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    PNEUMATOLOGIA – A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO


O Espírito Santo é uma das pessoas da Trindade Divina, sendo constituído da mesma
essência da divindade e plenamente Deus, como Deus o Pai e Deus o Filho. A palavra
espírito tem sua origem no hebraico – RUAH – ou no grego – PNEUMA – de onde vem
a palavra pneumatologia, a doutrina do Espírito Santo.

As doutrinas da Trindade e das pessoas da divindade não são passíveis de entendimento


racional pela mente do homem finito, mas são claramente reveladas pela Escritura. Por
este motivo, é necessário buscar a confirmação bíblica de todas as afirmações referentes
ao estudo da doutrina do Espírito Santo, a pneumatologia.

O Pai e o Filho são termos que indicam relacionamento, da mesma forma, o Espírito
Santo é assim chamado pela sua natureza e pela sua operação como a causa da
regeneração e santificação dos homens. O Filho é a perfeita imagem de Deus, e o
Espírito é a operação do poder de Deus.

A natureza e ofício do Espírito:

Natureza: O Espírito não é uma emanação ou manifestação do poder de Deus, mas uma
pessoa eterna e coexistente na essência do Deus único da Trindade Divina, ele é infinito,
perfeito e santo possuindo todas as qualidades e atributos divinos em posse de sua
pessoa, sendo distinto do Pai e do Filho em uma essência única que é o Deus da
Escritura.

2 Coríntios 3,17: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há


liberdade”.

O Espírito de Deus é referido já no segundo verso da bíblia e em várias partes do Velho


Testamento, porém os hebreus consideravam o Espírito como uma emanação de Deus
ou como a simples presença ou o poder de Deus. O Espírito não deve ser visto como
criado ou simplesmente emanando ou emanado do poder de Deus, mas como uma
pessoa divina coeterna e coexistente com Deus. O Espírito pairava sobre o caos,
transformando a matéria criada em um universo ordenado conforme a vontade de Deus.

Gênesis 1,2: “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do
abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”.

Ofício: O Espírito executa no mundo criado as decisões de Deus, sempre procedente do


Pai e do Filho. Ele é a fonte de toda a vida, ele habita no crente e provê a preservação de
sua salvação, toda a inteligência dos seres vivos, desde a estrutura genética das plantas e
animais microscópicos até o mais sofisticado cientista, tem sua fonte única na
onipresença e onisciência do Espírito de Deus, a matéria é inanimada e só possui vida,
movimento e intelectualidade através do Espírito, sempre provindo do Pai e do Filho.

Salmo 104,29-30: “Se ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração,


morrem e voltam ao seu pó. Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a
face da terra”.
As operações gerais do Espírito referem-se às obras da criação e providência, pelas
quais ele origina, mantém e dirige toda a vida natural, concedendo dons e restringindo o
poder do pecado na realização do plano eterno de Deus. As operações especiais do
Espírito referem-se à operação da redenção onde ele aplica a obra de Cristo nos
escolhidos do Pai, concedendo, unicamente pela graça, os dons da fé, do
arrependimento e preservando a salvação, pela sua comunhão permanente, durante toda
a vida terrena do crente.

Romanos 8,11: “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os
mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também
o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita”.

Cristo é a luz do mundo, dele emana todo o conhecimento de homens e anjos, salvos ou
caídos, mas o Espírito é quem distribui estes dons, sendo a origem e razão da vida
intelectual em toda a terra. O Espírito se relaciona com o homem através da mente
extracorpórea, entende-se aqui a mente como a alma (espírito), que constitui juntamente
com o corpo a unidade psicossomática do homem. O Espírito opera a natureza racional
do homem através da alma, esta ação do Espírito é geral para toda a humanidade e não
se relaciona com a ação santificadora que exerce nos regenerados para a preservação de
sua salvação.

Jó 32,8: “Na verdade, há um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz


sábio”.

Jó 35,10-11: “Mas ninguém diz: Onde está Deus, que me fez, que inspira canções de
louvor durante a noite, que nos ensina mais do que aos animais da terra e nos faz mais
sábios do que as aves dos céus?”.

Esta sabedoria referida nestes versos, no livro de Jó, pode ser a sabedoria secular:
cientistas, artistas, técnicos e enfim, todas as qualidades intelectuais que fazem o
homem sábio em suas atividades no mundo.

O dom artístico e especial também provém do Espírito.

Êxodo 31,2-5: “Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo
de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de
conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em
prata, em bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para
toda sorte de lavores”.

A habilidade política e administrativa também é concedida pelo Espírito, como se pode


ver em Moisés, Josué, nos Juízes, em Gideão e todos os líderes do povo judaico e
também de outros povos, como por exemplo: Ciro e Dario.

Números 27,18: “Disse o SENHOR a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em


quem há o Espírito, e impõe-lhe as mãos”.

Ofício do Espírito na redenção do homem:

A encarnação: O corpo de Cristo no ventre da virgem foi gerado pelo poder de Deus
através do Espírito Santo.
Lucas 1,35: “Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do
Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de
nascer será chamado Filho de Deus”.

A natureza humana de Cristo: Os dons da natureza humana de Cristo foram elevados


a um patamar superior ao de todos os homens da história da humanidade através da ação
do Espírito.

João 3,34: “Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o
Espírito por medida”.

O profeta Isaías já profetiza este fato alguns séculos antes:

Isaías 42,1: “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a
minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para
os gentios”.

A revelação: o Espírito é o único revelador da verdade divina, todos os profetas falaram


pelo Espírito, todos os escritores bíblicos foram inspirados pelo Espírito e toda a
revelação da Palavra aos eleitos de Deus é feita através do Espírito.

Miquéias 3,8: “Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do SENHOR, cheio de


juízo e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado”.

É preciso lembrar sempre que a ação salvadora e preservadora do Espírito é proveniente


da graça de Deus e da redenção adquirida por Cristo, sendo que o Espírito atua
procedente do Pai e do Filho, toda a ação da salvação e da revelação da Palavra é obra
da Trindade Divina, operada pelo Espírito em pleno consenso dentro da Trindade.

Lucas 11,13: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos,
quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”.

A verdade de Deus: toda a verdade é revelada pelo Espírito, que transmite este


conhecimento aos homens em maior ou menor grau, conforme os dons definidos pela
graça de Deus, mas também pode trazer aos reprovados a operação do erro, afim de que
não vejam, não ouçam e não sejam salvos. Os réprobos, todavia, não necessitam da
operação do erro para que não venham a crer, pois o homem natural não discerne as
coisas de Deus e nem pode conhecê-las, pois elas somente se conhecem através do
Espírito.

1 Coríntios 2,14: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus,


porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente”.

O ofício geral da redenção: todas estas funções do Espírito conduzem a uma atividade


particular na redenção do homem que pode ser definida como: transmitir o
conhecimento, convencer o mundo do pecado, aplicar o dom da fé em Cristo aos eleitos
justificados, regenerar o homem e preservar sua salvação, trazer o arrependimento e a
necessidade de mudança de vida, unir os crentes a Cristo e a si mesmos através da
igreja.
A restrição do pecado: esta também é uma importante função do Espírito onde ele atua
restringindo a possibilidade de homens e anjos caídos realizarem todo o mal que
pretendem.

