecer quando se obedece e, sem titubear, aceita-se as condições de
filhos.

Foi possível observar que o Espírito Santo tem os mesmos atributos de Deus,
com algumas peculiaridades. Foi a Ele estabelecido distribuir dons e fruto. É o mesmo
que tem o poder de vivificar, restaurar, restituir e manter uma ligação direta com o Pai.

Quando aceita-se Cristo, o Espírito Santo começa um trabalho de transformação,


que pode ser sutil ou extremamente doloroso, pois Ele passa a mudar a índole, o
caráter e a personalidade, para tornar o homem imagem e semelhança de Deus
(criador). Portanto a mudança só acontece quando há a existência do Espírito Santo.

Ao Espírito Santo foi dada a maior incumbência e responsabilidade, a Ele foi


dado o poder de convencer o homem do juízo, pecado e da justiça. Porem, dado a Ele
62

toda essa autoridade e poder, não o é permitido fazer sem o consentimento e vontade
humana. Pode-se então dizer que é a missão mais árdua para se cumprir.

Apresentar o Parakletos é o mesmo que apresentar vida, esperança e


oportunidade. É apresentar o caminho para liberdade e salvação.
63

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68

ANEXO A

NINGUÉM EXPLICA DEUS

Composição: Clóvis Pinho

Nada é igual ao Seu redor

Tudo se faz no Seu olhar

Todo o universo se formou no Seu falar

Teologia pra explicar ou Big Bang pra disfarçar

Pode alguém até duvidar

Sei que há um Deus a me guardar

E eu, tão pequeno e frágil, querendo Sua atenção

No silêncio encontro resposta certa, então

Dono de toda ciência, sabedoria e poder

Oh, dá-me de beber da água da fonte da vida

Antes que o haja houvesse Ele já era Deus

Se revelou aos seus do crente ao ateu

Ninguém explica Deus

E se duvida ou se acredita

Ninguém explica Deus


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ANEXO B

ESPÍRITO SANTO

Composição: Priscilla Alcântara

Espírito Santo

É incrível como me sinto quando invade o meu ser

Não dá pra explicar a vontade que tenho de chorar

Quando o meu coração arde com Tua presença

Quando entro na casa do Pai me esvazio de tudo

Pra que Você me encha com apenas o que é Seu

Nada que vêm de mim quero manter

Sou ser humano mas escolho hoje, viver pelo espírito

Escolho estar na casa do Pai

Selando um novo tempo, vivendo um novo

Eu prefiro Te ouvir e cumprir o meu chamado

Espírito de Deus

Vem inundar o meu ser

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