Pode-se ver, desta forma, que o Espírito Santo é o operador de toda a verdade, da
santidade, da consolação e preservação dos eleitos e da igreja, assim como o equilíbrio
do mundo pela restrição da maldade pretendida pelos réprobos e anjos caídos.

A DOUTRINA DO ESPÍRITO NA IGREJA CRISTÃ

Os cristãos primitivos, até o início do quarto século, acreditavam que havia um Espírito
Santo, da mesma natureza do Pai e do Filho, pelo qual eles eram, por meio de Cristo,
reconciliados com o Pai. Os crentes confessavam esta fé no ato do batismo e no
recebimento da bênção apostólica. Não havia entre os teólogos da época uma definição
da pessoa e ofício do Espírito Santo, mas no século terceiro a controvérsia ariana tomou
vulto, e o Concílio de Nicéia, em 325 d.C. e logo em seguida o Concílio de
Constantinopla, em 381 d.C. foi convocado para definir a doutrina do Espírito Santo.

O Credo Apostólico afirma simplesmente: Creio no Espírito Santo, estas mesmas


palavras foram afirmadas no Credo Niceno, mas no Credo de Constantinopla, ficou
definida a doutrina do Espírito, com a seguinte forma:

“Creio no Espírito Santo, o divino, o doador de vida, que procede do Pai, o qual deve
ser adorado e glorificado com o Pai e com o Filho, e o qual falou pela boca dos
profetas”.

O Credo Atanasiano, que veio logo em seguida afirma que:

“O Espírito é consubstancial com o Pai e com o Filho, é eterno e não criado,


onipotente, igual em majestade e glória e procede do Pai e do Filho”.

As afirmações do Credo de Constantinopla, complementadas pelo Credo Atanasiano,


permanecem até hoje como norma de igreja cristã, sendo todas as variações assumidas
pelos arianos, sabelianos, socinianos, arminianos e dispensacionalistas consideradas
heréticas e abomináveis a Deus e à igreja de Cristo.

A personalidade do Espírito

A personalidade, ou pessoalidade, do Espírito Santo somente é abordada com clareza no


Novo Testamento, mas existem várias afirmações deste fato no Velho Testamento que
não foram reveladas aos hebreus como manifestações pessoais, eles consideravam o
Espírito como uma emanação do poder de Deus.

Na criação do mundo, de acordo com livro do Gênesis, além do segundo verso, onde o
Espírito paira sobre o caos, Deus manifesta claramente a pluralidade de pessoas na sua
essência.

Gênesis 1,26: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a


nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus,
sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam
pela terra”.
Gênesis 11,7: “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não
entenda a linguagem de outro”.
AS PROFECIAS SOBRE O ESPÍRITO SANTO NO VELHO TESTAMENTO

Existem no Velho Testamento profecias sobre a obra do Espírito Santo e o ministério de Jesus
Cristo.

A unção do Espírito:

Isaías 61,1: (*) “O Espírito (RUAH) do SENHOR (YAHWEH) Deus (ADONAI) está
sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados,
enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a
pôr em liberdade os algemados”.

(*) Também fica definida, neste verso, a pluralidade de Deus, as três pessoas da
divindade são apresentadas de forma distinta e pessoal.

O conhecimento:

Isaías 11,1-2: “Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo.
Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de
entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de
temor do SENHOR.

A salvação do povo de Deus:

Isaías 44,3: “Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca;
derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus
descendentes”.

A regeneração:

Ezequiel 36,27: “Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus
estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis”.

O Pentecostes:

O profeta Joel prevê o derramamento do Espírito no dia de Pentecostes.

Joel 2,28-29: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a
carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos
jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito
naqueles dias”.

A PROMESSA DO ESPÍRITO NO NOVO TESTAMENTO

Antes de sua morte, Jesus prometeu que ele e o Pai enviariam a seus discípulos outro consolador,
ou paráclito (Parakletos) - o Espírito Santo - um ajudador e conselheiro que daria continuidade à
obra de Cristo. O fato de Jesus prometer outro paráclito indica que Jesus foi o primeiro deles e
promete outro que irá proceder à aplicação e manutenção de sua obra, em seu nome e como um
dom de Deus, infundindo e mantendo no crente justificado a fé e o arrependimento para a vida,
necessários à salvação. O ministério do Espírito Santo é um ministério relacional e pessoal, o que
implica na pessoalidade do Espírito.
João 14,16-17: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber,
porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará
em vós”.

Após sua ressurreição Jesus coloca o Espírito sobre os apóstolos, afim de que o
recebessem, como um dom de Deus, para a realização da obra a eles destinada. Pode-se
observar claramente pela Escritura, que os apóstolos somente venceram o seu medo e
timidez após a ressurreição. A obra dos apóstolos é a continuação da obra de Jesus,
motivo pelo qual ele os envia no poder do Espírito.

João 20,22: “E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito
Santo”.

Os apóstolos não receberam somente a ousadia através do Espírito, mas também foram
guiados pela instrução do Espírito em seu ministério.

João 16,13-14: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a
verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos
anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é
meu e vo-lo há de anunciar”.

O Pentecostes

O dia de Pentecostes é o dia da comemoração da colheita, era uma data festiva


comemorada pelos judeus cinquenta dias após a páscoa, sendo uma festa importante no
calendário judaico. Este foi o dia em que os primeiros cristãos receberam o Espírito
publicamente, como demonstração do poder de Deus, falando em línguas diversas que
eram entendidas pelos judeus de diversas localidades que haviam vindo a Jerusalém
para a festa.  Este foi um milagre de Deus, e, como todo o milagre, teve uma finalidade
específica e determinada, demonstrando aos presentes o poder de Deus em Cristo
através do Espírito para a salvação daquele que crê, tanto gentios como judeus.

Pode-se notar claramente nos versos abaixo, no livro de Atos, que as línguas faladas
neste dia eram perfeitamente inteligíveis às pessoas presentes, tratando-se de línguas
utilizadas usualmente em diversos outros países e regiões, línguas oficiais e
reconhecidas pelos visitantes presentes como linguagem corrente em seus países de
origem. Não se pode utilizar estes versos para justificar o falar em línguas que se vê
hoje nas igrejas pentecostais, que não passam de grunhidos e sons grotescos e
ininteligíveis, constituindo nada mais que superstição grosseira que desonra a igreja de
Cristo.

Atos 2,4-6: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras


línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. Ora, estavam habitando em
Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu.
Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de
perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua”.

João Batista profetizou que Jesus batizaria com o Espírito, este fato havia sido previsto
no Velho Testamento pelo profeta Joel e Jesus tinha repetido a promessa. O Pentecostes
selou de forma definitiva o final da era do Velho Testamento e marcou o início do
cristianismo. A partir do derramamento do Espírito no Pentecostes, o desenvolvimento
do ministério cristão recebeu um avivamento formidável que o levou a todos os povos
do mundo conhecido naquela época.

Colossences 1,6: “Que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está
produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e
entendestes a graça de Deus na verdade”.

A pessoalidade do Espírito Santo:

O Espírito Santo é descrito na Escritura como uma pessoa, tanto quanto o Pai ou o
Filho. A negação da pessoalidade ou divindade do Espírito se constitui em heresia
grave, pois nega a Trindade Divina e como consequência todo cristianismo. Por outro
lado, existe hoje na igreja evangélica grande abuso no relacionamento com o Espírito
nas religiões pentecostais e carismáticas.

É necessário muito cuidado com as referências e relações com o Espírito, não é possível
ter muito ou pouco de um ser infinito, também não é possível a um ser onipresente estar
em um lugar e não estar em outro, também não é possível a um ser onipotente estar em
algum lugar com muito poder e em outro com menor poder, não se deve esquecer que o
Espírito é Deus e usar o seu nome em vão é desobedecer aos mandamentos divinos,
principalmente ao terceiro, que é o único mandamento que vem com advertência.

Êxodo 20,7: “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR
não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”.

Nenhuma igreja ou denominação detém o poder de manipular o Espírito pretendendo


fazer uso de seu poder em batismos, curas ou qualquer outra atividade, o batismo é em o
nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo e não no Espírito.

João 3,8: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem
para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.

Provas bíblicas da pessoalidade do Espírito Santo:

O Espírito Santo Fala:

Atos 8,29: “Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o”.

O Espírito Santo ensina:

João 14,26: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome,
esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”.

O Espírito Santo busca:

1 Coríntios 2,10: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as
coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus”.

O Espírito Santo testemunha:


João 15,26: “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o
Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim”.

O Espírito Santo determina:

1 Coríntios 12,11: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas,


distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente”.

O Espírito Santo intercede:

Romanos 8,27: “E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito,
porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”.

O Espírito Santo se aborrece:

Efésios 4,30: “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia
da redenção”.

Estas afirmações somente podem ser dirigidas a um ser pessoal.

A divindade do Espírito Santo

O Espírito Santo é representado na Escritura como possuindo a autoridade e os atributos


divinos, os Pais da Igreja nunca apresentaram dúvidas quanto à divindade do Espírito e
também concordam com o fato de que ele é uma pessoa.

No velho testamento as realizações de Deus e do Espírito são usadas frequentemente de


forma intercambiável.

Salmo 51,11: “Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito”.

Salmo 104,30: “Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da
terra”.

A bênção apostólica:

2 Coríntios 13,14: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão


do Espírito Santo sejam com todos vós”.

A fórmula batismal:

Mateus 28,19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em


nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

O Espírito Santo é eterno:

Hebreus 9,14: “Muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se
ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para
servirmos ao Deus vivo!”

O Espírito Santo é Onipresente:


Salmo 139,7: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua
face?”

Deixar de reconhecer a divindade do Espírito Santo é perverter e deturpar a doutrina da


Trindade, perdendo-se assim o conhecimento do verdadeiro Deus. Não há serviço ou
louvor verdadeiro quando o Deus da Escritura não é cultuado: o Deus da Trindade
Divina.

Oséias 6,6: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais
do que holocaustos”.

As obras de Deus são realizadas pelo Espírito:

Criação:

Jó 33,4: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida”.

Encarnação:

Mateus 1,18: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe,
desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito
Santo (*)”.

(*) Pelo poder de Deus, através do Espírito Santo.

Regeneração:

João 3,5: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da


água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”.

A nova vida:

Romanos 8,11: “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os
mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também
o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita”.

As profecias:

2 Pedro 1,21: “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana;
entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”.

Vê-se ainda que no livro de Isaías, onde ele apresenta o SENHOR dos exércitos falando,
o apóstolo Paulo reapresenta estes mesmos versos no livro de Atos como o Espírito
assumindo esta fala;

Isaías 6,5-9: “Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios
impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o
SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma
brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse:
Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. 
Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então, disse ele: Vai e dize a este povo:
Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais”.

Atos 28,25-26: “E, havendo discordância entre eles, despediram-se, dizendo Paulo


estas palavras: Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta
Isaías, quando disse: Vai a este povo e dize-lhe: De ouvido, ouvireis e não entendereis;
vendo, vereis e não percebereis”.

Novamente em Isaías, onde Deus foi contristado, o Espírito foi contristado e se tornou
em inimigo pelejando contra eles.

Isaías 63,7-10: “Celebrarei as benignidades do SENHOR e os seus atos gloriosos,


segundo tudo o que o SENHOR nos concedeu e segundo a grande bondade para com a
casa de Israel, bondade que usou para com eles, segundo as suas misericórdias e
segundo a multidão das suas benignidades. Porque ele dizia: Certamente, eles são meu
povo, filhos que não mentirão; e se lhes tornou o seu Salvador. Em toda a angústia
deles, foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e pela sua
compaixão, ele os remiu, os tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade. Mas eles
foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em inimigo
e ele mesmo pelejou contra eles”.

PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO

A maior prova da divindade do Espírito Santo é o pecado imperdoável conforme


afirmado por Jesus quando confrontado pelos fariseus quanto à realização dos milagres
em seu ministério. Os fariseus atribuíram os milagres de Jesus, executados através do
Espírito Santo, a espíritos vulgares - a Belzebu, o chefe dos demônios - desprezando e
blasfemando contra a ação do Espírito, o que provocou a reação de Jesus, afirmando que
esta blasfêmia jamais seria perdoada neste mundo nem no mundo do provir. Esta é uma
revelação inconteste da dignidade absoluta do Espírito.

A blasfêmia contra o Espírito santo:

Mateus 12, 31-32: “Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados
aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir
alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém
falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no
porvir”.

O Espírito Santo tem o ministério de atuar na vida dos crentes, aplicando e preservando
a salvação adquirida por Cristo.

A perseverança do crente somente é possível pela ação do Espírito, o homem natural, ou


mesmo o regenerado, não tem capacidade, por si mesmo, para manter sua salvação. O
Espírito também atua nos homens ímpios e nos anjos caídos, mantendo-os sempre
voltados para o mau, mas exercendo a função de restrição do pecado, de forma que estes
homens e anjos nunca conseguem executar todo o mal que pretendem. Ele habita nos
crentes e também defende o crente das operações dos ímpios e do maligno, Satanás não
está autorizado a tocar nos filhos de Deus.

Jó 1,12: “Disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder;
somente contra ele não estendas a mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR”.
Por tudo que já foi dito, pode-se afirmar que o Espírito é uma pessoa e sua atuação é
pessoal, por isso, são revelados na bíblia, alguns pecados contra o Espírito.

Mentir ao Espírito é mentir a Deus:

Atos 5,3-4: “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para
que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o,
porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois,
assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus”.

Entristecer o Espírito:

Efésios 4,30: “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia
da redenção”.

Resistir ao Espírito:

Atos 7,51: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre
resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis”.

O pecado contra o Espírito é gravíssimo, como afirmou Jesus, todavia, não se deve
esquecer que as pessoas que assim o fazem foram destinadas a isso na eternidade, os
ímpios existem para que a glória de Deus se manifeste na salvação dos eleitos, e
continuam praticando o mal para que se encha a medida de sua iniquidade.

Gênesis 15,16: “Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a
medida da iniquidade dos amorreus”.

Mateus 23,32: “Enchei vós, pois, a medida de vossos pais”.

PRINCIPAIS HERESIAS RELACIONADAS AO ESPÍRITO SANTO

Movimentos principais: A personalidade e/ou divindade do Espírito Santo foi negada na


igreja primitiva pelos monarquistas sabelianos, pelos pneumatomaquianos, arianistas e
outros.

Monarquismo: A divindade e pessoalidade do Espírito Santo foram negadas por


Sabellius no terceiro século desta era e deu origem ao movimento chamado
monarquismo. Sabellius sustentava que não existiam três pessoas na deidade, mas um só
Deus que se manifestava em três formas diferentes (modalismo).

Arianismo: O bispo Árius, da igreja de Alexandria, também no terceiro século,


sustentava que Cristo foi criado por Deus como um deus de menor poder, que por sua
vez trouxe à existência o Espírito Santo. Dessa forma existiam três deuses diferentes
(triteísmo).

Pneumatomaquianos: Também chamados macedônios, em referência ao bispo


Macedônio, opunham-se à divindade do Espírito Santo, isto foi no final do século IV.

Socinianos: Durante a reforma, os socinianos, baseados nas idéias de Lélio Socínio,


propagadas por seu sobrinho Fausto Socínio, consideram que em Deus há uma única
pessoa e que Jesus Cristo é um homem comum.
Unitarianismo (Os irmãos que negam a trindade): O unitarianismo foi inicialmente
uma manifestação dentro da reforma protestante, o intelectual espanhol Miguel de
Servetto discordou da doutrina da Trindade e publicou vários livros a este respeito
dando início às primeiras igrejas unitárias, os anabatistas. Este unitarismo pode se
manifestar como uma forma de modalismo, ou seja, Deus é um só que se manifesta de
várias formas ao longo da história, ou ainda pode também considerar Deus como uma
só pessoa que é o pai de Jesus, um homem que foi elevado à divindade no seu batismo,
ou ainda uma forma de arianismo. Esta vertende existe até hoje e não há uma definição
única em sua manifestação.

O testemunho Interior do Espírito Santo

A Escritura revela por si mesma a prova inquestionável de sua autoridade divina, além
disso, apresenta muitos sinais desta autoridade, todavia todas essas provas e evidências
não são por si mesmas suficientes para persuadir qualquer pessoa de sua veracidade.
Este convencimento e persuasão somente acontecem pelo testemunho interior do
Espírito Santo, este era o ensino claro dos reformistas, principalmente João Calvino.

Existe uma grande diferença entre apresentar as provas e persuadir a pessoa, é preciso
sempre, expor a Palavra com veracidade, paciência e conhecimento, mas, ainda assim, o
ministério do ensino pertence ao testemunho interior do Espírito Santo, que atua
unicamente mediante a pregação expositiva fiel das verdades bíblicas, abrindo a mente e
o coração do homem para o entendimento e aceitação da Palavra.

Por este motivo, nenhum pregador tem, por si mesmo, a capacidade de conversão de
seus ouvintes a não ser pelo ministério do Espírito.

Romanos 8,16: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus”.

Esta persuasão do Espírito não se manifesta em atos exteriores, nem apresenta sinais
evidentes da persuasão ou conversão, como por exemplo: falar em línguas ou entrar em
êxtase. Muito menos é possível que uma pessoa, seja ela quem for, possa induzir, por
sua vontade, algum ato do Espírito.

João 3,8: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem
para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.

A ação do Espírito é interna e pessoal, não se constitui em apresentação de novas


informações, nenhum segredo, nada que não seja possível pela simples leitura ou
pregação. Ele simplesmente age através da Palavra em conjunção com a graça de Deus
e a redenção que há em Jesus Cristo, operando a regeneração que segue à justificação.
Somente a pessoa justificada por Deus consegue entender as coisas do Espírito, antes
disso a mente humana somente é capaz de pensar e agir em discordância e revolta
deliberada contra Deus.

1 Coríntios 2,14: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus,


porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente”.

Iluminação
A iluminação da pessoa destinada à salvação é um ministério do Espírito Santo, ela faz
parte da graça concedida por Deus e começa no ato da justificação, despertando o
interesse do crente pela Escritura, a curiosidade a respeito de Jesus Cristo, a
compreensão progressiva da Palavra, a necessidade de se congregar com outros crentes
e o serviço na obra de Deus.

A iluminação do Espírito se manifesta unicamente pela aceitação absoluta das


verdades da Escritura - a soberania de Deus, a suficiência do sacrifício de Cristo e
a total incapacidade humana - sem este entendimento, a iluminação do Espírito
certamente não aconteceu, é isto exatamente o que diz Jesus.

João 16,13: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a
verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos
anunciará as coisas que hão de vir”.

Existe, de fato, bastante radicalismo nisso; deve-se culpar a Jesus? Ele diz que o
Espírito guia a“TODA A VERDADE”. Não é uma aceitação parcial da Escritura, não é
uma salvação a ser complementada, não é uma salvação a ser aceita ou rejeitada; todas
essas coisas não provêm do Espírito, mas do ego humano.

O Espírito certamente guiará os filhos de Deus a “TODA A VERDADE”; ou então, o


homem, ainda natural, acreditando em seus próprios méritos, engana-se a si mesmo em
uma religiosidade vazia e desprovida de sentido que não leva à salvação de forma
alguma, mas à hipocrisia, ao engano e à mentira.

Romanos 3,3-4: “E daí? Se alguns não creram, a incredulidade deles virá desfazer a
fidelidade de Deus? De maneira nenhuma! Seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo
homem, segundo está escrito: Para seres justificado nas tuas palavras e venhas a
vencer quando fores julgado”.

A OBRA DO ESPÍRITO NA SALVAÇÃO

Regeneração, o novo nascimento:

A regeneração:

A regeneração é o dom da graça de Deus, é a obra sobrenatural do Espírito Santo


realizada no salvo após a justificação pela exclusiva determinação de Deus. A Escritura
revela que o homem natural não tem a capacidade de escolher a Deus, mas que todos os
salvos foram escolhidos por Ele, por isso o ‘novo nascimento’ implica não só em uma
nova vida agora, como também a vida eterna no mundo do porvir.

O efeito da regeneração é fazer com que o crente passe da morte para a vida espiritual
através da mudança na disposição da mente, voltando o seu pensamento e suas ações
para a obediência e o prazer na Palavra de Deus, os dons concedidos na regeneração
são: a fé em Cristo e o arrependimento para a vida, desta forma, a justificação antecede
à fé, pois a fé é um dom de Deus procedente da salvação, sendo infundida no crente
através da ação do Espírito Santo.

Uma criança pode ser regenerada, tanto quanto um adulto ou idoso ou ainda uma pessoa
incapaz, não existe a consciência de quando ou onde ocorreu a regeneração, somente se
pode perceber a regeneração pelo amor a Cristo e a aceitação incondicional da Palavra
(veja acima: “TODA A VERDADE”).

João 3,5-7: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da


água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é
carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-
vos nascer de novo”.

John Gill: “Água e Espírito (twnv – twlm), duas palavras hebraicas que expressam a
mesma coisa: “A graça de Deus derramada através do Espírito”.

Habitação:

Quando a pessoa é justificada, ela recebe o Espírito, que passa a habitar com os filhos
de Deus.

1 Coríntios 6,19: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo,
que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”.

Batismo no (ou do) Espírito:

Somente Cristo pode batizar os eleitos com o Espírito Santo, unindo todos em um só
corpo que é a Igreja de Deus (a Igreja Universal), nenhuma igreja, eclesiástico ou
denominação detêm o poder de batizar no Espírito ou salvar quem quer que seja.

A expressão Batismo no Espírito ou Batismo do Espírito não existe na bíblia, somente a


expressão Batismo com o Espírito e somente Jesus batiza com o Espírito:

- A previsão de João Batista:

Mateus 3,11: “Eu vos batizo com {com; ou em} água, para {para; ou à vista de}
arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas
sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com {com; ou em} o Espírito Santo e
com {com; ou em} fogo”.

Marcos 1,8: “Eu vos tenho batizado com {com; ou em} água; ele, porém, vos batizará
com {com; ou em} o Espírito Santo”.

Lucas 3,16: “Disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com {com; ou em} água,
mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as
correias das sandálias; ele vos batizará com {com; ou em} o Espírito Santo e com
{com; ou em} fogo”.

João 1,33: “Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com {com; ou
em} água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que
batiza com {com; ou em} o Espírito Santo”.

Em todos os versos paralelos nos evangelhos, João Batista afirma o seu batismo com
água para arrependimento, ao passo que Jesus iria batizar com o Espírito. Ele contrasta
o sinal externo do batismo, que é a água com o sinal interno que é privativo dos eleitos
de Deus por intermédio de Cristo somente: o batismo com o Espírito.
O Pentecostes:

Joel 2,28: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne;
vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão
visões”.

Jesus promete que ele iria batizar os apóstolos com o Espírito no dia de Pentecostes,
esta é uma promessa feita através do profeta Joel no Velho Testamento que foi
cumprida neste dia, mas vemos que nenhum ministro ou apóstolo efetuou o batismo,
este batismo com o Espírito aconteceu espontaneamente, pela única ação de Deus em
Cristo, sem adição de nenhuma iniciativa por parte dos apóstolos.

Atos 1,5: “Porque João, na verdade, batizou com {com; ou em} água, mas vós sereis
batizados com {com; ou em} o Espírito Santo, não muito depois destes dias”.

O que vemos aqui é que Jesus não outorgou a nenhum dos apóstolos este batismo, ele
mesmo envia o seu Espírito a batizar aqueles destinados à salvação.

O verdadeiro sentido do batismo com o Espírito está na Carta aos Coríntios, esta sim é
uma declaração da universalidade do batismo como um ato salvífico de Cristo.

1 Coríntios 12,13: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo,


quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de
um só Espírito”.

Este verso se refere ao batismo real, aquele que não é apenas uma manifestação externa
ministrada pelo homem, este batismo é o “novo nascimento” outorgado diretamente
pela graça de Deus em Cristo na justificação do crente, este é um ato divino concedido a
todos os que passam, pela graça de Deus, a fazer parte do reino de Deus, ou da Igreja
Universal que não é conhecida dos homens, somente Deus conhece seus filhos.

João 3,6: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem
para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.

Este é um ato único que ocorre uma só vez na vida do eleito, a partir deste momento ele
é eternamente salvo e jamais poderá perder esta salvação, pois é uma obra de Deus e
não do homem, por este motivo, Jesus promete a suas ovelhas, nada menos que a vida
eterna, não existe em toda a bíblia uma única justificativa, que seja, para a necessidade
de uma segunda obra do Espírito na vida do crente, esta é, sem dúvida, uma heresia
grave que não deve ser aceita em nenhuma hipótese.

João 10,27-29: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me


seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da
minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém
pode arrebatar”.

Não existem classes de crentes diferenciadas através de sacramentos, esta idéia é


herética e antibíblica.

O maior perigo dos dons espirituais na atualidade constitui-se no ensino fundamental


das igrejas pentecostais e carismáticas: O Batismo no (ou do) Espírito. Esta é uma
concepção, segundo a qual o crente precisa de uma nova obra de salvação que se
manifesta em dons, supostamente concedidos pelo “espírito” e imediatamente após
esse “batismo”.

A consideração pentecostal é que a pessoa a ser imersa é o “velho homem”; a mesma


pessoa que emerge do batismo é o “novo homem” prenunciado no evangelho. Além da
necessidade totalmente antibíblica da segunda obra da salvação o Batismo no Espírito
atribui ao homem que batiza a capacidade da salvação e do novo nascimento, o que é
uma heresia e uma versão moderna do pecado imperdoável, pois atribui ao homem a
ação do Espírito, que procede somente do Pai e do Filho.

Já foi visto acima que expressão “Batismo no (ou do) Espírito” não ocorre na bíblia, as
formas em que a fórmula do batismo ocorre são: Batismo de João, Batismo de
Arrependimento ou Batismo com o Espírito Santo, este último realizado exclusivamente
por Jesus.

Mateus 21,25: “Donde era o batismo de João, do céu ou dos homens? E discorriam


entre si: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não acreditastes nele?”

Lucas 3,3: “Ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando batismo de


arrependimento para remissão de pecados”.

O selo do Espírito:

Todos os homens e mulheres eleitos em Jesus Cristo têm uma garantia eterna de que
perseverarão até o final e serão glorificados, essa regeneração somente pode acontecer
pela obra do Espírito Santo, o selo e o penhor do Espírito são outorgados por Deus de
forma imediata e permanente no ato da justificação.

É completamente errado e herético pensar que o crente somente irá receber o selo ou o
penhor do Espírito pela perseverança e aperfeiçoamento após a justificação
(Lloyd Jones), o selo e o penhor do Espírito fazem parte imediata da justificação, que é
um ato judicial de Deus.

2 Coríntios 1,22: “Que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso
coração”.

Não se deve, em hipótese alguma, fazer distinções entre os crentes, sempre irão existir
diferenças entre estes crentes, os dons de Deus são diversos e distribuídos pelo Espírito
como convém a ele, não existem crentes mais santos ou melhores que outros, existem
sim, crentes com dons diversos, mas isto não implica em diferença por classes, pois a
eleição é eterna e assim é o chamado de Deus, uma vez que o crente foi justificado, ele
está eternamente salvo.

A única diferença que existe é entre os eleitos e os réprobos, não importa o quanto estes
réprobos sejam religiosos e falem em nome de Cristo, eles jamais aceitarão toda a
Palavra sem que coloquem jeitosamente, à exemplo dos fariseus, alguma restrição.

Romanos 11,29: “Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”.

Encher-se do Espírito:
O enchimento com o Espírito é um dom de Deus, ninguém é capaz, por si mesmo, de
atingir esta meta; a plenitude do Espírito nos crentes leva ao crescimento e
amadurecimento no conhecimento e na adoração a Deus em Cristo. Este é um assunto
delicado, não existe perante Deus um crente melhor ou mais habilitado que outro, não
existem categorias de crentes, todos os eleitos são exatamente iguais perante Deus, pois
ninguém é salvo pelos seus méritos, mas, todos são salvos somente pela justiça perfeita
de Cristo, que é a mesma para todos.

Não existem pecadores condenados e santos salvos, o que existe são pecadores
condenados e pecadores salvos pela justiça de Cristo. Os eleitos, já regenerados, apesar
de constrangidos, continuam nos seus pecados e delitos carregando o peso do pecado
original e dos pecados do dia a dia, incapazes em toda sua vida de agradar a Deus e
perseverar em sua salvação à parte da comunhão permanente do Espírito.

Efésios 5,18: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-
vos do Espírito”.

Isto não exime os crentes de se esforçar e procurar sinceramente dentro de si, força e
determinação para cumprir os mandamentos e agradar a Deus, orando sempre e sabendo
que somente irão perseverar através da graça de Deus em Cristo, aplicada pelo Espírito,
todavia, o verdadeiro crente tem seu prazer e segurança na soberania de Deus.

Filipenses 2,13: “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,
segundo a sua boa vontade”.

Orientação:

Os crentes são instruídos e direcionados pelo Espírito na preservação, capacitação e


orientação visando uma vida agradável a Deus, o que é impossível sem a intervenção
divina, mesmo para os crentes regenerados e maduros na fé.

Gálatas 5,16: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da


carne”.

O Espírito Santo como Santificador

Na primeira carta do apóstolo Pedro, Deus diz: ‘Sede santos, porque eu sou santo’. O
Deus cristão não é um deus caprichoso e cruel que enche seus filhos de desejos e exige
continência, esta frase acima não é uma ordem, mas um decreto, tanto no Velho quanto
no Novo Testamento.

Ninguém é interiormente santo no sentido de perfeição moral, a santidade no sentido da


perfeição moral é própria somente de Deus, a santidade do homem se refere a um
relacionamento com Deus, à simples separação entre os réprobos e os eleitos, mas
jamais à perfeição moral que nunca será atingida por nenhum homem.

Por este motivo Deus envia aos seus filhos o seu Espírito que os ajuda e intercede por
eles, de forma que o pecador justificado é regenerado e persevera na salvação somente
pela ação contínua do Espírito durante toda sua vida terrena.

A perseverança se traduz no acatamento da Palavra de Deus e da fé em Cristo, pela


qual, todo o louvor e adoração a Deus devem ser feitos conforme estabelecido em sua
Palavra, todo o resto é invenção humana que nenhum valor tem para a glória de Deus e
a fé em Cristo.

Apocalipse 14,12: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os


mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.

O que é a justiça do salvo? A justiça do salvo é a justiça de Cristo somente, ninguém


possui justiça própria que o justifique ou constitua mérito para a salvação, por este
motivo a justiça de Cristo tem que ser aplicada continuamente pelo Espírito, que irá
prover a preservação do crente durante toda a sua vida terrena.

1 - Em primeiro lugar, todos os salvos são santificados com base no sacrifício de Cristo,
que morreu em lugar do pecador e conquistou a justiça que jamais seria possível ao
homem, quem é justificado recebe, pelo Espírito, o dom da fé em Cristo, quem crê no
filho de Deus recebe a sua justiça por imputação.

Mateus 9,6: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra
autoridade para perdoar pecados—disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu
leito e vai para tua casa”.

2 - Em segundo lugar, o crente somente é santificado nesta vida pela ação do Espírito
Santo, que o capacita para agir de maneira agradável a Deus, veja, por exemplo, que
crentes em Filipos, que já haviam recebido a unção do Espírito, temiam a Deus e eram
obedientes e disciplinados.

Filipenses 2,12-13: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na


minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa
salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o
realizar, segundo a sua boa vontade”.

O temor a Deus somente é válido quando se acredita no Deus triúno, soberano e


determinador, transcendente e acima do tempo, do universo e de todas as criaturas
criadas, somente esta visão da grandiosidade e soberania de Deus, presente igualmente
em todas as pessoas divinas pode levar o crente ao temor e à verdadeira adoração.

Se alguém acredita em um deus da mesma natureza que ele e este deus vai
depender da vontade e decisão do homem para realizar seus planos, temê-lo seria
imoral, pois ninguém deve temer uma criatura da mesma natureza, pois todo
aquele que acredita no livre-arbítrio está criando uma obrigação para Deus, que
deverá
salvá-lo pelos seus próprios méritos: Se existe uma obrigação de Deus para com o
homem, então, por que temê-lo?

A soberania de Deus e o ministério do Espírito

A salvação é o dom de Deus em Cristo, a obediência e o desenvolvimento da salvação


também é um dom de Deus através do ministério do Espírito. Se alguém faz algo
agradável em relação a Deus é porque assim foi determinado, pois é Ele quem efetua
tanto o querer como o realizar através do seu Espírito, por isso, o orgulho e a vaidade
não têm lugar na vida do cristão, apenas o temor e a gratidão a Deus.
Tito 3,5: “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia,
ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo”.

A vontade e a determinação de Deus é tão abrangente nos crentes como nos ímpios, a
soberania de Deus é absoluta no bem e no mal, Deus mantém os crentes, através do
Espírito, direcionados para uma vida em constante regeneração. Ao mesmo tempo,
mantém os ímpios, também pelo ministério do Espírito, sempre ativamente voltados
para o mal, tanto para a execução do mal em si como para receber o ministério do
engano.

Não se deve confundir estes fatos; a vontade de Deus não anula a personalidade do
homem, este é sempre responsável pelas suas ações em qualquer situação.

1 Pedro 2,7-8: “Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para
os descrentes, a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra,
angular e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra,
sendo desobedientes, para o que também foram postos”.

OS FRUTOS DO ESPÍRITO

O crente, mesmo após receber a justificação, mesmo estando em regeneração pelo


Espírito, mesmo sendo salvo, continua pecador, pois o homem jamais conseguirá nesta
vida a santidade plena.

A justiça do salvo é somente a justiça de Cristo, o homem não possui justiça própria em
nenhuma condição, todavia, os crentes regenerados têm sobre si o Espírito de Deus e
isso produz frutos visíveis, são os frutos do Espírito que se manifestam no salvo,
unicamente pela ação do Espírito.

Estes frutos do Espírito não constituem mérito para a salvação e não são frutos
produzidos pelo crente através da ação do Espírito, são dons de Deus distribuídos
pelo Espírito.

OS FRUTOS DO ESPÍRITO CONSTITUEM A MANIFESTAÇÃO VISÍVEL DA


SALVAÇÃO, O ESPÍRITO MILITA CONTRA A CARNE E A CARNE CONTRA O
ESPÍRITO, NO CASO DOS ELEITOS DE DEUS O ESPÍRITO IRÁ SEMPRE
PREVALECER, MAS O PECADO HABITA NO HOMEM E ELE SEMPRE SERÁ
TENTADO EM TODA A SUA VIDA.

Gálatas 5,17: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne,


porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso
querer”.

MAS, JULGUE CADA UM A SI MESMO, NINGUÉM DEVE JAMAIS SE ATREVER A


PRONUNCIAR JUÍZO INFAMATÓRIO NA OBSERVAÇÃO DOS FRUTOS DO
ESPÍRITO EM OUTRAS PESSOAS, POIS SOMENTE DEUS CONHECE SEUS FILHOS
E A HORA EM QUE SERÃO CHAMADOS.

TODAVIA, NESTE CASO DO JULGAMENTO CRISTÃO, DEVE-SE FAZER AQUI


UMA EXCEÇÃO VIGOROSA AOS FALSOS MESTRES QUE SE INTRODUZEM NA
IGREJA PROCLAMANDO DOUTRINAS ESTRANHAS À ESCRITURA, ESTES
DEVEM SER COMBATIDOS ABERTA E DECIDIDAMENTE ATÉ AS ÚLTIMAS
CONSEQUÊNCIAS.

Judas 1.3-4: “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da


nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco,
exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue
aos santos. Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde
muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios,
que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único
Soberano e Senhor, Jesus Cristo”.

A natureza dos frutos do Espírito:

Os frutos do Espírito são manifestos em várias graças que não são próprias do homem
natural.

Gálatas 5,22: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,


benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não
há lei”.

A unidade dos frutos do Espírito:

Os frutos do Espírito, ao contrário dos dons, são manifestos na vida do crente de forma
global, não são manifestos alguns frutos em alguns crentes, mas todos os frutos
simultaneamente em todos os que são realmente salvos. Isto porque a finalidade da
regeneração é a de conformar o crente a Jesus Cristo.

Filipenses 2,5: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo


Jesus”.

A santidade não será atingida nesta vida, essa pretensão só pode trazer insanidade e
hipocrisia. O crente deve ter em mente o esforço constante e humilde para chegar o mais
perto possível deste alvo apesar de saber que jamais atingirá a perfeição, mas pela ação
do Espírito, poderá progredir em sua santificação paulatinamente durante toda sua vida.

Ora, se alguém recebe estes frutos pela graça de Deus, maior é o seu mérito visto
procederem de origem divina, pois desta forma são permanentes e eternos, a soberania
de Deus não constitui obstáculo, mas estímulo para os seus filhos perseverarem na
salvação, pois o verdadeiro cristão conhece e entrega sua segurança somente à soberania
de Deus.

1 Coríntios  9,25: “Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa
corruptível; nós, porém, a incorruptível”.

Filipenses 3,14: “Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus


em Cristo Jesus”.

OS DONS DO ESPÍRITO

Os dons do Espírito são capacidades, além dos talentos naturais das pessoas, dados pela
ação interna e sobrenatural do Espírito Santo, estes dons serão descritos no próximo
ítem. Esse é um assunto completamente subvertido pelas religiões pentecostais e
carismáticas, principalmente, mas muito disto existe dentro da igreja cristã, a esse
respeito é preciso fazer algumas considerações:

1 – Estes dons do Espírito não devem ser confundidos com os dons iniciais recebidos
pelo cristão convertido (o novo nascimento), que são a fé e o arrependimento para a
vida, estes dons resultam da justificação e são comuns a todos os crentes que receberam
a graça de Deus em Cristo.

2 – Os dons sobrenaturais do Espírito não podem, de forma alguma, ser considerados


como a necessidade de uma segunda obra do Espírito na vida do Cristão. O selo e o
penhor do Espírito são concedidos no ato da justificação, neste mesmo ato o crente está
salvo eternamente, e todos estes pecadores, regenerados pela graça de Deus, recebem
imediatamente o Espírito e jamais perderão a salvação.

Não existem classes ou categorias de crentes, todos os salvos, são pecadores sem mérito
algum e tem a seu crédito somente a justiça de Cristo, todos os eleitos justificados são
iguais perante Deus que passa a ver todos estes pecadores regenerados como seus filhos
adotivos pela ótica da vida de obediência irrestrita e da justiça perfeita de seu Filho
amado.

Todo dom do Espírito provém de Deus em Cristo, a obra de salvação é sempre, do


começo ao fim, uma obra do Deus triúno, este é um assunto que requer muito cuidado,
pois a base da teologia carismática e pentecostal leva à adoração individual do Espírito e
atribui a salvação a supostas manifestações físicas imediatas de dons concedidos,
principalmente o falar em línguas, desta forma, criam-se classes diferenciadas de
crentes, e atribui-se a denominações específicas a exclusividade da salvação, que
pertence somente a Deus e não à igreja ou aos seus ministros.

A finalidade dos dons espirituais

Existem algumas questões a respeito dos dons do Espírito, porém muitas certezas
reveladas na Escritura; nenhum dom do Espírito é concedido sem propósitos
específicos, que são basicamente dois: o conhecimento de Cristo e a edificação da
igreja. Se os dons não se encaixam em uma destas duas finalidades, eles são vãos e não
procedem do Espírito de Deus.

- Conhecimento:

Todos os dons, concedidos por Deus através do Espírito, visam em última análise o
pleno conhecimento de Cristo, sem o que, a obra missionária e a preservação da
salvação se perdem por completo.

Efésios 4,11-13: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do
corpo de Cristo. Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do
Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”.

- Edificação:
Um dom espiritual nada mais é que a capacidade de glorificar a Deus e transmitir o
conhecimento de Cristo, este dom somente é legítimo quando edifica o Corpo de Cristo,
isto é particularmente válido para o dom de línguas, é bastante claro que no dia do
Pentecostes os cristãos falavam línguas inteligíveis a outros povos ali presentes, pois
cada um entendeu perfeitamente o que era dito em seu idioma natal.

Atos 2,7-11: “Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são,


porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada
um em nossa própria língua materna? Somos partos, medos, elamitas e os naturais da
Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das
regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus
como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias
línguas as grandezas de Deus?”

Continuando ainda neste item, segue abaixo a séria advertência do apóstolo Paulo
quanto à inutilidade do dom das línguas quando não há entendimento

1 Coríntios 14,18-19: “Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que


todos vós. Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento,
para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua”.

É preciso reafirmar, sempre e novamente, que os dons do Espírito se destinam ao


conhecimento de Cristo e à edificação da igreja, ressaltando, porém, que a edificação da
igreja provém unicamente do conhecimento, os dons são capacidades doadas pelo
Espírito com a finalidade de dar a conhecer Jesus Cristo e participar com a igreja.

Os principais dons particulares distribuídos pelo Espírito e destinados à edificação


da igreja são: ministério, ensino, exortação, contribuição, direção, misericórdia
com alegria e o amor, que não é em si superior, mas necessariamente acompanha e
complementa os outros dons quando verdadeiros, pois não existe superioridade de
um dom sobre outro, mesmo considerando as diversas manifestações e atividades
resultantes, todos são de igual dignidade.

Romanos 12,6-9: “Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se
profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério;
ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que
contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia,
com alegria. O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem”.

O uso dos dons:

Ao contrário dos frutos do Espírito que se manifestam de forma uniforme nos salvos, os
dons do Espírito nem sempre significam que a pessoa que os recebe é salva, a resposta a
essa questão é como a pessoa usa este dom: a única forma apropriada é a que resulta no
conhecimento de Cristo e na real edificação da igreja.

1 Pedro 4,10-11: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como
bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os
oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas
as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o
domínio pelos séculos dos séculos. Amém!”
Todo cristão recebe, de alguma forma, a capacidade de servir a Deus por intermédio de
dons espirituais, estes dons provém de Deus, e por isso, todo o crente tem o dever de
desenvolver, e principalmente, usar adequadamente estes dons para o serviço que Deus
concedeu.

Efésios 4,7: “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom
de Cristo”.

O PERIGO DOS DONS ESPIRITUAIS

Os dons do espírito nem sempre são concedidos como uma bênção, muitas vezes eles
são concedidos a pessoas perdidas e sem esperança de salvação, outras vezes eles
produzem vaidade ou interesse financeiro nas pessoas que os recebem, tornando-os para
perdição. Considerem o exemplo de Judas e Balaão, que receberam os dons do Espírito
para sua própria perdição. Balaão recebeu de Deus a permissão para aderir a Balaque na
maldição do povo judeu, a maldição não aconteceu, mas o plano sugerido por Balaão
para perdição do povo judeu foi bem sucedido, vê-se claramente que todas essas
atitudes foram provocadas deliberadamente por Deus e concedidas pelo Espírito que
estava sobre Balaão.

Números 22,38: “Respondeu Balaão a Balaque: Eis-me perante ti; acaso, poderei eu,
agora, falar alguma coisa? A palavra que Deus puser na minha boca, essa falarei”.

A fórmula batismal em ligação com o dia do Pentecostes:

O derramamento do Espírito no dia do Pentecostes é uma continuidade no cumprimento


do ministério de Cristo, o batismo com o Espírito é a obra eficaz da justificação,
realizada através da justiça de Cristo, imputada ao crente pela graça de Deus através do
Espírito.

João 7,39: “Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele
cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia
sido ainda glorificado”.

O batismo com água é um sacramento e não deve ser confundido, este batismo é apenas
a declaração pública da fé em Jesus Cristo, ao passo que, o Batismo com o Espírito é
uma ação sobrenatural de Deus na justificação de seus eleitos – o novo nascimento.

A mais importante declaração bíblica a respeito do Batismo com o Espírito está na Carta
aos Coríntios, aqui este conceito está explicado de forma correta como uma experiência
universal dos eleitos de Deus, esta experiência não divide os cristãos em classes ou
categorias de crentes, mas reafirma o sacerdócio de todo o povo de Deus.

1 Coríntios 12,13: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo,


quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de
um só Espírito”.

O Batismo no Espírito não deve ser procurado como uma segunda obra necessária na
salvação, muito menos como uma expectativa de santificação nesta vida. A salvação é a
obra sobrenatural do Deus triúno, concedida por Deus Pai na eternidade, realizada por
Cristo na cruz do calvário e aplicada pessoalmente a cada crente pela obra contínua do
Espírito Santo, por todas estas coisas, é preciso ver a obra do Espírito sempre em
conexão com a Trindade Divina, o Espírito somente atua na obra da salvação do homem
procedente do Pai e do Filho.

João 14,16-17: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber,
porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará
em vós”.

Comentarios (12)

...
escrito por RAFAEL MARCOS GARCIA, setembro 17, 2012
O Espirito Santo é fiel. Amém

 +6

A doutrina do Espirito Santo


escrito por Jessica Teixeira Rodrigues, janeiro 15, 2013
estou apaixonada pelo que li adorei não deu para ler tudo pois to saindo para o trabalho mas
tonarei a leitura com certeza

 +5

A doutrina do Espirito santo


escrito por joel rodrigues mesquita, fevereiro 02, 2013
Muito esclarecedor, Amem!

 +2

a doutrina do espirito santo


escrito por henrique, novembro 07, 2013
Parabéns, muito explicativo o texto. Estou fazendo um curso de teologia em minha paróquia
e este texto muito me esclareceu. 

 +0

Prudência
escrito por Tito Ruivo, dezembro 28, 2013
Sou adenominacional,interdenominacional,cristão no sentido original,admirador,por
isso,dos congregacionais da IGREJA EVANGÉLICA FLUMINENSE,POR SER A MAIS
PRÓXIMA DA VERDADE,EM DOUTRINA,ESPÍRITO,CULTO E GOVERNO:IGREJA
DE FILADÉLFIA DO LIVRO DE APOCALIPSE.TEU ARTIGO MUITO ME EDIFICOU
E ENSINOU,PORTANTO,VEIO DO ESPÍRITO SANTO.Porém,devo te dizer no mesmo
ESPÍRITO,que as igrejas reformadas também apresentam erros doutrinários como as
outras,como Jesus se referiu aos seguidores de João Batista. 

Graça e paz. 

PS: o dom do amor é maior que os outros,conforme Cor. 13.



 +1

deus
escrito por nathanael, fevereiro 24, 2014
 deus e o amor de todos ele morreu para nos salvar 

 +1

Fruto do Espirito
escrito por Pr Lucas Farias, abril 24, 2014
Muito interessante o texto, só tenho um ponto a questionar, quando se fala dos frutos do
Espirito! Não existe frutos do Espirito e sim FRUTO DO ESPIRITO é um fruto com nove
gomos, em outras palavras um fruto e nove virtudes. Abraço na paz do Senhor.

 +0

Frutos do Espírito
escrito por Edmilson Nunes Soares, maio 06, 2014
Muito bom. Apenas uma ligeira correção: não é "frutos do Espírito", mas fruto do Espírito;
no singular, portanto. É um conjunto. Como igreja o é. 

 +1

Busque o Jesus da historia e nao a historia de Jesus Cristo


escrito por maike, junho 08, 2015
esse conteudo e muito boom... 
lembrando gente que existe sim a manifestaçao do Espirito Santo nas igrejas mas , o
conhecimento ele mata a pessoa deixa ela boba , lerda etc mas o Espirito Santo de Deus ele
vivifica colocando em vc uma enorme e cada vez mais a vontade de conhecer o Deus
Altissimo. 
A palavra do Senhor diz assim : 
'' Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente.'' HB 13:8 o mesmo Deus que
apareceu a moises na sarça e a paulo ele nao mudou ele ainda e o mesmo. No tempo da lei
no velho testamento Deus apareceu a alguns de seus profetas intao pq ele nao aparece hoje a
nos mesmo si nos santificarmos? pq Jesus cumpriu a lei ninguem pod fazer a obra de Deus
parar si vc n realizar ela o Senhor colocara outro em seu lugar pq a obra de Deus nao e para
brincar nem muito menos distorcer a palavra para tentar viver ela... temos que viver Jesus
santidade na veia e viver para Jesus pq o reino dele e chegado a nos. 
Nao adianta ser formado em teologia e tal é nao ter unçao o mais importante e ter unçao... 
A PAZ DO SENHOR JESUS A TODOS QUE REFUGIAM NELE .

 -1

O meu povo perece por falta do conhecimento.


escrito por elidio chengo, julho 01, 2015
ESTAMOS gratos pela ajuda dos homens deus, que se empenham em apostar algo mui
importante; quero encorajar acontinuarem num bom caminho nos ajudar de modo que
possamos crescer espiritualmente 
força deus abençõe ! [removed]void(0);

 +0

Pneumatologia
escrito por Janayna Martins, julho 29, 2015
Estou fazendo um trabalho para a faculdade sobre Pneumatologia; esse texto foi
muito esclarecedor para tirar algumas duvidas e acrescentar alguns tópicos para o
meu trabalho. 
A paz do Senhor Jesus Cristo para todos.

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